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IRANI GOMES DOS SANTOS
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Mestre Profissional em Ensino em Ciências da Saúde.
São Paulo
2009
IRANI GOMES DOS SANTOS
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E A FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA PARA O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Mestre Profissional em Ensino em Ciências da Saúde. Orientadora: Profª. Dra. Macarena Urrestarazu Devincenzi Coorientador: Prof. Dr. Nildo Alves Batista
São Paulo
2009
Santos, Irani Gomes dos Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família / Irani Gomes dos Santos – São Paulo, 2009. 173f. Tese (Mestrado Profissional) – Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde. Título em inglês: Multiprofessional Residency and training of the nutritionist for the Family Health Program 1. Nutricionista 2. Saúde Pública 3. Programa Saúde da Família 4. Internato e Residência.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE
Diretora do CEDESS:
Profa. Dra. Maria Cecília Sonzogno
Coordenador do Curso de Pós-Graduação:
Profa. Dra. Sylvia Helena S. Batista
IRANI GOMES DOS SANTOS
Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família
Presidente da Banca: Profª. Dra. Macarena Urrestarazu Devincenzi
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Professora Dra. Ana Lúcia Medeiros de Souza ________________________________________ Professora Dra. Maria Fernanda Petroli Frutuoso ________________________________________ Professor Dr. Gilberto Tadeu Reis da Silva ________________________________________ Professora Dra. Lídia Ruiz Moreno - Suplente Aprovada em: ____/____/___
DEDICATÓRIA
À minha amada família:
À Madalena, minha querida mãe que tem a generosidade como dom e amor incondicional. Ao Lino Carlos, meu pai zeloso, com um amor protetor que me conduz na batalha da vida sempre me fazendo acreditar em meu potencial.
À minha irmã Iraí, que me acolhe com um indescritível amor fraternal.
AGRADECIMENTOS
À professora Macarena Urrestarazu Devincenzi, por manter a paciência diante
de minha grande ansiedade e por sempre acreditar na contribuição deste trabalho
para a categoria de Nutrição.
Ao professor Nildo Alves Batista, pela orientação no desenvolvimento da
análise dos dados.
Aos entrevistados, pela sua cordialidade e disponibilidade.
À Turma do Mestrado Profissional 2007/2009, novos amigos que nessa
trajetória me proporcionaram muitas alegrias, aprendizado, companheirismo e
suporte emocional.
Aos colegas de trabalho: Profª Carla Roberta Ferraz Rodrigues e Profº Renato
Ohara por compartilharem comigo seus conhecimentos e pela constante
disponibilidade.
À amiga e colega de trabalho - Profª Simone Alves Landim, pelo ombro
sempre presente.
Ao Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS),
pela extrema importância que agregou ao meu crescimento profissional.
À Faculdade Santa Marcelina, pelo incentivo e valorização profissional.
“Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom
de ser capaz e ser feliz.”
(Almir Sater e Renato Teixeira)
APRESENTAÇÃO
Meu percurso profissional teve início em 1998, com a conclusão da
graduação em Nutrição. Em agosto de 1999, fui contratada como nutricionista na
área clínica de um hospital filantrópico situado na zona leste do município de São
Paulo. Buscando maior conhecimento, realizei minha primeira especialização
voltada à Nutrição Clínica.
No início do ano de 2005, recebi uma proposta que mudou totalmente essa
área de atuação, pois visava desenvolver minhas atribuições na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), um projeto idealizado pelo Ministério
da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina e Faculdade Santa
Marcelina - Unidade Itaquera.
Nessa proposta, a atuação seria em saúde pública, mais especificamente no
Programa de Saúde da Família (PSF), estratégia para organizar a atenção básica,
implantada a fim de trazer uma nova concepção de saúde, voltada para a promoção
da qualidade de vida e intervenção em fatores de risco.
Vivenciando esse contexto, algumas inquietações surgiram e percebi que
trabalhar com a comunidade e estar no domicílio do usuário exigia algo mais que a
simples transmissão de conhecimentos - educação bancária. Ressalto que a
transmissão de conhecimento também não é indicada na área clínica, porém só
percebi a sua limitação e inadequação após minha inserção nesse novo campo de
atuação.
Era necessário agora considerar a experiência e vivência do próximo, e foi
nesse período que o ingresso em meu segundo curso de especialização - Educação
e Formação em Saúde - tornou-se fundamental para entender como ensinar e
aprender, ouvir antes de falar, observar e compreender antes de interferir. Essas
palavras agora faziam pleno sentido em minha vida, era parte do meu dia a dia, de
minha prática. Era indispensável ampliar os horizontes e aprimorar meus
conhecimentos teóricos e práticos. Ser nutricionista não era mais suficiente, descobri
que o que estava buscando era ser um profissional da saúde – um educador na área
da saúde.
Ser preceptora, diante da vivência com profissionais de diversas formações,
também fez aflorar a necessidade de um trabalho conjunto, não mais
compartimentado e sim um trabalho interdisciplinar, construindo e partilhando
conhecimentos e técnicas. Com o residente, tinha o papel de buscar estratégias que
proporcionassem uma aprendizagem significativa pautada nos problemas que
emergiam no quotidiano, contribuindo também para minimizar os problemas de
saúde a partir de ações integrais, considerando os diferentes determinantes no
processo saúde/doença.
Assumindo esse papel de preceptora e com a preocupação de como
realmente se efetiva essa formação do nutricionista na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família, percebi a necessidade de um novo caminhar, agora buscando
o mestrado.
O caminho percorrido até esse momento me fez buscar um ambiente que
tivesse como eixo direcionador a Educação em Saúde, pois poderia trazer respostas
as minhas inquietações.
Portanto, a partir deste momento, convido todos a se apropriarem da
concretização deste estudo desenvolvido no Centro de Desenvolvimento do Ensino
Superior em Saúde (CEDESS), a partir do Mestrado Profissional realizado durante
os anos de 2007 a 2009.
RESUMO Introdução: As Residências Multiprofissionais em Saúde da Família surgem recentemente como espaço de formação e produção de tecnologias do cuidado, importante para qualificação do SUS. Em algumas Residências, o nutricionista encontra-se inserido, desenvolvendo ações de alimentação e Nutrição relevantes diante do perfil epidemiológico da população brasileira. Objetivo: Investigar a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Métodos: Um programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvido em 2005-2007 foi cenário deste estudo, tendo como sujeitos da pesquisa egressos dessa residência que desenvolveram suas atividades juntamente com o nutricionista/residente. O estudo é exploratório, descritivo, analítico, qualitativo, corte tipo transversal, tendo como técnica de coleta de dados entrevista semiestruturada e a análise dos dados a partir da análise de conteúdo. Todos os procedimentos éticos foram seguidos, tendo aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa e aceite/assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos entrevistados. Resultados e discussões: A pequena inserção do nutricionista nessa estratégia foi considerada um dos motivos para a compreensão pouco clara de sua atuação pelos demais profissionais e por ele próprio. No entanto, sua especificidade foi valorizada considerando seu olhar diferenciado para situações voltadas à alimentação e Nutrição, fazendo ampliar possibilidades de cenários de atuação, destacando ações de promoção e prevenção. O trabalho multiprofissional e interdisciplinar potencializou essa atuação, bem como a dinâmica do processo de trabalho instituído pelo Programa Saúde da Família. Quanto à formação do nutricionista, verificou-se que a vivência multiprofissional surgiu como facilitador desse processo, proporcionando ao residente olhar ampliado a partir da interação e trocas cotidianas. Compartilhar informação e vivências a partir de diferentes realidades buscando sanar dúvidas e construir um plano de trabalho, mesmo diante do limitado arcabouço teórico da atuação do nutricionista nessa estratégia, foi possível a partir da discussão entre pares. A Residência como um programa de pós-graduação proporcionou estratégias de aprendizagem diferenciadas, nas quais os preceptores e tutores foram considerados por alguns residentes como facilitadores em sua formação. Os pontos dificultadores também foram observados, nos quais a formação prévia do nutricionista voltada à especificidade foi considerada dificultador nesse processo, uma vez que a especificidade compõe apenas parte das necessidades desse cenário. Os relatos indicam a carência de profissionais preparados para desenvolver o papel de facilitador/docente somado à inserção em poucos cenários de aprendizagem, limitando a possibilidade de novas intervenções e discussões. Considerações finais: A Residência Multiprofissional em Saúde da Família vem tentando reduzir a lacuna entre a formação e atuação do nutricionista, possibilitando aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia, ampliado seu processo de formação fazendo-o exercitar na prática os preceitos exigidos no seu perfil profissional. Palavras chaves: Nutricionista, Programa Saúde da Família, Internato e Residência
ABSTRACT Introduction: The Multiprofessional Residencies in the Family Health emerges recently as a training and production of technologies of care, an important qualification for the SUS. In some residences, the Nutritionist is inserted, developing activities relevant to food and nutrition before the epidemiological profile of the Brazilian population. Objective: To Investigate the actions of the nutritionist in the Family Health Program and its formation from the Multidisciplinary Residency in Family Health. Methods: A Multiprofessional Residence in Health Family Program developed in 2005-2007 was the scene of the study, having as subject of the research egresses who developed their activities jointly the nutritionist/resident. The study is exploratory, descriptive, analytical, qualitative, cross-cut type, with the technique of data collection and semi-structured analysis of data from the analysis of content. All ethical procedures were followed and approval of the Research Ethics Committee and accepted / signed the Term of Free and Informed Consent by the interviewees. Results and discussions: The small insertion of nutritionist this strategy was considered one of the reasons for unclear understanding of their role by other professionals and by him/herself. However its specificity was valued based on their different look for situations turned to food and nutrition, to expand possibilities of scenarios of action, emphasizing health promotion and prevention. The multidisciplinary and interdisciplinary work increased that performance and the dynamics of the work established by the Family Health Program. The training of nutritionists, it was found that the multiprofessional experience emerged as a facilitator of this process providing the resident extended look from the daily interaction and exchange.Share information and experiences from different realities seeking remedy doubts and build a plan of work, despite the limited theoretical role of the action of the Nutritionist in this strategy, it was possible from the discussion between peers. The Residency as a program of post graduate provided strategies for differentiated learning in which tutors and preceptors were considered by some residents as facilitators in their training. The difficult points were also observed, in which the prior training of the Nutritionist focused on the specificity was considered difficult in this case, since the specificity of requirements comprises only part of that scenario. The reports indicate a shortage of professionals prepared to develop the role of facilitator/teacher added the insertion in a few scenarios learning, limiting the possibility of new interventions and discussions. Final considerations: The Multiprofessional Residency in Family Health is trying to reduce the gap between training and performance of Nutritionist, enabling closer to the assumptions that anchor this strategy, expanding its training process making it to exercise in practice the rules required in their professional profile. Key words: Nutritionist, Family Health Program, Internship and Residency.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 2 OBJETO............................................................................................................ 22 3 OBJETIVOS...................................................................................................... 23 3.1 Geral .......................................................................................................... 23 3.2 Específicos ................................................................................................. 23
4 METODOLOGIA ............................................................................................... 24 4.1 Local do estudo .......................................................................................... 24 4.2 População de estudo.................................................................................. 29 4.3 Procedimentos éticos ................................................................................. 31 4.4 Coleta de dados ......................................................................................... 32 4.5 Métodos ..................................................................................................... 34 4.6 Análise dos dados ...................................................................................... 36
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 41 5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.... 42 5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) .............................................................................. 58
6 FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO ................ 76 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 85 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 88 ANEXOS .................................................................................................................. 97 APÊNDICES........................................................................................................... 101
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1 INTRODUÇÃO
Em um cenário de longos anos de movimento sanitário acontecendo no Brasil,
em meio à crise do setor da saúde com suas incongruências, desarticulação e
incapacidade de prestar assistência razoável à maioria da população, a partir da 8ª
Conferência Nacional de Saúde que embasou o texto da Constituição de 1988, é
instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo até os dias de hoje a luta para
que seus princípios de universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de
descentralização e de controle social da gestão, sejam respeitados. (MANO, 2004)
O SUS configurou-se como um elemento de importância e destaque na política
de saúde dos anos 90, apesar das dificuldades contextuais em virtude da
operacionalização de alguns dos seus princípios básicos e a descentralização das
ações do setor para os municípios.
Diante da magnitude dos problemas de saúde do povo brasileiro, advindos de
fatores ambientais, biológicos, físicos e sociais, decorrentes e permanentemente
agravados pela crise social dos últimos anos, cuja repercussão direta se traduz em
aumento da violência, desemprego e exclusão (FORATTINI, 2000), o SUS não tem
sido capaz, por si só, de colocar em prática as conquistas legais que representa.
A partir da necessidade de construção e consolidação do SUS, surge em 1994
o Programa Saúde da Família – PSF (ALVES, 2005; MANO, 2004), sendo
anunciado oficialmente como um instrumento para reorganização do SUS e da
municipalização, no qual o Ministério da Saúde definiu critérios institucionais para
sua implantação. As primeiras equipes do PSF foram instituídas com um caráter de
porta de entrada para o sistema de saúde, buscando a reversão e reorganização do
modelo assistencial vigente. (VIEIRA et al, 2004)
Nessa primeira versão, o PSF foi colocado como um modelo de assistência à
saúde que visa desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da
família e da comunidade, no nível de atenção primária, utilizando o trabalho de
equipes de saúde responsáveis pelo atendimento na unidade local de saúde e na
comunidade.(BRASIL, 1994) O PSF surge então, não sendo uma proposta paralela
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na organização dos serviços de saúde, e sim uma estratégia de substituição e
reestruturação do modelo. (VIEIRA et al, 2004)
Segundo Tomaz (2002), apesar de a sigla utilizada apresentar a letra P, de
programa, não deve ser visto assim, pois propõe ações que vão muito além da
extensão da cobertura para as populações marginalizadas.
Esse fato pode ser comprovado pelos documentos publicados pelo Ministério da
Saúde em 1997 e 1998, que reforçam o entendimento do PSF como estratégia para
a reorganização da atenção básica, implantada a fim de trazer uma nova concepção
de saúde, voltada para a promoção da qualidade de vida, resgatando então os
princípios do SUS, visando melhorar e ampliar o atendimento à população. (BRASIL,
1997; BRASIL, 2000)
Inicialmente implantado em cidades pequenas, situadas em áreas de baixa
densidade populacional, com escassez de serviços e profissionais de saúde,
elevada morbimortalidade (CAPISTRANO FILHO, 1999), o PSF foi
progressivamente sendo expandido e implantado em municípios de médio porte,
como também, em grandes centros urbanos, sobretudo ao final da década de 90.
A cidade de São Paulo teve sua experiência iniciada somente em 1996, por
força de uma outra opção política municipal para a saúde, o Plano de Atendimento à
Saúde (PAS), sendo utilizado como modelo assistencial na ocasião em que o PSF
foi instituído em outros estados.
Assim, a não municipalização da gestão da saúde em São Paulo levou a
Secretária de Estado da Saúde a assumir a implantação do PSF com a
denominação de Qualidade Integral em Saúde (QUALIS), a partir da articulação do
Ministério da Saúde em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina,
organização social sem fins lucrativos tradicional da região leste da cidade. (SILVA;
DALMASO, 2002)
A pesquisa de avaliação de resultado realizada após um ano de
funcionamento do QUALIS mostrou resultados extremamente positivos, somados a
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aceitação de mais de 90% da população da área de abrangência onde ele foi
instituído. Com esses resultados, em 1998 o Projeto QUALIS foi ampliado para
áreas das regiões sudeste e norte da cidade, em parceria com a Fundação Zerbini.
(SILVA; DALMASO, 2002; CAPISTRANO FILHO, 1999) A gestão desses serviços
continuava sob responsabilidade da Secretaria de Governo da Saúde do Estado.
A gestão municipal, iniciada em 2001, assumiu progressivamente a
implantação do SUS e a descentralização das ações em saúde, incorporando o PSF
como prioridade na estratégia de reorganização da rede básica da cidade,
estabelecendo que até o final da gestão 2000/2004 toda rede básica deveria ser
transformada progressivamente em PSF.
A partir desse momento, as unidades QUALIS passaram a ter a denominação
de PSF, sendo assumidas pela esfera do governo municipal e priorizando as regiões
identificadas pelo mapa da exclusão social da cidade, que compreendia os distritos
de saúde de toda a periferia, caracterizando a focalização como estratégia para a
universalização. (ELIAS; et al, 2003) O PSF foi inicialmente implantado na Zona
Leste da cidade, por ser a região com um movimento popular articulado e
organizado, somado a sua experiência com o Projeto Médico de Família.
Essa estratégia vem sendo consolidada como modelo de atenção básica, no
qual diversas ações têm sido desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, podendo ser
citada principalmente a aprovação da Política Nacional da Atenção Básica em 2006,
que redefine também para o PSF os princípios gerais, responsabilidades de cada
esfera do governo, infraestrutura e recursos necessários, características do
processo de trabalho, atribuições dos profissionais e as regras de financiamento.
(BRASIL, 2006a)
Apesar de ser uma estratégia recente, já é possível enxergar e questionar
alguns princípios que fizeram parte da implantação do PSF, no qual se destaca a
possibilidade de expansão da equipe básica, carência de profissionais (caráter
quantitativo e qualitativo), o redimensionamento das áreas, multiprofissionalidade,
entre outros. (MANO, 2004)
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Diante disso, os cursos de Especialização em Saúde da Família, destinados a
profissionais de nível superior, capacitação da equipe e a criação de Residências
Multiprofissionais em Saúde da Família surgem com o objetivo de minimizar a
carência qualitativa dos profissionais da saúde. (CAMPOS; BELISÁRIO, 2001)
No ano de 2006, em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, foi
possível constatar que os programas de Residência Multiprofissional em Saúde
financiados pelo Ministério da Saúde estavam presentes na região Norte (Rondônia),
Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Sergipe), Sul (Paraná, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), tendo seu número de vagas
variando de três a dez categorias profissionais, sendo o mínimo composto por três
profissões (Enfermagem, Odontologia e Farmácia) em Rondônia e o máximo de 10
desenvolvido em São Paulo. (BRASIL, 2006b)
Considerando a crescente demanda do setor saúde e a partir do artigo 27 da
Lei Orgânica de Saúde (LOS) que estabeleceu os serviços de saúde como campos
para o ensino e pesquisa (BRASIL, 2007a), o Ministério, por meio da Portaria
Interministerial 2.117, instituiu a Residência Multiprofissional em Saúde específicas
ou multiprofissionais, como um espaço de formação e produção de tecnologias do
cuidado, importante para a qualificação do SUS. (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2006b)
A partir dessa portaria, um número maior de cursos de especialização sob a
forma de Residência foi percebido, porém sem legislação apropriada de caráter
nacional, que assegurasse a qualidade para esse tipo de formação em serviço.
Buscando organizar essa estrutura, foi instituída em 30 de junho de 2005, a
Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde – CNRMS (BRASIL,
2005b; BRASIL, 2006b), tendo suas atribuições definidas apenas em 2007,
juntamente com a categorização das residências como formação em serviço em
caráter de pós-graduação Lato sensu destinado às profissões relacionadas à saúde.
(BRASIL, 2007b)
A diversidade das regiões brasileiras, somada à necessidade das residências
serem fomentadas respondendo às prioridades e anseios locais, pode justificar o
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desenvolvimento de residências com estrutura, categorias profissionais, processo de
trabalho e abordagem de ensino/aprendizagem diversificada.
Dentre as residências desenvolvidas em São Paulo, cita-se a Residência
Multiprofissional em Saúde da Família, desenvolvida na Zona Leste, no período de
em 2002-2004, a partir do contrato instituído entre o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e Casa de Saúde Santa Marcelina, que posteriormente
firmou acordo de Cooperação Técnica com Faculdade Santa Marcelina, instituição
de ensino superior, responsável pela certificação como pós-graduação, para
formação de 40 profissionais da saúde (enfermeiros e médicos).
Em 2005, após novo contrato firmado entre o Ministério da Saúde, inicia-se a
segunda Residência com um aumento substancial do número de residentes,
totalizando 90 vagas para um total de dez profissões da área da Saúde e Serviço
Social (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição,
Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional). (BOURGET, et al,
2006) Atualmente, nesse cenário, a Residência encontra-se na gestão 2007-2009
com 75 vagas conservando as 10 profissões.
Essa residência surgiu em resposta à demanda pelo desenvolvimento do
conhecimento na área da assistência à saúde da família, embasado nas
necessidades e demandas de saúde da população, expressas pela mudança do
perfil demográfico-epidemiológico. (CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
O nutricionista envolve-se nesse processo por sua responsabilidade de
desenvolver ações de alimentação e Nutrição com a finalidade de elevar a qualidade
de vida da população, trabalhando com conceitos e estratégicas educativas,
recriando práticas de atenção à saúde. (ASSIS; et al, 2002; SANTOS, 2005;
CARVALHO, 2005)
Em 2002, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Nutrição, a partir de
oficinas de trabalho, foram discutidos vários temas relacionados à área de
alimentação e Nutrição, entre eles incluem-se as ações de Nutrição na Saúde da
Família. Em destaque ao produto dessa oficina, ressalta-se: a) garantir o exercício
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profissional do nutricionista em todos os níveis do Sistema Único de Saúde, b)
articular políticas para inserção do profissional em estratégias de atenção à saúde
nas três esferas do governo, c) identificação das alternativas de atuação do
nutricionista no PSF. (CFN, 2006a) No entanto, atualmente, grande parte dos
estados brasileiros que já implantaram o Programa de Saúde da Família, como, por
exemplo, o estado de São Paulo, durante o desenvolvimento desse estudo, não
contava com o nutricionista como um profissional atuante nessa estratégia.
Apesar dos esforços dos órgãos de classe e da expressiva mudança do
padrão alimentar da população brasileira, necessitando de ações de promoção à
saúde e prevenção de doenças, a inserção desse profissional ainda é muito
reduzida, sendo inferior a 12% na maioria dos estados brasileiros.(CFN, 2006b;
AKUTSU, 2008) Essa pequena inserção torna-se preocupante, se comparada ao
aumento dos índices de obesidade e sobrepeso, desnutrição, doenças crônicas não
transmissíveis e carências nutricionais presentes no Brasil. (BRASIL, 2003)
Vários estudos que demonstram a transição epidemiológica e nutricional
associam o aumento desse fenômeno com a qualidade alimentar da população
somada ao sedentarismo (LEVY-COSTA et al, 2005; BRASIL, 2003), gerando
sobrecarga no SUS, por demandarem grande número de ações, procedimentos e
serviços de saúde, principalmente ao se tratar das doenças crônicas. (COUTINHO,
et al, 2008)
Diante disso torna-se essencial um enfoque voltado ao curso da vida,
quebrando o ciclo vicioso que se inicia ainda no período intra-uterino perpetuando ao
longo da vida. (COUTINHO, et al, 2008) Percebe-se que o incentivo ao adequado
acompanhamento pré-natal, a gestação, aleitamento materno exclusivo, vigilância
do crescimento extendendo-se por todo ciclo de vida são considerados intervenções
nutricionais importantes que podem reduzir o risco de complicações de várias
enfermidades, configurando-se como ações de prevenção e promoção à saúde.
(BRASIL, 2003)
Ao se trabalhar a promoção à saúde, as ações são desenvolvidas não
pautadas na doença e sim buscando a conscientização para um estilo de vida
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saudável. (CZERESNIA, 1999) Tais ações são consideradas essenciais diante de
um fenômeno que traz a inversão nos padrões de distribuição dos problemas
nutricionais, associado ao padrão de determinação de doenças atribuídas à
modernidade. (KAC; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2003)
Esse fenômeno atualmente é considerado um dos maiores desafios das
políticas públicas, uma vez que faz surgir a necessidade de um modelo de atenção à
saúde pautado na integralidade do indivíduo e sua família, com a abordagem
centrada na promoção da saúde, enfocando o ambiente físico e social. O PSF pode
ser considerado esse modelo de saúde, por assumir a integralidade do cuidado,
desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
(COUTINHO, et al., 2008; BRASIL, 1994)
Diante desse fato, o PSF configura-se como um campo relevante para a
atuação do nutricionista, pois a partir de seu conhecimento científico, esse
profissional pode planejar, desenvolver e avaliar ações nutricionais, bem como
propor estratégias visando contribuir para a melhora do estado de saúde e nutrição
da população. O princípio de integralidade também justifica abordar ações de
alimentação e Nutrição, uma vez que tem por finalidade elevar a qualidade de vida
da população. (SANTOS, 2005)
No entanto, esse cenário de atuação para o nutricionista é muito recente. Em
grande parte dos municípios brasileiros, essa atuação ainda precisa ser fomentada e
fortalecida, para que a potencialidade da ciência da Nutrição e suas intervenções em
alimentação e nutrição possam efetivamente contribuir para a melhoria da qualidade
de vida e de saúde. (BRASIL, 2008a)
Ressalta-se que além da atuação, a formação do nutricionista também
precisa ser revisitada, pois apesar de reconhecer a necessidade da inserção do
profissional nesse campo de atuação, é fundamental que esse profissional tenha
conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar nessa estratégia. Contudo, ainda
hoje é possível ver nos currículos de graduação de Nutrição, carência de assuntos
que contemplem a Educação, Ciências Socioeconômicas e Saúde Pública, fato
semelhante observado nos currículos no ano de 1988. (COSTA, 1999)
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Com certeza, algumas mudanças positivas aconteceram nos currículos
durante esse período, todavia, ainda existe uma limitação de momentos que
propiciem a ampliação da visão discente saindo da doença para assumir uma visão
integral, agregando os conhecimentos multi e/ou interprofissionais.
Percebe-se que a efetividade da mudança das grades curriculares não
acompanha a demanda de mudanças políticas, econômicas, culturais, sociais e
tecnológicas, apesar de algumas faculdades terem como preocupação apresentar
em suas disciplinas eixos temáticos que compreendam o homem, desde o social até
o biológico, por meio da prática, como reforça Batista e Batista (2004, p. 51), quando
ressalta que a reformulação curricular na graduação é consenso em todos os fóruns
de ensino em saúde do Brasil, propondo mudanças:
(...) do paradigma flexneriano ao da integralidade; do enfoque em doenças à ênfase na promoção da saúde; da transmissão da informação à construção do conhecimento; da compartimentação disciplinar à integralidade; do hospitalocentrismo à diversidade dos cenários de ensino e aprendizagem; da centralidade no saber docente à escolha de conteúdos baseada nas necessidades sociais (...)
Diante disso, é fundamental que os currículos de graduação preconizem uma
maior integração entre o mundo do ensino e o do trabalho, enfatizando a formação
generalista, trabalho multiprofissional, diversidade de cenários de prática e a adoção
de metodologias ativas de aprendizagem. (SANTOS, et al, 2005)
Segundo Feuerwerker (2009), a formação inadequada dos profissionais de
saúde vem surgindo como um obstáculo importante para a reorientação de um
modelo até então centrado no âmbito hospitalar e no consumo abusivo de
tecnologia, justificando a necessidade de mudanças na formação.
Atualmente, as pós-graduações no formato de Residências Multiprofissionais
tentam reduzir essa lacuna entre o biológico e social, a especificidade e a
interdisciplinaridade, isso porque insere o residente no contexto do PSF e traz a
articulação da teoria com a prática, somando o convívio com outras profissões,
outros conhecimentos e experiências.
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Tentar conhecer a formação e atuação do nutricionista no PSF a partir da
Residência Multiprofissional em Saúde da Família é justificável diante de toda
demanda social e epidemiológica na atenção básica, na qual a ciência da Nutrição é
de grande relevância. No entanto, conhecer como esse processo se desenvolve
significa abrir possibilidades de aprimoramento desse processo.
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2 OBJETO
Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua formação a
partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
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3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Investigar a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família e sua
formação a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
3.2 Específicos
- Investigar as concepções de tutores, egressos nutricionistas e de outras
profissões sobre a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
- Identificar pontos facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista
na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
- Levantar sugestões para aprimoramento do processo de formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
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4 METODOLOGIA
4.1 Local do estudo
O estudo tem como cenário a Residência Multiprofissional em Saúde da
Família (RMSF) desenvolvida em parceria com Ministério da Saúde, Faculdade
Santa Marcelina e Casa de Saúde Santa Marcelina entre os anos de 2005 a 2007.
Para a realização das atividades previstas por essa residência, foi necessário
escolher Unidades de Saúde da Família da região Leste do Município de São Paulo,
que têm como modelo de saúde o Programa Saúde da Família e a Casa de Saúde
Santa Marcelina como parceira na gestão, com recursos humanos e estrutura física
adequada para o acolhimento da residência.
A região leste de São Paulo - sede dessas Unidades de Saúde da Família -
possui cerca de 10.899.560 habitantes, sendo administrada por 10 subprefeituras,
compreendendo as regiões de Aricanduva, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo,
Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, Mooca, Penha, São Mateus e São Miguel
Paulista. (PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2009) Dentre essas regiões,
a RMSF esteve presente na Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera
e São Miguel Paulista.
A estrutura física e recursos humanos dessas unidades foram relevantes,
uma vez que a Residência é considerada uma pós-graduação Lato sensu, em que a
formação do residente ocorre no serviço, contemplando uma carga horária de 60
horas/semanais divididas em atuação prática e teórica com abordagem específica e
multiprofissional. Essa gestão 2005-2007 absorveu 90 profissionais de dez
categorias, com no máximo dois anos de formação de nível superior na área da
Saúde e Serviço Social, sendo elas: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e
Terapia Ocupacional.
Para inserir os residentes nessas Unidades de Saúde da Família, eles foram
divididos em dezesseis grupos, com cinco e seis componentes, mesclando-se as
profissões para serem inseridos em dezesseis equipes de saúde da família, tendo
25
cada um desses minigrupos um enfermeiro residente e, na maioria, pelo menos um
odontólogo.
As Equipes de Saúde da Família fazem parte das particularidades do
Programa Saúde da Família e são conhecidas como equipe mínima ou nuclear,
atendendo cada equipe cerca de 1.000 famílias. Integram-se a essas equipes
mínimas aproximadamente um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de
enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários da saúde. A equipe ampliada,
que conta com a presença do odontólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e
fonoaudiólogo, compartilha as ações nessa estratégia.
A equipe mínima foi considerada pela RMSF como referência no processo de
ensino/aprendizagem durante o momento prático. A equipe ampliada, com exceção
do odontólogo, participou desse processo, porém sem um papel estabelecido pela
RMSF, ou seja, estava inserida no serviço, participando de atividades que poderiam
incluir ou não a residência.
O propósito de considerar o odontólogo como tutor ocorreu, porque esse
profissional permanece inserido na unidade de saúde da família, sendo responsável
por uma ou mais equipes, diferentemente dos outros profissionais da equipe
ampliada que são responsáveis por mais de uma Unidade de Saúde da Família,
desenvolvendo suas atribuições circulando entre elas.
Partindo do pressuposto das Diretrizes do Conselho Nacional de Residência
Médica, cada grupo de seis residentes teve o acompanhamento de um preceptor
denominado de Preceptor de categoria. Baseada na metodologia adotada que
implica formação em serviço numa perspectiva multiprofissional, cada equipe de
residentes foi acompanhada por um preceptor denominado Preceptor de área. Por
sua vez, as equipes de residentes estavam vinculadas a uma equipe mínima, cujos
profissionais – em número de dois - configuravam-se Tutores – médico, enfermeiro,
agregando também a tutoria do odontólogo integrante da equipe ampliada. (CASA
DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
26
Para que não ocorresse sobreposição de tarefas, foi prevista a atuação dos
preceptores e tutores. Sendo assim, a atribuição do Preceptor de Categoria era o
acompanhamento do processo de trabalho do residente, bem como treinamento em
serviço, somado ao aprimoramento dos momentos teóricos. Para o Preceptor de
Área, sua atribuição era acompanhar a equipe multiprofissional, bem como suas
atividades desenvolvidas com esse enfoque. Por sua vez, o Tutor assumiu o
acompanhamento diário, com vistas a ampliar a visão do educando, voltada para
oportunizar a análise de possibilidade de aplicação prática do saber conquistado.
(CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA, 2005)
Esquema1: Espaço de desenvolvimento da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família - parceria com Ministério da Saúde (MS), Faculdade Santa
Marcelina (FASM) e Casa de Saúde Santa Marcelina (CSSM)/ gestão 2005-2007
Programa Saúde da Família
Unidades de Saúde da Família
Equipe mínima/nuclear Equipe ampliada
Residência Multiprofissional em Saúde da Família MS/FASM/CSSM
2005/2007
Preceptor de categoria
Preceptor de área Odontologo
Equipe multiprofissional de residentes
Médico Enfermeiro
Auxiliar de enfermagem
ACS
Terapeuta Ocupacional
Tutores
Insere-se
Fisioterapeuta Fonoaudiologo
27
O acompanhamento dos residentes, portanto, era feito pelos preceptores e
tutores. Devido à ausência da inserção do nutricionista nas Unidades de Saúde da
Família no período em que a residência ocorreu, a supervisão da especificidade
desse profissional ficou a cargo do preceptor de categoria, acompanhando
atividades que podem ser agrupadas em três grandes grupos:
Consultas individuais com a finalidade não só de avaliação e orientação
nutricional, mas também educação, escuta qualificada e intervenções graduais para
que o usuário consiga apropriar-se dos novos conceitos e a inserção de novos
hábitos e rotinas.
Grupos educativos almejando interação, participação e sensibilização do
usuário para melhoria do estilo de vida. Grupos com busca da participação ativa do
usuário, buscando o entendimento do porquê dessas ações, deixando o usuário à
vontade para questionar e intervir. As ações eram conjuntas, sem centralidade em
uma única pessoa.
Visitas domiciliares a fim de conhecer o indivíduo, sua família, o meio em que
ele exerce suas relações sociais, seus limites e resiliência em enfrentar problemas
existentes. Essas visitas eram realizadas para usuários considerados prioridade nas
ações do PSF, sendo eles: gestante, puérpera, criança menor de 1 ano, usuário
portador de Hipertensão Arterial, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, acamado e
restrito ao lar. As visitas domiciliares tinham como principal objetivo ampliar as
discussões técnicas e clínicas para o âmbito da abordagem sistêmica familiar e
também para o enriquecimento da abordagem multiprofissional, propiciando recortes
da realidade que penetrassem na construção do conhecimento dos alunos e na
própria construção das intervenções coletivas na prestação da assistência.
Os residentes nutricionistas desenvolveram sua prática nas regiões da Cidade
Tiradentes e Itaim Paulista com a seguinte estrutura profissional em vigor durante o
período da residência.
28
- Parque Santa Rita: situada na região do Itaim Paulista, contendo quatro
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e
Fonoaudiologia.
- Jardim Jaraguá: unidade do Itaim Paulista com quatro equipes mínimas,
equipe bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e Fonoaudiologia.
- Vila Silva Teles: também situada na região do Itaim Paulista, contendo cinco
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia e
Fonoaudiologia.
- Vila Curuçá Velha: pertencente à Vila Curuçá, bairro da região do Itaim
Paulista, com seis equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de
Fisioterapia e Fonoaudiologia.
- Barro Branco: Unidade de Saúde situada na região de Cidade Tiradentes,
com cinco equipes mínimas, equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia Ocupacional.
- Dom Angélico: também presente na área de Cidade Tiradentes, com três
equipes mínimas, equipe de saúde bucal e equipe ampliada de Fisioterapia, Terapia
Ocupacional.
Na vertente multiprofissional, as ações foram acompanhadas pelos tutores das
Unidades de Saúde da Família e supervisionadas pelo Preceptor de área. Todas as
atividades que incluíam identificação dos grupos de risco, conhecer o território bem
como possíveis espaços para desenvolvimento de ações de promoção a saúde,
planejamento de ações de prevenção, grupos educativos, visitas domiciliares e até
mesmo consultas compartilhadas fizeram parte das atividades multiprofissionais,
buscando criar soluções coletivas para o encaminhamento de problemas, promover
mais espaços de aprendizagem aos residentes e potencializar os recursos locais.
Nesses momentos, buscou uma estrutura de trabalho que permitisse a troca
de experiências e conhecimentos, tentando desde o início não ter o enfoque apenas
da especialidade, almejando um trabalho interdisciplinar, na perspectiva da
29
abordagem integral dos problemas de saúde na área de abrangência da Unidade de
Saúde da Família em que estavam inseridos.
A abordagem teórica ficou a cargo do preceptor de área e categoria. A teoria
com conteúdos multiprofissionais foi desenvolvida por todos os preceptores a partir
de um cronograma de aulas que abordaram temas relacionados à Saúde Pública e,
por sua vez, PSF. Como estratégias de ensino, podem ser destacadas três
vertentes: aula teórica expositiva, PBL (Problem Based Learning) e
Problematização.
Os conteúdos específicos foram desenvolvidos pelo Preceptor de categoria,
trazendo assuntos pertinentes à área de Saúde Pública e buscando sempre
relacionar com o trabalho no PSF, mesmo diante da pouca experiência do
nutricionista nessa área. Os momentos de aula também eram utilizados para
discussão do processo de trabalho do nutricionista no PSF, com o propósito de
estabelecer ações/protocolos, conhecer como cada residente das Unidades de
Saúde desenvolvia seu trabalho e discutir estratégias de atuação.
4.2 População de estudo
Para atingir os objetivos almejados, foram considerados como sujeitos desta
pesquisa egressos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família
desenvolvida no período de 2005 a 2007 e que realizaram ações em parceria com o
nutricionista/residente naquele período. Diante do universo de tutores e residentes
de outras profissões presentes nessa Residência, foi feito um sorteio aleatório por
grupos de participantes (tutores e residentes), no qual todos os sorteados
concordaram em participar do estudo. Os sujeitos desse estudo totalizam treze
pessoas, sendo: 2 tutores, 6 egressos nutricionistas e 5 egressos de outras
profissões.
Enfermeiros e médicos que compõem as equipes de saúde da família e que
foram tutores na residência foram escolhidos como parte da população de estudo,
uma vez que são considerados atores extremamente relevantes, por assumirem a
30
atribuição de acompanhar diariamente o trabalho dos residentes, bem como
oportunizar a ampliação da visão do educando e sua prática.
Devido à grande rotatividade da Equipe de Saúde da Família, buscou-se
considerar apenas os tutores que permaneceram com a equipe de residentes até o
término do processo. Enquadraram-se nesse critério apenas 8 tutores, sendo sua
maioria enfermeiros. A partir de sorteio aleatório, foram escolhidos um médico e um
enfermeiro para compor uma parte da população de estudo dos Tutores,
contemplando assim a inclusão de parte da equipe mínima do PSF na pesquisa.
Considerando que o cenário do estudo é representado pela RMSF inserida nas
unidades nas quais se desenvolve o Programa Saúde da Família, almejou-se somar,
aos sujeitos do estudo, egressos cuja profissão já tem inserção nessa estratégia, a
partir da equipe ampliada e que fizeram parte da RMSF 2005 – 2007, integrando a
mesma equipe multiprofissinal em que o nutricionista esteve inserido. Foi escolhido
por meio de sorteio aleatório um residente de cada profissão, sendo: um
fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional, um farmacêutico e um
odontólogo.
Integrando-se também como população de estudo, estão todos egressos
nutricionistas (seis) dessa Residência, que vivenciaram o desenrolar das atividades
dessa profissão, a partir da RMSF nas Unidades de Saúde da Família já citadas
anteriormente.
Os participantes dessa pesquisa são predominantemente do sexo feminino
(92,3%), com idade variável entre 25 e 35 anos.
No que se refere ao tempo de formação dos sujeitos, verificou-se que 53,8%
(n=7) estão formados há cerca de 4 anos, 23,1% (n=3) concluíram a faculdade há 3
anos, seguido por 7,7% de profissionais formados há 5 (n=1) , 7 (n=1) e 11 (n=1)
anos.
31
Ao serem questionados sobre maior titulação, encontrou-se 100% de
especialistas, sendo também unânime a participação em Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde da Família de caráter Lato sensu.
Durante o desenvolvimento do estudo, apenas 03 profissionais (23,1%)
participantes do estudo trabalham no Programa Saúde da Família, há 10, 4 ou 2
anos. Os demais profissionais aguardavam processo seletivo ou mudaram de campo
de atuação.
4.3 Procedimentos éticos
Para que o estudo respeitasse todos os procedimentos éticos que se espera
de um trabalho científico, as seguintes etapas foram desenvolvidas antes da coleta
dos dados:
- Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa
Marcelina, instituição que chancela a Residência Multiprofissional em Saúde da
Família. Processo nº 008/08 (ANEXO A).
- Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São
Paulo. Processo nº 0203/2008 (ANEXO B).
- Leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) para
cada colaborador da pesquisa, expondo os objetivos, descrição dos procedimentos
para a coleta de dados, sua isenção em despesas e compensações, garantia de
acesso às informações do estudo, garantia de liberdade de não participação do
estudo ou retirada de consentimento a qualquer momento sem qualquer prejuízo,
direito de confidencialidade e esclarecimentos permanentes.
- Entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cada
entrevistado, após seu aceite na participação da pesquisa.
32
- Compromisso de que os resultados apurados nessa pesquisa serão
apresentados às instituições envolvidas, respeitando todos os aspectos éticos que
envolvem um estudo científico.
- Análise dos dados de forma global, na qual o conteúdo das entrevistas será
analisado em conjunto, sem exposição do nome do entrevistado.
4.4 Coleta de dados
Os egressos e tutores, após o sorteio, foram contactados pela pesquisadora
por telefone, a partir de seu cadastro na secretária da Faculdade Santa Marcelina –
Unidade de Ensino Itaquera, sendo informados dos objetivos deste estudo e
convidados a participar como sujeitos da pesquisa.
Todos mostraram-se interessados em participar deste estudo e a coleta de
dados ocorreu em dia, local e horário escolhido pelo entrevistado. Naquele
momento, o ambiente bem como a presença de ruídos foram analisados,
constatando que os ambientes foram considerados satisfatórios para a coleta.
Os dados então foram coletados pela pesquisadora a partir de entrevista com
igual teor para todos os participantes. A entrevista permitiu a obtenção de fatos
considerados objetivos ou concretos e fatos que se referem diretamente ao indivíduo
e sua reflexão sobre a realidade que vivencia. (MINAYO, 2006)
O tipo de entrevista escolhida foi semiestruturada, pois compreende a
articulação de perguntas fechadas e abertas que, a partir de um roteiro, permitem
facilidade na abordagem e asseguram que as hipóteses ou seus pressupostos
sejam trazidos na conversa. (MINAYO, 2006) Esse roteiro, segundo Triviños (1987,
p.146), é “resultado não só da teoria que alimenta a ação do investigador, mas
também de toda a informação que ele já recolheu sobre o fenômeno social que
interessa”.
33
Anterior à aplicação das entrevistas, foi realizado pré-teste com a finalidade
de aprimoramento das perguntas, para que conseguissem abranger adequadamente
os objetivos esperados na pesquisa.
O pré-teste seguiu o mesmo rigor a ser desenvolvido nas entrevistas, ou seja,
foi gravado, deixando o tempo de resposta livre para o entrevistador e realização de
transcrição integral do conteúdo.
Os sujeitos escolhidos para a aplicação do pré-teste fizeram parte da mesma
residência que é cenário deste estudo, desenvolvendo ações multiprofissionais com
os egressos nutricionistas. No entanto, não compreendem a população de estudo
por assumirem na RMSF 2005-2007 a atribuição de preceptoria.
No primeiro pré-teste, uma das questões mostrou-se extensa e confusa; a
entrevistada não conseguiu compreender qual era o questionamento, resultando em
uma resposta insuficiente. Outra questão também teve de ser reformulada por trazer
duplo entendimento. Durante esse processo, foram solicitadas à entrevistada
sugestões para o aprimoramento das questões a partir do seu ponto de vista.
Para o segundo pré-teste, todas as alterações foram realizadas e a entrevista
passou de 4 para 5 questões, mais sucintas e compreensíveis, eliminando o duplo
sentido das perguntas. As questões mostraram-se adequadas, sendo possível então
aplicá-las nos sujeitos da pesquisa.
As entrevistas foram desenvolvidas a partir das seguintes questões:
1- Em sua concepção, qual é a atuação do nutricionista em Unidades de Saúde
da Família?
2- A partir da vivência com a atuação do nutricionista, descreva uma situação
que você presenciou que demonstre a atuação desse profissional.
As entrevistas realizadas com as nutricionistas tiveram apenas mudança no
enfoque da ação na frase, uma vez que a questão é direcionada à atuação
34
desenvolvida por esses profissionais. Portanto, essa questão apresentou-se da
seguinte maneira: A partir de sua atuação na RMSF, descreva uma situação que
você desenvolveu que demonstre a atuação do nutricionista.
3- O que você considera como pontos facilitadores na formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
4- O que você considera como pontos dificultadores na formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
5- Quais sugestões você daria para o aprimoramento do processo de formação
do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família?
Foram realizadas 13 entrevistas, todas gravadas com duração média de 11
minutos e 11 segundos, permitindo livre desenvolvimento das respostas pelos
entrevistados. A gravação de entrevistas possibilita registro imediato das expressões
orais, sem comprometer o registro total das falas.
4.5 Métodos
O presente estudo é do tipo exploratório, descritivo, analítico, corte tipo
transversal, com abordagem qualitativa.
A escolha pela pesquisa exploratória deu-se porque, segundo Gil (1999), essa
pesquisa permite desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas
à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores. A finalidade primordial da pesquisa exploratória é buscar o
conhecimento do repertório popular de respostas, o qual pode referir-se tanto ao
conhecimento, crença e opinião, quanto à atitude, aos valores e à conduta.
Trata-se de um estudo descritivo, pois promove a descrição das
características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de
relações entre variáveis, visando à identificação, registro e análise das
35
características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou
processo. (TOBAR; YALOUR, 2001; GIL, 1999)
Na pesquisa qualitativa, são incorporadas questões ligadas ao significado e à
intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, e
quando relacionada ao campo da saúde, faz eclodir questões relacionadas às
ciências sociais, visto que a saúde não institui disciplina nem campo separado das
outras instâncias da realidade social. Tem sua diferenciação das pesquisas
quantitativas, pois a pesquisa qualitativa aborda questões relacionadas ao caráter
social e ideológico. (MINAYO, 2004)
A técnica de análise de dados utilizada neste estudo é a análise de conteúdo,
cujas técnicas visam obter indicadores que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/ recepção de um conjunto de mensagens, por
meio de procedimentos sistemáticos e objetivos. (BARDIN, 1997; GOLDENBERG,
1998; MINAYO, 2006) Essas mensagens expressam um significado e um sentido,
que não pode ser considerado um ato isolado, uma vez que se encontra
intimamente ligado às condições contextuais de seus produtores. (FRANCO, 2007)
Diante dos pressupostos da técnica de análise de conteúdo, optou-se pela
análise temática. Conforme Franco (2007), a utilização do tema como unidade de
análise para a interpretação das respostas de determinados grupos de pessoas
resulta em um grande número de respostas permeadas por diferentes significados.
A mesma autora considera que o tema pode ser uma simples sentença, um conjunto
delas ou um parágrafo e que “uma questão temática incorpora, com maior ou menor
intensidade, o aspecto pessoal atribuído pelo respondente acerca do significado de
uma palavra e/ou sobre as conotações atribuídas a um conceito”. (FRANCO, 2007
p.42)
Para Minayo (2006), ao fazer uma análise temática, o pesquisador busca
descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação; a presença ou
frequência faz emergir um significado para o objeto analítico visado.
36
4.6 Análise dos dados
Depois de gravadas, as entrevistas foram transcritas integralmente,
respeitando-se a livre expressão dos entrevistados sobre sua opinião. Ao realizar as
transcrições, de acordo com Kock (2006), é possível encontrar falas não planejadas,
fragmentadas, incompletas, pouco elaboradas, curtas ou coordenadas, no entanto
esse fato não desmerece o produto das entrevistas, uma vez que:
(...) na sequenciação linear dos tópicos ocorrem, muitas vezes, descontinuidades que parecem, a primeira vista, prejudicar a coerência do texto falado. Acontece, porém, que tais segmentos “intrusos” acabam encontrando seu lugar na organização hierárquica dos tópicos, de modo que a aparente incoerência acaba por desaparecer. (KOCK, 2006 p. 90) (grifo do autor)
As questões contidas nas entrevistas possibilitaram estabelecer dois eixos
temáticos direcionadores da pesquisa, sendo eles:
Eixo Temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
Eixo Temático 2: Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Pautando-se nos objetivos da pesquisa, tendo como metodologia para análise
de dados a análise de conteúdo temática, os conteúdos das entrevistas foram
analisados, segundo Minayo (2006), respeitando os seguintes preceitos: Pré-análise,
Definição das Unidades de Análise (Unidade de Contexto e Unidade de Registro), e
Categorias de análise.
As entrevistas foram lidas exaustivamente pela pesquisadora, buscando
apropriar-se do material a partir de leitura flutuante que, consoante Bardin (1997),
permite nos invadir por impressões, representações, emoções, conhecimentos e
expectativas.
Posteriormente nova leitura foi realizada, buscando coletar informações que
se enquadrassem nos dois eixos propostos, realizada em momentos diferentes,
37
possibilitando um olhar único para cada eixo da pesquisa em cada visita às
entrevistas.
A procura pelas informações que emergem das entrevistas caracteriza a
busca pela Unidade de Contexto. Para Franco (2007 p. 46), “pode ser
consideradas como “pano de fundo” que imprime o significado às unidades de
análise” (grifo do autor). As unidades de contexto tornam-se fundamentais para a
análise e interpretação dos textos a serem decodificados, ancorando posteriormente
a compreensão e significado exato da unidade de registro. (FRANCO, 2007) Esse
fato pode ser entendido a partir do exemplo a seguir:
Eixo temático 1 – Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família
Unidade de Contexto (UC):
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista.
Nesse caso, a frase escolhida diz respeito ao que o entrevistado estabelece
como atuação do nutricionista no PSF. Esse mesmo procedimento é realizado para
o outro eixo temático.
As Unidades de Contexto recebem números sequenciais, com a finalidade de
identificação. No exemplo, percebe-se que essa é a nona Unidade de Contexto
(UC9).
Após seleção em todas as entrevistas das Unidades de Contexto, iniciou-se o
processo de identificação das Unidades de Registro, a menor parte do conteúdo
(FRANCO, 2007), responsáveis por expressarem o real significado daquele
contexto.
38
Portanto, seguindo o raciocínio do exemplo anterior:
Unidade de Contexto (UC):
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista.
Unidade de Registro (UR):
UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de
Família, tem diversas áreas de atuação. UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças. UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento.
Ressalta-se que de uma Unidade de Contexto pode emergir mais de uma
Unidade de Registro, que deve ser numerada sequencialmente, a fim de trazer
rápida identificação. No exemplo utilizado, essa UC apresentou três UR,
representadas pelos números 15, 16, 17.
Com as Unidades de Contexto estabelecidas e as Unidades de Registro
identificadas, é possível então agrupar as unidades de Registro a partir da
proximidade de seus significados. Esse processo de análise é definido como
confluência ou aglutinação. É posterior a essa etapa que se torna possível elencar
as categorias que, segundo Franco (2007), constituem-se de uma classificação de
elementos que compõem um conjunto, que se agrupam baseados em analogias a
partir de critérios definidos.
Na sequência do exemplo, nota-se que as categorias que emergiram foram:
39
Unidade de Contexto (UC) Unidade de Registro (UR) Categorias
UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família, tem diversas áreas de atuação.
UC9 – UR15 Visão ampliada de
cenários de atuação.
UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças.
UC9 – UR16 Atuação na
Promoção e Prevenção.
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista.
UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento.
UC9 - UR17 Atuação
favorecida pela dinâmica do
processo de trabalho do PSF.
O critério de categorização semântico foi o escolhido, por permitir selecionar
categorias, agrupando-as conforme o significado dos temas, sendo posteriormente
confrontadas com achados de outras investigações sobre o assunto. (FRANCO,
2007) Todas as categorias encontradas na pesquisa emergiram das falas dos
entrevistados, não tendo sido então criadas a priori.
Após o processo de definição das categorias, ainda é possível surgir um
subitem que remete à temática percebida, ou seja, das categorias encontradas,
podem emergir algumas subcategorias.
Considerando o exemplo utilizado, pode ser observado que só a UC9 – UR16
apresentou uma subcategoria intitulada: Diversidade de estratégias de educação.
40
Unidade de Contexto (UC)
Unidade de Registro (UR)
Categoria Subcategoria
UC9 – UR15 o nutricionista, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação.
UC9 – UR15 Visão
ampliada de cenários
de atuação.
UC9 – UR16 ela (NUTRICIONISTA) atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças.
UC9 – UR16 Atuação
na Promoção e
Prevenção.
UC9 – UR16
Diversidade de
estratégias de
educação.
UC9 Bom o nutricionista... é, na Unidade Básica de Saúde de Família tem diversas áreas de atuação. Ela vai... atua em grupos educativos, trabalhando com a promoção, com prevenção de doenças...é.... pode trabalhar na parte ambulatorial...vai... ela tem... é ...a oportunidade de conhecer a casa do paciente, conhecer ...é, como que ele tá inserido, quais são as dificuldades que ele tem pra aderência do tratamento. Então isso eu acho muito bom pra.. pra gente ter uma visão mais ampla, né. Não só ali no consultório dando só um..um enfoque, então a gente pode ter outro tipo de abordagem na... no PSF com o nutricionista.
UC9 – UR17 ela tem a oportunidade de conhecer a casa do paciente, como ele tá inserido, quais são as dificuldades pra aderência do tratamento.
UC9 - UR17 Atuação
favorecida pela
dinâmica do processo
de trabalho do PSF.
Para melhor visualização, as unidades de Contexto, de Registro e as
Categorias de cada eixo temático foram dispostas em um quadro, podendo ser
observadas nos apêndices B e C.
41
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
As questões apresentadas neste estudo fizeram emergir a concepção de
cada entrevistado sobre o profissional nutricionista, tendo como cenário a
Residência Multiprofissional em Saúde da Família. Os relatos colhidos convergiram
para dois eixos temáticos, sendo considerados direcionadores da pesquisa: 1)
Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família, 2) Formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Em relação ao eixo temático 1) Atuação do nutricionista no Programa Saúde
da Família, foram encontradas 68 unidades de contexto que resultaram em 112
unidades de registro. Dessas unidades de registro, emergiram sete categorias de
análise: Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista; Valorização da
atuação específica; Visão ampliada de cenários de atuação; Atuação na
Promoção e Prevenção; Atuação na perspectiva multiprofissional; Evidências
da atuação na perspectiva interdisciplinar; Atuação favorecida pela dinâmica
do processo de trabalho do PSF.
Ao considerar o eixo temático 2) Formação do nutricionista na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família, verificou-se a presença de 61 unidades de
contexto e 103 unidades de registro, que foram divididas em três subeixos:
• Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF. Nesse subeixo
emergiram quatro categorias: Vivência multiprofissional como facilitadora
na formação; Discussão entre pares como facilitador no processo de
formação; RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de
aprendizagem; Preceptores/tutores como facilitadores na formação.
• Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF com quatro
categorias: Formação voltada à especificidade dificultando o olhar
ampliado para o PSF; Profissionais não preparados para lidar com um
novo modelo de formação como a RMSF; Inserção em poucos cenários
de atuação como dificultadores da formação; Limitado arcabouço
teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista no PSF.
42
• Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista
na RMSF, apresentando sete categorias: Inserir o nutricionista no campo
de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista
com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica
específica; Buscar docentes que contemplem a diversidade de
formações; Construir estratégias de ensino com participação discente;
Repensar e diversificar cenários que sirvam como campo de ensino;
Intensificar o enfoque de pesquisa e momentos de discussão; Educação
permanente para preceptores/tutores visando aprimorar o processo de
ensino/aprendizagem.
Esse último subeixo, responsável pelo cumprimento do objetivo que busca
levantar sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista
na RMSF, terá suas categorias utilizadas como arcabouço para o desenvolvimento
do produto solicitado pelo Mestrado Profissional no Centro de Desenvolvimento do
Ensino Superior em Saúde (CEDESS), trazendo uma proposta para o
aprimoramento da Formação do nutricionista na RMSF. O desenvolvimento do
produto pode ser observado no capitulo 6 desta tese.
5.1 Eixo temático 1 - Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família
Para esse eixo temático, convergiram as unidades de registro que abordaram
a concepção dos entrevistados sobre a atuação do nutricionista no PSF,
considerando sua vivência durante o período de Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Compreensão pouco clara da atuação do nutricionista
As falas apresentadas relatam que a atuação do nutricionista é pouco
conhecida. Percebe-se, porém, ideia de que a presença desse profissional pode
levar a uma abrangência de atendimento, independente da complexidade ou linha
43
de cuidado em que o usuário se encontra, frequentemente assumindo um caráter de
referência da equipe.
(...) demanda maior que não competeria ao nutricionista no PSF, por falta de não ter pra onde referenciar (...) E1 – UR2 (...) muitas vezes a gente fica numa situação que o nutricionista tem que dar conta de tudo (...)E1 – UR3 (...) paciente acamado que fazia uso de sonda, ficou ao encargo da equipe de saúde da família, que já seria de uma complexidade além
do PSF, mas que é parte da realidade com a qual a gente se deparou(...)E10 – UR84
Em decorrência da compreensão pouco clara da atuação do nutricionista,
certamente potencializada pela Ausência do profissional no PSF, as falas
demonstraram também dificuldade em alguns momentos de entendimento de quais
atividades refletem a real atuação do nutricionista, visto que esse profissional
encontrava-se inserido no momento do estudo apenas a partir de um programa de
pós-graduação.
(...) se espera muito do nutricionista por ser um profissional novo e quando a equipe não consegue dar suporte para aquilo, acaba sendo dele. E1 – UR4
Outro ponto percebido diz respeito à dificuldade de desenvolver ações
quando se desconhece o caminho a seguir, ou seja, falta de direcionamento para
a atuação no PSF, tanto de atividades específicas (área de Nutrição), quanto pela
compreensão insuficiente dos demais profissionais inseridos nessa estratégia,
podendo às vezes limitar o desenvolvimento das ações.
(...) a gente não tem um direcionamento da atenção básica, não tem por onde a gente começar a Nutrição. E1 – UR14 (...) as pessoas ficam naquela, que não sabem como fazer, como lidar e acaba dificultando às vezes o trabalho do profissional. E9 – UR78
A pequena inserção do nutricionista no PSF foi considerada por Santos
(2005) como um dos motivos da falta de conhecimento das funções e atribuições do
44
nutricionista por outros profissionais, mesmo considerando o atual perfil
epidemiológico da população brasileira, caracterizado pelo assustador crescimento
de doenças crônicas não transmissíveis, deficiências nutricionais e sua estreita
relação com hábitos de vida e alimentação não saudáveis. (BRASIL, 2008a)
Essa ausência ou tímida inserção pode ser observada ao se comparar dois
estudos, um realizado por Gambardella, et al (2000) em São Paulo e o outro por
Vasconcelos (1991) em Santa Catarina. Nota-se que a maioria dos formados tem
como atuação a área Clínica, sendo 36,6% em São Paulo e 48,4% em Santa
Catarina, e somente 7% dos profissionais formados têm o vínculo empregatício na
rede básica de saúde em São Paulo e um número um pouco menor (4,8%) assume
esse cargo em Santa Catarina.
Tais dados vão ao encontro do levantamento realizado pelo Conselho Federal
de Nutricionistas (CFN, 2006b), em que se constatou que a área de abrangência do
Conselho Regional de Nutricionistas (CRN7) - que contempla os estados de Pará,
Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá e Acre - é a região onde se verifica o maior
índice de inserção do nutricionista em Saúde Pública (19%). Apesar de ser
considerada uma porcentagem baixíssima, esse valor é ainda maior se comparado a
outras regiões, onde a frequência é inferior a 12%. Já em pesquisa realizada por
Akutsu (2008), foi constatado que dos 587 nutricionistas brasileiros que participaram
do estudo, apenas 60 atuam na área de Nutrição Pública.
Percebe-se que os estudos citados reforçam a pequena inserção do
nutricionista em Saúde Pública, e dentro dessa área, não foram encontrados
trabalhos que demonstrem quantos nutricionistas de fato atuam especificamente no
PSF em todo Brasil.
No ano de 2005, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2008)
estabeleceu as atribuições do nutricionista em diversos campos de atuação, nos
quais está incluída a Saúde Pública, considerando o PSF como integrante desse
cenário.
45
É fato que a resolução emitida pelo CFN foi um ganho importante para a
profissão; no entanto quando as falas abordam a falta de direcionamento para atuar
no PSF, referem-se à dificuldade de desenvolver essas atribuições, uma vez que
dificilmente se encontram diretrizes para atuar especificamente nesse programa.
Para Boog (2008), apesar de a resolução estar em vigor, faz-se necessário
considerar que o processo de institucionalização depende da criação de uma nova
realidade de atuação.
Diante desse cenário é que Santos (2005) pontua o momento da Residência
em Saúde da Família como um espaço para o nutricionista atuar em equipes de
PSF, divulgar suas ações e ampliar seu campo de trabalho. Essa nova área de
atuação deve fazer com que o profissional demonstre desprendimento, ousadia,
envolvimento e criatividade. (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007)
Acredita-se que a compreensão das atribuições que competem ao
nutricionista no PSF pode ser ampliada, pela inserção desse profissional nos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família.(BRASIL, 2008b) Esses núcleos de apoio
sugerem a presença do nutricionista, considerado como necessário diante do perfil
epidemiológico e nutricional do Brasil.
Valorização da atuação específica
Apesar de o PSF constituir-se como um campo de atuação no qual o trabalho
multiprofissional é fundamental, as falas ressaltam a necessidade da atuação
específica como ponto primordial nas ações desenvolvidas pelo nutricionista, uma
vez que sua especificidade traz um conhecimento técnico próprio de sua profissão.
(...) com a presença da nutri, como ela já conhece mais específico de
alimentos, a pessoa começa a entender melhor, capta melhor tudo isso, e é mais completa a abordagem (...) E8 – UR67 (...) segundo SIAB, a gente tinha nenhum ou um ou dois desnutridos, então a intervenção e o olhar com ela na equipe pôde permitir que a gente fizesse esse diagnóstico e intervenção direcionada. E11 – UR90
46
Os destaques dos relatos referentes ao conhecimento específico do
nutricionista vêm ao encontro das competências previstas em sua formação, que
contempla, entre outras vertentes, a capacidade de avaliar, diagnosticar e
acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e
avaliar dietas e suplementos dietéticos para indivíduos sadios e enfermos, bem
como realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e Nutrição,
considerando a influência sociocultural e econômica que determina a
disponibilidade, consumo e utilização biológica dos alimentos pelo indivíduo e pela
população. (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2001)
Diante do conhecimento específico do nutricionista e do seu olhar para
situações que envolvem a alimentação e nutrição, fica muito mais fácil de se
detectarem os problemas. Em estudo desenvolvido por Santos (2005), médicos e
enfermeiros referem que, com a inserção do nutricionista, ocorre melhora no
atendimento do usuário, uma vez que os entrevistados citaram dificuldades em
abordar temas relacionados à alimentação e nutrição.
Assis (2002) percebe o nutricionista como um profissional com participação
relevante no PSF, pois possui conhecimento específico que o instrumentaliza a
observar valores socioculturais, realizar diagnóstico e assim propor as devidas
orientações dietéticas, sempre adequadas à realidade familiar.
Considerando a demanda proveniente da transição epidemiológica e nutricional
que se encontra estreitamente associada a hábitos alimentares inadequados
principalmente a partir das décadas de 80 e 90, com baixo consumo de fibras e
micronutrientes e consumo excessivo de gorduras saturadas (LEVY-COSTA, et al,
2005), é primordial que o nutricionista desenvolva apoio constante para a promoção
de uma alimentação saudável, culminando na prevenção e tratamento da obesidade
e de outros distúrbios nutricionais. (BRASIL, 2003)
Diante desse cenário e pautado nos conhecimento técnicos do nutricionista,
faz-se necessário um planejamento para ações de prevenção as doenças
relacionadas à alimentação e de intervenções nutricionais, visando promover um
47
melhor estado nutricional da população, no qual o trabalho com outros profissionais
só engrandece e potencializa os resultados.
O nutricionista, em trabalho com a equipe multiprofissional, deve agir como
formador de outros profissionais, como articulador de estratégias de ação junto aos
equipamentos sociais da área de abrangência territorial, contribuindo pra a
promoção da alimentação saudável, da Segurança Alimentar e Nutricional e do
Direito Humano à Alimentação Adequada. (BRASIL, 2008a)
Considerando o PSF como uma estratégia voltada para a promoção da
qualidade de vida é que o Sistema Conselhos Federais e Regionais de Nutricionista
(2009) e Assis (2002) reforçam que uma assistência de saúde, cujo objetivo seja
transformar a história das práticas alimentares e dos resultados de intervenção, não
poderá ser desenvolvida sem a atuação do nutricionista.
Visão ampliada de cenários de atuação
As considerações colhidas das entrevistas também demonstram uma visão
ampliada de cenários de atuação em que o nutricionista pode contribuir, somando
seus conhecimentos a uma gama de atividades, todas pautadas na ampla estrutura
de ações desenvolvidas pelo PSF.
(...) não só focado em atendimento como se fosse ambulatorial e não trabalhar grupo educativo, visita domiciliar, envolver a família, outros profissionais que trabalhem na unidade. E3 – UR25 (...) orientações com grupo, comunidade e tudo que abrange no PSF, as visitas domiciliares, consultas individuais, o trabalho com individuo e a família como um todo(...) E7 – UR57 (...) em quase todas as áreas eu vejo a atuação do nutricionista, na saúde da criança, no acompanhamento nos dois primeiros anos de vida, com as prioridades a hipertensão, a diabetes (...) E10 – UR79
Espera-se que o nutricionista exerça suas atribuições em diversos cenários
de atuação, pois é considerado um profissional capacitado a atuar, visando à
48
segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em
que a alimentação e a nutrição se apresentem fundamentais. (CFN, 2008)
Ao ampliar os cenários de atuação em Saúde Pública, abre-se um leque de
possibilidades, permitindo ações educativas sobre a alimentação e nutrição,
diagnóstico populacional da situação alimentar e nutricional, o estímulo à produção e
ao consumo de alimentos saudáveis produzidos regionalmente e o atendimento para
doenças relacionadas à alimentação e à nutrição. (SILVA, 2009)
Essas atribuições podem ser desenvolvidas no PSF, reconhecendo o território
com um local propício para o desenvolvimento dessas ações educativas na
amplitude que o PSF se desenvolve, sempre considerando os espaços comunitários,
trabalhando com a intersetorialidade e com abordagem multiprofissional.
A amplitude dos cenários de atuação do nutricionista na atenção primária
responde à demanda da responsabilidade de promover práticas alimentares
saudáveis aos serviços e equipes de saúde, estabelecidas pela Política Nacional de
Alimentação e Nutrição e pela Política Nacional de Promoção da Saúde, por
constituir-se em uma estratégia de saúde pública relevante para o enfrentamento
dos problemas alimentares e nutricionais atuais, vivenciado pela população
brasileira. (COUTINHO, et al, 2008)
O PSF, que almeja a promoção à saúde e prevenção de agravos, entre outras
ações, apresenta-se como um cenário para o desenvolvimento da amplitude de
atuações desenvolvidas pelo nutricionista que considera a alimentação associada a
fatores complementares que, para Oliveira e Thebaud-Mony (1997), contemplam a
perspectiva econômica, social e cultural.
A ampliação dos cenários de atuação para o nutricionista se traduz em um
ganho para seu perfil como profissional da saúde, proporcionando também, a partir
da relação com outros profissionais, o aumento das possibilidades de ações
advindas da Nutrição, buscando reverter a situação nutricional atual.
49
Atuação na Promoção e Prevenção
As falas revelaram, de forma predominante, que um trabalho voltado à
Promoção e Prevenção é o que mais se espera na atuação realizada pelo
nutricionista. Consideram que esse trabalho deva contemplar ações que despertem
a conscientização de estilo de vida saudável e que permitam reduzir ou evitar
agravos à saúde da população, extrapolando o caráter assistencialista, pautados na
necessidade de educar e orientar para promoção da saúde e prevenção de doenças.
(...) a atuação do nutricionista é na prevenção, atuando mesmo em ações de alimentação, segurança alimentar, mais principalmente em prevenção e promoção, não só a questão curativa. E4 – UR28 (...) a área de atuação é a mesma da nossa, atuação na forma de preferência preventiva (...) E7 – UR56 (...) como se alimentar melhor, ter um bom hábito alimentar, isso faz parte da promoção da saúde de uma maneira muito importante é interessante esse aspecto do trabalho do nutricionista. E10 – UR83
Para conseguir desenvolver as premissas de promoção e prevenção, as
unidades de registro trazem de forma muito expressiva a necessidade de
diversidade de estratégias de educação como ferramenta utilizada pelo
nutricionista, responsável pela tentativa de mudança de hábitos alimentares ou
compreensão da necessidade da melhora deles.
(...) a gente fez junto as papas, foi muito construtiva, a questão educativa a gente conseguiu fazer junto com aquelas pessoas, não ficar só falando, transferindo o conhecimento. E4 – UR31 (...) eles tinham dúvidas, mas não tinham pra quem perguntar, esses grupos educacionais ajudavam muito na questão de desvendar tabus (...) E5 – UR38
Com base nos relatos que afirmam a participação do nutricionista em ações
de Promoção e Prevenção, surge a necessidade de entendimento desses dois
termos. Ao se tratar de prevenção, consideram-se ações que privilegiem
intervenções voltadas a evitar o aparecimento de doenças específicas, bem como
minimizar sua incidência e prevalência nas populações, objetivando controlar a
transmissão de doenças infecciosas e promover a redução do risco de doenças
50
degenerativas (CZERESNIA, 1999). Já ao considerar Promoção à saúde, esse
aspecto traz uma visão ampliada, considerando ações não direcionadas a uma
doença específica, mas com o propósito de aumentar a saúde e o bem-estar social.
Todavia, a diferenciação de prevenção e promoção ainda é pouco entendida
devido ao modo como elas ocorrem. Para Czeresnia (1999), alguns projetos de
promoção de saúde também utilizam os conceitos de doença, transmissão e risco,
mesmo discurso da prevenção.
As mudanças sociais, políticas e culturais, o esgotamento do paradigma
biomédico e a mudança do perfil epidemiológico tornam urgente a proposta de
Promoção à Saúde. (CARVALHO, 2004) É fundamental que as estratégias utilizadas
adaptem-se às necessidades locais e às possibilidades de cada região, percebendo
sempre as diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos. (BRASIL,
2002)
Diante da ampla demanda relacionada aos cuidados da atenção primária,
Silva (2009) e Santos (2005) ponderam que os maiores problemas de saúde no
Brasil poderiam ser evitados por medidas preventivas, uma vez que a prevenção,
controle e tratamento dos agravos à saúde estão intimamente ligados à alimentação
dos indivíduos, suscitando a relevância da participação do nutricionista, tendo em
vista sua dedicação à promoção de uma alimentação saudável, buscando assim
evitar agravamento de doenças crônicas não transmissíveis.
Em estudos realizados com profissionais que conhecem o trabalho do
nutricionista, reforça-se a necessidade da inserção desse profissional com a
finalidade de prevenção, redução de fatores de risco para desenvolvimento de
doenças e promoção à saúde dos indivíduos. (PEDROSA; TELES, 2001; OLIVEIRA;
RADICCHI, 2005)
Atualmente, com a portaria que institui os Núcleos de Atenção em Saúde da
Família, nos quais o nutricionista pode ser um membro integrante, o Ministério da
Saúde lançou a Matriz de Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica de
Saúde com o propósito de orientar o nutricionista, norteado pelo conhecimento
51
técnico específico de como proceder nas ações de promoção e prevenção em saúde
diante dos sujeitos das ações (indivíduo, família e comunidade), dos níveis de
intervenção que contemplam a gestão das ações de alimentação e nutrição e o
cuidado nutricional compreendendo o diagnóstico, promoção da saúde, prevenção
de doenças, tratamento, cuidado e assistência. (BRASIL, 2008a) Todas as ações
devem ser desenvolvidas em todo ciclo de vida, isso porque se percebe que
exposições nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida
intrauterina e nos primeiros anos de vida podem repercutir diretamente nas
condições de saúde quando adulto. (COUTINHO, et al, 2008)
Para Buss (1999), independente da competência profissional, as ações no
sentido de produzir mudanças rápidas na saúde de grandes parcelas de população
trazem repercussão lenta no habito de vida dos indivíduos, portanto, considera a
relevância do uso mais constante do meio de comunicação de massas, a partir de
estratégias educativas.
Desse modo, seja buscando a prevenção ou promoção da saúde, Czeresnia
(1999) reforça que isso implicará a mudança de como esse conhecimento pode ser
operacionalizado nas práticas de saúde e essa mudança pode ocorrer, entre outras
vertentes, a partir de ações de educação, desenvolvidas pelos profissionais da
saúde ou em nível governamental.
Segundo Milet e Marconi (1992), nas estratégias educativas, o profissional da
saúde deve orientar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem, de maneira a
promover as condições ideais para que os resultados ocorram por meio de
conhecimentos sobre a linguagem utilizada no trabalho em grupo, nos vínculos que
ali estabelecem, bem como no estímulo de seus integrantes.
A Matriz de ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica também
destaca esse fato, ao sugerir ações educativas para alcançar os objetivos de ações
de alimentação e nutrição e do cuidado nutricional que integrem o rol de ações de
saúde desenvolvidas no âmbito da atenção básica à saúde, visando promoção da
saúde e prevenção de doenças. (BRASIL, 2008a)
52
Atuação na perspectiva multiprofissional
O trabalho realizado em conjunto com outros profissionais surge como outra
prática importante na vertente de atuação do nutricionista. É pontuado que as ações,
fossem elas consultas, visita domiciliar, grupos educativos, entre outras, durante o
período da RMSF, eram realizadas com a interface multiprofissional, possibilitando
ampliar e qualificar a atuação desse profissional.
(...) a gente pode ver em relação a outras áreas como é que a gente pode atuar em ações de promoção de saúde, não só muito específico na área de Nutrição (...) E2 – UR19 (...) esse contato com outros profissionais e até a possibilidade de ele ver onde pode atuar junto com esses outros profissionais, então é uma coisa em conjunto. E8 – UR68 (...) possibilitou ampliar mesmo a atuação no sentido de ter mais práticas coletivas, de conseguir trabalhar efetivamente em equipe (...)E11 – UR92
Czeresnia (1999) nos dá um alerta diante dos preceitos da
multiprofissionalidade, ao dizer que é primordial que o profissional desenvolva suas
atividades baseado na delimitação dos problemas, o que possibilitará implementar
práticas eficazes, pois caso contrário, o enfoque ficará restrito a sua especialidade.
Para buscar ampliar o olhar além da especificidade, surge a necessidade da
vivência com outros profissionais; a forma e a intensidade da interação entre as
profissões intitularão e caracterizarão sua estrutura de atuação.
Para Ceccim e Feuerwerker (2004), considerando o complexo fenômeno que
é o processo saúde-doença, torna-se fundamental um trabalho em que as equipes
interajam de forma multiprofissional; isso porque um modelo de saúde centrado no
usuário e sua família, como é o caso do PSF, traz a necessidade da ressiginificação
do processo de trabalho para a integralidade, sendo necessário um adequado
trabalho da equipe multiprofissional.
Essa forma de trabalho multiprofissional representa melhor qualidade dos
serviços prestados no setor saúde (PEDUZZI, 1998). Portanto, desenvolver as
53
ações de saúde a partir da multiprofissionalidade, é uma das propostas defendidas
pelo SUS, pois ao trabalhar em equipe, nesse enfoque, os conhecimentos
individuais e coletivos são ampliados, proporcionando a construção de um
atendimento integral, atendendo às necessidades de saúde da população e do
sistema público.
Nessa perspectiva, buscar o desenvolvimento de programas que realizem
esse modelo de atuação, para Gil (2005), pode caracterizar como oportunidade para
uma reflexão, considerando alternativas que propiciem rever os caminhos para a
formação dos profissionais, objetivando um trabalho integrado, em equipe, com
trocas mais efetivas de saberes e práticas, como pode ser verificado nas
Residências Multiprofissionais.
O nutricionista inclui-se no trabalho multiprofissional, compartilhando seus
conhecimentos voltados ao cuidado nutricional na atenção básica, contribuindo para
a efetividade das ações de Nutrição a partir da construção compartilhada de
conhecimentos (BRASIL, 2008a), tendo em vista a dimensão da alimentação na vida
do indivíduo/ família/ comunidade e, por sua vez, beneficia-se dos saberes dos
outros profissionais, aprimorando sua especificidade e ampliando seus
conhecimentos.
Evidência de atuação na perspectiva interdisciplinar
A multiprofissionalidade configura-se como premissa da RMSF, no entanto,
percebe-se que em alguns momentos, esse modo de atuação era extrapolado,
assumindo o caráter interdisciplinar, no qual eram desenvolvidas estratégias com
visão ampliada, proporcionando uma prática menos restrita e fragmentada.
(...) eu acabei superando o papel de nutricionista até pra ter um
pouco de psicologia com essas crianças. (...) E6 – UR48
(...) nós, profissionais da saúde, também através das conversas que
nós tínhamos em reuniões, acabamos incorporando dentro das nossas orientações, orientações que ela passava pra gente (...) E7 – UR61
54
A defesa da multiprofissionalidade na composição do perfil profissional
aparece junto à interdisciplinaridade, nos argumentos de trabalho em equipe voltado
a uma abordagem biopsicossocial na prevenção, promoção e proteção à saúde.
(CECCIM, 2009). Esse fato reforça que em alguns momentos onde se institui a
multiprofissionalidade, ações realizadas podem remeter-se à interdisciplinaridade.
Para Furtado (2007), a interdisciplinaridade é entendida como relações entre
disciplinas menos verticais, com compartilhamento de trabalho, a partir de conceitos
em comum, nos quais se percebe real entrosamento entre elas. Na verdade, dá-se
uma nova combinação de elementos internos e o estabelecimento de canais de
trocas entre os campos em torno de uma tarefa a ser desempenhada conjuntamente
e não a simples justaposição de conhecimentos específicos.
Entretanto, ressalta-se que trabalhar a interdisciplinaridade não significa
negar as especialidades e objetividade de cada ciência, deve-se respeitar o território
de cada campo do conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que
os diferenciam, enfatizando o trabalho coletivo e na parceria e respeito pelas
diferenças. (UNIFESP, 2009)
Todavia, para que um profissional da área da saúde consiga exercer uma
formação generalista, humanística e crítica que apresente conhecimentos,
habilidades e atitudes suficientes para atuar na diversidade e demandas sociais,
econômicas, políticas e educativas, é relevante sua relação com a prática
interdisciplinar.
Para compreender as dimensões que envolvem o trabalho de uma equipe no
cenário em que ela estabelece suas atribuições, faz-se necessária uma visão da
realidade que extrapole os limites disciplinares, então a interdisciplinaridade é uma
das soluções para a superação desse desafio. (FEUERWERKER; SENA, 2009)
Segundo Batista e Batista (2004, p. 30), a interdisciplinaridade implica em:
(...) assumir a tarefa de explicitar as possibilidades de contribuição e o desafio de adentrar em outra área, com abertura para aprender
55
com o outro; que exige a construção de espaços coletivos de partilha de conhecimentos e experiências.
A interdisciplinaridade propicia ao profissional uma prática a partir dos
saberes coletivos, direcionando-o a uma prática social que transcende a formatação
e especialização características das ações de saúde no País. (ASSIS, 2002) Essa
prática faz “formar profissional competente para o atendimento de toda e qualquer
necessidade do usuário, mesmo as não percebidas”. (CECCIM; FEUERWERKER,
2004, p. 1407)
A concepção interdisciplinar reforça a necessidade das profissões
estabelecerem canais de comunicação e de colaboração, possibilitando melhor
desempenho em equipe diante das situações e problemas da realidade. (FAZENDA,
2003; PINHEIRO et al, 2008). Peduzzi (1998) segue essa mesma lógica, ao trazer o
exemplo no campo da saúde mental, considerando a necessidade de ampliar o
trabalho além do objeto psiquiátrico, no qual essa ampliação dirige-se ao sofrimento
psiquiátrico, que assume o universo da vida mental, social e cultural.
Esse fato pode ser muito bem observado nas doenças e agravos não
transmissíveis (DANTS) que, por serem considerados crônicos, exigem uma forma
de trabalho interdisciplinar que requer vários saberes que extrapolam o saber
biomédico. Rozemberg e Minayo (2001) reafirmar esse fato ao perceberem que um
único saber não esgota todas as questões que compõem o processo de
adoecimento de um sujeito.
Atuação favorecida pela dinâmica do processo de trabalho do Programa Saúde
da Família
Observa-se que para os entrevistados, a atuação do nutricionista foi
potencializada ao considerar a dinâmica de trabalho do PSF, decorrente da
formação de vínculo com o usuário, sua família e comunidade. Destaca-se também
que a atuação com outros profissionais, seja da equipe mínima ou ampliada, agrega
força para a atuação do nutricionista.
56
(...) ter aquela população pronta, como se eles tivessem me aguardando, as demandas, os pacientes estavam ali, a facilidade de você chegar nas casas. E4 – UR33
(...) as consultas em saúde da família é diferente, porque a gente já conhece a pessoa, tem um papel diferenciado (...) E9 – UR77
(...) o trabalho dela foi importante aqui pra população, porque quando acabou, o pessoal vinha perguntar e agora como vai ser minha vida daqui pra frente sem a orientação dela (...) E12 – UR104
Atuar no PSF fez com que o nutricionista conhecesse as diretrizes desse
programa que se desenvolve pautado no caráter substitutivo, onde o novo processo
de trabalho deixa para trás as práticas convencionais e se estabelece centrado na
vigilância em saúde; trabalha com a integralidade e hierarquização, na qual a
unidade de saúde da família insere-se no primeiro nível de ações e serviços do
sistema local de saúde e realizada essas ações de forma integral; desenvolve suas
práticas de saúde considerando o território de abrangência e sempre com o auxílio
de uma equipe multiprofissional. (BRASIL, 2006a)
Juntamente com os profissionais do PSF, o nutricionista desenvolveu ações
que fugiram de sua especificidade, resultando em um ganho em sua atuação, pois
permitiu ampliar seu olhar como profissional da saúde. Segundo a Política de
Atenção Básica, os profissionais inseridos nesse cenário devem participar do
processo de territorialização e mapeamento da área adscrita, identificando grupos,
famílias e indivíduos expostos a riscos; realizar cuidados em saúde dessa
população, considerando também os espaços comunitários; notificar doenças e
agravos a partir da busca ativa, desenvolver, planejar e avaliar as ações da equipe
de saúde a partir do levantamento de informações disponível, entre outras. (BRASIL,
2006a)
Além disso, agrega-se a proposta do acolhimento, responsabilização e
trabalho sobre as necessidades de saúde, propiciando aos profissionais que lá
desenvolvem seu trabalho, a oportunidade de estabelecer relações mais
satisfatórias, humanas, comprometidas e eficazes junto à população.
(FEUERWERKER, 2009)
57
Essas relações estabelecidas no PSF permitem a interação com o indivíduo e
comunidade, possibilitando conhecer suas necessidades, a partir da criação de
vínculo e alteração do enfoque voltado ao indivíduo, para pensar na família como
objeto de atenção. (WAGNER, et al, 1999; FABRÍCIO, et al, 2004; REINALDO;
ROCHA, 2009)
Machado et al (2009) consideram a relevância desse vínculo a partir da
experiência observada em uma residência multiprofissional em saúde da família, na
qual ressalta que o vínculo possibilitou ao nutricionista desenvolver ações exitosas
de promoção à saúde no que se refere à sensibilização e empoderamento dos
usuários.
Diante de tudo o que foi discutido até o momento, percebe-se que a inserção
desse profissional é de fato vista como relevante; todavia frente à diversidade de
fatores sociais, psicológicos, biológicos e culturais que envolvem um indivíduo e sua
família, surge o questionamento sobre a atual formação do nutricionista, fazendo-
nos pensar se, após a graduação, esse profissional encontra-se apto a navegar
nesse novo campo de atuação.
A partir desse prisma, surge o segundo eixo temático desse estudo, com o
olhar voltado à formação do nutricionista, a partir da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família.
Os resultados encontrados nesse eixo temático deram origem a um artigo
científico que foi submetido para publicação na Revista de Nutrição - Brasilian
Journal of Nutrition (ISSN 1415-5273). Essa revista possui Qualis B2 e é indexada
pelas seguintes bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), CAB Abstract
and Global Health, FSTA (Food Science and Technology Abstracts), Chemical
Abstract, Excerpta Medica, Latindex (México), Popline, Scopus, Nisc, e Web of
Science. O número do protocolo de submissão é 2058 e o e-mail enviado pela
Editora Gerente da Revista de Nutrição informando o recebimento do manuscrito
pode ser encontrado no Anexo C.
58
5.2 Eixo temático 2 – Formação do nutricionista na Residência Multiprofissional em
Saúde da Família (RMSF)
Esse eixo temático engloba o que os entrevistados consideram como pontos
facilitadores e dificultadores na formação do nutricionista a partir da Residência
Multiprofissional.
Durante a construção desse eixo temático, foi percebida a dificuldade de
encontrar fundamentação teórica que subsidiasse a discussão das categorias à luz
da literatura científica relacionada à formação do nutricionista, principalmente
quando se refere ao PSF. No entanto, acredita-se que várias experiências são
desenvolvidas, porém possivelmente não publicadas.
Diante desse fato e percebendo a estreita relação entre a formação e
atuação, as categorias que emergiram trazendo pontos facilitadores e dificultadores
na formação do nutricionista no PSF vêm somar às discussões trabalhadas no eixo
temático a atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
5.2.1 Pontos facilitadores na formação do nutricionista na RMSF
Vivência multiprofissional como facilitadora na formação
Nos relatos, os entrevistados consideram o fato de conviverem com outros
profissionais e residentes - ponto fundamental para a formação, uma vez que essa
vivência proporciona um olhar diferenciado a partir da interação e trocas cotidianas.
(...) me considero hoje um profissional com uma visão diferenciada de trabalho de saúde que não se restringe àquela coisa mais limitada da Nutrição, a gente conseguiu extrapolar. E1 – UR5 (...) vendo o que o outro faz, você sabe que pode ajudar o outro atuando ali também, acho que isso ajudou um pouquinho na formação do nutricionista (...)E8 – UR74
59
(...) visão integral que a gente consegue a partir da troca. Eu acho que isso foi importante para o nutricionista, foi importante pra mim, foi muito interessante essa questão da troca. E10 – UR90
A multiprofissionalidade, apesar de ser uma proposta defendida pelo SUS
com o propósito de agregar melhor qualidade ao setor saúde (PEDUZZI, 1998), vem
sendo compreendida por ser considerada recente e surge com o propósito do
trabalho conjunto, contrapondo o modelo médico-hegemônico há muito tempo
instituído.
Percebe-se que trabalhar multiprofissionalidade remete a buscar o
atendimento integral na composição de ações e serviços de saúde e sua integração
em rede. Diante disso, para CECCIM (2009), a multiprofissionalidade traz a visão de
uma abordagem biopsicossocial na assistência e a introdução dos conceitos de
prevenção, promoção e proteção à saúde. Compreende-se que os fatores que
envolvem um indivíduo não são mutuamente excludentes e só se explicam a partir
da relação de um com o outro, ou seja, a visão de outros profissionais ajuda a
compreender os fatos que nos apresentam.
O Projeto Pedagógico da Universidade Federal de São Paulo, campus
Baixada Santista (UNIFESP, 2009), que desenvolve os cursos de Fisioterapia,
Terapia Ocupacional, Psicologia, Educação Física (Bacharelado modalidade Saúde)
e Nutrição, traz a relevância de interação entre as profissões, desde sua formação
na graduação, construindo redes de saberes e experiências aprimoradas e
ampliadas a partir da inter-relação com outros cursos. Essa estrutura de educação
tem como princípio norteador o que Delors (2006) considera como fundamental em
um processo de aprendizagem, os quatro pilares da educação.
Esses pilares constituem-se no aprender a conhecer, onde se busca adquirir
os instrumentos da compreensão; o aprender a fazer, relacionado à como proceder
diante do contexto em que se está inserido; o aprender a viver junto, que remete ao
ato de participação e cooperação e o aprender a ser, que integra todos os pilares
anteriores.
60
Schulman (2004) reforça esse fato ao considerar que a aprendizagem pode
ocorrer em diversas circunstâncias; mas isso se intensifica quando desenvolvida em
momentos em que o indivíduo faz parte de uma equipe ou quando aprende, coopera
e colabora com os outros.
Nessa perspectiva, Gil (2005) sugere o desenvolvimento de programas,
mesmo após a graduação, que concretizem o trabalho integrado, em equipe, com
trocas mais efetivas de saberes e práticas. Isso porque, ao formar profissionais para
o SUS, deve ser considerada a complexidade dos fatores que envolvem o contexto
da Atenção Básica, associar os quatro pilares da educação e contribuir para que o
profissional deixe de ter o olhar reducionista focado na doença e passe a considerar
o processo de adoecimento e a cura dos sujeitos doentes.
Com certeza, algumas mudanças positivas já são percebidas ao considerar a
formação do Nutricionista para a Saúde Pública, todavia, ainda existe uma limitação
de momentos que propiciem a ampliação da visão desse profissional, saindo da
doença para assumir uma visão integral e agregando os conhecimentos
multiprofissionais. Para Feuerwerker e Sena (2009), esse fato ainda ocorre, porque
ainda somos formados acreditando que cada disciplina produz respostas
necessárias diante de um contexto com multiplicidade de fatores. As residências
multiprofissionais surgem então tentando aprimorar a formação desses profissionais
a partir da inter-relação multiprofissional.
Discussão entre pares como facilitador no processo de formação
A necessidade de aprimorar o conhecimento específico surge de forma
secundária, na qual se percebe a relevância de realizar troca de informações com
outro nutricionista, conhecer visões diferentes de atuação, sanar dúvidas e juntos
construir um plano de trabalho. Para os entrevistados, estar com seus pares foi
considerado pontos facilitadores em sua formação.
61
(...) a equipe de Nutrição trocava informação, tentava fazer protocolos, padronizar e com isso ia aprendendo, aprimorando, discutindo, bom pro crescimento profissional. E2 – UR10 (...) as aulas específicas são boas pra fazer os protocolos, ver se uma está dando orientação do jeito que a outra está dando, trocar experiência de grupo, dar sugestões. E2 – UR24 (...) as aulas com a equipe de Nutrição também foi uma coisa importante, um momento de a gente dividir conhecimento. E6 – UR56
A discussão entre pares tem sido importante para a Nutrição, uma vez que, a
partir desse processo, foi e continua sendo possível criar consensos, guias e
protocolos que servem como orientação para o trabalho do Nutricionista,
aprimorando seus conhecimentos específicos e suas ações de cuidado à saúde,
previstas em sua formação.
A contribuição das discussões entre pares pode ser bem percebida nas ações
desenvolvidas pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição –
CGPAN, inserida no Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à
Saúde. A CGPAN é formada por uma equipe técnica de Nutricionistas que se
dividem em grupos de trabalho para estudar e desenvolver ações relacionadas à
alimentação e à nutrição da população brasileira. Como principal missão, a CGPAN
busca implementar ações pautadas nas diretrizes da Política Nacional de
Alimentação e Nutrição com vistas à garantia de condições de saúde adequadas à
população brasileira. (BRASIL, 2009a)
Ao considerar a Residência Multiprofissional em Saúde da Família, essa
discussão entre pares foi importante no aprimoramento da formação do
Nutricionista, já que foi percebida como espaço de aprimoramento do conhecimento,
servindo como estrutura para desenvolver protocolos de atendimento. Possibilitou
colocar em prática as atribuições destinadas ao nutricionista na Saúde Pública,
entender como esse profissional trabalha a multiprofissionalidade e, também, como
momento de escuta da dificuldade de atuar diante da formação prévia.
Para Dias (2009), desenvolver ações entre pares possibilita que o grupo
partilhe suas representações formais e informais, propiciando a construção de
62
aprendizagem e conhecimentos, o que pode ser considerado como um
potencializador na sua formação.
Percebe-se que a partir dessas discussões, é possível perceber ampliação do
aprendizado, pois emergem atitudes de cooperação a partir da busca do saber
compartilhado, bem como relato das próprias dificuldades e erros ocorridos no
trabalho diário com pessoas da mesma área de atuação profissional, promovendo a
valorização da reflexão-ação-reflexão permanente entre os envolvidos.
(SCHULMAN, 2004)
Ressalta-se que o trabalho desenvolvido conjuntamente, além de permitir
compartilhar os conhecimentos, possibilita a promoção de apoio mútuo e importante
crescimento coletivo.
RMSF proporcionando espaço para novas estratégias de aprendizagem
Outro ponto percebido a partir dos relatos foi a consideração de que a RMSF,
por ser um programa de pós-graduação, possibilitou estratégias de aprendizagem
diferenciadas, ora por meio da vivência prática intensa (específica e
multiprofissional), ora pelo estímulo à pesquisa e aquisição de conhecimento teórico.
(...) a gente tinha empolgação, motivação pra ir em congresso, escrever artigo, publicar em revista, a gente escreveu livro, a gente cresceu bastante como profissional (...) E2 – UR17 (...) o que facilita muito pra um profissional que vai trabalhar na saúde da família que tenha feito uma residência é toda experiência e a vivência da prática né.... então é... o convívio dentro de uma Unidade de Saúde da Família, as atividades que se desenvolvem enquanto residente (...)E3 – UR28 (...) a residência multiprofissional em saúde da família amplia um pouco a clínica do profissional, porque nossa formação de graduação é muito assistida, intervenção pra uma pessoa com problema(...) E11 – UR95
As Residências Multiprofissionais tem como proposta desenvolver
aprendizagem significativa, proporcionando participação ativa do residente,
63
buscando motivação e interesse a partir dos assuntos relacionados ao cotidiano que
o envolve.
Essa modalidade permite aproximar a formação profissional em saúde da
realidade social e do trabalho no SUS, qualificando os profissionais para atuarem no
sistema (LAPPIS, 2009), isso porque objetiva proporcionar o diálogo permanente da
formação e na atuação, fazendo com que o trabalho em saúde ganhe um novo
significado, redefinindo ações e papéis profissionais. (NASCIMENTO, 2008)
Diante disso, a inserção dos residentes nas Unidades de Saúde da Família, a
partir dos programas de residência, possibilita que a experiência adquirida na prática
complete sua formação, uma vez que é a partir da experiência clínica, quando o
profissional se aproxima das pessoas que necessitam de cuidados de saúde
(FEUERWERKER, 1998), que se estabelece vínculo e ao participar desse processo,
desveste-se da postura de único detentor do saber.
As residências dotadas de grande influência para concretizar a formação
desses profissionais (FEUERWERKER, 2009) almejam formar pessoas com perfil
adequado à atenção à saúde de qualidade e capazes de atuar enfrentando os
problemas que emergem do campo multifatorial da Saúde Pública. Isso implica
ações educativas que sejam dinâmicas e dialéticas, buscando desenvolver
conhecimento, habilidades e atitudes que lhes permitam compreender a realidade
humana e social e que sejam capazes de produzir mudanças. (FEUERWERKER;
SENA, 2009)
O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional - Pró-Saúde
(BRASIL, 2007a), que traz contribuições para o aprimoramento dos cursos de
graduação na área de saúde, também pode ter suas contribuições percebidas na
extensão da pós-graduação, nesse caso a Residência Multiprofissional de Saúde da
Família, uma vez que possibilita uma aprendizagem diferenciada, propiciando
oferecer à sociedade profissionais aptos a responderem às necessidades da
população brasileira e promoverem a operacionalização do SUS. Busca-se com isso
a melhoria da qualidade e resolubilidade da atenção prestada à população, a partir
de uma abordagem integral do processo saúde-doença e da promoção da saúde.
64
Soma-se a isso a cooperação entre os gestores do SUS e as Instituições de Ensino
Superior (IES), ampliando a prática educacional na rede de serviços básicos de
saúde.
Na aprendizagem diferenciada vivenciada nas residências, outro fator
importante é a ruptura com os modelos disciplinares rígidos e a busca por um
projeto de formação em saúde que represente integração de diferentes
conhecimentos e profissionais com propostas de ensino que busquem práticas que
incorporem a reflexão contextual da realidade, mediada por um processo de ensino-
aprendizagem interativo, tendo em vista também a necessidade de novos cenários.
(UNIFESP, 2009)
Outra vertente explorada pela residência por ser considerada um programa de
pós-graduação é sua responsabilidade com a pesquisa, uma vez que, segundo
Perrenoud (2009a), a forma e o local como essa prática se desenvolve devem
proporcionar o processo de ensino-aprendizagem pautado em tarefas abertas e em
situações problemas, sempre usando largamente a pesquisa. Envolver-se com
pesquisa permite ao residente tornar-se mais critico, questionador e construtor de
seu conhecimento, assumindo papel importante na formação desse profissional,
contribuindo para a mudança da realidade social.
Preceptores/tutores como facilitadores na formação
Apesar de preceptores e tutores terem funções diferenciadas nos programas
de residência multiprofissionais, aqui serão apresentados como um único grupo, pois
para alguns entrevistados, ao se tratar da formação do residente, os objetivos dos
dois se fundem, pois oportunizaram a aplicação na prática do saber conquistado.
(...) ter os tutores lá pra orientar também ajuda bastante, as visitas do preceptor pra tentar acompanhar quais foram as atividades. E5 – UR45 (...) no caso nutricionista e ter os preceptores junto, isso de uma certa forma supria o que num tinha inserção do nutricionista na Saúde da Família (...) E7– UR71
65
Se a RMSF tem como finalidade formar profissionais em nível de pós-
graduação que possam transitar nos cenários da atenção básica com potencial para
responder às necessidades da população brasileira a partir dos preceitos do SUS,
podemos perceber quanto é importante o papel dos profissionais envolvidos como
facilitadores dessa aprendizagem diferenciada.
Nesse sentido, no ano de 2005, foi emitida uma portaria que traz as
atribuições e a responsabilidade destinada a esses profissionais que nas
Residências são denominados preceptores e tutores. (BRASIL, 2005c) Define-se
preceptor o profissional que assume o papel de supervisão docente-assistencial por
área específica, que exerce atividade de organização do processo de aprendizagem
especializada e de orientação técnica aos residentes, nesse caso a partir da
especialização, estreitando a distância entre a teoria e a prática. Já para os tutores,
o diferencial vem no desenvolvimento de estratégias de aprendizagem exercidas no
campo onde se desenvolve a aprendizagem em serviço.
Podemos perceber que, inserido no campo de atuação ou na abordagem
teórica, a atividade do preceptor e do tutor recebe a nomenclatura de docente-
assistencial. Ao se assumir como docente, o preceptor/tutor deve proporcionar ao
aluno/residente situações que o façam refletir, buscar e participar do processo de
ensino-aprendizagem. Para isso, é fundamental que o docente seja um facilitador
para uma formação de base sólida, onde o aluno consiga navegar em situações de
mudanças a partir de vários prismas a que a sociedade o expõe. (RIBEIRO, 2001)
Para Moreira (2009), diante das atuais mudanças a que a sociedade está
exposta, a educação deve buscar desenvolver um indivíduo capaz de enfrentar
ambiguidades e incertezas, e para isso é fundamental que ele tenha uma
personalidade inquisitiva, flexível, criativa, inovadora, tolerante e liberal.
Diante disso, o docente deve criar ações de ensino que sejam pautadas na
discussão e orientação, escolhas e análises das informações, motivando as
dimensões ativas e interativas desses alunos, contribuindo para o desenvolvimento
de estilos e estratégias de aprendizagem, pesquisa e socialização do que foi
aprendido. (UNIFESP, 2009)
66
A pretensão não é promover a passividade e sim permitir que o residente
construa e produza seu conhecimento, sendo o preceptor/tutor o interlocutor desse
processo. Para Silva, Espósito e Nunes (2008), o preceptor deve assumir a postura
de uma visão ampliada em que o ensinar e o aprender saiam do contexto
estritamente técnico e especialista e permitam uma formação aberta à realidade,
sendo estimulante e direcionadora de uma postura reflexiva e crítica. Acredita-se
que essa afirmação possa ser estendida ao tutor.
5.2.2 Pontos dificultadores na formação do nutricionista na RMSF
Formação voltada à especificidade, dificultando o olhar ampliado para o PSF
As respostas às questões realizadas demonstram que um grande dificultador
está relacionado a um contexto de atuação que extrapola o conhecimento técnico do
nutricionista. São situações corriqueiras ao PSF, porém que não compuseram o
aprendizado desse profissional, fazendo com que ele depare com a necessidade de
olhar além da especificidade, porém sem clareza de como agir.
(...) diversos temas surgiam que extrapolavam a alimentação como violência, como alcoolismo, como evasão escolar que o nutricionista não tem preparo pra lidar com isso. E1 – UR2 (...) mais difícil talvez tenha sido mais a parte teórica, algumas coisas eram de mais difícil compreensão, o nutricionista na graduação não tem esse enfoque mais antropológico (...) E3 – UR31 (...) questões de saúde mental que ela não conseguia nem enxergar dentro da formação dela (...) E10 – UR89
Para discutirmos sobre esse fato, faz-se necessário conhecer como foi
desenvolvida a formação do Nutricionista desde o início. Na década de 30, a
Nutrição surgiu com seus olhos voltados a ações de caráter individual e curativo,
restringindo-se a Nutrição Clínica, em que o alimento era agente para o tratamento.
Nesse período, a alimentação coletiva também ganhou força, contudo as ações
eram de administração da alimentação de coletividades sadias e enfermas. Até
então, a promoção da saúde, prevenção da doença ou o meio em que se insere o
67
indivíduo não eram tão valorizados, isso porque, conforme Costa (1999), a prática
do Nutricionista originalmente estava ligada à prática clínica em âmbito hospitalar,
focado no saber biológico.
Quando as instituições formadoras e as associações de classe analisaram a
formação e detectaram as discrepâncias entre o perfil dos egressos e as
transformações ocorridas na sociedade, perceberam que isso foi consequência da
dicotomia existente entre o biológico e o social nos currículos de Nutrição. (COSTA,
1999, BOOG, 2008)
No I Seminário e II Diagnóstico dos cursos de Nutrição, um outro estudo
mostrou que egressos relatavam dificuldades em sua atuação decorrentes de falhas
no curso de graduação, no qual a falta de experiência prática e a dissociação entre a
teoria e prática foram os aspectos mais relevantes (COSTA, 1996), ou seja, ao se
defrontar com a prática, foi possível perceber que enfoques específicos voltados à
alimentação e nutrição são insuficientes.
A fragmentação do conhecimento, característica comum nos cursos de
graduação, pode refletir em uma prática durante a atuação profissional repleta de
obstáculos para a construção da integralidade da assistência. (FEUERWERKER,
1998). Isso porque prevalece nos serviços a assistência individual centrada no
papel do médico e ao se inserir na prática, essa atuação é pequena diante da
necessidade de um trabalho com intervenções técnicas múltiplas, articuladas pela
interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. (BOOG, 2008)
Para Costa (1999), faz-se necessário fomentar a relação entre o
conhecimento biológico e o social, entre o técnico e político, não apenas pela
formação em Nutrição, mas por todos os cursos da área de saúde. Promover uma
formação que se aproxime das questões comunicativas, comportamentais, éticas e
emocionais, da capacidade de interagir em equipe, da formação do profissional.
(BOOG, 2008)
68
Diante disso, para atuar no Programa Saúde da Família, é fundamental que o
nutricionista tenha uma formação que contemple as questões sociais com
capacidade de leitura dos problemas locais em todo território de abrangência das
equipes de Saúde da Família (SILVA, 2009), pois um olhar fragmentado e
intervencionista só limitaria os espaços de compreensão do contexto no qual se
desenrolam os processos de saúde e doença. (ROZEMBERG; MINAYO, 2001)
Pautada nesse cenário, é que Feuerwerker (2009) assinala a necessidade da
breve articulação de mudança na formação das diversas profissões da saúde,
buscando a construção das competências comuns dessas profissões. Isso
propiciaria desvestir-se da visão medicocêntrica e assumir a postura de um
profissional voltado à atuação biopsicossocial.
Profissionais não preparados para lidar com um novo modelo de formação
como a RMSF
A dificuldade de encontrar profissionais capacitados para desenvolver os
conteúdos teóricos, relacionar a teoria à prática e seguir um caminho metodológico a
partir de um planejamento pré-estabelecido é verificada nas falas dos entrevistados.
Ao observar a vivência prática, apesar de anteriormente a presença de
preceptores e tutores ter sido pontuada como facilitadores no processo de formação,
algumas falas demonstraram que em certos momentos, esse papel de facilitador não
foi efetivo, seja pela forma de seleção de tutores ou pelo desenvolvimento de suas
atribuições. Na teoria ou na prática, as falas pontuam que esses fatos não
permitiram adequado processo de ensino/aprendizagem.
Às vezes a gente não tinha profissionais tão capacitados pra dar certos temas, então acabava que não clareava muita coisa, a gente não conseguia nem absorver muito (AULAS) e nem aplicar muito aquilo que tinha sido abordado. E3 – UR32 Eu vi muitos profissionais (TUTORES) que aceitaram os residentes por uma questão de hierarquia, não porque eles tivessem preocupados em formar os residentes (...) E4 – UR38
69
A necessidade de oportunizar aos residentes mudanças em sua formação,
ampliando seu olhar além da especificidade, é considerada como ponto relevante no
contexto das residências, porém, foi possível perceber que alguns sujeitos
considerados facilitadores desse processo também apresentavam dificuldades em
trazem em suas ações essas mudanças.
Ao encontro desse fato surge o resultado da oficina da Residência
Multiprofissional em Saúde, desenvolvida no 5° Fórum Nacional de Métodos Ativos
de Ensino-Aprendizagem na Faculdade de Marília, na qual foi pontuada a existência
de poucos preceptores com qualificação para atuar na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família. (SGAMBATTI; et al, 2009)
Percebe-se que a estrutura que envolve o campo de formação precisa ser
pautada no objetivo da integralidade, absorvendo profissionais para atuar no campo
da prática e/ou na docência que tenham alterado sua estratégia formadora
anteriormente focada no caráter biológico e que consigam fazer a articulação com
uma aprendizagem que vise à construção de conhecimentos e não a sua
transmissão.
Boog (2008) traz uma critica importante ao reforçar a dificuldade de formar um
profissional com uma visão da Nutrição Social, que chegue ao campo de atuação
apto a exercer suas atribuições se, ao longo de seu processo de formação, não
conviveu com profissionais de sua categoria atuando regularmente nesse campo.
É fundamental que esse profissional que assume a responsabilidade de
educador perante o residente tenha a competência de saber mobilizar um conjunto
de conhecimentos, know-how, esquemas de avaliação e de ação e atitudes com a
finalidade de enfrentar com eficácia situações complexas e inéditas. (PERRENOUD,
2009b)
Esse profissional deve saber promover a integração e troca de
conhecimentos, respeitando o espaço de cada um e percebendo que um mesmo
conhecimento técnico não permite igual entendimento aos que dele necessitam.
(FERNANDES, et al, 2005)
70
Então nesse momento, podem surgir algumas dificuldades para se trabalhar
em uma estrutura (RMSF) alicerçada em um modelo multiprofissional. É relevante
que sejam potencializadas essas diferenças, nas quais as visões de diversos
profissionais sejam utilizadas com uma vertente para melhor percepção de uma
situação, garantindo assim um resultado mais adequado à situação de cotidiano de
uma sociedade. (WAGNER; et al, 1999)
Para Oliveira (2006), uma residência deve prever em seu Projeto Político
Pedagógico estratégias para o desenvolvimento dos profissionais de saúde
envolvidos no contexto do serviço, instituindo um espaço de aprendizagem a partir
da reflexão da prática e de sua prática.
A educação permanente em Saúde seria uma estratégia relevante para a
recomposição das práticas de formação e controle social no setor saúde, entre
outras, sendo orientadora das iniciativas de desenvolvimento dos profissionais e das
estratégias de transformações das práticas de saúde. (CECCIM, 2005) Reforça-se
que impulsionar processos de educação permanente da rede SUS significa
reconhecer a responsabilidade desses processos na formação dos residentes.
(LAPPIS, 2009)
Também ao considerar formação, nota-se que a responsabilidade não se
restringe apenas aos tutores e preceptores, pois o cenário em que a Residência se
desenvolve, bem como sua estrutura de ensino e aprendizagem, é primordial para
garantir essa formação.
Na oficina da Residência Multiprofissional desenvolvida na Faculdade de
Marília, os participantes também referiram-se à qualidade dos cenários para o
desenvolvimento da prática, em que algumas vezes a atuação do residente limita-se
como mão de obra tomando lugar do processo de aprendizagem. (SGAMBATTI; et
al, 2009)
Tornado o local e os envolvidos no desenvolvimento da residência aptos a
trabalharem no Programa Saúde da Família, pode-se perceber esse campo como
71
um local de ensino-aprendizagem, isso se somarmos a esses fatores um movimento
reflexivo e crítico que saiba considerar as diversas formações.
Inserção em poucos cenários de aprendizagem como dificultador da formação
Para os entrevistados, aprimorar o processo de formação do nutricionista na
RMSF pode ter sido dificultado pela pequena diversidade de cenários de
aprendizagem, visto que permanecer em uma única área de abrangência territorial
limita a possibilidade de novas intervenções e discussões.
(...) cada nutricionista ficou numa realidade, então acho que isso dificultou um pouco o aprendizado igual pra todo mundo. Você viver uma coisa e você ouvir do outro que viveu não é a mesma coisa (...) E8 – UR75 (...) ter uma troca assim, entre os postos, uma região trocar ir pra outra pra viver aquela realidade, depois discutir o que tá fazendo, que poderia fazer. E8 – UR78
Quanto mais diversificada e problematizadora for a estratégia de ensino a que
o residente está submetido, maior será sua possibilidade de aprendizado. E esse
fato pode ser melhor desenvolvido se somado a ele, proporcionar a diversidade de
cenários de prática.
No entanto, na residência em que o estudo foi desenvolvido, os residentes
permaneceram na mesma Unidade de Saúde da Família do início até o final do
processo de formação. A escolha por fixar os residentes em uma única unidade traz
sua fundamentação pautada na relevância que a construção de vínculo promove na
relação do profissional com o usuário, possibilitando estreitar e potencializar essa
interação.
Apesar disso, Ribeiro (2001) ainda reforça a necessidade de oportunizar na
formação condições para que seja experimentado o novo, isto é, proporcionar ao
indivíduo vivenciar diversos momentos e deparar muitas vezes com situações nunca
percebidas.
72
Essas diferentes situações podem de início refletir-se em alguns desconfortos
comuns no cotidiano do trabalho (usa-se a palavra trabalho por considerar a RMSF
como uma formação em serviço), mas para Ceccim (2005), essa condição é
indispensável para que uma pessoa decida mudar ou incorporar novos elementos a
sua prática, ou seja, a exposição a vários cenários pode traduzir-se em maiores
experiências.
Além disso, percebe-se que a diversificação de cenários de ensino e
aprendizagem é fundamental para aprimorar a articulação entre a teoria e a prática
(OLIVEIRA, 2008). Acrescenta-se a esse fato a prática ancorada por estratégias de
ensino que busquem a educação problematizadora, considerando o saber prévio do
aluno, refletindo na construção de um novo conhecimento que amplia a visão técnica
e permite resultar em um indivíduo socializado, crítico e reflexivo, capaz de ver além
de uma parte do corpo ou doença.
Esse tipo de educação oportuniza a manipulação de conteúdos, observação e
experimentação (PERRENOUD, 2009a), isso porque a situação em que o aluno está
exposto não é algo fictício e sim situações com que ele se defrontará durante sua
atuação.
Limitado arcabouço teórico referente ao processo de trabalho do nutricionista
no PSF
A limitada produção teórica específica surgiu como dificultador, quando os
relatos sinalizam que o direcionamento das atividades de formação seriam mais
efetivos com o apoio de um adequado arcabouço teórico, por considerar que a teoria
ancora a prática que está sendo desenvolvida.
(...) a falta de um arcabouço teórico que desse conta da atuação do nutricionista no Programa de Saúde da Família (...) E10 – UR92 (...) o resto da equipe multiprofissional teve que quase que construir os seus textos teóricos o papel de cada um, numa equipe multiprofissional, num programa de atenção primária. E10 – UR93
73
Durante o desenvolvimento da RMSF buscando aprimorar a formação do
residente nutricionista, foi realizado levantamento bibliográfico referente ao processo
de trabalho do nutricionista no PSF com a finalidade de nortear as ações realizadas.
A partir desse levantamento, foi percebida uma relevante produção científica sobre
ações de alimentação e nutrição desenvolvidas no âmbito da Saúde Pública, que
serviram como subsídio para os nutricionistas residentes, porém limitadas à
produção referente ao processo de trabalho específico do nutricionista no PSF.
O que existem são trabalhos divulgados em eventos como a II Mostra de
alimentação e nutrição no SUS, I Seminário internacional de Nutrição na atenção
primária, desenvolvida em Brasília em 2008, organizado pela Coordenação-Geral da
Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN (BRASIL, 2009b), que serviu como
troca de experiências de nutricionistas, principalmente ao se tratar do Programa
Saúde da Família e como tema mais atual os Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
As experiências divulgadas e discutidas a partir de pôsteres e palestras
trouxeram contribuições de vários estados brasileiros, sendo que sua maioria tratou
do trabalho do nutricionista no PSF a partir de sua inserção em Residências
Multiprofissionais em Saúde da Família.
O Rio de Janeiro trouxe sua experiência intitulada “O Nutricionista na
Estratégia Saúde da Família: relato de uma experiência bem sucedida no município
do Rio de Janeiro”, expondo sua vivência nas visitas domiciliares a paciente
acamados, práticas de educação continuada junto às equipes do PSF,
desenvolvimento de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos
distúrbios nutricionais por meio dos grupos de prevenção, ações para diagnóstico
nutricional das populações adstritas e atendimento nutricional e promoção da
educação nutricional trabalhando com a intersetorialidade. (RANGEL; et al, 2009)
A residência multiprofissional desenvolvida em Sobral no Estado do Ceará
contribuiu com “Formação do nutricionista para atuação no NASF: a experiência da
Residência Multiprofissional em Saúde da Família em Sobral-CE”, esclarecendo
ações desenvolvidas pelo nutricionista nessa residência, pautados na promoção de
hábitos alimentares saudáveis, práticas interdisciplinares e intersetoriais de
74
promoção à saúde, apoio ao acompanhamento de beneficiários do Programa Bolsa
Família (vigilância nutricional) e além de parcerias com atores locais para
potencializar as ações. (ALVES, 2009)
A experiência trazida por São Luís (Maranhão) abordou o trabalho
desenvolvido pelos residentes nutricionistas com os agentes comunitários de saúde,
por considerá-los multiplicadores importantes no contexto do PSF – “A participação
do nutricionista em equipe multidisciplinar na atenção básica à saúde: um relato de
experiência”. (TELES; SILVEIRA; CARDOSO; 2009)
Ao fazer uma busca cientifica refinada nos bancos de dados da LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE
(Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic
Library Online), poucas experiências referentes ao processo de trabalho do
nutricionista no PSF foram encontradas. Isso reforça o fato de que o nutricionista,
mesmo sendo a partir das residências multiprofissionais, desenvolve suas ações no
PSF, como pudemos observar nas experiências apresentadas anteriormente, porém
ainda com pequena divulgação científica de suas atividades.
Talvez a construção do arcabouço teórico referente ao processo de trabalho
do nutricionista no PSF deva ser realizada a partir dos nutricionistas inseridos nas
residências multiprofissionais, uma vez que sua inserção fora desse contexto ainda
é pequena e atualmente se faz a partir dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família,
programa recente e que ainda está em processo de definição e implantação. Santos
(2005) reforça esse fato ao considerar a Residência em Saúde da Família como um
espaço para o nutricionista atuar no PSF e assim poder divulgar suas atividades e
ampliar o entendimento de seu processo de trabalho.
Ressalta-se que momentos como os proporcionados pela Coordenação-Geral
da Política de Alimentação e Nutrição - CGPAN são essenciais para conhecer a
vivência de outros cenários e promover trocas de experiências, podendo considerar
como campo de aprendizado que se reflete no aprimoramento do processo de
trabalho do nutricionista no PSF e amplia a formação desse profissional
75
A partir dos resultados encontrados nesse eixo temático, almeja-se publicá-
los na revista científica Interface – Comunicação, Saúde e Educação (ISSN 1414-
3283). Essa revista possui Qualis B1 e é indexada pelas seguintes bases de dados:
Bibliografia Brasileira de Educação, CLASE (Citas Latinoamericanas en Ciencias
Sociales y Humanidades), DOA (Directory of Open Access Journal), EMCare,
LATINDEX (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de
América Latina, el Caribe, España y Portugal), LILACS (Literatura Latino-americana
e do Caribe em Ciências da Saúde), LLBA (Linguistics and Language Behavior
Abstracts), Scopus, Social Planning/Policy & Development Abstracts, Social Services
Abstracts e Sociological Abstracts.
76
6 FORMAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFSSIONAL
EM SAÚDE DA FAMÍLIA: SUGESTÕES PARA O APRIMORAMENTO
Ao finalizar a análise dos resultados de um estudo, é possível notar a
necessidade de aprimoramento em diversas vertentes advindas do cenário em que
ele foi desenvolvido. Soma-se a isso a responsabilidade que uma pesquisa assume
em não ter esse espaço apenas como coleta de dados e sim levar contribuições
buscando melhorar a situação presente.
É com base nessas apreciações que as diretrizes do Mestrado Profissional do
Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS) estabelecem
a elaboração de um produto que tenha a finalidade de, a partir dos resultados da
pesquisa, elaborar uma proposta de aprimoramento como devolutiva ao cenário do
estudo.
O CEDESS permite autonomia do pesquisador e orientador para escolher
como esse produto será desenvolvido. A partir desse momento surge a proposta de
construir um produto que considere as sugestões fornecidas pelos sujeitos desta
pesquisa, somado a experiência da pesquisadora no cenário da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família.
Os preceitos do Planejamento Estratégico Situacional (PES) foram utilizados
como direcionadores desse produto, isso porque esse tipo de planejamento
possibilita considerar a complexidade da realidade e reconhecer que sua explicação
depende da inserção de cada indivíduo envolvido no problema, sendo, portanto
parcial e múltiplo. (TANCREDI et al, 1998)
Agrega-se a isso a relevância de utilizar as sugestões dos entrevistados deste
estudo, uma vez que para o PES considerar o ponto de vista e percepções de todos
os envolvidos torna-se essencial pois caracteriza a significação das ações. (RIEG;
ARAUJO FILHO, 2002)
O PES diferencia-se da estrutura tradicional, uma vez que no planejamento
tradicional é possível verificar diagnóstico da situação, prognóstico único, plano por
77
setores, certezas e sujeitos como agentes. Já no planejamento estratégico
situacional, o diagnóstico é substituído por apreciações situacionais, o prognóstico
único por várias apostas em cenários, o plano por setores é assumido por plano por
problemas, certeza por incerteza e surpresas, no qual os sujeitos deixam de ser
agentes para serem atores do processo. (TANCREDI et al, 1998) Percebe-se
também que no PES existem várias possibilidades de ação, sendo que no modelo
tradicional, existem metas únicas.
Esse método nos faz assumir a realidade com todas suas nuances, sem
trabalhar com relações diretas de causa e efeito, isso porque se percebe que toda
situação ou cenário de aprendizado é passível de mudanças. (RIEG; ARAUJO
FILHO, 2002)
Teixeira e Fernandes (2003) consideram que definir e formular com clareza os
problemas torna-se ponto fundamental para a efetividade do planejamento, uma vez
que formulados os problemas e encontradas as causas críticas fica mais fácil
elaborar o plano de ações.
Nessa proposta de aprimoramento da formação do nutricionista na
Residencia Multiprofissional em Saúde da Família além de considerar a opinião dos
atores envolvidos no processo, utilizou-se também os nós críticos fundamentais para
o desenvolvimento do planejamento, obtidos a partir do eixo temático formação do
nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Os quatros momentos propostos pelo PES: Explicativo, Normativo,
Estratégico e Tático-operacional (TANCREDI et al 1998; CECÍLIO, 1997) serviram
de direcionadores para a construção dessa proposta. Sendo para o PES empregado
o “momento” com a finalidade de fugir da ideia de “etapas”, sempre aplicadas nos
planejamentos tradicionais. (CECÍLIO, 1997)
Momento explicativo: buscando abandonar a ideia de diagnóstico proposto
pelo planejamento tradicional, nesse momento é solicitada a explicação situacional,
a problematização, no qual se percebe que algo não está adequado para um ou
mais atores, suscitando a necessidade de mudança da situação real, almejando uma
78
situação ideal. Neste estudo, as unidades de contexto advindas do subeixo
“Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família” foram utilizadas como explicação
situacional, pois retrataram a problematização da situação a partir do ponto de vista
dos entrevistados.
Momento normativo: contempla como deve ser a realidade em contraposição
aos problemas presentes, sugerindo como alterar a realidade atual, estabelecendo
uma situação ideal. As sete categorias de análises que contemplam o subeixo
“Sugestões para o aprimoramento do processo de formação do nutricionista na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família”, surgem como solução para
desfazer os nós críticos apresentados, pois retratam uma situação ideal a partir do
ponto de vista dos entrevistados. As categorias são: Inserir o nutricionista no
campo de ensino buscando potencializar o aprendizado; Buscar nutricionista
com conhecimento em PSF para aprimorar a abordagem teórica específica;
Buscar docentes que contemplem a diversidade de formações; Construir
estratégias de ensino com participação discente; Repensar e diversificar
cenários que sirvam como campo de ensino; Intensificar o enfoque de
pesquisa e momentos de discussão; Educação permanente para
preceptores/tutores visando aprimorar o processo de ensino/aprendizagem.
Diferente do momento explicativo e normativo que tiveram como arcabouço
para sua construção unidades de contexto e categorias advindas das falas dos
entrevistados, os momentos que se seguem, estratégico e tático-operacional foram
desenvolvidos pautados na experiência da pesquisadora como preceptora de uma
Residência Multiprofissional em Saúde da Família, somado a finalização da
formação diante de um mestrado profissional. Portanto desse ponto em diante,
esses momentos surgem como contribuição da pesquisadora nesse processo.
Momento estratégico: análise do que pode ser feito, almejando resolução do
problema explicitado. Nesse momento, são sugeridas estratégias com a finalidade
de chegar o mais próximo possível do que foi considerado o ideal, tendo em vista
algumas limitações (políticas e financeiras) que envolvem esses problemas.
79
Momento tático-operacional: instalação do planejamento sugerindo as
estratégias/compromissos a serem desenvolvidas pautadas nas ações propostas
pelo momento estratégico. Soma-se a isso a responsabilidade de execução dessa
ação, ou seja, de quem é a governabilidade para o desenvolvimento dessa
estratégia.
Sugere-se ainda a avaliação do processo diante de cada estratégia proposta,
o responsável por realizá-la e sua periodicidade. O ato de avaliar surge com a ideia
de revisitar o planejamento, buscando aperfeiçoar e redirecionar suas propostas. No
caso deste estudo, visa sempre promover uma adequada formação do residente no
cenário que a Residência Multiprofissional em Saúde da Família estabelece.
Ressalta-se que como citado anteriormente o PES serviu apenas como
direcionador dessa proposta e apesar de seguir todos os momentos exigidos no
planejamento estratégico situacional, a estrutura desse proposta/produto não pode
ser considerada um PES, isso porque um dos preceitos desse planejamento é que
os autores envolvidos no processo participem integralmente de sua construção,
avaliação e replanejamento. No caso deste estudo desenvolvido em 2008, os atores
envolvidos fizeram parte apenas da gestão 2005-2007, não estando presentes na
residência atual.
Com a construção dessa proposta: “Formação do Nutricionista na Residência
Multiprofissional em Saúde da Família – Faculdade Santa Marcelina/ Casa de Saúde
Santa Marcelina: sugestões para o aprimoramento”, notou-se que esse
planejamento não se restringe apenas a formação do nutricionista e sim a todos os
profissionais presentes na residência, uma vez que nas sugestões de
aprimoramento, o enfoque dos entrevistados não foi apenas para a especificidade,
sendo que o que se almeja é a formação estruturada e integral, independente da
profissão.
Essa sugestão de planejamento será entregue à Coordenação da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvida pela Faculdade Santa Marcelina
e Casa de Saúde Santa Marcelina, com expectativa de que o estudo traga
contribuições ao Projeto Político Pedagógico do Curso.
80
O produto: Proposta de aprimoramento do processo de formação na
Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Faculdade Santa Marcelina/
Casa de Saúde Santa Marcelina pode ser observado a seguir.
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85
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Residência Multiprofissional em Saúde da Família surgiu como um espaço
fundamental para o desenvolvimento da atuação do nutricionista no PSF,
possibilitando aproximação com as premissas que ancoram essa estratégia.
Durante o desenrolar de sua prática, a partir da Residência, o nutricionista
conseguiu perceber sua especificidade como relevante para intervenções
nutricionais, seja na assistência, promoção ou prevenção de doenças, porém
insuficiente diante da diversidade de fatores sociais, culturais e psicológicos que o
contexto do PSF o expôs.
É sabido que o nutricionista, ao trabalhar com a alimentação, considera os
fatores que podem influenciar um distúrbio nutricional; contudo, temas como cultura,
educação em saúde, família, violência, alterações psicológicas entre outros, com os
quais o nutricionista ainda não tem grande apropriação, interferem no padrão
alimentar de um indivíduo e consequentemente em sua saúde.
Apesar da dificuldade em trabalhar assuntos que extrapolem a especificidade,
o nutricionista, durante a atuação, foi percebido como um agente de estratégias de
promoção à saúde e prevenção de agravos na amplitude de cenários que o PSF
abarca. A valorização de seu conhecimento específico tornou-se relevante diante de
seu olhar mais refinado em situações que envolvem a alimentação e nutrição.
Diante desse fato, acredita-se que os relatos que trazem compreensão pouco
clara da atuação do nutricionista no PSF podem ser modificados a partir da inserção
desse profissional além das residências multiprofissionais, o que atualmente pode
ser possível pela implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Esses núcleos têm por objetivo ampliar a abrangência e o escopo das ações da
atenção básica, bem como sua resolubilidade, compartilhando as práticas em saúde
nos territórios sob responsabilidade das Equipes de Saúde da Família. A presença
do nutricionista no NASF é relevante, tendo em vista o perfil epidemiológico e
nutricional do Brasil.
86
Ao olhar para a formação a partir da residência, notou-se que sua estrutura
somada ao processo de trabalho do PSF permitiu ao nutricionista aprimorar sua
formação prévia ao se aproximar e conhecer o indivíduo, sua família e comunidade.
Assim, fez o nutricionista considerar a multifatoriedade presente nesse contexto,
conseguindo compreender melhor as necessidades e dificuldades dos indivíduos,
para que por meio de sua intervenção nutricional pudesse trabalhar com a
sensibilização e empoderamento de mudanças no estilo de vida.
Além disso, o nutricionista, em conjunto com os outros profissionais, teve a
oportunidade de, a partir de vivências práticas e discussões teorias, buscar uma
intervenção integral ao indivíduo e sua família e esse fato foi potencializado pela
estrutura da RMSF que permitiu espaço protegido de formação, abrindo caminho
para novas práticas de ensino-aprendizado.
Esse espaço com grande enfoque multiprofissional promoveu intensidade na
interação entre as profissões que estavam inseridas na residência, permitindo que
os residentes aos poucos saíssem do campo médico-hegemônico pautado no olhar
fragmentado e intervencionista e percebessem a amplitude do contexto em que o
processo saúde/doença se desenrola. Assim o ato de compartilhar saberes
diversificados, as interações e trocas cotidianas entre as diferentes profissões foram
em grande parte responsáveis pela ampliação desse olhar agora voltado à
integralidade.
Diante disso, um ponto fundamental a ser trabalhado é o preparo dos
profissionais considerados facilitadores desse processo. Ao afirmar que as
residências surgiram como instrumento para minimizar a carência qualitativa dos
profissionais da saúde, ressalta-se a necessidade de mobilizar e qualificar os
facilitadores – tutores e preceptores, que devem saber considerar a multi e a
interdisciplinaridade como fundamentais para a atuação e que assumam a
responsabilidade como facilitadores no processo de formação no novo modelo
proposto pela Residência, possibilitando transformações no processo de trabalho
dos profissionais a serem formados para o SUS.
87
Outro aspecto relevante é olhar para o processo de formação desenvolvido
pelos programas de Residência Multiprofissionais em Saúde da Família e buscar
sempre o aprimoramento desse processo, seja durante seu desenvolvimento e/ou
no final de cada gestão. Pautado nesse aspecto, o fato de ouvir e promover esse
aperfeiçoamento, a partir das sugestões advindas dos envolvidos na residência,
agrega parte do caráter participativo necessário para o aprimoramento do projeto
pedagógico do programa visando desenvolver uma adequada formação.
Todas as considerações feitas até o momento não expressam a ideia de que
o nutricionista tenha de dar conta de toda complexidade presente na atenção básica.
Mas sim, fazer com que ele tenha sua formação, neste caso a partir da pós-
graduação, desenvolvida em momentos compartilhados com outras profissões, que
amplie o leque de possibilidades de atuação, vivencie novas experiências,
resultando em um somatório de conhecimentos que o fará, em novas situações, ter
um olhar integral e diferenciado somado a sua especificidade.
88
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97
ANEXOS
Anexo A - Aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa
Marcelina.
98
Anexo B – Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
de São Paulo.
99
100
Anexo C – Resposta de Revista de Nutrição demonstrando a submissão do artigo:
O nutricionista no Programa Saúde da Família: sua atuação a partir do olhar dos
profissionais de saúde.
101
APÊNDICES
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa: “Residência Multiprofissional e a formação do nutricionista para o
Programa Saúde da Família” é um estudo que tem como objetivo investigar a
formação do nutricionista a partir da Residência Multiprofissional em Saúde da
Família com vistas a sua atuação no Programa Saúde da Família.
Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária
neste estudo, que consiste em entrevista gravada. As perguntas serão feitas pela
pesquisadora responsável pelo estudo, após agendamento de local e horário,
conforme disponibilidade do entrevistado.
Você só será incluído na pesquisa após sua autorização e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As informações colhidas são de
caráter confidencial em todas as fases da pesquisa, sendo que ao serem publicadas,
resguardarão sua identificação.
Em qualquer etapa do estudo, você terá livre acesso a todas as informações
coletadas, bem como esclarecimento de eventuais dúvidas. Ressalta-se que o
consentimento para participar pode ser recusado ou retirado a qualquer momento da
realização da pesquisa, sendo que sua participação não lhe trará nenhum prejuízo,
compensação financeira ou despesa. As informações sobre o resultado da pesquisa
estarão disponíveis e serão enviados mediante a sua solicitação.
O principal investigador é a nutricionista Irani Gomes dos Santos, que pode ser
encontrada no endereço: Avenida Padres Olivetanos, nº. 57 apto 143, Vila
Esperança - São Paulo-SP; nos telefones: 11 20234413/ 11 98076710; e no e-mail:
[email protected]. Caso haja alguma consideração ou dúvida relacionada à
ética desta pesquisa, você pode entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa da UNIFESP – Rua Botucatu, 572, 1º andar, cjt 14, São Paulo–SP.
Telefone: 5571-1062, FAX: 5539-7162, E-mail: [email protected].
102
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Fui suficientemente informado (a) a respeito da Pesquisa: “Residência
Multiprofissional e a formação do nutricionista para o Programa Saúde da Família”,
por meio das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o
estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos da pesquisa, os
procedimentos a serem realizados e seus desconfortos e riscos, as garantias de
confidencialidade, e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que
minha participação é isenta de qualquer despesa.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo, e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades,
prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido com esta
pesquisa.
(Somente para o responsável do projeto)
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste entrevistado para a participação neste estudo.
________________________________
Assinatura do entrevistado Data / /
________________________________
Assinatura da testemunha Data / /
Data / /
__________________________________ Assinatura do responsável pela pesquisa
103
Ap
ên
dic
e B
– Eixo temático 1: Atuação do nutricionista no Programa Saúde da Família.
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UC
1 Hã...
eu acho
que a principal
atuação que o nutricionista poderia ter é
na promoção da saúde. Eu acho que
seria o foco principal,
mas acaba
surgindo uma dem
anda maior, hã... que
não compete... eu acho que não
competiria ao nutricionista no PSF, mas
eu acho que por falta de não ter pra onde
referenciar.
UC
2 Então eu acho que m
uitas vezes a
gente
fica
num
a situação
que
o nutricionista tem
que dar conta de tudo,
mas ele não tem o preparo pra isso.
Então por exemplo... hã.... casos de uma
síndrome m
ais rara.. hã que já seria uma
atenção de outro nível, hã...dieta ...um
a desnutrição muito grave, que não
seja
uma desnutrição prim
ária... hã... que
mais... hã... criança por exemplo com
paralisia cerebral, tem algum
as crianças
que são muito grave, dieta enteral.
UC
3 Então às vezes algum
as coisas que
se espera m
uito do nutricionista por ser
um profissional novo e a
equipe não
consegue dar suporte para aquilo, acaba
sendo dele, mas eu acho que a atuação
do nutricionista seria m
uito na promoção
e prevenção da saúde.
E1
- U
C1
- U
R1 a principal atuação que o
nutricionista poderia ter é na promoção
da saúde.
E1
- U
C1
– U
R2 demanda m
aior que não
competiria ao nutricionista no PSF, por
falta de não ter pra onde referenciar.
E1
– U
C2
– U
R3 muitas vezes a gente
fica num
a situação em que o nutricionista
tem que dar conta de tudo.
E1
– U
C3
– U
R4
se espera m
uito do
nutricionista por ser um
profissional novo
e a equipe não consegue dar suporte
praquilo, acaba sendo dele.
E1
– U
C3
– U
R5
a atuação
do
nutricionista seria m
uito na promoção e
prevenção da saúde.
E1
– U
C1
– U
R1 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1
- U
C1
– U
R2
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1
– U
C2
– U
R3
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1
– U
C3
– U
R4
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1
– U
C3
– U
R5 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1
– U
C3
– U
R4 Ausência
do profissional no PSF
104
UC
4 Outro nível.
Que
eu acho que
nutricionista até pode
dar
um...
um
suporte m
as eu acho que acaba ficando
muito que.. com... que ele fosse resolver
aquilo porque você não tem pra onde
referenciar... então ele que vai resolver.
UC
5 Hã eu acho que falando em
promoção acho que foi a atuação que
mais m
arcou que já foi mais no fim da
residência
quando
tava
com
uma
experiência, depois de já ter feito m
uito...
tentado fazer muitas
coisas
que não
deram certo... de ter feito errado. Foi
experiência de trabalhar
com oficina
culinária, com crianças bem
no sentido
da prom
oção da saúde,
que eram
crianças
que
não
necessariam
ente
tinham
algum
a... algum
a
deficiência
nutricional, algum
risco
nutricional ... e
eram crianças
que iam lá pra gente
cozinhar,
pra
gente
trabalhar
alim
entação, trabalhar
diversos
temas
envolvendo saúde infantil né.
UC
6 Que talvez
se eu tiver... no
mom
ento eu não conseguia ter.. por
causa de horário, apoio... é... a presença
de outros profissionais né, por exemplo o
psicólogo,
o TO né...
um assistente
social que reforçaria esse trabalho m
ulti
né, porque diversos temas surgiam que
extrapolavam
a
alim
entação,
como
violência, como alcoolismo, com
o evasão
escolar, que o nutricionista não tem
né
E1–
UC
4 –
UR
6 nutricionista até pode
dar um
suporte, mas acaba ficando m
uito
com ele, porque
não tem pra onde
referenciar.
E1
– U
C5
– U
R7 experiência de trabalhar
com oficina culinária, com crianças bem
no sentido da promoção da saúde.
E1
– U
C5
– U
R8 eram crianças que iam
lá pra gente cozinhar, pra trabalhar
diversos
temas
envolvendo
saúde
infantil.
E1
– U
C6
– U
R9
pode trabalhar muito
bem
a
promoção
numa
estratégia
interessante que o nutricionista dom
ina.
E1
– U
C6
– U
R10
o alim
ento na verdade
ele acaba sendo só um
a ferram
enta e
você pode trabalhar nutrição ou outros
temas.
E1
– U
C6
– U
R11
oficina culinária com
crianças, a gente fazia um vínculo bem
E1
– U
C4
– U
R6
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1
– U
C5
– U
R7 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1
– U
C5
– U
R8 Atuação
na
Promoção
e
Prevenção.
E1
– U
C6
– U
R9 Atuação
na Promoção e Prevenção
E1
– U
C6
– U
R10
Atuação na Promoção
e
Prevenção
E1
– U
C6
– U
R11
E1
– U
C5
– U
R7
Diversidade de estratégia
de educação
E1
– U
C5
– U
R8
Diversidade de estratégia
de educação
E1
– U
C6
– U
R9
Diversidade de estratégia
de educação
E1–
U
C6
– U
R10
Diversidade de estratégia
de educação
E1
– U
C6
– U
R11
105
a... esse preparo pra lidar com isso. M
as
eu acho é... foi algo que m
arcou muito
como
se pode trabalhar muito bem
a
promoção num
a estratégia interessante...
muito interessante que
o nutricionista
dom
ina né... então...o âmbito do que vai
trabalhar... o alim
ento
na verdade ele
acaba sendo só um
a ferram
enta e você
pode trabalhar Nutrição ou outros temas.
Então eu acho foi algo
que marcou
e sempre que possível eu levava para
outras... outras... outros grupos, levava
essa estratégia de oficina culinária, mas
era um grupo específico, esse de oficina
culinária com
crianças, a gente fazia um
vinculo bem
gostoso, podia trabalhar
diversos temas.
UC
7 Hã.... assim, específico que eu acho
que da Nutrição foi... são difíceis os
facilitadores
pelo fato de não term
os
nutricionista inserido, não sabem
os....não
ter muito direcionam
ento. Acho
que o
que nos ajuda são coisas maiores, por
exemplo, o
fato de
ter
uma política
nacional de alim
entação e Nutrição ... eu
acho ajuda a nortear esse trabalho.
UC
8 E até assim, não só em relação à
Nutrição aqui né... que a gente sabe que
não tá...
não tá inserida,
mas
por
exemplo de outros lugares, a gente não
sabe com
o está estruturado esse serviço
e até assim a questão da Nutrição no
próprio município na
atenção básica
gostoso, podia trabalhar diversos temas.
E1
– U
C7
– U
R12
são difíceis os
facilitadores
pelo fato de não term
os
nutricionista inserido, não sabem
os... não
ter muito direcionam
ento.
E
1 –
UC
8 –
UR
13 questão da nutrição no
próprio m
unicípio na atenção básica, ela
é m
uito desarticulada, a gente não tem
sistem
a de vigilância nutricional.
E1–
UC
8 –
UR
14 a gente não tem
um
direcionam
ento da atenção básica, num
tem por onde a gente começar
a
Atuação na Promoção
e
Prevenção
E1
– U
C7
– U
R12
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
Nutricionista.
E1–
U
C8
– U
R13
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E1
– U
C8
– U
R14
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
Diversidade de estratégia
de educação
E1
– U
C7
– U
R12
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF
E1
– U
C8
– U
R13
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
E1
– U
C8
– U
R14
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
106
como
um todo, ela é muito ainda
desarticulada, a gente não tem
sistema
de
vigilância
nutricional,
que
por
exemplo, os outros municípios, as outras
residências a gente sabe que era a base
de trabalho, e quando nós falávamos que
a gente não tinha SISVAN, os
outros
residentes
falavam Eh como vocês
trabalham
? A gente trabalha da form
a que a gente quer. E
era ... e essa é a
verdade, a gente trabalha
achando...
trabalhou achando que assim daria certo,
foi muito interessante foi um
trabalho
conjunto né... acertam
os algum
as coisas,
erram
os muitas outras né... mas eu acho
que isso é o que pega... a gente não tem
um
direcionam
ento,
nossos
direcionam
entos são m
uito m
acros né...
da atenção básica, que viria da CGPAN,
mas do
município a gente não tem
orientação nenhum
a, num tem
algo que
por
exemplo pudesse
ir na atenção
básica do município, na secretária, e
falar tá.. o que... por onde a gente
começa a
Nutrição? A gente não tem
essa referência.
Nutrição.
nutricionista.
E2
UC
9 Bom
o nutricionista... é, na Unidade
Básica de Saúde de Família tem
diversas
áreas
de atuação. Ela vai... atua em
grupos
educativos, trabalhando com a
promoção,
com
prevenção
de
doenças...é.... pode trabalhar na parte
ambulatorial...vai...
ela tem... é ...a
oportunidade de conhecer a casa do
E
2 –
UC
9 –
UR
15 o nutricionista, na
Unidade Básica de Saúde de Fam
ília tem
diversas áreas de atuação.
E2
– U
C9
– U
R16 ela (NUTRICIONISTA)
atua em grupos educativos, trabalhando
com a promoção, com prevenção de
doenças.
E
2 –
UC
9 –
U
R1
7 ela
tem
a
E
2 –
UC
9 –
UR
15 V
isão
ampliada
de cenários de
atuação.
E2
– U
C9
– U
R16
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E2
– U
C9
- U
R17
E2
– U
C9
– U
R16
Diversidade de estratégias
de educação.
107
paciente, conhecer ...é, como que ele tá
inserido, quais são as dificuldades que
ele tem pra aderência do tratamento.
Então isso eu acho m
uito bom
pra.. pra
gente ter uma visão m
ais ampla, né. Não
só ali no consultório dando só um
..um
enfoque, então a gente pode ter outro
tipo de abordagem
na... no P
SF com
o
nutricionista.
UC
10 Acho que eu achei...
gostei
bastante do...da atuação né..., tem
vários... tem vários leques de atuação
né, e não só na parte específica, então a
gente pode ver é ... ver em
relação a
outras áreas como é que a gente pode
atuar, pensar em
não ficar só atuando na
nossa área, mas em
ações de promoção
de saúde, não só muito específico
na
área de Nutrição.
UC
11 Acho que um
dos
pontos
mais
fortes foram os grupos multiprofissionais
que
nós
desenvolvem
os,
seja
pro
diabético,
pro desnutrido. Então por
exemplo é.... o grupo de desnutrição...
então a gente fez todo um trabalho que
envolveu a enferm
agem
, que
envolveu
os auxiliares, que envolveu os médicos
de triagem
dessas crianças. Aí depois
é... foi feito um levantamento de quais
eram as desnutridas, quais não eram e
foi feito um grupo.. de ...m
ultiprofissional
com médico, enfermeira, a gente se
atualizou, um
trocou inform
ação com o
oportunidade de conhecer a casa do
paciente, como ele tá inserido, quais são
as
dificuldades
pra
aderência
do
tratam
ento.
E2
– U
C10
–
UR
18 tem vários, tem
vários leques de atuação.
E2
– U
C10
– U
R19
a gente pode ver em
relação a
outras áreas como é que
a
gente pode atuar em ações de promoção
de saúde, não só muito específico
na
área de Nutrição.
E
2 –
UC
11
–
UR
20
o grupo de
desnutrição... então a gente fez todo um
trabalho que envolveu a enferm
agem
, os
auxiliares,
os
médicos,
de triagem
dessas crianças.
E
2 –
UC
11 –
UR
21 É grupo de diabetes,
os médicos não sabiam informar m
uito
bem
a respeito da dieta, a gente ia e
inform
ava,
isso já ia capacitando o
médico que já estava ali presente.
Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
E2
– U
C10
– U
R18
Visão
ampliada
de cenários de
atuação.
E2
– U
C10
–
UR
19
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E2
– U
C11
–
UR
20
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E2
– U
C11
–
UR
21
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
108
outro, trocamos experiências e fizem
os o
grupo
né...
e depois
teve
acompanham
ento das crianças. É grupo
de diabetes, então é... os médicos não
sabiam inform
ar m
uito bem
a respeito da
dieta, ...a gente ia e inform
ava é... o
pessoal a respeito da dieta adequada ...
isso já ia capacitando o m
édico que já
estava ali
presente, a
dentista falava
algum
a coisa, a gente já capacitava ali,
então a gente tinha muito conhecimento.
UC
12 É... nas visitas dom
iciliares a gente
pode ajudar
as
pessoas
acamadas
com...
melhorando
a higiene
do...
daquele alim
ento que era preparado...é,
orientando o volume, orientando.... deixa
eu
ver
....
orientando
volume.......
orientando os tipos de
alim
entos mais
adequados.
UC
13 Teve o grupo também
de.. pra
perder peso, que o pessoal ficava m
ais
motivado pra perder peso ....é... a gente
teve um cardápio pra cada um, cada um
também
passou
em
consultas
individuais, onde o grupo m
ulti tam
bém
participava.
E2
– U
C12
–
UR
22 nas
visitas
dom
iciliares,
melhorando
a
higiene
daquele alim
ento, orientando o volume,
os tipos de alim
entos mais adequados.
E2
– U
C13
– U
R23
um
grupo pra perder
peso
teve
um
cardápio,
consultas
individuais, onde o grupo m
ulti tam
bém
participava.
E2
– U
C12
–
UR
22
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E2
- U
C13
–
UR
23
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E2
– U
C12
–
UR
22
Diversidade de estratégias
de educação.
E2
– U
C13
–
UR
23
Diversidade de estratégias
de educação.
E3
U
C14
Eu acho que principalmente né..
pensando em S
aúde da Fam
ília tem
...
tem que pensar em
promoção da saúde
né... em
prevenção de doenças não...não
só focado
em atendimento.... como se
fosse um atendimento am
bulatorial e não
E3
– U
C14
– U
R24
em Saúde da Fam
ília
tem que pensar em
promoção da saúde,
prevenção de doenças.
E
3 –
UC
14 –
UR
25 não só focado em
atendimento com
o se fosse ambulatorial
e não trabalhar grupo educativo, visita
E3
– U
C14
–
UR
24
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E3
– U
C14
– U
R25
Visão
ampliada
de
cenários de atuação.
109
trabalhar grupo educativo, não trabalhar
visita dom
iciliar, envolver
a família,
envolvendo é... outros profissionais que
também
trabalhem
na unidade, e...mas
eu acho
que
... que basicamente é..é
voltar mesm
o pra promoção da saúde,
pra conseguir
tratar
né,
educar
e...,
orientar
antes
que a pessoa seja
acometida por... por algum
agravo.
UC
15 É difícil escolher...tá...eu acho que
eu vou pegar como exemplo um grupo
educativo
que
..
que
eu
sempre
desenvolvia que .. que foi um
grupo ...
que não teve durante um
bom
tempo
durante a residência, que era o grupo de
pacientes
que... que
começaram a
passar comigo em consulta pra perda de
peso, o foco principal era pra perda de
peso,
alguns
tinham
outras
coisas
associadas,
né...dislipidem
ia
né
hipertensão, mas o foco m
esm
o era a
mudança da alim
entação pra perda de
peso.
Então é....então
a gente né,
desenvolvia esses grupos mensais né,
tinha um retorno legal, era um grupo... os
grupos a gente percebia no posto que
não tinha um retorno dos pacientes, os
pacientes
não frequentavam... ia um
a vez e não voltava m
ais e esse grupo foi
um grupo que se m
anteve né... eu acho
que seis, sete m
eses a gente conseguiu
dar andam
ento nesse grupo. Não sei se
era o que você queria ouvir....
dom
iciliar, envolver
a família,
outros
profissionais que trabalhem
na unidade.
E3
– U
C14
– U
R26
voltar mesm
o pra
promoção da saúde, pra conseguir tratar,
educar e orientar antes que a pessoa
seja acometida por algum
agravo.
E3
– U
C15
– U
R27
os grupos no posto
não tinham
um retorno, os pacientes não
frequentavam, esse grupo pra perda de
peso foi um
grupo que se m
anteve, a
gente conseguiu dar andamento.
E3
– U
C14
–
UR
26
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E3-
U
C15
–
UR
27
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E3
- U
C15
–
UR
27
Diversidade de estratégia
de educação
110
E4
U
C16
Eu acho que na minha concepção
é... a atuação do
nutricionista é na
prevenção né... acho
que dentro do
modelo do PSF que já existe com as
prioridades, é tá atuando mesm
o em
ações
de
alim
entação,
segurança
alim
entar,
mas
principalmente
em
prevenção e promoção, não só a questão
curativa. Porque eu acho que a questão
curativa ela vem
, a dem
anda, ela chega
na.. na unidade, mas m
inha concepção o
nutricionista tem
que ser um agente que
busca é... ações
preventivas
e buscar
aquelas
pessoas
também
que não
chegam
ao serviço. E dentro da estrutura
que já tem
na saúde da família eu acho
se insere muito bem
né...é... com a
gestante, com crianças, com
idosos, com
acamado, isso a gente é... já se insere
com m
uita facilidade. Mas eu acho que
nutricionista tem que estar trabalhando
principalmente com
prevenção.
UC
17 Uma situação que eu desenvolvi...
há... eu acho que foi a questão do grupo
de papas né, pra m
im foi m
uito forte isso,
porque a mãe ela tem... tinha muita
dificuldade em
trabalhar realmente é...
com que o m
édico ou enferm
eiro falava...
e ela tinha dificuldade de
viver aquilo
concretamente, ou seja, ver o alim
ento,
qual alim
ento vai colocar, e às vezes a
escolaridade tam
bém
dificulta porque ela
não consegue é... ver mentalmente a
E
4 –
UC
16
– U
R28
a atuação do
nutricionista é na prevenção, atuando
mesmo em
ações
de alim
entação,
segurança alim
entar, m
as principalmente
em prevenção e prom
oção, não só a
questão curativa.
E4
– U
C16
– U
R29
o nutricionista tem
que ser um
agente que busca
ações
preventivas e buscar aquelas
pessoas
também
que não chegam
ao serviço.
E4
– U
C16
– U
R30
nutricionista tem
que
estar
trabalhando principalmente com
prevenção.
E4
– U
C17
– U
R31
a gente fez junto as
papas, foi muito construtiva, a questão
educativa a gente conseguiu fazer junto
com aquelas
pessoas, não ficar
só
falando, transferindo o conhecimento.
E4
– U
C16
–
UR
28
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E4
– U
C16
–
UR
29
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E4
– U
C16
–
UR
30
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E4
– U
C17
–
UR
31
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E4
- U
C17
–
UR
31
Diversidade de estratégias
de educação.
111
coisa abstrata... sabe a papinha, qual é a
consistência,
qual
tempero que eu
coloco.. então eu acho que o grupo
quando a gente fez junto as papas, eu
acho que foi uma coisa m
uito construtiva,
então a questão educativa a gente
conseguiu fazer
junto com aquelas
pessoas,
não
ficar
só
falando,
transferindo o conhecimento. A gente
acha que transfere m
as muitas vezes ele
não chega pra ... pra pessoa que precisa
realmente assimilar aqui.
Então o que
ficou m
uito forte pra m
im foram esses....
esse grupo né, com
mães. Acho que é só
isso.
UC
18 Bom
, não sei
se é essa a
resposta... m
as o que m
e facilitou m
uito
eu acho que foi é... o próprio... a própria
estrutura
do
posto
de
saúde,
os
pacientes já cadastrados é... os agentes
comunitários que já tinham
essa... um
olhar né, eles já conseguiam enxergar
essa dem
anda. Eu acho que isso é..é...
facilitou bastante minha atuação. Quando
eu entrei
na unidade apesar
das
dificuldades
que a gente teve... mil e
umas... mas
eu acho
que ter aquela
população pronta pra né... eu m
e senti
assim é... é com
o se eles tivessem
me
aguardando
né...
quer
dizer
as
dem
andas
estavam
ali
prontas, os
pacientes
estavam ali, a facilidade de
você chegar nas casas.
E4
– U
C18
– U
R32 o que facilitou foi a
própria estrutura do posto de saúde, os
agentes comunitários que já tinham
um
olhar, eles
conseguiam enxergar essa
dem
anda.
E4
– U
C18
– U
R33
ter aquela população
pronta,
como se eles
tivessem
me
aguardando, as dem
andas, os pacientes
estavam ali, a facilidade de você chegar
nas casas.
E4
– U
C18
–
UR
32
Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
E4
– U
C18
–
UR
33
Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
112
E5
UC
19 Acredito assim né, nutricionista
na... em
Saúde da Fam
ília no caso daria
pra trabalhar muito com
a prevenção e
é... porque um... é exatamente uma área
assim né, que a gente tenta evitar que a
pessoa
piore
digam
os
assim,
com
educação alim
entar e tudo m
ais, pra não
ter que trabalhar com reabilitação.
UC
20 M
as com
o em Saúde da Fam
ília a
gente acaba abordando tudo então você
acaba
trabalhando
com
prevenção,
reabilitação digam
os
assim né, até
mesmo
com
abordagem
multiprofissionais né,
então dá pra
trabalhar com...com
os outros mem
bros
da equipe, não precisa ficar só focado só
na Nutrição e m
as eu acho... eu acredito
que o principal mesmo é essa parte de
prevenção mesm
o pra evitar possíveis
danos posteriores digam
os assim.
UC
21 Acho que seria mais assim, por
exemplo os.. os grupos que a gente fazia
né, tanto pro ... um que foi m
uito bom
foi
do... com os agentes comunitários que a
gente...
que até no caso daria pra
aproveitar
o mom
ento
pra esclarecer
algum
as
dúvidas
deles
até mesm
o porque eles são... é... como se diz ...
quando
distribuem
a
ideia...
é...
multiplicadores
isso,
porque
muitas
vezes você via que eles tinham
algum
as
dúvidas
mas não tinham
pra quem
E
5 –
UC
19 –
UR
34 em Saúde da Fam
ília
daria
pra
trabalhar
muito
com
a prevenção.
E5
– U
C19
– U
R35 é exatamente um
a área que a gente tenta evitar que a
pessoa piore com educação alim
entar
pra não trabalhar com reabilitação.
E5
– U
C20
– U
R36
Saúde da F
amília
você acaba trabalhando com prevenção,
reabilitação
até
mesm
o abordagens
multiprofissionais.
E5
– U
C20
– U
R37
dá pra trabalhar com
os
outros
mem
bros
da equipe,
não
precisa ficar só focado na Nutrição.
E
5 –
UC
21 –
UR
38 eles tinham
dúvidas,
mas não
tinham
pra
quem
perguntar,
esses
grupos educacionais ajudavam
muito na questão de desvendar tabus.
E
5 –
UC
19
– U
R34
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E5
– U
C19
–
UR
35
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E5
– U
C20
– U
R36
Visão
ampliada
de cenários de
atuação.
E5
– U
C20
–
UR
37
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E5
– U
C21
–
UR
38
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E5
– U
C21
–
UR
38
Diversidade de estratégias
de educação.
113
perguntar,
então
esses
grupos
educacionais que a gente fazia, tanto
para eles quanto m
esm
o pra população,
ajudava m
uito na ... nessa questão de
desvendar
tabus,
digam
os
assim...
porque antes
eles
não tinham
pra
quem
...
pra quem
perguntar, num
a consulta médica ou num
a consulta de
enferm
agem
é... o tem
po era m
uito curto
então não dava tempo
de tirar essas
dúvidas, então seria uma... uma... uma
atuação assim que seria bom pro
nutricionista ta desenvolvendo.
UC
22 Nas
consultas
também acho
interessante apesar de
ser um
a coisa
mais individualizada, não dá pra atender
a população tão grande assim, mas para
aquela pessoa, eu acho que você tá
ajudando bastante,
você vê que a
mudança de hábitos dela é m
uito m
ais
fácil,
porque ela passa a entender o
porquê ela tem
que fazer aquilo, não é só
aquela coisa de entregar um
a listinha e
olha só pra isso, e você que se vire, se
não m
elhorar, o problema é seu, porque
você que tá com
a doença. Então pelo
menos
você consegue atender
e...e
ajudar m
ais a pessoa e fazer com que
ela fique mais esclarecida.
UC
23 E
ntão.. dem
orou... o fato de não
ter o nutricionista na.. na U
nidade m
eio
que, digam
os assim, não que atrasou,
mas que uma coisa que a gente poderia
E5
– U
C22
– U
R39
Nas consultas para
aquela pessoa, você vê que há m
udança
de hábitos, ela passa
a entender
o porquê ela tem
que fazer aquilo.
E5
– U
C22
–
UR
40 pelo menos você
consegue atender, ajudar a pessoa
e fazer com que ela fique mais esclarecida.
E5
– U
C23
– U
R41
não ter o nutricionista
na unidade a gente teve que fazer com
nossos próprios passos.
E5
– U
C22
–
UR
39
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E5
– U
C22
–
UR
40
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E5
– U
C23
–
UR
41
Com
preensão pouca clara
da
atuação
do
nutricionista.
E5
– U
C23
–
UR
41
Ausência do profissional
no PSF.
114
já pegar andando, a gente teve que
começar fazer com os nossos próprios
passos
digam
os
assim, então isso foi
dificultadores mesm
o.
UC
24 Deixa eu ver de dificultador.... não,
porque você... a receptividade pra esse
profissional foi tão boa que eu acho todo
mundo queria ajudar
pra que desse
certo, então, queria m
uito que ficassem
essas
coisas, então acho que tudo
acabou em outros sentidos foi... foi na
verdade um facilitador, a boa recepção
da unidade tudo e tal, mas eu acho que
era mais isso mesm
o a falta de... de
contato com
esse profissional, então ao
mesmo
tempo que
todo mundo queria
passar em
consulta é..... você ficava
muito presa a isso, a m
ais só consulta,
não vou ter
que
partir pras
outras
atividades
também
, mas
por
não ter
ninguém
que guiasse você, tem que ir...
ir fazendo seu cam
inho sozinho m
esm
o,
então
acho
tendo
um
profissional
ajudaria bastante, eu acho que foi o
maior dificultador que teve no caso.
E5
– U
C24
– U
R42
eu acho que era a
falta de contato com esse profissional,
todo m
undo queria passar em
consulta,
ficava muito presa a isso.
E5
– U
C24
–
UR
42
Com
preensão pouca clara
da
atuação
do
nutricionista.
E5
– U
C24
–
UR
42
Ausência do profissional
no PSF.
E6
U
C25
É... a atuação do nutricionista é
importante pra começar. Eu acho que
hoje em dia eles não estão .. não estão
inseridos
em alguns
Estados, aqui no
Paraná eles estão inseridos por exem
plo,
ai não, mas é... eu acho que ele tem
um
papel fundam
ental principalmente na é ...
pra com
eçar dá pra ver pelas prioridades
E6
– U
C25
–
UR
43
atuação do
nutricionista é importante pra começar,
dá pra ver pelas prioridades que o PSF
estabelece que é Diabetes, Hipertensão,
obesidade, essas coisas que tem
tudo a
ver com o trabalho do nutricionista.
E6
– U
C25
–
UR
43
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
115
que o próprio PSF estabelece que é
Diabetes,
Hipertensão,
essas...é
obesidade essas coisas que tem
tudo a
ver com o trabalho do nutricionista
UC
26 e eu acho que a nutricionista é
importante tam
bém
porque é... pra ajudar
a população desde o começo da
alim
entação,
a
gente
vê
muita
obesidade, eu trabalhei bastante com
a
obesidade na infância e na adolescência,
então a gente vê que os pais não sabem
é...introduzir a alim
entação, não sabe
é.... lidar com a criança quando precisa
estabelecer lim
ites pra... pra essa criança
se alim
entar, então ai começa haver um
... um
a distorção alim
entar desde da... da
infância que fica bastante difícil
de
reverter antes, e... é depois quer dizer
UC
27 e acho que m
esm
o pra auxiliar os
enferm
eiros, os
médicos
em muitas
outras
doenças
que
não
são
tão
abrangentes, m
as a gente viu diversos
casos particulares é... é m
uito im
portante
a inserção do nutricionista principalmente
em atuação com
equipe m
ultidisciplinar
que se pudesse contar com um psicólogo
também
seria
bastante importante pra
essa troca do nutricionista com o
psicólogo com
o fonoaudiólogo.
UC
28 Bom
, eu falei desse grupo de
crianças e adolescentes obesos é... foi
muito importante esse contato com
eles,
E6
– U
C26
–
UR
44 nutricionista é
importante
também
pra
ajudar
a população
desde
o
começo
da
alim
entação.
E6
– U
C27
– U
R45
(NUTRICIONISTA)
pra auxiliar os enfermeiros, os médicos
em m
uitas outras doenças que não são
tão abrangentes.
E
6 –
UC
27 –
UR
46 im
portante a inserção
do nutricionista em atuação com
equipe
multidisciplinar.
E
6 –
UC
28 –
UR
47 grupo de crianças e
adolescentes
obesos,
eu
acabei
percebendo as
falhas
nessas
relações
E6
– U
C26
–
UR
44
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E6
– U
C27
–
UR
45
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E6
– U
C27
–
UR
46
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E6
– U
C28
–
UR
47
Evidências de atuação na
perspectiva
116
eu acabei percebendo que é... as falhas
que
existiam
ali
nessas
relações
familiares e com
o é que o nutricionista
podia ajudar é..... eu acho que é claro
que nessa atuação eu acabei superando
o papel de nutricionista até pra m
e tornar
é ...um
... ter um pouco até de psicologia
com essas crianças, mas de qualquer
form
a é... eu notei a importância dessa
interação com
a... com essas crianças.
UC
29 Tam
bém
é outro... outro grupo que
eu acabei fazendo com a enfermeira
Maressa é.. a gente fez
um trabalho
com...é...
com
crianças
que
ainda
estavam am
amentando
e crianças que
....m
ães
que estavam introduzindo a
alim
entação e...e foi legal que em alguns
casos eu tive retorno disso, de m
ãe que
agradeciam
porque os filhos tavam é...
passando a com
er melhor, simplesm
ente
por ter esse apoio do nutricionista é...
direcionando e auxiliando essa m
ãe a ...
a melhorar a relação alim
entar
da
criança.
UC
30 B
om eu acho que facilitador é...
uma coisa que eu encontrei, vou falar
uma coisa que dificultou que eu acho que
facilitaria se houvesse, é eu acho que
facilitaria se houvesse nutricionistas nas
Unidades
pra am
parar na hora do
trabalho que não é m
ulti que é o trabalho
individual dos...das nutricionistas, é isso
seria
essencial
porque
em
muitos
familiares e como
o nutricionista podia
ajudar.
E
6 –
UC
28 –
UR
48 eu acabei superando
o papel de nutricionista até pra ter um
pouco de psicologia com
essas crianças.
E6
– U
C29
– U
R49
em alguns casos as
mães
agradeciam porque os
filhos
estavam passando a comer m
elhor, por
esse apoio do nutricionista auxiliando a
melhorar a relação alim
entar da criança.
E6
– U
C30
– U
R50
os dois (enferm
agem
e odontologia) estavam
inseridos
e a
Nutrição não, então nesses mom
entos
que eu tinha que fazer o trabalho sozinha
eu ficava perdida.
interdisciplinar.
E6
– U
C28
–
UR
48
Evidências de atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E6
– U
C29
–
UR
49
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E6
– U
C30
–
UR
50
Com
preensão pouca clara
da
atuação
do
nutricionista.
E6
– U
C30
– U
R50
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
117
mom
entos é...o pessoal que tá... com
o na m
inha equipe eu só tinha, eu tinha
poucas
outras
profissionais e
eram
dentista
e
só
enferm
eira,
acabou
acontecendo que os
dois estavam
inseridos e a Nutrição não, então nesses
mom
entos
que
eu tinha que fazer o
trabalho sozinha eu ficava perdida então
o que
facil... um
facilitador seria ter
alguém
da área que pudesse auxiliar é...
outro facilitador eu acho que exatamente
a presença da equipe m
ulti que foi muito
importante desenvolver o trabalho, a
gente viu a equipe crescer junta é..., a
gente viu as diferenças pessoais serem
reduzidas
e o trabalho ir melhorando
gradativam
ente, mas eu acho que outro
facilitador também
é a própria equipe que
recebe, a própria unidade ser receptiva,
o que a gente não teve m
uito bem
lá na
unidade que a gente estava é....eu acho
que isso é um
facilitador, você levar
equipes pra unidades
que
estejam
realmente dispostas
e pra...
e pra
equipes lá da Unidade que também
estejam dispostas
a receber
esses
residentes.
UC
31 então facilitou a presença da
equipe multi, eu tinha m
uita integração
com a M
aressa e isso foi um
ponto de
apoio fundam
ental é...
eu acho que
outras coisas que facilitaram
foi a relação
que eu desenvolvi com
alguns pacientes,
que eu consegui estabelecer lá dentro
E6
– U
C31
– U
R51
um ponto de apoio
fundam
ental
foi
a relação que eu
desenvolvi com alguns
pacientes, até
com alguns
profissionais da própria
unidade.
E6
– U
C31
–
UR
52
Elas
(ACS)
requisitavam bastante, traziam
muitos
E6
– U
C31
–
UR
51
Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
E6
– U
C31
–
UR
52
Atuação na Promoção
e
118
é..., até com alguns
profissionais da
própria unidade,
fiz am
igos
e .. e
consegui ter um
trabalho m
ais produtivo,
eu senti que tam
bém
da segunda equipe
que eu trabalhei as
próprias
agentes
comunitárias elas ... elas tinham... elas
davam uma importância pro trabalho da
nutricionista então isso foi um
ponto que
facilitou
bastante,
elas
requisitavam
bastante, elas levavam essa m
ensagem
de que tinha nutricionista disposta...
disponível na U
nidade pra população e
elas
traziam
muitos
casos
e queriam
é...que a gente agendasse consultas.
Então essa segunda...
as
agentes
comunitárias da segunda equipe tam
bém
foi..foi um facilitador.
UC
32 eu vi que outras equipes em
outras
unidades cresceram
muita mais que
a gente, porque tinham
é... porque era uma
equipe
mais distribuída, um
a unidade
mais receptiva, que abriu m
ais espaço, a
gente teve toda dificuldade com a
gerente da
nossa
equipe que também
teve um problema de saúde, então ela
era muito ausente ela não... nunca se
posicionou é... pra tentar abrir um
espaço
melhor pra gente na unidade.
UC
33 Eu acho que tam
bém é... precisa...
o que... o que eu daria de sugestão eu
acho que precisa também
, o papel...
assim difundir
melhor
o papel
do
nutricionista dentro é
...
dentro dos
casos e queriam
que a gente agendasse
consultas.
E
6 –
UC
32 –
UR
53 a gente teve toda
dificuldade com a gerente da nossa
equipe, que nunca se posicionou pra
tentar abrir um espaço m
elhor pra gente
na unidade.
E6
– U
C33
– U
R54
os profissionais não
conheciam
o m
eu trabalho lá dentro e
não aproveitavam de mim o que eles
poderiam
aproveitar.
Prevenção.
E6
– U
C32
–
UR
53
Com
preensão pouca clara
da
atuação
do
Nutricionista.
E6
– U
C33
–
UR
54
Com
preensão pouca clara
da
atuação
do
nutricionista.
E6
– U
C32
- U
R53
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
E6
– U
C33
–
UR
54
Ausência do profissional
no PSF.
119
próprios...
da própria unidade, com os
próprios profissionais da unidade, porque
taí, era mais um
a dificuldade que eu
sentia,
que
os
profissionais
não
conheciam
o m
eu trabalho lá dentro e
não aproveitavam de mim o que eles
poderiam
aproveitar, porque eu é... eu
acabava, sabe
eu... chegou um
pouco
que
aconteceu
um
dia
de
uma
enferm
eira ir perguntar um
a coisa de
alim
entação para filha dela pro outro
médico, ao invés de perguntar pra m
im.
Então sabe, qual é o
problema? Será
que é a credibilidade? A falta de
conhecimento? Eu eu acho que poderia
haver essa é... conscientização m
elhor,
talvez tentar de algum
a form
a é.. m
ostrar
melhor o trabalho do nutricionista, eu
acho que isso não
depende só do
residente, depende de quem
tá guiando,
depende das próprias é... dos próprios
tutores
é... das
outras
categorias
até
como é que eles estão vendo o trabalho
dos outros profissionais que não o dele,
pra ele poder dentro da unidade dele
também
é colocar a importância dos
outros.
E7
UC
34 Bom
..é, eu vejo assim que o... a
minha
concepção
até
mesm
o
por
trabalhar na residência, aquela questão
da integração de toda a... de todas as
áreas
né... no caso da nossa, teve
dentista, enferm
eira e a nutricionista.
Então vamos
dizer
assim,
antes
da
E7
– U
C34
– U
R55
Então eu vejo que
todos
têm um
trabalho complem
entar
voltado pra saúde.
E7
– U
C34
– U
R56
a área de atuação é
a m
esm
a da nossa, atuação na forma de
preferência preventiva.
E7
– U
C34
–
UR
55
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7
– U
C34
–
UR
56
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
120
residência eu tinha uma
visão, mas
depois até m
esmo por trabalhar com ela,
a visão é.. m
udou né, até m
esmo com...
até mesm
o em
relação
a minha
área.
Então eu vejo que todos
têm um
trabalho,
vamos
dizer
assim,
é complem
entar, claro que voltado pra
saúde né. Então a.... área de atuação é,
até m
esmo por essa visão eu acho que é
a m
esma da nossa, atuação no que ...na
form
a de é... de preferência preventiva,
né, de fazer as..as orientações com o
grupo, com a com
unidade e tudo isso...
a...e acho que tudo que abrange o... o
que abrange no
PSF, as...as
visitas
dom
iciliares, as consultas individuais, o
trabalho com ... com cada indivíduo e
com a fam
ília com
o um todo né, porque
só o trabalho com
o indivíduo sozinho a
gente... bom
...pelo m
enos o que eu vi...
não dava um resultado se não tiver todo
o apoio familiar, né, então a área de
atuação eu vejo que é essa, vam
os dizer
assim, a m
esm
a que seria de todos os
outros...
outros
profissionais,
tanto
médico, enferm
eiro, dentista e
como
o nutricionista e com
o outras as áreas que
trabalhou junto.
UC
35 É...
bom
...
o que que eu
presenciei... é como eu respondi na
prim
eira pergunta...
a gente estava
sempre bem
envolvida né, então sempre
que nós
fizem
os
o..os
grupos
de
orientações,
o
que
acabava
E7
– U
C34
–
UR
57 orientações
com
grupo, comunidade e tudo que abrange
no PSF, as visitas dom
iciliares, consultas
individuais, o trabalho com
indivíduo e a
família como um
todo.
E7
– U
C34
– U
R58
área de atuação eu
vejo que é a m
esm
a que seria de todos
os outros profissionais.
E7
– U
C35
–
UR
59 a gente estava
sempre bem
envolvida,
sempre que
fizem
os
os
grupos
de
orientações, a
gente acabou integrando todas as áreas
juntos.
E7
– U
C35
– U
R60
acabava até que de
E7
– U
C34
– U
R57
Visão
ampliada
de cenários de
atuação.
E7
– U
C34
–
UR
58
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7
– U
C35
– U
R59
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E7
– U
C35
–
UR
60
121
acontecendo, até mesmo pelo form
ato da
residência,
mas
a gente
acabou
integrando todas as
áreas juntos
né,
então o... ah... eu via a dem
onstração...
como a gente estava m
ais junto... eu não
tive
não
tive
a
oportunidade
de
acompanhar ela em consultas individuais
e tudo né....m
as
sempre que a gente
fazia as atividades coletivas ou as visitas
dom
iciliares
eu presenciava a atuação
dela no... no sentido da orientação
mesmo, do... de correr as inform
ação e
ter orientação tanto pra fam
ília né... nas
visitas dom
iciliares quanto nos grupos de
orientações
que nós
fazíam
os tudo
juntos
acabava...acabava até que...é....
de tanta integração que tinha que ela
falava da nossa área e a gente sabia
falar dela... até m
esm
o quando...quando
não estávamos juntos. Então isso é uma
coisa
importante,
porque
nós,
profissionais da saúde, também
através
da...das conversas que nós tínham
os em
reuniões
acabam
os...
acabam
os...
incorporando
dentro
das
nossas
orientações
ou orientações
que ela
passava pra gente ... então eu acho... eu
vejo
assim
que...
vamos
dizer
assim....é...
a atuação
dela que
eu
vivenciei
tanto com a comunidade,
quanto pra nós, profissionais da saúde,
nesse sentido, vam
os dizer... eu uso até
hoje.
UC
36 Eu não sei se é exatamente isso,
tanta integração, ela falava da nossa
área e a gente sabia falar dela até
mesmo quando não estávam
os juntos.
E7
– U
C35
– U
R61
nós, profissionais da
saúde, também
através das conversas
que
nós
tínham
os
em
reuniões,
acabam
os
incorporando
dentro
das
nossas orientações, orientações que ela
passava pra gente.
E7
– U
C36
–
UR
62 grupo com as
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7
– U
C35
–
UR
61
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E7
– U
C36
–
UR
62
E7
– U
C36
–
UR
62
122
mas o .. o assim... um
a coisa que eu
lembro assim... que..é... foi legal que a
gente fez... foi... a ...é...quando a gente
fez a...o grupo com
as crianças que.. que
levamos os
alimentos
e tudo
né... e
vamos dizer assim, dávamos pra criança
pra ela pegar, vam
os dizer assim é..., é
entre aspas conhecer melhor o alim
ento
né, ou as frutas, no caso eram as frutas,
porque geralmente que ..o que a gente
mais vê... é assim... crianças comendo
é.... doces
ou outras
coisas
que não
tem...
não
são
tão
aceitáveis
nutricionalmente. Mas aí a gente acabou
apresentando...
apresentando
né...
dessa form
a as
frutas
pra elas
então
pegando, tendo esse contato né.. vamos
lá é levar
banana.. tudo, lavava as
frutas... e aí depois vam
os todo m
undo
comer
junto,
descascar
laranja,
descascar mexerica, tudo esses coisas,
então comer...
todo mundo...até nós
também
tava... estávamos junto com
as
crianças
também
... tudo ... né, pra
criança
sentir,
pegar,
sentir...nas
escolas...ah.... nas escolas nós fizerm
os
isso também
de pegar no... um
dia
depois do.. que elas comeram, vamos
pegar o que tinha.... tinha laranja, aí nós
fomos todo mundo junto lá... pegar ...
abrir a m
exerica tudo.. comer.. abrir pras
as crianças... então foi uma atividade que
eu achei que foi m
uito legal que envolveu
todo m
undo e que ... e que deu pra ver
também
que as
crianças
também
...
crianças que levamos os alim
entos foi
uma atividade que foi muito legal, que
envolveu todo o m
undo e que deu pra
ver também
que
as crianças gostaram
também
bastante.
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
Diversidade de estratégias
de educação.
123
assim não sei...
até
mesm
o pelo
incentivo que tava de... tá todo m
undo
fazendo aquela....a mesma coisa ali..
deu pra ver que elas gostaram tam
bém
bastante.
E8
UC
37 Acho que nutricionista pode
complem
entar né, uma abordagem
mais
ampla do... das pessoas que procuram a
unidade de saúde, já que a proposta da
unidade de saúde é focar na atenção
básica né, de que ele tem, tem como
somar isso.
UC
38 Uma abordagem
mais ampla para
as pessoas, porque hoje na U
nidade de
Saúde da Fam
ília é m
édico, enferm
eiro,
auxiliar e o agente com
unitário né, é uma
abordagem
já ampla, mas ninguém
ainda
tem a form
ação que o nutricionista tem
pra conseguir tam
bém
né, pegar essa...
essa área dele, saber abordar. Eles
sabem
... é orientações básicas né, mas
tem coisas que... por exem
plo, como eu
já... já... já atuei junto
a Cris, que é
nutricionista também
, eu vi,
aprendi
bastante coisa além, eu já vi abordagem
só dos
profissionais da saúde da
Unidade de Saúde da Fam
ília e já vi uma
abordagem
com a Cris
participando
também
, com a nutricionista participando
e é diferente né. Eu acho que isso é uma
coisa que ainda tem
que...a gente ainda
tem que estudar m
elhor e ainda tem
que
certificar
melhor, ver
que tipo
de
E8
– U
C37
–
UR
63 nutricionista pode
complementar, um
a abordagem mais
ampla.
E8
– U
C38
–
UR
64 Uma
abordagem
mais ampla pras pessoas, porque hoje
na unidade de saúde da fam
ília é uma
abordagem
já ampla, mas ninguém
ainda
tem a form
ação que o nutricionista tem
pra conseguir pegar essa área dele,
saber abordar.
E8
– U
C38
– U
R65
eu já vi abordagem
só dos
profissionais da saúde da
Unidade de Saúde da Fam
ília e vi um
a abordagem
com
a
nutricionista
participando e é diferente. Eu acho que
de certa form
a melhora o atendimento.
E8
– U
C37
– U
R63
Visão
ampliada
de cenários de
atuação.
E8
– U
C38
–
UR
64
Valorização da atuação
específica.
E
8 –
UC
38
– U
R65
Valorização da atuação
específica.
124
abordagem
pode fazer, m
as acho que de
certa form
a melhora o atendimento.
UC
39
Uma
situação?......Hã
teve
várias.... um
a? Acho que assim até….
coisas
mais práticas
né, por exem
plo,
uma palestra ou
orientação nutricional
seja pra hipertenso e diabético que é o
que eles
pegam
pra chavão né, tem
outras coisas gestante, criança tam
bém
que eu participei, mas de hipertenso e
diabético geralmente era assim,
era
falado lá na ... na hora né... é não com
a sal, pode é... ingerir tanto... o alim
ento ou
alim
ento tal.... m
as com a presença da
nutricionista, isso se torna m
ais prático
né, a gente pode desenvolver outras
estratégias que a pessoa entende m
elhor
eu acho né, de.... de coisas ilustradas, de
desenhos, de esquem
as, de exemplos
práticos, de coisas... por
exemplo,
enlatados
não
pode?
Né...
num
a orientação norm
al, não é dado isso, só é
falado do sal. Quando a pessoa pensa,
vou com
prar aquela latinha né, de ervilha
ou algum
a coisa assim, ela não sabe que
ali tem sal né, por exemplo é linguiça,
é...presunto, queijo, tudo isso não é
falado né ... só é falado do sal uma coisa
que a pessoa coloca e já com
a presença
da nutri,
como
ela já conhece mais
específico de alim
entos ela já né ... e
também
até
pra...
pra
complem
entar...na...
no tempero....ela
fala não, aí vai ficar tudo sem gosto? Não
E8
– U
C39
– U
R66
com
a presença da
nutricionista, a gente pode desenvolver
outras estratégias que a pessoa entende
melhor,
coisas
ilustradas, desenhos,
esquem
as, exemplos práticos.
E
8 –
UC
39 –
UR
67 com
a presença da
nutri,
como
ela
já
conhece
mais
específico
de
alim
entos,
a
pessoa
começa a entender m
elhor, capta m
elhor
tudo isso,
e é
mais completa a
abordagem
.
E8
– U
C39
–
UR
66
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E8
– U
C39
–
UR
67
Valorização da atuação
específica.
E8
– U
C39
–
UR
66
Diversidade de estratégias
de educação.
125
precisa né, usa m
ais coisa natural, não
sei o que... acho que isso é .. a pessoa
começa a entender melhor né... ela capta
melhor tudo isso, e é m
ais com
pleta a
abordagem
, do que ficando
falando
sempre a mesma
coisa... no caso de
hipertenso e diabético, teve outros
de
crianças, específico pra obesidade né,
então tem
várias vivências.
UC
40 É difícil responder né... acho que o
nutricionista sabe responder melhor que
eu... mas eu acho que é ...é esse contato
com os outros profissionais tam
bém
né,
eu tomo... me tomo como exem
plo,
assim como eu, em
contato com o
nutricionista
tive
outras...
aprendi
bastante coisa... hoje eu não sei tanto...
dar tanto... não tão capacitado quanto o
nutricionista mas algumas coisas
eu
aprendi para abordar isso né, algum
as
coisas eu sei falar e acho que pro... pro
nutricionista tam
bém
, esse contato com
outros profissionais e até a possibilidade
de ele ver onde pode atuar junto com
esses outros profissionais, por exem
plo
eu sou fisioterapeuta, tinha caso por
exemplo de artrose né, que vinha pra...
pra mim, eu preciso do nutri também
porque se eu ficar cuidando da artrose e
a pessoa não reduzir um
pouco o peso,
essa artrose vai continuar, então é uma
coisa em conjunto.
E8
– U
C40
– U
R68 esse contato com
outros profissionais e até a possibilidade
de ele ver onde pode atuar junto com
esses outros profissionais, então é uma
coisa em conjunto.
E8
– U
C40
–
UR
68
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E9
UC
41 Bom
eu acho né, pelo que eu vi,
E9
– U
C41
–
UR
69 pelo que eu vi,
E9
– U
C41
–
UR
69
126
que eu acho que tem
que ser é consulta
né, com as nutricionistas especificas né,
pras
nutricionistas
avaliarem
as
condições dos pacientes, porque m
uitos
médicos fazem errado né, por isso eu
acho importante o papel do nutricionista
nesse sentido.
UC
42 os grupos, daí já não..... eu acho
que daí
tem os
dois tipos
né, os
específicos
com a nutricionista pra
melhorar a alim
entação, a qualidade da
alim
entação né, a form
a como... pra
ensinar a forma m
elhor de se alim
entar e
grupo junto com
outros profissionais né,
pra ter uma visão todo o papel não só da
alim
entação, mas do medicam
ento, do...
do... da enferm
agem
em qualquer tipo de
grupo.
UC
43 As visitas né, dom
iciliares também
, por exemplo, para aqueles pacientes que
não podem
vir até o posto pra estar
fazendo a consulta com a nutricionista
né, e que dá pra ser feito na casa da
pessoa sem
problema nenhum
né, a não
ser quando você faz com pesagem
aí
fica m
ais difícil de pesar, porque não tem
né, mas eu acho que dá pra fazer, e...
acho que é isso... consulta, grupo, visita.
UC
44 Ó
... eu trabalhei com a Alexandra
nutricionista,
nós
fazíam
os
consultas
juntas
muitas
vezes, pra tá puxando
mesmo, parte de terapia m
edicam
entosa
consulta
com
as
nutricionistas
pra
avaliarem as condições dos pacientes,
porque muitos médicos fazem errado.
E9
– U
C42
– U
R70 grupos específicos
com a nutricionista pra ensinar a forma
melhor de se alim
entar.
E9
– U
C42
–
UR
71 grupo junto com
outros
profissionais pra
ter um
a visão
não só da alim
entação, mas em qualquer
tipo de grupo.
E9
– U
C43
–
UR
72 consulta, grupo,
visita.
E9
– U
C
44
– U
R7
3 nós fazíam
os
consultas
juntas
muitas
vezes, pra tá
puxando parte de terapia m
edicam
entosa
com a parte nutricional.
Valorização da atuação
específica.
E
9 –
UC
42
– U
R70
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E9
– U
C42
–
UR
71
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E9
– U
C43
– U
R72
Visão
ampliada
de cenários de
atuação.
E9
– U
C44
–
UR
73
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E9
– U
C42
–
UR
70
Diversidade de estratégias
de educação.
127
com a parte nutricional, porque a gente
tem
interações
com
alimento,
medicam
ento,
tem
muito
disso.
E
também
pra tá melhorando as
duas
coisas
né,
não adianta o paciente
melhorar a alim
entação e não tomar
remédio direito ou vice-versa. Então
trabalhei em consulta em conjunto com
a
Alexandra, grupos bastante né, não só
com
a
nutricionista,
mas
com
a assistente social,
enferm
eira, terapeuta
ocupacional,
né,
era um
grupo em
conjunto que
a gente abordava vários
assuntos, inclusive entrava também
a
parte nutricional é... grupos específicos,
só eu e ela chegam
os a fazer também
, só eu e a Alexandra né, pra pegar essas
duas partes e visita domiciliar também
mas é... cheguei também
só com ela...
eu e a Alexandra só né, vê a parte
nutricional e m
edicam
entosa e junto com
as outras categorias também que tinha
essas duas coisas assim.
UC
45 Ó... o que eu conheci mesm
o como que é feito foi na consulta né. Que
eu fazia junto com
ela e via com
o era
feita
a
abordagem
, a
entrevista,
montagem
da dieta... depois né... eu
cheguei a ver também
e aí que eu fui
conhecer melhor como que é feito é, as
porções, como é
especifico pra cada
pessoa, não tem um
...um
...um modelo
padrão tal,
isso eu achei bacana que
eu... que eu não conhecia né. Porque, no
E9
– U
C 4
4 –
UR
74 era um grupo em
conjunto que a gente abordava vários
assuntos, inclusive entrava também
a
parte nutricional.
E9
– U
C45
– U
R75 eu conheci m
esmo
como que é feito foi na consulta, como é
específico pra cada pessoa, não tem
modelo padrão.
E9
– U
C45
– U
R76 tem
que ter form
ação
específica pra fazer a consulta e o pós-
consulta, o trabalho que é feito pra tá
desenvolvendo um
a dieta adequada
específica para aquela pessoa.
E9
– U
C44
–
UR
74
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E9
– U
C45
–
UR
75
Valorização da atuação
específica.
E9
– U
C45
–
UR
76
Valorização da atuação
específica.
E9
– U
C44
–
UR
74
Diversidade de estratégias
de educação.
128
PSF,
é
modelo
padrão
né,
pa...pa...pa...pa..pa. E na verdade é
bem
... bem
elaborado, por isso que eu
acho que tem
de ter nutricionista m
esm
o pra fazer essas coisas né, porque tem
de
ter form
ação específica pra isso, a gente
até pegava algum
as
coisas, até pra
passar, m
as não é a m
esma coisa né,
porque tem que ter o profissional de
verdade na consulta, vendo ela fazer a
consulta e o pós-consulta né o trabalho
que é feito pra ta desenvolvendo um
a dieta adequada pra... específica para
aquela pessoa né.
UC
46 Vendo o Programa Saúde de
Fam
ília, eu acho que é novo né, não
tinha e um
a coisa que foi criada pela
residência, excetuando-se médico né,
enferm
eiro, fisioterapeuta e dentista e TO
também
, as
outras
categorias
não
existiam né, no Programa Saúde da
Fam
ília então foi um
a coisa que a gente
criou nova... nova m
esmo, apesar de ter
muitos conhecimentos pré estabelecidos
que foram apenas
colocados, muitas
coisas
foram adaptadas
pra ...
pras
exigências
que o program
a exigia da
gente, então tinha que
adaptar muitas
coisas, eu acho que isso que isso que
acrescentou né, o papel do nutricionista
em saúde
da família né, o papel das
visitas que não.. não tinha né, o papel
dos grupos que também
num
tinha pros
outros profissionais. Eu acho que esses
E9
– U
C46
–
U
R77
as consultas
em
saúde da fam
ília é diferente, porque a
gente já conhece a pessoa, tem um
papel diferenciado.
E9
– U
C46
–
UR
77
Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
129
pontos são os pontos que acrescentaram
na form
ação do nutricionista em saúde
da fam
ília. Até m
esmo as consultas que
são coisas
de praxe que fazem em
qualquer lugar, mas
as consultas
em
saúde da fam
ília é diferente, porque a
gente tem
uma população específica, já
conhece a pessoa, então acaba sendo
diferente, tem um
papel diferenciado,
acho que...
que acrescenta né... no
programa.
UC
47 às
vezes
assim,
pra.....
pros
profissionais que já estavam
nos postos
de saúde, nos hospitais, é entenderem o
papel dos
residentes
né, porque
ficou
estranho
também
né, porque
nunca
tinha visto essas
categorias, pra você
colocar seu trabalho ali acabou ficando
mais difícil né, então
essa coisa da
inserção
dos
profissionais
como
residente, em
um
ponto foi mais difícil
também
né,
porque
não
tinha
conhecimentos
desses profissionais, a
própria
população,
tipo
nutricionista
agora? O
que é isso né? Então acabou
sendo legal tudo... porque você está
mostrando uma coisa que você m
ostra
que dá certo m
ais, mas negativo porque
as
pessoas
ficam
naquela, que não
sabem
com
o fazer, com
o lidar e acaba
dificultando às vezes o trabalho, né, do
profissional.
E9
– U
C47
– U
R78
as pessoas ficam
naquela, que não sabem como fazer,
como lidar e acaba dificultando às vezes
o trabalho do profissional.
E9
– U
C47
–
UR
78
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E9
– U
C47
– U
R78
Falta
de direcionamento para
atuação no PSF.
E10
U
C48 É.... em quase todas as áreas eu
E10
– U
C48
– U
R79
em quase todas as
E10
–
UC
48
–
UR
79
130
vejo a atuação do nutricionista, então na
saúde da criança, no acom
panham
ento
nos dois prim
eiros anos de vida, é... no
... com as prioridades a hipertensão, a
diabetes, é fundam
ental o trabalho do
nutricionista..é.. na promoção da saúde...
então na questão da... da qualidade de
vida, então.. da
alim
entação tanto pra
perda de peso, como pra aproveitamento
de alim
entos, então com
o trabalhar isso
eu acho que é um
a especificidade da
Nutrição.
UC
49 m
esm
o na parte de educação em
saúde, nessa questão não sei se chama
educação alim
entar, mas de como
consumir
os
alim
entos,
melhor
consumir... eu acho m
uito específico da
Nutrição, eu acho que
por mais que
outros profissionais possam
trazer um
a contrib..., assim... do seu conhecimento
acadêm
ico,
algum
a coisa,
existem
coisas que são específicas da Nutrição.
UC
50 Deixa eu ver.. assim pra não ficar
assim m
uito vago né, então... na hipert...
assim
no
tratam
ento
de
doenças
decorrentes da má alim
entação, que aí
quando já aconteceu a doença, o agravo
né,
na hipertensão. Agora,
como o
Programa de Saúde da Fam
ília é um
programa de atenção
prim
ária e o
enfoque tem
de ser na promoção e na
prevenção,
eu acho
assim que o
nutricionista podia acrescentar muito, e a
áreas, eu vejo a atuação do nutricionista,
na
saúde
da
criança,
no
acompanham
ento nos
dois prim
eiros
anos
de vida, com as prioridades
a hipertensão, a diabetes
E10
–
UC
48
– U
R80
fundam
ental o
trabalho do nutricionista na promoção da
saúde, na questão da qualidade de vida,
da alim
entação.
E10
–
UC
49
– U
R8
1 na parte de
educação em saúde, nessa questão de
educação alim
entar de
como
consumir
os alim
entos, melhor consum
ir.
E10
–
UC
50
– U
R82
o Programa de
Saúde da Fam
ília é um
programa de
atenção prim
ária e o enfoque tem
de ser
na
promoção
e na
prevenção,
o Nutricionista podia acrescentar muito.
E10
– U
C50
– U
R83
com
o se alim
entar
melhor, ter um
bom
hábito alim
entar, isso
faz parte da promoção da saúde de uma
maneira m
uito importante é interessante
esse aspecto do trabalho do nutricionista.
Visão
ampliada
de
cenários de atuação.
E10
–
UC
48
–
UR
80
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
49
–
UR
81
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
50
–
UR
82
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
50
–
UR
83
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
131
gente fica pensando
aí, pensa em
Nutrição, pensa só em obeso né, e eu
fico pensando não, que ... que não é só
em obeso, eu acho é ... é com
o... como
se alim
entar melhor, com
o se alim
entar
bem
, como ter um
bom
hábito alim
entar,
isso faz parte da promoção da saúde de
uma m
aneira m
uito im
portante, então é...
é interessante esse aspecto do trabalho
do nutricionista.
UC
51 O
lha, tem inúm
eras assim, desde
paciente acamado que fazia uso de
sonda e que ficou ao encargo da equipe
de saúde da fam
ília, então a sonda para
alim
entação em casa, um
a questão que
já seria até de uma com
plexidade além
do PSF, mas que acontece... que é parte
da realidade com
qual a gente deparou
e... e assim até nessa parte de promoção
de saúde mesm
o.
UC
52 Lem
bro é... claram
ente assim,
alguns mitos, então o.. um
a coisa bem
que eu lem
bro... um
a orientação que a
Paula dava do consumo de ferro junto
com cálcio né, então
eu lembro ela
orientando
mãe,
puérperas
assim,
como... como tomar o
aditil é que o
aditivo de ferro, pra não dar junto com
...
com o leite, que é uma coisa... é coisa
simples mas que faz toda diferença na
absorção de ferro. Até no atendimento de
diabéticos que a
gente atendeu muito,
então o trabalho da
Nutrição nesse
E10
– U
C51
– U
R84
paciente acamado
que fazia uso de sonda, ficou ao encargo
da equipe de saúde da fam
ília, que já
seria de um
a complexidade além do
PSF, mas que é parte da realidade com
a qual a gente se deparou.
E10
– U
C51
– U
R85
promoção de saúde
mesmo.
E
10 –
UC
52 –
UR
86 uma coisa bem
que
eu
lembro,
ela
orientando
mãe,
puérperas como tomar o aditil, pra não
dar junto com
o leite, é coisa simples,
mas que faz toda diferença na absorção
de ferro.
E10
–
UC
51
–
UR
84
Com
preensão pouco clara
da atuação nutricionista.
E10
–
UC
51
–UR
85
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
52
–
UR
86
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
52
– U
R86
Diversidade de estratégias
de educação.
132
sentido foi...
ele foi
um diferencial,
porque ele fazia grupo de culinária então,
ensinando com
o... com
o fazer bolo com
adoçante, e um
a coisa simples, mas
assim que fazia m
uito a diferença.
UC
53 e então... na prevenção eu
vi
muito, a gente fazia muitos grupos de
prevenção em que a Nutrição tinha papel
importante,
tanto de
prevenção de
agravos
quanto promoção de saúde,
como se alim
entar melhor e tal... até da
mais alta com
plexidade que a gente se
deparou, que foi um
... um
a pessoa que
usava sonda em
casa e que recebeu
orientação do nutricionista. Quer dizer
tem várias situações.
E10
– U
C53
– U
R87
a gente fazia m
uitos
grupos de prevenção em que a Nutrição
tinha
papel
importante,
tanto
de
prevenção de agravos quanto promoção
de saúde.
E10
–
UC
53
–
UR
87
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E10
–
UC
53
– U
R87
Diversidade de estratégias
de educação.
E11
U
C54
Bom
... bom eu acho que assim
como
os
dem
ais
profissionais,
na
atenção prim
ária, no PSF, ele vai poder
ajudar tanto na parte de promoção,
educação e assistência em várias áreas,
incluindo a saúde alim
entar, saúde é... a
saúde das faixas etárias que o PSF cuida
em relação à alim
entação e Nutrição.
UC
55 É... eu acho que o nutricionista, eu
acho que ele consegue trazer um
olhar
diferenciado, mas
dentro do PSF do
trabalho que já é feito tanto com as
prioridades, que tem
do programa então
os hipertensos, diabéticos, m
enor de é...
um ano, gestante, quanto conseguirem
am
pliar um
pouquinho esse olhar para as
E11
– U
C54
– U
R88
com
o os dem
ais
profissionais, na
atenção prim
ária, no
PSF, ele vai poder ajudar tanto na parte
de promoção, educação e assistência em
várias áreas.
E11
–
UC
55
– U
R89
eu acho que o
nutricionista consegue trazer um
olhar
diferenciado, am
pliar um
pouquinho esse
olhar, às vezes não é um
a prioridade,
mas
você
consegue
abranger
um
pouquinho m
ais.
E11
–
UC
54
–
UR
88
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E11
–
UC
55
–
UR
89
Visão
ampliada
de
cenários de atuação.
133
outras
... é população que a gente
assiste né, então às vezes não é uma
prioridade, m
as você consegue abranger
um pouquinho mais disso.
UC
56 Nutricionista... Ah eu acho que
uma coisa que foi bem
legal que tem
até
a ver com nosso trabalho de conclusão
de curso, que
foi um
trabalho
que a
gente
fez
com
a população
pré-
escolar...é desnutrida, com sobrepeso e
eutrófica. P
or que eu acho que foi um
trabalho diferencial? Porque segundo
dados oficiais do S
IAB dos serviços de
saúde, a gente tinha nenhum
ou um ou
dois desnutridos, então a intervenção e o
olhar que... com ela na equipe, que ela
teve junto com a
equipe, nunca um
trabalho isolado né, pôde perm
itir que a
gente fizesse esse diagnóstico...
é...
fizesse esse diagnóstico e fizesse a
intervenção direcionada. Então eu acho
que isso foi totalmente diferenciado,
então acaba
como
o outro profissional
médico, enfermeiro, tem uma visão m
uito
específica, acaba tendo um olhar pras....
pras
especificidades
dele
e
pras
prioridades do programa, isso só foi
possível
com
a
presença
desse
profissional, e até a questão de form
ação
técnica né, algum
as
coisas
de nível
técnico, ah! às vezes um classifica, ah
isso é desnutrido, não é desnutrido,
cham
a de desnutrição leve ou isso é um
risco de desnutrição. Então até um
a
E11
– U
C56
– U
R90
segundo S
IAB, a
gente tinha nenhum
ou um
ou
dois
desnutridos, então a
intervenção
e o
olhar com ela na equipe pôde perm
itir
que a gente fizesse esse diagnóstico e
intervenção direcionada.
Efo
no
11 –
UC
56 –
UR
91 Então até uma
questão de form
ação técnica m
esm
o, por
ter um
olhar diferente, às vezes a gente
deixa passar
algum
as
coisas
que o
profissional consegue ver.
E11
–
UC
56
–
UR
90
Valorização da atuação
específica.
E11
–
UC
56
–
UR
91
Valorização da atuação
específica.
134
questão de form
ação técnica m
esm
o, por
ter um
olhar diferente, às vezes ah eu
uso tal classificação ou uso tal formação,
às vezes a gente deixa passar algum
as
coisas que o profissional consegue ver.
UC
57 E
u acho que possibilitou ampliar
mesmo a atuação no sentido de ter mais
práticas coletivas, de conseguir trabalhar
efetivam
ente em
equipe,
porque às
vezes o nutri... nutricionista é um...é um
profissional
que
está
isolado,
não
consegue efetividade do trabalho
dele,
porque não conseguem
ter o suporte
dos... dos dem
ais profissionais e .... eu
acho que assim a.. a residência a
proposta do PSF aproxima muito m
ais da
população e a N
utrição vem
falando da
mudança de hábitos né... então eu acho
isso
é
uma
abordagem
muito
interessante, porque às vezes você pode
falar lá receita de bolo, o profissional tá
trabalhando, orientando, mas
ele não
tem a percepção real da realidade
daquela pessoa, então
por
isso não
consegue promover uma m
udança. E eu
acho que muitos
também distúrbios
alim
entares, algum
as coisas que tem
a
ver, tem
um pano de fundo que envolve
outras
áreas, então eu acho isso, o
trabalho da psicologia, do serviço social,
ajudou m
uito com
outras questões e até
mesmo nos pro... próprios procedimentos
clínicos, então medicam
entos
se tá
tomando,
se
não
tá
tomando,
tá
E11
– U
C57
– U
R92
possibilitou ampliar
mesmo a atuação no sentido de ter mais
práticas coletivas, de conseguir trabalhar
efetivam
ente em equipe.
E11
– U
C57
– U
R93
o nutricionista é um
profissional que tá isolado, não consegue
efetividade do trabalho dele, porque não
conseguem
ter o
suporte dos
dem
ais
profissionais.
E11
– U
C57
– U
R94
muitos distúrbios
alim
entares têm um pano de fundo que
envolve outras áreas, essa proximidade
com tudo isso ajuda ele a ter um
a atuação mais ampliada, mas efetiva.
E11
–
UC
57
–
UR
92
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E11
–
UC
57
–
UR
93
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
Nutricionista.
E11
–
UC
57
–
UR
94
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
E11
–
UC
57
– U
R93
Ausência do profissional
no PSF.
135
adequado ou não, então esse paciente
tem tal perfil clínico, tá fazendo... tal o
tipo de tratamento,então
isso ajuda
também
essa proximidade com
tudo isso,
ajuda
ele a ter um
a atuação mais
ampliada é, m
ais... m
ais efetiva.
UC
58 Do nutricionista pra ele.... eu acho
que o trabalho com
partilhado, essa visão
ampliada.
Eu acho... eu acho que
principal eu acho que é a prática coletiva,
que eu acho que isso, acho que ajudou
muito
a
ampliar
o trabalho
do
nutricionista. E eu
acho até mesm
o a
form
ação pra realidade brasileira, porque
às
vezes
a gente tem um
a form
ação
teórica que
você estuda alguns casos,
mas que é ensinada, e a gente tem
uma
popul.... é uma parcela da população que
pertence a outro grupo social, então eu
acho que esse olhar pra todos
os
dem
ais
grupos
sociais
e
também
diferentes
faixas
etárias né, diferentes
grupos populacionais. Eu acho que é a
ampliação m
esm
o desse olhar, atividade
intersetorial
também
, então isso eu
também
acho que tam
bém é uma coisa
legal, dentro da prática então como eu
posso m
udar meu olhar, com
o eu posso
mudar? Mas
assim e quais os
outros
recursos que eu também
posso contar,
então a gente está m
uito m
ais próximo
de políticas sociais é... das políticas e
dos
programas
sociais, então vai pra
uma área assim que vai envolver gestão,
E11
– U
C58
– U
R95
Do nutricionista eu
acho que o trabalho compartilhado, essa
visão ampliada, a prática coletiva, acho
que ajudou muito a ampliar o trabalho do
nutricionista.
E11
– U
C58
– U
R96
Eu acho que é a
ampliação m
esmo desse olhar, quais os
outros recursos que eu também
posso
contar, a
gente está
mais próximo de
políticas sociais dos programas sociais,
gestão, supervisões, vigilância, cuidado
de higiene, infraestrutura.
E11
–
UC
58
–
UR
95
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E11
–
UC
58
–
UR
96
Evidências da atuação na
perspectiva
interdisciplinar.
136
que vai envolver as
supervisões, vai
envolver vigilância, vai ter cuidado de
higiene, infra-estrutura, vai trabalhar um
pouco m
ais isso.
UR
59 talvez
a estrutura de trabalho
dem
orou um pouco pra entrar nos eixos,
assim então, por exemplo o nutricionista,
qual é a carga horária que eu deveria ter
para a supervisão de caso e às vezes
nisso, como era m
uito genérico né, as
vezes não era adequado pra prática dele,
ou m
esm
o assim na prática tradicional,
por exemplo, a gente fala ah a gente faz..
fazer um
a consulta de N
utrição é m
uito
importante você saber o hábito é.... você
ter
tudo aquele levant... recordatório
alim
entar,
então
era
uma...
uma
entrevista, era um m
omento que tinha de
ser mais prolongado e às
vezes
as
rotinas
da
prática
eram
muito
instantâneas queixa e
conduta e na
Nutrição
não é queixa e conduta, a
queixa é m
uito longa , então achei então
uma coisa... algo que
dificulta porque
você
dividir
a
estrutura
de
trabalho/tem
po de m
aneira m
uito igual e
o nutricionista tinha esse m
omento que
era diferencial... diferenciado.
UC
60 Eu acho que com
o nutricionista de
modo geral, ele tem
que lidar muito com
o senso... senso com
um, então é m
uito
difícil ele quebrar os paradigmas, então
assim ah eu ... a .... eu a...a... e isso na
E11
– U
C59
– U
R97 algo que dificulta
você dividir a estrutura de trabalho/tem
po
de m
aneira m
uito igual e o nutricionista
tinha esse mom
ento que era diferencial.
E11
– U
C60
– U
R98
o nutricionista, de
modo geral, tem que lidar muito com
o
senso com
um, então é m
uito difícil ele
quebrar
os
paradigmas
que
ficam
rondando a atuação do profissional.
E11
–
UC
59
–
UR
97
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E11
–
UC
60
–
UR
98
Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E11
–
UC
60
– U
R98
Ausência do profissional
no PSF.
137
form
ação acho que foi uma coisa dentro
da equipe de tudo ... eu fico pensando na
prática e na form
ação, não sei se é essa
a intenção,
mas o
senso comum
prevalece então, às vezes a orientação
de uma dieta qualquer um
pode fazer,
então isso é uma coisa que é m
uito difícil
de quebrar , quebrar esse paradigma que
existe de senso comum
que ficam
rondando a atuação do profissional,
então a orientação da dieta de um
bebê
todo m
undo pode fazer, a isso qualquer
um sabe, então quebrar
isso,
ter
estrutura, ter massa critica mesm
o, ter
pessoas
em núm
ero
e no mesmo
discurso pra quebrar um
pouco disso eu
acho que é uma coisa que eles tiveram
que enfrentar que foi uma dificuldade.
E12
U
C61
A atuação que eu acho é
de
prevenção
né,
das
doenças
degenerativas
que são
causadas
pela
má Nutrição, pelo excesso de peso né,
por
exemplo
hipertensão,
diabetes,
complicações de hipertensão de diabetes
né... então ele faz lá um
trabalho de
prevenção, de orientação e promoção de
saúde tam
bém
né, na parte curativa tipo
da obesidade, da orientação errada né...
que
a
maioria
da
população
principalmente é que necessita mais.
UC
62 Então eu presenciei é.... eu assisti
as consultas dela, os pacientes. Prim
eiro
a ligação que ela teve com
os pacientes,
ela teve um
a... como
se diz... um
a
E12
–
UC
61
– U
R99
atuação é de
prevenção das doenças
degenerativas
que são causadas pela m
á nutrição, pelo
excesso de peso
E
12 –
UC
61 –
UR
100 ele faz um trabalho
de prevenção, orientação e promoção de
saúde,
na
parte
curativa
tipo
da
obesidade.
E
12 –
UC
62 –
UR
101 a ligação que ela
teve com os
pacientes, ela teve um
a relação m
uito boa.
E12
–
UC
61
–
UR
99
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E12
–
UC
61–
UR
100
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E12
–
UC
62
– U
R10
1 Atuação favorecida pela
dinâm
ica do processo de
trabalho do PSF.
138
relação m
uito boa, com os pacientes é...
ela orientou, cuidou do peso, tanto que
os pacientes se sentiram
motivados e a
maioria deles
começou
a perder peso
mesmo, com
eçou a pensar em
term
os de
uma Nutrição m
elhor entendeu... até em
term
os de... econôm
icos que ela... que
dá pra ver que com
menos dinheiro você
pode fazer até uma alim
entação m
elhor,
através da orientação que ela dava pros
pacientes eu achei assim... excelente; o
trabalho dela foi muito gratificante, foi
importante aqui pra população, porque
quando acabou o
.. a residência, o
pessoal sentiu falta,
vinha perguntar
cadê a...a Paula, cadê a Paula e agora
como ... quer dizer... com
o vai ser minha
vida daqui pra frente, sem a orientação
dela... nossa, foi assim... foi m
uito bom
.
UC
63 Deu m
uito valor pra ... pra equipe
e ela som
ou entendeu... nas reuniões de
equipe aqui, ela passava as coisas dos
pacientes para gente entendeu, a gente
tinha uma noção m
elhor dos pacientes,
eles começavam até m
elhorar em
termos
de pressão alta, diabetes ... ter um
a noção m
elhor de Nutrição e até ajudar os
próprios
colegas
né
de...de vizinhos e
tudo
mais.
A
Paula
era
mesm
o requisitada, pelo m
enos na m
inha equipe
assim... né.... nutricionista é importante
mesmo.
UC
64 O
que aconteceu... ela veio trouxe
E12
–
UC
62
– U
R10
2 ela orientou,
cuidou do peso, tanto que os pacientes
se sentiram
motivados e
a maioria
começou a perder peso m
esmo.
E12
– U
C62
– U
R10
3 dá pra ver que
com m
enos dinheiro você pode fazer até
uma alim
entação
melhor
através
da
orientação que ela dava pros pacientes
E12
– U
C62
– U
R10
4 o trabalho dela foi
importante aqui pra população, porque
quando
acabou,o
pessoal
vinha
perguntar e agora com
o vai ser minha
vida daqui pra frente sem
a orientação
dela?
E12
– U
C63
– U
R10
5 Deu m
uito valor
pra equipe e ela som
ou.
E12
– U
C63
– U
R10
6 eles começavam
até a melhorar em
term
os de pressão
alta, diabetes, ter um
a noção m
elhor de
Nutrição e
até ajudar
os
próprios
colegas, vizinhos e tudo m
ais.
E12
– U
C64
– U
R10
7 tinha os pacientes,
E12
–
UC
62
– U
R10
2 Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E12
–
UC
62
– U
R10
3 Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E12
–
UC
62
– U
R10
4 Atuação favorecida pela
dinâm
ica
da
Estratégia
Saúde da Fam
ília.
E12
–
UC
63
– U
R10
5
Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E12
– U
R63
– U
R10
5 Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E12
–
UC
64–
UR
107
E12
–
UC
62
– U
R10
3 Diversidade de estratégias
de educação
139
aquela coisa assim que parece que deu
uma turbinada na
nossa equipe né, e
na... no com
eço tinha os pacientes né...
eles
ficavam
assim... tem nutricionista
que bacana, tamos aprendendo, tamos
fazendo... receitas etc e tal.. porque não
tinha né.. e o ponto foi isso... que o
negocio veio e de repente “puff” cabou
né... e o tem
po que .. que a gente queria
não só pra nossa equipe, mas pra toda
unidade né.... queria um
tempo maior
dela aqui
né...
e que depois ela
continuasse esse trabalho, no entanto
cabou foi embora, entendeu...
eles ficavam assim... tem nutricionista,
que bacana! Estam
os aprendendo!
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E13
U
C65
A... eu acho que ele com
põe né, a
equipe, porque o enferm
eiro até faz o
papel do nutricionista é, sendo que não
tem toda a capacidade né e a... e a...
como que eu posso dizer, e a form
ação
por aquilo, e eu acho que ele acaba
entrando um pouquinho e eu acho que
se tivesse o papel do nutricionista dentro
do.. do program
a é... ia ajudar m
uito a
cada um fazer o seu papel.
UC
66 Eu acho que ele faria... ele dava o
suporte
mesm
o nutricional
da...
da
famílias, porque a
gente tem muitos
pacientes ou com desnutrição ou
com
obesidade m
órbida, e ai ele taria inserido
pra ta ajudando a... a esses pacientes...
não seria assim, um
nutricionista pra
cada equipe, mas um
nutricionista dentro
da unidade onde a gente pudesse
E13
–
UC
65
– U
R10
8 ele compõe a
equipe.
E13
–
UC
65
– U
R10
9 porque o
enferm
eiro
até
faz
o
papel
do
nutricionista, sendo que não tem
toda a
capacidade.
E13
– U
C66
– U
R11
0 ele dava o suporte
mesmo
nutricional da
família, a gente
tem m
uitos pacientes com desnutrição,
com obesidade m
órbida, e aí ele estaria
inserido pra tá ajudando.
E13
–
UC
65
– U
R10
8 Atuação na perspectiva
multiprofissional.
E13
–
UC
65
– U
C10
9 Com
preensão pouco clara
da
atuação
do
nutricionista.
E13
–
UC
66
– U
R11
0 Atuação na Promoção
e
Prevenção.
140
encaminhar casos pra eles.
UC
67 A gente tinha um.. um grupo de...
no outro posto que a gente... eu estava,
a gente tinha um grupo de...onde a gente
cham
ava as
pessoas
pra fazer
a reeducação alim
entar...
e a gente viu
mesmo
essa
...
essa
reeducação
alim
entar
dos pacientes, onde eles
perdiam peso gradualmente, e foi muito
bom
... e eu acho que é isso mesm
o que
a população precisa:
da reeducação
alim
entar.
UC
68 E eu acho tam
bém
essa vivência
com a população mesm
o,
com a...
porque nós temos na... na rede então
essa vivência m
esm
o, essa abertura, a
busca desses pacientes, que eles ficam
todos é..... meio que escondidos dentro
da área e aí com a... com o nutricionista,
eu acho que aflora isso e eles começam
a aparecer e ai vê m
esm
o a necessidade
dele dentro do programa.
E13
– U
C67
– U
R11
1 a gente cham
ava
as
pessoas
pra fazer
a reeducação
alim
entar e
a gente viu mesm
o essa
reeducação alim
entar, eles perdiam peso
gradualmente.
E
13 –
UC
68 –
UR
112 essa vivência com
a população mesm
o, essa abertura, a
busca desses pacientes, que eles ficam
todos
meio que escondidos
dentro da
área.
E13
–
UC
67
– U
R11
1
Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E13
–
UC
68
– U
R11
2 Atuação na Promoção
e
Prevenção.
E13
–
UC
67
– U
R11
1 Diversidade de estratégias
de educação
E13
–
UC
68
– U
R11
2 Diversidade de estratégias
de educação
141
Ap
ên
dic
e C
– Eixo temático 2: Form
ação do nutricionista na Residência Multiprofissional em Saúde da Família .
UN
IDA
DE
DE
CO
NT
EX
TO
U
NID
AD
E D
E R
EG
IST
RO
C
AT
EG
OR
IAS
E
ntr
evis
tad
o 1
(E
1)
UC
1 Hã... eu acho que a principal atuação
que o nutricionista poderia ter é na promoção
da saúde. Eu acho que seria o foco principal,
mas acaba surgindo uma
dem
anda maior,
hã... que não compete... eu acho que não
competiria ao nutricionista no P
SF, mas eu
acho que por falta de
não ter pra onde
referenciar. Então eu acho que m
uitas vezes
a gente fica num
a situação que o nutricionista
tem que dar conta de tudo, mas ele não tem
o preparo pra isso.
UC
2 Foi experiência de trabalhar com oficina
culinária, com crianças bem
no sentido da
promoção da saúde, que eram crianças que
não
necessariam
ente
tinham
algum
a...
algum
a deficiência nutricional, algum
risco
nutricional ... e eram crianças que iam
lá pra
gente
cozinhar,
pra
gente
trabalhar
alim
entação,
trabalhar
diversos
temas
envolvendo saúde infantil. Q
ue talvez se eu
tiver... no m
omento eu não conseguia ter..
por causa de horário, apoio... é... a presença
de outros profissionais,
por exemplo o
psicólogo, o TO, um
assistente social que
reforçaria
esse
trabalho
multi,
porque
diversos temas surgiam que extrapolavam a
alim
entação,
como
violência,
como
alcoolismo, como
evasão escolar, que o
nutricionista não tem
esse preparo pra lidar
E1
- U
C1
- U
R1 a gente fica num
a situação
em que o nutricionista tem
que dar conta de
tudo, m
as ele não tem o preparo pra isso.
E1
– U
C2
– U
R2 diversos temas surgiam que
extrapolavam a alim
entação,
tais como
violência, como alcoolismo, como evasão
escolar que o nutricionista não tem
preparo
pra lidar com isso.
E1
- U
C1
- U
R1
Form
ação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E1
– U
C2
–
UR
2 Form
ação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
142
com isso.
UC
3 Mas o que ajudou na form
ação, m
as eu
acho que m
ais pro profissional de saúde e
não específico com
o nutricionista é o trabalho
multiprofissional.
Então
você tem outras
categorias pra tá trabalhando ali direto... e
isso enriqueceu o trabalho do nutricionista,
que eu tinha o clássico, então assim, muito
bem
o biológico,
saber
muito bem
de
alim
entos, mas
sempre
falta da form
ação
como trabalhar isso. E a... e o trabalho com
outras categorias, no m
eu caso, seria fono,
hã... assistente social, psicólogo, psicologia e
enferm
agem
, essas três categorias... essas
quatro categorias que eu tinha m
ais contato
ajudaram
muito, principalmente psicologia e o
serviço social, que eu não... nunca... nunca
tive contato assim pra trabalhar e que tem
um
a visão m
uito m
aior de trabalho de saúde
do que o que o serviço está acostum
ado,
então eu acho que isso acrescentou dem
ais
na form
ação... eu me considero hoje... todas
acho que também
fizeram residência, um
profissional com um
a visão diferenciada de
trabalho de saúde, que isso não se restringe
àquela coisa mais lim
itada da Nutrição, a
gente conseguiu extrapolar isso.
UC
4 Eu acho que tem que ter o profissional
na rede pra dar um
suporte. E eu acho que
agora como a gente já tem profissionais
form
ados... eu acho que cabe agora tam
bém
, por
exemplo,
tentar
absorver
esses
profissionais pra tentar começar a form
ular
E1
– U
C3
– U
R3 o que ajudou na formação,
mas pro profissional
de saúde e
não
específico como nutricionista é o trabalho
multiprofissional.
E1
– U
C3
– U
R4
outras
categorias
trabalhando
ali
direto
enriqueceram
o trabalho do nutricionista, que eu tinha o
clássico, muito bom
, o biológico, saber muito
bem
de alim
ento, mas sempre falta da
form
ação com
o trabalhar com isso.
E1
– U
C3
– U
R5
me
considero hoje um
profissional com
uma visão diferenciada de
trabalho de saúde que não
se restringe
àquela coisa mais lim
itada da Nutrição, a
gente conseguiu extrapolar.
E
1 -
UC
4 –
UR
6 Eu acho que tem
que ter o
profissional na rede pra dar um
suporte...
profissionais form
ados (PELA RESIDÊNCIA).
E1-
U
C3
– U
R3
Vivência multiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E1-
U
C3
– U
R4
Vivência multiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E1
– U
C3
– U
R5 Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E1
– U
C4
– U
R6
Inserir nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
143
isso, algum
as diretrizes, algum
.... algum
... a
questão do processo de trabalho, a partir da
form
ação
desses
profissionais,
não
necessariamente da nossa residência, mas a
gente sabe que tem
residência no país todo,
tem pessoas ...ou pessoas
trabalhando
nesses
PSF...
então
pra gente tentar
incorporar
essas
pessoas
...
ou
num
a organização ou próprio inserido no trabalho,
pra gente com
eçar a formar essa estrutura de
como deve ser o trabalho do nutricionista no
PSF. Eu acho que isso ajudaria dem
ais a
form
ação do...do residente.
UC
5 Então eu acho assim tam
bém... a parte
teórica da Nutrição no PSF,
a gente
precisaria de um
profissional que ... que
trabalhasse bem essa questão do tem
a na
saúde pública, que tivesse... que tivesse esse
dom
ínio. Não sei... Eu ainda tenho dúvida se
é necessário m
esm
o ter essa parte teórica ...
porque a residência coloca que essa parte
teórica ela...deve ser no geral ... pra... como
saúde da família e
não específica por
categoria, mas eu acho que em
alguns
mom
entos,
também
ajudaria
...
eu
sinceramente, eu.. eu ainda não sei qual é a
melhor forma. Se é falar não é assim... tem
de ter um
professor bom em
saúde... em
Nutrição
em saúde pública,
pra gente
trabalhar políticas
de saúde pública... mas
também
quanto tem
po isso não tom
aria do ..
quanto isso não ficaria específico de Nutrição
em
saúde
pública
e
fugiria
do
multiprofissional saúde da fam
ília. Então acho
E1
- U
C5
– U
R7 a parte teórica da N
utrição
no PSF, a gente precisaria de um
profissional
que trabalhasse bem
essa questão do tem
a na saúde pública, que tivesse esse dom
ínio.
E1
- U
C5
– U
R8 tem que ter um
professor
bom
em
saúde ... em
Nutrição em
saúde
pública.
E1
– U
C5
–
UR
9 em
algum
mom
ento, a
gente sente falta dessa parte teórica mais
forte, de educação nutricional, específica, é
claro que ajuda m
uito a visão de educação
em saúde, m
as as coisas m
ais específicas às
vezes falta.
E1
- U
C5
–
UR
7 Buscar nutricionista com
conhecimento em
PSF para aprim
orar
a abordagem
teórica específica.
E
1 -
UC
5 –
U
R8 Buscar nutricionista com
conhecimento em
PSF para aprim
orar
a abordagem
teórica específica.
E
1 –
UC
5 –
UR
9 Buscar nutricionista com
conhecimento em
PSF para aprim
orar
a abordagem
teórica específica.
144
que tem esses dois lados, mas em
algum
mom
ento, a gente sente falta dessa parte
teórica m
ais forte, por exem
plo de educação
nutricional... específica. Porque às vezes, no
geral .. é claro que ajuda m
uita a visão da
educação de saúde, mas às vezes as coisas
mais específicas às vezes falta. Não sei com
o deveria ser trabalhado... aulas mesm
o toda
semana, ou alguns
mom
entos
específicos
com pessoas
convidadas.. não sei.... mas
acho que falta um pouco, porque a gente não
tem essa form
ação teórica.
E2
UC
6 O ponto facilitador é que a equipe
trocava m
uito... a equipe de Nutrição trocava
assim muita inform
ação, tentava fazer os
protocolos certinhos, tentar padronizar e com
isso a gente ia aprendendo, ia aprim
orando,
ia discutindo, isso foi muito bom
pro nosso
crescimento profissional. E... relacionam
ento
com a equipe multiprofissional também
foi
muito bom
... foi um
ponto facilitador, porque
norm
almente
quando
a
gente
sai
da
faculdade, a gente só fica pensando na parte
da Nutrição, a gente não pensa no indivíduo
como
um todo ..é então isso foi bom
também
... porque
a gente pode ver outros
tipos de visão de... de outros profissionais.
UC
7 Um outro ponto que a gente tam
bém
tinha liberdade de ...de m
ontar nossas ideias,
fazer os projetos e fazer acontecer .. algum
a coisa que as pessoas achavam que era m
uito
difícil, muito teórica, isso foi legal, porque isso
motivava a gente, a gente queria fazer o que
E2
– U
C6
– U
R10 a equipe de Nutrição
trocava inform
ação, tentava fazer protocolos,
padronizar
e com isso ia aprendendo,
aprim
orando,
discutindo,
bom
pro
crescimento profissional.
E2
– U
C6
– U
R11
o relacionam
ento com
a
equipe m
ultiprofissional foi m
uito bom
, porque
quando a gente sai da faculdade só fica
pensando na parte da Nutrição, então foi bom
porque a gente pode ver outros tipos de visão
de outros profissionais.
E2
– U
C7
–
UR
12 liberdade de montar
nossas
ideias, fazer os
projetos
e fazer
acontecer.
E2
– U
C7
– U
R13
isso m
otivava, a gente
queria fazer o que todo m
undo achava difícil,
queria criar estratégias, podia usar muita
E2
– U
C6
– U
R10
Discussão
entre pares
como facilitador no processo de form
ação.
E2
– U
C5
– U
R11 Vivência multiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E2
– U
C7
– U
R12
RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
2 –
UC
7 –
UR
13 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
.
145
todo mundo achava difícil,
a gente queria
criar estratégias, a gente tinha... podia usar
muita criatividade, colocar aquilo em prática.
Isso é m
uito bom
. Não fica aquelas pessoas
falando Ah! não ...é difícil. A gente não ficava
só focado m
uito no serviço, a gente tinha um
tempo a mais pra ter... fazer o que
as
pessoas não faziam
, então era o diferencial
que foi m
uito bom
. U
C8
Hã...
a discussão
de
casos
multiprofissionais com
a equipe m
ulti foi m
uito
boa, porque... ah!... e outra coisa importante
é que tam
bém
a gente sai da Faculdade e
quer dar palestrinha e a gente viu que isso
não é a m
elhor estratégia para gente usar
com o público é... com a TO, a gente
conseguiu aprender
bastante coisa,
em
relação a grupo, dinâm
ica, tipo de abordagem
é... isso foi assim muito bom
. U
C9 Bom
, facilitadores, uma coisa m
uito bom
é porque assim a gente tinha empolgação,
tinha motivação pra ir
em congresso, pra
escrever artigo, publicar em
revista, a gente
escreveu livro, então foi muito muito bom
. Então, ajudou bastante a gente, a gente
cresceu bastante com
o profissional, isso seria
os facilitadores.
UC
10 Ah! e outra coisa que dificultou foi
nossa preceptora de área que era um
pouquinho nervosa e brigava com
o grupo e
daí o pessoal ficou desm
otivado tam
bém
é...
por esse motivo. Então ela não ouvia m
uito,
criatividade, colocar em
prática.
E2
– U
C7
– U
R14
a gente não ficava só
focado m
uito no serviço, a gente tinha um
tempo a m
ais, fazer o que as pessoas não
faziam
, era o diferencial.
E2
– U
C8
–
UR
15 a discussão de casos
multiprofissionais com
a equipe m
ulti foi m
uito
boa.
E2
– U
C8
– U
R16 a gente sai da faculdade e
quer
dar
palestrinha, a gente conseguiu
aprender bastante com
a TO em relação a
grupo, dinâm
ica, tipo de abordagem
. E
2 –
UC
9 –
UR
17 a gente tinha empolgação,
motivação para ir em
congresso, escrever
artigo, publicar em
revista, a gente escreveu
livro,
a gente cresceu bastante como
profissional.
E2
– U
C10
– U
R18 outra coisa que dificultou
foi nossa preceptora de área que era um
pouquinho nervosa, não ouvia muito, não
aceitava critica, o grupo ficou um
pouco
largado por parte da preceptora de território.
E2
– U
C7
– U
R14
RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
2 –
UC
8 –
UR
15 Vivência multiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E2
– U
C8
– U
R16 Vivência multiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E2
– U
C9
– U
R17 RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
2 –
UC
10 –
UR
18 Preceptores/tutores como
como dificultador na form
ação
146
não aceitava crítica, isso... ela achava que só
ela estava certa... então não era aberta a
críticas, então a gente ficou com um pouco
de receio, ela abandonou depois a ....o grupo,
o grupo ficou um
pouco largado por parte
é...parte da preceptora de território, então
isso foi ruim.
UC
11 Eu acho que atividades tem de
ser
mais
organizadas,
tem
de
estar
pré-
estabelecidas
antes, é...
tem que ser
construídas
juntam
ente
com...
com
o residente, não entregar um
a coisa pronta já
vai fazer isso... acho que tem
que construir
junto. Hum
m... deixe eu ver.... o que mais.....
do jeito que a gente... na parte de N
utrição,
achei
assim que foi
muito bom
, num
mudaria...
UC
12 Não iria para o
hospital ... porque
assim quem
vai para atenção básica, quem
escolhe essa área normalmente não gosta
muito da parte clínica, e pra gente é... na
residência foi assim uma tortura ter que ir pro
hospital,
a gente contava os
dias
pra
term
inar, a gente chegava em casa acabada.
Então assim pra gente é... a gente foi, porque
teve que ir, mas se tivesse que ir de novo, se
tivesse que escolher entre ir ou não ir, o ideal
seria não ir, acho que se focasse m
ais é...
poderia ir até pros am
bulatórios, ambulatórios
foi um
a parte m
uito legal, mas agora ficar no
hospital mesm
o, foi um
a parte muito ruim,
assim... foi traum
ático. Ir para o CREN, ir
para outros lugares assim, foi muito bom
é...
E2
- U
C11
– U
R19
Eu acho que atividades
tem que ser mais organizadas, estar pré-
estabelecidas.
E2
– U
C11
–
UR
20 (ATIVIDADES)
ser
construídas juntam
ente com
o residente.
E2
– U
C12
– U
R21
Não iria para o hospital,
porque assim quem
vai para atenção básica,
norm
almente não
gosta muito da
parte
clínica, e pra gente na residência, foi assim
uma tortura ter que ir pro hospital.
E2
– U
C12
–
UR
22 poderia ir até pros
ambulatórios, ir para o C
REN, ir para outros
lugares assim, foi muito bom
é... então faria
esse
convênio
com
algum
as
outras
instituições.
E2
– U
C11
– U
R19
Pouca oportunidade de
aprendizagem
. E
2 –
UC
11 –
UR
20 C
onstruir estratégias de
ensino com
participação discente.
E2
– U
C12
–U
R21
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
E2
– U
C12
– U
R22
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
147
então faria esse convênio com algum
as
outras
instituições... foi assim muito bom
mesmo e eu tiraria essa parte do hospital.
UC
13
As
aulas,
deixaria
mesm
o.
As
específicas
deixaria.
As
multiprofissionais
também
foram importantes... discussão de
casos. M
as as específicas são boas porque
pra gente fazer os protocolos, pra gente ver
se tá ... se uma está dando orientação do
jeito que a outra tá dando... para gente trocar
experiência de grupo, da sugestões
pras
outras... isso é muito bom
. U
C14
Acho que assim... um
a leitura mais
intensa de artigos científicos, um
a cobrança,
assim, você vai apresentar tal dia... acho que
isso era bom
....m
as de resto da parte da
Nutrição
foi tranquilo. Maior cobrança por
parte do preceptor de território de discussão
de caso tá... , porque não teve m
uito. Então a
gente tinha os casos ali, mas ficava entre
nós, então algum
as coisas, não ia m
ais num
a coisa m
ais profunda, porque o preceptor às
vezes não cobrava não..., então acho que
deveria ter isso m
ais.... Ah... um caso por
semana,
o que
vocês
acham
, mas
no
contexto
multiprofissional mesmo, cada um
poderia ta contribuindo... cobrar.. falar olha...
dar prazo...cobrar... acho que isso seria bom
, porque às vezes a gente tem
um caso, por
conta do trabalho ninguém
cobra ninguém
né.. não dá aquela importância que deveria
dar... então às vezes fica esquecido, então
ter
um segm
ento,
acho
que isso pode
E2
– U
C13
–
U
R23
as
aulas
multiprofissionais tam
bém
foram im
portantes
E2
– U
C13
– U
R24
as aulas específicas são
boas pra fazer os protocolos, vê se uma está
dando orientação do
jeito que a outra tá
dando,
trocar
experiência de grupo,
dar
sugestões.
E2
– U
C14
– U
R25 A
cho que assim... um
a leitura mais intensa de artigos
científicos,
uma cobrança.
E2
– U
C14
– U
R26
Maior cobrança por parte
do preceptor de território de discussão de
caso, porque não teve m
uito, tinha os casos,
mas ficava entre nós, não ia m
ais num
a coisa
mais profunda.
E2
– U
C14
– U
R27 um caso por semana no
contexto multiprofissional, cada um
poderia
estar contribuindo, porque às vezes a gente
tem um caso, por conta do trabalho ninguém
dá aquela importância, fica esquecido, então
ter um
segm
ento.
E2
– U
C13
– U
R23
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E2
– U
C13
– U
R24 D
iscussão entre pares
como facilitadores no processo de form
ação.
E2
– U
C14
– U
R25
Intensificar o enfoque em
pesquisa e mom
entos de discussão.
E2
– U
C14
– U
R26 Intensificar o enfoque em
pesquisa e mom
entos de discussão.
E2
– U
C14
– U
R27 Intensificar o enfoque em
pesquisa e mom
entos de discussão.
148
melhorar.
E
3 U
C15
Eu acho que o principal, o que facilita
muito pra um profissional que vai trabalhar na
saúde da família,
que tenha
feito um
a residência é toda experiência e a vivência da
prática .... então é... o convívio dentro de uma
Unidade de Saúde da Fam
ília, as atividades
que se desenvolvem
enquanto residente que
isso depois.. tudo isso ele vai...vai utilizar da
mesma form
a na sua atuação fora da
residência, m
as também
em saúde da fam
ília.
Eu acho que...que isso a prática e tam
bém
a
questão da... do
trabalho multiprofissional,
interdisciplinar que na
residência a gente
trabalhou ... trabalhava bastante na ... no ...
do multiprofisional.
Meu grupo era ... eu
acho... que era a gente conseguiu trabalhar
isso m
uito bem
, não ficava cada um só na
sua área e
que às vezes
você vai entrar
direto pra trabalhar em
Saúde da Fam
ília,
não passa por um
a residência, pode ficar
aquela coisa mais.... é... individualizada
mesmo ... cada um cuida do seu e não tem
mesmo o m
ultiprofissional. Eu acho que são
os
dois ... os
dois pontos que facilitariam
muito e eu acho ... que além de facilitar
fariam
com
que.. com que a... o Programa
Saúde da Fam
ília fosse executado da
maneira com
o ele foi pensado.
UC
16 E
u acho... eu acho que assim... né...
pensando exatamente na residência que eu
fiz .. eu acho que o m
ais dificultador talvez
tenha sido m
ais parte teórica, algum
as coisas
eram de mais difícil compreensão, a não ser
E3
– U
C15
– U
R28 o que facilita m
uito para
um profissional que vai trabalhar na saúde da
família que tenha feito uma residência é toda
experiência e a vivência da prática.... então
é... o convívio dentro de um
a Unidade de
Saúde da Fam
ília, as
atividades
que se
desenvolvem
enquanto residente.
E3
– U
C15
–
UR
29 a questão da... do
trabalho m
ultiprofissional, interdisciplinar que
na residência a gente trabalhou ... trabalhava
bastante na ... no ... do multiprofisional.
E3
– U
C15
– U
R30
Meu grupo não ficava
cada um só na sua área e que às vezes você
vai entrar direto pra trabalhar em
Saúde da
Fam
ília, não passa por um
a residência, pode
ficar
aquela
coisa
mais
individualizada
mesmo ... cada um cuida do seu e não tem
mesmo o multiprofissional.
E3
– U
C16
– U
R31
mais dificultador talvez
tenha sido m
ais parte teórica, algum
as coisas
eram
de
mais
difícil
compreensão,
o nutricionista na graduação não tem esse
enfoque mais antropológico.
E3
– U
C15
– U
R28
RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
3 –
UC
15 –
UR
29 Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora no processo de form
ação.
E
3 –
UC
15 –
UR
30 Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora no processo de form
ação.
E
3 –
UC
16
– U
R31
Form
ação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
149
a formação que eu já tivesse tido, algum
as ...
alguns temas que eram abordados... coisas
mais viajantes assim... que o nutricionista na
graduação não
tem esse enfoque
mais
antropológico, coisas assim e... acho que ....
como... com
o...eu ... eu ponho com
o crítica
pra residência é ... a form
a como foi feito...
como
foram feitos
esses módulos
....como
foram feitos
esses
módulos
teóricos. Às
vezes a gente é... não tinha é... profissionais
tão capacitados
pra dar
certos
módulos,
certos temas... então acabava que não...não
clareava m
uita coisa, acabava frequentando
e a gente não conseguia nem
absorver m
uito
e nem
aplicar muito aquilo que tinha sido
abordado.
UC
17 Não... do multi (CONTEÚDO DAS
AULAS), acho que...do específico não porque
já era uma vivência né... já eram tem
as que
por mais que não... não tivesse atuado m
uito,
alguns
temas
já é
de nossa form
ação,
então... no mínimo, um
a base a
gente já
tinha...
então ia algum profissional lá e
complem
entava,
era tudo de mais fácil
compreensão. Eu falo m
esmo mais do multi
das
questões
de processo saúde doença,
que a gente tinha um
a form
ação, na
graduação a gente num
... o nutricionista não
tem esse tipo de ... de... de teoria m
esmo...
de ... de em
basamento. Aqueles
temas...
módulos que eram m
ais abrangentes e que a
gente tinha aula todo mundo junto.
UC
18 E
u acho que ... pegando gancho no
E3
– U
C16
– U
R32
Às vezes a gente não
tinha profissionais tão capacitados
pra dar
certos
temas, então
acabava que não
clareava m
uita coisa, a gente não conseguia
nem
absorver m
uito (AULAS) e nem
aplicar
muito aquilo que tinha sido abordado.
E
3 –
UC
17
– U
R33 (CONTEÚDO DAS
AULAS) multi das
questões
de processo
saúde doença, que o nutricionista não tem
esse tipo de teoria mesm
o, de embasamento.
E3
– U
C18
–
UR
34 precisa que tenha
E3
– U
C16
– U
R32
Pouca oportunidade de
aprendizagem
. E
3 –
UC
17
– U
R33 Form
ação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E3
– U
C18
–
UR
34 Buscar docentes que
150
que eu
falei aí, como
dificultador essa
questão da parte teórica ... que eu acho que
precisa de um
...
precisa que tenha
profissionais que tenham
um embasamento
para
falar
pras
pessoas
de
diversas
form
ações
e que façam com que
todos,
independente de ...de que form
ação
tenha
tido,
compreendam
da mesm
a form
a e
consigam
colocar isso na prática, outra coisa
assim... que
agora eu
lembrei ... é... por
exemplo,
às
vezes
algum
as
coisas
na
residência eram propostas
meio que pra
inglês ver, assim sabe... Ah... tem
que fazer
isso...então como exemplo... tem que atender
100 famílias num
período curtíssimo. Acho
que ninguém
conseguiu atender... e tinha que
atender... e tinha que visitar
e acabou
deixando de fazer outras coisas. Então eu
acho que tem
que .... tem que ... que ... o
aprim
oramento acho tem
que ser no sentido
do... do que vai ser mais proveitoso pro
residente e não do que vai ser mais bonito
pra instituição, o que vai ser mais proveitoso,
o que vai realmente contribuir pra form
ação
do residente.
UC
19 E tem
tam
bém
a questão do... de tutor,
de é... preceptor... que na época ..é ... tinham
preceptores
que a gente via que
tinham
dedicações diferentes n a form
a de lidar com
o residente de
form
a diferente e a tutoria
também
... que tinha tutoria que era tam
bém
só no papel ... não existia tutoria. Então eu
também
acho que a escolha do local onde o
residente vai... vai passar
o período da
profissionais que tenham
um embasamento
pra falar pra pessoas de diversas form
ações
e que façam com
que todos independente de
que formação tenha tido, compreendam
. E
3 –
UC
18
– U
R35
algum
as
coisas
na
residência eram propostas
meio que pra
inglês ver, o aprim
oramento acho tem
que ser
no sentido do que vai ser m
ais proveitoso pro
residente e não do que vai ser mais bonito
pra instituição.
E3
– U
C19
– U
R36
tinham preceptores que a
gente via que tinham
dedicações diferentes, a
form
a de lidar com o residente, tinha tutoria
que era também
só no papel,
não existia
tutoria.
E3
– U
C19
– U
R37
acho que a escolha do
local onde o residente vai passar o período
da residência tem que
ser feita pensando
quem
trabalha nesse posto tem
condições de
contemplem a diversidade de form
ações.
E
3 –
UC
18 –
UR
35 P
ouca oportunidade de
aprendizagem
. E
3 –
UC
19 –
UR
36 Preceptores/tutores como
ponto dificultador na form
ação.
E3
– U
C19
– U
R37
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
151
residência é...tem
... tem que ser
feita
pensando nisso... que.... quem
que trabalha
nesse posto tem condições
de receber o
residente, quem
trabalha aqui tem condições
de receber o residente, atua da maneira
correta... da form
a com
o se pensa o PSF, pro
residente também
não
se contaminar por
uma atuação que não é a ideal pra tá PSF.
É... o que eu me lembro assim, agora é isso.
receber o residente, atua da m
aneira correta,
da forma como se pensa o PSF
E4
UC
20
Eu
acho
que
falta
visão
dos
profissionais do PSF é... eu acho que os
profissionais do PSF não estão prontos para
um processo
educativo, em
form
ação
é..
de... especialistas em
saúde da fam
ília. Eu vi
muitos
profissionais
que
aceitaram
os
residentes por um
a questão de hierarquia,
não porque eles tivessem
preocupados em
form
ar
os
residentes. Os
tutores
das
unidades...é... os preceptores não. Eu já acho
que eles
... eles
abraçaram o projeto da
residência apesar das dificuldades de um
a falta às vezes de objetivos, às vezes a gente
mudava
nosso
caminho
educativo
de
matérias, de assuntos
a serem discutidos,
mas eu
acho que
a questão na
unidade,
então... faltou esse... essa formação, porque
hoje eu trabalho com
estagiário e a m
inha
postura é
de querer
ensinar, é
de ser
disponível. É... hoje eu recebo as residentes
pra
fazer
estágio
aqui,
as
residentes
nutricionistas, então assim... eu vivo isso com
muita ... é.... eu valorizo m
uita a atenção a
esse aluno, porque eu já fui aluna, então eu
acho que a residência faltou isso mesm
o,
E4
– U
C20
– U
R38 Eu vi m
uitos profissionais
(TUTORES) que aceitaram os residentes por
uma questão de hierarquia, não porque eles
tivessem
preocupados
em
form
ar
os
residentes
E4
– U
C20
– U
R39 às vezes a gente m
udava
nosso caminho educativo de matérias, de
assuntos a serem discutidos.
E
4 –
UC
20 –
UR
40 eu acho que a residência
faltou isso m
esm
o, consciência do pessoal da
UBS m
esm
o.
E4
– U
C20
– U
R38
Preceptores/tutores como
dificultador na form
ação.
E4
– U
C20
– U
R39 P
ouca oportunidade de
aprendizagem
. E
2 –
UC
20 –
UR
40 R
epensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
152
consciência da.. do pessoal da UBS m
esmo.
UC
21 Pra aprim
orar... aí são tantas coisas..
mas eu acho
que é...
ter... ter
um
cronograma,
mas
estabelecido...é...
Eu
acho... depois que eu amadureci um pouco
...eu acho que eu senti... eu senti... eu pensei
né...é. Eu acho que não
pode
dar muita
margem
pro residente..é... é... com
o é que eu
vou dizer... não, é que ele se introm
ete m
uito,
mas eu acho que foi dada m
uita abertura pro
residente, de certa parte tem
que ser um
a residência participativa, mas isso não quer
dizer que é... a instituição não determ
ine o
cronograma, os objetivos, o que eles querem
para queles alunos, então ficou um
a coisa
muito aberta eu achei na minha form
ação,
todo m
undo falava, todo mundo dava palpite,
todo m
undo acatava... e eu acho que falta
mais assim...uma direção...
Quando eu
começo o curso da residência é... eu quero
saber
porque eu
estou aqui,
o que
a instituição quer de m
im ....e o que eu vou
aprender. E aí eu decido se eu vou continuar
naquele curso, mas não é uma coisa que foi
construída,
mas eu acho que para as
próximas residências, isso já pode ser m
ais
estabelecido. Olha, nós form
amos pessoas
com esse
perfil, nós
queremos
que você
participe dessa form
ação, a gente tem
esses
objetivos para você, m
as não que... ficou uma
coisa um pouco solta, eu acho ... tem
que ser
mais uma linha m
esmo. Igual quando você
faz
uma pós-graduação,
você sabe as
matérias que você tem
durante o ano, você
E4
– U
C21
– U
R41
ter um
cronograma, mas
estabelecido (AULAS)
E4
– U
C21
–
UR
42 tem que ser
uma
residência participativa, mas isso não quer
dizer que é... a instituição não determ
ine o
cronograma, os objetivos, o que eles querem
praqueles
alunos, então ficou um
a coisa
muito aberta eu achei na minha form
ação
E4
– U
C21
– U
R41 P
ouca oportunidade de
aprendizagem
no cam
po teórico.
E4
– U
C21
– U
R42
Construir estratégias de
ensino com
participação discente.
153
sabe os objetivos, quais são as competências
que você tem
que ter. Eu acho que estava
construindo
na nossa época,
mas
eu
acho...eu espero que tudo, as referências que
a gente vivenciou estejam
sendo usadas nas
outras turm
as.
E5
UC
22 Acho que exatamente a parte prática ...
é aquela coisa você dá a cara a tapa, vai é....
vai aos trancos e barrancos, digam
os assim,
trocando
ideias
com as outras
residentes,
preceptor tudo e tal, mas é no dia a dia
mesmo que você aprende, então é fato de
você ter que fazer, independente de ter
alguém
pra te orientar ou não, você corre
atrás, pesquisa, faz o melhor possível pra
que dê tudo certo e faça um bom
trabalho é...
então eu acho que é m
ais essa questão de
pôr na prática m
esm
o, que você vinha vendo
na teoria pelos
quatro anos da faculdade,
digam
os assim, então é a prática mesm
o.
UC
23 Eu
acho que a
questão de
ter os
tutores
lá
pra
orientar
também
ajuda
bastante, as
visitas
do
preceptor é.... pra
tentar acompanhar quais foram
as atividades,
até mesm
o hã.... um
a coisa que ajudou
bastante que também
foi tipo... alguns
trabalhos que a gente fez em
conjunto de
todas unidades, então era uma coisa.. um
a ideia que de repente você tinha que trabalhar
e já aproveitou pra ver com todos as nutris,
se a ideia é a m
esm
a, essas coisas então, e
essa supervisão ajudou bastante. Mas
eu
acho que é m
ais essa questão de você tá lá
E5
– U
C22
– U
R43
no dia a dia, mesm
o que
você aprende ter que fazer, então é o fato de
você ter que fazer, independente de ter
alguém
pra te orientar.
E5
– U
C22
– U
R44 eu acho que é m
ais essa
questão de pôr na prática o que você vinha
vendo na teoria pelos
quatro anos
da
faculdade.
E5
– U
C23
–
UR
45 ter os tutores lá pra
orientar também
ajuda bastante, as visitas do
preceptor pra tentar acompanhar quais foram
as atividades.
E5
– U
C23
– U
R46
alguns trabalhos que a
gente fez em
conjunto de todas as Unidades,
uma ideia que de repente você tinha que
trabalhar e já aproveitou pra ver com todos as
nutris, essa supervisão ajudou bastante.
E5
– U
C22
– U
R43
RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
5 –
UC
22 –
UR
44 R
MSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
5 –
UC
23
– U
R45
Preceptores/Tutores
como facilitadores no processo de form
ação.
E5
– U
C23
– U
R46
Discussão entre pares
como facilitadores no processo de form
ação.
154
mesmo no dia a dia.
UC
24 Acho
que exatamente isso, a falta
desse ... a inserção desse profissional na...
no PSF. Então, se tivesse já nutricionistas lá
na unidade, acredito que... tendo em quem
se
espelhar, se teria um
a ideia melhor, não
chegaria tão
perdido
na...
na residência
então, é tive... pra a gente, pra mim pelo
menos na... no começo o... o que foi pior
assim, foi chegar num
a unidade que nunca
nem
teve contato com
o nutricionista, então
mesmo, por mais boa vontade que tivessem
os
tutores, o médico e o enferm
eiro não
sabem
o que você tem
que fazer, então... é
eles não sabem
te orientar, não sabem
se te
mandam
você atender... norm
almente eles
fazem isso abrem
uma agenda pra você e...e
colocam um
monte de
pacientes e atende
lá... mas
é... de repente tivesse algum
a nutricionista já com
as atividades dela você...
você veria... a... ela faz o atendimento, faz
grupo, a ela trabalha com ... com
focando tal
pessoas.
UC
25 Deixa eu ver de dificultador.... não,
porque você...
a receptividade pra esse
profissional foi tão boa que eu acho... todo
mundo queria ajudar pra que desse
certo,
então, ah! queria m
uito que ficassem
essas
coisas, então acho que tudo acabou em
outros
sentidos
foi... foi na verdade um
facilitador, a boa recepção da unidade tudo e
tal, mas eu acho que era m
ais isso m
esmo, a
falta de... de contato com
esse profissional,
E5
– U
C24
–
UR
47 a
inserção
desse
profissional (NUTRICIONISTA) no PSF, se
tivesse já nutricionistas lá na unidade, tendo
em quem
se espelhar, se teria um
a ideia
melhor, não chegaria tão perdido.
E5
– U
C24
– U
R48 por mais boa vontade que
tivessem
os tutores, não sabe o que você tem
que fazer, eles não sabem
te orientar.
E5
– U
C25
– U
R49
por não ter ninguém
que
guiasse você,
tem que ir fazendo
seu
caminho sozinho m
esm
o, então acho... tendo
um profissional (NUTRICIONISTA) ajudaria
bastante, foi o maior dificultador que teve.
E5
– U
C24
– U
R47
Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E5
– U
C24
– U
R48
Preceptores/tutores como
dificultador na form
ação.
E5
– U
C25
– U
R49
Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
155
então ao mesm
o tempo
que todo mundo
queria passar em
consulta é..... você ficava
muito presa a isso, a m
ais só consulta, não
vou ter que partir pras
outras atividades
também
, mas
por
não ter
ninguém
que
guiasse, você tem que
ir... ir fazendo seu
caminho sozinho mesm
o, então acho tendo
um profissional ajudaria bastante, eu acho
que foi o m
aior dificultador que teve no caso.
UC
26 de repente não sei se ter mais ... mais
supervisão,
digam
os
assim...
ter
mais
preceptores da área, pra que eles cobrissem
mais digam
os assim, dia sim dia não, um
a coisa assim e ... de repente fazer um
... já
pegar os tutores que vão... vão fazer parte da
residência m
esmo, que é certeza, de repente
fazer um
curso com
eles, explicando até que
... que eles
vão tá recebendo, que é
esperado dessa equipe, até m
esm
o pra eles
saberem tá orientando. Muitas
vezes
se...
pelo m
enos nos dois campos que eu peguei o
Guilherm
ina e o Barro Branco, os preceptores
(O C
ORRETO ERA TUTORES) num
sabiam
nem
... nem
que iriam
vir os residentes, então
caiu assim de paraquedas literalmente isso
pra eles. E
ntão acho que se eles tivessem
tido uma preparação de repente eles já... já
saberiam
assim o que orientar e até m
esmo o
que cobrar... as atitudes que eram esperadas
desses residentes, então assim, de repente
realmente
ter
mais
supervisão...
mais
supervisores
digam
os, da
área e
mais
preparo dos tutores e assim eu sei que é
difícil realmente é... existe um
a troca de
E5
– U
C26
– U
R50 m
ais supervisão, ter m
ais
preceptores da área, para que eles cobrissem
dia sim dia não
E5
– U
C26
– U
R51 pegar os tutores que vão
fazer parte da residência fazer um
curso com
eles, explicando que eles vão ta recebendo,
que é esperado dessa equipe
E5
– U
C26
– U
R52 m
ais preparo dos tutores
e ver aquelas pessoas que estão dispostas
mesmo ta recebendo os residentes
E5
– U
C26
– U
R53
tem tutores que gostam
de ter residentes, tem tutores que não, só
estão com
o residente porque coube a eles
esse cargo, m
as então se partisse assim da
própria vontade deles de se candidatarem...
eu gostaria de ter residente, fazer um
curso
pra m
e preparar pra receber esses residentes
seria ótim
o.
E5
– U
C26
– U
R50 Intensificar o enfoque de
pesquisa e mom
entos de discussão.
E5
– U
C26
– U
R51
Educação perm
anente
para preceptores/tutores, visando aprim
orar o
processo de ensino-aprendizagem.
E5
– U
C26
– U
R52
Educação perm
anente
para preceptores/tutores visando aprim
orar o
processo de ensino- aprendizagem
. E
5 –
UC
26 –
UR
53 Preceptores/tutores como
dificultador na form
ação.
156
tutores muito grande, mas vê se daria de no
caso de... é ver aquelas pessoas que estão
dispostas mesm
o a estar
recebendo os
residentes, não tanto assim: ah! você foi o
escolhido, mas... mas partir por parte deles
mesmo, tem tutores
que gostam
de
ter
residentes, tem tutores que não, só estão
com o residente porque coube a eles esse
cargo, mas então se partisse assim da
própria vontade deles de se candidatarem...
eu gostaria de ter residente, fazer um
curso
pra m
e preparar pra receber esses residentes
seria ótim
o.
E6
UC
27 Bom
, eu acho que facilitador é... uma
coisa que eu encontrei, vou falar um
a coisa
que dificultou que eu acho que facilitaria, se
houvesse,
é eu acho que facilitaria se
houvesse nutricionistas
nas
unidades
pra
amparar na hora do trabalho que não é m
ulti
que
é
o
trabalho
individual
dos...das
nutricionistas, é isso seria essencial porque
em m
uitos mom
entos é...o pessoal que tá...
como na minha equipe eu só tinha, eu tinha
poucas outras profissionais e eram dentistas
e só enfermeiras, acabou acontecendo que
os dois estavam inseridos e a N
utrição não,
então nesses mom
entos que eu tinha que
fazer o trabalho sozinha eu ficava perdida,
então o que
facil... um
facilitador seria ter
alguém
da área que pudesse auxiliar.
UC
28 eu acho que outro facilitador também
é
a própria equipe que recebe, a própria
unidade ser receptiva, o que a gente não teve
E6
– U
C27
– U
R54
eu acho que facilitaria se
houvesse nutricionistas
nas unidades
pra
amparar na hora do trabalho que não é m
ulti,
que é o trabalho individual dos nutricionistas.
E
6 –
UC
28 –
UR
55 você levar equipes pra
unidades que estejam
realmente dispostas a
receber esses residentes.
E6
– U
C27
– U
R54
Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E6
– U
C28
– U
R55
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
157
muito bem
lá na unidade que a gente estava
é....eu acho que isso é um facilitador, você
levar
equipes
pra unidades
que estejam
realmente dispostas e pra... e pra equipes lá
da unidade que tam
bém
estejam dispostas a
receber esses residentes.
UC
29 eu acho que os encontros é... as aulas
com a equipe de Nutrição tam
bém
foi um
a coisa im
portante, é... porque eu acho que era
um
mom
ento
de
a
gente
dividir
conhecimento, eu acho isso importante, eu
acho que da form
a como aconteceu é claro
poderia ter... era um
a experiência nova,
poderia ter tido, acontecido de outras form
as,
mas eu acho que isso é importante, eu acho
importante tam
bém
é...., outro facilitador era
os mom
entos que todos os residentes é.. se
reuniam, mesm
o que
nas
aulas, apesar
dessa carga horária pesada, eu acho que
isso acabou atrapalhando, mas eu
achava
que era um m
omento im
portante até todos os
residentes juntos.
UC
30 Bom
, o
prim
eiro ponto dific... é a
prim
eira dificuldade eu acho que foi a falta de
experiência de todo m
undo, a prim
eira... foi a
prim
eira residência,
então é...
ninguém
estava m
uito preparado é.... eu acho que o
fato de você não ter tido tam
bém
experiência
em saúde da fam
ília é... foi um
a coisa que
dificultou pra todo mundo, pra você e pra
gente.
UC
31 eu acho que outra dificuldade que eu
E6
– U
C29
– U
R56
as aulas com a equipe de
Nutrição tam
bém
foi um
a coisa importante,
um
mom
ento
de
a
gente
dividir
conhecimento.
E6
– U
C29
– U
R57
outro facilitador era os
mom
entos
que
todos
os
residentes
se
reuniam, m
esmo que nas aulas.
E
6 –
UC
30
– U
R58
o fato de
você
(PRECEPTOR)
não
ter
tido
também
experiência em
saúde
da família foi um
a coisa que dificultou pra você e pra gente.
E6
– U
C31
– U
R59 a equipe que a gente
E6
– U
C29
– U
R56
Discussão entre pares
como facilitador no processo de form
ação.
E6
– U
C29
– U
R57
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E6
– U
C30
– U
R58 E
ducação perm
anente
para preceptores/tutores visando aprim
orar o
processo ensino/aprendizagem
. E
6 –
UC
31 –
UR
59 Preceptores/tutores como
158
particularm
ente tive foi o m
eu relacionam
ento
com as outras residentes da Nutrição, em
especial é... outro dificultador eu acho que a
equipe que a gente pegou da prim
eira vez na
unidade não estava preparada pra receber a
gente e depois as duas (refere-se às tutoras)
saíram
inclusive da Unidade a gente teve que
mudar de equipe, eu
acho que a nossa
equipe multi ela estava é, ela foi um
a equipe
mal planejada, só três profissionais, isso foi
uma coisa que ... que a gente acabou não
aproveitando o potencial que a gente tinha
por não ter um
a equipe m
ais diversificada, eu
vi que outras equipes em
outras unidades
cresceram m
uito m
ais que a gente, porque
tinham
é... porque
era um
a equipe mais
distribuída, uma unidade m
ais receptiva, que
abriu mais espaço,
a gente teve toda
dificuldade com
a gerente da nossa equipe
que também
teve um
problema de saúde,
então ela era m
uito ausente ela não... nunca
se posicionou é... para tentar abrir um espaço
melhor para gente na unidade é... eu acho
que tudo isso foram...foram coisas
que
dificultaram.
UC
32 eu acho que é... tem que fazer um
trabalho prim
eiro com
as unidades, todas da
Zona Leste pra saber que esse trabalho vai
ser
uma
coisa contínua que talvez
elas
precisem receber não
uma, mas algum
as
vezes, pra já criar essa mentalidade.
UC
33 Bom
, eu acho
que é... tem mais
algum
a coisa eu
acho
que é em
relação..
pegou da prim
eira vez não estava preparada
para receber a gente, a gente teve que mudar
de equipe.
E6
– U
C31
– U
R60
a nossa equipe m
ulti foi
mal planejada, só três profissionais, a gente
acabou não aproveitando o potencial que a
gente tinha por não ter um
a equipe mais
diversificada.
E6
– U
C32
–
UR
61 fazer
um trabalho
prim
eiro com as unidades para saber que
esse
trabalho vai ser um
a coisa contínua,
para já criar a mentalidade.
E6
– U
C33
– U
R 6
2 eu acho que o tutor
também
pode
se preparar para buscar o
dificultador na form
ação.
E6
– U
C31
– U
R60 P
ouca oportunidade de
aprendizagem
. E
6 –
UC
32 –
UR
61 E
ducação perm
anente
para preceptores/tutores visando aprim
orar o
processo ensino aprendizagem
. E
6 –
UC
33 –
UR
62 Educação perm
anente
para Preceptores/Tutores visando aprim
orar o
159
term
o de relação pessoal, eu acho que é....
eu acho que o tutor também
pode é... se
preparar para buscar o potencial de cada...
de cada residente, é mesm
o que aquilo não
seja próximo do que ele espera entendeu, dar
mais autonom
ia pra... pra cada residente é...
desenvolver suas
potencialidades
e assim,
não priorizar só o que ele acha importante,
porque às vezes coincide com
um ou dois
também
fazem melhor entendeu, eu acho
que outra coisa é que os tutores saibam
...
tenham
algum
tipo de treinam
ento de
liderança, algum
a coisa assim pra também
saber
aproveitar
o
potencial
de
cada
residente e não...não deixar se perder muita
coisa que é não tá de acordo com
o que ele
espera, mas pode... pode ser um
a coisa
muito legal, pode trazer um
resultado melhor.
potencial de cada residente, mesm
o que
aquilo não seja próximo do que ele espera
dar
mais autonomia para o residente
desenvolver suas potencialidades.
E6
– U
C33
–
UR
63 outra coisa é que os
tutores tenham algum
tipo de treinam
ento de
liderança para saber aproveitar o potencial de
cada residente.
processo ensino aprendizagem
E
6 –
UC
33 –
UR
63 Educação perm
anente
para Preceptores/Tutores visando aprim
orar o
processo ensino aprendizagem
.
E7
UC
34 Bom
..é, eu vejo assim que ... a m
inha
concepção até mesm
o por
trabalhar
na
residência aquela questão da integração de
toda a... de todas as áreas no caso da nossa,
teve dentista, enferm
eira e a nutricionista.
Então vam
os dizer assim, antes da residência
eu tinha um
a visão, mas depois até m
esm
o por trabalhar com ela, a visão é.. m
udou né,
até m
esm
o com... até m
esmo em
relação à
minha área. Então eu vejo que todos têm um
trabalho, vamos dizer assim, é complementar,
claro que voltado pra saúde.
UC
35 com
o a gente estava m
ais junto... eu
não tive a oportunidade de acompanhar ela
em
consultas
individuais
e
tudo....m
as
E7
– U
C34
– U
R64
antes da residência eu
tinha um
a visão, mas depois por trabalhar
com ela (NUTRICIONISTA), a visão m
udou,
até mesm
o em relação à minha área.
E7
– U
C35
– U
R65 de tanta integração que
tinha que ela falava da nossa área e a gente
sabia falar dela... até mesmo
quando não
E7
– U
C34
– U
R64
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E7
– U
C35
– U
R65
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
160
sempre que a gente
fazia as
atividades
coletivas
ou as
visitas
dom
iciliares
eu
presenciava a atuação dela no... no sentido
da orientação mesmo, do... de correr as
inform
ação e ter
orientação tanto pra
família... nas visitas dom
iciliares quanto nos
grupos de orientações que nós fazíam
os tudo
juntos
acabava...acabava até que...é.... de
tanta integração que tinha que ela falava da
nossa área e a gente sabia falar dela... até
mesmo
quando...quando não estávam
os
juntos.
UC
36 Então isso é uma
coisa importante,
porque, nós profissionais da saúde, tam
bém
através da...das conversas que nós tínham
os
em
reuniões
acabamos...
acabam
os...
incorporando dentro das nossas orientações
ou orientações que ela passava pra gente ...
então eu acho... eu vejo assim que... vamos
dizer assim....é... a atuação dela que eu
vivenciei tanto com
a comunidade, quanto pra
nós, profissionais da saúde, nesse sentido,
vamos dizer... eu uso até hoje na verdade as
questões
de..
do que eu aprendi
na
residência é, digo, nessas questões de... do
quê?... das orientações que ela passou lá
que a gente acabava é.. transm
itindo é...
passando tam
bém
pra com
unidade, não só
nos nossos grupos de orientação de odonto,
quanto agora que eu
estou trabalhando
também
na U
nidade de Saúde, eu tam
bém
acabo incorporando as
questões...de ...da
nutricionista dentro dos grupos que eu faço
hoje.
estávamos juntos.
E7
– U
C36
– U
R66
uma coisa importante,
nós profissionais da saúde, também
através
das
conversas que nós
tínham
os
em
reuniões, acabamos incorporando dentro das
nossas orientações o que ela passava pra
gente.
E7
– U
C36
–
UR
67 agora que eu estou
trabalhando tam
bém
na Unidade de Saúde
eu tam
bém acabo incorporando as questões
da nutricionista dentro dos grupos
que eu
faço hoje.
E7
– U
C36
– U
R66
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E7
– U
C36
– U
R67 Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
161
UC
37 É... bom
... o... a Residência o que que
ela .... que eu acho que ela contribuiu... pra
form
ação eu acho
que... eu vejo assim...
vamos dizer assim... eu vejo acho que foi
como .. eu vejo isso com
o ...com
o um todo
pra... pra nossa equipe, o que facilitou pra
form
ação.. eu acho que eu não sei se eu
consigo é... separar assim cada profissão,
porque com
o a gente tentava... acho que a
proposta da residência tinha essa visão da
integração, acho que... o que facilitou pra
form
ação do nutricionista foi essa questão
desse envolvimento mesm
o com o ...com
todo... as outras .. com
essas outras áreas,
vamos dizer.. nós aprendíamos com ela e ela
aprendia com
a gente tam
bém
...então, tanto
com a enferm
eira, quanto com dentistas,
então...com
os tutores e tudo. E até m
esm
o dentro do... das aulas que nós tínhamos na
faculdade m
esm
o. Então os pontos que são...
que facilitam
acho que é isso, a integração e
a inserção da nutricionista na equipe m
esm
o dentro da...da equipe da residência m
esm
o....
acho que é isso.
UC
38 Bom
é... é... acho que a prim
eira...
acho que surgia era a questão de não ter a
inserção
na...no
PSF
do...desse
profissional.... acho que assim.... porque as
categorias
que
tinham
o
profissional
inserido...acho que...é....
de
você ter
o profissional... o tutor no campo
facilitava.
vamos dizer assim, pelo conhecimento da
rotina,
do..do serviço
e tudo....acho que
E7
– U
C37
–
UR
68 o que facilitou pra
form
ação do nutricionista foi essa questão
desse envolvimento com
essas outras áreas.
E7
– U
C37
– U
R69
nós aprendíamos com ela
e ela aprendia com a gente, com os tutores e
tudo.
E7
– U
C38
–
UR
70 um
ponto pra não
dificultar pra formação dele é a inserção do
nutricionista na equipe m
ínima de Saúde da
Fam
ília.
E7
– U
C37
– U
R68
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E7
– U
C37
– U
R69
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E7
– U
C38
– U
R70
Inserir o nutricionista no
campo de ensino buscando potencializar o
aprendizado.
162
vamos dizer assim.... vam
os dizer assim....um
ponto pra não dificultar pra formação dele é
a..é a inserção do nutricionista na equipe ...
na equipe m
ínima de... na Saúde da Fam
ília.
UC
39 Então eu acho que ... acho que esses
eram os pontos principais, porque os outros
pontos é... porque a preceptora de área, no
caso nutricionista e ter os preceptores junto,
isso de uma certa form
a supria o que num
tinha bem
.. com
o eu disse é... pela inserção
do nutricionista na S
aúde da F
amília, acho
que esse... acho que esse era.. eu vejo com
o esse sendo o ponto assim principal que a
gente discutia aqui, os outros pontos... acho
que não ... acho que não teve um ponto que
fosse tão relevante quanto esse ... é isso que
eu acho.
E7
– U
C39
– U
R71
no caso, nutricionista e
ter os preceptores junto, isso de uma certa
form
a supria o que num
tinha inserção do
nutricionista na Saúde da Fam
ília.
E7
– U
C39
–
UR
71 Preceptores/Tutores
como facilitadores no processo de form
ação.
E8
U
C40
É difícil responder... acho que o
nutricionista sabe responder melhor que eu...
mas eu acho que é ...é esse contato com
os
outros profissionais tam
bém
, eu tom
o... me
tomo como
exemplo, assim como eu em
contato com o nutricionista tive outras...
aprendi bastante coisa... hoje eu não
sei
tanto... dar tanto... não tão capacitado quanto
o nutricionista mas
algum
as
coisas
eu
aprendi para abordar isso, algum
as coisa eu
sei falar e acho que pro... pro nutricionista
também
, esse
contato
com
outros
profissionais e até a possibilidade de ele ver
onde pode atuar junto com esses outros
profissionais,
por
exemplo
eu
sou
fisioterapeuta, tinha caso por exemplo de
E8
– U
C40
– U
R72
eu, em
contato com
o
nutricionista, aprendi bastante coisa, hoje eu
não sei tanto, mas algumas coisas eu aprendi
para abordar.
E
8 –
UC
40
– U
R73
contato com outros
profissionais e até a possibilidade de ele ver
onde pode atuar junto com esses outros
profissionais.
E8
– U
C40
– U
R72
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
E8
– U
C40
– U
R73
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
163
artrose, que vinha pra... pra m
im, eu preciso
do nutri tam
bém
, porque se eu ficar cuidando
da artrose e a pessoa não reduzir um
pouco
o peso, essa artrose vai continuar, então é
uma coisa em
conjunto.
UC
41 Então assim, acho que ela tem
uma....
tipo o nutricionista, por exemplo, eu posso a...
uma pessoa que tem... que esteja obesa
também
saber que ela vai ter um
a artrose,
assim tá ligado, eu acho que é saber ligar
melhor as coisas, ver a pessoa m
elhor como
um
todo,
orientar
melhor...
ela
veio
encaminhado pra nutricionista, mas olha no
futuro você vê... vir a ter esse problema...
Então eu acho que é uma visão m
ais ampla,
acho que entender um pouco m
elhor a outra
área, saber um
pouco relacionar tudo isso,
não abordar como o outro profissional, mas
atender de um
a form
a mais integral, mais
plena m
ais ampla, ver onde pode atuar, às
vezes não... não percebe, e às vezes vendo
o que o outro faz, você sabe que você pode
ajudar o outro atuando ali também
, acho que
isso ajudou um pouquinho na formação do
nutricionista.... eu acho que é isso.
UC
42 Dificultador..... deixa eu
ver.... acho
que com é um
a coisa que ele está
descobrindo agora, onde ele pode atuar .... e
isso é uma descoberta um pouco individual.
Eu acho que na residência, cada nutricionista
ficou num
a realidade e... e foi se adaptando,
foi descobrindo o que pode fazer, o que pode,
onde pode atuar, suas competências
de
E8
– U
C41
– U
R74
vendo o que o outro faz,
você sabe que pode ajudar o outro atuando
ali
também
, acho que isso ajudou um
pouquinho na formação do nutricionista.
E8
– U
C42
– U
R75
cada nutricionista ficou
num
a realidade,
então acho
que isso
dificultou um pouco o aprendizado igual pra
todo m
undo. V
ocê viver um
a coisa e você
ouvir do outro que viveu não é a mesm
a coisa.
E8
– U
C41
– U
R74
Vivência m
ultiprofissional
como facilitadora na form
ação.
Efi
sio
8 –
UC
42 –
UR
75 Inserção em poucos
cenários
de atuação como dificultador da
form
ação.
164
acordo com aquela realidade... então acho
que
assim,
isso
dificultou
um
pouco
o....aprendizado assim, como poderia dizer....
igual
pra todo mundo...
é lógico,
teve
um...deve ter tido mom
ento de troca entre
vocês e que isso foi....foi sanado, mas você
viver um
a coisa e você ouvir do outro que
viveu não é a mesm
a coisa.
UC
43
entrar
num
a
residência
multiprofissional, mas não saber direito ainda
o que vai fazer lá... ter que descobrir isso, ter
que perceber isso, isso acho que foi um
dificultador e o outro também
, acho que
uma... por exemplo, a
form
ação de um
a,
acho que.... a visão de um
a é um
pouco
diferente da visão da outra pela realidade. O
que uma fez... o trabalho que uma fez num
lugar não é o trabalho que a outra fez, até
pela dem
anda daquela região, então um
a tem uma vivência e outra tem
outra, talvez
tivesse tido um
a troca entre.... entre as....
assim práticas mesm
o entre os postos tal...
seria m
elhor.
UC
44 D
ificuldade é ... tam
bém
a gente não
sabe trabalhar mesm
o m
ulti, inter, trans, tudo
isso teve que ser aprendido e dois anos é
bastante, mas
aprender isso é...é difícil...
então eu
não sei até que ponto a gente
conseguiu absorver tudo isso daí, a
gente
tentou, m
as não sei se foi suficiente... vamos
ver.
UC
45 é
aquilo que eu falei de realidades
E8
– U
C43
– U
R76 entrar num
a residência
multiprofissional, mas não saber direito ainda
o que vai fazer, ter que descobrir, perceber
isso foi um dificultador.
E8
– U
C43
– U
R77 a form
ação de uma é um
pouco diferente da outra pela realidade o
trabalho que um
a fez num
lugar não
é o
trabalho que a outra fez, então um
a tem uma
vivência e a outra tem
outra.
E8
– U
C43
– U
R78 ter uma troca assim, entre
os postos, uma região trocar ir pra outra pra
viver aquela realidade, depois discutir o que
tá fazendo, que poderia fazer.
E8
– U
C44
–
UR
79 a gente não sabe
trabalhar mesmo multi, inter, trans, tudo isso
teve que ser aprendido.
E8
– U
C45
– U
R80 trocar mesm
o pra saber
E8
– U
C43
–
UR
76 Form
ação
volta à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E8
– U
C43
–
UR
77 Inserção em
poucos
cenários
de atuação como dificultador da
form
ação.
E8
– U
C43
–
UR
78 Inserção em
poucos
cenários
de atuação como dificultador da
form
ação.
Efi
sio
8 –
UC
44 –
UR
79 Form
ação voltada à
especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E8
– U
C45
– U
R80
Repensar e diversificar
165
diferentes, então num
a tem m
ais criança, na
outra é... tem m
ais hipertenso, na outra tem
mais acamado, na outra tem mais, então
assim a gente acaba desenvolvendo projetos
diferentes, um
mais com crianças, outros
mais com idosos, outros mais com....então
acho que assim, trocar mesmo pra ter... pra
saber
se
viver
digam
os
em
qualquer
realidade,
entendeu...
trocar...
conhecer
todos
os
postos, não ficar num
lugar só,
conhecer todas as ... as realidades , e ter
uma troca maior
tanto entre categoria
profissional
na...na...
por
exemplo
nutricionista, quanto na equipe mesm
o ,
desenvolver coisas juntos na equipe, acho
que as
duas coisas
são importantes
sem
perder o foco , a integração entre a equipe e
a
integração
entre
o
nutricionista,
principalmente porque não está inserido na
categoria, não é uma competência assim que
está estabelecida igual a enferm
agem
, a
enferm
agem
tem
que trabalhar isso, isso, isso
e isso, a nutricionista não tem isso ainda,
está sendo feito né, então por isso eu acho
que tem
que ter um... uma discussão m
aior
na categoria mesmo.
UC
46 U
ma categoria vinha e falava aí, tem
que fazer grupo disso, outra a... grupo disso.
Não dava pra fazer tudo que... eu vejo às
vezes...
a
gente
teve
que
fazer
um
planejamento lembra, da... de categoria na
atuação, eu não fiz metade do que eu
coloquei que eu ia fazer, por quê? P
orque
não deu. Pra formação, por exemplo, a gente
se viver digam
os em
qualquer realidade,
conhecer todos
os
postos, não ficar num
lugar só, conhecer todas as realidades.
E8
– U
C45
– U
R81 ter uma troca m
aior tanto
entre categoria profissional, quanto na equipe
mesmo, desenvolver coisas juntos na equipe.
E8
– U
C46
– U
R82
trabalhar o m
ulti, mas
assim com questões
práticas
talvez no
começo,
com discussões, com eventos,
porque a gente soube
tudo muito pontual,
mas, juntar tudo eu tive dificuldade.
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
E8
– U
C45
– U
R81
Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino.
E8
– U
C46
– U
R82
Intensificar o enfoque de
pesquisa e mom
ento de discussão.
166
tinha que ter visto tudo aquilo eu acho, tem
coisa que se eu for ter que m
ontar hoje eu
não sei, porque eu não m
ontei, eu não fiz
aquilo que eu me propus
a fazer, mas
também
não precisava,.. então isso que eu
falo que é difícil, não.. é com
plicado .... então
é trabalhar o multi, mas assim com
questões
práticas talvez no com
eço, com discussões,
com eventos, porque a gente soube tudo
muito pontual mas, juntar
tudo eu tive
dificuldade... bastante. No final só que deu
certo, pelo m
enos algum
a coisa deu certo no
final. Foi gostoso, foi bom
... no final a gente
vai descobrindo, a gente vai juntando as
peças, uma coisa m
uito boa de fazer, tem
um
a.. um
a recompensa, a gente vê um
retorno a gente vê uma melhora.
E9
UC
47 Eu acho que assim é, não sei se cabe
aqui, mas assim no caso das aulas que são
importantes.
Aulas
mais...
melhores
estruturadas, que não... ... não foi,
todo
mundo sabe disso, mais estruturadas, com
profissionais realmente
que entendam
do
assunto, específico da área de N
utrição por
exemplo, não um
profissional generalista.
Lógico que é importante essa visão, mas eu
acho que é importante
enriquecer o papel
específico da pessoal também
, então.. aulas
de... principalmente em relação às aulas com
profissionais qualificados, aulas estruturadas,
sabendo o que vai falar como vai falar, de
maneira que seja bacana para todo m
undo,
aprendizagem
... acho que é isso. Agora para
a residência m
esm
o, acho que é a ...a parte
E9
– U
C47
– U
R83 Aulas mais estruturadas,
com profissionais realmente que entendam
do assunto específico.
E9
– U
C47
– U
R84
aulas com profissionais
qualificados, sabendo o que vai falar, com
o vai falar, de m
aneira que seja bacana para
todo mundo, aprendizagem
.
E9
– U
C47
– U
R83
Buscar nutricionista com
conhecimento em
PSF para aprim
orar
a abordagem
teórica específica.
E9
– U
C47
–
UR
84 Buscar docentes que
contemplem a diversidade de form
ações.
167
teórica, tem que ser m
ais estruturada com
...
com profissionais é... mais capacitados pra
estar ministrando isso daí... eu acho que é
isso o que ficou faltando.
UC
48 ficou lesado de
aula teórica, ficou
mesmo, não tem com
o falar que não ficou,
todo m
undo reclam
ou acho que ficou faltando
isso na parte teórica das aulas, conhecimento
tanto na parte específica quanto na parte de
saúde pública. . Teve profissionais muito
bons
que vieram ministrar as
aulas
mas
poderia ter sido m
uito m
elhor com
certeza,
pena que foi ... pela estruturação dia, módulo,
tal assunto, ter um
a program
ação pra gente
saber o que vai acontecer,o que vai ser
falado, pra já tá vendo algum
a coisa dessas
pra gente acrescentar na aula. Isso não tinha
, era tudo
meio jogado, acho
que ficou
faltando isso pra aprimorar mais ainda o
papel .. a form
ação do residente.
UC
49 talvez fosse mais interessante ter o
nutricionista já lá no posto como profissional ,
seria muito melhor ficar lá acompanhando,
aprendendo e não tinha , era a residente era
a pessoa que tinha... não tinha a pessoa lá
no posto. A
cho que isso tam
bém
, que não
existe, mas poderia ser m
elhor se tivesse já
um profissional que já tivesse
inserido no
PSF,
seria
com
certeza
muito
mais
enriquecedor como residente, como é toda
residência m
édica, como é toda residência de
enferm
agem
, tem um profissional lá todo dia
sabendo fazer as
coisas, que é algo que
E9
– U
C48
–
UR
85 estruturação
do dia,
módulo, tal assunto, ter um
a programação
pra gente saber o que vai acontecer,o que vai
ser falado, pra já estar vendo algum
a coisa
dessas pra gente acrescentar na aula. Isso
não tinha, era tudo meio jogado.
E9
– U
C49
–
UR
86 talvez
fosse mais
interessante ter o nutricionista no posto com
o profissional,
seria
muito
melhor
ficar
acompanhando, aprendendo.
E9
– U
C49
– U
R87 poderia ser melhor se
tivesse já um
profissional que já tivesse
inserido no PSF, seria
com certeza muito
mais enriquecedor com
o é toda residência.
E9
– U
C48
– U
R85
Pouca oportunidade de
aprendizagem
. E
9 –
UC
49 –
UR
86 Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
E9
– U
C49
– U
R87 Inserir o nutricionista no
campo de ensino, buscando potencializar o
aprendizado.
168
deveria ter na residência.
E10
U
C50
Eu acho que é a troca né, a questão de
ter vários profissionais então... até hoje eu
me pego dando orientação que eu aprendi
como o nutricionista, como eu acho que por
exemplo convivendo comigo, a nutricionista
aprendeu algum
as coisas que ela não tinha
form
ação na área dela,
como a gente
aprendeu com
o dentista e com
o m
édico.
Então essa questão da troca é uma questão
fundam
ental.
UC
51 O
utra questão é o olhar integral da
integralidade, então eu me lembro de um
a coisa assim... quando eu... eu sou terapeuta
ocupacional. então eu tenho uma form
ação
muito grande pra trabalhar com saúde m
ental
e eu falei: vamos trabalhar com saúde m
ental
e a nutricionista perguntou: Que que eu vou
fazer num
grupo de
saúde mental? E eu
sentei com ela e falei que uma das questões
é
que
todo
usuário
de
psicotrópico,
neuroléptico eles tendem a engordar muito ou
emagrecer muito ou
tem os distúrbios de..
distúrbios
alim
entares, da psiquia... que a
psiquiatria trata,
então
são
questões
de
saúde mental que ela não conseguia nem
enxergar dentro da form
ação dela, como eu
também
consegui aprender um
monte de
coisa, que lógico eu nunca vou substituir o
nutricionista, mas
minha form
ação é mais
integral, é m
ais com
pleta, eu consigo ver a
pessoa de m
aneira holista, não gosto dessa
palavra , m
as assim, essa visão integral que
E10
– U
C50
– U
R88 é a troca, a questão de
ter
vários
profissionais,
eu acho que,
convivendo com
igo, a nutricionista aprendeu
algum
as coisas que ela não tinha form
ação
na área dela.
E10
–
UC
51
– U
R89 questões
de saúde
mental que ela não conseguia nem
enxergar
dentro da form
ação dela.
E10
–
UC
51
– U
R90 visão integral que a
gente consegue a partir da troca. Eu acho
que isso foi importante para N, foi importante
pra m
im, foi muito interessante essa questão
da troca.
E10
–
UC
50
– U
R88
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
form
ação.
E10
–
UC
51
– U
R89 Form
ação
voltada
à especificidade, dificultando o olhar ampliado
para o PSF.
E10
–
UC
51
– U
R90
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
form
ação.
169
a gente consegue a partir da troca. Então eu
não
sabia
que
diabetes
podia
ser
diagnosticado por um
problema de gengiva,
foi convivendo com
a dentista que a gente
descobriu isso.
Eu acho que isso foi
importante para nutricionista também
, foi
importante pra mim, foi muito interessante
essa questão da troca.
UC
52 E
ntão eu acho que além dessa troca
que tinha na coisa da residência, a questão
da prática profissional, você tá o tem
po inteiro
ali, dentro da unidade básica de saúde,
aprendendo a lidar com os problemas que os
profissionais de unidade de saúde lidam
, eu
acho m
uito interessante.
UC
53 Eu acho que a falta de um arcabouço
teórico,
porque até então foi
inédita a
presença do nutricionista, então eu acho que
é a falta de um arcabouço teórico que desse
conta
da
atuação
do
nutricionista
no
Programa de Saúde da Fam
ília. Com
o foi
uma... pelo m
enos a m
inha turm
a foi a turma
pioneira que com
eçou , não tinha... não tinha
é... onde fazer revisão da literatura, a gente
meio que juntava as coisas, isso pra todo
mundo eu acho... tirando o médico e o
enferm
eiro,
o
resto
da
equipe
multiprofissional teve que quase que construir
os seus textos teóricos ali, o que ... o papel
de cada um, num
a equipe m
ultiprofissional,
num
program
a de atenção prim
ária. Apesar
de todo m
undo ter uma inserção clara e tal,
eu acho que isso, por exemplo, pra T
O já
E10
–
UC
52
– U
R91
questão
da prática
profissional,
o tempo
inteiro
dentro da
unidade básica de saúde, aprendendo a lidar
com os problem
as que os profissionais de
unidade
de
saúde
lidam
, acho
muito
interessante.
E10
– U
C53
– U
R92 a falta de um arcabouço
teórico que
desse conta da atuação do
nutricionista no Programa de
Saúde da
Fam
ília.
E10
–
UC
53
– U
R93 o resto da
equipe
multiprofissional teve que construir os seus
textos teóricos, o papel de cada um
, num
a equipe multiprofissional,
num
programa de
atenção primária.
E10
– U
C52
– U
R91
RMSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
10
– U
C53
–
UR
92 Escasso arcabouço
teórico específico referente ao processo de
trabalho no PSF.
E10
–
UC
53
– U
R93 Escasso arcabouço
teórico específico referente ao processo de
trabalho no PSF.
170
tinha algum
a coisa construído, porque já tem
.... já tem
uma TO trabalhando lá, agora pra
Nutrição não tinha.... pra N
utrição não tinha.
Foi muito construído ao longo da residência,
juntando
assunto e aí, você estudava
diabetes, diabetes na atenção prim
ária, mas
não tinha o que que o nutricionista na
atenção prim
ária... isso talvez tenha sido a
maior.. a dificuldade assim.
UC
54 agora já tem
outra turm
a, eu acho que
já tem
uma produção aí de m
onografia, de
artigo,
então o prim
eiro que isso fosse
reunido... de livro foi feito livro. Então que
isso
fosse
organizado,
estudado
e investimento em pesquisa. Eu acredito assim
que apesar de ser um
a especialização em
serviço, ela é um
a experiência academ
ia
ainda... é uma pós-graduação, então que ...
que fosse realmente despendido um tem
po
da residência com
o estudar que papel é esse
do... do nutricionista na atenção prim
ária.
E10
– U
C54
– U
R94 já tem
uma produção de
monografia, de artigo, então que isso fosse
reunido, organizado, estudado e investimento
em pesquisa.
E10
– U
C54
– U
R94 Intensificar o enfoque de
pesquisa e mom
entos de discussão.
E11
U
C55
Bom
eu
acho,
a
residência
multiprofissional em saúde da fam
ília eu acho
que
amplia
um
pouco
a clínica
do
profissional,
porque eu
acho que
a nossa
form
ação de graduação é muito pro ... é
muito
assistida,
então
você
vai
fazer
intervenção pro grupo, pra uma pessoa que
está lá com problem
a de obesidade, um
a desnutrição, algum
assim que teve que fazer
uma intervenção cirúrgica.
UC
56 Bom
, eu acho que um
a das coisas que
E11
–
UC
55
– U
R95
a
residência
multiprofissional em
saúde da fam
ília amplia
um pouco a clínica do profissional, porque
nossa form
ação de graduação é
muito
assistida, intervenção para uma pessoa com
problema.
E11
– U
C56
– U
R96 a estrutura de trabalho
E11
– U
C55
– U
R95 R
MSF proporcionando
espaço
para
novas
estratégias
de
aprendizagem
. E
11 –
UC
56 –
UR
96 Pouca oportunidade de
171
talvez
pra todos
os
profissionais e pro
nutricionista em particular, eu acho a questão
assim de
recursos materiais que às vezes
nós
éramos dez
categorias
profissionais,
então às vezes algum
as coisas específicas
deles ou de cada categoria ficou deficiente,
faltava, então por
ser
muito abrangente,
talvez a estrutura de trabalho dem
orou um
pouco pra entrar nos eixos. Assim,então por
exemplo, o nutricionista, qual é a carga
horária que eu deveria ter para a supervisão
de caso e às vezes nisso, como era m
uito
genérico, às vezes não era adequado pra
prática dele, ou mesmo assim, na
prática
tradicional por exem
plo, a gente fala ah a
gente faz.. fazer um
a consulta de Nutrição é
muito importante, você saber o
hábito é....
você ter tudo aquele levant... recordatório
alim
entar, então era um
a... um
a entrevista,
era um
mom
ento que tinha que ser mais
prolongado e às vezes as rotinas da prática
eram m
uito instantâneas, queixa e conduta e
na Nutrição não é queixa e conduta, a queixa
é muito longa , então achei então
uma
coisa... algo que dificulta, porque você dividir
a estrutura de trabalho/tem
po de maneira
muito igual e o nutricionista tinha esse
mom
ento que era diferencial... diferenciado.
UC
57 ter a inserção da
categoria também
teria facilitado muito, então às vezes seria
muito m
ais fácil, como o profissional não era
conhecido da rede, então eles começaram de
uma etapa anterior do que outras categorias,
então às vezes não ter a presença de um
dem
orou um pouco pra entrar nos eixos, por
exemplo, a carga horária que eu deveria ter
para a supervisão de caso, às vezes não era
adequada
pra
prática
dele
(NUTRICIONISTA).
E11
–
UC
57
– U
R97
ter a inserção da
categoria
(NUTRIÇÃO)
também
teria
facilitado m
uito.
aprendizagem
. E
11 –
UC
57 –
UR
97 Inserir o nutricionista no
campo de ensino buscando potencializar o
aprendizado.
172
profissional,
talvez
não
pro médico e
enferm
eiro, que é nuclear lá, um
médico e
enferm
eiro pra cada tantas famílias, m
as ter
um profissional de referência então ainda é
artigo de luxo. Nutrição é artigo de luxo,
então às vezes ter alguém
que possa fazer
toda essa
referência,
contrrreferência de
fazer um
pouco m
ais de é... de divulgação da
atuação, eu acho que isso ajudaria m
esm
o,
de estar mais presente é... na unidade.
E12
U
C58
Facilitadores... a prática, achei que foi
um ponto facilitador pra ela... ela veio pra
população, ela veio pra equipe. Ao m
esm
o tempo que ela tinha pra fornecer de instrução
e tudo ela recebia da gente também
orientação
da
parte
médica,
tinha
fisioterapeuta tam
bém
que participava junto,
parte da odonto. E então, a parte prática que
ela teve aqui eu acho que é fundam
ental é
pra ela.. eu tenho m
edo que eu viajo m
uito
nas coisas, eu perco o fio da m
eada.... eu
acho que a parte pra... prática tem
a ver com
a gente, o que eu posso falar foi o que ela
viveu aqui com
a gente, foi m
uito importante
tanto pra ela quanto pra gente, a gente
ganhou muito com a
experiência que ela
tinha, com.. com a sabedoria que ela tinha
sobre a Nutrição. Que realmente no dia a dia
aqui é difícil, se pegar todo dia e se estar se
atualizando em term
os de Nutrição, ela tinha
aquilo tudo fresquinho na cabeça, ela trazia
pra gente,
ajudava muito e vice-versa
também
, a gente ajudava ela, em
termos de
diabetes, pressão alta, ela assistia tam
bém
E12
– U
C58
– U
R98
Ao m
esm
o tem
po que
ela tinha pra fornecer de instrução e tudo ela
recebia da gente também
, orientação da
parte médica, tinha fisioterapeuta, odonto.
E12
– U
C58
– U
R99
a gente ajudava ela, em
term
os de diabetes, pressão alta, ela assistia
também
nossos
grupos
de hipertensão,
doenças degenerativas, isso ajudava ela a
articular o que tinha de experiência da parte
técnica com
a parte prática.
E12
–
UC
58
– U
R98
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
form
ação.
E12
–
UC
58
– U
R99
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
form
ação.
173
nossos
grupos, de hipertensão, doenças
degenerativas então... isso aí ajudava ela a
articular a... o que ela tinha de experiência da
parte técnica com ... aqui... com a parte
prática mesm
o.
UC
59
Aprim
oram
ento...
mais
cursos,
congressos, é... ver
tipos
... é...
de...
populacionais diferentes, na prática ele vai ter
... aum
entar a diversidade dele na técnica
dele, no aprendizado. Mais palestras, e fazer
...
ensinar..
mostrar
pra
população
a importância de um
a nutri...boa nutrição, e da
participação m
esm
o dele com
outras.. outras
áreas técnicas também
, onde ele se encaixa,
saber onde ele vai se encaixar, com
o ele vai
se desenvolver....
UC
60
(PALESTRAS)
Uma
abordagem
multiprofissional
e um
a
abordagem
multitécnica tam
bém
, porque dependendo da
causa,
o tipo de Nutrição pode variar
também
... vai tratar ... por exemplo, eu estou
cuidando
de
um
paciente
que
tenha
determ
inado
tipo de
alim
entos
ou
com
vitaminas e proteínas, ela precisa saber como
ela vai educar esse paciente pra que a gente
conseguir chegar a um consenso com
um, a
Nutrição e a parte curativa.
E12
–
UC
59
– U
R10
0 mais cursos,
congressos.
E12
– U
C59
– U
R10
1 ver tipos populacionais
diferentes, aum
entar a diversidade na técnica
dele, no aprendizado.
E12
–
UC
60
– U
R10
2 (PALESTRAS) um
a abordagem
multiprofissional
e
uma
abordagem
multitécnica tam
bém
.
E12
– U
C59
– U
R10
0 Intensificar o enfoque
de pesquisa e m
omentos de discussão
E12
– U
C59
– U
R10
1 Repensar e diversificar
cenários que sirvam
com
o cam
po de ensino
E12
– U
C60
– U
R10
2 Intensificar o enfoque
de pesquisa e m
omentos de discussão.
E13
U
C61
Eu acho que o trabalho em
equipe
junto com outras
equipes
de...
outras
profissões, com
o é fisio, farm
aco, então essa
integração entre as outras profissões.
E13
– U
C61
– U
R10
3 Integração entre as
outras profissões.
E13
–
UC
61
– U
R10
3
Vivência
multiprofissional
como
facilitadora
na
form
ação.