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ISBN: 978-85-60064-61-8

ISBN: 978-85-60064-61-8

A

1. APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2. OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3. RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4. EXTRATOS DOS COMENTÁRIOS EMITIDOS PELO PAINEL DE ASSESSORES DA ITAIPU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

5. AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

6. PREFÁCIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

O LIVRO

A.2 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

1. APRESENTAÇÃOEste pequeno Livro contrasta com o grande esforço dos integrantes do Sistema de Qualidade adotado sobre os materiais componentes e do concreto, durante a construção das obras de concreto do Empreendimento Itaipu Binacional.

A.3 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

A partir de 1975, um grupo de pessoas das mais distantes regiões do Brasil e dos países vizinhos começou a ser treinado e capacitado para exercer as funções de supervisão sobre a avaliação, seleção, produção, recepção, estocagem e uso dos materiais e concretos empregados na construção de Itaipu.

Um esquema de ações jamais adotado no Brasil e em outros países, construtores de obras magnânimas como Itaipu, foi estabelecido, garantindo que qualquer material produzido a distâncias de cerca de 2.000 km pudesse chegar ao “Canteiro de Obras” com elevado índice de aceitação, e atendendo aos requisitos especificados e adotados para a construção.

O Sistema de Qualidade estabelecido, contando com vários profissionais oriundos de outras empresas do setor hidrelétrico, bem como com outros graduados em escolas técnicas e de engenharia, logo no início das construções de concreto, em setembro de 1977, já se constituía em ponto de Segurança, para o Grupo Coordenador (IECO-ELC), os Projetistas, os Fornecedores e o Consórcio Construtor.

O treinamento e a capacitação dos colaboradores permitiram que, ao término das construções, vários profissionais passassem a cooperar com diversas entidades em outras novas obras de concreto, constituindo-se em uma alavanca de desenvolvimento técnico e social.

NOTAS RELEVANTES:

Algumas descrições citadas no transcorrer deste texto, especificamente como as contidas no Capítulo 2- DADOS GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO – ITAIPU, já foram mencionadas, anteriormente, em outras importantes publicações da/e sobre a Itaipu Binacional. Entretanto, as citações, neste texto, se fazem necessárias, para dar a noção da magnitude do empreendimento, bem como a proporcionalidade das cronologias, rotinas e procedimentos estabelecidos no Sistema de Controle de Qualidade dos Materiais e Concretos durante a construção da Itaipu.

De outro modo, também, os Autores não pretendem discutir os dados técnicos aqui apresentados, fruto da colaboração e responsabilidade de outros profissionais e entidades, como os que são citados nas análises do Sistema de Auscultação (Capítulo 9).

A.4 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

2. OBJETIVOO Objetivo deste texto é disponibilizar à comunidade técnica, aos estudantes e técnicos em formação, noções de Planejamento para Sistemas de Qualidade de Obras de Concreto, bem como Rotinas de Controle e Ações inerentes ao Controle, bem como maneiras de Registros e Relatos.

De outro modo, também, esta escrita torna-se a Justa Homenagem àqueles que construíram Itaipu.

Itaipu- A Pedra que Canta (1975) e a Primeira Caçambada de Concreto (30 de setembro de 1977)

A.5 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

3. RESUMOEste texto descreve os procedimentos adotados nas diversas etapas desenvolvidas para as construções de concreto das obras de Itaipu.

Engloba a descrição desde a fase de concepção do sistema de controle, da formação das equipes, da capacitação dos profissionais. Mostra as rotinas e procedimentos necessários à disciplina de Controle.

Evidencia os dados e Controle dos materiais, os baixos índices de rejeição dos materiais fornecidos a partir de distâncias ao redor de 2.000 km no Brasil e Paraguai, bem como do estrito controle sobre os materiais e concretos produzidos no Canteiro da obra.

Elenca uma série de propriedades dos materiais e concreto de distintos tipos e classes, de grande valor ao Projeto e à Segurança do Empreendimento, evidenciando a Durabilidade das estruturas. Relata ocorrências vivenciadas e ações remediais tomadas de imediato, evitando a punição pelas eventuais falhas, mas sim buscando antecipar os riscos e minimizar os erros.

As ações dos profissionais do Sistema de Controle, cooperando com o Construtor, permitiram introduzir metodologias, praticamente inéditas, e citadas no transcorrer do texto, como:

z Início do uso do Concreto Compactado com Rolo- CCR, em julho de 1976;

z Emprego de camadas estendidas com lançamento direto do concreto com uso de caminhões basculantes fora de estrada e espalhamento com trator de lâmina frontal em 1978;

z Lançamento de concreto através de furos inclinados (cerca de 45º com comprimentos de mais de 40 m) em rocha (atuando como chutes) em maio de 1980;

z O uso de diversos equipamentos para transporte e lançamento dos concretos, em aproximadamente 20 frentes de trabalho simultaneamente;

A.6 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

z Início do uso e entendimento dos benefícios do “Pó de Pedra” (pó obtido durante a britagem de rocha, quando da produção de areia artificial), na composição da dosagem dos concretos, em 1978.

Não resta dúvida de que esse elenco de tecnologias e metodologias, proporcionaram aos profissionais e principalmente às várias Empresas Construtoras componentes do Consórcio Construtor, um acervo técnico de grande valia, que pouco a pouco constituiu-se em “know-How” para a internacionalização de várias delas.

Descreve as rotinas e cuidados na concepção, seleção, aquisição, calibração, instalação, leituras, registros e interpretações durante o período da construção de cerca de 2.000 instrumentos de auscultação implantados nas estruturas de concreto. Isso possibilitou melhor entendimento do comportamento das estruturas, induzindo otimizações de Projeto por parte das empresas Consultoras.

O conjunto de informações geradas pelas diversas áreas de controle, permitiram sua disseminação junto às comunidades técnicas, através de publicações e teses acadêmicas, até a presente data.

A.7 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

4. EXTRATOS DOS COMENTÁRIOS EMITIDOS PELO PAINEL DE ASSESSORES DA ITAIPU

Documento Data ComentáriosReport of Panel of Civil Consultants

22 de Abril de 1982

The 6 cements were nearly identical in composition and fineness. This was accomplished by having three inspectors located at each plant….Fly ash from Tubarão was used sparingly, because it was of poor quality. Not only was it too coarse to contribute much to concrete strength, but it was highly variable. When all efforts to obtain more satisfactory fly ash failed, it was decided to use the coarse fly ash, but only in an amount of 15 percent of the cement by absolute volume. This is expected to provided added Insurance against an alkali-aggregate reaction which is a remote possibility…The use of entrained air proved to be an excellent way to improve the plasticity of the concrete. In the beginning, the air content of the mass concrete was specified to be 6 percent on wet-screened samples. Later this was raised to 8 percent, and there was a further improvement in plasticity. This reduced the compressive strength by less than 5 percent, which was acceptable. Since all of the coarse aggregate and 70 percent of the fine aggregate was crushed basalt, the concrete would have been very harsh and difficult to consolidate without the aid of the entrained air. With the high air content, the workability was almost as good as if uncrushed aggregates had been used….The coarse aggregate was all crushed basalt. Fortunately, the crushing equipment produced particles of favorable shape, more or less cubical. The basalt was very hard, with individual particles having an elastic modulus of 800,000 kgf/cm2.The fine aggregate was composed at 70 percent crushed basalt and 30 percent of silica sand from the river bed. The reason for using only 30 percent natural sand was that it was extremely fine, with a fineness modulus of only 1.5. The combination of river sand and crushed basalt fines provided a fine aggregate with an acceptable F.M. of 2.9.

A.8 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Documento Data ComentáriosReport of Panel of Civil Consultants

22 de Abril de 1982

Control of Concrete: Each class of concrete for Itaipu was uniform as to aggregate gradation and consistency. This was accomplished by a rigid training of inspectors and by having testing facilities in both batch plan and the aggregate plant. The placing temperature of the precooled concrete was 7oC maximum in the forms.

Strength Reguirement: It was customary to demand a compressive strength of the mass concrete of at least three times the maximum design stress. However, it also had been customary to require extra strength because of applying several corrections to the measured strength. A Memorandum dated Jan. 1981 reviewed the various corrections and suggested taking into account both minus and plus corrections. The net result was a large reduction in the strength requirement. The earlier corrections had raised the required strength of job cylinders from 3 times the design stress to approximately 4,5 times the design stress. Using the revised corrections the strength of job cylinders needed to be only about 15 percent higher than 3 times the design stress, or about 3.5 times.

Modulus of Elasticity: As stated above, the modulus of elasticity of the basalt was 800,000 kg/cm2. This resulted in high values of the modulus for concrete. At the later ages the modulus was approximately 400,000 kg/cm2 for all concretes with basalt aggregate.

Creep: Due to the high rigidity of the basalt aggregate, the creep rate-of Itaipu concrete was very low. The creep acted to reduce the effective modulus of elasticity for sustained stress to 62 percent of the instantaneous modulus; this being for a duration from 28 to 90 days.

Tensile Strength: The so-called Brazilian test for tensile strength consists of loading a cylinder on its side until it fails. This yields a result which is 15 percent higher than the true tensile strength. The relation between the compressive strength -and the tensile strength by the Brazilian method varies for different concretes, being as high as 12 to 1 for concretes at early ages and as low as 8 to 1 for well-cured concretes.

A.9 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Documento Data ComentáriosReport of Panel of Civil Consultants

22 de Abril de 1982

Thermal Properties: The six cements supplied for Itaipu had nearly equal heats of hydration, approximately 70 and 82 calories per gram at 7 and 28 days, respectively. Although Type II cement was not specified, these values are very near what would be expected for Type II, and quite favorable. The low content of C3A (6.4% averaged) was responsible.

The thermal expansion of the concrete was governed largely by ‘the basalt aggregate and ranged from 7 to 9 x 10-6 microstrain/oC (the average value being being 7.8)

The thermal diffusivity of the concrete was 7 x 10-3 cm2/sec. This is lower than the values-for many concretes because of the low conductivity of the basalt.

The specific heat of the concrete was near 2.4 cal. per gm., and quite normal.

A.10 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Relatório Ano ComentáriosBoard de Consultores Civis

1998 Comportamento das Estruturas

Geral

O desempenho das barragens de concreto, das barragens de enrocamento e de terra e estruturas da Casa de Força e do Vertedouro, após 16 anos desde o enchimento do reservatório, em geral, é satisfatório e dentro de critérios de segurança.

Relatório Ano ComentáriosBoard de Consultores Civis

2002 Neste período de 20 anos, a Usina Hidrelétrica de Itaipu teve um desempenho excelente na produção de energia, retribuindo à Entidade Binacional o investimento financeiro e os esforços realizados no seu projeto e construção.

Relatório Ano ComentáriosBoard de Consultores Civis

2006 A Usina Hidrelétrica de ITAIPU está iniciando seu 25° ano de operação. Seu desempenho foi e continua sendo excelente. Os sinais de envelhecimento começam a ser notados, mas o alto grau de vigilância, inspeção e auscultação, e as análises periódicas de desempenho vêm mantendo estável o grau de confiabilidade no desempenho do aproveitamento.

A.11 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Relatório Data ComentáriosBoard de Consultores Civis

26 de novembro de 2010

A conclusão do board referendou o trabalho dos profissionais da usina especializados na segurança da barragem: as estruturas da usina estão em excelentes condições. “O desempenho em termos de segurança estrutural e física da usina de Itaipu continua em níveis excelentes após 28 anos de operação. Essa foi uma das conclusões a que chegou o board, que acompanha a usina desde a fase de projetos e fez a última avaliação há quatro anos”, disse o diretor técnico executivo de Itaipu, Antonio Otélo Cardoso.

O Board de Consultores Civis é formado por especialistas em engenharia de grandes barragens, de diferentes países e liderado por Gurmukh Sarkaria, coordenador geral do projeto para a construção da Itaipu. O grupo se reúne periodicamente para analisar o desempenho das estruturas civis da Itaipu. Criado em 1975, promove inspeções técnicas e analisa os dados emitidos pelos profissionais da usina dedicados à segurança da barragem. O objetivo é aferir o grau de segurança da barragem. Frequente durante a construção da obra, a consultoria passou a ser quadrienal após a conclusão do empreendimento.

Relatório Data ComentáriosBoard de Consultores Civis

28 de novembro de 2014

O desempenho em termos de segurança estrutural e física da UHE de ltaipu continua em nível excelente após 32 anos desde o primeiro enchimento.

A equipe da ltaipu que realiza as leituras da instrumentação e analisa seus resultados está atuando de forma competente.

A.12 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

A usina, no dia 17 de maio de 2014, comemorou 40 anos. A data marca a fundação, e o Parque Tecnológico de Itaipu sediou, entre 21 e 23 de maio de 2014, o 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT). O evento reuniu nomes consagrados e pioneiros no estudo de patologias do concreto dentro das escolas de engenharia das universidades brasileiras, do que pode-se citar fragmentos de relatos:

“....Tudo na hidrelétrica de Itaipu é superlativo.... ....A obra se deu ao longo de sete anos (1975 a 1982) e .... ...depois de pronto, o empreendimento propôs outro desafio à engenharia civil brasileira: como operar a manutenção e preveni-lo de patologias que atingem o concreto, o que desencadeou os primeiros estudos sobre esse tema no país....... Itaipu serviu como um divisor de águas na engenharia civil brasileira. “A partir desta obra monumental, fruto da união de esforços de duas nações, a engenharia em nosso país passou a ser vista com outros olhos, sob o ponto de vista internacional.... ... Itaipu continua sendo um marco. Temos nesta barragem quarenta anos de engenharia”.......Itaipu é monitorada diariamente por uma equipe interdisciplinar de engenheiros e por dois mil equipamentos distribuídos ao longo da barragem, que medem a resistência da megaobra. Além disso, conta com um laboratório de tecnologia do concreto que é referência na América Latina. É a partir dele que são desenvolvidas atividades relacionadas ao controle e à qualidade das estruturas da usina. A área de ação do laboratório também inclui estudos geológicos do terreno onde está instalada a hidrelétrica. Eles permitem confirmar os parâmetros geomecânicos, a fim de que sejam executados trabalhos que aliviem as subpressões atuantes na fundação. “Por tudo isso, a abertura deste congresso só poderia ser realizada aqui, na jusante da Itaipu....... a importância de Itaipu para o estudo de manifestações patológicas começa em seu projeto. “Houve um estudo de análise de risco muito qualificado. Nele foram previstas as manifestações e, com base nisso, programado o controle de vida útil da usina. Itaipu é uma obra que precisa que sua vida útil seja prorrogada sempre. Por isso, exige conceitos diferentes de estudos de patologia do concreto”, ressalta, resumindo em uma frase a importância da hidrelétrica para o Brasil. “Itaipu é tão relevante para o país, que basta dizer que se ela ficar dois minutos desligada o sistema de energia brasileiro entra em colapso...”

A.13 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

5. AGRADECIMENTOSOs Autores, participantes desse Sistema de Qualidade, expressam seus profundos agradecimentos à Itaipu Binacional, pela oportunidade de publicar este texto, com o respaldo técnico e financeiro.

Particular agradecimento a Marco Aurélio Vianna de Escobar e Jorge Miguel Samek, da Itaipu Binacional, pela confiança creditada aos Autores na elaboração deste texto.

Os Autores, agradecem e homenageiam dois dos mais importantes profissionais que conduziram com a devida retidão e responsabilidade o Projeto e a Construção de Itaipu.

Engos. Rubens Vianna de Andrade e Gurmukh S. Sarkaria

A.14 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

6. PREFÁCIOS

Dr. Henrique Herweg

Um dos fundadores da THEMAG Engenharia, constituída em outubro de 1961 em São Paulo e considerada uma das principais empresas brasileiras de consultoria.

É uma satisfação enorme ver, ainda hoje, jovens engenheiros fazerem suas teses de mestrado e doutorado usando como base as estruturas e máquinas de Itaipu e os critérios de projeto desenvolvidos e adotados quatro décadas atrás. Assim também não há como não admirar e ler com satisfação esta obra técnica e histórica, que resgata e registra para as próximas gerações os detalhes, os relacionamentos entre especialidades técnicas e os resultados alcançados pelo empreendimento épico que foi a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Um empreendimento com a envergadura da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que foi durante décadas a maior do mundo e ainda o é, em termos de geração anual de energia, tornou-se um marco da

Engenharia, não só no Brasil, como no Mundo, pelo seu tamanho, pelas quantidades superlativas envolvidas, pelos problemas técnicos inéditos enfrentados e resolvidos, pela logística e pelo desafio de construir a obra com o envolvimento de duas nações soberanas.

Os idealizadores e planejadores do empreendimento, como Costa Cavalcanti, Rubens Vianna de Andrade, José Gelázio da Rocha, John Reginald Cotrin, entre tantos profissionais de reconhecida capacidade técnica e habilidade gerencial, sabiam de longa data que uma obra como essa precisaria de um projeto executivo de excelente qualidade para garantir a viabilidade, segurança e longevidade de suas estruturas e equipamentos.

A.15 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Pelo Tratado de Itaipu, de 26 de abril de 1973, foi decidido que os serviços seriam realizados por empresas brasileiras e paraguaias, em condições iguais de responsabilidade. Para cumprimento dessa determinação foram selecionadas as mais renomadas empresas brasileiras e paraguaias para, em consórcios, realizarem os serviços necessários à consecução do empreendimento.

O projeto executivo foi atribuído às principais empresas brasileiras de projetos hidrelétricos, consorciadas com empresas paraguaias. Apesar da reconhecida experiência em projetos de diversas grandes usinas hidrelétricas, como Jupiá, Ilha Solteira, Paulo Afonso etc., ninguém havia ainda projetado uma usina de tal porte, com volumes enormes de estruturas de concreto, sujeitas a altas tensões e temperaturas durante a construção, turbinas e geradores entre os maiores do mundo, extensas linhas de transmissão de alta tensão em corrente alternada e contínua, nunca antes planejadas e, muito menos, construídas.

Posto o desafio, houve apenas uma saída: enfrentá-lo e vencê-lo! Foram contratados milhares de engenheiros, muitos deles estrangeiros, pois não os havia em número suficiente no Brasil e no Paraguai, que ainda precisaram ser treinados em cálculos sofisticados, em especificações complexas e na logística de produção de dezenas de milhares de desenhos. Os problemas se estendiam desde o gerenciamento do consumo de lápis e borracha, uma vez que programas de CAD eram inimagináveis naquela época, até ao desenvolvimento de sofisticados programas de cálculo estrutural tridimensional por elementos finitos, realizados com o auxílio dos grandes computadores da época, os chamados mainframes, que tinham muito mais tamanho do que poder de processamento, ao contrário do que ocorre nos dias atuais.

O fato é que as dificuldades foram superadas, os milhares de desenhos, memoriais de cálculo, especificações técnicas e relatórios foram produzidos, as obras foram realizadas de acordo com esses documentos e sua qualidade foi atestada e confirmada ao longo desses 40 anos de existência da Usina de Itaipu, sem nenhum problema técnico relevante, permitindo antever ainda muitos anos de operação segura, batendo recordes de produção de energia e contribuindo para a riqueza dos países que tiveram a coragem de realizar o empreendimento.

Dr. Henrique Herweg

A.16 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Dr. Luiz Carlos Domenici Alves

Engenheiro Civil e Eletrotécnico – Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora

Diretor de Construção da Unicon – 1975-1978

Diretor Adjunto da Unicon – 1979-1982

Inicialmente, gostaria de ressaltar a justiça do reconhecimento do trabalho dos engenheiros Rubens Vianna de Andrade e Gurmukh Sarkaria, aos quais, pelo conhecimento muito próximo, gostaria de acrescentar os engenheiros Francisco Fortes Filho, Diretor Superintendente da Unicon, e Herman Baumann, Diretor Superintendente da Conempa. A especial conjunção de amizade e respeito mútuo entre os engenheiros Rubens, Fortes e Baumann foi um fator de peso para que as obras civis de Itaipu fossem executadas no prazo.

O presente livro, obra dos engenheiros Francisco Andriolo e Ideval Betioli, é muito oportuno porque mostra a intensidade do trabalho de apoio e controle de qualidade na UHE Itaipu, já que, durante a construção, o que impressionava ou mais chamava a atenção eram as grandes quantidades de metros cúbicos manuseadas. O trabalho retratado no livro, no entanto, é não menos importante que escavar e concretar.

Sistemas de controle bastante minuciosos já eram utilizados por CESP – Ilha Solteira, Furnas – Marimbondo e Angra I e Cemig – Jaguara e Volta Grande, sendo que grande parte dos profissionais que trabalharam em Itaipu já tinha trabalhado em alguma dessas obras, de modo que a adaptação a necessidades muito ampliadas pela dimensão do que estava para ser feito foi absorvida sem maiores percalços.

A.17 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

O programa de estudos e ensaios para o concreto e agregados foi definido com antecedência e liberado para a obra quatro meses antes do início dos concretos, definido pelos preceitos de o que, como, quando e onde controlar, permitindo aos participantes a familiarização com a extensão e profundidade do que foi programado, tendo como “treino” os 250 mil m³ do canteiro de obras.

A execução rigorosa dos ensaios e controles, bem como sua organização, arquivamento e tratamento estatístico sistemático e competente permitem levantar e consultar as informações como se estivessem sendo produzidas agora, devendo-se destacar como notável a disciplina e organização da equipe responsável pelo sistema de controle da qualidade.

O adequado dimensionamento do grande laboratório de concreto, onde foi instalado o estado da arte dos equipamentos de controle tecnológico, testemunha a seriedade com que foram encarados os múltiplos desafios que seriam enfrentados nos anos seguintes.

O controle rigoroso do concreto compactado com rolo – CCR contribuiu para a expansão da tecnologia no Brasil por meio da divulgação dos dados coletados, nos inúmeros trabalhos apresentados nos congressos e seminários.

Enfim, os engenheiros Andriolo e Ideval entregam uma contribuição fundamental à preservação do conhecimento adquirido, que será a base para progressos futuros.

Minhas sinceras congratulações.

Dr. Luiz Carlos Domenici Alves

A.18 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Dr. Ladi Biezus

Engenheiro Civil – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – 1957

Sócio-fundador da Logos Engenharia – 1970

O aspecto relevante deste livro dos engenheiros Francisco Rodrigues Andriolo e Ideval Betioli está no relato completo de uma grande e bem-sucedida obra, Itaipu, sob a óptica dos Sistemas de Qualidade dos materiais empregados para a construção. Essa abordagem abrange não apenas a sua aplicação e controle dos resultados, mas também o desenvolvimento dessas ferramentas ou a customização delas, a operação e monitoramento desses sistemas e o treinamento do pessoal técnico.

Os canteiros das obras de apoio à construção de Itaipu, uma grande obra em si, serviram de ensaio de preparação e aplicação desses Sistemas de Controle e para o treinamento do pessoal. Basta ter em mente os 300 mil m3 de concreto lançados nos canteiros de obras para aquilatar a sua magnitude. Esses canteiros apoiaram a construção da obra de Itaipu, com 13 milhões de m3 de concreto.

São os próprios engenheiros que adequaram ou desenvolveram esses Sistemas de Controle que relatam e registram para o futuro o êxito alcançado com o suporte dessas ferramentas. O aprendizado feito pelo uso desses Sistemas servirá como importante referência para a aplicação em novas obras de grande porte. Vão-se mais de 20 anos desde a conclusão da Usina de Itaipu, sem percalços, para comprovar a relevância desses Sistemas e avalizá-los.

Sem dúvida, os engenheiros Andriolo e Betioli, com seus colaboradores, devem sentir justo orgulho por esses feitos, juntamente com outros times que atuaram na implantação de Itaipu. Dentre esses me permito incluir a Logos Engenharia, que desempenhou tarefa equivalente no Planejamento Básico de Itaipu, com total sinergismo.

Dr. Ladi Biezus

A.19 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

Dr. Jorge M. Samek

Engenheiro graduado pela Universidade Federal do Paraná

Diretor Geral da Itaipu Binacional desde 2003

A literatura especializada sobre Itaipu já compõe uma volumosa e apreciável biblioteca, reunindo estudos e análises que percorrem os mais variados campos de conhecimento.

Essas obras têm explorado desde os imensos desafios técnicos de execução daquela que é considerada uma das maiores obras de engenharia do século XX até os aspectos imateriais do projeto, como as complexas negociações diplomáticas que culminaram com a assinatura do Tratado de Itaipu, em 1973; às inovações jurídicas que constituem o sólido arcabouço legal sobre o qual o empreendimento binacional foi erigido e opera; e a criativa estrutura financeira que viabilizou os vultosos investimentos

necessários, a sua amortização no prazo previsto e a repartição equânime dos benefícios econômicos gerados entre os dois sócios.

Engana-se, no entanto, quem pensa que tudo o que poderia ser conhecido e aprendido sobre Itaipu já foi escrito. Este livro, de coautoria dos engenheiros Francisco Rodrigues Andriolo e Ideval Betioli, vem provar justamente o contrário, ao lançar luzes sobre um dos aspectos menos abordados e mais críticos para o êxito do projeto: o Sistema de Controle de Qualidade dos Materiais e Concretos.

A autenticidade e riqueza de detalhes do relato aqui apresentado sobre esse sistema – que assegurou, de um lado, a uniformidade e durabilidade dos insumos utilizados e, de outro, o ritmo acelerado da execução da construção da barragem, sem negligenciar o rigoroso controle de qualidade – advém do fato de os seus autores terem sido partícipes da sua concepção e implantação durante a maior parte das obras.

A.20 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

O leitor, leigo ou especializado, encontrará nesta obra o mais completo e minucioso relato sobre a importância que o controle de qualidade teve durante a execução das obras civis da barragem de Itaipu.

Fica absolutamente claro que esse sistema foi determinante para o resultado final alcançado. Desde que entrou em operação, em 1984, a Usina Hidrelétrica de Itaipu acumula uma geração de 2,2 bilhões de MWh. Esse desempenho operacional reflete os padrões de excelência rigorosamente observados na execução do projeto. Andriolo e Betioli desvelam a metodologia e as rotinas de controle que redundaram na qualidade invejável da barragem e suas instalações. Esse conhecimento é precioso para um país que ainda precisa realizar grandes obras de infraestrutura.

Itaipu é uma prova irrefutável de que toda grande obra de engenharia deve ser precedida e acompanhada por um amplo e rigoroso controle de qualidade. Pelas suas dimensões, o empreendimento exigiu a montagem de um complexo Sistema de Controle de Materiais e Concretos. Ao descrever como ele foi organizado, os autores chamam a atenção para o desafio de garantir a inspeção simultânea de oito fábricas de cimento, distantes até 2 mil km do canteiro de obras, com equipes de prontidão 24 horas para garantir a recepção e ensilagem com um mínimo de rejeição.

Para realizar os estudos experimentais, de modo a garantir a execução de todos os ensaios de controle e de propriedades, foi criado o Laboratório de Tecnologia do Concreto da Itaipu, implantado numa área de mais de 3 mil m2, que se tornaria uma referência na área.

O modelo de gestão adotado para o empreendimento atribuía grande importância à normatização e documentação de todos os procedimentos e rotinas; graças a isso Itaipu dispõe hoje de um rico acervo documental sobre todas as etapas de implantação e operação.

Na mesma linha, a área de controle de qualidade também se preocupou em elaborar manuais de procedimentos e outras instruções técnicas para garantir uniformidade e conformidade das suas ações. Esses documentos foram utilizados para a capacitação das equipes encarregadas do controle de qualidade durante a execução das obras, quando foram produzidos e monitorados cerca de 13 milhões de m3 de concreto.

A.21 OBRAS DE CONCRETO DE ITAIPU: DESENVOLVIMENTO, CONTROLE, QUALIDADE, DURABILIDADE...40 ANOS DEPOIS IDEVAL BETIOLI & FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO

A O LIVRO

O controle de qualidade não se encerrou com a conclusão das obras civis. Diversos instrumentos de medição e supervisão foram instalados para monitorar e fornecer informações sobre o comportamento das estruturas. E desde a época da construção até os dias atuais, as medidas observadas atestam o excelente padrão de qualidade da barragem.

Assim, torna-se inevitável falar sobre a durabilidade das estruturas da Usina Hidrelétrica de Itaipu. De acordo com os parâmetros atuais e as medições realizadas ao longo das últimas décadas, pode-se estimar um ciclo de vida entre 150 e 200 anos.

É possível dizer, portanto, que Itaipu é uma obra para durar muitas gerações.

Com este trabalho autoral, Andriolo e Betioli resgatam e sistematizam a memória técnica da área de controle de qualidade, gerada ao longo da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, dando uma contribuição importante para a Engenharia Brasileira. A atitude generosa dos autores de se dedicar à produção de um trabalho técnico de fôlego com o único propósito de compartilhar os conhecimentos adquiridos no canteiro de obras da Itaipu deve servir de incentivo para os atuais e futuros estudantes de Engenharia, que poderão se inspirar nas realizações dos seus predecessores para fazer mais e melhor. O acervo de conhecimentos e informações reunidos por este livro serviu, serve e continuará servindo para os profissionais engenheiros que se dedicam à construção de barragens, que poderão consultá-lo para conhecer como se fez e como se faz uma obra de indiscutível sucesso.

Desejo que o leitor interessado mergulhe nessa coleção de informações técnicas que os autores cuidadosamente organizaram e reuniram. Boa leitura!

Dr. Jorge M. Samek

Diretor Geral Brasileiro