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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte a IRPF - Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Física e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte a IRPF e Fonte - Comprovante eletrônico de rendimentos pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e comprovante eletrônico de pagamentos de serviços médicos e de saúde Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 03/2014 / a Tributos e Contribuições Federais CSL Opção pelo pagamento mensal em 2014 01 / a Direito Comercial Cheque pós-datado (ou pré-datado) 05 / a IOB Setorial Comércio Exterior IRPJ - Comprovação de preços de transferência na importação me- diante relatório de auditores externos independentes 07 / a IOB Comenta IRPJ O autoarbitramento do lucro da pessoa jurídica 08 / a IOB Perguntas e Respostas Administração tributária Sede, domicílio e estabelecimento matriz - Distinção 09 Contabilidade Negócio em conjunto (joint operation) - Definição 10 Negócio em conjunto (joint operation) - Demonstrações contábeis 10 IRPJ/CSL Concentração de gastos - Rateio dos custos e despesas 10

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte

a IRPF - Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Física e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte

a IRPF e Fonte - Comprovante eletrônico de rendimentos pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e comprovante eletrônico de pagamentos de serviços médicos e de saúde

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 03/2014

/a Tributos e Contribuições FederaisCSLOpção pelo pagamento mensal em 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Direito ComercialCheque pós-datado (ou pré-datado) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05

/a IOB SetorialComércio ExteriorIRPJ - Comprovação de preços de transferência na importação me-diante relatório de auditores externos independentes . . . . . . . . . . . . 07

/a IOB ComentaIRPJO autoarbitramento do lucro da pessoa jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a IOB Perguntas e RespostasAdministração tributáriaSede, domicílio e estabelecimento matriz - Distinção . . . . . . . . . . . . 09

ContabilidadeNegócio em conjunto (joint operation) - Definição . . . . . . . . . . . . . 10Negócio em conjunto (joint operation) - Demonstrações contábeis . . 10

IRPJ/CSLConcentração de gastos - Rateio dos custos e despesas . . . . . . . . . . 10

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

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Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : CSL : opção pelo pagamento mensal em 2014.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2048-0

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-00094 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

03-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 IR/LS

CSL

Opção pelo pagamento mensal em 2014 SUMÁRIO 1. Empresas obrigadas ao pagamento mensal 2. Contribuição mensal calculada por estimativa 3. Prazo de pagamento da contribuição mensal 4. Empresa que reduzir ou suspender os pagamentos

mensais do IRPJ com base em balanços ou balancetes

5. Ajuste anual

1. EmPRESAS oBRIgAdAS Ao PAgAmEnto mEnSALAs empresas que optarem pelo pagamento mensal

do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) ficarão obri-gadas também ao pagamento mensal da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), com observância das normas tratadas neste texto.

(Lei nº 9.430/1996, art. 28)

2. ContRIBuIção mEnSAL CALCuLAdA PoR EStImAtIvA

2.1 Base de cálculo

A base de cálculo da CSL devida em cada mês corresponderá à soma dos seguintes valores:

a) 12% da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídi-cas que exerçam as atividades mencionadas no subtópico 2.1.2;

b) ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente) e demais ganhos, receitas e resul-tados auferidos no mês, não compreendidos na receita bruta de vendas e serviços, inclusive:

Notas

(1) Conforme estabelecem os arts. 71 e 98, I, da Medida Provisória nº 627/2013, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos seus arts. 1º a 66 para o ano-calendá-rio de 2014, observando-se que a opção será irretratável e acarretará

a observância de todas as alterações trazidas pelos artigos mencio-nados anteriormente e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, serão a partir de 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

(2) Observado o disposto na Nota 1, os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais re-ceitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas na letra “a” deste subtópico, com os seus respectivos valores decor-rentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, e demais valores determinados na Lei nº 9.430/1995, auferidos naquele mesmo período (Lei nº 9.430/1995, art. 29, II, alterada pela Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º).

b.1) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

b.2) rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

b.3) ganhos líquidos de operações financei-ras de renda variável;

b.4) ganhos de capital auferidos na alienação de participações so-cietárias permanentes em so-ciedades coligadas ou controla-das e de participações societá-rias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário subsequente ao de suas aquisições;

b.5) ganhos auferidos em operações de co-bertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

b.6) receita de aluguel de bens se a locação dos bens não estiver compreendida no objeto da empresa, deduzida dos encar-gos necessários à sua percepção;

Nota Se a locação dos bens estiver compreendida no objeto da empresa, os aluguéis serão computados na receita bruta sobre a qual se aplica o percentual de 32%, de acordo com o subtópico 2.1.2.

b.7) juros equivalentes à Selic, relativos a im-postos e contribuições a serem restituí-dos ou compensados;

a Tributos e Contribuições Federais

A contribuição social devida em

cada mês deverá ser paga no mesmo prazo de pagamento do Imposto de Renda, ou seja,

até o último dia útil do mês subsequente ao de sua

apuração

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03-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

c) variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de varia-ções cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obriga-ções expressos em moeda estrangeira, serão consideradas, à opção da pessoa jurídica:c.1) no momento da liquidação da operação

correspondente (regime de caixa); ouc.2) pelo regime de competência, aplicando-

-se a opção escolhida para todo o ano--calendário;

NotaDesde o ano-calendário de 2011:a) o direito de efetuar a opção pelo regime de competência referido em

“c.2” supra somente poderá ser exercido no mês de janeiro;b) o direito de alterar o regime adotado, no decorrer do ano-calendário,

é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio, considerando-se, para esse efeito, aquela superior a per-centual a ser determinado pelo Poder Executivo;

c) a opção ou sua alteração deverá ser comunicada à Secretaria da RFB:c.1) no mês de janeiro de cada ano-calendário, no caso da letra “a”

desta Nota;c.2) no mês posterior ao de sua ocorrência, no caso da letra “b”

desta Nota.

d) ganhos de capital auferidos na devolução de capital ao titular ou aos sócios ou acionistas, em bens e direitos avaliados a preços de mer-cado; nesse caso, o ganho de capital corres-ponderá à diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens ou direitos entregues;

e) a diferença entre o valor em dinheiro ou o va-lor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor dos bens e direitos que tenham sido entre-gues para a formação do referido patrimônio.

(Lei nº 9.249/1995, art. 20; Lei nº 9.430/1996, arts. 29 e 30; Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º; Lei nº 9.532/1997, art. 17, § 4º, “a”; Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 30; Lei nº 12.249/2010, art. 137)

2.1.1 Atividades imobiliárias - Percentual aplicável sobre a receita financeira

Desde 1º.01.2006, a receita financeira das empre-sas imobiliárias, quando decorrente da comercializa-ção de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato, passou a integrar a receita bruta sobre a qual se aplica o percentual (12%) de determinação de base de cálculo da CSL devida mensalmente, por estimativa.

Essa disposição aplica-se à pessoa jurídica que explora atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda.

Portanto, a referida receita financeira não deve ser considerada como as chamadas “demais receitas” e, sim, como integrante da receita bruta.

Notas(1) Conforme estabelecem os arts. 71 e 98, § 1º, I, da Medida Provisória

nº 627/2013, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos arts. 1º a 66 dessa norma para o ano-calendário de 2014. Vale ressaltar que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos dispositivos supramencionados, e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, ocorrerão a partir de 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da RFB.

(2) Observado o disposto na Nota 1, a base de cálculo da CSL, devida pe-las pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal corresponderá a 12% sobre a receita bruta definida na Nota 3, auferida no período, deduzida das devo-luções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995, cujo percentual corresponderá a 32%.

(3) A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas ope-rações de conta própria, o preço da prestação de serviços em geral, o re-sultado auferido nas operações de conta alheia e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas anteriormente, observando-se que, na receita bruta:

a) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-mente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

b) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações mencionadas anteriormen-te, observado o disposto na letra “a”.

(Lei nº 9.249/1995, art. 20, § 2º; Medida Provisória nº 627/2013, art. 8º; Lei nº 11.196/2005, art. 34)

2.1.2 Prestadoras de serviços - Base de cálculoDesde 1º.09.2003, o percentual a ser aplicado

sobre a receita bruta auferida no mês para fins de apuração da base de cálculo da CSL das empresas optantes por estimativa mensal e das pessoas jurídi-cas desobrigadas de escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes, inclusi-ve de carga;

b) intermediação de negócios;c) administração, locação ou cessão de bens imó-

veis, móveis e direitos de qualquer natureza;d) prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

(Lei nº 9.249/1995, art. 20; Lei nº 10.684/2003, art. 22)

2.2 AlíquotaNo cálculo da CSL devida mensalmente pelas

pessoas jurídicas em geral, aplica-se a alíquota de 9% sobre a base de cálculo determinada de acordo com os procedimentos informados nos subitens anteriores.

NotaA alíquota da CSL:

a) foi de 8% para fatos geradores ocorridos até 30.04.1999 (ressalvada a alíquota especial de 18% aplicável, até 31.12.1998, a instituições financeiras e entidades a elas equiparadas) e de 12% (para as pes-soas jurídicas em geral), relativamente a fatos geradores ocorridos no período de 1º.05.1999 a 31.01.2000;

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03-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

b) passou a ser de 9% (para todas as pessoas jurídicas), relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de 1º.02.2000.

(Lei nº 9.249/1995, art. 19; Medida Provisória nº 2.158- -35/2001, arts. 6º e 7º; Lei nº 10.637/2002, art. 37)

2.2.1 Instituições financeiras e equiparadas - Alíquota aplicável desde 1º.05.2008

Desde 1º.05.2008, a alíquota da CSL devida pelas pessoas jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as referidas na Lei Complementar nº 105/2001, art. 1º, § 1º, I a XII (bancos de qualquer espé-cie, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, administrado-ras de mercado de balcão organizado, cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo, bol-sas de valores e de mercadorias e futuros e entidades de liquidação e compensação), passou a ser de 15%.

NotaA Solução de Divergência Cosit nº 4/2012 esclareceu que as corretoras

de seguros estão sujeitas ao cálculo da CSL com base na alíquota de 9%.

(Lei nº 7.689/1988, art. 15, I; Lei nº 11.727/2008, arts. 17 e 41, II; Instrução Normativa RFB nº 810/2008)

2.3 Bônus de adimplência fiscalO bônus de adimplência fiscal, instituído pela Lei

nº 10.637/2002, será utilizado no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual, e:

a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSL determinada segundo as normas estabelecidas para as pessoas jurídicas submetidas ao regi-me de apuração com base no lucro presumido;

b) será calculado em relação à base de cálculo re-ferida na letra “a”, relativamente ao ano-calen-dário em que for permitido seu aproveitamento;

c) será deduzido em relação à CSL devida no ano-calendário;

d) será registrado na contabilidade da pessoa ju-rídica beneficiária:d.1) na aquisição do direito, a débito de conta

de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;

d.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da conta de Ativo Circulante referida em letra “d.1”.

A parcela do bônus que não puder ser apro-veitada em determinado período poderá sê-lo em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distintos dos referidos neste item.

Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de ofício de 150%,

calculada sobre o valor da CSL que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus.

(Lei nº 10.637/2002, art. 38; Lei nº 11.488/2007, art. 14; Ins-trução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 114 a 119)

2.3.1 Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônusNão fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos

últimos 5 anos-calendário, tiver se enquadrado em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da RFB:

a) lançamento de ofício;b) débitos com exigibilidade suspensa;c) inscrição em dívida ativa;d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação

acessória.Notas(1) Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou ju-

dicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” serão desconsideradas desde a origem.

(2) Ocorrendo a desoneração integral, a pessoa jurídica poderá calcu-lar, a partir do ano-calendário em que obteve a decisão definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo.

(3) O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual se dará o aproveitamento do bônus.

(Lei nº 10.637/2002, art. 38, §§ 3º e 4º; Instrução Normativa RFB nº 390/2004, art. 117)

2.4 ExemploAdmita-se que uma empresa optante pelo paga-

mento mensal do Imposto de Renda por estimativa em 20X1 no mês de janeiro deste ano:

a) auferiu receitas de vendas de mercadorias no valor total de R$ 2.300.000,00, sem inclusão do IPI, líquidas de vendas canceladas ou devolu-ções de clientes e de descontos incondicionais;

b) auferiu rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa de R$ 25.000,00;

c) obteve ganhos líquidos em operações finan-ceiras de renda variável de R$ 18.000,00;

d) alienou bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente), apurando ganho de capital (lucro) de R$ 50.000,00;

e) não teve outros ganhos, receitas ou resultados que devam ser computados na base de cál-culo da CSL (veja a letra “b” do subitem 2.1).

Nessa hipótese, teremos:a) base de cálculo da contribuição mensal:

12% de R$ 2.300.000,00 ....................... R$ 276.000,00Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa .......................................... R$ 25.000,00Ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável ................................ R$ 18.000,00Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo Não Circulante ........................ R$ 50.000,00Soma ............................................... R$ 369.000,00

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03-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

b) contribuição devida:9% s/ R$ 369.000,00 = R$ 33.210,00

2.5 deduções do valor da contribuição devidaDo valor da CSL devida em cada mês, poderão

ser deduzidos:a) o valor da CSL retida na fonte sobre pagamentos

efetuados por órgão da administração pública federal, pelo fornecimento de bens e serviços;

b) o valor da CSL retida sobre receitas auferidas no período, originadas de pagamentos efetuados por outra pessoa jurídica de direito privado, na hipótese de pagamento pela prestação de servi-ços de limpeza, conservação, manutenção, se-gurança, vigilância, transporte de valores e loca-ção de mão de obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela re-muneração de serviços profissionais.

(Lei nº 10.833/2003, art. 36; Lei nº 9.430/1996, art. 64, § 4º; Instrução Normativa Conjunta do SRF/STN/SFC nº 23/2001, art. 5º)

3. PRAZo dE PAgAmEnto dA ContRIBuIção mEnSALA contribuição social devida em cada mês deverá

ser paga no mesmo prazo de pagamento do Imposto de Renda, ou seja, até o último dia útil do mês subse-quente ao de sua apuração.

(Lei nº 9.430/1996, arts. 6º e 28)

3.1 Preenchimento do darfNo preenchimento do Darf para o pagamento da

contribuição devida mensalmente, devem ser indica-dos, no campo 04, os seguintes códigos:

a) entidades financeiras: 2469;b) demais empresas: 2484.

3.2 Contribuição apurada em valor inferior a R$ 10,00O Darf não pode ser utilizado para pagamento de

tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se a contribuição mensal apurada tiver valor infe-rior a R$ 10,00, deverá ser adicionada à contribuição devida em mês(es) subsequente(s) até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser paga no prazo para o pagamento da contri-buição devida no mês em que esse limite for atingido, junto com essa, sem nenhum acréscimo moratório.

NotaDe acordo com o art. 29 da Lei nº 11.941/2009, que incluiu o art. 68-A

ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-

sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(Lei nº 9.430/1996, art. 68)

4. EmPRESA QuE REduZIR ou SuSPEndER oS PAgAmEntoS mEnSAIS do IRPJ Com BASE Em BALAnçoS ou BALAnCEtESA forma de cálculo e pagamento da CSL está

atrelada à forma de cálculo e pagamento adotada para o Imposto de Renda, ou seja:

a) no mês em que o Imposto de Renda for pago pelo valor determinado por estimativa, a CSL deverá ser paga com base no cálculo estima-do, focalizado no tópico 2;

b) no mês em que o pagamento do Imposto de Renda for suspenso ou reduzido com base em balanço ou balancete, o valor da CSL a pagar deverá ser calculado com base no balanço ou balancete levantado, observando-se o seguinte:b.1) será calculada a contribuição devida no

ano-calendário em curso, até o mês, com base no resultado apurado no balanço ou balancete levantado, ajustado pelas adições, exclusões e compensação pre-vistas na legislação pertinente, aplican-do-se sobre a base de cálculo apurada a alíquota informada no subtópico 2.2;

b.2) do valor da contribuição devida no período em curso, até o mês do balanço ou balan-cete, será deduzida a soma da CSL paga, correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário, que compreende:b.2.1) a soma da CSL efetivamente paga

mensalmente, por estimativa ou com base em balanço ou balan-cete de suspensão ou redução; e

b.2.2) o valor da CSL que deixou de ser paga em virtude de compensa-ção com os valores referidos nas letras “a” e “b” do subtópico 2.5;

c) o resultado da operação descrita na letra “b”, quando positivo, constituirá o valor da contri-buição a pagar relativa ao mês do levantamen-to do balanço ou balancete;

d) se o resultado da operação da letra “b” for nulo ou negativo, a empresa ficará desobrigada de efetuar o pagamento da contribuição relativa ao mês do levantamento do balanço ou balancete;

e) caso o pagamento do Imposto de Renda de-vido no mês de janeiro/20X1 seja reduzido ou suspenso com base em balanço ou balance-te levantado em 31.01.20X1, o pagamento da CSL devida nesse mês poderá ser:

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03-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

e.1) suspenso, se a base de cálculo da CSL apurada nesse mês for negativa; ou

e.2) reduzido, se a base de cálculo positiva apurada for menor que a base de cálculo determinada por estimativa.

Entretanto, importa ressaltar que, no mês em que a empresa suspender ou reduzir o pagamento men-sal do Imposto de Renda, com base em balanço ou balancete, deverá calcular o valor da CSL a pagar de acordo com os procedimentos tratados neste tópico, ainda que o valor determinado por essa forma seja maior que o determinado por estimativa.

NotaA demonstração do resultado ajustado da CSL relativa ao período

abrangido pelos balanços ou balancetes de suspensão ou redução poderá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) ou em livro espe-cífico para apuração da CSL, observando-se, nessa hipótese, o seguinte:

a) a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução da CSL, o contribuinte deverá determinar um novo resul-tado ajustado para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do mesmo ano-calendário;

b) as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do resultado ajustado, correspondentes aos balanços ou balancetes, deverão constar, discriminadamente, na Parte A do Lalur, para fins de elaboração da demonstração do resultado ajustado do período em curso, não cabendo nenhum registro na Parte B do referido livro.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 28 e 29)

5. AJuStE AnuAL

Similarmente ao procedimento aplicável ao Imposto de Renda, as pessoas jurídicas submetidas ao regime de pagamentos mensais devem apurar o valor da CSL efetivamente devida sobre o resultado anual, com base no balanço de 31 de dezembro, ajustado pelas adições, exclusões e compensação previstas na legislação pertinente.

Do valor da CSL efetivamente devida sobre o lucro anual, apurado em 31 de dezembro, são deduzidos os valores da CSL paga mensalmente, por estimativa ou com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, bem como outros valores cuja compensação é admitida (saldos dos valores referidos no subtópico 2.5 que não tenham sido compensados nos pagamentos da CSL mensal); o saldo apurado deve ser pago (se positivo) ou pode ser restituído (se negativo) nos mesmos prazos e condições estabelecidos para o Imposto de Renda.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 30)

N

a Direito ComercialCheque pós-datado (ou pré-datado) SUMÁRIO 1. Introdução 2. O cheque 3. Promessa de pagamento 4. Apresentação antes da data 5. Apresentação na data

1. IntRoduçãoExaminaremos, neste texto, os aspectos relativos à

emissão de cheques pós-datados (conhecidos, na prática, como pré-datados), chamando a atenção para a evolução da jurisprudência no sentido de exigir o respeito, pelo beneficiário do cheque, à data pactuada com o emitente.

Prática rotineira na atividade comercial, especial-mente na venda a consumidor, a emissão de cheques pós-datados tem consequências jurídicas indiscuti-velmente importantes que procuraremos analisar.

2. o CHEQuEComo instrumento de circulação monetária, o che-

que tem a finalidade de autorizar, ao banco sacado, o pagamento de quantia certa em benefício do favorecido na emissão. Portanto, é da sua natureza ser pagável à vista, isto é, paga-se o cheque na sua apresentação.

A consignação da data de emissão do cheque é requisito obrigatório, por previsão legal. De fato, a Lei nº 7.357/1985 (que disciplina o cheque), em seu art. 1º, V, dispõe que ele deve conter “a indicação da data e do lugar de emissão”.

Todavia, se o cheque tem sua data determinada para oportunidade futura, isto é, se a data nele consig-nada diverge daquela em que efetivamente foi emitido, desnatura-se o caráter de ordem de pagamento à vista.

Assim, por exemplo, a emissão de um cheque no dia 10.10.2013 para que seja apresentado em 11.11.2013 não pode ser tratada como ordem de pagamento à vista.

3. PRomESSA dE PAgAmEnto Quando o emitente do cheque consigna data de

apresentação futura e, portanto, diversa daquela de sua emissão efetiva, não está passando ao banco sacado uma ordem de pagamento à vista (embora o banco não reconheça tal condição, conforme expla-nado adiante).

O que se verifica, nessa hipótese, é que a descon-figuração da ordem de pagamento à vista converte o cheque, na prática, em uma promessa de pagamento.

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03-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Aquele que aceita cheque pós-datado em paga-mento recebe, naquele momento, não o cheque juridica-mente considerado, mas a expectativa de a promessa ser honrada em data futura, consignada no cheque.

4. APRESEntAção AntES dA dAtAEmbora represente acordo entre as partes, pode

suceder que o beneficiário ou terceiro de posse do cheque faça sua apresentação antecipadamente.

Como vimos, a questão do acordo, se não tem expresso amparo legal, representa efetiva manifesta-ção de vontade entre as partes.

Contudo, se houver suficiente provisão de fundos, a instituição financeira sacada honrará o pagamento do cheque, sem qualquer preocupação com a observân-cia da data de apresentação futura nele consignada.

Isso porque assim dispõe o art. 32 da Lei nº 7.357/1985:

Art. 32 - O cheque é pagável à vista. Considera-se não--estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.

Aqui reside o risco da prática de emissão de che-que pós-datado. A qualquer tempo, o cheque pode ser apresentado. Como legalmente se trata de ordem de pagamento à vista, se houver provisão, o banco o pagará; se não houver, o cheque será devolvido por falta de fundos, com as desagradáveis consequên-cias creditícias e comerciais.

Contudo, é importante salientar que o depósito ou a apresentação antecipada ao banco do cheque pós-datado configura fato potencialmente ensejador de dano moral; por isso, passível de reparação.

4.1 observância da data pactuadaAquele que concorda em receber o cheque pós-

-datado fica obrigado a respeitar a data combinada.

Conforme leciona Fábio Ulhoa Coelho (“Curso de Direito Comercial”, Volume 1, Saraiva, 8ª Edição, pág. 443): “... quem concorda em documentar o crédito concedido por cheque pós-datado deve zelar pela estrita observância do acordo oral feito com o emitente, quanto à oportunidade da apresentação à liquidação do título. Afinal, foi no interesse de ambas as partes que se adotou essa alternativa de documentação do crédito, preferindo-a ao saque de nota promissória ou duplicata, uso de cartão de crédito e outras existentes”.

A jurisprudência também vem se pacificando no sentido de que é obrigatória a observância, pelo bene-ficiário, da data futura pactuada entre as partes para a apresentação do cheque, sob pena de indenização ao emitente, a título de reparação por eventual dano moral.

Para ilustrar, transcrevemos a ementa de 3 acór-dãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme obtidos no site dessa Corte na Internet (www.stj.gov.br):

Civil. Recurso especial. Cheque pré-datado. Apresentação antes do prazo. Compensação por danos morais. - Não ataca o fundamento do acórdão o recurso especial que discute apenas a natureza jurídica do título cambial emitido e desconsidera o posicionamento do acórdão a respeito da existência de má-fé na conduta de um dos contratantes. - A apresentação do cheque pré-datado antes do prazo estipulado gera o dever de indenizar, presente, como no caso, a devolução do título por ausência de provisão de fundos. Recurso especial não conhecido. (REsp 707272/PB, julgado em 03.03.2005)A devolução de cheque pré-datado, por insuficiência de fundos, apresentado antes da data ajustada entre as par-tes constitui fato capaz de gerar prejuízos de ordem moral. (REsp 213940/RJ, julgado em 29.06.2000)Cheque pré-datado. Apresentação antecipada. Responsa-bilidade civil. Precedentes da Corte. 1. Como já decidiu a Corte, a “prática comercial de emissão de cheque com data futura de apresentação, popularmente conhecido como cheque ‘pré-datado’, não desnatura a sua qualidade cambiariforme, representando garantia de dívida com a conseqüência de ampliar o prazo de apresentação”. A empresa que não cumpre o ajustado deve responder pelos danos causados ao emitente. 2. Recurso especial não conhecido. (REsp 237376/RJ, julgado em 25.05.2000)

5. APRESEntAção nA dAtASe o acordo for mantido e o detentor do cheque

vier a apresentá-lo na data, o negócio será concluído a bom termo, obviamente, desde que o sacador tenha fundos no banco sacado.

Todavia, convém lembrar que, no decurso do prazo entre a data da entrega do cheque e aquela marcada para sua apresentação, podem ocorrer fatos modificadores do negócio ajustado.

Admita-se que o emitente do cheque encerre sua conta na instituição sacada. Na data da apresentação, o cheque, que havia sido recebido como uma promessa de pagamento, não será honrado na compensação.

Além disso, o emitente poderá sustar o paga-mento do cheque, frustrando sua liquidação, ou simplesmente não conservar fundos na instituição capazes de suprir a liquidação.

Assim, a utilização do cheque como ordem de paga-mento à vista, transmudado em promessa de pagamento, portanto expectativa futura, embora constitua medida de simplificação das relações comerciais, traz para o favorecido alguma insegurança que não se verifica em outras modalidades de concessão de crédito.

Por exemplo: se, em lugar do cheque, é utilizada a nota promissória, pode-se pedir aval, o que acresce segurança ao pagamento do título.

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03-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

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a IOB SetorialCOméRCIO ExTERIOR

IRPJ - Comprovação de preços de transferência na importação mediante relatório de auditores externos independentes1. IntRodução

As normas que regulam os denominados preços de transferência objetivam coibir a prática de trans-ferências de resultados para o exterior mediante a manipulação dos preços pactuados nas importações ou exportações de bens, serviços ou direitos.

Essas normas estabelecem, para efeito do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), parâmetros de valores que devem ser observados nas operações de importação e exporta-ção de bens, serviços e direitos realizados por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior que seja:

a) vinculada à pessoa física ou jurídica domicilia-da no Brasil; ou

b) residente ou domiciliada em país com tribu-tação favorecida (“paraíso fiscal”), ainda que não vinculada a pessoa física ou jurídica do-miciliada no Brasil.

Estão também obrigadas à observância das regras de preços de transferência as pessoas físicas ou jurídi-cas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência cuja legislação interna não permita acesso a informações relativas à composição societária de pes-soas jurídicas ou a sua titularidade (Lei nº 10.451/2002).

O legislador também abordou o tema na Lei nº 11.727/2008. Assim sendo, considera-se também país ou dependência com tributação favorecida aquele cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos a não residentes.

As normas sobre preços de transferência, institu-ídas pela Lei nº 9.430/1996, arts. 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24 (incorporados no RIR/1999, arts. 240, 241, 242, 243, 244 e 245) e parcialmente alteradas pela Lei nº 9.959/2000, arts. 2º e 12 (com efeitos desde

1º.01.2000) e pela Lei nº 12.715/2012, arts. 48 e 50 (com efeitos a contar de 1º.01.2013) e arts. 51 e 52 (vigente desde 18.09.2012). Essas regras são aplicá-veis também à CSL (Lei nº 9.430/1996, art. 28, com a redação dada pela Lei nº 12.715/2012, art. 28).

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disciplinou o assunto por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012.

2. ComPRovAção doS PREçoS dE tRAnSfERênCIAAlém dos documentos emitidos normalmente

pelas empresas, nas operações de compra e venda, a comprovação dos preços de transferência poderá ser efetuada também com base em:

a) publicações ou relatórios oficiais do Governo do país do comprador ou vendedor ou declaração da autoridade fiscal desse mesmo país, quando, com ele, o Brasil mantiver acordo para evitar a bitributação ou para intercâmbio de informações;

b) esquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico ou publicações téc-nicas, nas quais se especifique o setor, o período, as pessoas jurídicas pesquisadas e a margem en-contrada, bem como se identifiquem, por pessoa jurídica, os dados coletados e trabalhados.

As publicações, as pesquisas e os relatórios ofi-ciais somente serão admitidos como prova se houve-rem sido realizados com observância de critérios de avaliação internacionalmente aceitos e se se referirem a período contemporâneo ao de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda da empresa brasileira.

Notas(1) Consideram-se adequadas a surtir efeito probatório as publicações

de preços decorrentes de:

a) cotações de bolsas de valores de âmbito nacional;

b) cotações de bolsas reconhecidas internacionalmente, a exemplo da de Londres, na Inglaterra, e da de Chicago, nos Estados Unidos da América;

c) pesquisas efetuadas sob a responsabilidade de organismos interna-cionais, a exemplo da Organização de Cooperação e Desenvolvimen-to Econômico (OCDE) e da Organização Mundial de Comércio (OMC).

(2) No caso de pesquisa relativa a período diferente daquele a que se referir o preço praticado pela empresa, o valor determinado será ajustado em função de eventual variação na taxa de câmbio da moeda de referência ocorrida entre os dois períodos.

(3) As publicações técnicas, pesquisas e relatórios a que se refere este item poderão ser desqualificados por ato do Secretário da RFB quando considerados inidôneos ou inconsistentes.

(4) Será considerada satisfatória a comprovação, nas operações com pessoas jurídicas vinculadas, quando o preço ajustado, a ser utilizado como parâmetro, divergir, em até 5%, para mais ou para menos, daquele constan-te dos documentos de importação ou exportação.

(Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, arts. 43, caput e § 1º, e 51)

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Imposto de Renda e Legislação Societária

3. ComPRovAção dE PREçoS dE mERCAdoRIAS ImPoRtAdASPara fins de comprovação de preços de mercadorias

importadas, admite-se a apresentação de relatório de audi-tores externos independentes, em que for observado que o valor do custo de aquisição das mercadorias foi regis-trado de acordo com a legislação brasileira, juntamente com relatório enumerativo das faturas comerciais de aqui-sição dos produtos pela empresa fornecedora vinculada. Quaisquer relatórios de procedência estrangeira deverão ser traduzidos, notarizados, consularizados e registrados

em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, em substituição das cópias de faturas comerciais.

A apresentação do relatório de auditores externos independentes para fins de comprovação de preços não afasta a possibilidade de serem requeridos, durante procedimento de fiscalização, quaisquer outros documentos, tais como faturas comerciais de entrada de mercadorias, previstos pela legislação brasileira.

(Solução de Consulta Cosit nº 13/2013)

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a IOB ComentaIRPJ

O autoarbitramento do lucro da pessoa jurídica

Há três modalidades de tributação das empresas pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídica: lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado. Além disso, é claro, existem as empresas optantes pelo Simples Nacional.

O lucro arbitrado é, fundamentalmente, uma moda-lidade de tributação utilizada pelo Fisco para determi-nar o imposto devido pela pessoa jurídica quando não há como fazê-lo por meio do lucro real ou presumido.

De fato, não são poucos os autos de infração lavra-dos, pela fiscalização, nos quais é utilizado o critério de arbitramento do lucro da empresa. Todavia, deve ser consignado o entendimento já expendido pelo 1º Conselho de Contribuintes (por exemplo, no Acórdão nº 105-5.127/90) de que a aplicação do arbitramento é medida extrema que só deve ser utilizada, pelo Fisco, como último recurso, na ausência absoluta de outro elemento que possibilite a apuração do lucro real.

Outra conclusão bastante elucidativa sobre o arbi-tramento do lucro veio da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão nº CSRF/01-0.123/81, em que a Corte concluiu que “o arbitramento não possui caráter de penalidade; é simples meio de apuração do lucro”.

Entretanto, há um aspecto geralmente pouco salientado quando o tema é arbitramento de lucros. Embora, em princípio, o arbitramento seja procedimento privativo do Fisco, há casos em que a própria pessoa jurídica pode utilizar-se do arbitramento. É o chamado “arbitramento pelo contribuinte” ou “autoarbitramento”.

O próprio Fisco, aliás, por meio da resposta à ques-tão nº 01, Capítulo XIV, do Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2013 (disponibilizado pela Receita Federal na

Internet), define lucro arbitrado como “uma forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte”.

Assim, nos estritos termos do art. 531 do RIR/1999, caso a empresa, obrigada à apuração do lucro real, não mantiver escrituração nas condições exigidas pelas leis comerciais e fiscais, poderá, por sua própria iniciativa, efetuar o pagamento do Imposto de Renda com base nas regras do lucro arbitrado, desde que seja conhecida sua receita bruta.

Em tal hipótese, deve ser observado que:a) a apuração com base no lucro arbitrado deve

ser efetuada em cada trimestre do ano-calendá-rio, ficando assegurada, nos trimestres não sub-metidos ao arbitramento, a tributação com base no lucro real, se a pessoa jurídica dispuser de escrituração, na forma exigida pelas leis comer-ciais e fiscais, que demonstre o lucro real dos períodos não abrangidos pela tributação com base no lucro arbitrado (RIR/1999, art. 531, I);

b) segundo autorização expressa da Instrução Normativa SRF nº 93/1997 (art. 47), a pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-ca-lendário, tiver seu lucro arbitrado poderá optar pela tributação com base no lucro presumi-do relativamente aos demais trimestres desse ano-calendário, desde que não esteja obriga-da à apuração do lucro real; e

c) o imposto apurado com base no lucro arbitra-do terá por vencimento o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento de cada pe-ríodo de apuração (mas poderá ser pago em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, se-gundo os critérios usuais de parcelamento de IRPJ de períodos-base trimestrais).

Para fins de determinação do lucro arbitrado, aplicam-se, sobre a receita bruta das vendas de merca-

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ADmInISTRAçãO TRIBuTáRIASede, domicílio e estabelecimento matriz - Distinção

1) Quais são os critérios a serem observados pe-las pessoas jurídicas para fins de distinção da sede, domicílio e estabelecimento matriz da pessoa jurídica?

Para fins de distinção, será observado o seguinte:a) sede da pessoa jurídica é o lugar escolhido pelos

seus controladores no qual ela pode ser deman-dada para o cumprimento de suas obrigações;

b) domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcionam as respectivas direto-rias e administrações ou onde elegerem domicí-lio especial no seu estatuto ou atos constitutivos;

c) estabelecimento matriz é aquele no qual se exercem a direção e a administração da pes-soa jurídica.

Se a pessoa jurídica tiver diversos estabeleci-mentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados, lembrando que a pessoa jurídica de direito privado pode ter vários domicílios, mas uma só sede.

O domicílio tributário é aquele de eleição do contri-buinte dentre os possíveis domicílios definidos pela legis-lação civil, ressalvada a recusa fiscal quando a escolha impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, bem como o princípio da autonomia do estabeleci-mento que faz de cada filial uma unidade independente, quando se trata de fatos geradores individualizados.

Optar por estabelecer a matriz (centro de direção e administração) em determinado lugar implica ele-ger, neste local, em princípio, seu domicílio tributário.

(Solução de Consulta Cosit nº 27/2013)

dorias ou produtos e da prestação de serviços que cons-tituam o objeto da atividade da empresa, os percentuais de arbitramento previstos na legislação de regência (art. 532 do RIR/1999 e art. 41 da Instrução Normativa SRF nº 93/1997), que variam de 1,92% a 45%, de acordo com a espécie de atividade geradora da receita.

Os percentuais de arbitramento serão sempre os mesmos ainda que a pessoa jurídica venha a ser tributada reiteradamente através do arbitramento de lucro em mais de um período de apuração. Isso porque não existe previsão legal para se agravar os percentuais de arbitramento (“Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2013”, Capítulo XIV - questão nº 13).

Importa salientar que o valor obtido pela aplicação dos percentuais determinantes do lucro arbitrado é o chamado “lucro arbitrado da atividade”, mas a este devem ser somados, ainda, os ganhos de capital e as demais receitas e resultados auferidos no trimestre, como, por exemplo, os ganhos de capital (lucros) na venda de bens do Ativo Imobilizado, os rendimentos de aplicações financeiras, as receitas de aluguéis (caso a locação do bem não seja a atividade da empresa) etc. (RIR/1999, art. 536; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, arts. 41, II a IV, VI e X, e 42).

Veja-se, também, que, de acordo com o art. 536, § 4º, do RIR/1999, se, no período-base anterior, tiver sido tributada pelo lucro real, a empresa ficará obrigada a adicionar à base de cálculo do imposto todos os sal-dos de valores cuja tributação tenha sido diferida de períodos de apuração anteriores, registrados na Parte “B” do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).

Apurada a base de cálculo, deve ser calculado o Imposto de Renda Pessoa Jurídica. O cálculo do imposto é feito mediante a utilização das alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas em geral (arts. 541 e 542 do RIR/1999), ou seja:

a) 15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada;

b) adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao limite equivalente a R$ 20.000,00 multiplicados pelo número de me-ses do período de apuração (R$ 60.000,00, considerada a apuração trimestral).

Podem ser deduzidos, do imposto assim apurado, o Imposto de Renda Retido na Fonte, ou pago separa-damente, sobre receitas ou rendimentos computados na base de cálculo (RIR/1999, art. 540) e, também, o Imposto de Renda eventualmente pago indevida-mente em períodos anteriores (Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 44, § 1º).

Todavia, é importante destacar que o art. 540 do RIR/1999 dispõe expressamente que, do imposto devido com base no lucro arbitrado, é vedada qual-quer dedução a título de incentivo fiscal.

Notas(1) Na resposta à questão nº 07, Capítulo XIV, do “Perguntas e Respos-

tas Pessoa Jurídica 2013”, o Fisco salienta que as pessoas jurídicas, mesmo sendo tributadas com base no lucro arbitrado, estão obrigadas a comprovar as receitas efetivamente recebidas ou auferidas. Isso significa que o autoar-bitramento somente poderá ser efetuado pela empresa se a sua receita bruta for conhecida e comprovável.

(2) O arbitramento de lucro, por não ser uma sanção, mas uma forma de apuração da base de cálculo do imposto, não exclui a aplicação de pena-lidades porventura cabíveis (RIR/1999, art. 538).

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a IOB Perguntas e Respostas

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03-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

COnTABILIDADE

Negócio em conjunto (joint operation) - Definição2) Em relação às Normas Internacionais de Conta-

bilidade, o que se entende por negócio em conjunto e quais são as suas características?

Negócio em conjunto é uma operação em conjunto ou um empreendimento controlado em conjunto (joint venture).

O negócio em conjunto tem as seguintes carac-terísticas:

a) as partes integrantes estão vinculadas por acordo contratual; e

b) o acordo contratual dá, a duas ou mais dessas partes integrantes, o controle conjunto do negócio.

(Resolução CFC nº 1.415/2012, itens 4 a 6)

Negócio em conjunto (joint operation) - Demonstrações contábeis

3) Em relação à operação em conjunto (joint opera-tion), como as partes integrantes desse negócio em con-junto devem apresentar suas demonstrações contábeis?

O operador em conjunto deve reconhecer, com relação aos seus interesses em operação em conjunto (joint operation):

a) seus ativos, incluindo sua parcela sobre quais-quer ativos detidos em conjunto;

b) seus passivos, incluindo sua parcela sobre quaisquer passivos assumidos em conjunto;

c) sua receita de venda da sua parcela sobre a produção advinda da operação em conjunto (joint operation);

d) sua parcela sobre a receita de venda da produ-ção da operação em conjunto (joint operation); e

e) suas despesas, incluindo sua parcela sobre quaisquer despesas incorridas em conjunto.

Dessa forma, operador em conjunto deve con-tabilizar os ativos, passivos, receitas e despesas relacionados aos seus interesses em operação em conjunto (joint operation) de acordo com as normas, interpretações e comunicados do CFC aplicáveis aos ativos, passivos, receitas e despesas específicos.

(Resolução CFC nº 1.415/2012, itens 20 e 21)

IRPJ/CSLConcentração de gastos - Rateio dos custos e despesas

5) O que deve ser observado no caso de concen-tração, em uma única empresa, do controle dos gastos referentes a departamentos de apoio administrativo centralizados, para posterior rateio dos custos e despe-sas administrativos comuns entre empresas que não a mantenedora da estrutura administrativa concentrada?

Para que a concentração seja possível, deve-se observar o seguinte:

a) os valores movimentados em razão do rateio de custos e despesas devem corresponder a custos e despesas necessárias, normais e usuais, devidamente comprovadas e pagas para que sejam dedutíveis do IRPJ;

b) os valores devem ser calculados com base em critérios de rateio razoáveis e objetivos, pre-viamente ajustados, formalizados por instru-mento firmado entre os intervenientes;

c) os valores devem corresponder ao efetivo gas-to de cada empresa e ao preço global pago pelos bens e serviços;

d) a empresa centralizadora da operação deve apropriar como despesa tão somente a parce-la que lhe cabe de acordo com o critério de ra-teio, procedendo de forma idêntica as empre-sas descentralizadas beneficiárias dos bens e serviços, bem como devem ser contabilizadas as parcelas a serem ressarcidas como direitos de créditos a recuperar;

e) deve ser mantida escrituração destacada de todos os atos diretamente relacionados com o rateio das despesas administrativas.

Com relação à contribuição para o PIS-Pasep e à Cofins, desde que observadas as condições supra-citadas em relação ao rateio, deve-se estar atento ao seguinte:

a) os valores auferidos pela pessoa jurídica cen-tralizadora das atividades compartilhadas como reembolso das demais pessoas jurídicas inte-grantes do grupo econômico pelo pagamento dos dispêndios comuns não integram a base de cálculo das contribuições em lume apurada pela pessoa jurídica centralizadora;

b) a apuração de eventuais créditos da não cumulatividade das mencionadas contribui-ções deve ser efetuada individualizadamente em cada pessoa jurídica integrante do grupo econômico, com base na parcela do rateio de dispêndios que lhe foi imputada;

c) o rateio de dispêndios comuns deve discrimi-nar os itens integrantes da parcela imputada a cada pessoa jurídica integrante do grupo eco-nômico para permitir a identificação dos itens de dispêndio que geram para a pessoa jurídi-ca que os suporta direito de creditamento, nos termos da legislação correlata.

(Solução de Divergência Cosit nº 23/2013)