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www.tiberiogeo.com.br – A Geografia Levada a Sério Página 1 Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA Disciplina: Geografia Ambiental Professor: Tibério Mendonça INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA AMBIENTAL Geografia ambiental é o estudo dos efeitos das ações do homem sobre o ambiente terrestre. Ela estuda mudanças climáticas globais, aumento do nível dos oceanos, desmatamento, processos de desertificação, poluição dos rios, lagos e mananciais de água, dentre outros efeitos no ambiente. O meio ambiente, comumente cha mado apenas de ambiente, envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Fazem parte do meio ambiente o solo, as habitações, o clima, as estradas, etc. Percebemos então que alguns dos elementos formadores do meio ambiente, como vegetação, os rios, os solos, etc., são produzidos diretamente pela natureza. Outros são resultados da atividade humana – os edifícios, as ruas, a agricultura, as pontes e barragens, etc. Podemos então dividir o meio ambiente humano em meio natural e meio social. O meio natural de uma área consiste nos elementos da natureza que interagem naquele lugar são, portanto, interdependentes e interessam aos seres humanos, porque ocupar esse espaço significa se relacionar com eles. Afirma-se comumente que a maneira como o ser humano ocidental vê seu meio ambiente deriva em parte da ideia judaico-cristã, segundo a qual, diferentemente das outras criaturas, o ser humano foi feito à imagem de Deus, tendo, portanto, o direito de dominar o mundo. A noção de um mundo destinado ao benefício da humanidade foi igualmente enunciada pelos gregos da Antiguidade: “As plantas foram criadas por causa dos animais e os animais por causa dos homens”, afirmou Aristóteles no século IV a.C. É discutível se este pensamento ocidental tornou-se possível ou ajudou a desenvolver a moderna tecnologia industrial e agrícola, que aumentou imensamente as ilusões humanas de domínio completo sobre a natureza, mas a verdade é que essas invenções foram quase inteiramente obras da civilização ocidental. A teoria segundo a qual as condições naturais governam o comportamento humano chama-se determinismo ou causalidade. Para que esse determinismo fosse válido, a localização de uma fábrica, por exemplo, seria determinada pela localização de matérias-primas e energia, algo que con traria os fatos, pois no mundo inteiro a localização das indústrias, desde a automobilística até as mais avançadas como a

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geografia Ambiental – Professor: Tibério Mendonça

INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA AMBIENTAL

Geografia ambiental é o estudo dos efeitos das ações do homem sobre o ambiente terrestre. Ela estuda mudanças climáticas globais, aumento do nível dos oceanos, desmatamento, processos de desertificação, poluição dos rios, lagos e mananciais de

água, dentre outros efeitos no ambiente. O meio ambiente, comumente chamado

apenas de ambiente, envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Fazem parte do meio ambiente o solo, as habitações, o clima, as estradas, etc.

Percebemos então que alguns dos elementos formadores do meio ambiente, como vegetação, os rios, os solos, etc., são produzidos diretamente pela natureza. Outros são resultados da atividade

humana – os edifícios, as ruas, a agricultura, as pontes e barragens, etc. Podemos então dividir o meio ambiente humano em meio natural e meio social.

O meio natural de uma área consiste nos elementos da natureza que interagem naquele lugar são, portanto, interdependentes e interessam aos seres humanos, porque ocupar esse espaço significa se relacionar com eles.

Afirma-se comumente que a maneira como o ser humano ocidental vê seu meio ambiente deriva em parte da ideia judaico-cristã, segundo a qual, diferentemente das outras criaturas, o ser humano foi feito à imagem de Deus, tendo, portanto, o direito de dominar o mundo. A noção de um mundo destinado ao benefício da humanidade foi igualmente enunciada pelos gregos da Antiguidade: “As plantas foram criadas por causa dos animais e os animais por causa dos homens”, afirmou Aristóteles no século IV a.C. É discutível se este pensamento ocidental tornou-se possível ou ajudou a desenvolver a moderna tecnologia industrial e agrícola, que aumentou imensamente as ilusões humanas de domínio completo sobre a natureza, mas a verdade é que essas invenções foram quase inteiramente obras da civilização ocidental.

A teoria segundo a qual as condições naturais governam o comportamento humano chama-se determinismo ou causalidade. Para que esse determinismo fosse válido, a localização de uma fábrica, por exemplo, seria determinada pela localização de matérias-primas e energia, algo que contraria os fatos, pois no mundo inteiro a localização das indústrias, desde a automobilística até as mais avançadas como a

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microeletrônica, tem como regra geral uma localização correspondente a fatores como mercado ou mão de obra qualificada, ficando os elementos naturais confinados tão somente aos caprichos de um lugar agradável para a moradia de uma sociedade.

No entanto, o oposto a esse determinismo, ou seja, a ideia de um controle total da humanidade sobre a natureza, também é incorreto. Torna-se evidente que a espécie humana ainda está sujeita à natureza, como o demonstram vários exemplos do nosso dia a dia.

Dessa forma, chegou-se à ideia de um meio-termo: o ser humano modifica a natureza com sua tecnologia, mas essas modificações são mais eficazes quando não contrariam a “natureza das coisas”, isto é, quando não ocasionam danos ambientais, que vão prejudicar os próprios seres humanos. As aplicações dessa tecnologia, assim, têm de ser estudadas com maior cuidado para evitar que as mudanças no meio ambiente não tragam mais prejuízos que benefícios à população.

Uma das características importantes do nosso planeta é a interdependência das suas partes. Todas as paisagens ou aspectos da Terra formam um conjunto, um sistema gigantesco. Os movimentos ou mudanças que aí ocorrem, como não podiam deixar de acontecer, dependem de energia. A energia que move esse sistema planetário provém de várias fontes: do interior da Terra, da gravidade, dos movimentos do planeta e, principalmente, do Sol, da radiação solar. É a energia do Sol que dá origem às formas do relevo, aos climas e à vida. Sem a radiação solar a Terra ficaria morta, escura e quase imutável. A energia solar alcança a Terra via atmosfera, distribui-se de forma desigual pelo planeta e depois volta ao espaço. Entre a entrada e a saída, a energia flui por diversos canais e se acumula por longos períodos de tempo (no carvão ou no petróleo) ou por pequenos períodos de tempo (nos animais, nos solos, nas árvores).

Os seres humanos são depositários de uma fração infinitesimal dessa corrente de energia. A intervenção humana no sistema Terra modifica a direção dessas correntes de energia (por exemplo, pela colheita de plantações, evitando que as plantas murchem e devolvam sua energia acumulada ao solo), altera a magnitude das correntes de energia (mineração do carvão, por exemplo). Dessa forma, é evidente que as ações humanas não podem ser confinadas e que elas acarretarão consequências em muitas partes do meio físico, além do local da intervenção.

Uma sociedade humana pode ser definida como um grupo de pessoas unidas por um conjunto de traços semelhantes, como por exemplo, traços culturais e étnicos. Ou seja, cada sociedade possui suas tradições, costumes e diversos outros fatores que a caracterizam e determinam.

Para falar de sociedade temos que falar de seu criador e responsável, o Homem. Além das necessidades biológicas imprescindíveis à sobrevivência de todo ser vivo, como alimentação e adaptação ao meio em que vive, o Homem se diferencia das outras espécies por seu “interesse motivador”, o qual, além de contribuir para a evolução da sociedade, ainda a sustenta. Esse interesse, que varia de pessoa para pessoa ou de sociedade para sociedade, pode ser exemplificado como o de buscar sempre novas experiências, de ser aceito no seu grupo social e de ser reconhecido e respeitado no seu ambiente.

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O meio natural representa um dos grandes bens da humanidade, pois sobre ele o homem desencadeia suas ações e se apropria de acordo com suas concepções sociais, econômicas e culturais, existindo uma inter-relação entre o meio natural e a forma de utilização desse meio.

A paisagem natural da área estudada reflete a situação biofísica dos ambientes que a compõem e foram registradas utilizando-se o conceito de regiões ambientais e unidades de paisagem.

Nos espaços onde os componentes naturais não registram mais suas características naturais, pelo processo de apropriação da paisagem, as unidades de paisagem transformaram-se em unidades antropogênicas, algumas das quais não preservam mais todas as suas formas e processos naturais.

No ambiente geográfico de nosso planeta, em algumas regiões, podemos notar uma diferença do ser humano para os outros animais: o homem, uma vez adaptado ao ambiente, consegue agir sobre ele; enquanto os animais precisam ajustar-se à geografia local. Isso não significa que o homem tenha poder sobre a natureza. Ele não pode evitar, por exemplo, que fenômenos naturais ocorram, embora possa prevenir-se de alguma forma.

Podemos observar que esses fatores naturais, de uma forma ou de outra, estão ligados à vida humana em sociedade, uma vez que, como consequência do que a natureza lhe ofereceu e graças a sua capacidade de adaptação, o homem pode evoluir através dos tempos. Daí a ligação entre meio ambiente e sociedade.

O atual modelo social surgiu a partir do desenvolvimento das atividades econômicas decorrentes do comércio. Este, por sua vez, propiciou o surgimento de uma nova estrutura geográfica das sociedades, que passaram a ser caracterizadas pelo binômio Centro/ Periferia.

A contradição nas relações Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos processos industriais criados pelo Homem. Esse processo é visto como gerador de desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porém, o homem se afastou do mundo natural, como se não fizesse parte dele. Com todo esse processo industrial e com a era tecnológica, a humanidade conseguiu contaminar o próprio ar que respira, a água que bebe, o solo que provém os alimentos, os rios, destruir florestas e os habitat dos animais. Todas essas destruições colocam em risco a sobrevivência da Terra e dos próprios seres humanos.

O elevado índice de consumo e a consequente industrialização esgotam ao longo do tempo os recursos da Terra, que levaram milhões de anos para se compor. Muitos desastres naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente. Ao contrário de muitos que pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior agressor é o homem, que não se deu conta de que deve sua existência a ela.

Todos esses processos industriais transformam o meio ambiente, poluindo o ar, a água, o solo, destruindo florestas, fazendo com que muitas pessoas se afastem e não tenham contato com o mundo natural, ou seja, interagindo em equilíbrio com todos os seres do planeta. Os sentidos básicos do homem como o instinto, a emoção e a espiritualidade se perdem sem essa interação com a natureza.

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Mesmo que o homem tenha hoje uma maior consciência sobre sua intervenção no mundo natural, o que podemos até considerar um avanço, mediante as grandes degradações que já ocorreram até agora, ainda não há coerência suficiente. Ou seja, muitas ações deveriam ser colocadas em prática para a preservação do meio ambiente como um todo. O que vemos atualmente é que os índices de degradação aumentaram, enquanto de um lado existem muitos lutando por um mundo melhor para todos, de outro lado, a grande maioria busca seu próprio crescimento econômico, com o objetivo de consumir cada vez mais, e como consequência, consumir mais recursos naturais, ocasionando a degradação, sem se preocupar e muitas vezes sem saber, que esses recursos muitos não são renováveis e não são infinitos.

Durante séculos a natureza foi considerada pelo homem como uma despensa – onde este retirava o máximo dos recursos naturais e como um depósito de lixo – onde podia jogar todos os resíduos do processo produtivo. Este valor equivocado dado a natureza pelo homem, visando apenas o interesse econômico, fez com que este durante toda a sua história buscasse o desenvolvimento a qualquer custo, esquecendo-se de que a qualidade de vida está intimamente ligada a preservação dos recursos naturais.

Hoje podemos perceber que existe no mundo todo, uma grande preocupação com a defesa do meio ambiente, pois se destruirmos os recursos que são indispensáveis à sobrevivência das espécies, estaremos colocando em risco o futuro de toda a humanidade.

A partir desta constatação o desafio enfrentado nos dias atuais é o de garantir as futuras gerações um ambiente saudável e equilibrado, por meio do desenvolvimento sustentável – que busca uma harmonia entre crescimento econômico e preservação do meio ambiente.

Os problemas ambientais já vêm de longa data, desde a época em que o sistema industrial se desenvolveu na Europa e depois se transferiu para a América do Norte, aumentando cada vez mais a pressão sob o planeta. Recentemente, os problemas ambientais se agravaram, devido ao crescimento populacional desenfreado e suas vontades de viver num mundo industrial e tecnológico. O maior problema do planeta hoje é entender e resolver as relações Homem-Terra, para que se consiga viver em harmonia e em equilíbrio com o Planeta. O meio ambiente vem se constituindo em uma das mais importantes dimensões da vida humana e é objeto de análise de diferentes grupos e classes que compõem a sociedade contemporânea. Sociedade esta que se baseia na produção e no consumo, gerando incertezas quanto à possibilidade de evitar ou recompensar os problemas causados pela modernização industrial.

Na atualidade, a abordagem da questão ambiental está a exigir de cada um de nós em particular e, acima de tudo, da sociedade como ser social (nós somos componentes desse ser coletivo) uma tomada de posição mais imperativa. Somos cônscios (conscientes) que esta, por si só, não é capaz de pôr um ponto final nas profundas mazelas que vêm sendo cometidas contra o patrimônio natural/social, cujos efeitos nocivos incidem direta e indiretamente sobre todos os seres vivos. Entretanto, é possível paralisar e mesmo retroceder o processo de destruição apesar de estarmos convictos de

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que a eliminação definitiva do perigo ecológico-ambiental passa, necessariamente, pela liquidação das relações de propriedade privada e de antagonismos de classes. Essa tomada de ação consciente, podemos assim dizer, tende a crescer em nossos dias em direção a uma crescente uniformização de entendimentos das causas reais geradoras da nefasta desestabilização do ambiente natural.

Se no passado não muito distante a palavra de ordem traduzia-se em postura mais contemplativa, em conservacionismo puro, etc., hoje, o impacto da destruição atinge-nos muito mais concretamente em virtude de ter-se ampliado de forma considerável o quadro das violações, premeditadas ou não, em razão do maior desenvolvimento anarquista das forças produtivas que estruturam o modo de produção capitalista. A nova palavra de ordem passa a ser cada vez mais impositiva, em razão de a perspectiva de salvar gerações futuras de vivências degradadas incorpora-se como atributo de valor maior na consciência social de significativos segmentos de nossa sociedade.

O desenvolvimento harmônico de uma sociedade depende, basicamente, de uma biosfera sadia como sistema integrado e autorregulado suficiente para dar continuidade a sua reprodução nova se, o homem no processo de sua produção material respeitar as suas leis de funcionamento e evolução. Para tanto, há que se pautar por uma conduta superior orientada no sentido de tornar consciente e planificada a relação interdependente Homem-Natureza, a fim de que se possa criar um meio propício — nos parâmetros naturais e sociais — à vivência dos seres vivos.

Esta organização harmoniosa, denominada pelos ecologistas de "ecodesenvolvimento", consiste na transformação racional do meio ambiente em benefício do ser humano e do próprio meio, tendo em vista que a simples conservação é insuficiente para manter o equilíbrio natural dos processos da biosfera.

É necessário questionar que não basta, simplesmente, conhecer as causas determinantes da profunda desestabilização do binômio Homem-Natureza; não é suficiente apelar, pelas leis científicas que regem os fenômenos naturais e os sociais; pelos princípios éticos, humanísticos, religiosos, estéticos, etc., como também para a consciência do ser humano no sentido de que assuma uma conduta de respeito à natureza e à sociedade; que não é suficiente invocar a vontade, a bondade, a compreensão, a fraternidade, o bom senso, enfim, por toda e qualquer "postura de pedinte", para pôr fim ao contínuo processo de violação e destruição do binômio Natureza-Homem.

O surgimento do homem na Terra, necessitado de uma perfeita interação com a mesma e seus elementos constituintes, e esta interação, principalmente como meio de sobrevivência, tornou-se cada vez mais conflitantes, associado ao desenvolvimento humano e ao crescimento social permitiu sua ampliação ao domínio dos elementos da natureza e consequentemente a intensidade e extensão dos impactos ambientais.

Convive-se então com um cenário de crise econômica com baixa capacidade de geração de emprego, e uma crise ambiental sem precedentes, que não se sabe onde esta, e nem onde vai chegar, sabe-se apenas que é uma questão real, e que tem reunido pessoas, e organizações de todo mundo. As sociedades sustentáveis combatem o

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desperdício, privilegiam o coletivo e o bem comum, não viola os direitos humanos, ou seja, defende a biodiversidade sócio-cultural.

A palavra desenvolver, na sua origem, tem o sentido de “desembrulhar”, “desenrolar”, “libertar” ou “expandir uma coisa que estava embrulhada ou envolvida”.

Com essa definição percebe-se que o desenvolvimento é fundamentalmente caracterizado por hábitos, costumes e pensamentos de um povo que se desenvolve com o passar do tempo mais que apresenta para a sua nação um crescimento. Nenhum desenvolvimento pode vir de fora para dentro, principalmente, de forma imposta eliminando a particularidade e característica de cada um. O que se tem mais observado na sociedade moderna é uma imposição de desenvolvimento dos países desenvolvidos em relação aos países em desenvolvimento.

Será esse o sentido real de desenvolvimento? Será que esse tipo de desenvolvimento traz maior dignidade ao ser humano? Será essa a única ou a melhor maneira de contribuir para a melhoria das condições de vida dignas para o ser humano?

A importação de modelos desenvolvimentistas tem resultado em enorme fracasso para a maioria da população mundial. É a partir da Segunda Guerra Mundial, que cresce o interesse sobre os modelos de crescimento econômico. As necessidades, metas e participação do ser humano foram marginalizados em benefícios dos objetivos macroeconômicos. A expansão acelerada e ininterrupta da internacionalização da economia capitalista, o crescimento do comércio, configurou-se um processo de integração seletiva de alguns países periféricos da economia mundial, incorporados aos planos de expansão do capital mediante uma nova divisão internacional do trabalho. Este processo é marcado também pela perca sem precedentes da capacidade do poder do Estado. As decisões internas de cada país dependem e em grande escala das decisões internacionais, cada vez mais, é maior a dependência, dos países em desenvolvimento, em relação às grandes corporações e ao capital estrangeiro. Uma das alternativas é a formação de blocos econômicos – UE, Mercosul, etc., mais esses blocos tendem a diminuir o poder, fronteiras ou barreiras de cada Estado, que são obrigados a cumprir uma série de exigência para enquadrar neste novo contexto.

O resultado é uma inevitável uniformalização dos padrões, gostos, costumes e valores culturais, levando a uma hegemonia cultural, ou massificação de algumas culturas.

Este processo leva a acreditar em um desenvolvimento não como redução gradativa das desigualdades socioeconômicas, mas como eliminação da pobreza; Mas na prática, segue em uma outra direção, é um desenvolvimento social acompanhado de um real processo de democratização do poder.

Hoje, predomina a crença de que o problema da fome, do desemprego, das favelas, da violência parece solucionar por meio de três pilares: Internacionalizar, promover abertura e privatizar.

Nesta concepção de desenvolvimento não faz referência às prioridades sociais, fortalece e amplia a competitividade, a eficiência com a redução dos salários, a expulsão e o desligamento de trabalhadores da economia formal.

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Neste processo, países ricos e poderosos tornam-se mais poderosos, e os pobres, mais miseráveis; e a capacidade financeira do Estado para atender as demandas urgentes das massas leva ao desemprego, custo e baixa qualidade da educação, falta de segurança e deteriorização generalizada da qualidade de vida. Vive-se num mundo em que a indeterminação atinge o ser. O novo traz uma incerteza insuperável de organização e de desintegração, não fornece nenhum caminho certo para o futuro; tudo está em constante transformação e isso acarreta mudança no mundo dos conceitos.

Esta crise desenvolvimentista é sempre uma crise global que causa impacto não somente na economia, mas também na política, na educação, na cultura, etc.

O desenvolvimento sustentável pregado pelo mercado se interpreta como a necessidade de organizar as atividades produtivas através do estímulo, da iniciativa e da criatividade privada, que em si não resolve o problema das pessoas em desfrutar de um acesso equitativo das oportunidades. Meio ambiente X processo de desenvolvimento econômico

O processo de desenvolvimento adotado, em especial pela cultura ocidental, encontra-se alicerçado no crescimento econômico e têm produzido infinitas alterações na natureza, muitas delas praticamente irreversíveis. Configura-se assim, uma crise ambiental transfronteiriça de proporções gigantescas.

A degradação do ambiente vislumbrada atualmente originou-se a partir das mudanças ocorridas nos meios de produção e geração de riquezas, até então baseadas na cooperação individual. Com o advento da Revolução Industrial, ocorreram profundas transformações sociais e econômicas em todo planeta. A partir daí, uma nova relação de denominação, baseada na satisfação de suas ambições e na simples absorção das riquezas naturais.

A prática passou a ser a exploração irracional dos recursos naturais e de energia, subjugados à atividade econômica. Estabeleceu-se assim uma proposta de desenvolvimento econômico ilimitado baseado em recursos finitos. Os problemas de ordem ambiental que surgem a partir de então, mostram-se cada vez mais complexos e evidentes, capazes de modificar a qualidade de vida de milhões de pessoas.

O desrespeito ao meio ambiente é facilmente identificado, seja em grandes centros urbanos ou mesmo nos lugares mais periféricos. Em nome do desenvolvimento econômico, muitos países, de forma predatória, utiliza-se das riquezas naturais sem a preocupação de sua conservação. Essa ideologia desenvolveu-se com base na grande abundância de recursos naturais existentes e na falsa ideia de serem eles ilimitados. Em virtude disso, apesar das mudanças causadoras de desequilíbrios no maio ambiente, “os preços de mercado, no entanto, não consideram tais perturbações, deixando-as de lado no cálculo econômico, dessa forma reforçando os desequilíbrios” (CAVALCANTI, 2002, p.27). Essa visão antiquada de que os bens ambientais seriam gratuitos não pode mais justificar-se diante da crise ambiental configurada.

A problemática que envolve a questão da economia e do meio ambiente está alicerçada em dois eixos conflitantes. De um lado, parte-se do princípio de que as

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técnicas de produção que permitem o crescimento econômico e um modo de consumo predatório produzem graves consequências ao meio ambiente verificado através de um desequilíbrio dos ecossistemas. Por outro, depara-se com uma visão segundo a qual os efeitos gerados pela proteção ambiental impõem limitações ao desenvolvimento dos países através de elementos externos ao processo autorregulador do mercado.

Diante dessa dualidade, vem sendo solidificada uma visão conciliadora, que propõe um desenvolvimento sustentado de forma a compatibilizar o crescimento econômico com uma política de preservação ambiental, a fim de buscar a realização de um objetivo maior, que vem a ser o bem estar e a felicidade dos homens. Essa alternativa de desenvolvimento tem por pressuposto uma sociedade sustentável, onde o “progresso deve ser apreendido pela qualidade de vida e não pelo puro consumo.” (CAVALCANTI, 2002, p. 28).

“Para ser sustentável, com efeito, o sistema econômico deve possuir uma base estável de apoio. Isto requer que as capacidades e taxas de regeneração e absorção sejam respeitadas. Se não for assim, o processo econômico vai se tornar irremediavelmente insustentável.” (CAVALCANTI, 2002, p. 38). Sendo assim, a natureza deve ser encarada como um fator restritivo ao crescimento econômico sempre que este representar uma diminuição na qualidade de vida das pessoas, e risco à disponibilidade de bens naturais às futuras gerações.

Optar pelo desenvolvimento sustentável representa aceitar que o crescimento econômico infinito e sem limitações ecológicas conduz a uma grande crise ambiental que apresenta muitas vezes consequências irreversíveis. Dessa forma, todos somos levados a pensar sistematicamente, tanto prós, quanto contras de uma abordagem alternativa ao desenvolvimento, ou simplesmente deixar que as coisas aconteçam como sempre aconteceram.

Diante da configuração de uma crise ambiental e de um aparente antagonismo entre crescimento econômico e preservação ambiental, pensar em alternativas conciliatórias de forma a garantir o equilíbrio da exploração ambiental e sua preservação, com o crescimento econômico. A grande questão então será: harmonizar riqueza coletiva existente e finita (riquezas naturais), com riqueza individual e criável (riquezas econômicas). Principais problemas que surgiram da relação entre meio ambiente e desenvolvimento econômico

Desde o seu surgimento na face da Terra, o homem tem provocado modificações

no espaço geográfico, decorrentes de sua interação com a natureza. Por muitos séculos, os impactos causados no meio ambiente foram limitados a pequenas proporções, em virtude da baixa concentração populacional e, sobretudo pela pouca capacidade técnica, que restringia as possibilidades de transformação no meio ambiente.

Com o crescimento populacional e o avanço técnico, a interferência humana na natureza foi se intensificando e provocando graves impactos ambientais. A poluição do solo, do ar, das águas, o desmatamento, o agravamento do efeito estufa e a destruição

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da camada de ozônio, são apenas alguns exemplos dos problemas que assolam a sociedade contemporânea.

Durante muito tempo, os impactos ambientais restringiam-se ao âmbito local, tendo suas causas facilmente identificadas: poluição do ar devido à queimada de florestas, desmatamento para a agricultura, etc. Com a evolução técnica e a crescente demanda por consumo, as formas de exploração foram se aprimorando em intensidade e abrangência, provocando efeitos globais.

As consequências da forma predatória de exploração do ambiente são das mais variadas: destruição da camada de ozônio, alterações climáticas, desmatamento, efeito estufa, extinção de espécies, escassez dos recursos hídricos, bem como, poluição das águas, ar e do solo. A compreensão de cada uma delas é importante para que se possa entender as suas causas e buscar alternativas de desenvolvimento, sem que para isso interfira no equilíbrio da natureza.

Um fator que desencadeia grande preocupação no mundo todo é a alteração climática, que tem no homem o seu maior responsável. Segundo a grande maioria dos especialistas, sua principal causa é a queima de materiais fósseis (petróleo e carvão mineral) muito utilizados desde o início da Revolução Industrial. Com o aumento da temperatura média, o gelo existente nas zonas polares poderá derreter-se, total ou parcialmente, o que inundaria cidades e plantações, provocando o êxodo de milhões de pessoas.

Intrinsecamente ligado ao aumento da temperatura terrestre, está à destruição da camada de ozônio. Sua formação há 400 milhões de anos foi fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra e indispensável para sua continuidade. Esse gás tem função de filtrar os raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Sem essa proteção haveria uma diminuição da capacidade de fotossíntese das plantas e desencadearia um número ainda maior de doenças como câncer de pele, alterações no sistema imunológico e perturbações da visão.

As alterações do clima e a destruição da camada de ozônio são sentidas juntamente com o efeito estufa, que retém o calor proveniente das irradiações solares, como se fossem o vidro de uma estufa de plantas. Ainda não se pode prever a forma com que esse fenômeno se manifestará no futuro. No entanto, estima-se que o superaquecimento poderá causar calamidades relacionadas a variações climáticas, tais como, inundações (decorrente do derretimento das geleiras e chuvas torrenciais), furacões (provocados pela elevação atmosférica por causa da temperatura). A partir daí desencadeará uma série de consequências danosas aos ecossistemas, atingindo a fauna e a flora que não conseguirem se adaptar às novas mudanças.

Muito frequentes ainda, têm sido os problemas ambientais advindos com o gerenciamento do lixo, em especial o urbano. Gerado pela intensa produção capitalista, o lixo acumula-se nas grandes cidades, como resultado do caráter descartável do consumo. Estima-se que “em todo mundo, as pessoas que residem nas cidades produzem cerca de 0,5 a 2 kg de lixo sólido, por pessoa, por dia” (CORSON, 1996, p.5). A essa grande quantidade de detritos, tem-se dado o destino mais cômodo, ou seja, os aterros sanitários. A precariedade na armazenagem dos lixões tem poluído gravemente as águas

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de superfície e subterrâneas. Além disso, a decomposição do lixo orgânico produz metano, um gás que pode causar explosões.

As consequências da exploração predatória do homem não param por aí. Outras modificações podem ser facilmente identificadas a nível global. A cada ano a ocorrência de fenômenos como chuvas ácidas, aumento das áreas de desertificação, extinção de espécies, poluição dos mais variados tipos, desmatamentos são mais frequentes, representando uma série ameaça à sobrevivência humana.

Nem sempre as origens dos desequilíbrios ambientais são facilmente identificadas. Como a atmosfera é uma só e as águas se interligam, as consequências dos problemas ecológicos atingem facilmente proporções planetárias. Baseado nisso, de nada adianta transferir uma indústria altamente poluidora, de uma região para outra, porque seus efeitos adquirem repercussão global.

Tudo que ocorre em um determinado local acaba de uma forma ou de outra afetando os demais. Num mundo globalizado, a falsa ideia de que cada país tem o direito de fazer o que melhor lhe convir com o seu território e com suas paisagens naturais, sede lugar a uma compreensão cada vez mais clara da existência de uma interdependência entre as nações. De forma ilustrativa pode-se dizer que:

[...] as enormes queimadas de florestas na África ou na América do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam; elas fazem diminuir a massa vegetal sobre o planeta (e as plantas, pela fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais importante, liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato que acaba por atingir os seres humanos. (VESENTINI, 2000, p.317).

Inúmeros outros problemas advindos da exploração desregrada da natureza pelo homem poderiam ser citados. Todos eles convergem no sentido de que os problemas que dizem respeito aos organismos vivos atravessam as fronteiras formais dos Estados e, portanto, necessitam ser tratados de forma sistêmica e globalizada, sem descuidar-se do aspecto local. Crescimento populacional e as ações sobre o meio ambiente

A taxa de crescimento da população mundial diminui, mas ainda assim aumenta rapidamente. Calcula-se que no ano 1 da Era Cristã, o número de habitantes de nosso planeta era de aproximadamente 250 milhões. Em 1650, atingimos a marca de 500 milhões de habitantes; de 1 bilhão, em 1804; de 3 bilhões, em 1960 e em 2011, são cerca de 7 bilhões de habitantes.

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Como se observa, o crescimento populacional ao longo dos anos se deu em ritmos

diferentes. Antes da Revolução Industrial tínhamos um crescimento relativamente lento, ao passo que o pós-Revolução Industrial, esse crescimento se intensificou provocando um impacto nas relações do homem com o meio ambiente. Esse impacto pode ser entendido como esgotamento de recursos.

Prevê-se que a população humana aumentará de 7 bilhões para 8, 10 bilhões ou mais entre 2011 e 2100, com um crescimento particularmente rápido nos países como a China e Índia. Esse fato levanta uma questão importante: O mundo pode fornecer um padrão de vida adequado para 2 ou 3 bilhões de pessoas a mais sem que haja um vasto dano ambiental?

A Terra está superpovoada? Se estiver, quais medidas devem ser tomadas para diminuir o crescimento populacional? Alguns argumentos que o planeta já está lotado, e em especial os países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde altas taxas de consumo de recursos ampliam o impacto ambiental de cada pessoa. Outros encorajam o crescimento populacional como forma de estimular o crescimento econômico.

Essa visão simplista, no entanto, não relaciona a questão ambiental aos aspectos ligados ao desenvolvimento e ao crescimento econômico, ou seja, não incorpora que os padrões de produção e consumo, até então conhecidos, são extremamente devastadores e poluidores.

Assim, para a linha de pensamento neomalthusiana, apenas a dimensão demográfica é considerada, colocando-se na esfera do crescimento populacional o centro dos problemas econômicos, sociais e ambientais. A redução do crescimento da população dos países subdesenvolvidos bastaria para eliminar os problemas ambientais, além de contribuir para uma diminuição da população pobre.

Assim, os problemas ambientais globais, exceto no caso da perda de biodiversidade, seriam resultado, majoritariamente, do padrão de consumo dos países

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mais industrializados. Enquanto isso, os países menos industrializados estariam envolvidos em problemas como a desertificação, o desmatamento, enchentes, esgotamento de recursos naturais, além de problemas emergentes como poluição do ar e chuva ácida.

A contribuição relativa dos diferentes países para os diversos problemas ambientais apresenta-se de forma diferenciada. Atualmente, pode-se concluir que os países de industrialização mais avançada possuem a maior parcela de responsabilidade, provocando a maioria dos problemas ambientais mais sérios, como o efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio e o acúmulo de lixo tóxico.

Portanto, não se pode atribuir o atual grau de degradação ambiental global apenas ao crescimento da população, mas principalmente aos padrões de produção e consumo que vêm caracterizando a industrialização e o consumo. Desse modo, a trajetória futura da problemática ambiental mundial dependerá basicamente da evolução de dois fatores: a) do grau de incorporação de países atualmente subdesenvolvidos aos padrões de produção e consumo que prevalecem nas sociedades industrializadas; b) do ritmo de desenvolvimento e adoção de tecnologias que permitam padrões de produção e consumo mais condizentes com o bem-estar ambiental, tanto nos países atualmente desenvolvidos, como naqueles que deverão se desenvolver durante o intervalo.

O crescimento da população, aliado a um consumo excessivo e a uma economia globalizada, tem trazido grandes preocupações por parte de ambientalistas, sociólogos, ecologistas, dentre outros setores. O planeta está no seu limite de suporte e seu capital natural/humano acaba sofrendo profunda alteração, cujos impactos socioambientais vão desde fome, miséria, desigualdade, violência e desemprego à reações adversas da natureza que por sua vez vêm castigando varias regiões a nível global.

Tais fatores foram desencadeados por uma desordem econômica e social, devido a um modelo predatório que continua ocorrendo de forma heterogênea, tornando difícil qualificá-los. Entretanto, a falta de percepção por parte da humanidade, que por sua vez cria e recria seu espaço as custas da apropriação da natureza, impede de visualizar a complexa relação homem x meio ambiente. Tendo em vista que muitas cidades já se encontram com sua capacidade de suporte superado, configurando um quadro de degradação transnacional, é de se

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imaginar que precisaríamos de um planeta 30 % maior para acomodar o modelo social vigente. O capital natural da Terra vem sendo ameaçado a cada dia devido aos avanços de fronteira econômica, expansão agrícola, assentamentos humanos desordenados, desmatamentos e especulações imobiliárias que, por falta de projeto de prevenção, acabam remediando os danos depois de fragmentá-los. E o custo para inverter o problema é tão alto que fica impossível reconstruir os ecossistemas agredidos.

Nessa abordagem, o modo como nos inserimos no ambiente resulta em um conjunto de relações sociais que, por sua vez, constrói um tipo específico de relacionamento com a dimensão natural. Relação essa, que se encontra em total descompasso em virtude do padrão societário atual. Mas, o que fazer diante da complexidade que essa relação se encontra?

O exercício da cidadania participativa poderia ser o caminho para uma sociedade sustentável, pois, a maioria da população jamais participou de uma ação social que vise a promoção de uma melhor qualidade de vida, de uma ação que busque uma relação mais transparente entre a sociedade e o poder instituído. O que temos é uma sociedade que continua querendo dominar a natureza, ao invés de interagir com ela, apresentando uma ação predatória e potencialmente ameaçadora da vida na Terra. Tem-se, ainda, a falta de projetos que questione as desigualdades sociais e os princípios de uma justiça ambiental que são temas importantes da busca pela sustentabilidade. A natureza passa a ser objeto mercadológico engendrado num processo de privatização do uso do meio ambiente comum, especificamente do ar e da água, o qual a humanidade depende. E é o custo econômico e social desse comércio que torna preocupante, já que passa a ser inadequado no auxílio ao desenvolvimento. A sociedade em que vivemos pode e deve ser planejada com padrões de menor porte e com produção descentralizada em bases sólidas, em termos tecnológicos, disponíveis democraticamente e gerados a partir das necessidades da coletividade. Porém, muitos estudiosos na área questionam sobre o tempo disponível que se tem para uma sensibilização e conscientização da população em nível global. As catástrofes já ocorrem em escalas cada vez maiores. A própria meteorologia se tornou um tanto quanto imprevisível e o homem, vítima de si mesmo, continua insistindo em usar intensivamente - e de forma errônea - os recursos naturais. Por outro lado, não é preciso ser tão pessimista quanto ao assunto em questão. Tem-se caminhado - e muito! - em busca de soluções, mas, é preciso estar atento a banalização feita em muitos discursos à cerca dos termos meio ambiente, desenvolvimento sustentável, ecoturismo entre outros. Existe uma grande diferença entre fazer declarações politicamente corretas e se comportar de forma não condizente com a declaração. Portanto, na qualidade de membros do planeta Terra é preciso, urgentemente, perceber que a sustentabilidade deve existir tanto nos ecossistemas quanto na sociedade humana, bem como nas formas sociais de apropriação e uso desses recursos do ambiente.

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Uma sociedade do consumo A industrialização atual resulta de um processo evolutivo iniciado com a Revolução

Industrial ocorrida na Europa e particularmente na Inglaterra a partir do século XVIII. Esse período industrial significou a passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbana e industrial. Dessa forma, podemos dizer que como a produção, o consumo é um fator fundamental para a produção do modelo de acumulação capitalista.

A partir da segunda metade do século XX, os níveis de consumo cresceram rapidamente nos diversos países. A redução dos custos de transporte de mercadoria e a rápida apropriação das inovações tecnológicas provenientes da Terceira Revolução Industrial tornaram possível às empresas colocar no mercado, a preços relativamente acessíveis e em grande quantidade, novos tipos de bens de consumo, objetos que iriam mudar os hábitos da população e criar novas necessidades. Desde então, existe uma disputa acirrada entre as grandes corporações para “abocanhar” partes cada vez maiores de mercado consumidor dos países em que desenvolvem suas atividades.

O consumo hoje vem tornando-se um dos grandes problemas causadores da destruição do meio ambiente. Por quê? Simplesmente porque todo o material necessário para a fabricação de celulares, computadores, roupas, carros, asfalto, casas etc., vêm da natureza; e como, a cada dia que passa, o mundo tem mais gente, a necessidade das indústrias de retirarem matérias-primas do meio ambiente torna-se mais agressiva. E para onde vai todo o material que descartamos? Para os bueiros, rios, para o ar que respiramos.

Produtos que consomem uma enorme variedade de recursos extraídos da natureza, não são oferecidos como necessidades, e tornaram-se emblemáticos na sociedade de consumo que se traduz como democrática, pois teoricamente, todo esse poder está ao alcance dos ricos e dos pobres.

Este descaso já vem de longe, o meio ambiente está sofrendo profundas alterações, às vezes são rastros de destruição jamais recuperados, ou seja, perdidas, pondo em perigo a sua própria existência, pois através desta destruição é que pode estar algum tipo de cura jamais conhecidos.

O ritmo consumista está trazendo problemas seriíssimos, insustentáveis, não se pode nem medir o valor da perda só assistindo o planeta responder de forma dramática.

Os cenários como shoppings, arranha-céus, indústrias, são considerados normais, os valores relacionados com a natureza não têm valor, na verdade é tratada como empecilho ao progresso.

Estas construções levam a várias complicações, pois muitas delas são feitas sem medir o impacto que podem causar. Ruas, quando chove, ficam inundadas. Carros parecem que têm mais que gente, um trânsito louco, poluição constante.

Os recursos ecológicos são elementos do meio ambiente necessários à vida, mas são tratados com desprezo e muito abuso. Os alimentos fornecidos pelas plantas e animais, água e ar são muito importantes à sobrevivência de qualquer ser vivo. Já o aço e petróleo, por que tanto apreço?

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É frequente o prejuízo ambiental, por causa deste descaso, não havendo fronteiras que impeçam os poluentes de cruzarem, afetando todo tipo de vida. A natureza vem reclamando e respondendo as agressões sofridas, através de várias manifestações, ocasionado por causa da poluição que o homem produz.

Temos o costume de comprar coisa sem necessitarmos, sem verificarmos de onde veio aquele produto, e isso, ajuda bastante para a degradação de nossos recursos naturais. Não bastando este problema, o consumismo realizado da maneira que vem sendo feito, tem influência negativa na pobreza, aumentando as desigualdades sociais, danificando o meio ambiente e as condições de vida de pessoas mais pobres. Para termos uma ideia, nosso planeta possui aproximadamente 7 bilhões de pessoas, onde 1/3 tem acesso ao consumo. Se esta forma predatória de consumir fosse igual para todos os 7 bilhões de pessoas do nosso planeta, iríamos precisar de quase 3 planetas Terra para satisfazer nossas necessidades.

Então, o que queremos dizer é: o consumo precisa ser consciente. Precisamos ter a ideia de que não é simplesmente porque temos dinheiro que podemos comprar tudo o que vemos pela frente e ninguém estará saindo em desvantagem. É claro que nos sentimos bem quando compramos algo novo, mas o planeta Terra não está suportando mais a exploração do ser humano de seus recursos naturais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERRY, THOMAS. O Sonho da Terra. Petrópolis: Vozes, 1991. BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate. São Paulo: Moderna, 2004. CAVALCANTI, Clovis (org). Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. 4ed. São Paulo: Cortez, 2002. Consumo x Meio Ambiente. Disponível em: < http://www.webartigos.com > Acesso em 13 julho 2011. CORSON, Walter H. Manual Global de Ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise do meio ambiente. 2ª ed. São Paulo: Augustus, 1996. DREW, DAVID. Processos Interativos Homem-meio ambiente. São Paulo: Difel, 1996. HOGAN, DANIEL JOSEPH. Crescimento Demográfico e Meio Ambiente. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, v. 8, p. 61-69, dez. 1991. MILLER, G. TYLER. Ciência Ambiental. 11ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. População e Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.portaldomeioambiente.org.br> Acesso em 13 julho 2011.

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RECURSOS NATURAIS: A ÁGUA EM QUESTÃO

Com a evolução dos tempos a humanidade passou a perceber a necessidade de debater os diversos caminhos do desenvolvimento e não simplesmente voltado à ótica do crescimento, da aplicação de tecnologias, do avanço industrial, do crescimento da rentabilidade das operações, entre outras. Vê a necessidade de construir uma compreensão que leve a um desenvolvimento sustentável, onde os avanços sejam conjugados de forma harmônica com os recursos naturais indispensáveis para a sobrevivência humana e das espécies vivas, existentes. Assim, para falar em desenvolvimento é indispensável que o façamos sob a ótica de sua sustentabilidade, visando a defesa e preservação dos recursos naturais. Os recursos naturais podem ser estudados em seu conjunto, compreendendo todos àqueles necessários à sobrevivência humana e das espécies vivas. Falar sobre a água nos remete a discorrer sobre um recurso natural que possui pública relação com a preservação da vida, e que também demonstra importância à agricultura. Podemos destacar ainda a utilização de água para a produção de energia e produção de energia e produção industrial. Mesmo com sua sólida importância, este recurso natural sofre reverses em duas frentes de batalha, uma resultante de sua escassez natural e outra relacionada ao processo de poluição existente. Assim, debater desenvolvimento sustentável significa, neste aspecto, saber construir caminhos os quais sejam conciliáveis com os interesses naturais, preservando e recuperando o ecossistema. Este bem vital para a humanidade e seu desenvolvimento, está distribuído, conforme vários estudos realizados, em 97,2% nos mares, oceanos e lagos salgados, enquanto a água doce representa apenas 2,8% do total de água existente no planeta. Deste percentual de água doce, 76,7% encontra-se em geleiras e lençóis glaciais, 22,3% em lençóis subterrâneos e apenas 1% é água encontrada na superfície. Soma-se a isso a explosão demográfica em curso, e podemos visualizar a dimensão da escassez deste recurso natural. Somente para exemplificar, segundo dados da ONU, cerca de 1 bilhão de pessoas não possuem acesso a água potável, podendo este número chegar a 2.500 bilhões até o ano de 2050. A escassez da água doce é acentuada pela forma de sua utilização: 73% do consumo de água é destinado aos processos de irrigação para a agricultura, 21% é destinado à indústria e apenas 6% está para o consumo doméstico. Dentre estes números, destacamos que toda a água utilizada para a irrigação somente 40% são absorvidos pela planta, sendo que, o restante, ou seja, 60% de toda água utilizada nos processos de irrigação são perdidas. (CORSON, 1996). Os processos de irrigação são ineficiente, gerando o desperdício anunciado, soma-se a isso o fato de que também na indústria e no consumo doméstico, a humanidade não está preparada para compreender o problema da escassez do recurso, tudo isto nos remete para uma situação intensamente crítica deixando um legado de incertezas para os que virão. É indispensável a aplicação de tecnologias que otimizem a utilização da água na agricultura e no setor

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industrial, não sendo possível que em nome dos rendimentos financeiros em maior escala, se utilize a água como recurso natural inesgotável. O processo de poluição existente atua de forma decisiva para piorar ainda mais esta situação. A industrialização trouxe consigo evidentes contraindicações que resultam na poluição crescente dos mananciais de água doce. Segundo, Walter Corson: “as atividades industriais e de mineração são as principais fontes poluentes das águas nos países industrializados.” Ao lado disso o autor acrescenta que também “a agricultura é uma fonte principal de poluentes orgânicos e inorgânicos através dos fertilizantes, pesticidas, herbicidas e restos de animais.” (CORSON, 1996, p. 163). Fator decisivo para o processo de poluição em curso tem como exemplo, a situação da destinação do lixo. Assim é possível visualizar que a depredação do meio ambiente é causa de preocupação à sobrevivência da espécie humana e de tantas outras espécies de vida. O desenvolvimento desenfreado a qualquer custo, baseado simplesmente na otimização dos lucros, deve ser substituído por um desenvolvimento sustentável, capaz de otimizar a vida com qualidade. O breve quadro da situação da água, apontado acima, faz refletir que é urgente gerar desenvolvimento sustentável, capaz de atender as expectativas socioeconômicas, bem como, as expectativas ambientais, onde todos os setores envolvidos no processo possam coexistir, desde às indústrias até a vida silvestre. Tal ideia está focada no fato de que, mesmo existindo interesses variados, não significa que sejam conflitantes. Neste sentido, nada impede que, se utilize água no processo de irrigação agrícola, mas que o faça adaptando tecnologia capaz de diminuir o desperdício d’água. Que se aplique a legislação existente, eliminando-se a existência de lixões em locais inadequados e que se agregue mecanismos de reciclagem eficientes. Pensar desenvolvimento sustentável significa repensar os processos de produção e industrialização existentes, adequando todos aos mecanismos as necessidades ambientais, já resultantes de legislações específicas. Significa construir e consolidar uma conscientização universal de interpretação da realidade mencionada supra, e da necessidade de transformá-la para salvar os recursos naturais existentes e consequentemente a espécie humana e outras formas de vida existentes.

Várias mobilizações em defesa d’água, como fonte de desenvolvimento sustentável, ganham espaço no cenário nacional e internacional. O processo de defesa d’água deve ser palco para o conjunto da população, com sua própria conscientização, mas também deve ser pauta dos governos e dos capitalistas que operam os meios de produção. Ou seja, sabe-se que a água é recurso natural escasso, que há muito desperdício em sua utilização, bem como que existe um processo de poluição crescente que ataca a qualidade d’água. Isto significa que deve existir medidas que enfrentem tais problemas e que busquem soluções. A conscientização da população é medida necessária, seja para colaborar com sua parte na preservação e na economia d’água, mas principalmente para pressionar os governos à adoção de medidas e fiscalizando os capitalistas na realização de suas ações.

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Nesse sentido, os governos possuem mecanismos de controle a sua disposição, devendo lançar mão dos mesmos nesta cruzada em defesa da água, em defesa da vida. Falamos da legislação existente, que se constitui em instrumento necessário na regulação do setor, devendo a legislação ser colocada em prática com a finalidade de coibir o avanço do processo de poluição em curso, bem como, fazendo retroceder os níveis de poluição existentes. O fato é que a legislação existente, ou sua aprimoração representa papel fundamental na defesa dos recursos hídricos, tão caros a sobrevivência da espécie humana e das demais formas de vidas existentes. Somente o conjunto de todos estes fatores é que poderemos evitar o caos da falta d’água, aliando os interesses dos processos de preservação ambiental, resultando para o bem da humanidade em um processo de desenvolvimento sustentável eficaz. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LUCION, ANA PAULA SCHNEIDER. Desenvolvimento Sustentável: O desafio da sociedade contemporânea. Revista Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento. Ano IX, nº 36, janeiro/junho 2006.

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CÓDIGO FLORESTAL, PARA QUE SERVE?

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira o texto-base do polêmico novo

Código Florestal, colocando na reta final um processo que se arrasta há meses e vem causando discórdia entre políticos, ambientalistas, ruralistas e acadêmicos.

O texto foi aprovado no plenário por 59 votos contra 7. O relator, Jorge Viana (PT-AC), acatou 26 das dezenas de emendas ao texto-base, também aprovadas pelo Plenário.

O projeto, modificado, volta agora para a análise da Câmara, que já havia aprovado em maio a versão do deputado e hoje ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Depois da votação dos deputados, ele seguirá para sanção presidencial. Afinal para que serve um Código Florestal? Para que foi criado?

Fora os profissionais de Engenharia Florestal, os Fazendeiros e os Ambientalistas, pouca gente sabe a resposta certa para estas perguntas.

O Código Florestal Brasileiro foi criado em 1965, com o objetivo de regularizar a exploração das Florestas no Brasil.

Elaborado por especialistas em Engenharia Florestal e Engenharia Ambiental, ele cuida principalmente da questão da Agricultura.

Afinal de contas, embora agricultura e alimentação sejam questões fundamentais tanto do ponto de vista social quanto econômico, temos que pensar também na Sustentabilidade.

Afinal, de que adianta produzir alimentos e esgotar as terras? De que adianta ganhar dinheiro e destruir o planeta? Considerado um dos Códigos Florestais mais avançados do mundo por

profissionais de Engenharia Florestal, nosso Código Florestal busca equilibrar Agricultura e Ambientalismo.

Sua elaboração, por uma equipe de técnicos, durou mais de dois anos. Confira abaixo os principais pontos do Código Florestal do ponto de vista da

Engenharia Florestal e também da Engenharia Ambiental. O que são as APPs, um dos principais pontos de discórdia?

As chamadas Áreas de Preservação Permamente (APPs) são os terrenos mais vulneráveis em propriedades particulares rurais ou urbanas. Como têm uma maior probabilidade de serem palco de deslizamento, erosão ou enchente, devem ser protegidas.

É o caso das margens de rios e reservatórios, topos de morros, encostas em declive ou matas localizadas em leitos de rios e nascentes. A polêmica se dá porque o projeto flexibiliza a extensão e o uso dessas áreas, especialmente nas margens de rios já ocupadas.

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Qual a diferença entre APP e Reserva Legal?

A Reserva Legal é o pedaço de terra dentro de cada propriedade rural - descontando a APP - que deveria manter a vegetação original para garantir a biodiversidade da área, protegendo sua fauna e flora. Sua extensão varia de acordo com a região do país: 80% do tamanho da propriedade na Amazônia, 35% nas áreas de cerrado nos Estados da Amazônia Legal e 20% no restante do território. Engenharia Florestal: Principais Pontos do Código Florestal

O principal ponto do Código Florestal que diz respeito a Engenharia Florestal é a questão das Reservas Legais.

As Reservas Legais são áreas de Floresta Natural ou Floresta Artificial dentro de uma fazenda ou propriedade que obrigatoriamente tem que ser preservadas.

É como se cada fazendeiro tivesse a obrigação de fazer a sua parte e preservar um pedaço das florestas das suas terras.

Todo projeto Industrial ou Agrícola de no Brasil, realizado em áreas consideradas Rurais (fora das cidades) deve obedecer a regra da Reserva Legal.

Segundo a definição dos profissionais de Engenharia Ambiental, a % de terras de floresta que devem ser preservadas varia de região para região.

Atualmente a regra é a seguinte:

Engenharia Florestal: Reservas Legais no Brasil Amazônia Cerrado Resto do País * 80% das Florestas devem ser preservadas na propriedade

35% das Florestas devem ser preservadas na propriedade

20% das Florestas devem ser preservadas na propriedade

* Como resto do país, estão o Litoral, a região da Mata Atlântica e as principais regiões Urbanas do Brasil.

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Engenharia Ambiental: Principais Pontos do Código Florestal

O Código Florestal Brasileiro também cuida das questões ambientais, o principal ponto da Engenharia Ambiental no Código Florestal atual é a questão das Matas Ciliares.

Matas Ciliares são áreas de vegetação que ficam logo ao redor de cursos d’água, sejam eles cursos de água correntes (rios) ou então água parada (lagos).

Elas são importantes do ponto de vista da Engenharia Ambiental pelas seguintes razões: Matas Ciliares servem de abrigo para animais na beira de cursos d’água;

Servem como local de reprodução de diversas espécies, desde anfíbios até

pássaros; Frutos das Matas Ciliares podem cair nos cursos d’água e servir de alimento para

os animais; Matas Ciliares não deixam a terra desabar das encostas dentro dos cursos d’água.

Segundo o Código Floresta Brasileiro atual, os proprietários rurais devem preservar

uma faixa de 30 metros de vegetação na beira de todos os cursos d’água. Questões Mistas do Código Florestal Brasileiro

Além das questões específicas de Engenharia Florestal e Engenharia Ambiental citadas acima, o Código Florestal Brasileiro ainda cuida de algumas questões mistas: Plantações em Topos de Morros;

Preservação de Praias Particulares, Restingas, Dunas de Areia e Mangues;

Ocupação de Bordas de Chapadas ou Desfiladeiros;

Medidas para atenuar a Desertificação e conter avanço de Dunas;

Ações para Evitar que animais raros entrem em extinção;

Proteção de Patrimônios Naturais e Históricos (pinturas em cavernas, ossos de

dinossauros, ruínas, etc.); Proteção de Populações Indígenas Civilizadas ou não;

Medidas para proteger nossas fronteiras.

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Estas questões, que misturam a questão Social, Ambiental e também Florestal estão também todas inclusas no Código Florestal. A Proposta para o Novo Código Florestal

Atualmente o Governo está trabalhando em medidas para modernizar nosso código Florestal.

Essas medidas que foram propostas por vários profissionais de Engenharia Florestal, Cientistas e Engenheiros Ambientais, estão sendo produzidas para flexibilizar o nosso Código Florestal e também deixar as regras mais claras.

Confira abaixo uma lista destas mudanças: Pequenos Produtores Rurais: Os pequenos fazendeiros, de acordo com a nova

proposta não precisam mais ter uma reserva legal em suas propriedades;

Topos de Morros: Atualmente o plantio de culturas em topos de morros é bem controlado, de acordo com a nova proposta essa prática será mais aberta;

Matas Ciliares: A proposta é reduzir o tamanho das matas ciliares de 30 metros para 15 metros;

Reservas Legais: Atualmente a % de Reservas Legais e Matas Ciliares são

computadas separadamente, com a nova proposta passaram a ser contabilizadas juntas;

Legislação: Boa parte das decisões relativas ao Código Florestal vão ser agora tomadas pelos Estados e Prefeitura, adaptando assim o Código Florestal as necessidades locais.

Posição das Entidades em Relação ao Novo Código Florestal

Como é de se esperar em toda discussão de mudança, muitas entidades são contra, muitas são a favor e muitas são neutras em relação às mudanças no Código Florestal.

Confira abaixo como as principais delas estão posicionadas. A Favor do Novo Código Florestal

Os principais defensores do Novo Código Florestal Brasileiro são compostos pelos Ruralistas e também pelos Fazendeiros de um modo geral.

Os Ruralistas, Deputados que por sinal em grande parte são também Fazendeiros, são aqueles que estão na Câmara dos Deputados e Senado para defender os interesses dos Produtores Rurais.

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Representando um dos principais setores da Economia do Brasil, a Agricultura, os Ruralistas são a favor do novo Código Florestal, pois ele vai liberar novas áreas para plantar.

Eles se apoiam no fator que o Código Florestal Brasileiro é um dos mais rígidos do mundo (e realmente é) e que uma flexibilização traria muitos benefícios econômicos e sociais, tais como maiores lucros e produção de mais comida. Neutros em Relação ao Novo Código Florestal

Os Cientistas, profissionais de Engenharia Florestal e também o Governo formam o chamado Grupo Neutro em relação ao Novo Código Florestal.

Estes setores afirmam que há tanto positivos quanto negativos no código florestal e que para se chegar a uma solução definitiva vai ser necessário discutir um pouco mais. Contra o Novo Código Florestal

Os principais opositores do Novo Código Florestal são os Ambientalistas e também uma boa parte dos profissionais de Engenharia Ambiental.

Estes profissionais afirmam que a nova proposta vai abrir caminho para que muita área verde seja destruída e também que a flexibilização das Leis Ambientais vai favorecer grandes Fazendeiros interessados somente em lucro.

A questão dos pequenos produtores não precisarem mais de manter uma reserva legal, por exemplo, vai fazer que muitos deles, movidos pela ganância acabem destruindo toda a área verde de suas propriedades, causando um forte desequilíbrio.

Os ambientalistas afirmam que apesar do Código Florestal Brasileiro ser rígido ele é adequado a nossa realidade já que o Brasil tem amplas reservas naturais e também uma grande biodiversidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Novo Código Florestal Brasileiro: Bom ou Ruim? Disponível em: <http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/atualidades/codigo-florestal-brasileiro/> Acesso em 05 janeiro 2012.

Senado Aprova Texto-base do Código Florestal: Entenda as Mudanças. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111129_codigo_florestal_plenario_mdb.shtml> Acesso em 05 janeiro 2012.

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geografia Ambiental – Professor: Tibério Mendonça

A QUESTÃO AMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS E EMPRESAS No âmbito do desenvolvimento sustentável e da globalização das questões ambientais, suas principais consequências foram às mudanças no campo econômico de diversos países do mundo inteiro, principalmente no Brasil. Com o avanço tecnológico, observou-se que muitas empresas sumiram do mercado e outras surgiram. Hoje, para uma empresa manter-se no mercado é necessário investir na questão ambiental. Nos dias de hoje é considerado mais lucrativo para uma empresa um produto que seja “ecologicamente correto“, ou seja, que a utilização dos recursos naturais necessários à sua produção seja feita de forma adequada, já que é muito importante a manutenção dos ecossistemas, pois a economia global depende deles. A fabricação de um produto leva em conta suas propriedades mecânicas e físicas, fatores do meio ambiente, suprimento, custos, certificações, acabamento e reciclagem. Tudo isso envolve um capital muito grande, porém, como foi dito, o investimento tende a retornar de forma lucrativa. Como exemplo, pode-se considerar o comportamento do consumidor europeu, que se dispõe a pagar mais caro por mercadorias que tenham rótulo ambiental. Essa lucratividade em cima do alto investimento em produtos ecológicos chama-se ecobusiness. Esse mercado tende a crescer na medida em que as pessoas vão se conscientizando mais a respeito da preservação do meio ambiente. E é um mercado que abrange uma série de produtos e serviços, gerando mais empregos tanto em grandes e médias, como em pequenas empresas. O consumidor de hoje não está somente interessado em qualidade e preço do produto, mas também em qualidade e preço ambiental. Por isso esse mercado torna-se tão promissor. No Brasil, o ecobusiness poderia funcionar como uma fonte geradora de novos empregos juntamente com uma maior conscientização da população sobre o meio ambiente. Seria interessante, por exemplo, instalar esse mercado no Brasil através de empresas que se propusessem a oferecer cursos de baixo custo, para que o público geral (inclusive desempregados) pudesse se especializar na área, bem como treinamento para que se adquirisse experiência no ramo. Desta forma, lucraria a empresa, pois é um mercado crescente e promissor e lucraria a população, com uma nova oportunidade de emprego, além de claro, ser trabalhada a conscientização ambiental. Muitas empresas hoje possuem o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que visa a criação de estratégias que possam reduzir os impactos que suas atividades causam ao meio ambiente. É comum também a parceria entre empresas e ONG’s, pelo mesmo motivo. Desta forma, a empresa mostra aos seus empregados e consumidores o seu compromisso e responsabilidade para com as questões ambientais. O investimento na preservação ambiental é uma realidade nos países desenvolvidos, onde se observa a crescente procura por inovações tecnológicas que reduzam os efeitos causados pelas empresas no meio ambiente. Mas, ainda assim, esses efeitos poluidores ainda são graves e a situação ambiental é crítica, o que comprova que o desenvolvimento nesta área de tecnologia limpa tende a crescer com o tempo. No Brasil, este sistema de tecnologia limpa começou a ganhar força devido à pressão de ONG’s e de instituições internacionais que exigiam produtos ecologicamente corretos de empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente. Ainda assim, muitas empresas brasileiras ainda não se aprofundaram no tema e se restringem ao controle de

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poluição exigido pela lei. As maiores interessadas no assunto são empresas de nível internacional ou multinacionais, devido à pressão de investidores e consumidores de países desenvolvidos, onde a questão ambiental é primordial. Além disso, um desastre ambiental teria enorme repercussão na mídia e mancharia ainda mais a sua imagem institucional caso ela não fosse comprometida com as questões ambientais, pois a ampla divulgação de desastres ambientais coopera para a maior conscientização da sociedade. As ONG’s, por exemplo, tornaram-se entidades fundamentais para atuar em parceria com as empresas. Elas conquistaram uma autonomia não só técnica como política, atuando de diversas formas, seja na implantação de produtos ecológicos no mercado ou mesmo no estudo de impactos ambientais e tecnologias alternativas. Mesmo assim, no Brasil, os métodos utilizados pelas empresas para a preservação do meio ambiente precisam ser aperfeiçoados. O caminho seria uma integração de tecnologias limpas, métodos preventivos e biotecnologia. As tecnologias limpas serviriam para reduzir os efeitos poluidores causados pelas empresas, os métodos preventivos funcionariam na empresa como bloqueadores de desastres ecológicos, preservando, assim, o meio ambiente; e a biotecnologia atuaria em conjunto na descoberta de novos materiais, no processo de reciclagem e na restauração do ambiente degradado. A parceria de ONG’s e empresas seguindo este esquema de proteção ambiental, além do que já é feito, produziria melhores efeitos na preservação ambiental. Diante disso tudo constata-se que uma empresa moderna, que pretende manter-se no mercado, deve ter por princípio básico a preocupação com o meio ambiente. Esta empresa deve estabelecer políticas e programas para atuar de forma ambientalmente correta. Além disso, deve investir no desenvolvimento de tecnologias limpas e estudos que possam prever, evitar ou mesmo diminuir os impactos ambientais, educando e conscientizando seus funcionários para que sejam ambientalmente corretos dentro e fora da empresa. Dentro desta política de manter sua boa imagem perante a sociedade, é interessante também para a empresa informar aos seus clientes, distribuidores e população sobre a maneira mais segura de manipular os seus produtos, caso estes sejam, de alguma maneira, perigosos para o meio ambiente. Outro ponto importante também para se preservar uma boa imagem seria a realização de palestras ou eventos que informassem sobre sua atuação na questão ambiental, ou abrisse de alguma forma, um canal de diálogo com o público interessado. Como se pode observar, essas ideias podem parecer detalhes, mas acabam reforçando a marca e a qualidade da empresa. Daí também reforça-se a importância da parceria com ONG’s, que fariam um trabalho mais amplo, funcional e produtivo, tanto para empresa quanto para o meio ambiente. Desta forma saem ganhando os dois lados: o meio ambiente, que será menos prejudicado e a empresa que se tornará diferenciada no mercado. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SANTOS, KAMYLLA ALEXANDRE LEITE DOS. Sociedade Brasileira e as Questões Ambientais. Recife: UNICAP, 2010.