israel sem máscara

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----------------------- Page 1----------------------Israel sem Mscara Wiltold Kowerski ndice Ao leitor Introduo I II III IV V VI VII VIII IX X O mundo depois da guerra A histria na vida do judasmo Os tempos legendrios de Israel As reformas de Ezdras e Nehemias Sob o poder do Egypto e da Syria Roma e a destruio de Jerusalem As sublevaes. O Synhedrion. O Talmud de Palestina Os judeus e a desorganizao do imperio romano O christianismo e os judeus Babylonia e o Talmud babylonico

----------------------- Page 2----------------------XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX XXI XXII XXIII O nascimento do Islo A edade aurea do judaismo na Espanha Moyss Maimuni. Os cabalistas. O livro "Zohar" Os movimentos sectarios e revolucionarios na edade media Os marranos. A Inquisio. A expulso dos judeus da Espanha As tentativas de salvamento. A Santa Inquisio em Portugal A influencia judaica sobre o movimento humanistico O exordio da reformao As exploses revolucionrias A contra-reformao. Os judeus na Turquia. Amsterdam A Polonia, abrigo para o judaismo A reformao na Polonia A guerra dos trinta annos

XXIV XXV XXVI XXVII XXVIII XXIX XXX XXXI XXXII XXXIII XXXIV

A neutralidade da Polonia. O motim dos cozacos A revoluo de Cromwell. Manass ben-Israel, Baruch Spinoza Sabbatai Tsvi, como messias As unies secretas. Os symbolos, a hierarquia e o ritual da maonaria A Cabala e a iniciao maonica A diviso dos ritos maonicos A maonaria e os judeus A philosophia, a ethica e as senhas da maonaria Moyss Mendelssohn. A revoluo franceza e seus resultados O governo das finanas judaicas Os fins do socialismo

----------------------- Page 3----------------------XXXV XXXVI XXXVII XXXVIII XXXIX XL XLI O sionismo Os financeiros judaicos e o bolchevismo Os judeus na America do Norte A crise espiritual A crise economica As perspectivas A actualidade Bibliografia Dedico este trabalho ao presado amigo, Snr. Coronel Manuel dos Passos Maia, aos demais bons amigos e a todos meus ex-discipulos disseminados pelo Brazil. Voltar AO LEITOR O livro que apresento ao publico, no trabalho meu independente. Com excepo de alguns capitulos que so de minha lavra, o que nele se contem uma traduo, quasi verb al, de um livro que appareceu em 1932, na Polonia e, ahi, em menos de um anno, j teve duas edies, O titulo do livro em questo : O occaso de Israel (em polonez: Zmierzch Izraela). Seu auctor, sr. Henryk Rolicki (leia-se Rilitski) escreveu-o para o publico polo nez e, por conseguinte, fez questo de frisar especialmente os prejuizos que Israel causou Po

lonia, sua collaborao activa com os inimigos do paiz que o hospedou ha seculos, tanto nas partilhas da Polonia, como, depois, durante a sua escravido, mais que secular, so b o jugo da Austria, da Prussia e da Russia. Visto que, para se comprehender perfeitamente esse trabalho clandestino dos f ilhos de Abraho e dos seus auxiliares arios, indispensavel um conhecimento aprofundado da historia poloneza, achei conveniente omittir esses capitulos que dizem respe ito s a'Polonia, alias muito interessantes, que cansariam, entretanto, o leitor brazil eiro. Em compensao, inclui um capitulo escripto por outro auctor sobre a aco dos judeus na America do Norte, accrescentei mais alguns capitulos baseados em observaes e estud os, ----------------------- Page 4----------------------emfim, na traduco do livro O occaso de Israel, permitti-me algumas ligeiras modificaes e accrescimos que julguei convenientes. No capitulo 1 ( O mundo depois da guerra ), aproveitei muitos pensamentos, at p hrases inteiras, do livro Omundo de aps guerra e a Polonia, tambem publicado em Varsovia e

cuja terceira edio, estar breve esgotada. O auctor da obra em questo, o sr. Romo Dmowski, ex-presidente da delegao poloneza ao congresso da paz em Paris, um dos ma is eminentes pensadores da actualidade, o homem que mais contribuiu para o resurgim ento da sua patria, depois da guerra mundial e antes da mesma, assim pela sua activid ade politica, como polas obras publicadas. Chamo a especial atteno do leitor sobre o caso que, tanto a historia e as observaes sobre o judaismo, como as sobre as sociedades secretas so baseadas, quasi exclusivamente, sobre obras escriptas por judeus ou por membros das mesmas socie dades secretas. Caso alguma coisa no lhes agradar no presente livro - devem queixar-se da indiscreo dos proprios companheiros, commentadores e historiadores. Ha algumas semanas apnas, appareceu em traduo portugueza uma srie de artigos publicados ( em 1919 e 1920 ) no jornal norte-americano Dearborn Independent pertencente ao sr. Henry Ford. Esta traduco, sob o titulo geral de O judeu internac ional foi editada pela Livraria do Globo em Porto Alegre. Visto me ter cahido o livro acima s ha poucos dias nas mos, fiquei com receio que, talvez, o meu trabalho se tivesse tor nado inutil. Pela ligeira inspeco, entretanto, do O judeu internacional, cheguei convico que Israel sem mascara po der ser muito bem aproveitado por todos os que quizerem aprofundar a questo judaica e que, para bem a comprehenderem, devem lr ambos os livros. Escrevi o livro usando orthographia latina. Como antigo lente de grego e lati m, sempre continuarei firme na minha convico que o portuguez uma lingua derivada do latim e no do hebraico, facto este de que tem todas as razes de se vangloriar. Em consequencia, nunca mais me habituarei a escrever: fato, ino, salmo, quimica, etc., em vez de facto, hymno, psalmo, chimica etc. Sou de opinio que a nova orthographia

no passa de uma nova invencionice de certos crypto-arios que, cumprindo as ordens dos superiores desconhecidos, pretendem desta maneira afrouxar os laos de tradio que unem os povos latinos a Roma. Ahi, tambem, tem sua fonte os novos programmas de ensino que eliminaram o grego das escolas e reduziram o ensino do latim a uma fa rsa, assim como, nas faculdades juridicas, removeram o estudo do direito romano para um logar de segunda ordem. O resultado de similhantes medidas no se fez esperar muito: a decadencia da verdadeira instruco e a fabricao, em sries, como se fabricam machinas de costura ou automoveis, de doutos semilettrados e semianalphabetos que, constitu em um material flexivel e commodo nas mos dos dirigentes invisiveis e, para a patria , um verdadeiro lastro inutil e oneroso. Alguns amigos houveram por bem de me prevenir que no deveria expr o meu nome a uma vingana eventual da parte de pessoas que no gostaro do Israel sem mascara. A minha resposta a seguinte: 1, tenho averso ao anonymato e aos segredos no justificados; 2, nunca tive medo de ninguem; 3, f eliz ou infelizmente, no disponho de uma fortuna de um Henry Ford a quem se possa arruinar por greves de operarios, concurrencia commercial ou processos judiciaes. No posso nada que me possa ser tir ado, excepto alguns livros e moveis mais que modestos. Quanto vida - estou no fim dos meus dias e nada mais da vida espero. Tambem, com os tempos que correm, a vida no apre senta nenhum encanto mais e traz s aborrecimentos, cada vez maiores e mais variados. Du vido ----------------------- Page 5-----------------------

muito que possa ainda alcanar outros tempos melhores e mais interessantes. Desejo -o, de todo o corao, aos nossos substitutos, gerao que est, actualmente, na flr da edade e que, principalmente, este livro dedico. Maio de 1933 Witold de Bialynia Kowerski. I INTRODUO

A questo judaica, to pouco conhecida e discutida no Brazil que, at esta data, ( Setembro de 1933 ), encontrei um unico artigo do sr. Assis Chateaubriand, dando informaes exactas sobre o movimento libertador que faz estremecer quasi todo o mun do contra o jugo de Israel - no apenas uma questo local de alguns paizes onde existem maiores agrupamentos judaicos. Com o progresso continuo dos meios de communicao e com a facilidade com que, hoje, se transmittem as idias, questes locaes alis, quasi mais no existem. Todo mal que assola um paiz, repercute, immediatamente, nos outros. Visto que os judeus, como immigrantes, so uns dos mais novos hospedes do Brazi l, a populao em geral pouco os conhece. Segundo o ditado latino: clara pacta veros faci unt amicos; em traduco livre, podemos dizer o mesmo: precisamos conhecer-nos para ficarmos verdadeiros amigos. Afim de poder o Brazil conhecer seus novos hospedes e

poder aprecial-os devidamente, embra no tivesse sido convidado para tal, resolvi, por intermedio deste livro, servir-lhes de introductor diplomatico. Ambas as partes interessadas podero s lucrar com isto. A questo judaica no um caso novo. O antisemitismo, segundo affirma Ernesto Rnan, que, tambem era judeu, to antigo como o proprio judaismo. Isto prova que o povo eleito no posse amigos entre os demais povos. Os proprios judeus, em todas suas manifestaes publicas, sempre se apresentam a si, como povo infeliz, que sempre est eve sujeito a soffrimentos sobrehumanos, etc.. Admittindo mesmo que essas queixas sejam justificadas, ser que somos ns, isto , os demais povos, que temos culpa dos taes soffrimentos sobrehumanos de Israel? Ser que os judeus nada fizeram para serem desprezados, odiados e perseguidos ? Desde os tempos dos pharas, dos chaldeus, dos assyrios, persas e quantos mais povos da antiguidade, os judeus e, s os judeus, foram victimas de perseguies especiaes. O ve lho historiador romano, Tacito, chama-os de despectissima gens, o grande orador e patr iota romano, Cicero, tem nojo delles. Nos tempos medievaes, a Inglaterra expulsa-os do paiz, desde o anno de 1290; o mesmo faz a Frana, a Espanha e o Portugal; so corridos da Italia e da Allemanha; a Russia prohibe-lhes o ingresso e, at guerra mundial, no lhes con cede direitos politicos, delimitando-lhes uma zona de habitao. Ser possivel que todo o mundo, principalmente o mundo civilisado, isto , os pov os arios tenham uma averso innata contra essa gente nomade que no quer possuir patria e teima em sr cidado do mundo ? Porque no existe esta averso contra os ciganos, po r exemplo, que, tambem, so nomades e vivem entre os povos arios ? ----------------------- Page 6----------------------Por toda parte onde os judeus appareceram pela primeira vez, foram recebidos de braos abertos. Assim foi o primeiro encontro de Israel com os antigos gregos, com a me sma benevodencia receberam-nos os romanos, depois a Espanha e os demais paizes europ eus. Ao fim de algum tempo de convivencia cordeal, sempre o idyllio terminava com rix as, depois com perseguies e, afinal, com massacres. Nos tempos mais modernos, no comeo da reformao na Allemanha a que serviram de apostolos Reuchlin, Melanchton e Luthero, os judeus foram muito bem tratados pel os reformadores e, frequentemente, consultados. No decorreram nem dez annos, que as relaes to amistosas foram rompidas e o mesmo Luthero eis o que escreve no seu estyl o lapidar: preciso pr fogo por baixo das suas ( judaicas - n. do auct.) synagogas e escola s; quem puder, junte pixe o enxofre. Quem puder juntar fogo do inferno, faz muito b em. O que o fogo no queimar, necessario cobrir bem com terra para no apparecer mais nenhuma pedra, nenhum pedao de carvo. Da mesma forma, necessario quebrar e

destruir suas casas e fechal-os, elles proprios, num galpo ou num chiqueiro, par a aprenderem que no so donos do nosso paiz. preciso tirar-lhes a proteco official ( da s Geleit ) e prohibir-lhes as estradas publicas, pois nada tm elles de procurar pel as aldeias. necessario prohibir-lhes toda usura e confiscar-lhes todos os bens, joias, ouro e prata, visto que tudo que possuem, roubaram a ns, por meio de sua usura scelerada, sendo que no sabem viver de outro modo... Enriquecem com o nosso suor e o nosso duro trabalho . Estamos ficando cada vez mais pobres, devido sua explorao. Chupam-nos, como sanguesugas, deitam-se sobre os nossos peitos, como um pesadelo, esses canalhas e panudos vadios; enchem a garganta e devoram, passam bem em nossa casa; em compensao, blasphemam ao nosso Senhor Jesus, s egrejas, aos principes, ameaam a ns todos, desejam-nos a morte e toda qualidade de calamidades. Conforme se v, o grito de Hitler: Juda verpecke! (Juda desapparea), no uma inveno de hoje. O sr. Martin Luther, sem duvida, no frequentou a crte de Versailhes, no era um petit matre e no escolhia expresses melifluas para as suas proclamaes; faamos, pois, um pulo de tres seculos na historia e ouamos a opinio sobre Israel de um homem celebre, tambem allemo, que no era nem politico nem reformador, mas famoso artista, musico apnas, o famoso compositor do cyclo dos Nibelungos, Ricardo Wagne r: Desejavamos muito aos judeus um estado hierosolymitano; smos obrigado, entretan to, a lastimar a fineza demasiada do sr. Rothschild, que, ao envez de ficar rei dos judeus, tornou-se judeu dos reis. De um modo completamente imperceptivel, este credor do s reis transformou-se num rei dos credores. Por conseguinte, a exigencia deste rei de u ma emancipao dos judeus, devemos reconhecel-a como sendo muito ingenua, visto que smos ns que deveriamos luctar pela nossa emancipao dos judeus. Porquanto, no actual estado das coisas, o judeu j mais do que emancipado; est dominando e ha de dominar , emquanto o dinheiro fr synonimo do poder... No necessario constatar a judaisao da arte contemporanea - isto simplesmente, atira-se nossa vista. O judeu falla a li ngua da nao entre a qual vive, mas falla sempre como um extrangeiro. A nossa civilisao europia e a nossa arte - so, para os judeus, coisas extranhas. Estas coisas extran has, o judeu pde s imital-as, como macaco... O judeu ins truido extranho sociedade que no comprehende... Nos tempos em que Goethe e Schiller produziam as suas obras, no ouviamos ainda fallar num judeu que fizesqe versos; hoje, entretanto, quando a p roduo artistica tornou-se uma mentira, confessou esta mentira, com escrneo, um judeu ta lentoso e poetico (trata-se de Henrique Heine - n. do auct.). ----------------------- Page 7----------------------As observaes de Wagner sobre a judaisao da arte so mais actuaes hoje do que o foram nos tempos do grande musico. Hoje, no s a arte que est judaisada: judaisada so a propria sciencia, a politica, a diplomacia e, at a moral em todo o mundo que te m

pretenses a maior civilisao e maior cultura - no mundo ario. A questo judaica de que trata este livro, de uma importancia to grande e to actu al que toda pessa que se interessa por mais alguma coisa que po quotidiano para o cor po, e o cinema ou cabaret para a alma, deve conhecel-a, visto que o judaismo, por inte rmedio de sociedades secretas por elle fundadas entre os arios, penetrou em todos os terre nos da nossa vida. O judaismo no gosta de apparecer luz do dia; prefere agir por substitutos, ad hoc adestrados, que trabalham a favor de Israel entre os arios obedecendo cegamente s ordens dos chefes invisiveis. Em vista disso, o presente livro procura tirar a mascara no s a Israel, como tambem aos seus substitutos e auxiliares. Entre estes, existem muit os homens honestos que se deixaram alliciar para membros de certas sociedades philanthropic as secretas; uns por companheirismo, outros por curiosidade, ainda outros por vaida de, emfim, a maioria - pelas promessas de auxilio e proteo na carreira. Entre todos elles, ne m um por dez mil ser de facto iniciado nos verdadeiros propositos e mysterios da sociedade , bem como na essencia da sua philanthropia. Continuar sendo pio nas mos dos seus prepost os os quaes, por sua vez, no passam de pies nas mos dos superiores desconhecidos. Homens que consertaram a sua moral e uma rectido de caracter innatas e consegu iram chegar a um certo grau de iniciao que lhes desvendou uma parte dos mysterios da philanthropia secreta, recuaram indignados e, como Adrien Leroux, ex 33, publicaram muitos segredos do judaismo mascarado. Com o desmoronamento da antiga organizao economica mundial a que estamos assistindo actualmente e cuja organizao, conforme os leitores vero nos capitulos des te livro, tambem producto do judaismo - a estrella tanto de Israel, como a dos seus companheiros arios, estao perdendo o brilho com que, at ha poucos annos, estavam resplandescendo. Entre a jovem gerao europa que, daqui quatro ou cinco annos, substituir a gerao actual no leme das sociedades, esto renascendo os verdadeiros ide aes de antanho; o materialismo e o internachonalismo esto se extinguindo. O socialism o que os philanthropos procuram implantar no Brazil, como ida moderna e actual, no velho continente est morrendo de morte natural, por falta de vitaminas. Procuram prolon gar-lhe a vida os velhos companheiros, fieis bandeira vermelha, mas so distanciados ou pelo s communispas que, no seu raciocnio, so mais consequentes, ou pelos jovens que nada mais querem saber do farrapo rubro. A philanthropia occulta, corrida da Italia e da Allemanha officialmente, proc ura desquitar-se na infeliz Espanha marcando a sua passagem por incendio , bombas e anarchia. No demorar a hora em que poucos sero os paizes onde poder encontrar um porto

seguro. Oxal que este livro, producto de longas obsertaes, muitos estudos e muitas noite s de insomnia, possa servir de alguma luz aos errantes que, inconscientemente, contin uam puxando o carro de Israel e, inconsientemente, esto levando a patria ruina. II O MUNDO DEPOIS DA GUERRA Os investigadores da crosta terrestre descobriram, j faz muitos annos, que na historia dessa crosta houve momentos de grandes revolues, transformando completamente o aspecto do mundo. Seguem-se-lhes novas formaes geologicas, surgem rochas different es, ----------------------- Page 8----------------------bem como novos typos de plantas e de animaes. Esses momentos, na lingua dos geol ogos, chamam-se cataclysmos e foi este nome que se emprestou para a designao de grandes revolues nos annaes da humanidade. Aos homens da nossa gerao foi reservado o papel de testemunhas e de participes de um desses cataclysmos na historia das naes. A guerra de 1914-1918 no foi uma refrega commum entre potencias, depois da qual a vida volta s suas normas, mais ou menos antigas - digo, mais ou menos, pois que nunca o faz totalmente - e a continuidad e da sua evoluo no fica interrompida. A guerra abalou os fundamentos da vida interna das naes e das relaes internacionaes; della que comea uma transformao completa na organizao do mundo inteiro. Os homens de hoje, nascidos e educados antes da guerra, num mundo que, em part e, j desmoronou e continua desmoronando de uma maneira vertiginosa, sempre ainda esto pensando por categorias antigas e perseguindo as formas que lhes fogem de vista. A nova realidade, entretanto, passa por cima de suas cabeas e prepara-lhes desencantos, cada vez novos, cada vez mais dolorosos. Esta realidade est organizando, com uma exigua participao do consciente pensamento humano, um novo mundo, uma vida nova, com novos typos de homens, com novas relaes entre foras - um mundo terrivel para uns, trazendo destinos mais prosperos para outros. Neste mundo que ainda se acha in statu nascendi, ninguem ainda capaz de orient ar-se. Quando muito, pde-se fazer esforos para comprehendel-o. Infelizmente, at os esforos so poucos os que apparecem. Ha uns quarenta annos, certo professor vienense disse uma grande verdade : qu e o maior perigo da nossa civilisao e que lhe preparava catastrophes desconhecidas, era o fa cto de um progresso technico vertiginoso, no acompanhado de perto pelo progresso moral e politico. A guerra mundial demosntrou que, nessa opinio, alis to justa, algo ainda faltava. O perigo do celere progresso technico tambem augmentado pelo facto de no ser elle acompanhado de perto pelo progresso intellectual. Pelo contrario, nos ultimos te mpos em que a technica obteve triumphos inauditos, quando as suas conquistas comearam a transformar at a vida quotidiana do individuo, os homens iam-se tornando cada vez mais superficiaes; uma appario cada vez mais rara tornavam-se os espiritos eminentes qu

e encaravam claramente a realidade, capazes de perceber nitidamente o conjunto das questes, em que era seu dever encontrar a linha de conducta. O mundo encheu-se de individuos semi-intellectuaes, inaproveitaveis para a sociedade, em uma palavra, individuos superfluos, que esto constituindo um onus para a collectividade. Individuos em qu e estejam reunidas instruco, a uma verdadeira instruco. - rectido, fora de caracter, energia, logica, moral e perseverana, quasi no existem mais. Quanto mais engenhosa ficava a machina, tanto mais estulto ficava o homem.(1). verdade que a este facto contribuiram, em grande parte, as organizaes secretas que se apoderaram no s da maioria dos governos, como tambem da instruco publica, da litteratura, da imprensa, da arte e de todas as manifestaes do genio humano. A ess as organizaes, no lhes convinham espiritos fortes e independentes, que no se sujeitaria m a ordens superiores, muitas vezes incomprehensiveis, muitas vezes, at, revoltantes e contrarias moral. Convinham-lhes mais mediocridades obedientes que trabalhassem sem raciocinio proprio, para um fim s por ellas conhecido. Dahi resultava que, frequentemente, grandes talentos e grandes espiritos morriam em abandono e em esquecimento, ao passo que individuos, apnas mediocres ou menos de que mediocres, ----------------------- Page 9----------------------chegavam a occupar posies de responsabilidade; talentos, tambem mediocres apnas, obtinham o apoio do reclame internacional, para se tornarem conhecidos no mundo inteiro. Como illustrao desta verdade, sufficiente citarmos um exemplo : quando o escript or polonez Ladislau Reymont, que no gozava de proteo das organizaes internacionais, recebeu , ha alguns annos atraz, o premio Nobel de litteratura, a grande maioria do mundo civilisado ficou estupefacta, pois nunca ouvira fallar nas obras primas do laure ado, ao passo que os escriptos mais que mediocres do bolchevista Maximo Gorky so tradu zidos em quasi todas as linguaes e o auctor dessas mediocridades passa por um escriptor de grande talento. Em todas as linguas so, alis, traduzidas as edificantes produes do judeu Pitigrilli, de Decobra, etc. Exemplos desta qualidade poderiamos citar s duzias e no s na littaratura. Ha-os, principalmente, na politica. Nada mais que a guerra mundial, veiu provar a verdade da nossa affirmao : as circumstancias de sua exploso, o modo por que foi dirigida, assim sob o ponto de vista militar como politico, a forma de sua terminao, a paz concluida e os commentarios a tudo isso publicados depois pelos principaes actores do drama - tudo isso diz a favor da grandeza, da potencia extraordinaria dos meios de que dispunha na lucta e que fo ram fornecidos pela technica e pela organizao aproveitando essa technica; tambem diz a favor da riqueza das naes, mas, ao mesmo tempo, depe contra o valor intellectual e moral

dos homens a quem foi confiado o aproveitamento desses meios. A guerra foi, tal uma machina colossal, posta em movimento, sem se saber por quem, por que razo e com q ue fim; ninguem soube dirigil-a nem fazel-a parar, de modo que funccionou durante m ais de quatro annos, destruindo vidas humanas e fructos do trabalho e do genio humanos, at que parou, por falta de combustivel e de lubrificantes. Com respeito propria guerra, poder-se-ia dizer que o futuro historiador, por mais genial que fr, sem ter accesso aos archivos secretos das organizaes internacionaes clandes tinas, nunca conseguir desenredar os planos, frequentemente suicidas, e o procedimento d a nossa poca. Porque, antes da guerra, se fomentou na Frana e na Inglaterra uma intensa poli tica pacifista, ao passo que a Allemanha augmentava o seu poder militar a um nivel nu nca visto antes ? Porque, no comeo da guerra, se fizeram muitas coisas, como se fossem de proposito para prolongal-a ? Porque, no Occidente, se evitava um appelo ao patriotismo do exercito ? Porque se tratou com tolerancia a propaganda aberta contra a continuao da guerra, at uma victoria decisiva ? Porque, em vez de uma victoria decisiva, se terminou a guerra por uma revo luo ? Porque se emprestou ao Congresso da Paz um caracter de tribunal-julgador dos cul pados ? Porque, no dia seguinte ao da assignatura da paz, se iniciou um trabalho, por pa rte dos vencedores, para serem annulladas algumas clausulas do tratado ? Porque no foram estabelecidas, desde logo, as fronteiras dos paizes orientaes na Europa, deixando-os sangrar mais dois annos ? Porque, em vez de dar um golpe decisivo ao bolchevismo, foram retirados os conti ngentes alliados da Russia, no momemto mesmo em que os Soviets j estavam exhautos ? Porque se tolerou uma greve geral em quasi todos os portos da Europa Occidental, prohibindo o embarque de armas e munies para a Polonia, na occasio em que esta, ssinha, defendia a civilisao contra as hordas bolchevistas ? ----------------------- Page 10----------------------Porque no se attendia aos conselhos de Foch e entregou-se uma quasi dictadura da Europa a um individuo teimoso e quasi ignorante da especie de Lloyd Georg ?... De taes porques poder-se-ia compr uma lista comprida. Infelizmente, todos os dia s apparecem novos porques e, ou ficam sem resposta, ou a resposta to confusa que nada esclarece. A sorte dos politicos que, provavelmente, na maioria dos casos, elles mesmos no sabem porque lhes mandaram proceder deste ou daquelle modo, que o povo em geral, disciplinado pelas organizaes clandestinas, cada vez menos pergunta. Depois da guerra, a mediocridade e a impotencia dos espiritos manifestou-se c

om maior evidencia ainda deante da catastrophe economica que assolou a Europa e, depois, o mundo inteiro. Era ella attribuida, em seu total, destruio das riquezas nacionaes pela g uerra, esquecendo-se que, j antes da guerra, appareceu uma srie de factos ameaadores para a economia geral. No se tomou em considerao o facto de que uma organizao economica de caracter anarchico havia de, mais cedo ou mais tarde, acabar por uma catastro phe. A emancipao economica dos paizes do ultramar que, at essa poca, consumiam a maior parte das produces europa e americana, no podia permittir que esses continentes continuassem sua produco anarchica, destinada exportao. As Indias, a China e, principalmente, o Japo fundaram industrias proprias, que no s fornecem sufficientemente seu proprio interior, como, at, j esto eliminando aos poucos as mercadorias europas e americanas dos demais mercados asiaticos e australianos, penetrando mesmo na Africa, na America e na Europa (sedas japonezas so vendidas e m Lyon, centro da industria franceza de sedas). Os paizes em que, antigamente, se trocavam contas de vidro por ouro ou marfim, esto ficando muito escassos. Desde os tempos mais remotos, as naes consideravam como principal fonte de riqu eza o commercio com povos longinquos, menos civilisados, economicamente mais pobres, mais fracos ou possuindo idas differentes sobre o valor comparativo dos objectos do intercambio. s riquezas do velho mundo e da America deram inicio s operaes em que a troco de contas de vidro, se recebia ouro. verdade que diminuia o numero de home ns que dava valor a bugigangas e que pretendendo auferir lucros, era preciso exportar p roductos cada vez melhores e empatar um capital cada vez maior; no obstante, o commercio d e alm mar sempre ainda ficou muito mais lucrativo que o do interior. Os enormes luc ros desse commercio foram a base de riqueza das naes mais civilisadas; riqueza seguia-s e o augmento das necessidades, das exigencias que, dispondo de meios para satisfaz el-as, originaram o desenvolvimento colossal do commercio mutuo entre as proprias naes exportadoras. Ao comparar as quotas de intercambio mutuo das naes industriaes com as do intercambio entre as mesmas e os paizes de ultramar, verificamos que so as primei ras que se impem. Resulta dellas que a industria dos paizes exportadores, sem se mencionar o mercado interior de cada um delles, trabalhava muito mais para as necessidades do s mesmos paizes industriaes do que para os mercados dos outros continentes. Dahi, generalisou-se, desde os tempos de antes da guerra, a opinio de que a fonte da ma gnifica evoluo desses paizes era o seu bem estar originando novas necessidades, cuja satisf aco provocava o crescente desenvolvimento da industria. Os extremos representantes de ssa opinio no tomavam em considerao que o bem estar nascera da explorao dos outros continentes e que, medida que a explorao se tornava cada vez mais difficil, o bem estar no podia manter-se mais no mesmo nivel.

----------------------- Page 11----------------------Nunca talvez, na historia da humanidade a orientao economica das naes decahira tanto, chegara a tamanhos absurdos, como o foi hoje, aps a guerra, na propria poca de progresso inaudito da technica. A opinio acima mencionada, do bem estar que alimenta a industria, espalhando-se geralmente, conforme se deduz da abundante litteratura economica moderna, levou algumas naes, com referencia sua politica economica, a verdadeiros disparates que se podem

explicar s pelo facto de que, em vista da decadencia intellectual geral, certas m entiras convencionaes destinadas exportao, so recebidas sem critica no interior e adquirem a posio de verdades inabalaveis. So muitas dessas mentiras que conseguiram fazer carreiras. Quem que tem interesse em propagar taes mentiras - a questo outra; os capitulos seguintes deste livro lanaro um raio de luz sobre esta questo. Para no fazer affirmaes sem podel-as provar, citaremos um exemplo de mentira convencional que fez carreira e que custou caro a quem a tomou por um axioma. Logo aps a terminao da guerra, demonstrou-se aos inglezes (tempos de celebre scientispa Lloyd Georg), pela estatistica, que o primeiro logar na importao dos pr oductos britannicos occupava a Allemanha e convenceram-se de que a Allemanha constituia o melhor mercado para a Inglaterra. Dahi a concluso logica que a principal causa de decadencia da industria ingleza era o empobrecimento da Allemanha, em consequenc ia da guerra e, depois, as condies de paz que lhe foi imposta. Si a Inglaterra, portanto , queria a salvar a sua industria, tinha de fazer todos os esforos para restituir Allemanha seu bem estar de antes da guerra, isto , restituir-lhe a sua antiga posio politica e econom ica no mundo. Nada se disse, entretanto, sobre o facto que o crescente bem estar da All emanha provinha principalmente da circumstancia de que, antes da guerra, tendo comeado a sua carreira economica com 5.000.000.000 de francos ouro provenientes da contribuio imposta Frana em 1871, graas ao desenvolvimento das suas industrias, das suas linh as de navegao e do seu commercio, a Allemanha tornou-se a mais perigosa concurrente d a Inglaterra nos mercados mundiaes, comeando a eliminal-a, assim desses mercados, co mo, at, das proprias colonias britannicas. A Allemanha tornou-se, sem duvida, a melho r cliente da industria ingleza; pagava-lhe, porm, os seus productos com dinheiro ganho cust a della. Foi esta theoria, com a respectiva omisso naturalmente, que sr. Lloyd Georg e, atraz delle, toda a Inglaterpa acreditou e a adoptou com o programma oriundo da mesma. Dahi provem o abandono da Frana, logo aps a guerra, dahi os emprestimos colossaes fornecidos Allemanha, dahi o procedimento mais que duvidoso dos commissarios inglezes nomeados para fiscalizarem o plebiscito na Prussia Oriental, dahi a oppo sio de Lloyd Georg entrega da Alta Silesia Polonia sem plebiscito, dahi a inveno da cidade

livre de Gdansk ( Danzig ) impedindo Polonia a uma sahida livre para o mar, dahi o veto inglez, quanto ao desembarcar das tropas polonezas vindas da Frana no porto de Gdansk, dahi a patente proteco que o mesmo Lloyd Georg manifestava aos maximalistas, por occasio da guerra polono-russa, dahi, emfim, mais dois annos de anarchia e de sangue na Europa, bem como uma chuva de ouro inglez que fertilisou a Allemanha, permittindo-lhe no smente reconstruir a sua industria, augmental-a consideravelmente, como ainda construir milhares de kilometros de estradas estra tegicas e poderosissimas fortificaes. Visto que os Estados Unidos da America do Norte adopta ram a mesma politica, quanto Allemanha, empregando nesse paiz um numero verdadeiramente astronomico de dollares, a Allemanha poude, por sua vez, manifes tar a sua gratido s raas parentes, fornecendo vastos creditos ao governo bolchevista, em cujo paiz ----------------------- Page 12----------------------fundou todas as industrias, inclusive a de gazes asphyxiantes, canhes de grosso c alibre, aeroplanos de bombardeio etc., industrias essas que, devido s clausulas da paz e fiscalisao alliada, no poude estabelecer no proprio paiz. verdade que quem pensava pelo sr, Lloyd Georg era seu secretario, um judeu e que o primeiro homem da America do Norte era, naquella poca, outro judeu, o senador Bora h, irmo da loja Bnai Brith. Taes provas de decadencia do pensamento economico, assim na Europa, como na America, existem muitas. Contina acompanhando esta decadencia um constante progre sso da technica e da organizao apoiada na technica. Como j se disse : quanto mais engenhosa a machina, tanto mais estulto o homem. Estulto e immoral. Em todas as crises economicas, sejam ellas artificialmente provocadas, ou sej am naturaes, sempre existe alguem que tem todo interesse em prolongal-as, visto que taes crises se tornam para esse alguem uma verdadeira poca de colheita, uma safra. As vezes, nem o immediato lucro material que esse alguem tem em vista, procur ando prolongar a crise. Durante uma crise prolongada, luctando continuamente contra t oda especie de difficuldades e aborrecimentos, os homens em geral tornam-se mais ner vosos, exasperados e dispostos a commeter actos mais irreflectidos, que nunca seriam ca pazes de commeter numa poca normal. Perdem o juizo e tornam-se mais maneaveis, deixam-se levar pelos conselhos mais loucos e immoraes. As organizaes secretas, cujos planos ninguem conhece, sempre precisam de homens nestas condies. A prolongada guerra mundial, to impotente pela sua technica, to aperfeioada nos seus instrumentos mortiferos, aniquillou no s milhes de vidas, como tambem fez uma devastao terrivel nas almas humanas. Em primeiro logar, a guerra esgotou em grande escala a energia nervosa dos qu e nella

participaram e dos que soffreram seus effeitos. A esta, por assim dizer, destruio physica dos homens, preciso accrescentar a no menos mortifera influencia da guerra sobre os instinctos e as idas moraes, As longas guerras sempre traziam, como resultado, effeitos destructores no te rreno moral. Depois das guerras napoleonicas, a Frana, durante muitos annos, soffreu a praga do banditismo. A suspenso por tempo prolongado dos factores que ensinam o homem conviver com os outros dentro de estaveis normas juridicas e ethicas, estimar a vida humana e a propriedade alheia, a honra e a independencia alheias, conter seus in ctinctos mais brutaes e primitivos, trabalhar honestamente, em uma palavra, que o tornam um homem civilisado - capaz de destruir nas almas, mrmente nas formadas superficialmente, sob o ponto de vista moral, todas as qualidades, para a formao d as quaes contribuira o trabalho de uma srie de geraes. Contudo, assim no terreno moral, como no terreno economico, certo que a decad encia acima constatada s em parte um effeito da guerra. Os symptomas desta decadencia appareciam mui nitidamente, desde algumas geraes. O que mais resaltava, era a devassido que refectia e, talvez, ainda ultrapassava a realidade na litteratura, assim como o extraordinario desenvolvidento do roubo, sob todas as formas, desde as mais brut aes, at as mais refinadas, quasi elegantes. Sobre esta decadencia ethica tambem influiam as novas formas de vida economic a, arrancando os homens em massa de dentro do seu ambiente tradicional, assim como o crescimento rapido das cidades acompanhado do desapparecimento de sua antiga organizao, como o condensamento da populao, como a crescente riqueza, assim como, ----------------------- Page 13----------------------emfim, a destruio consciente do espirito religioso. Esta era feita em nome da scie ncia esquisita, alis, que sentia menos tolerancia para a religio, do que para preconcei tos estupidos e supersties barbaras. Um dos prejuizos mais fataes que soffreu a nossa civilisao a falta geral, entre as geraes de aps guerra, de uma f em grandes problemas, de um amor a grandes idas, de disposio para grandes esforos e para sacrificio em geral, mrmente quando se trata de questes impessoaes. Os fanaticos nobres extinguiram-se, ou esto a extinguir-se os ultimos. Este estado moral que est preparando nossa civilisao um triste futuro, agradece-o o mundo no s a guerra mundial, como, antes de mais nada, educao do periodo de antes da guerra, com seu crescente materialismo, educao por paes religiosamente indifferentes ou francamente atheus. Para este estado de coisas contribuiram grandemente aquelles em cujo interess e estava a ruina da antiga civilisao aria, baseada nas tradies romanas e no christianismo. Emquanto permaneciam firmes as tradies de Roma, a unio da familia e a verdadeira religio, no era possivel prem-se em pratica planos satanicos tendo por fim a dominao do mundo, por uma insignificante parcella da humanidade, embora unida solidariam ente,

dispondo de enormes meios materiaes, perfeitamente disciplinada e educada, desde a infancia, por uma escola multisecular de astucia e de duplicidade. O corpo so resiste com facilidade a bacterias e microbios morbidos, ao passo q ue o corpo enfraquecido entrega-se a um incommodo insignificante qualquer. Numa socied ade s e fiel s tradies legadas por seus antepassados, no pegariam as vaccinas do socialismo, communismo e internacionalismo. Tornou-se necessario destruir em pri meiro logar a moral, ridicularisar as tradies, para, depois, procederem-se s experiencias de subverso da ordem estabelecida. Foi deste papel que se encarregou o judaismo mundial e as sociedades secretas por elle organizadas e chefiadas. Na poca de transformaes profundas que se seguem de uma maneira vertiginosa e de que soffre, actualmente, o mundo da nossa civilisao, a questo judaica no evitou o destino geral dos problemas vitaes desta civilisao. Tambem ella entrou num periodo d e grave crise que tem de levar a grandes modificaes na posio dos judeus e no papel que esto desempenhando. Esta crise apparece num momento de maior fora e de maior prestigio do judaismo, quando, depois da guerra mundial, Israel obteve uma srie de triumphos, como nunca talvez os obtivera em toda sua longa historia. No presente livro, o leitor encontrar uma descripo fundamentada do povo eleito : a sua historia, a sua actividade, a sua idologia, a aco dos seus substitutos entre os arios, emfim, conhecel-os- sem mascara. (1) Romo Dmowski: O mundo de aps guerra e a Polonia; 2 edio, pag. 9. III A HISTORIA NA VIDA DO JUDAISMO A unica chave que serve para a comprehenso do judaismo o conhecimento da sua historia. A religio judaica uma religio historica e politica. Do ponto de vista da actualidade, para qualquer um de ns, o judaismo tem de constituir um enigma indec ifravel, algo de anatural, algo de simplesmente phantastico. luz da historia que se escla recem as trevas do mysterio. ----------------------- Page 14----------------------As raizes de toda a religio judaica esto enterradas na historia do povo judeu. A s ua origem um facto historico : a emigrao do Egipto. Em todos seus momentos criticos, encontramos acontecimentos historicos. Destes que a religio est haurindo a sua fora, nas profundezas do caracter nacional judaico est o seu mysterio. A forma da sua evoluo, a politica ( 1 ). Como ? a politica ? que tem de vr a politica com as crenas religiosas ? A resposta a estas questes nol-a fornece o citado philisofo judaico : As idas ethico-politicas constituiam a espinha dorsal do judaismo. Moyses e, de pois delle, todos os grandes chefes do povo judaico, cuja actividade evoluia apparent

emente s em terreno religioso, no cuidavam da religio, mas, sim, do Reino Divino. Entretanto, nesta concepo mesmo a politica uma religio, uma actividade enthusiastica, dirigida directamente para o Absoluto, para Deus, a unica realida de da vida contendo em si todas as demais. Portanto, no mais uma actividade entre outras, um a plataforma de consciencia entre outras, mas a relao do homem, da vontade humana, d e um modo abrangendo toda a vida, s exigencias que lhe dicta o absoluto. Em outro s entido, politica a regularisao das relaes humanas e da vida quotidiana de todo individu o por si de tal modo, que sejam, no fim deste periodo, orientadas para o fim almejado. Esta orientao chamaram-na os judeus de Justia ( 2 ). Expliquemos as idas acima em lingua menos philosophica. Eis que os legisladore s religiosos dos judeus no cuidavam da religio como tal, mas da fundao definitiva para o seu Jehovah de um reino divino nesta terra. Portanto, foi um fim politico e a rel igio por elles pregada tornou-se uma religio politica. Ao revestir o seu fim politico com facto religioso, conseguiram a arregimentao de um povo inteiro e das geraes posteriores em uma s tropa de luctadores politicos. Um outro fim foi a regulamentao de toda a legislao de tal forma, que todo acto de cada individuo pudesse ser destinado ao fi m politico almejado e, deste modo, tornar-se um acto politico. O principal meio de actuao dos dirigintes de Israel foi a creao, para as massas populares, de uma ethica espe cial : justo, portanto, procedendo de accordo com a ethica judaica, s aquelle judeu cujo s actos em geral almejam o unico fim politico que a fundao do reino de Jehovah, ainda neste mundo. Deve nos interessar vivamente tal Jehovah, esse deus de Israel, que pretende reinar sobre o mundo, pois chegamos concluso que no um Deus universal, Deus de todos, mas, sim, uma typica divindade de tribu, a divindade exclusiva de Israel. O livro de Izaias diz o seguinte aos israelitas : o que diz o Senhor : o labor dos egypcios, o commercio ethiope e o de Sabaim, todos os homens importantes a ti ch egaro e sero teus; iro atraz de ti algemados, deante de ti se abaixaro e ati resaro; s em ti est Deus e no ha Deus fra de ti. ( XLV - 14 ). Tambem em outro logar : As tuas portas se conservaro constantemente abertas; ne m de dia nem de noite se fecharo para que te seja trazida a potencia das naes e que o s reis te sejam trazidos. Porquanto a nao e o reino que no te servir, perecer. E chegaro a t i cumprimentando-te os filhos daquelles que te apoquentaram. E bebers o leite das naes e sers alimentado com o seio dos reis. ( LXI - 5 ). Conforme vemos, aquelle reino de Jehovah no , de modo algum, ideado de uma form a

celeste; um reino muito deste mundo que garante aos executadores desse culto polit icoreligioso, aos participes da alliana com Jehovah, vantagens indubitaveis, sob a f orma de poder sobre outras naes. ----------------------- Page 15-----------------------

Eis o sentido da alliana, eis o interesse que as duas partes contractantes nes sa alliana: Vendi-vos a minha doutrina e estou vendido junto com ella (Midras Theruma - 34). E is o real mysterio da religio politica para cuja realisao Israel trabalha com todas as f oras atravez dos seculos. Os meios de aco so sujeitos a modificaes; falhando uns, lana-se mo de outros e a mysteriosidade do fim almejado justifica sufficientemente o occultamento dos mei os para os quaes o unico criterio ethico a justia, isto , o seu valor pratico para poder c onseguir o fim. Dahi provem a opinio secular e geral que os judeus so adeptos da maxima: o fim santifica os meios. Os dirigentes de Israel impem a modificao dos methodos s suas massas populares de um modo violento, revolucionario. Taes revolues dentro de Israel no trazem, toda via, desprezo ao passado, pois so, apenas, revolues no terreno dos meios a serem adoptad os. Refugados hoje, podero no futuro readquirir novamente o seu valor. As revolues dentro de Israel no ferem os dogmas que consistem na alliana com Jehovah e no exito final. Estes dogmas que so o fundamento da immutabilidade hist orica de Israel. ( 1 ) H. Kohn: Die politische Idee des Judentums, pagina 20. ( 2 ) H. Kohn: Die politische Idee des Judentums, paginas 20 e 21. Voltar III OS TEMPOS LEGENDARIOS DE ISRAEL Os tempos legendarios, prehistoricos de Israel, estamos os relatando, de acc ordo com os factos e os commentarios fornecidos pelos historiadores judaicos modernos, pois, nessa obra, nos interessa esse periodo do judaismo unicamente do ponto de vista dos pr oprios judeus. Os escriptores catholicos apresentam esses tempos antigos do povo judaic o sob uma luz completamente differente. O documento historico mais antigo, no judaico, no qual se falla em israelitas , o obelisco de um rei dos moabitas, descoberto em 1860, que relata a libertao desse po vo do jugo israelita. Refere-se poca da diviso do reino judaico, j depois de Salomo. As pedras assyrias em que so descriptas as guerras do rei Calmanassar com os israeli tas, datam do seculo IX antes de Christo. Por falta de dados historicos satisfactorios, nada podemos affirmar de posit ivo sobre a

permanencia dos judeus no Egypto e sobre as causas de sua emigrao do reino dos pharas. Os tempos posteriores nenhuma base nos fornece para affirmarmos que, no Egypto, permanecera a tradio de um sentimento hostil contra os israelitas. At, pel o contrario, o Egypto, desde as primeiras guerras com a Assyria, torna-se um terre no de immigrao judaica e um alliado militar do estado judaico. Seja como fr, ao julgar pelos factos historicos fornecidos pelos proprios jud eus e baseando-se nas suas fontes, concluimos que foi do antigo Egypto que os judeus importaram o governo sacerdotal, a mysteriosidade do culto, a magia, as sociedad es secretas e, at, taes innovaes como o culto do touro ( bezerro ) e a prohibio do comer carne do porco. ----------------------- Page 16----------------------Os sacerdotes em Israel, como os no Egypto, constituiam uma casta fechada de iniciados. Recrutavam-se elles exclusivamente da estirpe de Aaro ( Aronidas ); se us auxiliares eram os Levitas. Assim como no Egypto, a religio era um mysterio perante o povo. Os livros sagr ados eram conhecidos s pelos iniciados. Os livros das leis e das doutrinas, attribuidas a Moyss - diz o principal historiador judaico - eram commentados, at aquella poca ( cerca do anno 800 ante Christo - n. do aut. ), inicamente nas rodas dos Aronidas e dos Levitas. At o proprio decalogo no estava enraizado nos coraes do povo; as pedras em que estava gravado, descansavam na Arca da Alliana, como um monumento antiquissim o e sagrado. Na propria Arca via o povo antes um talismo. Foi s o sacerdote magno, I oiada, que, ao que parece, popularisou entre o povo a essencia do Testamento e, nessa oc casio provavelmente, leu do rlo contendo os livros de Moyss os capitulos adequados situao daquella poca (1). Em face da ignorancia das leis de Moyss, em face do facto que at o proprio decal ogo no estava enraizado nos coraes do povo, o povo israelita podia, com toda facilidade, adorar diversos idolos de que os livros sagrados nos fornecem varias provas. O c ulto das divindades fenicias Baal e da deusa Istar ( Astarte ), o culto das estrellas imp ortado da Babylonia e, o mais frequente, o culto do touro ( bezerro de ouro ) egypcio, e ram comuns e muito populares em Israel, at a poca do captiveiro babylonico. O rei Jeroboam nos apresenta o culto do touro como sendo uma religio antiquissima dos israelitas. Ma ndou representar Jehovah na imagem de um bezerro novo. A maioria do povo no se escandalisou nem um pouco com essa reforma que lhe pareceu, de facto, como reapparecimento de um culto antiquissimo ( 2 ). O culto de Jehovah no templo, executavam-no s os sacerdotes. O povo no tinha accesso s ceremonias mysteriosas. Essas ceremonias no eram primitivamente ligadas a nenhum logar estrictamente definido. O primeiro templo em Silo, nem a barraca po sterior no monte Moria, no gozavam do privilegio de exclusividade; foi s o Deuteronom

io ( 621 a. Chr. ) que outorgara ao templo de Salomo em Jerusalem o direito de exclusivida de. Desde ento, os sacrificios pdem sr feitos s nesse templo e, s ahi, Jehovah os recebe. Esse templo torna-se o unico existente e, depois da sua destruio, o unico templo admissivel para Israel Em torno do culto mysterioso, floresciam a magia e a bruxaria. O rei David ac hando-se numa situao difficil, visita certa ventriloca que, clandestinamente, exercia a br uxaria. Salomo era tido como possuindo poder sobre espiritos mysteriosos e demonios que, ao seu signal, se reuniam ou se dispersaval. Depois de encontrada a nova lei revelada, o chamado Deuteronomio, o rei Josias se dirige ... prophetiza Hulda, esposa de um dignitari o da crte, Shalum, e esta lhe garante a authenticidade do livro bem como das indicaes e das prophecias nelle contidas. A predisposio para a magia reina entre os judeus at a presente poca. Acompanha-a a predisposio para as profisses baseadas sobre sciencias occultas. Os magos da antiguidade so substituidos por astrologos, alchimicos e medicos na edade media, por sociologos, religiosos, theoricos de economia politica em tempos mais recentes e por occultistas, theosophos e espiritas na actualidade. Um papel que no encontramos alhures, desempenham entre o povo judaico vares chamados prophetas. No estado israelita existia um olho que possuia a capacidade de penetrar por ent re trevas artificiaes e por entre consciencias que, em altos brados, apontava os erros ao peccador, ----------------------- Page 17----------------------nem que este fosse rei. O prophetismo foi esse olho prescrutador e implacavel, e ssa consciencia vigilante ( 3 ). Os prophetas eram, pois, uma instituio mandataria que, de accordo com as idas actuaes, era um poder extra-legal. Appareciam de fra, em nome de Deus e, como apo io s suas exigencias, dispunham apenas da propria fora ou, quando muito, da fora dos se us adeptos. Seguidamente apparecem nesse papel homens cujos nomes no nos legaram os livros. Certo propheta desconhecido prevenira a Salomo que este, continuando a tole rar a idolatria, arriscava a perda do throno. Ieroboam no Egypto, aps a morte de Salo mo, resolve voltar patria para executar as suas pretenses ambiciosas, approvadas por c erto propheta. A maioria dos prophetas surgia das trevas e volvia s trevas, sem deixar um vest igio da sua personalidade (4). Merc popularisao do prophetismo, no periodo das primeiras guerras com a Assyria, Jerusalem era um verdadeiro viveiro de falsos prophetas. Esses pseudoprophetas procedem, apparentemente, da mesma maneira que os legitimos : allegam revelaes e fornecem conselhos aos poderosos. Depois da morte de Iosias, pregam o culto de divindades pags e encontram apoio entre a casta sacerdotal, isto , entre os Aronid as.

Jeremias perseguido pelo odio dos falsos prophetas, devido s suas prophecias que annunciavam a destruio de Jerusalem. Durante a evoluo posterior do judaismo, aps a destruio de Jerusalem por Tito, os prophetas so substituidos por messias e os falsos prophetas por falsos messias que, tambem, so chamados de pios charlates. Os prophetas encarregavam-se muitas vezes de misses politicas : assim p. ex. J eremias, em contrario aos seus predecessores, no pregava a um circulo reduzido de eruditos , mas ao povo em geral. Elle pertence politicamente ao partido babylonio (5). Jeremias affi rma que o poder dos babylonios sobre Israel uma deciso de Deus. Certo Shemaia Nachham i, em carta, accusa-o de trahio, visto que Jeremias aconselha os exilados, levados an tes pelos assyrios, a fixarem residencia na Babylonia. Posteriormente, durante o cer co de Jerusalem por Nabukhadnezar, dirige-se s massas com as seguintes palavras : Quem permanecer na cidade, perecer pelo gladio, pela fome e pela peste, mas quem se pa ssar para os caldeus, salvar a vida, porquanto a cidade cahir irremediavelmente e ficar presa das chammas. Com effeito, depois da conquista e da destruio de Jerusalem, Nabukhadnezar conc ebe a ida de nomear a Jeremias conselheiro, junto a Guedalia, governador do recem creado estado feudal de Juda. Os prisioneiros judaicos o amaldioavam. Ai de mim, oh me, que me pariste a mim, homem dos odios e das rixas do mundo. Nem emprestei nem pedi emprestado, entretanto todos me esto amaldioando. O que fazer ? acceitar a proposta de Nabukhadnezar ? Foi ento que appareceu a Jeremias um sonho prophetico que lhe ordenou permanecer no paiz ao lado de Gueda lia. Depois, dirige-se ao Egypto, onde aconselha os numerosos fugitivos judaicos permanecerem no logar e no voltarem ao seu paiz. O unico consolo que sahira da bocca de Jeremias, foi a prophecia que, decorri dos setenta annos, os judeus voltariam da Babylonia e reconstruiriam o templo. Esta propheci a se realisou, assim como as anteriores que diziam respeito destruio de Jerusalem. Eis que Cyro , rei dos persas, aps tr conquistado a Babylonia, permittiu aos judeus voltas sem para a sua patria. ----------------------- Page 18----------------------Acaso foi o impulso de um capricho momentaneo ? Talvez tivesse sido, de facto, algum judeu circumciso, conforme constou nos tempos posteriores, que revelara ao victorioso rei persa a predico de um propheta judaico sobre a vinda de Cyro, sobre suas victoria e que o vencedor permittiria ao povo exilado voltar sua terra natal (6) . Assim foi que, at depois da morte de Jeremias, as suas prophecias, conforme su ppe o sr. Graetz, foram aproveitadas politicamente. A actividade dos sacerdotes evole no fundamento de sociedades secretas. Aps a

destruio do templo em Silo, apparecem em Jerusalem os Levitas e formam uma especie de irmandade. A eleio de Sal para rei, effecta-se de uma maneira to secreta, que os philisteus no conseguem conhecel-a. A unco de David para rei celebrada numa roda muito reduzida e guardada em segredo. Seu reinado seguidamente inquietado por conspiraes contra a sua pessa; tambem seu filho, Adonias, forja intrigas contra o p ae : convida seus partidarios a um banquete, junto nascente de Roguel, durante o qual os iniciados gritavam : Viva o rei Adonias! Os prophetas, tambem se apoiavam em sociedades secretas: o propheta Elias org anisa uma irmandade que sustentava a lareira sagrada da antiga doutrina e, de accordo com as necessidades, lavrava o seu protesto publico ou particular contra as iniquidades. Depois da morte de Elias, quem chefia a escola de prophetas, Eliseu. Depois, o propheta Iesaias quem contina a mesma actividade com o fim de se cercar por um grupo de homens movidos pelas mesmas idas. Os adeptos de Iesaias so chamados de meigos ou de soffredores no paiz. Essas sociedades duram mais que seu organisador e constitem um apoio para os prophetas que enfrentam os reis e os sacerdotes. Os discipulos de Iesaias adoptam posteriormen te o nome de homens de Hiskias, visto que este rei lhes dispensava a sua proteco. Depois, surg e uma organisao mais vasta, os discipulos de Deus ou os Anavitas que a si proprios chamavam de communa dos que andam por via recta. Foi um brao forte na lucta dos prophetas com a autoridade official que, ento, adorava divindades extrangeiras...

Na poca do contacto dos judeus com a Assyria e com a Babylonia, apparece uma n ova associao secreta, a Associao dos pios (chassidim). So elles que, aps a morte do rei Manasss, assassinaram a Amomn. O seu verdadeiro papel desempenharam-no os pios, s depois do regresso do captiveiro babylonio. Entretanto, alguns dos prophetas so cercados por uma rde. Iesaias percebe que o estado judaico no se pde medir com a Assyria e queria levantar a sua voz poderosa contra isso, mas no lhe o foi permittido. Os chefes do governo (quem foram ? - n. do aut.) fecharam a bocca ao propheta; abafaram a liberdade da palavra receiando que o re i e o povo no percebessem a duplicidade dos conselheiros e os perigos que estes, com seu procedimento, podiam arrastar sobre o paiz. Iesaias via claramente que a esperana depositada no auxilio do Egypto, tornar-se-ia illusoria e que a Assyria esmagari a a minuscula Juda; porm, mandaram-no ficar calado (7). Portanto, Iesaias ficava num estado de dependencia, estado esse occulto ao rei e ao povo, perante uns chefes do governo. logico que os taes chefes - era a direco de uma organisao secreta de que fazia parte o proprio propheta. Esteve em opposio, combatia as concepes politicas da organisao dentro della, comtudo, exteriormente, mandaramno ficar calado. Em taes condies, no meio de agrupamentos secretos, sob uma direco occulta, evoluia Israel, ainda antes do captiveiro babylonio. Ao claro desta luz que podemo s comprehender o sentido real da phrase enygmatica do propheta Zacharias : Deus ins

tituiu ----------------------- Page 19----------------------um pastor para o povo e deu-lhe duas varas das quaes uma chama-se graa e a outra organisao. Eis aquelle propheta-pastor que contem seu povo em ordem pela graa, isto , pela fora das revolues de que posse o dom e pela organisao, isto , pelas sociedades secretas. Entre os associados, portanto os iniciados, e o povo em geral, apparecia uma divisa, cada vez mais distincta e maior. Favorecia esta circumstancia o facto que, duran te o periodo ante-babylonio, appareceu na Juda a escripta popular, ao lado de outra escripta, antiga accessivel somente a poucos eleitos, como na China. A plebe sabia as verdades, s quando o queriam os chefes. J foi mencionado o occultamento da lei de Moyss perante o povo e a publicao parcial de seus preceitos pelo sacerdote magno, Ioiada. Muito depois, no anno 62 1 antes de Christo, o sacerdote magno, Hilkias, encontra no templo o Deuteronomio, isto , um a duplicata do livro das leis que apresenta ao rei Iosias. S esse livro que garanti a ao templo de Jerusalem o privilegio de exclusividade. O sacerdote magno ameaa com pragas, c aso o rei e o povo no acceitarem o livro e no se corrigirem, obedecendo sua voz. O rei, conforme j sabemos, consultou a prophetiza Hulda; portanto( o poder tinham-no nas mos chefes do governo que desconhecemos. Quando os prophetas tinham accesso a essas rodas dirigentes, formavam nellas a opposio. Preparavam modificaes, at revolues, luctando contra aquelles que, s vezes, lhes mandavam ficar calados.Em sua actividad e, sahiam para fora e dirigiam-se directamente aos reis ou, at como Jeremias, ao pov o. Em guisa de auxilio, recorriam s escolas de prophetas e s irmandades. S conhecendo essas circumstancias que podemos comprehender o apparecimento de falsos prophetas. Com quanta facilidade podia alguem, em presena do rei ou do povo, apresentar-se como propheta, como pessa iniciada nas rodas dirigentes e exigir a execuo dos seus propositos! Tanto o rei, como o povo, habituados ao facto que eram gove rnados por uns invisiveis, podiam sem objeco alguma, obedecer ordem autoritaria de qualqu er charlato. Num ambiente de mysterios, qualquer um pde alcanar o poder e, de facto, o alcanava varias vezes, apezar do desespero dos verdadeiros prophetas. Essa relao entre os dirigentes occultos e o poder official, perdupou entre os j udeus por todos os tempos. A dupla destruio de Jerusalem intensificou, mais ainda, essa solidariedade secreta. ( ( ( ( ( ( 1 2 3 4 5 6 ) ) ) ) ) ) Prof. dr. H. Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag 122. Prof. dr. H Graetz: A hisporia dos judeus, vol I, pag 99. H.Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag. 62. H.Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag. 62. Dr. Majer Balaban: A historia e a literatura judaicas, vol I, pag 55. H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 25.

( 7 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag. 170 IV AS REFORMAS DE EZDRAS E NEHEMIAS Em Babylonia, os judeus encontraram condies de vida soffriveis; tambem no foram elles os primeiros que, ali, se estabeleceram, pois, nos ultimos setenta annos a nteriores, foram os assyrios que j tinham localisado naquella regio muitos milhares de seus patricios. A queda do estado assyrio e a tomada de Ninive em 606 a. Chr. pelos b abylonios e pelos medas, foram, no comeo, acolhidos pelos judeus com grande jubilo; foram o s ----------------------- Page 20----------------------acontecimentos posteriores que acabaram com a destruio de Jerusalem por Nabukhadnezar da Babylonia (586 a. Chr.) e que transformaram os judeus em inimig os declarados da Babylonia. Cem mil judeus foram arrastados por Nabukhadnezar para Babylonia, outros milhares de emigrantes tomaram espontaneamente o rumo do Egypt o. A attitude dos exilados babylonios foi mais de que transigente e pacifica: ab raam em massas a religio chalda; uma parte o faz sem hesitaes, os restantes o fazem apnas exteriormente. Entre os adoradores de idolos chaldeus, no faltam membros da casta sacerdotal, Aronidas e Levitas. A adheso simulada a religies pags, j teve os seus precedentes em Israel: durante o reinado da rainha Izabel em Samaria, capital do estado israelita, a casa real pr egava o culto de Baal e exercia presso sobre o povo, de forma que uma parte do povo adorava a B aal abertamente e a Jehovah secretamente ( 1 ). Tambem no estado de Juda, na sua capital, Jerusalem, nos tempos do rei Manasss, so os Aronidas que, embra com pouca vontade, esto exercendo as funces de sacerdotes do culto pago. Assim aconteceu que o paganismo encontrou entre Israel no exilio, um campo fertil e preparado. O vencedor tratou os exilados com brandura: concedeu aos judeus a permisso de morarem juntos e de conservarem sua antiga organisao, at, admitiu-os crte onde exerciam altos cargos. Os judeus, pois, procediam com todas as precaues para no se manifestarem abertamente contra o estado e contra a casa real, porm continuavam trabalhando clandestinamente. Outra vez, esto em actividade agrupamentos secretos ( os Zeladores do Verbo Divino, os Pesquisadores de Deus, os Soffredores ). Estes agrupamentos constituiam o nucleo do povo e estavam sendo perseguidos pelos baby lonios, ao passo que as massas populares que se assemelharam apparentemente, gozavam de suas liberdades. Foi entre esses agpupamentos secretos que se recrutavam os pouco num erosos que, nos tempos de Cyro, voltaram a Jerusalem. Esse nucleo de Israel no exilio animado com a ida de regresso patria e de reconstruo do templo. Desses nucleos secretos que surgem idas reformadoras que deviam, brevemente, impregnar em Israel uma marca sui generis que o differenciav a de todos os demais povos. J no exilio, so reformados os methodos de ensino ministr ado aos adeptos e fica estabelecido um novo plano de organisao para o culto e para o sacer

docio. Dedicam-se grandes esforos educao da mocidade, para submettel-a ao novo modo de pensar. O trabalho subterraneo est fervendo. A conquista da Babylonia por Cyro da Persia ( 539 a. Chr.), offerece aos jude us a faculdade de regresso Palestina. No momento de entrada do novo vencedor dentro d os muros da Babylonia, todo o povo judaico, como si fosse sob o effeito de uma vara magica, repudia os idolos pagos e volta a Jehovah. Comtudo, so poucos os que consentem em volver patria: ha muito tempo que fixaram residencia em Babylonia e nenhuma razo de queixa podem apresentar. Varios dentre elles so descendentes de emigrantes esponda neos que chegaram Babylonia seculos atraz. A emigrao judaica pra nos tempos de maior florescencia do reino judaico, Israel orgulhava-se com prophetas que pregavam su a doutrina dentro dos muros de Niniva e Babylonia. O regresso Palestina abrange, pois, um numero restricto de voluntarios: os de mais, financiam a empreza. A colonisao da antiga patria encontra extranhas difficuldades : obrigada a proceder expropriao da populao local e tem de tomar todas as precaues possiveis para que os colonos no se confundam numa s raa com os autochtonos. ----------------------- Page 21----------------------Recorrem a Cyro que baixa um decreto ordenando que todas as tribus cedam o seu l ogar aos israelitas. So apnas quarenta mil os judeus que regressam Palestina. Cyro noma governador a Zerubabel, um judeu. E, ento, fica bem patente que os judeus, mesmo nos tempos id os, constituiam apnas a camada superior da populao, pois em toda parte os colonisadores esbarram contra o odio popular; chegaram novamente desempenhando o papel de senh ores; tiram violentamente as terras aos antigos proprietarios e empurram a populao local para a posio de seus servos. Reconstrem o templo de Salomo, com o auxilio de importante subveno do thesouro persa. O regresso Palestina revora vivamente as condies em que, actualmente, est se effectuando a colonisao da Terra Santa. A declarao de Cyro que foi promulgada a cerc a de 2.500 annos e a declarao contemporanea de lord Balfour; o governador persa Zerubabel, e o governador inglez, sir Herbert Samuel ( judeu ); a attitude naquella poca da populao local e a attitude actual dos arabes; o financiamento da colonisao por Babylonia e o financiamento por Nova York, at, ataques a mo armada contra os novos colonos naquella poca e os ataques dos arabes de hoje... Quem dir que a histo ria no se repete ? Os samaritanos desesperados bradam s armas, tomam fora Jerusalem, destrem a cidade recem reconstruida e s a interveno da crte persa que consegue salvar os colonos da oppresso em que se achavam. Com respeito populao autochtona, adoptada a politica de exterminio. J o Deuteronomio ensinava: O que fr carnia, no deveis comel-o; ao adventicio que estiver

entre os teus muros, offerea para que coma ou vende-lhe, porque tu s o povo sagrad o do teu Deus e Senhor. ( Deut. XXIII - 19 ). O povo sagrado isola-se dos extranhos e nem admitte sua convivencia os que querem adorar a Jehovah. Quando os samaritanos pedem serem incluidos na comunho judaica, recebem uma recusa aspera: no ha logar para elles entre os adeptos do Testamento. Nega-se-lhes at o direito de participarem na reconstruco do templo. A divisa de isolao do Testamento. O maior cuidado dos dirigentes de Israel consiste em prender o judaismo em moldes de organisao to poderosos, que nenhum extranho possa penetrar dentro. Eis o real sentido das reformas de Ezdras e de N ehemias. Os methodos desses dirigentes impregnaram ao judaismo o seu caracter para muitos seculos e Israel de hoje um producto de sua obra. Ao saber as difficuldades internas e externas que encontraram os colonos jud aicos na Palestina, chega de Babylonia Ezdras (Ezra) acompanhado de alguns milhares de voluntarios unidos a elle pela communho do pensamento. Ezdras descendente de sacerdotes magnos: um dos seus ascendentes, o sacerdote magno Hilkias, foi o que , em tempos idos, encontrara no templo o codigo deuteronomico. Ezdras deseja a realisao do Testamento e resolve buscar o Testamento do esconderijo. J na Babylonia, os que no pretendiam regressar patria, isolaram-se por meio de um muro espiritual, dos dem ais habitantes. Contrahiam matrimonios, exclusivamente entre elles e esforavam-se de conservar um cunho differente ao dos outros. Ezdras foi, entre elles, mestre do Testamento e foi com o auxilio de seus adeptos que levara a cabo a sua expedio Palestina. Era a segunda onda colonisadora que ia salvar as conquistas ameaadas d a primeira. ----------------------- Page 22----------------------Sua primeira deliberao na Palestina, foi a de prohibir terminantemente os matri monios mixtos entre judeus e a populao local. Aos olhos de Ezdras, constituiam estes um c rime, poquanto os israelitas deviam constituir a semente sagrada. Juremos - verberava - que abandonaremos as mulheres extrangeiras e que separaremos da communho os filhos que nasceram dellas! E foi posta em execuo a exigencia de Ezdras: os judeus fanatisados expulsaram as suas mulheres extrangei ras, junto com seus filhos, e escolheram novas esposas dentro da propria raa. Em guisa da re sposta, a essa crueldade barbara, veiu a tomada e a destruio de Jerusalem pelos samaritanos, facto esse que j foi mencionado. Foi ento, depois da derrota dos colonos judaicos, que u ma nova individualidade occorre ao auxilio de Ezdras: Nehemias, alto dignatario da crte do rei Artaxerxes e influente conselheiro do monarcha. Consegue do rei uma especie de licena e, munido de plenos poderes da parte de Artaxerxes, apparece na Palestina. Foi j na crte rgia que aprofundara occultamente a arte de governar, aprendera dirigir os homens pela fora da vontade e a subjugar as conjuncturas. No comeo, demra-se em Jerusalem, sem se trahir que portador de uma plenipotencia rgia, e estuda a situao. Smente no momento opportuno descobre o seu incognito: procede a uma severa seleo entre a communidade judaica e, em consequencia, excle 642 familias que no

conseguiram provar a sua pura descendencia israelita e tira-lhes o direito de ci dadania. Tres familias dentre os Aronidas que no puderam encontrar as suas genealogias, so priva das dos privilegios da casta sacerdotal. As disposies de Nehemias encontraram uma violenta opposio na grande massa popular. Apnas voltara crte real, foi obrigado a pedir outra licena e plenipotencia s para salvar a sua obra. Na sua segunda appario na Palestina, desde j lanou mo de medidas radicaes: Depz do cargo o sacerdote magno, Eliashybe, condemnou ao desterro os Aronidas e outros judeus desobedientes. Regeitou definitivamente os samaritanos que obrigou a se congregarem numa seita parte cujos adeptos edificaram um templo de concurrencia no monte Garizim, onde, durante alguns seculos, se dedicavam ao cul to de Jehovah, independentemente dos dirigentes do judaismo. Perseguiu-os o odio de Is rael, at que, finalmente, no segundo seculo antes de Christo, Joo Hyckan, principe da esti rpe dos Machabeus, apodera-se da capital da Samaria, Sichem, e destre o templo do monte Garizim. Toda a obra de reconstrucco da Nova Jerusalem est se effectuando mediante vasto apoio fornecido pelas sociedades secretas. O pivot das reformas de Ezdras e de N ehemias formam os pios (chassidim). So elles que, por occasio do perigo que correram as primeiras reformas de Nehemias, o chamam com urgencia da crte regia Palestina. Em nova Jerusalem, no ha mais prophetas. Desde a poca de fixao das reformas de Nehemias, substituem-nos os doutos ou os conhecedores da Lei ( Solferim ). Um estimulo invisivel que, entretanto, penetrava ao fundo, foi o resultado da sua actividade, de forma que gravara nos descendentes dos patriarchas uma marca to ni tida que esta tornou-se quasi seu caracteristico innato: a pretenso s pesquizas, o esfo ro do espirito - para descobrir em cada coisa, em cada palavra, um sentido occulto ( 2 ). Levantar uma cerca em torno do Testamento - esta foi a divisa, isto , isolar ermeticamente o Testamento dos extranhos e continuar a sua construco interior de f orma hierarchica, dividil-a por escalas de iniciao. Instituir, a par dos poderes leigo e espiritual ( governador ou principe e o sacerdote magno ), um terceiro poder sobreposto aquel les e occulto, sob a forma de doutos em Testamento e de uma direco invisivel. Em ----------------------- Page 23----------------------momentos opportunos, vinha a revelao das partes secundarias desse poder perante o povo. Assim, como resultado das reformas de Nehemias, apparece o Supremo Conselho composto de 71 membros. A maioria dessa assembla de doutos. Dessa instituio provem, depois, o Synhedrion, como symbolo da unidade interior do judaismo. Nesse estado de solidificao encontra os israelitas a invaso de Alexandre Macedon io. A derrota da Persia, to benevolente para com os judeus, nada os commove e permite -lhes preparar uma recepo enthusiastica ao novo vencedor. O sacerdote magno faz uma promessa solemne ao triumphador que todo menino israelita nascido no anno da sua entrada em Jerusalem, receber o nome de Alexandre. O monarcha, commovido, poupa o

s judeus e dirige a sua ira contra os samaritanos. Visto que no poude deixar de saber serem inimigos dos judeus, manifestou a sua sympathia a estes, para frizar o seu desprezo para com aquelles ( 3 ). Portanto o primeiro contacto official entre o judaismo e o hellenismo, foi a migavel. O conquistador da Asia, o vencedor do reino persa, nenhum odio nutriu contra os pu pillos do estado derrotado e Dario, perseguido por Alexandre, podia reflectir durante sua triste fuga, sobre o problema, porque a gratido dos judeus pela declarao de Cyro no sobreviveu, nem uma hora, magnificencia da casa real persa. No sabia, o coitado, que seu ante cessor, aquelle magnifico Cyro, no era aos olhos dos judeus um monarcha bondoso, mas, apna s, um desprezivel instrumento de Jehovah. ( 1 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag. 105 ( 2 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 60. ( 3 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 73. V SOB O PODER DO EGYPTO E DA SYRIA Aps o desmembramento do imperio de Alexandre Magno em tres estados independentes: a Macedonia, o Egypto e a Syria, os judeus na Palestina passaram sob o poder do Egypto. um periodo em que, pela primeira vez, o hellenismo encontra-se com o judaismo em todas as manifestaes da vida. Esse en contro descripto de uma maneira pittoresca e magistral na obra do Prof. Thadeu Zielinski: O hellenismo e o judais mo. Na crte dos Ptolomeus em Alexandria, os judeus so muito bem vistos, so conselheiros intimos dos reis, no so preteridos na distribuio das dignidades da crte e dos demais favores. O periodo do poder Egypcio (323 - 201 a. Chr.), accenta-se po r uma hellenisao, mais ou menos superficial, da Palestina e, at, da propria Jerusalem. Qu em dicta agora o tom vida espiritual do judaismo, so as influencias invisiveis dos agrupamentos organisados na emigrao. A bem dizer, desde a morte de Nehemias, os estimulos para o sustento de Erec Israel ( lar nacional ) vm da Babylonia; a con hecida tendencia do isolamento. O segundo importante agrupamento judaico forma-se em Alexandria. Este representa a tendencia hellenistica, portanto a tendencia de um a assemelhao, mais ou menos apparente, civilisao grega. Jerusalem o ponto, onde esto em lucta as duas tendencias. O hellenismo percebe-se de longe, o judaismo est minando por baixo. O helleni smo traz consigo a equiparao politica com a populao macedonia do estado egypcio; em Alexandria, os Ptolomeus equiparam em direitos a populao judaica populao ----------------------- Page 24----------------------dominante. Dali, os judeus se dispersam pelas outras cidades do Egypto e chegam a constituir maioria nas cidades costeiras da Cyrenaica ( actual Tripolitania ). No estado syrio, sob cujo poder caiu a Babylonia, os judeus tambem conseguem a totalidade de direitos civis; da Babylonia, elles se dispersram pelas cidades fu

ndadas pela dynastia dos Seleucidas e, entre outros, do inicio a um grande agrupamento judaic o em Antiochia. Entre os judeus reina o bem estar. O commercio no constite para elles uma novid ade. J o rei Salomo adquirira as suas riquezas por meio do commercio, tendo conseguido a posio de intermediario no commercio de cavallos entre o Egypto que os creava e os estados asiaticos. No estado israelita (o chamado das dez geraes), os ricos viviam da usura, principalmente da usura de cereaes. Nos annos de fome, abriam os seus cell eiros, vendiam viveres - a que applicavam medidas falsas e pesos falsos - e, quando os pobres no podiam reembolsar o emprestimo, tiravam-lhes os filhos ( 1 ). Ento, no mundo hellenico, essas aptides encontraram um vasto campo de aco. No Egypto e, depois, na Syria, os judeus arrendavam a arrecadao dos impostos e esfola vam a populao. Como personagem caracteristico, apparece um sobrinho do sacerdote magno, Onias, chamado Jos. Consegue de um modo engenhoso a amisade do rei egypcio, Energuetes, e distanca os demais candidatos ao arrendamento dos impostos, offerec endo um preo duplo. O rei exige-lhe uma garantia a que o astuto judeu responde com arr ogancia que dispe de dois optimos garantes: o rei e a rainha. Essa resposta agradou ao re i que entrega a Jos a arrecadao das rendas de todas as cidades e de duas provincias: a Cyrenaica e a Phenicia. Os impostos estavam sendo arrecadados por Jos com a maxima severidade. Em Gaza e em Scytopolis cuja populao grega teve a ousadia de se lhe oppr e dirigir-lhe palavr as offensivas, mandou decapitar os principaes e os mais ricos cidados ( 2 ). Desta maneira, adquirira riquezas incalculaveis. Jos tirou de todo o Egyppo as c arnes e deixou-lhe s os ossos - era, ento, o dictado popular. Dos productos desses saques cahiu sobre a Juda uma chuva de ouro. Para os cargo s de auxiliares, escolhia Jos exclusivamente judeus. Das provincias ficaram s os ossos, mas com essas riquezas o povo israelita nadava em ouro. Pde-se affirmar textualmente que sua prosperidade financeira, agradecia-a, a Palestina, a Jos que explorava implacavel mente os gregos em favor dos seus patricios. Em compensao, quando nas guerras entre o est ado Syrio e o Egypto, a balana comeou a inclinar-se para o lado dos Seleucidas, os fil hos do mesmo Jos, esqueceram-se da gratido para com a casa dos Ptolomeus qual toda a Juda devia as suas riquezas, e organisaram um partido favoravel aos Seleucidas. Logo depois, em 202 a. Chr. a Juda passou ao dominio syrio e, cerca de 200 a. c., o proprio re i Antiocho occupou Jerusalem, sendo cumprimentado pelo Suppemo Conselho. Antiocho outorgou aos judeus varios direitos civis e politicos. Na Asia Menor , protegeu a colonisao judaica e dos seus tempos que datam as grandes agglomeraes de judeus em Epheso, Sardes e Pergamo. A hellenisao, isto , a assimillao dos judeus fazia grandes progressos.

Para a lucta contra a hellenisao, aprestaram-se na Palestina as mesmas sociedad es secretas. A sociedade dos pios (Chassidim) renovou sua actividade: perseguia os hellenistas (assimilladores) dizendo-os violadores da Lei e trahidores da Alliana. Dispunha da maioria na direco da communidade de Jerusalem e aproveitava todas as occasies para vociferar contra os hellenistas. Com horror viam os Chassidim numeros os ----------------------- Page 25----------------------judeus apparecerem ns nos jogos entre os gregos e, afim de apagarem os vestigios de sua origem, submetterem seu corpo a uma operao delicada e dolorida. O enriquecimento dos judeus, devido aos saques de Jos e o desprezivel exclusiv ismo dos Chassidim contribuiram indubitavelmente para a origem do antisemitismo entre o s gregos. Quando os judeus assimiladores conseguiram, com o apoio de Antiocho, o Magnifico, elevar dignidade de sacerdote magno a Onias Menelau que no pertencia casta dos Aronidas, o facto causou escandalo entre os pios. Accusaram o novo sacer dote deante do rei, como saqueador do templo. Essa accusao foi confirmada em Antiochia pelo sacerdote precedente, o pio Onias III. Subitamente, Onias III cahe morto por ordem do logar-tenente regio, Andronico . Como causador dessa morte, os pios accusam, novamente, o sacerdote magno que no pertencia ao grupo delles. Em Jerusalem, a plebe ataca os gregophilos e lyncha-os a pedradas e pauladas. Antiocho convida os dois partidos a comparecerem perante el le em Tyro e, depois de ouvil-os condemna morte tres representantes dos pios, como calumniadores. Entrementes, surge a guerra entre a Syria e o Egypto. Antiocho toma de assalt o Alexandria e move as suas tropas para o interior do paiz. Os pios acompanhavam as peripecias da guerra com ansiedade; a crte egypcia lhes era francamente favoravel e sua victoria lhes podia restituir o leme da nu patria. De repente, espalha-se por Jer usalem a noticia da morte de Antiocho no campo de batalha. Sem a minima hesitao, os pios, sob o commando do sacerdote magno, recentemente por elles nomeado, Jazo, investem con tra a cidade e apoderam-se della. No emtanto, a noticia da derrota e morte de Antiocho resultou ser falsa. Anti ocho, na volta do Egypto, invade Jerusalem e no poupa nem o templo. nesse momento que se espalha entre os gregos o boato de tr elle encontrado no interior do templo um grego algemado que lhe relatou terem os judeus o costume d e sangrarem todos os annos um grego e de lhe comerem as entranhas. Foi esta a orig em e o prototypo das lendas medievaes sobre o assassinato ritual. O antisemitismo entre os gregos j estava, ento, plenamente desenvolvido. Em Alexandria, como reaco contra o grande agrupamento judaico, appareceu toda uma litteratura antijudaica. Certo Manethos, tendo lido o livro do Exodo, escreveu u ma paraphrase desse livro e attribuiu aos israelitas a ascendencia dos egypcios lepr osos que estavam isolados nas minas de pedras, por ordem do Phara. Esta affirmao foi

favoravelmente commentida, tambem em pocas posteriores. Os successos de Antiocho no Egypto foram inesperadamente postos em cheque pel os romanos. Sob a ameaa de interveno do Senado romano, Antiocho teve de se humilhar e retirar do Egypto. Essa humilhao do rei repercutiu com jubilo entre os pios. Talvez tivessem declarado muito alto que seu Deus que abaixa os soberbos, lhe tinha pre parado essa humilhao ( 3 ). Talvez tivessem exprimido de viva voz o seu jubilo ? Fosse, co mo fosse, um dos commandantes militares de Antiocho, Appolonio, fez frente da sua soldadesca, num sabbado, uma verdadeira chacina em Jerusalem. Comeou, por ordem do rei, a perseguio aos judeus. Antiocho prohibira at a circumciso, o festejar dos sabbados e a absteno da carne de porco. Mandou divulgar por todo o reino que a religio de Moyss pregava o odio contra todos os povos estranhos e que seu culto era prohibido. A prohibio produziu effeito nas cidades da Phenicia e da Syria, onde os judeus, de uma maneira j experimentada, abaixaram as cabeas, levaram a deuses gregos offertas ----------------------- Page 26----------------------simuladas, occultaram a execuo das prescripes do Testamento e at renegaram sua religio ( 4 ), Na Palestina, os pios organisaram uma guerrilha contra as tropas syrias; esses grupos armados foram exterminados pelo ferro. Entretanto, os pios no esmoreciam e continuavam a sua actividade. frente do movimento apparece Matatias, da estirpe dos Machabeus ou Hasmoneus, e inicia uma guerra irregular: ataca de emboscada destacamentos syrios e - onde isso possivel assignala violentamente nos meninos judaicos o symbolo da Alliana. Entre os judeus, uma mo invisivel espalhava n essa poca dois livros de caracter measianico: o livro de Esther e o de Daniel. O livro de Daniel sahiu das rodas d os Chassidim e prophetisava a queda do reino syrio bem como a transferencia do poder para a nao dos santos qual prestariam homenagem todos os reis do mundo. Esse seria o reino dos santos ( judeus ). Coisa digna de nota: foi o mesmo livro de Daniel que, no seculo XVI, tornou-se fonte de inspirao para os movimentos communistas e revolucionarios. A insurreio dos Machabeus crescia cada vez mais, favorecida pela contaminao do reino syrio e pelas invases de visinhos nas possesses de Antiocho. Os Machabeus apoderaram-se, gradativamente, de todo o paiz e, afinal, conseguiram tomar Jerus alem. Na mesma poca morreu Antiocho, o Magnifico, em circumstancias estranhas ( 5 ). Por muitos annos ainda, prolongou-se a guerra contra as tropas syrias, porm, terminou pela victoria dos Machabeus. Todavia, estes cuidavam demasiadamente do poder lei go e indignaram contra si os pios. Essa desintelligencia foi a causa do fracasso final da insurreio e da segunda conquista da Palestina pelos monarchas syrios. No anno 159 a. C., os chefes do partido militar (Machabeus) ap roveitaram a situao que lhes era favoravel e renovaram o levante. Graas s intrigas em torno do

throno syrio de que participaram tambem os romanos, os revolucionarios conseguir am appoderar-se de Jerusalem, dessa vez, definitivamente. Alguns annos depois, ( 141 a. C. ), cahiu tambem a fortaleza dos hellenophilos, Akra. Desde ento, consolida-se o gove rno dos Machabeus: Simo, o Hasmoneu, foi investido do cargo de sacerdote magno hereditari o e de chefe da nao (nassi). Esta segunda dignidade perdurou em Jerusalem durante secu los e encontramol-a, at nos tempos modernos, apezar de perda da independencia politica. Na estirpe dos Hasmoneus, o poder leigo foi unido ao espiritual. Alm destes do is poderes, existia, comtudo, um terceiro, collocado acima dos dois precedentes. Ainda na poca do levante dos Machabeus, exerce a sua actividade o nosso j conh ecido Supremo Conselho composto de doutos. uma emanao exterior da sociedade dos pios ou, por outra, dos seus dirigentes. J naquelle tempo, o conselho adopta o nome de Synhedrion. Dentro do Synhedrion, luctam entre si dois partidos, ambos orthodoxos: os Saduceus e os Phariseus. Essa lucta sobreviveu ao periodo governamental dos prin cipes Hasmoneus. Os Saduceus eram adeptos fervorosos do Testamento, porm eram de parecer que deviam sr tomadas em considerao as necessidades politicas. Os Phariseus, pertencend o aos pios, consideravam o Testamento a unica escola pela qual se devia pautar a actividade politica. Alm destes, um outro grupo, a ala mais radical dos pios, afasto u-se completamente da vida politica e fundou a organisao dos Essenios. Os primeiros nucleos (communistas - n. do aut.) surgiram no Oriente, ento mais adeantado economicamente, mrmente entre os judeus, entre os quaes encontramos, j ----------------------- Page 27----------------------cerca do anno 100 a. C., uma associao communista secreta, a associao dos Essenios ( 6 ). Foi, portanto, a primeira cellula do movimento communista e, o que no se deve perder de vista, organisada por judeus, os mais fervorosos entre os pios (Chassidim). O governo dos principes Hasmoneus - foi a renascena economica do judaismo aps o periodo syrio; comeou a expanso para o exterior. Na Palestina, contina o estado de isolamento; em compensao, fra das suas divisas, o judaismo exerce uma tal irradiao, que surgem numerosos grupos de proselytos gregos do judaismo. Alexandria torna-se o principal nucleo judaico no estrangeiro. Ao que consta , o numero de judeus no Egypto naquella poca, montava a um milho de cabeas. Entre os cinco quarteires de Alexandria, dois estavam occupados por israelitas. Localisados no d elta do Nilo, dedicavam-se ao commercio de alm mar; negociavam principalmente com cereaes e penetravam at Roma, onde crescia cada vez mais a colonia de commerciantes e banqu eiros judaicos. ulguei convenientes. Os reis do Egypto concederam aos judeus a equiparao politica e uma vasta auton

omia. Chefe dos judeus, era o etnarcha munido de poder administrativo e judicial. o primeiro exemplo de poder judicial autonomo concedido aos judeus nos paizes de disperso (diaspora) - que se tornou, depois, na edade media, privilegio essencial. O etnarcha accumulava tambem a administrao do quarteiro arabe e tinha o nome de arabarcha. Nos arredores de Memphis, sobre as ruinas de um templo egypcio, os judeus ed ificaram um templo proprio que era subvencionado pelo thesouro real. Esse templo no fazia concurrencia ao de Jerusalem, pois a este se reconhecia a primasia incontestavel . Nem assim, porm, os judeus da Palestina deixaram de olhar o templo em Memphis com mus olhos, visto a sua existencia offender a lei deuteronomica. As colonias judaicas no Egypto contribuiam generosamente para augmentar os thesouros do templo em Jerusalem. O supremo Conselho na Palestina onerou todo ju deu, tanto local, como emigrado, com uma contribuio annual a favor daquelle thesouro. Em todos os paizes da diaspora foram estabelecidos pontos centraes, para onde devia m sr dirigidas as contribuies. S da Asia Menor vinham annualmente 200 libras de ouro, quantidade, para aquella poca, enorme. Nessa contribuio em favor do templo, foi que os romanos basearam depois seu imposto per capita sobre os judeus a favor do templo de Jupiter (fiscus judaicus ). Na poca dos Hasmoneus, floresce na Palestina o estudo do Testamento. Merc dos Phariseus, desenvolve-se a lei tradicional, no incluida no livro Thora, e transla dada verbalmente, chamada Halakha. Essa Halakha foi a antecessora do Talmud actual. A o lado dessa lei, fazem-se preleces sobre a Agata; esta uma doutrina de caracter messianic opolitico e nella que se descobre a origem da Kabala judaica. Tudo parecia augurar a victoria final do Testamento, quando, subitamente, uma fera com dentes de ferro, garras de cobre e corao de pedra, que muito devia devorar e p izando quanto sobrasse sob as patas malfazejas; ameaou a Palestina. Nas divisas da Juda...appareceu Roma. ( 1) H. Graetz: A historia dos judeus, vol I, pag. 133. ( 2 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 81. ( 3 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol. II, pag. 107. ----------------------- Page 28----------------------( 4 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 109. ( 5 ) H. Graetz: A historia dos judeus, vol II, pag. 128. ( 6 ) Karl Kautsky: A historia do communismo na antiguidade e na edade mdia, pag. 32. VI ROMA E A DESTRUIO DE JERUSALEM Da mesma maneira, como anteriormente o hellenismo, tambem Roma trata os jude us, no comeo, com toda amisade. J foi mencionado acima que a ordem do Senado Romano obrigou Antiocho, o Magnifico, a retirar suas tropas do Egypto. Depois, o Estado dos Machabets gozou da proteo do Senado Romano. Simo Machabeu expediu uma

embaixada a Roma pedindo um pacto de alliana, conseguindo uma declarao do Senado em que os judeus so chamados de alliados ( 140 a. C. ). Sete annos depois, Hyrkan Machabeu novamente manda embaixadores a Roma e consegue um poderoso auxilio cont ra a Syria ( 133 a. C. ). A pedido dos proprios judeus, os romanos pela primeira vez se intromettem no s negocios interiores da Juda. No anno 65 a. C., dois commandantes militares de Pom peu, Scaurus e Gabinus, so subornados por Aristobulo Hasmoneu para intervirem na conte nda que este teve, por questes de poder, com seu irmo, Hyrkan. Scaurus recebe dois mil hes e Gabinus um milho e meio, segundo informao que nos forneceu o antigo historiador judaico, Jos Flavio. Brevemente, ambos os irmos d irigem-se directamente a Pompeu em pessa, offerecendo-lhe presentes e pedindo que decidisse a pendencia. Subito, sem razo plausivel, Aristobulo muda de opinio e ataca as tropas romana s que, momentaneamente, estacionavam na Juda. Resultado dessa