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Volume 12 – número 1 – 2015

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga

ISSN impresso: 1807 – 3980

ISSN online: 2447-0864

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Interface Tecnológica 2015 – Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga – SP Brasil

ISSN impresso: 1807-3980

ISSN online: 2447-0864

Editora Responsável:

Profa. Dra. Elaine Therezinha Assirati

Colaboradora Especial: Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério

Conselho Editorial: Profa. Dra. Angelita Moutin Segoria Gasparotto – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil Prof. Dr. Carlos Roberto Regattieri – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Daniela Gibertoni – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Elaine Therezinha Assirati – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil Prof. Dr. Elio Alberto Périgo – Universidade de Luxemburgo

Prof. Me. Fábio Pessôa de Sá – Fatec Praia Grande – SP – Brasil

Prof. Dr. João José Marques – Universidade do Minho – Portugal

Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério – UNESP de Rio Claro – SP; FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Sistema online da Revista Interface Tecnológica:

Prof. Esp. André Luiz Tiezi Donadon – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Daniela Gibertoni – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Ms. Jederson Donizete Zuchi – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério – UNESP de Rio Claro – SP; FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Conselho Consultivo:

Profa. Dra. Angelita Moutin Segoria Gasparotto – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Esp. Brazelino Bertolete Neto – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Dr. Carlos Roberto Regattieri – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Daniela Gibertoni – FATEC de Taquaritinga – SP - Brasil

Prof. Douglas Francisco Ribeiro – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Ms. Erick Eduardo Petrucelli – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Ms. Fábio Pessôa de Sá – FATEC de Praia Grande – SP – Brasil

Prof. Dr. Fernando Frachone Neves – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Dr. Gilberto Aparecido Rodrigues – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Ms. Helena Macedo Reis – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Ms. Luiz Paulo Cadioli – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério – UNESP de Rio Claro – SP; FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Dr. Nivaldo Carleto – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Prof. Dr. Ronaldo Ribeiro de Campos – FATEC de Taquaritinga – SP – Brasil

Revisão de Português:

Profa. Dra. Elaine Therezinha Assirati

Revisão de Inglês: Profa. Dra. Elaine Therezinha Assirati

Capa, projeto gráfico e diagramação: Prof. Ms. Gustavo Henrique Del Vechio

Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério

I61

Interface Tecnológica / Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga. -- v. 12, n. 1 (2015). Taquaritinga: Faculdade de Tecnologia, 2015.

Anual.

ISSN 2447-0864 (on-line).

1. Tecnologia – pesquisa. 2. Tecnologia – ciência. 3.

Ensino. I. Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga.

Fatec Taquaritinga

Av. Dr. Flávio Henrique Lemos, 585

Portal Itamaracá, Taquaritinga - SP CEP: 15900-000 www.fatectq.edu.br

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EDITORIAL

Caro leitor,

É com imensa satisfação que apresentamos o volume 12 da Revista Interface

Tecnológica. O presente número é constituído por dez artigos.

Os temas abordam importantes questões das áreas de Informática, Produção Industrial

e Agronegócio, o que demonstra uma pluralidade de cenários e de enfoques de investigação,

apontados nos trabalhos realizados pela comunidade da FATEC/Tq/SP/Brasil, assim como de

outras instituições.

Desejamos-lhe uma ótima leitura, no ensejo de que os artigos sejam pertinentes no que

tange ao foco dos debates; que os conteúdos aqui apresentados possam ser úteis na medida em

que agreguem conhecimento, criem oportunidades de reflexão, bem como possibilidades de

novas investigações, com base nas pesquisas devotadas às áreas e contextos dos estudos aqui

tratados.

Boa leitura!

Profa. Dra. Elaine T. Assirati

Profa. Dra. Maria Aparecida Bovério

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SUMÁRIO

ACESSIBILIDADE E USABILIDADE NA WEB: RECURSOS UTILIZADOS PARA

INCLUSÃO DE USUÁRIOS...............................................................................................07

Patrícia Vizicato Corrêa

Douglas Francisco Ribeiro

A IMERSÃO DA CLOUD COMPUTING NO AMBIENTE DE MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS.............................................................................................................................18

Jean Vitor dos Santos

Marco Antonio Alves Pereira

ANÁLISE DE REQUISITOS NA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO

ACADÊMICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR...............................30

Vanderlei José Fontanelli

Maria Aparecida Bovério

A RECICLAGEM EM APARELHOS ELETRÔNICOS COMO FATOR DA GESTÃO

ESTRATÉGICA NAS EMPRESAS......................................................................................40

Guilherme Henrique Valentim

Guilherme Augusto Malagolli

José Eduardo Freire

MARKETING DIGITAL: SITES X REDES SOCIAIS NO BRASIL...............................53

Carolina Fernanda Gomes

Helena Macedo Reis

SEGURANÇA EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: UMA ABORDAGEM SOBRE

COMPRAS ONLINE..............................................................................................................63

Ana Paula Moraes

Douglas Francisco Ribeiro

SISTEMA PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS..................................................................73

Igor Roberto Guilherme

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João Henrique Sass de Souza

Reginaldo Ferreira M. Junior

André Luiz Tiezi Donadon

A RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE CLASSE A E O

SEU REUSO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR..........................................80

Douglas Sadalla de Lira

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA PARA

REDUÇÃO DE CUSTOS......................................................................................................93

Priscila Daniele Dotele Magdalene

André Luiz Oliveira

AGENTES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO NO MERCADO DE PRODUTOS

ORGÂNICOS........................................................................................................................106

Wellington Júnior Cheles

Martin Mundo Neto

Eliane Aguiar Sarro

Beatriz Zandelli

Guilherme Augusto Malagolli

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ACESSIBILIDADE E USABILIDADE NA WEB: RECURSOS UTILIZADOS PARA

INCLUSÃO DE USUÁRIOS

ACCESSIBILITY AND USABILITY ON THE WEB: RESOURCES USED FOR USERS’

INCLUSION

Patrícia Vizicato Corrêa - [email protected]

Douglas Francisco Ribeiro - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

Este artigo tem como objetivo destacar a importância em facilitar o uso da web para todas as

pessoas, independente das suas deficiências: sejam físicas ou mentais, bem como abordar a

acessibilidade na web junto com recursos utilizados para facilitar o acesso. Apresenta as

ferramentas mais corretas e acessíveis, que podem proporcionar mais usabilidade aos usuários

com deficiência.

Palavras-chave: Acessibilidade. Web. Recursos. Inclusão.

ABSTRACT

This article aims to highlight the importance of facilitating the use of the web for all people,

regardless of their disabilities: whether physical or mental, and approaching web accessibility

and the resources used to facilitate access as well. It presents the most correct and accessible

tools that can provide more usability to users with disabilities.

Keywords: Accessibility. Web. Resources. Inclusion.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

CORRÊA, Patrícia Vizicato; RIBEIRO, Douglas Francisco. Acessibilidade e usabilidade na

web: recursos utilizados para inclusão de usuários. In: Revista Interface Tecnológica da

FATEC Taquaritinga. p. 7-17, jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos 20 anos, a internet (rede mundial de computadores) está interligando

usuários no mundo todo. Existe uma infinidade de equipamentos que permite sua utilização

com configurações das mais diversas, fabricantes, modelos e diferentes sistemas operacionais.

Isso vem crescendo cada vez mais, devido à facilidade para se adquirir os equipamentos de

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acesso à internet. Portanto é cada vez maior, o número de pessoas com acesso a estes

aparelhos: desde os desktops até aparelhos de TV, tablets e principalmente dispositivos

móveis (smartphones), que atualmente vem dominando o mercado atual.

Quando falamos de acessibilidade, logo, nos remetemos ao uso mais fácil, e neste

sentido, é fácil confundir os conceitos de acessibilidade e usabilidade. O conceito de

acessibilidade remete-nos para a criação de páginas web que possam ser utilizadas pelo maior

número possível de utilizadores, incluindo os portadores de deficiências. A usabilidade

relaciona-se com a construção de aplicações de forma a facilitar a sua utilização, o que passa

por um sistema de navegação intuitivo. Como podemos ver, a preocupação com o utilizador

constitui um fator comum entre estes conceitos.

Conforme demonstra o Censo de 20101, mais de 45 milhões de pessoas tem algum tipo

de deficiência, com o aumento de usuários e também da diversidade destes, há também a

exigência de adaptações para a facilidade do acesso aos websites. Existem também outros

tipos de usuários, que não são considerados pessoas deficientes, mas que possuem alguma

limitação, como exemplo pessoas idosas, que segundo o Censo de 2010, houve um

crescimento, chegando a 7,4% em 2010. Pensando nisso foi pesquisado e estudado adaptações

necessárias aos diversos públicos, tais como: cartilhas, padrões de acessibilidade, etc.

2 PRINCÍPIOS PARA O CONTEÚDO WEB

A internet atende a uma diversidade de pessoas com características e necessidades

específicas, e como enfatizou Tim Berners-Lee2 "o poder da web está em sua universalidade.

Ser acessada por todos, independentemente de deficiência, é um aspecto essencial".

Os princípios da usabilidade e acessibilidade vêm sendo muito comentado atualmente,

no entanto a teoria parece ainda não ter chegado à prática, pois muitos websites não seguem

os padrões estabelecidos pelo W3C, seja por inabilidade técnica ou por simples desinteresse

comercial. Algumas empresas, porém, já perceberam o crescente mercado e os inúmeros

benefícios trazidos, pela implementação desses princípios.

1Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2011/04/populacao-idosa-no-brasil-cresce-e-

diminui-numero-de-jovens-revela-censo>. Acesso em: 10 nov. 2015. 2 Tim Berners-Lee é diretor do W3C e inventor da World Wide Web.

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3 ACESSIBILIDADE

Ao explicar o que é a acessibilidade, referimo-nos a utilizadores com deficiências.

Convém esclarecer que estas deficiências podem ser funcionais (utilizadores com deficiências

motoras, de visão, cognitivas...) ou técnicas (utilizadores que navegam na Internet usando

celulares, browsers desatualizados, etc). No total, estima-se que a população com estes

problemas de acessibilidade chegue a um quarto dos que acessam à Internet.

3.1 Os 7 mitos da acessibilidade

Segundo Lêda Spelta, “Uma característica dos mitos modernos é que, ao contrário dos

mitos gregos ou indígenas, eles não se referem à totalidade da existência humana, mas a temas

específicos, como a sensualidade, a juventude, o corpo saudável, o poder, etc. E, como sua

base inconsciente não está na razão e sim na emoção, eles são largamente utilizados na

propaganda e na política”. Com essa declaração ela revela os 7 mitos e o grande equívoco da

acessibilidade que existe, sendo os mitos:

1. Acessibilidade é só para pessoas com deficiência visual;

2. Na prática, o número de usuários beneficiados com a acessibilidade é

relativamente muito pequeno;

3. Fazer um website acessível demora e custa caro;

4. É melhor fazer uma página especial para os deficientes visuais;

5. Um website acessível a deficientes visuais não é bonito;

6. Vamos por partes: primeiro fazemos o website, depois fazemos a

acessibilidade;

7. A gente sabe o que é bom para o usuário.

E o grande equívoco, segundo a mesma:

1. Meu website é direcionado a um público específico; ele não interessa a todos

os grupos de usuários.

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4 USABILIDADE

Em linhas gerais usabilidade é o fator que assegura ao usuário facilidade de uso.

Pesquisadores da área de IHC já produziram inúmeros conceitos para o termo, mas estes

conceitos estão sempre em sintonia em um determinado ponto. Na literatura e pesquisas de

IHC são encontradas várias definições de usabilidade bem como diversas formas de alcançá-

la, seja no projeto de sistemas ou de produto.

Alguns aspectos comuns relacionados à usabilidade são condições eficazes de trabalho

e eficiência na execução da tarefa. Além disso existe a satisfação do usuário que, embora

subjetiva, pode determinar o nível de usabilidade a partir de interações agradáveis. Estes

fatores resultam na otimização das interações ou dos processos de realização de tarefas e, ao

usuário, garante a satisfação na realização da tarefa.

A ISO 9126 trata deste assunto quase da mesma forma. Ao invés de critério, utiliza o

termo característica e trata com mais especificidade da satisfação do usuário. Utiliza para isso

termos diferentes para as medições: efetividade: (uma mistura de eficácia e eficiência),

produtividade (quantidade adequada de recursos do sistema em relação à efetividade

alcançada), segurança (oferecer níveis aceitáveis de risco de danos) e satisfação.

4.1 A importância da usabilidade no desenvolvimento de projetos

A usabilidade se encaixa em qualquer tipo de projeto de interface, tendo amplitude

diferente de acordo com a criticidade do projeto, ou seja, quanto mais crítico for o sistema,

maiores serão as perdas caso ele não seja de fácil utilização e proporcione satisfação. Ela deve

ser pensada desde o planejamento do projeto, até a etapa de desenvolvimento e teste.

As empresas têm consciência da importância da usabilidade. Porém, muitas ainda a

veem como um fator que só deve ser levado em conta durante o desenvolvimento se houver

tempo e recurso, como se ela representasse um custo adicional, fora do que é essencial. Mas

as empresas têm muito mais a perder ao minimizar a usabilidade dessa forma. De acordo com

Cybis, Betiol e Faust (2007):

Dependendo da frequência com que o software é empregado, os prejuízos para as

empresas podem também ser expressivos, não só em decorrência do absenteísmo e

da rotatividade do pessoal, mas também pela baixa produtividade, competitividade e

menor retorno de investimento. Sistemas difíceis de usar implicam em erros e perda

de tempo, fatores que se multiplicam com a frequência das tarefas e o número de

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usuários. A perda de dados e informações pode implicar na perda de clientes e de

oportunidades. Acontecimentos deste tipo causam desde uma resistência ao uso do

sistema até a sua subutilização e abandono completo, com o devido consentimento

da empresa. O barato terá custado caro.

5 WAI

Quando websites, tecnologias, ferramentas da web são mal concebidos acabam criando

barreiras e excluindo pessoas de usar a Web. A Web Accessibility Initiative (WAI) tem como

missão integrar pessoas com deficiência ao acesso à Web, proporcionando igualdade de

acesso e oportunidade.

A princípio achamos que só as pessoas cegas, é que possui necessidades especiais de

acesso à web. Porém não é verdade, pois existe um cenário grande de pessoas com outras

deficiências, inclusive deficiências visuais e limitações (temporárias ou não), tais como:

motora, auditiva, cognitiva, de linguagem, distúrbios do sistema nervoso, etc.

Para todos os cenários existentes, faz-se necessário a introdução de algum tipo de

ferramenta ou tecnologia, para o desenvolvimento de websites, na qual podemos destacar:

Padrões Web;

Cartilha de Acessibilidade na Web;

Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web ou Web Content

Accessibility Guidelines (WCAG 2.0);

e-MAG - Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico;

Portal Acessibilidade Legal.

Com base nas ferramentas e tecnologias mencionadas acima, podemos então

apresentar alguns recursos, tais como:

Compreensão do conteúdo com uso de leitores de tela;

Opção de contraste de cores;

Alternância de tamanho da fonte;

Navegação por meio do teclado;

Alternativas do conteúdo (vídeos em libras3).

3 LIBRAS é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, são as línguas naturais das comunidades surdas.

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5.1 Regras e Padrões

Encontramos várias regras para a promoção da usabilidade, segundo Michael

Beckley4, é possível estabelecer algumas regras simples, mas cruciais para avaliar a

usabilidade de um website, sendo elas:

Aprenda com as reações do usuário;

Acompanhe todos os registros de cliques realizados na sua página;

Não coloque resistência à personalização;

Visitante não deve preencher registros, pesquisas ou realizar qualquer ação que

seja custosa logo de início;

Não negligencie qualquer fonte de informação;

Conquiste o usuário pelo visual;

Observe o que os usuários aprovam ou não;

Facilite a vida do usuário;

Não construa um castelo cheio de aposentos;

Todo cuidado com os links;

Seja objetivo e rápido no conteúdo do website.

No Brasil, o Decreto Federal n° 5.296/2004, em seu artigo 8°, estabelece: “I –

acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos

espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e

dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de

deficiência ou com mobilidade reduzida.”

A Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada

pela ONU em 30 de março de 2007, em Nova York, e ratificada pelo Decreto Federal n°

6.949 de 25 de agosto de 2009, estabelece em seu artigo 9 º, “A fim de possibilitar às pessoas

com deficiência viver com autonomia e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os

Estados Partes deverão tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em

igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à

informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e

comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ou propiciados ao público,

tanto na zona urbana como na rural”.

4 Michael Backley é autor do Appian Web Personalization Report (AWPR)

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A Norma Brasileira ABNT NBR 9050:2004 define em seu item 3.1: “Acessibilidade:

Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com

segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”.

5.2 O WCAG5

Existem dois padrões de acessibilidade para pessoas que possuem alguma deficiência,

a WCAG 1.0 e a WCAG 2.0 - que é derivada da WCAG 1.0 -, a fim de obter Acessibilidade a

Web. Ele é um padrão único desenvolvido pela W3C e atendendo as necessidades de

indivíduos e governos a nível internacional. Em seus documentos a WCAG explica como

possibilitar o conteúdo da Web mais acessível às pessoas com deficiência. A Web “conteúdo”

refere-se à informação de uma página ou aplicativo, tais como:

Informação natural (texto, imagens e sons);

Código ou marcação (estrutura, apresentação).

A WCAG 2.0 é uma norma técnica, que possui 12 diretrizes, sendo organizadas sob 4

(quatro) princípios (Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto) e 3 (três) níveis (A, AA

e AAA).

6 FERRAMENTAS

A Web tem como objetivo, a possibilidade para que o mundo digital seja acessível a

todos, independentemente de qual usuário a utiliza, seja ele “normal” ou “não”. Para isso,

utilizamos de ferramentas – software ou hardware -, para que todos tenham acesso à web, e

neste contexto, elas são chamadas de “Tecnologias Assistidas”.

6.1 Deficiência Auditiva

Para a criação de textos ajustados à linguagem das mídias digitais, existe uma

ferramenta chamada Hand Talk, na qual é destinada a pessoas surdas e portando ela gera a

comunicação do website com a pessoa através de gestos (libras).

Segundo a ADAP, só no Brasil são mais de 9 milhões de brasileiros com deficiência

auditiva e, portanto, um grande mercado a ser atingido. No Brasil, podemos citar alguns

5 WCAG: WEB CONTENT ACCESSIBILITY GUIDELINES.

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websites que já utilizam este tipo de tecnologia, como: SEBRAE, TIM, Museu Casa de

Portinari, Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Caixa Econômica Federal, etc.

6.2 Deficiência Visual

Existem vários distúrbios que são considerados deficiência visual, alguns corrigíveis,

outros não. Estamos habituados a ver pessoas usando óculos ou lentes de contato que

aparentemente não consideramos ser um tipo de deficiência visual. Existem distúrbios mais

complicados e, portanto, faz-se necessário o auxílio da tecnologia, neste sentido podemos

citar:

Leitor de telas, utilizados por pessoas cegas;

Aplicação na web (testa erros), utilizado por pessoa que são programadores

daltônico;

Ampliador de tela, utilizado por pessoa com baixa visão;

Dispositivo em Braille (informações exibidas na tela), utilizado por pessoas

surdas e cegas;

6.3 Deficiência Motora

Há certas coisas que as pessoas com deficiência motora, simplesmente não podem

fazer por si próprios. Mas, se estas pessoas podem usar um computador conectado ao mundo

através da internet, eles têm um elevado grau de independência. Podem ler uma notícia,

realizar investigação em áreas de interesse, comprar mantimentos, e acessar o mundo - pelo

menos potencialmente. Estas pessoas podem ser independentes, enquanto os websites que eles

querem acessar são concebidos para permitir a interatividade com deficientes. Neste caso,

podemos citar o ator americano Christopher Reeve, que teve um acidente e ficou

quadriplégico. Quando perguntado por uma revista americana6, sobre a internet ele respondeu:

Sim. [A Internet] é uma ferramenta essencial. E, literalmente, é uma salvação para

muitas pessoas com deficiência. E, enquanto eu estava na reabilitação, aprendi a

operá-lo com o sistema de voz. E tenho desfrutado com amigos e estranhos usando

esse sistema. Muitas pessoas com deficiência têm que passar longas horas sozinho. -

Os sistemas de Voz para utilizar computadores são um meio de comunicação que

6 Disponível em: <http://www.comentarium.com.br/frame-post.jsp?postID=2720681>. Acesso em: 10 nov.

2015.

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pode diminuir o sentimento e a sensação de isolamento." (CHRISTOPHER

REEVE).

As ferramentas que ele usou, são equipamentos especialmente desenvolvidos para

este tipo de deficiência, tais como:

Teclados apropriados para pessoas com paralisia cerebral, com grandes

dificuldades motoras e que utiliza somente um dedo para teclar;

Mouse adaptado, utilizado por pessoas com deficiência motora;

Ponteiro na cabeça, utilizado por pessoas tetraplégicas;

Programa de reconhecimento de voz (sistema de busca), também utilizados por

pessoas cegas e sem braços, entre outros.

6.4 Deficiência Intelectual

Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar dificuldades

para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo

e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e

realizar atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações de autocuidado. Segundo o

Instituto Inclusão Brasil7, 87% das crianças brasileiras tem algum tipo de deficiência

intelectual e, portanto, dificuldades na aprendizagem escolar. Sendo assim, algumas

ferramentas poderiam ser usadas, tais como:

Exercício pela web: Utilizado por pessoas com deficiência intelectual para

melhorar sua comunicação;

Programa que realça o texto na tela ao mesmo tempo em que é realizada uma

leitura em voz alta (aulas on-line): Utilizado por uma pessoa com dificuldade de leitura, em

virtude da combinação de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e

dislexia.

7 CONCLUSÃO

Dar Acessibilidade e Usabilidade na web é desenvolver websites, o mais universal

possível, para procurar atender a diversos públicos, com os tipos de acessos disponíveis, para

7 Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/deficiencia-intelectual-inclusao-636414.shtml,>

Acesso em: 10 nov. 2015.

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a maioria de dispositivos (laptops, celulares, etc), integrando pessoas a web e acabando com

as limitações existentes pelas diferenças físicas, motoras e intelectuais.

REFERÊNCIAS

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Desenvolvimento: Reflexões para o profissional da informação. Disponível em: <

http://www.informacaoesociedade.ufpb.br> Acessado em: 02 fev. 2007.

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SPELTA LÊDA. Acessibilidade web: 7 mitos e um equívoco. Disponível em:

http://acessodigital.net/art_acessibilidade-web-7-mitos-e-um-equivoco.html. Acesso em: 10

nov. 2015

MELO, A. M. E BARANAUSKAS, M.C.C. (2006). Design Inclusivo de Sistemas de

Informação na Web. In: Teixeira, C. A. C. et al. (Org.) Tópicos em Sistemas Interativos e

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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO.

Recomendações de Acessibilidade para a Construção e Adaptação de Conteúdos do

Governo Brasileiro na Internet: Modelo de Acessibilidade. Documento de Referência,

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NICÁCIO. J.M, Técnicas de Acessibilidade, Ed. Edufal, 2010, distribuição gratuita

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A IMERSÃO DA CLOUD COMPUTING NO AMBIENTE DE MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS

IMMERSION OF CLOUD COMPUTING IN THE ENVIRONMENT OF MICRO AND

SMALL ENTERPRISES

Jean Vitor dos Santos - [email protected]

Marco Antonio Alves Pereira - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

No mundo contemporâneo onde os micros e pequenos empreendimentos tem papel essencial

no setor econômico, a Cloud Computing é uma tecnologia que vem como uma alternativa para

auxiliar tais negócios, sendo a mesma capaz de proporcionar tanto serviços como a própria

infraestrutura tecnológica, tudo de uma maneira flexível e com custos reduzidos se

comparados ao modelo tradicional. Este artigo traz à tona uma discussão e consequentemente

uma proposta de utilização de tal tecnologia, abordando os benefícios e dificuldades

encontrados na adoção da Cloud Computing na realidade empresarial das micro e pequenas

empresas, trazendo desde o processo histórico envolvido no surgimento dessa tecnologia até

as características que a tornam interessante aos olhos do mercado empresarial.

Palavras-chave: Micro e Pequenas Empresas. Nuvem. Cloud Computing.

ABSTRACT

In the contemporary world where micro and small companies play an essential role in the

economic sector, Cloud Computing is a technology that comes as an alternative to assist such

businesses, being able to provide the same services as much as the technology infrastructure

itself, all in a flexible manner and reduced cost compared to the traditional model. This article

brings up a discussion of its benefits and downsides eventually found when adopting cloud

computing formicro and small companies, since addressing the historical process involved in

the beginning of this technology to the aspects that make it attractive to them.

Keywords: Micro and Small Enterprises. Cloud. Cloud Computing.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

SANTOS, Jean Vitor dos; PEREIRA, Marco Antonio Alves. A imersão da Cloud Computing

no ambiente de micro e pequenas empresas. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC

Taquaritinga. p. 18-29, jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

No mundo contemporâneo com o surgimento e ascensão dos dispositivos móveis,

tornou-se necessário obter acesso rápido e fácil aos diversos recursos computacionais, tanto

em relação a softwares quanto ao armazenamento e acesso de dados em qualquer localidade.A

partir desse cenário, a Cloud Computing aflorou e vêm se tornando cada vez mais utilizado

por empresas e pela população de maneira geral (MARTINS, 2010).

A menos de uma década se o assunto nuvens fosse mencionado, o mesmo seria visto e

estudado como uma tendência, sendo tratado com desconfiança, causando dúvidas da sua real

aplicação no cotidiano da sociedade e das empresas de maneira geral, sendo algo

extremamente interessante na parte teórica, porém difícil e duvidoso de ser utilizado na

prática. (MARTINS, op.cit.).

Nos dias atuais, no entanto,as nuvens já fazem parte da vida e do cotidiano de

praticamente todos, sendo utilizado desde os mais simples usuários até grandes corporações

que buscam um diferencial tecnológico para se manterem competitivas perante seus

concorrentes. (MARTINS, op.cit.).

Semelhante à ascensão da tecnologia de Cloud Computing, o setor de Micro e

Pequenas Empresas teve também um crescimento substancial em sua área de atuação,

ganhando papel indispensável perante a economia nos últimos anos (AZEVEDO, 2013).

Com essa expansão, houve a necessidade de implantar-se tecnologia para auxiliar e

tornar a gestão do empreendimento mais eficiente nas Micro e Pequenas Empresas, porém

essa carência necessitava ser suprida por meio de investimentos baixos tanto na implantação

quanto na manutenção.

Diante desse cenário, a Cloud Computingfoi um dos meios encontrados por muitas

empresas para preencher tal lacuna, pois de acordo com Olhardigital (2012), a mesma

possibilita vantagens econômicas se comparada a tradicional forma de implantação e

utilização da TI (Tecnologia da Informação) no negócio, pois seus custos são cobrados pelo

que é utilizado, sendo gastos assim, apenas com o que realmente é necessário.

Esses fatores, com destaque ao custo e a fácil acessibilidade aos recursos da nuvem,

ambos comentados anteriormente, vêm transformando como tal tecnologia é vista pelo

mundo, fazendo com que assim a mesma ganhe cada vez mais espaço, podendo realizar

mudanças tanto nos ambientes empresariais quanto nos ambientes domésticos.

Em termos gerais a Cloud Computingvem sendo utilizado para flexibilizar a

arquitetura das aplicações de TI contemporâneas, podendo ser utilizada até mesmo em planos

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de contingências, devido à sua flexibilidade de conseguir combinar os ambientes públicos

com os privados (OGURA, 2011).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A CLOUD COMPUTING E MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS

Para se atingir omáximo de entendimento e compreensão do tema desse trabalho é

necessário entender na integra sobre tudo o que está sendo abordado, com isso a seguir será

abordado o conceito da tecnologia em Nuvens, o qual ao ser absorvido se tornará a base para

as demais discussões referentes à proposta de utilização da Cloud Computing nos ambientes

empresariais de micro e pequeno porte.

2.1 Histórico da Cloud Computing

A Cloud Computing é um tema que aflorou nos círculos tecnológicos há poucos anos,

sendo o termo Cloud Computing utilizado pela primeira vez no ano de 2006, pelo CEO do

Google, Eric Schmidt, para referenciar a computação empregando os recursos da internet

(CHAVES, 2011).

O conceito deCloud Computing não é algo atual, fora originalmente idealizado pelo

Professor John McCarthy no ano de 1961, tornando-se popular apenas no final dos anos 60,

porém na metade da década seguinte, ele foi abandonado, pois se tornou claro que as

tecnologias da informação da época não estavam preparadas para sustentar um modelo como

o proposto por John, porém, com a chegada dos anos 2000, esse conceito foi revitalizado e

fora nesse momento que o tema voltou à tona e passou a emergir nos círculos tecnológicos

novamente (MARTINS, 2010).

2.1.1 Definindo Cloud Computing

Após este breve histórico, vamos estudar e entender mais sobre o que vem a ser essa

tecnologia perante a definição de alguns pesquisadores sobre o assunto.

De acordo com Gatewood (2009, p.33)

Cloud Computing é um conceito no qual definisse nuvens como sendo grandes

conjuntos de recursos virtuais de fácil acesso e utilização (por exemplo,

equipamentos, plataformas de desenvolvimento e/ou serviços), os quais podem ser

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facilmente configurados para satisfazer distintas demandas, possibilitando assim ao

provedor ajusta-los para conseguir assim dispor uma utilização otimizada.

Segundo Kim (2009, p.65)

Talvez a definição mais simples para Computação em Nuvens seja a capacidade

para acessar, via Internet, arquivos, dados, programas e serviços de terceiros, que

estão hospedados em um provedor externo e pagar apenas pelos recursos e serviços

utilizados.

Já segundo Walker (2011)

A computação em nuvem é uma solução abrangente que entrega TI como um

serviço. É uma solução de computação baseada na Internet, na qual recursos

compartilhados são fornecidos como eletricidade distribuída na rede elétrica.

Computadores na nuvem são configurados para trabalhar juntos, e os diversos

aplicativos usam o poder da computação coletiva como se estivessem sendo

executados em um único sistema.

De acordo com Amoroso (2012), o conceito de Cloud Computing de maneira clara e

objetiva nada mais é que a possibilidade de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela

internet, ou seja, não é preciso instalar aplicativos no computador do usuário, pois pode-se

acessar diferentes serviços online, já que os dados não se encontram em um computador

específico, mas sim em uma rede.

Sendo assim, uma vez conectados ao serviço online, é possível usufruir de suas

ferramentas, podendo o usuário salvar todos os projetos, os quais poderão ser acessados de

qualquer lugar, devido a isso é que se emprega o termo nuvem, pois pode-se acessar os

aplicativos e os projetos salvos de qualquer computador ou dispositivo móvel que tenha

acesso à internet.

Ainda segundo Amoroso (2012), é necessário apenas pensar que, a partir de uma

conexão com a internet, é possível acessar um servidor capaz de executar um determinado

aplicativo, o qual pode ser uma mera planilha de texto até um pesado editor de vídeos.

Dessa forma enquanto os servidores executam um programa ou acessam uma

determinada informação, o dispositivo do usuário apenas necessita de um monitor e dos

periféricos necessários para ocorrer à interação com a aplicação, sendo assim a Cloud

Computingse resume a aplicações e recursos que são utilizados por intermédio de uma

conexão com internet.

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2.2 Micro e Pequenas Empresas

Compreendido do que se trata Cloud Computing, irá ser abordado a seguir o conceito

de MPEs(Micro e Pequenas Empresas), dando ênfase nas dificuldades enfrentadas pelas

mesmas, as quais nos dias de hoje representam um importante setor econômico em âmbito

nacional e mundial.

2.2.1 Conceitos e especificações

As Micro e Pequenas Empresas tornaram-se na última década um importante setor

econômico no mundo, o qual representou no ano de 2012 cerca de 25% do PIB nacional,

sendo ainda responsável pela criação de 52% dos empregos formais e 40% da massa salarial

gerada em todo o país. Através dos dados citados anteriormente nota-se a real importância que

as MPEs têm para o Brasil, sendo considerada assim, um dos mais importantes setores da

economia nacional, representando cerca de 99% das empresas nacionais (AZEVEDO, 2013).

De acordo com o Sebrae(2014), conceitua-se como Micro e Pequenas Empresas,

aquelas que se enquadram nos critérios estipulados pelo Estatuto das Micro e Pequenas

Empresas, o qual determina valores baseados na receita bruta anual como forma de classificar

as mesmas. Os valores que são utilizados como forma de classificação sofreram reajustes no

ano de 2004, com o Decreto nº 5.028/2004. Abaixo encontrasse as especificações e os valores

atualizados por meio do decreto mencionado anteriormente:

Microempresa: Para ser considera uma Microempresa é necessário possuir

receita bruta anual inferior ou igual a R$ 433.755,14(Quatrocentos e trinta e três mil,

setecentos e cinquenta e cinco mil e quatorze centavos).

Empresa de Pequeno Porte: Já para ser considerada uma EPP é necessário

possuir receita bruta anual superior a R$ 433.755,14(Quatrocentos e trinta e três mil,

setecentos e cinquenta e cinco mil e quatorze centavos) e igual ou inferior a

R$2.133.220,00(Dois milhões, cento e trinta e três mil, e duzentos e vinte reais).

Ainda segundo Sebrae(2014), tal classificação é utilizada em vários programas de

crédito voltados a auxiliar os micro e pequenos empreendedores, porém em outros, como o

Regime Simplificado de Tributação(SIMPLES), o qual oferece facilidade burocráticas as

empresas, não segue os mesmo parâmetros da classificação anterior, estipulando valores

diferentes para classificar as MPEs:

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Microempresa: O SIMPLES considera-se como Microempresa aquelas que

possuírem receita bruta anual Inferior ou igual a R$ 240.000,00 (Duzentos e quarenta mil

reais).

Empresa de Pequeno Porte: Já para ser considerada uma Empresa de Pequeno

Porte é necessário possuir receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 (Duzentos e quarenta

mil reais) e igual ou inferior a R$2.400.000,00(Dois milhões e quatrocentos mil reais).

2.2.2 Dificuldades do setor

Independente da maneira de classificação utilizada verifica-se que as MPEs são de

suma importância para o desenvolvimento econômico em âmbito nacional e mundial, tendo

hoje um papel indispensável na vida de milhões de pessoas que de maneira direta ou indireta

dependem desse setor para viver.

Esse setor enfrenta como qualquer outro, inúmeras dificuldades, estando as mesmas

relacionadas a diversos fatores, os quais vão desde a falta de capital de investimento e

consequentemente tecnologia de apoio ao negócio até a carência no preparo de seus gestores,

culminando muitas vezes no fechamento prematuro de tais empreendimentos (AZEVEDO,

2013).

Ao decorrer dos últimos anos, inúmeras empresas do mundo da TI iniciaram um

processo de estudo e disponibilização de soluções baseadas em nuvens voltadas para

empresas, possibilitando assim que os empreendedores informatizem seus negócios com um

custo relativamente baixo se comparado à forma tradicional de se obter tecnologia de apoio ao

negócio, a qual necessitaria de investimentos altos para obtenção, implantação e posteriores

atualizações de toda a infraestrutura tecnológica (ABRAMS, 2012).

Diante dos fatos apresentados, a Cloud Computingveio com a proposta de tornar-se a

base tecnológica acessível que faltava aos empreendedores, sendo capaz de oferecer auxílio

aos mesmos, por meio de custos baixos e gestão eficiente dos negócios (DELL, 2014).

2.3 Pontos relevantes para a utilização da nuvem no meio empresarial

Atualmente a tecnologia de Cloud Computing tornou-se aos olhos de muitas empresas

um fator interessante e vantajoso, devido a proporcionar economia e flexibilidade aos

negócios, porém diante de todo esse entusiasmo, há também fatores que devem ser

ponderados antes de se adotar tal tecnologia, para que assim torne-se possível verificar se a

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implantação dessa tendência realmente é vantajosa se comparada à proposta tradicional

(OLHARDIGITAL, 2012).

De acordo com Dell (2014), estudos comprovam que a inserção de tal tendência em

ambientes empresariais de micro e pequeno porte, possibilita aos empreendedores realizem

tarefas de maneira mais eficiente utilizando menos recursos, ganhando dessa maneira

vantagens competitivas através dessa recente tendência, porém há também a desconfiança de

muitos, sendo o quesito segurança o ponto principal de desconfiança e vulnerabilidade desses

ambientes.

A seguir serão apresentadas e analisadas diversas características dessa tecnologia, as

quais foram enquadradas em pontos positivos e negativos, os quais podem ser utilizados para

análises que determinarão se tal tendência é vantajosa ou não diante a realidade dos micro e

pequenos empreendedores.

2.3.1 Pontos positivos

A Cloud Computing ao ser inserida na realidade empresarial de micro e pequeno porte

pode trazer inúmeras vantagens ao negócio, estando essas vantagens relacionadas a diversos

quesitos, tais como:

Segurança: Negócios que aderem a propostas baseadas na nuvem geralmente

têm padrões de segurança mais eficientes no ambiente controlado pelo provedor do que se

estivesse na própria empresa, tal fato ocorre devido aos provedores estarem em constante

trabalho de atualização, chegando muitas vezes a obter certificações que comprovem e

garantam tal qualidade (DELL, 2014).

Investimentos: Outro ponto relevante ao se trabalhar com a nuvem é que o

provedor tem recursos físicos e financeiros melhores para lidar com problemas do que a

empresa do cliente (DELL, 2014), pois geralmente o orçamento das MPEs é escasso, sendo o

mesmo investido no negócio foco da empresa, não permitindo assim, redirecionar o capital a

outros setores, como por exemplo, ao de TI.

Serviços Sob Demanda: Diante da atual realidade das empresas, quesitos como

escalabilidade e flexibilidade são considerados fortes diferencias frente ao modelo tradicional,

pois a partir deles, é possível em determinados períodos ampliar ou reduzir a estrutura

tecnológica de maneira instantânea, não necessitando assim, dispender grandes quantidades

de tempo e recursos como ocorria no modelo tradicional, o qual muitas vezes culminava em

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equipamentos ociosos, os quais eram utilizados apenas em épocas sazonais, fato que ao se

utilizar a nuvem, não se torna mais necessário, pois tudo é realizado perante a necessidade do

cliente.

Incidentes: Com a utilização de serviços em nuvem, o usuário não se preocupa

com eventuais incidentes que possam ocorrer à parte tecnológica de sua empresa, pois nessa

proposta essa responsabilidade é toda do provedor da nuvem, o qual tem todo um

planejamento e preparo para garantir a qualidade da infraestrutura e integridade dos dados de

seus clientes.

Custos: Quando se trata da parte financeira do negócio, outro elemento

diferencial que a estrutura em nuvem possibilita de positivo ao empreendedor, relaciona-se

aos custos de implantação e gestão dos recursos tecnológicos, pois a partir de fatores como a

elasticidade, encontram-se inúmeras vantagens na implantação dos serviços baseados em

Cloud Computing, pois apenas adquire-se o que é realmente necessário para a empresa,

pagando dessa maneira pelo uso específico contratado ou pelo tempo de utilização dos

serviços, representando assim, uma economia diante dos grandes investimentos feitos na

aquisição de equipamentos e servidores, os quais muitas vezes são superdimensionados,

tornando-se ociosos em certos momentos (OLHARDIGITAL, 2012).

Mobilidade: Diante do mundo contemporâneo, um fator que vem também a ser

um dos pontos chaves para o sucesso dessa tecnologia é a mobilidade que tal tendência

possibilita aos seus usuários, permitindo a eles acessar seus sistemas de serviços possuindo

apenas uma mera conexão com a internet. A mobilidade é um ponto interessante ao olhar dos

empreendedores quando não se encontram presentes fisicamente em seu ambiente

empresarial, pois muitas vezes os mesmos têm que tomar algum tipo de decisão e necessitam

de dados que constam em seu ambiente na nuvem.

Ambiental: Os ganhos relacionados à preservação ambiental também são

diversos, dentre eles estão à diminuição do consumo de energia elétrica, a qual ocorre devido

à redução de hardware se comparado ao modelo tradicional, o melhor aproveitamento

tecnológico disponível, além de se evitar a constate troca de equipamentos devido à

infraestrutura tecnológica estar ultrapassada, entre outros pontos positivos

(OLHARDIGITAL, 2012).

Acima foram apresentados alguns fatores que ao olhar de muitos são considerados

pontos favoráveis da tecnologia em nuvens aos negócios, possibilitando muitas vezes ganhos

em eficiência e custos, os quais perante a realidade das MPEs são conceituados como

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vantagens competitivas frente aos seus concorrentes, sendo fatores como esses, que auxiliarão

na gestão eficiente do empreendimento, resultando assim no sucesso da empresa.

2.3.2 Pontos negativos

Devido a ser uma tecnologia que aflorou recentemente nos meios tecnológicos, a

Cloud Computing enfrenta alguns pontos fracos em sua estrutura, sendo esses pontos cruciais

que determinarão a migração ou não do modelo tradicional para o modelo em nuvens.

Um quesito considerado por muitos especialistas como uma dificuldade da Cloud

Computing relaciona-se a dependência que tal tecnologia possui com a internet, sendo de

primordial importância que a conexão com a mesma ocorra de maneira rápida e estável,

devido a ser este o meio que possibilita o acesso às nuvens (AMOROSO, 2012), tal fato

relacionado ao ambiente empresarial é algo preocupante, pois caso a conexão com a internet

seja instável ou lenta, toda a empresa pode parar, causando assim atrasos e prejuízos ao

negócio do cliente.

Outro ponto preocupante relaciona-se a violação da segurança de dados, o qual é um

dos quesitos que mais causam desconfiança em relação à adoção de propostas nas nuvens,

sendo considerado por muitos como um ponto negativo dessa tecnologia, devido ao fato que

os dados contidos nas nuvens podem estar armazenados fora de seu país de origem, podendo

dessa maneira infringir regulamentações e leis locais de proteção de dados (DELL, 2014).

Ao considerar os fatos mencionados acima e diante de todo o estudo realizado, pode-

se compreender que essa tecnologia ainda necessita de inúmeros ajustes e padronizações,

tendo como foco principal a segurança, a qual atualmente é o “calcanhar de Aquiles” dessa

tecnologia.

A Cloud Computing, como é possível notar é uma tecnologia que vem agradando

“gregos e troianos”, pois traz consigo propostas que são utilizadas desde usuários domésticos

até aquelas que são utilizados por grandes corporações, auxiliando as mesmas em sua

realidade de negócios. É impossível determinar se tal tecnologia é boa ou ruim, pois é

necessário que cada empreendedor análise e entenda oque realmente necessita para sua

realidade, buscando sempre ponderar sobre as vantagens e os riscos, determinando ao final,

qual a melhor tecnologia a ser adotada, se são as propostas em nuvens ou as baseadas no

modelo tradicional.

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3 CONCLUSÃO

Por meio de todas as pesquisas e revisões bibliográficas realizadas para a elaboração

deste artigo, conclui-se que a Cloud Computing no mundo contemporâneo é uma tecnologia

que vem se disseminando em um ritmo constante e incomparável, sendo foco de atenções nos

meios tecnológicos e também em outras áreas.

Graças às suas características, essa tecnologia vem impressionando o mercado e

mostrando que o mundo da tecnologia da informação não está mais concentrado no modelo

tradicional de distribuição de softwares e infraestrutura, mas sim, está voltado agora para a

liberdade e mobilidade do modelo em nuvens, o qual além de propiciar diversos pontos

positivos aos usuários traz consigo também vantagens econômicas tanto aos ambientes de uso

doméstico, quanto aos corporativos.

Os micros e pequenos empreendimentos são nos dias de hoje um dos principais setores

da economia nacional, com isso é necessária uma atenção especial com essa classe de

empreendedores, pois os mesmos para se manter firmes em um mercado tão difícil e hostil

necessitam de tecnologias que minimizem os custos e ao mesmo tempo tragam vantagens

competitivas aos seus negócios perante seus concorrentes.

Diante das necessidades que as MPEs enfrentam e o cenário atual, a Cloud Computing

preenche essa lacuna por meio de soluções que disponibilizam toda a infraestrutura e suporte

necessários aos pequenos empreendedores, sendo o Google App for Business uma proposta

interessante diante deste contexto, pois tal solução auxilia as empresas em seus processos de

negócios de maneira simples e eficaz, incrementado a comunicação, a produtividade, a

organização e o atendimento ao cliente, tudo por meio de serviços baseados na tecnologia em

nuvens, porém cada empresa deve realizar um estudo prévio de suas reais carências, para que

assim entenda seu ambiente e escolha dentre as inúmeras propostas a melhor perante sua

realidade.

Como o foco desse estudo são as MPEs, entende-se que essa tecnologia auxilia os

micro e pequenos empreendedores a informatizarem seus negócios por meio de custos baixos

e flexíveis, possibilitando aos mesmos que transfiram processos relacionados a TI da empresa

para a nuvem, como por exemplo, um servidor, o qual pode ser automaticamente

reconfigurado diante as necessidades da empresa.

Conclui-se que a Cloud Computing é hoje uma realidade, a qual através dos estudos e

pesquisas desenvolvidos durante a realização desse trabalho mostrou-se extremamente

vantajosa e viável ao ser utilizada em ambientes empresariais de micro e pequeno porte. Por

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tanto, a Cloud Computing vem sendo um divisor de águas no mundo da TI, pois democratizou

o uso da tecnologia, possibilitando as empresas de pequeno porte se igualar tecnologicamente

as grandes corporações, porém essa tecnologia tem muito a evoluir ainda, sendo a segurança

um dos pontos a serem estudados e aperfeiçoados.

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ANÁLISE DE REQUISITOS NA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO

ACADÊMICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

ANALYSIS OF REQUIREMENTS IN THE IMPLEMENTATION OF AN ACADEMIC

MANAGEMENT SYSTEM IN AN INSTITUTION OF HIGHER EDUCATION

Vanderlei José Fontanelli - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

Maria Aparecida Bovério – [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

UNESP – Campus de Rio Claro – SP - Brasil

RESUMO

O presente artigo teve como objetivo analisar o processo de levantamento de requisitos para

implantação de um sistema de gestão acadêmica, em uma Instituição de Ensino Superior no

Estado de São Paulo. Para isso foi realizado um estudo de campo, através de entrevistas com

as responsáveis pelos setores de Coordenação, Finanças/Secretária Acadêmica e Biblioteca.

Percebeu-se que com a implantação do sistema houve uma melhora em relação as

informações, além das rotinas que foram aprimoradas. Sobre as dificuldades as entrevistadas

consideraram que o fator humano foi uma das principais barreiras, pois a adaptação ao novo

sistema teve que passar por um processo de conscientização dos funcionários para a melhoria

do desempenho das atividades na Instituição. Concluiu-se que após a implantação do sistema

o gerenciamento melhorou permitindo o fácil acesso às informações e os processos ficaram

mais rápidos de serem executados, diminuindo a burocracia e agilizando os serviços.

Palavras-chave: Análise de requisitos. Sistemas de informações. Implantação de sistema de

gestão.

ABSTRACT

This article aims to analyze the process of identifying the requirements to implement an

academic management system, in a higher education institution in the state of São Paulo.

Therefore a field study was conducted through interviews with who is responsible for

coordinatinating, the deparments involved were: Finance / Student Academic Affairs Office

and Library. The system implemented showed an improvement dealing with information, in

addition to enhancing office routines that. Regarding the difficulties the respondents

considered that the human factor was a major barrier because the staff had to adapt to the new

system and undergo a process of awareness to improve the performance of activities in the

institution. It was concluded that after implementing the system management improved which

allowed easy access to information and the processes were faster, reducing bureaucracy and

offering faster services.

Keywords: Analysis of requirements. Information systems. Management system

implementation.

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COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

FONTANELLI,Vanderlei José; BOVÉRIO, Maria Aparecida. Análise de requisitos na

implantação de um sistema de gestão acadêmica em uma instituição de ensino superior. In:

Revista Interface Tecnológica da FATEC Taquaritinga. p. 30-39, jun. de 2016. ISSN

online 2447-0864. Disponível em: <www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em:

dia mês e ano.

1 INTRODUÇÃO

Os Sistemas de Informações são considerados como importante instrumento para o

sucesso e competitividade de uma organização, porém caso o seu desenvolvimento não for

adequado aos processos organizacionais, as empresas estarão investindo e não conseguirão

obter o retorno deste investimento. Desta forma, a Engenharia de Requisitos é um importante

recurso para a implementação de sistemas, sendo essencial a interação entre desenvolvedores

e as pessoas que efetivamente estão envolvidas com o processo de trabalho da empresa

(COSTA, 2009).

O presente artigo teve como objetivo analisar o processo de levantamento de requisitos

para implantação de um sistema de gestão acadêmica, numa Instituição de Ensino Superior no

interior do Estado de São Paulo. De acordo com Nunes (2010, p.69), o constante crescimento

do número de Instituições de Ensino Superior (IES), vem criando uma necessidade de que as

instituições melhorem os serviços oferecidos e assim consiga se destacar das concorrentes.

Para poder oferecer serviços de melhor qualidade as instituições estão investindo cada

vez mais em sistemas de gerenciamento de informações para poder oferecer melhores

serviços e condições a seus clientes. Para isso a Instituição objeto de estudo desse artigo

investiu no desenvolvimento de um sistema para poder gerenciar a instituição e poder se

igualar no mercado com a concorrência, pois precisava oferecer alguns serviços a seus

clientes que com gerenciamento manual das informações não conseguia. A instituição tinha

uma grande necessidade de informatizar os processos, para poder dar agilidade e diminuir os

custos.

2 ANÁLISE DE REQUISITOS

De acordo com Costa (2009, p. 25) “O desenvolvimento e a implementação de um

software visa à melhoria do desempenho organizacional, diante dos mercados com acirrada

competição”, percebendo isso a indústria de software vem demonstrando crescente interesse

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na Engenharia de Requisitos como um excelente investimento.

A análise de requisito é a primeira e uma das mais importantes atividades no

desenvolvimento de software. A análise de requisitos pode ser entendida como a atividade

responsável por definir os serviços que o sistema deve realizar bem como a interface e as

restrições sobre sua operação e sua implementação. Segundo Sommerville (2007, p.79), “Os

Requisitos de um sistema são descrições dos serviços fornecidos pelo sistema e suas

restrições operacionais”, já para Pressman (2006, p. 116) “levam a um entendimento de qual

será o impacto do software sobre o negócio, do que o cliente quer e de como os usuários

finais vão interagir com o software”.

Os requisitos têm a função de informar de maneira clara como o sistema deve operar,

todas as suas restrições e processos, pois todo o sistema será desenvolvido baseado nos

requisitos levantados, um erro de requisitos poderá acarretar uma grande perda futura,

correndo o risco de o sistema não atender as necessidades do solicitante.

3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES)

De acordo com Nunes (2010) a gestão da informação tem se tornado objeto de grande

interesse, e esse interesse resultou do grande uso das tecnologias de informação e

comunicação que ocasionou mudanças no comportamento das pessoas e nas configurações

das organizações.

“Com o crescente número de Instituições de Ensino Superior (IES), também cresceu o

nível de concorrência e competitividade exigindo destas um constante aprimoramento para

oferecerem serviços de melhor qualidade.”(NUNES, 2010, p. 69).

Em instituições de ensino, as informações são consideradas como um recurso

estratégico, e são utilizadas para a resolução de problemas decisórios e, são identificadas, de

forma segregada daquelas informações de caráter operacional. É importante como necessário

que antes da informatização das atividades existentes na IES, seja feita uma reorganização da

instituição de ensino para sua informatização. Para isso é necessário realizar um levantamento

dos atuais sistemas em uso, ou previstos para o futuro, e relacioná-los aos processos

sistêmicos e hierarquizá-los em dois níveis: estratégico e operacional. (TACHIZAWA;

ANDRADE, 2006).

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4 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

A presente pesquisa caracterizou-se com um estudo de caso e teve caráter exploratório,

envolvendo levantamento bibliográfico e consulta com pessoas que estão ligadas diretamente

com o problema pesquisado.

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem

definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou

uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma

determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando

descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não

pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe.

(GIL, 2007, p. 54).

Para o autor este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar familiaridade com o

problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria

dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que

tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que

estimulem a compreensão. A abordagem teve classificação qualitativa, que segundo

Gerhardt e Silveira (2009, p. 31) “A pesquisa qualitativa não se preocupa com

representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo

social, de uma organização, etc”. Neste caso a compreensão dos sujeitos da pesquisa sobre as

dificuldades no levantamento de requisitos necessários para a implantação de um sistema de

gestão acadêmico. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista, que segundo as

autoras se constitui de uma interação social, em que uma das partes busca obter dados, e a

outra se apresenta como fonte de informação. Para isso como sugestão das autoras foi

elaborada uma lista dos tópicos para que o entrevistador seguisse durante a entrevista. Esse

roteiro permitiu flexibilidade em relação aos questionamentos que favoreceram uma

variedade de respostas ou até mesmo outras questões.

Os sujeitos da pesquisa foram: A Diretora da Faculdade que também é responsável

pela parte Financeira, a Coordenadora Geral de Cursos (responsável pela Coordenação e

Gestão Acadêmica) e a Bibliotecária da Instituição. As entrevistas ocorreram em dias distintos

e foram repetidas sempre que o entrevistador sentia necessidade de complementar ou entender

melhor o funcionamento dos processos da IES.

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5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

A Instituição de Ensino Superior (IES) pesquisada encontra-se na região norte do

Estado de São Paulo, está localizada a 360 km da capital, inserida na Região de Governo de

Ribeirão Preto, que congrega 24 municípios, e possui uma população de aproximadamente

50.000 habitantes. Os Meios de Comunicação da cidade são Jornais, Rádios, agências de

Correios e Telefônica. Neste contexto, a visão estratégica da IES fundamenta-se na satisfação

de seus clientes internos e externos, criando uma cultura baseada no comprometimento e na

participação, que proporcione uma parceria estruturada, confiável e em longo prazo.

A IES foi credenciada junto ao Ministério da Educação (MEC) e iniciou suas

atividades no ano de 1998, mantendo dois cursos de graduação e uma pós-graduação em

Gestão Empresarial. Foi a pioneira em ofertar ensino superior, apesar de ser de pequeno porte

possui ótimos resultados nas avaliações do Ministério da Educação (MEC), isso por que a IES

demonstrava preocupação com a qualidade de seu corpo docente, pela sua organização

didático-pedagógica e pela adequação de suas instalações.

5.1 Apresentação da pesquisa

Vazzi (2008) ao abordar a “Gestão estratégica das tecnologias de informação aplicadas

à educação” fez um levantamento com objetivo de propor estratégias e desenvolvimento de

Tecnologias da Informação voltadas à educação, demonstrando as vantagens em se investir

em Tecnologias da Informação e em atividades planejadas para uso destas tecnologias. Para

isso realizou um levantamento do uso da tecnologia na Instituição.

A Instituição não possuía um Sistema de Gestão embora já houvesse feito algumas

tentativas com a compra de alguns sistemas, porém estes não eram integrados e a manutenção

era inviável para uma Instituição do porte da mesma. O sistema de Finanças era controlado

pela Diretora e proprietária da Instituição, ela realizava o controle dos gastos, mas a emissão

de notas e controle das mesmas era feito por um escritório de contabilidade, sua principal

responsabilidade era a emissão de boletos.

A dificuldade nesta emissão erra evidente, pois era feita manualmente, além de

demorado por causa dos casos específicos de alunos com descontos, por bolsas, ou

programas, muitas vezes esse serviço tinha que ser refeito e conferido mês a mês. Em seguida

serão apresentadas as percepções das entrevistadas sobre a implantação do sistema na IES

pesquisada.

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Percepção da Coordenadora Geral de Cursos

A Coordenadora Geral de Cursos tem Mestrado e Doutorado em Educação Escolar:

Política e Gestão Educacional. Trabalha na área há quinze anos e dez meses. Antes da

implantação do Sistema o trabalho era realizado em arquivos de word e excel. Sobre como foi

feita a abordagem das principais necessidades da instituição e se a mesma teve participação

em apontar as principais necessidades que a instituição tinha em relação ao sistema, ela disse

que foram feitas várias reuniões com os desenvolvedores do sistema; eles fizeram um

diagnóstico das áreas administrativa e acadêmica e gradualmente, à medida que iam

desenvolvendo o sistema, novas reuniões aconteciam para sanar as dúvidas e aprimorar o

desenvolvimento do sistema.

Em relação aos benefícios ela considera que com a implantação do sistema,

gradualmente, as informações dos arquivos word e excel foram transformados em programas

que puderam contribuir com um sistema de informações muito mais acessível do que os

arquivos em rede. Na opinião da Coordenadora as maiores dificuldades e desafios na

implementação do Sistema de Informação foi que a faculdade, na época do início da

implantação do sistema, já tinha vários anos de funcionamento. E, portanto, muitos back-ups

dos arquivos já existentes. Ela considera que como a maioria dos sistemas que são

implantados, as dificuldades são as de mudança de hábitos dos usuários, ao deixar de usar

arquivos de back-ups e passar a usar o sistema.

Outra dificuldade foi a alimentação do sistema, pois o ideal seria que todos os dados,

inclusive os antigos, fossem migrados para o sistema. Para a Coordenadora os pontos

positivos foram o fato de o sistema ser desenvolvido na própria instituição e, por isso, atendeu

às necessidades específicas, sendo que quaisquer modificações necessárias podiam ser

solicitadas e eram facilmente atendidas, uma vez que os desenvolvedores trabalhavam como

funcionários na própria instituição.

Percepção da Bibliotecária

A segunda participante da pesquisa é formada em Biblioteconomia pela Unesp de

Marília, com Especialização em Planejamento e Gestão de organizações Educacionais pela

Unesp de Araraquara, MBA em Gestão Empresarial pela Faculdade de Monte Alto e

Mestranda em Educação pela Unesp de Rio Claro. Atua como Bibliotecária e Professora nos

cursos de Administração e Pedagogia. Seu trabalho na Instituição teve início em abril de

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1998, época em a Faculdade iniciava suas atividades.

O trabalho teve início com a preparação do acervo da Biblioteca (compra e

processamento técnico do material). Na época enquanto a Faculdade se preparava para

receber a Comissão do Ministério da Educação que faria a autorização para a abertura do

Curso de Administração. A faculdade possuía quatro sócios, um deles já possuía outras

faculdades e considerou que seria necessário que a bibliotecária realizasse toda a estruturação

da Biblioteca em uma das cidades onde ele possuía uma das Faculdades. Desta forma o

levantamento do acervo, classificação, catalogação, tombamento e cadastro no sistema foi

feito em outra cidade para aproveitar a estrutura do sistema por eles utilizado. O primeiro

sistema foi desenvolvido na própria Faculdade por um funcionário responsável pela área de

Tecnologia da Informação (TI), e era um sistema bem simples, sua interface era no sistema

DOS, com pesquisa de autor, assunto e título. O sistema disponibilizava o acervo, mas não

havia qualquer tipo de movimentação, do tipo empréstimo, reserva ou devolução. O sistema

servia para relacionar todo material que a Biblioteca tinha disponível possibilitando a consulta

de seus usuários.

Neste tempo a Faculdade passou a ser dirigida por um dos sócios, que assumiu toda a

responsabilidade em seu planejamento e gestão. Com o passar do tempo a Faculdade percebeu

a necessidade de informatizar também, o sistema da Secretaria pois tudo era feito de forma

manual o que tornava todo processo lento e oneroso. Foram contratados dois profissionais que

possuíam uma empresa que desenvolvia softwares para diversas empresas, o trabalho destes

profissionais porém não teve o desfecho esperado, pois os mesmos não tinham dedicação

exclusiva a Instituição e a mesma precisava de um sistema com urgência. Outros dois

softwares foram comprados, um com um custo alto, mas que não chegou a ser implantado

devido a sua complexidade e falta de um apoio operacional, já o outro foi comprado para a

Biblioteca e ficou funcionando até que começou a apresentar alguns problemas.

A Instituição necessitava com urgência de um sistema integrado entre os seus

departamentos. Desta forma, em março de 2010 contratou uma nova empresa que deu início

ao novo sistema, pois a Faculdade teve várias experiências com sistemas já prontos e com um

que havia sido concebido na própria Instituição, e embora os sistemas possam ser parecidos

pois vão ter campos parecidos, não conseguiam atender as necessidades.

Umas das observações feitas pela Bibliotecária é que muitas vezes as empresas

acabam desenvolvendo sistemas excelentes e que serviriam perfeitamente para a instituição,

mas na hora da negociação dos valores eles querem cobrar o preço que cobrariam para

Instituições grandes, o que não era o caso da Instituição pesquisada que na época tinha em

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torno de 300 alunos. A ideia de contratar alguém que ficasse na Instituição para desenvolver o

sistema e prestar assistência sempre que necessário era uma das vontades presentes.

Sobre como foi feita a abordagem das principais necessidades da instituição pelos

desenvolvedores do sistema e a participação da Bibliotecária neste processo foi que os

desenvolvedores do sistema iniciaram o sistema pela Biblioteca e quando deram início

fizeram várias entrevistas com a Bibliotecária, para saber quais eram os campos

imprescindíveis para a composição do sistema. A Bibliotecária consultou vários sistemas de

outras Instituições de Ensino Superior para poder contribuir com o trabalho dos

desenvolvedores, pois era importante que o sistema permitisse a catalogação e administração

de todo o acervo.

Outra questão importante é que a Biblioteca possuía uma grande quantidade de

periódicos, mas sem o cadastro no sistema os usuários tinham que realizar a pesquisa muitas

vezes olhando periódico por periódico, então o sistema deveria possibilitar o registro para

diferentes materiais. E possuir um sistema para registrar e controlar empréstimos, devoluções,

reservas, relatórios e consultas. A Biblioteca não possuía um sistema de empréstimo com

emissão de comprovante o que muitas vezes ocasionou a não devolução de materiais, pois não

havia como comprovar que o material realmente havia sido emprestado ou devolvido pelo

usuário.

A implantação do novo sistema foi tranquila, pois a comunicação entre

desenvolvedores e equipe era feita quando surgiam problemas e dúvidas, o que é comum pois

a adaptação ao novo, envolve mudanças e estas devem ser assimiladas e realizadas sempre

que necessário. Em relação a quais benefícios o Sistema de Informação trouxe para a IES, em

especial na percepção da Bibliotecária, foi a interface com outros departamentos. O banco de

dados alunos, funcionários e docentes era compartilhado e interligado o que prevenia a

restrição de usuários que possuíssem pendências. Outro benefício percebido é que as rotinas

foram aprimoradas, o sistema permitia maior agilidade no cadastro de exemplares, e na

emissão de etiquetas que eram feitas anteriormente de forma manual.

A Bibliotecária considera que sem dúvida a maior dificuldade e desafio na

implementação do Sistema de Informação residem no treinamento adequado das pessoas que

irão alimentar o sistema, é preciso um trabalho de conscientização para que executem com a

maior responsabilidade e percebam a importância deste trabalho. É importante também que

todos os envolvidos saibam escutar, desenvolvedores, equipe da IES, pois a comunicação é

fundamental para que o trabalho seja feito de forma eficiente. A informatização sem dúvida

garante a qualidade e a agilidade dos serviços.

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Percepção da Diretora

A terceira pesquisada é graduada em Licenciatura plena em Educação Física com

especialização Lato Sensu em Planejamento e Gestão de Organizações Educacionais. Atua

como Diretora de Ensino Superior há 16 anos.

Antes da Implantação do sistema todos os dados utilizados pela empresa eram gerados

manualmente através de planilhas no Excel e documentos no Word, a parte financeira era toda

feita manualmente inclusive a emissão dos boletos bancários.

No início ela ressaltou que teve um pouco de receio com relação ao desenvolvimento

de um sistema para a instituição, devido as tentativas anteriores que acabaram não dando

certo, porém visualizando as necessidades da instituição para melhorar o atendimento e

organização foram contratados 2 funcionários para o desenvolvimento do sistema.

Inicialmente foi feito todo um levantamento do que a empresa necessitava, como tudo

era manual foi decidido desenvolver um sistema que englobasse todos os setores da empresa:

acadêmico, biblioteca e financeiro.

Sendo assim, foi feito um levantamento das necessidades de cada setor, no caso dela

especificamente a parte financeira, em que foi feito um levantamento de como era feito o

trabalho e também de como gostaria que funcionasse, participando ativamente do

levantamento de informações.

Com implantação do sistema ela acrescentou que logo percebeu-se as vantagens, pela

facilidade em conseguir informações dos alunos com integração com a secretaria a automação

da emissão dos boletos, com o sistema financeiro integrado com a secretaria houve redução de

custos pois o financeiro sempre está com informações atualizadas da situação dos alunos,

apresentado uma melhora significativa no atendimento dos alunos e também uma redução dos

erros que eram causados por informações incompletas ou até erradas.

Porém, segundo a Diretora também aconteceram dificuldades no início, como, por

exemplo, a integração dos dados manuais com o sistema, a resistência dos funcionários mais

antigos que tinham receio na utilização do sistema.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fazer um bom levantamento de requisitos foi essencial para o sucesso do projeto,

mostrando assim que o levantamento de requisitos é uma das atividades mais importante para

um sistema funcional e eficiente.

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Durante o processo de levantamento de requisitos teve-se muito trabalho,

principalmente pela instituição executar todos seus processos manualmente e durante o

processo de análise de requisitos os usuários, segundo as entrevistadas, tinham uma grande

dificuldade em transmitir suas necessidades devido ao grande número de atividades que eram

realizadas e a existência de uma dependência entre as atividades.

Devido a esse grande número de atividades e de tudo ser manual alguns requisitos não

foram passados o que durante o projeto acabou gerando alguns atrasos e retrabalhos.

A implantação do sistema ainda teve alguma resistência de alguns funcionários em

relação ao sistema, e o medo que as mudanças trariam na Instituição.

Diante da análise das entrevistas percebeu-se que após a implantação do sistema o

gerenciamento melhorou muito, permitindo o fácil acesso às informações, os processos

ficaram mais rápidos e fáceis de serem executados, diminuindo a burocracia e agilizando os

serviços e teve uma redução de custos com a integração de todas as áreas da instituição.

REFERÊNCIAS

COSTA, E. C. da. A importância da engenharia de requisitos no desenvolvimento de

sistemas de informação. 2009. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-

Faculdade de Administração e Negócios de Monte Alto, Monte Alto, 2009.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da

UFRGS, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

NUNES, M. G. Gestão da Informação numa IES: estudo de caso aplicado à avaliação para

autorização e reconhecimento de cursos de graduação. Revista Economia & Gestão, v. 10, n.

22, jan./abr. 2010. Disponível em:

file:///C:/Users/Biblioteca/Downloads/Nunes_Vasconcelos_Baeta_Dufloth_2010_Gestao-da-

Informacao-numa-IES-_2981.pdf. Acesso em: 26 jan. 2015.

PRESSMAN, R. Engenharia de software. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.

SOMMERVILLE, I. Engenharia de software. Nova Jersey: Addison-Wesley, 2007.

TACHIZAWA, T.; ANDRADE, R. O. B. Gestão de instituições de ensino. 4 ed. rev. e ampl.

Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

VAZZI, M. R. G. de. Gestão estratégica das tecnologias de informação aplicadas à

educação. 2008. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (MBA – Gestão Estratégica de

Empresas) IEMA/UNICEP, Monte Alto, 2008.

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A RECICLAGEM EM APARELHOS ELETRÔNICOS COMO FATOR DA GESTÃO

ESTRATÉGICA NAS EMPRESAS

RECYCLING ELECTRONIC DEVICES AS A STRATEGIC MANAGEMENT IN THE

COMPANIES

Guilherme Henrique Valentim - [email protected]

Guilherme Augusto Malagolli - [email protected]

José Eduardo Freire - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

O descarte inadequado de lixo eletrônico agride o meio ambiente de maneira profunda. Em

uma época em que o consumo e o descarte de equipamentos eletrônicos são crescentes, este

problema passa a ser fundamental sob a ótica da gestão ambiental e da gestão da produção.

Este artigo tem como objetivo mostrar que as empresas podem conseguir alguma vantagem

competitiva na medida em que auxiliem os consumidores a promover o descarte adequado dos

equipamentos eletrônicos. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que ofereça não

somente uma base de constatação do problema, mas as alternativas para o descarte do lixo

eletrônico. Foi realizada também uma análise de casos empresariais na tentativa de

compreender como o descarte dos produtos eletrônicos é feito atualmente em algumas

empresas produtoras de equipamentos eletrônicos e suas estratégias para mitigar este

problema.

Palavras-Chave: Lixo eletrônico. Descarte. Meio ambiente. Vantagem competitiva.

ABSTRACT

Improper disposal of electronical waste harms the environment in a profound manner. In a

time when the consumption and disposal of electronics are increasing, this problem becomes

crucial from the perspective of environmental management and production management. This

article aims to show that companies can achieve a competitive advantage as they help their

consumers with proper electronics’ disposal. For this, a bibliographic research was done that

treated not only this issue but offered alternatives in electronics’ disposal. It was also done, a

business case analysis in an attempt to understand how the electronic devices’ disposal is

currently executed and companies strategies to mitigate this issue.

.

Keywords: Electronic waste. Disposal. Environment. Competitive Advantage .

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

VALENTIM, Guilherme Henrique; MALAGOLLI, Guilherme Augusto. FREIRE, José

Eduardo. A reciclagem em aparelhos eletrônicos como fator da gestão estratégica nas

empresas. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC Taquaritinga. p. 40-52, jun. de

2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em: <www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>.

Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

Com o acelerado avanço tecnológico, tem se tornado cada vez mais recorrente a

obsolescência de equipamentos eletrônicos (computadores pessoais, celulares, mp3, tablets,

entre outros). Muitas vezes quando troca-se de celular, computadores ou simplesmente

quando uma câmera digital não funciona mais, até mesmo aquele mp3 se torna inútil, não se

pensa em qual será o destino dele, apenas descarta, normalmente sem a preocupação do

destino dos mesmos. E o problema se torna maior quando esse equipamento é descartado no

meio ambiente.

De acordo com Braga et al (2005), Albuquerque (2009) e Nardi (2013), o aumento do

consumo e da população, atrelados a gestões não sustentáveis de produção, contribuiu com o

aumento da geração de resíduos urbanos e industriais, impactando de forma negativa o

ambiente e as condições de vida.

Em contrapartida, de acordo com Jacobi e Besen (2011), um dos maiores desafios com

que se defronta a sociedade moderna é o equacionamento da geração excessiva e da

disposição final ambientalmente segura dos resíduos sólidos.

A área de informática não era vista tradicionalmente como uma indústria poluidora.

Porém, o avanço tecnológico acelerado encurtou o ciclo de vida dos equipamentos de

eletrônicos, gerando assim um resíduo eletrônico que na maioria das vezes não está tendo um

destino adequado.

A preocupação ambiental em relação aos resíduos oriundos do avanço tecnológico

vem crescendo muito nos últimos anos devido a liberação de substancias tóxica que podem

poluir regiões inteiras. Ao serem jogados no lixo comum, as substâncias químicas presentes

nos componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio,

penetram no solo e nos lençóis freáticos contaminando plantas e animais por meio da água,

podendo provocar a contaminação da população através da ingestão desses produtos.

A questão do tratamento de resíduos vem sendo discutida cada vez mais com o passar

do tempo. Críticas sobre a maneira como a sociedade vem gerenciando seus resíduos (ou

deixando de gerenciar) estão levando alguns setores da sociedade a se preocuparem com o

destino dos resíduos e dos rejeitos.

Uma gestão inadequada pode causar danos irreparáveis, como a degradação do solo,

contribuição para a poluição, proliferação de vetores, imagem da empresa perante o mercado

de atuação, perda de confiabilidade dos consumidores e dificuldade de permanência no

mercado (JACOBI e BESEN, 2011).

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Neste contexto, este artigo tem por objetivo principal mostrar que as empresas

fabricantes de equipamentos eletrônicos podem obter vantagens competitivas ao auxiliar os

consumidores a promoverem o descarte adequado do resíduo eletrônico, contribuindo assim,

com uma gestão ambientalmente correta.

Assim, a pesquisa se inicia com uma revisão da literatura em que se busca a

contribuição teórica de autores que abordam o tema. Logo em seguida é apresentado um

estudo de caso, os resultados e discussões e, por fim, as considerações finais.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Considera-se lixo tecnológico ou eletrônico, ou e-lixo, todo aquele gerado a partir de

aparelhos eletrodomésticos ou eletroeletrônicos e seus componentes, incluindo os

acumuladores de energia (baterias e pilhas) e produtos magnetizados, de uso doméstico,

industrial, comercial e de serviços, que estejam em desuso e sujeitos à disposição final

(MACIEL, 2011).

Teixeira (2013) cita que, o lixo eletrônico pode ser qualquer material fruto de descarte

de equipamentos eletrônicos, como celulares, pilhas, baterias, produtos eletrônicos e seus

componentes. Para a elaboração deste artigo esta afirmação é a mais apropriada.

Pereira (2013) afirma que, além dos computadores, câmeras e celulares que poluem o

ambiente, os aparelhos de rádios, tv's, aparelhos de som, aparelhos elétricos, lâmpadas

eletrônicas, também contém inúmeros elementos altamente poluentes. Computadores,

celulares e outros equipamentos externamente não se tem noção da diversidade de materiais

que ele contém, inclusive vários materiais nobres (ouro, platina, etc.) e que acabam indo parar

no lixo, podendo contaminar a água do subsolo, o próprio solo e a atmosfera, caso sejam

queimados.

Resíduos eletroeletrônicos possuem grandes quantidades de metais pesados, que

destinados de forma incorreta podem acarretar diversos e graves problemas ambientais, além

de causar danos à saúde da população. Computadores se tornam obsoletos, segundo lógica

comercial a cada dois anos. Máquinas são trocadas, equipamentos de impressão e conexão,

cabos, infraestrutura de rede, entre outros materiais, são descartados (SILVA & OLIVEIRA,

2007, p.6).

O descarte errado desses aparelhos pode poluir os lençóis freáticos, pois muitos deles

contêm elementos químicos altamente poluentes. Quando observa os equipamentos

eletrônicos externamente não têm a noção da diversidade de materiais que ele contém,

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inclusive vários materiais nobres (ouro, platina, etc.) e que acabam indo parar no lixo,

podendo contaminar a água do subsolo, o próprio solo e a atmosfera, caso sejam queimados.

Como exemplo, a figura 1 mostra alguns dos componentes que se encontra dentro de

um computador:

Tabela1. Materiais usados na fabricação de um computador.

MATERIAL (%)

Metal Ferroso 32%

Plástico 23%

Metais não ferrosos (chumbo, cádmio,

berílio, mercúrio)

18%

Vidro 15%

Placas eletrônicas (ouro, platina, prata e

paládio)

12%

Fonte: Pereira (2013)

Segundo Avila (2008), aproximadamente 94% dos materiais contidos nos aparelhos

eletrônicos podem ser reciclados, mas menos de 1% do lixo eletrônico gerado pela população

mundial é encaminhado para a reciclagem; Do percentual reciclado 75% é realizado pelas

grandes empresas que fabricam os produtos.

Guarnieri (2011), afirma que em 2020 os restos de telefones celulares devem ser sete

vezes maiores do que os restos que a China tinha em 2007 e 18 vezes maior do que a Índia

possuía no mesmo período. A China produz 2,3 milhões de toneladas deste material, ficando

atrás apenas dos EUA com cerca de 3 milhões de toneladas.

De acordo com Oliveira (2012), em 2013 o Brasil chegou a possuir cerca de 1 milhão

de toneladas de lixo eletrônico espalhadas pelo país sem destino correto. Para Bocchi et al.

(2000), alguns equipamentos podem ser mais impactantes para o meio ambiente, como pilhas

e baterias que possuem componentes radioativos e tóxicos em suas composições como

mercúrio, chumbo e cádmio e podem representar sérios riscos à natureza. Gonçalves (2007)

em seus estudos relata que os problemas causados por alguns componentes do e-lixo:

Chumbo: O chumbo pode causar danos ao sistema nervoso central e periférico,

sistema sanguíneo e nos rins dos seres humanos. Efeitos no sistema endócrino também têm

sido observados e seu sério efeito negativo no desenvolvimento do cérebro das crianças tem

sido muito bem documentado. O chumbo se acumula no meio ambiente e tem efeitos tóxicos

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agudos e crônicos nas plantas, animais e microrganismos.

Cádmio: Os compostos a partir do cádmio são altamente tóxicos, com riscos

considerados irreversíveis para a saúde humana. O cádmio e seus compostos acumulam-se no

organismo humano, particularmente nos rins. É absorvido através da respiração, mas também

pode ser absorvido através de alimentos, causando sintomas de envenenamento. Apresenta um

perigo potencial para o meio ambiente devido a sua aguda e crônica toxicidade e seus efeitos

cumulativos. Em equipamentos elétricos e eletrônicos, o cádmio aparece em certos

componentes tais como em resistores, detectores de infravermelho e semicondutores. Versões

mais antigas dos tubos de raios catódicos também contém cádmio. Além disso, o cádmio é

usado como estabilizador para plásticos.

Mercúrio: Quando o mercúrio se espalha na água, transforma-se em metil-mercúrio,

um tipo de mercúrio nocivo para a saúde do feto e bebês, podendo causar danos crônicos ao

cérebro. O mercúrio está presente no ar e, no contato com o mar, como já foi mencionado,

transforma-se em metil-mercúrio e vai para as partes mais profundas. Essa substância

acumula-se em seres vivos e se concentra através da cadeia alimentar, particularmente via

peixes e mariscos. É estimado de que 22% do consumo mundial de mercúrio são usados em

equipamentos elétricos e eletrônicos. (GONÇALVES, 2007).

Plásticos: Baseado no cálculo de que mais de 315 milhões de computadores estão

obsoletos e que os produtos plásticos perfazem 6.2 kg por computador, em média, haverá

mais do que 1.814 milhões de toneladas de plásticos descartados. Uma análise encomendada

pela Microelectronics and Computer Technology Corporation (MCC) estimou que o total de

restos de plásticos está subindo para mais de 580 mil toneladas, por ano.

Outro fato a ser considerado, é em relação ao perigo do lixo eletrônico descartado em

aterros sanitários, pois por mais seguros e modernos que sejam os aterros sanitários correm o

risco de vazamento, de produtos químicos e metais que poderão se infiltrar no solo. Esta

situação é muito pior nos velhos e menos controlados em aterros sanitários, que acabam

sendo a maioria em todo país. (GONÇALVES, 2007).

Os principais problemas que podem ser causados pelo lixo eletrônico nos aterros

sanitários são: após a destruição de equipamentos eletrônicos, como por exemplo, interruptor

de circuito eletrônico, poderá ocorrer o vazamento do mercúrio, que irá se infiltrar no solo e

causar danos ambientais e a população. O mesmo pode ocorrer com o cádmio que além de se

infiltrar no solo pode contaminar os depósitos fluviais. Outro problema é devido à quantidade

significativa de íons de chumbo que são dissolvidos do chumbo contido em vidro, tal como o

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vidro cônico dos tubos de raios catódicos, quando misturados com águas ácidas o que ocorre

comumente nos aterros sanitários.

Não é apenas a infiltração do mercúrio que causa problemas ao meio ambiente, a

vaporização do mercúrio metálico e o mercúrio dimetileno, é também fonte de preocupação.

Além disso, fogos não controlados podem ocorrer nos aterros sanitários e quando expostos ao

fogo, metais e outras substâncias químicas podem ser liberados, causando danos à população.

De acordo com Salamoni et al.,(2009) apud Carvalho e Orsine (2011) e Albuquerque

(2009), os resíduos sólidos quando não administrado de forma profissional passam a ser uma

ameaça aos recursos naturais e consequentemente podem trazer sérios problemas para a

organização.

Deve-se preocupar com os detritos elétricos e eletrônicos, pois estes estão entre as

categorias de lixo de mais alto crescimento no mundo, e em breve, deve atingir a marca dos

40 milhões de toneladas anuais, o suficiente para encher uma fileira de caminhões de lixo que

se estenderia por metade do planeta.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

O procedimento metodológico desta pesquisa foi a descritiva, com base em livros,

artigos, publicações e sites sobre os assuntos abordados. Logo em seguida foi feito um

levantamento da prática de algumas empresas fabricantes de equipamentos eletrônicos através

de informações divulgadas pelas próprias empresas. Porém esta pesquisa também se configura

como analítica, pois envolve o estudo e avaliação de informações disponíveis na tentativa de

explicar o contexto de um fenômeno. Isto é percebido na medida em que se compreende a

prática atual das empresas e propõem algumas condutas para que a empresa se destaque neste

contexto de análise.

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Atualmente existem várias ferramentas e métodos para o correto descarte do lixo

eletrônico, bem como para a sua reciclagem e reuso. Também existem empresas e projetos

que fazem coleta e tratamento para esses equipamentos.

Kobal, Santos, Soares & Lázaro (2013) afirmam que os impactos ambientais gerados

pelos resíduos eletroeletrônicos vêm despertando a sociedade, empresários e ambientalistas de

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tal forma que tais resíduos entraram na pauta da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Lei 12.305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos traz em sua concepção a

responsabilidade compartilhada e a logística reversa, que cabe também ao setor produtivo de

eletroeletrônico. A lei em seu paragrafo III; diz que: “a coleta seletiva, os sistemas de logística

reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada

pelo ciclo de vida dos produtos”. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece

princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e gerenciamento dos resíduos

sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos consumidores, bem como

os instrumentos econômicos aplicáveis. Ela consagra um longo processo de amadurecimento

de conceitos: princípios como o da prevenção e precaução, do poluidor pagador, da eco

eficiência, da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, do

reconhecimento do resíduo como bem econômico e de valor social, do direito à informação e

ao controle social, entre outros.

Vale destacar que os objetivos da PNRS são: proteção da saúde pública e da qualidade

ambiental; não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos,

bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; estímulo à adoção de

padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; desenvolvimento e adoção de

tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; redução do volume e da

periculosidade dos resíduos perigosos; incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista

fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;

gestão integrada de resíduos sólidos; articulação entre as diferentes esferas do poder público e

destas com o setor empresarial com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão

integrada de resíduos sólidos; capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.

(YOSHIMURA, 2012)

Como a quantidade de produtos eletrônicos descartados pela sociedade vem

aumentando a cada ano, o fluxo reverso de produtos que podem ser reaproveitados ou

retrabalhados para se transformar em matéria-prima novamente gera um potencial de novos

negócios.

A seguir, serão apresentados quatro casos em que a empresa busca uma vantagem

competitiva ao proporcionar ao consumidor um descarte adequado de equipamentos

eletrônicos. Foram selecionados casos de indústrias e de varejos, em áreas diferentes, para

comprovar que esta prática não é restrita às empresas de informática.

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4.1 IBM (International Business Machines)

A empresa recebe em média 1000 unidades de equipamentos ao ano (incluindo

desktops, monitores e portáteis). A IBM possui uma política de reciclagem e são certificados

pela ISO 14001. Existem outras opções de venda dos produtos como o trade-in, no qual o

cliente compra uma máquina nova e a usada é recebida para ser recondicionada ou quebrada

dentro do processo e as máquinas que não têm mais mercado são destruídas. Nesta etapa,os

componentes são separados e vendidos para fornecedores ambientalmente qualificados, que

garantem a reciclagem. Outros materiais são separados e tratados, como baterias, monitores

de vídeo, etc. As placas de circuito impresso são recicladas e retiradas os metais preciosos.

A prática do recondicionamento colabora para aumentar o volume de vendas baseada

em uma redução de custo de fabricação. Esta é uma forma de atrair o consumidor que

perceberia a vantagem se aproximar de uma empresa que resolveria sua necessidade de

descarte de eletrônico e, ao mesmo tempo, venderia um novo aparelho a um preço mais baixo.

4.2 HP (Hewlett-Packard):

A HP possui programas de reciclagem e tem como meta mundial reciclar e reutilizar

450.000 toneladas de produtos eletrônicos e materiais por ano. Em média, os notebooks

produzidos pela empresa são até 90% recicláveis ou recuperáveis em peso e os produtos

foram desenvolvidos para simples desmontagem a fim de facilitar o processo de separação de

materiais, bem como reaproveitamento e envio destes para a reciclagem.

A política de sustentabilidade da empresa aborda a fase de concepção do produto, a

seleção de materiais (inovadores, menos nocivos, reciclados e recicláveis, e em menor

quantidade), a redução do uso de energia e água necessárias para sua produção, uma logística

sustentável, embalagens econômicas, além de coleta e destinação adequadas tanto para os

resíduos oriundos da produção quanto para os equipamentos descartados por clientes.

Os equipamentos a serem reciclados passam por um processo rígido de desmontagem,

separação de suas partes segundo o tipo (plástico, metal, borracha) e trituração. Depois de

triturados, os resíduos são transformados em matéria prima e reinseridos na cadeia produtiva

de outros novos produtos.

A HP apresenta desde 2002 um programa de reciclagem de baterias. As baterias

utilizadas nos produtos são fabricadas com lítio/íon, um material não tóxico e isento de

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controle pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis). As baterias de servidores e UPS, compostas por chumbo-ácido, são enviadas

diretamente para parceiro HP, que providencia a separação e reutilização deste material em

outras baterias.

4.3 ITAUTEC

A empresa brasileira Itautec apresenta uma política de coleta e reciclagem de

computadores obsoletos, promovendo uma alternativa de descarte responsável. Os

equipamentos são recebidos, desmontados, descaracterizados, pesados e após segregação das

partes por tipo de material, cada um é encaminhado a recicladores homologados e específicos

para o processamento e destinação final. Ao reciclar, essas matérias primas são reinseridas na

cadeia para a produção de novos produtos.

No ano de 2007, foi construído na fábrica da Itautec um centro de reciclagem de 715

m², no qual foram investidos R$ 350 mil. Segundo dados da Itautec (2008) no centro de

reciclagem da unidade fabril em Jundiaí (SP), a Itautec separou, prensou e acondicionou

diversos materiais recicláveis, 100% de todos os resíduos gerados no local , posteriormente

encaminhados para terceiros que possuem licença ambiental para a atividade de

processamento e reciclagem.

Desde 2011 a Itautec conta com um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) que reúne as

políticas, programas e práticas corporativas dedicadas à responsabilidade socioambiental. Isto

destaca para o consumidor o uso racional dos recursos materiais, energéticos e hídricos, além

de realizarmos a separação dos resíduos, promovendo a reciclagem, entre outras ações. Neste

mesmo ano, a Itautec reciclou 125 mil aparelhos eletrônicos, de acordo com dados da própria

empresa, fortalecendo a imagem de empresa socialmente responsável.

4.4 Positivo

A Positivo Informática é a maior fabricante de computadores do Brasil e líder no

segmento de tecnologia educacional devido ao programa de venda de computadores a preços

subsidiários ao governo Federal para uso em escolas públicas. A política ambiental e a gestão

de resíduos da Positivo Informática teve início no ano 2000 tendo como objetivos a redução

da geração de resíduos e na prevenção da poluição. Entre as medidas adotadas para atingir o

objetivo proposto destacam-se: o uso de novos materiais na fabricação de computadores, o

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aproveitamento, o consumo de fontes alternativas de água e a reciclagem de materiais

aproveitáveis.

A empresa criou em 2008 uma fábrica de placas mãe livre de chumbo e a adoção de

embalagens de papel reciclado. Além disso, a empresa, em parceria com a Universidade

Positivo, realiza a Análise do Ciclo de Vida de um produto, o que inclui as etapas de extração

e o processamento de matérias-primas, fabricação, embalagem, transporte, distribuição, uso,

reciclagem ou reutilização até a disposição final. As empresas (de tratamento, gerenciamento

da coleta e transporte até a sua destinação final), para as quais são encaminhados os resíduos,

são continuamente avaliadas e auditadas. A empresa recebe as máquinas obsoletas por meio

da rede de assistências técnicas e tem como proposta colaborar para o aumento do número de

computadores com destinação final adequada além de incentivar as doações de equipamentos

com bom estado de conservação.

A legislação ambiental caminha no sentido de tornar as empresas cada vez mais

responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, o que significa que o fabricante é

responsável pelo destino de seus produtos após a entrega aos clientes e pelo impacto

ambiental provocado pelos resíduos gerados em todo o processo produtivo, e, também após

seu consumo. Outro aspecto importante nesse sentido é o aumento da consciência ecológica

dos consumidores capazes de gerar uma pressão para que as empresas reduzam os impactos

negativos de sua atividade no meio ambiente (CAMARGO; SOUZA, 2005).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A percepção dos consumidores quanto da necessidade de descarte adequado do lixo

eletrônico permitiu o surgimento de uma nova oportunidade de vantagem competitiva. É

necessário um esforço da sociedade no sentido de preservar a vida e o meio ambiente as

empresas estão compreendendo que elas podem assumir um protagonismo neste sentido para

obter vantagens como a captação de novos clientes, aumento de vendas e redução de custos.

As empresas aqui citadas, embora tenham apresentado seus programas de reciclagem,

no setor produtivo, são resultados positivos que sinalizam a uma preocupação da indústria e

do varejo com seus produtos, e sua contribuição com a sustentabilidade ambiental..

As empresas aqui citadas, embora tenham apresentado seus programas de reciclagem,

no setor produtivo, são resultados positivos que sinalizam a uma preocupação da indústria e

varejo com seus produtos, e sua contribuição com a sustentabilidade ambiental.

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A atenção das organizações com as questões ambientais é tema recorrente nos âmbitos

acadêmico, empresarial e social, destacando-se a necessidade de mitigar os riscos inerentes

aos impactos ambientais, em função da utilização dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).

Nesse contexto, a adoção dos SGA tornam-se ferramentas de fundamental importância

para manter a competitividade da empresa, bem como atender as exigências legais quanto à

questão ambiental.

Conclui-se que diante dos danos ambientais levantadas e da preocupação com o

descarte do lixo eletrônico, é importante que haja uma conscientização dos consumidores e

responsabilidade das empresas quanto ao ciclo de vida dos produtos e, além disso, uma maior

fiscalização por parte dos órgãos governamentais para que seja cumprida a Política Nacional

de Resíduos Sólidos, visto que seus impactos ambientais são de grande extensão.

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MARKETING DIGITAL: SITES X REDES SOCIAIS NO BRASIL

DIGITAL MARKETING: SITES X SOCIAL NETWORKS IN BRAZIL

Carolina Fernanda Gomes - [email protected]

Helena Macedo Reis - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

Marketing Digital são atividades que promovem a comunicação de uma empresa, que pode

ser utilizada através da internet, telefonia celular, entre outros dispositivos e meios digitais,

para a comercialização de seus produtos e divulgação de serviços, para assim conquistar

novos clientes, dando a possibilidade de uma interação mais acessível e também abrir um

ambiente de comunicação com o seu público. A partir deste tema, o objetivo é destacar as

principais ferramentas utilizadas no Marketing Digital, apresentar suas vantagens e

desvantagens, e explorar seus retornos. Por fim, fazer uma indicação de qual é a mais

apropriada para cada tipo de Empresa. Como base dos estudos, foram realizadas pesquisas

bibliográficas em livros e artigos acadêmicos voltados para o assunto de Marketing Digital.

Os resultados claramente apontaram boas indicações e grandes vantagens, para um

investimento no Marketing Digital, migrando-se dos outdoors, panfletos, comercias de rádios

e TV para uma ferramenta online.

Palavras-chave: Marketing Digital. Internet. Celular. Comunicação. Empresa.

ABSTRACT

Digital marketing are activities that promote the communication of a company, which can be

used via the internet, mobile phones, among other devices and digital media for the marketing

of its products and distribution services, so as to win new customers, giving the possibility a

more accessible interaction and also open a communication environment with your audience.

From this theme, the goal is to highlight the main tools used in Digital Marketing, present

their advantages and disadvantages, and explore their returns, finally, make a statement of

what is most appropriate for each type of company.As the basis of the studies were carried out

bibliographic research in academic books and articles focused on the Digital Marketing

subject.The results clearly showed good leads and great advantages for an investment in

Digital Marketing, migrating up the billboards, pamphlets, commercial radio and TV to an

online tool.

Keywords: Digital Marketing. Internet. Cellphone. Communication. Company.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

GOMES, Carolina Fernanda; REIS, Helena Macedo. Marketing digital: sites x redes sociais

no Brasil. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC Taquaritinga. p. 53-62, jun. de

2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em: <www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>.

Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

O Marketing Digital, que também pode ser chamado eMarketing, derivou-se do

Marketing “tradicional”, que são ações estratégicas, econômicas e sociais adaptadas ao meio

eletrônico, que tem a finalidade de expor e divulgar trabalhos e produtos de Empresas, de uma

forma simples, rápida e que proporcione liberdade ao usuário para navegar, através de

ferramentas digitais.

Segundo um dos autores do Marketing de Conteúdo (PEÇANHA, 2014), o Marketing

Digital está crescendo vertiginosamente e veio para ficar, pois mais de 90% dos processos de

compra tem início em uma busca online.

Sendo assim, podem-se encontrar várias vantagens em utilizá-lo: A Interatividade, que

o marketing na internet disponibiliza na comunicação direta com o público, aprofundando o

relacionamento Empresa/Cliente. O Alcance Global que ao contrário de Outdoors, Flyers e

todo tipo de material inserido no “mundo real” para ações de marketing, a divulgação virtual

não tem limites de alcance, na internet não existem distâncias a serem percorridas. Também

poder medir quantidade de acessos, cliques e visitas, é extremamente importante para

enxergar o retorno deste trabalho em tempo real, podendo ser mensurado e assim auxiliar na

criação de novas propagandas e anúncios digitais.

Por outro lado, existem algumas desvantagens, como a demora para a estratégia ser

concebida, que cabe para a ferramentas de Rede Social, que muitas vezes tem o formato de

Fan Page, onde os usuários devem “seguir” ou “curtir” a página, atividade que pode consumir

bastante tempo de dedicação do profissional de marketing que estará administrando o

trabalho, pois depende da atuação do cliente nesta fase (DINO, 2015).

Ainda, ao colocar em uma balança, pode-se constatar que a quantidade de vantagens

sobressai as desvantagens, fazendo do Marketing Digital uma ótima opção para Empresas que

desejam aumentar seus clientes e consecutivamente ter um lucro maior.

Para tal, são apresentados na Seção 2, os Principais tipos de Ferramentas do Marketing

Digital. Na Seção 3 é descrito porque uma Empresa deve utilizá-lo. Na Seção 4, são

apresentadas algumas Ferramentas para o Marketing Digital. Na seção 5 são apresentadas

dicas de Como escolher a melhor Ferramenta. Na Seção 6 uma breve comparação entre Sites

e Redes Sociais e na seção 8 as conclusões.

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2 PRINCIPAIS TIPOS DE FERRAMENTAS PARA O MARKETING DIGITAL

Existem circulando no mercado, diversas ferramentas para o uso do Marketing Digital

nas empresas de uma forma geral. Dentre elas, há o famoso e-mail marketing, que para

algumas pessoas tem certa utilidade, entretanto, para outras pode ser uma terrível experiência

com caixa de entrada cheia de anúncios e propagandas que não são interessantes, chegam até

ser desagradáveis e repetitivas. Todavia, ferramentas que trazem maior eficiência em retorno

às empresas são os Sites e a FanPages em Redes Sociais (VALLE, 2016).

Redes Sociais

As Redes Sociais são estruturas sociais, compostas por pessoas e organizações, que

estão conectadas por afinidade ou alguma razão em comum. São ferramentas em que os

usuários podem efetuar um login através de uma conta, em qualquer dispositivo que tenha

acesso à internet.

Podemos utilizá-las no Marketing Digital, que vem crescendo e tomando o seu lugar

nas mídias sociais. Entretanto, vale lembrar que a proposta central desses aplicativos, é ser um

ambiente totalmente amigável e familiar, que envolva a atenção de quem está conectado por

horas e horas, sem ao menos perceber o passar do tempo, graças à comodidade e conforto que

podem proporcionar, encontrando “tudo o que precisa” em um só lugar (TAIT, 2014).

Sites

Sites ou Sítios (em português) são locais na Internet, constituídos por uma ou mais

páginas de hipertexto, identificados por um nome de domínio. Podem conter textos, gráficos e

informações multimídia. Podem ser acessados também por um dispositivo com acesso à

internet, através de um endereço que o direcionará ao que foi digitado.

Desde os mais tradicionais e sofisticados, aos mais simples ou flats, naWeb podemos

encontrar incontáveis sites, com uma quantidade imensa em opções de conteúdos e

diversidade de assuntos.

Basicamente, podemos observar, que a Empresa tem total controle no design que vai

ser apresentado ao cliente (SILVA, 2009).

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3 POR QUE UMA EMPRESA DEVE FAZER MARKETING DIGITAL?

Em tempos mais recentes, o Marketing Digital está sendo cada vez mais utilizado por

empreendedores. Acompanhando a internet, traz como objetivo principal aumentar a

lucratividade e a popularidade da empresa.

Todavia, quando nos referimos a Web, logo sabemos que existe um amplo território a

ser explorado e também aproveitado por quem deseja utilizá-la como base de divulgação.

(SIQUEIRA, 2015)

Entre muitas opções, a internet é o terceiro Meio de Comunicação mais utilizado no

Brasil, de acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia (PBM 2015), a internet só perde para a

Televisão e o Rádio, mas isso não significa que os brasileiros não exerçam outras atividades

enquanto estes aparelhos estejam ligados, como por exemplo, estar conectado em um

smartphone, tablet ou qualquer outro dispositivo móvel que esteja ligado à rede.

A vantagem em fazer Marketing Digital, é obviamente pelo grande número de pessoas

que podem ser alcançadas, se trabalhado de maneira correta tanto em sites, como em redes

sociais. No Brasil, o número de smartphones que estão sendo usados já passam dos 76,1

milhões desde o terceiro trimestre de 2015 (NIELSEN, 2015). Esses dados facilitam a

percepção de que há uma grande possibilidade de se ter um serviço eficaz.

Por outro lado, aparece a desvantagem de um custo benefício um pouco alto, que

talvez pese no orçamento de empresas que estejam iniciando no mercado. Há uma grande

necessidade de contratação de um profissional que fique responsável por esse serviço de

divulgação virtual. Como na maioria dos casos, toda novidade requer dedicação e em algumas

vezes até insistência, para que um público seja atingido e os resultados possam começar a

surgir. Mas, tudo isso leva um certo tempo, que podem variar de uma situação para outra.

(DINO, 2015)

4 FERRAMENTAS MAIS UTILIZADAS PARA O MARKETING DIGITAL (REDES

SOCIAIS)

A seguir, serão listadas as Ferramentas das Redes Sociais mais utilizadas, classificadas

de acordo com a sua popularidade:

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Facebook8

Atingindo cerca de 64,82% dos acessos em todo o país, atualmente o Facebooké a

rede social mais utilizada no Brasil. (DRUBSCKY, 2015) Com um design simples e direto, o

usuário cria uma conta, descrevendo seu perfil e adiciona amigos, a fim de compartilhar

conteúdos que sejam interessantes.

Também, conta com a opção Criar Grupos ou Páginas, que seriam as famosas

FanPages, que podem se tornar um perfil corporativo.

YouTube9

Possui cerca de 26,04% dos acessos nacionais, (DRUBSCKY, 2015) o Youtube é

considerado uma rede social, por ter perfis (canais), que dão a possibilidade ao usuário de se

inscrever em outros canais e assim receber suas postagens em forma de notificação. Conta

apenas com carregamento vídeos, que podem ser elaborados, por exemplo, vídeos comerciais

para a Empresa.

Twitter10

Atingindo 1,36% dos acessos nacionais, (DRUBSCKY, 2015) o Twitter é muito

utilizado através dos aparelhos móveis, foi criado com o objetivo de fazer postagens curtas e

diretas.

8https://www.facebook.com/

9https://www.youtube.com/

10https://twitter.com/

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Conta com uma aparência mais “maleável”, dando opções de cores e fundos para a sua

conta, o usuário tem a possibilidade de seguir outros perfis na rede social.

Os posts são limitados a 140 caracteres, que podem ser acompanhados por fotos, links

ou vídeos.

Instagram11

Atinge cerca de 0,54% dos acessos diários no Brasil, (DRUBSCKY, 2015) o

Instagram tem o número de usuários crescendo cada vez mais, por contar com grandes

personalidades conectadas ao aplicativo.

Na rede social, os usuários estão limitados a postar apenas imagens e vídeos, com as

opções de curtir, comentar e direcionar a um amigo.

Google +12

Atinge aproximadamente 0,7% dos acessos do Brasil. (DRUBSCKY, 2015) O Google

+ é uma ferramenta que foi desenvolvida para que todos os serviços do Google fossem

integrados em um só lugar.

É possível fazer relações com grupos de amigos, através de Círculos e interagir com os

contatos que também estejam conectados.

11

https://www.instagram.com/ 12

https://plus.google.com/

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LinkedIn13

Atingindo cerca de 0,3% dos acessos no Brasil, (DRUBSCKY, 2015) o LinkedIn é

considerado uma rede social profissional, que está crescendo em visibilidade e importância.

O objetivo central, é que os usuários criem contas onde compartilhem suas

experiências profissionais e acadêmicas e o foco não é a diversão e o entretenimento, que faz

com que o site seja visto de uma maneira mais formal.

Pode-se afirmar, que o Facebook é a Rede Social mais acessada do país, comparada as

demais mídias. Sendo assim, pode ser a que mais dê retornos à empresa, pois conta com o

maior público.

5 COMO ESCOLHER A MELHOR FERRAMENTA?

São inúmeros os fatores que influenciam na hora de escolher a melhor e mais

apropriada ferramenta para ser feito uma divulgação virtual. A empresa deve ter um

profissional de Marketing, que possa analisar toda a sua estrutura e assim encontrar o que

mais se encaixa ao seu perfil.

Segundo Vitor Peçanha (2015), os seguintes tópicos são os que mais devem ser

priorizados para uma boa escolha:

5.1 Tipos da Empresa e Objetivo

O tipo da Empresa se resume no que ela faz, basicamente, é o que a Empresa tem para

oferecer ao cliente, se são produtos ou serviços, tendo como objetivo alcançar determinadas

metas que podem estar ligadas as Empresas Semelhantes (concorrentes), que são ameaças

para a sua popularidade.

13https://www.linkedin.com/

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5.2 Público

O público-alvo é para quem a Empresa está se dirigindo. Se são mulheres ou homens,

jovens ou idosos, crianças ou adultos, tendo esse fator definido, facilita na escolha entre o Site

ou a Rede Social, se baseando em uma pesquisa de quem mais pode acessar determinadas

ferramentas.

5.3 Orçamento

O público-alvo é para quem a Empresa está se dirigindo, e isso engloba outros

diversos subfatores, como a cultura da região, os costumes e acessibilidade à internet.

Identificar o gênero: Se são mulheres ou homens, faixa etária: jovens ou idosos, crianças ou

adultos, tendo esse fator definido, facilita na escolha entre o Site ou a Rede Social, se

baseando em uma pesquisa de quem mais pode acessar determinadas ferramentas.

6 COMPARANDO AS FERRAMENTAS (SITES X REDES SOCIAIS)

Atualmente, as Mídias ou Redes Sociais, tem um impacto muito grande, e já é

considera indispensável no Marketing Digital. Contudo, não descarta a implementação de um

site para a Empresa (MORAES, 2013).

Para Empresas de pequeno porte, a melhor indicação é começar por uma Fan Page na

Rede Social, que pode ser o Facebook por ter o maior número de acessos e liderar as demais

mídias. Começando com conteúdos que façam uma apresentação do que a Empresa oferece

(PELEPENKO, 2015).

Entretanto, de acordo com o tamanho da Empresa, já deve se pensar em unir as duas

ferramentas. Por algumas vezes as Redes sociais limitam o tamanho das postagens e dão a

possibilidade de publicações mais curtas, é aí que entra o Website, que estará “linkado” ao

post, para que o usuário clique e seja redirecionado a Página Oficial (site da Empresa), onde

terá uma informação mais completa.

Por fim, podemos afirmar que ambas as Ferramentas podem caminhar juntas, para um

Marketing Digital mais eficiente, Sites que tenham botões que levem o usuário à Rede Social

e vice-versa (ALBERT, 2015).

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7 CONCLUSÃO

Todas as Empresas devem considerar o Marketing Digital como uma boa opção para a

divulgação virtual, levando em consideração todas as vantagens e desvantagens que apresenta,

para que se obtenha um serviço eficiente.

O Marketing Digital pode aumentar a lucratividade da Empresa, estabelecer

relacionamentos com o cliente e de uma forma pública mostrar aos demais toda essa interação

através das Redes Sociais. Todavia, não é uma atividade extremamente simples e requer

dedicação e tempo do profissional de Marketing para a uma boa criação de conteúdo,

publicações que prendam a atenção do usuário e também estratégias de promoções, descontos

ou sorteios.

Uma boa dica é sempre responder aos comentários de perguntas, elogios e até mesmo

críticas que possam surgir durante o processo. Com transparência e visando o melhor para o

cliente é certo de que o sucesso será garantido.

Por fim, quando pensamos em investimentos na Empresa, devemos sempre estar

atentos, calcular os gastos e analisar os lucros. Uma maneira simples de mensurar esses

valores é utilizar o ROI (retorno sobre o investimento), que é a relação simples entre a

quantidade de dinheiro ganho ou perdido como resultado de um investimento. Apresenta o

quanto a Empresa ganhou diante do quanto gastou. Outras métricas também podem ser

utilizadas, como o número de curtidas e seguidores em sua página, claramente já provam se o

retorno está sendo favorável ou não à popularidade da Empresa.

REFERÊNCIAS

DINO, Raphael. Vantagens e Desvantagens da utilização de Redes Sociais por Empresas.

Tudo sobre Marketing. abril, 2015. Disponível em: <http://tudosobremarketing.com.br/5-

vantagens-e-desvantagens-da-utilizacao-das-redes-sociais-por-empresas/>. Acesso em: 07

mar. 2016.

DRUBSCKY, Luiza. Quais são as redes sociais mais usadas no Brasil. Marketing de

Conteúdo. Junho, 2015. Disponível em: <http://marketingdeconteudo.com/redes-sociais-

mais-usadas-no-brasil/>. Acesso em: 05 mar. 2016.

KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 Conceitos que Todo Profissional Precisa Saber.

Editora: Campus Elsevier

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62

MORAES, Alex. Marketing nas Mídias Sociais. Marketing Digital. Setembro, 2013.

Disponível em: <http://www.marketingdigital.com.br/estrategias-marketing-

digital/x8w/marketing-nas-midias-sociais>. Acesso em: 11 mar. 2016.

NIELSEN, Ibope. 68 Milhões usam a internet pelo smartphone no Brasil. Nielsen. Junho,

2015. Disponível em: <http://www.nielsen.com/br/pt/press-room/2015/68-milhoes-usam-a-

internet-pelo-smartphone-no-Brasil.html>. Acesso em 08 mar. 2016.

PBM 2015, Pesquisa Brasileira de Mídia - SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2015.Disponível em:

<http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e-qualitativas-

de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-2015.pdf>. Acesso em: 02 mar. 2016.

PEÇANHA, Vitor - Marketing Digital: O que é isso, afinal? Marketing de Conteúdo.

Dezembro, 2014. Disponível em: <http://marketingdeconteudo.com/marketing-digital/>.

Acesso em: 01 mar. 2016.

PELEPENKO, Marco - Marketing Digital pode aumentar suas vendas. W8 Digital. Outubro,

2015. Disponível em: <https://www.agenciaw8digital.com.br/marketing-digital-aumenta-

suas-vendas/>. Acesso em: 10 mar. 2016.

PORTO, Camila: Facebook Marketing - Tudo Que Você Precisa Saber Para Gerar Negócios

na Maior Rede Social do Mundo. Editora: Novatec

SILVA, Paulo Henrique - O que é um site: Web Artigos. Março, 2009. Disponível em:

<http://www.webartigos.com/artigos/o-que-e-um-site/15908/>. Acesso em 07 mar. 2016.

SIQUEIRA, André - 20 Dicas matadoras de Marketing Digital. Slide Share. Julho, 2015.

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/resultadosdigitais/20-dicas-matadoras-de-marketing-

digital-andr-siqueira-no-rd-on-the-road>. Acesso em: 10 mar. 2016.

TAITI, Tania - As redes sociais digitais: necessidade ou vício? Gazeta do Povo. Abril, 2014.

Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-redes-sociais-digitais-

necessidade-ou-vicio-8jnamnfke5oj65eam8x5a3d5a>. Acesso em: 01 mar. 2016.

TAKAHASHI, Fernando - Marketing Digital a serviço da aquisição de clientes. Mundo do

Marketing. Março, 2016. Disponível em:

<https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/fernando-takashi/35724/marketing-digital-a-

servico-da-aquisicao-de-clientes.html>. Acesso em: 02 mar. 2016.

VALLE, ALBERTO - Marketing Digital para pequenas Empresas - Alberto Valle. Maio,

2014. Disponível em: <http://www.albertovalle.com.br/marketing-digital-para-pequenas-

empresas/>. Acesso em: 03 mar. 2016.

VALLE, ALBERTO - Marketing nas Redes Sociais - Academia do Marketing. Junho, 2015.

Disponível em: <http://www.academiadomarketing.com.br/marketing-nas-redes-sociais/>.

Acesso em: 10 mar. 2016.

VAZ, Conrado Adolpho: Os 8Ps do Marketing Digital -O Seu Guia Estratégico de

Marketing Digital. Editora: Novatec

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SEGURANÇA EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: UMA ABORDAGEM SOBRE

COMPRAS ONLINE

SAFETY INFORMATION SYSTEMS: AN APPROACH TO ONLINE SHOPPING

Ana Paula Moraes - [email protected]

Douglas Francisco Ribeiro - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

O presente artigo tem como o objetivo principal abordar sobre a segurança em sistemas de

informação em relação às compras online. Segundo o site Alternetiva.NET: “Com a crescente

demanda das compras via internet o e-commerce tornou-se muito popular e conhecido. Com

cada vez mais inovações aparecendo para esse segmento, fazer sua compra pela internet ficou

cada vez mais simples, fácil, segura e divertida”. Faz-se necessária, então, uma maior

abordagem de todo o processo de compras, de forma a assegurar que pessoas mal-

intencionadas não consigam invadir e utilizar as informações pessoais.

Palavras-chave: Segurança. Informação. Compras online.

ABSTRACT

The current article has as main goal to approach topics about security of information systems

related to online shopping. According to the Alternative.NET site: “Due to the growing

demand of online shopping, the e-commerce became known and very popular. With more and

more innovations coming to this segment, your online purchase became simpler, easier, more

secure and funnier”. It is necessary to make a comprehensive approach of the entire

purchasing process, to ensure that ill-intentioned people can not invade and utilize personal

information.

Keywords: Security. Information. Online shopping.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

MORAES, Ana Paula; RIBEIRO, Douglas Francisco. Segurança em sistemas de informação:

uma abordagem sobre compras online. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC

Taquaritinga. p. 63-72, jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

Efetuar compras online é um habito que tem sido cada vez mais comum,

principalmente para as pessoas que não tem tempo para ir até as lojas físicas. Basta alguns

cliques em seu computador, no trabalho, a qualquer hora, para que o consumidor recebe seus

produtos em casa.

O comercio eletrônico possui algumas vantagens em relação ao comercio

convencional, tais como: mais opções de escolha, possibilitando a redução de tempo, custo de

busca para clientes e fornecedores, melhor eficiência no atendimento ao cliente, com

facilidade no pagamento, facilidade na comparação de preços, e sempre oferecendo mais

opções de compras.

Segundo o site techtudo.com.br em sua publicação do dia 26/03/2013 diz que “No

total, 61% dos participantes acreditam que as compras pela Internet são mais conscientes que

em lojas físicas. “O resultado desta questão reforça que o consumidor gosta de tempo para

analisar o produto, avaliar se realmente precisa dele, de modo a formar uma decisão de

compra consciente. “A compra online proporciona isso”, analisa o diretor do Kuantokusta,

Flávio Pagotto.

Apesar de encontrar produtos baratos e com mais comodidade na hora de efetuar uma

compra online, é necessário que os consumidores prestem bem atenção em todos os sites de

compras, muitos deles podem não ser confiáveis e acabam colocando o consumidor em risco

podendo perder todo o dinheiro e correndo o risco de não receber o produto.

O desafio que as lojas estão enfrentando no Comércio Eletrônico é a preocupação dos

consumidores em relação à segurança. Utilizar tecnologia de segurança torna-se cada vez

mais importante, visando o aumento da confiabilidade.

2 SEGURANÇADA INFORMAÇÃO NAS COMPRAS ONLINE

A segurança da informação é um tema pertinente para que possa ser protegido contra

todas as ameaças, minimizar qualquer tipo de risco e proteger tudo aquilo que é de valor.

Segundo Dias (2000, p.16), “Segurança é proteger as informações, sistemas, recursos e

serviços contra erros, manipulação não autorizada e desastres visando à redução do impacto e

diminuir a probabilidade de incidentes de segurança”.

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Para os consumidores online, fica difícil saber em qual site é possível confiar para

colocar seus dados pessoais e dados bancários, mas para os consumidores que já estão

acostumados a efetuar compras via internet o risco de roubo de informações e fraudes também

é grande.

Nada em segurança é totalmente seguro, mas assim como uma loja física precisa se

preocupar com toda segurança com seus clientes, buscando sempre maneiras de assegurar as

informações. No mundo virtual deve acontecer o mesmo, as lojas online sempre deverão

manter um ambiente online seguro para as compras.

Quando estiver efetuando compras online é fundamental fazê-las em sites seguros e de

confiança, procurando sempre o certificado de segurança do site que será representado por um

“cadeado”.

Cuidado ao inserir cartões de créditos na hora de finalizar a compra, observe sempre

se a tela que pede as informações confidenciais, como as de pagamento, está com o cadeado

ativado e se o endereço do site inicia com o HTTPS:// onde o “s” significa segurança.

Segundo o livro Guias de Segurança Online (2013, p.27), “Em qualquer atividade

online, cuidado ao usar computadores ou redes de WI-FIpúblicas, pois não é difícil para

outros usuários terem acesso ao que você está vendo ou comprando. Tenha a máxima cautela

para não colocar suas informações salvando senhas em computadores que não são de sua

propriedade.

Utilizar senhas fortes para um cadastro de compras online é essencial, para que as

senhas sejam seguras o correto é:

Criar senhas com letras, números, longas;

Trocar a senha sempre a cada dois meses;

Não crie senhas fáceis como datas comemorativas, número de documentos.

Tenha senhas sempre diferentes.

Segundo o livro Cartilhas de Segurança para Internet (2012, p.51), “É por meio da

suas contas e senhas que os sistemas conseguem saber quem você é e definir as ações que

você pode realizar”.

Sempre que finalizar uma compra online não deixe de efetuar o logoff, clicar sempre

em sair, logout ou desconectar, e ao finalizar a compra sair para que outras pessoas não

consigam ter acesso aos seus dados.

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3 CERTIFICADO DIGITAL

Certificado Digital é um documento eletrônico gerado por uma autoridade

certificadora confiável que contém informações sobre entidade (pessoa, empresa, site,

computador entre outros), com esse tipo de documento você adquiriu segurança e

conveniência em toda transação eletrônica, traz todas as facilidades de segurança para

transações via internet. Com o certificado digital é possível atribuir: autenticidade, segurança,

e validade jurídica.

Segundo o livro Benefícios e Aplicações da Certificação Digital (2012, p.5),

“Certificação Digital é a tecnologia que adota mecanismos de segurança, através de

algoritmos matemáticos, capazes de garantir autenticidade, confidencialidade, integridade e

não-repúdio às informações eletrônicas”.

Assinatura Digital nada mais é que a representação de um documento digital que passa

a ser remetido para um terceiro com o uso da criptografia, que garante que esse documento

não vai ser adulterado.

Certificado digital é mais utilizado em sites, blogs, lojas virtuais, sistemas de e-

commerce, servidores web e e-mails, que tem por objetivo proteger as informações trafegadas

da internet entre o servidor e o navegador web do cliente, que são através dos protocolos

SSL14

e TLS15

que todos os dados são criptografados impedindo a falsificação de

informações.

Todas as pessoas que acessam determinados sites que estejam com certificação digital

se sentem com mais segurança, pois todas as informações são sigilosas e garante que o site

não é falso, para sites de e-commerce é fundamental que tenha a certificação digital.

Os certificados digitais no Brasil são gerenciados pelo ICP Brasil (e-CPF,e-CNPJ, NF-

e) ela é a autoridade que assegura a identidade digital das pessoas físicas e jurídicas, que

garante a assinatura digital de documentos eletrônicos.

Os certificados digitaise-CPF e e-CNPJ são as identificações das pessoas físicas e

jurídicas em sites, como,na receita federal que podem ser assinados digitalmente documento

com validação jurídica e o certificado NF-e que foi desenvolvido para garantir arquivos de

notas ficais, isso prova que uma determinada empresa que fez o envio da nota fiscal.

Os certificados digitais sãoarmazenados em um servidor, computador ou dispositivo

criptográfico (Token).

14

SSL: Sigla que significa: Secure Socket Layer. 15

TLS: Sigla que significa: TransportLayer Security.

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Token é um dispositivo físico que é distribuído por alguns bancos para garantir a

segurança dos clientes quando é acessada a conta via internet, pelo caixa eletrônico ou

telefone, écriada senhas de transações bancaria através da internet como a internet banking

que está evoluindo a cada dia mais, com o uso do token diminui as chances de uma pessoa

mal-intencionada querer invadir sua conta via internet.

4 PCI16

PCI é uma norma criada pelas operadoras de cartões de créditos como Visa e

Mastercard, cujo objetivo é proteger a privacidade dos cartões de créditos e evitar fraudes.

PCI-DSS(PaymentCardIndustry – Data Security Standard)contribui para a proteção de

dados dos clientes, a implementação de controles do PCI-DSS pode contribuir para que seus

clientes possam usar seus cartões de créditos com confiança e segurança.

No Brasila venda via internet está evoluído muito, mas há muitas pessoas que se

sentem inseguras ao efetuar uma compra online pelo cartão de crédito, por isso as empresas

terão que estar sempre preparadas para proteger todas as informações pessoais do cliente

como o número do cartão de credito por exemplo.

Existem requisitos de PCI-DSS para obter mais segurança como:

Construir e manter uma rede segura.

Proteger as informações dos portadores de cartões.

Manter um programa de gerenciamento de vulnerabilidade.

Implementar medidas de controle de acesso.

Monitorar e testar as redes regularmente.

Manter uma política de segurança da informação.

Criptografia para proteção de dados do cartão.

5 SISTEMAS DE PAGAMENTOS

Os sistemas de pagamento online transformam telefones celulares em ferramentas

seguras para compras, e é capaz de autorizar pagamento por uma rede de celular, utiliza

diversas tecnologias para realizar transações como:

16

PCI: sigla quesignifica:PaymentCardIndustry.

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NFC17

são pagamentos de aproximação de celular, é chamado de pagamentos

contacless, por não precisar ter contato com a máquina de registro.

Segundo o site techtudo.com.br publicado dia 31/01/2012diz que “A NFC é uma

tecnologia que permite a troca de informações entre dispositivos sem a necessidade de cabos

ou fios (wireless), sendo necessária apenas uma aproximação física. A novidade teve origem

no padrão RFID18

, mas se distanciou deste ao limitar o campo de atuação de frequências para

uma distância de até 10 centímetros, objetivando tornar-se mais segura.

O Banco do Brasil começou a adotar os sistemas de pagamentos via smartphone, agora

no Brasil essa tecnologia já chegou permitindo o pagamento de lojas físicas pela aproximação

do celular em parceria com a Cielo que será usado um aplicativo Ourocard-e disponível

apenas para Android.

Segundo o site tecmundo.com.br publicado dia 30/03/2015 diz que “Por meio de

cartões virtuais atrelados ao cartão físico, os usuários poderão usar o aplicativo Ourocard-e –

disponível apenas para Android – para fazer compras e pagar contas. O correntista pode ainda

criar quantos cartões virtuais desejar, todos vinculados a um cartão de plástico, mas sem a

cobrança de anuidade. ”

As vantagens do NFC é a rapidez que são feitas as transações online e também não se

corre o risco da clonagem, assim, quando é feita a transação é emitido uma chave de

segurança no sistema eliminando a possibilidade da detecção do número do cartão de crédito.

Google Wallet também é um sistema de pagamento móvel via internet é armazenado

as informações do cliente e a utilização do número de cartões de credito direto na conta da

Google,em parceria com a MasterCard assim realizando pagamentos de compras online e

permitindo enviar dinheiro via e-mail para qualquer conta.

O primeiro dispositivo a usar o Google Wallet foi o Nexus S de uma operadora

chamada Sprint, que requer um chip NFC para poder fazer pagamentos via internet somente

com a aproximação de um smartphone. O chip NFC é completamente seguro pois é

desativado quando a tela do celular estiver apagada assim não correndo o risco de hackers

querer invadir sua conta via internet.

O Google Wallet tem muita segurança, pois se a pessoa digitar a senha muitas vezes e

der erro o aplicativo trava para a sua própria segurança e isso faz com que entre em contato

com a Google.

17

NFC: sigla que significa: Near Field Communication. 18

RFID:sigla que significa: Radio FrequencyIDentification.

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69

Segundo o site tecmundo.com.br publicou no dia 16/05/2013,diz que “De acordo com

a página de descrição da nova ferramenta, todas as informações financeiras dos usuários vão

estar, além de criptografadas, protegidas pelos “servidores de segurança” da Google.

Ademais, se qualquer transação não autorizada for, de alguma forma, feita, um serviço de

proteção promete cobrir em 100% o valor “perdido”.

A outros sistemas de pagamentos como a Apple Payque é um sistema de pagamento

para IPhones, mas com disponibilidades por enquanto somente nos Estados Unidos

desenvolvido pela Apple Inc.

O objetivo de usar a Apple Pay é a substituição da carteira por cartões de créditos sem

fio para que o usuário tenha mais facilidade na hora de efetuar compras, quando realizar a

compra basta aproximar o IPhones do terminal NFC e escolher a opção de pagamento, é

essencial que tenha autenticação via Touch ID para poder finalizar a compra.

Touch ID é um sensor biométrico desenvolvido pela Apple Inc,queao invés da

digitação desenhas, bastacolocar o dedo no botão home para ter a confirmação de sua

identidade.

O código do cartão de credito para a segurança do usuário é armazenado de forma

criptográfica em um chip para a proteção de todas as informações em caso de perda ou roubo

para que pessoas mal-intencionadas não tenham acesso a suas informações.

Segundo o site tecnoblog.net publicado dia 09/10/2014 diz que “Em caso de perda ou

roubo do iPhone, o usuário não precisará se preocupar com esta questão, portanto. De igual

forma, a pessoa poderá anular transações indevidas via FindMy iPhone sem ter que cancelar o

cartão”.

O objetivo de sistemas de pagamentos móveis é a utilização do celular ao invés de

cartão de créditos ou débitos isso faz com que tenha mais segurança em relação as compras

online via móbile.

6 CRIPTOGRAFIA

Criptografar todos os dados é muito importante, pois a criptografia transforma texto ou

dados em cifras que não pode ser visualizado por ninguém, a não ser a pessoa que deveria

realmente receber esses dados.

Existem dois tipos de criptografia, simétrica e assimétrica, ou também pode ser

chamada de criptografia pública e privada.

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Segundo Jerônimo C.Pellegrini, (2015, p.141)“A criptografia de chave privada

permite proteger dados contra acesso não autorizado (um arquivo encriptado só será lido por

quem conheça a chavepara desencripta-lo)”.

Segundo Paulo J. Almeida,(2012, p.18) “A Criptografia simétrica é a arte e ciência de

enviar mensagens secretas. O emissor usa uma chave para cifrar a mensagem, esta é enviada

até o receptor que usa outra chave para a decifrar”.

Existem dois tipos de protocolos criptográficos:

SSL19

: é um protocolo de segurança que é criptografado entre um servidor web e um

navegador para garantir que todos os dados sigilosos estejam seguros, quando optar por

utilizar o protocolo SSL no seu servidor web você terá que responder algumas questões sobre

seu site com, por exemplo, a URL e de sua empresa como, por exemplo, a razão social e o

endereço, então o servidor criara duas chaves criptográficas que são: chaves privadas e

públicase então o servidor vai associar o certificado emitido pela chave privada e ira

estabelecer um link criptografado entre a web site e o navegador.

TLS20

:é um protocolo criptografado para que todas as informações estejam com

segurança entre servidores e usuários, funciona em provedores de e-mails como o Gmail, por

exemplo, que estará protegido desde o envio até o recebimento de mensagens. O objetivo do

TLS é segurança da criptografia, eficiência relativa que tende a utilizar operações de

criptografia utilizando um processo intensivo com as operações de chaves públicas, deve ser

usada para estabelecer uma conexão segura.

HTTPS21

é um protocolo de transferência de hipertexto seguro que inseri uma camada

de proteção na transmissão dos dados entre o computador e o servidor, também é uma camada

de segurança que utiliza os protocolos SSL e TLS, em sites que contem HTTPS são sites que

contem seguranças criptografadas.

Para identificar se um determinado site está usando uma criptografia, é só identificar a

barra de endereços onde vai ser possível identificar o HTTPS, muitos sites usam o protocolo

HTTPS como, por exemplo: Facebook, Twitter, Google+, Google entre outros, HTTPS é

baseado nas autoridades de certificação.

HTTP 2.0 é a segunda versão do protocolo de rede HTTP que é a troca ou transparecia

de hipertexto, no HTTP 2.0 as requisições e respostas são paralelas e com velocidade ao

carregar as páginas nos navegadores e vem com um desempenho melhor para os serviços da

19

SSL: Sigla que significa: Secure Socket Layer. 20

TLS: Sigla que significa: TransportLayer Security. 21

HTTPS: Sigla que significa: HyperTextTransferProtocolSecure.

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internet e com isso será baseado no protocolo SPDY que é um protocolo compatível ao HTTP

que foi lançado pelo Google que funciona somente nos navegadores Chrome, Opera, Firefox e

na plataforma AmazonSilk.

SPDY é um protocolo de rede que foi desenvolvido pela empresa de tecnologia

Google e o órgão regulamentador do HTTP, implementou a versão 2.0 do HTTP que foi

baseado nesse protocolo.

7 CONCLUSÃO

Hoje vivemos na era da informação onde o comercio eletrônico é o que mais cresce

mundialmente, fazer compras via internet está sendo uma forma rápida, facilitando o dia-a-dia

das pessoas em qualquer parte do mundo.

Os consumidores que utilizam sites para realizar suas compras além da comodidade,

têm também na maioria das vezes, preços mais acessíveis, produtos mais variados e

diferenciados dos que se tem em lojas físicas. O grande crescimento das compras online

mudou o habito dos consumidores que estão deixando de lado as lojas físicas e optando pelas

lojas virtuais, por motivo de realizar compras via internet sem sair de casa.

Quando falamos sobre compras online a vários fatores a serem abordados como a

segurança da informação, com o crescimento das compras online,também aumentou as

ameaças virtuais, fazendo com que os consumidores estejam atentos às vulnerabilidades, por

isso,sempre será necessário a verificação de segurança como: verificar o cadeado na barra de

endereços, extensões do site, pesquisando o nome do site, se a uma conexão segura como

“HTTPS”, e procurando sempre a certificação do site.

Não existe segurança total para transações seja ela virtual ou não, pois pessoas mal-

intencionadas se aproveitam para tentar levar vantagem, mas a muitas ferramentas

desenvolvidas e aperfeiçoadas para garantir e assegurar o máximo de segurança possível

como os certificados digitais, PCI, sistemas de pagamentos online através de celulares e a

criptografia.

REFERÊNCIAS

ALTERNATIVE. NET, 2015. Disponível em: <http://alternative.net.br/e-commerce/>.

Acesso em: 07 maio 2015.

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BENEFÍCIOS E APLICAÇÕES DA CERTIFICAÇÃO DIGITAL, 2012, p.5, Disponível em:

<http://www.fenacon.org.br/usuarios/arquivos%5Cpublicacoes%5CBenef%C3%ADcios_Apl

ica%C3%A7%C3%B5es_CD.pdf. > Acesso em: 25 março 2015

CARTILHAS DE SEGURANÇA PARA INTERNET, 2012, p.51. Disponível em:

<http://cartilha.cert.br/livro/cartilha-seguranca-internet.pdf>. Acesso em: 24 março 2015.

DIAS, 2000, p.16, SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. Preservação das Informações

Estratégicas com Foco em sua Segurança”. Disponível em:

<http://dsic.planalto.gov.br/documentos/cegsic/monografias_1_turma/silvana_crispim.pdf. >

Acesso em 13 jan. 2015

DIAS, 2000, p.56, GESTÃO DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. Disponível em:

<http://www.mlaureano.org/aulas_material/gst/apostila_versao_20.pdf. > Acesso em: 13 jan.

2015

GUIAS DE SEGURANÇA ONLINE, 2013, p.27, Disponível em:

<http://www.avgbrasil.com.br/docs/AVG_EBOOK.pdf > . Acesso em: 25 mar 2015.

PELLEGRINI, Jerônimo C., 2015, p.141. INTRODUÇÃO A CRIPTOGRAFIA E SEUS

FUNDAMENTOS. Disponível em: <http://aleph0.info/cursos/ic/notas/cripto.pdf.>. Acesso

em 13 jan. 2015

ALMEIDA, Paulo J., 2012, p.18. CRIPTOGRAFIA E SEGURANÇA. Disponível em:

<http://arquivoescolar.org/bitstream/arquivo-e/195/1/CS11_12.pdf. >. Acesso em: 13

jan.2015.

TECHTUDO, 2013, Disponível em:

<http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/03/compra-online-e-mais-consciente-que-

em-lojas-fisicas-revela-estudo.html. > Acesso em: 24 março 2015.

TECHTUDO, 2012, Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/01/o-

que-e-nfc.html. > Acesso em 24 março 2015.

TECMUNDO, 2013, Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/gmail/397a82-google-

wallet-novo-servico-permite-pagamento-e-envio-de-dinheiro-via-gmail.htm>. Acesso em: 24

março 2015.

TECNOBLOG, 2014, Disponível em: <https://tecnoblog.net/165116/apple-pay-nfc-iphone>/,

Acesso em: 24 março 2015.

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SISTEMA PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS

A SYSTEM TO SUBMIT ARTICLES

Igor Roberto Guilherme - [email protected]

João Henrique Sass de Souza - [email protected]

Reginaldo Ferreira M. Junior - [email protected]

André Luiz Tiezi Donadon - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

A publicação de um artigo é uma tarefa que demanda muito tempo, pois, o autor e os

avaliadores precisam estar sempre se comunicando para possíveis correções, e como em

alguns casos, tanto o autor como o avaliador, não são de uma mesma região. Assim, um

sistema para organizar e automatizar este processo é de grande valia, em virtude disso foi

desenvolvido um sistema para submissão de artigos para Fatec Taquaritinga, com tudo, o

presente artigo visa testar e validar o sistema com base em um estudo de usabilidade e grau

de dificuldade na utilização, criando uma boa experiência para todos os usuários. O sistema

foi elaborado para que os usuários pudessem ter acesso de maneira fácil e agradável,

juntamente com as tecnologias HTML5, CSS3, Javascript, PHP e MySQL. Além de facilitar

o gerenciamento dos artigos este projeto trouxe um grande aprendizado para os alunos que

desenvolveram o sistema.

Palavras chave: Artigo. Submissão. Avaliadores. Usuários. Revista.

ABSTRACT

The publication of an article is a task that demands much time, because the author and the

evaluators need to be in constant communication to possible corrections, and in some cases,

both author as evaluators aren’t of the same region. So, a system to organize and automate

the process is of great value. It was developed a system for article submission to Fatec

Taquaritinga magazine.Therefore, this article aims to test and validate the system, based on a

study of usability and degree of difficulty in using and creating a good experience for all

users.The system was developed so that the users can have an easily and enjoyable access,

using the HTML5, CSS3, Javascript, PHP e MySQL technologies. Beyond facilitating the

management of the articles this project brings a relevant learning to the students who

developed the system.

Keywords: Article. Submission. Evaluators. Users. Magazine.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

GUILHERME, Igor Roberto; SOUZA, João Henrique Sass de; M. JUNIOR, Reginaldo

Ferreira; DONADON, André Luiz Tiezi. Sistema para submissão de artigos

. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC Taquaritinga. p. 73-79, jun. de 2016. ISSN

online 2447-0864. Disponível em: <www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em:

dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

O processo para a publicação de um artigo é uma tarefa que demanda muito tempo,

pois, o escritor do artigo e os avaliadores precisam estar sempre se comunicando para

possíveis correções, e como em alguns casos, tanto o escritor como o avaliador, não são da

mesma localização, acabam por atravancar o fluxo deste processo, por problemas de

comunicação e logística. O sistema para submissão e avaliação de artigos foi desenvolvido

com o propósito de simplificar, automatizar e agilizar o contato entre o escritor do artigo e os

avaliadores.

Como este processo é feito de forma manual, sem uma padronização, demasiadamente

trabalhoso e lento, foi pensado o desenvolvimento de um sistema, em um ambiente online,

para intermediar este processo, eliminando problemas como: comunicação entre as partes,

padronização do artigo e tempo de comunicação.

O objetivo deste sistema é melhorar o fluxo de submissão para artigos e avaliações,

também, possibilitando que escritores e avaliadores possam fazer esta comunicação de

maneira rápida, simples e organizada em qualquer lugar do mundo.

Os requisitos deste sistema foram levantados com os docentes da Fatec Taquaritinga

para definir quais as funcionalidades seriam necessárias para o bom funcionamento do

sistema e também quais restrições e funcionalidades extras poderiam ser adicionadas ao

projeto para facilitar ainda mais esta atividade, que antes era manual.

O projeto foi desenvolvido utilizando a metodologia de desenvolvimento incremental,

pois, como este sistema seria de grande valia e necessitava de ser disponibilizado

rapidamente, nos possibilitou desenvolver a funcionalidade principal do sistema e aprimora-lo

constantemente até estar completamente pronto.

2 DESENVOLVIMENTO: DESCRIÇÃO

O sistema de submissão de artigos será utilizado no ambiente acadêmico desta

instituição. Ao ser acessado, ele apresentará algumas ferramentas para satisfazerem o acesso

do corpo docente e alunos. Para se fazer esta submissão de artigos é necessário que o aluno se

cadastre previamente, feito isso, ele poderá submeter artigos apenas necessitando preencher

alguns campos com seus dados e dados sobre seu artigo.

Quando um docente acessa o sistema como avaliador e é constatado que este é o seu

primeiro acesso no sistema, será redirecionado para uma seção onde ele deverá

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obrigatoriamente alterar a sua senha. Após a modificação de sua senha de perfil, ele poderá ter

acesso aos artigos à ele definidos para avaliar, sendo possível aprovar, rejeitar ou reprovar

estes artigos. Caso o avaliador aprove o artigo, e o todos os outros também, uma confirmação

será enviada ao autor, mas se o artigo for rejeitado, este avaliador deverá indicar um motivo e

as devidas correções que o autor necessitará realizar para fazer o reenvio deste artigo, e se o

artigo for reprovado o artigo será cancelado, independente do parecer dos outros avaliadores,

pois, esta opção indica que o artigo infringe certas ou é um plágio. Quando um artigo

rejeitado é corrigido pelo autor e reenviado, ele será exibido na aba de reenviado, onde o

avaliador poderá analisar se todas as modificações necessárias foram feitas e dar seu parecer.

O docente responsável pela seção de Administrador fica responsável por mediar os

artigos aos respectivos avaliadores de acordo com o tema do artigo, tendo de escolher 3

avaliadores que sejam da mesma área deste artigo submetido. Em sua página inicial é possível

observar quantos artigos novos ele tem para encaminhar para os respectivos avaliadores ou

avaliar, caso queira ser um avaliador também.

Este administrador também será o responsável por aceitar ou recusar as requisições de

docentes que desejam ser avaliadores do sistema. Para que estes sejam aceitos no sistema é

necessário que entrem em contato previamente com o administrador para demonstrar este

interesse.

Todas as ações e modificações realizadas pelos avaliadores ou pelos autores serão

notificadas para os responsáveis via e-mail, cadastrado anteriormente no sistema. Assim

facilitando que ambas as partes estejam constantemente atualizadas sobre o andamento do

processo, novidades, alertas e obter um registro dessas ações.

2.1 Usabilidade

Figura 1 - Ilustração da tela principal do site “Interface Tecnológica”.

Fonte: FATEC de Taquaritinga (2015) – disponibilizada pelos autores

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A interface do sistema foi elaborada para que os usuários pudessem ter um acesso de

maneira fácil, agradável e não se sentissem com os olhos cansados, em virtude disso foram

utilizados tons mais claros para melhorar a experiência de leitura no site, cujo os tons são os

mesmos da Revista de Interface Tecnológica. A parte visual do sistema também foi

desenvolvida de forma com que não perdesse a identidade visual do site da Fatec

Taquaritinga, e ao mesmo tempo fizesse uma diferenciação entre os sistemas.

O desenvolvimento do projeto teve seu enfoque em criar a mesma experiência para

todos os usuários, independentemente do dispositivo de acesso, assim foi analisado se cada

seção e funcionalidade do site poderia ser utilizada de maneira correta, mesmo nos menores

dispositivos e por usuários que não sejam habituados à utilização de tecnologias em seu dia a

dia. Também para expandir o número de usuários e melhorar sua experiência na utilização no

sistema, é disponibilizado a internacionalização das informações no site, possibilitando que

usuários de outros países possam ter um boa experiência sem ter o conhecimento da língua

portuguesa.

O sistema foi construído gradualmente para que as funcionalidades principais estivem

disponíveis rapidamente, enquanto as funcionalidade extras foram implementadas em ordem

cronológica e de importância, aprimorando o sistema e melhorando a experiência dos usuários

que utilizam o sistema.

2.2 Tecnologias

O sistema foi desenvolvido utilizando as seguintes tecnologias:

HTML5- Linguagem de marcação de texto, utilizada para criar as estruturas,

onde todas as informações serão dispostas e organizadas de modo semântico, para tanto que

os usuários como, navegadores e interpretadores possam entender sua estrutura e assim

entender suas informações.

CSS3- Linguagem de folha de estilos, utilizada para modificar a parte visual da

estrutura do sistema, tornando-o agradável ao usuário, legível e de fácil compreensão.

Também responsável pela função de fazer este conteúdo ser disposto de melhor forma

possível para o usuário independente de qual dispositivo dele acesse o sistema.

Javascript- Linguagem de programação baseada em scripts, utilizada para

validações em campos onde o usuário poderá inserir dados, filtrando se os dados estão sendo

enviados realmente e de forma correta, de acordo com a necessidade de cada campo.

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PHP- Linguagem de programação baseada em scripts executada no servidor,

utilizado para fazer a conexão entre o sistema e o banco de dados, trazendo as devidas

informações de acordo com cada situação e a utilizando no lugar correto de acordo com a

estrutura do sistema.

MySQL- Banco SQL, utilizado para armazenar as informações, organizar e

categorizar de acordo com seu tipo e contexto.

2.3 Pesquisa

Uma pesquisa foi realizada com 10 pessoas que utilizaram o sistema e apresentaram

sua opinião, como se pode observar nas imagens a seguir:

Figura 2 - Gráfico de pesquisa com intuito de saber o quão útil é o sistema

Fonte: Elaborado pelos autores

Fonte: Elaborado pelos autores

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Figura 3 – Gráficos de representação gráfica dos resultados da pesquisa

Fonte: Elaborado pelos autores

3 CONCLUSÃO

O sistema foi desenvolvido para atender uma grande necessidade que a Fatec

Taquaritinga havia, tanto para divulgação de sua Revista Tecnológica, quanto para facilitar o

gerenciamento dos artigos por meio dos editores responsáveis e avaliadores. Cabe ressaltar da

importância do desenvolvimento deste projeto, que foi seguido à risca a sua proposta

orientada pelo professor André Donadon desta mesma instituição. Além das necessidades que

já foram relatadas, o projeto de desenvolvimento da Revista de Interface Tecnológica, trouxe

um enorme aprendizado para os alunos que desenvolveram este, tanto na parte teórica quanto

prática. Em versões futuras, a aplicação pode ser aprimorada para melhorar ainda mais o

acesso de deficientes visuais, por exemplo.

É de extrema importância relatar que todas as funcionalidades propostas do sistema se

encontram totalmente funcionais, inclusive todos os requisitos levantados durante a

elaboração do caso de uso foram realizados. O sistema atualmente se encontra disponível para

utilização de qualquer usuário independentemente de seu posicionamento na hierarquia da

instituição. Foram realizados diversos comparativos com sistemas de submissão de artigos já

existentes, afim de verificar se o sistema desenvolvido se encontra padronizado entre os

sistemas da mesma espécie.

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Foi selecionado o sistema de submissão de artigos da Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental (RBEAA), por conta da semelhança entre este sistema e o desenvolvido

para a Fatec Taquaritinga.

Na análise foi possível observar que o sistema RBEAA apesar de possuir uma interface

ultrapassada, oferece com perfeição o recurso principal de submissão de artigos, porém, o

RBEAA não disponibiliza alguns recursos como a internacionalização (disponibilização do

sistema em diversas línguas), o que limita o acesso a diversos grupos de usuários. Após a

análise e o comparativo com o sistema já relatado, é possível concluir também que o sistema

traz recursos extras, que facilitam o acesso por diversos tipos e limitações de usuários a

aplicação, sendo um diferencial se comparado a outros sistemas.

REFERÊNCIAS

MORAES, Anamaria de. Design e avaliação de interface. São Paulo: iUsEr, 2006.

PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design de Interação: Além da

interação homem-computador. Porto Alegre: Bookman, 2005.

PRESSMAN, Roger S. Engenharia de software: Uma abordagem profissional. 7. ed. Porto

Alegre: Bookman, 2011.

ROMANI, Roberto; Usabilidade na Web, Universidade estadual de Campinas, Disponível

em: <http://ftp.unicamp.br/pub/apoio/treinamentos/tutoriais/tut_UsabilidadeWeb.pdf,>

Acesso em: 2016

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A RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE CLASSE A E O

SEU REUSO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR

RECYCLING OF CONSTRUCTION WASTE CLASS A AND THEIR APPLICABILITY

IN THE PRODUCTION OF NEW MATERIALS

Douglas Sadalla de Lira - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

A utilização da ferramenta reciclagem nos resíduos da construção civil de classe A, permite

realizar a aplicação do reuso destes, pois, após os geradores responsáveis pelos resíduos

realizarem uma destinação correta, organizações que são capazes de realizar uma gestão

destes resíduos entram em cena e permitem assim que sejam realizados o reaproveitamento,

reutilização e reciclagem, reduzindo os volumes de resíduos da construção civil descartados

em aterros, preservando recursos naturais e buscando uma nova finalidade a estes resíduos

tornando-os uma alternativa sustentável e economicamente viável e consequentemente uma

diminuição dos impactos no meio ambiente, trazendo benefícios: ambientais econômicos e

sociais.

Palavras-chave: Reciclagem. Resíduos. Construção Civil. Reutilização.

ABSTRACT

Using the tool recycling the waste of construction civil of class A, allows make an application

to reuse these, therefore, after the responsible waste generators by performing a destination

correct, organizations are able to carry out What A Waste Management took these into play

and allow so be done to the reuse , the reuse and recycling , reducing the volume of waste

disposed of construction in landfills, preserving natural resources and seeking a new purpose

to this waste, making one sustainable alternative and economically viable and consequently

reduced environmental impacts of not bringing benefits: environmental, economic and social .

Keywords: Recycling . Waste. Construction Civil. Reuse.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

LIRA, Douglas Sadalla de. A reciclagem de resíduos da construção civil de classe a e o seu

reuso na cadeia de suprimentos do setor . In: Revista Interface Tecnológica da FATEC

Taquaritinga. p. 80-92, jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Pinto (1999), a estimativa das cidades brasileiras em relação a geração de

resíduos da construção civil varia entre 41% a 70% da massa total de resíduos sólidos

urbanos, sendo é igual ou maior que a massa de resíduo domiciliar, enquanto as estimativas

internacionais variam entre 130 e 3000 kg/hab./ano.

Uma das formas de reduzir o impacto gerado pelos resíduos da construção civil no

meio ambiente é por meio da reciclagem ou reuso destes resíduos, de acordo com a Resolução

nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em 2002, que estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

A utilização da ferramenta reciclagem dos resíduos de classe A, permite realizar a

aplicação do reuso de resíduos providos da construção civil, pois, após os geradores

responsáveis pelos resíduos realizarem uma destinação correta, organizações que são capazes

de realizar uma gestão destes resíduos entram em cena e permitem assim que sejam realizados

o reaproveitamento, reutilização e reciclagem, reduzindo os volumes de resíduos da

construção civil descartados em aterros, preservando recursos naturais e buscando uma nova

finalidade a estes resíduos tornando-os uma alternativa sustentável e economicamente viável e

uma diminuição dos impactos no meio ambiente.

1.1 Conceitualização do tema: Resolução nº 307

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a Resolução CONAMA

nº. 307, publicada em 2002, para estabelecer diretrizes de gerenciamento, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, como demonstra em síntese na

figura 1.

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Figura 1 - Síntese da Resolução nº 307/02

Fonte: Elaborada pelo Autor (2015)

Esta resolução juntamente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

visam:

Importância da aplicação de técnicas que reduzam os impactos ambientais

gerados pelos resíduos providos do setor da construção civil;

A destinação final dos resíduos de acordo com uma classificação sugerida e em

locais específicos de acordo com a norma e licenciada;

No que diz-se respeito à responsabilidade dos resíduos da construção civil

provenientes de construção, reforma, reparo, demolição,extração e toda atividade ligada ao

setor, o próprio gerador que torna-se responsável pelo resíduo;

A reciclagem de resíduos da construção civil e a gestão integrada de resíduos

integram uma economia na produção e reuso destes resíduos como matéria prima, assim

gerando um ganho para a humanidade, no quesito ambiental, econômico e social.

2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) NO BRASIL

De acordo com a Resolução nº 307 do CONAMA de 5 de julho de 2002, os resíduos

da construção civil são conhecidos popularmente como entulhos de obra, sua obtenção da-se

através das atividades do setor da construção civil que são: Construções, demolições,

reformas e reparos.

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Estes resíduos englobam todos resíduos provenientes desde a preparação da área à ser

realizada a obra, até as sobras de materiais da construção civil como tijolos, blocos cerâmicos,

bloquetes, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e

compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,

tubulações, fiação elétrica, todos os materiais ligados a obra.

O Art. 3º da resolução classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma:

Classe A– São resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. São

provenientes:

a) Das construções, demolições, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) De reparos em edificações, como por exemplo, os componentes cerâmicos

(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) Dos processos de fabricações e/ou demolições das peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

Classe B – Resíduos que podem ser reciclados, provenientes de plásticos,

papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

Classe C – Resíduos que ainda não pode-se realizar a reciclagem ou

recuperação, pois ainda não há tecnologias e reaplicações economicamente viáveis

desenvolvidas. Estes resíduos a resolução não exemplifica quais materiais se encaixam nesta

categoria.

Classe D - Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como

tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Os resíduos da construção civil no Brasil representam um grave problema, pois muitas

vezes a disposição de forma irregular, gerando problemas de ordem estética, ambiental e de

saúde pública. Estes resíduos representam cerca de 50 a 70% da massa dos resíduos sólidos

urbanos (BRASIL, 2005).

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2011), no gráfico 1 demonstra a estimativa da

quantidade coletada de Resíduos da Construção Civil nas diferentes regiões do Brasil

(toneladas/dia) em 2011.

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Gráfico 1 - Estimativa da quantidade coletada de Resíduos da Construção Civil nas

diferentes regiões do Brasil (toneladas/dia)

Fonte: Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2011)

De acordo com Villari (1992), grande parte dos países do mundo apresentam um

aumento notável na geração dos RCC, mas, ao contrário dos países europeus, o Brasil possui

poucas unidades de reciclagem. Na tabela 1 demonstra a estimativa de RCC do Brasil e de

alguns países.

Tabela 2 - Estimativa de geração de RCC em alguns países

País

Em milhões

toneladas/ano Em quilos/habitantes/ano

Suécia

1,2 - 6

136 - 680

Holanda

12,8 - 20,2

820 - 1.300

Estados Unidos

136 - 171

463 - 584

Reino Unido

50 - 70

880 - 1.120

Bélgica

7,5 - 34,7

735 - 3.359

Dinamarca

2,3 - 10,7

440 - 2.010

Itália

35 - 40

600 - 690

Alemanha

70 - 300

963 - 3.658

Japão

99

785

Portugal

3,2 - 4,4

325 - 447

Brasil 31 230 -760

Fonte: IPEA (2012)

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2.1 Resíduos de construção e demolição (RCD)

Os Resíduos de Construção e Demolição – RCD deriva do RCC segundo a Resolução

nº307 do CONAMA de 5 de julho de 2002, sua definição e suas características provém da

atividade direta da construção civil, sendo o resultado de construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil.

De acordo com Ministério do Meio Ambiente – MMA (2011), os resíduos de

construção civil e demolição (RCD) nos municípios, vêm aumentando notavelmente. A

origem do RCD, origina-se de:

Execução de reformas, ampliações e demolições;

Construções novas edificações acima de 300m²;

Construções de novas de residências individuais, tanto grande ou pequeno

porte, formalizadas ou informais.

2.1.1 Destinação dos resíduos da construção civil

A destinação dos resíduos da construção civil é uma parte muito importante da gestão

de resíduos, já que a destinação deve ser realizada em função da classificação de cada resíduo,

conforme o quadro 1.

Quadro 1 - Formas de destinação dos Resíduos da construção civil

Classes Destinação

A

Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados,

ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção

civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou

reciclagem futura.

B

Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas

de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a

permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

C Deverão ser armazenados, transportados e destinados em

conformidade com as normas técnicas especificas

D

Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e

destinados em conformidade com as normas técnicas

especificas.

Fonte: CONAMA (2002)

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2.2 Impacto Ambiental da Construção Civil

De acordo com John (2000), a qualidade de vida do meio urbano está relacionado aos

impactos ambientais que são resultados de um conjunto de processos que acompanha a

construção civil, estes impactos podem influenciar todo o ecossistema podendo alterá-lo

drasticamente ou até provocar sua extinção, por meio de inundação de grandes áreas, corte de

vegetações, impermeabilização do solo, a fase de construção é onde acaba gerando a gama de

resíduos de construção civil. O autor ainda afirma que os principais impactos ambientais

relacionados aos RCD, são aqueles associados às deposições irregulares, comprometendo a

mobilidade urbana e a paisagem, além de agir na multiplicação de vetores de doenças e outros

efeitos. Além de ambientais, os impactos podem influenciar diretamente no meio social,

econômico e visual. A (Figura 2), demonstra a cadeia da construção civil, desde o processo de

extração da matéria prima até sua disposição final.

Figura 2: Cadeia da Construção Civil

Fonte: SCHENEIDER (2003)

3 RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A reciclagem dos resíduos da construção civil é uma alternativa que atende o quesito

de redução dos impactos causados pela:

Geração dos RCC; e

Extração da matéria prima.

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Segundo Ângulo, Zordan e John (2001), a reciclagem dos resíduos da construção civil

causa um impacto positivo no ambiente, reduzindo:

a) O consumo de recursos naturais não renováveis, quando substituídos por

resíduos reciclados;

b) Áreas para aterro, já que com a reciclagem há uma redução do volume de

descarte final;

c) No consumo de energia durante a produção e extração.

Segundo o SINDUSCON-SP (2005), é importante que comece-se desde o manuseio

dos resíduos no interior do canteiro a identificação de materiais reutilizáveis, que geram

economia tanto por dispensarem a compra de novos materiais como por evitar sua

identificação como resíduo e gerar custo de remoção.

Cerca de 90% do RCD que é descartado pode ser reaproveitado. Após o processo de

reciclagem todo o RCD, pode ainda ser reutilizado na confecção de em blocos, tijolos,

concretos não estruturais, argamassas e outros materiais.

Segundo John (2000) a reciclagem do RCC destaca-se por várias vantagens do ponto

de vista de sustentabilidade, assim inserção da reciclagem no ciclo do entulho (figura13), visa:

Redução do descarte de materiais e dos impactos ambientais;

Redução de custos da cadeia de produção;

Baixa barreira legal;

Demanda crescente por uso do reciclado.

3.1 Usinas de reciclagem de resíduos da construção civil

Conforme Lima (1999) uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil utiliza

equipamentos do setor da mineração para realizar a reciclagem dos resíduos, ou seja, para esta

usina opera com uma britagem adaptada para triturar entulho, possui normalmente

equipamentos como britadores, peneiras, transportadores de correia, etc.

Para a usina conseguir realizar o processo de transformação do RCD em matéria prima

reciclada é preciso:

Chegada do caminhão com entulho ao pátio de triagem; e

Checagem para saber se há resíduos de outras classes.

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O processo de reciclagem de uma usina recicladora de RCD consiste em um conjunto

etapas e maquinas para triturar estes RCD e os destinando corretamente para diversos

reaproveitamentos.

Os passos da usina de reciclagem são:

Passo 1: O material a ser britado é colocado no alimentador vibratório. No

alimentador existe uma grelha para retirada de materiais finos que recolhe a terra para um

transportador de correia, formando uma pilha ao lado. Esse processo de retirada da terra evita

o desgaste desnecessário das mandíbulas do britador

Passo 2: Do britador sai um transportador de correia radial que pode se

posicionada hora em direção a pilha de agregado vermelho e hora em direção a peneira-

vibratória, conforme o momento do processo.

Passo 3: Da peneira vibratória saem agregados de entulhos cinza de diversos

tamanhos já separados e cada um é levado por um transportador de correia para sua pilha

final, gerando a classificação para a venda.

Segundo a ABRECON (2013), o Brasil até o final do ano de 2013 possuía 110 usinas

de reciclagem de resíduos classe A, conforme o gráfico 2. O estado que possui o maior

numero de usinas de reciclagem de resíduos da construção civil é o estado de São Paulo,

devido à grande quantidade de atividade de construção civil, gerando assim um maior volume

de RCC.

Gráfico 3 - Usinas de reciclagem de RCD classe A inauguradas ao longo dos anos no país

Fonte: ABRECON (2013)

Pode-se realizar a reciclagem do RCD diretamente na obra, utilizando equipamentos

móveis. A realização no próprio canteiro de obra mostra-se vantajosa, pois ali mesmo no local

com os agregados processados pode-se realizar a reutilização na obra, como revestimento ou

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argamassa de assentamento. A redução dos custos envolvidos no descarte do entulho e com a

compra de material natural justificam a adoção da prática.

3.1.1 Reutilização dos resíduos de classe A no setor da construção civil

No que diz-se respeito à reutilização do RCD, “[...]tem se tornado um dos alvos do

meio técnico-científico, utilizando o mesmo como agregado para inúmeros usos na construção

civil e também na pavimentação rodoviária, entrando como substituto às matérias-primas hoje

utilizadas neste setor.” (CARNEIRO; BRUM; SILVA, 2001, p.133). Deve-se atentar a

reutilização para cada tipo de resíduo respeitando a sua classe, destinação e reutilização.

Os resíduos de classe A, de acordo com Careli (2014), os resíduos de (classe A) que

podem ser reciclados para utilização em obras na forma de agregados.

As composições dos resíduos variam assim como sua reutilização, assim de acordo

com Nagalli (2014), a reciclagem torna-se um processo fundamental para reutilização destes

resíduos na construção civil, tendo em vista a reinserção destes resíduos nesta cadeia de

suprimentos do setor, desse modo tem-se:

Cerâmicos, concretos estruturais e de rochas naturais, porosos e de menor

resistência mecânica e mistos, são reciclados nas usinas de reciclagem de resíduos da

construção civil, e após sua trituração e granulagem estão prontos a serem reutilizado na

cadeia de suprimentos do setor que são:

Areia Grossa: Com uma granulometria de até 2,4mm. Ótima opção para

pequenos serviços, argamassa de assentamento e outros.

Pedra nº 1: Com uma granulometria de até 19mm, usada em diversas

aplicações. Ex.: fabricação de concreto não estrutural e drenagens.

Pedrisco: com uma granulometria de até 9,5mm, recomendado para uso na

fabricação de artefatos de cimento, bloco de vedação, piso intertravado, entre outros.

Pedregulho – rachão: com uma granulometria acima de 25 mm, usado em

diversas aplicações. Ex.: contenção de erosões e voçorocas, drenagens, etc.

Os agregados reciclados podem ser aplicados em: blocos de vedação, canaletas e

pisos intertravados (bloquetes), tendo sua aplicação na construção de novas casas e na

pavimentação de ruas, respeitando a Norma NBR 15116:2004, na qual informa que os

artefatos produzidos com agregados reciclados não possuem função estrutural, somente

função de vedação.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o setor da construção civil, os resíduos da construção civil tornaram-se uma

questão importante no quesito quanto a sua disposição final, pois estes possuem uma atuação

direta na degradação do meio ambiente, afetando ecossistemas, recursos naturais e a

qualidade de vida da população, pois o RCD sempre apresentam-se em grande volume,

ocupando, grandes espaços em aterros de construção civil.

A reciclagem do RCD vem apresentando diversas vantagens ambientais, econômicas

e sociais. Ganhando espaço no setor da construção civil por proporcionar a esse RCD um

grande avanço incontestável, pois são significativas as vantagens e quantidades de benefícios

obtidos através da prática da reciclagem dos mesmos:

Diminuição de consumo de energia;

Diminuição de Distâncias de transporte de matérias primas;

Diminuição de Extração de matérias primas e degradação ambiental;

Economia para as prefeituras, pela diminuição do volume de resíduos a ser

coletado e depositado em locais adequados;

Preservação de recursos naturais;

Novas oportunidades de negócios;

Transformação e reaproveitamento de materiais descartados e que são

utilizados na construção civil em um novo produto.

No Brasil a ferramenta de reciclagem para reuso de RCD ainda é pouco difundida e

utilizada nos municípios. O país ainda precisa disseminar uma cultura de tratamento para a

população, englobando a reciclagem, reutilização e a aplicabilidade de materiais reciclados da

construção civil, atuando assim diretamente no desenvolvimento:

Socioeconômico, pois com à utilização de materiais da construção civil feitos

com agregados reciclados pode-se desenvolver programas de habitações populares com

custos menores beneficiando a população; e

Ambiental, pois visa a minimização da necessidade de áreas legais para

destinação de resíduos da construção civil, preservando o meio ambiente natural, reduzindo a

poluição pela extração de novos e diminuição no suprimento da demanda de agregados.

Portanto, a reciclagem e a reutilização destes resíduos reciclados apresentam-se como

técnicas que visam: amenizar problemas ambientais como o descarte irregular desse material

e podendo realizar a aplicabilidade destes resíduos introduzindo-os novamente no mercado,

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gerando novas oportunidades de trabalho, novas habitações populares com custos menores

agindo diretamente no campo social, trazendo assim um crescimento na receita da economia

dos municípios.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15114: Resíduos

sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes - para projeto,

implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO

CIVIL E DEMOLIÇÃO (ABRECON). A reciclagem de resíduos de construção e

demolição no Brasil – Pesquisa setorial 2013. São Paulo - SP, 2013.

ÂNGULO, S.C.; ZORDAN, S.E.; JOHN, V.M. Desenvolvimento sustentável e a

reciclagem de resíduos na construção civil. Seminário desenvolvimento sustentável e a

reciclagem na construção civil – materiais reciclados e suas aplicações, 4., Ibracon – Comitê

Técnico 206. São Paulo, Jun. 2001, p. 43-56. Disponível em:

<http://www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/Anais%20Comite%20CT%202 06%20%20IV%20-

%20semin%C3%A1rio.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2015.

BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO

AMBIENTE – CONAMA. Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002.

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção

civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº 136, 17 de julho de

2002. Seção 1, p. 95-96.

______. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Plano Nacional de Resíduos

Sólidos: versão preliminar para consulta pública. 2011. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_arquivos/versao_pre liminar_pnrs_wm_253.pdf>.

Acesso em: 27 ago. 2015.

CARELI, E. Reuso de resíduos alinha economia à benefício ao meio ambiente. Disponível

em: <http://www.obralimpa.com.br/index.php/reuso-de-residuos-aliaecono mia-a-beneficios-

ao-meio-ambiente>. Acesso em: 25 jan. 2014.

CARNEIRO, A. P.; BRUM, I. A. S.; SILVA, J. C. Reciclagem de Entulho para a Produção

de Materiais de Construção: Projeto Entulho Bom. Salvador: EDUFBA, Caixa Econômica

Federal, 2001, 311p.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Diagnóstico dos

Resíduos Sólidos da Construção Civil: Relatório de Pesquisa. 2012. Disponível em: <

http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120911

_relatorio_construcao_civil.pdf>. Acesso em: 17 mai. 2015.

JOHN, V.M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuição à metodologia de

pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 102p. Tese (livre docência) – Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo.

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LIMA, J.A.R. Proposição de diretrizes para produção e normalização de resíduo de

construção reciclado e de suas aplicações em argamassas e concretos. São Paulo: USP,

1999. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Escola de Engenharia de São

Carlos da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, 1999.

NAGALLI, A. Gerenciamento de Resíduos Sólidos na Construção Civil. São Paulo: Oficina

de Textos, 2014.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção

urbana. 1999. 189f. Tese (Doutorado em Engenharia). Departamento de Engenharia de

Construção Civil Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.

SCHNEIDER, D.M. Deposições Irregulares de Resíduos da Construção Civil na Cidade

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SINDUSCON-SP, Sindicato da Industria da Construção Civil do Estado de São Paulo.

Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do SindusCon-SP. São

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PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA PARA

REDUÇÃO DE CUSTOS

PLANNING AND INVENTORY CONTROL AS A TOOL FOR COST REDUCTION

Priscila Daniele Dotele Magdalene - [email protected]

André Luiz Oliveira - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

Para a manutenção de uma corporação no mercado competitivo é cada vez mais necessário

que a estratégia da empresa seja eficiente. O presente trabalho tem por objetivo demonstrar

que, com a aplicação correta de ferramentas e técnicas destinadas ao gerenciamento dos

estoques, capazes de auxiliar na determinação do “quanto”, “quando” e “como” comprar, é

possível promover redução dos custos de manutenção de estoque, trazendo às empresas

resultados satisfatórios. Para explicitar essa afirmação, foi utilizado o método de revisão

bibliográfica sobre planejamento e controle de estoque e um breve estudo de caso aplicado em

uma micro-empresa do setor de construção civil localizada na cidade de Araraquara, que

vivenciou redução de custos empresariais por meio da adequada e correta aplicação dos

instrumentos Controle ABC; mudanças no armazenamento de materiais; cálculos de Ponto de

Reposição e de Lote Econômico de Compras.

Palavras-chave: Estratégia. Gestão da Produção. Lucratividade.

ABSTRACT

For the maintenance of a corporation in the competitive market it is increasingly necessary for

the company's strategy to be effective. This paper aims to demonstrate that with the right

application of tools and techniques aimed at managing stocks that can assist in determining

the "how," "when" and "how" buy, it is possible to promote reduction of maintenance costs of

stock, bringing the satisfactory results companies. To explain this statement, we used the

method of literature review on planning and inventory control and a brief case study applied

in a micro-enterprise of the construction industry in the city of Araraquara, which experienced

reduction of business costs through proper and correct application of the instruments Control

ABC; changes in the material storage; calculations point Replacement and Economic Lot

Purchase.

Keywords: Strategy. Production Management. Profitability.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

MAGDALENE, Priscila Daniele Dotele; OLIVEIRA, André Luiz. Planejamento e controle de

estoque como ferramenta para redução de custos. In: Revista Interface Tecnológica da

FATEC Taquaritinga. p. 93-105, jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

As organizações vêm desenvolvendo alternativas para aumentar sua eficiência, sua

qualidade e principalmente sua lucratividade em todos os setores. O estoque é um dos setores

que exige uma atenção especial, visto que deve ser gerenciado de forma satisfatória

utilizando diversas técnicas e ferramentas com o objetivo de se diferenciar e seguir em busca

de novos mercados.

Por meio de revisão bibliográfica sobre planejamento e controle de estoque e um

breve estudo de caso, este trabalho tem o objetivo de demonstrar que com o bom

gerenciamento dos estoques agregados à utilização de técnicas e ferramentas que auxiliam na

redução de custos empresariais, a empresa torna-se mais competitiva.

A administração de estoques de acordo com Dias (2005), deverá conciliar da melhor

maneira os objetivos dos principais departamentos da empresa (Compras, Financeiro,

Produção e Vendas), providenciando a necessidade real de suprimentos da mesma. Portanto,

esta administração de estoques deverá ser minuciosamente planejada para que as melhores

estratégicas sejam usadas, pois o maior objetivo será manter o estoque para garantir a

disponibilidade de matéria-prima e minimizar o custo unitário por produção.

A utilização de ferramentas que auxiliam na administração de estoque - como

Controle ABC; mudanças no armazenamento de materiais; cálculos de Ponto de Reposição e

de Lote Econômico de Compras - trazem benefícios para garantir a qualidade do produto,

atendendo as necessidades dos clientes, otimizando recursos e facilitando as tomadas de

decisões.

Os custos em uma empresa segundo Parisi e Megliorini (2011) são determinados para

que se atinjam os objetivos relacionados ao controle das operações, à determinação do lucro e

à tomada de decisões.

Com o mercado globalizado, mudanças têm ocorrido nas estratégias e nas práticas

gerenciais das organizações refletindo na gestão de custos. Com isso, as empresas buscam o

aumento da eficiência e eficácia das atividades de planejamento, execução e controle além da

redução de custos de diversas formas (MARTINS, 2009).

2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE

Planejamento é a formulação de um conjunto de decisões, devidamente integrado, que

expressa os propósitos de uma empresa e sistemiza os meios de alcançá-los. (SILVA, 2001).

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Segundo Slack (2009), o planejamento e controle podem ser de longo, médio e curto

prazo. No planejamento a longo prazo, os planos são estabelecidos como o que se pretende

fazer e quais os recursos para atingir os objetivos. A ênfase está direcionada mais para o

planejamento do que para o controle. Neste caso, as previsões de demanda serão

consideradas sem definir atributos e em relação ao estoque, neste estágio é definido se o tipo

de estoque a ser utilizado será do modo puxado ou empurrado.

Ainda segundo o autor, o planejamento a médio prazo se preocupa mais com o

detalhe. A preocupação tem como foco os planos de contingências que serão dimensionados

de modo que permitam desvios nos planos originais. Essas contingências atuarão como

recursos de reservas, tornando o planejamento mais prático de ser executado como, por

exemplo, verificar a necessidades de mais um turno na organização para que a produção seja

mais eficiente.

Por fim, o planejamento em curto prazo será a fase em que os recursos já estão

definidos. Portanto, há um maior grau de dificuldade quanto a alterações de grande porte.

Porém, as pequenas alterações são possíveis, já que a demanda será avaliada de forma mais

detalhada. Um exemplo de planejamento a curto prazo está relacionado com a organização do

estoque fisicamente, visto que já se sabe a necessidade e a prioridade dos materiais (SLACK,

2009).

Segundo Ballou (2010), o planejamento e controle de estoque é parte vital do

composto logístico, pois estes podem absorver de 25 a 40% dos custos totais de uma

empresa.

A necessidade de suprir uma demanda inesperada é uma das principais razões que

levam as empresas a estocar produtos e matérias-primas. O desequilíbrio entre esta demanda

e o fornecimento de materiais em diferentes estágios da operação é o que conduz a diferentes

tipos de estoque.

Os estoques agem como amortecedores entre oferta e demanda, possibilitando uma

produção mais constante, portanto a previsão da demanda é o ponto de partida de todo

planejamento de estoques de acordo com Dias (2005), pois estabelece estimativas futuras dos

produtos acabados comercializados pela empresa. Define quais produtos, quanto desses

produtos e quando serão comprados pelos clientes através de hipóteses quantitativas e

qualitativas.

Segundo Dias (2005), os principais tipos de estoque encontrados em uma empresa

são: matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados, e peças de manutenção.

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As matérias-primas são os materiais básicos e necessários para a produção do produto

acabado. O volume real de cada matéria-prima depende do tempo de reposição que a empresa

leva para receber seus pedidos, da frequência do uso, do investimento exigido e das

características físicas do estoque.

Para Slack (2009), o chamado estoque de produtos em processo baseia-se,

essencialmente, em todos os artigos solicitados necessários à fabricação ou montagem do

produto final, durante as várias fases de produção.

Os itens que já foram produzidos consistem no estoque de produtos acabados, levando

em consideração, principalmente, a variável relativa às flutuações de demandas (SLACK,

2009)

Nessa linha de raciocínio, as empresas que produzem por encomenda mantêm estoque

baixo de produtos acabados, ao contrário das que produzem para estoque, com alto índice de

armazenamento de produtos acabados.

De acordo com Ballou (2010), o estoque de segurança ou mínimo é de suma

importância do ponto de vista administrativo, pois são as quantidades guardadas para garantir

o andamento do processo produtivo caso ocorra aumento na demanda do item por parte do

processo ou atraso no abastecimento futuro.

Diante disso, a minimização de desperdícios na produção, ocupa um papel importante

dentro da empresa, de modo a atingir a uma melhor produtividade, como por exemplo, não

desperdiçar capital com peças defeituosas, estocar somente o necessário, ganhar agilidade na

produção com mudança de layout e minimizar desperdício de tempo que geram perdas de

produtividade. (OHNO, 1997 apud SILVA, 2013).

Ohno (1997) apud Silva (2013) observa que, para uma redução efetiva dos custos da

produção, os desperdícios devem ser totalmente analisados e ponderados, uma vez que estão

inter-relacionados e são facilmente encobertos pela complexidade de uma grande

organização.

Desse modo, as empresas devem buscar a máxima redução possível de seus estoques

de forma a proporcionar a produção nos custos, e se atentar às questões de como utilizar

ferramentas da qualidade em seus produtos e processos.

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3 CUSTOS

Com o mercado globalizado, mudanças têm ocorrido nas estratégias e nas práticas

gerenciais das organizações refletindo na gestão de custos. Com isso, as empresas buscam o

aumento da eficiência e eficácia das atividades de planejamento, execução e controle além da

redução de custos de diversas formas (MARTINS, 2009).

Na empresa prestadora de serviços os custos para realizar suas atividades operacionais

correspondem aos gastos relativos à execução dos serviços. As despesas correspondem aos

gastos relacionados à administração da empresa e à geração de receitas incorridas durante o

exercício (PARISI; MEGLIORINI, 2011).

De acordo com Parisi e Megliorini (2011), o custo possui duas classificações que

permitem determinar o custo de cada produto fabricado e seu comportamento em diferentes

volumes de produção em relação aos produtos fabricados, os mesmos são classificados em

diretos ou indiretos.

De acordo com Anjos (1995), custo direto é aquele ligado diretamente ao produto ou

serviço prestado, não sendo necessária nenhuma metodologia de rateio. É apropriado aos

produtos ou serviços por meio de alguma medida de consumo, como por exemplo, mão-de-

obra direta, material, medicamentos, dentre outros.

Já o custo indireto, para o autor, é aquele que não está relacionado diretamente a cada

tipo de bem ou serviço, ou seja, são referentes à administração como, por exemplo,

transporte, alimentação de pessoal, contas de telefone, água, luz, etc.

Para Parisi e Megliorini (2011), uma das classificações de custos diz respeito ao seu

comportamento em diferentes volumes de produção, gerando uma classificação qe os

distinguem entre custos fixos e custos variáveis.

Segundo os autores, o custo fixo independe do volume de produção, pois está

vinculado à estrutura da planta industrial e não ao seu funcionamento. Já o custo variável,

conforme ANJOS (1995) é dependente do processo produtivo, varia em função do volume de

atividades desenvolvidas em determinado período analisado, ou seja, quanto mais se

produzir, maior será o custo variável.

Já o custo total para Parisi e Megliorini (2011) é a somatória dos custos fixos e custos

variáveis, representado pela figura 1.

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Figura 1 - Custo Total

Fonte: Adaptado de Parisi e Megliorini (2011)

3.1 Custo de Estoque

De acordo com Ballou (2010), o controle dos custos do estoque possui grande

influencia na rentabilidade da empresa, pois absorvem capital que poderia ser investido,

portanto, aumentar a rotatividade do estoque auxilia a liberação do ativo circulante e

economiza o custo de manutenção de inventario.

Custos de pedido de compra, de acordo com Garcia et al. (2006) são referentes a uma

nova encomenda, podendo ser tanto variáveis quanto fixos, sendo que os custos fixos

associados a um pedido consistem no envio da encomenda, recebimento dessa mesma

encomenda e inspeção. O exemplo principal de custo variável é o preço unitário de compra

dos artigos encomendados.

Custos totais de aquisição, para Slack (2009) correspondem à somatória dos custos

entre a requisição de produtos através da emissão de ordens de fabricação ou compra, até o

efetivo recebimento dos mesmos na área de recebimento.

Custos de manutenção de estoques, conforme Garcia et al. (2006), são proporcionais à

quantidade armazenada e ao tempo que esta fica em estoque. Segundo o autor, um dos custos

mais importantes é o custo de oportunidade do capital, pois representa a perda de receitas por

estar o capital investido em estoques ao invés de tê-lo investido em outra atividade

econômica.

Custos de armazenagem para Slack (2009) estão associados com os espaços físicos,

por meio de estoques que necessitam circular através da obrigatoriedade, da denominação, da

climatização, da segurança entre outros.

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A utilização de máquinas, equipamentos, edificações e instalações geram os chamados

custos de depreciação do local de armazenagem, um tipo especial de pagamentos que, ao

longo de um determinado período (a vida útil ou econômica da máquina, ou o ciclo do padrão

tecnológico, por exemplo) deve servir para acumular um montante de dinheiro que seja

suficiente para a reposição ou renovação total ou parcial destes recursos produtivos

(MARTINS, 2009).

Para Garcia et al. (2006), custos de falta são aqueles derivados de situações em que

não há estoque suficiente para satisfazer a procura dos clientes em um dado período de tempo.

De acordo com Martins (2009), custo total é a soma dos custos “de pedir” e o custo

“de manter” estoques. Todo controle de estoques passa invariavelmente pelo estabelecimento

do nível adequado e a localização desses estoques, sendo ideal balancear o custo “de pedir”

com o custo “de manter” estoques.

O planejamento do custo total, de acordo com Chopra (2003) é orientado por saber

“quando” e “quanto” pedir. O chamado “quando pedir” é determinado pela demanda, pela

variação de desempenho e pelo cálculo do Ponto de Reposição. Por sua vez, o “quanto pedir”

é determinado pela quantidade do pedido, ou seja, pela ferramenta Lote Econômico de

Compra.

O ponto de reabastecimento, conforme Chopra (2003), define quando um embarque de

reposição deve ser iniciado. O ponto de reposição pode ser especificado em termos de

unidades de suprimento, que são obtidas através da certeza de demanda e do ciclo de

desempenho.

Ainda segundo Chopra (2003), o Lote Econômico de Compra (LEC), consiste na

prática de reposição que minimiza o custo combinado de pedido e de manutenção de

inventário. A identificação de tal quantidade supõe que a demanda e os custos sejam

relativamente estáveis durante todo o ano. O ponto no qual a soma dos custos de manutenção

e de pedidos é minimizada representa o custo total mais baixo, conforme retrata a Figura 2,

apresentada na sequencia.

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Figura 2 - Lote Econômico de Compra

Fonte: Adaptado de Chopra (2003)

O principal objetivo da estratégia de produção é organizar seus recursos para propiciar

a implantação eficaz da estratégia competitiva da empresa. O sistema de custeio ABC

(Activity-Based Costing), segundo Nakagawa (2001) permite melhor visualização dos custos

por meio da análise das atividades executadas dentro da instituição e suas respectivas relações

com os objetos de custos.

De acordo com Silva (2014) os produtos são divididos em classes A, B e C, os

produtos A são aqueles itens que possuem alto valor de demanda e não devem faltar no

estoque devendo concentrar esforços nesses produtos, pois representam cerca de 80% do valor

total do estoque. Os itens enquadrados como B são aqueles de valores médios e correspondem

a 15% do valor total. Por fim, os itens C são os que geram menos lucro para empresa, porém

representam cerca de 50% dos produtos estocados e aproximadamente 5% do valor total do

estoque.

O controle ABC é um método de análise de custos, que busca ‘rastrear’ os gastos de

uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos

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‘diretamente identificáveis’ com suas atividades mais relevantes, e destas para os produtos e

serviços (NAKAGAWA, 2001).

4 ESTUDO DE CASO

Apresenta-se o resultado dos dados coletados na pesquisa realizada em uma empresa

de decoração em gesso que atua no setor de construção civil há mais de 15 anos, localizada na

cidade de Araraquara, no estado de São Paulo.

O presente estudo obteve algumas informações (apresentadas na sequencia) com o

objetivo de analisar como é realizada a operacionalização de um setor de gesso,

especificamente em relação ao planejamento e controle da produção.

Observou-se que o fluxo do processo produtivo da preparação do gesso para a

decoração apresenta um sistema contínuo, conclusão possível pelo fato de que a produção é

programada diariamente para produzir um único tipo de produto, exigindo um planejamento

de equipamentos conforme o produto a ser produzido durante o dia de trabalho.

Na análise da capacidade produtiva verificou-se, através de informações obtidas no

setor de gestão da produção, que a empresa tem uma capacidade máxima produtiva, referente

a todo seu mix de produto, em torno de 1.800 metros por mês. No período que foi feito o

levantamento dos dados e realização desta pesquisa, constatou-se que foi utilizada em média

apenas 70% da sua capacidade produtiva, (cerca de 50 metros/dia), seguindo uma

programação de produção conforme a demanda e estabelecida pelo setor de gestão da

produção.

Observou-se ainda que a empresa adota um sistema de controle no setor de produção

via formulário com preenchimento manual, onde visa a coleta e registros de dados sobre o

estágio das atividades. Estes dados levantados diariamente são lançados em uma planilha

utilizando-s o programa Excel, para análise e controle do setor. A comparação entre o

processo programado e o executado buscando a identificação dos desvios é feita de forma

desintegrada e fora do tempo real da efetivação das atividades. Este quadro gera um déficit de

informações, dificultando a comparação dos custos reais do processo produtivo.

A partir da observação dos processos desenvolvidos na empresa, foi destacado que a

gestão de estoque estava sendo ineficiente. Foi constatado desperdício de material em duas

situações: A primeira, através da superprodução, uma vez que, ao gerar estoque de material

produzido por muito tempo este se decompunha, pois possui uma baixa durabilidade. A

segunda, relacionada ao fato de haver três locais de armazenagem de estoque gerando um

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manuseio mais frequente do material, ocasionando assim, possíveis perdas devido à

fragilidade do mesmo.

A implantação de melhoria em relação à armazenagem de estoque possibilitou que os

três locais fossem reduzidos para apenas um, gerando um maior controle sobre os materiais,

diminuindo suas perdas e aumentando a organização do ambiente.

Em virtude do fato de que todos os produtos oferecidos pela empresa devem atender a

prazos pré-estabelecidos, a mesma passou a estudar sua demanda para que pudesse planejar a

dimensão de seu estoque visando atender as necessidades de seus clientes. Como

consequencia, passou a adotar a filosofia do Just-in-time, ou seja, trabalhar com estoques

zero.

Em virtude de todos os produtos da empresa serem produzidos conforme o pedido de

compra e por possuir um espaço físico restrito para armazenagem de sua matéria prima, o

planejamento da produção e a compra de matéria-prima eram controlados rigorosamente.

A empresa não utilizava o planejamento para saber o momento e a quantidade de

materiais a serem adquiridos de seus fornecedores, situação que acarretava em falta de

material antes da entrega do pedido, trazendo como conseqüência um maior tempo de espera e

causando óbices ao desempenho da produtividade dos trabalhadores, o que, em última análise,

gerava atraso do tempo de entrega do serviço aos clientes.

O cálculo do Ponto de Reposição dos principais produtos direcionou a empresa na

tomada de decisão sobre “quando” e “quanto” de material comprar, reduzindo assim, seu

custo total de estoque e otimizando o tempo para início de produção e de entrega dos serviços,

conforme retrata a Tabela 1.

Tabela 1: Ponto de Reposição na empresa

Cálculo do Ponto de Reposição

Material Tempo de Reposição

Gesso em Pó 85 dias

Placas de Gesso Comum 85 dias

Placas de Gesso Acartonado Estruturado 60 dias

Fonte: Elaborado pelo autor

A empresa decidiu implantar melhorias para que, através do planejamento e controle

de estoque, seus custos pudessem ser reduzidos. A primeira implantação foi a aplicação do

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Controle ABC em seus materiais. Esta divisão dos grupos em seus produtos auxiliou a

empresa no tocante a um melhor direcionamento em relação a inspeção da quantidade no

estoque.

Os produtos do Grupo A passaram a ser controlados quinzenalmente, pois além de

possuírem um valor de aquisição mais alto, a falta deste material para a execução do serviço

deveria ser reduzida drasticamente; os do Grupo B são analisados mensalmente devido ao fato

de que seus custos representam cerca de 35% das matérias-primas adquiridas pela empresa;

já o Grupo C possui contagem semestral, pois o mesmo é adquirido pela empresa em grande

quantidade por meio do lote econômico de compras, ou seja, a empresa optou por minimizar

seu custo anual de encomenda fazendo um único pedido e controlando o estoque deste para

garantir que a produção e a prestação de serviços possa fluir sem falta do mesmo no estoque,

pelo fato de que trata-se de um tipo de material utilizado em pequenas quantidades e por seu

valor unitário ser reduzido, situações ilustradas pela Tabela 2.

Tabela 2: Controle ABC dos produtos da empresa

Controle ABC

Tipo Material Tempo de Inventário

A Placas de Gesso Acartonado Estruturado Quinzenal

B Gesso em Pó/ Placas de Gesso Comum Mensal

C Arames/ Buchas/ Gesso Cola/ Parafusos Semestral

Fonte: Elaborado pelo autor

Verificou-se ainda que, na empresa objeto de análise, o sistema de gerenciamento de

custos e sua classificação apresentam-se da seguinte forma: custo fixo - representa apenas a

depreciação do patrimônio da empresa e custos variáveis - representa o custo de pessoal,

serviços de terceiros e custo com gastos gerais.

Assim, os custos fixos e variáveis são rateados entre os setores de produção e

administrativo. Foi observado ainda que a apropriação dos custos diretos aos tipos de

produtos utilizados na produção de gesso pela empresa. Pode-se ilustrar essa situação através

da constatação de que, no momento da instalação do gesso é aplicada na parede (para uma

melhor fixação), uma pequena quantidade de Gesso Cola, produto que a empresa não

considerava na composição do cálculo dos custos.

O demonstrativo de apropriação dos custos diretos tem como objetivo principal

possibilitar uma breve análise entre o custo total e unitário praticado pela empresa e o

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atualizado. A diferença entre o custo total que foi praticado pela empresa, com o custo total

atualizado referente ao mesmo período que foi de aproximadamente R$ 2.500,00 (dois mil e

quinhentos reais).

Em relação ao sistema de apropriação dos custos utilizados pela empresa estudada,

quanto à apropriação dos custos diretos ao produto, são apropriados conforme receita pré-

estabelecida por lote, sendo dividido pelo rendimento total do lote, onde equivalem

aproximadamente 10 metros de moldura, chegando ao custo direto unitário do produto por

tipo de decoração. Este cenário permite constatar que a maior parte dos custos diretos

apropriados aos produtos estava sendo praticado com uma defasagem, apresentando uma

média de 5% sob o faturamento médio dos produtos em estudo. Cabe ressaltar que a não

apropriação desses custos merece a devida atenção, pois pode interferir significativamente no

desempenho da empresa em termos de competitividade e lucratividade.

Os resultados obtidos com a implantação das ferramentas de estoque foram: um

melhor controle das quantidades a serem adquiridas e melhor gerenciamento do tempo de

aquisição dos matérias, além da melhoria na produção através do andamento de fabricação

mais rápido devido a distribuição mais eficiente no estoque. Além disso, constatou-se a

redução de atraso nos prazos de entregas das obras visto que o problema de falta de material

foi minimizado. Por fim, houve redução de custos diretos: menos mão-de-obra ociosa, menos

hora-extra pra suprir os atrasos, menor desperdício de material, menos custos de pedido de

compra e melhor acompanhamento dos custos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em um ambiente competitivo, é cada vez mais necessário que as organizações passem

a planejar e controlar seu estoque para que consigam reduzir seus custos e utilizar essa

ferramenta de controle como um diferencial de competitividade.

O desenvolvimento e a aplicação de ferramentas e processos que possibilitem que os

produtos sejam entregues com qualidade na quantidade necessária, no tempo adequado e no

local correto são essenciais não somente para a sobrevivência de uma organização, mas para a

seu desenvolvimento no mercado.

O presente o estudo de caso apresentou a implantação dessas ferramentas em uma

micro empresa do setor de construção civil, que enfrentava dificuldades em controlar seu

estoque e consequentemente possuía um custo elevado. Com o auxílio de instrumentos que

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auxiliam no controle de estoque, foram obtidos resultados positivos quanto à organização,

trazendo como principal benefício a redução da porcentagem de seus custos.

Por fim, após as análises apresentadas, cabe ressaltar a importância da gestão

produtiva e da gestão de custos, como uma importante e eficaz ferramenta de apoio ao gestor

na tomada de decisão, uma vez que sua utilização pode servir de base tanto para a definição

dos planos de produção, quanto para a adoção de novas estratégias de comercialização de seus

produtos, garantindo sustentabilidade e competitividade empresarial.

REFERÊNCIAS

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Congresso Internacional de Custos, 1995, Campinas. Disponível em: <

www.bibliotecadigital.unicamp.br> Acesso em 16 fev. 2014.

BALLOU, R. H. Logística empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição

Física. São Paulo: Atlas, 2010.

CHOPRA, S., MEINDL, P. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Prentice

Hall, 2003.

DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e gestão. 5. ed. São Paulo:

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GARCIA, E. S.; REIS, L. M. T. V.; MACHADO, L. R.; FERREIRA, V. J. M. E. S. Gestão de

estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers Servicos

Editoriais Ltda., 2006.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2009.

NAKAGAWA, M. ABC: Custeio Baseado em Atividades. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2001.

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para redução de perdas: um estudo de caso. XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de

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31 mar. 2016.

SILVA, R. O. Teorias da Administração. Pioneira Thomson: São Paulo, 2001.

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Simpósio de Engenharia de Produção, 2014, Bauru. Disponível em:

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SLACK, N.; CHAMBERS S. e JOHNSTON R. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo:

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AGENTES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO NO MERCADO DE PRODUTOS

ORGÂNICOS

AGENTS AND GROWTH STRATEGIES IN THE ORGANIC PRODUCTS MARKET

Wellington Júnior Cheles - [email protected]

Martin Mundo Neto - [email protected]

Eliane Aguiar Sarro - [email protected]

Beatriz Zandelli - [email protected]

Guilherme Augusto Malagolli - [email protected]

Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC) – SP – Brasil

RESUMO

Um conjunto de fatores e a ação de representantes de diferentes segmentos da sociedade estariam

contribuindo para o crescimento do mercado de produtos orgânicos. Neste trabalho o objetivo foi

indicar como este mercado tem se transformado em função da ação de grandes grupos econômicos

que passaram a investir neste nicho. Destacam-se também as políticas governamentais destinadas

ao aumento do consumo seja atrelando os gastos do governo à aquisição de produtos orgânicos

produzidos pela agricultura familiar, mas também fornecendo apoio aos produtores orgânicos que

procuram exportar parte de sua produção. A expansão do mercado de orgânicos é resultado do

crescente interesse pela produção e consumo saudável de alimentos, mas também do interesse de

investimento de representantes do sistema de produção de insumos agrícolas e de alimentos

convencionais, aliados a investidores institucionais que exploram os orgânicos cada vez mais na

lógica do capitalismo governada pela lucratividade e menos pela consciência da produção

sustentável de alimentos.

Palavras-chave: Agricultura orgânica. Certificação. Investimentos sustentáveis.

ABSTRACT

Many factors and actions of representatives from different segments of society are contributing to

the market growth of organic products.In this study, the purpose was supportedat this market, and

it has become a function of the large economic groups action that are investing in this niche. It

also highlights the government policies aimed at increasing the consumption is tying government

spending to purchase organic products produced by family farmers, but also providing support to

organic producers seeking to export part of its production.The expansion of the organic market is

a result of growing interest in the production and healthy eating, but also the investment

representatives of the agricultural input production system and conventional foods, combined with

institutional investors exploiting organic increasingly on logic of capitalism governed by

profitability and less by the awareness of sustainable food production.

Keywords: Organic farming. Certification. Sustainable investments.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO: CHELES, Wellington Júnior; MUNDO NETO, Martin; SARRO, Eliane Aguiar; ZANDELLI,

Beatriz; MALAGOLLI, Guilherme Augusto. Agentes e estratégias de crescimento no mercado de

produtos orgânicos. In: Revista Interface Tecnológica da FATEC Taquaritinga. p. 106-115,

jun. de 2016. ISSN online 2447-0864. Disponível em:

<www.fatectq.edu.br/Interfacetecnologica>. Acesso em: dia mês e ano.

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1 INTRODUÇÃO

A “revolução verde” seria a expressão que sintetiza as transformações na agricultura

do século XX, sobretudo sob o enfoque tecnológico que permitiu a ampliação da oferta de

gêneros da agricultura em âmbito mundial. Goodman; Sorj; Wilkinson (1987) apresentou esta

“revolução” como um processo contínuo de inovações tecnológicas denominado de

apropriacionismo, ou seja, um processo no qual a agricultura cada vez mais se tornava

dependente da indústria de insumos, máquinas e equipamentos agropecuários.

Grandes grupos econômicos se constituíram desde o século XIX explorando os

negócios relacionados ao fornecimento de fertilizantes, sementes, agrotóxicos (atualmente

denominado de defensivos agrícolas), antibióticos, assim como, empresas fornecedoras de

máquinas agrícolas e instalações agropecuárias que vem dominando estes mercados, em

âmbito mundial. Além da dependência em relação aos fornecedores de tecnologias, o padrão

ditado por este modelo de agricultura, denominado de convencional, desencadeou, no

decorrer do tempo, um conjunto de impactos de natureza ambiental e social. Assim, este

modelo vem sendo questionado e sendo responsabilizado por parcela considerável dos

problemas ambientais que a sociedade enfrenta atualmente (EHLERS, 1996).

A agricultura orgânica, apesar de, historicamente, ser uma alternativa ao padrão

convencional, só ganhou relevância quando o modelo dominante passou a apresentar sinais de

esgotamento. Grandes produtores de soja, laranja, café, cana de açúcar e demais culturas

ligadas às commodities agrícolas estariam adotando práticas e tecnologias da agricultura

orgânica. A agricultura orgânica seria uma alternativa ao padrão convencional seja por

aspectos tecnológicos, mas também pelas relações sociais de produção que ela enseja. Ela se

diferencia da agricultura convencional no aspecto tecnológico por não incorporar os

agroquímicos convencionais e na organização da produção, uma vez que requer uso mais

intenso de mão de obra conhecedora das técnicas de produção orgânica. De acordo com

Wilkinson (2010), a agricultura orgânica oferece uma perspectiva para a agricultura familiar

enquanto estratégia de posicionamento no agronegócio contemporâneo. Segundo Galembeck

(2015), 5% dos solos no país estariam destinados à produção orgânica, contribuindo para que

o Brasil ocupe uma posição de destaque no cenário mundial. Abramovay (2010)chama

atenção para centralidade da agricultura na estratégia de desenvolvimento sustentável.

A expansão do mercado dos produtos orgânicos é resultado da mudança no perfil da

demanda por produtos mais saudáveis, produzidos de formas mais sustentáveis, seja em

relação ao uso de recursos naturais como humanos. Mas, aqui, procuramos indicar como esta

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corrente passou a contar com aliados inesperados, ou melhor, parte daqueles, que até então,

operavam na lógica produtiva dominante na agricultura desdobrando-se para o conjunto de

produtos fornecidos pela agroindústria de alimentos. Com base no referencial teórico da

sociologia econômica e da análise institucional das organizações este estudo procurou

apresentar elementos que têm contribuído para a expansão do mercado de produtos orgânicos.

Seguindo as sugestões de Bourdieu (2005) para os estudos dos mercados, procuramos

identificar as principais fontes de força atuando na expansão do mercado dos produtos

orgânicos. Os dados foram coletados junto aos órgãos governamentais que tratam do tema,

junto a organizações de representação de interesses de agricultores, junto a empresas

certificadoras de produtos e insumos orgânicos e na imprensa de negócios.

2 O ESTADO E A AGRICULTURA ORGÂNICA NO BRASIL

De acordo com Bourdieu (1983; 1996; 2005), o Estado cumpre um papel central na

construção dos mercados seja na dimensão econômica, por meio de incentivos e subsídios,

seja na dimensão jurídica, por meio de legislação especifica. As organizações de

representação de interesses também são fundamentais na estruturação e uniformização das

práticas entre aqueles que participam de determinado campo. Os participantes de um campo

possuem um conjunto de recursos que lhes garante uma determinada posição nesta estrutura,

ao mesmo tempo em que contribuem para conferir-lhe sua estrutura em determinado

momento. Para que os mercados de produtos orgânicos pudessem ganhar escala e a ampliação

dos participantes não prejudicasse a confiança em relação à qualidade e propriedades dos

produtos oferecidos como orgânicos, surgiram as organizações certificadoras, em grande parte

fruto da organização dos agricultores, associações, cooperativas e dos órgãos governamentais

competentes (GARCIA PARPET, 2012).

No Brasil, a organização deste mercado ficou marcada pela participação de pequenos

produtores rurais organizados em associações e cooperativas que lhe permitissem o

compartilhamento de técnicas, de certificações e de estratégias de comercialização (AAO,

2015). Porém, atualmente a própria certificação opera na lógica de mercado, dominado por

grandes certificadoras com atuação em âmbito internacional (GARCIA PARPET, 2012). De

acordo com Vieira (2015) as mudanças na legislação ampliaram as modalidades de

certificação, beneficiando a aqueles que não conseguiam obter a certificação por auditoria.

Esta mudança estaria ligada a estratégia de incentivar a agricultura familiar a migrar para o

padrão orgânico. Um indicador desta política está relacionado ao aumento do número de

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produtores orgânicos cadastrados no Sistema Nacional de Produção Orgânica (SisOrg),

controlado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). A grande

inovação na legislação atual está relacionado à criação do SisOrg e as novas possibilidades de

ingresso neste mercado. O MAPA credencia agricultores e as certificadoras. Para os

agricultores

A certificação pode ser obtida pela contração de uma Certificadora por Auditoria ou

se ligando a um Sistema Participativo de Garantia - SPG, que deverá estar sob

certificação de um Organismo Participativo de Avaliação da Qualidade Orgânica –

OPAC.

No caso de contração da Certificadora por Auditoria, o produtor receberá visitas de

inspeção inicial e periódicas e manterá obrigações perante o MAPA e a

certificadora, com custo a ser estabelecido em contrato. Se o produtor descumprir as

normas, a certificadora retira seu certificado e informa ao MAPA. Procure na lista de

Entidades Regularizadas as Certificadoras por Auditoria já credenciadas pelo

MAPA.

No caso da certificação por OPAC, o produtor deve participar ativamente do grupo

ou núcleo a que estiver ligado, comparecendo a reuniões periódicas e o próprio

grupo garante a qualidade orgânica de seus produtos, sendo que todos tomam conta

de todos e respondem, juntos, se houver fraude ou qualquer irregularidade que não

apontarem e corrigirem. Se o produtor não corrigir, o grupo deve excluí-lo, cancelar

o certificado e informar ao MAPA. Procure na lista de Entidades Regularizadas os

OPAC já credenciados pelo MAPA.

Caso o interesse seja apenas pela venda direta ou institucional, os produtores podem

formar uma Organização de Controle Social - OCS. (MAPA, 2015)

Atualmente, além da certificação por auditoria há a possibilidade de certificação por

sistemas participativos. Há duas formas de sistemas participativos. O primeiro, participando

de uma OPAC, garantindo a utilização de um selo de identificação de produto orgânico,

instituído pelo MAPA, relativo àcertificação pelo sistema participativo. A outra modalidade é

participando de uma Organização de Controle Social (OCS), onde os agricultores se

organizam, utilizam praticas agroecológicas e têm a possibilidade de comercializar sua

produção nos mercados locais, em feiras ou nos programas governamentais de aquisição da

Agricultura Familiar. Porém, na modalidade OCS não é permitido utilizarembalagens com

selo de produto orgânico.

No caso dos produtos orgânicos, uma dificuldade é conseguir a certificação. Neste

sentido, as disputas por este recurso tomou os contornos atuais apenas recentemente. No

Brasil, o Comitê Nacional de Produtos Orgânicos (CNPO) foi instituído em 1994, com

participação de representantes de órgão governamentais, como o MAPA, EMBRAPA e

representantes de organizações não governamentais, mas a regulamentação da Lei dos

produtos orgânicos ocorreu apenas em 2007 (VIEIRA, 2015, p.45-46). Ainda de acordo com a

autora, o (SisOrg) passou a operar em 2011 quando os “selos” de identificação de produtos

orgânicos, sob a tutela do MAPA, passou a ser obrigatório no território nacional. O MAPA é

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responsável pelo cadastramento das certificadoras que operam na lógica de mercado e pelo

sistema de certificação SisOrg.

No Brasil, a agricultura orgânica passou a ser apresentada, pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) como uma alternativa à agricultura familiar. Uma das

críticas ao principal programa de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF) é que ele

estaria contribuindo para que a agricultura familiar adotasse o padrão tecnológico

convencional, uma vez que o crédito rural estaria sendo utilizado para aquisição de insumos

agropecuários, máquinas e instalações do padrão dominante ((KAGEYAMA, 2003);

(MUNDO NETO, 2004)).Por outro lado, sobretudo os interesses relacionados às exportações

agropecuárias, inclusive de produtos orgânicos, tem sido, historicamente, objeto de políticas

do MAPA. As políticas públicas destinadas à agricultura orgânica nos permite perceber

ambiguidades do Estado brasileiro, uma vez que para o mesmo objeto, a agricultura, existe

dois ministérios. Assim, estas mesmas políticas promovem uma convergência de interesses de

atores que ocupam posições opostas no espectro econômico, cultural e político: de um lado

agricultores familiares pouco capitalizados, com baixo grau de escolaridade, parcialmente

integrados aos mercados procurando na produção orgânica uma alternativa ao modelo

convencional, de outro lado, agricultores capitalizados, com maior capital cultural e político,

explorando o mercado de orgânicos, sobretudo para exportação.Caporal; Petersen (2012,

p.64) criticam o posicionamento histórico dos representantes do Estado que procuram indicar

a possibilidade de coexistência entre o modelo de agricultura ligado ao agronegócio

dominante, relacionado às grandes cadeias de commodities agroindústrias, e aquele

predominante na agricultura familiar. De acordo com os autores, as politicas destinadas à

agricultura familiar teriam mais o papel de legitimar a predominância do modelo da

agricultura patronal, inclusive em relação às politicas de fundo agroecológico.

Mazzoleni; Nogueira (2006) procurou analisar o perfil do produtor orgânico

constatando que entre os agricultores orgânicos certificados por auditoria internacionais e que

exploram o mercado externo estão agricultores capitalizados que não seriam classificados

como familiares. Grande parte dos agricultores orgânicos cadastrados no SisOrg desde 2011

são agricultores familiares certificados pelo SPG ou pela Venda Direta que não exige

certificação. Conforme as informações disponíveis no ministério da agricultura, o número de

agricultores orgânicos cadastrados até maio de 2015 era de 10.505 produtores orgânicos

CNPO (2015).

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3 O MERCADO DE INSUMOS ORGÂNICOS E A PRODUÇÃO EM GRANDE

ESCALA

Para que a agricultura orgânica crescer na velocidade atual há uma procura cada vez

maior por insumos, fertilizantes e defensivos, que possam ser adotados pelos agricultores

orgânicos, mas para isto há a necessidade de aprovação destes insumos pelos certificadores,

contribuindo para o desenvolvimento das agências certificadoras.

Um conjunto de matérias primas utilizadas na agricultura convencional para

formulação de fertilizantes, estado natural, são aceitos pela agricultura orgânica, notadamente

os pós de rochas que concentram os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.

De acordo com Theodoro; Leonardos (2006, p.722) o uso de técnicas agroecológicas é uma

alternativa para construir uma agricultura familiar sustentável, sobretudo o uso de pó de

rochas para estruturação dos solos.Se estudos científicos embasam a adoção destas práticas

agroecológicas, paralelamente, crescem as oportunidades de negócios relacionados à

expansão do mercado de produtos orgânicos. Um conjunto de grandes empresas, que já

operava no segmento tradicional de fertilizantes, passou a disponibilizar esses produtos para

os agricultores orgânicos, com o selo doSisOrg, mas com certificação por auditoria, a

exemplo dasempresas Dow Agrosciences Industrial Ltda e Heringer Fertilizantes SA (IBD,

2015).

Por outro lado, os problemas relacionados a doenças e pragas e o alto custo da

produção agropecuária convencional tem levado os agricultores convencionais a procurar os

insumos orgânicos, sobretudo para diminuir seus custos de produção. Assim, o mercado de

insumos aprovados pela agricultora orgânica passou a ser um negócio que atraiu novos

investidores estimulou o crescimento daqueles que já estavam na atividade. Uma empresa que

ilustra este processo é o grupo Korin, ligado à igreja Messiânica Mundial que além de liderar

o segmento de frangos orgânicos e livres de estimulantes de crescimento e antibióticos passou

a oferecer uma linha de fertilizantes orgânicos (KORIN, 2015).

Mas não apenas a escassez de insumos seria um limitante para a rápida expansão da

agricultura orgânica. Uma das principais críticas à agricultura orgânica é quanto a sua

incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente para suprir as necessidades da

população mundial. Nesta dimensão também existem investimentos em curso, mas o aumento

da produtividade do sistema orgânico não pode ser comparadoà produtividade do sistema

convencional, já que este último é por natureza insustentável. Por outro lado, a comparação

com a produtividade dos sistemas convencionais permite estimar que se a agricultura orgânica

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receber investimentos na mesma escala que a agricultura convencional recebeu durante pelo

menos um século, certamente haverá um incremento significativo na produtividade do sistema

orgânico. Uma experiência que tem pelo menos dois objetivos que pretendem romper com

algumas barreiras à produção orgânica, por um lado, demonstrar a sua viabilidade em grande

escala e, por outro, desenvolver tecnologias apropriadas à produção orgânica, está sendo

desenvolvida na empresa Fazenda da Toca. Trata-se de uma propriedade sob o controle da

família Diniz, fundadora da rede Pão de Açúcar, uma área de 2300 hectares destinados à

produção de leite, ovos, frutas e grãos (FAZENDA DA TOCA, 2015).

4 OS ORGÂNICOS APRESENTADOS COMO INOVAÇÃO: A ESTRATÉGIA DOS

GRANDES INVESTIDORES INSTITUCIONAIS

Outro sinal de expansão do mercado de produtos orgânicos pode ser percebido quando

analisamos as estratégias de grande empresas norte americanas, líderes no segmento da

indústria de alimentos convencionais, tal qual a empresa Coca-Cola Co., a KelloggCo., e a

General Mills Inc. que ingressaram neste mercado por meio de aquisições de empresas líderes

no segmento de bebidas, sopas, carnes orgânicas (NASSAUER, 2015). Mais do que se

preocupar com os benefícios socioambientais da produção orgânica os grandes investidores

pretendem extrair lucro de seus investimentos.

Nos últimos anos, um conjunto particular de investidores ligados à indústria de capital

de risco passou a investir em empresas produtoras e comercializadora de produtos orgânicos.

Um exemplo é a maior franquia no segmento de produtos orgânicos e naturais da América

Latina, a empresa Mundo Verde. Ela foi fundada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 1987,

pelos irmãos Jorge Antunes e Isabel Antunes Joffe. Em 2009, a empresa foi adquirida pelo

fundo de privateequityAxxonGroup, quando tinha 126 unidades franqueadas operando. Em

2014, a empresa foi vendida para o empresário Carlos Wizard Martins, operando com mais de

300 lojas (ABVCAP, 2014). Outro exemplo é a empresa paranaense Rio de Una, criada em

1995, que recebeu investimentos da gestora Axial Par, em 2001, e vem expandindo a

produção e sua atuação no mercado nacional (KISS, 2012).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento da indústria de insumos orgânicos amplia o acesso a recursos que

possibilitem a reconversão de agricultores praticantes de sistemas de produção convencionais

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para sistemas de produção orgânicos. Por outro lado, a chegada dos grandes grupos

econômicos ilustra o “modus operandi” do capitalismo, contribuindo para a expansão deste

mercado, mas impondo novos desafios ao desenvolvimento da agricultura orgânica e às

relações sociais daqueles envolvidos nas suas diferentes redes de produção. O caso da

empresa Mundo Verde e da empresa Rio de Una indica como o mercado de orgânicos passa a

ser explorado como uma atividade inovadora e então passa a receber investimentos da

indústria de capital de risco. Se por um lado os investimentos do capital de risco contribuem

para expansão do mercado dos produtos orgânicos, por outro amplia a legitimidade daqueles

que pretendem operar no mercado dos orgânicos com a lógica tipicamente capitalista, dos

quais os financistas gestores de capital de risco são vanguarda. O Estado tem papel central na

institucionalização do Sistema de Produção Orgânica nacional, mas também incentivando este

modelo junto aos agricultores familiares e aos agricultores que já conseguem explorar o

mercado externo. A expansão do mercado de orgânico é resultado do crescente interesse pela

produção e consumo saudável de alimentos, mas também do investimento de representantes

do sistema de produção de insumos agrícolas e de alimentos convencionais, aliados a

investidores institucionais que exploram os orgânicos cada vez mais na lógica do capitalismo

governada pela lucratividade e menos pela consciência da produção sustentável de alimentos.

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