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Textos do Ir. Henri Vergès “… Deus seja louvado, e a Virgem Maria por me terem chamado, por me terem dado esta graça da fidelidade …Obrigado aos meus Irmãos...Obrigado a meus pais, à minha família, a tantos amigos… que me treinaram neste caminho do Amor. História de Amor que continua: que o Deus fiel nos conserve fiéis.” “Em resumo, foi o meu compromisso Marista que me permitiu, apesar das minhas limitações, inserir-me harmoniosamente no meio muçulmano, e a minha vida, neste meio, que me realizou mais profundamente, como cristão Marista. Deus seja louvado.” “… discretamente perdidos no meio da multidão, eis-nos aqui conTigo Maria, junto dos pobres, dos jovens, presença humilde, sempre querendo estar disponíveis, irradiação de teu Filho…“ “Porque a minha vocação Marista é particularmente adaptada a esta presença escondida, de humilde serviço, de fundamento sobre o qual vai descansar o futuro – nós que somos feitos para os jovens – com Maria, também Ela presente no coração do Islão.” Vie donnée, sang versé Oração Ó Pai, o Irmão Henri Vergès deu a sua vida, no seguimento de Jesus, na paciência do quotidiano, sempre disponível à vossa vontade. No meio dos jovens, ele foi homem de fé e de bondade, servo dos mais pobres e excluídos, testemunha autêntica do amor de Cristo. A seu exemplo, fazei de nós homens e mulheres de diálogo com os nossos irmãos do Islão, na discrição e no respeito. Que a alegria pacificada e toda simples que ele manifestava, fruto da sua simplicidade de vida e da sua proximidade a Maria, habite em nós e atraia para o Vosso Reino muitos dos que pondes no nosso caminho. Nós vo-lo pedimos por Jesus, Vosso Filho, Nosso Senhor e Nosso Irmão. Ámen A 8 de maio de 1994, foi assassinado no seu local de trabalho com a Irmã Paul-Hélène. Serão beatificados a 8 de dezembro de 2018, em Oran (Argélia) na Festa da Imaculada Conceição de Maria Repousa numa terra que ele amou. Na sua companhia estamos em boa escola: a da oração, do trabalho, e do diálogo com as outras religiões. Ir. Henri Vergès

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Textos do Ir. Henri Vergès “… Deus seja louvado, e a Virgem Maria por me terem chamado, por me terem dado esta graça da fidelidade …Obrigado aos meus Irmãos...Obrigado a meus pais, à minha família, a tantos amigos… que me treinaram neste caminho do Amor. História de Amor que continua: que o Deus fiel nos conserve fiéis.”

“Em resumo, foi o meu compromisso Marista que me permitiu, apesar das minhas limitações, inserir-me harmoniosamente no meio muçulmano, e a minha vida, neste meio, que me realizou mais profundamente, como cristão Marista. Deus seja louvado.”

“… discretamente perdidos no meio da multidão, eis-nos aqui conTigo Maria, junto dos pobres, dos jovens, presença humilde, sempre querendo estar disponíveis, irradiação de teu Filho…“

“Porque a minha vocação Marista é particularmente adaptada a esta presença escondida, de humilde serviço, de fundamento sobre o qual vai descansar o futuro – nós que somos feitos para os jovens – com Maria, também Ela presente no coração do Islão.”

Vie donnée, sang versé

Oração  

Ó Pai, o Irmão Henri Vergès deu a sua vida,

no seguimento de Jesus, na paciência do quotidiano,

sempre disponível à vossa vontade.

No meio dos jovens, ele foi homem de fé e de bondade, servo dos mais pobres e excluídos,

testemunha autêntica do amor de Cristo.

A seu exemplo, fazei de nós homens e mulheres de diálogo com os nossos irmãos do Islão,

na discrição e no respeito.

Que a alegria pacificada e toda simples 

que ele manifestava, fruto da sua simplicidade de vida

e da sua proximidade a Maria, habite em nós

e atraia para o Vosso Reino muitos dos que pondes

no nosso caminho.

Nós vo-lo pedimos por Jesus, Vosso Filho,

Nosso Senhor e Nosso Irmão.

Ámen

A 8 de maio de 1994, foi assassinado no seu local de trabalho com a Irmã Paul-Hélène.

Serão beatificados a 8 de dezembro de 2018, em Oran (Argélia) na Festa da Imaculada Conceição de Maria

Repousa numa terra que ele amou. Na sua companhia estamos em boa escola: a da oração, do trabalho, e do diálogo com as outras religiões.

Ir. Henri Vergès

Ir. Henri Vergès (1930-1994) Acostumamo-nos a ver junto aos santos, as insígnias do seu martírio ou algo da sua vida: um livro, uma espada, pobres…

Mas o Ir. Henri veste um sorriso bem aberto, endossa um avental, avança tendo na mão uma romã e, à sua frente-lado, veem-se quatro jarros. O trabalho. Combina com que o Papa Francisco iria dizer (aderindo a ele de imediato as Ordens Religiosas, entre elas os Maristas) da Igreja em saída, Igreja do avental…Igreja Mariana.

Como os outros mártires da Argélia o Ir. Henri era um homem comum e corrente que não escolheu ser mártir nem herói, mas simplesmente cristão.

Com ele podemos descobrir a dimensão espiritual na vida quotidiana. Permaneceu na Algéria 25 anos ao serviço dos jovens.

Itinerário de uma vida Irrupção Henri nasceu em 1930, em Matemale, nos Pireneus Orientais, sul da França. Era o primogénito de seis filhos de modestos camponeses. O pai foi eleito Presidente da Junta de Freguesia. A mãe, totalmente dedicada ao lar, cheia de bondade e delicadeza, exímia cozinheira, apoiava os vizinhos pobres.

Oculto Aos 12 anos deixa a casa paterna para entrar na aprendizagem da vida Marista. Fez a Primeira Profissão Religiosa aos 16 anos, preparou-se para professor na casa construída por S. Marcelino em l’Hermitage, e no ano seguinte já exercia. A sua saúde não resistiu a um trabalho intenso e a uma alimentação demasiado frugal. Teve que entrar num sanatório. Aproveitou para aprofundar a sua vida de relação com Deus.

“O Ir. Henri Vergès é um homem muito avançado no nosso tempo,

é um homem do século XXI, um homem de comunicação,

um homem que congrega homens.”

Amadurecimento Em agosto de 1952 emitiu os votos perpétuos. Professor e educador, trabalhou para se licenciar em Filosofia.

Foi eleito para participar no Capítulo Geral de 67-68. O Ir. Superior pede-lhe para ir para a Argélia. Aceitou de bom grado pois desde cedo desejava ir para as Missões. Começou a estudar árabe e desembarca em Argel a 6 de agosto de 1969.

Desabrochar Empenhou-se em desenvolver, na Escola, os valores manifestados na comunidade muçulmana. Após um ano de observação da situação escolar, empreendeu realizar uma comunidade educativa incluindo os empregados.

A sua tenacidade e inteligência desabrocharam num “Projeto Educativo” (anos 70) redigido em árabe e francês.

A sua actividade conheceu três etapas principais: de 69 a 76, Diretor de Escola (até à nacionalização); de 76 a 88, várias funções em Escolas do Estado, especialmente professor de Matemática; e de 88 a 94, em Argel, responsável pela Biblioteca de uma Escola Secundária, com mais de mil alunos.

(Funcionário da escola, quatro dias após a sua morte.)

«…Ele pertence à categoria dos que chamo “Mártires da esperança”

de quem quase nunca se fala – porque é na paciência do quotidiano que eles

derramam todo o seu sangue.» (Abade de Tibhirine, dois meses após a morte.)