introdução ao orçamento público - aspectos introdutórios - modulo 1

29
15/7/2014 Aspectos Introdutórios http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 1/29 Aspectos Introdutórios Módulo I - Aspectos Introdutórios Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Introdução ao Orçamento Público - Turma 03 Livro: Aspectos Introdutórios Impresso por: Paulo Henrique Toyama de Freitas Data: terça, 15 julho 2014, 18:16

Upload: henrique-toyama

Post on 23-Nov-2015

91 views

Category:

Documents


13 download

TRANSCRIPT

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 1/29

    Aspectos Introdutrios

    Mdulo I - Aspectos Introdutrios

    Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

    Curso: Introduo ao Oramento Pblico - Turma 03

    Livro: Aspectos Introdutrios

    Impresso por: Paulo Henrique Toyama de Freitas

    Data: tera, 15 julho 2014, 18:16

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 2/29

    Sumrio

    Mdulo I - Aspectos Introdutrios

    Introduo

    Unidade 1 - Conceitos bsicosPg. 2

    Pg. 3

    Pg. 4Pg. 5

    Pg. 6Pg. 7

    Unidade 2 - Princpios oramentrios

    Introduo

    Pg. 2

    Pg. 3

    Pg. 4Pg. 5

    Pg. 6

    Unidade 3 - O carter autorizativo do oramento no Brasil

    IntroduoPg. 2

    Pg. 3

    Pg. 4

    Pg. 5

    Exerccio de Fixao - Mdulo I

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 3/29

    Mdulo I - Aspectos Introdutrios

    Ao final deste mdulo, voc dever:

    identificar a origem dos recursos para a execuo de

    obras e prestao dos servios ofertados sua

    comunidade;

    descrever a importncia dos princpios oramentrios,

    bem como identific-los no texto constitucional;

    reconhecer as razes da discusso sobre o carter

    autorizativo versus impositivo do oramento no Brasil.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 4/29

    Introduo

    Assista a um vdeo educacional que ilustra o

    estudo introdutrio de Oramento Pblico parte 1.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 5/29

    Unidade 1 - Conceitos bsicos

    Analisando a imagem ao lado, podemos

    ver uma cidade com monumentos

    gigantescos, ruas, transportes pblicos,

    instalaes eltricas etc. O mesmo

    acontece pertinho de voc, na sua

    comunidade, onde diariamente so

    ofertados servios que, de uma forma

    ou de outra, influenciam a sua vida.

    Ento, voc j parou para pensar de onde vm os recursos para a execuo

    das obras e prestao dos servios ofertados sua comunidade?

    A resposta simples e tambm o tema da nossa unidade, ou seja, os recursos vm do

    oramento pblico que, guardadas as devidas propores, na sua essncia assemelha-se ao

    oramento familiar. Estou certa de que, aps a conversa que teremos, voc estar apto a

    definir oramento pblico e a identificar suas principais caractersticas.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 6/29

    Pg. 2

    Como as decises tomadas pelos nossos dirigentes afetam a nossa vida em

    comunidade?

    Vejamos:

    A vida em cidades pequenas, mdias, grandes - nos d a oportunidade de utilizar os

    servios pblicos voltados educao, sade, transporte, entre outros. Encontramos obras

    construdas, ou em construo, pelo governo, como drenagem de guas pluviais, canalizao

    de um crrego situado na periferia, ampliao da rodoviria da cidade ou a modernizao do

    aeroporto.

    A construo de obras, a prestao de servios, a concesso de benefcios, entre outras

    aes executadas pelo governo federal, estadual, municipal dependem do oramento

    pblico.

    atravs dele que os governantes estimam o que vo arrecadar e como devem gastar os

    recursos obtidos com os impostos pagos pela sociedade. por meio dele, ainda, que so

    decididas as obras prioritrias, as promessas de campanha a serem cumpridas, e quais as

    reivindicaes sociais da populao sero atendidas, por exemplo.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 7/29

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 8/29

    Pg. 3

    Por outro lado, voc j deve estar habituado a ouvir comentrios de polticos e especialistas

    no assunto no sentido de que no h recursos para aumentar o salrio mnimo, pagar melhor

    os professores e mdicos, aumentar o valor das penses e aposentadorias, por exemplo. E o

    que dizer da falta de policiamento nas escolas e da violncia nas cidades em geral?

    A situao se agrava quando se constata o estado precrio das rodovias e portos do Pas, to

    necessrios ao escoamento da produo agrcola, em especial, a voltada para o setor

    externo.

    A vida da comunidade e a economia em geral so afetadas diretamente

    pelas tomadas de deciso por parte dos dirigentes, governador ou

    prefeito.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 9/29

    Pg. 4

    Algumas famlias, conhecedoras da sua renda anual e das

    despesas que tm de efetuar para custear a sua

    sobrevivncia, programam-se para que, ms a ms, consigam

    fechar as contas no azul, ou melhor, no encerrem as contas

    do ms no vermelho. Se houver sobra, timo: pode ir direto

    para a poupana ou financiar algum projeto futuro. Quem sabe

    a reforma da casa? Isso oramento.

    No caso do setor pblico, o estudo do oramento faz parte de uma disciplina mais ampla

    denominada Finanas Pblicas, cujo objeto de estudo a atividade financeira do Estado

    visando obter e utilizar bens e servios para atender s necessidades da sociedade a serem

    satisfeitas por meio da administrao pblica.

    Em outras palavras: a interveno do Estado para prover o atendimento das necessidades

    da populao. Para executar essa atividade, o Estado necessita de recursos financeiros,

    obtidos de vrias fontes, dentre as quais a tributao, que representa uma transferncia de

    recursos da sociedade, pessoas e empresas, para o Estado.

    O objeto das Finanas Pblicas , portanto, o estudo da atividade fiscal, orientada em duas

    direes: poltica tributria, para captao de recursos, e poltica oramentria, para a

    aplicao dos recursos.

    Em nosso curso, vamos nos deter, especialmente, no estudo do oramento pblico.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 10/29

    Pg. 5

    Mas o que significa oramento?

    O conceito de oramento tem evoludo ao longo do tempo. Cada autor costuma apresentar

    mais de um conceito e escolhe o de sua preferncia, de acordo com o objetivo que pretende

    alcanar com a disciplina.

    Veja, por exemplo, o conceito que Sanches (2004, p. 234) apresenta:

    "Oramento: termo que expressa, em sentido amplo, a ideia de computar, de avaliar,

    de calcular, em relao previso (realizao de estimativas) do comportamento

    provvel das receitas e dos gastos, de qualquer atividade econmica de um ente

    pblico ou privado, num certo perodo de tempo".

    O conceito que ser adotado neste curso o seguinte:

    Oramento o documento que trata, em termos financeiros, do programa de trabalho

    do governo para cada ano, estima os recursos que devem ser arrecadados para

    financiar as despesas fixadas para a execuo do programa de trabalho.

    "Oramento pblico uma conta que o governo faz para saber onde vai aplicar o dinheiro que

    j gastou".

    (Baro de Itarar)

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 11/29

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 12/29

    Pg. 6

    ...Oramento - agora vamos decifrar o contedo do conceito:

    anual: o oramento, no Brasil, inicia-se em 1 de janeiro e encerra-se em 31 de

    dezembro, coincidindo com o ano civil. H pases que adotam datas diferentes. Todos os

    anos, o chefe do Poder Executivo (prefeito, governador e presidente da Repblica) deve

    elaborar a proposta de oramento e envi-la para discusso e votao na Cmara

    Municipal, no caso do municpio; na Assembleia Legislativa, no caso do Estado; e no

    Congresso Nacional, quando se tratar do Pas.

    um plano de trabalho: mais do que um documento de receitas e despesas, o

    oramento um programa de trabalho, com metas e objetivos a serem alcanados.

    Exemplo de um plano de trabalho simples no oramento municipal:

    Projeto de ampliao da escola municipal X no bairro de Ftima:

    Objetivo: ampliar a escola X para proporcionar aos alunos melhores condies de

    estudo e convivncia escolar;

    Metas: construir duas salas de unidade, ampliar o espao da sala de leitura e da

    merendeira;

    Valor: R$ 50.000,00.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 13/29

    Pg. 7

    Estima os recursos: observe que os recursos so programados para serem

    arrecadados ao longo do ano; portanto, uma expectativa e no uma certeza de

    obteno. claro que a estimativa, ou previso, da receita exige um mnimo de tcnica

    e de conhecimento do comportamento da arrecadao nos anos anteriores. O acerto na

    estimativa importante para garantir a continuidade dos servios e obras j iniciados e

    para que no haja cortes inesperados em programas sociais ou atrasos no pagamento

    do funcionalismo e dos aposentados e pensionistas, por exemplo.

    Fixa a despesa: ao contrrio da receita, a despesa fixada, no sentido de que

    estabelecido um teto que no pode ser ultrapassado. Em outra unidade do curso,

    estudaremos as formas de alterao desse valor fixado.

    obrigatrio: todo municpio tem o oramento municipal; todo estado tem o

    oramento estadual; e na esfera federal, h o oramento da Unio.

    O oramento uma lei - a lei oramentria - que autoriza o Poder Executivo a

    gastar os recursos arrecadados e demostra o programa de trabalho de todos

    os rgos e entidades da administrao pblica.

    A programao e as respectivas despesas que no estiverem autorizadas na lei oramentria

    no podero ser realizadas. Alm disso, a elaborao do oramento deve seguir determinados

    princpios, que sero estudados na unidade seguinte.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 14/29

    Unidade 2 - Princpios oramentrios

    Nesta unidade, alm de conhecer a importncia dos

    princpios, veremos os mais relevantes e como so

    citados na Constituio Federal. Ao final da leitura, voc

    poder descrev-los e identific-los no texto

    constitucional.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 15/29

    Introduo

    Como vimos na primeira unidade, o oramento uma lei, e a sua elaborao deve seguir

    determinados princpios.

    Vejamos, ento, o que so esses princpios:

    Voc j percebeu que os oramentos, da Unio, dos Estados e Distrito Federal e dos

    municpios, sempre se referem ao perodo de um ano? E, mais, que sempre so publicados?

    Isso ocorre porque a matria oramentria regida por princpios, ou seja, por normas, que

    vamos conhecer agora.

    O oramento pblico federal, estadual, municipal obedece a um conjunto de normas

    chamadas princpios oramentrios. Uns esto implcitos nos dispositivos da Constituio

    Federal, outros derivam da doutrina que rege a matria.

    Os princpios, teis para o entendimento dos diversos aspectos do oramento, so produtos

    da evoluo do processo de elaborao e execuo oramentria ao longo do tempo.

    Veja o que diz o autor Matias Pereira (2003, p. 146-147) a respeito do assunto:

    Deve-se recordar que, historicamente, o oramento pblico apresenta-se como forma de

    restringir e de disciplinar o grau de arbtrio do governante. Dessa forma, procura impor

    algum tipo de controle legislativo sobre a ao desses governantes, visto que estes possuem

    prerrogativas para cobrar tributos dos cidados.

    Pode-se afirmar, portanto, que o oramento pblico surgiu para cumprir uma funo de

    controle da atividade financeira do Estado. Para a efetivao desse controle torna-se

    necessrio que, no processo de elaborao da proposta oramentria, sejam respeitados

    determinados princpios oramentrios. Assim, os princpios oramentrios se apresentam

    como as premissas bsicas de ao a serem cumpridas na elaborao da proposta

    oramentria.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 16/29

    Pg. 2

    Agora que voc conheceu a importncia dos princpios, vamos estudar os mais

    relevantes:

    1. ANUALIDADE: o princpio estabelece que a previso da receita e a fixao da despesa

    devem referir-se a um exerccio financeiro. No caso do Brasil, o exerccio financeiro

    coincide com o ano civil, ou seja, tem incio em 1 de janeiro e se encerra em 31 de

    dezembro.

    A lei oramentria tem um prazo de validade, quer dizer, o oramento fica em vigor por

    um perodo limitado. Significa que, para o prximo ano, tero de ser tomadas todas as

    medidas necessrias para a elaborao e execuo de um novo oramento. Na prtica,

    podem e devem constar as aes e projetos em fase de execuo ao lado de novos

    projetos e novas aes. Portanto, ateno! O novo significa novos clculos para a

    receita e para a despesa. Assim, esperado que os valores sejam diferentes dos do ano

    anterior.

    2. UNIDADE: o princpio determina que deve existir apenas um oramento. Nenhum

    governante pode elaborar e executar mais de um oramento para o mesmo perodo.

    Talvez voc esteja se perguntando sobre a necessidade desse princpio, uma vez que

    parece ser to clara a existncia de um nico oramento. Mas a histria recente do

    oramento no Brasil registra poca em que conviviam vrios oramentos, por exemplo:

    oramento da previdncia, oramento monetrio, alm de outros, que nada mais eram que

    tentativas de burlar a programao e o controle da despesa. Em boa hora a Constituio

    de 1988 ps um fim nessa histria.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 17/29

    Pg. 3

    3. EXCLUSIVIDADE: de acordo com essa regra, a lei oramentria deve conter apenas

    matria financeira e oramentria, isto , no pode cuidar de assunto que no esteja

    relacionado com a previso da receita e com a fixao da despesa para o ano seguinte.

    Em alguns pases, e no Brasil tambm, existiu, por um tempo, um tipo de oramento que

    recebeu o apelido, ou a denominao, de oramento rabilongo. Quer dizer: o oramento

    inclua no texto da lei matrias de interesse dos governantes, mas que no diziam respeito

    propriamente ao oramento. Muitas vezes, era a oportunidade que o governante tinha

    para legalizar decises efetivadas por decretos ou atos administrativos, quando, na

    verdade, deveriam ter sido objeto de leis.

    Por que isso ocorria?

    Ora, como a lei oramentria tem quase cem por cento de certeza de aprovao pelo

    Poder Legislativo, que melhor oportunidade para dar carter legal a tais atos e corrigir as

    situaes irregulares?

    Quer exemplos de rabilongos?

    A incluso na lei oramentria de autorizao para o prefeito alterar a estrutura

    administrativa da prefeitura, implantar planos de cargos e salrios.

    4. UNIVERSALIDADE: todas as receitas e todas as despesas devem ser includas na lei

    oramentria. Nenhuma previso de arrecadao ou de gasto pode ser feita por fora do

    oramento. Isso vlido para todos os rgos e entidades da administrao pblica direta

    e indireta.

    Mas e aquela unidade administrativa da prefeitura situada na Vila So Joo? E a

    representao que a prefeitura ou o governo do Estado tem em Braslia? Entram no

    oramento?

    Sim, toda e qualquer instituio que receba recursos oramentrios ou gerencie recursos

    pblicos deve ser includa no oramento, com seus respectivos valores e programao,

    para o perodo de um ano.

    At os fundos?

    Claro, at os fundos que porventura existam, tanto na esfera da Unio quanto na do

    Estado e do municpio.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 18/29

    Pg. 4

    5. PUBLICIDADE: a lei oramentria precisa ser amplamente divulgada, para permitir que

    qualquer pessoa tome conhecimento do seu contedo e saiba como so empregados os

    recursos arrecadados da sociedade e de outras fontes de receita. Como o prprio nome

    diz, o oramento pblico pblico.

    O oramento do Governo Federal deve ser publicado no Dirio Oficial da Unio logo que for

    sancionado (aprovado) pelo Presidente da Repblica. Os oramentos do Distrito Federal,

    dos Estados e das grandes cidades tambm devem ser publicados nos respectivos dirios

    oficiais.

    E, no caso das prefeituras de cidades pequenas, que no possuem jornal prprio ou

    internet para dar publicidade lei?

    Estas podem distribuir o texto da lei nos locais mais frequentados pela populao ou afixar

    a lei oramentria em um quadro de avisos entrada da prefeitura.

    O importante que a populao conhea o contedo da lei e a entenda. Este princpio

    reforado pelo que vamos estudar a seguir.

    6. CLAREZA: de nada adianta dar divulgao ao contedo do oramento se a linguagem for

    incompreensvel para a populao. Cabe equipe responsvel pelo documento expor

    nmeros e palavras de forma clara e exata, de tal forma que no deixe margem dvida.

    7. EQUILBRIO: por este princpio, o oramento dever estar sempre equilibrado, ou seja, o

    valor total da despesa fixada deve ser exatamente igual ao valor da receita estimada para

    o ano a que se refere.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 19/29

    Pg. 5

    E como podemos identificar alguns princpios na Constituio Federal?

    Para auxili-lo a compreender bem a legislao que envolve o Oramento Pblico, assista ao

    vdeo produzido pelo ILB, em parceria com a TV Senado, sobre o tema. Ligue o som do seu

    equipamento e oua com ateno s explicaes do Professor Ilvo Debus (tempo:

    7min46).

    Ento, veja a seguir:

    Constituio Federal 1988

    Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero:

    III - os oramentos anuais.

    O artigo expressa o princpio da anualidade.

    5 - A lei oramentria anual compreender:

    I - o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades

    da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder

    Pblico;

    II - o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente,

    detenha a maioria do capital social com direito a voto;

    III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela

    vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos

    e mantidos pelo Poder Pblico.

    Aparentemente, so trs oramentos. Mas, na verdade, se trata de uma lei que engloba

    trs documentos. O princpio da unidade est implcito no 5 do art. 165.

    8 - A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e

    fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de crditos

    suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de

    receita, nos termos da lei.

    O dispositivo consagra o princpio da exclusividade.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 20/29

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 21/29

    Pg. 6

    Os princpios so de grande utilidade para o oramento pblico no que

    diz respeito aos aspectos financeiro, contbil e tico. Servem,

    fundamentalmente, como instrumento de controle social, posto que

    fornecem as condies para que os atos financeiros do Estado sejam

    conhecidos e avaliados pela sociedade.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 22/29

    Unidade 3 - O carter autorizativo dooramento no Brasil

    Nesta unidade, vamos estudar o carterautorizativo do oramento e suas

    controvrsias. Ao final, voc poderidentificar as razes da discusso sobre o

    carter autorizativo versus impositivo dooramento no Brasil.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 23/29

    Introduo

    Vimos, na unidade anterior, que no permitida a execuo de nenhuma obra, pagamento de

    servios e de outras despesas que no estejam autorizadas na lei oramentria, correto?

    Voc j percebeu que a lei oramentria constitui um instrumento de controle poltico

    do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo?

    Sim, controle poltico, porque do Congresso Nacional, da

    assembleia legislativa e da cmara de vereadores a competncia

    privativa para autorizar, em nome da sociedade, o Poder Executivo

    a arrecadar as receitas e a realizar as despesas necessrias ao

    funcionamento dos servios pblicos e outras que objetivem o

    bem-estar coletivo.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 24/29

    Pg. 2

    Vendo a imagem ao lado, vamos analisar uma

    situao hipottica. Suponha que, ao examinar o

    oramento do seu municpio ou Estado, voc

    verifique que constam aes de suma importncia

    para a comunidade e que eram esperadas com

    grande expectativa, como, por exemplo:

    a - construo da quadra de esportes projeto

    includo no oramento pelo prprio prefeito;

    b ampliao da biblioteca da escola municipal obra includa pelos vereadores no

    oramento, atendendo a reivindicao de alunos e professores;

    c realizao de concurso pblico para professores do ensino fundamental, solicitao da

    comunidade acatada pelo prefeito.

    Voc observa, tambm, que os recursos esto previstos no oramento, conforme manda a lei.

    Qual o grau de certeza que voc tem de que tais aes sero executadas?

    Resposta: nenhuma certeza.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 25/29

    Pg. 3

    Ou, em outras palavras, j que esto autorizadas no oramento, o prefeito obrigado

    a execut-las?

    No, o prefeito no obrigado.

    Por qu?

    No Brasil, o oramento autorizativo, ou melhor, no impositivo, obrigatrio. Na

    prtica, o prefeito pode executar toda a programao, uma parte dela, ou nada. O

    dirigente est "autorizado" a executar o que consta no oramento, mas no est

    "obrigado" a isso.

    Esse fato gera acirradas discusses na imprensa e no cenrio poltico federal. Existem

    propostas em tramitao na Cmara dos Deputados e no Senado Federal objetivando tornar o

    oramento impositivo, pelo menos em termos parciais.

    vlido destacar alguns pontos da controvrsia: na Unio, por

    exemplo, existem tipos de receitas que so obrigatoriamente

    vinculadas a determinados gastos e, por outro lado, existem certas

    despesas que tm carter obrigatrio, como o pagamento de

    aposentadorias e penses, pagamento dos juros da dvida pblica,

    repasse que a Unio obrigada a fazer para estados e municpios de

    acordo com o mandamento constitucional.

    Da conclui-se que o oramento no totalmente autorizativo, dada a existncia de grande

    parte da despesa que possui carter obrigatrio. Alis, como se ver adiante, as despesas

    obrigatrias representam a maior fatia do oramento da Unio.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 26/29

    Pg. 4

    Ento, de que se queixam os parlamentares?

    Queixam-se do comportamento do Poder Executivo em relao s aes includas por eles no

    oramento, as quais no possuem carter obrigatrio. Ou seja, depende da vontade poltica

    do Poder Executivo a execuo ou no de tais aes, uma vez que no so obrigatrias em

    virtude de lei.

    Vamos analisar, agora, as queixas do Poder Executivo, que reclama da rigidez oramentria

    e de que o oramento extremamente engessado.

    O que significa isso?

    Significa que ele no tem liberdade para executar o oramento da forma que lhe aprouver,

    uma vez que a Constituio Federal, alm de outras leis, o obrigam a destinar determinados

    percentuais da receita para despesas especficas, como o caso de educao e sade.

    E as despesas que, ao contrrio das obrigatrias, o Poder Executivo pode executar

    livremente?

    So chamadas de discricionrias, porque dependem apenas do seu poder de escolha, da

    sua deciso poltica. E, entre essas, esto as emendas de parlamentares, conforme ser

    estudado no Mdulo IV.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 27/29

    Pg. 5

    A tabela apresentada a seguir, elaborada pelas Consultorias de Oramento da Cmara e do

    Senado, refere-se s despesas da Unio, comparando os valores executados nos anos de

    2007 e 2008 e o valor proposto para 2009. Os valores no incluem os recursos destinados ao

    pagamento dos compromissos da dvida e outros de natureza financeira.

    Observe que a maior parte das despesas tem carter obrigatrio e que os percentuais

    praticamente no se alteram no tempo.

    Composio das Despesas da Unio

    2007 a 2009

    Em R$ milhes

    Despesas2007 2008 2009

    Valor % Valor % Valor %

    Obrigatrias 488.861,5 89,8 545.106,6 86,8 651.912,3 86,8

    Discricionrias

    55.400,9

    10,2

    82.581

    13,2

    99.014,1

    13,2

    Total 544.262,4 100,0 627.687,7 100,0 750.926,4 100,0

    Fonte: SIAFI/SIDOR/SIGA Brasil COFF/CONORFl

    Observe o grfico apresentado pelo

    Ministro do Planejamento, por ocasio

    da audincia pblica realizada no

    Congresso Nacional com o objetivo de

    explicar os pontos mais importantes da

    proposta oramentria para 2009.

    Observe que o grfico mostra o total

    do oramento e o total das despesas,

    incluindo as financeiras e as no

    financeiras, denominadas primrias.

    O grfico pode ser encontrado na

    pgina do Ministrio do Planejamento.

    Diante dos nmeros apresentados sobre o valor das despesas

    obrigatrias e discricionrias, observa-se que as razes da

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 28/29

    controvrsia a respeito do carter do oramento no Brasil fazem parte

    do mundo da poltica, onde a tcnica tem pouca contribuio a dar.

    Assim, torna-se subjetiva qualquer afirmao conclusiva sobre o tema

    em discusso.

    Para aprofundar seu conhecimento a respeito da discusso sobre o carter do oramento

    no Brasil, leia o artigo A falcia do oramento autorizativo, de autoria do Consultor de

    Oramentos do Senado Federal Joo Henrique Pederiva.

  • 15/7/2014 Aspectos Introdutrios

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15807 29/29

    Exerccio de Fixao - Mdulo I

    Parabns! Voc chegou ao final do Mdulo I do curso Introduo ao Oramento

    Pblico.

    Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que voc faa uma releitura do

    mesmo e resolva os Exerccios de Fixao, cujo resultado no influenciar na sua

    nota final, mas servir como oportunidade de avaliar o seu domnio do contedo.

    Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correo imediata das suas

    respostas!

    Para ter acesso aos Exerccios de Fixao, clique aqui.