introdução ao orçamento público - módulo v

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Módulo V - Execução Orçamentária Objetivos Passaremos, agora, à etapa da execução, ou seja, da alocação dos recursos, esperando que, ao final do módulo, você identifique a operacionalização do orçamento e as normas que disciplinam o processo. Unidade 1 - A programação orçamentária e financeira e o contingenciamento Objetivos No módulo anterior, conhecemos aspectos importantes da execução do orçamento. Agora, vamos verificar que o orçamento é flexível e que pode sofrer alterações durante a execução; e ao final, você será capaz de identificar com facilidade os tipos de mudanças que podem ser feitas. Vamos lá! Introdução  A execução do orçamento é tema de maior r elevância dentro da administração pública, posto que é a etapa em que são efetivamente aplicados os recursos programados. Nas unidades anteriores, estudamos os aspectos relacionados à elaboração e apreciação do orçamento.  Após a aprovação pelo Congresso Nacional, a sanção do Presidente da República e publicação no Diário Oficial da União, o orçamento está apto a ser executado. O processo é semelhante nos Estados e municípios.

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Introdução Ao Orçamento Público - Módulo V

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7/17/2019 Introdução Ao Orçamento Público - Módulo V

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Módulo V - Execução Orçamentária

Objetivos

Passaremos, agora, à etapa da execução, ou seja, da alocação dos recursos,

esperando que, ao final do módulo, você identifique a operacionalização do

orçamento e as normas que disciplinam o processo.

Unidade 1 - A programação orçamentária e financeira e o

contingenciamento

Objetivos

No módulo anterior, conhecemos aspectos importantes da execução do

orçamento. Agora, vamos verificar que o orçamento é flexível e que pode

sofrer alterações durante a execução; e ao final, você será capaz de identificar

com facilidade os tipos de mudanças que podem ser feitas. Vamos lá!

Introdução

 A execução do orçamento é tema de maior relevância dentro da administração

pública, posto que é a etapa em que são efetivamente aplicados os recursos

programados.

Nas unidades anteriores, estudamos os aspectos relacionados à elaboração e

apreciação do orçamento.

 Após a aprovação pelo Congresso Nacional, a sanção do Presidente da

República e publicação no Diário Oficial da União, o orçamento está apto a ser

executado. O processo é semelhante nos Estados e municípios.

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 A execução orçamentária é regida por normas constitucionais, por dispositivos

da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF e pela LDO do exercício a que se refere.

Como você já sabe, não é permitido iniciar a execução de programas e ações

que não constem do PPA e que não estejam autorizadas no orçamento.

 A partir da publicação do orçamento, o governo dispõe do prazo de trinta dias

para editar o decreto de programação orçamentária e financeira, visando ajustar

a realização da despesa ao fluxo da entrada dos recursos.

É uma medida necessária para manter o equilíbrio entre a receita arrecadada e

a despesa realizada. Por outro lado, permite às unidades orçamentárias saber,

de antemão, o volume de recursos que poderão comprometer mensalmente.

E por que isso?

Porque os recursos não entram de uma só vez e ao mesmo tempo nos cofres do

governo.

Pág. 2

 A partir da edição do decreto, as unidades orçamentárias estão aptas a executara programação, ou seja, dar cumprimento ao que está estabelecido na lei

orçamentária. A execução pode ser feita diretamente pela unidade orçamentária

ou através de convênios com outras entidades, Estados e municípios.

Invariavelmente, todos os anos, ouvem-se críticas e reclamações dos

parlamentares a respeito da execução do orçamento. Ou melhor, acusam o

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governo de não executar, ou seja, de não liberar os recursos para as emendas

que foram incluídas no orçamento.

Isso é verdadeiro? Se for, por que acontece?

Para responder, sugerimos que você leia, novamente, a Unidade III, que trata do

caráter autorizativo do orçamento.

Saiba que a LRF autoriza o governo a editar decreto contingenciando asdespesas se, ao final de um bimestre, for verificado que a receita arrecadada

está menor que o valor estimado e que pode comprometer o atingimento das

metas fiscais estabelecidas.

 Atente que não se trata de “corte” na programação e sim do estabelecimento de

um limite temporário para a efetivação da despesa. Esse limite será modificado,

e até revogado, quando a receita apresentar o desempenho esperado.

Pág. 3

E quais as despesas que podem ser contingenciadas?

Exatamente aquelas que não têm caráter obrigatório, ou seja, as discricionárias,nas quais se incluem as emendas de parlamentares. Daí a revolta e os

pronunciamentos inflamados de deputados e senadores com afirmativas do tipo

“o orçamento no Brasil é uma peça de mera ficção”, “de que adianta apresentar

e aprovar as emendas se elas não são executadas? ”. 

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Saiba mais

Observe um detalhe: mesmo que a programação, objeto da emenda aprovada,

não esteja condicionada e que exista vontade política para implementá-la, os

recursos não irão automaticamente para o beneficiário - Estado ou município

-, pois dependem da elaboração de convênio, que obedece a regras definidas

na lei de diretrizes orçamentárias. Algumas vezes, o município a ser

beneficado com a ação programada não está apto a elaborar convênio com a

União, por não atender a alguma das regras estabelecidas na LDO.

Saiba mais

Nem sempre o que consta no orçamento é executado; depende docomportamento da receita, do tipo de despesa programada, da situação do

beneficiário dos recursos no caso dos convênios e da vontade política do chefe

do Poder Executivo.

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Unidade 2 - Alteração orçamentária e apreciação pelo Poder

Legislativo

Objetivos

Na unidade anterior, conhecemos aspectos importantes da execução do

orçamento. Agora, vamos verificar que o orçamento é flexível e que pode

sofrer alterações durante a execução; ao final, você será capaz de identificar

com facilidade os tipos de mudanças que podem ser feitas.

Introdução

Conforme já estudamos, a lei orçamentária fixa o limite máximo para o gasto da

administração pública. Podem ocorrer, entretanto, omissões de ações

necessárias, falhas na previsão de gastos ou na arrecadação da receita que

requeiram do governo medidas visando adequar cada situação.

Imagine que você trabalha no departamento financeiro da prefeitura do seu

município e que o prefeito deseja saber se há possibilidade de realizar uma

importante obra no valor de R$ 10.000,00. Você examina e verifica que existe

autorização para obra, mas que o valor disponível é de R$ 7.000,00.

O que fazer então? Existe solução para atender ao pedido do prefeito? Como?

Sim, a solução para o caso é alterar a lei orçamentária aprovada.

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 A alteração da lei orçamentária é feita por meio da abertura de crédito adicional,

cujas normas são iguais para a União, Estados, Distrito Federal e municípios.

 A Lei n° 4.320 de 1964, define créditos adicionais como as despesas não

computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento, sendo que as

modalidades são: suplementares, especiais e extraordinárias.

Pág. 2

Os créditos suplementares são destinados ao reforço de dotação orçamentária

existente, enquanto os créditos especiais são destinados a despesas para as

quais não haja previsão orçamentária específica.

 A Constituição Federal proíbe a abertura de crédito suplementar ou especial sem

prévia autorização legislativa e sem a indicação dos recursos correspondentes.

Portanto, a abertura do crédito depende da existência de recursos disponíveis

para atender à despesa.

O mais comum é obter os recursos por meio do cancelamento do valor de outra

programação. Contudo, podem ser utilizados, também, o excesso de

arrecadação, se houver, os recursos oriundos de operação de crédito, ou osuperávit financeiro apurado em exercício anterior (ou seja, saldos livres de caixa

deixados pela execução do ano anterior).

 A Constituição prevê ainda em seu art. 166, parágrafo oitavo, que se uma parcela

das receitas da lei orçamentária anual ficar sem despesas correspondentes (por

estas terem sido vetadas ou canceladas por emendas), esse valor pode ser

oferecido também como fonte para créditos suplementares e especiais.

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Tanto a Lei nº 4.320, de 1964, quanto a Constituição Federal permitem que a

própria lei orçamentária anual possa ser utilizada para autorizar o Poder

Executivo a abrir, durante o exercício, créditos suplementares até determinadaimportância.

O que isso quer dizer?

Significa que o governante não necessita pedir ao Poder Legislativo a alteração,

ou seja, ele mesmo pode alterar o orçamento por decreto.

Atenção

Contudo, atenção: a autorização é dada somente para suplementar a

programação existente até determinado valor, que, em geral, corresponde a

vinte e cinco por cento do total aprovado para a ação.

 A cada exercício, esta matéria, é disciplinada, também, pela LDO

correspondente.

Pág. 3

Os créditos extraordinários destinam-se a atender a despesas imprevisíveis e

urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade

pública. A Constituição Federal determina que os créditos dessa natureza sejam

abertos por meio de medidas provisórias.

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Voltando ao estudo de caso apresentado no início desta unidade: a solução é

recorrer ao crédito suplementar, ou seja, elaborar um projeto de lei solicitando

o valor de R$ 3.000,00, propondo o cancelamento deste valor em outra

programação, encaminhá-lo à câmara de vereadores com a justificativa

pertinente e aguardar a aprovação. E sendo aprovado, é incorporado ao

orçamento, e a obra pode ser realizada.

E se, ao examinar o orçamento, você verificar que não existe a autorização para

a obra em questão?

O procedimento, nesse caso, é recorrer ao crédito especial, já que a obra não

está prevista, trata-se de programação nova. O encaminhamento é o mesmo.

No caso da União, compete à CMO a apreciação dos pedidos de créditoadicional encaminhados pelo Poder Executivo. O processo é semelhante ao da

apreciação da LOA, porém, em versão simplificada. É definido um relator, os

parlamentares podem apresentar emendas, e o projeto, depois de aprovado pela

Comissão, é encaminhado ao Plenário do Congresso Nacional para apreciação.

Pág. 4

Nos últimos anos, o próprio Congresso Nacional vem editando normas na LDO,

de forma a coibir excessos na apresentação de emendas e impedir que os

créditos encaminhados pelo Poder Executivo sejam desvirtuados em seu

objetivo original.

Finalmente, se for aprovado, o projeto de lei é enviado ao Poder Executivo para

sanção, publicação e incorporação ao orçamento vigente.

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Saiba mais

 A participação do Poder Legislativo no orçamento é indispensável em todas as

fases do processo, para dar legitimidade a qualquer alteração na peçaorçamentária, pois uma lei só pode ser alterada por outra lei.

 A Constituição Federal, no art. 167, § 3º, estabelece que a abertura de crédito

extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e

urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade

pública, utilizando o instrumento da medida provisória.

Observa-se, entretanto, que o Poder Executivo, há bastante tempo, vem

utilizando esse instrumento de maneira excessiva e sem observar os

pressupostos constitucionais a respeito.

Essa situação foi objeto de manifestação do Supremo Tribunal Federal,

conforme leitura indicada: "STF suspende medida provisória sobre crédito

extraordinário de R$ 1,65 bi".

Estudo de Caso - Veja, na prática, como se processam as alterações

orçamentárias por meio dos créditos adicionais. Clique aqui para acessar o

material para estudo. Sucesso!

Para compreender melhor a participação do Judiciário, direta e indiretamente, na

elaboração, execução e fiscalização das políticas públicas, sugerimos o texto

'Orçamento Público e Relações entre os Poderes', do Professor Pederiva (2010),

disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.

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Parabéns! Você chegou ao final do Módulo V.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma

releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação, cujo resultado não

influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu

domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a

correção imediata das suas respostas!