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Introdução Histórico do Ensino do Piano e do Teclado no Brasil Ensino de Piano Tradicional X Ensino de Piano/Teclado Ab rangente Abordagem de Marion Verhaalen Abordagem de Maria Isabel Montandom 9 Ensino de Piano e Teclado X Ensino de Música - Conteúdo Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC. Produzido por: Fátima Weber Rosas, Maurício Starosta & Daiane Raatz. Porto Alegre, junho de 2008.. E-book Teclado próxim a

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Page 1: Introdução Histórico do Ensino do Piano e do Teclado no Brasil Ensino de Piano Tradicional X Ensino de Piano/Teclado Abrangente Abordagem de Marion Verhaalen

Introdução

Histórico do Ensino do Piano e do Teclado no Brasil

Ensino de Piano Tradicional X Ensino de Piano/Teclado Abrangente

Abordagem de Marion Verhaalen

Abordagem de Maria Isabel Montandom

9 Ensino de Piano e Teclado X Ensino de Música - Conteúdo

Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC. Produzido por: Fátima Weber Rosas, Maurício Starosta & Daiane Raatz. Porto Alegre, junho de 2008..

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9 Ensino de Piano e Teclado X Ensino de Música - Conteúdo

Introdução

Durante o século XIX, o ensino de piano estava totalmente voltado ao repertório europeu. No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, o ensino do piano foi uma réplica do modelo europeu, cujo repertório estava situado no barroco, no classicismo e no romantismo, priorizando a música dos séculos XVIII e XIX.

Em meados do século XX, começam a surgir as aulas coletivas de piano e teclado numa abordagem integrada, mais abrangente e motivadora, incentivando o espírito crítico e reflexivo, tanto do professor quanto do estudante. Nesta abordagem, o estudante é levado a uma compreensão dos elementos da linguagem musical, juntamente com a aprendizagem do instrumento, em contrapartida ao ensino tecnicista tradicional dos Conservatórios de Música, voltado somente à prática instrumental, onde praticamente não há um espaço para a criatividade e a reflexão.

Fucci Amato (2006b) afirma que um dos momentos mais ricos da educação musical no Brasil foi o período que compreendeu as décadas de 1930/ 40, quando se implantou o ensino de música nas escolas em âmbito nacional, com a criação da Superintendência de Educação Musical e Artística – SEMA (1932), por Villa-Lobos. Este órgão objetivava a realização da orientação, do planejamento e do desenvolvimento do estudo da música nas escolas, em todos os níveis. E esse processo também alcançou os conservatórios de piano, à medida que muitos dos professores de música nas escolas de então eram, na verdade, pianistas.

Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC. Produzido por: Fátima Weber Rosas, Maurício Starosta & Daiane Raatz. Porto Alegre, junho de 2008..

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Histórico do Ensino do Piano e do Teclado no Brasil

Segundo Fucci Amato (2007), a partir do Segundo Império, surgiram os primeiros conservatórios no Brasil. O piano teve destaque com a chegada de Artur Napoleão , associado a Leopoldo Miguez, o qual foi o fundador de uma casa de piano e música no Rio de Janeiro. Em São Paulo, Luigi Chiaffarelli foi o pioneiro da educação pianística, colaborando para transformar a cidade num pólo musical do país.

Em 1841, Francisco Manuel da Silva fundou o Conservatório de Música do Rio de Janeiro, colaborando no estabelecimento de padrões pedagógicos no campo da educação musical. De acordo com autoras como Fucci Amato (2006a) os conservatórios de música priorizavam o ensino tecnicista, numa pedagogia que priorizava a prática instrumental, não havendo um espaço para a criatividade e para a reflexão do estudante, cuja ênfase era no resultado (execução) e não no processo de compreensão da linguagem musical. De acordo com Montandom (1992), no início do século XX surgiu o termo “piano em grupo”, cujo objetivo era o de musicalizar os estudantes. Por volta de 1950 o piano estava associado ao ensino da música de duas maneiras: como meio de musicalização ou como aulas de piano propriamente ditas. Já na segunda metade do século XX o ensino do piano ou do teclado eletrônico em grupo estava presente nas escolas secundárias e nas Universidades como reforço dos elementos da linguagem musical ou tinham a finalidade do ensino do instrumento.

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Ensino de Piano Tradicional x Ensino de Piano/Teclado Abrangente

De acordo com Deltrégia (1999) , no final do século XX, os conservatórios musicais são instituições “detentoras” dos saberes musicais legitimados, que investem especialmente na formação dos pianistas, prevalecendo o Ensino Tradicional com repertório nacionalista, excludentes do repertório pós-moderno.

“Experimentalismos em aulas coletivas, com novas grafias e inusitados timbres de diversas fontes sonoras auxiliam o desenvolvimento da criatividade dos alunos, desbloqueando a sensibilidade auditiva para o reconhecimento de novas sonoridades e novos princípios de ordem. A autora também coloca a importância do estudo e da apreciação do repertório pós-moderno: “O estudo do novo repertório auxilia diretamente na compreensão das várias maneiras de compor e conseqüentemente, na interpretação desse repertório, tão rico em sua diversidade, principalmente se este estiver inserido dentro de um programa de estudo que busca partir do todo para o particular, sem privilegiar um período ou um tipo de música.” (Deltrégia, 1999).

Autoras como Montandom (1992) e Verhaalen (1989) defendem um ensino de piano e teclado integrado, com aulas em grupo , reforçando conteúdos como harmonização, transposição, leitura à primeira vista, improvisação, repertório e técnica. Esta formação musical mais abrangente permite ao estudante “usar o teclado para acompanhar, improvisar, ler partituras de bandas, corais e orquestras. O termo geralmente usado para se referir a esse tipo de ensino é “teclado funcional” [...].(Montandom, 1992).

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Abordagem de Marion Verhaalen Em 1987, por intermédio do Mestrado em Música da UFRGS, foi introduzida no Brasil uma base acadêmica para a aprendizagem de piano em grupo, no âmbito do ensino formal. Marion Verhaalen (1989), professora norte-americana autora do método Keyboard Dimensions, já utilizava esta forma de trabalhar, embasada numa abordagem integrada. Seu método propunha atividades coletivas, de caráter múltiplo-modais, onde os conceitos musicais são apresentados de diversas maneiras e modos, atingindo os diversos sentidos dos estudantes. Nesta abordagem, chamada Abordagem Multi-modal, os conteúdos musicais partem da experiência para atingir posteriormente a significação dos símbolos musicais. A autora também afirma que o papel do professor é o de motivador e condutor das experiências musicais a um pensamento crítico-reflexivo.

A abordagem multi-modal tem grande importância como embasamento teórico do MAaV, método para musicalização de adultos empregado na interdisciplina Musicalização, que você está cursando, assim como do próprio projeto político-pedagógico do Pró-Licenciatura Música.  

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Abordagem de Maria Isabel Montandom  Na segunda metade do século XX, e no Brasil a partir do trabalho de Marion Verhaalen, discutiu-se o fato das aulas de piano/teclado em grupo serem ou não benéficas em algumas situações. Fatores como a socialização e a motivação foram apontados como positivos nas aulas em grupo. Mais do que isso, alguns profissionais da música investiram na idéia de que a combinação das aulas em grupo com as aulas individuais ou em duplas é o ideal para que ocorra uma aprendizagem mais efetiva.

Isabel Montandom (1992), atualmente trabalhando na UNB – Universidade de Brasília, é defensora de uma proposta cuja aula de piano ou teclado seja em grupo, direcionada ao ensino da música, baseada nas teorias pscicológicas, numa perspectiva contextualizada. As aulas coletivas seriam mais apropriadas para o desenvolvimento da improvisação, da leitura à primeira vista, da transposição, da execução em conjunto e do treinamento auditivo. Paralelamente a isso, as aulas individuais serviriam ao incentivo do desenvolvimento da técnica, à medida que atendem necessidades específicas de cada aluno.  

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