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LICENÇA MATERNIDADE
Gleica Luana Monari1 Karla Reis da Silva2
Vanessa Gregol3 Simone de Oliveira Emer4
Resumo: Esta pesquisa apresenta como tema a licença maternidade que é um benefício concedido pelo governo para mulheres gestantes durante um período de 120 dias, visando um melhor desenvolvimento da criança nos primeiros meses de vida. Em 9 de setembro de 2008 foi aprovada a Lei 11.770 chamada Programa Empresa Cidadã proposta da senadora Rosalba Ciarlini, que incentiva empresas a estenderem o benefício de 120 para 180 dias. Portanto, a investigação tem sua delimitação em apontar os impactos gerados para as empresas e funcionárias, com a adesão deste programa. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa exploratória. Para identificar os impactos para a mãe, para isso, foi empregado o procedimento de levantamento tendo como base uma população feminina que está inserida no mercado de trabalho atual, sendo dirigido apenas para mães e gestantes de Caxias do Sul com o propósito de fazer uma pesquisa de opinião. E para fazer o apontamento da visão dos empresários, a pesquisa documental foi embasada em entrevistas publicadas em jornais e internet, de gestores e especialistas no assunto Licença Maternidade. Por fim, a abordagem desenvolvida foi quantitativa, para obter-se dados estatísticos e qualitativa com o intuito de analisar a opinião dos gestores, ambas com o objetivo de identificar o impacto para os envolvido nesse processo de adesão ao programa.
Palavras-chave: Licença Maternidade. Empresa. Programa Empresa Cidadã. 1 INTRODUÇÃO
A Licença Maternidade é um beneficio concedido pelo governo para mulheres
gestantes durante um período de 120 dias, visando um melhor desenvolvimento da criança
nos primeiros meses de vida. Em 9 de setembro de 2008 foi aprovada a Lei 11.770 chamada
Programa Empresa Cidadã proposta da senadora Rosalba Ciarlini que incentiva empresas a
estenderem o benefício de 120 para 180 dias (ver anexo A).
Esta pesquisa teve sua delimitação em apontar os impactos gerados para as empresas e
funcionárias, com a adoção deste programa.
Um dos pontos positivos do aumento da licença maternidade para a mãe é a
disponibilidade para a amamentação e acompanhamento da criança nos primeiros meses de
vida. Por outro lado, o benefício acaba não sendo tão satisfatório para a empresa, pois diante
da ausência da funcionária, a mesma se depara com vários problemas funcionais no ambiente
de trabalho.
1 � Acadêmica do curso de Administração da Faculdade da Serra Gaúcha de Caxias do Sul. 2 � Acadêmica do curso de Administração da Faculdade da Serra Gaúcha de Caxias do Sul. 3 � Acadêmica do curso de Administração da Faculdade da Serra Gaúcha de Caxias do Sul. 4 � Professora do Ensino Fundamental da área de História da rede municipal de Caxias do Sul, professora do Curso de Administração da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) na disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, pesquisadora da Ação Educativa e IBOPE e Mestrando da área da Educação na linha de pesquisa de Informática Educativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Coordenadora dos cursos de especialização de Informática Educativa, Educação Infantil e Supervisão Escolar na FSG.
A questão problematizadora de investigação da pesquisa foi: Quais serão os impactos
para a empresa e para a mãe com a implantação do Programa Empresa Cidadã?
A adoção desta medida por parte das empresas proporciona benefícios para mãe e o
recém nascido. Com um período maior de amamentação a criança tem menos chances de
contrair doenças, crescendo mais saudável e inteligente. A mãe, ao retomar suas atividades,
sente-se mais tranqüila ao deixar o filho com terceiros. A empresa se beneficia com o aumento
da produtividade da funcionária no seu retorno ao trabalho e também, com o abatimento no
imposto de renda. Entretanto, a ausência desta funcionária gera gastos com contratações e
treinamentos de novos profissionais.
O objetivo geral dessa pesquisa foi identificar os impactos para a empresa e para a
mãe com a implantação do Programa Empresa Cidadã. Tendo como objetivos específicos:
pesquisar teoricamente sobre o assunto proposto; apontar os benefícios gerados para as mães
com a adoção do programa; expor a visão dos administradores pesquisados e apresentar os
resultados estatísticos da pesquisa.
O administrador não deve pensar somente em gerar lucros imediatos para a
organização. Apostar na valorização do funcionário significa gerar benefícios futuros para a
empresa, pois um funcionário motivado produz mais e com mais qualidade.
Principalmente para as empresas de médio e grande porte, torna-se viável a adesão do
programa, pois a mesma dispõe de um quadro maior de funcionários para suprir a falta da
profissional no período de afastamento. Outro fator significante é o abatimento no imposto de
renda referente aos gastos salariais correspondentes aos dois meses adicionais da licença
maternidade.
Com a inclusão cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, os gestores estão
mais abertos a programas que remetem aos interesses femininos.
a. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Licença Maternidade surgiu associada à Consolidação das Leis do Trabalho em
1943. Inicialmente o afastamento era de 84 dias e pago pelo empresário, causando uma
despesa extra no orçamento da empresa. Por este motivo existia restrição da mulher no
mercado de trabalho.
Em 1973, o benefício passou a ser pago pela Previdência Social, que apesar de isentar
a empresa deste encargo, não possibilitou maior inserção das mulheres no mercado. Outras
mudanças ocorreram em relação à legislação, como por exemplo, acréscimo no período de
afastamento, que passou de 84 para 120 dias, juntamente com a estabilidade garantida no
retorno das atividades (LESSA, 2007).
Recentemente, o avanço no benefício se deu com a adoção do Programa Empresa
Cidadã. Aprovado pelo Presidente da República, o programa aposta no incentivo fiscal para as
empresas do setor privado que aderirem à prorrogação da licença maternidade para 180 dias.
Durante os quatro primeiros meses da licença, o salário é pago pelo Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) e os outros dois pela empresa. A despesa gerada com a licença
maternidade nos dois últimos meses poderá ser descontada nos valores gerados pela
declaração anual do Imposto de Renda (IR). Entretanto, nem todas as organizações estarão
aptas a abater no IR, os valores pagos. O ressarcimento estará disponível somente para
aquelas que fazem suas declarações anuais pelo lucro real, um grupo que reúne as 150 mil
maiores firmas do país (FERNANDES, 2010).
Partindo desse cenário o governo garante benefícios não apenas para as mães, mas
também para as empresas que estiverem de acordo. “A concessão dos seis meses de licença
não é um custo, e sim um investimento no país. Afinal, todos sairão ganhando. As crianças
vão crescer com mais saúde e equilíbrio emocional. E as próprias mulheres trabalharão mais
motivadas e seguras", argumenta a Senadora Patrícia Saboya (PORTAL SIS SAUDE, 2010,
s/p).
“A empresa, porém, não é obrigada a conceder a extensão da licença à funcionária.
Essa é uma decisão interna e a empresa poderá negar o pedido se entender que não é
vantajoso.” (FRANCO, 2010, s/p). Contudo, as mulheres representam uma significativa
porcentagem no mercado de trabalho, tornando-se cada vez mais importante a adesão de
propostas que beneficiem essas trabalhadoras que enfrentam no dia a dia uma jornada dupla,
como profissional e mãe. Nesse âmbito, as empresas devem apostar na valorização das
funcionárias, a fim de gerar benefícios para ambos.
Para algumas empresas, aderir ao programa é desvantagem, pois entendem que essa
medida pode afastar a mulher do mercado de trabalho, ou seja, dificultar a contratação de mão
de obra feminina. Borges (apud MARTINS, 2010, s/p), presidente do Sicomércio de Volta
Redonda acredita que: “Embora seja um benefício para as mulheres, o afastamento de seis
meses no mercado competitivo vai ser um peso para que o mercado as contrate.”
Apesar das visões opostas dos administradores e especialistas, os benefícios para a
mãe e o filho são inegáveis. A mãe poderá fazer um acompanhamento melhor de seu filho nos
primeiros meses de vida e a criança consequentemente se tornará um adulto mais saudável e
inteligente.
Do ponto de vista da saúde, a nova licença maternidade de seis meses é altamente benéfica, pois permite que a mãe complete os seis meses de aleitamento considerados indispensáveis pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Com o aleitamento materno mínimo de seis meses, os bebês de mães que fazem parte do mundo corporativo, que são cada vez mais numerosas, terão um desenvolvimento
mais saudável, evitando problemas de saúde que, também, oneram o já problemático sistema de saúde, assim como os planos de saúde. (HVCP CONSULTORIA EMPRESARIAL, 2008, s/p).
A responsabilidade social é outro fator determinante que está associado à
adoção deste programa, pois se trata de estratégia empreendedora que traz benefícios para a
organização. Sá (apud FRANCO, 2010, s/p) explica que:
A extensão da licença maternidade é uma tendência, já que o Brasil é um dos poucos países em que a licença é de apenas 4 meses. Muitas empresas multinacionais já possuem uma política interna de conceder períodos maiores, mas não tinham vantagem nenhuma no Brasil. Esta licença maior demonstra a responsabilidade social da empresa, tanto perante seus acionistas quanto a seus clientes e, conseqüentemente, atrai melhores talentos para a empresa, que sempre estarão à procura de um lugar melhor para trabalhar.
Através das ideias apresentadas, pode-se perceber opiniões diversas sobre a
adesão do Programa Empresa Cidadã. Mulheres que lutam por seu espaço, empreendedores
receosos com a diminuição da contratação de mão de obra feminina, e o governo
disponibilizando benefícios para as empresas que aderirem o programa. Os empreendedores
devem pensar não apenas no melhor para a empresa a curto prazo, como também a longo
prazo, afinal, pensar em responsabilidade social é um diferencial para qualquer empresa.
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO
Pesquisa Científica é a realização de um conjunto de procedimentos metodológicos
que visa alcançar respostas para problemas pré-estabelecidos. Segundo Gil (2010, p.01):
“Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não
se dispõe de informação suficiente para responder ao problema [...]”.
O tipo de pesquisa utilizado nesse trabalho foi Exploratória. Gil (2010, p.27), ao
analisar a classificação das pesquisas segundo seus objetivos, explica que: “As pesquisas
exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” Portanto, através da exploração do
tema proposto, desejou-se identificar os impactos gerados para a empresa e para a mãe com a
implantação do Programa Empresa Cidadã.
Para identificar os impactos para a mãe, foi empregado o procedimento de
Levantamento, que de acordo com Gil (2010, p.35) é:
[...] interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas a cerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se conclusões correspondentes aos dados coletados.
Para fazer o apontamento da visão dos empresários, empregou-se o procedimento de
pesquisa documental que é elaborada tendo como base um material já publicado, por
exemplo, relatos de pesquisa, relatórios, jornais, atos jurídicos, compilações estatísticas, etc.
(GIL, 2010).
Por fim, a abordagem desenvolvida no trabalho foi quantitativa e qualitativa. “O
método quantitativo enfatiza a utilização de dados padronizados que permitem ao pesquisador
elaborar sumários, comparações e generalizações; por isso mesmo, a análise de dados é
baseada no uso de estatísticas.” A respeito do método qualitativo, “[...] sugere que o
pesquisador saia a campo não estruturado, justamente para captar as perspectivas e
interpretação das pessoas.” (ROESCH, 2007, p.?)
O Levantamento foi elaborado tendo como base uma população feminina que está
inserida no mercado de trabalho atual, sendo dirigido apenas para mães e gestantes de Caxias
do Sul. Já, a pesquisa documental embasou-se em objetos de estudo tais como entrevistas
publicadas em jornais e internet, de gestores e especialistas no assunto Licença Maternidade.
Os sites utilizados foram: www.apriori.com.br e www.pstu.org.br.
A amostragem, probabilística, teve o número de quinze pesquisados, sendo que
esta investigação ocorreu no período que envolveu os meses de maio e junho de 2010.
Inicialmente, utilizou-se da técnica de questionário. Roesch (2007, p.142) define essa,
como “[...] um instrumento de coleta de dados que buscar mensurar alguma coisa. É o
instrumento mais utilizado em pesquisa quantitativa, principalmente em pesquisas de grande
escala [...]”.
O questionário, contendo sete perguntas, foi entregue nos intervalos de almoço e
lanches, para as funcionárias da Unimed Nordeste que desempenham atividades nos seguintes
setores: Hemodinâmica, Laboratório, Sistema de Arquivamento Médico Estatístico,
Faturamento e Higienização. O prazo estabelecido para a devolução do mesmo foi de sete
dias. Todas as questões elaboradas foram fechadas, com o objetivo de obter respostas precisas
para a construção do gráfico (ver apêndice A). Foi entregue também um termo de
consentimento, que ao ser assinado, autorizou a divulgação das informações coletadas (ver
apêndice B).
Posteriormente, foi empregada a técnica de Documentos, pois utiliza três variáveis:
fontes escritas ou não; fontes primárias ou secundárias; contemporâneas ou retrospectivas
(ROESCH, 2007). Neste caso, as fontes foram escritas e contemporâneas, e os dados,
secundários, ou seja, obtidos de jornais e publicações avulsas, cuja autoria é conhecida. A
coleta de dados foi feita com base em informações e opiniões de gestores e especialistas a
respeito da extensão da licença maternidade.
No Método Estatístico, relacionado à pesquisa quantitativa, normalmente os dados
coletados são submetidos à análise com ajuda de computadores ou planilhas (conforme o
número de itens) (ROESCH, 2007).
A Análise de Conteúdo foi definida por Berelson (apud MARCONI e LAKATOS,
1999, p. 130) como “uma técnica de pesquisa para descrição objetiva, sistemática e
quantitativa do conteúdo evidente da comunicação”. Essa técnica possibilita a análise de
conteúdos em livros, revistas, jornais, entre outros, visando o estudo dos resultados dos atos
humanos.
As técnicas acima referidas foram utilizadas para desenvolver a apresentação dos
dados coletados. O método estatístico serviu de base para a elaboração dos gráficos, cuja
principal função foi de transparecer as opiniões das mães pesquisadas. Cada pergunta do
questionário contou com um gráfico individual para apresentação das respostas.
Outra contribuição significativa na exposição dos resultados obtidos foi a Análise
de Conteúdo, pois tornou possível conhecer a opinião dos especialistas, interpretar e
construir um novo texto fundamentado no cruzamento das informações.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O Programa Empresa Cidadã vem sendo muito discutido entre especialistas, gestores,
médicos e mães, opiniões estas, que abrem um leque de avaliações a serem feitas. Seguem
abaixo os gráficos construídos a partir da coleta dos dados obtidos na aplicação do
questionário, seguidos da análise comparativa entre essas opiniões.
Grafico 1: Relevância da licença maternidade Fonte: Autores
Analisando o gráfico acima, que aponta a relevância do programa para as funcionárias,
pode-se notar, que na maioria das opiniões das mães e gestantes pesquisadas, o aumento da
licença maternidade acaba sendo um importante benefício para a mãe e o bebê.
Apenas duas pessoas destacaram a questão deste aumento vir a prejudicar a vida
profissional da funcionária. Isso, segundo alguns especialistas5, é um fato evidente,
principalmente em micro e pequenas empresas, pois as mesmas não possuem estrutura e
quadro de funcionários suficientes para suprir a falta da empregada afastada, obrigando-se a
fazer novas contratações, e, consequentemente, no momento do retorno, a mãe acaba sendo
demitida. Para evitar estes transtornos, restringi-se a contratação das mulheres no mercado de
trabalho, optando-se preferencialmente pelos serviços masculinos.
No entanto, pesquisas realizadas pelo SEBRAE6 com gestores de micro e pequenas
empresas, revelam uma opinião contrária. Eles acreditam, em sua maioria, que a extensão não
prejudicará a organização e nem diminuirá as contratações de mão-de-obra feminina. Essa
5
� Fonte: Disponível em http://www.apriori.com.br/cgi/for/licenca-maternidade-6-meses-t6946.html
6
� Fonte: Disponível em http://www.apriori.com.br/cgi/for/licenca-maternidade-6-meses-t6946.html
visão é fruto da sensibilidade desenvolvida pelos pequenos empresários, por estarem mais
próximos de seus funcionários.
Grafico 2: Extensão da licença maternidade Fonte: Autores
A Unimed Nordeste, por ser uma empresa de grande porte e poder usufruir de todos os
benefícios que acompanham a adoção do Programa Empresa Cidadã, visualmente, não teria
justificativas para estar negando o pedido de extensão da licença, feito por suas funcionárias.
Porém, o gráfico 2, revela que as opiniões das funcionárias pesquisadas, ficaram bem
divididas: grande parte pediria a extensão, outra parcela equivalente, estaria avaliando a
possibilidade de efetuar este pedido; e uma minoria, expressa por apenas 7% do total, não
pediria a extensão da licença.
Grafico 3: Adoção do Programa na Empresa Fonte: Autores
Comparando o gráfico 3 com o gráfico 2, percebe-se que a mesma parcela que não
solicitaria os seis meses de afastamento, também não estaria disposta a concedê-los, caso
estivesse na condição de seus empregadores. Nota-se que 60% dos pesquisados, colocando-se
no lugar das empresas, seriam favoráveis à adoção do programa.
Grafico 4: Demora na aprovação da lei Fonte: Autores
O gráfico 4 foi elaborado em cima de uma questão que remete à visão pessoal de cada
um, pois não existe nenhum dado que confirme o motivo da demora na aprovação da lei.
Isso se comprova através da pequena variação entre as alternativas a e b, onde
nove mulheres acreditam que a demora se deve à divergência de opiniões entre os
interessados por se tratar de um tema polêmico, e cinco mulheres crêem que os seus direitos
acabam sempre sendo postos em segundo plano, pois apesar das mudanças ocorridas ao longo
dos anos, ainda existe uma certa discriminação.
Grafico 5: Opção pela lei Fonte: Autores
Dentre os gráficos avaliados até então, o de número 5 foi onde as opiniões ficaram
mais divididas, pois todas as alternativas sugeridas justificam a discussão. Os 47% ilustrados
acima, acreditam que o maior causador dessa polêmica é o fato da empresa poder aderir ou
não ao programa.
De certa forma, a adesão voluntária do programa por parte das empresas torna-se o
ponto principal do diálogo. Especialistas da área saúde concordam e defendem que esta
extensão deveria ser obrigatória a todas organizações e que assim chegariam no alvo da
questão que é a saúde da criança nos primeiros meses de vida.
Grafico 6: Vantagens Fonte: Autores
De acordo com o sexto gráfico, o bebê vem a ser o maior beneficiado nestes dois
meses a mais que estará convivendo diretamente com a mãe. Treze das quinze mães e
gestantes pesquisadas assinalaram a opção.
Esta informação é comprovada pelo pediatra Cardoso7 que explica que o leite materno
é rico em substâncias que previnem diversas doenças que aparecem principalmente na
infância, como diarreia, alergias e infecções respiratórias. Portanto, quanto mais tempo a mãe
dispor para estar junto do filho realizando a amamentação, mais saudável e inteligente o bebê
crescerá.
A criança recém-nascida é totalmente dependente e necessita de uma atenção especial.
Os médicos defendem ainda a ideia da mãe ter a oportunidade de ficar com o filho por um
período de até um ano, como ocorre em diversos países desenvolvidos.
Fazendo uma análise mais aprofundada a respeito do gráfico 6, pode-se dizer que
apesar da mulher, o governo e a empresa não terem sido alvo das respostas do questionário,
ambos possuem vantagens individuais. O governo por exemplo, terá os gastos na área da
saúde diminuídos, devido aos benefícios estabelecidos pela amamentação materna. A
empresa, por sua vez, contará com uma funcionária muito mais feliz e motivada no retorno ao
trabalho, pois a mesma pôde aproveitar um momento único em sua vida.
Grafico 7: Posicão da funcionária perante a decisão da empresa Fonte: Autores
7
� Fonte: Disponível em: http://www.pstu.org.br/jornal_materia.asp?id=10673&ida=60
O resultado obtido para a questão de número sete, evidencia que, frente a possível
negação da empresa, onze pesquisadas não entrariam em atrito com a mesma, apesar de
considerarem, conforme mostrado no gráfico 1, que este seja um importante benefício.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A licença maternidade é um assunto complexo que envolve discussões e críticas dos
prós e contras gerados pela sua extensão. O objetivo do trabalho foi desenvolver uma
pesquisa que pudesse esclarecer melhor os impactos da adoção do Programa Empresa Cidadã
por parte das empresas, e também, identificar os benefícios futuros tanto para as empresas
como para as funcionárias que pudessem vir a se beneficiar com este programa.
Nesse âmbito, essa pesquisa pode contribuir para o pensamento crítico de cada um,
com base em um estudo profundo sobre o tema. Analisou-se várias fontes de dados, obtendo-
se material consistente para elaboração do trabalho, bem como uma pesquisa de campo para
uma análise mais detalhada dos fatos, desenvolvendo-se, a partir daí, uma resposta concreta
da pesquisa proposta.
Retomando os objetivos desse trabalho e evidenciando os resultados obtidos com a
coleta e posterior análise dos dados, percebe-se que tanto o objetivo geral como específicos
foram cumpridos.
O levantamento realizado através do questionário trouxe a opinião das mulheres
trabalhadoras, e em contra partida, através da analise de documentos já publicados de
especialistas e empreendedores houve a possibilidade de comparação entre essas duas classes
tão diferentes e dependentes uma da outra.
Enfim, os resultados obtidos nesse estudo parecem constituir mais um indício que um
componente essencial nos dias de hoje para qualquer gestor e político é propor inovações que
beneficiem a classe trabalhista feminina que está cada vez mais inserida no mercado de
trabalho, rompendo estereótipos e buscando seu espaço.
REFERÊNCIAS
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<http://guiadobebe.uol.com.br/gestantes/licenca_maternidade_de_6_meses.htm> Acesso em: 01/04/2010 20:20h. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. HVCP CONSULTORIA EMPRESARIAL. Licença maternidade de seis meses – vantagens e desvantagens. 2008. Disponível em: <http://hvcp.com.br/licenca-maternidade-de-seis-meses-vantagens-e-desvantagens/> Acesso em: 29/03/2010 17:00h. LESSA, Daniele. RADIO CAMARA. Licença-maternidade 2 - Evolução das leis e costumes sobre licença-maternidade no Brasil. 2007. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=58053> Acesso em: 29/03/2010 19:45h. MARCONI, Maria de Andrade & LAKATOS, Eva Maria.Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1999. MARTINS, Roze. DIÁRIO ON-LINE. Empresários vêem desvantagens na prorrogação. 2010. Disponível em: <http://www.diarioon.com.br/arquivo/4958/politica/politica-66321.htm> Acesso em: 01/04/2010 20:45h. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 11.770. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br:80/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11770.htm> Acesso em: 25/04/2010 9:00h. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudo de casos. São Paulo: Atlas, 2007. Setor de Imprensa. PORTAL SIS SAUDE. Licença-maternidade de seis meses. 2010. Disponível em: <http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=5813> Acesso em: 05/04/2010 17:15h.