introduzindo a imunologia vacinas

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  0 CHARLES ALBERTO CREPE INTRODUZINDO A IMUNOLOGIA: VACINAS APUCARANA 2009 Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE

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Secretaria de Estado da Educao Superintendncia da Educao Departamento de Polticas e Programas Educacionais Coordenao Estadual do PDE

CHARLES ALBERTO CREPE

INTRODUZINDO A IMUNOLOGIA: VACINAS

APUCARANA 2009

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Secretaria de Estado da Educao Superintendncia da Educao Departamento de Polticas e Programas Educacionais Coordenao Estadual do PDE

PROFESSOR PDE: CHARLES ALBERTO CREPE REA PDE: CINCIAS CONTEDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLGICOS CONTEDO BSICO: MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS CONTEDO ESPECFICO: SISTEMA IMUNOLGICO PROFESSORA ORIENTADORA: DRA. MARIA ANGELICA EHARA WATANABE IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA ESCOLA: C. E. ALBERTO SANTOS DUMONT ENS. FUNDAMENTAL E MDIO NRE / MUNICPIO: APUCARANA / APUCARANA PBLICO ALVO: ALUNOS DAS SRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL MATERIAL DIDTICO-PEDAGGICO: UNIDADE DIDTICA TTULO: INTRODUZINDO A IMUNOLOGIA: VACINAS ILUSTRADORA: JULIE MASSAYO MAEDA ODA MESTRANDA DA UEL

APUCARANA 2009

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SUMRIO

INTRODUZINDO A IMUNOLOGIA: VACINAS ...........................................................3

SISTEMA IMUNOLGICO..........................................................................................5 Clulas do Sistema Imune...........................................................................................6 Anticorpos ...................................................................................................................8

VACINAS ..................................................................................................................10 Classificao das Vacinas .........................................................................................11 Novidades em vacinas pesquisa ............................................................................12 Importncia das Vacinas ...........................................................................................13

SUGESTES DE ATIVIDADES ...............................................................................15

SUGESTES DE SITES ...........................................................................................23

SUGESTO DE FILME .............................................................................................24

BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................25

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INTRODUZINDO A IMUNOLOGIA: VACINAS

A necessidade de discutir sobre o sistema imunolgico deve-se ao fato concreto de que vivemos em um mundo hostil, cercados por uma grande quantidade de agentes infecciosos e alrgicos, sob a forma de vrus, bactrias, protozorios e uma infindvel gama de substncias presentes na natureza ou produzidas pelo homem, contra as quais desenvolvemos uma srie de

mecanismos de defesa. O termo imunidade derivado do Latim immunitas que se refere s isenes de taxas oferecidas aos senadores romanos. Historicamente, imunidade representa proteo a doenas, mais especificamente doenas infecciosas. A imunologia o estudo da imunidade, ou seja, os eventos moleculares e celulares que ocorrem quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou macromolculas estranhas presentes no ambiente. A imunologia surgiu como ramo da microbiologia, desenvolvendo-se a partir dos estudos das doenas infecciosas e das respostas do organismo a estas doenas. Os conceitos de contgio e a teoria dos germes como causadores de doenas so atribudos a Girolamo Fracastoro, um colega de Copernicus, na Universidade de Pdua por volta de 1546. importante ressaltar que a imunologia, como cincia teve incio com os trabalhos desenvolvidos por Edward Jenner, em 1798. Ele observou que pacientes que sobreviviam varola, no mais contraam a doena. Em 1883, Elie Metchnikoff observou a fagocitose de esporos de fungos por leuccitos e lanou a hiptese de que a imunidade era previamente devida aos leuccitos. Foram importantes tambm as contribuies de Louis Pasteur, Karl Landsteiner, Forrest E. Kendall e M. Heidelberger, esses dois ltimos por colocarem a imunologia nas bases bioqumicas. A partir da dcada de 60, caracterizaram-se as classes das imunoglobulinas. Na dcada de 70 tornaram-se conhecidos os linfcitos T e B e, finalmente, na dcada de 80, a criao de animais geneticamente modificados (especialmente o camundongo transgnico) trouxe notveis avanos no

conhecimento do sistema imune e das suas funes.

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O sistema imunolgico de um indivduo comea a se formar na fase intrauterina, quando tambm recebe

anticorpos da me via placenta. Aps o nascimento, durante os primeiros meses de vida, o leite materno passa a ser a principal fonte de anticorpos da criana, at que a mesma produza seus prprios anticorpos em resposta administrao de vacinas ou mesmo aps entrar em contato com agentes infecciosos.

Desta forma possvel afirmar que a imunidade pode ser adquirida de forma passiva ou ativa. A passiva pode ser natural ou artificial, sendo a natural obtida pelo aleitamento materno enquanto a passiva artificial pela soroterapia. A imunizao passiva obtida pela transferncia ao indivduo de anticorpos produzidos por um animal ou outro homem. Esse tipo de imunidade produz uma rpida e eficiente proteo, que, contudo, temporria, durando em mdia poucas semanas ou meses. A imunidade ativa tambm subdividida em natural ou artificial, sendo a natural adquirida a partir do contato com um patgeno e a artificial pela vacinao. A vacina gera uma memria imunolgica, a qual traduzida por uma proteo de longa durao. As vacinas podem ser preparadas de vrus ou bactrias inativadas, como organismos inteiros ou seus produtos, ou micro-organismos inteiros vivos, porm atenuados. Aps receber a vacina, o indivduo ir esperanosamente desenvolver uma resposta imune adequada, da qual participaro clulas do sistema, em especial clulas B, clulas T e clulas de memria, bem como sero produzidos anticorpos.

Fonte: http://www.agenciadanoticia.com.br/fotos/24_vacina.jpg

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SISTEMA IMUNOLGICO

O sistema imunolgico constitudo por barreiras fsicas, clulas e molculas. A funo bsica do sistema imunolgico

responder contra substncias estranhas que venham a penetrar no organismo humano, para tanto, o mesmo capaz de reconhecer o que estranho e o que prprio. O sistema

imunolgico tem funes no combate a agentes estranhos, assim como na eliminao de clulas lesadas ou j envelhecidas, e na destruio de clulas anormais ou mutantes que aparecem no organismo. Os mecanismos de defesa podem ser divididos em trs partes:

1. Barreiras naturais: constitudas pela integridade da pele, mucosas, por substncias antimicrobianas presentes nestes locais, pH das secrees do trato digestivo e urogenital, enzimas antimicrobianas presentes na lgrima, entre outros, naturalmente servem de barreira impedindo a entrada de micro-organismos em nosso organismo.

Caso

ocorra

uma

invaso,

entram em ao outros mecanismos do sistema imunolgico, constitudo por clulas especializadas, responsveis por diferentes processos que visam destruir ou impedir a proliferao desses agentes infecciosos,

sendo os mais comuns os vrus e as bactrias.

Ao ultrapassar as barreiras naturais impostas por essa primeira linha de defesa, o prximo mecanismo de defesa do organismo humano a imunidade inata.

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2. Imunidade inata: presente em todos os indivduos saudveis, atua sempre da mesma forma sobre os micro-organismos, sendo composta basicamente por clulas que realizam fagocitose e por substncias como as protenas do sistema complemento, que so responsveis por destruir a membrana de agentes infecciosos, auxiliar no processo de fagocitose e tambm intensificar o processo inflamatrio. Aps algumas horas da infeco, comea a se estabelecer a terceira categoria de mecanismos de proteo anti-infeco, a imunidade especfica.

3.

Imunidade

especfica:

caracterizada pelo envolvimento de clulas chamadas linfcitos T e B, pela produo de anticorpos memria e pelo desenvolvimento a qual da ser

imunolgica,

responsvel por gerar uma reao rpida, intensa e especfica num prximo contato com o mesmo micro-organismo.

Clulas do sistema imune

Praticamente todas as clulas de defesa especializadas possuem dois aspectos em comum: todas passam pelo menos parte de suas vidas na corrente sangunea e todas se originam de clulas produzidas na medula ssea. A

hematopoiese, o processo pela qual as clulas sanguneas crescem, dividem-se e se diferenciam na medula ssea, onde est presente um conjunto de clulas-tronco hematopoiticas pluripotentes que origina vrias classes de clulas, dentre elas, as hemcias, as plaquetas e os leuccitos.

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As clulas do sistema imunolgico, os leuccitos, comumente denominados de glbulos brancos, presentes no sangue, apresentam-se

basicamente em cinco tipos: neutrfilos, linfcitos, eosinfilos, basfilos, e os moncitos, estes tambm denominados macrfagos quando esto nos tecidos.

Os

neutrfilos,

dominantes

na

corrente

sangunea, constituem a principal defesa contra bactrias piogncias (formadoras de pus), apresentam vida curta, sobrevivendo apenas algumas horas aps deixar a medula ssea onde so formados, deslocam-se rapidamente para os tecidos inflamados ou infectados, constituindo desta forma uma das primeiras linhas de defesa contra infeces.

Os linfcitos representam aproximadamente 30% do total de leuccitos e seu nome relaciona-se estreita associao que eles tm com o sistema linftico. Esto divididos em dois subtipos, linfcitos B e linfcitos T, presentes no sangue numa relao aproximada de 1:5. Apresentam funes distintas, os linfcitos B tm como papel principal o reconhecimento dos antgenos e so produtores de anticorpos. Os linfcitos T so os responsveis por reconhecer o prprio e o no-prprio (tecidos estranhos e agentes infecciosos), no so capazes de produzir anticorpos por si mesmo, embora deem uma importante contribuio funo dos linfcitos B.

Os eosinfilos e os basfilos circulam pelo sangue e esto envolvidos nas respostas inflamatrias juntamente com os moncitos. Os eosinfilos so tambm importantes em respostas imunes contra helmintos.

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Os

moncitos/macrfagos

so

responsveis por fagocitar e destruir um grande nmero de micro-organismos, como bactrias, vrus e protozorios, por remover restos

celulares e resduos provenientes de tecidos lesados, alm de serem as clulas de ligao da imunidade natural com a imunidade adquirida.

Ainda no sangue, esto presentes pequenas quantidades de clulas que se assemelham aos linfcitos T, mas so diferentes, so as clulas matadoras naturais (NK natural killer), envolvidas na imunidade inata contra vrus e outros micro-organismos intracelulares.

Anticorpos

Os anticorpos so protenas solveis presentes no plasma, saliva, secrees do trato digestivo, respiratrio, urogenital, que so produzidos pelos linfcitos B. Nos seres humanos existem cinco tipos diferentes de anticorpos, cada qual com uma caracterstica diferente, sendo todos responsveis pela neutralizao de micro-organismos e por auxiliarem na destruio dos mesmos:

IgG: anticorpo mais abundante do plasma, o nico capaz de atravessar a placenta.

IgA: presente na lgrima, na saliva, nas secrees do trato digestivo, respiratrio e urogenital, assim como no leite materno.

IgM: o primeiro anticorpo a ser produzido, sendo muito importante na neutralizao de agentes infecciosos.

IgE: participa da defesa contra parasitas, especialmente contra helmintos, sendo responsvel tambm pelo desencadeamento de alergias.

IgD: anticorpo menos abundante do plasma, tem suas funes pouco conhecidas.

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Embora possa se dividir a imunidade em inata (natural / inespecfica) e especfica (adquirida / adaptativa) existe uma sobreposio entre as mesmas. A imunidade inata tem como funo principal de controlar as infeces, de maneira inespecfica, antes que a imunidade adquirida se desenvolva, em outras palavras, refere-se a qualquer resistncia naturalmente presente quando um patgeno se apresenta pela primeira vez; no requer nenhuma exposio anterior e no se modifica significativamente por meio de exposies repetidas ao patgeno durante a vida do indivduo. J a imunidade adquirida caracterizada por especificidade e memria. mediada por linfcitos B e T e seus produtos (anticorpos e citocinas, respectivamente). Estas clulas, ao entrarem em contato com um dado antgeno, produzem uma resposta especfica (direcionada ao agente indutor). O contato repetitivo (reforo) com o mesmo antgeno induz uma resposta cada vez mais vigorosa, quantitativamente (ex. nvel elevado de anticorpos) e qualitativamente (velocidade da resposta, tipo de anticorpo produzido, etc.). Algumas doenas nos acometem uma nica vez, tais como o sarampo, catapora, caxumba e a coqueluche, isso se deve ao fato de que o primeiro contato com o agente infeccioso, deixa em nosso organismo alguma informao que no decorrer de um segundo contato confere uma resposta rpida e de grande magnitude, que nos garante uma proteo maior. A isso damos o nome de memria adquirida; estabelecendo dessa forma um estado de imunidade, deixando o corpo preparado para qualquer nova invaso.

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VACINASDuas intervenes em sade que apresentaram o maior impacto na sade mundial foram a gua potvel e as vacinas. (WHO, 2002a)

Edward Jenner, mdico ingls, foi o primeiro a publicar um trabalho sobre vacinao; por volta de 1798. Ele foi o autor da primeira vacinao, ao descobrir que a

inoculao do exsudato do vrus de vacnia (doena benigna) conferia imunidade varola. Contudo, quem recebeu os mritos peloVacinao feita por Edward Jenner. Fonte: ROBERT ALAN THOM, Coleo Grandes Momentos na Medicina publicada por Parke Davis & Companhia, em 1966. Aproximadamente 65 x 90 cm. Tcnica: leo sobre tela

desenvolvimento da tcnica foi Louis Pasteur, por volta do ano de 1885, com o desenvolvimento da vacina antirrbica. Posteriormente descoberta de Pasteur seguiu-se uma pesquisa ampla e exaustiva de novas vacinas e, com o tempo houve o controle da disseminao de doenas como a poliomielite, a difteria, a coqueluche, o sarampo, a febre tifoide, a clera, a peste bubnica, a tuberculose, a febre amarela, o ttano, o tifo, a hepatite e a rubola entre outras doenas, nos pases desenvolvidos. Os estudos relacionados identificao e caracterizao da estrutura de micro-organismos patognicos, favoreceram o processo de sntese de componentes desses micro-organismos capazes de estimular a resposta

imunolgica no organismo agredido ou hospedeiro. Uma vez sintetizados em laboratrios especializados, estes componentes podem ser utilizados como vacinas contra muitas doenas. Mais recentemente, com a tecnologia do DNA recombinante, houve avano nas metodologias de produo de vacinas, permitindo a insero de DNA de determinado micro-organismo na clula humana com posterior sntese de componente do agente infeccioso. Este componente ir estimular uma resposta imunolgica no organismo conferindo imunidade especfica contra o micro-organismo.

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As vacinas estimulam o organismo para a produo de anticorpos dirigida, especificamente, contra o agente infeccioso ou contra seus produtos txicos; alm disso, desencadeiam uma resposta imune especfica mediada por linfcitos, bem como tem por objetivo formar clulas de memria, as quais sero responsveis por desencadear uma resposta imune de forma rpida e intensa nos contatos futuros. A vacinao um meio de se adquirir imunidade ativa no contraindo uma doena

infecciosa. A imunizao ativa ocorre quando o sistema imune do indivduo, ao entrar em contato com uma substncia estranha ao organismo ou micro-organismos, responde produzindo anticorpos e ativando clulas do sistema imunolgico. Quando o indivduo vacinado (ou imunizado), o seu organismo tem a oportunidade de prevenir a doena sem os riscos da prpria infeco. O organismo do paciente desenvolve protenas denominadas anticorpos ou imunoglobulinas que impedem a disseminao do micro-organismo juntamente com outras molculas e clulas do organismo. O sistema imunolgico pode induzir clulas de memria que circulam no organismo e guardam na memria como produzir esses anticorpos durante muito tempo, muitas vezes a vida toda. Desta forma, se o indivduo for exposto novamente doena, as clulas do sistema imune produziro os anticorpos e sero capazes de inibir os micro-organismos antes de desenvolverem a doena.

Classificao das vacinas 1) Vivo-atenuadas. A atenuao um processo pelo qual a virulncia (patogenicidade) do agente infeccioso reduzida de forma segura, para no causar a doena, mas ao mesmo tempo, capaz de estimular a resposta imunolgica. O agente patognico enfraquecido por meio de passagens por um hospedeiro no natural, ou por um meio que lhe seja desfavorvel. Portanto, quando inoculado num indivduo,

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multiplica-se sem causar doena, mas estimulando o sistema imunolgico. Contudo, existe um pequeno risco de que o agente atenuado possa reverter para formas infecciosas perigosas. Normalmente, estas vacinas so eficazes apenas com uma dose (com exceo das orais). Exemplos de vacinais virais: febre amarela, sarampo, caxumba, plio (Sabin), rubola e varicela zoster (catapora). Vacina bacteriana: BCG (tuberculose).

2) Inativadas ou inertes. 2.1 Inteiras o agente infeccioso inativado, por exemplo, com formaldedo e torna-se incapaz de se multiplicar, mas apresenta sua estrutura e seus componentes, preservando a capacidade de estimular o sistema imunolgico. Vacinas virais: plio (Salk), raiva e hepatite A. Vacinas bacterianas: coqueluche, febre tifoide, antraz e clera. 2.2. Subunidades ou fraes do agente infeccioso - neste tipo de vacina podem ser utilizadas partculas do agente infeccioso fracionadas, toxinas naturais com atividade anulada ou pores capsulares. A vantagem desta vacina que so seguras, pois no h possibilidade de causar doena, porm so necessrias 3 a 5 doses e reforos para induzir uma resposta imunolgica adequada. Vacinas bacterianas: difteria, ttano, meningite (meningococo) e pneumonia (pneumococo). Vacina viral: influenza tipo B.

3) Recombinantes. As vacinas so produzidas por recombinao gentica, atravs da engenharia gentica e tcnicas de biologia molecular. Exemplo: hepatite B.

Novidades em Vacinas pesquisa Os Molecular tm avanos da Biologia novos

proporcionado

campos em pesquisas, incluindo as novas fontes para a fabricao de vacinas como, por exemplo, a utilizao de DNA de patgeno que funcionaria como um

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imungeno, induzindo resposta imune no hospedeiro. Tambm existem as vacinas do tipo comestvel que consistem na insero de DNA de patgenos nas clulas de uma planta, como por exemplo, a banana, o que acarretaria na produo de protenas do patgeno nas plantas, possibilitando deste modo, uma ativao das clulas do sistema imune nos indivduos que se alimentam desta planta. Embora estas estratgias sejam promissoras, vrias questes ainda devem ser respondidas e vrios problemas precisam ser resolvidos antes da liberao em massa destas vacinas. Algumas vacinas experimentais, contra a malria, a esquistossomose, a clera e a tuberculose (com a utilizao de organismos mortos) esto sendo desenvolvidas permitindo assim, num futuro prximo, a imunizao contra doenas que atingem milhes de pessoas causando graves prejuzos humanos e financeiros.

A importncia das vacinas

Um

dos

maioresDevia ter ido vacinar quando minha me mandou! Agora estou doente e no posso brincar com meus amiguinhos!

triunfos da cincia foi a imunizao em larga escala da populao contra as doenas infecciosas, visando a preveno Contribuindo alguns dos na e a

erradicao. forma notveis com

desta mais sade

progressos

melhorando a qualidade de vida de grande parcela da humanidade, sendo responsvel em parte pelo aumento da expectativa de vida e a diminuio da mortalidade infantil. Como exemplo pode-se citar a varola, erradicada desde a dcada de 80, aps um amplo programa de vacinao, e a poliomielite prxima de ser erradicada. Com a diminuio dos casos de sarampo, segundo a Organizao Mundial da Sade, a mortalidade caiu 60% no mundo e na frica 75% de 1999 a 2005. Esses avanos se devem aos programas de imunizao infantil.

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No Brasil o PNI Programa Nacional de Imunizaes, j tem mais de 30 anos, criado e gerenciado pelo Ministrio da Sade, tem como finalidade erradicar ou manter sobre controle todas as doenas que podem ser erradicadas ou controladas com o uso de vacinas. O acesso ao saneamento bsico e as vacinas, so o meio mais efetivo de se reduzir e prevenir doenas infecciosas. Com as imunizaes milhes de mortes so prevenidas, crianas so salvas da incapacitao e muito dinheiro deixa de ser gasto no tratamento das 26 doenas prevenveis com o uso de vacinas. A vacinao acarreta uma srie de benefcios, muitas vezes, no levados em conta por aqueles que no se sensibilizam pelo valor em termos econmicos que as vacinas representam, tais como: diminuem o nmero de hospitalizaes e a necessidade de tratamentos mdicos caros, aumentam a produtividade, previnem os efeitos em longo prazo das doenas e reduzem a incidncia de incapacitao permanente. Aliado a isso, consideram-se os valores humanos e sociais advindos dos benefcios em longo e mdio prazo, ao se reduzir a mortandade, seja ela infantil, de jovens, adultos ou idosos. Todos, portanto devem ser orientados a entender melhor e valorizar a importncia de fazer uso das vacinas, pois a sade o nosso bem mais precioso.

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SUGESTES DE ATIVIDADES 1) Caa-palavras. Encontre o nome de 13 vacinas. O P M A R A S Z B C D E F G H I J L M C N P O Q R S T V X Z W Y O A B C D E F G A H I J L M N O P Q R S T N U V X Z W Y A X B C D E I F E B R E A M A R E L A B C D U A P O I U T R E B A B C T A S D F G H J M K Z X C V B N M C Q A Z E W S X E D C T B A E F G H I J A G L K J T G F D S A T G A B A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V X A Z W Y P O I U T M E N I N G I T E C M O I D T A D I A B T E D S A X Z U O L K E T R I H J L S P N E U M O N I A M N B V W S E X B Z P L M O K N I J B U H V I P I A B T C E D E F G H I J K L M S N O N P Q R S F T T U V A L O E B U R X A Z W F Y A B C I D I E F G H I J K L M N B O P L Q R W Z D X T T U V O M N R S L J I G H U F E M E I O A A C E G I K M O Q S N T U E I O A E I O P U B C D F G H J K L M N P N Q R S T V X E Z C O Q U E L U C H E W A Z E I H I J K H L N U A N A R A C U P A E A T S

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2) Complete a cruzadinha. 1 V A C I N A 2

3 4 5 6 7 8

S

9

10 11 O

1) Estimula o corpo a se defender contra os micro-organismos (vrus e bactrias) que provocam doenas. 2) Processo de formao e desenvolvimento das clulas sanguneas. 3) Especialidade biomdica que se dedica ao estudo dos micro-organismos patognicos, responsveis pelas doenas infecciosas. 4) Tipo de leuccito dominante na corrente sangunea. 5) Protena do soro sanguneo secretada pelos linfcitos B em reao entrada no organismo de uma substncia estranha. 6) Resistncia natural ou adquirida que o organismo apresenta sua invaso por agentes estranhos. 7) Processo de ingesto e destruio de bactrias e vrus, realizado por alguns leuccitos, tem como uma das funes, a proteo do organismo contra infeces. 8) So os responsveis por reconhecer o prprio e o no-prprio dos organismos. 9) Clulas do sangue com forma de ferradura. 10) Cincia que estuda o conjunto dos mecanismos de defesa do organismo contra antgenos. 11) Substncia que, introduzida no organismo, provoca a formao de anticorpo.

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3) Faa a classificao das seguintes vacinas: Hepatite B, difteria, ttano, plio (Salk), plio (Sabin), BCG, meningite

(meningococo), hepatite A, pneumonia (pneumococo), febre amarela, sarampo, caxumba, coqueluche, febre tifoide, rubola, catapora, clera, antraz e influenza tipo B.

TIPOS DE VACINAS

VIVO-ATENUADAS

INATIVADAS OU INERTES

RECOMBINANTES

INTEIRAS

FRAES

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4) Cite dois fatores importantssimos que justificam as campanhas de vacinao desenvolvidas pelos programas de imunizao infantil, no Brasil e no mundo.

1.

2.

19

5) Interpretao de texto.

A REVOLTA DA VACINACerca de quinze tipos de molstia faziam vtimas no Rio do incio do sculo. As principais, que j atingiam propores epidmicas, eram a peste bubnica, a febre amarela e a varola. Mas havia tambm sarampo, tuberculose, difteria, coqueluche, entre outras. Rodrigues Alves assumiu a presidncia da Repblica em 1902, no Rio de Janeiro, sob um clima de desconfiana e com um programa de governo que consistia basicamente de dois pontos: modernizar o porto e remodelar a cidade. Isso exigia atacar o maior mal da capital, as doenas. O projeto sanitrio deveria ser executado a qualquer preo. Rodrigues Alves nomeia, ento, dois assistentes, com poderes quase ditatoriais: o engenheiro Pereira Passos, como prefeito, e o mdico sanitarista Oswaldo Cruz, como chefe da Diretoria de Sade Pblica. Cruz assume o cargo em maro de 1903: "Dem-me liberdade de ao e eu exterminarei a febre amarela dentro de trs anos". O sanitarista cumpriu o prometido. Em 31 de outubro de 1904, o governo consegue aprovar a lei da vacinao. Preparado pelo prprio Oswaldo Cruz - que tinha pouqussima sensibilidade poltica - o projeto de regulamentao sai cheio de medidas autoritrias. O texto vaza para um jornal. No dia seguinte sua publicao, comeam as agitaes no centro da cidade. Entre os dias 10 e 18 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro viveu o que a imprensa chamou de "a mais terrvel das revoltas populares da Repblica". O cenrio era desolador: bondes tombados, trilhos arrancados, calamentos destrudos tudo feito por uma massa de 3 000 revoltosos.Charge da poca retratando a Revolta da Vacina

A causa foi a lei que tornava obrigatria a vacina contra a varola. E o personagem principal, o jovem mdico sanitarista Oswaldo Cruz. No dia 16, o governo revoga a obrigatoriedade da vacina, mas continuam os conflitos isolados, no dia 20, a rebelio est esmagada. Mesmo com a revogao da obrigatoriedade da vacina, permanece vlida a exigncia do atestado de vacinao para trabalho, viagem, casamento, alistamento militar, matrcula em escolas pblicas, hospedagem em hotis. Em 1904, cerca de 3 500 pessoas morreram de varola. Dois anos depois, esse nmero caa para nove. Em 1908, uma nova epidemia eleva os bitos para cerca de 6 550 casos, mas, em 1910, registrada uma nica vtima. A campanha contra a peste bubnica correu bem. Para combater a doena, Oswaldo Cruz formou um esquadro especial, de 50 homens vacinados, que percorriam a cidade espalhando raticida e mandando recolher o lixo. Criou o cargo de "comprador de ratos", funcionrio que recolhia os ratos mortos, pagando 300 ris por animal. J se sabia que eram as pulgas desses animais as transmissoras da doena. Mas o mtodo de combate febre amarela, que invadiu os lares, interditou, despejou e internou a fora, no foi bem sucedida. Batizadas pela

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imprensa de "Cdigo de Torturas", as medidas desagradaram muitas pessoas, que reclamavam da quebra dos direitos individuais. Elas sequer acreditavam que as doenas fossem provocadas por micrbios. Para combater o mosquito transmissor da febre amarela, Osvaldo Cruz, criou as chamadas "brigadas mata-mosquitos", que invadiam as casas para desinfeco com gases de piretro e enxofre. No primeiro semestre de 1904, foram feitas cerca de 110 000 visitas domiciliares e interditados 626 edifcios e casas. A populao contaminada era internada em hospitais. Mesmo sob insatisfao popular, a campanha deu bons resultados. As mortes, que em 1902 chegavam a cerca de 1 000, baixaram para 48. Cinco anos depois, em 1909, no era registrada, na cidade do Rio de Janeiro, mais nenhuma vtima da febre amarela. A cidade estava enfim reformada e livre do nome de "tmulo dos estrangeiros".A REVOLTA DA VACINA. Cssio Leite Vieira. Revista Superinteressante, Ed. Abril, edio 86, novembro de 1994, p 66 a 71. (Texto adaptado para fins didticos.)

Questes. 1) Por que no incio do sculo 20 era perigoso estar no Rio de Janeiro? 2) A Revolta da Vacina pode ser vista apenas como uma simples reao da populao ignorante aos avanos da cincia? Justifique. 3) De que modo a erradicao das doenas, principalmente a febre amarela, varola e a peste bubnica interferiram na populao e na cidade? 4) Como foi entendida pela populao, a interferncia radical no modo de vida das pessoas e da cidade, fruto de uma concepo cientfica nova, a partir do uso de um mtodo que contestavam (a vacinao) e da remoo arbitrria de milhares de pessoas de seu ambiente (a populao do centro foi afastada para a periferia e para os morros)? 5) Por que as medidas adotadas por Oswaldo Cruz, no combate febre amarela, peste bubnica e varola foram to impopulares? Os fins justificaram os meios?

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6) Confeco de painis ou psteres. Confeccionar painis ou psteres nas medidas 90 cm x 110 cm, onde deve constar: 01. nome da vacina; 02. como produzida; 03. como aplicada; 04. quem deve tomar; 05. quando deve tomar; 06. benefcios da vacina. Vacinas 01. BCG; 02. Paralisia Infantil (SABIN); 03. Tetravalente (difteria, ttano, coqueluche e meningite); 04. Trplice Viral (sarampo, rubola e caxumba); 05. Hepatite B; 06. Febre Amarela; 07. Dupla Adulto (difteria e ttano); 08. Dupla Viral (sarampo e rubola); 09. Influenza (gripe); 10. Pneumonia.

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7) Pesquise para saber mais. A. Histria da vacina. B. Como e onde so produzidas as vacinas. C. Fabricao de vacinas no Brasil. D. Biografia de Louis Pasteur. E. Biografia de Oswaldo Cruz.

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SUGESTES DE SITES 01. http://guiadobebe.uol.com.br/cvacina/index.htm 02. http://www.vacinas.org.br/ 03. http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/ltempo.html 04. http://www.butantan.gov.br/vacinas.htm 05. http://www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home 06. http://portal.saude.gov.br/saude/ 07. http://www.saude.pr.gov.br/ 08. http://www.opas.org.br/ 09. http://www.msdbrazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/mm_sec16_167.html 10. http://www.portalbiologia.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=1495 11. http://saude.abril.com.br/edicoes/0284/medicina/conteudo_229991.shtml 12. http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2004/2ano/imuno/intro.htm 13. http://www.afh.bio.br/imune/imune1.asp 14. http://saude.abril.com.br/edicoes/0284/medicina/conteudo_299091.shtml 15. http://www.pucrs.br/fabio/imunopage/glossa.htm#I

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SUGESTO DE FILME Ttulo Original: The Story of Louis Pasteur - EUA 1935 Atores: Paul Muni, Josephine Hutchinson, Anita Louise, Donald Woods, Fritz Leiber Diretor: William Dieterle Fornecedor: CLASSIC LINE

A HISTRIA DE LOUIS PASTEUR A premiada cinebiografia de Louis Pasteur, um cientista frente de seu tempo que transformou a histria da medicina. Em 1860, o cientista e qumico Louis Pasteur (Paul Muni) voltou-se para um grave problema que alarmava a Frana: mais de 20.000 mulheres estavam morrendo anualmente durante o parto, e muitas das crianas morriam por infeco. Estudando e desenvolvendo a sua Teoria dos Germes, ele recomenda a esterilizao dos materiais mdicos e o mximo de higiene por parte dos doutores, o que evitaria as infeces. Mas a Academia no lhe d ouvidos, e at mesmo o imperador ordena o seu silncio. Dez anos depois, precisando de dinheiro para pagar as dvidas da guerra, o governo descobre que os rebanhos esto morrendo pelo ataque do vrus Anthrax em quase todas as localidades do pas, menos na pequena cidade de Arbois: Pasteur estava vacinando as ovelhas. Novamente, seu trabalho desmoralizado. Quando Pasteur absolvido de suas acusaes, seus trabalhos se voltam para a hidrofobia. Finalmente, os russos percebem a genialidade do cientista e as conquistas mdicas atingidas por Pasteur, e somente ento a Frana reconhece e honra seus trabalhos.

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Bibliografia ANTUNES, Lucyr J. Imunologia Bsica. 1 ed. So Paulo: Atheneu, 1999.

CALICH, Vera; VAZ, Celidia. Imunologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. GOLDSBY, Richard A., KINDT, Thomas J., OSBORNE, Barbara A. Kuby Imunologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. PEAKMAN, Mark; VERGANI, Diogo. Imunologia Bsica e Clnica. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1999. ROITT, Ivan M., DELVES, Peter J. Fundamentos de Imunologia. 10 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2004. ____________; RABSON, Arthur. Imunologia Bsica. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003. STITES, Daniel P.; TERR, Abba I.; PARSLOW, Tristram G. Imunologia Mdica. 9 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2000.