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1º ENIESP Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal ANAIS ISSN 2618350 Tema: PRÁTICAS INOVADORAS: ENCONTRANDO OPORTUNIDADES EM NOVOS TEMPOS ISSN - 2618350 1º ENIESP Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal

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1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal

ANAIS – ISSN 2618350

Tema: PRÁTICAS INOVADORAS: ENCONTRANDO

OPORTUNIDADES EM NOVOS TEMPOS

ISSN - 2618350

1º ENIESP

Encontro Internacional de

Ensino Superior do Pantanal

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1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal

ANAIS – ISSN 2618350

1º ENIESP - ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DO PANTANAL

" PRÁTICAS INOVADORAS: ENCONTRANDO OPORTUNIDADES EM NOVOS TEMPOS

ANAIS

Claudia Alves Perez Eduardo dos Santos Garcia Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior(Org.)

23 a 26 de maio de 2017.

FAPAN – Faculdade do Pantanal

Cáceres – Mato Grosso

Brasil

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1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal

ANAIS – ISSN 2618350

2017, Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal – 1º

FAPAN - Faculdade do Pantanal - Cáceres - MT – Brasil Claudia Alves Perez Eduardo dos Santos Garcia Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior (Org.)

ISSN 2618350

OS TEXTOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS AUTORES, MANTIDO O FORMATO

ORIGINAL DA SUA REDAÇÃO.

Página da web do 1º ENIESP: http://www.fapan.edu.br

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1º ECONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DO

PANTANAL

COORDENADORES RESPONSÁVEIS Profª. Marilza Luiz Ferreira Prof. Elvys Ferreira de Oliveira Profª. Claudia Alves Perez Prof. Eduardo dos Santos Garcia

COMITÊ CIENTÍFICO

Profª. Claudia Alves Perez

(Presidente)

Prof. Eduardo dos Santos Garcia

Prof. Douglas Alexandre de Campos

Castrillon Junior

Profª. Liliane Trivellato Grassi

Prof. Marcel Jesus Dias

Profª. Marilza Luiz Ferreira

Prof. Paulo Lacerda da Silva

Profª. Rosana Nascimento

Profª. Suellen Pereira Rodrigues

Profª Anne Louise

Prfª Joselaine Souto Hall Silva

Prof Alexandre Garcia

Profª Poliana Santos

Profª Eliana Cristina

Prof. Rodrigo Barretto Vila

Profª. Aleciane Botelho Queiroz

Prof. Mayk Jonhon de Carvalho Souza

Prof. Antônio Carlos P. dos Santos Junior

Profª. Graciely Almeida Ricci

ADMINISTRAÇÃO DA FAPAN

Elvys Ferreira de Oliveira

Diretor Geral Marilza Luiz Ferreira

Coord. Pedagógica Claudia Alves Perez

Coord. Curso de Ciências Contábeis

Dirceu Luiz da Silva Siqueira

Coord. Curso de Administração Anderson Luis Rubio

Coord. Curso de Educação Física Vivian Vieira Mattielo

Coord. Curso de Enfermagem Wesley de Souza Lopes

Coord. Curso de Engenharia Civil

Rosana Nascimento

Curso de Farmácia Ednardo Forcianari Antunes

Coord. Curso de Fisioterapia Marilza Luiz Ferreira

Coord Curso de Pedagogia

Aleciane Botelho Queiroz

Coord. Curso de Psicologia

Cicero Lucas Ferreira Santiago

Coord. Curso de Sistemas de

Informação

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FACULDADE DO PANTANAL RECREDENCIADA NO MEC PELA PORTARIA Nº 281, DE 23 DE MARÇO DE 2015

Coordenação do I Encontro Internacional

de Ensino Superior do Pantanal

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 8

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DO

POTENCIAL ECONÔMICO DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS EM BARRA DO

BUGRES – MT ......................................................................................................................................... 10

ACOLHIMENTO: FERRAMENTA PARA A QUALIDADE NO ATENDIMENTO NAS

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - REVISÃO DA LITERATURA .......................................... 14

AGRICULTURA FAMILIAR NO PANTANAL: SUSTENTABILIDADE E

DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO AGROANA GIRAU, EM POCONÉ – MT. ........ 18

ALTERNATIVAS E RESISTÊNCIAS: PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS VIVENCIADAS NA

ARPA ....................................................................................................................................................... 21

AMBIENTE E ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS TRANSMITIDAS POR

SOLO CONTAMINADO ....................................................................................................................... 26

ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS NA

EMPRESA AUTO POSTO TUIUIÚ EM CÁCERES - MT ................................................................. 32

APRENDIZAGEM DE ENGENHARIA DE SOFTWARE UTILIZANDO JOGOS DIGITAIS DE

RPG: UMA VISÃO DOS ESTUDANTES DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA FACULDADE

DO PANTANAL ...................................................................................................................................... 40

ASSISTÊNCIA Á SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA: REVISÃO DA

LITERATURA ........................................................................................................................................ 44

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DA DEAD-UNEMAT NA

PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES/USUÁRIOS DA GRADUAÇÃO ............................................ 47

AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DE

POLÍTICAS PÚBLICAS ........................................................................................................................ 51

IDENTIFICAÇÃO E ABORDAGEM DE ASPECTOS EMOCIONAIS NO

DESENVOLVIMENTO DE WEBSITES .............................................................................................. 55

DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTIRAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORESES E ALUNOS DE

UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CURVELÂNDIA-MT .......................................... 60

DOENÇA RENAL CRÔNICA E AS ALTERAÇÕES NA PRESSÃO ARTERIAL .......................... 63

ECONOMIA SOLIDÁRIA: NOVO MODO DE PRODUÇÃO ........................................................... 67

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE REALIZADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM

CÁCERES-MT ........................................................................................................................................ 71

ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS EM ÁREAS POBRES DE

DESENVOLVIMENTO: EQUIPE DE CONHECIMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA ............. 75

ENFERMIDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS POR PARASITÁRIAS ATRAVÉS DE

ÁGUA CONTAMINADA: CONHECIMENTOS DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA

SECRETARIA DE SAÚDE DE CÁCERES - MT ................................................................................ 81

EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM ALTO GARÇAS/MT - BRASIL ENTRE 2000 E 2015

.................................................................................................................................................................... 86

EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM VALE DE SÃO DOMINGOS/MT - BRASIL ENTRE

2008 E 2015 .............................................................................................................................................. 91

ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE MOBILIDADE URBANA NO PERÍODO DE 2010 À 2017:

TENDÊNCIAS E ESTATÍSTICAS. ...................................................................................................... 96

JOGO EDUCACIONAL TRILHOS CONJUGADOS – DESENVOLVIMENTO ......................... 100

LUTAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................... 105

MUDANÇAS GLOBAIS / CLIMÁTICAS E SÁUDE HUMANA- UM DIÁLOGO NECESSÁRIO:

REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................. 109

O ENSINO DA CONTABILIDADE ATRAVÉS DE CONTOS CONTÁBEIS ................................ 113

O USO DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO .................................................... 117

OS IMPACTOS DO ESOCIAL MÓDULO EMPREGADOR DOMÉSTICO EM ESCRITÓRIO

CONTÁBIL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT .......................................................................... 121

PARTICIPAR NA ARTE DE GOVERNAR ...................................................................................... 128

PLANEJAMENTO FAMILIAR: A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA PERCEPÇÃO DO

CASAL ................................................................................................................................................... 132

PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO: REDUZINDO O IMPACTO AMBIENTAL .......................... 136

SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM NAS

ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CÁCERES/MT - BRASIL ................................. 140

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: ESTUDO DE CASO NA COMETA MOTOCENTER

.................................................................................................................................................................. 145

T-LEARLING: INTERAÇÃO DA DIGITAL TV COMO UMA FERRAMENTA NO PROCESSO

DE ENSINO-APRENDIZAGEM ......................................................................................................... 150

UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATUAÇÃO NO ENSINO

MÉDIO INTEGRADO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................ 154

A IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA SAÚDE: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA DA LITERATURA ................................................................................................... 158

ASPECTOS TEÓRICOS E REFLEXIVOS SOBRE O ERRO NO PREPARO E

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM .................... 162

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PROBLEMAS E DESAFIOS ENFRENTADOS PELA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT ................................................ 165

PERCEPÇÃO PRELIMINAR DOS GRADUANDOS EM LICENCIATURA EM GEOGRAFIA -

UFMT SOBRE OS PONTOS FORTES, FRACOS, DEBILIDADES E FORTALEZAS DO CURSO

.................................................................................................................................................................. 170

A IMPORTÂNCIA DAS ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO SOBRE O USO

CORRETO DE EPI’S ........................................................................................................................... 174

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE VISÃO LIMITADA EM SALA DE AULA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................................................................................................... 178

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APRESENTAÇÃO

A Faculdade do Pantanal – FAPAN – conta atualmente com cursos de graduação e pós-

graduação, em diversas áreas do conhecimento e em 2017 a Instituição deu início a mais

um evento científico.

A primeira edição do Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal, evento

que possui características multidisciplinares que visa atender a formação acadêmico-

científica dos estudantes de graduação e pós-graduação do município de Cáceres e

região, teve como objetivo principal promover a pesquisa e a extensão e distribuir

conhecimentos por intermédio de palestras de temas variados de cunho internacional.

Realizado com a temática “Práticas inovadoras: encontrando oportunidades em novos

tempos”, entre os dias 23 e 26 de maio, o evento reuniu professores, alunos,

pesquisadores, profissionais e a comunidade externa que contribuíram para alcançar o

objetivo pretendido.

A principal missão da realização do ENIESP é se consolidar como um evento

referência, nacional e internacional, gerando a disseminação de pesquisas e que

distribua conhecimento científico por meio de palestras, minicursos, comunicação oral e

exposição de banners, além de divulgar o conhecimento como forma de aprimoramento

do ser e da sociedade, permitindo o aperfeiçoamento de professores e profissionais das

mais diversas áreas.

Neste documento são apresentados os resultados dos trabalhos acadêmicos aprovados

pela comissão cientifica do evento, em seção única: Resumos Expandidos.

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ANAIS

RESUMOS EXPANDIDOS

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A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO PROPOSTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL ECONÔMICO DE PLANTAS

MEDICINAIS E AROMÁTICAS EM BARRA DO BUGRES – MT

LA EXTENSIÓN UNIVERSITARIA COMO UNA PROPUESTA PARA EL

DESARROLLO DEL POTENCIAL ECONÓMICO DE PLANTAS

MEDICINALES Y AROMÁTICAS EN BARRA DO BUGRES-MT

Thiago Fernandes

Alex Dias Curvo

Marfa Magali Roehrs

Resumo: o objetivo deste trabalho foi descrever umas das atividades que o LMC1

desenvolveu no segundo semestre de 2012, propondo socializar na integra a experiência

na interlocução de conhecimentos de diferentes personagens: pesquisadores, professores

universitários, acadêmicos, trabalhadores rurais, indígenas e assentados. O embase

metodológico utilizado para essa interlocução foi basicamente a troca de experiência

entre participantes x ministrantes de oficinas e principalmente participantes x

participantes, utilizando-se de ambientes físicos e estruturais como laboratórios,

recursos didáticos, bibliográficos e audiovisuais, contribuindo com a nossa linha de

trabalho e educação. A sustentação teórica contemplada como mediadora desse relato

cita abordagens simples e claras de autores como Freire, Corrêa e Silva, que se

posicionam a favor da ligação, extensão e familiarização entre comunidades e

Universidade e de que homens educam entre si, mediatizados pelo mundo.

Palavras-chave: Interlocução de saberes; Potencialidade de Recursos Naturais;

Educação Ambiental não formal.

Palabras-clave: Diálogo de conocimiento; Potencial de recursos naturales; Educación

ambiental no formal.

INTRODUÇÃO

A ciência nasce através da tomada de decisão da construção do conhecimento a

partir do que hoje chamamos de método científico. O mundo assiste hoje a uma

reformulação de valores pessoais, valores naturais e ecológicos que retornam com

grande força, na determinação de novos preceitos, em todas as áreas do conhecimento

científico e da vida prática. Nesse sentido os produtos originários de plantas medicinais

ocupam um espaço cada vez maior no mercado (CORRÊA, 2008, pg. 28).

Uma forma de garantir que esse conhecimento se prolongue ainda mais é

promover a inclusão social entre indivíduos, fazendo com que haja um aumento

representativo na integração de ideias e opiniões de diferentes grupos. Outra maneira de

interagir esses povos é oferecer práticas sociais que provocam o aprendizado, a

educação e o trabalho em grupo e/ou equipe. A fim de estimular essa prática dentro da

Universidade, o LMC tem proposto à comunidade acadêmica e externa metodologias de

1 LMC – Laboratório de Metodologia Científica – UNEMAT / Campus Universitário Dep. Renê Barbour

- Barra do Bugres-MT.

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ensino e aprendizagem para produção de ciências e tecnologia, utilizando-se da

biodiversidade de plantas medicinais do cerrado mato-grossense, em especial, as mais

comuns e predominantes de Barra do Bugres-MT.

Conforme eixos norteadores, esse trabalho teve como objetividade apresentar um

relato de experiência sobre uma das atividades que o LMC desenvolveu no segundo

semestre de 2012, proferindo-se na realização de três oficinas de criação de bioprodutos

utilizando-se de plantas medicinais e aromáticas popularmente conhecidas pelas

comunidades.

METODOLOGIA

As ações que contemplaram a realização desse trabalho foram desenvolvidas com

o apoio integral dos bolsistas e voluntários do LMC, da Universidade do Estado de

Mato Grosso em parceria conjunta com professores do quadro docente. Foi estudada

pela equipe (acadêmicos e professores) a possibilidade de utilizar como matéria prima

plantas de uso medicinal, conforme a disponibilidade dos recursos naturais em se

tratando da biodiversidade local.

Segundo pós-discussão entre a equipe, foi decidido promover oficinas de criação

de bioprodutos que fomentasse a importância do papel da formação do individuo

sintonizada com os princípios da economia solidária, na geração de renda extra as

famílias participantes. Foram subjetivadas então três oficinas diferentes, mas que de

certa forma estariam ligadas a uma única temática, ou seja, oferecer alternativas de

conhecimento e capacitação conforme a megadiversidade loco regional.

As oficinas selecionadas foram desenvolvidas no Campus Universitário Dep.

Renê Barbour – UNEMAT. Em contrapartida, a Universidade disponibilizou sua

infraestrutura física, sendo que, a oficina de fonte de renda no processamento de

alimentos aconteceu no Laboratório Industrial de Processamento de Alimentos, a de

produção de velas com citronela no Laboratório de Química e a de produção de

fitocosméticos e fitoterápicos no Laboratório de Física e Ciências Matemática.

Foi proposto inicialmente oficinas de oito horas cada, na qual se resumia em

estudar e socializar o conhecimento enquanto este dialógico e empírico. O trabalho e a

interlocução de conhecimento tiveram como auxílio o uso de apostilas curtas como

material facilitador. Essas apostilas foram desenvolvidas pelos professores e utilizavam

em seu maior contexto figuras explicativas, devido a maior parte do publico alvo serem

pessoas denotadas como analfabetas funcionais, estando assim coerentes com o meio

que a equipe estipulou para alinhar e introduzir também a educação ambiental de

maneira não formal. Teve-se também como apoio o uso de equipamentos e ferramentas

audiovisuais.

É preciso mencionar que o uso de plantas medicinais é bem comum na região,

porém, não se tem um incentivo de recriação de mudas em viveiros e/ou

espaços/ambientes apropriados para reprodução. Assim, recorremos então a procurar

uma metodologia simplificada que almejasse estimular essa criação e cultivo e que

despertasse essa motivação/interesse principalmente aos agricultores e assentados da

região, grandes responsáveis pela produção e comercialização de produtos alternativos

da agricultura familiar.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

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No decorrer do desenvolvimento das oficinas de criação, obtivemos vários

resultados satisfatórios. O primeiro grande desafio que foi vencido pela equipe

executora se resumia em “ter iniciativa”, ou seja, a partida inicial de quem almeja em

fazer algo pela sociedade, comunidades tradicionais, meio ambientes e por si mesmo.

Devido à maioria dos acadêmicos envolvidos nessa ação serem bolsistas e voluntários

dos projetos de extensão com interface a pesquisa cientifica e automaticamente fazerem

parte do LMC, estes em especial já possuíam uma retrospectiva experiencial de outras

ações/atividades conjuntamente e igualitária com as mais diversas comunidades, na qual

facilitou executar ações que intermediavam demais e outras.

Detalhando melhor o trabalho realizado, temos que as atividades efetuadas na

oficina de fitocosméticos e fitoterápicos resumiram em ensinar na teoria e prática a

preparação de loções, xampu e sabonetes líquidos utilizando-se de essências de plantas

medicinais. Já na oficina de criação de produção de velas através da citronela, resumiu

sucintamente em utilizar a planta medicinal “citronela”, onde a mesma passou por um

processo de extração, retirando o óleo e por fim, subjetivou em adicionar outros

ingredientes para a conclusão do produto final, a vela ecológica. E por ultimo, a oficina

de fonte de renda no processamento de alimentos se estendeu em criar novos alimentos

através do uso de frutas, legumes e essências, fabricados manualmente. Os produtos

criados foram compotas, geleias e doces, através dos compostos de seguimento

alimentar que a bioalternativa floral e frutífera tropical da região oferecia.

Portanto, é possível relatar com clareza que a ideia, o esforço e o incentivo de se

oferecer uma alternativa social e sustentável que possibilitaria complementar a renda

dessas famílias não se resumem somente em uma obrigação enquanto bolsita e/ou

acadêmico de um curso superior, mais se ressalva nos princípios do ser humano, ou

seja, poder contribuir/ajudar quem devidamente precisa como o pouco de conhecimento,

informação, coragem e atitude que se tem, exercendo assim o papel de extensionista.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme contextualizado no texto acima, temos que os resultados alcançados

oriundos desse nosso trabalho extensionista foram e estão sendo disseminando

conforme o tempo.

Inicialmente, o objetivo era transpassar a esses indivíduos o conhecimento sobre

plantas medicinais e as potencialidades alternativas, sociais e econômicas que essa

diversidade ecológica poderia proporcionar. Além de levar a Universidade até a essas

pessoas como também socializar ideias, opiniões e questionamento em um único

espaço/ambiente entre professores, acadêmicos, produtores, indígenas e assentados.

Hoje, através de algumas visitas in loco em algumas comunidades rurais, tivemos o

enorme privilegio de observar e dialogar com indivíduos que deram continuidade aos

trabalhos como também estão atualmente comercializando esses produtos em dias de

feiras e no comercio local, dando ênfase e mobilização a grande importância da

presença de produtos oriundos da agricultura sustentável.

Outro ponto a ser relatado foi à experiência que tivemos e os relatos informais da

comunidade, que aprovou e ainda pretendem mobilizar-se para oferecerem

continuidade. Essa avaliação de percepção pós-atividade me despertou em oferecer

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continuidade com esse trabalho, tornando-o recíproco e referenciando dentro da

Universidade, ainda que este seja inicial.

Cumpre-se destacar que tais iniciativas, além de contribuir para a manutenção e

preservação do cerrado, possuem características socias. Na medida em que as ações

foram sendo executadas, observamos que ao mesmo tempo em que conseguimos levar

essa oportunidade a esses indivíduos, almejamos por outro lado à importância do

trabalho em equipe bem como fomentando a educação ambiental não formal, que de

certa forma passou a ser uns dos objetivos específico pré-estabelecidos,

respectivamente.

REFERÊNCIAS

CORRÊA, CYNTHIA C. Plantas medicinais como alternativa de negócios: Caracterização e

importância, 2008. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/9/418.pdf> Acesso em: 18 de mar,

2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

SILVA, Oberdan Dias da. O que é extensão universitária? Disponível em:

<http://www.ecientificocultural.com/ECC2/artigos/oberdan9.html> acesso em: 15 de mar, 2017.

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ACOLHIMENTO: FERRAMENTA PARA A QUALIDADE NO

ATENDIMENTO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - REVISÃO DA

LITERATURA

RECEPCIÓN: HERRAMIENTA PARA LA CALIDAD DE LLAMADA EN

SALUD UNIDADES BÁSICAS - REVISIÓN DE LA LITERATURA

Nayara Ferreira Enfermeira

Mestranda em Ciências Ambientais-UNEMAT

² Camila Aristela Paula Oliveira Especialista em Saúde Pública- Anhanguera Educacional

³ Liliane Trivellato Grassi Farmacêutica- Bioquimica

Mestre em Ciências Farmacêuticas

Resumo: A atenção básica lida com situações e problemas de saúde de grande

variabilidade. Tal complexidade se caracteriza pelas dimensões orgânicas, subjetivas e

sociais do processo saúde-doença-cuidado, entre os seus desafios atuais, destacam-se

aqueles relativos ao acesso e ao acolhimento. O objetivo do trabalho foi revisar a

literatura acerca da aplicação do conceito de acolhimento e elucidar as contribuições

desse conceito para as práticas na atenção primária à saúde. Os resultados evidenciaram

aspectos relacionados à garantia de atendimento e acesso aos serviços especializados, e

a necessidade da escuta qualificada nas instituições de saúde. O acolhimento é capaz de

promover o vínculo entre profissionais e usuários, possibilitando o estímulo ao

autocuidado, melhor compreensão da doença e corresponsabilização pelo tratamento.

Auxilia na universalização do acesso, fortalece o trabalho multiprofissional e

intersetorial, qualifica a assistência, humaniza as práticas e estimula ações de combate

ao preconceito.

Resumen: Las ofertas de atención primaria con situaciones y grandes problemas de

salud variabilidad. Esta complejidad se caracteriza por dimensiones orgánicos,

subjetivos y sociales del proceso salud-enfermedad-atención de la salud entre sus retos

actuales, destacar los relacionados con el acceso y acogida. El objetivo fue revisar la

literatura sobre la aplicación del concepto de anfitrión y aclarar las contribuciones de

este concepto a la práctica en la atención primaria de salud. Los resultados mostraron

aspectos relacionados con el servicio de garantía y el acceso a servicios especializados y

la necesidad de escucha cualificado en instituciones de salud. El anfitrión es capaz de

promover la relación entre los profesionales y los usuarios, permitiendo que el estímulo

para el cuidado personal, una mejor comprensión de la enfermedad y co-responsabilidad

del tratamiento. Asiste en el acceso universal, fortalece el trabajo multidisciplinario e

intersectorial califica asistencia, humaniza las prácticas y estimula acciones para

combatir los prejuicios.

Palavras-chave: Acesso aos serviços de saúde; Acolhimento; Atenção básica

Palabras-clabe: El acceso a los servicios de salud; Host; atención primaria

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INTRODUÇÃO

Em 1994 foi criado o programa de saúde da família (PSF), elaborado como uma

estratégia de organização das ações de saúde nos serviços de atenção básica, dando

ênfase em um novo modelo de atenção, com foco na promoção da saúde dos indivíduos,

família e comunidade. Sua implantação possibilitou: desenvolver pratica de saúde

integrada com as famílias, ampliar o acesso da população ao serviço de saúde,

incorporar o atendimento humanizado e fomentar o compromisso com a necessidade do

usuário (SOUZA et al, 2008)

Trata-se de um modelo pautado no trabalho em equipe, acolhimento, vínculo,

ações de prevenção e promoção da saúde, priorização da família em seu território, sem

descuidar do tratamento e reabilitação, que veio na tentativa de superar o modelo

hegemônico que era centrado em práticas curativas e na atenção médico-hospitalar

(GARUZI et al, 2014)

Apesar dos inúmeros benefícios alcançados com a implantação da estratégia de

saúde da família, os maiores desafios relacionam-se à estruturação deste novo modelo

que realize suas ações em sintonia com os princípios da universalidade, igualdade e

integralidade (LITWINSKI, 2011)

Entre os seus desafios atuais, destacam-se aqueles relativos ao acesso e

acolhimento, à efetividade e resolutividade das suas práticas, ao recrutamento,

provimento e fixação de profissionais, à capacidade de gestão/coordenação do cuidado

e, de modo mais amplo, às suas bases de sustentação e legitimidade social (BRASIL,

2013)

Neste contexto, como a atenção básica à saúde representa a “porta de entrada” no

Sistema de Saúde para a maioria dos usuários, o presente trabalho vem mostrar a

importância do acolhimento dentro dos princípios e diretrizes do SUS que muitas vezes

não são compreendidos por toda equipe de saúde. Visando, sobretudo, fortalecer a

construção de um novo modelo assistencial efetivo e em consonância com seus

princípios.

METODOLOGIA

O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, a qual

tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o

tema investigado, foram utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino-

Americana em Ciências de Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Analise de

Literatura Médica) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O acolhimento constitui-se uma estratégia de aperfeiçoamento do processo de

trabalho em saúde que foi proposta pelo ministério da saúde dentro da politica Nacional

de Humanização. Esse mecanismo permite-se o delineamento de espaços de encontro,

escuta e recepção, proporcionando a interação entre os sujeitos, seja estes trabalhadores

e/ou usuários dos serviços, na qual se procura garantir a acessibilidade universal, a

resolutividade, a informação, o encaminhamento e a construção de vínculos. (BORGES

E SILVA 2015)

Para Garuzi et al o entendimento do vínculo pode trazer, no âmbito do serviço, a

efetivação do princípio da integralidade, uma vez que permite aos usuários atuarem seu

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papel de cidadãos, conferindo maior autonomia em relação à sua saúde, tendo

assegurado os seus direitos de fala, argumentação e escolha, permitindo ao profissional

conhecer o usuário para que colabore na manutenção de sua saúde e redução dos

agravos.

O conhecimento dos preceitos que embasam a proposta de acolhimento e

humanização na atenção é peça fundamental para repensar todo o processo de trabalho e

a reorganização dos serviços. Uma das formas de se apropriar de conhecimentos está no

desenvolvimento de ações educativas (BORGES E SILVA 2015)

Soares (2011) relata alguns itens tidos como vantagens a partir do momento em

que se cumpre o acolhimento na Atenção Primária de saúde como a: diminuição da

fragmentação dos serviços prestados pela equipe de saúde; atendimento da demanda da

população; resolutividade ao problema exposto; redução da lista de espera, ou até

mesmo consegue-se evitá-la; intervenções de acordo com a necessidade do usuário;

atendimento baseado nos princípios norteadores do SUS.

Borges e Silva salienta em sua pesquisa o desconhecimento da equipe com relação

à politica nacional de humanização, sendo apontado como um fator que dificulta a

pratica da equipe frente ao acolhimento, enfatizando que para alguns dos entrevistados

essa proposta está distante de ter uma aplicação prática.

Brehmer e Verdi também evidenciaram em sua pesquisa o distanciamento entre o

discurso do acolhimento e os modos de acolher revelados na prática.

Coelho et al 2009 ressalta que no que diz respeito das conquistas relacionadas

com os princípios norteadores do SUS, referente ao atendimento do usuário em todas as

suas necessidades de saúde, ainda persiste a dificuldade na articulação com setores de

maior nível de complexidade, associada à carência de profissionais e equipamentos

específicos de algumas áreas. Dessa forma, o acesso aos serviços de saúde, conforme o

princípio da equidade deve ser garantido para toda a população em condições de

igualdade, sem qualquer discriminação, bem como a possibilidade de atendimento em

todos os níveis de complexidade do sistema de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através de análises de várias produções literárias, percebe-se um vasto

entendimento dos autores sobre o acolhimento e suas práticas realizadas pelos

profissionais de saúde atuantes nas UBS. Entre os diversos estudos sobre este tema,

observa-se que o acolhimento assume vários significados, entre eles aponta-se o

acolhimento como um método de reorganizar o processo de trabalho, através de uma

escuta qualificada e, a partir de então, ter a possibilidade de orientar os usuários

conforme suas necessidades.

Outras atribuições ao acolhimento dizem respeito à acessibilidade aos serviços de

saúde, à valorização e responsabilização diante das subjetividades dos usuários, bem

como a uma postura ética adotada pelos profissionais perante as particularidades

apresentadas por cada paciente, entre outros.

Entender o que é um serviço que se baseia em práticas acolhedoras, bem como

realizá-las, consiste em uma questão desafiadora, visto que envolve todo um processo

de trabalho, e muitas vezes não depende apenas da equipe multiprofissional responsável

pelos atendimentos em determinada UBS, mas sim dos gestores, que devem

disponibilizar recursos e suporte para que a assistência seja praticada com efetividade.

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Contudo, para oferecer uma assistência de qualidade, a equipe de saúde precisa

estar disponível para aceitar as mudanças que forem necessárias para que possa se

produzir saúde, visto que a adoção de novos métodos acarreta novas responsabilidades,

em que é preciso eliminar as velhas práticas para possibilitar novos meios de assistência

ao usuário, que por sua vez, tem o direito de receber um atendimento digno e adequado.

Constata-se que a adesão das práticas de acolhimento possibilita um tratamento

digno à população, valorização da mesma, bem como dos próprios profissionais e dos

serviços prestados, e assim podem-se ofertar serviços de qualidade aos usuários,

seguindo os princípios do SUS e conforme a Política Nacional de Humanização.

O acolhimento é auxilia ainda na universalização do acesso, fortalece o trabalho

multiprofissional e intersetorial, qualifica a assistência à saúde, humaniza as práticas e

estimula ações de combate ao preconceito. Entretanto, mereceria maior atenção a

perspectiva do usuário sobre a utilização de tecnologias leves como o acolhimento, um

tópico a ser enfocado por estudos futuros.

No entanto, a implantação de novos modos de gestão e de atenção necessita estar

atrelada à educação no trabalho, como meio de torná-los efetivos. Embora se reconheça

a importância do acolhimento como forma de aperfeiçoar a atenção, este necessita estar

vinculado a mudanças na gestão incluindo-se: redimensionamento e qualificação de

recursos humanos, disponibilidade de materiais, equipamentos e insumos, espaço físico

e, principalmente, adotar efetivos modos de gestão em saúde.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Brasília, 2013.

BREHMER, L; C. VERDI, M. Acolhimento na Atenção Básica: reflexões éticas sobre a Atenção à Saúde

dos usuários. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 3):3569-3578, 2010

COELHO, M;O. JORGE, M; S; B. ARAUO, M; E. O acesso por meio do acolhimento na atenção básica

à saúde. Revista Baiana V.33 n. 3 2009

GARUZI, M. ACHITTI, M; C; O. SATO, C; A. ROCHA, S; A. SPAGNUOLO, R; S. Acolhimento na

estratégia saúde da família: revisão integrativa. Rev Panam Salud Publica 35(2), 2014

LITWINSKI, G; C. O acolhimento como uma ferramenta para a melhoria da qualidade do

atendimento nas unidades básicas de saúde. Trabalho de conclusão de curso para obtenção do titulo de

especialista em atenção básica em saúde da família. Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.

SOUZA, E; C; F. VILAR, R; L; A. ROCHA, N; S; P; D. UCHOA, A; C. ROCHA, P; M. Acesso e

acolhimento na atenção básica: uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 1:S100-S110, 2008.

SOARES, T; A. Os benefícios do acolhimento na atenção básica de saúde: uma revisão da literatura.

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do titulo de especialista em atenção básica em saúde da

família. Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.

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AGRICULTURA FAMILIAR NO PANTANAL: SUSTENTABILIDADE E

DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO AGROANA GIRAU, EM

POCONÉ – MT.

AGRICULTURA FAMILIAR EM HUMEDAL: SOSTENIBILIDAD Y

DESARROLLO DEL ASENTAMIENTO AGROANA GIRAU, EM POCONÉ –

MT.

Jonas Benevides Correia.

Alexandro Rodrigues Ribeiro

Resumo: Este artigo tem como tema Agricultura Familiar no Pantanal: sustentabilidade

e desenvolvimento do assentamento Agroana Girau, em Poconé – MT, e discute as

relações sociais, econômicas e ambientais referentes à agricultura familiar e ao modo de

produção de alimentos nesta comunidade. Descreve-se o projeto elaborado por

professores da Faculdade de Economia da UFMT, que teve a finalidade de implantar as

técnicas agroecológicas e fazer a transição do modo de produção no assentamento.

Definiu-se como problema de pesquisa: quais as limitações sociais, econômicas e

ambientais do atual modelo de desenvolvimento da agricultura familiar? Para a

elaboração dos trabalhos de pesquisa, definiu-se como objetivo principal estudar a

implantação do modo de produção agroecológica como alternativa para o modelo de

desenvolvimento da agricultura familiar no assentamento Agroana Girau. A

metodologia de trabalho e seu planejamento configuram uma pesquisa exploratória e

um estudo de caso, conforme descrição de Yin (2001). Os resultados da pesquisa

demonstram a evolução da troca de técnica produtiva pelos agricultores, os benefícios

comerciais e para o meio ambiente, e as novas possibilidades econômicas para a

comunidade.

Palavras-chave: agricultura familiar; produção agroecológica; assentamento.

Palabras-clabe: agricultura familiar; producción agroecológica; asentamiento.

INTRODUÇÃO

Os agricultores do assentamento Agroana Girau, localizado nas proximidades do

município de Poconé-MT, área do Pantanal mato-grossense já são fornecedores de

hortifrútis para Cuiabá e região há mais de 10 anos. Eles produzem principalmente:

quiabo, maxixe, pepino, berinjela, jiló, tomate, mandioca e banana. No entanto, sua

produção sempre ocorreu com práticas não sustentáveis, com uso intensivo de produtos

químicos e agrotóxicos. Os agricultores se uniram e formaram em 2003 a

COOPERANGI – Cooperativa dos Pequenos Agricultores do Assentamento Agroana

Girau.

No ano de 2013, alunos e professores da UFMT formaram uma equipe

multidisciplinar para desenvolver um projeto de implantação das técnicas sustentáveis

de produção agrícola. O projeto se estendeu até março de 2016, e foi financiado pelo

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Prêmio Universidade Solidária, criado pelo Banco Santander e pela Fundação Unisol.

Como resultado, algumas famílias já abandonaram o uso de agrotóxicos e passaram a

utilizar a agroecologia para gerar renda.

Definiu-se como problema de pesquisa o seguinte questionamento: quais as

limitações sociais, econômicas e ambientais do atual modelo de desenvolvimento da

agricultura familiar? Como objetivo principal foi estabelecido estudar a implantação do

modo de produção agroecológica como alternativa para o modelo de desenvolvimento

da agricultura familiar no assentamento Agroana Girau. Os objetivos específicos da pesquisa

são: analisar o diagnóstico inicial da inter-relação entre a atividade produtiva e o meio ambiente

local; descrever a produção convencional e comercialização de olericulturas como inserção da

localidade no mercado regional; e estudar o processo de introdução do modo de produção

agroecológica no assentamento.

A realização das atividades foi planejada pelos professores de Economia da

UFMT, dentro dos conceitos do desenvolvimento endógeno local. Tanto os conceitos

teóricos, como a metodologia e o planejamento, como os resultados são agora

apresentados no próximo item.

METODOLOGIA

A metodologia de trabalho e seu planejamento configuram uma pesquisa

exploratória e um estudo de caso, conforme descrição de Yin (2001). A pesquisa para

realização do projeto consistiu em: realizar um diagnóstico socioeconômico inicial;

planejamento das ações; formação e treinamento da equipe; treinamento dos

agricultores; implantação da horta coletiva; realização de uma pesquisa socioeconômica

no assentamento; criação de um ponto de comercialização; treinamento dos filhos dos

agricultores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A teoria do desenvolvimento local endógeno, em contraposição com as teorias

liberais do crescimento econômico, define como prioridade: o trabalho em redes dos

agentes; a ocorrência de diversos caminhos para o crescimento local; a necessidade de

autonomia dos agentes locais e a necessidade de um envolvimento global da localidade

(BARQUERO, 2001). A implantação das técnicas agroecológicas no assentamento

seguiu as diretrizes e teorias do desenvolvimento endógeno, conforme descrito a seguir.

No período compreendido entre outubro de 2013 a março de 2014, os trabalhos

consistiram na análise dos resultados do diagnóstico inicial. Um mestrando de

Economia e dois professores passaram um dia no assentamento visitando diversos lotes,

conhecendo as principais dificuldades ao longo de 10 anos de atividade agrícola. O

resultado dessa primeira visitação serviu para definição das atividades futuras e

organização da equipe de trabalho.

A partir de março de 2014, sempre aos sábados, a equipe se dirigia ao

assentamento para as atividades. Os acadêmicos se dividiram nas pesquisas da fauna,

flora, solo, irrigação, saneamento, qualidade das plantas. Em março de 2015, a horta

coletiva apresentava suas primeiras produções agroecológicas: berinjela, jiló, maxixe,

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quiabo, tomate, pimentão, mandioca. Sem a utilização de nenhum tipo de produto

químico.

O modo de produção agroecológico coloca em primeiro lugar a ecologia, e em

segundo plano o mercado. Diversos organismos promovem no Brasil e no mundo, a

introdução de técnicas alternativas para o cultivo de alimentos e a difusão desse

conhecimento (ALTIERE, 2008). A dimensão econômica da sustentabilidade propõe

uma melhor alocação de recursos e mais investimentos públicos e privados. A dimensão

política deve promover a liberdade e a democracia para que a comunidade consiga

realizar seus projetos de emancipação (SACHS, 2004, p.14).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto de implantação de técnicas agroecológicas no assentamento Agroana

Girau constituiu uma oportunidade de conscientização social, ambiental e profissional

para os agricultores, acadêmicos, professores e voluntários da equipe. As práticas e

filosofia agroecológicas, em conjunto com a metodologia do desenvolvimento local

endógeno se apresentam como alternativa para minimizar os problemas sociais,

econômicos e do meio ambiente.

A comunidade do assentamento Agroana Girau em Poconé – MT, hoje

comercializa seus produtos agroecológicos na ECOFEIRA da UFMT, todas as sextas

feiras. Além desse ponto comercial, já estão atendendo condomínios residenciais e

restaurantes na capital. Professores de diversos cursos da UFMT mantiveram um

vínculo de pesquisas com os agricultores e está sendo implantado uma cozinha

industrial para beneficiamento de alimentos.

Apesar do pouco tempo de atuação, o projeto de implantação das técnicas

agroecológicas no Assentamento Agroana Girau mostrou-se viável, podendo ser

utilizado como uma complementação às políticas públicas voltadas para a agricultura

familiar. Os pequenos produtores locais utilizam práticas sustentáveis, evitando doenças

e a contaminação do meio ambiente, readquiriram a dignidade, e estão conseguindo se

manter na área, através da geração de renda de forma sustentável.

REFERÊNCIAS

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre, 5° edição,

Editora da UFRGS, 2008.

BARQUERO, A. V. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. 2001, Edit. UFRGS.

SACHS, I Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado – Editora Garamond, Rio de Janeiro,

2004.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2° Edição, Porto Alegre, Editora Bookman, 2001.

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ALTERNATIVAS E RESISTÊNCIAS: PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS

VIVENCIADAS NA ARPA

ALTERNATIVAS Y RESISTENCIA: LAS PRÁCTICAS AGROECOLÓGICAS

EXPERIENCIA EN ARPA

Sandra Maria Soares

Cristiane Gonçalves Ribeiro

Patricia Aparecida Soares

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar alternativas que valorizem a

agroecologia como prática capaz de proporcionar boa produtividade e saúde para a

população, a sustentabilidade do homem camponês e principalmente fazer uma reflexão

sobre as práticas agroecológicas vivenciadas na ARPA- Associação Regional dos

Produtores/as Agroecológicos no Assentamento Roseli Nunes- Município de Mirassol

D’Oeste- MT, num modelo de produção baseado na agricultura familiar, nas pequenas

propriedades e na produção de orgânicos e que vem contrapondo a essa cultura de

produção agroquímica praticada no Brasil, especialmente aqui no Mato Grosso com

uma produção agrícola químico dependente, que adoece os alimentos, que adoece a

água, que adoece a vida. Inicialmente, apresentamos nosso entendimento da

agroecologia, os desafios, as lutas e as resistências do/as camponeses/as da Associação

Regional de Produtores/as agroecológicos –ARPA, localizada no Assentamento Roseli

Nunes.

Palavras-chave: Agroecologia; agricultura camponesa; ARPA.

Palabras-clabe: Agroecología; agricultura campesina; ARPA.

INTRODUÇÃO

Neste texto, procuramos apresentar que é possível praticas agroecológicas na

agricultura camponesa e formas alternativas de contrapor este sistema capitalista que

vem sendo implantado como o grande responsável para se combater a fome no mundo,

no entanto explora o homem, os recursos naturais e contamina o meio ambiente com

altíssimas cargas de fertilizantes químicos e agrotóxicos, assim esta pesquisa foi

desenvolvida com os/as camponeses/as que são sócios na Associação Regional de

Produtores/as agroecológicos –ARPA do Assentamento Roseli Nunes.

O Assentamento Roseli Nunes está localizado na região sudoeste do estado de

Mato Grosso, ao Norte do município de Mirassol do Oeste (há 22 km). A área total do

assentamento é de 10.611 hectares sendo que 2.170 hectares é área comunitária e 8.441

hectares são distribuídos para os assentados, e teve sua origem no dia 17 de março de

1997, onde 331 famílias que já vinham de um processo de lutas no Movimento dos

Trabalhadores sem Terra –MST, depois de muitas ocupações e despejos, e o sonho de

ter seu pedacinho de terra para sobreviver ocuparam a Fazenda Prata, que não cumpria a

função social da terra (era considerada improdutiva e não obedecia à legislação

trabalhista), houve lutas acirradas até surgir o parcelamento, que se deu em junho de

2002. Muitas pessoas desistiram. Foi muito sofrimento e muita angústia, mas para os

que ficaram debaixo da lona preta mais de seis anos lutando pela terra e pela Reforma

Agrária, não seria a burocracia dos órgãos competentes, que acabaria com a esperança, a

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perseverança e a luta pela transformação. E foram estes que permaneceram no

assentamento.

Atualmente vivenciamos o ápice do agronegócio brasileiro, que vem se

sobressaindo como a única alternativa viável e com a ideologia de que é o único meio

de alimentar todas as populações do mundo. E Mato Grosso está entre os Estados que

mais produz através do agronegócio e das monoculturas e de grandes extensões

cultivadas, atualmente é um dos maiores produtores de grãos, mas também um dos

maiores consumidores de agrotóxicos como afirma Pignati:

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, mas é o maior

consumidor mundial de agrotóxicos e usou 828 milhões de litros

(produto formulado) em suas lavouras em 2010 e Mato Grosso é o

maior produtor de soja, milho, algodão e bovinos, porém é o campeão

nacional de uso de agrotóxicos nas suas lavouras e pastagens. Nesse

estado com 141 municípios, 54 possuem grandes monoculturas,

produzem 70% dos produtos agrícolas e consomem 70% dos

agrotóxicos e fertilizantes químicos usados em suas lavouras e

pastagens (PIGNATI 2013 apud IBGE 2011; INDEA 2011; SINDAG

2011).

Essas condições são responsáveis pela criação de uma realidade de exclusão de

trabalhadores do campo, marcada pelas desigualdades estruturais no acesso à terra e ao

trabalho digno. Esse artigo é uma reflexão sobre a existência/resistência do modelo de

produção dos camponeses através da agroecologia.

A agroecologia disponibiliza o conhecimento e as metodologias

necessárias para desenvolver uma agricultura que seja ambientalmente

adequada por um lado, e altamente produtiva, socialmente equitativa e

economicamente viável por outro”. (ALTIERI, 2012, p. 114)

A agroecologia valoriza as experiências dos trabalhadores do campo. Interligando

os saberes tradicionais com o conhecimento cientifico. A agroecologia tem sido uma

alternativa para tentar mudar a quadro crítico ambiental e social em que vivemos.

METODOLOGIA

O método da agroecologia é a cooperação, ou seja, não separa nada, mas sim uni e

diversifica as plantas juntamente com todo o processo que ela engloba, pois é assim que

a natureza trabalha. Falamos de um macro organismo. E nessa perspectiva não causa

desequilíbrios ambientais. É a relação do homem com a natureza de maneira

harmoniosa. Portanto a agroecologia é uma agricultura alternativa com práticas e

técnicas sustentáveis. Ela é mais que somente práticas e técnicas, ela é a agricultura do

presente e futuro tanto em relação a produção suficiente para alimentar a população

como uma relação sustentável com o meio ambiente.

A metodologia fundamenta-se no estudo bibliográfico da agroecologia e as

trajetórias da ARPA através de estudo documental e entrevistas semiestruturadas com

os associados, e com participação em reuniões da Associação, numa perspectiva de

pesquisa qualitativa utilizando a observação participante, e temos três objetivos básicos:

primeiro, analisar como se deu o processo de iniciação da produção agroecológica na

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vida dos camponeses, segundo, compreender como se desenvolve o trabalho na ARPA e

os desafios, as lutas e as resistências encontradas no dia-a-dia.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os desafios, as lutas e as resistências dos/as camponeses/as na associação regional

produtores(as) agroecológicos (arpa) no assentamento Roseli Nunes surge desde o

período do acampamento as famílias já eram incentivadas a plantar sua horta e cultivar

para o próprio sustento sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes, e neste caminhar surge

o desafio de cultivar alimentos agroecológicos, como ressalta Zart:

Os movimentos sociais camponeses também resistiram e

demonstraram e ainda lutam, estudam e experimentam formas

originárias de produção e de consumo. Esta ideia não despreza novas

tecnologias, a necessidade da ciência, da educação. Ela afirma a

capacidade e a possibilidade de desenvolvimento do campo embasado

na cultura e na economia camponesa. (ZART, 2011, p.47)

E essa pratica de estimulo e estudo de produção agroecológica, continuou quando

as famílias foram para os seus lotes e continuam até hoje, e neste processo de incentivo

e de organização, foi fundada em 2003 a Associação Regional dos Produtores/as

Agroecológicos-ARPA, inicialmente com sete famílias e atualmente são sessenta e oito

famílias associadas, que vivenciam os princípios e os objetivos, os sócios que não

cumprem as orientações são afastados e quando estes mudarem suas práticas são

readmitidos, e tem como princípio organizar a produção, beneficiamento e

comercialização de alimentos agroecológicos das famílias assentadas, principalmente

para a subsistência das famílias e o excedente vender com preço justo.

Os desafios e as lutas são cotidianas, pois em todo o processo exige um

conhecimento que para muitos camponeses era novidade, a maioria deles antes de

conhecer e fazer parte do MST eram moradores das cidades e não tinham contato com a

agricultura camponesa, e a luta do MST não é somente pela terra, principalmente para

que se tenha dignidade e consiga sobreviver nela, com direitos garantidos como a

moradia, estradas, energia elétrica, educação, saúde e principalmente a organização na

produção e assim iniciam se as formações de base para que possa ser desenvolvido um

processo de partilha de conhecimento entre os próprios camponeses, embasados na

agroecologia com as técnicas de manejo de preparação do solo, escolha das sementes

crioulas, cuidado com a plantação e com a terra e também com a comercialização dos

produtos.

Como em todo processo existe aqueles que aderem ao objetivo proposto como

aqueles que repudiam, e a maioria dos assentados não aderiram a agroecologia e usam

agrotóxicos em suas roças e pastagens, mas a resistência dos que aderiram a

agroecologia como forma de viver vem se consolidando cada dia mais e nesta luta árdua

e diária vem disseminando esta ideologia e quiçá um dia poderemos ter um

assentamento livre de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

A ARPA vem desenvolvendo atividades que fortalecem esta luta através de

parcerias com a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), com

as universidades e com profissionais que abraçam esta causa e sempre estão orientando,

incentivando e desenvolvendo projetos que beneficiem a produção e comercialização

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dos produtos cultivados nas roças, hortas e quintais agroecológicos dos associados,

como por exemplo as hortaliças, frutas, milho, mandioca, batata, abóbora, inhame,

banana-da-terra e feijão. Atualmente estão comercializando por meio do Programa de

Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) sua produção de alimentos, e

pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e também em parceria com a

CONAB, para entregar alimentos para Escola Estadual Madre Cristina e também para

famílias carentes da cidade de Mirassol D’Oeste e de Curvelândia.

Uma das dificuldades encontradas pelos camponeses e relatados por eles é o que

fazer com a produção excedente, muitos deles quando não encontram formas de

comercialização seja nestes programas ou nas feiras locais eles fazem doações,

principalmente para a Escola Estadual Madre Cristina que também está localizada no

assentamento.

Esta experiência é inovadora, tem se tornado exemplo de resistência econômica,

social e política e vem influenciando muitos camponeses e associações de outras

regiões, no entanto ainda se faz necessário um maior comprometimento por parte do

Estado por meio de políticas públicas e dos órgãos públicos, pois necessita de

assistência técnica e de acesso a créditos para o fortalecimento da produção, do

beneficiamento e da comercialização dos alimentos. Assim os camponeses sócios da

ARPA desenvolvem ações coletivas capaz de unificar uma educação ambiental

sustentável, com vivencias de práticas agroecológicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro do assentamento observa-se que pessoas muitas vezes desacreditadas em

uma mudança ecológica entregaram-se ao modelo imposto pelo sistema capitalista, em

contrapartida, outras vêm buscando alternativas ecológicas em suas práticas sociais com

valores agroecológicos e sustentáveis.

Mesmo com tantas conquistas, e com iniciativas que valorizam o campesinato e as

práticas agroecológicas, as lutas e os desafios continuam cotidianamente na construção

de referências na produção e comercialização agroecológica, atualmente as famílias se

veem ameaçadas por empresas mineradoras, que alegam a existência de minerais como

o ferro no subsolo do assentamento, como também pelas monoculturas de soja, cana de

açúcar e teca, em seu entorno as fazendas empregam altas doses de agrotóxicos, com

pulverizações aéreas permanentes, poluindo as águas, o ecossistema, contaminando e

destruindo as plantações e a vida dos assentados.

Por sua vez a ARPA vem buscando propostas alternativas a esse modelo vigente

e promovendo experiências agroecológicas com a participação ativa dos camponeses

com práticas produtivas que valorizem a vida e o meio ambiente.

REFERÊNCIAS

ALTIERI, Miguel. Agroecologia: bases científicas par uma agricultura sustentável. Guaíba:

Agropecuària, 2002.

PIGNATI, W et al. Resumo executivo dos impactos dos agrotóxicos na saúde e no ambiente nos

municípios do “interior” de Mato Grosso, Brasil. Disponível em:

https://pt.slideshare.net/VIIICBA/resumo-executivo-pignati-impactos-agrotxicos-interior-mt-ufmt-

ago2013 Acesso em 15 de janeiro de 2017.

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ZART, Laudemir Luiz(org). CASTRILLON, Solange. Educação do Campo: formação e

desenvolvimento comunitário / PIESES, UNEMAT, PROEC-UNEMAT. –Cáceres (MT): Editora

Unemat, 2011.

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AMBIENTE E ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

TRANSMITIDAS POR SOLO CONTAMINADO

AMBIENTE Y ENFERMEDADES INFECCIOSAS Y PARASITARIAS

TRANSMITIDAS Y / O LOS OBTENIDOS POR SUELOS CONTAMINADOS

Danyella Rodrigues de Almeida

Aumeri Carlos Bampi

Antônio Francisco Malheiros

Resumo: Introdução: a poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características

naturais, modificando sua estrutura física, resultado de fenômenos naturais. Objetivo:

identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou

obtidas por solo contaminado pela equipe de saúde da ESF de Cáceres. Metodologia:

Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, realizada com 39 profissionais de

saúde, através de um questionário com perguntas fechadas, coletados entre julho e

setembro de 2015. Resultado: a equipe do Jardim Paraíso apresentou 79,8%, Vila Irene

44,4%, Cohab Nova 42,6%, Vista Alegre 38,7%, CAIC 33,1% e Marajoara com 16,6%

e as equipes Vila Real, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia demonstraram ter nenhum

conhecimento. Considerações: os profissionais precisam ser capacitados para realizar

ações intersetoriais, elaborar ações de enfrentamento dos determinantes do processo

saúde/doença e garantir assistência contínua e resolutiva, para promover a saúde e

melhorar a qualidade de vida das famílias assistidas na unidade.

Palavras-chave: doenças infecciosas e parasitarias; meio ambiente; enfermagem.

Palabras-clabe: enfermedades infecciosas y parasitarias, medio ambiente, enfermería.

INTRODUÇÃO

O lançamento inadequado de resíduos no meio ambiente e, a ocorrência de chuva ácida,

associados ao manejo inadequado do solo, o agridem e contaminam. A poluição do solo é a

alteração prejudicial de suas características naturais, modificando sua estrutura física, resultado

de fenômenos naturais, como: vendavais e inundações ou de atividades humanas, disposição

inadequada de resíduos sólidos e líquidos, urbanização, ocupação do solo e atividades

agropecuárias e extrativas (BRASIL, 2004).

A contaminação do solo ocorre por materiais contaminados ou em decomposição

presentes no lixo, substâncias químicas e disposição inadequada de resíduos líquidos e sólidos,

muitas vezes, resultado da urbanização e das condições sanitárias inadequadas. Alguns, mais

cedo ou mais tarde, chegam ao corpo humano, não somente por respiração da poeira, como

principalmente pela água que se contamina pelo solo e pelos alimentos produzidos (BRASIL,

2004).

A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças infecciosas e

parasitárias transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado pela equipe de saúde da ESF de

Cáceres.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a

equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade

possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,

somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais

da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de

enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.

Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a

interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados

coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que

possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos

propostos.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Na classificação ambiental das doenças relacionadas com o solo contaminado, foram

consideradas apenas as doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com as excretas humanas

(fezes) e com o lixo. A Tabela 1 apresenta os dados sobre o conhecimento das equipes de saúde

da família quanto às doenças infecciosas e parasitárias transmitidas/obtidas em solo

contaminado por ESF.

Em relação ao conhecimento das equipes de saúde da familia sobre as doenças

transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado, a equipe do Jardim Paraíso apresentou

79,8% de sua equipe informada sobre as doenças, Vila Irene com 44,4%, Cohab Nova com

42,6%, Vista Alegre com 38,7%, CAIC com 33,1% e Marajoara com 16,6%. As equipes Vila

Real, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia demonstraram ter nenhum conhecimento sobre as

doenças relacionadas ao solo contaminado. A promoção da saúde consiste em atividades

dirigidas à transformação dos comportamentos dos indivíduos, focalizando em seus estilos de

vida e os localizando no âmbito das famílias e, no máximo, no âmbito das culturas da

comunidade em que vivem (FILHO et al., 2014). Às equipes de saúde da família compete

desenvolver ações de promoção, educação e vigilância em saúde com as famílias cadastradas

sobre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado,

orientando e estimulando a adesão as práticas de prevenção e controle das doenças relacionadas

ao lixo e solo contaminado, como: melhorar o acondicionamento e a coleta do lixo; controlar os

insetos transmissores; e manter limpas as instalações sanitárias (RIBEIRO & ROOKE, 2010).

No entanto, essas orientações ficam fragilizadas pela falta de conhecimento da equipe de saúde

quanto as essas doenças. Todas as subcategorias das doenças relacionadas com as

excretas humanas (fezes) foram citadas na pesquisa. Dentre as doenças feco-orais não

bacterianas: giardíases (1,5%) e a enterobíase (1,1%); doença feco-oral bacteriana: cólera

(2,5%); helmintos do solo: ascaridíase (3,4%), ancilostomídeos (10%), estrongiloidíase (0,6%);

teníase: cisticercose (0,5%); helminto hídrico: esquistossomose (0,5%); doença transmitida por

inseto: leishmaniose (1,6%). Logo, dentre as subcategorias das doenças relacionadas com as

fezes, as infecções causadas por helmintos do solo (14%) foram as mais citadas pela equipe de

saúde.

A ascaridíase é a doença parasitária presente, principalmente, nas áreas socio-ambientais

precárias, transmitida pela ingestão de água ou alimentos infectados (produzidos em solo

contaminado com ovos eliminados de fezes humanas). Contudo, no geral, apenas 34,2% da

equipe de saúde (CAIC e Jardim Paraíso) citaram a ascaridíase. Essas doenças são problemas

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de saúde pública, relacionadas com as condições de vida e saneamento básico precários, baixa

escolaridade, habitação e higiene alimentar insatisfatórios, sendo fundamental a equipe da ESF

atuar de forma preventiva, através da promoção e educação em saúde e ambiental, com objetivo

de diminuir ou inibir a expansão das geo-helmintíases, sobretudo, na população das áreas das

periferias, onde estão inseridos.

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Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em solo contaminado, identificadas pelos profissionais, por ESF, 2015.

VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN

CATEGORIA

RELACIONADAS COM AS EXCRETAS

Doenças feco-orais não bacterianas

Enterobíase 0 0 0 0 0 0 4,7 6,6 0 0

Giardíase 11,1 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0

Doenças feco-orais bacterianas

Cólera 0 0 14,2 0 0 11,1 0 0 0 0

Helmintos do solo

Ascaridíase 0 0 0 0 0 0 14,2 20 0 0

Ancilostomídeos 0 8,3 14,2 0 0 22,2 9,5 46,6 0 0

Estrongiloidíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0

Teníases (cisticercose) 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Helmintos hídricos

Esquistossomose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Doenças transmitidas por insetos

Leishmaniose 16,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0

RELACIONADAS COM O LIXO

Relacionadas com os vetores roedores

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Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP: Jardim Paraíso;

VRE: Vitória Régia; GN: Guanabara.

Leptospirose 0 8,3 14,2 0 0 11,1 0 0 0 0

Doenças relacionadas com inseto vetor

DOENÇAS DESCONSIDERADAS

Tétano 5,5 25 0 11,1 0 22,2 0 0 0 0

Alergia 0 0 14,2 0 0 0 0 0 0 16,6

Feridas 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Toxoplasmose 0 0 0 0 0 0 9,5 0 0 0

Doenças de pele 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

DOENÇAS NÃO ESPECIFICADAS

Verminose 11,1 25 14,2 11,1 0 33,3 0 0 0 16,6

Diarreia 0 0 14,2 0 0 0 0 0 0 16,6

Hepatite 0 0 14,2 11,1 0 0 0 0 0 0

SEM RESPOSTA 33,3 33,3 0 66,6 100 0 57,1 20 100 50

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O lixo tem grande importância na transmissão de doenças através, por exemplo,

de vetores que nele encontram alimento, abrigo e condições adequadas para

proliferação. Doenças como a leptospirose, dengue, leishmaniose, giardíase, febre

tifóide e outras podem ser transmitidas quando não há coleta e disposição adequada do

lixo e estão relacionadas ao acúmulo de lixo e a sua falta de tratamento (LIMA, 2013).

Dentre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas em solo contaminado,

apenas as relacionadas com o lixo por inseto vetor não foram citadas pelos profissionais

da saúde. No geral, 22,1% responderam as doenças relacionadas com as excretas

humanas, 3,3% para as doenças relacionadas com o lixo, 11,5% para as doenças

desconsideradas, 16,7% para as doenças não especificadas e 46% não responderam.

Logo, foram consideradas apenas as doenças relacionadas com as excretas humanas e

lixo 25,5% e as outras categorias (74,2%) não foram consideradas na pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compete à equipe de saúde da família realizar ações de vigilância, orientação, promoção

e educação em saúde e ambiental para a prevenção e controle das doenças infecciosas e

parasitárias transmitidas/obtidas por solo contaminado. No entanto, com exceção da equipe do

Jardim Paraíso, todas as equipes precisam participar de atividades educativas sobre as doenças

transmitidas/obtidas por solo contaminado, para receberem conhecimento sobre as doenças, suas

causas, prevenção, sintomatologia e tratamento. Portanto, os profissionais precisam ser

capacitados para realizar ações intersetoriais, buscando atender às necessidades da pessoa,

família e comunidade, através da identificação dos riscos de morbidade e elaboração de ações

de enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença e garantir assistência contínua e

resolutiva, para promover a saúde e melhorar a qualidade de vida das famílias assistidas na

unidade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação

Nacional de Saúde, 2004, 408 p..

FILHO, A. P.; BUSS, P. M.; ESPERIDIÃO, M. A. Promoção da Saúde e seus Fundamentos:

Determinantes Sociais de Saúde, Ação Intersetorial e Políticas Públicas Saudáveis. In: PAIM, J. S.;

ALMEIDA-FILHO, N. (org.). Saúde Coletiva: teoria e prática. 1 ed. – Rio de Janeiro: MedBook, 2014,

p. 305 – 326.

LIMA, D. J. J. Ambiente e saúde na cidade de Manaus: percepção de moradores (estudantes do ensino

médio) sobre degradação ambiental e doenças infectoparasitárias. 2013, 229 f. Tese (Doutorado em

Geografia Física), Universidade de São Paulo-USP. São Paulo, 2013.

RIBEIRO, J. W.; ROOKE, J. M. S. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde

pública. Curso de especialização em análise ambiental. Juiz de Fora-MG. Universidade Federal de Juiz

de Fora. Faculdade de Engenharia da UFJF, 2010.

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ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE

PESSOAS NA EMPRESA AUTO POSTO TUIUIÚ EM CÁCERES - MT

ANÁLISIS DEL PROCESO DE RECLUTAMIENTO Y SELECCIÓN DE

PERSONAS DE LA EMPRESA AUTO EN EL ESCRITORIO TUIUIÚ

CACERES – MT

Simone da Silva Pinheiro Janaina da Silva Ramos

Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo, analisar como é realizado o processo

de recrutamento e seleção de pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú, situada na cidade

de Cáceres–MT. Quanto a metodologia ela caracteriza como pesquisa básica, descritiva

e estudo de caso, foi utilizado como instrumento de coleta de dados uma entrevista

semi-estruturada contendo 16 perguntas, o qual entrevistou uma das responsáveis pelo

processo de recrutamento e seleção de pessoas onde se buscou conhecer e entender o

processo utilizado de forma com que alcançasse o objetivo proposto. A partir da

analise dos resultados podemos perceber que em relação ao recrutamento a empresa

não faz nenhum tipo de divulgação da vaga ofertada e isso faz com que a seleção saia

prejudicada, fazendo com que a rotatividade da empresa seja alta. O resultado mostra o

quanto é necessário que se faça um bom processo de recrutar e selecionar pessoas.

Palavras-chaves: Gestão de pessoas; Rotatividade; Recursos humanos.

Palabras-clabe: Gestión de personas; cifra de negocios; recursos humanos.

INTRODUÇÃO

A gestão de pessoas tem um papel relevante dentro das organizações, e o processo

de recrutamento e seleção é fundamental para obter candidatos para a seleção dos

melhores perfis profissionais, o mercado de trabalho está bastante concorrido e as

empresas cada vez mais exigentes nas escolhas de seus parceiros. Por esses e outros

motivos, o processo de recrutamento e a seleção de pessoas exige montar um perfil de

vaga para que possa atender melhor a necessidade da empresa. (GIL 2001, p. 19).

O enfoque desta pesquisa está voltado para a prática de recrutar e selecionar

pessoas, pois através desse processo que os candidatos ingressam nas organizações e se

tornam funcionários. Mas é fundamental que o candidato se empenhe para que seja

alocado na vaga onde tenha competência e aptidão para desempenhar as atribuições que

o cargo necessita. Para Chiavenato (2009, p.154) é relevante que se desenvolva novos

métodos seletivos capazes de avaliar cada candidato, não apenas sobre os

conhecimentos técnicos, mais também suas características pessoais.

Com base no exposto a pesquisa tem como objetivo analisar o processo de

recrutamento e seleção de pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres – MT,

levantando os principais desafios.

METODOLOGIA

Quanto à natureza, a pesquisa será qualitativa na qual Beuren (2006. p. 92) relata

que “na pesquisa qualitativa concebe-se análises mais profundas em relação ao

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fenômeno que está sendo estudado”. O método a ser utilizado será uma pesquisa básica,

pois seu objetivo gera conhecimentos novos para avanços da ciência, sem aplicação

prática prevista. Quanto a tipologia a presente pesquisa será descritiva, pois o

pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Tem por objetivo descrever as

características de certa população ou fenômeno, ou estabelecer relação entre variáveis,

onde envolve técnicas de coleta de dados padronizados, neste caso a entrevista.

A presente pesquisa se caracteriza como um estudo de caso onde envolve um

estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permite um

amplo e detalhado conhecimento. Os dados foram coletados por meio de entrevista

semi-estruturada com 16 perguntas abertas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capitulo são apresentados os resultados da pesquisa, com base em

entrevista semi-estruturada respondida pela responsável por fazer o processo de Gestão

de Pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres-MT.

PERFIL DO ENTREVISTADO, DA EMPRESA E DOS REALIZADORES DO

PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS

A gerente administrativa financeira Sônia Maria Donini Cabral Rosa tem 37 anos

e está há um ano na empresa Auto Posto Tuiuiú, ao ser questionada sobre o perfil da

empresa, a mesma descreve:

“É busca a satisfação do cliente, oferecendo produtos de qualidade e bom

atendimento, pois, é conhecida como o posto simpatia da cidade de Cáceres –

MT” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).

Na empresa Auto Posto Tuiuiú a gerente administrativa financeira relata que a empresa

atua no comercio com venda de combustível e alimentos, está no mercado a mais de 20 anos,

atua com 20 funcionários e possuem os seguintes cargos, diretores, gerente de pista, gerente

administrativo e financeiro, chefe de pista, frentista, operadores de caixa, lubrificantes e copeira.

A entrevistada Sônia declara que:

“ Já fiz cursos na área de gestão de pessoas, pois sou bacharel em ciências

contábeis, treinny da Deyocarnig e cursos de gerente e gestão”. “Me considero

apta em realizar o processo de recrutamento e seleção de pessoas, pois, tenho

conhecimento na área de gestão de pessoas e busco cada dia mais adquirir mais

conhecimento renovado” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de

2016).

Ao ser questionada sobre quem realiza a formação, a idade e tempo de empresa de

cada um que realiza o processo de recrutamento e seleção de pessoas na empresa, a

mesma informou que são:

O diretor com 37 anos de idade, formado em educação física e com mais de 4

anos na empresa;

A gerente de pista com 21 anos de idade, formada em biocombustível e 2 anos e

meios na empresa;

A gerente financeira administrativa com 37 anos de idade, formada em

contabilidade e com 1 ano de empresa.

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Ao se analisar as respostas verifica-se que todos têm curso superior e estão a

mais de um ano na empresa em questão.

ANÁLISE DO CASO

Após a entrevista realizada com um dos responsáveis pelo processo de

recrutamento e seleção da empresa Auto Postos Tuiuiú, foi feito um estudo de caso

onde será demonstrada abaixo uma análise demonstrativa e ao mesmo tempo

comparativa com o objetivo de evidencias o processo de recrutamento e seleção de

pessoas na empresa.

Ao ser questionada sobre qual meio de recrutamento é mais utilizado pela

organização e suas vantagens a entrevistada relata:

“ O mais utilizado na empresa é o externo, pois traz novas ideias e melhor visão

sobre a organização” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de

2016).

Chiavenato (2009, p. 163) e Avancine e Cruz (2014), relatam na mesma linha de

pensamento que recrutamento externo é a busca de pessoas fora da empresa para

preencher uma determinada vaga ofertada dentro das organizações, onde acredita - se

que dessa maneira se atrai candidatos com novas ideias.

Sobre as técnicas de recrutamento que é utilizado para abordar e divulgar a

existência de uma oportunidade de trabalho Sônia relata que:

“ Na realidade não se divulga, pois, todos os dias chegam diversos currículos

onde pessoas chegam a todo momento na organização. Antes tinha a indicação,

mas hoje como vemos a todo momento as pessoas não conseguem separar o

pessoal do profissional trazendo prejuízo para a empresa, então por esse motivo

hoje apenas por currículos” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março

de 2016).

O método de atração é relevante tanto para a empresa quanto para quem busca

uma vaga no mercado de trabalho, desta forma ambos terão o que precisa. Avancine e

Cruz (2014, pag. 5) e Faissal, et al (2009) abordam sobre os métodos de atração para

busca de candidatos como os sites, os anúncios de jornais, revistas, cartazes, cadastros

de ex-funcionários e dentre outros.

Sobre os problemas enfrentados na empresa com relação ao recrutamento a

entrevistada aborda que não encontra nenhum problema, pois a todo o momento pessoas

deixam seus currículos na empresa mesmo não tendo divulgação com relação a vagas de

emprego.

Ao ser abordada sobre como é executado o processo de seleção e quais técnicas

são adotadas pela organização para achar entre os recrutados aquele mais adequado ao

cargo existente Sônia respondeu:

“A partir do recrutamento é feita a escolha dos currículos, em seguida faz se uma

entrevista com os donos dos currículos para verificar e avaliar cada um, com o

aval dos três componentes avaliados faz se um teste com o candidato escolhido por

dois dias, depois se faz uma prova escrita onde as informações da mesma é

encaminhada para um dos diretores na cidade de Cuiabá onde ele irá fazer um

perfil profissiográfico conhecido como PIAI, para tão somente contratar ou não o

candidato” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).

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A figura a seguir nos ajudará a melhor visualizar as etapas do processo de

seleção na Empresa Auto Posto Tuiuiú.

Figura 1: Processo de seleção no Auto Posto Tuiuiú

Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo

Bichuetti (2011, p. 109) descreve que fazer a análise dos currículos não é

analisa-lo por sua aparência e sim pelo conteúdo que há nele, onde currículos mal

escritos são um dos fatores prejudicial, pois, o currículo é a chave fundamental onde

nele deve conter toda a trajetória profissional. Os testes eliminatórios e a entrevista são

um dos pontos para se observar o nível de ansiedade e nervosismo dos candidatos, para

saber se realmente a pessoa é para o cargo ofertado de forma que não haja erros para só

então haver contratação.

Já com relação aos problemas enfrentados pela empresa com relação à seleção

dos candidatos a entrevistada Sônia relata que na análise dos currículos se observa que

os candidatos não têm conhecimento na área de informática e na entrevista os

candidatos passaram a serem mais exigentes com relação aos horários e planos de

saúdes, ou seja, os mesmos não querem trabalhar aos finais de semana e exigem plano

de saúde.

Quando questionada sobre o processo de recrutamento e seleção de pessoas

utilizado pela empresa tem sido satisfatório a entrevistada Sônia responde:

“50% sim, pois toda etapa de recrutar e selecionar pessoas são executadas com

sucesso e 50% não, pois com o passar do tempo as pessoas se desmotivam, como

exemplo a função de caixa, ela possui duas funções não só a de caixa, mas também

a de atendente e necessita que a pessoa seja muito alto astral, com sorriso no

rosto, saber conversar, ser gentil e com o passar do tempo ela passa a não

carregar com ela essas primícias para esse cargo e acaba levando os problemas

pessoais para dentro do serviço” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em

março de 2016).

As funções que mais se disponibilizam para a realização do processo de

recrutamento e seleção de pessoas segundo a entrevistada é a de operadora de caixa,

pois nela preza atender clientes e fazer as funções de caixa com um bom humor e isso

faz com que as candidatas não fiquem por muito tempo na empresa. Com relação

ao perfil dos candidatos que a empresa busca para preencher determinadas vagas Sônia

declara:

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“Na busca de perfis adequados para cada cargo vou dar alguns exemplos aqui na

empresa um gerente tem que ser dinâmico, ter um pulso firme para dar ordens,

pois, lidar com pessoas não é fácil, tem que dar exemplo, atender bem o cliente,

ensinar e pelo exemplo e não só de boca. O caixa se contrata apenas do sexo

feminino, pois, o público prefere, tem que ser dinâmica, disposta educada assim

como a função de frentista essa não possui nenhuma distinção de gênero”

(Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).

A figura abaixo nos ajudará a melhor visualizar os perfis exigidos para os cargos

que mais se realiza o processo de recrutamento e seleção de pessoas na Empresa Auto

Posto Tuiuiú.

Figura 2: Perfis exigidos para cargos que mais executa o processo de recrutamento e

seleção de pessoas na Empresa Auto Posto Tuiuiú

Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo

Ao ser questionada se considera o nível de rotatividade alta Sônia relata:

“Nesse período de crise e adequação das necessidades do mercado com relação a

contenção de gastos, não diria alto está em 60%, pois, houve uma dispenda de

funcionários para continuar a competir no mercado, ou seja, houve uma contenção

de gastos para se manter no mercado de trabalho” (Comunicação verbal

concedida por Sônia, em março de 2016).

A figura abaixo nos ajudará a melhor visualizar os níveis de rotatividade na

Empresa Auto Posto Tuiuiú.

Figura 3: Nível de rotatividade na Empresa Auto Posto Tuiuiú

Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo

Ferreira e Siqueira (2005, p. 10) descreve que a rotatividade é algo comum dentro

das empresas, pois há uma demanda considerável de pessoas procurando novas

oportunidades, buscando novos conhecimentos e experiências.

Para finalização da entrevista feita com Sônia sobre o que ela tem a dizer num

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contexto geral sobre o processo de recrutamento e seleção de pessoas a mesma

respondeu:

“Hoje na empresa está bem adiantado, pois se tem um diretor que busca encaixar

um cargo a uma pessoa correta para ele, se faz teoricamente o que os autores de

livros pedem ou em outras palavras buscam conhecimento para um bom processo

de recrutamento e seleção de pessoas” (Comunicação verbal concedida por Sônia,

em março de 2016).

A busca de conhecimento é fundamental para as organizações, pois o processo de

recrutar e selecionar pessoas muda constantemente conforme a demanda de cada

organização, cada empresa executa aquilo que acha necessário para preencher as vagas

ofertantes nela utilizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa procurou ressaltar a importância do processo de recrutamento

e seleção de pessoas para as organizações, na qual a pesquisa buscou analisar de que

forma é feito esse processo na empresa Auto Posto Tuiuiú na cidade de Cáceres- MT.

Com base no referencial teórico pesquisado pode - se perceber que o processo de

recrutamento e seleção deve ser feito com muito cuidado, pois as consequências

poderão ser grandes de forma que ocasione perda de tempo na substituição do

colaborador. Para que a organização tenha sucesso é preciso ter definido itens, tais

como apresentação dos cargos de forma que os candidatos se interessem a preencher as

determinadas vagas, fazer uma seleção de pessoas bem planejada de forma que os

candidatos recrutados sejam tratados de forma iguais e alocados no cargo certo, para

que não haja perda de tempo, por isso, que se utilizou esse método, para que se torne

mais fácil encontrar um colaborador que venha a contribuir com o crescimento da

organização.

De acordo com os autores estudados, o processo de recrutamento e seleção deve

ser realizado através da Gestão de Pessoas, na qual proporciona um recrutamento e

seleção capaz de reter candidatos com um alto potencial de conhecimento e identificar o

perfil do profissional adequado para cada função, gerando satisfação e obtenção de

resultados positivos para ambas as partes.

A presente pesquisa buscou analisar o processo de recrutamento e seleção de

pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres - MT. Desse modo, tanto o objetivo

geral como os específicos foram alcançados satisfatoriamente.

O perfil dos realizadores do processo de recrutar e selecionar são bem ecléticos,

pois a empresa busca sempre qualificar sem qualquer tipo de restrição, no qual a

empresa hoje possui profissionais que atendem o processo de recrutar e selecionar

pessoas. Com base nas informações obtidas podemos observar que eles não executam o

processo de recrutar pessoas, ou seja, não fazem nenhum tipo de divulgação das vagas

existentes na organização, e isso faz com que a empresa não tenha um perfil adequado

para vaga em oferta. Desta forma o processo de selecionar não se torna eficiente e tem o

nível de rotatividade elevado. Podemos observar também que eles utilizam mais o

recrutamento externo, pois acreditam que traz inovação.

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Com relação a seleção de pessoas a empresa busca seguir um processo que

acreditam ser eficiente no momento, e com base nos autores observa-se que fazem um

bom processo de selecionar pessoas. Já com relação a satisfação com o processo de

recrutar e selecionar pessoas há um empate de 50%, isso mostra que as pessoas se

tornaram mais exigentes e o mercado de trabalho mais competitivo e isso faz com que

não conseguindo o cargo almejado e passam a trabalhar em outros tipos de funções

fazendo com que ao decorrer do tempo não haja motivação.

O nível de rotatividade da empresa está em 60%, e ao contrário da entrevistada é

considerável alto, pois com análise das informações o processo de recrutar e selecionar

pessoas não está sendo eficiente. A empresa hoje precisa parar e pesar a onde está o

erro, como é que está tratando os funcionários se a causa da rotatividade é por falta de

conhecimento na área de gestão de pessoas, se a empresa está dando suporte para esse

funcionário trabalhar bem para que junto venham alcançar sucesso. A empresa encontra

dificuldade em recrutar candidatos com conhecimento de informática ou com curso de

atendente ao público, na seleção a mesma tem dificuldade em conduzir a entrevista

quando ela fala que as pessoas perguntam se tem ou não plano de saúde, também na

hora do teste prático de 2 dias como eles irá saber se a pessoa executa ou não aquela

função com esse tempo.

Com tudo se a empresa não fizer um recrutamento, não impor aos candidatos o

que ela precisa, não fizer uma divulgação clara, isso consequentemente implicará em

todo processo de selecionar, fazendo assim com que o nível da rotatividade seja alto.

Em suma, o estudo revela que a empresa tem se esforçado na captação de

colaboradores qualificados, porém tem que se ajustar na preparação e na aplicação do

processo de recrutar e selecionar pessoas.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, L. G. Gestão estratégica de pessoas. In: Fleury, m. t. l. (org.). As pessoas na

organização. São Paulo: Editora Gente, 2002.

BEUREN. Ilse Maria. Et al. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e

Prática. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

BOHALANDER, George, SNELL, Scott, SHERMAN, Arthur. Administração de Recursos Humanos.

São Paulo. Pioneira Thomson Learning, 2003.

BONIFACIO, Claudia Maria. Importância do recrutamento e seleção. Disponível em

<http://www.webartigos.com/artigos/importancia-do-recrutamento-e-

selecao/27558/#ixzz3kWUeWn3Y>. Acessado em 06 de out de 2015.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O capital Humano das Organizações. 9ª. Ed. São Paulo:

Elsevier. 2009.

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APRENDIZAGEM DE ENGENHARIA DE SOFTWARE UTILIZANDO JOGOS

DIGITAIS DE RPG: UMA VISÃO DOS ESTUDANTES DE SISTEMAS DE

INFORMAÇÃO DA FACULDADE DO PANTANAL

APRENDIZAJE DE INGENIERÍA DE SOFTWARE UTILIZANDO JUEGOS

DIGITAL DE RPG: EN VISTA DE LOS ESTUDIANTES DE SISTEMAS DE

INFORMACIÓN DE LA FACULDADE DO PANTANAL

Antônio Carlos Pereira dos Santos Junior, FAPAN

[email protected]

Paulo Lacerda da Silva, FAPAN

[email protected]

Resumo: O presente trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória tendo como

objetivo compreender sob a visão dos alunos de sistemas de informação da FAPAN se o

jogo SE•RPG 2.0 utilizado na disciplina de engenharia de software auxilia no

aprendizado, contribuindo para correlação entre a teoria ensinada em sala de aula e a

prática profissional. Os resultados indicam que o jogo é de fácil utilização, que a

didática e conteúdo atendeu a expectativa, que facilita a aprendizagem de forma

interativa e que os alunos conseguem conciliar a teoria explicada em sala com a prática

do software.

Palavras-chave: Jogo Educativo; software educativo; Jogos na Educação.

Palabras-clave: Juego educativo; software educativo; Juegos en la educación.

INTRODUÇÃO

Na atualidade estar acompanhando a evolução e transformações que a sociedade

tem vivenciado é primordial para qualquer setor da produção. E com a educação não é

diferente, instituições de ensino, educadores, gestores precisam adotar e se aperfeiçoar

em todos os sentidos, técnicas de avaliação, tipos de abordagens de conteúdo,

interdisciplinaridade, e o uso de novas tecnologias da informação e comunicação, para

que todas essas e outras variáveis em conjunto possam contribuir para uma educação

condizente com a realidade da sociedade atual. Nesse sentido, o presente estudo anseia

em discorrer e apresentar sobre a utilização de jogos digitais baseado em RPG para o

ensino de engenharia de software.

METODOLOGIA

Para tanto, foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo e

sobretudo bibliográfico enfocando a aplicação dos jogos digitais como ferramenta para

apoiar o processo de ensino-aprendizagem e mais especificamente o software SE•RPG.

Foi aplicado questionário com perguntas fechadas para os alunos da disciplina de

engenharia de software dos 3º e 4º semestres do curso de sistemas de informação da

Faculdade do Pantanal objetivando demonstrar as vantagens do uso desta ferramenta

por meio da visão dos alunos.

DISCUSSÕES

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O SE•RPG 2.0 é uma ferramenta criada para simular um cenário de uma empresa

fictícia que atua no ramo de desenvolvimento de software, através deste jogo o aluno

atua dentro de um ambiente de desenvolvimento de software na qual precisam interagir

durante todas as etapas com regras estabelecidas para que possam ir concretizando cada

etapa a contento. (Benitti e Molléri, 2008).

Jogo SE•RPG

Fonte: http://www.inf.furb.br/~fabiane/serpg2

Participaram da pesquisa por amostragem 18 alunos(as) de um total de 26

alunos(as) referente as duas turmas em conjunto. Eles já tiveram aulas dos temas

abordados no jogo anteriormente e em seguida foi realizado o uso do software e também

responderam o questionário, que segue abaixo.

No gráfico 1 demonstra que a maioria dos participantes define como de fácil

utilização o software SE•RPG 2.0, onde os usuários conseguem com certa facilidade

justamente por serem graduandos em sistemas de informação no 3ª e 5ª semestres e

alunos da disciplina de engenharia de software, na qual o conhecimento em novas

tecnologias, softwares é comum. Outro facilitador deve-se ao fato do software utilizado

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ter uma interface gráfica2 em língua portuguesa, simplificada, com imagens

representativas e navegação intuitiva.

No gráfico 2 a maioria dos alunos acreditam que o conteúdo e a didática

abordada no software SE•RPG 2.0 atende a expectativa com base na correlação

teoria/prática com os temas estudados na disciplina de engenharia de software. Ou seja

o jogo possibilita a estimulo da aprendizagem.

No gráfico 3 é evidente que quase todos os alunos participantes da pesquisa

acreditam que o jogo SE•RPG 2.0 facilita o aprendizagem de forma interativa, já que

concilia os temas estudados em sala de aula (teoria) e através de uma prática de forma

lúdica com o mesmos temas estudados com uma abordagem de simulação prática.

Sendo isso comprovado no gráfico 4 onde mais de 70% dos alunos afirmam conseguir

relacionar a teoria e a prática.

Neste último gráfico quase todos os alunos participantes da pesquisa gostariam

que outros softwares similares fossem aplicados não só a disciplina de engenharia de

software, mas também as outras disciplinas especificas na qual estejam cursando.

CONCLUSÃO

Conforme proposta da presente pesquisa, objetivamos contribuir para a

disseminação do uso e apresentar os benefícios da inserção das novas tecnologias da

2 A interface gráfica é considera a parte física, perceptiva ou visual na qual o usuário entra em

contato ao utilizar qualquer sistema computacional (software).

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informação e comunicação (NTICs) no âmbito educacional. E enfocando mais

especificamente o uso dos jogos digitais na educação para simulação de gerenciamento

de projetos e desenvolvimento de software da disciplina de engenharia de software.

Em meio aos resultados obtidos foi possível notar o interesse e elogios por parte

dos alunos ao ter a oportunidade de realizar uma atividade interativa dinâmica e saindo

do formato tradicional das aulas. Foi possível também assimilar e correlacionar os

conceitos teóricos de engenharia de software aprendidos em sala de aula com o jogo

digital SE•RPG 2.0.

Diante do exposto é notável que é extremamente positivo iniciativas como essa

de inserção de jogos digitais e outros tecnologias da informação e comunicação para

que possa facilitar ou complementar o aprendizado. E ainda oportunizando uma forma

dinâmica, estimulante, divertida e que possa promover o desenvolvimento da

autonomia, do processo de interação e cooperação do indivíduo, possibilitando uma

melhor formação acadêmica e profissional.

REFERENCIAS

BENITTI, F. B. V.; MOLLÉRI, J. S. Utilização de um RPG no Ensino de Gerenciamento e Processo

de Desenvolvimento de Software. In: Workshop sobre Educação em Computação. pp. 258-267. 2008.

GRANDO, Anita; TAROUCO, Liane M. Rockenbach. O Uso de Jogos Educacionais do Tipo RPG na

Educação. Revista Novas Tecnologias na Educação v. 13, n. 2 (2015) CINTED-UFRGS.

SE•RPG 2.0 - Engineering-Role Playing Game. Disponível em:

<http://www.inf.furb.br/~fabiane/serpg2/> Acessado em 10 de Agosto de 2015.

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ASSISTÊNCIA Á SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA:

REVISÃO DA LITERATURA

ASISTENCIA DE LA SALUD DE POBLACIÓN INDÍGENAS BRASILEÑA:

REVISIÓN DE LA LITERATURA.

Camila Aristela Paula Oliveira ,

Enfermeira, [email protected]

Liliane Trivellato Grassi, Farmacêutica Bioquímica, Mestra em

Ciências, [email protected]

Nayara Ferreira, Enfermeira, Mestranda em Ciências Ambientais

(UNEMAT), [email protected]

Resumo: A saúde é levada para toda a população brasileira, independente da cultura,

credo ou raça. No Brasil o Sistema Único de Saúde busca dar uma cobertura de forma

igualitária a toda a nação onde também se engloba uma sub-nação, a população

indígena. O objetivo deste estudo foi identificar como é a assistência à saúde indígena

no Brasil. O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, que

tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o

tema investigado. A população indígena apresenta um complexo quadro de saúde

relacionado às mudanças sociais, econômicas e ambientais atreladas à expansão e, à

consolidação de frentes demográficas e econômicas da sociedade nas diversas regiões

do país. Evidenciou-se que assistência à saúde indígena apresenta muitos desafios e

limitações dos profissionais de saúde, sendo um processo natural e inevitável o choque

no encontro de culturas.

Palavras-chave: Assistência à saúde; População indígena brasileira.

Palabras-lave: Cuidado de la salud; la Población indígena brasileña.

INTRODUÇÃO

A constituição de 1988 determina que a saúde é um direito de todos e um dever do

estado. A saúde é levada independente da cultura, credo ou cor para toda a população

brasileira (MARINELLI et al., 2012).

A população indígena brasileira residente em aldeias oficialmente reconhecidas,

pertencentes a cerca de 281 etnias, povos que falam línguas diferentes e que se

expressam de diversas formas seus valores culturais (BRASIL, 2008).

O perfil epidemiológico dos povos indígenas é marcado pelas altas taxas de

incidência e letalidade por doenças diarreicas, tuberculose, malária, imunopreviníeis e

respiratórias. Por meio da assistência a promoção da saúde nessas comunidades,

apresenta-se uma melhoria tanto nas condições de saúde quanto na qualidade de vida

dessa população (BRASIL, 2002).

O subsistema de atenção à saúde indígena está organizado na forma de Distritos

Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) que é um subsistema em perfeita articulação com

o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL 2008).

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Neste contexto, o objetivo desse estudo foi identificar como é a assistência à

saúde indígena no Brasil, em especial descrever a assistência e os aspectos relevantes.

METODOLOGIA

O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, a qual

tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o

tema investigado. Ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis

para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática realizando o

levantamento bibliográfico através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando as

bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), Sistema

Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Scientific Electronic

Library Online (SCIELO).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme Santos e Coimbra Jr. (2005), a população indígena apresenta um

complexo quadro de saúde relacionado às mudanças sociais, econômicas e ambientais

atreladas à expansão e, à consolidação de frentes demográficas e econômicas da

sociedade nas diversas regiões do país.

De acordo com Langdon (2015) não existia uma política sobre saúde indígena e

nunca chegaram a ser estabelecidos serviços realmente adequados de atendimento à

saúde do índio. Antes da criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), houve

atendimento ocasional à saúde destes por parte dos missionários. A partir de 1910, com

a criação de SPI, iniciou-se uma intervenção mais acentuada do estado, objetivando

atender os problemas de saúde indígena.

Segundo Altine et al. (2013), a primeira Conferência Nacional de Proteção à

Saúde do Índio, no contexto da VIII Conferência Nacional de Saúde, estabeleceu-se os

princípios para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) que foi aprovado na

assembleia constituinte de 1988, contando com a participação de um pequeno grupo de

organizações de apoio e lideranças indígenas, propondo pela primeira vez, em caráter

oficial, um modelo diferenciado para o atendimento específico aos povos indígenas do

Brasil.

Através disso, os povos indígenas passaram a ter direito ao acesso universal e

integral à saúde e, à participação em todas as etapas do processo de planejamento,

execução e avaliação das ações desenvolvidas. Este modelo de assistência específico e

diferenciado lançou as bases para a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde

Indígena (SASI-SUS), sob a gestão direta do Ministério da Saúde.

Compreender a realidade cultural, explica e justifica as dificuldades enfrentadas

tanto pela população indígena quanto pelos profissionais nos procedimentos de saúde

executados dentro e fora das aldeias. Porém, conhecer a história no processo de

colonização pode contribuir para o entendimento da postura desses povos frente ao

profissional de saúde. Das dificuldades de adesão a determinadas terapêuticas, das

dificuldades de saírem de suas aldeias a fim de permanecerem na cidade para receber

tratamento e do comportamento frente às ações realizadas nas aldeias (SILVA, 2013).

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Prestar um atendimento de saúde aos indígenas em seu habitat possui

peculiaridades, o que invariavelmente traz algumas dificuldades ao profissional, mas

também oferece momentos de aprendizado para a sua atuação profissional

(BENEVIDES et al., 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A assistência à saúde indígena apresenta muitos desafios e limitações dos

profissionais de saúde, sendo um processo natural e inevitável o choque no encontro de

culturas. Os valores conhecidos pelos profissionais conflitam com os diferentes valores

e percepções da visão de mundo dos povos com quem eles estão mantendo contato.

Mesmo a população indígena recebendo proteção baseada na legislação, ainda é visível

uma grande dificuldade referente à falta de uma equipe multiprofissional para atender a

essa população. Contudo, apesar das dificuldades presentes na saúde indígena, é

importante que os profissionais de saúde se disponham em atender às especificidades e

peculiaridades do índio, respeitando todas as suas crenças, valores e costumes, tentando

se adequar aos saberes técnicos com os tradicionais da comunidade.

REFERÊNCIAS

ALTINE, RODRIGUES, G.; PADILHA, L.; MORAES, P. D.; LIEBGOTT, R. A. A. Política de Atenção

à Saúde Indígena no Brasil. Publicação do Conselho Indigenista Missionário.

Disponivelem:http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/institucional/grupos-de-trabalho/saúde/cartilha-sobre-

saúdeindigena-cime. Acesso em 20/03/2017.

BENEVIDES, L.; PORTILLO, J.A.C.; NASCIMENTO, W.F. A atenção à saúde dos povos indígenas do

Brasil: das missões ao subsistema. Revista tempus, actas de saúde coletiva, v.8, n°1, p.29-39, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Politica Nacional de Atenção á Saúde dos

Povos Indígenas. Caderno n.º 26 Seção 1. Brasília, 2002.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e

Inclusão. Saúde Indígena: uma introdução ao tema. Caderno n.º 5. Brasília, 2008.

LANGDON, ESTHER JEAN. "Saúde e povos indígenas: Os desafios na virada do século." Trabalho

apresentado no V Congresso Latino americano de Ciências Sociais e

Medicinadisponívelem:<http://www.antropologia.com.br/tribo/nessi/textos/Margsav.> Acesso em

20/03/2017.

MARINELLI, P; NASCIMENTO, D.F; COSTA, A.I.; POSSO, M.S; ARAÚJO, L.P. Assistência à

população indígena: dificuldades encontradas por enfermeiros. Revista Univap, São José dos Campos-

SP, v. 18, n°32, dez.2012.

SANTOS, R.V.; COIMBRA, C.E.J. Cenários e tendências da saúde e da epidemiologia dos povos

indígenas no Brasil. Revista de saúde coletiva, v.7, p.13-48, n°3, 2005.

SILVA, B. C. Profissionais de saúde em contexto indígena: Os desafios para uma atuação intercultural e

dialógica. Revista de Antropologia, v.6, p.6-36. 2013.

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AVALIAÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DA DEAD-

UNEMAT NA PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES/USUÁRIOS DA

GRADUAÇÃO

DE EVALUACIÓN DEL ENTORNO VIRTUAL DE APRENDIZAJE DEAD /

UNEMAT DESDE LA PERSPECTIVA DE LOS ESTUDIANTES / USUARIOS

DE LA GRADUACIÓN

Antônio Carlos Pereira dos Santos Junior, UNEMAT

[email protected]

Maria Aparecida da Silva, UNEMAT

[email protected]

Resumo: O presente trabalho é o resultado parcial de um estudo exploratório, que teve

como objetivo avaliar sob a perspectiva da interatividade bem como da velocidade e

aspectos visuais do ambiente virtual de aprendizagem – AVA, utilizado pela Diretoria

de Gestão de Educação a Distância – DEAD da Universidade do Estado de Mato

Grosso - UNEMAT, para direcionar cada vez mais a qualidade da educação ofertada

nessa modalidade. Usamos como instrumento de pesquisa, questionários com perguntas

fechadas para avaliar o nível de satisfação dos acadêmicos de graduação da modalidade

a distância. Os resultados apontaram um considerável índice de satisfação dos

acadêmicos/usuários da sala de aula virtual com a forma de operacionalização do seu

ambiente de estudo que a DEAD/UNEMAT disponibiliza.

Palavras-chave: Educação a distância; Tecnología da Informação e Comunicação;

Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem.

Palabras-clabe: Educación a distancia; Tecnología de la información y la

comunicación; Entorno virtual de aprendizaje.

INTRODUÇÃO

A difusão do uso da tecnologia de informação e comunicação, agregada à

necessidade de formação dos sujeitos e da sociedade do conhecimento, tem provocado

um relevante aumento da educação a distância (EaD). Esta modalidade de educação

possui, sobretudo especificidades para materializar as ações proposta no ensino

aprendizagem. E na Diretoria de Gestão de Educação a Distância da Universidade do

Estado de Mato Grosso – DEAD/UNEMAT, tem como forma o trabalho em Ambientes

Virtuais de Aprendizagem AVA e por compor este contexto, desenvolvemos a presente

pesquisa sobre a evolução desse ambiente virtual a partir do olhar dos

estudantes/usuários.

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METODOLOGIA

A pesquisa foi caracterizada na perspectiva de Gil (1999) como exploratória,

descritiva e bibliográfica versando sobre os ambientes virtuais de aprendizagem, e

também foi realizado a aplicação de questionário com perguntas fechadas baseadas na

escala de Likert, para avaliar o nível de satisfação quanto ao uso do AVA

DEAD/UNEMAT utilizado pelos acadêmicos de graduação da modalidade a distância.

DISCUSSÕES

A educação a distância – EAD, pode ser considerada com uma modalidade de

ensino caracterizada pelo distanciamento temporal e espacial entre professores e alunos,

todavia, que suas relações estejam mediados por alguma meio tecnológico. E diante

disto, nos convoca a compreender que as gerações da EAD são dividas de acordo com o

tipo de tecnologia adotada.

Segundo Santos Junior (2011), a primeira geração foi marcada por textos e

materiais impressos, a segunda geração pela rádio e TV e a terceira geração trouxe os

sistemas da primeira e segunda geração juntos, em uma abordagem multimídia, com

base em textos, áudio e televisão. Portanto, a quarta geração foi desenvolvida em torno

de comunicações mediadas por computador, Internet, bibliotecas virtuais, ambientes

virtuais de aprendizagem, etc. Dessa forma, é possível compreender que,

especificamente a quarta geração, que é a atual e fortemente influenciada pela internet e

seus recursos tecnológicos, fortaleceu ainda mais a EAD e expandiu de forma elevada o

número de estudantes de graduação e pós-graduação a distância.

De acordo com Santos Junior (2011), os Ambientes Virtuais de Aprendizagens –

AVAs, podem ser considerados como softwares que funcionam em servidores web, que

podem ser acessados pela Internet, por usuários distribuídos geograficamente, formando

comunidades virtuais com objetivos definidos, geralmente, o de aprendizagem de um

conteúdo específico, onde se interagem de forma síncrona ou assíncrona através de

diversas ferramentas disponibilizadas no próprio AVA.

Deste Modo, os AVAs beneficiam a EAD ao poder integrar em só local materiais

didáticos (informação), a comunicação em tempo real ou não, gerência dos processos do

curso (administrativos e pedagógicos), articula os diversos personagens da Educação a

distância (aluno, professor, tutor) e oferece atividades e avaliações individuais ou grupo.

Contudo, os AVAs são de fundamental importância para a qualidade da oferta de

cursos, seja de graduação ou de pós-graduação a distância, e por reconhecer a relevância

desse dispositivo enquanto sala de aula virtual, que a DEAD/UNEMAT, aplica em seus

Ambientes Virtuais de Aprendizagens um desenho pedagógico baseado no design

instrucional do tipo Design Aberto.

O design aberto segundo Filatro (2008) flexibiliza os procedimentos de criação do

curso, em que o processo de ensino aprendizagem é bastante valorizado, considerando

que a estrutura do curso depois criada pode ser, alterada e modificada durante todo o

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processo, no qual a mola mestra para a ação do designer durante a execução do projeto é

o feedback vindo do estudante.

Com o objetivo de aperfeiçoar, para melhor atender os acadêmicos da EAD que

são usuários da mesma versão do AVA, a DEAD/UNEMAT realizou uma pesquisa com

alguns alunos dos cursos de graduação, buscando compreender a partir desses usuários,

sobre aspectos gráficos/visuais, adequação e facilidade de uso do ambiente virtual, cujos

resultados apresentaremos na sequência

A pesquisa foi realizada durante o mês fevereiro de 2017 referente ao semestre

letivo 2016/2. Participaram da pesquisa 19 acadêmicos do curso de Bacharelado em

Administração Pública, 4 de Licenciatura em Ciências Biológicas, 2 de Licenciatura em

Letras Inglês, 5 de Licenciatura em Letras Espanhol e 64 do curso de Licenciatura em

Pedagogia, totalizando 94 acadêmicos da modalidade a distância e que fazem uso do

ambiente virtual de aprendizagem da DEAD/UNEMAT.

Nesta pesquisa tomamos com base a escala de Likert, onde 1 é considerado pior e

o 5 é considerado melhor. O resultado está demonstrado por meio dos gráficos abaixo:

Gráfico 1 Gráfico 2

Conforme demonstra, no gráfico 1 foi realizado o questionamento quanto a

velocidade no acesso e navegação na plataforma, onde 74 dos 94 participantes afirmam

ser classificado no conceito 4. Já no gráfico 2 foi perguntado sobre os aspectos gráficos

e visuais da plataforma e 23 participantes indicaram o conceito 3, 45 participantes o

conceito 4 e no conceito 5 tiveram 22 participantes.

Isto nos reporta à reflexão de que boa parte dos participantes estão satisfeitos no

que diz respeito a velocidade de acesso e navegação e também nos aspectos gráficos e

visuais do Ambiente Virtual de Aprendizagem e no design pedagógico adotado pela

DEAD/UNEMAT.

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Foi perguntando também aos acadêmicos/usuários do AVA, quanto à adequação

do ambiente virtual para o ensino aprendizagem à distância, e a maioria respondeu

conceito 4, onde 43 acadêmicos responderam neste conceito. Foi questionado aos

acadêmicos/usuários se existe facilidade de interação na plataforma AVA, na qual 37

pontuaram o conceito 4.

CONCLUSÃO

A pesquisa aponta um considerável grau de satisfação dos acadêmicos/usuários

com relação aos aspectos gráficos/visuais, adequação e facilidade de uso do Ambiente

Virtual de Aprendizagem, utilizado na EAD da Diretoria de Gestão de Educação a

Distância da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, que é desenvolvido

a partir do desenho pedagógico baseado no design instrucional do tipo design aberto.

A partir deste resultado, é possível compreender que tanto o design instrucional

do tipo aberto como proposta versátil de operacionalizar a sala de aula virtual, quanto a

dinâmica de feedback foram responsáveis por pensar e propor metodologias e técnicas

adequadas ao desenvolvimento do ensino aprendizagem, proporcionando acesso,

velocidade, navegação, clareza e interação com o ambiente àqueles que dele faz uso e,

de certa forma diminuindo algumas distâncias latentes nesta modalidade de educação.

REFERENCIAS

FILATRO, Andréa. Design Instrucional na Prática. S.P.: Pearson Education, 2008.

SANTOS JUNIOR, Antônio Carlos Pereira dos. Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA): Uma

Definição. Disponível em: <http://www.redemebox.com.br > - Acesso em: 11/04/2017.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

Gráfico 4 Gráfico 3

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AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO

ATRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: LA DEMOCRATIZACIÓN DEL

ESPACIO A TRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Wellington Francisco Bescorovaine

Adecarlo Fonzar Pegino Junior

[email protected]

Matheus Pedron Jasper

Resumo: O presente estudo tem como objeto a Av. São Paulo na cidade de Maringá –

PR, a qual possui tráfego fechado aos domingos, possibilitando a formação de ciclos

sociais semanais nessa via pública. Essa atividade é uma forma de ressarcimento da via

pelo uso estressante do espaço público. A finalidade deste trabalho é relatar uma

experiência ocorrida na avenida e promovida pelo UNICESUMAR, dando ênfase na

importância das relações que ocorrem entre o homem e o meio urbano, prática que

compensa o estresse gerado pelos automóveis durante a semana, seja por poluição

sonora, do ar ou apenas pela ocupação do espaço. Conclui-se a importância de órgãos

governamentais investirem na saúde psicológica da população através de políticas

públicas, dando a elas a infraestrutura necessária para que possam usufruir dos espaços

verdes públicos com qualidade de vida, de forma sustentável.

Palavras-chave: espaços verdes; educação ambiental; saúde psicológica.

Palabras-clabe: espacios verdes; educación ambiental; salud psicológica.

INTRODUÇÃO

O caos urbano não é apenas decorrente do crescimento acelerado das grandes

cidades, mas sim da condição de subdesenvolvimento do Brasil. Esses problemas

remontam a colonização, pois a estrutura social da população não foi corretamente

consolidada, sendo que esses desajustes sociais têm sua causa na forma como a

sociedade foi estabelecida. Assim, o lazer no espaço público urbano torna-se

indispensável como forma de remediar os problemas sociais, tendo em vista a saúde

física e mental da população. O objeto de estudo em questão se situa na cidade de

Maringá – PR, e denomina-se como Av. São Paulo, nesta avenida encerram-se as

atividades de trânsito todos os domingos de manhã e de tarde, o que possibilita a

formação de ciclos sociais semanais nessa via pública. Essa atividade semanal é uma

forma de ressarcimento da via pelo uso estressante do espaço público, conciliando uma

relação recíproca entre usos e serviços da cidade com relações sociais aplicáveis e

necessárias para uma vida urbana confortável e eficiente.

De acordo com Lynch (1997), a arquitetura na cidade não é apenas uma

construção no espaço, mas uma construção em grande escala, apreendida pelo

observador ao longo do tempo. Nessa reflexão, Gregotti (2001, p. 68) explicita:

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A cidade representa o esforço mais notável por parte da civilização humana,

de uma transformação completa do ambiente natural, a passagem mais

radical do estado de natureza ao estado de cultura com a criação de um

‘microclima’ particularmente adequado para o desenvolvimento de algumas

relações fundamentais para a vida do homem. (GREGOTTI, 2001)

A Av. São Paulo cumpre um papel social importante, que pode e deve ser

produzido em outros locais e cidades. O fato dessa localizar-se adjacente ao Parque do

Ingá, faz com que os usuários tenham interação direta com o parque. A arborização e as

plantas constituem os elementos mais visíveis e estruturais desse ambiente e tornam-se

o principal material para intervir na paisagem. Não são importantes apenas para

preencher espaços ou pelo seu apelo estético, mas para servir e beneficiar o ambiente e

usuários da avenida. Conforme CEMIG (2011) a arborização é uma estratégia para

amenização de aspectos ambientais adversos e possui, além das importâncias citadas,

também, um valor social, cultural e histórico.

O presente trabalho tem por finalidade relatar uma experiência ocorrida na Av.

São Paulo e promovida pelo UNICESUMAR, dando ênfase na importância das relações

que ocorrem entre o homem e o meio urbano.

A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, esse método relaciona o

conhecimento com a prática, vivenciando e investigando a realidade. Visa trazer

melhorias para o local em questão pela participação dos integrantes por meio de

observação, reflexão, planejamento e ação de forma sistemática. Nesse sentido, Kemmis

e McTaggart (1988) dizem que:

Pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em uma autorreflexão

coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social de maneira a

melhorar a racionalidade e a justiça de suas próprias práticas sociais e

educacionais, como também o seu entendimento dessas práticas e de situações

onde essas práticas acontecem. (KEMMIS e MCTAGGART, 1988)

DESENVOLVIMENTO

No domingo do dia 25/10/2015 foi realizado uma parceria entre o Programa de

Mestrado em Tecnologias Limpas (PPGTL) e o Centro Universitário de Maringá

(UNICESUMAR) onde, os alunos de mestrado e seus professores puderam se instalar

na Av. São Paulo. A infraestrutura oferecida pelo UNICESUMAR dispunha de mão-de-

obra especializada, uma tenda protendida de montagem local, caixa térmica, água

mineral e materiais para a operação.

As atividades desenvolvidas no local contavam com a distribuição de água

mineral para os atletas transeuntes, a entrega de mini vasos de flor e a realização de

questionários para com os adultos. Essas atividades puderam servir de base para a

elaboração de materiais que pudessem enriquecer e aprimorar o estudo científico.

A avenida em questão é sempre fechada aos domingos durante o dia para que

pedestres e ciclistas possam usufruir da via adjacente ao parque. Durante a intervenção

da universidade pôde ser percebido que essa prática compensa o stress gerado pelos

automóveis durante a semana, seja por poluição sonora, poluição do ar ou apenas pela

ocupação do espaço que poderia ser ocupado com funções sociais ou qualquer outro

tipo de modal como ciclovias e BRT’s. Segundo Alex (2011, p. 61), as praças, ruas,

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jardins e parques constituem a essência dos espaços abertos das cidades e acompanham

a evolução dos mesmos. De acordo com Jan (2010, p.115) essa é uma boa política para

todos os usuários da cidade, pois convida os cidadãos a caminharem e pedalarem,

fazendo com que o exercício físico seja feito naturalmente. Espaços livres são o reflexo

de um ideal da vida urbana em determinado momento histórico e, a intersetorialidade

dos meios de mobilidade torna-se essencial para a estruturação de uma cidade

ecoeficiente, buscando a promoção de produtos sociais em comum e possibilitando uma

abordagem geral dos problemas sociais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os benefícios das relações entre os usuários da avenida e a natureza que abarcava

esse espaço ficavam claros quando se perguntava para aquelas pessoas quais eram os

motivos delas frequentarem aquele tipo de local, a resposta era sempre ligada a restauro

psicológico. Lerner (2013, p.75) afirma que muitas cidades conseguem ganhar unidade

por meio da vegetação intensa. “Cidades que às vezes não tem grandes atrativos em

determinadas regiões mudam radicalmente quando são arborizadas. Árvore é a

acupuntura que cura”. Tendo essa base teórica, pode-se perceber uma necessidade mais

ampla da necessidade de espaços verdes públicos de qualidade, no estudo nota-se a

importância que a avenida ocupa nas relações sociais da região, onde seus usuários se

reúnem para exercitar-se, alimentar-se, conversar e trocar experiências no espaço

urbano.

Democratizar o espaço público de lazer está além de apenas construir ou urbanizar

locais desprovidos de bens e serviços. É preciso incentivar a apropriação e a utilização

dos espaços, seja através da divulgação ou da quebra de quaisquer paradigmas que

possam ter sido criados (MARCELLINO et all, 2006). Colocar a Av. São Paulo à

disposição da população é apenas uma das inúmeras técnicas de incentivo ao uso do

espaço público e alívio de stress da população responsável por ocupar tal lugar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas análises qualitativas feitas sobre as atividades desenvolvidas pelos

alunos e avaliação empírica com as pessoas e a Av. São Paulo é possível concluir que, é

de suma importância que órgãos governamentais invistam na saúde psicológica da

população, dando a elas a infraestrutura necessária para que as mesmas possam usufruir

dos espaços verdes públicos com qualidade de vida, de forma sustentável, afinal, a

cidade economiza gastos com saúde pública se a população for mais saudável, também

com paginação de vias quando as mesmas não são usadas pelos carros. Conforme Jan

Gehl (2010) essa medida reforça a vida na cidade, as pessoas inspiram-se e sentem-se

atraídas para esses espaços, estimulando a atividade física e o encontro das pessoas.

Assim, foi possível constatar que a proximidade do homem com a natureza gera

restauro psicológico, auxiliando para o desenvolvimento social da população. Impedir

os carros de usar as vias possibilita que os habitantes usufruam daquele local de maneira

a melhorar as condições de vida, seja em família, como eram muitos os casos, seja

individualmente, a avenida deixa de ser apenas uma enorme superfície de passagem

entre espaços privados e torna-se a efervescência local de socialização de crianças e

adultos da cidade de Maringá-PR.

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REFERÊNCIAS

ALEX, Sun. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Editora Senac, 2011.

CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). Manual de Arborização. Belo Horizonte.

Cemig/Fundação Biodiersitas, 2011.

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.

GREGOTTI, Vittorio. Território da Arquitetura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.

KEMMIS, S.; MCTAGGART, R. The action researcher planner The action researcher planner.

Geelong: Deakin University Press, 1990.

LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro – São Paulo: Record, 2013.

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

MARCELLINO, N. C.; BARBOSA, F. S.; MARIANO, S. H. As cidades e o acesso aos espaços e

equipamentos de lazer. Impulso, Piracicaba, v.17, n. 44, p. 55-66, 2006.

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IDENTIFICAÇÃO E ABORDAGEM DE ASPECTOS EMOCIONAIS NO

DESENVOLVIMENTO DE WEBSITES

IDENTIFICACIÓN Y ENFOQUE DE ASPECTOS EMOCIONALES EN EL

DESARROLLO DE WEBSITES

Léo Manoel Lopes da Silva Garcia3,

[email protected]

Franciano Antunes1

Daiany Francisca Lara1

Resumo: A área de estudos de design emocional tem explorado as emoções humanas e

suas influências nas decisões racionais, sabiamente o setor industrial tem se apropriado

deste entendimento na concepção de produtos. Considerando que um sistema

computacional pode ser abordado com um produto, este estudo propõe, a aplicabilidade

dos três níveis de processamento da emoção proposta por Norman, o visceral,

comportamental e reflexivo, na elaboração de projetos de websites. Para tanto, é

realizado o relacionamento entre os níveis de processamentos da emoção com os

elementos que compõe a estrutura de um projeto Web, para que assim tais elementos

possam ser explorados pelo webdesigner de tal forma que o produto ‘Website’ imprima

uma experiência satisfatória no usuário durante a interação, e este seja amplamente

utilizado pela comunidade ao qual ele é destinado.

Palavras-chave: Design Emocional; Projeto informacional de websites.

Palabras-clabe: Diseño Emocional; Diseño informacional de sitios web.

INTRODUÇÃO

A emoção humana tem sido motivo de estudos no século 20, principalmente pela

Psicologia Cognitiva, ramo em que ele procurou estudar os processos mentais internos

que fazem com que o comportamento humano. Até então, emoções eram tratadas como

um problema que devia ser superado pelo pensamento racional lógico. Damásio(1996)

propõe que a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou

desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns

intrusos no bastião da razão, podendo encontrar se, pelo contrário, enredados nas suas

teias, para o melhor e para o pior.

Posteriormente, essa abordagem foi conduzida às pesquisas em design, com o

objetivo de conceber produtos que provoquem emoções positivas nas pessoas,

entendendo que o uma emoção afeta a memória, a motivação e o apego (Tznova, 2006).

(Norman,2004), fez importante contribuição a esse campo, também reafirmando as

emoções como referências para o comportamento humano, tendo importante influência

na tomada de decisão das pessoas, inclusive na aquisição de produtos.

Nesse contexto, um Website pode ser abordado como um produto, pois mesmo

sendo não sendo possível o manipular fisicamente, um Website possui formas e

funcionalidades que podem despertar emoções em seus usuários. Explorar os conceitos

de design emocional no desenvolvimento de projetos Web, portanto, pode ser um

3 Universidade do Estado de Mato Grosso

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diferencial para se criar Websites que além de suas funcionalidades básicas despertem

experiências positivas aos seus usuários (LIN 2009).

Desta forma, este trabalho procura identificar os aspectos dos Websites que

podem despertar emoções em seus usuários. Muitos trabalhos com foco na satisfação do

usuário já tem sido realizados na área de Web design, marketing e publicidade. Assim,

procurou-se reunir elementos de trabalhos anteriores sobre interação humano

computador, usabilidade e Web design (Nielsen 1999; Shneiderman e Plaisant 2005), e

posteriormente correlacioná-los com os níveis de processamento propostos por Norman

(2004), ou seja, nível visceral, comportamental e reflexivo.

Abordamos inicialmente os elementos que compõem um Website, e damos ênfase

a estrutura de categorias propostas por Norman, entendendo como relevantes e

compatíveis com as demais estruturas propostas por outros autores. Posteriormente,

discorremos sobre os conceitos de Design Emocional e sua relevância na concepção de

produtos.

DESIGN EMOCIONAL

Durante muito tempo, a relação de um usuário com um determinado produto era

levada em conta apenas dimensões racionais, tais como função e forma. Segundo

Damásio(1996), tratavam o ser humano como sendo puramente racional, ou seja,

tomando decisões com base em critérios lógicos. A partir de seus estudos com pacientes

perfeitamente normais exceto pelo fato de possuírem lesões cerebrais que por algum

motivo haviam lhes causado danos ao sistema emocional, resultando em uma

incapacidade na tomada de decisões, Damásio (1996) propõe que a razão pode não ser

tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e

os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo

encontrar se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.

Em Norman (2006), o autor propõe que os atributos humanos resultam de três

diferentes níveis de estruturas do cérebro: a camada automática, pré-programada,

chamada de nível visceral; a parte que contém os processos cerebrais que controlam o

comportamento quotidiano, conhecida como nível comportamental; e a parte

contemplativa do cérebro, ou nível reflexivo. Cada nível desempenha um papel

diferente no funcionamento integral das pessoas e exige um estilo diferente de design.

Os três níveis em parte refletem as origens biológicas do cérebro, a começar pelos

organismos mais primitivos e evoluindo lentamente para os animais mais complexos

(Figura 1).

Figura 1. Três níveis de processamento: Visceral, Comportamental e Reflexivo [(NORMAN, 2006)].

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DESIGN EMOCIONAL & WEB DESIGN

Websites são formas de exposição de determinados conteúdos e serviços

específicos, e mesmo não sendo passível de manipulação física pelos usuários,

apresentam características estéticas como cores, gráficos e formas geométricas, além de

oferecer interação, através de suas funcionalidades, com os seus usuários. Desse modo,

assim como os produtos, os Websites estão sujeitos a julgamento e avaliação por parte

de seus usuários e uma qualidade a mais (ou a menos) em algum de seus componentes

pode ser fator preponderante para a escolha por usar um ou outro Website para atender

seus objetivos. Vislumbra-se aqui então, uma oportunidade para explorar os conceitos

de Design Emocional na concepção de projetos de Web. Sendo assim, iremos a seguir

relacionar os elementos estruturais de Websites com os três níveis de processamento

propostos por Norman.

O nível visceral é responsável pelas reações instintivas dos humanos em relação

aos aspectos e características físicas e formais. Dentro do contexto dos Websites, que

não tem existência física e não pode ser tocado, o foco se recai sobre os sentidos visuais

e auditivos, esses aspectos são abordados dentro da categoria “design visual”. Em

Norman (1988) é apontado as pesquisas sobre a psicologia da percepção visual

apresentada pela escola de Gestalt, como uma contribuição efetiva para uma construção

de uma estética adequada, atendendo a especificações como harmonia, equilíbrio e

contraste, possibilitando que os usuários tenham uma boa experiência com o Website.

Ainda em relação ao design visual, uma importante característica foi constatada em

(Tzenova(2006), onde se evidenciou que a primeira impressão visual pode ajudar as

pessoas a decidir se poderão encontrar informações úteis ou interessantes naquele

Website. Analisando mais ainda, notou-se a importância da identidade visual que a

interface em relação ao tema do site, por exemplo, identificou-se que embora algumas

interfaces apresentavam aspectos sombrios através de cores e sons, foram relatadas

pelos participantes do experimento emoções positivas, uma vez que o conteúdo dos

Websites estava relacionado a esse tipo de aspecto.

O nível comportamental está relacionado às experiências provocadas a partir da

utilização de determinado produto, sendo a manipulação do Website a principal forma

de interação do usuário, essa característica pode sobrepor os aspectos visuais. Uma

experiência de uso do site se relaciona principalmente com a usabilidade do Website, ou

seja, dentro da estrutura proposta na seção 2 este nível seria abordado na categoria

“Design Lógico”. Norman(1988) propõe em seus estudos a metodologia de design

centrado no usuário, como solução para os problemas de usabilidade. Outra

característica que emerge do nível comportamental é em relação a função do Website,

onde se verifica se suas funcionalidades vão de encontro aos objetivos dos usuários, o

que traz para esse nível um relacionamento com as categorias “Público Alvo” e

“Finalidade ou Foco do Website”.

O nível reflexivo surge da subjetividade do usuário para com um determinado

artefato e esta sujeita a relação com a cultura e a sociedade, pois se relaciona com o

significado do artefato. Diferente dos outros dois níveis, o nível reflexivo não ocorre

somente no momento da utilização do Website, mas tem atuação duradoura onde o

individuo pode levar em conta experiências passadas, interesses pessoais, valores

sociais e características culturais. Podemos contemplar nesse nível a abordagem das

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categorias “Conteúdo” e “Informações do Website”, pois nessas categorias podem-se

explorar peculiaridades como referências do conteúdo disponibilizado com o objetivo

de despertar a idéia de credibilidade, informações sobre os patrocinadores e

mantenedores dos Websites, possibilidade de acesso aos responsáveis através de uma

opção de “contato”. Dessa forma é no nível reflexivo que é processado a avaliação

geral do usuário sobre o Website, tendo a capacidade de interferir-nos outros níveis. A

categoria “Público Alvo” e “Objetivo do Website” têm influência na no processamento

reflexivo, pois de acordo com o domínio diferentes características podem gerar

expectativa reflexiva, tomemos, por exemplo, um Website de e-commerce a opção de

poder se verificar o histórico de venda de um vendedor, com avaliações positivas ou

negativas, pode gerar expectativa positiva do usuário que pretende realizar a compra.

Cada nível provoca diferentes reações e influência sobre as pessoas, de forma

que um projeto ideal deve contemplar os três níveis e as 6 categorias elencadas nesse

artigo, afim de criar experiências positivas e duradouras em seus usuários. No entanto,

cada projeto possui características próprias e a ênfase pode ser dada ao um elemento ou

nível em especial, para se chegar aos objetivos estipulados durante o planejamento do

projeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender os elementos que influenciam e ocorrem sobre o comportamento

humano, configura uma área de pesquisa tão importante que se torna fácil identificar

que ela é transposta para todos os segmentos da sociedade. Identificar e antecipar os

fatores que interferem no comportamento e no cognitivismo para com uma determinada

interação pode ser explorado para proporcionar experiências positivas, prazer na

execução de uma tarefa ou orientar uma tomada de decisão.

Produtos podem provocar emoções aos seus usuários, identificar quais

características provoca certos tipos de emoções tem sido motivo de pesquisa da área de

design, e tornando cada vez mais efetiva a ideia de incluir aspectos emocionais durante

o desenvolvimento de um produto. Fica evidentemente claro, que não se pode deixar de

levar em consideração as peculiaridades intrínsecas dos seres humanos, quando se

pretende desenvolver produtos que sejam preferência na sua escolha, dentre tantos

outros com a mesma função.

Os Websites foram por muito tempo visto como meio de acesso meios de acesso

a produtos e serviços, no entanto a atenção comercial dada ao desenvolvimento de

Websites acabou por torná-lo o próprio produto. O caráter dinâmico desse mundo

virtual faz a concorrência ser tão acirrada ou mais do que no mundo físico. Havendo a

existência (e a possibilidade de rápido surgimento) de Websites que oferecem serviço e

conteúdos semelhantes, a necessidade de se obter a fidelidade de seus usuários se torna

um fator muito importante. O entendimento sobre as emoções que Websites podem

provocar em seus usuários pode ser o primeiro passo para a incorporação dos conceitos

de design emocional durante o desenvolvimento de um projeto Web. Contudo, cada

projeto tem características próprias e a ênfase em algum dos três níveis pode ser

necessária para se chegar aos objetivos estipulados no projeto, o que sugere a

necessidade de métodos que apontem com exatidão a resposta emocional que

determinada característica evoca a um público alvo.

REFERÊNCIAS

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Norman, D. A. (2006) Emotional Design: Why We Love (or Hate) Everyday things. New York: Basic

Book.

Damásio, A. (1996) O Erro de Descartes:emoção, razão e o cérebro humano. Tradução Dora Vicente e

Georgina Segurado. São Paulo: Companhia das Letras.

Tzvetanova, S., Xi Tang, M., Justice, L.(2006) Design of emotional web interface using in-site factors.

Proceedings of the Design & Emotion conference.

Lin, A., Gregor, S., Ewing, M. (2009) Understanding the Nature of Online Emotional Experiences: A

Stury of Enjooyment as a Web Experience. 11th International Conference on Electronic Commerce

(ICEC 2009), Taipei, Taiwan.

Nielsen, J. (1999) “Designing Web Usability: The Practice of Simplicity” New Riders, Indianapolis,

Indiana.

Shneiderman, B., Plaisant, C. (2005) “Designing the user interface: strategies for effective human-

computer interaction” Boston : Pearson/Addison Wesley.

Norman, D. A. (1988) The Psychology of Everyday Things. Basic Books, New York.

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DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTIRAL: CONCEPÇÕES DE

PROFESSORESES E ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DE CURVELÂNDIA-MT

DIVERSIDADE ÉTNICA Y CULTURAL: CONCEPCIONES DE PROFESORES

Y ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE MUNICIPIO DE

CURVELÂNDIA - MT.

Silvana Pirinetti da Silva.

[email protected]

Resumo: A presente pesquisa está aliada à elaboração de um mapeamento em uma (01)

escola pública do município de Curvelândia – MT sobre as temáticas relacionadas à

diversidade étnica e cultural. A metodologia para coleta dos dados priorizará a

utilização de questionários e entrevistas pautada na interação e relações sociais entre

aluno/professor e aluno/aluno e uma pesquisa bibliográfica de todo material pertinente à

temática. A sala de aula é concebida como um espaço de reflexão e construção do

conhecimento, para isso, é necessário compreender a educação como processo baseado

na troca de conhecimento, experiência e aprendizagem entre diferentes. Nessa ótica,

espera-se que por meio da realização dessa pesquisa uma compreensão mais abrangente

das diferentes vozes e perspectivas sobre a diversidade étnica e cultural.

Palavras - Chave: educação; diversidade; diferenças.

Palabras-clabe: educación; diversidade; diferencias.

INTRODUÇÃO

É possível perceber na escola do século XXI a presença marcante da

heterogeneidade, de partes distintas, todas com suas particularidades e especificidades,

uma realidade bem diferente das décadas passadas. Composta então por diferentes

grupos, o contexto escolar se tornou um verdadeiro ambiente sociocultural, em que

povos de diferentes culturas, língua, tradições, religião, costumes, política convivem

diariamente, transformando um espaço cheio de vivências, práticas de saberes e relações

que incluem alianças e conflitos. E, em meio esse contexto de transformações na

educação, surgem novos desafios a ser enfrentado e novos caminhos serem seguidos na

busca de uma educação igualitária pautada na diversidade humana e pluralismo cultural.

Vale destacar que a educação precisa adequar- se as necessidades dos alunos, e

não o aluno as limitações e necessidades da escola, pois quanto instituição de ensino,

sua função é preparar e capacitar o mesmo para ser agente transformador da realidade

social, oferendo subsídios e conhecimentos necessários para o exercício da cidadania.

No entanto, a atual realidade social e educacional revela a grande dificuldade em

atender a diversidade humana, em lidar com as diferenças, com a aceitação das mais

diversas formas de manifestação.

Falar então, de diversidade étnica e cultural na escola em uma sociedade

permeada pela globalização e pelos avanços da tecnologia se torna um desafio devido às

profundas mudanças que esse fenômeno mundial acarreta em todas as dimensões. Ao

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mesmo tempo em que, esse processo oportuniza a aproximação de diferentes povos,

“estes fatores trazem à tona questões relativas à etnicidade, gênero, religião, dentre

outros. E como parte integrante e constitutiva dessa sociedade, a escola, enquanto

instituição cultural tem sido chamada a buscar o entendimento destas questões e a

apontar formas mais democráticas de convivência” (TENÓRIO e GASPARIN: 2009).

A partir dessa constatação, há necessidade da construção de uma escola aberta às

diferenças e de educadores dispostos a desenvolver práticas e questões reflexivas para

sala de aula tais como: raça, gênero, etnia, cor, cultura, classe entre tantas outras.

Tendo como referência a necessidade de professores e alunos possuírem ou obterem os

conhecimentos relativos às suas realidades étnicas culturais, esta pesquisa tem por

objetivo de aprofundar conhecimentos sobres os processos discriminatórios e

excludentes presentes no contexto escolar e de que forma as relações influencia no

processo de ensino aprendizagem do aluno.

METODOLOGIA

A presente pesquisa busca, por intermédio de um estudo qualitativo, desenvolver

um mapeamento em uma (01) escola pública do município de Curvelândia – MT sobre

as temáticas relacionadas à diversidade étnica e cultural a partir de entrevistas com

professores e alunos, relacionando os dados coletados com a análise de referenciais

bibliográficos sobre o tema.

Minayo (1996) acrescenta que, na pesquisa qualitativa trabalha-se com o universo

de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, e aprofunda-se no mundo de

significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e ausente em

equações, médias e estatísticas.

Segundo Gil (2002, p. 44) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

A metodologia para coleta dos dados priorizará a utilização de questionários e

entrevistas pautada na interação e relações sociais entre aluno/professor e aluno/aluno.

Aliada à pesquisa de campo, utilizaremos a pesquisa bibliográfica efetuando através de

uma análise referencial uma leitura Exploratória e Seletiva de todo material pertinente à

temática. E, conjuntamente com análise qualitativa, a utilização da perspectiva

multicultural para apresentação e discussão metodológica dos dados coletados, permitira

uma compreensão mais abrangente das diferentes vozes e perspectivas sobre a

diversidade étnica e cultural.

As análises dos dados coletados por meio da observação e aplicação de entrevistas

serão articuladas e confrontadas com a pesquisa bibliográfica existente de acordo com

os objetivos específicos relativos à temática do estudo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que a questão da relação entre diversidade étnica cultural e prática

docente se torna ponto de partida para a construção de uma escola democrática, porém,

refletir sobre os paradigmas culturais implica pensar a relação entre eu e o outro, o que

provoca uma série de conflitos e resistência à mudança.

Tem-se hoje, devido à construção ao longo dos anos de estereótipos e

nacionalismo exacerbado, uma sociedade extremamente preconceituosa e

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discriminadora. Nessa ótica, não tem como negar que a condição de diversidade entre

indivíduos é uma questão social, que precisa ser revista, pensada e construída a partir de

novos conceitos e políticas. Por essa razão, a educação se torna peça fundamental na

elaboração e disseminação de novas atitudes, pensamentos e práticas.

Pode-se afirmar que, os resultados deste tipo de pesquisa poderão oferecer

subsídios para auxiliar nas ações das políticas públicas de educação voltadas para a

questão da inclusão e da diversidade étnica e cultural, ao mesmo tempo em que possui

relevância por incluir em sua proposta de investigação a análise do currículo acerca da

estruturação do conteúdo de ensino e da relação trabalho /educação, apontando seus

limites e possibilidades.

REFERÊNCIAS

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MINAYO, M. C. de S. (Org.) et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 19 ed. Petrópolis:

Vozes, 2001.

TENÓRIO, A. GASPARIN, J. L. Educar para a diversidade: desafio de uma prática escolar. IX

Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia 26 a 29 de

outubro de 2009 – PUCPR. Disponível no site:

http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/1912_1112.pdf Acesso em: 20/08/2016.

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DOENÇA RENAL CRÔNICA E AS ALTERAÇÕES NA PRESSÃO ARTERIAL

ENFERMEDAD RENAL CRÓNICA Y CAMBIOS EN LA PRESIÓN

Shaiana V Hartwig

Resumo Objeto de estudo: a hipertensão arterial está presente em cerca de 60-100% dos

pacientes com doença renal crônica, a hipertensão prolongada danifica os vasos sanguíneos,

causando assim falha renal. O controle rigoroso da pressão arterial é da maior importância para

minimizar a progressão da doença renal, além de diminuir o risco da doença cardiovascular

associados. Objetivo: descrever os efeitos da pressão arterial na doença renal crônica.

Metodologia: revisão bibliográfica tipo narrativa, em estudos publicados em bases eletrônicas

(SciELO, MEDLINE, PubMed, Lilacs) com descritores referentes a doença renal crônica e a

pressão arterial. Considerações finais: a hipertensão arterial sistêmica está intimamente

relacionada com a doença renal crônica podendo ser a causa ou consequência da doença. Os

valores recomendado para a pressão arterial dos pacientes com doença renal crônica mudam

conforme os estudos são desenvolvidos sendo atualmente recomendando o valor menor que

140/90mmHg para esse grupo de pacientes.

Palavras-chave: hipertensão arterial; doença crônica renal; pressão arterial.

Palabras-clabe: hipertensión; enfermedad renal crónica; la hipertensión arterial.

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial está presente em cerca de 60-100% dos pacientes com

doença renal crônica (DRC) (RITZ; ADAMCZAK; ZEIER, 2003, CAMPESE; MITRA;

SANDEE, 2006). A hipertensão é um dos principais fatores de risco para a DRC sendo

responsável por 40% de sua origem para os pacientes no Brasil (ROMÃO JUNIOR,

2004). Segundo Cândido et al. (2015) a prevalência de hipertensão arterial nos pacientes

portadores de DRC foi de 78,8%.

A hipertensão prolongada danifica os vasos sanguíneos, causando assim falha

renal (CONSTANZO, 1999). Os principais mecanismos que levam à hipertensão nos

pacientes com DRC são a sobrecarga de volume e ativação do sistema renina-

angiotensina-aldosterona (RITZ; ADAMCZAK; ZEIER, 2003; NATIONAL KIDNEY

FOUNDATION, 2012; MODESTI et al., 2013).

A hipertensão arterial está ligada a DRC e sendo assim, fica cada vez mais claro

que o controle rigoroso da pressão arterial é da maior importância para minimizar a

progressão da DRC, além de diminuir o risco da doença cardiovascular frequentemente

associada (DASGUPTA et al., 1999). O objetivo desse trabalho é descrever os efeitos

da pressão arterial na doença renal crônica.

METODOLOGIA

Desenho do estudo: Estudo de revisão bibliográfica tipo narrativa, em diferentes

bases de dados eletrônicas científicas, através de descritores referentes a doença renal

crônica e a pressão arterial. A pesquisa bibliográfica foi conduzida nas seguintes bases

de dados eletrônicas: (1) Scientific Electronic Library Online - SciELO; (2) Medical

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Literature Analysis and Retrieved System - MEDLINE; e (3) Literatura Latino-

americana e do Caribe em Ciências da Saúde - Lilacs; (4) U.S. National Library of

Medicine - PubMed.

Estratégia de busca: As buscas foram conduzidas através de descritores em português e

em inglês contidos no título ou nos resumos dos estudos. Utilizou-se o operador

booleano “AND” e “OR”, além da utilização das aspas a fim de facilitar a busca aos

manuscritos. A combinação de termos utilizados juntos ou separados nas respectivas

bases de dados (SciELO, PubMed, Medline, LILACS) foram: doença renal crônica (

pressão arterial (blood pressure). Utilizou-se artigos do tipo original, publicados em

periódicos internacionais ou nacionais, nos idiomas inglês, português ou espanhol,

independente do ano de publicação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na DRC a hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui-se como um agente de

agravamento da doença renal, determina uma sobrecarga agressiva mecânica e

hemodinâmica que pode levar a disfunção endotelial glomerular, havendo maior

permeabilidade da membrana glomerular determinando a proteinúria, que por sua vez se

comporta como um agente lesivo da função tubular. A hipertensão é produzida pela

ação de substancias vasoativa e que podem também exagerar sua produção no rim, bem

como estimular a formação de substâncias, como citocinas e fatores de crescimento,

levando a inflamação e maior produção de proteínas da matriz extracelular, fatores que

contribuem para manter e reforçar as características patogênicas da DRC através da

instituição de uma nefroesclerose hipertensiva (DOUGLAS, 2001; FERMI, 2010).

A Organização Mundial de Saúde recomenda valores da pressão arterial

130/85mmHg (140/90mmHg em pacientes com idade acima de 60 anos) para os

pacientes com doenças renais (WHO, 2003). O sexto relato do Joint National

Committee of Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure

– JNC-VI (1997) recomendava a manutenção da pressão arterial em nível inferior a

140/90mmHg nos indivíduos com baixo risco de doença cardiovascular e inferior a

130/85mmHg nos pacientes diabéticos, portadores de doença cardiovascular e que

apresentam comprometimento de órgãos alvos, incluindo a DRC.

Em 2014 o oitavo relatório dessa mesma comissão alterou a recomendação para

DRC, recomendando o início do tratamento farmacológico se PAS ≥140mmHg ou PAD

≥90mmHg, com meta da PA <140/90mmHg. Não havendo mais recomendação

específica com alvos mais baixos para estes pacientes (JAMES et al., 2014).

Segundo a National Kidney Foundation a meta a ser atingida para paciente com

DRC é PA abaixo que 140/90mmHg (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2012).

No estudo Modification of Diet in Renal Disease Study constatou-se que a

diminuição do ritmo de filtração glomerular foi de -3,56 e -4,10 ml/min/ano nos

pacientes mantidos com pressão arterial média de 92mmHg (120/75mmHg) e

107mmHg (140/90mmHg), respectivamente. No período de observação de 9,4 anos, o

grupo com controle mais rigoroso da PA permaneceu 1,24 anos (9,43 vs. 8,19 anos) a

mais em tratamento conservador aumentando sua sobrevida (PETERSON et al., 1995).

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A morbidade e mortalidade de paciente em diálise têm como principal causa as

doenças cardiovasculares superando em muito as infecções, as neoplasias e os

abandonos voluntários ao tratamento hemodialítico. A mortalidade cardiovascular de

pacientes submetidos à hemodiálise é alta, chegando a 50% dos pacientes renais

crônicos, sendo 10 a 20 vezes mais elevada em comparação com a população em geral

(FOLEY et al.,1998; VUKUSICH et al., 2002; ZOCCALI et al., 2004; ALMEIDA et

al., 2010).

A influência da HAS nessas taxas tem gerado maior interesse na pesquisa, nos

diferentes aspectos característicos desses grupos, e aparentemente está intimamente

relacionado com fatores de risco não modificáveis como idade, sexo, raça/cor e história

familiar da doença, além de fatores modificáveis como riscos ambientais (variações

climáticas), estilo de vida, sobrepeso/obesidade e dietas pobres com excesso de sódio

(NERBASS et al., 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A HAS está intimamente relacionada com a DRC podendo ser a causa ou

consequência da doença. Os valores recomendado para a pressão arterial dos pacientes

com DRC mudam conforme os estudos são desenvolvidos sendo atualmente

recomendando o valor menor que 140/90mmHg para esse grupo de pacientes.

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ECONOMIA SOLIDÁRIA: NOVO MODO DE PRODUÇÃO

ECONOMÍA SOLIDARIA: NUEVO MODO DE PRODUCCIÓN

Rafaela Graziele Castrillon,

Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas UNEMAT [email protected]

Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,

Mestrando em Ciências Ambientais - UNEMAT [email protected]

Thaline Daiane Castrillon Macedo,

Especialista em Gestão em Saúde - UFMT/Cuiabá -MT.

[email protected]

Resumo As proposta deste trabalho consiste na discussão a partir de uma pesquisa

bibliográfica sobre elementos que conduzem o trabalho na perspectiva da economia

solidária. Esta iniciativa nasceu a partir da realização da disciplina de políticas públicas

na pós graduação lato sensu em Economia Solidária e Políticas Públicas, tendo como

objetivo central esta em descrever o diálogo e a concepção de trabalho nesta concepção

de mundo. A perspectiva de estabelecimento, formas diferentes ao trabalho no sistema

econômico capitalista, acompanham a validação do trabalho na perspectiva de realizar

um olhar ambiental, cultural, social no trabalho econômico financeiro, permitindo outro

olhar sobre o mundo do trabalho.

Palavras-chaves: economia solidária; capitalismo; produção.

Palabras-clabe: economía social; el capitalismo; la producción.

INTRODUÇÃO

Economia solidária é centrada na valorização do ser humano e não do capital.

Pode ser considerado o caminho de afirmação de novos valores nas relações sociais de

produção, consumo e distribuição de riqueza. Ela surgiu como uma linha de pensamento

alternativo, para tentar reduzir as mazelas da sociedade. Medidas econômicas que se

baseiam em princípios igualitários e podem abrandar o desemprego e a pobreza. Para

tanto, este trabalho objetiva conduzir a descrição do olhar do trabalho na concepção da

economia solidária a partir das teorias e conceitos de pesquisadores que trabalham com

esta temática

Em ‘A economia solidária diante do modo de produção capitalista’, Luiz Inácio

Gaiger diz que as iniciativas econômicas, como o trabalho cooperativo e de autogestão,

representam uma opção ponderável para os segmentos sociais de baixa renda. Estudos a

respeito em diferentes contextos nacionais, indicam que tais iniciativas, de nítida reação

à perda do trabalho e a condições extremas de subalternidade, estão convertendo-se em

um eficiente mecanismo gerador de trabalho e renda, alcançando níveis de desempenho

que as habilitam a permanecerem no mercado, com razoáveis perspectivas de

sobrevivência (NYSSENS, 1996; GAIGER et. al., 1999).

Para que a economia solidária realmente seja uma alternativa superior ao

capitalismo, ela terá de gerar sua própria dinâmica e suas próprias leis, em vez de

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depender das contradições do modo dominante de produção, e assim lhe abrir um novo

caminho (SINGER et. al., 2000, p. 13).

Diante do quadro promissor, além de carrear rapidamente o apoio de ativistas,

agências dotadas de programas sociais e órgãos públicos, suscitou o interesse dos

estudiosos para o problema da viabilidade desses empreendimentos em longo prazo,

bem como para a natureza e o significado contido nos seus traços sociais peculiares, de

socialização dos bens de produção e do trabalho.

METODOLOGIA

Para retratarmos a discussão que objetiva o trabalho, laboraremos com um estudo

de natureza bibliográfica atentando para que as correntes abordadas consigam fornecer

uma boa companhia entre as locuções realizadas.

Vendo-a seja como um campo de trabalho institucional, seja um alvo de políticas

públicas de contenção da pobreza, seja ainda uma nova frente de lutas de caráter

estratégico, visões, conceitos e práticas cruzam-se intensamente, interpelando-se e

promovendo a economia solidária como uma alternativa para os excluídos, os

trabalhadores, um modelo de desenvolvimento comprometido com os interesses

populares, etc.; uma alternativa, ao aprofundamento das iniquidades, às políticas de

corte neoliberal, ao próprio capitalismo.

Singer (2008) aponta a necessidade de estabelecer o vínculo da economia solidária

com as experiências cooperativistas históricas, de caráter socialista, tendo a experiência

cooperativista a sua origem no período de posterior consolidação do capitalismo

industrial.

Tomada como uma sentença afirmativa, a tese em tema possui consequências

amplas e profundas, pois resolve de vez com o caráter alternativo da economia solidária:

a implantação de um novo modo de produção.

Tomando por base a exegese cuidadosa realizada por autores dedicados ao

assunto, tais entendimentos ficariam sem guarida, sendo por outro lado necessário

reconhecer, ao menos, outro uso comum nos escritos de Marx, em que modo de

produção possui um caráter meramente descritivo, referindo-se a certa forma concreta

de produzir (artesanato, manufatura) ou, mais amplamente, a um estágio geral de

desenvolvimento tecnológico (indústria).

Embasando-se em Novaes (2004) onde o trabalho alienado não reflete apenas a

relação entre objeto e trabalhador, mas sim a relação do trabalhador com os outros

homens. Isso demonstra que apesar de um trabalhador estar inserido em uma empresa

coletivizada e, devido a isso, ter se tornado dono de seu produto final, assim como

conhecedor de todo o processo de produção, ele “rompeu com o estranhamento do

processo de trabalho, mas não necessariamente rompeu com a alienação do produto do

trabalho”.

Mesmo o modo de produção estabelecendo uma totalidade orgânica e um

processo renovado de todo sistema, desde a produção até o consumo de bens materiais,

todas as etapas distintas e, ao mesmo tempo, combinadas no fluir de um processo único,

é à produção que pertence à determinação fundamental e o ponto recorrente.”

(GORENDER, 1978).

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RESULTADOS E DISCUÇÕES

O modo de produção capitalista nasce da reunião de quatro características da vida

econômica, até então separadas: a) um regime de produção de mercadorias, de produtos

que não visam senão ao mercado; b) a separação entre os proprietários dos meios de

produção e os trabalhadores, desprovidos e objetivamente apartados daqueles meios; c)

a conversão da força-de-trabalho igualmente em mercadoria, sob forma de trabalho

assalariado; d) a extração da mais-valia, sobre o trabalho assim cedido ao detentor dos

meios de produção, como meio para a ampliação incessante do valor investido na

produção; a mais-valia é a finalidade direta e o móvel determinante da produção,

cabendo à circulação garantir a realização do lucro e a reposição ampliada do capital.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A economia solidária tem vínculo com o respeito a terra, com uma ideia de

valorização humana que não é uma abstração: significa trabalho decente e bem

remunerado. Busca uma nova visão alternativa do trabalho diferente de como as

relações capitalistas apresentam: alienada e assalariada. O trabalho deve ser algo

democrático economicamente e deve ter a finalidade de ampliar e libertar a vida

humana. As atividades de economia solidária tem promovido a inclusão de pessoas

humildes pelo mercado de trabalho e um desenvolvimento econômico e social mais

sustentável.

Como processo em construção e amadurecimento, o movimento da economia

solidária se depara com diversas dificuldades ou desafios que ainda necessitam ser

superadas, mas que evidenciam seu caráter revolucionário e aberto à novas

possibilidades.

Os principais desafios do movimento circundam a superação de uma cultura

individualista, destruidora de qualquer coalizão solidária; investimentos em meios de

produção e tecnologia, para que o movimento seja sustentável; o acesso a credito que

viabilize tais investimentos e promova o crescimento e disseminação de sua rede; além,

de políticas públicas adequadas ao movimento, que não só apoie e ajude o movimento a

se desenvolver, mas que proporcione condições legais para a execução de sua dinâmica

econômica.

REFERÊNCIAS

GAIGER, L. et al. . “A economia solidária no RS: viabilidade e perspectivas”. Cadernos CEDOPE - Série

Movimentos Sociais e Cultura, São Leopoldo, 1999.

GORENDER, J. O Escravismo Colonial. São Paulo, Ática, 1978.

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE REALIZADOS NA ATENÇÃO

PRIMÁRIA EM CÁCERES-MT

EDUCACION SALUD Y AMBIENTE EN ATENCIÓN PRIMARIA DE

CACERES-MT

Danyella Rodrigues de Almeida

Aumeri Carlos Bampi

Antônio Francisco Malheiros

Resumo Introdução: A educação em saúde apresenta uma inter-relação e um

significado mais amplo no processo de capacitação das pessoas, como proporcionar uma

abordagem socio educativa. Objetivo: Descrever as práticas educativas em saúde sobre

o cuidar do meio ambiente desenvolvida pelas equipes de saúde nas ESF’s de Cáceres-

MT. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, realizada com 39

profissionais de saúde, através de um questionário com perguntas fechadas, coletados

entre julho e setembro de 2015. Resultados: As abordagens utilizadas acontecem por

meio de palestra na unidade de saúde (20,5%), campanha porta a porta (18,8%), durante

a consulta (14%), campanha em escolas (13,5%), TV (8,3%), jornal (4,8%), rádio (4,5),

nenhum (5,8%) e não respondeu (9,7%). Conclusão: A educação ambiental e a

educação em saúde são ações realizadas pela equipe de saúde da atenção primária, para

sensibilizar e estimular a realização de novas práticas e habilidades de saúde.

Palavras-chave: educação para saúde; saúde da família; meio ambiente.

Palabras-clabe: educación para la salud; Salud de la Familia; Medio Ambiente.

INTRODUÇÃO

No Brasil, no início da década de 1960, com o desenvolvimento da

industrialização e infraestrutura, ocorreu a modernização do Estado e ampliaram-se os

serviços de saúde, comunicação, ciência e tecnologia, redes rodoviárias, energia e

habitação e intensificou-se a migração da população da área rural para a urbana

(BARRETO et al., 2011).

A urbanização em Mato Grosso foi fortemente influenciada pelo avanço da

atividade agrícola, que atraiu mão-de-obra de outros estados do país (MORENO; HIGA,

2005). Na década de 1970, o município de Cáceres viveu o auge de sua economia,

promovendo um incentivo à vinda de migrantes para a região (SANTOS;

ZAMPARONI, 2012).

A partir desse período, a migração foi impulsionada pela falta de políticas de

fixação do homem no campo, pela mecanização na área rural, resultado da

industrialização. As terras passaram a ficar concentradas nas mãos de poucos e a

monocultura foi expandida no país. As cidades, no entanto, não estavam preparadas

estruturalmente para receber o intenso fluxo de pessoas em um curto período e como

resultado da ação antrópica, a paisagem natural foi alterada, gerando efeitos negativos,

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como a degradação do ambiente urbano e alteração do perfil epidemiológico das

doenças infecciosas e parasitárias nas áreas rural e urbana.

Em 1990, com as melhorias sanitárias, desenvolvimento e implantação do

Programa Nacional de Imunização (PNI), expansão dos serviços de saúde e as medidas

de controle, houve uma redução e modificação do quadro epidemiológico das doenças

infecciosas e parasitárias, porém não foram suficientes para erradicá-las. Essas doenças

podem ser prevenidas e controladas, mas ainda permanecem com quadro considerávelde

morbimortalidade acarretando impacto na utilização da rede assistencial, como aumento

dos custos hospitalares e de programas de controle das doenças, pois estão relacionados

diretamente às condições socioeconômicas e sanitárias inadequadas em que muitos

brasileiros, ainda, estão inseridos (LIMA, 2013).

Sanear pode ser compreendido como tornar sadio, saudável, são e equivale a

saúde. O saneamento proporciona melhores condições de saúde para a população, por

meio de ações preventivas as quais impedem a contaminação das doenças. Logo,

podemos dizer que, com a presença de saneamento a população apresenta maiores

possibilidades de uma vida saudável e com qualidade, diminuindo os índices de

mortalidade e morbidades causadas pelas condições sanitárias precárias (GUIMARÃES

et al., 2007).

A disposição e utilização dos serviços de saneamento pela população urbana,

principalmente das áreas das periferias, são primordiais para a promoção e manutenção

da saúde, prevenção e redução das doenças infecciosas e parasitárias. Logo, é

fundamental orientar e estimular a comunidade quanto às práticas de higiene domésticas

saudáveis, abastecimento e tratamento doméstico da água, utilização de esgoto,

acondicionamento e coleta do lixo, preservação e manutenção da qualidade do meio

ambiente urbano.

Essas ações são realizadas pela equipe de saúde da ESF. Tais ações têm como

objetivo promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, através da

organização e execução de suas ações adequadas ao enfrentamento dos problemas

existentes em sua área de abrangência. A equipe desenvolve atividades de vigilância e

promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, sendo fundamental ter

conhecimentos e técnicas da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais, para

garantir e promover essa qualidade de vida para a comunidade (CAMPOS;

GUERRERO, 2010).

A ESF foi implantada para atender à população carente, das áreas das periferias,

muitas vezes desprovidas de condições de saneamento básico, com objetivo de

desenvolver ações de promoção e proteção à saúde, ações educativas para interferir no

processo saúde-doença da população e desenvolver o controle social na defesa da

qualidade de vida, promover ações focalizadas sobre os grupos e fatores de risco.

A esta pesquisa tem como objetivo descrever as práticas educativas em saúde sobre o

cuidar do meio ambiente desenvolvida pelas equipes de saúde nas ESF’s de Cáceres-

MT.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, com o objetivo de

identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias relacionadas à

degradação ambiental, e os métodos e ações utilizados pelos profissionais de saúde da

Estratégia Saúde da Família (ESF) na prevenção e controle das doenças infecciosas e

parasitárias.

Na pesquisa, participaram as 10 equipes de saúde das Estratégias Saúde da

Família da área urbana, somaram 39 profissionais, sendo 17 agentes comunitários de

saúde, 8 técnicos de enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos. Para a coleta de dados foi

realizado um questionário estruturado com questões fechadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No geral, as abordagens utilizadas pelas equipes de saúde da família para orientar

sobre o cuidar do meio ambiente, acontecem por meio de palestra na unidade de saúde

(20,5%), campanha porta a porta (18,8%), durante a consulta (14%), campanha em

escolas (13,5%), TV (8,3%), jornal (4,8%), rádio (4,5), nenhum (5,8%) e não respondeu

(9,7%).

Os profissionais de saúde desenvolvem ações educativas que possam intervir no

processo de saúde-doença da população e ampliar o controle social na defesa da

qualidade de vida; assumem a responsabilidade sanitária da população adstrita;

promovem educação em saúde e ambiental para estimular e fortalecer a consciência

crítica sobre a problemática ambiental e social; e estimulam práticas e controle sobre

sua saúde e sua qualidade de vida.

A educação ambiental, a promoção e educação em saúde são ações realizadas

pela equipe de saúde da atenção primária, para sensibilizar e estimular a realização de

novas práticas e habilidades de saúde, além de, promover uma melhor qualidade de

vida, por meio da motivação e incentivo em manter um ambiente urbano saudável que

favoreça a prevenção de doenças infecciosas e parasitárias, e estimular a promoção e a

vigilância em saúde, por meio de uma assistência integral, humanizada e de qualidade

para a comunidade.

REFERÊNCIA

BARRETO, M. L.; TEIXEIRA, M. G.; BASTOS, F. I. Successes andd failures in the controlo f infectous

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(Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo,

2013.

MORENO, G.; HIGA, T. C. S (org.). Geografia de Mato Grosso: território, sociedade, ambiente.

Colaboração de Gilda Tomasini Maitelli. –Cuiabá: Entrelinhas, 2005.

SANTOS, L.; ZAMPARONI, C. A. G. P. Evolução demográfica e influência no uso e ocupação do solo

urbano em Cáceres (MT) entre 1940 e 2010. ACTA Geográfica, Boa Vista, v. 6, n. 13, set./dez., p. 117-

136, 2012.

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75

ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS EM ÁREAS

POBRES DE DESENVOLVIMENTO: EQUIPE DE CONHECIMENTO DE

ATENÇÃO PRIMÁRIA

ENFERMEDADES INFECCIOSAS Y PARASITARIAS EN MALAS

ÁREAS DE DESARROLLO: EQUIPO DE CONOCIMIENTO DE ATENCIÓN

PRIMARIA

Danyella Rodrigues de Almeida

Aumeri Carlos Bampi

Antônio Francisco Malheiros

Resumo: A drenagem urbana é um componente importante do saneamento básico,

porém é discutida de maneira isolada na maioria dos municípios brasileiros. Objetivo:

identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou

obtidas em áreas precárias de urbanização pela equipe de saúde da ESF de Cáceres.

Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada

com a equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT.

Resultado: A equipe da Vista Alegre apresentou 38,7% de conhecimento seguido da

equipe do CAIC (37,8%), Marajoara (24,9%), Vila Irene (22,2%), Jardim Paraíso

(19,8%) e Vila Real (11,1%). Considerações: As equipes apresentam pouco

conhecimento sobre as doenças transmitidas/obtidas em áreas precárias de urbanização,

pois 15,7% das equipes citaram as doenças, 4,3% não especificaram os agentes

etiológicos, 30,0% das doenças foram desconsideradas e 50,0% da equipe de saúde não

responderam.

Palavras-chave: doenças infecciosas e parasitarias; urbanização; saúde.

Palabras clave: enfermedades infecciosas y parasitarias; la urbanización; la salud.

INTRODUÇÃO

A disposição e utilização dos serviços de saneamento pela população urbana,

principalmente das áreas das periferias, são primordiais para a promoção e manutenção

da saúde, prevenção e redução das doenças infecciosas e parasitárias. Logo, é

fundamental orientar e estimular a comunidade quanto às práticas de higiene domésticas

saudáveis, abastecimento e tratamento doméstico da água, utilização de esgoto,

acondicionamento e coleta do lixo, preservação e manutenção da qualidade do meio

ambiente urbano.

Essas ações são realizadas pela equipe de saúde da ESF. Tais ações têm como

objetivo promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, através da

organização e execução de suas ações adequadas ao enfrentamento dos problemas

existentes em sua área de abrangência. A equipe desenvolve atividades de vigilância e

promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, sendo fundamental ter

conhecimentos e técnicas da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais, para

garantir e promover essa qualidade de vida para a comunidade (CAMPOS;

GUERRERO, 2010).

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76

A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças infecciosas

e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização pela equipe de

saúde da ESF de Cáceres.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a

equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade

possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,

somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais

da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de

enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.

Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a

interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados

coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que

possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos

propostos.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Na classificação ambiental das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou

obtidas em áreas precárias de urbanização, foram consideradas as doenças relacionadas

com a drenagem urbana, com fezes humanas e com a água. A Tabela 1 apresentam os

dados do conhecimento das dez equipes quanto às doenças transmitidas/obtidas em

áreas precárias de urbanização por ESF, às categorias e suas subcategorias: doenças

relacionadas com a drenagem urbana; relacionadas com as excretas humanas;

relacionadas com a água; doenças não especificadas; doenças desconsideradas; e sem

resposta. No entanto, as doenças que fazem parte de mais de uma categoria como, por

exemplo, a dengue (relacionadas com a drenagem e com a água) não foram

consideradas em mais de uma categoria, seguiram a ordem de classificação da categoria

na tabela.

Em relação ao conhecimento das equipes de saúde da famìlia sobre as doenças

transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização, a equipe da Vista Alegre

apresentou 38,7% de conhecimento seguido da equipe do CAIC (37,8%), Marajoara

(24,9%), Vila Irene (22,2%), Jardim Paraíso (19,8%) e Vila Real (11,1%). As equipes

Cohab Nova, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia não apresentaram nenhum

conhecimento a respeito das doenças que ocorrem em áreas precárias de urbanização

As equipes da Cohab Nova e Guanabara citaram doenças não especificadas

(ambas com 16,6% cada) e desconsideradas (16,6% e 33,2% respectivamente). A

equipe do Rodeio e Vitória Régia não responderam. Em resumo, a soma das doenças

não especificadas, desconsideradas e sem respostas foi de 84,3%.

Dentre as doenças mencionadas pela equipe relacionadas à drenagem urbana e

transmitidas por vetores que proliferaram em empoçamentos e alagadiços, estão a zika,

a chikungunya, a dengue e a febre amarela. A zika e a chikungunya não estão presentes

na Tabela 8, porém, foram incluídas nesta pesquisa, devido a sua transmissão ocorrer

pela picada do mosquito infectado, principalmente o Aedes aegypti, mesmo vetor da

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dengue e febre amarela, e, atualmente, serem consideradas emergência global de saúde

pública.

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Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização, identificados pelos profissionais da família,

por ESF, 2015.

VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN

CATEGORIA

DOENÇAS RELACIONADAS À DRENAGEM URBANA

Dengue 0 16,6 0 11,1 0 11,1 9,5 0 0 0

Zika 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0

Chikungunya 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0

Febre amarela 11,1 0 0 0 0 0 9,5 0 0 0

Leptospirose 5,5 8,3 0 0 0 11,1 0 0 0 0

DOENÇAS RELACIONADAS COM AS EXCRETAS

Enterobíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0

Giardíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0

Ascaridíase 0 0 0 0 0 0 4,7 6,6 0 0

DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA

Doenças de pele 5,5 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0

Leishmaniose 16,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0

DOENÇAS NÃO ESPECIFICADAS

Diarreia 0 0 16,6 0 0 0 4,7 0 0 16,6

Verminose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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79

DOENÇAS DESCONSIDERADAS

Tuberculose 11,1 25 0 22,2 0 11,1 4,7 20 0 0

Hanseníase 5,5 16,6 0 11,1 0 0 4,7 20 0 0

Infecção respiratória 0 0 16,6 0 0 0 0 0 0 16,6

Bronquite 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0 0

Asma 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0

Doenças alérgicas (poeira, poluição) 0 0 0 0 0 22,2 0 0 0 0

Gripe 0 0 0 0 0 11,1 00 0 0 0

Anemia 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0 0

Desnutrição 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16,6

Impetigo 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Toxoplasmose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Escabiose 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0

SEM RESPOSTA 27,7 33,3 66,6 55,5 100 0 47,6 20 100 50

Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP: Jardim Paraíso; VRE: Vitória

Régia; GN: Guanabara.

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No geral, as doenças relacionadas à drenagem urbana transmitida por vetor foram

as de maior conhecimento pela equipe de saúde da família, com 7,8%. Dentre elas, a

dengue com 4,8% foi citada por quatro equipes (Marajoara, Vila Real, Vila Irene e

CAIC), a febre amarela com 2,0% pelas equipes do CAIC e Vista Alegre e, a zika e a

chikungunya com 0,4% cada uma, apenas pela equipe do CAIC. Logo, o conhecimento

da equipe de saúde da família sobre as doenças transmitidas por mosquitos (Aedes

aegypti) que proliferam em resíduos que acumulam água é primordial para a promoção

da saúde e prevenção dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. De modo geral, as

doenças relacionadas à drenagem urbana apresentaram maior conhecimento pela equipe

das ESF, com 10,5% das citações, seguida das doenças relacionadas com as excretas

humanas com 2,5% e, por último, as doenças relacionadas com a água, citadas por 2,6%

dos membros da equipes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As equipes apresentam pouco conhecimento sobre as doenças transmitidas/obtidas

em áreas precárias de urbanização, pois 15,7% das equipes citaram as doenças, 4,3%

não especificaram os agentes etiológicos, 30,0% das doenças foram desconsideradas e

50,0% da equipe de saúde não responderam. As ações de prevenção de doenças e

promoção da saúde são atribuições comuns da equipe de saúde da família, no entanto,

alguns profissionais de saúde não desenvolvem as ações que são de sua responsabilidade

e de sua competência profissional. Portanto, faz-se necessário orientar sobre atitudes e

práticas que promovam a saúde e um ambiente com qualidade, com objetivo de prevenir

e controlar as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas/obtidas em áreas precárias

de urbanização.

REFERENCIA

CAMPOS, G. W. S.; GUERRERO, A. V. P (org.). Manual de práticas de atenção básica: saúde

ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010.

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ENFERMIDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS POR PARASITÁRIAS

ATRAVÉS DE ÁGUA CONTAMINADA: CONHECIMENTOS DA EQUIPE DE

SAÚDE DA FAMÍLIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CÁCERES - MT

ENFERMEDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS Y PARASITARIAS Y / O

OBTENIDOS POR AGUA CONTAMINADA: CONOCIMIENTO DE EQUIPO

DE SALUD DE LA FAMILIA DE LA SALUD ESTRATEGIA, CACERES - MT.

Danyella Rodrigues de Almeida

Aumeri Carlos Bampi

Antônio Francisco Malheiros

Resumo Introdução: a área das periferias urbanas, na maioria das vezes, apresenta

deficiência em sua infraestrutura e nos serviços de saneamento, tornando a população

vulnerável às doenças infecciosas e parasitárias. Objetivo: identificar o conhecimento

das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada

pela equipe de saúde da ESF de Cáceres. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa

descritiva e qualitativa, realizada com 39 profissionais de saúde, através de um

questionário com perguntas fechadas, coletados entre julho e setembro de 2015.

Resultado: As equipes do Jardim Paraíso, Cohab Nova, Vila Irene, Marajoara, Vista

Alegre e CAIC apresentaram ótimo conhecimento e as equipes da Vila Real, Guanabara

e Rodeio apresentaram bom conhecimento sobre as doenças transmitidas e/ou obtidas

por água contaminada. Considerações: O conhecimento da equipe de saúde, que presta

assistência contínua e integral sobre essas doenças, reflete na qualidade de vida e saúde

da população.

Palabras clave: enfermedades infecciosas y parasitarias, agua contaminada, equipo de

salud familiar.

INTRODUÇÃO

As áreas das periferias urbanas, muitas vezes, apresentam condições sanitárias

precárias, áreas degradadas e sem infraestrutura, situações que favorecem a proliferação

e transmissão de doenças infecciosas e parasitárias, transmitidas por excretas, lixo,

drenagem urbana, água e solo contaminados, e favorecem o aumento da taxa de

morbidade e mortalidade na população.

Nestas áreas estão localizadas as Estratégias Saúde da Família com a equipe de

saúde, com o objetivo de promover a saúde e prevenir as doenças na população do

território de abrangência (MURTA, 2010). As diarreias podem ser prevenidas com

ações simples de saúde pública, como a promoção, vigilância e educação em saúde,

através do cuidado integral e contínuo realizado pelos profissionais da saúde, tanto na

unidade de saúde, como no domicílio, escola ou na mobilização com a comunidade.

A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças

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infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada pela equipe de

saúde da ESF de Cáceres.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a

equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade

possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,

somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais

da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de

enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.

Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a

interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados

coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que

possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos

propostos.

RESULTADO E DISCUSSÃO

O conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias relacionadas à degradação

ambiental da equipe de saúde da família está intrinsecamente relacionado à saúde das

pessoas pertencentes ao território de abrangência da unidade, refletindo diretamente na

qualidade de vida da comunidade, através das ações de promoção, educação e vigilância

da saúde e na prevenção de doenças, realizada pelos profissionais de saúde com base em

seu conhecimento técnico-científico.

Na discussão dos dados foi realizada uma classificação quanto ao conhecimento

dos profissionais da saúde: nenhum conhecimento, com resultado 0%; pouco

conhecimento, com resultado abaixo de 33,3%; bom conhecimento, com resultado entre

33,3% e 66,6%; e ótimo conhecimento, com resultado acima de 66,6%. Para alcançar

o objetivo da pesquisa, foi solicitado que cada participante citasse três doenças

infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada. A

classificação ambiental das doenças relacionadas com a água está categorizada em feco-

oral, higiene, baseada na água (por ingestão ou penetração na pele) e transmissão por

inseto vetor. A Tabela 1 apresenta os dados referentes ao conhecimento das equipes de

saúde da família quanto às doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas

por água contaminada por ESF e a categoria das doenças transmitidas por inseto vetor

não foi citada pelos participantes da pesquisa.

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Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada

identificadas pelos profissionais da família, por ESF, 2015.

VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN

CATEGORIA

6.1 Feco-oral (ingestão/contato)

Diarreias e Disenterias 43 25 33,6 20 0 20 28,5 6,6 8 33,5

Disenteria amebiana:

Disenteria (Entamoeba coli) 0 0 16,6 0 0 10 4,7 33,3 0 0

Disenteria (Entamoeba

histolytica)

0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0

Cólera 5 8,3 16,6 10 11,1 10 0 0 0 0

Giardíase 0 0 16,6 0 0 10 9,5 26,6 0 0

Leptospirose 11 33,3 0 0 11,1 10 0 0 8,5 0

Hepatite A 15 25 0 20 11,1 30 19 0 0 0

6.2 Relacionados com a Higiene

Micose 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16,5

Fungos 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0

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Doença de pele 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Feridas 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0

6.3 Baseada na água

Esquistossomose 0 0 0 10 0 10 0 26,6 0 0

Ascaridíase 0 0 16,6 0 0 0 4,7 0 0 0

Não sabe 0 0 0 0 0 0 0 0 8,5 0

Sem resposta 16 8,3 0 40 66,6 0 28,5 0 75 50

Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP:

Jardim Paraíso; VRE: Vitória Régia; GN: Guanabara.

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As equipes do Jardim Paraíso, Cohab Nova, Vila Irene, Marajoara, Vista Alegre

e CAIC apresentaram ótimo conhecimento e as equipes da Vila Real, Guanabara e

Rodeio apresentaram bom conhecimento sobre as doenças transmitidas e/ou obtidas por

água contaminada. A água é um determinante social da saúde, intermediário

fundamental para a qualidade de vida e sobrevivência da humanidade. Apenas 16% da

equipe da Vitória Régia apresentaram pouco conhecimento sobre as doenças

transmitidas e/ou obtidas por água contaminada. É sabido que ao Ministério da Saúde,

Secretaria Estadual e Municipal de Saúde compete: estimular e viabilizar a capacitação

e a educação permanente da equipe de saúde para garantir a qualidade da assistência à

saúde (MURTA, 2010).

O ambiente doméstico precário é responsável por quase 30% dos casos de

doenças nos países desenvolvidos e as doenças intestinais são causadas pela presença de

patogênicos no ambiente doméstico e na água potável (GEOBRASIL, 2002). A doença

transmitida por água contaminada via feco-oral (ingestão/contato) foi a categoria mais

citada pela equipe de saúde, dentre elas, as diarreias e disenterias (22%) sem o agente

etiológico especificado, seguida da hepatite A (12,1%), leptospirose (7,3%), Entamoeba

coli (6,4%), giardíase (6,2%), cólera (6,1%) e a Entamoeba histolytica (0,6%).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento da equipe de saúde, que presta assistência contínua e integral

sobre essas doenças, reflete na qualidade de vida e saúde da população, principalmente,

para as pessoas de baixa renda e desprovidas, muitas vezes, de água em qualidade e

quantidade suficiente para higiene pessoal e doméstica, condição favorável para a

disseminação dessas doenças e que através de ações de promoção e educação em saúde

podem ser prevenidas.

De modo geral, 71% dos profissionais responderam, 28,5% não responderam e

0,8% não sabem sobre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas

por água contaminada. Assim, a qualidade da assistência à saúde está intimamente

relacionada com o conhecimento, cuidados e habilidades da equipe multiprofissional,

sendo primordial o conhecimento da equipe sobre os problemas de saúde de maior

relevância em seu território.

REFERÊNCIAS

GEOBRASIL. Perspectivas do meio ambiente no Brasil/ Organização de Thereza Christina Carvalho

Santos e João Batista Drummond Câmara – Brasília: Edições IBAMA, 2002.

MURTA, G. F. (org). Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem --6. ed ver.

e amp.—São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2010.

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EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM ALTO GARÇAS/MT - BRASIL

ENTRE 2000 E 2015

EPIDEMIOLOGÍA DE LA LEPRA EN ALTO GARÇAS/MT – BRASIL ENTRE

2000 Y 2015

Ednardo Fornanciari Antunes

Deusirene Alves dos Santos

Resumo: Estudo descritivo da incidência da hanseníase no município de Alto

Garças/MT - Brasil entre 2000 e 2015, com descrição de casos novos segundo sexo,

faixa etária e classificação operacional. Diagnosticados no período 131 casos novos de

hanseníase, média de 8,18 casos anuais. Máximo anual de 14 casos em 2010 e mínimo

de 04 casos em 2007 e 2013. Em 2007 e 2013 o coeficiente de detecção de casos novos

fica classificado como muito alto, 38,64/100.000 hab., e hiperendêmico no restante do

período analisado, com o máximo do coeficiente de detecção de 135,26/100.000 hab.

Predominância de casos paucibacilares (n=80; 61%). Pelo menos dois casos

multibacilares por ano. Maioria homens em número absoluto (n=88; 67,17%) e

classificação operacional: paucibacilar (n=56; 70,0%), multibacilar (n=32; 62,74%).

Máximo de casos multibacilares em 2009 (n=6; 75%) e 2015 (n=6; 54,54%), e

paucibacilares em 2007 (n=22), 2010 (n=27) e 2013 (n=22). Faixa etária mais

acometida 29-57 anos (n=81; 61,8%). O doente de hanseníase em Alto Garças é

homem, multibacilar e em idade produtiva. A expressão de casos multibacilares traduz

diagnóstico tardio da hanseníase. A busca ativa deve ser estimulada, pois consiste

recurso muito importante no combate à doença.

Palavras-chave: Hanseníase; incidência; epidemiologia.

Palabras-clabe: Lepra; incidência; epidemiología.

INTRODUÇÃO

Este trabalho teve como objetivo analisar a incidência da hanseníase no município

de Alto Garças, Mato Grosso, Brasil, entre 2000 e 2015, descrevendo os casos segundo

sexo, faixa etária e classificação operacional.

A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível, caracterizada pela alta

infectividade e baixa patogenicidade. O agente etiológico é o Mycobacterium leprae, ou

bacilo de Hansen, descrito em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Amauer Hansen.

Tem evolução lenta e insidiosa, com incubação variando de 2 a 30 anos (ANTUNES,

2012).

A doença constitui um problema de saúde pública por provocar lesões

incapacitantes e deformidades, que diminuem a capacidade de trabalho do indivíduo,

limitam-no socialmente e leva a problemas psicológicos, e pelos aspectos culturais que

ainda permanecem vinculados à doença (ANTUNES, 2012).

O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos novos de hanseníase

detectados anualmente, sendo a Índia o primeiro. Entre 2010 e 2014 cerca de 33 mil

casos novos foram diagnosticados por ano no Brasil, sendo Mato Grosso um estado

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presente no topo da lista, com 2645 casos novos diagnosticados apenas em 2014

(BRASIL, 2015)

Na tabela 1 podemos conhecer o coeficiente de detecção de casos novos de

Hanseníase em Mato Grosso de 2008 a 2015. Esse coeficiente é indicador de

transmissibilidade, e diz respeito à manutenção da transmissão da doença. O coeficiente

de detecção de casos novos fica classificado como hiperendêmico para todo o período.

Tabela 1: Coeficiente de detecção de casos novos de hanseníase em Mato Grosso entre

2008 e 2015.

Ano Coeficiente de detecção (por 100.000 hab.)

2008 91,69

2009 90,61

2010 85,47

2011 86,90

2012 82,85

2013 92,74

2014 94,25

2015 94,01

Fonte: SES/MT.

METODOLOGIA

Estudo descritivo da situação epidemiológica da hanseníase no município de Alto

Garças, estado de Mato Grosso, Brasil, localizado a latitude 16º56'38" S e longitude

53º31'41" W, com uma altitude de 754 metros, situada a 353 km da capital Cuiabá.

População estimada em 11.229 habitantes para o ano de 2015 (IBGE, 2016).

Coletados dados dos casos de hanseníase notificados no Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN) referentes ao período de 2000 a 2015. A coleta de

dados foi realizada a partir das fichas de notificação na Secretaria Municipal de Saúde

durante o mês de abril de 2016.

Analisados os casos notificados verificando o perfil epidemiológico da hanseníase

relacionado a sexo, faixa etária e classificação operacional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças – MT,

no período de 2000-2015 foram diagnosticados 131 casos novos de hanseníase, com

média de 8,18 casos anuais. A distribuição dos casos por ano e coeficiente de detecção

estão representados na figura 1.

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88

Figura 1: Distribuição dos casos de hanseníase por ano e coeficiente de detecção de casos

novos em Alto Garças – MT entre 2000 e 2015.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças– MT.

OBS: Para cálculo do coeficiente de detecção foi utilizada a população de 2010 segundo IBGE.

Nos anos de 2007 e 2013 o coeficiente de detecção de casos novos fica

classificado como muito alto: 38,64/100.000 hab. No restante do período analisado o

coeficiente de detecção é classificado como hiperendêmico, mais de 40 casos por

100.000 habitantes. Coeficiente de detecção máximo em 2010, 135,26/100.000 hab.

Na figura 2 é apresentada a distribuição dos casos por classificação operacional

e sexo. Foram predominantes os casos paucibacilares (n=80; 61%). Em todos os anos do

período analisado foram diagnosticados pelo menos dois casos multibacilares, com

máximo de sete casos em 2010. Observou-se maioria de casos multibacilares em 2009

(n=6; 75%) e 2015 (n=6; 54,54%), e equivalência de 50% nas formas operacionais em

2007 (n=2), 2010 (n=7) e 2013 (n=2).

Figura 2: Distribuição dos casos de hanseníase quanto a classificação operacional por ano e

sexo em Alto Garças/MT – Brasil entre 2000 e 2015.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças– MT.

Os homens foram maioria em número absoluto de casos (n=88; 67,1%) e também

na distribuição pela forma operacional, principalmente multibacilar (n=32; 62,74%),

7;

67,63

7;

67,63

8;

77,29 7;

67,63 6;

57,97

9;

86,95

10;

96,61

4;

38,64

11;

106,28

8;

77,29

14;

135,26

11;

106,28

6;

57,974;

38,64

8;

77,29

11;

106,28

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

12

1 1 1 1 11 4

1 13 1 1

31 24

80

Paucib.

43

4 4 34

71

4

16

4 3 1

3

456

1 1

0

1 11

1

1

2

31

11

1

1

219

51

Multib.1 1

31 1

31

11

3 63 1 1

14 32

Paucibacilar F Paucibacilar M Multibacilar F Multibacilar M

Masculino

Feminino

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89

que é a forma transmissível da hanseníase. Predomínio do sexo masculino também foi

referido por Lima; Aguilar (2015) em Minas Gerais e por Silva; Toledo; Gelatti (2015)

em Goiás.

O número de casos em pessoas entre 29 e 57 anos é expressivo (n=81; 61,8%).

Pessoas nessa faixa etária são economicamente ativas. A presença de incapacidades em

indivíduos que trabalham pode trazer consequências nas atividades laborais, privação do

convívio social e prejuízos psicológicos, mas os indivíduos em condição de

aposentadoria também podem desenvolver esses quadros (CORRÊA ET AL, 2014).

A detecção de casos novos está relacionada à capacidade técnica de diagnosticar a

hanseníase, às ações da rede básica e acesso ao serviço. Um serviço capacitado para

diagnosticar previne que indivíduos multibacilares disseminadores do M. leprae

continuem transmitindo a doença e mostra comprometimento do serviço com a melhor

qualidade de vida da população.

O diagnóstico precoce da hanseníase e tratamento adequado das pessoas atingidas

pela doença ainda são os meios mais eficazes de interromper sua transmissão da doença

e seu avanço, evitando assim as incapacidades e suas consequências físicas, sociais e

psíquicas (BARRETO, 2011).

O município de Alto Garças/MT mantém-se ao longo do período do estudo com

coeficientes expressivos de detecção, sendo hiperendêmico, com muitos casos

multibacilares, havendo a possibilidade de casos ocultos, não identificados, visto o

número de casos mutibacilares.

O número expressivo de casos multibacilares traduz o diagnóstico tardio da

doença. A busca ativa deve ser estimulada, pois consiste recurso muito importante na

detecçãoprecoce da hanseníase, o que pode evitar o aparecimento de casos com

incapacidades e deformidades já instaladas. Ainda, identificar os doentes que

abandonaram o tratamento, bem como detectar a doença na fase inicial, contribui para a

redução ou ausência de incapacidades e deformidades, exclusão social e estigma.

A hanseníase tem cura. Às vezes, porém, os doentes ficam sem diagnóstico,

notadamente nas áreas em que o acesso ao serviço de saúde é difícil, ou porque não

procuram os médicos. Por isso, é importante localizá-los, uma vez que o Brasil ainda é

o campeão mundial de prevalência de hanseníase no mundo.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, E. F. Avaliação das ações de controle da hanseníase em município hiperendêmico do

estado de Mato Grosso. Manaus: UFAM, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde),

Universidade Federal do Amazonas, 2012.

BARRETO, J. A. Avaliação de pacientes com hanseníase na faixa virchowiana diagnosticados entre

1990 e 2000 e tratados com poliquimioterapia 24 doses e seus contatos na fase de pós-eliminação em

municípios de Santa Catarina. São Paulo: FMUSP, 2011. Tese (Doutorado em Ciências), Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo, 2011.

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90

____________. Ministério da Saúde. Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se

curar. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/janeiro/21/apre

sentacao-Hanseniase.pdf. 2015.

CORRÊA, B. J. et al. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na

hanseníase. Acta Fisiatr. v. 1, n. 21, p. 1-5, 2014.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?

codmun=510040>. Acessado 21/04/2016.

LIMA, M. M.; AGUILAR, A. M. M. Perfil epidemiológico da hanseníase em um município de Minas

Gerais: uma análise retrospectiva. Rev. Pre. Infec. E Saúde, v. 1, n. 3, p. 1-9, 2015.

Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças – MT.

SES – MT. Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso. Informações em saúde. Disponível em:

http://appweb3.saude.mt.gov.br/informacao-saude/pesquisa-indicador. Acesso em 14/05/2016.

SILVA, M. N.; TOLEDO, B. J.; GELATTI, L. C. Perfil epidemiológico de pacientes portadores de

hanseníase em Uruaçu – GO. Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Saúde e Tecnologia, v. 7, n. 1, p. 18-28, 2015.

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EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM VALE DE SÃO DOMINGOS/MT -

BRASIL ENTRE 2008 E 2015

EPIDEMIOLOGÍA DE LA LEPRA EN VALE DE SÃO DOMINGOS/MT –

BRASIL ENTRE 2008 Y 2015

Ednardo Fornanciari Antunes

Josiene Barbosa Corrêa

Resumo: Estudo descritivo da epidemiologia da hanseníase em Vale de São

Domingos/Mato Grosso – Brasil entre 2008 e 2015. Descrição de casos segundo forma

clínica, classificação operacional, sexo e faixa etária. Diagnosticados no período 14

casos. Coeficiente de detecção classificado muito alto entre 2008 e 2012 e

hiperendêmico a partir de 2013. Predominância de casos multibacilar (n=9; 64,2%).

Forma dimorfa em 50% dos casos (n=7), forma virchowiana 14% (n=2), um caso

tuberculóide e um indeterminado (7,14%) e em 21,4% dos casos (n=3) não classificadas

forma clínica ou operacional. Sexo masculino mais acometido (n=9; 64,2%), e faixa

etária entre 20-59 anos (n=9; 64,2%), não havendo registro de casos em crianças. O

elevado número de casos multibacilares e o acometimento da população acima dos vinte

anos e população idosa faz crer que a vigilância da hanseníase não está sendo realizada

da melhor maneira, pois esses casos estão passando despercebidos pelo serviço de saúde

na fase inicial. Visto o potencial incapacitante da hanseníase, a presença das formas

dimorfa e tuberculóide em mais da metade dos casos, formas que podem evoluir para

incapacidades, predominância de casos multibacilares e casos sem classificação,

acreditamos que ações imediatas devam ser tomadas.

Palavras–chave: Hanseníase, incidência, epidemiologia.

Palabras clave: Lepra, incidencia, epidemiología.

INTRODUÇÃO

Estudo descritivo da epidemiologia da hanseníase em Vale de São

Domingos/Mato Grosso – Brasil entre 2008 e 2015 com descrição de casos segundo

forma clínica, classificação operacional, sexo e faixa etária.

A hanseníase possui manifestação dermatoneurológica, acometendo

principalmente a pele e nervos periféricos, por isso levando à incapacidade, sendo o

homem sua única fonte de infecção, e sua transmissão se dando por meio de um

indivíduo doente sem tratamento com uma forma infectante da doença (multibacilar),

eliminando bacilos viáveis pelas vias aéreas, com o contágio dentro da família sendo de

cinco a oito vezes maior por causa do contato íntimo e prolongado (ANTUNES, 2012).

O estado de Mato Grosso figura entre os estados do Brasil com maior coeficiente

de detecção de casos novos de hanseníase no Brasil, ficando inclusive em primeiro lugar

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92

em vários anos. Em 2015 o coeficiente de detecção de casos novos foi 94,01 por

100.000 hab. (SES/MT, 2016).

METODOLOGIA

Pesquisa descritiva da situação epidemiológica da hanseníase realizada durante o

mês de abril de 2016 no município de Vale de São Domingos, sudoeste do estado de

Mato Grosso. A população em 2010 era de 3.052 habitantes e a população estimada

para 2015 é de 3.040 habitantes (IBGE, 2016).

Analisados os casos notificados no período entre 2008 e 2015, verificando o

perfil epidemiológico da hanseníase relacionado a sexo, faixa etária e forma clínica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados colhidos junto à Secretaria Municipal de Saúde de Vale

de São Domingos, foram diagnosticados catorze casos de hanseníase no período de

2008 a 2015. As distribuições de casos por ano segundo sexo e forma clínica e o

coeficiente de detecção estão mostradas na figura 1.

Figura 1: Número de casos novos, distribuição por sexo, forma clínica e coeficiente de

detecção de casos novos de hanseníase por 100.000 habitantes no município do Vale de São

Domingos - MT entre 2008 e 2015.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos – MT.

OBS: Para cálculo do coeficiente de detecção foi utilizada a população de 2010 segundo IBGE.

Um caso novo diagnosticado por ano entre 2008 e 2011, com o coeficiente de

detecção de casos novos ficando classificado como muito alto (BRASIL, 2009). Já em

1 11 1

3

1

1

1

1

1 1

1

1 1 1

3

2

1

1 1

1

1

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fem

Masc

Sem Class.

V

D

T

I

98,29

65,53

131,06

32,76 32,76 32,76 32,76 32,76

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2013 um salto para quatro casos, baixando para três em 2014 e dois em 2015. Temos

então uma condição de hiperendemicidade a partir de 2013.

Com relação ao sexo, houve predomínio de indivíduos homens acometidos, com

nove casos (64,2%) diagnosticados e cinco mulheres (35,7). Predomínio do sexo

masculino também foi referido por Lima; Aguilar (2015) em Minas Gerais.

O coeficiente de detecção de casos novos é índice indicador de transmissibilidade.

Esses dados dizem respeito à manutenção da transmissão da doença. Em seu estudo e

analisando outros autores, Antunes (2012) traz que é necessário conhecer a situação

epidemiológica para se buscar maneiras de identificar casos novos nas formas iniciais

da doença, evitando seu agravamento, sendo a busca ativa uma das ações essenciais,

com os gestores e profissionais de saúde elaborando ações para suprir as necessidades

apresentadas.

A distribuição por faixa etária e classificação operacional é apresentada na figura

2. Dos catorze casos diagnosticados no período, nove (64,2%) são multibacilares, sendo

dois virchowianos (14%) e sete (50%) dimorfos. Apenas um caso tuberculóide e um

indeterminado. Ainda três casos (21,4%) não têm classificação, o que pode significar

incapacidade técnica para classificar. Temos aí uma condição que leva a possibilidade

de outras pessoas estarem carregando o bacilo e infectando outros indivíduos. O

diagnóstico precoce da hanseníase e tratamento adequado das pessoas atingidas pela

doença ainda são os meios mais eficazes de interromper sua transmissão da doença e

seu avanço, evitando assim as incapacidades e suas consequências físicas, sociais e

psíquicas (BARRETO, 2011).

Figura 2: Distribuição dos casos de hanseníase de Vale de São Domingos – MT por faixa etária

e classificação operacional entre 2008 e 2015.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos - MT.

0-15 16-30 31-40 41-50 51-60mais de

60Multi Pauci

Sem

Class.

2008 0 1 1

2009 0 1 1

2010 0 1 1

2011 0 1 1

2012 0 1 1

2013 0 1 1 2 3 1

2014 0 1 1 1 2 1

2015 0 1 1 1 1

1 11 11 11 11 11 1

2

3

11 1 1

2

11 1 1 1

0

1

2

3

4

5

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Observa-se que os indivíduos diagnosticados com as formas bacilíferas têm idade

avançada. A correspondência entre casos multibacilares com idade pode exprimir o

longo período de incubação e a não realização do diagnóstico precoce e ainda, a forma

dimorfa é incapacitante e a forma virchowiana tem alto poder de transmissão da doença

(MIRANZI; PEREIRA; NUNES, 2010).

A distribuição dos casos nos mostra que nove indivíduos (64,2%) estavam na

faixa considerada produtiva da idade, entre 20 e 59 anos (ANTUNES, 2012). As

incapacidades podem estar presentes antes, durante ou depois do tratamento. A presença

de incapacidades em indivíduos que trabalham podem trazer consequências nas

atividades laborais, privação do convívio social e prejuízos psicológicos, mas os

indivíduos em condição de aposentadoria também podem desenvolver esses quadros

(CORRÊA ET AL, 2014).

Não há registro de casos em menores de quinze anos. Criança com hanseníase

indica contágio recente e transmissão ativa da doença. Apesar de ser doença de adultos,

visto o período de incubação que pode ser de 2 a 12 anos, criança também adoece de

hanseníase e em áreas endêmicas esse risco é aumentado (LIMA ET AL, 2010).

Poucos casos de hanseníase foram diagnosticados em Vale de São Domingos, mas

os casos identificados têm grande relevância por serem em sua maior parte

multibacilares, contagiantes e a população é pequena. Questiona-se se os casos

realmente não existem ou não estão sendo identificados, se o trabalho de busca ativa

está sendo realizado a contento, as responsabilidades para o controle da hanseníase

estão sendo desenvolvidas, os profissionais são/estão recebendo capacitação, a

população está sendo esclarecida sobre a doença? O baixo número de casos

diagnosticados leva a uma diminuição da atenção à doença.

O elevado número de casos multibacilares e o acometimento da população acima

dos vinte anos e população idosa faz crer que a vigilância da hanseníase não está sendo

realizada da melhor maneira, pois esses casos estão passando despercebidos pelo

serviço de saúde. Visto o potencial incapacitante da hanseníase, que leva o indivíduo ao

isolamento e sofrimento, a presença das formas dimorfa e tuberculóide em mais da

metade dos casos que podem evoluir para incapacidades, predominância de casos

multibacilares casos sem classificação, acreditamos que ações imediatas devam ser

tomadas.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, E. F. Avaliação das ações de controle da hanseníase em município hiperendêmico do

estado de Mato Grosso. Manaus: UFAM, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde),

Universidade Federal do Amazonas, 2012.

BARRETO, J. A. Avaliação de pacientes com hanseníase na faixa virchowiana diagnosticados entre

1990 e 2000 e tratados com poliquimioterapia 24 doses e seus contatos na fase de pós-eliminação em

municípios de Santa Catarina. São Paulo: FMUSP, 2011. Tese (Doutorado em Ciências), Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo, 2011.

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____________. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Situação epidemiológica – Dados. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/705-secretaria-

svs/vigilancia-de-a-a-z/hanseniase/11298-situacao-epidemiologica-dados. Acesso em 14/05/2016.

____________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª ed. Brasília, 2009.

CORRÊA, B. J. et al. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na

hanseníase. Acta Fisiatr. v. 1, n. 21, p. 1-5, 2014.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Mato Grosso. Vale de São Domingos.

Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=510835. Acesso em 14/05/2016.

LIMA, H. M. N. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde

em São Luís, MA. Rev. Bras. Clin. Med., v. 8, n. 4, p. 323-327, 2010.

MIRANZI, S. S. C.; PEREIRA, L. H. M.; NUNES, A. A. Perfil epidemiológico da hanseníase em um

município brasileiro, no período de 2000 a 2006. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. v. 43, n. 1, p. 62 - 67,

2010.

SES – MT. Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso. Informações em saúde. Disponível em:

http://appweb3.saude.mt.gov.br/informacao-saude/pesquisa-indicador. Acesso em 14/05/2016.

Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos – Mato Grosso. Brasil.

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ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE MOBILIDADE URBANA NO PERÍODO

DE 2010 À 2017: tendências e estatísticas.

ESTUDIO BIBLIOMÉTRICO EN MOVILIDAD URBANA EN EL PERÍODO

2010 A 2017: tendencias y estadísticas.

Adecarlo Fonzar Pegino Junior

[email protected]

Resumo O presente trabalho busca analisar a produção acadêmica acerca do tema

mobilidade urbana no período de 2010 à 2017, afim de quantificar artigos de acordo

com alguns critérios preestabelecidos. Seguindo uma estrutura retrospectiva, descritiva

exploratória e quantitativa, o trabalho faz uso da base SciELO onde delimita a pesquisa

em artigos que contenham no título, subtítulo ou palavras chaves os termos “mobilidade

urbana” e os avalia segundo critérios como país de origem, áreas temáticas, idiomas e

datas de publicações. Como resultado foram encontrados 90 artigos dentre os quais

71,11% são no idioma português e 83,33% foram escritos e/ou publicados no Brasil.

Palavras-chaves: mobilidade urbana, planejamento urbano, estatísticas.

Palabras clave: movilidad urbana, planificación urbana, estadísticas.

INTRODUÇÃO

Um assunto muito presente no meio acadêmico e também profissional do

arquiteto e urbanista é a mobilidade urbana, tema o qual vem passando por inúmeros

congressos, encontros e seminários a fim de ser apresentado e de encontrar soluções

para tal. No Brasil, a mobilidade urbana se institui com real seriedade a partir do ano de

2012 com a lei de número 12.587 intitulada de Política Nacional de Mobilidade Urbana,

a qual define inúmeros fatores a serem seguidos pelos municípios, estados e nação,

atrelando-se ao Estatuto da Cidade de 2001 e de onde surgiu, além do Ministério da

Cidade, o PlanMob em 2007.

Sendo assim, o tema se torna importante para o meio científico acadêmico,

fazendo assim, com que pessoas busquem informações acerca do mesmo, de onde surge

a ideia deste trabalho, de sintetizar essas publicações, mais atuais, sobre o assunto para

facilitar a busca por artigos neste meio.

METODOLOGIA

Seguindo a linha de pensamento de Marconi e Lakatos (2008, p. 20) que afirma o

trabalho científico como algo factual onde, a partir da experimentação, é possível

comprovar ou reprovar as ideias, este trabalho busca uma experimentação estatística

acerca do tema de mobilidade urbana, mas não no intuito de avaliar as ideias expostas

nos artigos avaliados, mas sim com foco em fazer um panorama geral das publicações

dentro do período estipulado.

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97

Compreendendo que a metodologia deve acompanhar e responder o problema de

pesquisa, como afirma Boaventura (2011, p. 56), a metodologia aqui utilizada vai de

encontro ao “problema” de saber quais são os principais países que publicam, em quais

idiomas e quais áreas temáticas sobre o assunto da mobilidade urbana, sendo assim,

aqui se estrutura de modo a fazer um levantamento estatístico dos artigos.

Deste modo é criada uma base de dados a partir da plataforma SciELO onde a

pesquisa delimita os termos “mobilidade urbana” no título, subtítulo ou palavras chaves

de artigos publicados entre 2010 e 2017, período este escolhido a partir da necessidade

existente na academia por publicações recentes.

Partindo desta busca, o trabalho se estrutura em três etapas, sendo que esta recém

citada fora a primeira e as outras duas se desenvolvem a partir da lida analítica dos

títulos, subtítulos, resumos e palavras chaves para uma conferencia do que fora

apresentado pela plataforma e posterior a criação dos gráficos para demonstrar as

estatísticas geradas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre os anos de 2010 e 2017 foram publicados e estão na plataforma do SciELO

90 (noventa) artigos sobre mobilidade urbana, distribuídos entre vários fatores de

classificação, sendo que para este trabalho serão listados os considerados pelo autor

como principais à pesquisa científica acadêmica.

O primeiro fator analisado foi o dos países que publicaram o tema, onde se

encontram cinco países, sendo eles Brasil (83,33%), Chile (5,6%), Colômbia (5,6%),

Portugal (4,5%) e México (1,12%). Seguindo, foram analisados os idiomas de

publicação, sendo estes: português (71,11%), inglês (20%), espanhol (7,78%) e francês

(1,11%). Abaixo se pode verificar os dados dos idiomas em números de publicações.

Gráfico 1 – Publicações por países e por idiomas (em número de publicações).

Fonte: autoria própria

O terceiro fator analisado foi o de áreas temáticas da plataforma onde se

encontram cinco áreas, sendo estas Ciências Sociais Aplicadas (47,78%), Ciências

Humanas (30%), Ciências da Saúde (14,45%), Engenharias (12,23%), Ciências Exatas e

da Terra (3,34%) e Multidisciplinar (1,11%), ressaltando que alguns artigos se

1

7

18

64

0 10 20 30 40 50 60 70

Francês

Espanhol

Inglês

Português

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98

encontram em mais de uma categoria e por este motivo as porcentagens ultrapassam

100% e também o número total de artigos conforme gráfico a seguir.

Gráfico 2 – Publicações por áreas temáticas da plataforma (em número de publicações).

Fonte: autoria própria

Quanto às datas de publicações, conforme já dito anteriormente, foi analisado de

2010 à 2017, sendo que as publicações não possuem uma uniformidade de publicação

de acordo com o passar dos anos, além de possuir um crescente número de 2010 à 2015,

existe um declínio de 2015 à 2017, como se pode verificar no gráfico abaixo.

Gráfico 2 – Publicações por datas (em número de publicações).

Fonte: autoria própria

Com todos estes resultados estatísticos apresentados, menos complexo se torna a

busca pelos artigos que abordam a mobilidade urbana, visto que se tem uma base

estatística unificada para consultar anterior a realização da pesquisa neste tema. Sendo

assim, o trabalho possui o objetivo alcançado quanto à busca e análise de dados

numéricos acerca do tema e pretende auxiliar na busca pelos mesmos.

REFERÊNCIAS

APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. 2ª edição. São Paulo:

Cengage Learning, 2012.

BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação, tese. 1ª edição, 5ª reimpr.

São Paulo: Atlas, 2011.

BRASIL. Política Nacional de Mobilidade Urbana: Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as

diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2012.

1

3

11

13

27

43

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Multidisciplinar

Ciências Exatas e da Terra

Engenharias

Ciências da Saúde

Ciências Humanas

Ciências Sociais Aplicadas

2

56

1314

23

20

7

0

5

10

15

20

25

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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99

________. Estatuto da cidade: Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estabelece diretrizes gerais da

política urbana e dá outras providências. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2001.

DUARTE, F. Planejamento urbano. Editora Ibpex, 2009.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 5ª edição, 2ª reimpr. São Paulo: Atlas,

2008

Ministério das Cidades. PlanMob - Caderno de referência para elaboração de Plano de Mobilidade

Urbana. Ministério das Cidades, Brasília, 2007. Disponível em:

http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/LivroPlanoMobilidade.pdf

Acesso em 2017-04-05.

________. PlanMob - Caderno de referência para elaboração de plano de mobilidade urbana. Ministério

das Cidades, Brasília, 2015. Disponível em:

http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSE/planmob.pdf Acesso em 2017-04-12.

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JOGO EDUCACIONAL TRILHOS CONJUGADOS – DESENVOLVIMENTO

JUEGO EDUCATIVO CARRILES CONJUGADOS – DESARROLLO

Marcel Jesus Dias – [email protected]

Fernanda Miranda da Silva – [email protected]

Ewerton Luiz Utrago Gonçalves – [email protected]

Resumo: A utilização do computador na educação destaca-se cada vez mais com

inovações de ensino-aprendizagem, e com isso abrindo a possibilidade para que o

professor possa ser mediador na construção do conhecimento. Usando da capacidade

dos recursos tecnológicos, o professor pode fazer uso das inovações da melhor maneira

que julgar necessário e de acordo com suas propostas pedagógicas montar um plano de

ensino mais dinâmico, tentando sempre deixar os alunos mais interessados e com maior

participação nas aulas. Diante de todos os softwares existentes e disponíveis no mercado

os jogos, categorizando um deles, que está proporcionando e contribuindo para a

assimilação e compreensão de conteúdos didáticos em sala de aula, pois mesmo antes

desse advento, os jogos já tinham a sua importância para motivar, entreter e estimular o

desenvolvimento intelectual do indivíduo. Este estudo buscou desenvolver uma

aplicação do jogo “Trilhos Conjugados”. O processo de desenvolvimento do jogo

digital utilizou os conceitos de Interface, Usabilidade e Interação, sendo destacado e

demonstrado neste estudo todas as etapas de compreensão, criação e construção do

referido jogo. A utilização desses recursos computacionais para o ensino pode

possibilitar a compreensão e conhecimento das dificuldades e limitações de seus alunos

diante do método usado para aprendizagem.

Palavras Chaves: Desenvolvimento; Jogos Educacionais; Engenharia de Software.

Palabras clave: Desarrollo; Juego educativo; Ingeniería de software.

INTRODUÇÃO

Os computadores possuem recursos cada vez mais indispensáveis para as

atividades cotidianas, assim como, na educação está sendo muito valorizada, visto que é

uma maneira de inovar a didática de ensino. A utilização do computador depende da

criatividade do professor, dentre muitas usabilidades compreendemos que a utilização

do jogo educacional está sendo muito importante para entreter os alunos e concretizar os

conceitos de várias disciplinas na atualidade.

Os jogos possuem uma característica própria de transmitir conhecimento, pois o

jogo por sua vez permite aos alunos aprenderem individualmente com as regras e os

conceitos que o jogo se propõe a transmitir. A importância deste estudo compreende o

desenvolvimento do jogo manual para um recurso computacional, utilizando de várias

etapas para a implementação da ideia.

Com isso, neste trabalho será avaliado e descrito a importância e a influência que

o computador proporciona para a inovação do ensino e aprendizagem, e a dimensão que

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101

o jogo permite na compreensão do desenvolvimento intelectual do indivíduo como

facilitador na didática de ensino.

METODOLOGIA

A pesquisa de desenvolvimento do jogo “Trilhos Conjugados” foi baseada na

experiência no Livro Tomada de Consciência de Jean Piaget (1977) em um dos

capítulos chamado “A Construção de Trajetos com Trilhos Conjugados”, onde

procurava analisar a percepção de crianças de diferentes faixas etária, conscientizando-

as os conceitos de simetrias, movimentação, posicionamento, reflexão e as decisões

possíveis para encontrar cada possibilidade existente no jogo.

O jogo tem o objetivo de interligar dois pontos fixo utilizando de 3 peças

dispostas em uma mesa, assim cada jogador deve analisar e interpretar a jogabilidade de

cada nível, observando as diferenças para obter resultados satisfatórios. Entender qual o

objetivo do jogo foi uma das principais etapas para que se tornasse possível o seu

desenvolvimento e implementação em uma plataforma computacional, seguindo as

seguintes etapas:

Entendendo o Princípio do Jogo: no jogo compreendia 8 peças curvas e

5 retas, onde em cada extremidade era formada de colchetes machos e fêmeas, os

pontos eram formados de 2 peças retas, assim os níveis era disposto com as

seguintes peças: quatro curvos e um reto (4+1), seis curvos e um reto (6+1) e oito

curvos e um reto (8+1), em cada nível há uma quantidade exata de possibilidades

ou caminhos entre o ponto A e B.

Estudando as Possibilidades: encontrar e ter em imagens os caminhos

feitos em cada nível foi um desafio, pois no livro de referência eram citadas

apenas as quantidades de cada possibilidade de cada nível respectivamente sendo

6, 6 e 24.

Storyboard: uma etapa que permite desenharmos a ideia dos cenários

que irá conter o jogo, esboçando todas as telas, as personagens, etc. Com isso é

uma importante etapa, pois a partir daí que temos uma parte concreta das funções

do jogo.

Programa para o desenvolvimento: o jogo “Trilhos Conjugados” foi

desenvolvido na ferramenta Unity que permite o desenvolvimento de jogos 2D e

3D, a mesma possui uma biblioteca muito vasta com vários recursos disponíveis.

Escolhendo Imagens e Sons Relacionados: o jogo possui imagens que

dão a ideia de construir trilhos de trem, os cenários contêm trilhos, trem,

montanhas, botões de madeira, estação e um engenheiro.

Implementação dos Cenários: o jogo é formado de menu principal,

menu níveis, tela caminhos, tela possibilidades e tela recompensa.

Logica de Implementação e Interação: esta etapa condiz em analisar os

principais códigos que tornou possível a navegação entre as telas, a verificação

dos caminhos, entre outros métodos que foram utilizados para permitir a interação

entre o jogador e o jogo. A conferência dos caminhos possui o objetivo de

construir os caminhos, assim é permitido que o jogador rotacione/vire as peças e a

encaixe-as para descobrir todas as possibilidades possíveis dos níveis até concluir

todo o jogo.

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Teste: a fase de teste foi a todo o momento executada, pois para

constatar que o código da verificação dos caminhos está funcionando

corretamente, e por isso a sua execução continua.

O jogo foi construído com o objetivo de demonstrar que os recursos

computacionais podem ser inovadores usando de técnicas didáticas consagradas, como a

de Jean Piaget, provando que a tecnologia está se tornando um método atrativo para o

ensino e aprendizagem, e nesse sentido, TAJRA (2012) destaca que a tecnologia

começou a ser implantada para auxiliar e se tornar um método didático para o ensino-

aprendizagem.

RESULTADO

O jogo como um todo representa a construção de trilhos de trem, utilizando

das placas como botão com efeito de madeira correspondendo toda a ideia do jogo.

Figura 1 e 2: Menu Principal e Menu de Níveis

Figura 3 e 4: Tela Jogar e Tela Jogo

Figura 5 e 6: Animação do Trem e Tela Bom Trabalho

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Figura 7: Tela Gratificação

O jogo foi desenvolvido seguido a pesquisa de Piaget com o objetivo de tomada de

consciência, permitindo que o jogador possa compreendendo o que o jogo quer

transmitir. Com a engenharia de software foi considerado os conceitos de interação e

usabilidade entre o usuário e a interface, sendo fácil a navegação entre as telas, de forma

geral o jogo está muito colorido, animado e usual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os computadores podem ser utilizados de diversas maneiras, pois o software

disponibilizado com facilidade permite o acesso rápido e necessário para a aplicação em

aulas. Dentre todos os softwares o jogo tem certo preconceito em ser utilizado para o

ensino, porém, nas pesquisas de Piaget sempre há jogos para avaliar e validar as suas

teorias para o desenvolvimento cognitivo, por isso, os jogos podem ser um recurso

muito importante para a análise do desenvolvimento da aprendizagem e do ensino da

criança. Visto que o jogo é reconhecido somente como entretenimento, o professor pode

usar dessa ludicidade para conhecer as personalidades e características dos alunos, para

assim aplicar de diferentes maneiras e ter uma produtividade satisfatória na

aprendizagem de algum conteúdo didático.

Este trabalho buscou demonstrar a importância do jogo como método educativo

baseada em Jean Piaget, e como resultado foi desenvolvido o jogo para dispositivos

mobile de acordo com a metodologia do livro fonte para suprir essas necessidades, e de

resultado o jogo “Trilhos Conjugados” que tem o objetivo de analisar e avaliar a

Tomada de Consciência do indivíduo, podendo ser usado para aplicar o conceito de

espaço, movimentação e do pensamento logico, para a construção do objetivo do jogo.

Os jogos educacionais bem planejados e implementados podem auxiliar na

aprendizagem de conteúdos didáticos ou até mesmos entender o desenvolvimento

intelectual de cada indivíduo em fases.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MORAIS, Felipe Castanheira. Desenvolvimento de jogos eletrônicos. 2009. Disponível em <

http://revistas.unibh.br/index.php/dcet/article/view/242/134 >. Acessado em: 20 mar. 2016.

PIAGET, Jean. A Tomada de consciência; com a colaboração de A. Blamchet [e outros] tradução de

Edson Braga de Souza. São Paulo, Melhoramento, Ed. Da Universidade de São Paulo. 1977.

SAVI, Rafael. Jogos digitais educacionais: benefícios e desafios. Disponível em

<http://docplayer.com.br/16052710-Jogos-digitais-educacionais-beneficios-e-desafios.html>.

2016.Acessado em: 20 mar. 2016.

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SILVEIRA, R. S; BARONE, D. A. C Jogos educativos computadorizados utilizando a abordagem de

algoritmos genéticos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de informática. Curso de Pós

Graduação em Ciências da Computação, 1998.

STRAUB, Sandra Luzia Wrobel. Estratégias, desafios e perspectivas do uso da informática na educação –

Realidade na escola pública. / Sandra Luzia Wrobel Straub – Cáceres(MT): Editora UNEMAT, 2009.

ISBN 978-85-7911-011-5.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na

atualidade. – 9. Ed. rev. – São Paulo: Erica. 2012.

VILLARDI, Raquel; OLIVEIRA, Eloiza Gomes de. Tecnologia na educação: uma perspectiva sócio

interacionista. – Rio de Janeiro: Dunya, 2005.

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LUTAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

LUCHAS EN LOS AÑOS INICIALES DE ENSENÃNZA

FUNDAMENTAL

Luana Reis de Brito

[email protected]

Idelmar da Silva Freitas

Resumo: Este trabalho tem como proposta central tratar as lutas nos anos iniciais do

ensino fundamental. O objetivo do trabalho foi identificar a importância das lutas nas

aulas de educação física. O estudo teve uma abordagem qualitativa descritiva. O lócus

de desenvolvimento foi uma Escola Municipal de Cáceres-MT. Os sujeitos do estudo

foram alunos do 5º ano do ensino fundamental. A coleta de dados foi baseada em

observações, aplicação de questionário estruturado com respostas coletivas e

intervenção, com plano de aula prática que durou de 90 minutos. Com a realização deste

trabalho, ficou evidente que as Lutas como conteúdo escolar, tem fundamental

importância em quanto prática corporal pedagógica no desenvolvimento dos alunos,

contribuindo de forma geral na formação dos educandos. No entanto, foi possível

constatar que não há presença de lutas nas aulas de Educação Física da escola

pesquisada, e o contato dos alunos com a modalidade é de difícil acesso

Palavras-chave: Lutas; Ensino Fundamental; Educação Física

Palabras- chave: Luchas; Enseñanza fundamental; Educación Física

INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz parte da proposta da disciplina de Prática Curricular III,

cujo tema “O ensino da Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental”

desenvolvido no Curso de Licenciatura em Educação Física de acordo com as normas

estabelecidas na Resolução N° 053/2013 – CONEPE, que envolve professores e alunos

do 1° ao 4° semestre os quais tem disciplinas previstas na matriz do curso. Com isso a

proposta da Pratica Curricular busca a articulação das distintas “praticas numa

perspectiva interdisciplinar” (UNEMAT, 2013, p.14).

As lutas fazem parte da cultura corporal, ou seja, são práticas historicamente

importantes e que acompanharam os seres humanos ao longo do tempo, sendo uma das

mais elementares manifestações dessa cultura. (DARIDO e RUFINO, 2015).

Segundo Carreiro (2005, apud DARIDO, S. C.; RANGEL, I.C.A) dentre os

conteúdos que podem ser apresentados na educação física escolar, as lutas encontram

maior resistência por parte dos professores, com argumentos como: falta de espaço, falta

de material, falta de vestimentas adequadas e associação às questões da violência.

A questão de preconceito para com as lutas está fixado, tornando mais difícil

ressignificá-los, onde torna-se necessário “quebrar” determinados paradigmas para que

não possam prejudicar o ensino das lutas na escola.

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A violência é uma característica presente na sociedade, neste caso, a escola não

fica imune à ela. Ademais, comportamentos mais ou menos agressivos também se

fazem notar nas aulas de Educação Física.

Sobretudo, para Darido e Rufino (2015) incluir todos os alunos na realização das

atividades deve ser um dos maiores objetivos dos professores. Muitas vezes, a própria

falta de confiança dos alunos, vergonha ou falta de habilidade induz os alunos a se

excluírem.

A educação física compreende uma série de conteúdos, dentre eles temos as lutas,

porém é um conteúdo pouco trabalhado nas aulas de educação física. As lutas como

afirma Brasil (1998, p. 70)

(...) são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante

técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de

um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa.

Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes

de violência e de deslealdade. Podem ser citados como exemplo de lutas

desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais

complexas da capoeira, do judô e do caratê.

Como pode-se analisar, as lutas tem um benefício social onde atitudes de

violência não são permitidas, pois este não é o seu intuito, além de promover a saúde e o

bem estar de seus praticantes, ela pode ser trabalhada de diferentes formas na escola,

utilizando-se de brincadeiras.

Contudo, o estudo tem como proposta central tratar de lutas nos anos iniciais do

ensino fundamental. Na escola a qual aplicamos a intervenção, as lutas não fazem parte

do cronograma curricular. O objetivo do trabalho portanto, foi identificar a importância

das lutas nas aulas de educação física sobre o entendimento dos alunos. As crianças

envolvidas na pesquisa foram alunos do e 5º ano do ensino fundamental da Escola

Municipal Karate Kid do município de Cáceres MT.

METODOLOGIA

A pesquisa realizada teve abordagem qualitativa descritiva. O lócus de

desenvolvimento foi uma Escola Municipal de Cáceres-MT. Os sujeitos do estudo

foram alunos do 5º ano do ensino fundamental, com idades entre 9 e 11 anos. A coleta

de dados foi baseada em observações, aplicação de questionário estruturado com

respostas coletivas e intervenção sendo um plano de aula prática com duração de 90

minutos.

Os procedimentos se deram da seguinte forma: de início fizemos uma observação

para conhecer o comportamento dos alunos. Em outro momento, aplicamos o

questionário de avaliação 1 para identificar a conhecimento dos alunos sobre as lutas.

Depois realizamos uma intervenção prática com vários elementos da capoeira,

utilizando brincadeiras lúdicas para o ensino da mesma, finalizando com uma roda de

capoeira. Ao final retornarmos com os alunos para sala de aula, aplicamos o

questionário de avaliação 2 para com o intuito de observar o entendimento dos alunos

com o conteúdo das lutas, após a aula que ministramos.

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ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO INICIAL - AV1

AV1-Vocês tem algum tipo de lutas na escola?

Os alunos não tinham aula de lutas na escola em que estudavam, alguns participavam da aula

de lutas desenvolvida como projeto na escola vizinha.

AV1- Vocês já tiveram contato com lutas, em quais locais?

Tivemos respostas variadas como: feira, escola particular, projeto de bairro, praça.

ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO FINAL- AV2

AV2- Depois da aula de hoje como vocês passaram a ver as lutas?

Todos os alunos disseram ter gostado da experiência de lutas que vivenciaram. Viram que

lutas é respeito com colega, é ter disciplina, e puderam perceber e dizer que lutas não são

brigas.

AV2- Mudaram suas opiniões sobre as lutas?

Grande parte dos alunos disseram que sim, pois gostaram muito da aula, e constataram que

há uma grande diferença entre lutas e violência

AV2 Vocês gostariam de ter a modalidade de lutas nas aulas de educação física de sua

escola?

Quase todos os alunos disseram que sim, apenas dois se referiram não participar por questões

religiosas e pelo fato de associar lutas à violência.

Fonte: elaborada pelos autores

Fundamentados nas respostas dos alunos, observamos que a presença das lutas na

escola em que aplicamos a intervenção é praticamente extinta, pois alguns alunos nunca

haviam tido contato com a mesma. Buscamos desenvolver a aula de acordo com os

espaços que foram dispostos na escola, sendo o espaço disponibilizado a quadra.

O plano de aula que criamos para aplicar aos alunos foi pensado para que

trouxesse de forma lúdica a presença das lutas, e que todos pudessem participar sem

distinção. Analisando as respostas das avaliações aplicadas vimos à contemplação de

alguns em dizer que luta não é violência e dá para brincar com o colega sem machucar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização deste trabalho, ficou evidente que as Lutas como conteúdo

escolar, tem fundamental importância em quanto prática corporal pedagógica no

desenvolvimento dos alunos, contribuindo de forma geral na formação dos educandos.

De acordo com a literatura, o esporte mencionado é capaz de contribuir de maneira

efetiva no desenvolvimento global dos alunos, e ainda ensina valores como respeito, e a

diferenciação de lutas e violência. No entanto, foi possível constatar que não há

presença de lutas nas aulas de Educação Física da escola pesquisada, e o contato dos

alunos com as lutas é de difícil acesso.

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Contudo, mesmo sendo as atividades executadas por acadêmicos e por pouco

tempo, buscaram considerar o conhecimento, a história e a bagagem cultural dos alunos

e ainda, criaram condições e oportunidades para desenvolver competências,

capacidades, atitudes, comportamentos e valores. Por último, a aula de lutas

desenvolvida na escola, mostrou ainda, que por meio de jogos e brincadeiras

direcionados, as lutas é capaz de despertar na criança o prazer e o gosto pelo esporte.

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental B. Parâmetros curriculares nacionais: 3 Educação Física.

Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998. p.70

CARREIRO, E.A. Lutas. In: DARIDO, S.C.; RANGEL, I.C.A. Educação física na escola: implicações

para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto. DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades

para a educação física. Porto Alegre. 2015

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO. Conselho de ensino, pesquisa e extensão-

CONEPE, resolução n° 053/2013, p.14

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MUDANÇAS GLOBAIS / CLIMÁTICAS E SÁUDE HUMANA- UM DIÁLOGO

NECESSÁRIO: REVISÃO DA LITERATURA

CAMBIOS GLOBALES / CLIMÁTICAS Y SÁUDO HUMANO- UN DIÁLOGO

NECESARIO: REVISIÓN DE LA LITERATURA

Nayara Ferreira

Camila Aristela Paula Oliveira

Alydaiane Antônia Sales Jorge Dias

Resumo: Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde é considerado pela

Organização mundial de Saúde como uma prioridade para o século, que demandará do

setor inúmeras ações e adaptação, a extensão dos impactos dependerá da fração da

população humana atingida, da severidade e reversibilidade do dano e também das

opções de adaptação e mitigação disponíveis. O objetivo do trabalho foi revisar a

literatura acerca das mudanças climáticas e seus impactos na saúde humana e salientar

sobre a importância do dialogo interdisciplinar. Os resultados evidenciaram a

necessidade do dialogo inter e transdisciplinar entre o setor de saúde e sociedade. É

fundamental abordar essa temática ambiental entre os profissionais da saúde e

sociedade, a fim de que eles se apoderem desse conhecimento e consigam identificar

problemas relacionados às mudanças globais especialmente às climáticas e seus

impactos para a saúde humana, propondo ações resolutivas e preventivas, juntamente

com a comunidade, procurando amenizar os riscos ambientais a que todos estão

expostos.

RESUMEN: Los impactos del cambio climático sobre la salud son considerados por la

Organización Mundial de la Salud como una prioridad para el siglo, que demandará del

sector innumerables acciones y adaptación, la extensión de los impactos dependerá de la

fracción de la población humana afectada, de la severidad y reversibilidad del daño y

También de las opciones de adaptación y mitigación disponibles. El objetivo del trabajo

fue revisar la literatura sobre los cambios climáticos y sus impactos en la salud humana

y subrayar la importancia del diálogo interdisciplinario. Los resultados evidenciaron la

necesidad del diálogo inter y transdisciplinario entre el sector de salud y sociedad. Es

fundamental abordar esta temática ambiental entre los profesionales de la salud y la

sociedad, a fin de que ellos se apoderen de ese conocimiento y puedan identificar

problemas relacionados con los cambios globales especialmente a los climáticos y sus

impactos para la salud humana, proponiendo acciones resolutivas y preventivas, junto

con A la comunidad, buscando amenizar los riesgos ambientales a los que todos están

expuestos

Palavras-chave: : Mudanças Climáticas, Impacto Ambiental.

Palabras clave: Cambio Climático, de Impacto Ambiental.

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INTRODUÇÃO

A pressão do ser humano sobre os sistemas naturais do planeta é algo sem

precedentes, há séculos a influencia humana vem modificando e alterando os

ecossistemas, devido a fatores como industrialização, crescimento populacional,

urbanização acelerada e consumo de recursos naturais que exerceram grande pressão

sobre o sistema ambiental causando diversos impactos e alterações socioambientais. De

forma isolada ou conjuntamente, esses fatores têm contribuído, por meio das atividades

econômicas da sociedade, para a depressão de recursos naturais (FIGUEIRAS, 2009).

Devido à complexidade dos processos envolvidos, as mudanças ambientais

globais constituem importante questão socioambiental, levando em conta à magnitude

dos impactos delas decorrentes, podendo alterar os envoltórios do Sistema Terrestre e,

dessa forma, são experimentadas globalmente (CONFALONIERI, et al 2002)

Alguns exemplos de mudanças ambientais globais que podem influenciar a saúde

humana são: as mudanças climáticas, redução da camada de ozônio, alterações no

regime hídrico e não oferta de água doce, perda de biodiversidade, degradação do solo,

estresses nos sistemas de produção de alimentos em terra e nos oceanos e dispersão

global de poluentes e orgânicos persistentes (OMS, 2008).

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde é o “estado de completo bem

estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

Portanto, a saúde de um indivíduo depende de diversos fatores. A Lei 8080/90, que

instituiu o Sistema Único de Saúde no Brasil, inclui o meio ambiente entre os fatores

determinantes e condicionantes da saúde humana (OMS, 2009)

Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde é considerado pela

Organização mundial de Saúde como uma prioridade para o século, que demandará do

setor inúmeras ações e adaptação, a extensão dos impactos dependerá da fração da

população humana atingida, da severidade e reversibilidade do dano e também das

opções de adaptação e mitigação disponíveis (OMS, 2009 e SILVA, et al 2009).

Uma das implicações mais graves da mudança climática é o seu impacto

devastador sobre a saúde humana. Segundo a OMS um clima mais quente ameaça

provocar o aumento da transmissão de doenças por água impura e por alimentos

contaminados, a elevação da concentração de alguns poluentes no ar, o

comprometimento da produção agrícola em alguns dos países menos desenvolvidos e

também a propagação de doenças infecciosas, além disso, um aumento nos eventos

climáticos extremos, como inundações e secas, terá efeito devastador sobre a saúde,

especialmente em pessoas que moram em comunidades mais sensíveis (OMS, 2009)

METODOLOGIA

O presente estudo utiliza como método a revisão da literatura, a qual tem como

finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema

investigado foi utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana em

Ciências de Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Analise de Literatura

Médica) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). Os critérios utilizados para a

seleção dos artigos: estarem publicados em língua portuguesa, na íntegra, de circulação

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111

livre publicados no período de 2000 á 2016 e estarem disponíveis em texto completo,

excluindo todos os artigos pagos, que não discorram sobre o tema em estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O meio ambiente é motivo de preocupação mundial, uma vez que a vida é

mantida quando se há um equilíbrio natural existente entre ambiente biológico, físicos e

fenômenos naturais preservados, e sabe-se que o processo saúde doença tem caráter

multicausal envolvendo vários fatores dentre eles o agente etiológico, o hospedeiro e

meio ambiente, incluindo-se neste ultimo os determinantes sociais (MARIOT, 2007)

Pesquisas têm apontado que as mudanças ambientais globais principalmente as

mudanças climáticas promoverão impactos na economia, na sociedade, na política e

também na saúde humana de forma direta ou indireta podendo causar impacto das ondas

de calor, inundações, secas, expansão das áreas de transmissão de doenças transmitidas

por vetores, crise da agua e o aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica e

potencialização do efeito da poluição atmosférica sobre as doenças respiratórias

(SEIXAS et al, 2011)

É importante à participação dos pesquisadores, dos gestores e da sociedade civil,

por meio da troca de informações que deve, de forma recíproca, contribuir para difundir

o conhecimento acerca dos fenômenos climáticos e seus efeitos na saúde, contribuindo

para responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças

climáticas globais (JACOBI, 2014)

Faz-se necessário a ênfase em práticas que estimulem a interdisciplinaridade entre

o setor de saúde com temáticas ambientais que incitam mudanças no comportamento, na

responsabilidade socioambiental e na ética ambiental. Trata-se da importância de

compreender a complexidade envolvida nos processos ambiente-saúde e o desafio de ter

uma atitude mais reflexiva e atuante e, por conseguinte, que os cidadãos se tornem mais

responsáveis, cuidadosos e engajados em processos colaborativos com o meio ambiente

(WALS, 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse contexto, ao passo em que se ressalta a complexidade dos eventos

ambientais e saúde humana se torna necessário o diálogo entre ciência, gestores e

sociedade, para isso, avanços interdisciplinares na forma de diálogo entre saberes

acadêmicos e sociedade podem fazer com que os mais distintos atores sociais, inclusive

na qualidade de sujeitos dos riscos, possam se apropriar de elementos das inter- relações

entre variabilidade climática regional e outros problemas socioambientais, incluindo a

saúde humana.

É fundamental abordar essa temática ambiental entre os profissionais da saúde e

sociedade, a fim de que eles se apoderem desse conhecimento e consigam identificar

problemas relacionados às mudanças globais especialmente às climáticas e seus

impactos para a saúde humana, propondo ações resolutivas e preventivas, juntamente

com a comunidade, procurando amenizar os riscos ambientais a que todos estão

expostos.

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REFERÊNCIAS

CONFALONIERI; U; et al. Mudanças globais e desenvolvimento: importância para a saúde. Informe

Epidemiológico do SUS. 2002; 11(3): 139-154.

FIGUEIRAS, V; L. Percepção de profissionais da ENF/FIOCRUZ sobre mudanças ambientais

globais. Dissertação (Mestrado em saúde publica e meio ambiente) Escola Nacional de Saúde Publica

Sergio Arouca. Rio de Janeiro 2009.

JACOBI, P; R. Mudanças climáticas e ensino superior: a combinação entre pesquisa e educação. Educar

em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 3, p. 57-72. Editora UFPR. 2014.

MARIOT, C; A. Programa de saúde da família: o discurso educativo das equipes na promoção de

saúde ambiental. Dissertação (Mestrado em educação) Universidade Federal do Paraná. Paraná 2007.

SEIXAS, S; R; da C;, et al. Mudanças ambientais globais, vunerabilidade e risco: impactos na

subjetividade em Caraguatatuba, litoral norte paulista. Revista VITAS – Visões Transdisciplinares

sobre Ambiente e Sociedade. Nº 1, setembro de 2011

SILVA, D; X;, et al. Vulnerabilidade e efeitos das mudanças climáticas na saúde púbica em Manaus.

Fiocruz, Manaus 2010.

OMS. Mudança climática e saúde humana: riscos e respostas: Sumário Revisado 2008

OMS. Mudança Climática e Saúde: Um Perfil do Brasil. Brasília 2009.

WALS, A. Social learning: towards a sustainable world. Wageningen: Wageningen Academic

Publishers, 2007

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O ENSINO DA CONTABILIDADE ATRAVÉS DE CONTOS CONTÁBEIS

LA ENSEÑANZA DE LA CONTABILIDAD ATRAVÉS DE CUENTOS DE

CONTABILIDAD

Robson da Rocha Andrade

Nivaldo Teodoro de Mello

Elisandra Beatriz Loffler

Maik Jonhon de Carvalho

Resumo: O estudo foi realizado juntamente com os alunos do oitavo semestre do curso

de Bacharelado em Ciências Contábeis da Universidade do Estado de Mato Grosso,

Campus de Cáceres, no semestre 2014/1. Os Contos Contábeis surgem como uma

tentativa de inserir essa metodologia de ensino para atuar em parceria com as muitas

outras já existentes, a fim de que os docentes encontrem, à sua disposição, um leque de

opções de ensino, diversificando suas aulas e as tornando mais dinâmicas. A

metodologia utilizada como estratégia de realização dessa pesquisa foi a exposição de

dois contos contábeis, elaborados com base em teorias a respeito da Contabilidade, aos

participantes da pesquisa seguidos por questionários contendo apenas questões

fechadas. Após a análise dos dados obtidos foi possível verificar que o método de

ensino em foco encontrou algumas dificuldades, porém isso não foi o suficiente para

impedir que o mesmo apresentasse resultados motivadores, satisfatórios e

surpreendentes.

Palavras-Chave: Ensino da Contabilidade, Metodologias de Ensino, Contos Contábeis.

Palabras-Clave: Contabilidad Enseñanza, Metodologías de Enseñanza, Cuentos de

Contabilidad.

.

INTRODUÇÃO

A Contabilidade nunca foi uma ciência exata e sim uma ciência social aplicada,

uma vez que o fenômeno patrimonial sofre modificações da ação humana, além de ser

gerado por ela (IUDÍCIBUS et. al. 2009). O mesmo autor ainda nos remete a origem da

arte de contabilizar, no período primitivo, onde antes mesmo de conhecer os números e

a escrita o homem já utilizava esse método de medição do patrimônio, o que ajuda na

desmistificação de que a Ciência Contábil é uma das ciências dos números. Dessa forma

fica evidente a importância do estudo não só teórico da Contabilidade, como também os

fatos que originaram essa ciência, conforme defende Sá (2002) ao afirmar que os fatos

presentes só são melhor entendidos quando comparados ao momento em que surgiram,

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isto é, para se ter um profundo entendimento do que é a Contabilidade se faz necessário

o estudo de suas origens.

No Brasil ainda há uma profunda necessidade da criação de uma metodologia

onde os alunos possam compreender de forma bem clara os fundamentos teóricos e sua

relação com a prática exigida pelo mercado de trabalho (FAVERO et. al. 2006). De

acordo com Iudícibus et. al. (2009) de forma geral, observa-se que o profissional da

Contabilidade dispõe de um conhecimento considerado prático-mecânico ao invés de

demonstrar raciocínio contábil adquirido por meio do entendimento adequado do que se

está realizando, pois é a teoria que fornece um perfeito suporte para que a Contabilidade

exerça a sua função de sistema de informação e avaliação com a finalidade de dar

diretrizes para tomadas de decisões à seus usuários por meio do fornecimento de

demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade.

As mudanças realizadas nos projetos pedagógicos em atendimento às novas

exigências das diretrizes curriculares não atendem aos objetivos esperados, pois são

criadas com base nos clamores acadêmicos e não nas exigências empresariais e mesmo

que houvesse essa consonância, a falta de avaliações periódicas e a distância existente

entre a proposta e a execução poderiam comprometer os resultados. Assim, se o

acadêmico for preparado apenas para o mercado de trabalho estará sendo privado do

leque de oportunidades que se originam a partir da geração de conhecimentos novos

(FAVERO et. al., 2009).

Dessa forma é possível identificar a dificuldade existente na construção de um

plano pedagógico e metodologias de ensino da Contabilidade que atendam os fatores

essenciais para que o ensino se torne exemplar. Favero et. al. (2009) expõe seus

pensamentos em defesa de que não se chega a lugar algum sem um planejamento

adequado, planejamento esse que deve englobar os coordenadores de curso, professores

e até mesmo os alunos, objetivando produzir um curso de qualidade em sintonia com as

necessidades da sociedade. O autor supracitado ainda acredita que, com a elaboração de

um planejamento e controle juntamente com os docentes e a sociedade, as chances de se

disponibilizar um ensino muito satisfatório são grandes e se, os estudantes

compreenderem a educação como o principal agente transformador e edificador de suas

vidas, as condições ideais para que se tenha um ensino de Contabilidade, com qualidade

no Brasil, serão alcançadas. Diante das considerações realizadas é possível afirmar que

o presente estudo objetiva averiguar a possibilidade de aprender contabilidade por meio

dos chamados contos contábeis.

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada na Universidade do Estado de Mato Grosso –

UNEMAT, Campus “Jane Vanini” – Cáceres-MT. Participaram da pesquisa somente os

alunos que, durante o semestre 2014/2, estavam cursando o oitavo semestre do Curso de

Bacharelado em Ciências Contábeis.

As estratégias para a realização da pesquisa foram a utilização de dois contos

contábeis de autoria própria, um apresentado aos estudantes de forma escrita (etapa 1) e

o outro sob a forma de um vídeo (etapa 2), ambos seguidos de questionários contendo

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dez perguntas objetivas cada um, onde cada questão apresentava quatro alternativas,

utilizadas para medição dos conhecimentos absorvidos com as leituras.

Inicialmente, em um dia letivo previamente combinado com os graduandos

participantes da pesquisa e contando com a cedência de aulas de um dos professores da

turma para a realização da pesquisa, foi realizada a etapa de número 1. Os estudantes

foram informados de que assistiriam a um vídeo que narraria um conto e que conteria

conceitos a respeito da disciplina de “Teoria da Contabilidade” e que, em seguida, os

mesmos responderiam a um questionário para medição dos conhecimentos obtidos.

Após a realização da primeira etapa da pesquisa deu-se sequência, ainda no

mesmo dia, à segunda parte do estudo que consistia em disponibilizar um conto contábil

aos respondentes, de forma escrita e impressa, onde, em seguida, os mesmos

responderiam a um outro questionário. Após a leitura individual de cada um, foi

realizada uma aula expositiva dialogada a respeito dos conceitos que os acadêmicos

identificaram no conto como sendo pertencentes à disciplina de “Contabilidade de

Custos”. Após a realização dessa “aula”, os pesquisados responderam o questionário

conforme o combinado.

Os questionários foram tabulados na ferramenta Microsoft Excel, instrumento que

viabilizou a construção de gráficos que facilitaram a interpretação e análise dos dados

obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A aula baseada em um conto escrito, seguido de uma breve avaliação dos

conhecimentos assimilados, demonstrou que os alunos ainda não estão totalmente

preparados para realizar um estudo dessa magnitude sem a intervenção de um educador,

que realize uma discussão a respeito dos temas abordados. É um método que ainda

necessidade ser mais estudado a fim de ser aprimorado.

A realização de uma aula expositiva dialogada surge como uma forma muito bem

sucedida do ensino da Contabilidade. A partir do intermédio de um debatedor que

discuta o enredo apresentado no conto em consonância com o que se propõe ensinar é

de fundamental importância para que seja desenvolvido esse meio de ensinar. Os

acadêmicos terão a chance de se aventurar por histórias divertidas e envolventes ao

mesmo tempo que estudam para se tornarem bacharéis em Ciências Contábeis.

O desempenho dos pesquisados foi medido a fim de se poder ter uma ideia concreta

de como esse método atuou no aprendizado de cada um, evidenciando seus pontos

fortes e fracos. O conto de forma escrita proporcionou um bom índice de aprendizado,

porém não atingiu a média, de modo que a maioria das respostas foram erradas.

Ensinando por meio de uma aula dialogada a situação foi totalmente diferente. A

assimilação do conteúdo se deu de forma célere, atendendo todas as expectativas da

pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino da Contabilidade no Brasil precisa ser repensado de tal forma que os

profissionais docentes também precisam se reinventar, criando meios para criar novos

métodos de ensino no intuito de promover um avanço e uma otimização no que diz

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respeito a formação de profissionais capacitados e com pensamento crítico. O método

de ensino das Ciências Contábeis através de contos surge como uma busca por uma

metodologia nova, que instigue o acadêmico a ir a busca de inovações, além de surgir

na tentativa de levá-lo a apreciar textos menos maçantes e não tão complexos.

O ensino da Contabilidade através de Contos Contábeis surge como uma forma

ímpar de se criar um método diferenciado de ensino, alocando-o no conjunto já

existente, com a finalidade de se realizar uma diversificação nas maneiras de ministrar

aulas. Essa metodologia tem um longo caminho a percorrer até que se torne um modelo

exemplar de ensino, porém desde já, mesmo estando em seu início de implantação,

apresentou um resultado motivador e surpreendente.

REFERÊNCIAS

FAVERO, Hamilton Luiz et. al. Contabilidade: Teoria e Prática. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas S. A.,

2006. v. 1.

GOUVEIA, Nelson. Contabilidade Básica. 2ª ed. São Paulo: Editora Harbra Ltda, 2001.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9ª ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2009.

MARION, J. Carlos, MARION, Márcia M. Costa. A importância da Pesquisa no Ensino da

Contabilidade. Rio de Janeiro: Revista Pensar Contábil, No. 3, 1998.

NEGRA, Carlos Alberto Serra. Metodologia para o Ensino Contábil: O uso de artigos técnicos. Rio

Grande do Sul: Revista do CRCRS, mai/1999.

SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. Portugal: Vislis, 2002.

SCHIMDT, Paulo. Uma Contribuição ao Estudo da História do Pensamento Contábil. São Paulo:

1996.

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O USO DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO

EL USO DE INFORMACIÓN PARA LA TOMA DE DECISIONES

Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,

Mestrando em Ciências Ambientais - UNEMAT

[email protected]

Rafaela Graziele Castrillon,

Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas - UNEMAT

[email protected]

Thaline Daiane Castrillon Macedo

Especialista em Gestão em Saúde - UFMT

[email protected]

Resumo: Este trabalho foi produzido como uma das atividades de pesquisa em um

estudo de caso de uma drogaria de pequeno porte na cidade de Cáceres-MT. O objetivo

consistiu em descrever o uso das informações sob os critérios de uma informação no

trabalho do gestor para tomada de decisão, explicando após a análise do conteúdo, a

devolutiva de como se apresenta os critérios na empresa. Havendo como resultados os

procedimentos finais que após apresentado a empresa, foram apresentados a Faculdade

do Pantanal-FAPAN, como parte do trabalho pesquisa no curso de administração.

Palavras-chave: Informação; empresa; mercado.

Palabras-clave: Información; negocios; mercado.

INTRODUÇÃO

A crescente necessidade das empresas de aperfeiçoar as múltiplas atividades

realizadas dentro da organização, são contextos que o gestor participa na administração

de uma empresa e ou da sua empresa. A criatividade, a inovação, a marca também

fazem parte dos elementos que constituem a refinação de atividades que elevam a

personificação da empresa dentro do meio mercadológico entre seus clientes,

fornecedores, concorrentes e seus colaboradores.

A pesquisa relativa a forma de condução das atividades de uma empresa de

pequeno porte, do ramo/atividade farmacêutico, sendo uma drogaria, objetivou o estudo

de caso, que, no contexto deste texto apresenta os resultados a partir dos critérios de

uma informação, o uso operacional da informação dentro deste estabelecimento, como

forma de empregar grande necessidade ao trabalho do gestor a partir do trabalho

gerencial desta empresa.

METODOLOGIA

Sendo assim, a realização e metodologia deste texto, vem da natureza de estudo de

caso, sendo esta, realizada em uma drogaria na cidade de Cáceres-MT. O método,

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decorreu-se das possibilidades em descrever a relação entre as tomadas de decisão do

gestor da empresa e as informações que os cercavam. Para isso, foi aplicado o que (GIL,

2002) explica sobre a pesquisa de um fenômeno em um caso ou o estudo de vários

casos ou o multi-caso.

Para tanto, o estudo de caso na referida drogaria da cidade de Cáceres, sendo esta

há 15 anos no mercado, neste trabalho aplicou-se um estudo visando a significância da

informação e o seu uso criterioso de aplicação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As informações foram originadas durante os processos desenvolvidos pela

empresa, cada informação desenvolve perspectivas de atuação nos departamentos, com

isso a sua atuação está diretamente ligada com o resultado final (LAUDON &

LAUDON, 2007; CRUZ, 2008) Mas, para que esta informação consiga desenvolver

este papel ela necessita dispor das 7 características de uma informação. Baseado em

Eficácia; Eficiência; Disponibilidade; Integridade; Conformidade; Acessibilidade;

Confiabilidade (OLIVEIRA, 2005).

A eficácia no seu uso das atribuições tem o objetivo de conseguir chegar ao

resultado final, tendo qualidade nos procedimentos e exercer a positividade nos

processos. O setor de vendas da empresa tem o papel de promover o faturamento da

mesma se o setor atingir a meta planejada, a empresa conseguiu atingir a eficácia

operacional, ressaltando a qualidade nos processos de atendimento, facilidades para o

pagamento e almejando o possível retorno do cliente.

A eficiência tem como objetivo chegar ao resultado final, como planejado, mas, o

procedimento para se chegar ao objetivo é o diferencial, onde, se busca potencializar a

melhor forma de se realizar algo, indagando o melhor tempo, custo e necessidade, um

exemplo diário da empresa, esta no setor de logística, precisamente no departamento de

entrega, a empresa que utiliza bicicletas e motos para fazer a sua distribuição de

produtos, tem como optar em ser eficiente ou eficaz, no seu processo. Um cliente que

deseja que sua compra chegue a menor tempo possível em sua residência faz com que a

empresa determine a melhor forma da entrega, se a empresa opta pela moto, sabendo-se

que a moto consegue levar a compra em menor tempo e com menor custo para entregar,

ela está sendo eficiente.

A disponibilidade da informação é uma das características mais importantes de

um sistema, entende-se por disponibilidade, a informação que em tempo real demonstra

a situação da empresa no momento que se é almejada. O setor de compras tem o seu

papel de ser o repositor de estoque, assim, não deixando a empresa sem insumos para o

trabalho diário. Quando o cliente adentra o ponto de venda, o processo da venda

desencadeia o processo de compras da empresa, pois quando o vendedor emitiu a venda

ao caixa, fazendo a baixa do produto no sistema, o mesmo tem a sua saída do estoque,

promovendo ao setor de compras a necessidade de repor o produto no estoque, todo este

processo tem que ser interligado e em tempo real, para ser fidedigna a realidade.

Integridade, esta característica da informação tem sua compreensão sob seu

aspecto a fidelidade da informação. O processo de entrada de mercadorias das empresas

tem o seu processo iniciado quando é feito a verificação do produto que foi entregue

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pelo fornecedor ao que foi emitido em nota fiscal. Se o processo realizado de

conferência constatar que as informações contidas na nota fiscal são fidedignas com o

produto entregue, ao dar início ao lançamento da nota e consecutivamente a entrada de

estoque, esta informação estará disponível e ao se iniciar uma pesquisa de orçamento

para um determinado cliente e o vendedor transmite a informação de que há o produto e

a quantidade necessitada, a informação contida no sistema estando coerente com o

estoque, promove uma informação segura e fidedigna, construindo a integridade na

informação.

A conformidade é a característica da informação que promove e assegura o

enquadramento com as leis estaduais, leis federais, decretos e a Constituição Federal. A

conformidade da informação tem o papel de dirimir possíveis infrações e ilegalidades

nos processos realizados na empresa. O setor de marketing da empresa tem em seus

processos de trabalhos normas para que não infrinja nenhuma lei, por mexer

diretamente com pessoas, marcas, sentidos, portanto, virtudes como ética e respeito são

considerados importantíssimos para prevenir falhas e erros.

Acessibilidade, esta característica da informação tem como sua proposta principal

a segurança da informação. As empresas criam cargos em seus diversos departamentos

com diversos acessos. Esse acesso é a chave que cada colaborador tem, para acessar o

sistema. Esta característica da informação potencializa o desenvolvimento das

atividades contribuindo para a agilidade dos processos e não tendo desvio de função,

pois cada funcionário tem seu limite de acesso ao sistema.

Confiabilidade é a característica da informação que está diretamente ligada com a

acessibilidade, esta característica tem o sentido de indagar o quanto os processos,

procedimentos e atividades são seguras. Uma empresa que tem um sistema de

informação que pode ser manipulado, não garante a confiabilidade das informações.

Fatores externos como vírus e hackers não podem atingir de forma alguma a

operabilidade do sistema. Fatores internos como acesso de funcionários que não

exercem cargos de gerência e conseguem manipular o sistema, são fatores que

demostram a não legitimidade das informações. Os sistemas tem que conter

informações fidedignas e em nenhum momento pode ser manipulado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada empresa determina o método de trabalho que viabilize da melhor forma os

processos, e na empresa estudada foi percebida a aplicação das fases desse processo de

trabalho, com isso cada característica da informação é avaliada para ter a sua melhor

funcionalidade na empresa. Com o objetivo de trazer melhores resultados nas tomadas

de decisões, as características da informação fazem mudanças no contexto

organizacional, estes contextos podem trazer em alguns departamentos um aumento

burocrático no desenvolvimento de processos, um despendimento de um maior tempo,

com isso as empresas não almejam ter todas essas características da informação ao

mesmo tempo.

As características da informação são natas, e são impressas pela a dinâmica de

trabalho da organização que inclui normas, recursos, pessoas e procedimentos. Para

tanto, a inclusão e prática no trabalho estudado na drogaria fomenta a possibilidade do

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uso de informações para a tomada de decisão, por ser tratar de informações seguras, não

modificadas e ou corrompidas. O gestor detém no caso estudado, múltiplas

possibilidades de analisar o mercado nos setores de compras, pagamentos, entregas,

cobrança, possibilitando promover evolutivos desenvolvimento nos aspectos de

aceitabilidade sua gestão no comando desta empresa, deve-se predominantemente pelo

domínio do fluxo de informação gerada no cotidiano de trabalho da empresa.

REFERENCIAS

CRUZ, Tadeu. Sistemas de Informações Gerenciais: tecnologias e a empresa do século XXI /Tadeu

Cruz. - 3. ed. 4 reimp.- São Paulo: Atlas, 2008.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4. ed. - São Paulo:

Atlas, 2002.

LAUDON, Kenneth C; LAUNDON, Jane P. Sistemas de Informações gerenciais. 7 ed. – São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2007.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de Informações gerenciais: estratégias, táticas,

operacionais. 10 ed – São Paulo: Atlas, 2005.

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OS IMPACTOS DO ESOCIAL MÓDULO EMPREGADOR DOMÉSTICO EM

ESCRITÓRIO CONTÁBIL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT

EFECTOS DE MÓDULO ESOCIAL LOS EMPLEADORES AL CONTABILIZAR

HOME OFFICE EN EL CONDADO DE CACERES-MT

Vanessa Medeiros Duarte

Janaina da Silva Ramos

Resumo: O presente estudo teve como objetivo mostrar os impactos trazidos aos profissionais

de um escritório de contabilidade localizado em Cáceres, Estado de Mato Grosso, na

implementação e na utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico. Este trabalho trata

de uma pesquisa exploratória, qualitativa, estudo de caso, sendo utilizado um questionário

contendo questões abertas e fechadas para a coleta de dados. Após a análise dos resultados

observou-se que o escritório em questão, enfrentou diversas dificuldades em sua utilização,

causadas por diferentes motivos, entre eles, a obrigatoriedade de se utilizar um sistema que foi

lançado com funções incompletas, dificultando o cumprimento das leis trabalhistas. Sobre isso,

também foram relatados problemas técnicos de desempenho do sistema, tornando a rotina do

departamento pessoal ineficiente, sendo necessário o auxílio de sistemas locais para o tráfego

de dados trabalhistas. Contudo, também foram identificadas as soluções, demonstrando a

melhoria de algumas questões relacionadas ao uso do sistema.

Palavras-Chave: SPED, Empregada Doméstica, Direitos.

Palabras clave: SPED, Servicio de Limpieza, derechos.

INTRODUÇÃO

As exigências do mundo globalizado contribuem com o processo de evolução da

Tecnologia da informação. Com isso os processos da área mercantil ganharam mais

agilidade.

O governo Brasileiro procurou acompanhar este avanço, e encontrou uma forma

que viabilizasse a forma de fiscalização, desenvolvendo e implantando um sistema de

informação integrado denominado SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).

Segundo Oliveira (2000, p.178) o sistema de informação permitir que os

funcionário da organização tenha a informação necessária para melhorar a qualidade de

seu trabalho. Além disso, o objetivo do sistema de informação é maximizar o uso das

informações dentro da organização, estimulando o trabalho cooperativo dos

departamentos em busca de melhorias para a organização como um todo.

O SPED veio com o objetivo de unificar, definir um padrão da organização das

informações contábeis, fiscais e dentre outras, das empresas, como a finalidade de

melhorar a eficiência na fiscalização, aumentando por consequência a arrecadação de

imposto e inibindo ações que não esteja em concordância com a legislação.

O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das

Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), estando disponível desde

01/10/2015 o Módulo eSocial Empregador Doméstico. A ferramenta surge para

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viabilizar a determinação dada pelo texto da Lei Complementar 150/2015, o qual

possibilita o recolhimento unificado dos tributos e do FGTS para os empregadores

domésticos.

Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos trazidos pelo

Módulo eSocial Empregador Doméstico no escritório de contabilidade pesquisado.

METODOLOGIA

Em relação a abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Que

de acordo com Beuren et al.( 2010, p.92)

Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao

fenômeno que está sendo estruturado. A abordagem qualitativa visa destacar

características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista

a superficialidade deste último.

A preocupação é com a qualidade das informações, dos dados reunidos, não sendo

necessário mensurar valores neste trabalho.

Quanto aos objetivos, esta pesquisa trata-se de uma pesquisa exploratória.

Conforme Gil (2010, p.41) a pesquisa exploratória têm por objetivo, o aprimoramento

de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível,

possibilitando a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.

Dessa forma, a pesquisa exploratória se faz necessária, visto que o assunto

abordado foi pouco explorado, por ser uma recente obrigatoriedade do governo federal.

A presente pesquisa classifica-se, quanto aos procedimentos técnicos, como

Estudo de Caso, pois ela observa apenas um escritório de contabilidade na utilização do

módulo eSocial Empregador Doméstico de uma forma mais analítica, identificando as

dificuldades e o impactos diante esta nova obrigação.

Para realização desta pesquisa foi elaborado um questionário contendo 28

questões, sendo 16 abertas e 12 fechadas. O questionário foi dividido em três partes. A

primeira parte possui 7 questões e tem como objetivo identificar a qualificação do

questionado e verificar sua experiência profissional no ramo da contabilidade. A

segunda parte visa verificar o conhecimento e qualificação do respondente acerca do

eSocial e o eSocial Módulo Empregador Doméstico, contendo 9 questões. A terceira

parte contem 12 questões, onde através dos relatos do respondente se busca identificar

as dificuldades e os possíveis impactos a respeito do processo de implementação e

utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico. O questionário foi enviado via e-

mail para chefe de departamento pessoal do escritório pesquisado. A definição do

respondente deu-se pelo perfil do seu cargo na empresa, o qual possui conhecimento

teórico e cotidiano suficiente para responder aos questionamentos de forma coerente e

integral.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O eSocial Módulo Empregador Doméstico, objeto de pesquisa deste trabalho, tem

a finalidade de unificar, armazenar e validar as informações do empregador doméstico.

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A implementação e a utilização deste sistema acabou gerando alguns impactos nos

escritórios de contabilidade. Visando conhecer esses impactos foi realizado um estudo

de caso em um escritório contábil para observar a ocorrência destes impactos. O

questionário foi direcionado ao Gerente de Departamento Pessoal do escritório de

contabilidade pesquisado, onde buscou-se obter informações baseadas na sua

experiência com a área da contabilidade e departamento pessoal, sobre a implementação

e utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico.

Abordado sobre a sua opinião a respeito do que é o eSocial Módulo Empregador

Doméstico, ele responde, e demonstra um exemplo do valor agregado pelo sistema, às

rotinas trabalhistas dos escritórios contábeis:

“É um mecanismo que mantém toda a vida funcional do empregado doméstico,

gerando contratos, guias, recibos de férias e rescisão, enfim, tudo que o

empregador doméstico precisa para o bom desempenho das obrigações trabalhistas

de seus empregados.”

Ele enfatiza que com a capacitação adequada (conhecimento sobre o

departamento pessoal), a ferramenta poderá ser utilizada de forma fácil e intuitiva. Por

outro lado, sobre isso, ele conclui que os empregadores domésticos que não possuírem

meios necessários para a utilização do sistema terão dificuldades:

“As desvantagens são para os empregadores domésticos que não dispõe de

Computador, impressora e internet ou conhecimento mínimo para usar o e-social.

Quando iniciou a obrigação, os clientes entraram em contato solicitando o valor da

prestação de serviço. Nós cobramos um valor maior, vários clientes optou por fazer

em casa. Devido ás dificuldade encontradas na utilização do sistema, todos que

tentaram fazer em casa voltaram.”

Diante desse déficit de conhecimento sobre a área trabalhista e contábil, surgiu a

demanda por prestação de serviços de alimentação do sistema com os dados

trabalhistas, movida pela falta de capacitação dos empregadores domésticos.

Porém a alimentação do sistema não acontece em tempo hábil de modo que não

é possível atender as solicitações dos clientes de forma adequada, devido as limitações

de performance do sistema.

Baseado nessa informação, fica claro que de forma prática o trabalho no

departamento pessoal duplicou-se, pois segundo ele, tornou-se necessário alimentar

duas bases de dados: a base do sistema eSocial Módulo Empregador Doméstico do

governo federal e a base do sistema gerencial pertencente ao escritório.

A respeito da capacitação recebida sobre o sistema eSocial Módulo Empregador

Doméstico, o questionado afirma que participou de uma palestra informativa, onde foi

abordado sobre o conceito do sistema e sua finalidade demostrando que seu contato

inicial com o sistema foi superficial, principalmente pelo fato do sistema está em fase de

amadurecimento e pela sua capacitação pouco aprofundada. Mesmo com a capacitação

incompleta o questionado pôde se adaptar a ferramenta aos pouco devido a sua

experiência no departamento pessoal. Dessa forma ele tem um olhar crítico e descreve a

forma como avançou a maturação da ferramenta e a devida capacitação sobre ela:

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“O eSocial Módulo empregado Doméstico iniciou em outubro de 2015 porém o

Manual de orientação deste módulo saiu em Dezembro. A palestra que recebemos

só foi para introduzir sobre o módulo. Hoje pode se fazer uma capacitação bem

mais detalhada, haja vista que hoje o sistema já está funcionando quase a 100%

faltando poucos ajustes e os palestrantes terão pleno domínio sobre o assunto.”

Sobre a forma como evoluiu o sistema e sobre as dificuldades apresentadas

desde a sua implementação ele cita que o fato do sistema ter se tornado obrigatório de

forma incompleta, ou seja, sem atender a proposta do governo em sua totalidade, foi

uma das principais dificuldades encontradas inicialmente.

Sobre isso ele cita os pontos que estavam incompletos no lançamento desta

ferramenta:

“Não tinha campo para lançamento de desligamentos, só tinha férias e

afastamentos, não tinha campos para lançamento da rescisão, não tinha verbas

para fechar o recibo de pagamento com a discriminação dos proventos e descontos

[...] Depois de alguns meses foi sendo liberado estas opções.”

Entre os problemas específicos que persistem, ele cita alguns relacionados ao

cadastro do empregador e do empregado, podendo ser:

Problemas de concordância entre as informações, em casos de informações divergentes

entre os dados apresentados pelos empregadores e dados do sistema.

Problemas técnicos, sendo estes causadores de grande lentidão no sistema em seu uso

geral, e travamentos em operações de realização dos cadastros.

Entre os problemas relatados pelo questionado também constavam problemas

nas operações de rescisão (a qual não estava disponível no momento de sua

implementação), onde ele mencionou problemas ocasionais de erros apresentados no

fornecimento de informações para essa operação.

Acerca dos eventos da Folha de Pagamento e Recebimento ele relata que assim

como outros problemas já citados, havia limitações de operações disponíveis no início

da utilização do sistema.

“Nos primeiros meses de utilização do sistema, no preenchimento da folha de

pagamento existiam poucas verbas cadastradas. Existem empregado domésticos

cadastrados que ganham hora extra e adicional noturno, essas verbas não eram

informadas, pois não estavam disponíveis para inserir no recibo.”

Isso descreve um erro crítico que vai contra a proposta do governo relacionados

a finalidade do sistema, considerando-se que ele busca através da centralização das

informações, fiscalizar o cumprimento das leis relacionadas ao vínculo empregatício. A

partir dessa situação, os escritórios tiveram que criar caminhos opcionais para o

cumprimento de alguns serviços:

“Para gera a guia (DAES), foi lançado o valor total a ser pago ao empregado em

apenas uma verba para a base de cálculo dos tributos ficar correta. Após alguns

meses depois da sua obrigatoriedade o sistema liberou mais verbas. O recibo dos

funcionários são feitos no sistema do escritório, com as verbas salarias lançadas de

forma correta.”

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De modo geral, o eSocial Módulo Empregador Doméstico é um sistema que

cumpre parcialmente a sua proposta: centraliza os dados e operações referentes aos

vínculos empregatícios, ou seja, pelo lado do governo, mesmo que com algumas

deficiências desde a sua implementação ele é eficaz. Porém isso não acontece pelo lado

do usuário do sistema, onde se incluem empregadores e escritórios de contabilidade,

afinal, suas rotinas se tornaram mais trabalhosas, por um lado por limitações no sistema

(que foi imposto mesmo estando incompleto) e por outro lado, pela falta de capacitação

causada pelo mau planejamento na implementação do sistema. Sendo assim o sistema

evoluiu desde a sua implementação, disponibilizando aos poucos funções essenciais e

com melhoras gradativas no seu desempenho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entre as ferramentas de fiscalização do governo federal, o eSocial é um meio de

fiscalização criado recentemente, com o intuito de simplificar o tratamento das

informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais, sendo um meio mais eficaz no

acompanhamento do cumprimento das legislações pertinentes as relações empregatícias.

Diante disso, este trabalho buscou contextualizar o módulo eSocial, descrevendo o

conceito e as finalidades do projeto. Com ênfase no eSocial Módulo Empregador

Doméstico, este trabalho retratou as finalidades deste sistema, apresentando seus

objetivos e descrevendo suas funções. Em foco tratou dos impactos causados no

processo de implementação e as dificuldades encontradas na sua utilização.

Este levantamento de informações e sua contextualização buscou responder ao

seguinte questionamento: Quais foram os impactos e as dificuldades que o escritório de

contabilidade “X” localizado na cidade de Cáceres-MT enfrentou na implementação e

na utilização do módulo eSocial empregador doméstico?

Desse modo buscou-se obter dados de experiências práticas com a ferramenta

eSocial Módulo Empregador Doméstico, buscando qualificar localmente a experiência

de implantação e utilização do sistema, de modo que os resultados obtidos pudessem

mensurar parcialmente a distância entre a proposta do sistema, de melhorias na

fiscalização trabalhista e o contexto identificado da utilização do sistema.

Na implementação do sistema, foi observado que o governo se precipitou ao

implantar um sistema incompleto, o que acabou por ofuscar os benefícios que deveriam

ser agregados, como foi percebido dos dados obtidos.

Os dados mostram que eventos essenciais ao funcionamento ideal do sistema não

estavam disponíveis no início da sua utilização, descaracterizando a sua finalidade, de

modo que seu uso de forma correta diante da legislação foi sendo aprimorada aos pouco

através de melhorias no sistema, sendo uma delas a liberação de eventos antes

inexistentes. Neste caso é importante se observa que sistemas de informações, ou

softwares em geral de fato passam por fases de aprimoramento, de modo que se busca

lapidar a experiência proposta pelo software.

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Sendo assim, um dos problemas identificados foi o fato do governo federal tornar

obrigatória uma ferramenta incompleta. Isso reflete inclusive em problemas técnicos

relacionados à performance do sistema, relatados entre os dados obtidos, no sentido que

o sistema não acompanha a velocidade da rotina do escritório de contabilidade em

questão, fazendo com que o departamento utilizasse meios paralelos para atender a

demanda de serviços e de informações por parte dos empregadores.

Apesar das falhas citadas, uma das principais vantagens buscadas pelo eSocial

Módulo Empregador Doméstico, que é a centralização e a unificação das informações

previdências, trabalhistas e ficais está sendo cumprida, de modo que o acesso a esses

dados, por parte do governo tornou-se mais eficiente.

Foi relatada a situação da capacitação para a utilização do sistema, apontando para

as limitações iniciais que essas capacitações sem grande profundidade possuíam, sendo

nelas abordado sobre o conceito do sistema e suas finalidades, não apresentando sobre a

sua utilização. Dessa forma os usuários do sistema no escritório pesquisado adquiriram

conhecimento sobre a utilização do sistema no momento de sua implementação,

utilizando à lógica e os conhecimentos técnicos da área do departamento pessoal, como

ferramenta para a resolução das dúvidas que surgiram. Mesmo com o sistema

funcionando em sua plenitude, também não foi dada a devida atenção aos treinamentos

para a utilização do mesmo, de modo que se potencializa o produto dessa utilização.

Por fim, puderam-se alcançar os objetivos propostos inicialmente, onde se

buscava contextualizar o eSocial, assim como a sua aplicação e uso, através de

informações obtidas de um profissional apto a fornecê-las e através disso analisar a

realidade sobre a implementação e uso da ferramenta eSocial Módulo Empregador

Doméstico. Através desta pesquisa obtiveram-se os dados necessários para alcançar os

objetivos citados, pois através da análise dos dados foram produzidos dados que

projetassem um exemplo de uma situação vivida pelo usuário do sistema.

REFERÊNCIAS

BEUREN, Maria I. (Org.) et al. Como elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. 3 ed.

Editora Atlas, 2010.

BORGES, V. A. A. de S.; MIRANDA, C. C. F. A contabilidade na era digital. XIII Inic EPG (Encontro

Latino Americano de Iniciação Científica) e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação –

UNIVAP, São José dos Campos. Disponível em:

<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/0243_0799_01.pdf>. Data de acesso:

20/07/2016.

BRASIL. Decreto n°: 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Institui o Sistema Público de Escrituração Digital

– SPED. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-

2010/2007/Decreto/D6022.htm>. Data de acesso: 04/03/2015 ás 21:36.

BRASIL. Lei Complementar nº 150, de 1º de julho de 2015. Dispõe sobre o contrato de trabalho

doméstico. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm >. Data de

acesso: 01/08/2016 ás 20:13.

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BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui

Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm > Data de acesso: 08/05/2015 ás 13:48.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. SPED, Sistema Público de Escrituração Digital.

Disponível em:< http://portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/projetos/sped/ > Data de acesso:

20/08/2016 ás 00:14.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisas. 5º ed. Editora Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de. Sistemas de Informação: um enfoque Gerencial Inserido no

Contexto Empresarial e Tecnológico – São Paulo: Ed. Érica, 2000.

RECEITA DEFERAL DO BRASIL. Escrituração Fiscal da Folha de Pagamento e das Obrigações

Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (EFD-Social). Disponível em:

<http://www1.receita.fazenda.gov.br/noticias/2012/julho/noticia-25072012.htm>. Data de acesso:

04/03/2015 ás 22:13.

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PARTICIPAR NA ARTE DE GOVERNAR

PARTICIPAR EN REGLA ART

Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,

Universidade do Estado de Mato Grosso – PPGCA

[email protected]

Rafaela Graziele Castrillon

Universidade do estado de Mato Grosso – PGMP,

[email protected]

Laudemir Luiz Zart

Núcleo Unemat - UNITRABALHO,

laudemirzar13yahoo.com.br

Resumo: A construção deste trabalho se origina a partir de debates em sala de aula na

disciplina de políticas públicas da pós-graduação Lato Sensu em Economia Solidária e

Políticas Públicas da Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT, com isso,

trabalhou-se a proposta de participação popular em ações pública inerentes ao ambiente

a qual a sociedade pode vir a interagir, formando cenários de planejamento,

organização, controle e direcionamento de atividades sociais, culturais, artísticas,

artesanais em perímetro urbano e rural da cidade de Cáceres-MT. No desenrolar da

proposta, é trabalhado a relação entre a sociedade civil, grupos informais e formais, e

também empresas em práticas sociais na cidade Cáceres-MT.

Palavras-chave: Participação social; política; sociedade.

Palabras-clabe: Participación social; política; sociedade.

INTRODUÇÃO

Ao acessarmos os meios de comunicação como telejornais, sites, páginas sociais a

nível nacional, percebe-se que os espaços públicos são alvos de problemas como na

educação, lazer, economia, na política e ainda podendo ser mais profundo quando

aparecem na sociedade periférica a exposição de esgoto a céu aberto, doenças

originadas de endoparasitas, venda ilícita de substancias legais e ilegais.

Assim, podemos compor que os problemas existentes nos espaços públicos, são

vivenciados pela população composta pelas classes sociais de maior e menor escala

econômica. Para tanto a discussão que vem se tratar este trabalho está na vinculação de

ideias de participação social dentro do campo socioeconômico enfatizando as

características da Economia Solidária e Administração participante, sendo este o que

promoveu a leitura social de alguns problemas locais que permeiam as rodas de

conversas e a partir de uma visão holística comunitária decorrendo de aplicações sociais

em relação a participação da sociedade de processos existentes na cidade de Cáceres e

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tentando demonstrar como podemos enxergar atividades em relação ao nosso convívio

social.

Os debates em questão tentaram proporcionar a interlocução de processos

baseados na conduta de ações e procedimentos que dialogam de forma organizada com

entidades, órgãos e a sociedade.

METODOLOGIA

A elaboração de programas institucionais para integralização e formalização de

leis no âmbito municipal, estadual e nacional enfatizando a necessidade de promover a

coerência entre problemas e soluções, vem na temática para a discussão do trabalho,

com isso, foram realizados um estudo bibliográfico de pesquisadores da cidade de

Cáceres-MT que problematizam dentro do campo da Economia Solidária e

Administração participante, políticas públicas, programas que produzem ações que ao

extrapolar o campo da desigualdade social, ZART (2014, p. 15) ajuda a almejar uma

maior discussão de concepções como a de uma educação política. Sendo em seu

discurso que,

Para gerar ambiências positivas em relação a participação política,

avaliamos que são necessários programas e ações de educação

política. Compreendemos que a educação política é a possibilidade da

construção e formação teórica e metodológica de concepções e

atitudes políticas inseridas e compromissadas, que elaboram

proposições e possuem como horizonte a práxis política

transformadora.

Sendo uma porta de discussão a educação para a participação política serão os

elementos constitutivos da abordagem em que a ideia (teoria) e a políticas públicas

(práticas) caminhem com a interação necessária para chegar a uma prática social.

Economia Solidária abordando práticas sociais

Ao analisarmos os fatores decorrentes de distúrbios sociais, caímos em dados

amplos de educação, violência, cultura, economia, e muitas vezes perdemos a percepção

da base, do bairro ou até mesmo da rua e seus vizinhos. Entender que a sociedade

necessita conhecer entre si e interagir de forma harmônica promoverá a organização

social de partes que estão envolvidas com outros elementos que formam o ambiente de

convívio, para assim estimar o combate de problemas existentes.

Ao trabalhar com a Economia Solidária, é proposto a formação para organização

social em âmbitos histórico, cultural, territorial, político e econômico propondo uma

sociedade autogestionária, com equidade, cooperada e justa integrada ao bem viver

social (PUHL, 2014). Dialogar o processo atribuído na formação, pode se iniciar

trabalhos de inovação do pensar, dando condições para novos agir, como um exemplo

local da cidade de Cáceres, as atividades decorridas do Programa Nacional de

Incubadoras e iniciativas populares – PRONINC, uma política pública acessada via o

Núcleo Unemat – UNITRABALHO realizou processos de formação no assentamento

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Sapiquá, onde chegaram a construção do trabalho cooperado na produção de hortaliças

na perspectivas agroecológicas.

Abordando práticas administrativas

A participação da sociedade em movimentos sociais, grupos sociais,

empreendimentos econômicos solidários formais e informais, constroem estruturas

administrativas galgadas por fluxogramas difundidos na distribuição de tarefas para

chegaram em seus resultados. Equilibrar as funções administrativas em seu processo de

planejamento na busca de alcançar resultados viáveis e sustentáveis, são procedimentos

técnicos que Castrillon Junior (2016) ajuda-nos a entender pois, um planejamento

participativo administrativo envolve o processo de como será a execução de atividades

para se chegar a um resultado comum a todos, portanto, planejar coletivamente consiste

na distribuição de responsabilidades para o entendimento de situações decorrentes do

dia a dia de todos os atores envolvidos, sendo na solicitação de manutenção da rua onde

mora ou mesmo na iluminação pública de seu bairro.

Entender que a participação pode ser um processo educativo, quando tem-se o

entendimento de que “a participação carrega em sua essência a dimensão política”, que

procura-se distanciar do idiota, daquele que não participa e não está nem aí com os

problemas de sua comunidade” (ASSIS, 2014, p.12), problematizando a ideia de que

fazemos parte do problema que ocorre em nossa rua, escola, prefeitura, sendo

necessário o papel de agentes fiscalizadores compromissados com o bem comum.

Realizar a interação de problemas locais com soluções locais, dá condições de

formar um conhecimento que possibilita criar, manusear e alocar outros conhecimentos,

vivencias, inerentes a cultura social existente advinda de expansões territoriais

diferentes, mas, com a mesma ferramenta institucional, onde podemos caracteriza-lá de

uma política vinda do povo.

As políticas públicas são programas institucionais elaborados pelos fazedores de

leis que promovem o desenvolvimento multidimensional a sociedade, diferente de

políticas de governo, que, realizam políticas para determinado grupo de interesses e com

prazo de validade, as políticas públicas distribuídas pelos vários senários que a

sociedade participa, difunde a perspectiva de melhoramento condicional da sociedade

em suas dimensões socioeconômicas, socioambientais. (Assis, 2014; Puhl, 2014; Zart,

2014).

Logo as políticas públicas são de cunho sociopolíticos abordando os campos

centrais e periféricos de uma sociedade sendo assim, podemos buscar na administração

social a ligações de ações para tomadas de decisões a partir de vivência no ambiente,

onde se percebe a necessidade de acessibilidade para garantir a transmissão da

informação como ferramenta de gerenciamento da informação não sistematizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conflitar as ações inerentes a governança e a expectativa popular, são debates de

instâncias muito profundas, por mexermos com a percepção de qual ou quais os

parâmetros norteadores para avaliar o que seria bom para o todo, compreendendo que

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existem diversos fatores fundamentais, tendo como exemplos, aplicação de recursos

públicos, enquadramentos legislativos e a interação ambiental, para enxergar melhorias

como saneamento básico, pavimentação de ruas, iluminação pública entre outros.

Logo, retratar problemas de insatisfação midiáticos pode levar a uma

desacreditação da sociedade ao poder público, decorrente disso, uns tantos ‘por quês’ da

não participação popular em atividades, saber utilizar a informação para fins de

transformações sociais, são responsabilidade de autores, condutores e distribuidores de

informação, para tanto, uma problemática que perpassa por vários caminhos e sujeitos,

como também são os problemas práticos sociais, ambientais, culturais, políticos e

econômicos. Entender o processo do qual fazemos parte e que este compõe o Todo

Social, remete-nos a entender que somos agentes de transformação para a condução de

novas possibilidades de conivência social.

Participar na arte de governar então, não está vinculado somente no cargo de

presidente da associação, prefeito da cidade, governador do estado, mas sim, na função

de ser agente transformador da realidade onde se está inserido.

REFERENCIAS

ASSIS, Aparecido de. Teoria da Participação e Ética In: ZART, Laudemir Luiz; MENDES, Edson

Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora Unemat, Série

Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014. P 12-14.

CASTRILLON JUNIOR, Douglas Alexandre de Campos [et al]. Planejamento participativo: ação

estratégica. In: ZART, Laudemir Luiz. (org). Caderno Pedagógico: práticas de incubação. Cáceres-MT -

Editora Unemat, Série Sociedade Solidária. Vol. 4. Nº.1 - 2016. P. 21-22.

PUHL, João Ivo. Participação Política e didática autogestionária. In: ZART, Laudemir Luiz;

MENDES, Edson Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora

Unemat, Série Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014.

SENAES, Secretaria Nacional de Economia Solidária/MTE. Economia Solidária na Política Pública

Nacional. Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária – Rede de Gestores.

ZART, Laudemir Luiz. Educação Política em Processos Participativos. In: ZART, Laudemir Luiz;

MENDES, Edson Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora

Unemat, Série Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014

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PLANEJAMENTO FAMILIAR: A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA

PERCEPÇÃO DO CASAL

PLANIFICACIÓN FAMILIAR: UN ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA

PERCEPCIÓN DO CASAL

Alydaiane Antônia Sales Jorge Dias

Nayara Ferreira

Carla Maria Lunardi

Resumo: A consulta realizada pelo enfermeiro de planejamento familiar é uma forma

positiva para manter uma relação cliente-profissional interativa, constituindo-se um

momento para compreender as dúvidas e queixas, diminuindo qualquer anseio quanto

ao processo de planejamento familiar. O objetivo do trabalho foi descrever a assistência

de enfermagem prestada em planejamento familiar sob a ótica e percepção dos casais.

Os resultados evidenciaram aspectos como a necessidade dos enfermeiros

aperfeiçoarem a sua capacidade de comunicação com os usuários, uma vez que seus

serviços de fornecimento de orientações referente a questões de planejamento familiar

são primordiais na garantia de escolhas informadas a fim de auxiliar os casais na tomada

de suas decisões em prol da saúde de sua família. Portanto percebeu-se que os

profissionais têm o conhecimento sobre quais ações e medidas tomarem para melhorar a

assistência no planejamento familiar, porém existem várias barreiras que dificultam a

efetivação das ações.

RESUMEN: La consulta llevada a cabo por la enfermera de planificación familiar es

una forma positiva de mantener una relación interactiva entre cliente y proveedor,

siendo un momento para comprender las dudas y reclamaciones, la reducción de la

ansiedad sobre el proceso de planificación de la familia. El objetivo fue describir los

cuidados de enfermería en la planificación familiar en la visión y la percepción de las

parejas. Los resultados proporcionados ideas sobre la necesidad de enfermeras mejoran

su capacidad para comunicarse con los usuarios, ya que sus pautas de servicio de

suministro relacionadas con cuestiones de planificación familiar son de suma

importancia en la elección de garantía informado para ayudar a las parejas en la toma de

sus decisiones para la salud de su familia. Por lo tanto, se dio cuenta de que los

profesionales tienen el conocimiento acerca de qué acciones y medidas a tomar para

mejorar la atención en la planificación familiar, pero hay varias barreras para acciones

efectivas.

Palavras chaves: Enfermagem, Assistência, Planejamento Familiar.

Palabras clave: Enfermería, Asistencia, Planeamiento Familiar.

INTRODUÇÃO

O planejamento familiar é de extrema importância para a saúde reprodutiva, sendo

considerado um conjunto de ações de atenção direcionadas à mulher, ao homem e casal

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por meio do fornecimento de recursos e técnicas, tanto para auxiliar a ter filhos, quanto

para evitar gestações não planejadas (BRASIL, 2009).

Grande parte dos atendimentos de planejamento familiar normalmente são

realizados pelos enfermeiros durante a consulta de enfermagem. A consulta é uma

forma positiva para manter uma relação cliente-profissional interativa, constituindo-se

um momento para compreender as dúvidas e queixas, diminuindo qualquer anseio

quanto ao processo de planejamento familiar (DIOGENES, 2009).

O profissional também deve estar atento a concepção deste casal, orienta-los sob

os métodos contraceptivos. Assim, uma das expectativas do planejamento familiar é de

que o indivíduo ou casal seja capaz de escolher um método contraceptivo de forma

livre, para isto, é importante ter conhecimento e acesso a todos os métodos

contraceptivos disponíveis e aprovados cientificamente (NICOLAR, 2012).

Diante do exposto, e reconhecendo a importância da assistência em planejamento

familiar para uma prática consciente, saudável e segura dos casais, bem como a

importância do enfermeiro neste processo. Objetivou-se compreender a abordagem dos

enfermeiros pela visão dos casais atendidos sobre assistência de enfermagem prestada

em planejamento familiar e a importância desta assistência para nortear futuras

melhorias nas atitutes do enfermeiro neste processo.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa,

desenvolvido na Estratégia Saúde da Família do município de Sinop-MT. Trata-se de

um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa, desenvolvido na

Estratégia Saúde da Família do município de Sinop-MT.

Os locais elencados foram todas as Unidades de saúde da Família (USF) e o

Serviço de Atendimento Especializado para DST, AIDS e Hepatites Virais (SAE),

sendo este, o local em que os casais, após passarem pela Unidade de Saúde da Família,

são encaminhados para participarem do grupo de planejamento reprodutivo (SINOP,

2012).

Os sujeitos da pesquisa constituíram-se em casais escolhidos por meio da análise

dos nomes de inscritos para o grupo de planejamento reprodutivo, sendo assim

possuíam os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, conforme a Lei 1.923 de

1996 que preconiza o planejamento familiar. A coleta de dados foi realizada através de

uma entrevista semiestruturada, norteadas por um roteiro que abordou a percepção do

casal a respeito da assistência de enfermagem.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os profissionais de saúde podem atuar na assistência à anticoncepção em três

ações: atividades clínicas, aconselhamento e atividades educativas. Sendo estas

atividades desenvolvidas de forma integrada, levando sempre em consideração que toda

a visita ao serviço de saúde constitui em uma oportunidade para realizar a prática de

ações educativas (PAZ, 2009).

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Foi evidenciado através das falas dos casais aspectos relacionado à falta de

orientações por parte dos enfermeiros para os casais. Sendo assim, enfermeiros

necessitam aperfeiçoar sua capacidade de comunicação com os usuários, uma vez que

seus serviços de fornecimento de orientações referente a questões de planejamento

familiar são primordiais na garantia de escolhas informadas a fim de auxiliar os casais

na tomada de suas decisões em prol da saúde de sua família (NICOLAU, 2012).

No entanto, os outros casais não foram atendidos somente pelos enfermeiros e sim

em conjunto com o profissional médico da Atenção Básica à Saúde, onde já foi

realizado o encaminhamento para as cirurgias irreversíveis (vasectomia ou laqueadura).

Verificou-se que os enfermeiros e a equipe médica não forneceram orientações de

outros métodos contraceptivos para os casais, muito menos enfatizaram os riscos que a

esterilização feminina e masculina pode causar. Fatos que contradizem o que foi

mencionado nas entrevistas realizadas com os enfermeiros por referiam fornecer

informações sobre todos os métodos.

A esse respeito é evidente que o aconselhamento adequado auxilia o paciente a

escolher e fazer uso do método contraceptivo apropriado, mas deve ser levado em

consideração que os pacientes são diferentes entre si, bem como as situações que vivem

(PENAFORTE, 2012).

Foi notável que se o planejamento familiar fosse abordado corretamente pelo

enfermeiro na Unidade de Saúde de Família as dúvidas seriam sanadas e os casais

teriam a oportunidade de anteriormente realizar escolhas que poderiam não ser

definitivas, como a vasectomia e a laqueadura e essa escolha poderia evitar angustias e

preocupações futuras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Outro ponto que merece destaque é a pouca assistência fornecida para os casais,

pois os médicos e enfermeiros não consideraram todos os métodos contraceptivos

existentes, as características que se enquadram no perfil singular de cada indivíduo e a

importância de se planejar uma gestação.

Além disso, grande parte dos casais foi encaminhada diretamente para possível

realização da laqueadura ou vasectomia sem as orientações devidas sobre esses

procedimentos irreversíveis. Aspecto delicado visto que os enfermeiros referiram

abordar todos os métodos.

Entretanto, evidenciou-se a importância da abordagem aos métodos

contraceptivos de maneira adequada para não trazer risco à vida e à saúde dos pacientes,

dando ênfase nas técnicas de uso, e seus efeitos positivos, adversos e contraindicações.

Isso em virtude que os enfermeiros mostraram conhecimento sobre a importância dessa

assistência adequada, que caso colocado em prática poderia ter fornecido outra realidade

a vida dos casais.

Então se percebe a necessidade de investigar mais profundamente quais as

estratégias apropriadas para motivar os enfermeiros a melhorar a assistência, no

concerne ao conhecimento e a sua transmissão para colocarem suas sugestões na

prática.

Assim, se a temática fosse abordada de forma adequada pelos profissionais,

poderia ser comprovado um aumento da procura por parte dos casais que poderia

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135

ocasionar uma diminuição de risco infecções hospitalar, isso devido a escolha prematura

dos métodos contraceptivos definitivos. Deste modo, proporcionaria mais qualidade de

vida não somente ao casal, mas a família como um todo.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.

Brasília, 2009.

DIOGENES, M.A.R; LINARD, A.G; TEIXEIRA, C.A.B; Comunicação, Acolhimento e Educação em

Saúde na Consulta De Enfermagem em Ginecologia. Revista Rene (Fortaleza). 2010; 11(4):38-46.

NICOLAU, A.I.O; DANTAS, R.C; GADELHA, A.P.P; PINHEIRO, A.K.B; Conhecimento, atitude e

pratica de mulheres residentes no meio rural acerca dos métodos contraceptivos. Revista eletrônica

de enfermagem. 2012;14(1):164-70.

SINOP. Secretaria Municipal de Saúde. Dados da Estratégia de Saúde da Família. Sinop, 2012.

PAZ, E. C.M; DITTERICH, R.G; O conhecimento das mulheres sobre os métodos contraceptivos no

planejamento familiar. Revista Gestão & Saúde (Curitiba), 2009; 1(1):1-10.

PENAFORTE, M. C. L. F; SILVA, L.R; ESTEVES, A. P. V. S; SILVA, R.F; SANTOS, I. M. M;

SILVA, M. D. B; Conhecimento, uso e escolha dos métodos contraceptivos por um grupo de

mulheres de uma unidade básica de saúde em Teresópolis, RJ. Cogitare Enfermagem. 2010;

15(1):124-130.

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PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO: REDUZINDO O IMPACTO AMBIENTAL

LA PRODUCCIÓN DE BIOPLÁSTICOS: LA REDUCCIÓN EL IMPACTO

AMBIENTAL

Juliana Gutierrez da Silva

Elisandra Beatriz Loffler

Robson da Rocha Andrade

Resumo: O presente trabalho pretende identificar a importância do desenvolvimento de

bioplásticos para redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado do

plástico advindo de fontes de petróleo. Tem como metodologia, a pesquisa de natureza

bibliográfica. A produção de bioplásticos através de resíduos é uma das alternativas

para ajudar na diminuição de lixos plásticos acumulados durante anos em lixões. Diante

da pesquisa pode-se concluir que a produção do bioplástico trará inúmeros benefícios,

tais como: decomposição mais rápida no ambiente natural, além de reutilizar materiais

que seriam considerados como lixo em sua fabricação. Como por exemplo temos

produção de bioplásticos com a casca da batata, que inicialmente é tratada como lixo,

mas ao utilizar esse resíduo para a produção do bioplástico, é evitado seu descarte e

utilizado para produção de um novo bem. Temos ainda a mandioca que pode ser

produzida somente para a produção de bioplástico, que poderá gerar novos empregos.

Palabras clave: Plásticos; Biopolímeros; Sostenibilidad.

Palavras chave: Plásticos; Biopolímeros; Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

De acordo com Piatti; Rodrigues (2005, p. 20), “a palavra plástico vem do grego

plástikos. Ela é empregada em várias áreas do conhecimento humano, apresentando um

espectro de significados, mas em geral se refere a algo moldável”.

Conforme Oliveira et al. (2012, p.97) os sacos plásticos foram “introduzidos nos

anos 70, e eles rapidamente se tornaram muito populares, em especial através da sua

distribuição gratuita nos supermercados e lojas, que são utilizados para embalar tudo o

que passa pelo caixa, não importando o tamanho do produto que se tenha à mão”. Esse

hábito já foi introduzido na rotina da nossa sociedade.

Segundo Oliveira et al. (2012, p.97) “no Brasil são produzidos cerca de 3 milhões

de toneladas de plástico. Atualmente, 10% do lixo brasileiro são compostos por sacolas

plásticas e cada brasileiro utiliza 19 quilos de sacolas por ano”. São dados alarmantes,

pois, todo esse lixo vai parar nos bueiros das nossas cidades, que trazem grandes

transtornos, como alagamento de bairros, custos das prefeituras com a limpeza desses

bueiros.

Tendo em vista a necessidade de mudança no que tange a poluição do meio

ambiente, este trabalho pretende identificar a importância do desenvolvimento de

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bioplásticos para redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado do

plástico advindo de fontes de petrolíferas.

Tendo em vista os impactos ambientais e financeiros causados pelas sacolas

plásticas, uma das alternativas para diminuição desta agressão ao meio ambiente é a

produção de sacolas biodegradáveis que ao entrar em contato com o solo, dentro de um

curto período, se degrada naturalmente, tendo em vista que boa parte deste produto vai

para os lixões das cidades.

Oliveira et al. (2012, p.98) afirma que

o lixo urbano, sendo inesgotável, é também um grave problema para a

sociedade e os órgãos responsáveis pela limpeza pública, pois grandes

quantidades de volumes de resíduos de toda natureza são descartados no

meio urbano, o que necessita de um destino final adequado.

Sobre os polímeros biodegradáveis Franchet; Maconato (2006, p. 813) diz que

“estes polímeros são materiais degradáveis, em que a degradação resulta primariamente

da ação de microrganismos, tais como fungos, bactérias e algas de ocorrência natural,

gerando CO2, CH4, componentes celulares e outros produtos”.

Segundo Mendes (2009, p.26),

o crescimento do consumo de polímeros tem tornado necessária a produção

de substitutos ambientalmente sustentáveis, os chamados polímeros ou

plásticos biodegradáveis, importantes no gerenciamento de resíduos sólidos.

Nos dias atuais temos vários estudos que buscam alternativas de substituição do

plástico, estes estudos apresentam opções que buscam encontrar novos materiais

poliméricos que possam substituir parcialmente os materiais sintéticos.

Uma das opções para alternativas de substituição é preparar compósitos de PHB

reforçado com fibra lignocelulósica, conforme Caraschi et al (2002, p. 812) “a farinha

de madeira, um resíduo agroindustrial biodegradável, abundante, não tóxico e

proveniente de fontes renováveis, como as madeiras de reflorestamento (pinus e

eucaliptos) ”.

Temos ainda como alternativa a batata que conforme Neves et al (2013, p23) “é

um tubérculo promissor na indústria de polímeros de amido. No entanto, apesar de

possuir destaque no setor alimentício, do total de batata produzida, aproximadamente

35% (casca e resto de polpa) é descartada no processo de industrialização”. Então

podemos perceber que para a produção do bioplástico poderemos utilizar a casca da

batata que é tratada como lixo, dando uma destinação nova a esse resíduo como também

deixando o bioplástico um produto mais acessível a baixo custo.

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METODOLOGIA

Aragão, Barros e Oliveira (2005, p.21) definem que a metodologia não se estende

apenas ao estudo dos métodos manuseados para se obter os resultados, mas abrange

toda a parte literária usada pelo pesquisador no referencial teórico do trabalho.

O presente trabalho foi uma pesquisa de natureza bibliográfica, onde o

pesquisador procurou compreender e aprofundar os diversos conceitos e teorias

apresentado referente ao tema apresentado. Ruiz (2013, 41) aponta que a bibliografia

são produções escrita em livros por diversos autores com inúmeros pensamentos

referentes ao um estipulado assunto.

A pesquisa bibliográfica nada mais é o estudo sistematizado desenvolvido com

base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material

acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo

de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser

fonte primária ou secundária (Ruiz, 2013, p.41).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca por alternativas mais ecológicas e menos agressivas aos ecossistemas

vem sendo cada vez mais estudada e discutida por estudiosos e cientistas, uma vez, que

anseias em reduzir a degradação causada pelo homem.

Neste sentido, conclui-se que os plásticos advindos de fontes petrolíferas levam

séculos para se decompor enquanto que o Bioplástico leva apenas poucos dias. Assim

podemos avaliar que o lixo urbano segue uma linha crescente, causa grandes problemas,

como a obstrução da vasão da água em bueiros, além da poluição de rios.

A produção do bioplástico trará inúmeros benefícios, tais como: decomposição

mais rápida no ambiente natural, além de reutilizar materiais que seriam considerados

como lixo em sua fabricação. Como por exemplo temos produção de bioplásticos com a

casca da batata, que inicialmente é tratada como lixo, mas ao utilizar esse resíduo para a

produção do bioplástico, é evitado seu descarte e utilizado para produção de um novo

bem. Temos ainda como alternativa para produção de bioplástico a mandioca, devido ter

em sua composição o amido que é o principal componente para a produção do

bioplástico.

Fazendo então uma análise desses produtos utilizados como alternativa para

produção do bioplástico, verificamos que eles ainda além de serem resíduos, tem um

custo alto para produção tendo em vista que esses produtos, batata e mandioca, estão

competindo com a alimentação, tornando o produto bioplástico mais caro para aquisição

por parte das pessoas e empresas de todos os níveis.

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REFERÊNCIAS

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METODOLOGIA DE PESQUISA. v. 5, n. 2 (2005). Disponível em: <http://www.e-

publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/revispsi/article/view/11175/8882 >. Acesso em Janeiro de 2017.

CARASCHI, J. C. 2002. Compósitos biodegradáveis de polihidroxibutirato (PHB) reforçado com

farinha de madeira: propriedades e degradação. Acta Scientiarum. v. 24, n.6, p. 1609-1614.

FRANCHETTI, S. M. M.; MARCONATO, J. C. 2006. Polímeros biodegradáveis – uma solução

parcial para diminuir a quantidade dos resíduos plásticos. Química Nova. v. 29, n. 4, p. 811-816.

MENDES, F. M.; CURVELO, A. A. S. Produção e caracterização de bioplásticos a partir de amido

de batata, poli-hidroxibutirato e poli-hidroxibutirato-co-valerato. Congresso brasileiro de polímeros.

2009, Paraná. Anais eletrônicos... Paraná: 2009. Disponível

em:<https://www.ipen.br/biblioteca/cd/cbpol/2009/PDF/926.pdf>. Acesso em: 25/11/2015.

NEVES, J. M. et al. Produção de bioplásticos a partir da casca da batata (solanum tuberosum): o

desenvolvimento de um protótipo interdisciplinar. Congresso brasileiro de educação em engenharia,

2013, Rio Grande do Sul. Anais eletrônicos... Rio Grande do Sul: 2013. Disponível em: <

http://www.fadep.br/engenharia-eletrica/congresso/pdf/116912_1.pdf>. Acesso em 28/11/2015.

OLIVEIRA, L. L. et al. 2012. Impactos ambientais causados pelas sacolas plásticas: o caso Campina

Grande – PB. Revista de biologia e farmácia. v.7, n.1, p. 88-102.

PIATTI, T. M.; RODRIGUES, R. A. F. 2005. Plásticos: características, usos, produção e impactos

ambientais. EDUFAL. 51 p. Disponível em:< http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-

cadernos-tematicos/Plasticos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf>. Acesso em:

11/10/2015.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª ed. São Paulo: Atlas,

2013.

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SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA

ENFERMAGEM NAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM

CÁCERES/MT - BRASIL

SÍNDROME DE BURNOUT EN LA PRÁCTICA PROFESIONAL DE

ENFERMERÍA EN LAS ESTRATEGIAS DE SALUD FAMILIAR EN

CÁCERES/MT - BRASIL

Ednardo Fornanciari Antunes

Angela de Queiroz Almeida

Resumo: A Síndrome de burnout é definida como uma das implicâncias mais

marcantes do estresse profissional, caracterizada como uma reação à tensão emocional

crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho. Essa

doença faz com que a pessoa diminua o interesse pelo trabalho, de forma que as

relações e os acontecimentos deixem de ter importância e qualquer esforço pessoal

pareça inútil. Considera-se com burnout uma pessoa que apresente altas pontuações em

Exaustão Emocional e Despersonalização, associadas a baixos valores em

Envolvimento Pessoal no Trabalho. Estudo qualitativo para verificar a presença e

avaliar os níveis da síndrome de burnout nos enfermeiros das 10 ESF de Cáceres e

verificar o nível de burnout nas três dimensões: Exaustão Emocional, Envolvimento

Pessoal no Trabalho e Despersonalização. Realizado por meio da aplicação do

instrumento Maslach Burnout Inventory, para a avaliação da síndrome de burnout, e

questionário social, para delinear o perfil dos profissionais. Houve predominância de

profissionais do sexo feminino (n=9; 90%). Os resultados demonstraram que 30% dos

participantes apresentavam alto nível de Exaustão Emocional (EE), 20% apresentam

alto nível de Envolvimento no Trabalho (EPT) e 50% apresentam alto nível de

Despersonalização (DP).

Palavras-chave: Síndrome de burnout, esgotamento profissional, enfermagem.

Palabras clave: Síndrome de burnout, agotamiento profissional, enfermería.

INTRODUÇÃO

Estudo qualitativo para verificar a presença e avaliar os níveis da síndrome de

burnout nos enfermeiros das 10 ESF de Cáceres e verificar o nível de burnout nas três

dimensões: Exaustão Emocional, Envolvimento Pessoal no Trabalho e

Despersonalização.

O termo burnout tem origem na língua inglesa, e faz referência àquilo que deixou

de trabalhar por total falta de energia, uma metáfora para significar algo que chegou ao

seu extremo e, por falta de energia, não tem mais qualidades de comportamento físico

ou mental (BENEVIDES-PEREIRA, 2003; LIMA ET AL 2007).

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A síndrome de Burnout é definida por Codo; Menezes (2002) como uma condição

na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as

coisas já não importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil.

Há um consenso de que a Síndrome de Burnout é um atributo do ambiente

laboral e que este é um procedimento que se dá em resposta à cronificação do estresse

ocupacional, acarretando implicações negativas tanto em nível individual como

profissional, familiar e social (BENEVIDES-PEREIRA, 2003).

Para Lima et al (2007) e Carlotto (2002) atualmente a definição mais aceita da

Síndrome de Burnout é a baseada no ponto de vista sociopsicológico de Maslach, sendo

esta organizada em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa

realização pessoal no trabalho.

A exaustão emocional expõe sobre a diminuição dos recursos emocionais

internos ocasionadas por demandas interpessoais. A despersonalização reflete a

ampliação de atitudes frias, negativas e indiferentes direcionadas aos receptores de um

serviço prestado, demonstrando a desumanização, a resistência, inflexibilidade e o

tratamento impessoal das pessoas com Burnout para com seus clientes, colegas e

superiores. Por fim, a sensação de baixa realização profissional demonstra que pessoas

afetadas pela síndrome acreditam que seus objetivos profissionais não foram alcançados

e vivenciam um efeito de incapacidade e baixa autoestima profissional (LIMA ET AL,

2007).

METODOLOGIA

Estudo qualitativo, realizado com 10 enfermeiros das Estratégias da Saúde da

Família (ESF) da cidade de Cáceres-MT.

O presente projeto de pesquisa foi entregue para a Secretaria Municipal de Saúde

para autorização do seu desenvolvimento. Foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa

da Universidade do Estado de Mato Grosso conforme resolução n° 196/96, parecer n°

205/2011 para pesquisa envolvendo seres humanos para análise e aprovação, protocolo

nº 130/2011, sendo aprovado em 10 de novembro de 2011.

Para a coleta de dados foi entregue aos enfermeiros o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

A pesquisa se deu por meio de dois instrumentos: o Maslach Burnout Inventory

(MBI) utilizado para a avaliação da síndrome de burnout, neste trabalho adaptado de

Manita (2003), e questionário social construído pelos pesquisadores e utilizado para

delinear o perfil dos profissionais.

O MBI é o instrumento que avalia as três dimensões da síndrome de burnout:

Exaustão Emocional (EE), Envolvimento Pessoal no Trabalho (EPT) e

Despersonalização (DP). No fator Exaustão Emocional, pontuação igual ou acima de 27

indica alto nível de exaustão, entre 19-26 pressupõe nível médio e pontuação igual ou

menor que 19 caracteriza baixo nível de exaustão.

Para a dimensão Despersonalização, valor igual ou superior a 10 indica alto nível

de despersonalização, entre 6-9 é indicativa de médio nível e valor igual ou menor que 6

indica baixo nível.

No fator Envolvimento Pessoal no Trabalho, pontuação igual ou maior que 40

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indica baixo nível de envolvimento, entre 34-39 indica nível médio e pontuação igual

ou menor que 33 caracteriza alto nível de envolvimento.

A combinação dos níveis encontrados nas três dimensões define a Síndrome de

Burnout. Assim, quando ocorre associação de altas pontuações em Exaustão Emocional

e Despersonalização e a obtenção de baixa pontuação em Envolvimento Pessoal no

Trabalho, infere-se que o indivíduo apresenta a síndrome.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tabela 1 apresenta a classificação das variáveis sociais.

Observa-se que 90% (n=9) dos participantes são do sexo feminino. De acordo

com Pelá; Galante; Gabrielli (2002), estima-se que 70% dos profissionais de

enfermagem aqui no Brasil são mulheres, e historicamente a profissão tem sido

considerada feminina. Esta predominância se da pelo fato de que o cuidado social é

culturalmente atribuído às mulheres, como os cuidados com idosos, crianças, doentes e

parturientes.

Tabela 1: Variáveis sociais dos enfermeiros das ESFs em Cáceres/MT – Brasil. Variável nº %

Sexo

Feminino

Masculino

9

1

90

10

Carga Horária

40 < 40

10

0

100

0

Vinculo Empregatício

Concursado

Contratado

7

3

70

30

Tempo na Unidade (anos)

< 1 1 a 5

5 a 7

> 7

2

4

3

1

20

40

30

10

Outro Emprego

Sim

Não

0

10

0

100

Fonte: Questionário social aplicado aos profissionais das ESFs em Cáceres - MT.

A carga horária exercida pelos participantes é a mesma de 40h semanais (n=10).

Quanto ao tipo de vínculo profissional, 70% (n=7) concursados e 30% (n=3)

contratados. Quanto ao tempo em que atuam na unidade 20% (n=2) está a menos de um

ano, 40% (n=4) tem até 5 anos de atuação, 30% (n=3) tem entre 5 e 7 anos de trabalho e

10% (n=1) tem acima de 7 anos de atuação. Todos declararam possuir apenas este

emprego.

Na tabela 2 são apresentados os resultados das pontuações obtidas no teste MBI

referentes às dimensões da Síndrome de Burnout: Exaustão Emocional (EE),

Envolvimento Pessoal do trabalho (EPT) e Despersonalização (DP).

Tabela 2: Distribuição dos participantes (%) de acordo as dimensões do teste MBI.

Exaustão Emocional Envolvimento Pessoal no

Trabalho Despersonalização

Alto 30% 50% 30%

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Médio 40% 40% 50%

Baixo 30% 10% 20%

Fonte: Questionário MBI aplicado aos profissionais das ESFs em Cáceres – MT.

Na dimensão Exaustão Emocional (EE) os resultados mostram que 30% dos

participantes possuem o nível baixo, 40% apresentam nível médio e 30% apresentam

nível alto. É caracterizada como sobrecarga emocional. É o traço inicial do Burnout,

assinalado por manifestações psíquicas e físicas com reduzida capacidade de produção

laboral (FRANCO ET AL 2011).

Na dimensão envolvimento pessoal do trabalho, conhecida também como

sentimento de incompetência profissional, podemos observar que 50% dos participantes

apresentam um alto nível de envolvimento no trabalho, o que é bom, porque esse

envolvimento que o profissional tem com o seu local de trabalho mostra que ele gosta

do que faz e se sente bem com as tarefas que desenvolve. 40% apresentam um nível

médio de envolvimento no trabalho e apenas 10% tem um índice baixo de envolvimento

no trabalho.

A dimensão envolvimento pessoal no trabalho, que é fator de realização

profissional, obteve bons índices ficando entre os níveis médio e alto, e segundo Ferrari;

França; Magalhães (2012) o envolvimento com o trabalho reflete no bem-estar do

profissional e na saúde do trabalhador que consequentemente refletem no bom

funcionamento e produtividade da instituição.

Observa-se que 20% dos participantes da pesquisa apresentam um baixo nível de

despersonalização, 50% apresentam nível médio e 30% apresentam um nível alto.

Despersonalização é a característica específica da SB, percebida por

insensibilidade e desumanização no atendimento. Tratam os clientes e os colegas de

trabalho com frieza e indiferença (FRANCO ET AL, 2011).

De acordo com Ruviaro; Bardagi (2010) a despersonalização geralmente vem

acompanhada de ansiedade, aumento da irritabilidade e perda de motivação. O

indivíduo se vê cercado de sentimentos negativos para si mesmo e para com os outros.

Ocorre uma redução das metas de trabalho, da responsabilidade com os resultados,

alienação e conduta egoísta.

Os dados sobre MBI demonstraram tendência de médio a alto quanto aos índices

de envolvimento pessoal no trabalho, exaustão emocional e despersonalização. Este

achado parece corroborar com o fato de que o trabalho em PSF vem exigindo um

desdobramento desses profissionais em função das condições precárias de trabalho

encontradas na realidade cacerense.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica

InterAção Psy, ano 1, n. 1, p. 4-11, 2003.

CARLOTTO, M. S. A síndrome de burnout o trabalho docente. Psicologia em Estudo, v. 7, n. 1, p. 21-

29, 2002.

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CODO, W; MENEZES, I. V. O que é burnout? In: WANDERLEY CODO. (Org.). Educação: Carinho e

Trabalho. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

FERRARI, R., FRANÇA, F. M., MAGALHÃES, J. Avaliação da síndrome de burnout em profissionais

de saúde: uma revisão integrativa da literatura. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 3, n. 3, p. 1150-

165, 2012.

FRANCO, G. P. et al. Burnout em residentes de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 45, n. 1, p. 12-

18, 2011.

LIMA et al. Síndrome de Burnout em residentes da Universidade Federal de Uberlândia – 2004. Rev.

Bras. Edu. Méd., v.31, n. 2, 2007.

PELÁ, N. T. R.; GALANTE, A. C.; GABRIELLI, J. M. W. Aluno (homem) de enfermagem: seu

significado para universitários. An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm, 2002

RUVIARO, M. F. S.; BARDAGI, M. P. Síndrome de burnout e satisfação no trabalho em profissionais da

área de enfermagem do interior do RS. Barbarói, n. 33, 2010.

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: ESTUDO DE CASO NA COMETA

MOTOCENTER.

SOSTENIBILIDAD EMPRESARIAL: ESTUDIO DE CASO EN LA COMETA

MOTOCENTER

Elisandra Beatriz Loffler

[email protected]

Juliana Gutierrez da Silva

[email protected]

Mayk Jonhon de Carvalho Souza

[email protected]

Resumo: A sustentabilidade é assunto de discussão mundial, neste sentido o presente

trabalho tem como objetivo fazer uma comparação entre as soluções sustentáveis

adotados por autores e compara-los com as práticas sustentáveis adotadas pela empresa

Cometa Motocenter localizada em Cáceres - MT. Inicialmente buscou-se o conceito de

sustentabilidade e quais ações deveriam ser feitas pelas instituições para que as mesmas

se tornassem sustentáveis. Em seguida foi feito levantamento de dados e de informações

relevantes à investigação e à compreensão das questões propostas, com a técnica de

documentação indireta. Quanto ao método de procedimento utilizou-se a técnica de

comparação com base em estudo de casos. A análise dos resultados demonstrou que a

empresa Cometa Motocenter, apresenta resultados satisfatórios no quesito

sustentabilidade, pois confirma através dos seus projetos sociais e ambientais que se

preocupa com o bem-estar socioambiental, e permanece na busca constante do

aperfeiçoamento nas relações sustentáveis.

Palabras clave: Contraseñas: Sostenibilidad empresarial, responsabilidad

sócioambiental, Cometa Motocenter.

INTRODUÇÃO

A crescente conscientização mundial acerca das questões relacionadas ao meio

ambiente, aliado a legislação ambiental, faz com que cada vez mais as empresas se

preocupem em reduzir seus impactos na natureza, preservar recursos não renováveis e

adotar práticas sustentáveis, em seu processo produtivo.

As empresas por sua vez tem compreendido seu papel perante as questões

ambientais e vem adequando seus processos com novas práticas e medidas sustentáveis,

buscando interação e equilíbrio entre a lucratividade e a sustentabilidade.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar as soluções de

sustentabilidade apresentadas por autores e compara-la com o que vem sendo feito pela

empresa Cometa Motocenter no ano de 2016.

Para que o objetivo seja atingido será identificado quais as práticas sustentáveis

adotadas pela empresa Cometa Motocenter no ano de 2016, haja vista que as adoções

das práticas sustentáveis trazem benefícios ao meio ambiente, a sociedade e à própria

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instituição, além de ser uma importante ferramenta que demonstra boa imagem

institucional, transparências em suas ações e dá maior credibilidade no negócio.

Os avanços advindos na área ambiental sem sombra de dúvidas deram um salto

quantitativo nos últimos tempos, seja por meio da criação de novas tecnologias, ou seja,

pela criação de políticas ambientais, o que ocasionou “a consolidação de práticas e a

formulação de diretrizes que tratam da questão ambiental de forma sistêmica e

integrada” (Tinoco e Kraemer, 2011 p. 78).

A busca pelo equilíbrio econômico e ecológico, ganhou mais ênfase a partir dos

resultados da Rio-92, que trouxe a noção de desenvolvimento sustentável, deixando

novos desafios a serem desenvolvidos e conquistados pela gestão ambiental.

Costa (2012 p. 123), afirma que a sustentabilidade “surge para dar resposta à

necessidade de harmonizar os processos ambientais com os socioeconômicos,

maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas

presentes e futuras. ”

Veiga (2007 p.56) define sustentabilidade como a interação entre crescimento

econômico, respeito aos limites e uso dos recursos naturais, sem destruição do

ecossistema, para que as gerações futuras tenham a mesma oportunidade de utiliza-lo e

prosperar.

Neste contexto, podemos observar que a sustentabilidade não deve ser vista

somente como preservação ambiental, ela é a integração de Meio Ambiente, produzir

com o menor impacto possível, precisa ser economicamente viável e socialmente justa e

correta, e isto já esta sendo adotados pelas empresas, visto que elas compreenderam e

aceitaram que a questão social é de suma importância para seu progresso, e acabaram

por inserir os seus trabalhadores como parte integrante deste processo.

O maior desafio para se construir um desenvolvimento sustentável é, o

crescimento global, pois este deve valorizar os recursos naturais e humanos, buscando a

melhoria da qualidade e a edificação de uma sociedade sustentável capaz de superar os

problemas atuais e utilizar as potencialidades existentes no país e no mundo. É preciso

reflexão e busca por solução de uma série de problemas, além de estabelecer mudanças,

como por exemplifica Mininni-Medina (2001 p. 189):

Agricultura sustentável: mudanças nas políticas de ocupação dos solos, novos

modelos de produção e comercialização dando prioridade a conservação ambiental, e o

não uso de agrotóxicos, por conseguinte investimentos para que tudo isso possa

efetivamente acontecer.

Sustentabilidade nas cidades: permitir a todos que possuam espaços urbanos

adequados a todos os fins e atividades, espaços arborizados, moradias descentes,

transporte apropriados, lazer, cultura; entre tantas outras coisas.

Infra-estrutura sustentável: Busca pelas empresas que almejam a sustentabilidade,

produção de matriz energética eficiente, investimento em alternativas de novas

tecnologias para produção de energia limpa.

Redução de desigualdades: redução da pobreza, inclusão social, educação adequada,

consumo consciente das camadas privilegiadas, amor ao próximo.

Ciência e tecnologia: infraestrutura e investimento na ciência e na tecnologia,

consequentemente mais investimento em educação e pesquisa.

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É importante salientar que para as instituições serem consideradas sustentáveis,

não se podem distinguir as questões sociais das questões ambientais. Por isso, quando a

empresa é considerada ecologicamente sustentável, é porque ela estará atuando de

forma socialmente justa e ambientalmente correta, assim atendendo aos interesses de

todos os stakeholders que afetam ou são afetados por suas atividades.

MATERIAIS e MÉTODOS:

O trabalho a ser desenvolvido será de caráter descritivo, e se desenvolverá com o

intuito de comparar as práticas trazidas por autores com as práticas sustentáveis

adotadas pela empresa Cometa Motocenter, no Município de Cáceres.

Segundo Gil (2002 p. 67) a pesquisa descritiva descreve as características de

determinada população ao fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as

variáveis.

A empresa a ser analisada neste caso será a Cometa Motocenter, localizada na

cidade de Cáceres – MT. Para a coleta, levantamento de dados e de informações

relevantes à investigação e à compreensão das questões propostas, serão utilizadas

técnicas de documentação indireta. A documentação indireta divide-se em pesquisa

documental e pesquisa bibliográfica. Quanto ao método de procedimento utiliza-se a

técnica de comparação com base em estudo de casos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O quadro 1 apresenta as medidas de soluções sustentáveis propostas por

Mininni-Medina (2001) e as soluções sustentáveis apresentadas pela empresa Cometa

Motocenter:

Mininni-Medina (2001) Cometa Motocenter

Sustentabilidade nas cidades:

permitir a todos que possuam

espaços urbanos adequados a todos

os fins e atividades, espaços

arborizados, moradias descentes,

transporte apropriados, lazer,

cultura; entre tantas outras coisas.

Projeto Cometa Frutificar: Ano 2016

distribuíram 8.873 mudas de árvores frutíferas.

Reciclagem e destinação correta de resíduos

poluentes (óleos, filtros de óleos, etc): 1.365kg

no ano de 2016

A partir de 2017: implantação de coleta seletiva,

entrega de resíduos recicláveis a cooperativas de

catadores.

Infra-estrutura sustentável: Busca

pelas empresas que almejam a

sustentabilidade, produção de matriz

energética eficiente, investimento

em alternativas de novas tecnologias

para produção de energia limpa.

Estudo de viabilidade na geração de energia

limpa, com a instalação de placas solares.

Estudo de viabilidade de reaproveitamento de

água já utilizada, bem como captação e

aproveitamento de água da chuva.

Conscientização constante no consumo

consciente.

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Redução de desigualdades: redução

da pobreza, inclusão social,

educação adequada, consumo

consciente das camadas

privilegiadas, amor ao próximo.

Natal solidariedade: arrecadação e distribuição

de 21.300 kg de alimentos, que chegaram a mais

de 1.000 famílias e 14 instituições filantrópicas.

Cine Cometa: 137 pessoas atendidas, com filmes

e documentários relacionados as disciplinas dos

alunos

Cometa redação: participação de 2.500 alunos, é

um concurso de redação, que estimula à leitura,

escrita e pesquisa além de premiar os melhores

textos.

Cometa inclusão digital: 258 alunos

participantes

Ciência e tecnologia: infraestrutura

e investimento na ciência e na

tecnologia, consequentemente mais

investimento em educação e

pesquisa.

Responsabilidade pelo produto: criação moto

flex

Cometa Educação: 25 alunos alfabetizados

Fonte: elaborada pelo autor

Neste quadro podemos perceber que a empresa Cometa Motocenter segue as

medidas de soluções sustentáveis sugeridas por Mininni-Medina (2001), demonstrando

assim que a empresa realiza estudos em relação a sustentabilidade empresarial, para

melhorar suas ações, e não leva essa ideia apenas como uma obrigação imposta pela

legislação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sustentabilidade está presente em nosso dia-a-dia, por isso as empresas não

poderiam deixar sua contribuição passar despercebida, mostrando seu

comprometimento e respeito ao meio ambiente e a sociedade em geral.

Pode-se concluir que neste quesito a empresa Cometa Motocenter de Cáceres –

MT tem se mostrado bastante engajada e disposta a mudar e melhorar cada vez mais no

que diz respeito a sustentabilidade, tanto em seus processos operacionais, produtivos,

quanto em seus processos administrativos, além de demonstrar comprometimento e

transparência em suas ações.

A empresa para ser sustentável deve estar alinhada com a área social e ambiental,

não podendo separá-las ou somente visar o lucro. Os três itens devem andar em

conformidade. Na Cometa Motocenter isso pode ser confirmado através dos dados de

vários projetos apresentados, como o “Natal Solidariedade” que é realizado sempre ao

final de cada ano e atende a um número expressivo de pessoas, onde mais de 1.000 (mil)

famílias carentes foram beneficiadas, e mais de 14 instituições filantrópicas do

município de Cáceres. Além deste, o projeto Cometa Frutificar se destaca pela boa

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atuação nos vários anos de existência, e neste último ano com a distribuição de cerca de

8.873 mudas de árvores frutíferas.

A empresa Cometa Motocenter integrou os assuntos sociais e ambientais aos seus

valores, e atualmente trabalha para que as metas empresariais sejam compatíveis com o

desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando os recursos ambientais,

culturais, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

REFERÊNCIAS

COSTA, Carlos Alexandre Gehm da. Contabilidade Ambiental: mensuração, evidenciação e

transparência. São Paulo: Atlas, 2012.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas. 2002

MININNI-MEDINA, Naná. Documentos Nacionais de Educação Ambiental. In.: LEITE, Ana Lúcia

Tostes de Aquino; MININNI-MEDINA, Naná. Educação Ambiental (Curso básico à distância)

Documentos e Legislação da Educação Ambiental. 2. ed, v. 5. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,

2001.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e Gestão

Ambiental. São Paulo: Atlas, 2011.

VEIGA, J. E.A emergência socioambiental. São Paulo: Senac, 2007.

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T-LEARLING: INTERAÇÃO DA DIGITAL TV COMO UMA FERRAMENTA

NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

T-LEARLING: INTERACTIVE DIGITAL TV COMO UNA HERRAMIENTA

EN EL PROCESO DE ENSEÑANZA APRENDIZAJE

Paulo Lacerda da Silva

Antônio Carlos Pereira dos Santos Júnior

Resumo: A televisão é uma das mídias mais importantes do mundo, e está presente em

cerca de 97% das residências das famílias brasileiras, chegando a um grande número de

pessoas, e com a chegada da TV Digital que possibilita através de um canal de retorno

que o telespectador possa interagir com a programação, enviando mensagens

participando ativamente dos programas de TV, a programação educativa passa a ganhar

mais um recurso importante para o processo de ensino baseado em televisão, o trabalho

tem por objetivo apresentar e discutir o termo T-learling, TV Digital como ferramenta

no processo de ensino/aprendizagem, o trabalho foi realizado através da metodologia de

pesquisa bibliográfica, onde pode constatar que esse novo recurso da televisão digital

poderá beneficiar muitas pessoas, com cursos a distância onde o estudante interage em

tempo real com a programação/conteúdo facilitando assim, ainda mais o seu

aprendizado.

Palavras-chave: Educação; Tecnologia; Interação.

PALABRAS CLAVE: Educación, Tecnología, Interacción

INTRODUÇÃO

A Televisão Digital é uma nova mídia de comunicação que desencadeará

mudanças na forma dos telespectadores assistirem a TV. Os telespectadores passarão de

um usuário “passivo”, ou seja, aquele que somente obtinha informações da TV e a única

interatividade que havia com a TV era ligar e mudar de canal passando para um usuário

“ativo”, utilizando a TV para diferentes serviços e funcionalidades, podendo utilizar a

TV para participação em shows, envio de mensagens de texto, cursos a distância, jogos,

tele comércio, uso do telefone, música, telemedicina, propaganda interativa, dentre

outros atividades.

Nesse sentido, o presente estudo, anseia em apresentar e discutir o termo T-

learning, TV digital como meio do processo de ensino e aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para realização da pesquisa é de caráter bibliográfico,

que segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material

já elaborado, constituído principalmente de livros, e artigos científicos.

RESULTADOS DISCUSSÕES

As tecnologias digitais ganharam grande espaço na educação, atualmente a

maioria das escolas possuem um laboratório de informática, com projetor multimídia,

equipamentos de áudio e até mesmo as famosas lousas digitais estão presentes em

alguns estabelecimento de ensino. Esses recursos servem para auxiliar os professores

em suas aulas, tornando-as mais atraentes e interativas para que seus alunos possam

estar aprendendo de forma mais participativa.

A educação vem utilizando os recursos tecnológicos em todas as modalidades,

seja ela presencial ou a distância. A educação à distância no Brasil começou com o

rádio e com os correios que entregavam as apostilas nas residências dos estudantes

(GOMES, 2017).

Atualmente com os recursos tecnológicos e o acesso a informação pela grande

rede mundial, a Internet, o processo no ensino à distância tornou mais rápido a

interação entre os professores e os estudantes e ao acesso aos conteúdos, os alunos

podem sanar suas dúvidas em tempo real com professores, facilitando a sua

aprendizagem.

Esse modelo de ensino apoiadas por meios de tecnologias digitais aproveita os

recursos como a Internet para distribuir os conteúdos on-line, é denominado de E-

learning, (que do inglês electronic learning, “Aprendizagem eletrônica”) ou ensino

eletrônico.

A modalidade de ensino não presencial também teve outros recursos, como a

televisão, que teve uma importância significativa para a aprendizagem dos alunos, com

o som e a imagem e sem dúvidas foi uma inovação na educação na época, na década de

80 e 90, como o Telecursos Segundo Grau e Telecursos 2000 (GOMES, 2017).

Na atualidade, com os recursos tecnológicos, e com a chegada da Televisão

Digital, o processo de ensino/aprendizagem pela TV vai se tornar mais atrativo e

interativo, pois a TV Digital possui canal de retorno, possibilitando assim, o estudante a

enviar mensagens e a interagir com a programação.

Esse novo meio de ensino/aprendizagem é denominado de T-learning (Television

Learning) que segundo Bates (2003), é o tipo de educação à distância baseado em

televisão interativa, ou seja, representa a especificação da TV Digital como a tecnologia

que apoia o processo de aprendizado eletrônico denominado E-Learning. Aarreniemi

(2005) visualiza o T-Learning como uma convergência entre alguns elementos a mais

que os colocados por Bates: televisão digital, computador, E-Learning e rede.

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Figura 1.Convergência de tecnologias no T-Learning - Fonte – Aarreniemi (2005, p. 1)

Ainda em Bates (2003), o T-Learning possibilitará aos telespectadores o acesso a

diversos materiais didáticos, tais como: filmes, imagens, hipertexto, etc., através de uma

TV ou de um dispositivo mais parecido com a TV do que um computador.

São nestas referências em que a TV Digital e o T-Learning mostram-se como

fatores principais como meios de disponibilizar serviços de aprendizagem aos

estudantes permitindo-os adquirir conhecimentos em muitos ramos, melhorando sua

formação pessoal.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, com uma população

bastante familiarizada com a TV, o T-Learning tem tudo para tornar-se um grande

aliado nas estratégias de superação dos graves problemas educacionais, contribuindo de

maneira significativa para a expansão do acesso ao sistema de ensino (Lytras et al,

2002).

Aarreniemi (2005) complementa que a TV Digital é de grande importância

quando comparada à transmissão analógica, devido às suas características de feedback e

comunicação bi-direcional. Além disso, a TV Digital suporta o E-Learning e permite a

aprendizagem quando a Internet não está disponível.

Diante da verificação de uma necessidade cada vez maior da interação no

processo educacional e na própria televisão, vê-se um encorajamento à convergência

dessas áreas em projetos financiados por instituições governamentais e até comerciais,

que visam eliminar ou atenuar de alguma forma essas barreiras culturais com maior

rapidez e significância. Um dos projetos é o programa “TV Escola Digital Interativa”,

lançado em fevereiro de 2004 no canal do Ministério da Educação e pela Secretaria de

Educação à Distância, o TV Escola, que já tinha como principal objetivo ser um apoio

pedagógico principalmente para os educadores.

No caso da TV Escola Digital Interativa, esse objetivo se torna mais efetivo, já

que eles podem ter acesso, além do conteúdo audiovisual, outros materiais como

tabelas, textos, gráficos e ilustrações. Já o conteúdo interativo fica por conta da

possibilidade da realização de cursos e provas, recebimento de material didático, envio

de sugestões e prática de consultas junto ao Ministério da Educação. Tudo isso é

recebido e armazenado em um receptor digital que permite a gravação em um CD-

ROM. (PIMENTEL, 2003).

No entanto, Júnior (2007), aponta algumas dificuldades iniciais em curto prazo

em relação à introdução da televisão digital no sistema educacional. Para ele, será difícil

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eliminar concepções culturais arraigadas que apoiam as aulas presenciais ou que não

acreditam numa singularidade educacional nesse tipo de plataforma. Mas em longo

prazo, o pensador acredita em profundas mudanças tecnopedagógicos caracterizadas

pelo uso dessa mídia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a Televisão digital será possível o telespectador poder participar de um

programa de TV, mandado mensagens pela TV, ou interagindo com os produtos que ele

gostaria de possuir, esse novo telespectador poderá também realizar atividades

educativas, participando, interagindo com atividades que lhe trará conhecimentos

participando de cursos oferecidos pelos canais de TV.

No Brasil em que as pessoas buscam se aperfeiçoar, se qualificar em alguma

atividade, a TV digital traz um novo ambiente de aprendizagem, e com a educação à

distância poderá chegar a milhares de pessoas de uma só vez, realizando por meio da

TV Digital Interativa, cursos, treinamentos, dentre outros tipos para a qualificação

profissional.

Com a TV Digital as pessoas não terão somente uma televisão em suas casas, mas

uma nova ferramenta que beneficiará muitos brasileiros que buscam ter informação e

conhecimento.

REFERÊNCIAS

AARRENIEMI, P. T-learning Model for Learning via Digital TV. In: Annual Conference on Innovation

in Education for Electrical and Information Engineering EAEEIE. 2005.

BATES, Peter J. (2003). A study into TV-based interactive learning to the home. Pjb Associates, UK.

Disponível em: <http://www.pjb.co.uk/t-learning/contents.htm >. Acesso em: 05 de Janeiro de 2015.

GIL, Antonio Carlos, 1946 – Como elaborar projetos de pesquisa/Antonio Carlos Gil. - 4. ed. - São

Paulo: Atlas, 2002.

GOMES, Silvane Guimarães Silva. Histórico Da EaD No Brasil

<http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_modulo_I/topico_e

ad/Aula_03.pdf>

JÚNIOR, Fernando Moraes Fonseca. A Educação na TV Digital: possibilidades e desafios. Disponível

em:

<http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicationsSeries/155823Mid

iasdigitais.pdf>. Acesso em: 17 Janeiro 2017.

LYTRAS, M.; Lougos, C.; Chizos, P.; Pouloudi, A.; Interactive Television and e-Learning

Convergence: Examining the Potential of t-Learning. European Conference on e-Learning, 2002.

PIMENTEL, Carolina. Ministério da Educação lança o TV Escola Digital Interativa. Agência

Nacional. Brasília. Disponível em: <http://www.idbrasil.gov.br/noticias/News_Item.2003-12-

16.5818/view >. Acesso em: 15 Janeiro 2015.

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UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA

ATUAÇÃO NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO À EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL

UNA REFLEXIÓN SOBRE LA FORMACIÓN DOCENTE PARA ATUACIÓN

EN LA ENSEÑANZA MEDIA INTEGRADO A LA EDUCACIÓN

PROFESIONAL

Maria Aparecida da Silva - e-mail: [email protected]

Antônio Carlos Pereira dos Santos Júnior - e-mail: [email protected]

Resumo: A partir da compreensão de que Plano de Desenvolvimento da Educação –

PDE afirma que o apoio ao modelo de educação profissional técnica de nível médio

integrado ao ensino médio apresenta os melhores resultados pedagógicos, buscamos

desenvolver uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo e bibliográfico, com o

objetivo de destacarmos algumas políticas de formação de professores para atuação no

ensino médio técnico, o que corresponde ao Ensino Médio Integrado a Educação

Profissional – EMIEP, e apresentamos o perfil do professor para atuar neste modelo

educacional. Notadamente percebemos algumas dificuldades como alta rotatividade de

professores, devido um grande quadro de professores contratados, sem os

conhecimentos didáticos para o exercício da profissão e a falta de conhecimento sobre

as especificidades do EMIEP. Além da importância da formação básica e continuada de

forma influente, faz-se necessário que o professor atue numa perspectiva crítico-

reflexiva.

Palavras-chave: Formação de professores, Educação Profissional, Ensino Médio

Integrado.

Palabras-clabe: Formación de professores, Educación Profesional, Enseñanza Media

Integrado.

INTRODUÇÃO

A partir da década de 1990 iniciaram-se intensos debates sobre a educação

profissional de nível médio e o seu currículo integrado e posteriormente em 2007, por

meio do Programa Brasil Profissionalizado, instituído pelo Decreto no. 6.302, onde a

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica enfatiza a formação cientifica e

humanística através da integração, levando-se em consideração todos os contextos

locais e regionais que envolvam os aspectos de reestruturação produtiva, sociais,

culturais e econômicos.

Com os constantes avanços tecnológicos, nota-se uma alteração na estrutura

produtiva e nos diversos setores da sociedade moderna, muitas vezes essa modificação é

tão acelerada que quando se percebe as transformações já ocorreram tanto no convívio

social, afetando os comportamentos e valores, quanto nos costumes dos indivíduos,

contemplando todos os espaços e todas as relações.

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Percebe-se que da mesma forma, temos esse contexto na área educacional, pois

desde os primórdios da civilização, no período pré-histórico que o homem vem

aprendendo, evoluindo e repassando o seu conhecimento adquirido de tempo em tempo.

A educação exige essa responsabilidade de acompanhar a evolução tecnológica que

compreende os demais espaços e relações, adequando métodos e técnica para auxiliar a

produção do conhecimento e beneficiar o processo de ensino aprendizagem, o que seria

um dos grandes benefícios do uso desse universo tecnológico na educação e que

também possibilitaria melhorias dos métodos e técnicas, se empregados na Educação

profissional em específico na educação de ensino médio técnico integrado.

A educação profissional é separada por três níveis de acordo com Freitas e Souza

(2011):

- Básico: qualifica, requalifica e reprofissionaliza o trabalhador, sem

fazer menção à sua escolaridade. Logo, está livre de regulamentação

curricular; - Técnico: habilita profissionalmente os alunos

matriculados e/ou egressos do ensino médio, pautado nas diretrizes

curriculares nacionais do MEC. - Tecnológico: são cursos de nível

superior na área tecnológica, destinados aos egressos do ensino médio

e/ou técnico.

Desse modo, considerando a relevância da temática e a importância das reflexões

sobre as políticas de formação de professores produzidas na disciplina de Formação de

Professores: Concepções e Práticas do Programa de Pós-graduação em Educação da

Universidade do Estado de Mato Grosso, na sequência, serão observadas outras

dificuldades com relação às políticas de formação de professores para a atuação na

educação profissional do ensino médio, a compreensão do que a legislação propõe sobre

o Ensino Médio Integrado a Educação Profissionalizante – EMIEP e a preocupação com

a formação inicial e continuada dos professores para atuarem especificamente na

perspectiva do currículo integrado na qual compõe os cursos de EMIEP.

METODOLOGIA

A presente pesquisa realizada foi do tipo exploratório, descritivo e bibliográfico,

considerando algumas políticas de formação de professores para atuação no ensino

médio técnico, compreendido como o Ensino Médio Integrado a Educação Profissional

– EMIEP, também foram trazidas referências que possibilitam compreender essa

modalidade de ensino a partir do contexto das reformas na educação as quais são

filiadas ao modelo neoliberal. Conforme tratado por Camargo e Hage (2004), a

configuração de uma educação articulada apenas com as necessidades do processo

produtivo tem sido responsável por dois conjuntos de problemas, que são relativos à

formação (inicial e continuada - profissionais que atuam na educação: aligeiramento e

fracionamento da formação com ênfase na formação a distância, e os de natureza trabalhista e

previdenciária, que são a deterioração tanto salarial como de condições de trabalho individual e

coletivo; perda de direitos trabalhistas e previdenciários; tentativas “concretas” de flexibilização

da CLT.

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Neste sentido, Da Silva (2006), reforma que no contexto educacional é de

fundamental importância rever os perfis profissionais e os processos de formação das

escolas, haja vista que é imprescindível que as instituições de ensino e os profissionais

da educação estejam atualizados. Comparado à realidade vivenciada na sociedade e

possibilitando assim a imersão da comunidade escolar e acadêmica à cultura digital, a

nova organização do mundo do trabalho aos novos paradigmas organizacionais e

principalmente cumprir com sua função social que é de preparar cidadãos para o

trabalho e para a vida, ou então a escola estará fadada a se tornar desinteressada,

obsoleta e descomprometida com suas funções:

As instituições escolares também sofreram influência das

transformações ocorridas no mundo do trabalho e, assim, elas acabam

apresentando um comportamento semelhante ao do mundo da

produção, até porque a sociedade organiza-se nos moldes do sistema

vigente, ou seja, na produção da vida material dos indivíduos e nas

relações que ocorrem entre eles. Como o mundo do trabalho teve que

se adaptar com a introdução das novas tecnologias, com estrutura de

trabalho flexível, horizontal e integrada, marcada pela exigência de

profissional polivalente, competitivo e coletivo, a escola,

conseqüentemente, tem a sua estrutura reorganizada apresentando

estas mesmas características. (DA SILVA, 2006, p.140).

Para que os professores estejam preparados é importante que seja revisto a sua

atuação docente, a qualidade dos processos educacionais, se atualizarem sobre outras

teorias de ensino, introduzir novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, ou

seja, ir além do (quadro-negro, giz, livro didático) e emergir paralelamente ao

computador, softwares e outros recursos tecnológicos de forma crítico-reflexiva

RESULTADOS DISCUSSÕES

A educação técnica é uma das modalidades que sofreram essas influências, a

partir de 1990 houve um atraso na continuidade dos cursos técnico da Rede Federal, e

os estaduais praticamente foram encerrados. Posteriormente surge a retomada da

discussão a respeito da educação técnica com o Decreto nº 2.208 de 1997 e sua

revogação pelo Decreto nº 5.154, de 2004. E posteriormente ganha mais força através

do Decreto nº 6.302 de 2007 que instituiu o Programa Brasil Profissionalizado, onde no

seu 1º Art. estabelece que o programa tenha o objetivo de estimular o ensino médio

integrado à educação profissional, enfatizando a educação científica e humanística, por

meio da articulação entre formação geral e educação profissional no contexto dos

arranjos produtivos e das vocações locais e regionais.

Notadamente percebemos algumas dificuldades como alta rotatividade de

professores, devido um grande quadro de professores contratados, docentes de

disciplinas técnicas em sua maioria possuem títulos de bacharelado e não tendo os

conhecimentos didáticos para o exercício da profissão e até mesmo os professores

licenciados com a falta de conhecimento sobre as especificidades de como é o EMIEP.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, é perceptível a urgência das necessidades a serem adotadas para colocá-

las em prática no cerne da educação profissional e mais especificamente no Ensino

Médio Integrado à Educação Profissional – EMIEP e a formação de professores para

que assim possa proporcionar ao máximo a possibilidade de ampliar os saberes dos

alunos do ensino médio técnico valorizando os conhecimentos básicos, apoiados pela

formação geral e concomitantemente articulando com os conhecimentos específicos da

área técnica, de forma a aperfeiçoar as características intelectuais dos alunos abrindo

novas possibilidades, podendo contribuir assim para uma melhor formação e ainda para

que eles compreendam a complexidade do mundo do trabalho e estar preparados para a

vida em sociedade.

REFERENCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:

<portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acesso em: 15/12/2013

CAMARGO, Arlete Maria Monte de & HAGE, Salomão Mufarref – A Política de Formação de

Professores e a Reforma da Educação Superior. Universidade: políticas, avaliação e trabalho docente/

Deise Mancebo, Maria de Lourdes de Albuquerque Fávero (orgs.) – São Paulo: Cortez, 2004.

DA SILVA, Fabiana. Sena – O Mundo do Trabalho e as Novas Competências Profissionais para o

Pedagogo. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ. UFG, 31 (1): 139-156, jan./jun. 2006.

FAVARIM, Flavia Negri - A Formação Continuada do Professor Universitário. Anais da 4º Mostra

Acadêmica - UNIMEP, 2006. - Disponível em:

<http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/23.pdf> Acesso em: 18/05/2010.

FREITAS, Jamille Rabelo de & SOUZA, Núbia Enedina Santos - LDB: Educação de Jovens e Adultos e

Educação Profissional. 2011. Disponível em: < http://secretalitterarum.blogspot.com.br/2011/03/ldb-

educacao-de-jovens-e-adultos-e.html > - Acesso em: 16/12/2013.

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A IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA SAÚDE: UMA

REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

LA IMPORTANCIA DE LA BIOSEGURIDAD EN EL ÁREA DE LA SALUD: UNA

REVISIÓN SISTEMÁTICA DE LA LITERATURA

Noely Machado Vieira

Bianca Teshima de Alencar

Heloísa Aparecida Marin

RESUMO: A necessidade do conhecimento e utilização de medidas de Biossegurança,

é essencial para prevenção de infecções em pacientes, bem como proteção do

trabalhador em higienização. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) permitem

aos profissionais da equipe de enfermagem exercer os cuidados aos pacientes de forma

segura, não colocando em risco a saúde do paciente e zelando pela integridade física dos

mesmos. Objetivou-se com o presente estudo descrever a importância das medidas de

biossegurança e utilização de (EPI’s) no ambiente hospitalar. Trata-se de um estudo

descritivo de caráter de pesquisa de revisão bibliográfica, que foi desenvolvida com

base em material já elaborado, constituído de artigos científicos, revistas online,

biblioteca virtual e base de dados. Este estudo proporciona aos profissionais de

enfermagem, conscientização sobre a necessidade de adesão aos hábitos e

procedimentos necessários para a proteção de sua saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Biossegurança; Equipamentos de Proteção Individual;

Acidentes ocupacionais.

INTRODUÇÃO

A enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos

científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais,

éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na

prestação de serviços a pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias

de vida (COFEN, 2007).

O ambiente de trabalho na área de saúde oferece e variados riscos aos

profissionais, tais como os causados por agentes químicos, físicos, biológicos,

psicossociais e ergonômicos. O conceito legal de acidente do trabalho diz que, será

aquele que ocorrer através do exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando

lesão corporal, perturbação funcional, ou doença que cause a morte, perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BULHÕES, 1976).

É reconhecido que os serviços de saúde, em especial os hospitais, por serem

locais onde se concentra um grande número de doentes, também tornam-se locais

privilegiados de concentração de agentes microbianos potencialmente patogênicos,

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demandando, maiores esforços para evitar sua disseminação e promover o seu controle.

Igualmente é onde mais facilmente se desenvolvem cepas de bactérias resistentes aos

antibióticos e são identificados os mais variados tipos de microorganismos

desconhecidos, como os vírus, as bactérias e suas mutações, muitas vezes

avassaladoramente danosas para os seres humanos e com uma ampla capacidade de se

propagar por contágio. Por isso mesmo, na maioria dos países, existem normas e

recomendações de biossegurança para os Serviços de Saúde, atualizadas com muita

freqüência, em razão da rapidez com que as mudanças ocorrem na situação

epidemiológica nessas instituições (MARTINS, 1997).

O uso de EPI’s é um tema que a cada dia vem ganhando maior relevância, em

virtude da crescente importância que tem recebido das Comissões de Controle de

Infecção Hospitalar e da contínua preocupação com a melhoria das condições de

trabalho. Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente

contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as

intervenções para profilaxia da doença causada pelo HIV e Hepatite B necessitam ser

iniciadas logo após a ocorrência do acidente, para sua maior eficácia (ANDEF, 2007).

As medidas de biossegurança são um conjunto de ações voltadas para a

prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,

ensino e prestação de serviços visando a saúde do homem, a preservação do ecossistema

e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (HINRICHSEN, 2005).

Alguns fatores e situações de trabalho, no contexto hospitalar, predispõem ou

acentuam possibilidades de acidentes e doenças ao trabalhador pela exposição ao risco

biológico, como, por exemplo, o número insuficiente de trabalhadores, sobrecarga e

jornadas fatigantes de trabalho, continuidade da assistência expressa por turnos e

plantões noturnos, desgaste físico e emocional e falta de capacitação (ELIAS;

NAVARRO, 2006).

Objetivou-se com o presente estudo descrever a importância das medidas de

biossegurança e utilização de EPIs no ambiente hospitalar.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo de caráter de pesquisa de revisão

bibliográfica, que foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de

artigos científicos, revistas online, biblioteca virtual e base de dados.

Procurou-se analisar material, cujo enfoque é a temática Biossegurança e seus

fatores inter-relacionados, EPIs, riscos ocupacionais, as precauções padrões e as normas

regulamentadoras. Foram utilizados artigos disponíveis integralmente em português, nas

bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), bases de dados Literatura Latino

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Centro Latino Americano e do

Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) e do Scientific Eletronic

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Library Online (SCIELO) utilizando os descritores: Biossegurança, Riscos

Ocupacionais, EPI’s, Precauções Padrões.

A coleta de dados por meio de levantamento das bibliografias foi iniciada no

período de agosto de 2012 até março de 2013.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos 38 artigos selecionados para pesquisa observa-se que as

medidas de biossegurança compreendem um conjunto de noções e cuidados, como o

uso de EPI’s para que os profissionais de saúde não contraiam doenças ocupacionais,

não sofram acidentes, não contaminem os clientes, a área de trabalho ou os colegas de

profissão. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem

aproximadamente 250 milhões de acidentes de trabalho todos os anos, com 330 mil

fatalidades e 160 milhões de casos de doenças ocupacionais, fato que acarreta em perdas

econômicas equivalentes a 4% do Produto Nacional Bruto (PNB) do mundo, e em

termos fragmentados das famílias e comunidades os prejuízos são incalculáveis

(TAKALA, 2005).

Em hospitais os trabalhadores especialmente aqueles que se ocupam da

assistência direta, estão constantemente expostos a risco de acidentes no trabalho seja

pelo contato com portadores de doenças infecciosas, da necessidade da movimentação

de pacientes e equipamentos pesados, do desgaste físico decorrente do ritmo, da

organização e divisão do trabalho, do convívio com a dor e a morte que lhes causam

desgastes de variadas naturezas (SÊCCO; ROBAZZI, 2007).

O trabalho de enfermagem na instituição de saúde caracteriza-se pelo cuidado

nas 24 horas do dia, permitindo a continuidade da assistência aos pacientes. Nesse

cuidado aos pacientes, os trabalhadores de enfermagem utilizam instrumentos de

trabalho como: agulhas, lâminas de bisturi, tesouras, pinças, materiais de vidro e muitos

outros instrumentos que são perfurantes e cortantes. Cuidam muitas vezes de pacientes

agressivos, agitados, ansiosos ou em estado crítico, onde encontram dificuldade de

realizar os procedimentos com segurança (SARQUIS; FELLI, 2002).

Os trabalhadores de enfermagem suprem a maior porção do cuidado direto ao

paciente, 24 horas por dia nos hospitais e, consequentemente, possuem constante risco

para ferimentos ocupacionais. Segundo Marziale (2003), a estimativa anual de acidentes

pós-exposição ocupacional com material perfuro cortante entre profissionais de saúde é

de 0,25% a 0,4% para o vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), 6% a 30%

para o HBV (Vírus da Hepatite B) e 0,4% a 1,8% para o HCV (Vírus da Hepatite C).

Ao realizar atendimento hospitalar, os enfermeiros estão constantemente

expostos a vários riscos durante a execução de suas atividades, principalmente por

manusear diretamente sangue e fluidos corporais de pacientes, potenciais portadores de

doenças, possíveis fontes de transmissão de patógenos. A atitude que cada indivíduo

adota ao realizar um procedimento deriva de um processo educativo. Muitas vezes a

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própria equipe de enfermagem tem dificuldade em aderir às medidas de segurança que

busquem a proteção ao risco de exposição, subestimando o próprio risco, seja por

esquecimento, pelo incômodo causado pelo EPI, autoconfiança nas práticas adotadas

achando o seu uso desnecessário, esquecendo assim que um descuido pode acarretar o

comprometimento da saúde do mesmo e dos pacientes que podem sofrer contaminação

cruzada. A utilização de EPI’s faz-se de extrema importância, uma vez que torna as

práticas e condições de trabalho mais dignas, resultando em uma melhor prestação de

cuidados e manutenção da saúde tanto aos clientes como principalmente aos

profissionais de saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDEF. Manual de uso correto de EPIs, 2007. Disponível em <

http://www.andef.com.br > acessado em 25/09/2012.

BULHÕES, I. Os Acidentes de Trabalho. In: BULHÕES, I. Enfermagem do Trabalho.

Rio de Janeiro, 1976.

COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, 2007. Disponível em <

http://site.portalcofen.gov.br/node/4158 >. Acessado em 02/10/2012.

ELIAS, M. A.; NAVARRO, V. L. A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de

vida: negatividade e positividade no trabalho das profissionais de enfermagem de um

hospital escola. Rev Latino-Am Enfermagem, Ribeirão Preto, 2006.

HINRICHSEN, S. L. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro: Editora

Guanabara Koogan, 2005.

MARZIALE, M. H. P; CARVALHO, E. C. Considerações ergonômicas da situação do

pessoal de enfermagem em uma unidade de interação de cardiologia. Rev. latino-am.

Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 1, p. 99-117, jan, 1998.

MARTINS. A. A. Biossegurança e Enfermagem. REME - Rev Min Enferm, n.1, v. 1,

p. 56-63, Nov/Dez, 1997.

SARQUIS, L. M. M.; FELLI, V. E. A. Acidentes de trabalho com instrumento

Perfurocortantes entre os trabalhadores de enfermagem. Rev. esc. enferm.

USP, v.36, n. 3, São Paulo, Set, 2002.

SECCO, I. A. O.,; ROBAZZI, M. L. C. C. Acidentes de trabalho na equipe de

enfermagem de um Hospital de Ensino do Paraná, Brasil. Cienc. Enferm, v.

13, n.2, supl.2, 2007.

TAKALA, J. Introductory report on the International Labour Office-ILO, Geneva,

International Labour Office, 2005.

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ASPECTOS TEÓRICOS E REFLEXIVOS SOBRE O ERRO NO PREPARO E

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE

ENFERMAGEM

ASPECTOS TEÓRICOS Y REFLEXIVOS SOBRE El ERROR EN El PREPARO

Y ADMINISTRACIÓN DE MEDICAMENTOS POR El EQUIPO DE

ENFERMERÍA

Jessica do Espírito Santo Bernardo –

Bacharela em Enfermagem pela

Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Aline Cristina Araújo Alcântara Rocha-

Professora - Mestre em Ciências ambientais –

Departamento de Enfermagem/UNEMAT - Cáceres-MT

Resumo: Considerando os erros no preparo e administração de medicamentos

que acarretam danos e prejuízos a um paciente, desde longas internações até

consequências como a morte, objetivou-se revisar a literatura científica a respeito dos

incidentes cometidos por profissionais da equipe de enfermagem relacionados ao

preparo e administração de medicamentos. A busca sistemática na literatura foi

realizada em bases de dados eletrônicas de ciências da saúde, com descritores referentes

as falhas cometidas por profissionais da equipe de enfermagem relacionados ao preparo

e administração de medicamentos. Evidenciou-se que as falhas se encontram na técnica

do preparo e administração de medicamentos, hora errada, dose errada, omissão de

dose, via errada, não monitorização do paciente e medicamento errado. Diante dos

resultados, é importante que as unidades adotem métodos cuidadosos que visem à

segurança do paciente, conscientizando todos os envolvidos quanto à importância da

notificação e prevenção destas falhas, de modo que medidas educativas sejam

realizadas.

Palavras-chave: Enfermagem, erros de medicação, educação continuada.

INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos em

todo o mundo, ocupando a quinta posição na listagem mundial e o primeiro lugar da

América Latina. Infelizmente o uso indiscriminado de certos medicamentos pela

população, dificulta a percepção dos riscos decorrentes dessa prática (VIANA, 2008).

Neste contexto, Viana (2008) destaca que a administração de medicamentos é

uma das atividades mais comuns desenvolvidas pela equipe de enfermagem. Para

realizar tal procedimento é necessário que o profissional conheça os princípios

farmacológicos de cada droga manipulada. Esses princípios envolvem, basicamente,

ação, dose, vias, efeitos adversos e precauções na administração.

Miasso et al. em sua pesquisa realizada em 2006, mostra que nos EUA em 1993,

as mortes em consequência de erros de medicação (7.391) foram maiores que as mortes

em acidentes de trabalho (6.000), dentre essas mortes, 2 a 14% ocorreram em pacientes

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hospitalizados. Em uma comparação de um período de 10 anos, de 1983 a 1993, as

mortes relacionadas às falhas na terapia medicamentosa cresceram 257%.

Na literatura encontrada dificilmente a falha tem uma única causa, como os

profissionais, por exemplo, no entanto ele deve ser considerado mais como omissão do

sistema do que um fracasso do indivíduo. A implantação do sistema computadorizado

de prescrições contribui para a redução de eventos adversos relacionados à

administração de medicamentos, pois as informações são mais completas e legíveis. A

prática da educação continuada e permanente dos profissionais no sistema de medicação

também minimizam os danos relacionados à terapia medicamentosa, melhorando a

qualidade do cuidado prestado (FREITAS; ODA, 2008; GIMENES et al., 2009).

Partindo deste contexto, o objeto de estudo deste trabalho são as falhas

relacionadas ao sistema de medicação, cometidos pela equipe de saúde possibilitando

assim o crescimento intelectual e prático dos profissionais de enfermagem, visando à

assistência fundamentada e de qualidade.

METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura científica. Foi

realizado levantamento bibliográfico através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

utilizando as bases de dados BDENF (Base de Dados Bibliográficos Especializada na

Área de Enfermagem do Brasil), LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências de

Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). A compilação dos artigos

ocorreu no segundo semestre de 2012 e primeiro trimestre de 2013. Para orientar este

estudo foi elaborado o seguinte problema: Quais os fatores que levam o profissional de

enfermagem ao erro no preparo e administração de medicamentos?

Para a seleção das fontes, foram considerados como critério de inclusão: Artigos

indexados nas bases de dados a partir dos descritores: Enfermagem, erros e medicação.

Após a realização da estratégia de busca nas referidas bases de dados, foram

encontrados 13 artigos (BDENF), 18 artigos (LILACS) e 61 artigos (SCIELO), sendo

um total de 92 artigos científicos que atendiam aos descritores. A partir da leitura

seletiva dos 92 artigos científicos encontrados, foram selecionados 13 estudos contendo

na íntegra as informações mais adequadas de acordo com os propósitos do trabalho.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados, alcançados nesta pesquisa, demonstram que os erros de

medicação apresentam como fatores preditivos a prescrição médica, o principal

problema no sistema de medicação, ocasionando erros durante a terapia medicamentosa.

A dispensação pela equipe da farmácia e o preparo e administração dos medicamentos

realizados pela equipe de enfermagem completam o sistema. Através destes dados

observa-se que além da instituição, os profissionais também não possuem uma visão

sistêmica sobre os eventos adversos à medicação, mas sim individualizada, sendo de

responsabilidade de cada profissional promover a segurança do paciente.

No que concerne aos erros de medicação mais recorrentes relacionados à técnica

no preparo e administração de medicamentos, foi constatada a hora errada com maior

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frequência, seguido de falha na execução da técnica, dose errada, omissão de dose, via

errada, não monitorização do paciente e medicamento errado. Estes achados revelam o

despreparo da equipe de enfermagem em relação ao preparo e administração de

medicamentos, podendo causar erros potenciais ao óbito do paciente.

As falhas individuais e na comunicação foram os fatores de risco mais citados

pelos autores. Problemas no ambiente, falhas com potencial para alterar a segurança

microbiológica do medicamento e as subcategorias: não conferir medicamento, não

avaliar flebite e não avaliar permeabilidade do cateter também foram apontados como

fatores que podem ocasionar um erro de medicação.

A pesquisa revelou que a orientação e a advertência, seja verbal ou escrita, são

as condutas administrativas mais utilizadas pelas instituições de saúde em relação ao

profissional que cometeu o erro, na ocorrência do mesmo. Treinamento e reciclagem do

profissional, ausência de atitude da instituição e suspensão ou demissão foram atitudes

também citadas pelos profissionais.

CONCLUSÃO

Dado os resultados é visível à cultura punitiva e individualista por parte das

instituições, deixando de lado os erros de medicação como parte de um sistema.

Várias foram as sugestões dos profissionais para a prevenção do erro de

medicação, porém se destaca a educação continuada e o treinamento da equipe de

enfermagem, apresentando a atualização dos conhecimentos técnico-científicos como

uma importante barreira para os erros de medicação. Dada a relevância do tema

proposto, é importante que as instituições de saúde visem a reciclagem dos recursos

humanos afim de contribuir para o conhecimento dos profissionais e proporcionar

segurança e qualidade na assistência prestada aos pacientes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREITAS, Danielle Fernandes de; ODA, Juliano Yasuo. Avaliação dos fatores de risco

relacionados às falhas durante a administração de medicamentos. Arq. Ciênc. Saúde Unipar,

Umuarama, v. 12, n. 3, p. 231-237, set./dez. 2008. Disponível em: <

http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/2540/1983> Acessado em: 20/10/2012.

GIMENES, Fernanda Raphael Escobar; TEIXEIRA, Thalyta Cardoso Alux; SILVA, Ana Elisa

Bauer de Camargo; OPTIZ, Simone Perfuro; MOTA, Maria Ludermiller Sabóia; CASSIANI,

Silvia Helena de Bortoli. Influência da redação da prescrição médica na administração de

medicamentos em horários diferentes do prescrito. Acta paul. Enferm., vol.22, n.4, p. 380-384,

2009.

MIASSO, Adriana Inocenti; GROU, Cris Renata; CASSIANI, Silvia Helena de Bortoli; SILVA,

Ana Elisa Bauer de Camargo; FAKIH, Flávio Trevisan. Erros de medicação: tipos, fatores

causais e providências tomadas em quatro hospitais brasileiros. Rev. esc. enferm. USP, vol.40,

n.4, p. 524-532, 2006.

VIANA, Dirce Laplaca. Manual de cálculo e administração de medicamentos. 3º ed. São

Caetano do Sul, SP. Yendis, 2008.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PROBLEMAS E DESAFIOS ENFRENTADOS

PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

LA EDUCACIÓN A DISTANCIA: PROBLEMAS Y DESAFÍOS

ENFRENTADOS POR LA UNIVERSIDAD DEL ESTADO DE MATO GROSSO

– UNEMAT

Clair Teresinha Birck Maria do Horto Salles Tiellet

Resumo: Para melhoria da qualidade da educação a distância é imprescindível discutir

sobre ela e executar atividades no intuito de compreender os seus problemas e buscar

soluções. Neste sentido o presente trabalho teve por objetivo levantar os problemas que

tem dificultado o desenvolvimento, a execução e a expansão do ensino a distância pela

UNEMAT. Os problemas foram sistematizados em três categorias: didático-

pedagógico, administrativo (burocráticos e estruturais) e tecnológicos. O levantamento

ocorreu em onze polos durante o período de 01 de novembro de 2013 a 16 de fevereiro

de 2014. Destaca-se que os problemas são comuns entre os polos, sendo que os

encontrados com maior frequência estão ligados à categoria didático-pedagógica para a

qual constatou-se a necessidade de direcionamento para sua solução, possivelmente,

com trabalhos da equipe multidisciplinar.

Palavras-chave: formação, problemas, educação a distância.

Palabras clave: formación, problemas, la educación a distancia

Introdução

A educação a distância de uma maneira geral possui uma história própria, a qual

apresenta os mesmos passos de desenvolvimento aqui no país, a começar pelos cursos

por correspondência, em desuso, conhecidos até hoje como por exemplo o Instituto

Universal Brasileiro que oferece cursos de eletrônica, corte e costura, de desenho entre

outros, cujo material, isto é, o guia de estudos e exercícios impressos, são encaminhados

pelo correio.

Os países da Europa e dos Estados Unidos se utilizavam do modelo de ensino a

distância criando Universidades Abertas. No Brasil na década de 1980, a Universidade

de Brasília (UNB), através do Decanato de Extensão, passou a utilizar o ensino a

distância através do Serviço de Ensino à Distância oferecendo curso através de material

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impresso, a exemplo do Curso de Introdução ao Pensamento Político Brasileiro

constituído e organizado em 12 unidades, enviado pelo correio aos cursistas.

É importante destacar que através da Lei Nacional de Diretrizes e Bases da

Educação – lei 5.692/71 –, já se configurava a possibilidade de programas de educação

a distância, classificados de experimentais, em destaque o ensino supletivo. A partir da

década de 1970, a segunda geração do ensino a distância, tendo ainda como suporte

principal o material impresso, passou lentamente a introduzir a televisão e as fitas de

áudio e vídeos, a exemplo do Sistema Nacional de Aprendizagem: Senai, Sesi, Senac,

Senat, Sebrae, que tem se utilizado largamente desta modalidade.

A terceira geração, a atual, “baseia-se em redes de conferência por computador e

estações de trabalho multimídia, destacando-se as possibilidades oferecidas pelo acesso

à internet.” (LEMGRUBER, 2017, p. 1). Segundo o censo 2015-2016 da Associação

Brasileira de Educação a Distância (ABED) existem no país 368 instituições que são

desta modalidade ou possuem programas na modalidade. Os cursos são oferecidos em

todos os níveis e áreas do conhecimento.

[...] com destaque para 1.079 ofertas de cursos de extensão e para as

áreas de Ciências Sociais Aplicadas, com 608 ofertas de cursos

regulamentados totalmente a distância. Entre os semipresenciais, a

preferência é pelas Ciências Humanas, com 1.389 ofertas registradas.

■ As instituições formadoras contam, em média, com 1.000-4.999

alunos, podendo ter menos de 100 e mais de 500.000. (ABED, 2015,

p.7).

Em 1994, no estado de Mato Grosso, a Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT), a Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), a Secretaria de Estado

de Educação de Mato Grosso (SEDUC-MT) e Secretarias Municipais de Educação de

mais de setenta cidades do estado, em parceria, implantaram e desenvolveram o

primeiro curso de graduação a distância no País. Este teve como objetivo atender a

“formação dos professores da rede pública que atuam nas primeiras quatro séries do

Ensino Fundamental. Foi também o primeiro curso de graduação a distância a ser

reconhecido pelo MEC”.(EaD, 2017,p1).

Após quarenta anos de existência no país, da modalidade de ensino a distância, e

passados neste contexto mais de vinte anos da existência da modalidade de ensino no

estado de Mato Grosso, buscamos através de uma pesquisa exploratória em onze Polos

levantar os problemas que têm dificultado o desenvolvimento, a execução e a expansão

do ensino a distância pela UNEMAT.

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Metodologia e Resultados

A pesquisa exploratória ocorreu no período de 01 de novembro de 2013 a 16 de

fevereiro de 2014, nos polos da Diretoria de Educação a Distância da UNEMAT

(DEAD): Sorriso; Jauru; Pontes e Lacerda; Comodoro; Sapezal; Arenápolis/Barra do

Bugres; Campo Verde/Nova Xavantina; Alto Araguaia; Juara; Guarantã do

Norte/Colíder e Juína, neles permanecendo por dois dias. Esse tempo possibilitou o

contato com o tutor presencial, a coordenação do Polo, e ocasionalmente com alguns

alunos, de modo a identificar a estrutura física e o levantamento dos problemas a partir

dos usuários do Polo.

Nas reuniões previamente agendadas estiveram presentes nove coordenadores de

polo, cento e quatorze tutores e uma secretária de polo.

Após a coleta das informações dividimos as dificuldades em categorias: nível

didático-pedagógico, administrativo (burocráticos e estruturais) e tecnológicos.

Estabelecemos como critério de prioridade aqueles problemas com maior índice de

incidência, com indicação de mais de cinco sinalizações. Assim destacamos que os

problemas didático-pedagógicos foram seguidos pelos tecnológicos e posteriormente os

administrativos.

Os problemas em relacionados às questões didático-pedagógicas assem se

destacam:

Falta de feedback dos tutores à distância no que se refere às dúvidas dos

alunos;

Demora na postagem das notas;

Falta de adequação de alguns alunos a um cronograma de estudos;

Falta de interação entre os alunos/tutores presenciais/tutores à

distância/professores;

Necessidade de mais aulas de revisão presencial;

Deficiência para estudo individualizado;

Desencontro de informações entre tutores á distância e professores;

Ausência da participação efetiva dos professores;

Alteração de calendário/cronograma – datas de avaliações;

Cobrança nas provas/atividades, diferenciada dos conteúdos abordados

nas webaulas e sem orientação.

Os problemas referentes à categoria tecnológica:

Acesso à internet às vezes com problemas;

Equipamentos de informática inadequados;

Dificuldades com o ambiente virtual – questões específicas do

moodle/pelos tutores presenciais e alunos;

AVA muito poluído.

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E os problemas relacionados à categoria administrativa (burocráticos e

estruturais):

Falta de clareza sobre a função de cada um;

Atraso dos livros;

Necessidade de adequação do valor da bolsa;

Sobrecarga dos tutores presenciais coma atividades que não são da

tutoria, como preenchimento de fichas e formulários que deveriam ser

feitos pela secretaria acadêmica.

Considerações finais

No levantamento efetuado foram verificados os problemas, organizados e

categorizados segundo os seguintes quesitos: didático-pedagógico, tecnológico e

administrativo (burocráticos estruturais), e apresentou-se soluções.

Durante o processo observou-se que a educação a distância atinge de fato as

pessoas que se encontram afastadas de grandes centros, e da possibilidade de acesso à

educação nos moldes regulares. Constatou-se que as pessoas envolvidas nessa

modalidade de ensino, apesar de identificarem diversas dificuldades inerentes ao

processo, estão bem cientes da importância desta modalidade e relatam diversos casos

de sucesso, demonstrando assim que o rumo traçado está atingindo seus objetivos, mas

é preciso que sempre sejam feitas adequações. Para cada problemática levantada, ao

mesmo tempo que expunham os problemas, as equipes dos polos pesquisados

propuseram soluções. A respeito dos problemas relacionados à categoria didático-

pedagógica, destaca-se a sugestão para que a equipe multidisciplinar da DEAD busque

uma forma de direcionar os professores a trabalharem com maior consonância com os

conteúdos abordados/cobrados. No tocante aos problemas tecnológicos houve sugestão

de verificar o processo de capacitação oferecido pela Universidade Federal de Mato

Grosso, inclusive com relação ao moodle, propondo diminuir informações

desnecessárias. E quanto aos problemas administrativos propôs-se que a diretoria da

DEAD buscasse contato com os municípios responsáveis pela estrutura dos polos para

melhorias estruturais além de sugerir a organização de uma secretaria acadêmica para

gerenciar cadastros e fichas, de modo a retirar esta função dos tutores presenciais e

assim garantir o bom desenvolvimento das atividades. A pesquisa exploratória

possibilitou identificar os principais problemas que envolvem as atividades do ensino a

distância e destacar as soluções propostas por aqueles que são os principais envolvidos

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no processo. As informações coletadas, sistematizadas e analisadas servirão de

elementos para posteriores avaliações e direcionamentos.

Referências

ABED.Censo EAD.BR: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil

2015. Disponível em: http://abed.org.br/arquivos/Censo_EAD_2015_POR.pdf. Acesso

em: 07 abr.,2017.

EaD. História da EaD. Disponível em:

http://www.ufmt.br/ufmt/site/perfil/aluno/Cuiaba/ead/2065. Acesso em: 07 abr.,2017

LEMGRUBER, Márcio Silveira. Educação a Distância: para além dos caixas

eletrônicos. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/arquivos/conferencia/documentos/marcio_lemgruber.pdf.

Acesso em: 07 abr.,2017

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PERCEPÇÃO PRELIMINAR DOS GRADUANDOS EM LICENCIATURA EM

GEOGRAFIA - UFMT SOBRE OS PONTOS FORTES, FRACOS, DEBILIDADES E

FORTALEZAS DO CURSO

PERCEPCIÓN PRIMARIA DE GRADUARSE EN LA LICENCIATURA EN

GEOGRAFÍA-UFMT ACERCA DE LAS FORTALEZAS, DEBILIDADES, LAS

DEBILIDADES Y FORTALEZAS DEL CURSO

Alex Dias Curvo

Thiago Fernandes

Aucilene Auxiliadora de Morais

Resumo: o objetivo deste trabalho foi analisar as percepções preliminares que os

graduandos do curso de Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT

tem sobre alguns aspectos do curso. A metodologia de pesquisa utilizada foi o estudo

de caso somado a uma pesquisa quantitativa com aplicação de 30 questionários

semiestruturados, diretamente com discentes do curso, com perguntas livres, abertas

e fechadas. A coleta de dados foi realizada no dia 20 de março de 2017. Utilizou-se

como mecanismo de tabulação de dados e geração das imagens gráficas a ferramenta

Microsoft Word e Excel, versão 2013. A partir da análise dos resultados, conclui-se

que o curso pesquisado teve um avanço significativo nos últimos anos, fato que se

deve a separação em licenciatura e bacharelado, gerando um foco maior nas

disciplinas, ainda pode-se mencionar a reestruturação da matriz curricular ocorrida

em 2012 e uma dedicação do corpo docente junto ao corpo discente para essa

melhoria.

Palavras-chaves: Relações intrapessoais, Geografia, Satisfação,

Palabras-clave: Relaciones de personas, Geografía, Satisfacción,

1. INTRODUÇÃO

O cenário educacional brasileiro, em particular, o cenário das instituições de ensino

superior (IES) tem passado por profundas mudanças nas últimas décadas. Cabe ressaltar que a

qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições de ensino e a satisfação dos discentes fazem

parte destas alterações (GOMES et al. 2013).

Apesar de inúmeros estudos realizados sobre satisfação acadêmica, ainda não existe

nada de concreto em se tratando de um construto de satisfação que defina com clareza o tema,

permitindo que os pesquisadores tenham um senso comum e consigam construir definições

teóricas relevantes (BENJAMIN E HOLLINGS, 1997). Existem vários entendimentos acerca da

satisfação acadêmica, segundo Elliot & Shin (2002) a satisfação é definida por meio a

experiência cognitiva do estudante, ou seja, sofre grandes influências da instituição e de como

aprende e enxerga diante do ambiente ao qual está inserido. Um modelo foi desenvolvido por

Gondin (2002, pg. 38) em que é composto por cinco construtos, o Envolvimento do Professor, o

Interesse do Estudante, a Interação Estudante-Professor, as Demandas do Curso e a Organização

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do Curso. Posteriormente, foi incluído um novo construto “Satisfação Geral, que servia para a

satisfação geral do acadêmico em relação ao curso.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar as percepções preliminares que os

graduandos em Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT tem sobre alguns

aspectos do curso.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para atender ao objetivo de analisar as concepções/discursos que os graduandos do

curso de Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT tem sobre vários aspectos do

curso, optou-se pelo uso do estudo de caso (GIL, 1997). Em conjunto com esse método,

utilizou-se também a análise quantitativa dos dados coletados, ao qual foi possível transforma-

los em informações, conseguinte, discutindo as relações dentro os itens apurados.

O estudo foi realizado no Instituto de Geografia, História e Documento (IGHD),

Departamento de Geografia - Universidade Federal de Mato Grosso, campus Universitário de

Cuiabá-MT. Escolheu-se este local devido à grande presença/circulação de discentes do curso

de Licenciatura em Geografia. Foi realizada uma coleta de dados no dia de 20 de março de

2017. O tempo total de coleta de dados foi de 2 horas/dia, entre 20:00h às 22:00h (período do

funcionamento do curso).

O instrumento científico utilizado para coleta dos dados foi o uso de questionário

semiestruturado, aplicado individualmente para 30 discentes do curso (amostra), de uma

população de 260 discentes regularmente matriculados. Por fim, os dados foram organizados e

tabulados com o auxílio do software Microsoft Excel, versão 2013. As figuras em modelo de

gráficos foram geradas com o uso e auxilio do mesmo software disponível gratuitamente.

3. ANÁLISE DOS DADOS E SEUS RESULTADOS

Inicialmente foi analisado as informações pertinentes ao percentual de gêneros dos entrevistados do curso (Fig. 01).

Figura 01: Quantitativo de respondentes em relação a gênero e média da Faixa Etária.

Fonte: Dados da pesquisa 2017.

Identificou-se que no Curso de Licenciatura em Geografia-UFMT existe um equilíbrio

entre homens e mulheres e que a faixa etária predominante está entre 32 e 35 anos. Essa análise

representa que do número de amostra selecionada resultou-se que o curso não é influenciado

pela questão de gênero, visto também na clareza das respostas enfatizadas pelos menos.

M; 16 F; 14

M; 36,13F; 31,57

0

10

20

30

40

M F

Gêneno/Média de Faixa Etária

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Conseguinte, uma relação importante analisada foi a interação Professor-Discente-

Demandas e Organização do Curso. Essa relação é importante para o caminhar do curso.

Conforme observações respondidas pelos discentes (Fig. 02).

Figura 02: Quantitativo sobre o envolvimento do Professor-Discente-Demandas e Organização

do curso.

Fonte: Dados da pesquisa 2017.

Verificou-se que em torno de 2 respondentes discordam totalmente e 54 concordam

totalmente, indicando que a questão envolvimento professor-discente, efetividade das demandas

e a organização do curso estão com consonância com a expectativa do corpo discente, aspectos

esses fundamentais para o desenvolvimento do curso. Ficou perceptivo também que existe uma

aproximação dentre esses, e essa aproximação é enfatizada a partir de alguns aspectos, tais

como, grupo de pesquisa, projetos de extensão-pesquisa, PIBID e outras ações.

Esse grau de satisfação vem corroborar com a fala de alguns docentes, em que

enfatizam que a novo a reestruturação do curso, pelo qual houve um avanço muito grande,

sobretudo posterior a divisão do curso. Até 2008 o curso era um único licenciatura e

bacharelado, e em 2009, ele se divide, deixando a licenciatura para o período noturno e

bacharelado matutino. Uma situação importante, por exemplo, é que a partir desse momento, os

formando em bacharel estarão vinculados ao CREA - Conselho profissional do bacharel e o

licenciado ao MEC – Ministério da Educação.

24

20

25

54

50

54

0

5

10

15

20

25

30

35

40

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55

60

1 2 3 4 5 6 7

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa verificou a opinião tanto do corpo discente, quanto do corpo docente,

evidenciando que o curso de licenciatura em geografia (noturno) após um longo processo de

reestruturação, ajustes e mudanças. Sobre a fala do coordenador do curso, este dialoga-se que

atualmente o curso possuí uma matriz curricular sólida e ao mesmo tempo focada no

desenvolvimento do professor pesquisador, de forma a trabalhar com os acadêmicos essa

mentalidade desde o início da graduação, tirando-os da zona de conforto, a partir do

envolvimento de programa e projetos, como por exemplo, Programa Instituição de Bolsas de

Iniciação à Docência - Geografia. Programa que permite o discente uma experiência no

ambiente escolar, no contato com os discentes, antes de se formar, atribuindo-lhes uma vivência

fora da universidade e diretamente com o público alvo.

Portanto, nas falas informais dos discentes, fica explicito que o trabalho que o curso como

um todo vem realizando está surtindo efeitos nos discentes, mudando-se matriz e trazendo

novas perspectivas de atuação diretamente no ensino. Confirmação dessa fala foi o indicador de

desenvolvimento que foi nota (5,0) na prova do INEP e, por fim, fato que corrobora para

demonstrar os grandes avanços no curso especialmente na licenciatura.

5. REFERÊNCIAS

BENJAMIN, M. e HOLLINGS A. Student Satisfaction: Test of an Ecological Model. Journal of College

Development, Washington, vol.38, no 3, may/june, p. 213-228, 1997.

CUNHA, A. J. M.; FERREIRA, M. A. T. Transferência de conhecimento em empresas

multinacionais estudo de caso na indústria de papel. Perspectivas em Ciência da Informação, 2011. 16,

n.4, o, 95–118. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/1305>.

Acesso em maio de 2013.

ELLIOTT, K. M. e SHIN, D. Student Satisfaction: An Alternative Approach to Assessing this

Important Concept. Journal of Higher Education, Ohio, vol. 24, n.2, p. 197-209, 2002.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Ed. Atlas 1991. (3 ed., p. 207).

GOMES, G.; DAGOSTINI, L.; CUNHA, P. R. Satisfação dos Estudantes do Curso de Ciências

Contábeis: estudo em uma faculdade do Paraná. Revista de Administração e Economia, v.4, n.2, p.102-

123, 2013.

GONDIN, S. M. G. Perfil Profissional e Mercado de Trabalho: relação com a formação acadêmica pela

perspectiva de estudantes universitários. Estudos de Psicologia, p. 299-309, 2002.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005. (3rd ed.)

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A IMPORTÂNCIA DAS ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO

SOBRE O USO CORRETO DE EPI’S

LA IMPORTANCIA DE TRABAJO DE ORIENTACIÓN DE ENFERMERÍA

SOBRE CORRECTO USO DEL EPI

Thaline Daiane Castrillon Macedo,

Especialista em Gestão em Saúde - UFMT/Cuiabá -MT.

E-mail: [email protected]

Rafaela Graziele Castrillon,

Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas - UNEMAT/Cáceres-MT.

E-mail: [email protected]

RESUMO

O papel do enfermeiro do trabalho tem sido considerado indispensável dentro das organizações, uma vez

que, sua atuação abrange todo o processo de prevenção de acidentes ocupacionais, com a correta

orientação quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI’s, proporcionando um ambiente

com maior desempenho e com mais segurança e conforto ao trabalhador. Este trabalho tem o objetivo de

analisar a importância das orientações do enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de

estudos publicados no período compreendido entre 2002 e 2015. No referencial teórico que o norte de

toda esta pesquisa serão apresentados os tópicos: Conceito de acidente de trabalho; Equipamentos de

Proteção Individual – EPI’s e Enfermagem do trabalho na orientação e prevenção de acidentes na saúde

ocupacional, mostrando as principais características do assunto. Observou-se que o enfermeiro do

trabalho tem um papel significativo na saúde ocupacional, no que se refere ao trabalho educativo na

utilização correta dos equipamentos de segurança individual, contribuindo para o desenvolvimento de

estratégias que visem reduzir os riscos de acidentes ocupacionais que são apresentados no ambiente

laboral.

PALAVRAS-CHAVES: Enfermagem, Saúde Ocupacional, EPI’s.

PALABRAS-CLAVE: Enfermería, Salud Ocupacional, EPI’s.

INTRODUÇÃO

No século XVIII, com o início da Revolução Industrial na Inglaterra, a

preocupação com os acidentes de trabalho era inexistente. A busca pelo lucro e pelo

aumento da produção eram os principais objetivos dos empresários, não se

estabelecendo nenhuma norma que protegessem os trabalhadores em seu ambiente

laboral (SCHIMIDT, 2008).

Com o rápido crescimento da industrialização, motivada pelo crescente aumento

da produtividade e consequentemente cada vez mais salientada a proteção da saúde do

trabalhador, intensificou-se a criação de normas que favorecessem a segurança dos

empregados, propiciando a melhoria da qualidade de suas atividades, bem como a

contribuição para o aumento da produtividade das organizações (SCHIMIDT, 2008).

No Brasil, essa preocupação mais eminente surgiu apenas em fins do século

XIX. Contudo, a enfermagem do trabalho só teve sua importância junto às empresas

reconhecida na década de 70, tendo em vista os elevados números de acidentes de

trabalho que ocorriam (AZEVEDO, 2010).

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Existem diversas leis que visam a proteção do trabalhador no seu ambiente de

trabalho, sendo uma de grande ênfase, a Norma Regulamentadora NR-6, que trata sobre

o Equipamento de Proteção Individual (EPI), que atua como um instrumento de

proteção contra possíveis riscos e ameaças a segurança e saúde do trabalhador. Sendo

obrigação do empregador, fornecer o equipamento e exigir o seu uso adequado pelo

empregado (BRASIL, 2012).

Neste contexto, o presente estudo tem o intuito de identificar estudos

relacionados à importância das orientações do enfermeiro do trabalho sobre o uso

correto de EPI’s, favorecendo reflexões sobre a prática do cotidiano na saúde

ocupacional e a otimização do serviço da enfermagem do trabalho frente às ações

educativas de conscientização dos empregados, contribuindo para o incentivo do uso de

EPI’s pelos trabalhadores. Objetivando analisar à importância das orientações do

enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de estudos publicados no

período compreendido entre 2002 e 2015.

METODOLOGIA

Esta investigação configura uma revisão bibliográfica de estudos científicos

realizada em diferentes bases de dados sobre à importância das orientações do

enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de estudos publicados no

período compreendido entre 2002 e 2015.

No referencial teórico que o norte de toda esta pesquisa será apresentado os

tópicos: conceito de acidente de trabalho; equipamentos de proteção individual – EPI’s

e enfermagem do trabalho na orientação e prevenção de acidentes na saúde ocupacional,

mostrando as principais características do assunto. O norteamento de toda a pesquisa

enfatiza a prática do enfermeiro do trabalho frente às ações educativas de

conscientização dos empregados, referente à importância de seguir as normas de

prevenção de acidentes no espaço laboral.

A coleta de dados foi realizada entre junho e novembro de 2016 nas bases de

dados da Literatura Latino- Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),

Scientific Electronic Library Online (SCIELO), livros e outros referenciais teóricos,

utilizando-se os seguintes descritores: Enfermagem, Saúde ocupacional, EPI’s.

Os critérios de inclusão no referencial teórico: estudos científicos (artigos) nas

bases de dados acima descritas; idioma de publicação português, inglês ou espanhol;

período de pesquisa compreendido entre 2002 e 2015.

A princípio foram identificados 20 estudos, dos quais 16 eram artigos, 03

monografias e 01 tese de doutorado para posterior análise na revisão bibliográfica.

Deste total foram excluídos: aqueles que se repetiam em outras bases de dados, artigos

publicados fora do período delimitado e artigos incompletos ou cujo objeto do estudo

não se relacionava com a temática deste trabalho. Tomando como critério a leitura

exploratória dos títulos e dos resumos de cada um deles, foram selecionados 10 artigos

para compor essa revisão, 02 monografias e 01 tese de doutorado.

As normas utilizadas foram as da ABNT (Associação Brasileira de Normas e

Técnicas), devido à obrigatoriedade do edital e a sua facilidade de ser exposta.

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Quanto aos aspectos éticos, salienta-se que os preceitos de autoria das obras

consultadas foram respeitados. Como o estudo trata-se de uma revisão bibliográfica da

literatura não foi necessária sua submissão a um Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As empresas atuais vêm investindo consideravelmente nos Equipamentos de

Proteção Individual – EPIs, pois além de ser uma norma internacional, constata-se

através de estudos, que, a utilização desses equipamentos contribui para a redução dos

acidentes nos postos de trabalho, o que remete em fatores positivos tanto para as

empresas, as quais não apresentam perda de produtividade, quanto para os próprios

empregados, que não são obrigados a afastar-se de suas atividades, ocasionando

transtornos em relação a sua vida profissional (GRAVENA, 2002).

As atribuições do profissional vão desde o estudo inicial das condições de

trabalho com a identificação de possíveis riscos, até o desenvolvimento de ações que

visem à promoção da saúde do trabalhador, envolvendo cuidados de segurança, higiene

e melhorias do próprio trabalho (ANENT, 2011).

Nesse sentido, pode-se afirmar que o profissional da enfermagem do trabalho

desenvolve as suas atividades não somente acompanhando a saúde do trabalhador, mas

atento ao cuidado e prevenção de acidentes no próprio ambiente de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, é relevante ressaltar que a quantidade de artigos publicados com o

tema desta revisão ainda é insignificante diante da importância que o assunto em

questão tem para os profissionais da saúde, o que consequentemente impede o

delineamento mais homogêneo do estudo a nível nacional.

O trabalho cotidiano que é realizado pela enfermagem do trabalho nas empresas,

visa principalmente o trabalho de conscientização dos empregados em virtude do uso

dos EPIs, levando em consideração que, a maioria dos empregados não acredita que

possa ocorrer algum acidente no trabalho ou aparecimento de doenças proveniente da

falta de proteção individual.

Pelos artigos analisados notou-que que muitos profissionais se encontram

resistentes à utilização dos EPIs, justificando o seu não uso, mesmo o empregador

oferecendo o equipamento e as orientações necessárias para o seu uso.

Nesse sentido, percebe-se que a atuação do enfermeiro no que se refere ao

trabalho educativo junto aos demais profissionais responsáveis pelo monitoramento da

utilização dos equipamentos de segurança se apresenta de maneira favorável para o

desenvolvimento de estratégias que visem reduzir os riscos de acidentes ocupacionais

que são apresentados no ambiente laboral.

Dada à importância do presente estudo, espera-se que este levantamento teórico

e as considerações apresentadas subsidiem um referencial bibliográfico que contribua

para propiciar o aparecimento de novas pesquisas nessa área e a maior visibilidade das

mesmas.

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REFERÊNCIAS

ANENT. Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho, 2011. Disponível em: <http://

www.anent.org.br>. Acesso em: 03 nov. 2016.

AZEVEDO, M. V. Atenção à saúde do trabalhador. Curitiba: Editora Facinter, 2010.

BALBO, W. O uso de EPI-Equipamento de proteção individual e a influência na produtividade da

empresa, 2011. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/o-

uso-do epiequipamento-de-protecao-individual-e-a-influencia-na-produtividade daempresa/4265>.

Acesso em: 04 nov. 2016.

BRASIL. Ministério do trabalho e do emprego. NR 06 - Equipamento de Proteção Individua l–

EPI.Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2012. Disponível em:

http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm>. Acesso em: 05 nov. 2016.

GRAVENA, A. Curso de formação de operadores de refinaria: segurança industrial. Curitiba:

PETROBRAS: UnicenP, 2002. Disponível em:

<http://www.tecnicodeJpetroleo.ufpr.br/apostilas/saude/segurancaindustrial.pdf>

Acesso em 03 nov. 2016.

SCHIMIDT, M. A Revolução Industrial e a organização dos trabalhadores em sindicatos. São Paulo,

Editora Moderna, 2008.

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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE VISÃO LIMITADA EM SALA

DE AULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PERCEPCIÓN DE LOS MAESTROS EN VISIÓN LIMITADO EN EL AULA EN

EDUCACIÓN INFANTIL

Aglaunice Fatima da Silva

Email - [email protected]

Jean Carlos Crema

Email - [email protected]

Resumo: A preocupação com a deficiência visual na escola, o professor ao

desenvolver atividades, deve estar atento no desempenho do aluno, com um olhar

holístico. A criança com visão limitada apresentará redução na sua capacidade visual,

interferindo no seu avanço educativo. Geralmente por não compreender as atividades

proposta, não apresentam interesse e se distrai facilmente, apresentando inquietação,

mas devemos levar em conta, a criança que não enxerga bem, pode não apresentar

queixas, para ela não existe exatamente uma percepção de como deveria enxergar, como

as outras pessoas, não conseguindo ter essa dimensão. Os professores desempenham um

importante papel, pois a dificuldade visual se manifesta por meio de sinais observáveis

como, movimentos repetitivos, girar ou mover a cabeça, franzir a testa, dores constantes

de cabeça, dificuldades para enxergar de longe, esfregar os olhos e balançar as mãos,

situações que o educador poderá informar aos pais ou responsáveis pela criança.

Palavra-chave: Percepção, professores, dificuldades visuais

Palabra clave: Percepción, Profesores, dificultades visuales.

1 Introdução

Segundo TROTTER (1985) “as visitas ao consultório de um médico

oftalmologista devem começar quando o bebê completar seis meses de vida e devem ser

repetidas de ano em ano”, pois visão limitada é uma das principais causas de evasão

escolar e repetência entre as crianças.

O professor conhecedor dos problemas visuais pode detectá-los em seus alunos,

orientando adequadamente os pais, além de se sentir capaz para atender as necessidades

desses alunos que apresentam dificuldades visuais. O objetivo desse estudo é conhecer

algumas deficiências visuais que podem ser identificadas através de simples sinais que

a criança transmite através da realização de simples atividades educativas, além de

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Compreender a necessidade e importância das adequações pedagógicas que

devem ser realizadas no processo ensino e aprendizagem para atender o aluno com

baixa visão.

O artigo é pautado na Pesquisa Bibliográfica, com o objetivo de apresentar os

“sinais/sintomas” de deficiência visual mais comum no início escolar de uma criança. O

método de estudo utilizado é baseado na pesquisa explicativa.

2. As características dos problemas visuais

É importante salientar que é comum a existência de doença nos olhos durante a

infância, como em qualquer outra faixa etária, mas nos primeiros anos escolares pode

ser detectada pelos professores através das atividades pedagógicas e acompanhada por

médicos oftalmológicos indicando o uso de óculos de grau.

Para Carvalho (2006 p.08), o médico responsável por diagnosticar e solucionar

os problemas da visão é o oftalmologista, cuja especialidade é tratar das doenças

oculares e alterações visuais. Segundo o autor, o recomendável é que o oftalmologista

examine a criança nos primeiros anos de vida, principalmente ao completar seis meses,

repetindo-se a consulta a cada ano.

3. Erros mais comuns de refração

Os erros de refração mais comuns são a miopia, hipermetropia e astigmatismo,

não tratados adequadamente podem levar a criança a ter dificuldades no desempenho

escolar.

Hoje a miopia é um dos casos mais comuns, ela reflete no globo ocular deixando

a imagem dos objetos distorcidas, perdendo a nitidez, fazendo a visão tremula. A

miopia pode ser corrigida através de algumas lentes especificas indicada pelo

profissional da área.

Carvalho (2006 p.16) corrobora quando informa que uma criança míope não

enxerga com nitidez de longe, mas muito bem de perto, tendo assim características

muito comuns e referência por atividades próximas como leituras e trabalhos manuais.

Outra dificuldade visual muito comum é a hipermetropia caracterizada por dificuldade

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em enxergar de perto, necessitam de um esforço maior para acomodar a imagem na

retina. É comum aos portadores de hipermetropia, que não usam óculos, ter dores de

cabeça, tonturas, cansaço visual, principalmente se estão lendo, escrevendo, pintando ou

brincando com objetos próximos dos olhos.

O Astigmatismo também contribui para que o aluno apresente dificuldades no

desempenho escolar, podendo estar associado à miopia ou hipermetropia.

De acordo com Trotter (1985 p.131), astigmatismo não significa mais nada do

que “ausência de ponto. ”, ou seja, não existe a percepção nítida dos contrastes entre as

linhas horizontais, verticais e obliquas. Segundo o autor, normalmente as crianças com

essa deficiência de refração podem apresentar confusões como: trocar algumas letras

como H, M e o N; trocar os numerais 8 e o 0; apresentar dores constantes de cabeça;

dificuldades para seguir uma linha de um texto; dupla visão e olhos vermelhos.

Apesar das dificuldades que a baixa visão ocasiona nada impede a criança de

participar das atividades destinadas às demais da mesma faixa etária sem problemas

visuais.

4. Adequações visuais

Os alunos com baixa visão devem receber atenção especial do professor, pois é

necessário que haja boa visualização analisando a posições que o aluno enxerga melhor

os objetos, ambiente tranquilo e adaptado às necessidades dos educandos como

exemplo, Cadernos com linhas bem fortes possuindo espaço entre as linhas de

aproximadamente 1,5 cm. Os livros didáticos reproduzidos em copiadoras ampliando as

letras e figuras para facilitar a visualização do aluno, As lousas devem ser mantidas

limpas para maximizar o contraste e de preferência utilizar giz de cor amarelo, pois

oferece um melhor contraste. O professor deve se utilizar de letras maiúsculas, tendo

entre seis a oito centímetros de altura e ao colocar informações na lousa, estas devem

ser lidas em voz alta ou interpretadas, além do cuidado com a iluminação.

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6. Avaliação do rendimento escolar.

O professor ao fazer uma avaliação do rendimento escolar do aluno, deve voltar

o seu olhar crítico para informações que a criança transmite através de atividades

realizadas como a construção de frases, desenhos, troca das letras, participação, às vezes

dificuldades de compreensão etc, levando em consideração as particularidades e

características da criança com baixa visão.

Cada criança possui o seu tempo de adaptação e aprendizado, é nesse momento

que o educador deve voltar o seu olhar crítico a fim de oferecer soluções que possam

contribuir diretamente aos pais e alunos. Uma criança que possui dificuldades para

enxergar não apresentara nenhum interesse nas atividades, portanto é importante a

análise minuciosa do professor pois esse “sinal” pode ser confundido como “preguiça” a

assim ambos não obterão nenhum rendimento satisfatório.

6. Metodologia Utilizada.

Este artigo é pautado na Pesquisa Bibliográfica, com o objetivo de apresentar os

“sinais/sintomas” de deficiência visual mais comum no início escolar de uma criança.

O método de estudo utilizado é baseado na pesquisa explicativa, definida por Gil

(2002 p.42) que: Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores

que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de

pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o

porquê das coisas.

7. Considerações Finais.

Geralmente é na escola que as dificuldades visuais ficam mais evidentes, tento

ressaltar a análise minuciosa que o educador deve ter com seus alunos observando os

sinais que apresentam no decorrer e ao final de cada atividade educativa, sinais

observáveis como movimentos repetitivos, girar ou mover a cabeça, franzir a testa,

dores constantes de cabeça, dificuldades para enxergar de longe, esfregar os olhos e

balançar as mãos. O professor deve se preocupar com a qualidade dos métodos e não

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com a quantidade a serem utilizados para promover um aprendizado eficiente e prático

para todos. Esses sinais apresentados na pesquisa são em muitos casos confundidos com

distúrbio de aprendizado gerando insatisfação tanto por professores como para o aluno.

A criança não sabe ainda definir a diferença da visão normal e anormal ficando quieta,

sem motivação e se sentindo inferior a outras crianças do seu próprio convívio social, e

esse fato delicado que em muitas vezes acaba desencadeando a evasão escolar. Diante

de qualquer percepção de sintomas, é necessário pais e professores devem estar juntos

na avaliação da saúde visual da criança.

8. Referências Bibliográficas.

CARVALHO, Regina de Souza. JOSÉ, Newton Kara; ARIETA, Carlos Eduardo Leite;

Manual da Boa Visão do escolar: solucionando dúvidas sobre o olho e a visão. São

Paulo: Estúdio Artecétera , 2006.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo : Atlas,

2002.

TROTTER, Jorge. Estudos Superiores da Ótica Oftálmica: o olho. São Paulo: Cert, v.

02, 1985.