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Introduo ao Estudo de Direito II

ExpedienteCurso de Direito Coletnea de Exerccios Coordenao Nacional do Curso de Direito da Universidade Estcio de S Coordenao do Projeto Ncleo de Qualificao e Apoio Didtico-Pedaggico Presidente: Professor Srgio Cavalieri Filho Coordenao Pedaggica Prof. Tereza Moura Prof. Marcelo Machado Lima Organizao da Coletnea Professores da disciplina, sob a coordenao da Prof. Edna Raquel Hogemann

Caro Aluno

A Metodologia do Caso Concreto, aplicada em nosso Curso de Direito, centrada na articulao entre teoria e prtica, com vistas a desenvolver o raciocnio jurdico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vrios ramos do Direito, permitindo o exerccio constante da pesquisa, a anlise de conceitos, bem como a discusso de suas aplicaes. O objetivo preparar os alunos para a busca de resolues criativas a partir do conhecimento acumulado, com a sustentao por meio de argumentos coerentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possvel tornar as aulas mais interativas e, conseqentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido. Na formao dos futuros profissionais, entendemos que no papel do Curso de Direito da Universidade Estcio de S to-somente oferecer contedos de bom nvel. A excelncia do curso ser atingida no momento em que possamos formar profissionais autnomos, crticos e reflexivos. Para alcanarmos esse propsito, apresentamos a Coletnea de Exerccios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela contempla a soluo de uma srie de casos prticos a serem desenvolvidos pelo aluno, com auxlio do professor. Como regra primeira, necessrio que o aluno adquira o costume de estudar previamente o contedo que ser ministrado pelo professor em sala de aula. Desta forma, ter subsdios para enfrentar e solucionar cada caso proposto. O mais importante no encontrar a soluo correta, mas pesquisar de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.

A tentativa de solucionar os casos em momento anterior aula expositiva aumenta consideravelmente a capacidade de compreenso do discente. Este, a partir de um pr-entendimento acerca do tema abordado, ter melhores condies de no s consolidar seus conhecimentos, mas tambm dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente acadmico mais rico e exitoso. Alm desse, h outros motivos para a adoo desta Coletnea. Um segundo a ser ressaltado o de que o mtodo estimula o desenvolvimento da capacidade investigativa do aluno, incentivando-o pesquisa e, conseqentemente, proporcionando-lhe maior grau de independncia intelectual. H, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudanas no mundo do conhecimento e, por conseqncia, no universo jurdico exigem do profissional do Direito, no exerccio de suas atividades, enfrentar situaes nas quais os seus conhecimentos tericos acumulados no sero, per si, suficientes para a resoluo das questes prticas a ele confiadas. Neste sentido, e tendo como referncia o seu futuro profissional, consideramos imprescindvel que, desde cedo, desenvolva hbitos que aumentem sua potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade. E isto proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos. No que se refere concepo formal do presente material, esclarecemos que o contedo programtico da disciplina a ser ministrada durante o perodo foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chamaremos de Semana. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor ministrar o contedo condizente com a Semana n 1; na segunda, com a Semana n 2, e, assim, sucessivamente. O perodo letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato de termos dividido o programa da disciplina em

15 partes no foi por acaso. Levou-se em considerao no somente as aulas que so destinadas aplicao das avaliaes ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as necessidades pedaggicas de cada professor. Isto porque o nosso projeto pedaggico reconhece a importncia de destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor e a seu critrio nas situaes na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, seja por ter observado na turma um nvel insuficiente de compreenso. Hoje, aps a implantao da metodologia em todo o curso no Estado do Rio de Janeiro, por intermdio das Coletneas de Exerccios, possvel observar o resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras localidades do Brasil. Recente convnio firmado entre as Instituies que figuram nas pginas iniciais deste Caderno permitiu a colaborao dos respectivos docentes na feitura deste material, disponibilizado aos alunos. A certeza que nos acompanha a de que no apenas tornamos as aulas mais interativas e dialgicas, como se mostra mais ntida a interseo entre os campos da teoria e da prtica no Direito. Por todas essas razes, o desempenho e os resultados obtidos pelo aluno nessa disciplina esto intimamente relacionados ao esforo despendido por ele na realizao das tarefas solicitadas, em conformidade com as orientaes do professor. A aquisio do hbito do estudo perene e perseverante no apenas o levar a obter alta performance no decorrer do seu curso, como tambm potencializar suas habilidades e competncias para um aprendizado mais denso e profundo pelo resto de sua vida. Lembre-se: na vida acadmica, no h milagres; h estudo com perseverana e determinao. Bom trabalho. Coordenao Geral do Curso de Direito

Procedimentos para Utilizao das Coletneas de Exerccios1. O aluno dever desenvolver pesquisa prvia sobre os temas objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislao, a doutrina e a jurisprudncia, e apresentar solues, por meio da resoluo dos casos, preparando-se para debates em sala de aula. 2. Antes do incio de cada aula, o aluno depositar sobre a mesa do professor o material relativo aos casos pesquisados e pr-resolvidos para que o docente rubrique e devolva no incio da prpria aula. 3. Aps a discusso e soluo dos casos em sala de aula, com o professor, o aluno dever aperfeioar o seu trabalho, utilizando, necessariamente, citaes de doutrina e/ou jurisprudncia pertinentes aos casos. 4. A entrega tempestiva dos trabalhos ser obrigatria, para efeito de lanamento dos graus respectivos (zero a dois), independentemente do comparecimento do aluno s provas. 5. At o dia da AV1 e da AV2, respectivamente, o aluno dever entregar o contedo do trabalho relativo s aulas j ministradas, anexando os originais rubricados pelo professor, bem como o aperfeioamento dos mesmos, organizado de forma cronolgica, em pasta ou envelope, devidamente identificado, para atribuio de pontuao (zero a dois), que ser somada que for atribuda AV1 e AV2 (zero a oito). 6. A pontuao relativa Coletnea de Exerccios na AV3 (zero a dois) ser a mdia aritmtica entre os graus atri-

Procedimentos para Utilizao das Coletneas de Exerccios

budos aos exerccios apresentados at a AV1 e a AV2 (zero a dois). 7. As AV1, AV2 e AV3 valero at oito pontos e contero, no mnimo, trs questes baseadas nos casos constantes da Coletnea de Exerccios. Coordenao Geral do Curso de Direito

Sumrio

Semana 1 Apresentao da disciplina. Indicao da bibliografia. A relao jurdica. Conceito. Relaes sociais comuns e relaes jurdicas: caractersticas e distines. Elementos da relao jurdica: sujeito, objeto, fato jurdico, garantia e vnculo. Semana 2 As espcies de relaes jurdicas: abstratas, concretas, simples, complexas, principais, acessrias, pessoais, obrigacionais, reais, absolutas e relativas, pblicas e privadas. Relaes jurdicas de direito material: constitucional, penal, administrativa, tributria, do trabalho, civil e comercial. Relaes jurdicas de direito processual. Conceito e distines. Semana 3 Elementos externos da relao jurdica: sujeitos ativo e passivo. Pessoas reconhecidas pela ordem jurdica: naturais e jurdicas. Personalidade jurdica: modos de aquisio e perda. Comorincia. Natureza jurdica do nascituro. Semana 4 Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exerccio da pessoa fsica. Maioridade e emancipao. Hipteses legais de incapacidade civil: absoluta e relativa. Declarao de ausncia: finalidade. Direitos da Personalidade (noes). Semana 5 Pessoa jurdica: conceito, classificao, formao, representao e extino. Desconsiderao da Personalidade Jurdica. Semana 6 Domiclio civil dos sujeitos de direito: conceito, importncia da fixao do domiclio e classificao. Distino entre domiclio e residncia.

Sumrio

Semana 7 Elementos externos da relao jurdica (continuao): Objeto. Conceito e Espcies. Noo de patrimnio. Distino entre bens e coisas. Semana 8 Classificao dos bens: os bens considerados em si mesmos. Semana 9 Classificao dos bens: os bens reciprocamente considerados e os bens pblicos. Semana 10 Fatos, atos jurdicos e negcio jurdico. Conceito e distino. Requisitos de validade do negcio jurdico. Semana 11 Noes sobre as nulidades do negcio jurdico. Semana 12 Conseqncias dos fatos jurdicos: nascimento, aquisio, modificao e extino de direitos. Espcies de aquisio: originria e derivada. Aquisio pelo prprio adquirente, por representao, por fora de lei e por ato de vontade. Semana 13 Posies jurdicas dos indivduos. Posio jurdica ativa: direito subjetivo, direito potestativo, poder jurdico e faculdade jurdica. Posies jurdicas passivas: dever jurdico, sujeio, obrigao e nus. Semana 14 Classificao dos direitos subjetivos: absolutos, relativos, patrimoniais (subdiviso), extrapatrimoniais (subdiviso), originrios, derivados, principais e acessrios. Direitos subjetivos transmissveis e intransmissveis. A questo da inalienabilidade, da sub-rogao e da sucesso. Semana 15 Direito adquirido: conceito. Distino entre expectativa de direito e direito adquirido. A tutela constitucional do direito adquirido. A figura do abuso do direito.

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Introduo ao Estudo de Direito II

Semana 1Apresentao da disciplina. Indicao da bibliografia. A relao jurdica. Conceito. Relaes sociais comuns e relaes jurdicas: caractersticas e distines. Elementos da relao jurdica: sujeito, objeto, fato jurdico, garantia e vnculo.

Casos 1 Relao Jurdica. Conceito Consideremos o caso do carrasco que tem o dever de matar um outro homem, condenado a morrer na cadeira eltrica. CASSIANO RICARDO, o clebre poeta, assim consola o condenado: Teu eletrocutor ser gentil; mais que gentil. Exato. E te far morrer to amistosamente como quem num jardim colhe uma flor. Entretanto, por mais gentil que seja o ato, ningum poder obscurecer o fato de que o condenado o sujeito passivo do mesmo. Pergunta-se: a) H uma relao jurdica entre o carrasco e o condenado? Por qu? b) Aponte e diferencie os elementos essenciais para a existncia de uma relao jurdica? 2 Relaes sociais comuns e relaes jurdicas Leia a notcia publicada em 20/03/2008 no jornal O GLOBO e responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede. TRIBUNAL DO SUL RECONHECE UNIO ESTVEL GAY A DISTNCIA. O Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul reconheceu como unio estvel um romance a distncia vivido por um jovem brasileiro e um advogado americano milionrio, j aposentado. Apesar de ser casado com uma mulher nos Estados Unidos, o americano manteve o relacionamento homossexual por quatro anos entre vindas ao Brasil e viagens ao exterior. Com o fim do namoro, o brasileiro ganhou o direito de receber metade de um robusto patrimnio adquirido no Brasil, durante o romance, pelo americano. a) A notcia veiculada na matria jornalstica acima trata de relao homoafetiva. Esta uma relao social comum ou jurdica? b) Pode um namoro vir a ser considerado uma relao jurdica?

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Coletnea de Exerccios

Referncia bsica:RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. V.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 8. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 73-74. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito, 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XVII.

Semana 2As espcies de relaes jurdicas: abstratas, concretas, simples, complexas, principais, acessrias, pessoais, obrigacionais, reais, absolutas e relativas, pblicas e privadas. Relaes jurdicas de direito material: constitucional, penal, administrativa, tributria, do trabalho, civil e comercial. Relaes jurdicas de direito processual. Conceito e distines.

Casos 1 Espcies de relaes jurdicas Ricardo Augusto Madeira de Pinho, desejando promover a defesa do meio ambiente, faz doao de uma casa que herdou de seus falecidos pais, Amadeu e Rosa Amlia, a uma associao sem fins lucrativos de nome EM DEFESA DA ME-TERRA, com a obrigao de que ali fosse instalado uma estufa para o cultivo de espcies exticas de vegetais, no prazo mximo de trs anos. Aps quatro anos, o doador verificou que a obrigao no foi cumprida e pretende agora retomar e vender a casa. Observando as relaes jurdicas acima descritas, responda justificadamente: a) Quem so os sujeitos, o contedo e o vnculo das relaes jurdicas descritas? b) Classifique cada relao jurdica quanto espcie. 2 Espcies de relaes jurdicas A Casa de Sade Santo Onofre uma sociedade civil que se dedica prestao de servios mdico-hospitalares. H cerca de um ms, recebeu

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intimao do 1 Ofcio de Protestos de Ourinhos sobre o protesto de uma duplicata, relativo suposta dvida com a Lavanderia Brancura Total. Entretanto, jamais realizou qualquer negcio com esta lavanderia. A Casa de Sade Santo Onofre nega existir causa lcita para a emisso dessa duplicata e somente pode reputar que se trata de meio indevido de cobrana de valores ilegtimos e inexigveis. Assim, prope na Justia uma ao de declarao de inexistncia de relao jurdica em face da lavanderia. Considerando o conceito e as espcies de relao jurdica possveis, responda: a) No caso acima narrado, existe alguma relao jurdica material entre a Casa de Sade e a Lavanderia? Por qu? b) No caso narrado possvel vislumbrar a existncia de uma relao jurdica de ordem pblica. Qual? Como se caracteriza? Referncia bsica:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro, Forense, 2007, cap. 8.

Referncia complementar:GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 73-74. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito, 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XVII.

Semana 3Elementos externos da relao jurdica: sujeitos ativo e passivo. Pessoas reconhecidas pela ordem jurdica: naturais e jurdicas. Personalidade jurdica: modos de aquisio e perda. Comorincia. Natureza jurdica do nascituro.

Casos 1 Personalidade jurdica: modos de aquisio O registro civil de nascimento gratuito para todos os brasileiros, e tambm de graa a primeira certido de nascimento que o cartrio fornece. Apesar disso, ainda grande o nmero de brasileiros que no possuem o registro civil de nascimento, por isso o governo federal instituiu a Campanha do Dia Nacional pelo Registro Civil de Nascimento, que movimenta centenas de cartrios por todo o pas.

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Maria das Dores de Sousa, 65 anos, portanto, maior e capaz, chegou cedo ao local para garantir a primeira via de sua certido de nascimento. Nasci em Cuiab e ainda quando criana fui levada para morar no stio. Para minha famlia era difcil vir cidade e ter acesso a este servio, por isso no tenho a certido at hoje. Tenho uma filha de 18 anos e no pude registr-la at agora. A falta do documento me prejudicou. Tive sempre que trabalhar em casa, lavando roupa ou limpando quintais da vizinhana. Fiquei muito feliz em saber desta ao, que facilitar minha vida, disse emocionada. Pergunta-se: a) O fato de Maria das Dores at os 65 anos de idade no possuir registro civil faz com que no possua personalidade jurdica? Por qu? b) Qual a funo do registro civil das pessoas naturais? c) Qual a relao entre personalidade jurdica e capacidade jurdica? 2 Personalidade jurdica: aquisio e perda Beto Albernaz D`Antunnes Jr., empresrio famoso, freqentador conhecido da noite paulista e de preferncias sexuais estranhas, aos trinta anos de idade, solteiro, sem filhos, descobriu ser portador de mal incurvel e que lhe restavam poucos meses de vida. Em razo desse fato, disps sobre seu valioso patrimnio (um terreno de 10.000 metros quadrados em Cabo Frio, dois apartamentos na Riviera Francesa, uma frota de 30 caminhes e 57 nibus de turismo e um abrigo para alpinistas nos Alpes suos) em testamento pblico, determinando que o mesmo fosse distribudo, sendo um tero para seu co de estimao, Fidel, e os dois teros restantes para seus pais Giovanna e Roberto. Tendo em vista que pouco tempo depois de testar Beto faleceu, pergunta-se: a) Como diagnosticado o evento biolgico morte de Beto e quais as conseqncias jurdicas desse diagnstico? b) O co Fidel pode receber a parte que lhe cabe da herana de Beto sob a forma de cuidados efetuados por pessoal especializado e rao canina de primeira qualidade? c) Fidel poderia ser representado por um curador?

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3 Natureza jurdica do nascituro Herondi Ribeiro e sua esposa Jane tiveram seu automvel abalroado por um caminho que trafegava na contramo. Ambos sobreviveram ao acidente, apesar dos graves ferimentos sofridos. Jane, que estava no oitavo ms de gestao, perdeu o beb, um menino. Orientados por seu advogado, entram na Justia com ao requerendo indenizao por danos morais e materiais, com fixao de penso, por conta da perda do filho que no chegou a nascer, tomando por base a Smula n 491 do STF, editada antes de 1988, que afirma que indenizvel o acidente que causa a morte de filho menor, ainda que no exera trabalho remunerado. Nestes casos, parte dos tribunais confere aos pais da vtima uma penso mensal, ainda que no haja perspectivas concretas de que o filho morto ajudaria financeiramente nas despesas do lar. a) Sendo o menor nascituro, haveria impedimento legal para a concesso de penso aos pais? c) Quais as correntes existentes acerca da natureza jurdica do nascituro? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1 cap. IX, itens 58 e 59.

Referncia complementar:GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 69-71. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. IX. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito, 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XVIII.

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Semana 4Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exerccio da pessoa fsica. Maioridade e emancipao. Hipteses legais de incapacidade civil: absoluta e relativa. Declarao de ausncia: finalidade. Direitos da Personalidade (noes).

Casos 1 Capacidade civil da pessoa fsica Antnio, nascido a 1 de janeiro de 1980, sofre de perturbaes mentais que o impedem de reger a sua pessoa e bens. Em 1 de janeiro de 1997, os pais de Antnio propuseram uma ao, visando restringir a sua capacidade, e obtiveram sentena favorvel em 1 de outubro de 1997. Em 5 de outubro de 1997, Antnio celebrou um contrato-promessa com Bento relativo venda de um automvel que recebera em virtude de uma disposio testamentria. Os pais de Antnio tomam conhecimento do contrato-promessa j no dia da sua celebrao. a) Qual teria sido a restrio de capacidade decretada pelo tribunal? A partir de que momento a sentena produz efeitos e por qu? b) Supondo que, no momento em que celebrou o contrato, Antnio estava completamente incapacitado de entender o sentido dos seus atos, poderia esse contrato ser invalidado com fundamento em incapacidade absoluta ou relativa? c) Supondo que o contrato prometido no chegou a ser celebrado, poder o contrato-promessa ser anulado em 1 de outubro de 1999? Em caso afirmativo, quem o poder fazer e a que ttulo? 2 Trmino da existncia da Pessoa Natural. Ausncia Aps um dia normal de trabalho em seu escritrio, Joo Onofre, 40 anos, chega em casa avisando a mulher que estava muito feliz, pois seu time ganhara o campeonato estadual e que ia padaria comprar umas cervejas para comemorarem juntos. Joo saiu e nunca mais voltou, j faz nove anos. Sendo certo que no deixou representante ou procurador. Pergunta-se: a) O caso de Joo trata-se de ausncia ou morte presumida?

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b) Aps todo esse tempo desaparecido, correto afirmar que a propriedade dos bens de Joo poder ser definitivamente entregue aos seus herdeiros? c) E se Joo Onofre aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido por aliengenas, ter direito a ter seus bens de volta? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. IX, itens 60 e 61.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. 11 e 12. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 69-71. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. Verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. IX. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. IX. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito, 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XVIII. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. X.

Semana 5Pessoa jurdica: conceito, classificao, formao, representao e extino. Desconsiderao da Personalidade Jurdica.

Casos 1 Espcies de pessoas jurdicas de direito privado Josimar de SantAnna, prspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, um cidado de bons princpios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio solteiro que morrera na Sua, tratou de buscar dar uma finalidade social a metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundao por escritura particular, com finalidade educacional no lucrativa para as

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crianas carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotao de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartrio de Ttulos e Documentos, deixando de mencionar a maneira de administr-la. Diante do caso acima exposto, pergunta-se: a) Josimar fez a escolha jurdica correta ao criar uma fundao e no uma associao? Justifique. b) O procedimento adotado para criao da fundao est de acordo com a lei? Por qu? Justifique. 2 Pessoa jurdica: desconsiderao da personalidade jurdica A empresa Clean Servios de Limpeza Ltda., prestadora de servio de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e no sabido. Alm dos ex-empregados que no receberam um tosto sequer pela resciso do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus crditos, em vo. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa credora, a Detergentes Clariol Ltda., foi constatado que um dos scios da Clean Servios de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem de seu prdio, alm de contrair de m-f diversas dvidas em nome da empresa. A sociedade no possui qualquer ativo para pagar suas dvidas. Pergunta-se: a) A empresa Clean Servios de Limpeza Ltda. est legalmente extinta? b) Qual soluo jurdica para os credores receberem seus crditos? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. X.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 14. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 181-229.

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Introduo ao Estudo de Direito II NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. Verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. X. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, caps. XI e XII. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito. 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006. cap. XVIII. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XII.

Semana 6Domiclio civil dos sujeitos de direito: conceito, importncia da fixao do domiclio e classificao. Distino entre domiclio e residncia.

Casos 1 Domiclio civil da pessoa natural e jurdica. Classificao A empresa paulista GREAT CARS Locadora de Automveis Ltda. licenciou toda a sua frota na cidade Curitiba, no Paran, local onde possui uma de suas filiais, pelo fato de o IPVA naquele Estado ser 2,5% do valor do carro, enquanto que em So Paulo este valor est na ordem de 4%. Luiz Gustavo, que acabara de alugar um dos carros da GREAT CARS na loja prxima ao aeroporto de Guarulhos/SP, teve o carro apreendido em uma blitz realizada pelas autoridades de trnsito, cuja finalidade a de encontrar veculos licenciados de maneira irregular fora do Estado. O Sr. Raul Laurindo, dono da locadora, liga para o Departamento Jurdico da empresa e pede que seja fundamentada a sua defesa. a) Voc, advogado(a) da locadora de veculos, como basearia sua defesa? b) Ao saber que o IPVA do Paran mais barato, Jos Armando, que trabalha em So Paulo, vive em um flat e tem uma Ferrari de R$ 500.000,00, pega o endereo da me e da irm em Curitiba, j que o cunhado despachante, registra o carro l e paga R$ 12.500,00 de IPVA, em vez de pagar R$ 20.000,00 em So Paulo, e se modific-lo para gs natural pagar R$ 5.000,00 (onde por o cilindro do gs, j que no cabe na Ferrari, apenas um detalhe). Jos Armando agiu conta a lei? Por qu?

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2 Domiclio do funcionrio pblico Fbio funcionrio pblico da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro h mais de 20 anos. Reside com a famlia em Inhama, em uma casa cercada de rvores, onde nasceu. proprietrio, h muitos anos, de uma pequena casa na cidade de Arraial do Cabo, onde, quando no est alugada para temporada, acolhe, em alguns finais de semana, a famlia e os amigos. Outro dia, Simone, filha de seu amigo Aristides, que estuda Direito, comentou com o pai que o domiclio de Fbio era legal! Aristides respondeu filha que tambm achava a casa de praia de Fbio bem bacana. Com base na hiptese do texto, responda: a) Ao referir-se ao domiclio de Fbio, Simone estava falando da casa de Inhama ou a de Arraial do Cabo? Por qu? b) Juridicamente, ao referirmo-nos casa de praia de Fbio, possvel consider-la um domiclio ou uma residncia? Qual a diferena? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. IX, item 62.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 13. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 141-149. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. IX. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XIII. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XIII.

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Introduo ao Estudo de Direito II

Semana 7Elementos externos da relao jurdica (continuao): Objeto. Conceito e Espcies. Noo de patrimnio. Distino entre bens e coisas.

Casos 1 Noo de patrimnio. Distino entre bens e coisas Jairo Silva Santos, jovem tmido de 19 anos, convidado pelos colegas de escola para participar de um luau na praia do Per, em Cabo Frio/RJ. A noite estava estrelada, a msica envolvente e aquela gente toda danando freneticamente deixava o jovem ainda mais deslocado. At que conhece Maria Priscila, que o leva para o outro lado da praia e com quem acaba tendo sua primeira noite de amor. No calor do momento, Jairo enterra uma das mos no cho e segura um punhado de gros de areia que resolve guardar como recordao daquele momento especial. Ao voltar para a festa, Jairo tropea em um objeto semi-enterrado na areia, descobrindo que se trata de uma carteira de couro da grife Giorgio Armani contendo R$200,00 (duzentos reais). Diante do caso acima relatado, responda: a) Em razo do grande valor sentimental que aquele punhado de areia possui para Jairo, pertence ele a seu patrimnio? Por qu? b) Como Jairo no conseguiu identificar o dono da carteira, ela passa a fazer parte de seu patrimnio? Por qu? c) possvel, de acordo com o Direito Civil brasileiro, uma pessoa ser destituda de todo e qualquer patrimnio? 2 Noo de patrimnio Paula resolve entrar para uma comunidade religiosa em que os bens materiais individuais so considerados impuros. Somente pouqussimos bens, essenciais para a sobrevivncia do grupo, so passveis de serem aceitos e passam a pertencer comunidade. Sua me, viva, a adverte de que no poder se desfazer de todos os seus bens por causa da teoria do estatuto jurdico do patrimnio mnimo. a) Paula poder se desfazer do patrimnio que possui, herana de seu pai? b) A advertncia da me de Paula est correta?

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Coletnea de Exerccios

Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, parte II, cap. XI.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 15. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 233-239. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XI. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XIV. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XIV.

Semana 8Classificao dos bens: os bens considerados em si mesmos.

Casos 1 Classificao dos Bens Pertencente a uma expressiva coleo particular mineira de onde nunca sara antes a no ser para retrospectivas e sales de arte a tela Casamento na roa, de Inim de Paula, vai ao mercado. O leilo ser no dia 16, na Vitor Braga Rugendas Galeria de Arte, em Belo Horizonte. A obra datada de 1947 traz no verso o carimbo do Salo Nacional de Belas Artes de 1949, onde obteve a medalha de prata. Lance inicial: R$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil). Alm dessa obra, tambm sero leiloados: 137 calas blue jeans da grife Live Strond, um automvel Lancia Astura, exemplar nico, fabricado especialmente para o ditador italiano Benito Mussolini, em 1939, com desenho do ateli Pininfarina, cinco anis de brilhante, duas pulseiras de esmeraldas, os dois ltimos lotes de vinho tinto da marca Merci Borreau, safra 1977, confiscados pela Receita Federal, e um terreno de 2.000 m localizado na Av. Paulista/SP.

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a) Levando em considerao a classificao dos bens, estabelea a natureza jurdica dos bens objeto do leilo? Justifique sua resposta. b) As roupas referidas no caso acima so consideradas bens consumveis ou inconsumveis? 2 Classificao dos bens Situada na aprazvel cidade de Castro, regio da zona rural do Paran, a fazenda adquirida por Leonor Sigfrid Pandorf possui uma plantao de pinheiros que cobre a maior parte da rea de 40.000 m, utilizada para a produo de celulose. Ocorre que Leonor resolve mudar de ramo e recebe autorizao especial do Ibama para transformar tudo em lenha. a) Com base na classificao dos bens em mveis e imveis, estabelea a natureza jurdica das rvores da fazenda e da lenha conseguida pelo seu corte. b) Qual a importncia dessa distino? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XII.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps.15 e 16. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 240-257. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XII. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XV. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XIV.

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Semana 9Classificao dos bens: os bens reciprocamente considerados e os bens pblicos.

Casos 1 Os bens reciprocamente considerados Trs amigos que h muito no se viam encontram-se por acaso no corredor da 3 Vara Cvel de Juazeiro do Norte, enquanto aguardam suas respectivas audincias. Papo vai, papo vem, acabam por revelar o motivo que os levou at l. Lauro, professor de educao fsica, construra de boa-f uma piscina olmpica no terreno do imvel que alugara para ali instalar sua academia de natao; Dagoberto, tambm de boa-f, construra uma piscina na casa que alugara para passar os fins-de-semana; e Waldomiro, sempre na maior das boas-fs, construra uma piscina no imvel alugado em que funcionava a escola de ensino fundamental que dirigia. Todos os amigos, aps a resciso de seus contratos de locao, recusaram-se a deixar os respectivos imveis e entraram na justia buscando a indenizao pelo que gastaram e pela valorizao dos imveis, com base em pretenso direito de reteno. Pergunta-se: a) A natureza jurdica da benfeitoria realizada por cada um dos amigos, por se tratar de uma piscina, a mesma? Afinal, o que uma benfeitoria? b) O que significa esse direito de reteno alegado por todos os amigos como base para no sarem dos imveis alugados? Todos eles so titulares de tal direito? c) E se o proprietrio da casa alugada por Dagoberto passasse a cobrar ingresso de seus vizinhos para utilizarem a piscina construda, faria diferena no caso em anlise? 2 Os bens pblicos Carlos Roberto foi visitar sua tia Violeta em Ourinhos, sua terra natal. Ao chegar, quis logo mostrar tia seus conhecimentos jurdicos para provar que o dinheiro da mesada que recebia mensalmente estava sendo bem aplicado. Assim, explicou para tia Violeta que os rios Paranapanema, Pardo

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e Turvo eram bens pblicos de uso comum do povo da mesma forma que o Centro Cultural Tom Jobim, que abriga as Escolas Municipais de Msica e Bailado. a) Carlos Roberto classificou corretamente os bens pblicos a que se referiu? Por qu? b) Qual a classificao e conceituao dos bens pblicos que Carlos Roberto deveria saber? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XIII.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. 16 e 17. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 257 a 269. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, caps. XIII e XIV. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XV. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XIV.

Semana 10Fatos, atos jurdicos e negcio jurdico. Conceito e distino. Requisitos de validade do negcio jurdico.

Casos 1 Fatos, atos jurdicos e negcio jurdico. Conceito e distino Maria desejava muito ter um filho, mas em razo de sua infertilidade, acabou adotando Francisco, que fora abandonado ao nascer na porta da maternidade. Em razo disso, foi necessrio montar um novo quarto para receber seu herdeiro. Ela, ento, precisou comprar mveis novos e um lindo enxoval para o beb. Na semana seguinte adoo de seu filho, Maria recebeu a no-

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tcia do nascimento de seu sobrinho, Bernardo, filho de sua irm Filomena, e ficou muito emocionada ao ser convidada para ser sua madrinha. a) Encontre no caso narrado: um fato jurdico, um ato jurdico e um negcio jurdico. b) Por que o fato de a irm de Maria t-la convidado para ser madrinha de seu filho no configura um negcio jurdico? 2 Requisitos de validade do negcio jurdico Incentivado por sua esposa Neuza, que sonha em construir uma residncia de frias na praia, Murilo adquire, com a intermediao de Rafael, vendedor da Imobiliria Sol de Vero, um excelente terreno em uma praia na cidade de Fortaleza, recomendada como uma das mais belas da regio. Na verdade, o terreno adquirido por Murilo fica em outro local, desvalorizado, por ser prximo a um lixo. Murilo procura seu advogado, Laerte dos Reis Valado, por se sentir lesado, e fica sabendo que tem todas as condies de recuperar o dinheiro que pagou, pois Dr. Laerte lhe garante que esse negcio invlido. Responda ao que se pede, justificando e fundamentando sua resposta. a) Dr. Laerte est correto? Por qu? b) Qual foi o problema existente no negcio jurdico apresentando? Justifique. Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, Parte IV, caps. XV, itens 107, 108, 109 e 110, e XVI.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. 18 e 19. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 271-300. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, vol. 1, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. XV e XVI. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XVII. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XV.

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Semana 11Noes sobre as nulidades do negcio jurdico.

Casos 1 Das nulidades do negcio jurdico Romeu Wakamoto comprou de Csar Okinawa, construtor civil, um andar em um edifcio de quinze andares construdo por este ltimo na cidade de Tquio, no Japo. Romeu decidiu-se pela compra desse andar porque, em comparao com outros do mesmo gnero, apresentava um preo mais acessvel. Pouco tempo aps a escritura, porm, Romeu toma conhecimento, que, afinal, o edifcio onde se encontra o seu andar no dispe, ao contrrio do legalmente exigido, da devida proteo anti-ssmica, pois os respectivos pilares no tinham sido pura e simplesmente construdos, e da o preo to acessvel. Romeu consulta o seu advogado para saber de todos os meios possveis que a lei lhe faculta para se desvincular daquele contrato de compra e venda, e de todos os direitos que poder invocar contra Csar. a) Qual dever ser a resposta do advogado, com base no Cdigo Civil de 2002? b) Considere agora as seguintes hipteses a respeito da concluso do contrato de compra e venda entre Romeu e Csar: I Csar celebra o negcio por meio de Lus Tanaka, seu procurador, que desconhece as particularidades da construo do edifcio em causa. II Csar utiliza-se, na preparao do contrato, de um mediador; Paulo Mifumi, que est a par da qualidade da construo mas assegura a Romeu estar em face de uma construo da mais alta qualidade tcnica. Diga se, em cada uma das situaes descritas, a resposta dada primeira pergunta continua a ser a mesma. 2 Requisitos de validade do negcio jurdico James Mills, milionrio excntrico, deseja fazer uma viagem extraordinria. Viu em um anncio na Internet que prometia, mediante o pagamento de vultosa quantia, uma viagem interplanetria a Marte, com toda a seguran-

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a. James depositou a quantia e aguarda contato do site para realizar a viagem. Recebe posteriormente um e-mail orientando-o a adquirir um capacete interplanetrio de determinada marca como condio para a realizao da viagem com segurana, mas se recusa a fazer tal compra. Depois de muito esperar, resolve procurar voc, seu(sua) advogado(a), para saber como proceder para viajar de fato ou ter seu dinheiro de volta. a) Analise, na condio de advogado(a) de James, o contrato acima de acordo com os requisitos de validade do negcio jurdico. b) A exigncia da aquisio do capacete pode ser caracterizada como uma condio para a validade do negcio jurdico? Por qu? c) Como deve proceder James para ter seu dinheiro de volta? Referncia bsica:NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, vol. 1, Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. XX e XXI.

Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 26. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 313-318. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XVI. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, caps. XVIII e XXII. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XVI.

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Semana 12Conseqncias dos fatos jurdicos: nascimento, aquisio, modificao e extino de direitos. Espcies de aquisio: originria e derivada. Aquisio pelo prprio adquirente, por representao, por fora de lei e por ato de vontade.

Casos 1 Espcies de aquisio de direito Rodrigo Caldeira, mineiro de 19 anos, relativamente incapaz em razo de ser portador de sndrome de Down, ao voltar da escola, encontra, na rua onde mora com seus pais, um cachorro abandonado. Recolhe-o e leva-o para casa, dando a ele o nome de Bidu. Pergunta-se: a) Rodrigo pode apropriar-se do cachorro? b) A que ttulo Rodrigo adquiriu a propriedade do cachorro? 2 Aquisio pelo prprio adquirente, por representao, por fora de lei e por ato de vontade Luiz tem 14 anos e est com sua famlia no stio de parentes. noite, Paulo, pai de Luiz, convida-o para uma pescaria no dia seguinte, o que o adolescente, animado, aceita. Pela manh, faz um belo dia de sol e os dois saem pela margem de um riacho, que passa pela propriedade, onde param e se dedicam ao prazeroso passatempo. Eis ento que, passada uma hora de pescaria, j tendo Paulo pescado vrios peixes, Luiz tem a sorte de fisgar um peixe enorme. Os dois seguem de volta casa onde esto os demais familiares. a) Qual a natureza jurdica do ato pelo qual Luiz se apropria do peixe? Seria um negcio jurdico ou um ato jurdico em sentido estrito? Fundamente. b) Considerando que Luiz um adolescente, 14 anos, estaria certo dizer que ficaria impedido de adquirir a propriedade do peixe? Fundamente. Referncia bsica:RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. XV, itens 4, 5, 6 e 7.

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Referncia complementar:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 26. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 278-282. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XVI. RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Cdigo Civil, 5 ed. revista e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. XVI e XVII.

Semana 13Posies jurdicas dos indivduos. Posio jurdica ativa: direito subjetivo, direito potestativo, poder jurdico e faculdade jurdica. Posies jurdicas passivas: dever jurdico, sujeio, obrigao e nus.

Casos 1 Direito subjetivo, direito potestativo, poder jurdico e faculdade jurdica Seu Antenor Viriato de Almeida um alegre velhinho solteiro de 79 anos, muito lcido, que administra pessoalmente seu conglomerado de empresas ligadas ao ramo da construo civil avaliadas em torno de alguns milhes de reais. Seu Antenor conta com a ajuda de Carlos Roberto, seu sobrinho mais novo, em uma das fbricas. Alm de Carlos, os nicos parentes vivos que Seu Antenor possui so Marcos e Ricardo, irmos de mais velhos de Carlos e seus inimigos mortais. Como Seu Antenor no possui um testamento escrito, Marcos e Ricardo resolvem exigir que o testamento seja feito o quanto antes e que seu Antenor deixe a fbrica em que Carlos trabalha para ele e os demais bens sejam divididos entre os dois. Como Seu Antenor se recusa, afirmando que tem a faculdade jurdica de fazer ou no qualquer testamento, seus dois sobrinhos retrucam afirmando que como ele no tem filhos obrigado a fazer o testamento sim, em razo de um dever jurdico. A partir do caso acima narrado, responda: a) Afinal, Seu Antenor tem faculdade jurdica ou dever jurdico em relao a seu testamento?

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b) Se os sobrinhos Marcos e Ricardo obrigassem Seu Antenor, atravs de meios coercitivos, a fazer um testamento, estariam violando sua faculdade jurdica de testar? c) Existe distino entre faculdade jurdica e direito potestativo? Por qu? 2 Dever jurdico, sujeio, obrigao e nus Finalmente ele tomou coragem e resolveu morar sozinho. Depois de assinar o contrato de locao, receber o regulamento do condomnio e fazer a mudana para instalar-se em um apartamento conjugado no Edifcio La Mer em Vie, em Fortaleza/CE, Clevson de Santa Cruz resolveu tirar o fim-de-semana para ler com calma toda a papelada que recebera e assinara. Clevson ficou meio assustado com o que viu: como locatrio no poderia violar o direito de posse/propriedade alheio, teria de pagar o aluguel estabelecido mensalmente, conservar e restituir o imvel; como condmino, tinha de submeter-se s regras do condomnio e, se por acaso deixasse de pagar o aluguel e fosse acionado na justia, teria de, como ru, contestar a ao. a) Aponte a natureza jurdica de cada uma das tarefas assumidas por Clevson. b) Por que essas tarefas possuem natureza jurdica distinta? Justifique-as. Referncia bsica:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 9.

Referncia complementar:GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 278-283. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XV. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XVI.

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Semana 14Classificao dos direitos subjetivos: absolutos, relativos, patrimoniais (subdiviso), extrapatrimoniais (subdiviso), originrios, derivados, principais e acessrios. Direitos subjetivos transmissveis e intransmissveis. A questo da inalienabilidade, da sub-rogao e da sucesso.

Casos 1 Classificao dos direitos subjetivos Seu Leonelio de Moura e sua mulher Dona Sinh, domiciliados no bairro da Boa Viagem, em Recife/PE, adquiriram, h dez anos, um terreno com 40.000 m com uma casa construda, no bairro de Apipucos, na mesma cidade, pertencente ao coronel Jos Carssimo, primo distante de Delmiro Gouveia, que l vivera por mais de 30 anos, e adquirira a titularidade do imvel por usucapio. O referido imvel foi alugado para Joaquim Onorino e sua irm Tereza, pelo valor mensal de R$11.000,00 (onze mil reais), mas encontra-se vazio h seis meses. H cerca de quinze dias, um vizinho do imvel telefonou para Leonelio, noticiando que o terreno fora parcialmente invadido por Jos Carvalho Slon, que ali construiu um campo de futebol, um vestirio e um pequeno bar, ocupando aproximadamente 3.000 m. Convencido de que o imvel pertence Prefeitura, Slon se recusa a desocup-lo. Em vista das informaes apresentadas, responda o que se pede. a) Aponte e identifique as formas de aquisio da propriedade encontradas no caso acima. b) Se o terreno fosse mesmo de propriedade da Prefeitura de Recife, poderia Slon usucapir ao final de 15 anos? Justifique, fundamentando na Constituio Federal, sua resposta. 2 Direitos subjetivos transmissveis e intransmissveis Lcia participa de um concurso de fotografia patrocinado pelo Banco Square Garden. premiada com a 3 colocao e receber dois mil reais. Aps a assinatura de cesso de seus direitos sobre a fotografia, atravs de contrato, o banco torna-se o proprietrio dos direitos mesma, oponvel inclusive Lcia.

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a) correto afirmarmos que tanto o Banco quanto Lcia, conforme as relaes jurdicas evidenciadas, possuem direito absoluto, como titulares do direito subjetivo fotografia premiada? b) Podemos tambm classificar esse mesmo direito como direito subjetivo relativo, a partir de outra relao jurdica configurada no caso apresentado? Referncia bsica:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, caps. 9 e 10.

Referncia complementar:GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 278-283. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, vol. 1, 4 ed. verificada e atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. XV. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XVI. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito. 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XIX.

Semana 15Direito adquirido: conceito. Distino entre expectativa de direito e direito adquirido. A tutela constitucional do direito adquirido. A figura do abuso do direito.

Casos 1 Distino entre expectativa de direito e direito adquirido. A tutela constitucional do direito adquirido Para existir o direito adquirido, deve haver um fato aquisitivo e um direito em sentido objetivo, devendo ter tal fato aquisitivo todos os elementos exigidos pela lei antiga, pois, seno, deixa de haver direito adquirido para caracterizar-se a existncia de simples expectativa, isto , esperana de aquisio do direito.

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a) A hiptese de Catarina se tornar herdeira por testamento, prometido, mas ainda no realizado caracteriza um direito adquirido ou uma expectativa de direito? b) Catarina casa-se com Reinaldo em 1976. A bela casa onde vive o casal herana, deixada pelos pais de Reinaldo. At esta poca o regime legal de bens no casamento, no Brasil, era o da comunho universal. Aps 1977, com a Lei do Divrcio, o regime legal passou a ser o da comunho parcial de bens. Em 2002, Reinaldo separa-se de Catarina. Na partilha, fundamentado na lei em vigor, o advogado de Reinaldo no inclui a casa herdada de seus pais. Por sua vez, o advogado de Catarina inclui a casa herdada por Reinaldo, alegando direito adquirido e princpio da irretroatividade da lei. Est correto? Fundamente. 2 Expectativa de direito, direito adquirido e abuso de direito Clvis Bevilqua dizia que no exerccio do nosso direito, desde que no transponhamos o crculo de ao, que ele nos traa, devemos ser garantidos pela ordem jurdica. H, entretanto, limitaes, que essa mesma ordem impe ao exerccio do nosso direito, como sejam, por exemplo, as que so estabelecidas para o direito de propriedade imvel em ateno s necessidades pblicas, ou ao interesse dos vizinhos. Assim, supondo que depois de anos aguardando a morte do velho, Joo Nonato Neto herda de seu nico tio, Vincius Nonato, um imvel na rua Nascimento Silva, n 107, casa 1. Dona Elizete Telles mora no mesmo endereo, casa 2, fundos, sendo certo que Dona Elizete se utiliza de um corredor que passa no terreno de Joo como nico acesso possvel rua, e ele resolve fechar esse corredor. Eis, assim, que teremos, ento, segundo o mestre Clvis, no trecho acima citado, um tipo especial de conflito decorrente do exerccio de direitos. Dona Elizete entra com uma ao na justia em face de Joo para que possa voltar a utilizar-se daquela servido de passagem e logra xito, tendo a sentena transitado em julgado. Com base nas informaes acima, responda: a) No trecho citado, ocorreu um tipo especial de conflito decorrente do exerccio de direitos. Qual? Por qu? b) Se Joo o titular do direito de propriedade de seu imvel, por que teve de permitir que Dona Elizete tambm o usasse? Existe alguma previso legal especfica neste sentido?

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Introduo ao Estudo de Direito II

Referncia bsica:GOMES, Orlando. Introduo ao Direito Civil, 19 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, cap. 10.

Referncia complementar:GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I Parte Geral, pp. 278-283. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil Parte Geral, 4 ed. verificada e atua-lizada, Rio de Janeiro: Forense, 2007, vol. 1, cap. XXII. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituies de Direito Civil, 22 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2008, vol. I, cap. XVI. REALE, Miguel. Lies Preliminares de Direito. 27 ed., So Paulo: Saraiva, 2006, cap. XIX.

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