inventário e proposta de gerenciamento de gases de efeito estufa na utfpr

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    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARANCORDENAO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

    CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

    EVANDRO EIZO RONCAGLIA YABUSHITA

    INVENTRIO E PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE GASESDE EFEITO ESTUFA (GEE) NA UTFPR: estudo de caso do CmpusCampo Mouro

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    CAMPO MOURO2013

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    EVANDRO EIZO RONCAGLIA YABUSHITA

    INVENTRIO E PROPOSTAS DE GERENCIAMENTO DE

    GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) NA UTFPR: estudo de caso doCmpus Campo Mouro

    Trabalho de Concluso de Curso de graduao,apresentado como requisito parcial obteno do ttulode Engenheiro Ambiental, pela Coordenao deEngenharia Ambiental, da Universidade TecnolgicaFederal do Paran.

    Orientador: Prof. MSc. Thiago Morais de Castro

    CAMPO MOURO2013

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    TERMO DE APROVAO

    INVENTRIO E PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE GASES DE

    EFEITO ESTUFA (GEE) NA UTFPR: estudo de caso do Cmpus

    Campo Mouro

    por

    EVANDRO EIZO RONCAGLIA YABUSHITA

    Este Trabalho de Concluso de Curso foi apresentado em 12 de setembro de 2013

    como requisito parcial para a obteno do ttulo de Bacharel em Engenheira

    Ambiental. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos

    professores abaixo assinados. Aps deliberao, a banca examinadora considerou

    o trabalho APROVADO.

    __________________________________

    Prof. MSc. Thiago Morais de Castro

    __________________________________

    Prof. Dra. Flvia Vieira da Silva Medeiros

    __________________________________

    Prof. Dr. Luciano Fleischfresser

    Ministrio da EducaoUniversidade Tecnolgica Federal do Paran

    Campus Campo MouroDiretoria de Graduao e Educao Profissional

    Coordenao de Engenharia Ambiental - COEAM

    Engenharia Ambiental

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    Dedico este trabalho ao meu orientador, meuspais lide e Eduardo, aos meus irmosEduardo, Ettore e Eveline, por seus sbiosconselhos, por todo amor e pacincia. Meus

    maiores incentivadores e conselheiros, a quemdevo todo meu carinho e admirao.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, por me iluminar e me guiar nas escolhas

    da minha vida, por aquela fora em todos os momentos que precisei.

    Ao meu orientador Thiago Morais de Castro, pela sabedoria compartilhada,

    pela amizade que este trabalho nos proporcionou e pela a busca de sanar todas as

    minhas dvidas.

    A todos os professores da Coordenao de Ambiental, pelos ensinamentos

    transmitidos, as histrias que vo marcar essa etapa da vida.

    Ao professor Jos Hilrio Delconte Ferreira pela ajuda com os mapas de

    localizao e os conhecimentos adquiridos.

    A Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR por ceder os

    dados para a elaborao do presente trabalho.

    Aos amigos de turma, que nos proporcionaram muitos momentos de alegria,

    estudos, conhecimentos, papos que no levavam a lugar algum, mas que daqui uns

    dias ir fazer muita falta.

    Aos amigos de universidade, dos diferentes cursos, que sempre davam uma

    forcinha com as dvidas que surgiam.

    Ao pessoal do Condomnio Vila do Chaves, que mais que amigos, formaram

    a nossa famlia em Campo Mouro. Quantas histrias vo ficar... Quantos momentos

    especiais...

    Agradeo a parceria formada com o Wellington R. Rorato, que se tornou o

    irmo de Campo Mouro.

    A Tamires Barlati, por me apoiar em todos os momentos, pelo

    companheirismo e por fazer parte da minha vida.

    Por fim, agradeo a minha famlia por dar apoio quando mais precisei.

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    A mente que seabre a uma nova ideia jamaisretorna a seu tamanho original. Albert Einstein

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    RESUMO

    YABUSHITA, E. E. R. INVENTRIO E PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE

    GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) NA UTFPR: estudo de caso do CmpusCampo Mouro. 2013. 53 f. Trabalho de Concluso de Curso (Bacharelado emEngenharia Ambiental) Universidade Tecnolgica Federal do Paran. CampoMouro, 2013.

    Objetivo deste trabalho foi elaborar um inventrio de emisses de gases de efeitoestufa (GEE) da Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR), CmpusCampo Mouro, provenientes das fontes controladas e das atividadesadministrativas geradas no ano de 2012, buscando propor possveis formas degerenciar e neutralizar as emisses de GEE no Cmpus. Tal estudo contribui para o

    melhor entendimento do efeito estufa, que um efeito natural, porm as aesantrpicas acabam acelerando esse processo. Para isso foi realizado umlevantamento de dados junto a Universidade Tecnolgica Federal do Paran edados bibliogrficos. Utilizou-se a ferramenta de clculo GHG Protocol. Osresultados obtidos mostraram que o Cmpus apresentou uma gerao de 945,82tCO2e, sendo que o setor que mais contribuiu para gerao foi a combustoestacionria com 92,414%, em seguida foram as fontes provenientes da compra deenergia eltrica com 3,988% e os efluentes (esgotos domsticos) geraram 0,021%.As propostas de neutralizao deram-se atravs de plantio de rvores e compra decrdito de carbono. No caso de plantio de rvores seria necessrio o plantio de7.441 rvores que ocupariam uma rea de aproximadamente 4,46 ha, vale ressaltarque o ano de estudo foi atpico, pois houve a compra de asfalto que contribuiusignificativamente para as emisses.

    Palavras-chave: emisses de GEE, gerenciamento, GHG Protocol, neutralizao.

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    ABSTRACT

    YABUSHITA, E. E. R. INVENTORY MANAGEMENT AND PROPOSAL OF

    GREENHOUSE ESTUFA (GHG) NA UTFPR: case study of the Cmpus CampoMouro. In 2013. 53 f. Labor Course Completion (Bachelor of EnvironmentalEngineering) - Federal Technological University of Paran. Campo Mourao, 2013.

    This study aimed to establish an inventory of emissions of greenhouse gases (GHG)from UTFPR, Campus Campo Mouro, derived from controlled sources andadministrative activities generated in 2012, trying to propose possible ways tomanage and neutralize GHG emissions the Campus. This study contributes to abetter understanding of the greenhouse effect, which is a natural, but anthropogenicactions end up accelerating this process. For this was a survey of data from the

    Federal Technological University of Paran and bibliographic data. We used theGHG Protocol calculation tool. The results were that the Campus had a generation of945.82 tCO2e, and the sector that contributed to the generation was stationarycombustion with 92.414%, then the sources were from the purchase of electricity with3,988% and effluent (wastewater) generated 0.021%. The proposed neutralizationgave up through planting trees and buying carbon credits. In the case of tree plantingwould require the planting of 7,441 trees that occupy an area of approximately 4.46ha, it is noteworthy that the study year was atypical because it was the purchase ofasphalt which contributed significantly to emissions.

    Keywords: GHG emission, management, neutralization, GHG Protocol.

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1Potencial de Aquecimento Global dos GEE. ............................................................23

    Tabela 2 - Classificao de emisses pelo GHG Protocole ISO 14.064-1..............................34

    Tabela 3 - Fatores de emisso das fontes estacionrias. ..........................................................37

    Tabela 4 - Fatores de emisso de fontes mveis. ......................................................................38

    Tabela 5 - Emisses totais com relao Combusto estacionria. ........................................39

    Tabela 6Emisses totais de fontes mveis. ............................................................................40

    Tabela 7 - Caracterizao dos resduos slidos do Cmpus. ....................................................42

    Tabela 8 - Emisses totais de GEE de fontes mveis e estacionrias.....................................43

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1Camadas Atmosfricas ...............................................................................................17

    Figura 2 - Esquema ilustrativo do efeito estufa. ..........................................................................22

    Figura 3Escopos de Emisses de GEE pelo GHG Protocol. .................................................27

    Figura 4 - Esquema ilustrativo da rea de estudo. .....................................................................32

    Figura 5 - Passo a passo para identificao e clculo de GEEs. ..............................................33

    Figura 6 - Grfico das emisses de GEE por combusto estacionria....................................39

    Figura 7Grfico de emisses de GEE por combusto mvel. ...............................................41

    Figura 8Grfico de emisses totais de GEE...........................................................................44

    Figura 9 - Emisses totais de GEE sem a compra do asfalto....................................................44

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    LISTA DE SIGLAS, SMBOLOS E ABREVIATURAS

    IPCC -Intergovernmental Panel on Climate ChangeGEE - Gases do Efeito Estufa

    UNFCCC - United Nations Framework Convention on Climate Change

    COP - Conferncias das Partes

    UTFPRUniversidade Tecnolgica Federal do Paran

    GHG- GreenHouse Gas

    CGraus celsius

    ATMAtmosfricoN2Nitrognio

    O2Oxignio

    NeNenio

    HeHlio

    CH4- Metano

    Kr - Criptnio

    N2O - xido nitroso

    Xe - Xennio

    SO2- Dixido de enxofre

    O3 - Oznio

    NO2 - Dixido de nitrognio

    NH3 - Amnia

    CO - Monxido de carbono

    CO2Dixido de carbono

    H2Ogua

    PRONAR - Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar

    CFCs Clorofluorcarbonos

    GWP - Potencial de Aquecimento Global ou Global Warming Potential

    CO2e - Carbono equivalente

    UTFUniversidade Federal do Tocantis

    ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

    tCO2e - Toneladas de Carbono Equivalente

    GLPGs Liquefeito de Petrleo

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    COGERHCoordenadoria de Gesto de Recursos Humanos

    DIRECDiretoria de Relaes Empresariais e Comunitrias

    mg.L-1Miligramas por litro

    LULUCF - Land Use, Land-Use Change in Forestry

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................................... 14

    2 OBJETIVOS GERAL E ESPECFICOS ........................................................................................ 16

    2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 16

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS .................................................................................................... 16

    3 REVISO DA LITERARURA .................................................................................................... 17

    3.1 COMPOSIO DA ATMOSFERA .......................................................................................... 17

    3.2 POLUIO DO AR .............................................................................................................. 18

    3.2.1 Fontes Fixas.................................................................................................................... 19

    3.2.2 Fontes Mveis ................................................................................................................ 19

    3.3 LEGISLAO ...................................................................................................................... 203.4 EFEITO ESTUFA .................................................................................................................. 22

    3.5 INVENTRIO E GERENCIAMENTO DE GEE .......................................................................... 24

    3.6 QUANTIFICAO DE GEE ................................................................................................... 28

    3.6.1 Emisso de CO2por consumo de combustvel ................................................................. 28

    3.6.2 Emisso de CO2por consumo de energia eltrica ........................................................... 28

    3.6.3 Emisso de CO2por Resduos Slidos e Esgoto Sanitrio ................................................. 29

    3.6.4 Clculo de neutralizao ................................................................................................. 29

    4 METODOLOGIA .................................................................................................................... 32

    4.1 REA DE ESTUDO .............................................................................................................. 32

    4.2 DESCRIO DAS METODOLOGIAS GHG PROTOCOLE NORMA ISO 14.064-1 ....................... 33

    4.3 ELABORAO DO INVENTRIO DE GEE .............................................................................. 34

    4.3.1 Abordagem de clculo .................................................................................................... 35

    4.3.2 Coleta de dados.............................................................................................................. 35

    4.3.3 Ferramenta de Clculo ................................................................................................... 36

    5 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................................. 37

    5.1 Gerao e Quantificao de GEE........................................................................................ 37

    5.2 Neutralizao e Proposta de Gerenciamento de GEE ......................................................... 46

    6 CONCLUSES ....................................................................................................................... 48

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 49

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    1 INTRODUO

    Nos ltimos 150 anos, a temperatura do planeta Terra subiu

    aproximadamente 0,8C, e diferentes projees realizadas pelo Intergovernmental

    Panel on Climate Change (IPCC) apontam relao entre a elevao no ritmo de

    aquecimento da Terraentre 0,1 e 0,2C por dcada para os prximos anos, com o

    contnuo aumento daconcentrao na atmosfera dos Gases do Efeito Estufa (GEE)

    (IPCC, 2007).

    De acordo com Almeida (2011), no mesmo ritmo da evoluo da temperatura

    ocorre o aumento populacional, que atualmente j ultrapassou sete bilhes de

    habitantes, o que representa um vertiginoso aumento na demanda por produtos e

    servios e por consequncia o aumento de emisses de GEE. Com base nessas

    informaes, o aquecimento global acelerado pela influncia das atividades

    antrpicas fato comprovado e, caso a humanidade no consiga reverter s

    tendncias dessas projees, as consequncias do aquecimento global para o meio

    ambiente, sociedade e economia sero cada vez mais significativas.

    Os principais instrumentos para tratar das mudanas climticas no mbito

    internacional so a United Nations Framework Convention on Climate Change

    (UNFCCC) e o Protocolo de Quioto. Para gerir o Protocolo de Quioto realiza-se as

    Conferncias das Partes (COPs), que do direcionamento ao acordo internacional. A

    COP decide sobre aplicaes e funcionamento das diretrizes do tratado, a

    implementao dos mecanismos previstos e o cumprimento das metas

    estabelecidas. Para isso so realizados encontros anuais em que so realizadas

    revises de estado de implementao da Conveno e so discutidas as melhores

    formas de se lidar com a mudana do clima (ALMEIDA, 2011).O Brasil o quarto maior emissor de GEE do mundo (5,84% do total mundial),

    signatrio da UNFCCC e do Protocolo de Quioto, e que apresenta emisses per

    capita mais prximas dos pases desenvolvidos, como os membros da Unio

    Europeia, do que das emisses dos pases em desenvolvimento (WRI, 2009).

    Levando tal fato em conta faz-se necessrio o estudo sobre as fontes de emisses

    de GEE.

    Tendo em vista que na sociedade atual, cada vez mais se busca odesenvolvimento sustentvel, medidas como a realizao do inventrio de GEE se

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    apresenta de maneira imprescindvel. Desta forma, o Cmpus de Campo Mouro da

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR) pode servir de referncia

    para os demais Cmpus, Instituies, Universidades e Organizaes em geral

    (empresas, setores pblicos, etc.), porque com o desenvolvimento do inventrio de

    emisses de GEE, as instituies, organizaes, etc. tomam uma postura proativa

    quanto legislao pertinente, onde se observa que h a possibilidade de ser

    cobrado esse inventrio de GEE.

    Outro fator decisivo quanto realizao do inventrio o seu gerenciamento,

    levando em conta que no basta apenas inventariar, mas deve-se garantir um bom

    gerenciamento dos objetivos propostos (ALMEIDA, 2011).

    As instituies de ensino, que se propem a identificar e mitigar os riscosambientais associados s emisses de GEE acabam posicionando-se de forma

    antecipada s legislaes cada vez mais restritivas, que j comeam a vigorar e

    criam assim, oportunidade de introduzir atividades sustentveis em sua rotina

    operacional. Esta atitude a torna mais eficiente, menos intensiva em carbono e

    socioambientalmente mais responsveis, alm, claro, de poderem diminuir as

    emisses de GEE e obter ganhos financeiros e de reputao a partir disso (PINHO,

    2009).

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    2 OBJETIVOS GERAL E ESPECFICOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Elaborar um inventrio de emisses de gases de efeito estufa (GEE) da

    UTFPR, Cmpus Campo Mouro, no ano de 2012 e propor um gerenciamento das

    emisses.

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    - Realizar a coleta de dados para a elaborao do Inventrio de GEE nos setores

    responsveis para subsidiar o trabalho.

    - Utilizar a ferramenta GHG Protocolpara calcular as quantidades de GEE gerados

    na Universidade.

    - Elaborar o Inventrio de GEE da UTFPR, Cmpus Campo Mouro, tendo como

    ano base 2012.

    - Propor formas de gerenciar e neutralizar as emisses de GEE no Cmpus.

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    3 REVISO DA LITERARURA

    Neste tpico ser apresentado o embasamento terico, que servir de base

    para a fundamentao do estudo realizado. Este tpico introduzir o assunto

    relatando sobre a composio da atmosfera, sobre a poluio do ar, o efeito estufa,

    a legislao pertinente ao assunto, alm de explicar o que um inventrio de efeito

    estufa.

    3.1 COMPOSIO DA ATMOSFERA

    A atmosfera nada mais do que uma mistura de gases inodora e incolor que

    forma uma capa delgada ao redor da Terra. A composio desta mescla, desde o

    nvel do solo at uma altitude de 70 km notavelmente constante, com pequenas

    variaes devido presena do vapor dgua (LISBOA, 2007).

    A atmosfera dividida em camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera,termosfera e exosfera. Essa diviso est diretamente relacionada temperatura. A

    Figura 1 apresenta um esquema da composio da atmosfera conforme variao da

    altitude.

    Figura 1Camadas AtmosfricasFonte: Adaptado de Moreira (2004).

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    A troposfera se estende a partir da superfcie terrestre at uma altitude de

    aproximadamente 11 km, apresenta mdia de temperatura de 15C ao nvel do mar

    e de -56C no limite superior. uma camada de ar estreita e densa que contm

    praticamente toda a massa gasosa da atmosfera (75%), alm de quase todo vapor

    de gua e aerossis. nesta zona que ocorrem os fenmenos de aquecimento

    global e mudanas climticas, acentuados pela interveno humana e que vem se

    agravando nos ltimos anos (RIBEIRO, 2000).

    A estratosfera se estende entre 11 km at aproximadamente 50 km. A

    temperatura mdia da estratosfera aumenta de -56C no limite com a troposfera at

    2C na fronteira superior. A razo deste aumento a absoro da energia solar

    ultravioleta pelo oznio na estratosfera (MANAHAN, 2000).De acordo com Manahan (2000), a atmosfera tem mudado a sua

    composio com a evoluo do planeta Terra. Atualmente a atmosfera composta

    principalmente de nitrognio (N2), representando 78,1% do volume de proporo de

    mistura, oxignio (O2), compondo 20,9% do volume de proporo de mistura, entre

    outros gases como argnio (Ar), o nenio (Ne), hlio (He), metano (CH4), criptnio

    (Kr), xido nitroso (N2O), xennio (Xe), dixido de enxofre (SO2), oznio (O3), dixido

    de nitrognio (NO2), amnia (NH3), monxido de carbono (CO) e dixido de carbono(CO2) que compe 1,0% do volume de proporo de mistura. (BAIRD, 2002).

    Os principais gases constituintes da atmosfera, com exceo do vapor de

    gua, pouco interagem com a radiao solar e no interferem na radiao de

    infravermelho emitida pela Terra. No entanto, h uma srie de gases, como dixido

    de carbono (CO2), metano (CH4), xido nitroso (N2O), oznio (O3), que absorvem e

    emitem radiao infravermelha, denominados de GEE e mesmo com uma baixa

    representatividade (menos de 0,1%) na composio da atmosfera, desempenhamum papel essencial no balano energtico da Terra. O vapor de gua (H2O), tambm

    representa um gs de efeito estufa natural (IPCC, 2001).

    3.2 POLUIO DO AR

    O termo poluio significa a degradao do ambiente resultante deatividades que direta ou indiretamente prejudiquem a sade, a segurana, e o bem-

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    estar da populao, ou criem condies adversas s atividades sociais econmicas,

    ou afetem desfavoravelmente a biota, ou afetem as condies estticas ou sanitrias

    do meio ambiente, ou emitam matria ou energia em desacordo com os padres

    ambientais estabelecidos (Lei Federal 6.938/81, Artigo 3, inciso III).

    No podemos considerar qualquer atividade que altera a composio da

    atmosfera como poluio. Entendemos poluio atmosfrica como sendo a presena

    ou o lanamento de uma substncia na atmosfera que se mantm acima de um

    limiar de aceitabilidade para o bem-estar de seres humanos, animais, infraestrutura

    ou do meio ambiente em geral. Isso significa, tambm, que o conceito de poluio

    algo dinmico, porque ns definimos os limites (SEMA, 2009).

    Existem dois tipos de fontes de poluio, as fontes fixas e as fontes mveisque so explicadas a seguir.

    3.2.1 Fontes Fixas

    So aquelas que normalmente ocupam na comunidade uma rearelativamente limitada, sendo quase todas de natureza industrial e possibilitam a

    avaliao na base fonte por fonte. Tais fontes so tambm chamadas de fixas ou

    estacionrias.

    De acordo com a Resoluo CONAMA 382/2006, fonte fixa de emisso

    qualquer instalao, equipamento ou processo, por exemplo, caldeiras e plataforma

    martima de petrleo, situado em local fixo, que libere ou emita matria para a

    atmosfera, por emisso pontual ou fugitiva.

    3.2.2 Fontes Mveis

    Os veculos automotores constituem, juntamente com trens, avies,

    embarcaes marinhas, as chamadas fontes mveis de poluio do ar. Dentre

    estas, os veculos se destacam como as principais fontes.

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    De acordo com a Resoluo SEMA 054/2006, fontes mveis so qualquer

    instalao, equipamento ou processo natural ou artificial em movimento, que libere

    ou emita matria ou energia para a atmosfera.

    3.3 LEGISLAO

    Segundo Pereira Jr. (2007), a legislao federal brasileira que regulamenta a

    qualidade do meio ambiente, relacionando-a com a poluio do ar, das guas e do

    solo, teve incio com o Decreto-Lei n 1.413, de 14 de agosto de 1975, que dispesobre o controle da poluio do meio ambiente provocada por atividades industriais.

    Posteriormente, o Decreto-Lei n 1.413/1975 foi complementado pela Lei n 6.803,

    de 02 de julho de 1980, que dispe sobre as diretrizes bsicas para o zoneamento

    industrial nas reas crticas de poluio e d outras providncias. Tanto o Decreto-

    Lei n 1.413/1975, como a Lei n 6.803/1980, foram concebidos em decorrncia dos

    graves problemas de poluio do ar em regies densamente industrializadas, entre

    as quais Cubato, em So Paulo. Estas leis estabeleceram regras para a localizaode reas industriais e as limitaes de uso em seus entornos e no tratam

    especificamente de limites de emisso.

    A Lei n 6.938/1981 atribui ao Conselho Nacional do Meio Ambiente

    CONAMA entre outras, a competncia para estabelecer, privativamentente,

    normas e padres nacionais de controle da poluio por veculos automotores,

    aeronaves e embarcaes, mediante audincia dos Ministrios competentes (Art. 8,

    inciso VI), e para estabelecer normas, critrios e padres relativos ao controle e manuteno da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos

    recursos ambientais, principalmente os hdricos.

    Segundo Pereira Jr. (2007), com base nas competncias a ele atribudas

    pela Lei n 6.938/1981, o CONAMA vem estabelecendo, por meio de resolues as

    normas para o controle de poluentes do ar por fontes fixas e mveis, assim

    considerados os veculos automotores.

    Em junho de 1989 criou-se a Resoluo CONAMA 005, que institui o

    Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar PRONAR, como um dos

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    instrumentos bsicos da gesto ambiental para proteo da sade e bem estar das

    populaes e melhoria da qualidade de vida com o objetivo de permitir o

    desenvolvimento econmico e social do pas de forma ambientalmente segura, pela

    limitao dos nveis de emisso de poluentes por fontes de poluio atmosfrica,

    visando uma melhoria na qualidade do ar; o atendimento aos padres estabelecidos;

    o no comprometimento da qualidade do ar em reas consideradas no

    degradadas.

    Entende-se por limite mximo de emisso a quantidade de poluentes

    permissvel de ser lanada por fontes poluidoras para a atmosfera. Os limites

    mximos de emisso sero diferenciados em funo da classificao de usos

    pretendidos para as diversas reas e sero mais rgidos para fontes novas depoluio (CONAMA 005, 1989).

    De acordo com a Resoluo CONAMA 03/1990, so padres de qualidade

    do ar as concentraes de poluentes atmosfricos que, ultrapassadas, podero

    afetar a sade, a segurana e o bem-estar da populao, bem como ocasionar

    danos flora e fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

    Segundo a resoluo CONAMA 03/1990, poluentes atmosfricos so

    qualquer forma de matria ou energia com intensidade e em quantidade,concentrao, tempo ou caractersticas em desacordo com os nveis estabelecidos,

    e que tornem ou possam tornar o ar, imprprio, nocivo ou ofensivo sade;

    inconveniente ao bem-estar pblico; danoso aos materiais, fauna e flora;

    prejudicial segurana, ao uso e gozo da propriedade e s atividades normais da

    comunidade.

    Ainda de acordo com a resoluo CONAMA 03/1990, os padres primrios

    de qualidade do ar so as concentraes de poluentes que, ultrapassadas, poderoafetar a sade da populao. Padres secundrios de qualidade do ar so as

    concentraes de poluentes abaixo das quais prev o mnimo efeito adverso sobre o

    bem-estar da populao, assim como o mnimo dano fauna, flora, aos materiais

    e ao meio ambiente em geral.

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    3.4 EFEITO ESTUFA

    O efeito estufa dentro de uma determinada faixa de vital importncia, pois,sem ele, a vida no planeta Terra no poderia existir na sua forma atual. Porm, a

    concentrao de GEE na atmosfera nas ltimas dcadas sofreu uma elevao muito

    brusca, condicionada principalmente pelas aes antrpicas (IPCC, 1990).

    Dos raios solares que chegam Terra, cerca de 30% no conseguem

    atravessar a atmosfera e so refletidos de volta para o espao, ou outros 70% dos

    raios conseguem atingir a atmosfera e a superfcie terrestre, sendo geralmente

    absorvidos. Ao ser aquecida por essa radiao, a superfcie terrestre passa a liberar

    energia na forma de calor. Parte dessa energia emitida se perde no espao, o

    restante absorvido por certos gases atmosfricos, presentes normalmente em

    quantidades muito pequenas. A energia absorvida ento irradiada de volta

    superfcie terrestre. Esse fenmeno natural, chamado de efeito estufa, o

    responsvel pela manuteno do calor do planeta (HELENE, 2007). Podemos

    compreender melhor esse fenmeno analisando a Figura 2 onde apresentado um

    esquema ilustrativo do efeito estufa.

    Figura 2 - Esquema ilustrativo do efeito estufa.

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    A emisso dos chamados gases de efeito estufa (GEE), dixido de carbono

    (CO2), metano (CH4) xido nitroso (N2O) e clorofluorcarbonos (CFCs) aumenta a

    quantidade de energia que mantida na atmosfera em decorrncia da absoro do

    calor refletido ou emitido pela superfcie do planeta, o que provoca a elevao da

    temperatura da atmosfera. Admite-se que, alm de provocar modificaes

    climticas, o aquecimento da Terra possa causar a elevao do nvel mdio dos

    mares, ter impactos na agricultura e na silvicultura, afetando todas as formas de vida

    do planeta (BRAGA, 2005).

    A Tabela 1 apresenta o Potencial de Aquecimento Global, ou Global

    Warming Potential (GWP), tambm conhecido como fator de aquecimento global,

    a representao numrica da influncia de um gs sobre o efeito estufa, bem comodo comportamento de suas molculas quanto absoro e reteno de calor e de

    seu tempo de permanncia na atmosfera. O ndice determinado a partir de

    medies feitas em escalas de 20, 100 e 500 anos, que usam o GWP do dixido de

    carbono para definir o potencial de aquecimento global dos demais GEEs. Da a

    expresso carbono equivalente, cuja sigla CO2e. A escolha do dixido de carbono

    como padro de referncia se justifica por ser o gs que mais contribui para o efeito

    estufa atualmente. Por conveno, seu GWP tem valor um.

    Tabela 1Potencial de Aquecimento Global dos GEE.

    Compostos Frmula QumicaPotencial de Aquecimento Global(Horizonte de Tempo) 100 anos

    Dixido de Carbono CO2 1

    Metano CH4 21

    xido nitroso N2O 310

    CFCs --- 140 a 23.900Fonte: Adaptado CETESB (2013).

    Qualquer fator que o altere processo natural do efeito estufa, ou mesmo a

    distribuio da energia dentro da atmosfera, pode afetar o clima, alterando as

    temperaturas atmosfricas e ocenicas e os correspondentes padres de circulao

    e tempo, bem como o ciclo hidrolgico (MOREIRA, 2009).

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    Atualmente, o homem est no apenas provocando o aumento da

    concentrao de dixido de carbono e metano que naturalmente acarretam o efeito

    estufa na atmosfera, como tambm est poluindo-a com quantidades enormes de

    clorofluorcarbonos (CFCs), causando o agravamento do efeito estufa (HELENE,

    2007).

    De acordo com Rocha (2003), as atividades econmicas e industriais esto

    em constante crescimento, ocasionando uma constante modificao na biosfera,

    resultando quase na duplicao da concentrao de GEE na atmosfera no perodo

    de 1750 a 1998. Em longo prazo, a temperatura mdia terrestre tende a aumentar, o

    que resultar na alterao de ecossistemas, elevao do nvel dos oceanos em

    razo do derretimento de geleiras, dificuldades na produo de alimento, afetandoconsequentemente todas as formas de vida no planeta (BRAGA, 2005).

    Um ponto importante sobre as mudanas climticas, que o clima da Terra

    seguiu um padro climtico mundial regular durante os ltimos 400 mil anos, perodo

    no qual as mudanas climticas foram provocadas por causas naturais, como as

    variaes na rbita da Terra que afetou a quantidade de luz recebia pelo planeta

    (MOREIRA, 2009). Atualmente, em razo das atividades antrpicas que

    aumentaram a quantidade emitida de GEE, a variabilidade da temperatura estmaior do que o esperado e, por isso a preocupao em encontrar atividades que

    mitiguem essas emisses e seus efeitos agravantes elevao da temperatura

    terrestre (IPCC, 1992).

    3.5 INVENTRIO E GERENCIAMENTO DE GEE

    A elaborao de inventrio de GEE o primeiro passo para que uma

    organizao contribua para o combate mudana do clima, pois determina a

    quantidade e a origem (fontes) das emisses a serem reduzidas.

    O inventrio de emisses uma espcie de raio-X que se faz em uma

    empresa, grupo de empresas, setor econmico, cidade, estado ou pas. Fazer a

    contabilidade em GEE significa quantificar e organizar dados sobre emisses com

    base em padres e protocolos e atribuir essas emisses corretamente a uma

    unidade de negcio, empresa, pas ou outra entidade (WRI, 2010).

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    O gerenciamento de GEE representa uma nova modalidade de gesto

    dentro das corporaes na medida em que introduz uma nova cultura organizacional

    e demanda a implementao de novas rotinas operacionais que visam o controle

    eficaz dessas emisses (PINHO, 2009).

    Tal gerenciamento comea a partir do conhecimento de quanto uma

    empresa emite atravs dos inventrios de emisses GEE (ou carbon footprints 1),

    que fornecem informaes gerenciais para que sejam tomadas aes visando

    reduo de emisses, o que destaca tais empresas como lderes em desempenho

    climtico. Estas empresas j entenderam que os custos com o gerenciamento de

    GEE so mais do que compensados pelos benefcios e pelas oportunidades criadas

    por este novo conceito de gesto, que alm de mitigar seus impactos ambientaisainda agregam valor a sua imagem corporativa (HALL e LEE, 2008).

    Um inventrio de emisses deve ser estabelecido como um processo

    contnuo, que permita identificar a evoluo dos esforos de mitigao de uma

    instituio ou regio e aprimorar essas medidas progressivamente. Para colocar em

    prtica um inventrio de emisses, importante adotar metodologias ou protocolos

    reconhecidos, como o caso do GHG Protocol (Greenhouse Gas Emissions)e da

    Norma ISO 14.064-1/20072

    .O Programa Brasileiro GHG Protocoltem como objetivo estimular a cultura

    corporativa para a elaborao e publicao de inventrios de emisses de GEE,

    proporcionando aos participantes o acesso a instrumentos e padres de qualidade

    internacional.

    De acordo com Pinho (2009), as vantagens de se investir no gerenciamento

    de GEE inserindo-o, ou no, no j implementado sistema de gesto ambiental das

    empresas so: Fazer negcios da maneira correta - significa priorizar a questo climtica

    necessria para continuidade das atividades econmicas num mundo onde a

    questo ambiental ocupa cada vez mais espao na agenda internacional,

    1Pegada carbnica, expresso utilizada para calcular as emisses de GEE.

    2 Parte da ABNT NBR ISO 14064 que especifica princpios e requisitos no mbito da organizao para aquantificao e para a elaborao de relatrios de emisses e remoes de gases de efeito estufa (GEE). Incluideterminaes para o projeto, o desenvolvimento, o gerenciamento, a elaborao de relatrios e a verificaode um inventrio de GEE da organizao.

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    propiciando o desenvolvimento sustentvel com respeito ao atendimento das

    necessidades de futuras geraes;

    Reduo de custos ao tornar os processos produtivos mais eficientes e

    climaticamente mais amigveis a empresa diminui o consumo de insumos e

    combustveis, reduzindo, assim seus custos operacionais e agregando valor ao seu

    negcio;

    Ganhos de imagem corporativa cada vez mais se v no mercado internacional o

    ganho de imagem que uma empresa tem com a divulgao de seus xitos na

    reduo das emisses de GEE. A reputao e a credibilidade da empresa so

    favorecidas na medida em que os consumidores finais a associam a um negcio que

    respeita o meio ambiente. Assim, com a empresa exposta mdia, o ganho de

    imagem favorece a escolha por parte destes consumidores finais que praticam o

    consumo consciente, cada vez mais crescente no mundo.

    Segundo Pinho (2009), O gerenciamento de GEE compreende: (i) a

    conscientizao das partes interessadas desde os funcionrios at a alta

    administrao, passando por fornecedores e revendedores; (ii) a implementao de

    ferramentas para coleta e gerenciamento das informaes de carbono necessrias

    aos clculos das emisses; (iii) a verificao interna e externa dos clculos eevidncias comprobatrias das emisses; (iv) o estabelecimento de objetivos, planos

    e metas de reduo de emisses; (v) a execuo das aes de reduo de

    emisses e finalmente, (vi) a comunicao interna e pblica das emisses e do

    compromisso da empresa em abat-las.

    A metodologia apresentada no Programa Brasileiro GHG Protocoldivide as

    emisses em trs grandes escopos (WRI, 2010):

    Emisses de Escopo 1As indstrias que geram emisses de processos e que possuem ou

    controlam plantas de gerao de eletricidade normalmente tero emisses diretas

    de todas as categorias principais de fontes. J as empresas que possuem atividades

    em escritrio podero no ter quaisquer emisses diretas, exceto se possurem ou

    operarem um veculo, equipamento que realize combusto ou equipamento de

    refrigerao e ar condicionado, na Figura 3 so apresentados exemplos dessas

    emisses (WRI, 2010).

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    Emisses de Escopo 2

    So as emisses referentes ao consumo de eletricidade, calor ou vapor

    adquiridos por uma empresa/organizao, na Figura 3 so apresentados exemplos

    dessas emisses.

    Quase todos os tipos de negcios geram emisses indiretas, devido

    compra de eletricidade, que utilizada em seus processos ou servios (WRI, 2010).

    Emisses de Escopo 3

    So as outras emisses indiretas provenientes de atividades up-stream

    (cadeia de suprimentos) e downstream (revendedores, distribuio, uso do produto,

    disposio final) de uma empresa, assim como emisses associadas aos contratos

    outsourcing de fbrica ou franchising, no includos nos escopos 1 e 2, na Figura 3

    so apresentados exemplos dessas emisses (WRI, 2010).

    A contabilizao do escopo 3 opcional.

    Figura 3Escopos de Emisses de GEE pelo GHG Proto col.

    Fonte: Adaptado de Pinho (2009).

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    3.6 QUANTIFICAO DE GEE

    Neste tpico ser apresentado como quantificar os GEE, o que so

    emisses, as diversas fontes de emisses. E como realizar as converses de

    combustveis utilizados em CO2e.

    3.6.1 Emisso de CO2por consumo de combustvel

    De acordo com IPCC (2006), para o clculo das emisses de CO2 por

    consumo de diversos tipos de combustveis (tanto fontes fixas, quanto mveis)

    emprega-se a Equao 1:

    Eq.(1)

    Onde: Emisso = Emisso de CO2 (kg); Combustvelj = Combustvelconsumido (Tj); EFj = Fator de Emisso do combustvelj (kg.Tj

    -1); j = Tipo de

    combustvel (lcool, biodiesel, diesel, gasolina e GLP).

    As unidades das variveis combustvel e EF foram substitudas,

    respectivamente pelas unidades litro (L) e quilograma por litro (kg.L -1), para se

    adequar ao cenrio brasileiro.

    3.6.2 Emisso de CO2por consumo de energia eltrica

    As emisses indiretas de CO2 por consumo de energia eltrica, durante a

    realizao das atividades administrativas e acadmicas foram calculadas conforme a

    Equao 2 desenvolvida a partir dos princpios da abordagem de clculo de emisso

    por fatores de emisso do IPCC (2006):

    Eq.(2)

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    Onde: Emisso = Emisso de CO2por consumo de energia eltrica, no ano

    y (t); = Consumo de energia eltrica, no ano y (MWh); = Fator deemisso de CO2do ano y pela rede eltrica (t.MWh

    -1).

    3.6.3 Emisso de CO2por Resduos Slidos e Esgoto Sanitrio

    A quantidade de CO2e gerada por resduos slidos ser quantificada pela

    ferramenta de clculo do GHG Protocol, a partir da composio gravimtrica

    levantada por Divensi et al. (2011) e a ferramenta realizar converso de matriaaterrada em metano (NH4) e posteriormente em CO2e.

    J a quantidade de CO2egerada por esgoto sanitrio, ser quantificada pela

    ferramenta do GHG Protocol, em que sero fornecidos os dados levantados por

    Ferreira (2012) e a ferramenta realizar converso da quantidade de DBO ou

    DQO, em N2O e CH4, e posteriormente far a converso destes em CO2e..

    3.6.4 Clculo de neutralizao

    Em um estudo realizado por Azevedo e Quintino (2010), sobre neutralizao

    de emisses de GEE, constataram que:

    A neutralizao do CO2eemitido nada mais do que a retirada de CO2da

    atmosfera e converso deste em biomassa pela reao de fotossntese. A

    reao permite o crescimento das rvores e o acmulo de biomassa atravs

    da absoro CO2 e liberao de oxignio (O2) na atmosfera, fixando o

    carbono (C) nos troncos, galhos, folhas e razes. Este carbono fica

    aprisionado ali at a morte natural da rvore ou at que seja cortada e

    queimada.

    Em uma rvore adulta aproximadamente 50% biomassa, a outra metade

    gua. Esta relao varia de acordo com a densidade da madeira de cada espcime.

    Em indivduos de crescimento rpido a madeira mole (baixa densidade), dessa

    forma no capturam muito carbono, j os indivduos de crescimento tardio

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    (densidade alta), a quantidade de carbono capturada muito maior (AZEVEDO e

    QUINTINO, 2010).

    A partir do resultado final de emisso de GEE em tCO2e e de dados de

    fixao de carbono pelas rvores, estipula-se o nmero de espcimes arbreas

    nativas a serem plantadas para neutralizao de CO2 emitido pelo perodo de um

    ano, por meio da Equao 3:

    [ ] Eq.(3)

    Onde: N = Nmero de rvores a serem plantadas; Et = Emisso total de

    GEE estimado no clculo de emisso (tCO2e); Ff = Fator de fixao de carbono embiomassa no local de plantio (tCO2e/rvore); 1,2 = Fator de compensao para

    possveis perdas com mudas, como morte natural ou problemas com o plantio.

    De acordo com Azevedo e Quintino (2010), o fator de fixao de carbono

    sequestrado da atmosfera pelas plantas, que por sua vez, depende das diferenas

    das espcies, solo, clima e tipo de vegetao.

    Segundo Santos (2010), a determinao do fator de fixao de carbono em

    biomassa para o plantio de rvores nativas, foi realizada com base nos dadosapresentados em Goods Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change in

    Forestry(LULUCF) publicado pelo IPCC no ano de 2003, o Incremento Mdio Anual

    (IMA) de biomassa para florestas tropicais e subtropicais em processo de

    regenerao natural.

    De acordo com IPCC (2003), o valor por omisso do IMA da biomassa viva

    acima do solo em processo de regenerao natural das florestas situadas em

    regies da Amrica que tem clima tropical ou subtropical mido com uma estaoseca curta com precipitao (P) anual de 200 > P > 1000mm, 7 toneladas de

    matria seca.ha-1ano-1para florestas com idade 20 anos e 2 toneladas de matria

    seca.ha-1ano-1para florestas com idade > 20 anos. O valor por omisso do IMA da

    biomassa abaixo do solo pode ser considerado igual a 0. A incerteza por omisso do

    IMA da biomassa viva acima do solo de 43% em torno da mdia do IMA, devido

    as diferentes espcies escolhidas para o plantio, visto que diferentes espcies

    possuem diferentes fatores de fixao, dessa forma adota-se esse valor de

    incerteza. A frao de carbono na matria seca por omisso igual a 50 % ou 0,5.

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    Considerando as informaes acima, o clculo do fator de fixao de

    carbono por rvore ser realizado por meio da equao 4:

    Eq.(4)

    Onde: tCO2e.(rvore.ano)-1= toneladas de CO2esequestrado por rvore em

    um ano; IMA = Incremento Mdio Anual da biomassa viva acima do solo mais o IMA

    da biomassa viva abaixo do solo (toneladas de matria seca.(ha.ano)-1); 44/12 =

    Converso de C para CO2; n rvores.ha-1= Nmero de rvores por hectare em fase

    de crescimento.O nmero de rvores para cada hectare utilizado para realizar o clculo ser

    de 1.667 rvores.ha-1, visto que, de acordo com Bechara (2006), o plantio tradicional

    de espcies arbreas para a recuperao de reas degradadas, realizado sob

    espaamento 2 x 3 metros, totalizando aproximadamente 1.667 rvores por hectare.

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    4 METODOLOGIA

    Neste tpico ser descrita a metodologia utilizada para a realizao dopresente trabalho. Para melhor entendimento a metodologia ser dividida em

    subtpicos para melhor compreenso. A metodologia apresenta a rea de estudo,

    as descries das metodologias de quantificao de GEE e a elaborao do

    inventrio de GEE.

    4.1 REA DE ESTUDO

    A rea de estudo do Trabalho de Concluso de Curso limita-se ao Cmpus

    de Campo Mouro da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, localizada na

    Rodovia BR 369km 0,5 com retngulo envolvente com coordenadas P1: S 24 03

    49 O 52 23 16 e P2 S 24 03 36 O 52 23 05, com altitude de 588 metros,

    ilustrada na Figura 4.

    Figura 4 - Esquema ilustrativo da rea de estudo.

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    4.2 DESCRIO DAS METODOLOGIAS GHG PROTOCOLE NORMA ISO 14.064-1

    De acordo com Pinho (2009), o primeiro passo para o gerenciamento de

    GEE a concepo de um inventrio de emisses, no qual sero contabilizadas as

    fontes dentro do escopo de gerenciamento de uma organizao/empresa.

    Atualmente existem trs instrumentos amplamente utilizados e reconhecidos

    internacionalmente para quantificao das emisses: o GHG Protocol, a Norma

    ABNT ISO 14.064-1 e o PAS 2050 do Defra3. No Brasil, os dois primeiros so mais

    recomendveis. Contudo, nada impede uma empresa de relatar voluntariamente

    seus GEE sob as regras do instrumento PAS (PINHO, 2009).

    No presente trabalho ser utilizada somente a metodologia do GHG

    Protocol, ressaltando-se que essa metodologia j foi adaptada ao cenrio brasileiro.

    Segundo Pinho (2009), a concepo do inventrio compreende as etapas:

    identificao das fontes de emisso de GEE; escolha de metodologia apropriada

    para o clculo; coleta dos dados de atividade e seleo dos fatores de emisso;

    aplicao das metodologias de clculo; e registro dos dados ao nvel do grupo

    empresarial, conforme ilustrado na Figura 5 a seguir.

    Figura 5 - Passo a passo para identificao e clculo de GEEs.

    Fonte: Adaptado de Pinho (2009).

    3Norma inglesa, seguida pelas corporaes daquele pas atravs do Defra.

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    Para melhor utilizao dos dados obtidos, faz-se necessrio a classificao

    e categorizao dos dados obtidos, as fontes de emisso so classificadas em

    diretas ou indiretas, divididas nos escopos 1, 2 e 3. A Tabela 2 apresenta um quadro

    comparativo entre a classificao e definies conforme o GHG Protocole a primeira

    parte da ABNT NBR ISO 14.064-1.

    Tabela 2 - Classificao de emisses pelo GHG Protoco le ISO 14.064-1.

    GHG Protoco l ABNT NBR ISO 14.064

    Emisso direta - Escopo 1: Emisso diretaproveniente de fontes de emisso de

    propriedade ou controle operacional daempresa.

    Emisso direta de GEE: Emisso de GEEde fonte de emisso de gases de efeito

    estufa pertence ou controlada pelaorganizao.

    Emisso Indireta - Escopo 2: Emissoindireta provenientes da gerao de

    eletricidade, calor ou vapor consumidos pelaempresa.

    Emisso Indireta de GEE por uso deenergia: emisso de GEE na gerao deeletricidade, calor ou vapor importadospara a organizao para seu consumo.

    Emisso Indireta - Escopo 3: Emisso

    indireta que consequncia das atividadesda empresa, porm no de sua

    propriedade ou controle operacional.

    Outras emisses indiretas de GEE:emisses de GEE no associadas

    energia importada e que sejam umaconsequncia de atividades daorganizao, mas advindas de fontes quepertencem ou so controladas por outras

    organizaes.

    Fontes: Manual Corporativo do GHG Protocole Norma ABNT NBR ISO 14.064-1.

    4.3 ELABORAO DO INVENTRIO DE GEE

    Para realizao do inventrio dos GEE referente ao ano de 2012 da rea de

    estudo sero utilizadas as metodologias propostas nas Especificaes do Programa

    Brasileiro GHG Protocolpublicado pelo World Resources Institute (WRI, 2010), em

    que a realizao do inventrio consiste nos seguintes passos:

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    35

    4.3.1 Abordagem de clculo

    Para a abordagem de clculo de emisses neste Inventrio de GEE em

    CO2edas fontes contempladas foi por meio da aplicao da ferramenta de clculo do

    GHG Protocol, sendo utilizados fatores de emisses. Esses fatores reportam a

    quantidade de CO2e emitida por unidade de atividade (BRASIL et al., 2008).

    4.3.2 Coleta de dados

    Ser realizadas as coletas de dados junto DIRPLAD, Restaurante Tio

    Patinhas, Diretoria de Relaes Empresariais e Comunitrias (DIREC),

    Coordenadoria de Gesto de Recursos Humanos (COGERH), e demais secretarias,

    e contemplou: o consumo de combustvel da frota da instituio, consumo de

    energia eltrica, consumo de gs pelos laboratrios, consumo de gs pelo

    Restaurante Universitrio e Cantina Universitria.

    Tambm foi realizado um levantamento bibliogrfico de estudos realizadosno Cmpus da UTFPR-CM, para obteno de dados sobre resduos slidos e esgoto

    sanitrio.

    Os dados sobre a caracterizao do esgoto sanitrio do Cmpus foram

    levantados por Ferreira (2012), e a gerao per capita na Instituio foi adotada

    conforme sugerido por Horn (2011).

    Os dados de resduos slidos foram obtidos por pesagens, e foram divididos

    em duas etapas. A primeira etapa referiu-se ao monitoramento com a pesagem dosresduos do Restaurante Universitrio, em seguida foi realizada a pesagem dos

    resduos gerados no Cmpus, com exceo dos resduos perigosos dos

    laboratrios. Com os dados obtidos foi realizada a contabilizao dos GEE.

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    4.3.3 Ferramenta de Clculo

    A ferramenta de clculo do Programa Brasileiro GHG Protocolvisa auxiliar

    os gestores no processo de elaborao do inventrio de GEE, oferecendo opes de

    clculo para diversas fontes. A ferramenta est disponvel no site do GHG Protocol

    Brasil.

    A ferramenta de clculo consiste em uma Planilha do Microsoft Excel, em

    que os dados so atualizados anualmente, apresentando todos os fatores de

    emisso, fatores variveis (percentual de etanol na gasolina, percentual de biodiesel

    no diesel, fator de emisso do Sistema Interligado Nacional (SIN)) e equaes de

    emisses. Essa ferramenta foi adaptada para a realidade brasileira, pois ela

    atualizada anualmente de acordo com as legislaes pertinentes, alm de atualizar

    os valores dos fatores de converses.

    Com o levantamento de dados, foi preenchida a planilha e a ferramenta de

    clculo realizou as devidas contas de emisses equivalentes.

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    5 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados so divididos em dois tpicos para melhor compreenso,sendo eles um sobre a Gerao e Quantificao de GEE e o outro sobre a proposta

    de neutralizao de GEE.

    5.1 Gerao e Quantificao de GEE

    Foram realizadas as coletas de dados junto DIRPLAD, Restaurante Tio

    Patinhas, Diretoria de Relaes Empresariais e Comunitrias (DIREC),

    Coordenadoria de Gesto de Recursos Humanos (COGERH), e demais secretarias.

    Foram coletados dados sobre consumo de combustveis, consumo de energia

    eltrica, consumo de Gs Liquefeito de Petrleo (GLP), recargas de extintores, leos

    lubrificantes, gerao de efluentes domsticos, gerao de resduos slidos,

    aquisio de asfalto, etc. referentes ao ano de 2012.

    A Tabela 3 apresenta os fatores de emisso utilizados para realizao dasconverses dos diversos tipos produtos derivados de combustveis fsseis pela

    ferramenta GHG Protocol.

    Tabela 3 - Fatores de emisso das fontes estacionrias.

    Combustvel Unidade Densidade FonteFatores de Emisso

    (kgGEE/un.) Fonte

    CO2 CH4 N2OAsfaltos m 1.025 BEN(2012) 3,39 0,12604 0,025208 MCT(2010)

    GLP Toneladas 1.000 BEN(2012) 2,932 0,04647 0,004647 MCT(2010)

    Lubrificantes Litros 0,88 BEN(2012) 2,7 0,00011 0,000022 MCT(2010)

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    A Tabela 4 apresenta os fatores de emisso utilizados para realizao das

    converses dos diversos tipos de combustveis fsseis e biocombustveis em fontes

    mveis pela ferramenta GHG Protocol.

    Tabela 4 - Fatores de emisso de fontes mveis.

    Combustvel Unidade Densidade FonteFatores de Emisso

    (kgGEE/un.) FonteCO2 CH4 N2O

    Gasolina A(pura)

    L 0,74 BEN 2012 2,269 0,0008 0,00026MMA (CO2) /IPCC (CH4 N2O)

    leo Diesel L 0,84 BEN 2012 2,671 0,0001 0,0002MMA (CO2) /IPCC (CH4 N2O)

    Lubrificantes L 0,88 BEN 2012 2,733 IPCC (CH3EtanolHidratado(E100)

    L 0,81 BEN 20121,178 0,0004

    MMA (CO2) /IPCC (CH4)

    Biodiesel L - - 2,499 USEPAEtanol Anidro L 0,79 BEN 2012 1,233 MMA

    As emisses referentes ao Escopo 1 foram divididas nas seguintes

    categorias: Combusto estacionria, Combusto mvel, Emisses fugitivas,

    Resduos slidos e Efluentes.

    As emisses provenientes da combusto estacionria so devido ao

    consumo de GLP do R.U. e da lanchonete presentes no Cmpus, em que houve no

    ano de 2012, um consumo de 2,34 toneladas, o que correspondeu uma emisso

    de 6,87 tCO2e. A manuteno de equipamentos como mquinas de cortar grama

    (roadeiras) e podas de rvores foi responsvel pelo consumo de 7,5 litros de leo

    lubrificantes, que ocasionaram uma gerao de 20,5 kgCO2e. No ano de estudo

    houve a reforma e ampliao da malha asfltica do estacionamento e acesso ao

    R.U. que consumiu 258,1 m3 de asfalto do tipo Concreto Betuminoso Usinado a

    Quente (CBUQ). Esse asfalto foi responsvel pela gerao de 877,622 tCO2e.

    De acordo com a Tabela 5, as emisses totais com relao combusto

    estacionria foi de 884,305 tCO2e.

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    Tabela 5 - Emisses totais com relao Combusto estacionria.

    Fonte Combustvel Quantidade Unidade CO2(kg) CH4 (kg) N2O(kg)CO2e(kg)

    COMBUSTOESTACIONRIA

    Asfalto 258,05 m3 874.922,40 32,5 6,5 877.622,00

    GLP 2.340,00 Kg 6.862,00 0,1 0 6.667,70

    Lubrificantes 7,50 Litros 16,50 0 0 16,50

    TOTAL 884.305,5

    A Figura 6 apresenta o grfico com os percentuais das emisses por

    combusto estacionria, como podemos observar as emisses provenientes da

    ampliao e reforma da manta asfltica foi responsvel pela emisso de mais de

    99% do total, o consumo de GLP correspondeu somente 0,754% e o consumo de

    lubrificantes foi insignificante, apenas 0,002%.

    Figura 6 - Grfico das emisses de GEE por combusto estacionria.

    As emisses provenientes de fontes mveis foi dada pela utilizao de

    combustveis utilizados pela frota do Cmpus, o Quadro 1, apresenta a frota da

    UTFPR-CM:

    99,244%

    0,754%0,002%

    EMISSES DE GEE POR COMBUSTOESTACIONRIA

    Asfalto

    GLP

    Lubrificantes

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    Veculo Ano Combustvel

    Kombi 1995 Gasolina

    Saveiro 2008 Etanol/Gasolina

    Astra 2007 Etanol/Gasolina

    Astra 2007 Etanol/Gasolina

    Parati 1999 Gasolina

    nibus/Agrale 2010 Diesel

    Van/Sprinter 2011 Diesel

    Santana 2004 EtanolQuadro 1Frota da UTFPR-CM

    De acordo com a Portaria MAPA n 678, de 31 de agosto de 2011 o

    percentual de etanol na gasolina no ano de 2012 foi de 20%. E de acordo com a

    Resoluo ANP n 24, de 28 de julho de 2009 o percentual mnimo de biodiesel

    adicionado ao leo diesel foi de 4%, porm na ferramenta GHG Protocol o

    percentual adotado foi de 5%, considerando uma possvel margem de segurana.

    No ano de 2012 houve um consumo de 4.595 litros de gasolina comum, que

    descontando o percentual de etanol, foi responsvel pela emisso de 15.463,19

    kgCO2ee 2.075,56 kg de emisso de CO2 de biomassa, o consumo de etanol foi de6.320 litros, responsvel pela emisso de 38,76 kg de CO2e e 2.940,86 kg de

    emisso de CO2 de biomassa, o consumo de diesel foi de 3.802 litros, descontando

    o percentual de biodiesel, foi responsvel pela emisso de 9.689,06 kgCO2e, j o

    consumo de leos lubrificantes foi de 294 litros, responsvel pela emisso de 803,53

    kgCO2e. As emisses totais de CO2epor combusto mvel no ano de 2012 foi de

    25,995 toneladas e as emisses totais de CO2 de biomassa foi de 5,492 toneladas.

    Os resultados so apresentados na Tabela 6.

    Tabela 6Emisses totais de fontes mveis.

    Fonte Combustvel Quantidade (L) CO2 CH4 N2O CO2eCO2-

    BIOMASSA

    COMBUSTOMOVEL

    GasolinaComum 4.595,00 15278,01 0,89 0,54 15463,19 2075,58

    Etanol 6.320,00 - 0,35 0,1 38,76 2940,86

    Diesel 3.802,00 9648,76 0,78 0,08 9689,06 475,14

    Lubrificantes 294,00 803,53 0 0 803,53 0

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    De acordo com a Figura 7 podemos observar que a gasolina comum foi o

    combustvel que mais contribuiu para as emisses por combusto mvel com

    59,49%, em seguida foi o diesel com 37,27%. Um fator relevante que a emisso

    de GEE por etanol foi insignificante, dessa forma ele um combustvel muito

    interessante para reduo de gerao de GEE.

    Figura 7Grfico de emisses de GEE por combusto mvel.

    As emisses fugitivas observadas foram provenientes da utilizao de

    extintores de incndio de CO2,que contabilizou a utilizao de 3 kg de CO2 dos

    extintores com uma emisso total de 5,520 tCO2e.

    Fazendo parte ainda do escopo 1, foi considerada a gerao de efluentes. Avazo no Cmpus e sua caracterizao so descritos a seguir.

    Segundo Horn (2011) um Cmpus Universitrio, se enquadra nos chamados

    setores de servios (Shopping center, escolas, centros de eventos, teatro) que se

    distinguem por serem geradores de efluentes domsticos bastante caractersticos

    em concentrao e quantidade. Em termos de concentrao, tendem a serem ricos

    em nitrognio amoniacal uma vez que o pblico temporrio geralmente utiliza os

    sanitrios apenas como mictrio. Assim, o esgoto domstico gerado em uma

    Universidade tende a ser pobre em matria orgnica e rico em nitrognio amoniacal.

    59,49%

    0,15%

    37,27%

    3,09%

    EMISSES DE GEE POR COMBUSTOMVEL

    Gasolina Comum

    Etanol

    Diesel

    Lubrificantes

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    Em termos de quantidade, a gerao de esgoto domstico em uma Universidade

    pode ser considerada tanto para a populao temporria quanto para os

    funcionrios, como sendo de 50 L.(pessoa.dia)-1, pois os funcionrios se

    enquadrariam como funcionrios de escritrio conforme a NBR 7229 (ABNT, 1993).

    O levantamento observou que no ano de 2012, o Cmpus da UTFPR-CM

    tinha em mdia 1726 alunos e 214 servidores, totalizando 1940 usurios.

    De acordo com a caracterizao do esgoto sanitrio do Cmpus da UTFPR-

    CM realizado por Ferreira (2012), o esgoto sanitrio apresenta um valor mdio de

    Demanda Qumica de Oxignio (DQO) de 648 mg.L-1, e 138 mg.L-1 de nitrognio

    total. O sistema de tratamento adotado pelo Cmpus a fossa sptica.

    Com essas informaes e o suporte da ferramenta GHG Protocol, chega-sea uma gerao de 2,87 tCH4no ano de 2012, e uma gerao de 60,224 tCO2e.

    Com base nos dados obtidos a partir das pesagens dos resduos slidos do

    Cmpus, observa-se que houve a gerao mdia de 321,4 kg de resduos por

    semana, que anualmente totaliza 16728,4 kg de resduos. Em uma anlise realizada

    por Divensi (2011) os resduos gerados no Cmpus apresenta a composio

    gravimtrica de acordo com a Tabela 7. Os resduos slidos foram responsveis

    pela gerao de 2,365 tCO2ee 0,124 tCH4.

    Tabela 7 - Caracterizao dos resduos slidos do Cmpus.

    Tipo de Resduo Percentual

    Papel 36%

    Plstico 6%

    Metal 2%

    Banheiro 25%Orgnico 31%

    Fonte: Divensi (2011).

    Com relao s emisses referentes ao Escopo 2, foi observado que o

    consumo de energia eltrica em 2012 foi de 555277 kWh, que correspondeu uma

    mdia mensal de 46273 kWh. Sendo assim, correspondeu a uma emisso de 76,165

    tCO2e. A Universidade no possui nenhuma fonte de gerao de energia auxiliar,geradores de energia, por exemplo.

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    Com as informaes exibidas e discutidas, a Tabela 8 apresenta os

    resultados finais de emisso de GEE do Cmpus da UTFPR-CM, conforme o escopo

    e as fontes de emisso, em que houve uma gerao total de 954,82 tCO2e.

    Tabela 8 - Emisses totais de GEE de fontes mveis e estacionrias.

    Escopo Fontes de EmissoQuantidade (kg)

    CO2 CH4 N2O CO2e CO2deBiomassa

    1

    CombustoEstacionria

    879689,50 32,60 6,50 882393,00 -

    Combusto Mvel 25730,30 2,02 0,72 25994,54 5491,58Emisses Fugitivas 3,00 - - 5520,00 -

    Resduos Slidos - 125,00 - 2635,00 -

    Efluentes 160,00 7,90 0,10 198,00 -

    2Compra de EnergiaEltrica -

    - -38083,00

    -

    A Figura 8 apresenta o grfico com a gerao por cada tipo de fonte. Como

    possvel observar a combusto estacionria lidera a gerao de GEE com

    92,414%, lembrando que no ano de 2012 houve a reforma e ampliao da malha

    asfltica que contribuiu significativamente com a gerao, em seguida vem compra

    de energia eltrica com 3,988%, os efluentes (esgoto domstico), responsvel por

    0,021%, a combusto mvel com 2,722%, as emisses fugitivas com 0,578% e os

    resduos slidos com 0,276%.

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    Figura 8Grfico de emisses totais de GEE.

    Se considerarmos um ano tpico, que seria sem a compra do asfalto pode-se

    observar que h uma grande diferena nos valores de emisses como se observa

    na Figura 9.

    Figura 9 - Emisses totais de GEE sem a compra do asfalto.

    92,414%

    2,722%0,578%

    0,276% 0,021%3,988%

    EMISSES DE GEE

    Combusto Estacionria

    Combusto Mvel

    Emisses Fugitivas

    Resduos Slidos

    Efluentes

    Compra de Energia Eltrica

    8,449%

    32,857%

    6,977%3,331%0,250%

    48,136%

    EMISSES DE GEE SEM A COMPRADO ASFALTO

    Combusto Estacionria

    Combusto Mvel

    Emisses Fugitivas

    Resduos Slidos

    Efluentes

    Compra de Energia Eltrica

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    Se fosse um ano em que no houvesse a compra de asfalto, quem mais

    contribuiria com as emisses de GEE seria a compra de energia eltrica,

    representando 48,136%, seguido pela combusto mvel com 32,857%, a combusto

    estacionria contribuiria somente com 8,449%, as emisses fugitivas com 6,977%,

    os resduos slidos com 3,331% e os efluentes com 0,250%. Nesse caso a gerao

    total seria de apenas 79,11 tCO2e, muito menor que as 954,82 tCO2eque houve com

    a compra do asfalto, no ano de 2012, considerado atpico.

    Em estudo similar Santos et al. (2010), elaboraram um inventrio de GEE na

    Universidade Federal do Tocantins (UFT) provenientes das fontes controladas e das

    atividades administrativas realizadas no ano de 2009, e obteve uma gerao de

    218,31 tCO2e, sendo que os resultados obtidos foram que 76% das emisses eramprovenientes do Escopo 1, sendo que os transportes terrestres controlados por

    unidade a fonte mais significativa das emisses diretas, detendo cerca de 93% das

    emisses do Escopo 2.Em outro estudo realizado por Soares et al. (2006), elaborou-

    se um inventrio de emisses de GEE decorrentes do transporte e da pecuria

    (suna e bovina) no Cmpus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

    (ESALQ/USP), para que numa etapa posterior possam indicar aes que auxiliem

    no processo de implementao de um programa de adequao climtica da

    ESALQ. Os principais resultados foram que as emisses do setor de transporte

    totalizaram 1.186 tCO2eao longo do ano base 2005, esse estudo diferencia-se pelo

    fato da ESALQ/USP ter criao de animais, dessa forma h fontes diferentes de

    gerao.

    Vale ressaltar que as emisses provenientes de eventos como simpsios,

    festas comemorativas, semanas acadmicas e demais acontecimentos no

    regulares, no foram contabilizados durante o perodo de estudo. Tais eventospoderiam promover a educao ambiental, atravs de doaes de mudas,

    mudanas de atitude e conscientizao dos usurios quanto ao consumo de

    recursos ambientais principalmente.

    De acordo com os resultados obtidos, a utilizao do etanol se destacou

    pela baixa emisso de CO2, lembrando que a frota da UTFPR-CM tem veculos com

    a tecnologia flex (movidos a gasolina ou a etanol), seria muito interessante que

    esses veculos fossem abastecidos preferencialmente com etanol, dessa forma a

    emisso total de GEE seria reduzida.

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    5.2 Neutralizao e Proposta de Gerenciamento de GEE

    De acordo com Santos et al. (2010), o intenso crescimento de biomassa vivaacima do solo at aos 20 anos de idade, o nmero de mudas de rvores nativas

    estimadas para neutralizar as emisso de 954,82 tCO2e do Cmpus da UTFPR-CM

    referente ao ano de 2012, considerou um perodo de 20 anos contado a partir do

    ano de plantio para a neutralizao. Dessa forma o resultado do fator de fixao de

    carbono da Equao 4 foi multiplicado por 20, obtendo o seguinte resultado:

    Com base nos dados apresentados no Goods Practice Guidance for Land

    Use, Land-Use Change na Forestry (LULUCF), o resultado do fator de fixao de

    carbono da Equao 4 pode apresentar uma incerteza de 43% sem considerar o

    IMA da biomassa viva abaixo do solo (parte do tronco e razes) mais as incertezas

    da quantidade de rvores em fase de crescimento por hectare utilizada no clculo.

    Com base nas consideraes descritas anteriormente e utilizando-se a

    Equao 3, foi estimada a quantidade de mudas de rvores nativas a serem

    plantadas para neutralizar em 20 anos a emisso total de 954,82 tCO2eprovenientes

    das fontes controladas e das atividades administrativas referente ao ano de 2012

    pelo Cmpus da UTFPR-CM, utilizando a Equao 3:

    ( )

    Considerando um espaamento 2x3 m seria necessrio uma rea de

    aproximadamente 4,46 ha.

    Se considerarmos que no houvesse a compra do asfalto seria necessrio

    somente 518 mudas, conforme se observa na Equao 3:

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    ( )

    Com isso a rea necessria para o plantio seria de apenas 0,31 ha.Considerando essa quantidade de rvores, sugere-se poderia ser criado um bosque

    ou reserva florestal para estudos cientficos e/ou preservao, dentro ou fora da rea

    do Cmpus.

    Outra forma de compensao seria atravs do mercado de crdito de

    carbono, onde h possibilidade de comprar crditos de carbono e compensar o CO2e

    emitido, lembrando que 1 crdito de carbono corresponde a 1 tCO2e.Os valores so

    variveis de acordo com o mercado, existem instituies financeiras (Bolsas devalores) que negociam a compra e venda desses crditos.

    A criao de um Projeto de Educao Ambiental visando reduo do

    consumo de energia eltrica, a reduo da gerao de resduos slidos juntamente

    com propostas para reduo de consumo de combustveis ser de fundamental

    importncia para o gerenciamento das emisses de GEE na UTFPR.

    J existem estudos sobre a absoro de CO2 por algas, porm deve-se

    realizar estudos para quantificar quanto CO2 sequestrado e como gerir essa

    absoro, deve-se realizar estudos para criar uma entidade que controle esse

    mercado, similar ao mercado de crdito de carbono.

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    6 CONCLUSES

    A metodologia apresentada nas Especificaes do Programa BrasileiroGHGProtocolpara elaborao de Inventrio de GEE, associada com as metodologias de

    clculo do IPCC para estimar as emisses dos gases resultantes das fontes

    controladas e das atividades administrativas realizadas no ano de 2012 pelo

    Cmpus da UTFPR-CM, apresentou-se como excelente ferramenta para a

    composio do inventrio de GEE reportados em CO2e, permitindo o conhecimento

    do perfil das emisses desta unidade.

    Com a utilizao da ferramenta GHG Protocole o levantamento de dadospode-se elaborar o inventrio de GEE do Cmpus da Universidade Tecnolgica

    Federal do Paran Campo Mouro, dessa forma pode-se conhecer a quantidade

    de GEE emitido no ano de 2012.

    A partir da emisso total de GEE pode-se calcular a quantidade de rvores

    nativas necessrias para neutralizar as emisses, sendo necessrio um total de

    7.441 rvores que ocuparia uma rea de aproximadamente 4,46 ha.

    O inventrio pode servir como um guia para a realizao de trabalhos ou

    projetos de conscientizao ambiental, visando reduo da gerao de resduos

    slidos. Boas prticas como a da substituio da gasolina pelo etanol.

    Recomenda-se que crie um projeto de educao ambiental voltado para a

    reduo de emisso de GEE, pode-se adotar medidas que contribuem para a

    reduo de emisses como trocar as lmpadas quentes por lmpadas frias (mais

    econmicas) ou de LED, utilizar preferencialmente etanol como combustvel da frota,

    visto que esse tipo de combustvel quase no emite GEE, dessa forma h uma

    significativa diminuio nas emisses totais

    Recomenda-se que faam novos inventrios que contemplem o escopo 3

    que no presente estudo no foi contabilizado, se houvesse a contabilizao do

    escopo 3 os resultados seriam bem diferentes pois esse escopo gera muito GEE.

    Com a realizao de inventrios anualmente pode-se concretizar as propostas de

    gerenciamento de emisses de GEE.

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