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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA ISABELLE FERREIRA DA SILVA SOUZA AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES DE IDOSAS COM E SEM DOR NOS JOELHOS RESIDENTES NA COMUNIDADE Santa Cruz/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ISABELLE FERREIRA DA SILVA SOUZA

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES DE

IDOSAS COM E SEM DOR NOS JOELHOS RESIDENTES NA

COMUNIDADE

Santa Cruz/RN

2017

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Isabelle Ferreira da Silva Souza

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES DE IDOSAS

COM E SEM DOR NOS JOELHOS RESIDENTES NA COMUNIDADE

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza

Santa Cruz/RN

2017

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito parcial para obtenção do título

de Mestre em Saúde Coletiva.

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Isabelle Ferreira da Silva Souza

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES DE IDOSAS

COM E SEM DOR NOS JOELHOS RESIDENTES NA COMUNIDADE

Aprovada em: ___/___/___

Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

Prof. Dra. Larissa Praça de Oliveira

Universidade Potiguar Laureat Internation Universities

Membro Externo

Prof. Dra. Saionara Maria Aires da Câmara

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro Interno

Santa Cruz/RN

2017

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do

título de Mestre em Saúde Coletiva.

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por aumentar a minha fé todos os dias e a minha

família, presente divino que, acreditaram sempre em mim e me apoiaram nessa etapa de

minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente, agradeço ao Espírito Santo de Deus, por mais essa realização e por

nunca me deixar faltar saúde, paz e força para seguir em frente.

Aos meus queridos pais e meu irmão, pelo companheirismo, sorrisos, palavras amigas

e apoio nos momentos de dificuldades.

Ao meu amado esposo, Janderson André, pelo amor, paciência e apoio em todos os

momentos. Por toda a dedicação que tem manifestado e por me fazer ser a mulher mais feliz

desse mundo.

Ao meu orientador, Prof. Marcelo Cardoso, que muito me ajudou a concluir este

trabalho e no desenvolvimento da pesquisa, me orientando de forma competente, paciente e

tranquila.

À minha companheira, Rosa Sá, por acreditar em mim e sempre me motivar. Pelos

desafios que me levou a enfrentar. Por sua paciência, dedicação, apoio e pelo amor dedicado a

nutrição, demonstrado em cada encontro. Por ser uma profissional extremamente qualificada e

que de forma humilde compartilhou seus conhecimentos e experiências. Todo meu

reconhecimento e admiração pela profissional e pessoa que és.

Às idosas, que proporcionaram a realização deste trabalho, pela concretização desta

conquista, que tive a oportunidade de aprender, trocar ideias e pelas coisas que me ensinaram

sobre a arte de viver.

Ao Prof. Sanderson Costa, pelo apoio nas análises estatísticas, sem você não

chegaríamos até aqui.

Enfim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram ou ajudaram para

que essa pesquisa fosse realizada, minha sincera gratidão!

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“...E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão

folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente.

E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?

Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não

duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-

te, e precipita-te no mar, assim será feito;

E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.”

Mateus 21:19-22

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RESUMO

Introdução: Embora a literatura afirme existir relação entre o excesso de peso e a osteoartrite

de joelhos, a relação entre a doença e o consumo alimentar, ainda não está esclarecido.

Objetivo: Avaliar a ingestão habitual de energia e nutrientes de idosas comunitárias com e

sem dor nos joelhos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com idosas

sintomáticas (n=49) e assintomáticas (n=51) quanto à dor nos joelhos. A ingestão alimentar

foi determinada pela média de 2 dias do Recordatório de 24 horas. As dietas foram analisadas

no Dietbox®. A necessidade energética individual foi estimada através de fórmulas e o

consumo de calorias totais foi analisado considerando o intervalo de 97 a 103% do gasto

energético. A adequação dos macronutrientes foi verificada de acordo com os Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges. A ingestão média de ácidos graxos, colesterol e fibra, foi

analisada de acordo com os valores propostos pela IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias.

A inadequação dos micronutrientes foi estimada pelo método da Estimated Average

Requirement como ponto de corte e o consumo hídrico foi avaliado a partir da recomendação

do Guia Alimentar para a População Brasileira. Para análise dos dados, foi utilizado o

software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Resultados: A

média de idade foi de 67(±8,0) anos para o grupo assintomático e 67(±9,0) anos para o

sintomático. Quanto ao consumo de energia, macronutrientes, ácidos graxos, colesterol, fibra

e água, observam-se diferenças entre os grupos, que não se mostraram estatisticamente

significativas. A ingestão de energia foi inadequada em 96,1% das assintomáticas e em 93,9%

das sintomáticas. Também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas

entre as idosas quanto ao consumo alimentar dos micronutrientes, exceto para o consumo

habitual do mineral zinco (p valor = 0,033), o grupo sintomático teve um consumo médio de

zinco inferior ao grupo assintomático. Nos grupos, as maiores inadequações (> 50%) foram

para vitaminas A, D, E e ácido fólico e magnésio e cálcio. As menores inadequações foram

para vitamina C e piridoxina (valores entre 21,6% e 22,4%). Destaca-se a ingestão inadequada

da vitamina D (100% das avaliadas). Conclusão: Entre os grupos, foram observadas elevadas

prevalências de inadequação para ingestão calórica, consumo dos ácidos graxos saturados,

colesterol, fibra, ingestão hídrica, macros e micronutrientes. Contudo, não foram observadas

diferenças estatisticamente significativas no consumo alimentar dos nutrientes, com exceção

do mineral zinco, pois as idosas sintomáticas tiveram um consumo médio de zinco inferior ao

grupo assintomático.

Palavras-chave: Consumo Alimentar; Inquéritos Nutricionais; Recomendações Nutricionais;

Idosos.

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ABSTRACT

Introduction: Although the literature states that there is a relationship between overweight

and knee osteoarthritis, the relationship between disease and food consumption is still unclear.

Objective: To evaluate the habitual intake of energy and nutrients of community aged women

with and without pain in the knees. Methodology: This is a cross-sectional study with

symptomatic elderly women (n = 49) and asymptomatic women (n = 51) for knee pain. Food

intake was determined by the 2-day mean of the 24-hour Reminder. The diets were analyzed

in Dietbox®. The individual energy requirement was estimated using formulas and total

calorie consumption was analyzed considering the range of 97 to 103% of energy

expenditure. Macronutrient suitability was checked according to the Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges. The mean intake of fatty acids, cholesterol and fiber was

analyzed according to the values proposed by the IV Brazilian Directive on Dyslipidemias.

The micronutrient inadequacy was estimated by the Estimated Average Requirement method

as the cutoff point and the water consumption was evaluated based on the recommendation of

the Food Guide for the Brazilian Population. Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS) software version 20.0 was used to analyze the data. Results: The mean age was 67 (±

8.0) years for the asymptomatic group and 67 (± 9.0) years for the symptomatic group. As for

the energy consumption, macronutrients, fatty acids, cholesterol, fiber and water, there were

differences between the groups, which were not statistically significant. The energy intake

was inadequate in 96.1% of the asymptomatic ones and in 93.9% of the symptomatic ones.

There were also no statistically significant differences among the elderly women regarding

the dietary intake of micronutrients, except for the usual consumption of zinc mineral (p value

= 0.033), the symptomatic group had an average zinc intake lower than the asymptomatic

group. In the groups, the greatest inadequacies (> 50%) were for vitamins A, D, E and folic

acid and magnesium and calcium. The lowest inadequacies were for vitamin C and pyridoxine

(values between 21.6% and 22.4%). Inadequate intake of vitamin D (100% of the evaluated

ones) is highlighted. Conclusion: Among the groups, high prevalence of inadequacy for

caloric intake, saturated fatty acid consumption, cholesterol, fiber, water intake, macros and

micronutrients were observed. However, no statistically significant differences were observed

in food intake of the nutrients, except for the zinc mineral, since the symptomatic elderly had

an average zinc consumption lower than the asymptomatic group.

Keywords: Food Consumption; Nutrition Surveys; Nutrition Recommendations; Elderly.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo para os valores de referência da dieta. ........................................................ 24

Figura 2. Consumo energético e de proteínas das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto

à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. .................................................................................. 36

Figura 3. Consumo de carboidratos e de gorduras totais das idosas assintomáticas e

sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ................................................. 36

Figura 4. Consumo de vitaminas lipossolúveis das idosas assintomáticas e sintomáticas

quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ...................................................................... 37

Figura 5. Consumo de vitaminas hidrossolúveis das idosas assintomáticas e sintomáticas

quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ...................................................................... 37

Figura 6. Consumo de minerais das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos

joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ................................................................................................. 38

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Intervalos de distribuição aceitável de macronutrientes (AMDR) para adultos. ... 29

Quadro 2. Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias. ............... 30

Quadro 3. Recomendações dietéticas dos micronutrientes. .................................................... 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características demográficas, de saúde e nutricionais das idosas assintomáticas e

sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ................................................. 33

Tabela 2. Recomendações e consumo médio, mínimo e máximo dos macronutrientes,

colesterol, fibra e água das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos.

Santa Cruz/RN, 2016. ............................................................................................................... 34

Tabela 3. Recomendações e consumo médio, mínimo e máximo dos micronutrientes das

idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016. ........... 35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI - Adequate Intake

AG - Ácidos Graxos

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

CAAE - Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DP - Desvio Padrão

DRI - Dietary Reference Intakes

EAR - Estimated Average Requirement

FVL - Frutas, Verduras e Legumes

GEB - Gasto Energético Basal

GET - Gasto Energético Total

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC - Índice de Massa Corporal

INA - Inquérito Nacional de Alimentação

IOM - Institute of Medicine

OA - Osteoartrite

OMS - Organização Mundial da Saúde

PNAN - Política Nacional de Alimentação e Nutrição

PNSPI - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

QFA - Questionário de Frequência Alimentar

RDA - Recommended Dietary Allowance

R24h - Recordatório de 24 horas

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UL - Tolerable Upper Intake Level

WHO - World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 17

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 18

3.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL ........................................................................ 18

3.2 CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO DE IDOSOS ................................................ 19

3.2.1 Avaliação do consumo alimentar e dietético ............................................................... 22

3.2.2 Recomendações de energia e nutrientes ...................................................................... 23

3.2.3 Análise da ingestão de nutrientes em indivíduos ........................................................ 24

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 26

4.1 NATUREZA DO ESTUDO ............................................................................................... 26

4.2 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................... 26

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ............................................................................................ 26

4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ........................................................................................... 26

4.5 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 27

4.6 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ............................. 27

4.6.1 Coleta de dados antropométricos para o cálculo das necessidades energéticas

individuais ............................................................................................................................... 27

4.6.2 Coleta e análise dos dados de consumo alimentar ...................................................... 27

4.6.2.1 Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibras ........................................ 28

4.6.2.2 Análise do consumo de micronutrientes ..................................................................... 30

4.6.2.3 Análise da ingestão de água ........................................................................................ 31

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 31

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 32

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 39

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45

APÊNDICES ........................................................................................................................... 51

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .......................... 51

APÊNDICE B - Questionário padronizado utilizado na coleta de dados ......................... 54

ANEXOS ................................................................................................................................. 57

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ANEXO A - Parecer Nº 1.707.598/2016 - Comitê de Ética em Pesquisa/ FACISA-UFRN57

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1 INTRODUÇÃO

A Portaria nº 2.528/06 aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) e

declara sua finalidade primordial de recuperar, manter e promover a autonomia e a

independência dos idosos através de medidas de saúde coletivas e individuais. Ao mesmo

tempo, garante que uma abordagem preventiva e uma intervenção precoce são sempre

preferíveis às intervenções curativas tardias (BRASIL, 2006).

De acordo com Oliveira et al. (2014), na população de Santa Cruz/RN, seguindo

tendência mundial, as doenças crônicas se tornam os novos desafios atuais e o cuidado ao

idoso é ainda algo complexo para profissionais da área de saúde, posto que se trata de um

grupo de indivíduos que experimenta e vivencia diariamente situações típicas a esta fase do

ciclo vital, que quando não solucionadas adequadamente podem ocasionar dependência e

perda da autonomia do idoso.

Destaca-se dentre as principais doenças crônicas osteoarticulares, que limitam a

realização das atividades diárias nas pessoas, a osteoporose, a artrite reumatóide, a gota, a

fibromialgia e a osteoartrite (OA), também designada de artrose ou osteoartrose (MAZOCCO;

CHAGAS, 2015).

Dentre esse grupo doenças, a OA é a mais comum e frequentemente afeta as

articulações dos joelhos (REZENDE; CAMPOS; PAILO, 2013). Caracterizada por

progressiva alteração articular, ocasiona um processo inflamatório e dor (DUARTE et al.,

2013). A OA não tem cura, mas tem controle pela dieta, exercícios físicos, uso de órteses e

administração de medicamentos (REZENDE; CAMPOS; PAILO, 2013).

Vale ressaltar que a literatura sugere existir correlação positiva entre o

desenvolvimento da OA de joelhos e a obesidade, além disso, que o excesso de peso é um dos

fatores modificáveis mais significativos no agravamento dos sintomas dessa doença (SOUZA

et al., 2017). Do mesmo modo, embora exista o consenso entre a associação entre o excesso

de peso e a OA de joelhos, a relação entre a doença e o consumo alimentar, ainda não foi

esclarecida.

Assim, se faz necessário mencionar a importância do padrão alimentar no cuidado da

saúde do idoso com doença osteoarticular, que ocorre desde as medidas preventivas até no

tratamento, pois o excesso de peso pode ser modificado pela alimentação. Da mesma forma,

uma vez instalada a doença, a terapia nutricional por meio de uma dieta balanceada e

adequada, proporciona benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios para o indivíduo

(MAZOCCO; CHAGAS, 2015).

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Neste contexto, a Lei nº 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção,

proteção e recuperação da saúde, apresenta o consumo alimentar como um fator

condicionante e determinante do bem-estar (BRASIL, 1990). Do mesmo modo, a Política

Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) assegura que o padrão alimentar constitui

condição indispensável para promover e proteger a saúde, possibilitando a qualidade de vida e

a cidadania do indivíduo (BRASIL, 2013).

Deste modo, existem diversos estudos que avaliaram o perfil antropométrico de idosos

(SALMASO et al., 2014; SANTOS et al., 2014; NASCIMENTO et al., 2011), contudo, são

raros os estudos que investigam o consumo alimentar nessa população. Em uma das exceções,

pesquisa que analisou dados do Inquérito Nacional de Alimentação (INA) apresenta dados

preocupantes sobre as altas prevalências de inadequação do consumo de nutrientes pelos

idosos, especialmente aqueles com potenciais efeitos benéficos relacionados às doenças

crônicas (FISBERG et al., 2013).

Entretanto, Menezes & Marucci (2012) ao avaliarem os valores médios da proporção

de macronutrientes da alimentação de 458 idosos em Fortaleza/CE, determinaram que na dieta

consumida dos avaliados a proporção de proteína, carboidratos e gorduras são semelhantes às

recomendações preconizadas pelo Institute of Medicine (2002).

Além disso, Souza et al. (2017) afirmam que se faz necessário diagnosticar as

alterações nutricionais e desenvolver ações educativas, a fim de promover a saúde, a melhoria

da qualidade de vida e a redução do impacto da doença osteoarticular na funcionalidade desta

população.

Diante do exposto, torna-se relevante averiguar se idosas com dor nos joelhos

comparadas às idosas assintomáticas apresentam diferenças no padrão alimentar, assim como,

verificar se nessa população o consumo alimentar inadequado está associado à dor nos joelhos

e/ou potencializa os sintomas nas idosas que já lidam com a doença. Se confirmada a hipótese

da pesquisa, de que idosas com dor nos joelhos comparadas as idosas assintomáticas

apresentam uma alimentação inadequada, novos estudos poderão desenvolver intervenções

nutricionais específicas e eficazes nesse grupo, com o objetivo de promover um consumo

alimentar adequado em qualidade e quantidade e, consequentemente, proporcionar saúde e

qualidade de vida.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a ingestão habitual de energia e nutrientes de idosas comunitárias com e sem

dor nos joelhos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Comparar a ingestão habitual de nutrientes das idosas com e sem dor nos joelhos;

Determinar a prevalência de inadequação do consumo de nutrientes entre idosas com e

sem dor nos joelhos;

Averiguar se existem diferenças no consumo alimentar de idosas com e sem dor nos

joelhos, verificando se há associação do consumo alimentar inadequado com a dor nos

joelhos das idosas.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

Nas últimas décadas, o aumento da expectativa de vida associado com quedas

acentuadas nas taxas de fertilidade, levam ao rápido envelhecimento populacional no mundo

todo. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) a população

mundial de idosos vai passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050. O que irá

culminar os novos desafios sociais e de saúde pública global na população, como as doenças

crônicas e a qualidade de vida da terceira idade (WHO, 2015).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), profundas

mudanças ocorreram nos últimos anos na estrutura etária da população residente no Brasil, a

proporção de idosos brasileiros passou de 8,6% em 2000 para 11% em 2010 (IBGE, 2010a).

Assim, o Brasil em 2025 ocupará o 6º lugar quanto ao contingente de idosos (BRASIL, 2010).

No município de Santa Cruz/RN, essa realidade não é diferente, pois 4.183 pessoas se

encontram na faixa etária acima dos 60 anos de idade, o que representa aproximadamente,

11,7% da população total do município (IBGE, 2010b). Desta forma, esse acelerado

envelhecimento populacional exige preparação para as consequências sociais e econômicas

que dele advêm, assim, é indispensável repensar conhecimentos, como também, intervenções

que promovam a saúde atual da população (OLIVEIRA et al., 2014).

Nesse panorama, na população brasileira, seguindo tendência mundial, têm-se

observado processos de transição que produzem importantes mudanças no perfil das doenças

ocorrentes nos indivíduos. Um desses processos é a chamada transição demográfica, que

produz importantes mudanças na estrutura etária da população, caracterizada pela diminuição

da mortalidade e consequentemente, aumento progressivo da expectativa de vida, combinado

com quedas marcantes nas taxas de fecundidade e natalidade (VASCONCELOS; GOMES,

2012), o que acarreta o rápido envelhecimento populacional no mundo todo (OMS, 2015).

Esse rápido processo de envelhecimento, culminará os novos desafios sociais e de

saúde pública global na população, como ampliação e aperfeiçoamento da atenção à saúde

dos idosos, elaborando políticas públicas com ênfase na prevenção e no controle das doenças

crônicas e na promoção da qualidade de vida da terceira idade (WHO, 2015;

VASCONCELOS; GOMES, 2012).

Simultaneamente à transição demográfica ocorre a transição epidemiológica,

decorrente da urbanização acelerada, do acesso a serviços de saúde, dos meios de diagnóstico

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e das mudanças culturais, expressivos nas últimas décadas, entre outros fatores, gerando um

novo perfil de morbimortalidade na população. Tal modelo de transição apresenta, para

distintas regiões, o aumento da morbimortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT) com a persistência das doenças infecciosas e parasitárias (DUARTE; BARRETO,

2012).

Além disso, um terceiro fenômeno de transição merece destaque e é conhecido pela

má-alimentação, onde há progressiva substituição da escassez pelo consumo excessivo de

alimentos e pelo aumento dos índices de sobrepeso, obesidade e de DCNT; estes são

associados ainda à prevalência de déficits nutricionais, que é denominada transição alimentar

e nutricional. Ela advém das mudanças ocorridas no padrão alimentar e do sedentarismo da

população e afeta tanto o sistema de saúde nacional, quanto todo o contexto cultural, social e

econômico do país (COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

3.2 CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO DE IDOSOS

A cada cinco idosos, um precisa de ajuda para as atividades diárias relacionadas à

alimentação e o principal responsável por este cuidado, ainda é a família, desempenhando

papel importante na manutenção da saúde e do bem-estar da pessoa idosa (BIERHALS;

MELLER; ASSUNÇÃO, 2016).

De acordo com Cardos & Bujes (2010), na senilidade ocorrem algumas modificações

no indivíduo, tais como, alterações anatômicas, fisiológicas e psicológicas. Os autores

afirmam que as mudanças mais evidentes no sistema estomatognático são a perda de força e a

diminuição de tônus muscular, que quando associada à perda dentária, torna a propulsão do

bolo alimentar ainda mais difícil.

Além disso, na deglutição dos alimentos, se faz necessário que os mesmos estejam

bem fragmentados, assim, quando esse processo não ocorre de forma satisfatória, pode

provocar a perda do apetite, causando alterações no estado nutricional e, desencadear

engasgos frequentes, distúrbio de deglutição ou disfagia, tornando a alimentação uma tarefa

complexa (CARDOS; BUJES, 2010).

Ressalta-se também a influência dos fatores econômicos e emocionais, no consumo

alimentar diário dos idosos. Uma vez que, há indivíduos vivendo em condições

desfavorecidas, muitas vezes com restrições alimentares, contudo, nem sempre apresentar

uma renda familiar desfavorável é sinal de possuir uma alimentação desequilibrada, como

também, exibir melhores condições de renda familiar, não é indicativo de se alimentar bem.

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Da mesma forma, também há idosos que necessitam de companhia e contato social na hora da

refeição, pois esse é um momento de convivência e interação entre as pessoas, tornando a

alimentação mais prazerosa (SANTOS; RIBEIRO, 2011).

No estudo de Oliveira, Delgado e Brescovici (2014), as dificuldades alimentares mais

relevantes autorreferidas pelos idosos dizem respeito à restrição ao consumo de preparações

mais sólidas e à preferência por alimentos macios. Desta forma, a alimentação ingerida se

torna deficiente em fibras e micronutrientes (vitaminas e minerais), pois os alimentos que os

contêm são de consistência mais rígida, como as carnes, frutas, legumes e verduras, os quais

necessitam de mais esforços na mastigação.

Além disso, a literatura aponta que a ingestão de micronutrientes dos idosos brasileiros

encontra-se aquém dos valores recomendados, assim, sabendo que esses nutrientes são

capazes de auxiliar na prevenção de diversas doenças crônicas, reduzir a mortalidade e

melhorar a qualidade de vida dos idosos (SILVEIRA et al., 2015), intervenções diretas de

incentivo à alimentação saudável, por meio de uma dieta balanceada e adequada que

possibilite o acesso a fontes de vitaminas e minerais, como alimentos integrais, frutas,

hortaliças, pescados, leites e derivados desnatados pela população idosa, podem contribuir

para reverter esse cenário (FISBERG et al., 2013).

Do mesmo modo, apesar do crescente interesse na temática da nutrição e do

envelhecimento frente ao acelerado processo de envelhecimento populacional e às

consequências que dele advêm, as pesquisas focadas para se compreender o perfil de consumo

de nutrientes na alimentação diária dos idosos, ainda são insuficientes diante da necessidade

de se conhecer as relações entre a alimentação e o estado geral de saúde dessa população

(CABRAL, 2015; VENTURINI et al., 2015).

Ademais, o perfil alimentar de idosos é um tema pertinente que pode contribuir para a

formulação das políticas públicas que favoreçam o consumo alimentar saudável e o

envelhecimento adequado dessa população (GOMES; SOARES; GONÇALVES, 2016;

VENTURINI et al., 2015).

No Brasil, embora hajam estudos que avaliaram o perfil antropométrico dos idosos

(SALMASO et al., 2014; SANTOS et al., 2014; NASCIMENTO et al., 2011), poucas

investigações foram conduzidas para determinar a inadequação do consumo de nutrientes

desses indivíduos (SILVEIRA et al., 2015; VENTURINI et al., 2015; FISBERG et al., 2013;

MALTA; PAPINI; CORRENTE, 2013). Além disso, vale ressaltar que quando se trata da

alimentação de idosos não institucionalizados, as pesquisas são ainda mais escassas, devido às

dificuldades que esse processo implica.

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21

Silveira et al. (2015) em estudo para avaliar a prevalência do consumo diário de frutas,

verduras e legumes (FVL) em idosos e sua associação com fatores sociodemográficos,

determinaram que o consumo de FVL foi baixo nessa população, com prevalência de

consumo diário igual a 16,6%, sendo de frutas 44,0%, verduras 39,7% e legumes 32,5%.

Venturini et al. (2015), observaram que existem importantes deficiências nutricionais

na alimentação diária de idosos de Porto Alegre/RS, principalmente entre as mulheres e nos

indivíduos acima de 80 anos, com maior consumo de carboidrato em detrimento dos demais

micronutrientes. Além disso, destacam que essa realidade não deve ser diferente em outras

populações com características semelhantes de renda e escolaridade.

Dados do Inquérito Nacional de Alimentação (INA), da população de idosos do Brasil,

encontrou elevadas prevalências de inadequação, acima de 50%, para as vitaminas E, D, A e

B6 e para os minerais cálcio e magnésio em ambos os sexos. Observou-se em todas as regiões,

inadequação de 100% no consumo de vitamina E e inadequação próximo de 100% para

vitamina D, com exceção da região norte. Nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, os

percentuais de inadequação para vitamina A foram superiores a 70%. Além disso, em todas as

regiões, cálcio e magnésio foram os minerais com maior prevalência de consumo alimentar

inadequado, acima de 80% (FISBERG et al. 2013).

Todavia, pesquisa ao avaliar o consumo alimentar de 458 idosos em Fortaleza/CE,

encontrou que a proporção de macronutrientes (proteína, carboidratos e gorduras) na dieta

consumida dos avaliados é semelhante às recomendações nutricionais (MENEZES;

MARUCCI, 2012).

Em particular, idosos que apresentam dor expõem o consumo alimentar diário

alterado, alguns têm diminuição de apetite, perda de peso e até desnutrição, além de outros

distúrbios, como alteração na qualidade do sono e incapacidades na rotina diária. Por isso, a

identificação prévia e o tratamento adequado da dor possibilitam ao indivíduo continuidade de

suas atividades diárias e sociais com menor sofrimento (SILVA et al., 2013).

Do mesmo modo, no cuidado da saúde de pacientes com doença osteoarticular, se faz

necessário mencionar a importância da adequação quali-quantitativa do consumo alimentar

diário, que ocorre desde as medidas preventivas até no tratamento, pois o sobrepeso e a

obesidade são considerados fatores desencadeantes e modificáveis para o desenvolvimento

dessas patologias. Além disso, uma vez instalada a doença a terapia nutricional por meio de

uma dieta cotidiana balanceada e adequada, proporciona benefícios antioxidantes e anti-

inflamatórios para o indivíduo (MAZOCCO; CHAGAS, 2015).

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Destaca-se, que o consumo de alimentos in natura, com elevado teor de compostos

antioxidantes e anti-inflamatórios, ajudam na redução dos sintomas e a diminuição da

quantidade de sal, gorduras e da cafeína, melhora a qualidade do sono e diminui o ganho de

peso, elementos importantes que ocasionam e/ou agravam o incômodo nesses pacientes

(SIENA; MARRONE, 2010).

3.2.1 Avaliação do consumo alimentar e dietético

O estado nutricional de um indivíduo corresponde ao balanço entre a ingestão de

alimentos e o gasto de energia. Na avaliação do estado nutricional dos idosos, devido aos

aspectos peculiares do envelhecimento, se faz necessário uma avaliação mais criteriosa, com

análise de fatores de risco, como determinação do nível funcional, avaliação da saúde bucal e

investigação sobre depressão, além dos métodos convencionais, parâmetros antropométricos,

laboratoriais, clínicos, socioeconômicos e dietéticos (ACUÑA; CRUZ, 2004).

Na análise dietética, busca-se conhecer profundamente o consumo alimentar diário em

conjunto com o paciente, uma vez que esse momento da consulta não se restringe à mera

quantificação dos nutrientes consumidos. Ao contrário, realiza-se a identificação dos

determinantes demográficos, sociais, culturais, ambientais e cognitivo-emocionais da

alimentação cotidiana. Entre os métodos utilizados para avaliação do consumo alimentar estão

o Questionário de Frequência Alimentar (QFA), o diário ou registro alimentar, a história

alimentar e o Recordatório de 24 horas (R24h) (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009).

É importante mencionar que os métodos que avaliam o padrão alimentar são

imperfeitos de alguma forma, assim são maneiras de estimar o consumo alimentar habitual

dos sujeitos. Os métodos apresentam erros inerentes nas avaliações dietéticas e nenhuma

medida da dieta conduzirá à verdade plena sobre a ingestão do consumo de nutrientes dos

indivíduos (HOLANDA; BARROS FILHO, 2006).

Entretanto, a aplicação do R24h mostrou-se efetiva para avaliação do consumo

alimentar de idosos em diversos estudos (VENTURINI et al., 2015; ASSUMPÇÃO et al.,

2014; MALTA; PAPINI; CORRENTE, 2013), podendo representar inúmeras vantagens

quanto ao desenvolvimento de pesquisas com essa população.

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3.2.2 Recomendações de energia e nutrientes

Para se estimar o gasto energético diário de um indivíduo, se faz necessária a

utilização de fórmulas específicas para cada fase da vida, contudo, ainda não existe uma

exclusiva para se determinar a necessidade energética do idoso. No entanto, a energia pode

ser calculada a partir da utilização da fórmula proposta por Harris & Benedict (1919). Onde,

inicialmente se determina o Gasto Energético Basal (GEB), a partir da fórmula [GEB= 655,1

+ (9,5 × peso ideal[kg]) + (1,8 × estatura[cm]) - (4,7 × idade[anos])] e, posteriormente o

Gasto Energético Total (GET), por meio da multiplicação do GEB a valores entre 1,4 e 1,8,

dependendo do nível de atividade física do idoso (apud PFRIMER; FERRIOLLI; NAJAS,

2015, p. 414-415).

No que se refere às necessidades nutricionais dos macronutrientes, dada a sua

associação com a redução de DCNT e a sua relação com os demais componentes da dieta, o

Institute of Medicine (IOM/2002) propõe que a sua adequação seja realizada utilizando o

conceito de Acceptable Macronutrient Distribution Ranges (AMDR). O AMDR pode ser

definido como os intervalos de distribuição aceitável para os macronutrientes, que

representam os limites de ingestão de uma determinada fonte energética, proporcionando o

aporte adequado de nutrientes essenciais e suficientes para manter o balanço energético dos

indivíduos no mesmo estágio de vida.

No tocante as necessidades dos micronutrientes, são atualmente determinadas por

meio de um conjunto de valores de referência, elaborados por comitês de especialistas

organizados por uma parceria entre o IOM norte-americano e a agência Health Canadá. Tais

recomendações, denominadas Dietary Reference Intakes (DRI) são utilizadas para avaliação e

planejamento de consumo de dietas pelos indivíduos e populações saudáveis (IOM, 2002).

As DRI abrangem quatro categorias de referência para o consumo de nutrientes, os

quais apresentam aplicações diferenciadas: Estimated Average Requirement (EAR),

Recommended Dietary Allowance (RDA), Adequate Intake (AI) e Tolerable Upper Intake

Level (UL) (PADOVANI et al., 2006).

A EAR é um valor de referência que corresponde à mediana da distribuição das

necessidades de um nutriente em um grupo de indivíduos saudáveis, do mesmo gênero e

idade; por essa razão, atende às necessidades de 50% da população. A RDA é o valor

correspondente a dois desvios padrão acima da EAR (RDA = EAR + 2DP), deve atender às

necessidades de um nutriente para 97 a 98% dos indivíduos saudáveis, do mesmo gênero e

idade. A AI é um valor de consumo recomendável, baseado em dados experimentais para

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grupo(s) de pessoas sadias, usado quando os valores de EAR e, consequentemente, de RDA

não podem ser determinados. O UL é definido como o mais alto valor de ingestão diária

prolongada de um nutriente que, aparentemente, não oferece risco de efeitos adversos à saúde

em quase todos os indivíduos do mesmo gênero e idade (Figura 1) (PADOVANI et al., 2006).

Fonte: Marchioni, Slater e Fisberg (2004).

Figura 1. Modelo para os valores de referência da dieta.

3.2.3 Análise da ingestão de nutrientes em indivíduos

A avaliação da dieta consumida é importante como indicador indireto do estado

nutricional do indivíduo. Avaliar a ingestão de nutrientes de forma quali-quantitativa é

essencial para promover qualidade de vida, a partir de uma reeducação alimentar, gerando

saúde e bem-estar (MARCHIONI; SLATER; FISBERG, 2004).

Para a avaliação do consumo de nutrientes se faz necessário conhecer a ingestão

alimentar e as necessidades individuais, para posterior comparação e análises dos dados.

Destaca-se que, na prática clínica, as DRI são indispensáveis para a avaliação de dietas

consumidas, nessa etapa as categorias de referência mais adequadas, são os termos EAR e

UL, quando não estabelecidos os valores de EAR, são utilizados os valores de AI

(PADOVANI et al., 2006).

Valores habituais de consumo de determinado nutriente acima da EAR denotam

grande probabilidade de adequação, e acima da UL, risco de desenvolvimento de efeitos

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adversos. Além disso, se o consumo habitual estiver acima dos valores da RDA ou AI, ainda

existe maior chance de que as necessidades nutricionais individuais estejam atendidas

(PADOVANI et al., 2006).

Ainda que a avaliação da ingestão alimentar individual seja uma tarefa complexa,

tendo em vista os vieses reconhecidos nos inquéritos de consumo alimentar, esta etapa é

indispensável na avaliação nutricional e pode fornecer dados imprescindíveis do padrão

alimentar, promovendo o estabelecimento de uma conduta dietética individualizada, adequada

e eficaz (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009).

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4 METODOLOGIA

4.1 NATUREZA DO ESTUDO

O presente estudo faz parte de uma pesquisa maior intitulada “Avaliação do Estado

Nutricional e do Perfil Alimentar de Idosas com e sem Osteoartrite de Joelhos”. Trata-se de

um estudo observacional transversal do tipo analítico, de natureza quantitativa.

4.2 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo teve como área de investigação o município de Santa Cruz/RN, que no ano

de 2010, contava com uma população de 35.797 habitantes, dos quais 4.183 tinham 60 anos

ou mais de idade (IBGE, 2010b). Participaram da pesquisa uma amostra de conveniência

constituída por 100 idosas acima de 60 anos de idade, sendo 49 com dor nos joelhos

(sintomáticas) e 51 delas sem dor nos joelhos (assintomáticas) que frequentam a clínica-

escola de fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN). O

recrutamento das participantes ocorreu através do contato direto com as mesmas nesta clínica

ou por telefone. Esta clínica foi selecionada por se tratar de um serviço de referência no

tratamento fisioterápico para doenças crônicas osteoarticulares na região.

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídas idosas com idade acima de 60 anos, que residem em Santa Cruz/RN e

que frequentam a clínica-escola de fisioterapia da FACISA/UFRN.

4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídas idosas com uso de prótese de membros inferiores, que realizaram

artroplastia nos joelhos; que apresentaram chikugunya; que possuíam amputação em membro

inferior ou locomoção exclusiva por cadeira de rodas; que apresentaram problemas

neurológicos incapacitantes e que utilizassem marcapasso.

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4.5 ASPECTOS ÉTICOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Comitê da

FACISA/UFRN), sendo o número do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

(CAAE) 56087716.4.0000.5568, sob o parecer de número 1.707.598/2016 (Anexo A).

Participaram do estudo, idosas que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A).

4.6 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A realização da coleta dos dados ocorreu através da aplicação de um questionário

padronizado (Apêndice B), contendo informações de identificação, dados socioeconômicos,

aspectos de saúde, dados antropométricos e de consumo alimentar. A coleta de dados foi

realizada entre setembro e dezembro de 2016 por profissionais nutricionistas treinados,

visando à obtenção de dados fidedignos e padronizados.

4.6.1 Coleta de dados antropométricos para o cálculo das necessidades energéticas

individuais

Os dados antropométricos de peso e estatura foram obtidos para o cálculo do Gasto

Energético Total (GET) das idosas. Estes dados foram mensurados através das técnicas

recomendadas pela OMS (1995). Tais medidas foram aferidas em duplicata, utilizando a

média entre elas para as análises. O peso corporal foi medido com o indivíduo sem sapatos e

usando roupas leves, utilizando-se balança eletrônica WELMY® (capacidade de 150kg e

precisão de 100 gramas). A estatura foi mensurada com um estadiômetro móvel WELMY®

(precisão da escala de 0,5cm) com o indivíduo descalço e em posição ortostática.

4.6.2 Coleta e análise dos dados de consumo alimentar

O Recordatório de 24 horas (R24h) foi aplicado em dois momentos, obedecendo a um

intervalo de 30 a 45 dias entre a aplicação do primeiro e do segundo, a fim de se evitar

possíveis influências do poder de compra e minimizar o efeito da variação diária.

O R24h consiste de uma entrevista individual, conduzida pelo nutricionista durante

uma consulta de rotina. A fidedignidade da informação colhida dependerá da memória, do

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interesse e da cooperação do paciente, assim como das estratégias do profissional em

estabelecer um diálogo, no qual se obtenha o conhecimento do que se deseja. O

questionamento sobre as 24 horas do dia anterior à entrevista geralmente facilita a recordação,

pois o profissional pode usar várias táticas durante o preenchimento, como o horário em que o

paciente acordou ou foi dormir (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009).

Para facilitar a utilização do instrumento e desenvolvê-lo de forma satisfatória, o

nutricionista deverá possuir amplo conhecimento dos hábitos, crenças e costumes da região,

assim como dos alimentos e modos de prepará-los (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI,

2009).

De acordo com Holanda & Barros Filho (2006) o R24h apresenta vantagens, como

baixo custo, praticidade e independe do nível de escolaridade ou socioeconômico do

entrevistado, estimando a dieta consumida em quantidade e qualidade. Contudo, possui

desvantagens, como erros nas estimativas das porções e dependente da memória do

entrevistado, podendo não representar a ingestão habitual do indivíduo.

Para auxiliar estes registros, foram empregados modelos de medidas caseiras e de

porções de alimentos, que permitem ao(s) entrevistador(s) apontar qual(is) utensílio(os)

costuma utilizar no seu dia a dia, assim como, quantificar em pequeno, médio e grande as

porções dos alimentos e bebidas consumidas. Para tal, foi utilizado o Registro fotográfico para

inquéritos dietéticos – utensílios e porções (ZABOTTO; VIANA; GIL, 1996).

Para o cálculo dos nutrientes e calorias consumidas foi usado o software Dietbox® e, a

partir dos valores encontrados, foi criada uma tabela no Excel® (Microsoft, Pacote Office,

versão 2013), com as informações do consumo alimentar de cada idosa. Após esse

procedimento, foi realizada a média dos dois dias e em seguida, analisada a ingestão alimentar

encontrada para cada idosa.

4.6.2.1 Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibras

Para calcular o Gasto Energético Total (GET) das idosas, primeiramente, se faz

necessário determinar o Gasto Energético Basal (GEB), o qual foi obtido a partir da fórmula

abaixo proposta por Harris & Benedict (1919), de acordo com peso ideal, estatura e idade

(apud PFRIMER; FERRIOLLI; NAJAS, 2015, p. 414).

GEB= 655,1 + (9,5 × peso ideal[kg]) + (1,8 × estatura[cm]) - (4,7 × idade[anos])

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Foi adotado o peso ideal para que as idosas com excesso de peso ou aquelas com

desnutrição não superestimassem ou subestimassem o GEB, respectivamente. Assim, optou-

se por empregar a fórmula a seguir para obter o peso ideal de cada idosa. Vale ressaltar que o

Índice de Massa Corporal (IMC) utilizado foi 25 kg/m2, pois é o valor mediano entre o

mínimo (22 kg/m2) e o máximo (27 kg/m

2) dentro da faixa de normalidade para idosos, de

acordo com Lipschitz (1994) (apud PFRIMER & FERRIOLLI, 2015, p. 399).

Peso Ideal = Estatura (m)² x IMC ideal

.: Estatura (m)² x 25

Posteriormente, foi determinado o GET de cada idosa multiplicando-se o GEB

individual por 1,4 (apud PFRIMER; FERRIOLLI; NAJAS, 2015, p. 415).

O consumo de calorias totais foi analisado considerando o intervalo de 97 a 103% em

relação ao GET, ou seja, para que o consumo em calorias estivesse adequado, o mesmo

deveria estar entre 97 e 103% da necessidade em calorias da mesma idosa.

O consumo dos macronutrientes da alimentação foi avaliado com base nos valores

propostos nos intervalos de distribuição aceitável (Acceptable Macronutrient Distribution -

AMDR), conforme apresenta o Quadro 1 (Dietary Reference Intakes - DRI, 2002/2005).

Quadro 1. Intervalos de distribuição aceitável de macronutrientes (AMDR) para adultos.

Macronutrientes Intervalo (percentual de energia)

Proteínas

Gorduras totais

Carboidratos

10 – 35%

20 – 35%

45 – 65%

Fonte: (DRI, 2002/2005).

Para fins de comparação dos valores médios do consumo de macronutrientes, foi

calculado o consumo médio de cada idosa, a partir da média aritmética dos dois dias e,

comparado ao intervalo recomendado de distribuição aceitável para macronutrientes.

A ingestão média, a partir do consumo dos dois dias, de Ácidos Graxos (AG)

(saturados, polinsaturados e monoinsaturados), colesterol e fibra, foram comparadas e

analisadas de acordo com os valores propostos pela IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias

e Prevenção da Aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No quadro abaixo

pode-se observar os valores de recomendações dietéticas (SPOSITO et al., 2007).

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Quadro 2. Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias.

Nutrientes Ingestão recomendada

Ácidos graxos saturados

Ácidos graxos polinsaturados

Ácidos graxos monoinsaturados

Colesterol

Fibras

≤ 7% das calorias totais

≤ 10% das calorias totais

≤ 20% das calorias totais

< 200 miligramas/dia

20 a 30 gramas/dia

Fonte: (SPOSITO et al., 2007).

4.6.2.2 Análise do consumo de micronutrientes

A prevalência de inadequação dos micronutrientes foi calculada pelo método da

Estimated Average Requirement (EAR) como ponto de corte (MARCHIONI; SLATER;

FISBERG, 2004), com exceção do cálcio, cujo valor de EAR ainda não foi estabelecido,

assim utilizou-se a Recommended Dietary Allowances (RDA) como ponto de corte.

Primeiramente, foi estabelecida a ingestão habitual de cada nutriente para cada idosa, a partir

da média aritmética dos dois dias e, em seguida, confrontou-se com as necessidades deste

mesmo indivíduo. Além disso, foi levado em consideração o Tolerable Upper Intake Level

(UL), como limite máximo de ingestão de cada nutriente. Em seguida, foi calculado o

percentual de inadequação para cada nutriente específico. Foi analisado o consumo alimentar

apenas para os micronutrientes com importância na terapia nutricional de indivíduos com

doenças osteoarticulares, foram eles: vitamina A, C, D e E, piridoxina, ácido fólico,

magnésio, cálcio e zinco.

Quadro 3. Recomendações dietéticas dos micronutrientes.

Micronutrientes (unidade) Acima de 51 anos

EAR/ RDA UL

Vitamina A (microgramas/µg)

Vitamina C (miligramas/mg)

Vitamina D (microgramas/µg)

Vitamina E (miligramas/mg)

Piridoxina (miligramas/mg)

Ácido fólico (microgramas/µg)

Magnésio (miligramas/mg)

500

60

10

12

1,3

320

265

3.000

2.000

100

1.000

100

1.000

350

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Cálcio (miligramas/mg)

Zinco (miligramas/mg)

1.200*

6,8

2.000

40

Fonte: (DRI, 2011).

*Este quadro apresenta a Estimated Average Requirement (EAR) e a Recommended Dietary Allowances (RDA)

seguido por asterisco (*).

4.6.2.3 Análise da ingestão de água

A prevalência de inadequação do consumo hídrico de cada indivíduo foi avaliada a

partir do Guia Alimentar para a População Brasileira, o qual recomenda que os adultos devem

ingerir no mínimo dois litros de água por dia (seis a oito copos), preferencialmente entre as

refeições (BRASIL, 2008). Assim, foi utilizado o ponto de corte de dois litros de água para

cada idosa e observada se a ingestão estava adequada ou inadequada. Posteriormente, foi

calculado o percentual de inadequação para o consumo hídrico.

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise dos dados, foi utilizado o software Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS) versão 20.0.

Para realizar a análise estatística descritiva dos dados da população, para variáveis

contínuas com distribuição normal, utilizaram-se as médias e desvio padrão. Já para as

variáveis contínuas com distribuição não normal, mediana e intervalo interquartil. Além disso,

para as variáveis categóricas foram utilizadas as porcentagens.

Para a comparação das distribuições dos dados quantitativos entre os grupos foi

utilizados os testes t-Student ou o de Mann-Whitney de acordo com a normalidade apresentada

pela amostra, avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.

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5 RESULTADOS

Na Tabela 1 é possível visualizar as características gerais da população estudada.

Destaca-se a maior proporção da população composta por idosas jovens (60-74 anos) em

ambos os grupos. Com relação ao diagnóstico clínico, houve predominância de problemas

ósseos, da hipertensão arterial e do diabetes mellitus. Além disso, a maioria das idosas

avaliadas era casada, tinha renda familiar mensal entre 1 e 2 salários mínimos e apresentava

excesso de peso.

Entre as idosas avaliadas observou-se um consumo médio de energia igual a

1.723,75Kcal, sendo 19,96% de proteína, 23,64% de gordura total, 56,40% de carboidratos e

1.480,50mL de água. Nas Tabelas 2 e 3, encontram-se as recomendações e consumo médio,

mínimo e máximo de energia, macronutrientes, AG (saturados, polinsaturados e

monoinsaturados), colesterol, fibra, água e micronutrientes analisados.

Quanto ao consumo de energia, macronutrientes, AG (saturados, polinsaturados e

monoinsaturados), colesterol, fibra e água, observam-se diferenças entre os grupos, que não se

mostraram estatisticamente significativas. Contudo, a ingestão de energia foi inadequada para

96,1% e para 93,9% das idosas assintomáticas e sintomáticas, respectivamente (Figura 2).

Em relação ao consumo dos macronutrientes, para proteínas observou-se que 3,9%

estavam acima do recomendado no grupo assintomático e 4,1% estavam abaixo do

recomendado para o grupo sintomático. Quanto aos carboidratos, 27,4% estavam inadequados

no grupo sem dor nos joelhos e 20,4% estavam inadequados no grupo com dor. Com relação à

gordura total, 43,1% estavam inadequados nas idosas assintomáticas e 34,7% estavam

inadequados nas idosas sintomáticas (Figuras 2 e 3).

No tocante ao consumo de micronutrientes, também não foram observadas diferenças

estatisticamente significativas entre as idosas assintomáticas e sintomáticas, exceto para o

consumo habitual do mineral zinco, que apresentou p= 0,033, onde o grupo sintomático teve

um consumo médio de zinco inferior ao grupo assintomático (Tabela 3).

Da mesma forma, verificaram-se elevadas prevalências de inadequação, com

percentuais superiores a 50%, para vitaminas A, D, E e ácido fólico (Figuras 4 e 5) e para os

minerais magnésio e cálcio, em ambos os grupos (Figura 6). As menores prevalências de

inadequação, nos dois grupos de idosas, foram identificadas para vitamina C e piridoxina,

com percentuais entre 21,6% e 22,4% (Figura 5). Ademais, destaca-se a ingestão inadequada

da vitamina D em 100% das idosas avaliadas (Figura 4).

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Tabela 1. Características demográficas, de saúde e nutricionais das idosas assintomáticas e

sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

Variáveis Assintomáticas (n=51) Sintomáticas (n=49)

n % n %

Idade

60-74 anos 44 86,2 41 83,6

≥ 75 anos 7 13,8 8 16,4

Diagnóstico Clínico

Nenhuma patologia 7 13,7 0 0

Problemas ósseos 30 58,8 49 100

HAS 15 29,4 42 85,7

DM2 5 9,8 15 30,6

Depressão 5 9,8 7 14,3

Outros 20 39,2 34 69,4

Atividade física

Sim 26 51,0 15 30,6

Não 25 49,0 34 69,4

Estado civil

Solteira 4 7,8 11 22,4

Casada 32 62,8 23 46,9

Separada/ Divorciada 5 9,8 5 10,3

Viúva 10 19,6 10 20,4

Escolaridade

Analfabeta 8 15,7 12 24,5

Ensino fundamental 22 43,1 16 32,7

Ensino médio 15 29,4 17 34,6

Ensino superior 6 11,8 4 8,2

Renda

1 – 2 S.M. 23 45,2 25 51,1

3 – 4 S.M. 16 31,3 6 12,2

> 4 S.M. 12 23,5 18 36,7

IMC categorizado

Baixo Peso 2 3,9 2 4,1

Eutrofia 15 29,4 7 14,3

Excesso de peso 34 66,7 40 81,6 HAS = Hipertensão Arterial Sistêmica; DM2 = Diabetes Mellitus; S.M. = Salário Mínimo; IMC = Índice de

Massa Corporal - classificação de acordo com Lipschitz (1994) (apud PFRIMER & FERRIOLLI, 2015, p. 399).

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Tabela 2. Recomendações e consumo médio, mínimo e máximo dos macronutrientes, colesterol, fibra e água das idosas assintomáticas e

sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

Nutrientes Recomendado Assintomático (n = 51) Sintomático (n = 49)

Valor

p

Consumido

Consumido

Mínimo - Máximo Média ± DP Mínimo - Máximo Média ± DP

Assintomático Sintomático

Energia (Kcal) 1.635,57 1.609,75 979,12 - 3.497,35 1.818,86 ±

562,75

982,87 - 2.463,02 1.624,75 ±

370,79

0,052

Proteínas (%) 10 - 35 11,28 - 36,44 20,23 ± 5,84 8,07 - 31,44 19,60 ± 5,14 0,569

Carboidratos

(%)

45 - 65 34,17 - 75,58 55,54 ± 9,20 38,42 - 74,22 57,24 ± 7,93 0,328

Gordura total

(%)*

20 - 35 11,32 - 42,75 22,44 ± 11,62 11,90 - 35,50 22,87 ± 7,94 0,644

AG saturados

(%)

≤ 7 das calorias totais 3,36 - 16,45 8,85 ± 3,82 4,05 - 15,21 8,56 ± 2,65 0,664

AG

polinsaturados

(%)*

≤ 10 das calorias totais 1,30 - 7,75 3,64 ± 1,74 1,62 - 7,75 3,95 ± 2,20 0,304

AG

monoinsaturados

(%)

≤ 20 das calorias totais 1,92 - 15,99 7,36 ± 3,11 3,18 - 14,67 7,08 ± 2,42 0,611

Colesterol (mg)* < 200 93,92 - 1.572,58 281,06 ± 214,59 45,87 - 697,73 254,80 ± 167,08 0,157

Fibra (g) 20 a 30 10,58 - 38,72 21,61 ± 6,90 7,67 - 40,42 21,77 ± 7,68 0,912

Água (mL)* > 2.000,00 400,00 - 2.250,00 1.575,00 ±

1.000,00

600,00 - 2.000,00 1.400,00 ±

1.000,00

0,369

Média ± Desvio Padrão; *Mediana ± Intervalo Interquartil.

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Tabela 3. Recomendações e consumo médio, mínimo e máximo dos micronutrientes das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos

joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

Nutrientes Recomendado Assintomático (n = 51) Sintomático (n = 49)

Valor p Consumido

Consumido

Mínimo - Máximo Média ± DP Mínimo - Máximo Média ± DP

Vitamina A (µg)* 500 - 3.000 63,10 - 9.234,50 477,26 ± 430,55 146,90 - 10.070,20 457,73 ± 432,07 0,493

Vitamina C (mg)* 60 - 2.000 13,10 - 14.482,70 163,29 ± 182,48 0,90 - 7.307,10 165,57 ± 226,66 0,978

Vitamina D (µg)* 10 - 100 0,00 - 4,60 0,627 ± 0,98 0,00 - 3,70 0,635 ± 0,99 0,853

Vitamina E (mg)* 12 - 1000 1,90 - 19,20 5,15 ± 5,79 1,00 - 21,20 5,44 ± 4,22 0,454

Piridoxina (mg) 1,3 - 100 0,50 - 5,30 1,80 ± 0,84 0,30 - 4,40 1,76 ± 0,73 0,812

Ácido fólico (µg)* 320 - 1000 60,80 - 1.250,30 206,03 ± 137,04 51,30 - 548,00 193,94 ± 135,42 0,314

Magnésio (mg) 265 - 350 107,80 - 449,70 276,58 ± 73,60 129,90- 462,40 276,54 ± 76,60 0,998

Cálcio (mg) 1.200 - 2.000 175,10 - 1.556,60 682,15 ± 312,82 141,30 - 1.443,60 628,56 ± 256,42 0,353

Zinco (mg) 6,8 - 40 2,90 - 44,70 11,33 ± 6,62 2,30 - 18,60 9,01 ± 3,51 0,033 Média ± Desvio Padrão; *Mediana ± Intervalo Interquartil.

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Figura 2. Consumo energético e de proteínas das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

Figura 3. Consumo de carboidratos e de gorduras totais das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

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Figura 4. Consumo de vitaminas lipossolúveis das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

Figura 5. Consumo de vitaminas hidrossolúveis das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

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Figura 6. Consumo de minerais das idosas assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos. Santa Cruz/RN, 2016.

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6 DISCUSSÃO

O presente estudo se propôs a analisar o consumo alimentar habitual de idosas

comunitárias assintomáticas e sintomáticas quanto à dor nos joelhos, esses resultados poderão

ser utilizados em novas pesquisas para comparação de valores obtidos da ingestão alimentar

de outras idosas.

Os resultados mostram a maior proporção da população avaliada composta por idosas

jovens, idade entre 60 e 74 anos, em ambos os grupos, que corrobora com os dados de outras

pesquisas (NERI et al., 2013; SANTOS et al., 2013). Provavelmente a predominância de

idosas nessa faixa etária é uma característica do processo de envelhecimento brasileiro,

diferentemente de outros países, onde há o predomínio de idosos acima dos 80 anos (SOUSA;

SILVER, 2008).

No diagnóstico clínico, a maior parte da população, independentemente de sentir ou

não dor nos joelhos, apresentou problemas ósseos, hipertensão arterial e diabetes mellitus.

Resultados semelhantes foram encontrados na pesquisa de Leite-Cavalcanti et al. (2009).

Além disso, houve predominância de idosas casadas e com renda familiar mensal entre 1 e 2

salários mínimos, corroborando com os resultados do estudo de Santos et al. (2013).

Nas idosas avaliadas, o excesso de peso foi o estado nutricional mais preponderante e

essa característica também foi observada por outros autores em seus estudos (SALMASO et

al., 2014; MASTROENI et al., 2010). Porém, Malta, Papini e Corrente (2013) encontraram

maior frequência da eutrofia nos idosos. Do mesmo modo, pesquisa com idosos residentes em

instituições de longa permanência de Natal/RN, observou maior prevalência do baixo peso

nessa população (CABRAL, 2015). Uma explicação possivelmente para esse fato é o

processo de transição nutricional que o país está enfrentando, onde podemos observar

concomitantemente na população o aumento dos índices de sobrepeso e obesidade, associados

ainda à prevalência de déficits nutricionais (COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

Na análise do consumo alimentar, observou-se que houve uma tendência do valor

energético médio da alimentação das idosas ser superior ao valor médio da necessidade

estimada, tanto no grupo com dor nos joelhos quanto no grupo sem dor. Lopes (2014) obteve

resultados semelhantes em seu estudo, ao avaliar a ingestão alimentar de idosos

institucionalizados de Salvador/BA, utilizando, porém, metodologia distinta à aplicada nesta

pesquisa. Entretanto, outros autores encontraram resultados distintos, observaram que o valor

energético médio da alimentação dos idosos foi inferior ao valor médio da necessidade

energética estimada (MENEZES; SOUZA; MARUCCI, 2009). De acordo com Lopes (2014),

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o consumo energético suficiente traz benefícios para a saúde do idoso, uma vez que seu

consumo inadequado pode ocasionar diversas alterações nutricionais e patológicas.

Verificou-se que as idosas assintomáticas apresentaram média de ingestão calórica

superior às idosas sintomáticas, contudo, essa diferença não foi estatisticamente significativa

entre os grupos, demonstrando um consumo energético similar entre as idosas. Apesar das

diferenças entre os valores médios de consumo alimentar não exibirem significância

estatística, de acordo com a literatura existe uma tendência de que indivíduos com dor

apresentem consumo inferior aos indivíduos sem dor, provavelmente, porque a dor diminui o

apetite alimentar (SILVA et al., 2013).

Na pesquisa, foi determinada uma alta inadequação calórica nas idosas avaliadas,

resultado de uma alimentação inadequada em quantidade e qualidade, independentemente de

sentir ou não sentir dor nos joelhos e resultados semelhantes foram encontrados em outras

pesquisas (CABRAL, 2015; LOPES, 2014). Isso pode ser justificado pelo processo de

transição alimentar, ao qual a população brasileira está vivenciando, que consome uma dieta

tradicional à base de arroz e feijão, alimentos de boa qualidade nutricional, combinada com

alimentos industrializados de teor reduzido de nutrientes e alto teor calórico (IBGE, 2011).

Estudos avaliando a proporção de macronutrientes da alimentação de idosos têm

encontrado valores dentro das margens das recomendações propostas (entre 10 e 35% para

proteína, 45 e 65% para carboidrato e 20 e 35% para lipídio) (NEVES-SOUZA et al., 2015;

VENTURINI et al., 2015; MENEZES; MARUCCI, 2012). Avaliando o consumo médio da

proporção de macronutrientes da alimentação das idosas desta pesquisa, observa-se que os

mesmos também estão de acordo com as DRI (2002/2005). Destaca-se que, não houve

diferença estatisticamente significativa entre as proporções médias de proteína, carboidrato e

lipídio, entre os grupos.

Vale ressaltar que o intervalo de distribuição aceitável para os macronutrientes

proposto pelo IOM (2002/2005) inclui muitos resultados. Desse modo, a adequação dos

nutrientes pode ser mascarada pela ampla abrangência da recomendação, em que os valores

de consumo extremos estariam em conformidade com os percentuais propostos (CABRAL,

2015).

Ao observar as prevalências de inadequações dos macronutrientes, é possível perceber

importantes inadequações alimentares, principalmente, acerca dos carboidratos e lipídios.

Outras pesquisas analisaram resultados similares. Lopes (2014) constatou uma inadequação

de aproximadamente 3,0%, 42% e 44%, para proteínas, carboidratos e lipídios,

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respectivamente. Cabral (2015) determinou inadequação em torno de 43% para carboidratos e

de 58% para lipídios.

Essa desproporção na contribuição dos macronutrientes na dieta das idosas avaliadas,

caracterizada tanto pelo consumo excessivo quanto insuficiente, pode ocasionar nos

indivíduos alterações no perfil antropométrico, desequilíbrios bioquímicos e metabólicos

(PINHO et al., 2012), além de desenvolver e/ou agravar doenças crônicas (PEREIRA et al.,

2014; MARTINS et al., 2010).

É possível encontrar na literatura resultados preocupantes acerca do consumo

excessivo de gordura saturada, corroborando com os percentuais encontrados nesse trabalho.

Conforme análise do consumo alimentar pessoal no Brasil (IBGE/2011), a prevalência de

consumo excessivo de gordura saturada (maior do que 7% do consumo de energia) foi de 82%

na população. Esses resultados evidenciam a importância de políticas públicas e estratégias de

educação alimentar e nutricional na prevenção e no agravamento de patologias, visando à

diminuição do consumo de alimentos fontes de gordura saturada e o aumento da ingestão

daqueles com elevado teor de gorduras insaturadas (CARMO; LOPES; SANTOS, 2013).

Nas idosas avaliadas, a ingestão média de fibra alimentar esteve de acordo com a

recomendação proposta por Sposito et al. (2007), contudo, houve alta prevalência de

inadequação do consumo de fibra nos grupos. Resultados semelhantes foram encontrados por

Barazzetti, Siviero e Bonatto (2013), os quais determinaram em mulheres acima de 51 anos de

idade, uma ingestão média de fibra igual a 20,7g/dia, porém, observaram que 42% das

avaliadas não atingiram as recomendações.

Viebig et al. (2009), investigaram os fatores associados ao consumo diário de frutas e

hortaliças em 2.066 idosos de São Paulo/SP e concluíram que apenas um quinto dos

participantes consumiam diariamente as porções recomendadas pela OMS, enquanto, outros

35% não consumiam diariamente nenhum tipo de fruta ou hortaliça. Ressaltaram que o

consumo de frutas e hortaliças aumentou significativamente conforme o nível de escolaridade

e a renda per capita dos participantes. Além disso, afirmaram que apesar de existir grande

oferta e diversidade de frutas e hortaliças no território nacional, foi observada uma monotonia

no consumo dentre os idosos que atingiram as recomendações.

Pesquisa que analisou dados relativos ao consumo alimentar de 100 indivíduos acima

de 60 anos, a partir da aplicação de dois R24h, residentes na Zona Leste de São Paulo/SP,

determinou a preservação de hábitos saudáveis como o consumo de arroz e feijão, e também

de vegetais verde-escuros. Porém, percebeu a monotonia do consumo alimentar, afirmando

que poucos alimentos contribuem para o consumo de vários nutrientes. Além disso, observou

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elevado consumo de carboidratos refinados em detrimento do consumo de alimentos integrais,

o que ocasiona o baixo consumo de fibras alimentares nessa população (FREITAS;

PHILIPPI; RIBEIRO, 2011).

O baixo consumo de fibras alimentares na população idosa pode estar relacionado com

o uso de prótese dentária, devido à dificuldade apresentada na mastigação de alimentos

rígidos (vegetais, hortaliças e frutas) (CARDOS; BUJES, 2010). Alimentos ricos em fibras

devem ser consumidos diariamente, todavia, em geral, os idosos consomem quantidades

menores do que a recomendada (BARAZZETTI; SIVIERO; BONATTO, 2013). O consumo

de fibras, associado com uma ingestão hídrica adequada, previne a constipação (BRASIL,

2008), favorece melhor o controle da glicemia, do colesterol e reduz o risco de algumas

doenças do coração e neoplasias (BRASIL, 2014). A média do consumo hídrico, nos dois

grupos da nossa pesquisa foi aquém do recomendado pelo Guia Alimentar (2008).

Quanto ao consumo de micronutrientes, também não foram observadas diferenças

estatisticamente significativas entre as idosas assintomáticas e sintomáticas, exceto para o

consumo habitual do zinco, uma vez que o grupo sintomático teve um consumo médio de

zinco inferior ao grupo assintomático. No entanto, as médias de consumo do zinco foram

adequadas às recomendações e as prevalências de inadequações se mantiveram baixas, se

comparadas aos demais micronutrientes analisados. Rosa, Cantarelli e Colpo (2014), ao

analisarem o consumo do zinco em idosos institucionalizados, com metodologia diferente da

nossa, encontraram resultados parecidos, observaram consumo médio igual a 10,3 mg/dia.

O zinco é um nutriente essencial na atividade de muitas enzimas. É componente das

membranas celulares e necessário para a manutenção da sua estrutura, apresenta importante

função na regulação da síntese e degradação dos macronutrientes (proteínas, carboidratos e

lipídios). Ao mesmo tempo é um antioxidante, atua na defesa imunológica do organismo e

está relacionado ao desenvolvimento e/ou agravamento de diversas DCNT, principalmente,

aquelas com alta prevalência em idosos (COZZOLINO, 2012).

Pesquisa que analisou os dados do Inquérito Nacional de Alimentação, correspondente

a um módulo da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, a qual observou a

prevalência de ingestão inadequada de nutrientes na população idosa nacional, obteve

resultados similares aos encontrados na nossa pesquisa. Foram constatadas elevadas

prevalências de inadequação (> 50%) para as vitaminas E, D e A, e para os minerais cálcio e

magnésio em ambos os sexos. Do mesmo modo, a vitamina D obteve percentuais de

inadequação próximos a 100% em todas as regiões, exceto para a região Norte (FISBERG et

al., 2013).

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Fisberg et al. (2013), concluíram que a ingestão de micronutrientes por idosos

brasileiros encontra-se abaixo dos valores recomendados. Assim, enfatizam a importância da

realização de ações e estratégias diretas de incentivo à alimentação saudável que facilitem o

acesso a alimentos fontes de vitaminas e minerais (cereais integrais, frutas e hortaliças, leites

e derivados e pescados) pela população idosa.

Uma explicação, possivelmente, para o consumo alimentar inadequado, nos aspectos

quantitativos e qualitativos, seria a ausência ou quantidade reduzida de consultas com o

profissional nutricionista, a fim de realizar um planejamento e acompanhamento nutricional

específico, promovendo uma alimentação equilibrada, respeitando os aspectos psicossociais

que abrangem a alimentação, propondo cardápios que resgatem a identidade cultural e

preservem as preferências alimentares, de forma a promover a qualidade de vida e um

envelhecimento saudável (CABRAL, 2015).

Um aspecto que deve ser ressaltado é a importância do planejamento alimentar

adequado, pois mesmo que a média do consumo alimentar para alguns nutrientes esteja dentro

dos limites nutricionais estabelecidos, foi elevada à quantidade de idosas que não atingiram o

consumo adequado. Desta forma, os resultados permitem apontar que as idosas, sobretudo,

aquelas com dor nos joelhos, não apresentaram um consumo alimentar adequado em

quantidade e qualidade. Portanto, é extremante relevante à realização de ações políticas e

educativas que favoreçam o consumo alimentar saudável e, consequentemente, a saúde dos

idosos.

Entre as limitações existentes neste estudo, podem ser destacadas: o delineamento

transversal da pesquisa, que dificulta estabelecer uma relação temporal entre os eventos

(exposição e desfecho), tendo em vista que os dados são coletados simultaneamente, isto é,

não se consegue estabelecer uma relação de causalidade entre eles (OLIVEIRA FILHO,

2015), o tamanho reduzido da amostra e o viés de memória do entrevistado.

Portanto, evidencia-se a necessidade da realização de estudos com amostras mais

expressivas a fim de esclarecer os resultados divergentes e os questionamentos decorrentes

desta pesquisa, uma vez que, como aponta a literatura, o padrão alimentar inadequado é um

dos fatores de risco mais significativos no desenvolvimento e no agravamento dos sintomas

das doenças osteoarticulares.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entre os grupos de idosas avaliadas, independente da presença de dor nos joelhos,

foram observadas elevadas prevalências de inadequação para ingestão calórica, consumo dos

ácidos graxos saturados, colesterol, fibra, ingestão hídrica, macros e micronutrientes.

Contudo, os resultados apontam para diferenças estatisticamente significativas entre os grupos

apenas para o consumo alimentar do zinco, ou seja, as idosas sintomáticas quanto à dor nos

joelhos apresentaram menor consumo alimentar habitual de zinco, comparadas às idosas

assintomáticas. Desta forma, estatisticamente não houve associação do consumo alimentar

inadequado com a dor nos joelhos nessa população.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Avaliação do estado nutricional e do

perfil alimentar de idosas com e sem osteoartrite de joelhos”, que tem como pesquisadores

responsáveis as alunas do mestrado em Saúde Coletiva da FACISA-UFRN: Rosa Sá de

Oliveira Neta e Isabelle Ferreira da Silva, orientadas pelo Professor Dr. Marcelo Cardoso de

Souza.

Esta pesquisa pretende avaliar e comparar o estado nutricional, funcionalidade e

qualidade de vida de idosas com e sem osteoartrite (OA) de joelhos através de questionários.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é analisar possíveis medidas para melhoria

da qualidade da assistência nutricional prestada à esses pacientes.

Caso você decida participar, caberá a autorização do presente termo para responder a

quatro questionários que serão aplicados em forma de entrevista. Esses questionários tem a

intenção de avaliar o seu estado nutricional e perfil alimentar, qualidade de vida e de sono e

funcionalidade no dia-a-dia, sendo gasto em torno de 30 minutos para respondê-los. Durante a

realização da medição das circunferências corporais, de dobras da pele e de testes de

caminhada a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele

sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um mínimo risco ou

desconforto ao voluntário, como irritabilidade ou falta de paciência do participante ao

responder os questionários e dor leve durante o ato de mensuração das dobras cutâneas, o que

deve ser informado ao pesquisador que imediatamente suspenderá a avaliação. Caso ocorra

alguma intercorrência os cuidados serão providenciados pelos pesquisadores e os mesmos se

comprometem com a realização deste atendimento. Você terá como benefício à avaliação do

seu estado nutricional, para que em estudo futuro, haja uma opção de tratamento nutricional

para você.

Além disso, você será informada quanto a sua avaliação nutricional e fisioterápica, e

receberá uma cópia da usa avaliação. Ao mesmo tempo, caso você seja diagnosticada com

desvio nutricional e/ou alteração na qualidade de vida, será encaminhada aos profissionais

específicos, nutricionista e/ou fisioterapeuta da clínica escola da FACISA, para atendimento e

acompanhamento individualizado.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá

direito a assistência gratuita que será prestada pelos pesquisadores envolvidos. Durante todo o

período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para os pesquisadores Prof. Dr.

Marcelo Cardoso de Souza (98190-1919) ou com as mestrandas Rosa Sá de Oliveira Neta

(99910-5004) e Isabelle Ferreira da Silva (99993-4425).

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Os dados que você irá nos fornecer serão

confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não

havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

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Esses dados serão guardados pelos pesquisadores responsáveis por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação

nessa pesquisa, ele será assumido pelos pesquisadores e reembolsado para você. Se você

sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética

em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), telefone 3291-2411.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela

trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da

pesquisa “Avaliação do estado nutricional e do perfil alimentar de idosas com e sem

osteoartrite de joelhos”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Santa Cruz / /

Assinatura do participante da pesquisa

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão

datiloscópica do

participante

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APÊNDICE B - Questionário padronizado utilizado na coleta de dados

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FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

PARTE I – IDENTIFICAÇÃO E HÁBITOS DE VIDA

1) N° de ordem: 2) Nome:

3) D.N: ___/___/___ 4) Data: ___/___/___ 5) Idade:

6) Diagnóstico:

7) Doenças na família? Quais?

8) Usa medicamentos? Quais?

9) Atividade física: ( )SIM . Qual:________________Qto tempo?_______ ( )NÃO

10) Estado civil:

A( ) Solteira B( ) Casada/Vive com companheira C( ) Separada/ divorciada

D( )Viúva

11) Nível de instrução/ escolaridade

A( ) Sabe ler e escrever ou tem ensino fundamental (1º grau)

B( ) Tem ensino médio (2º grau)

C( ) Possui ensino superior (3º grau/faculdade)

D( ) Não sabe / Não quer informar / Não é possível determinar

12) Qual sua renda familiar? R$ ________________( ) Não sabe / Não quer informar

13) Qual o número de pessoas que mora em seu domicílio? ________ pessoas

14) Profissão:

PARTE II – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Peso (kg) PP (cm)

Altura (m) PPA (cm)

IMC kg/m² PB (cm)

PC (cm) DAS (cm)

PQ (cm) DCT (mm)

RCQ PA (cm)

MM (kg) %GC (mm)

PARTE III – AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

REFEIÇÃO/HORA/

LUGAR ALIMENTO QUANTIDADE

Desjejum

Lanche

Almoço

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15) Ingestão de água: ( ) copos ( ) litros

PARTE IV – AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE

Força de Preensão Palmar

Time Up and Go

Teste de Caminhada de 6 minutos

WOMAC total

Womac Dor

Womac rigidez

Womac função

Usa alguma órtese? (1- joelheira, 2- bengala, 3- muleta, 4- andador)____

Perna dominante 1- D ___________ 2-E___________________

Joelho mais dolorido: EVA (0 a 10) joelho D_______ E______

Joelhos: 1- varos ______ 2- valgos ______

Perimetria quadríceps D_______ E__________

Perimetria da articulação do joelho D_________ E__________

Lanche

Jantar

Ceia

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ANEXOS

ANEXO A - Parecer Nº 1.707.598/2016 - Comitê de Ética em Pesquisa/ FACISA-UFRN

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