introduÇÃo ao estudo da epidemiologia disciplina: epidemiologia e saúde pública prof. dr. paulo...

57
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

143 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA

Disciplina: Epidemiologia e Saúde PúblicaProf. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Page 2: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

1. Introdução

• Interrelação entre seres vivos Saúde humana - Saúde animal - Saúde das espécies inferiores ou vegetais.

• Biocenose (Biodiversidade) – Grego: /Bios - vida Koinos - comum, publico/ É o conjunto de seres vivos que habitam em estado de interdependência em uma região determinada.

Page 3: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• Habitat ou biótipo É o espaço físico onde habita a biodiversidade.

• Composto:

• Pelas relações entre os componentes minerais do solo;

• Quantidade e tipo de água existente; • Características do clima e das espécies

biológicas que alí habitam.

• Ecossistema Sistema de inter-relações entre os seres vivos e o meio ambiente.

Page 4: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• Estrutura básica do Ecossistema: MEIO

AMBIENTE SOL

PRODUTORES

DECOMPOSITORES CONSUMIDORES

Page 5: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

2. Conceito Saúde x Doença

/ HYGEIA / / higiene / era a deusa protetora de saúde em Atenas Roma transformou-a em: / SALUS / divindade do bem-estar geral. / ASCLEPIUS / / ESCULÁPIO / Deus respeitado pelo seu poder de manipular o bisturi e ervas medicinais com o tempo passou a monopolizar as atenções e se tornou o mais importante.

Page 6: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Asclépius e Hygéia

Page 7: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Gozo de plena saúde Morte

Saúde Multifatorial

Ex.: Saúde perfeita condições predisponentes à doença (deficiência de fósforo) doença latente (afosforose) primeiros sintomas (apetite pervertido) doença Morte

Conceito de saúde da OMS : Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental, e social e não apenas a ausência de doença.

Page 8: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

2.1. Fatores que afetam a saúde:

• Agentes causadores: microorganismos, agentes físicos (frio, calor, eletricidade), agentes químicos (substâncias tóxicas).

• Hospedeiro: idade, sexo, raça, estado nutricional, defesas.

• Ambiente: temperatura, umidade, água, alimentos, vetores, condições econômicas e sociais.

Page 9: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Resumindo:

Ambiente

Agente Hospedeiro

Page 10: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

3. Conceito Ecológico das Enfermidades:

- Quem apareceu primeiro, o homem ou a enfermidade??????

Resposta: - Milhares de anos atrás ossos longos com sinais de soldadura Fratura;

- Formações esponjosas Reumatismos; - Cáries em dentes de fósseis. - Ossos largos com grande cavidade sugere

abscesso. Esses fatos comprovaram a existência

de bactérias milhares de anos antes do homem.

Page 11: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

3.1. Evolução do conceito de doença

• Através de antigas gravuras em pedras: Primeira interpretação de enfermidade: 1. “Introdução de maus espíritos no

corpo” (Médico: feiticeiro – métodos terapêuticos danças, máscaras, fumaça, purgantes, vomitivos, sudorantes e diuréticos.

Objetivos Espantar os maus espíritos, curar enfermidades, assegurar boa caça “Homem de Cro-Magnon”- viveu 40 mil anos atrás (França).

Page 12: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Introdução de Maus espíritos

Page 13: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

3.1. Evolução do conceito de doença

• 2- Ira Divina:• Idade Média.• Era medieval. • Grande fervor religioso. • Igreja torna-se onipotente.• Grandes concentraçõesGraves Epidemias:• Cólera, Peste bubônica, Sífilis, Tuberculose,

Varíola,• Apesar de todo domínio da Igreja

Epidemias continuavam

Page 14: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• 2. Surge a religião:

Era Medieval Concentração de populações Grandes epidemias Fervor Religioso Tensão;

Doenças: Cólera, Peste bulbônica, Sífilis, Varíola, Escorbuto;

Igreja amplia seus poderes torna-se onipotente sobre a sociedade;

Sec. IV DC – Peste Bulbônica matava de 5000 – 10000/ pessoas/ dia arrasou Roma, Constantinopla, se espalhou pela Ásia e África;

Ano de 1348 Papa Clemente IV Ano Santo 1.200.000/ peregrinos (mortalidade de 90% - Peste Bulbônica).

Page 15: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Morte de 1/3 da população européiamorre pela peste negra.Sec. IV DC :

Peste Bulbônica matava de 5000 – 10000/ pessoas/ dia Arrasou: Roma, Constantinopla, se espalhou pela Ásia e África.

Sec. XIV 25.000.000/ mortos/ Europa.Papa Clemente IV– Convoca ano santo (+/-

ano 1325)+/- 1.200.000 peregrinos atenderam ao

chamado. 90% morreram de peste bulbônica.

Page 16: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

3.1. Evolução do conceito de doença

3. Causas humanas

Judeus Banqueiros odiados acusados de contaminarem casas muitos condenados e mortos.

Page 17: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• 4. Causas Miasmáticas ou Cosmológicas ou Cósmicas / Miasmas

Emanação de substâncias em decomposição relacionadas às impurezas do meio ambiente. Ex. Surto de cólera em Londres após cheias do rio Tâmesis (nesta época surgiram o uso de vestimentas especiais para médicos, como gorros, máscaras, aventais, botas). Terapêutica.

Uso de água de colônia.

Page 18: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Causas Miasmáticas

Page 19: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Epidemias

Page 20: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Epidemias

Page 21: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 22: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 23: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 24: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 25: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• 5. Conceito ecológico das doenças

Avanço da ciência Descoberta da microscopia agentes microscópicos “doença passa a ser considerada como um acidente, ou seja, um incidente de competência entre duas espécies”.

Page 26: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

4. Fases da relação agente X hospedeiro

4.1. Períodos de grandes flutuações epidêmicas.

4.2. Períodos de flutuações decrescentes.

4.3. Períodos de endemias ou de equilíbrio (adaptação mútua).

Page 27: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

5. Conceito de epidemiologia

Etimológico – (epi = sobre; demos = povo; logos = estudo)

Caráter: generalista, populacional Ligado a outras ciências ( clínica,

medicina veterinária, medicina, biomedicina, matemática, sociologia, etc...)

Page 28: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

6. Conceito de Medicina Veterinária Preventiva

É a ciência e a arte de prevenir doença, prolongar a vida e promover a eficiência da saúde (com conseqüente aumento de produtividade).

Campo de ação: desde doenças infecciosas até prevenção de acidentes.

Page 29: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Causa freqüente de mortalidade e morbidade.

Existência de métodos eficientes para prevenção e controle.

Tais métodos não estarem sendo corretamente utilizados. Doença em campanha permanente além do prazo previsto.

7. Caracterização de um problema de Saúde Pública

Page 30: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

8. Modelo Epidemiológico

8.1. Recursos utilizados• Dados Análise quantitativa. Enfoque populacional

• Estratégia de luta contra as enfermidades:

PRIMERIO ESTÁGIO: Epidemiologia ( coleta de dados da situação,

morbidade, mortalidade...)

Page 31: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

SEGUNDO ESTÁGIO:

- Epidemiologia (Estudo das correlações, procura a causa dos efeitos observados).

- Estatística (Análise dos dados).

TERCEIRO ESTÁGIO: Início da ação, prevenção primária, legislação de saúde, educação para a saúde, medicina social e preventiva.

QUARTO ESTÁGIO: Medidas saneadoras do ambiente, saúde pública, organização dos serviços de saúde ( P.ex.: IMA, Serviço de Vigilância Sanitária, Epidemiológica, Ambiental)

Page 32: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9. Resumo do método epidemiológico

9.1. Fase Descritiva

Elaboração sistemática dos dados crús.

Atributos estudados:

- Tempo - Lugar – Indivíduos afetadosInvestiga: Onde? Como? Sobre quem ocorre

uma doença ou agravoDescreve epidemias, endemias, tendência,

série histórica e fatores envolvidos

Page 33: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9.2 Fase Analítica

Conhecimento das causas determinantes das doenças, que afetam grupos significativos

de pessoas.Estudos Seccionais: Corte no fluxo

histórico do agravo Estuda as características da doença naquele momento(Sexo dos doentes, atividade, idade, raça)

Page 34: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9.2 Fase AnalíticaMétodo Comparativo

- 1. Estudo de casos e controles:

Consiste em se verificar se as associações (do tipo fator causal/doença), pressentidas ou calculadas com relação aos indivíduos afetados, são confirmadas pela ausência do fator entre os não afetados.

Page 35: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9.2 Fase Analítica- Estudo Retrospectivo

• Partem de grupos de casos seguramente diagnosticados e retroagem sua história, buscando por fatores, passados ou atuais, que possam ser imputados como casuais.

• Ex.: Ca de pulmão/Tabagismo

• Crianças-Catarata/Rubéola Gestação

Page 36: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9.2 Fase Analítica

2. Estudos de Coortes

- Estudo Prospectivo

- Forma-se a coorte Grupo homogêneo, saudável, submetidos a alguma experiência compartilhada num tempo definido

- Estuda-se um grupo exposto e outro não exposto (controle) ao longo do tempo

- Ex.: Vítimas do Césio 157 , Chernobyl

Page 37: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

9.2 Fase AnalíticaMedidas de Associação:Usadas para esclarecer “causas”

dicotomizadas:Grupos: - Expostos x Não expostos, - Com

Fator de Risco x Sem Fator de Risco , - Doentes x Não doentes

Utiliza-se Tabelas 2x2 Risco relativo (C. Incid expostos÷ Coef.

Incid. N. exp.)Risco atribuível (a um fator estudado) Método Experimental : Com animais –

Seres humanos) Comitês de ética.

Page 38: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 39: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Prevenção primária

• Promoção da saúde. É feita através de medidas de ordem geral.

- Moradia adequada

- Escolas

- Áreas de lazer

- Alimentação adequada

- Educação em todo nível

Page 40: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

. Proteção específica:- Imunização - Saúde ocupacional- Higiene pessoal e do lar- Proteção contra acidentes- Aconselhamento genético- Saneamento ambiental- Tratamento da água- Tratamento de esgoto e do lixo- Medidas de controle dos vetores

Page 41: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Prevenção secundária

• Diagnóstico precoce e Tratamento Imediato:- Inquéritos para a descoberta de casos na

comunidade- Exames periódicos, individuais, para detecção

precoce de casos- Isolamento para evitar a propagação de doenças- Tratamento para evitar a progressão da doença

• Limitação da incapacidade- Evitar futuras complicações- Evitar seqüelas

Page 42: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Prevenção terciária

- Reabilitação (Impedir a incapacidade total)

- Fisioterapia

- Terapia ocupacional

Page 43: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

ZOONOSES

Page 44: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Introdução• Introduzida pela literatura médica por

Rudolf Virchow no século XIX, para caracterizar doenças animais que podiam ser transmitidas ao homem.

• Etimologicamente origem no grego prefixo zoon animalsufixo nosos doenças literalmente doença animal

Page 45: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• 3º Encontro de Peritos em Zoonoses da Organização Mundial de Saúde “ doenças e infecções naturalmente transmissíveis entre hospedeiros vertebrados e o homem”

• Existem atualmente aproximadamente 200 doenças classificadas como zoonoses.

Page 46: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

CLASSIFICAÇÃO

• A mais aceita foi proposta por Swabe (1964) Baseada no ciclo de vida do parasita:

Zoonoses diretas Zoonoses diretas a transmissão se dá de um hospedeiro vertebrado infectado a um hospedeiro vertebrado susceptível, por contato direto.

Ex.: Raiva e Brucelose

Ciclozoonoses Ciclozoonoses participação de mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado na cadeia de transmissão

Ex.: Cisticercose e Hidatidose

Page 47: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Metazoonoses Metazoonoses transmitidas biologicamente através de vetores invertebrados, no interior do organismo do hospedeiro invertebrado, o parasita realiza uma fase do seu ciclo biológico durante um determinado intervalo de tempo, ao qual se denomina “período extrínseco de incubação”, que precede a transmissão a outro hospedeiro vertebrado. Na dependência dos hospedeiros necessários para a formação da cadeia de transmissão, as metazoonoses se subdividem em 4 tipos:

Page 48: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

I. Requerem um hospedeiro vertebrado e um outro invertebrado. Ex.: Febre amarela

II. Requerem um hospedeiro vertebrado e dois outros invertebrados. Ex.: Paragonimíase (trematódeo pulmonar transmitido por: homem caramujo caranquejos e camarões de água doce que contém metacercária do parasito, ingeridos crus Ásia Oriental)

III. Requerem dois hospedeiros vertebrados e um invertebrado. Ex.: Clonorquíase (trematódeo das vias biliares, transmitido por: mamíferos caramujos peixes de água doce ingeridos crus Oriente).

IV. Representam a transmissão transovariana. Ex.: Encefalite dos ovinos.

Page 49: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

• Saprozoonoses Saprozoonoses Participação de um hospedeiro vertebrado e de um elemento não pertencente ao reino animal, tais como o solo, matéria orgânica e plantas. Ex.: Histoplasmose e Ancilostomíase (solo) e a Fasciolose (plantas).

Outra classificaçãoOutra classificação

I.I. ZoonosesZoonoses

I.I. ANTROPOZOONOSES Infecções adquiridas pelo homem a partir do contato com reservatórios animais

Page 50: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

I.II. ZOOANTROPONOSES Infecções adquiridas pelos animais a partir do reservatório humano. Ex.: Cisticercose

I.II. ANFIXENOSES Infecções adquiridas pelo homem dos animais e adquiridas por estes do homem, havendo portanto um intercâmbio. Ex.: Doenças de Chagas.

Page 51: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

II. FitonosesII. Fitonoses Quando o reservatório é do reino vegetal. Ex.: Blastomicose sul-americana.

III. Antroponoses III. Antroponoses Quando o reservatório é o homem. São portanto infecções adquiridas pelo homem a partir da fonte que é também o homem. Ex.: AIDS

Page 52: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira

Principais zoonoses transmitidas de algumas espécies animais:

• Cão: Raiva, Leptospirose, Leishmaniose visceral, Dermatofitose, Dipilidiose, Hidatidose, Dirofilariose, Dermatite por Larva Migrans, Sarna.

• Gato: Toxoplasmose, Sarna, Raiva.• Rato: Leptospirose, Peste Bulbônica, Tifo e Salmonelose.• Morcegos: Raiva, Histoplasmose, Encefalites.• Suínos: Teníase, Cisticercose, Brucelose, Eripisela.• Cabra: Carbúnculo, Tuberculose, Brucelose.• Aves domésticas: Newcastle, Salmonelose.• Macacos e Saguis: Febre amarela, Hepatite B, Raiva.• Tartaruga: Salmonelose.• Papagaios, Araras e Periquitos: Psitacose.• Bovinos: Brucelose, Tuberculose, Cisticercose.

Page 53: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 54: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 55: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 56: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira
Page 57: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA Disciplina: Epidemiologia e Saúde Pública Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira