introdução à história

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Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria Estadual de Educação Colégio Estadual Leopoldina da Silveira HISTÓRIA Professor Luiz Valentim

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Page 1: Introdução à História

Governo do Estado do Rio de JaneiroSecretaria Estadual de Educação

Colégio Estadual Leopoldina da Silveira

HISTÓRIAProfessor Luiz Valentim

Page 2: Introdução à História

Aula I – 1ª Série – Ensino Médio

Introdução à História

Page 3: Introdução à História

“Ao escrever a sua História, Heródoto de Halicarnasso teve em mira evitar que os vestígios das ações praticadas pelos homens se apagassem com o tempo e que as grandes e maravilhosas explorações dos Gregos, assim como as dos Bárbaros, permanecessem ignoradas; desejava ainda, sobretudo, expor os motivos que os levaram a fazer guerra uns contra os outros.”

Heródoto. Introdução ao Livro I - Clio

História... Para quê?

Page 4: Introdução à História

Definição de História A palavra história, que tem origem no grego

ιστορία, tem significados que muito dizem a respeito da História no passar dos séculos.

Em grego, ιστορία tanto pode significar testemunha quanto investigação.

Heródoto, em sua História, não só registra os fatos que testemunhou, como também investiga o que teria gerado tal fato.

A História é, ao mesmo tempo, o fato acorrido, a narrativa do fato ocorrido e a ciência que possibilita o estudo acerca do fato ocorrido.

Page 5: Introdução à História

O Sentido da História

Page 6: Introdução à História

Os Pais da História

A História, como testemunho e investigação, surge na Grécia no final do século V a.C.

Embora a primeira obra intitulada História tenha sido escrita por Heródoto, Tucídides (autor de A guerra do Peloponeso) muito contribuiu para o surgimento da história tal como a conhecemos.

Ambos diferenciaram seus relatos dos contos épicos e míticos ao datar cronologicamente os eventos narrados e buscar comprovação de suas narrativas.

Page 7: Introdução à História

Os Pais da História

Tucídides defendia a ideia de que é essencial resgatar o passado para que possamos aprender com os erros cometidos, de maneira a não repeti-los.

A grande contribuição dos dois foi distanciar a história de um povo das explicações religiosas, ao responsabilizar os homens pela situação presente e não a vontade dos deuses.

Page 8: Introdução à História

História MedievalA teoria romana de que as sociedades “nascem,

crescem e morrem” encontra sustentação no texto bíblico.

Com a ascensão do Cristianismo, entre os século V e XV, a narrativa histórica submete-se à Igreja e a vontade divina volta a ser determinante.

A partir do século XII, buscando legitimar o poderio dos senhores feudais, a genealogia ganha força e relatos históricos que glorifiquem os burgos passam a ser encomendados pelas autoridades locais.

Page 9: Introdução à História

História Renascentista

Buscando resgatar o conhecimento da antiguidade greco-romana, humanistas afastam a concepção teológica da História.

A coleta e análise de documentos antigos torna-se o ponto central da História.

A História passa a ser auxiliada por diversas disciplinas, como a Filologia, a Diplomática, a Cronologia, a Genealogia, a Heráldica, a Numismática, a Epigrafia, a Sigilografia e a Arqueologia.

Page 10: Introdução à História

História CientificistaA partir do século XVIII, com contribuições de Ranke e

Comte, a narrativa histórica passa a ter tratamento científico.

O objeto estudado passa a ser submetido à prova e contraprova antes de ter sua verdade divulgada.

Acreditava-se que a História era uma “ciência do passado” e, como tal, registrava os fatos tal qual ocorreram.

Deste modo, uma vez que os fatos fossem resgatados a partir dos documentos escritos, ordenados em sequência cronológica e narrados em ordem linear, não se poderia questionar a verdade ali registrada.

Page 11: Introdução à História

Historicistas e PositivistasDefensores da visão científica da História, acreditam que

o historiador só podia relatar o que estava nos documentos, sem fazer nenhum questionamento sobre o que estava escrito neles.

Ranke acreditava que os historiadores deveriam se restringir à coleta de documentos, verificar se eles eram falsos ou verdadeiros e, em seguida, narrar o que estava escrito neles.

Comte acreditava que não importavam as ações individuais, pois a sociedade obedeceria a leis naturais que determinariam os acontecimentos, cabendo ao historiador apenas registrar a história com base nos documentos oficiais.

Page 12: Introdução à História

Perguntas de um trabalhador que lê

Bertolt Brecht

Page 13: Introdução à História

Quem construiu a Tebas de sete portas?Nos livros estão nomes de reis.Arrastaram eles os blocos de pedra?

Page 14: Introdução à História

E a Babilônia várias vezes destruídaQuem a reconstruiu tantas vezes?

Page 15: Introdução à História

Em que casas. Da Lima dourada moravam os construtores?

Page 16: Introdução à História

Para onde foram os pedreiros, na noite em queA Muralha da China ficou pronta?

Page 17: Introdução à História

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.Quem os ergueu?

Sobre quem triunfaram os Césares?

Page 18: Introdução à História

A decantada BizâncioTinha somente palácios para seus habitantes?

Page 19: Introdução à História

Mesmo na lendária AtlântidaOs que se afogavam gritaram por seus escravosNa noite em que o mar a tragou.

Page 20: Introdução à História

O jovem Alexandre conquistou a Índia.Sozinho?

Page 21: Introdução à História

César bateu os gauleses.Não levava sequer um cozinheiro?

Page 22: Introdução à História

Filipe da Espanha chorou, quando sua ArmadaNaufragou. Ninguém mais chorou?

Page 23: Introdução à História

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.Quem venceu além dele?

Page 24: Introdução à História

Cada página uma vitória.Quem cozinhava o banquete?A cada dez anos um grande Homem.Quem pagava a conta?

Page 25: Introdução à História

Tantas histórias.Tantas questões.

Page 26: Introdução à História

Materialismo Histórico Derivada dos escritos de Marx e Engels, esta concepção da

História, nascida no século XIX, paralelamente ao positivismo, rompe com os modelos anteriores ao propor estudos relacionados à temática social e econômica.

Defende que as condições materiais da existência humana são os elementos que condicionam (mas não determinam) as formas de governo, as ideologias, as religiões, as manifestações culturais, etc.

Para os materialistas, as grandes rupturas no processo histórico decorrem da luta de classes, que leva a classe dominada ao poder, alterando assim o modo de produção, ou seja, a maneira pela qual o homem se organiza para obter os bens materiais de que necessita para sobreviver.

Page 27: Introdução à História

História RevisitadaA dissipação das certezas por conta da Primeira

Guerra Mundial dá origem a uma nova forma de interpretar a História, distante da ideia de progresso que estava implícita nas diversas concepções históricas anteriores.

As verdades absolutas começam a ser questionadas.

A devastação sem precedentes ocasionada pela guerra abalou irremediavelmente a certeza de que a humanidade estaria destinada a se tornar cada vez melhor.

Page 28: Introdução à História

“...Acompanhava eu Henri Pirenne a Estocolmo; mal chegamos, diz-me ele: “Que vamos nós ver primeiro? Parece que há uma Câmara nova. Comecemos por lá”. Depois, como se me quisesse evitar um movimento de surpresa, acrescentou: “Se eu fosse um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas. Mas sou um historiador. É por isso que amo a vida”. Nesta faculdade de apreensão do que é vivo é que reside, efetivamente, a qualidade fundamental do historiador...” Marc Bloch

Para quê?... História

Page 29: Introdução à História

Os criadores da revista Annales, Lucien Febvre e Marc Bloch, propunham, em 1929, a retomada dos debates críticos sobre a construção do conhecimento histórico.

A revista tornou-se um ponto de encontro e de debates entre historiadores e cientistas sociais.

Nascida em época de crise econômica a primeira fase dos annales foi marcada por estudos econômicos da conjuntura, estimulando o estudo dos preços e salários.

Escola dos Annales

Page 30: Introdução à História

A partir dos annales a História passa a contar com a contribuição de diversas áreas, como a Antropologia, a Psicologia, a Sociologia, a Economia, a Geografia, a Filosofia, a Arqueologia e a Linguística.

O tempo histórico passa a ser dividido em pequena duração (o evento), média duração (a conjuntura) e longa duração (a estrutura).

Todo vestígio produzido pelos seres humanos passa a ser considerado um documento histórico, propiciando, com isso, o surgimento de diversos campos do estudo histórico.

Escola dos Annales

Page 31: Introdução à História

História Oral

Page 32: Introdução à História

Os Campos da História

Etno-História

Domínios

Abordagens

DimensõesCom relação aos agentes históricos

Com relação aos ambientes sociais ou

objetos

Com relação ao campo de observação

Com relação ao

tipo ou tratamento de fontes

História das Mulheres

História dos Marginais

História das Massas

História Urbana

História Rural

História da Vida Privada

História da Religião

História da Arte

História da Sexualidade

História das Representações

História das Ideias

História do Direito

História Imediata

História Quantitativa

Micro-História

História Regional

Biografia

História Local

História Social

Arqueologia

História da Cultura Material

História do Discurso

História Oral

História Serial

Geo-História História Demográfica

História Econômica

História Cultural

História Política

História do Imaginário

História das Mentalidades

História Antropológica

Psico-História

Page 33: Introdução à História

As Ciências Humanas

AntropologiaOs antropólogos estudam o ser humano em seus aspectos biológicos, sociais e culturais. Para realizar tais pesquisas, esses estudiosos analisam os aspectos genéticos e biológicos dos seres humanos, bem como as formações e instituições sociais, os costumes, a religiosidade e os comportamentos humanos. Esses estudos permitem aos historiadores perceberem como as transformações culturais que ocorrem nas sociedades podem influenciar em seus processos históricos.

Page 34: Introdução à História

As Ciências Humanas

SociologiaOs sociólogos estudam as relações entre seres humanos que vivem em uma mesma sociedade. Eles analisam como as questões políticas, econômicas e tecnológicas influenciam nas relações interpessoais e podem caracterizar determinada sociedade. Além disso, os sociólogos estudam as desigualdades sociais e apresentam alternativas para reduzi-las. Os historiadores se baseiam em estudos sociológicos para entender, por exemplo, as semelhanças e diferenças existentes entre as sociedades humanas.

Page 35: Introdução à História

As Ciências Humanas

GeografiaOs geógrafos estudam as transformações que ocorrem no espaço terrestre, tanto aquelas causadas por fenômenos naturais quanto as que são realizadas pelos seres humanos. Além disso, eles trabalham na elaboração e interpretação de mapas, na organização territorial das cidades e na criação de projetos para a recuperação de áreas degradadas. As análises geográficas auxiliam os historiadores na percepção das relações que os seres humanos estabelecem com o meio ambiente ao longo do tempo.

Page 36: Introdução à História

As Ciências Humanas

FilosofiaOs filósofos estudam as impressões e as interpretações dos seres humanos sobre o mundo que os cerca. Esses estudiosos procuram compreender como as ideias e os anseios das pessoas se transformam ao longo do tempo e influenciam a percepção que elas têm sobre si mesmas. O estudo da Filosofia possibilita aos historiadores perceberem como as modificações no campo das ideias interferem nos processos históricos.

Page 37: Introdução à História

“A construção do saber histórico tem como matéria-prima a fonte. [...] Fonte histórica é tudo o que pode fornecer informações sobre o passado: documentos escritos, cartas, testemunhos, objetos do cotidiano, fósseis, imagens, músicas, mapas, edifícios, jornais, obras de arte e qualquer outro tipo de material que aos olhos dos historiadores carreguem vestígios de épocas e acontecimentos. [...] Grande parte das fontes da História não foi produzida com o objetivo de informar ou perpetuar a memória, mas foram apropriadas como tal pelo fazer historiográfico.”

Fontes Históricas

Caio Cesar Boschi

Page 38: Introdução à História

Fontes HistóricasFontes Impressas

Fontes Audiovisuais

Fontes Arqueológicas

Fontes Documentais

Fontes Orais

Page 39: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Filologia

Ciência das línguas, ou de uma língua, do ponto de vista da sua história literária e gramatical.

Page 40: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Diplomática

Ciência auxiliar da História, que estuda os documentos (diplomas, em especial), nas suas fórmulas e formulários, as características de sua autenticidade e o seu valor como testemunho.

Page 41: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Cronologia

Ciência auxiliar da História, cujo objetivo é estudar as diferentes forma de contar o tempo e as datas dos aconte-cimentos históricos.

Page 42: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Genealogia

Ciência auxiliar da História que tem por objeto o estudo da origem e filiação das famílias e o da biografia de cada uma das pessoas que constituem a chamada “árvore genealógica”, ou seja, o quadro das gerações da mesma família que se sucederam no tempo.

Page 43: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Heráldica

Estudo científico dos brasões das famílias nobres.

Page 44: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Numismática

Estudo científico das moedas. Tal estudo pode ser feito nas imagens e inscrições contidas nelas ou então no aspecto econômico.

Page 45: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Epigrafia

Estudo científico das inscrições gravadas na pedra.

Page 46: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Sigilografia

Estudo científico dos selos que autenticam documentos.

Page 47: Introdução à História

Disciplinas Auxiliares da História

Arqueologia

Ciência que busca reconstituir o passado por meio do estudo dos resto materiais, fósseis e monumentos que dele sobrevivem.

Page 48: Introdução à História

Periodização da HistóriaIdade

Contemporânea

Sociedades Ágrafas Idade AntigaIdade Média

Idad

e M

oder

na

4000 a.C.

SéculoV

SéculoXV

SéculoXVIII

Page 49: Introdução à História

Calculando os Séculos

1798

623

1400

Page 50: Introdução à História

Calculando os Séculos

1798+1 18

623 +1 7

1400 +0 14

• Século XVIII

• Século VII

• Século XIV

Page 51: Introdução à História

“Embora dimensionar o tempo seja fundamental para o estudo da História, ele não tem um conceito uniforme nem valor universal. O tempo existe em virtude de determinado fato ou realidade histórica.”

Tempo Histórico

Caio Cesar Boschi

Page 52: Introdução à História

Calendários

5773

4710 1433

2012

Page 53: Introdução à História

Raul Seixas Eu nasci há dez mil anos atrás

Page 54: Introdução à História

Raul Seixas Eu nasci há dez mil anos atrás

• Ao assistir o clipe:

– Identifique os fatos históricos citados na música;

Page 55: Introdução à História

A turma será dividida em equipes, e cada uma deverá:

• Construir um painel no formato de linha do tempo, na qual cada fato histórico presente na letra da música esteja localizado em seu respectivo período histórico e devidamente ilustrado;

• Produzir um clipe da música supracitada utilizando o programa Windows Live Movie Maker.

Raul Seixas Eu nasci há dez mil anos atrás

Page 56: Introdução à História

• Cada trabalho valerá de 0 a 5 pontos, levando as equipe à possibilidade de alcançar até 10 pontos;

• A equipe que alcançar o maior número de pontos estará liberada de fazer a prova bimestral;

• Se nenhuma das equipes alcançar 5 pontos, toda a turma fará a prova bimestral.

Raul Seixas Eu nasci há dez mil anos atrás

Page 57: Introdução à História

• A presença de todos os componentes da equipe é obrigatória no dia da apresentação, pois aquele que não estiver presente, salvo com atestado médico, não obterá pontuação alguma nas tarefas;

• A nota da equipe será proporcional à presença de todos os membros da mesma durante todo o bimestre nas aulas de História;

• Caberá ao professor avaliar os trabalhos;

• As equipes, que não forem liberadas da prova bimestral, terão sua nota final de trabalho divida por 2 e somada à nota obtida na prova bimestral, que valerá 5 pontos.

Raul Seixas Eu nasci há dez mil anos atrás

Page 58: Introdução à História

Mãos à Obra!

Page 59: Introdução à História

Bibliografia• BOSCHI, Caio César. Por que

estudar história? São Paulo: Ática, 2007.

• FARIA, Ricardo de Moura; MIRANDA, Mônica Liz; CAMPOS, Helena Guimarães. Estudos de História. Vol. 1. São Paulo: FTD, 2010.

• FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo; FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História Integrada. Vol. 1. 2 ed. Curitiba: Módulo Editora, 2010.

• HERÓDOTO. História. São Paulo: Ediouro, 2001.

• PELLEGRINI, Marco; DIAS, Adriana Machado; GRINBERG, Keila. Novo Olhar: História. Vol. 1. São Paulo: FTD, 2010.

• PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006.

Page 60: Introdução à História

AnexoFatos históricos relevantes presentes na música “Eu nasci há dez mil anos atrás”, de Raul Seixas:

• Crucificação de Jesus Cristo;• Inquisição;• Migração Judaica;• Surgimento do Islamismo;• Decadência da Babilônia;• Reinado de Salomão;• Quilombo dos Palmares;• Nazismo;• Guerras Mundiais;• Fundação do Estado de Israel (atual).