intervenção não-formal de inclusão de estudantes...
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Vol. 2 n 1 2013 < 45 >
Interveno no-formal de incluso de estudantes angolanos.
Novos desafios, novas realidades, novas respostas
PAULO FEYTOR PINTO
Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Setbal
Resumo Neste texto apresenta-se um projeto de incluso de estudantes angolanos no ensino
superior portugus. Estes estudantes tm um repertrio lingustico-comunicativo
que os distingue claramente dos seus colegas: falam e escrevem em portugus
angolano, no tm qualquer contacto anterior com a interao oral em portugus
europeu e a experincia de escolarizao em Angola no lhes possibilitou o desen-
volvimento de competncias lingustico-comunicativas exigidas no ensino superi-
or portugus. Com base neste perfil sociolingustico, foi organizada uma oficina,
cujos tutores so estudantes escolarizados em Portugal, tendo em vista, alm da
integrao na comunidade acadmica, o desenvolvimento das seguintes competn-
cias: compreenso, expresso e interao oral, leitura de textos e de imagens, re-
flexo sobre o funcionamento da lngua em contexto de leitura e trs modalidades
de produo escrita.
Palavras-chave: Portugus angolano; linguagem acadmica; competncias lingustico-
comunicativas.
Abstract In this paper we present a program for the inclusion of Angolan students in Portu-
guese higher education. These students have a communicative and linguistic reper-
toire that clearly distinguishes them from their peers: they speak and write in An-
golan Portuguese, they have had no previous contact with oral interaction in Euro-
pean Portuguese and their schooling experience in Angola has not developed lan-
guage and communication skills required in Portuguese higher education. Based
on this sociolinguistic profile, a workshop was organized aiming at the develop-
ment of the following skills: oral comprehension, expression and interaction, read-
ing texts and images, language awareness in reading context and three types of
writing production. To better promote the integration of the Angolan in the aca-
demic community, the workshop tutors are peer students educated in Portugal. Key concepts:
Angolan Portuguese; academic language, linguistic and communicative skills
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Novos desafios: a incluso de estudantes angolanos na comuni-
dade acadmica
No ano letivo 2012-13, a Escola Superior de Educao do Instituto Poli-
tcnico de Setbal (ESE-IPS) recebeu, pela primeira vez, estudantes com o
ensino secundrio recm-concludo em Angola. As reaes da comunidade
acadmica ao seu repertrio lingustico foram diversas: (i) necessrio
ajud-los a corrigir os erros, porque eles falam mal portugus; (ii) deve
exigir-se que escrevam em portugus europeu (PE), tal como fazem as
universidades inglesas com o ingls britnico; (iii) precisam de desenvol-
ver uma linguagem acadmica mais rica e diversificada em portugus eu-
ropeu, semelhana de muitos estudantes portugueses. Todos reconhece-
ram as especificidades destes novos estudantes e todos reconheceram a
necessidade duma interveno diferenciada. Os primeiros encaram a varie-
dade angolana do portugus (portugus angolano, PA) como portugus
incorreto que deve ser permanentemente substitudo pelo PE. Os segundos,
sem qualificarem o PA, consideram que o PE falado e escrito obrigatrio
em toda a atividade acadmica, por ser essa a lngua de ensino em Portu-
gal. Os ltimos, mitigando as diferenas entre o PE e o PA, destacam a
necessidade de os estudantes angolanos desenvolverem competncias lin-
gusticas exigidas no final do ensino secundrio portugus: interao oral
em sala de aula, leitura e produo de textos, e leitura e resposta a testes.
Dos doze estudantes angolanos em questo, onze frequentaram, no primei-
ro semestre do ano letivo, a unidade curricular (UC) Lngua e Prtica Tex-
tual, numa turma com trinta e sete estudantes portugueses e uma estudante
brasileira, do 1 ano da licenciatura em Comunicao Social. No decorrer
das aulas, foi possvel constatar que os estudantes angolanos e brasileiros
sentem enormes dificuldades na compreenso da oralidade espontnea em
PE, tanto dos colegas como dos professores; que os estudantes portugueses
tm uma atitude radicalmente diferente diante do PA e do portugus brasi-
leiro (PB) cuja diferena reconhecem e no procuram corrigir; que os estu-
dantes angolanos raramente intervm e no perturbam as aulas, tendo uma
relao muito mais formal com os professores; por fim, que os resultados
da avaliao dos angolanos so globalmente inferiores aos dos estudantes
portugueses. No incio do segundo semestre, professores da turma teste-
munharam a dificuldade de integrao de estudantes angolanos em grupos
de trabalho com outros estudantes devido perceo de que o seu fraco
desempenho poderia prejudicar a avaliao do grupo.
Entretanto, no mbito da UC Pedagogia e Educao ao Longo da Vida,
cinco estudantes, incluindo uma angolana e uma portuguesa da mesma
turma plurinacional, conceberam um Projeto de Formao Extracurricular
para Aprendentes de Portugus como Segunda Lngua. O objetivo era dar
resposta s necessidades lingusticas dos novos estudantes angolanos atra-
vs de uma ao de formao dinamizada, em regime de voluntariado, por
estudantes portugueses. O projeto previa que a participao de todos os
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estudantes seria creditada na Carteira de Competncias, uma UC do plano
de estudos de todas as licenciaturas da ESE-IPS que tem como finalidade o
reconhecimento formal de aprendizagens e competncias desenvolvidas
em diversos contextos de natureza cientfica, acadmica, profissional ou
social, ao longo de todo o percurso formativo do estudante.
Este trabalho acadmico das cinco estudantes foi o embrio do projeto de
remediao lingustica Oficina de Portugus Europeu para Fins Acadmi-
cos (OPEFA). Numa perspetiva sociolingustica, a conceo da OPEFA,
dos seus objetivos e das atividades propostas, assentou no diagnstico do
repertrio lingustico dos estudantes e, portanto, tambm do contexto lin-
gustico de origem, isto , das atitudes, das prticas e das polticas lingus-
ticas dos angolanos. Desde logo, a primeira dificuldade surgiu com a defi-
nio, alis inconclusiva, da lngua materna dos estudantes. Esta dificulda-
de parece radicar nos seguintes fatores: (i) as lnguas bantu de Angola, por
serem geralmente designadas dialetos, esto excludas da resposta per-
gunta qual a sua lngua materna?; (ii) por nunca terem aprendido for-
malmente nenhuma lngua bantu, ou seja, por no terem desenvolvido um
conhecimento explcito sobre essas lnguas, a nica lngua que conhecem
bem, acerca da qual tm conscincia de saber muitas coisas, a lngua
portuguesa; (iii) a lngua portuguesa a lngua de prestgio ligada ao poder
poltico, econmico, social e cultural, por isso, jovens com doze anos de
escolarizao em portugus tm dificuldade em exclurem-se do mbito
lusfono urbanizado culto para eles, a lngua mais importante, a primeira,
o portugus.
Com efeito, a adequao da OPEFA s necessidades dos novos estudantes
angolanos realou os desafios que se colocam atualmente ao ensino em
contextos multilingues e ps-coloniais, como Angola, tanto devido dife-
rena entre a lngua de casa e a lngua da escola como devido s competn-
cias lingusticas exigidas pelas tarefas escolares. A diversidade sociolin-
gustica relevante no contexto educativo angolano pode observar-se a qua-
tro nveis: lngua diferente (lnguas bantu e lngua portuguesa), norma dife-
rente (portugus europeu e portugus angolano), estatuto diferente (lngua
primeira / materna e lngua segunda / no materna), registo diferente (lin-
guagem coloquial / corrente e linguagem escolar / acadmica).
Assim, esta apresentao do projeto de conceo da OPEFA ser constitu-
da por dois momentos fundamentais. Primeiro, uma sntese da complexa
realidade sociolingustica de Angola em que se destacam a enorme diversi-
dade lingustica do pas, as caractersticas fundamentais das lnguas bantu e
da variedade ps-colonial do portugus falado em Angola, e a difuso e o
uso do portugus, em particular no sistema educativo. Depois, uma descri-
o do projeto que inclui o diagnstico de necessidades dos estudantes
angolanos, os objetivos da interveno, o programa da OPEFA atividades
e competncias e um balano final.
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Novas realidades: a realidade sociolingustica de Angola
a. Diversidade lingustica
A quase totalidade das lnguas de origem africana faladas em Angola pela
maioria da populao so lnguas bantu. Trata-se de um grupo da famlia
Nger-Congo que inclui cerca 600 lnguas faladas por mais de 200 milhes
de pessoas. A identificao deste grupo de lnguas encetou-se em meados
do sc. XIX, mas apenas na segunda metade do sc. XX foi realizada uma
classificao satisfatria das lnguas bantu. Com efeito, a classificao de
Guthrie (1967-71), que se mantm globalmente vlida, divide as lnguas
bantu em quinze zonas. Em Angola, so faladas lnguas das zonas H, K e R
que tambm abrangem todos os pases vizinhos.
Figura 1 Famlia Nger-Congo e lnguas bantu
(Guthrie, 1971 & Gordon, 2005)
O nmero de lnguas presentes, o nmero de falantes de cada uma, a sua
localizao geogrfica e a prpria designao das lnguas so questes em
aberto em Angola, como em grande parte dos pases africanos. Portanto, os
valores e o mapa (Figura 2) que se apresentam so apenas indicativos. Em
Angola, h seis lnguas bantu que esto oficialmente reconhecidas como
lnguas nacionais. O kikongo (10%) e o kimbundu (25%) pertencem zona
H (lnguas do Norte), o cokwe (5%) e o ngangela (3%) pertencem zona K
(lnguas do Leste) e o kwanyama (1%) e o umbundu (33%) pertencem
zona R (lnguas do Sudoeste). Destas, as nicas faladas s em Angola so
o kimbundu e o umbundu. So ainda faladas outras lnguas bantu das trs
zonas. No extremo sudeste de Angola so faladas duas lnguas da famlia
Khoisan, portanto no bantu, de dois subgrupos distintos, com apenas cer-
ca de 10 mil falantes.
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Figura 2 Lnguas nacionais / regionais de Angola
(Guthrie, 1971 & Gordon, 2005)
As lnguas bantu de Angola, alm da interao quotidiana, so utilizadas
nas emisses da Rdio Ngola Yetu (nossa Angola, em kimbundu), em ma-
gazines culturais da Televiso Pblica de Angola (TPA) e so objeto de
estudo do Instituto das Lnguas Nacionais de Angola, dependente do Mi-
nistrio da Cultura. No sistema educativo, a respetiva Lei de Bases, de
2001, diz que O Estado promove e assegura as condies humanas, cienti-
fico-tcnicas, materiais e financeiras para a expanso e a generalizao da
utilizao e do ensino de lnguas nacionais e que no subsistema de edu-
cao de adultos, o ensino pode ser ministrado nas lnguas nacionais (arti-
go 9). Desde 2006, h escolas primrias que, a ttulo experimental, tm
ensino bilingue em portugus e numa lngua bantu.
b. Estrutura e funcionamento das lnguas bantu
Estas lnguas tm caractersticas que importa conhecer para melhor com-
preender diferenas entre o PA e o PE. Tal como o basco ou o turco, as
lnguas bantu so lnguas aglutinantes, isto , lnguas em que a maioria das
palavras formada a partir da juno, aglutinao ou fuso de elementos
portadores de significado que nunca ocorrem isolados. Nas lnguas bantu,
estes elementos so os prefixos (no incio), os infixos (no meio) e os radi-
cais (no fim). Este tipo de estrutura leva produo de palavras longas.
Um exemplo em suali ou kiswahili, a lngua bantu mais estudada e difun-
dida internacionalmente:
(limau) lililoendelea
(o limo) que se desenvolveu
Esta forma verbal constituda pelo prefixo de classe do nome precedente
li-, seguido do infixo -li- que marca o tempo passado, seguido da contrao
do mesmo prefixo da classe nominal precedente -li- com o infixo pronome
relativo -o- (l+o), terminando com endelea, radical do verbo desenvolver-
se (kuendelea).
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O trao mais distintivo destas lnguas, porm, o facto de todas terem
entre 10 a 20 classes nominais com as quais os restantes elementos das
frases, sua direita, tm de concordar. A concordncia marcada pelos
prefixos prprios de cada classe nominal, como mostram os seguintes
exemplos em suali:
(ki)lugha kireno kiko kizuri a lngua portuguesa bonita
mwanamke mreno mko mzuri a mulher portuguesa bonita
mwanadamu mreno mko mzuri o homem portugus bonito
Em todas as frases, todas as palavras concordam com o nome inicial. Na
primeira frase, lngua, da classe dos objetos, obriga ao prefixo ki- nas pala-
vras seguintes. Nas outras duas frases, homem e mulher, ambos da classe
dos seres humanos, obrigam ao mesmo prefixo desta classe, m-. Ou seja,
em portugus marca-se gramaticalmente masculino ou feminino, no fim da
palavra. Nas lnguas bantu, marca-se pessoa ou objeto, no incio da pala-
vra. Outro exemplo:
wanafunzi walikula chakula chao cha mchana
estudantes comeram refeio sua do dia
os estudantes comeram o seu almoo
Cada vez que aparece um novo nome (estudante, refeio, dia), as palavras
seguintes adotam o seu prefixo. O plural marcado (cada classe tem o seu
plural), no h artigo definido (os) e as palavras que determinam ou quali-
ficam (sua) vm sempre depois do respetivo nome (refeio).
c. Caractersticas do portugus angolano
O contacto prolongado entre as lnguas bantu e o portugus influenciou
naturalmente a estrutura e o funcionamento dessas lnguas. Esse intercm-
bio, comum a todas as lnguas, em todo o mundo, mais evidente no lxi-
co. Assim, no kimbundu h muitas palavras de origem portuguesa por
exemplo, najnena (janela), palaia (praia), poji (pois) e no portugus mui-
tas palavras de origem bantu por exemplo, bu (bwe), carimbo (kirimbu),
cota (dikota). No caso da lngua portuguesa em Angola, o contacto com as
lnguas bantu e o facto de ter sido difundida atravs do colonialismo euro-
peu, com a inerente descontinuidade geogrfica e distanciamento e isola-
mento em relao a outros lusofalantes, est na origem da emergncia du-
ma norma ps-colonial do portugus, tal como aconteceu no Brasil e nou-
tros pases do mundo, com outras lnguas europeias.
No entanto, em boa verdade, a variedade lingustica que est na origem do
PA no propriamente o PE, mas antes a variedade reestruturada falada
por quem o adquiriu como L2. da interao de falantes de PL2 que
emerge o PA. Mais que uma variao dialetal sincrnica do portugus, o
PA uma variao diacrnica de mudana do sistema da lngua. O reco-
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nhecimento das normas nacionais ou ps-coloniais do portugus muito
desigual. O PB est, h muito, amplamente descrito apesar de (ainda) no
ser a norma de referncia do sistema educativo brasileiro. Os estudos sobre
o portugus moambicano (PM) esto bastante desenvolvidos, comeando
agora a despontar o mesmo interesse pelo PA. No mbito da CPLP, o Pla-
no de Braslia (2010) prev a introduo das normas nacionais nos siste-
mas educativos dos pases de lngua portuguesa. Na figura 3, apresenta-se
um exemplo da variao lexical entre as oito variedades nacionais da ln-
gua portuguesa.
Figura 3 Variedades nacionais da lngua portuguesa
(Loureno, Ferreira & Cruz, 1997)1
1 Em data posterior da publicao da fonte consultada (1997), foram atestados,
na Guin-Bissau, dois equivalentes de autocarro: toca-toca e candonga
A variedade ps-colonial do portugus falado e escrito em Angola apresen-
ta um conjunto especfico de caractersticas fonolgicas, lexicais, semnti-
cas, morfolgicas e morfossintticas. No plano fonolgico, e tendo como
referncia o PE padro, verifica-se a alterao dos sons de vogais (trofu >
trofu), o apagamento de ditongos (dinheiro > dinhero), a substituio de
palatal por i (trabalho > trabaio) e outras mudanas de sons e da sua ordem
na palavra (dormir > dromir; bebida > bibida; mesmo > memo; ficar > fica;
famoso > afamoso; admirar > ademirar; senhor > senhoro). Tratando-se de
caractersticas da oralidade, elas podero transparecer na escrita. Estas
caractersticas, porm, verificam-se tambm em falantes no angolanos do
portugus.
Na tabela 1, apresentam-se caractersticas daquilo que parece ser ou vir a
ser o PA, noutros planos da estrutura e do funcionamento desta variedade
da lngua portuguesa, comparando-as com as normas do PE e do PB.
(Branco, 2003), no sendo certo tratar-se de vocabulrio do portugus guineense
minoritrio ou do crioulo guineense maioritrio ou se autocarro caiu em desuso
por ter deixado de haver autocarros (cf. chapa e machimbombo em portugus
moambicano). As palavras em portugus timorense, no abrangido pela fonte
consultada, foram fornecidas por Lcia Vidal Soares, da Escola Superior de Edu-
cao de Lisboa.
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Tabela 1 - Comparao de aspetos divergentes de trs variedades nacionais da lngua portuguesa
P Angolano P Brasileiro P Europeu
Lxico
Bantu Musseque Favela Bairro de lata
P Europeu Geleira Geladeira Frigorfico
P Brasileiro Moleque Moleque Mido
Ingls Chuinga Chiclete Pastilha elstica
Semntica Polissemia Falar Falar Dizer
Morfo Sintaxe
Nmero As criana bonita As criana/s bonita/s As crianas bonitas
Gnero Primeira filho Primeiro filho Primeiro filho
Det possessivo A lngua nossa Nossa lngua A nossa lngua
Preposio Ir na praia Ir na praia Ir praia
Pretrito perfeito Quando trata Quando tratava Quando tratava
Conjuntivo Embora depende Embora dependa Embora dependa
Infinit flexionado Comearmos a admitirmos Comearmos a admitir Comearmos a admitir
Pronomes
Posio No trata-se No se trata No se trata
Concordncia Tu queres o seu prmio Voc quer o seu prmio Tu queres o teu prmio
Complemento Eu vi-lhe Eu vi ele Eu vi-o
(Gonalves, 2007; Inverno, 2009 & Petter, 2008)
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d. Difuso e uso do portugus
Atualmente, o portugus ser falado por 20% a 30% dos angolanos, como
primeira ou segunda lngua. Estima-se que este valor atinja os 60% em
Luanda. A adoo da lngua do antigo colonizador como nica lngua ofi-
cial, num processo idntico ao da generalidade dos pases da frica subsa-
riana, enquadra-se no projeto de construo da angolanidade. A lngua
portuguesa encarada como lngua de unidade nacional por ser a nica que
(mais ou menos) falada em todo o pas e por ser um fator de diferencia-
o dos pases vizinhos onde so faladas lnguas bantu tambm presentes
em Angola. O portugus a lngua exclusiva da administrao e das foras
armadas e quase exclusiva da educao, da comunicao social e da litera-
tura. Entre a elite urbanizada, o portugus a lngua materna predominan-
te.
Os quatro principais fatores de difuso do portugus em Angola, a partir de
meados do sculo XX, foram: (i) o prestgio associado ao facto de ser a
nica lngua dos detentores do poder poltico, econmico, social e cultural;
(ii) a presena permanente e prolongada de contingentes significativos de
falantes de todas as variedades do PE, colonos e militares; (iii) a poltica
colonialista portuguesa de assimilao, em vigor at ao incio da guerra
(1961), segundo a qual os angolanos negros, para beneficiarem de direitos
de cidadania, tinham obrigatoriamente que saber falar corretamente por-
tugus e que ter adquirido a ilustrao e os hbitos portugueses (Estatu-
to dos Indgenas Portugueses das Provncias da Guin, Angola e Moam-
bique); (iv) a deslocao interna de refugiados da guerra civil (1975-2002),
do campo para as cidades, tornando-as (ainda mais) em ambientes multi-
lingues em que o portugus a lngua franca ou veicular.
Segundo a Constituio, a lngua portuguesa a lngua oficial e as lnguas
bantu so as lnguas nacionais. No entanto, parece estar a operar-se uma
mudana terminolgica em que as lnguas bantu comeam a ser designadas
como lnguas regionais e o portugus como lngua nacional. A este facto
no ser alheio o reconhecimento da emergncia duma norma nacional do
portugus, o PA.
e. A lngua portuguesa no sistema educativo
A situao sociolingustica do sistema educativo frequentado durante doze
anos pelos estudantes angolanos, tal acontece em muitos pases da frica
subsaariana, particularmente complexa, havendo diferenas substanciais
entre o meio urbano e rural, onde a maioria dos alunos fala uma lngua
bantu em casa. Segundo a Lei de Bases do Sistema de Educao (2001:
art.9) O ensino nas escolas ministrado em lngua portuguesa e o Curr-
culo (2005) confirma que O ensino formal feito em Lngua Portuguesa.
Nos manuais angolanos de Lngua Portuguesa h textos literrios, jornals-
ticos e de divulgao cientfica em PE, PB e PA. Os professores e os alu-
nos falam PA, nas cidades mais como L1, no campo mais como L2. No
entanto, apesar da omisso legal duma norma especfica, apesar da diversi-
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dade de normas lidas e apesar da omnipresena do PA, quando no de ln-
guas bantu, o sistema educativo angolano assumiu o PE como norma de
referncia o nico indcio documental desta opo implcita so os exer-
ccios de gramtica, dos manuais, e as gramticas e dicionrios, portugue-
sas ou de autores portugueses, listados em documentos da administrao
educativa em que se podem incluir os manuais, por fazerem parte dum
sistema de livro nico aprovado centralmente.
Alis, o livro nico, aliado enorme distncia entre a norma da escola e a
lngua da rua e de casa e aliado insuficiente formao inicial e contnua
dos professores de Portugus, contribuir para prticas pedaggicas pouco
diversificadas e/ou diferenciadas que exigem dos alunos o desenvolvimen-
to de um conjunto restrito de competncias lingustico-comunicativas,
predominantemente de receo. Quanto mais uniforme for a metodologia,
menor ser a diversidade de competncias de utilizao da lngua necess-
rias em contexto de aprendizagem, ou seja, o repertrio lingustico-
comunicativo para fins escolares ou acadmicos.
Novas respostas: a Oficina de Portugus Europeu para Fins Acadmi-
cos
a. Necessidades e objetivos
A partir de um trabalho acadmico de cinco estudantes delineou-se uma
resposta dirigida a novos estudantes angolanos com o ensino secundrio
recentemente concludo no pas de origem. Esta resposta desdobra-se em
dois momentos. O primeiro o ano experimental, de que aqui se d conta,
em que foram concebidos e experimentados atividades e materiais didti-
cos e foram formadas as futuras estudantes-formadoras. O segundo mo-
mento a implementao da OPEFA, com os materiais testados, em anos
letivos posteriores em que haja novos estudantes angolanos.
A conceo da iniciativa de remediao lingustica para estudantes estran-
geiros lusfonos teve como ponto de partida o diagnstico do seu repert-
rio lingustico-comunicativo que foi levado a cabo em reunies do coorde-
nador do projeto e da coordenadora do curso de Comunicao Social com
os estudantes. Alm do leque restrito de competncias lingusticas exigidas
pelo trabalho acadmico, constatou-se que todos os estudantes implicados
so falantes de PA com, pelo menos, doze anos de escolarizao em PA, e
que esto, pela primeira vez, a residir no estrangeiro. Dada a complexidade
deste tipo de diagnstico, e com base nele, foram preparadas duas fichas
para aplicao em anos posteriores pelas estudantes-formadoras. Para a
caracterizao do perfil sociolingustico apresentam-se, por ordem alfab-
tica, nove lnguas faladas em Angola cujo uso deve ser relacionado com
sete categorias de pessoas com que o indivduo interage: irmos, me, pai,
outros familiares, vizinhos, amigos / colegas e desconhecidos (Anexo 1).
Para o diagnstico das dificuldades em portugus europeu para fins aca-
dmicos, apresentam-se as seguintes oito competncias a que devem ser
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atribudos um de quatro nveis de dificuldade (Anexo 2):
a) Compreender o que dizem os professores portugueses durante as
aulas: sotaque, expresses populares;
b) Tirar apontamentos enquanto o professor fala;
c) Preparar com antecedncia intervenes orais durante as aulas: ex-
posio oral, debate;
d) Compreender leitura silenciosa individual: textos, perguntas, exer-
ccios;
e) Compreender e utilizar a informao transmitida atravs de ima-
gens, mapas ou grficos;
f) Distinguir gramaticalmente o gnero, o nmero, a pessoa e o tem-
po das palavras dum texto;
g) Escrever o resumo dum texto;
h) Escrever um texto a partir de informao retirada de diferentes fon-
tes consultadas.
Numa perspetiva de incluso lingustica dos estudantes na comunidade
acadmica, a interveno no pode ter como finalidade a substituio do
PA pelo PE, a assimilao lingustica, mas antes a melhoria do desempe-
nho dos estudantes angolanos no ensino superior portugus. Nesta perspe-
tiva, considerar-se- aceitvel a expresso oral e escrita dos estudantes em
PA. De acordo com estes pressupostos, a conceo das atividades e dos
materiais tiveram os seguintes objetivos:
- Aprofundar as competncias de compreenso oral e escrita do PE;
- Utilizar textos e praticar metodologias de trabalho diversificados para fins
acadmicos;
- Contribuir para a incluso dos estudantes no novo meio social e acadmi-
co.
b. Programa: atividades e contedos
Tendo presente estes objetivos e o perfil dos estudantes angolanos, e com o
apoio ativo do Departamento de Cincias da Comunicao e da Lingua-
gem, dos estudantes angolanos e das estudantes que realizaram o projeto de
formao extracurricular, foram criados o programa e os materiais didti-
cos da OPEFA. O programa constitudo por quinze atividades a realizar
durante outras tantas sesses presenciais de 90 minutos. As competncias
trabalhadas so a compreenso, a expresso e a interao oral, a leitura de
textos e de imagens, a reflexo sobre o funcionamento da lngua em con-
texto de leitura e trs modalidades de produo escrita. Na tabela 2, apre-
senta-se uma descrio sumria destas quinze atividades.
Em nove destas atividades, so trabalhados textos no literrios retirados
de seis enunciados de exames nacionais de concluso do ensino secundrio
(Portugus, Geografia e Histria, de 2008-2012).
Pretende-se, assim, garantir o trabalho com textos de tipo, complexidade e
temtica exigidos no processo portugus de acesso ao ensino superior. A
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interveno voluntria de estudantes-formadores visa facilitar a incluso
dos estudantes angolanos.
Tabela 2 Programa OPEFA
Atividades
Competncias
Textos Contedos
Ou
vir
Fa
lar
Ler
Esc
rev
er
1 Ouvir texto em PE e PA Texto jornalstico sobre astronutica (Exame de Portugus,
GAVE, 2010)
Diferenas fonolgicas PE - PA
2 Ler e ouvir expresses idiomticas Dilogos criados com expresses idiomticas recolhidas
por formandos
Lxico, fraseologia do PE, conota-
o
3 Ouvir texto e responder por tpicos Texto filosfico sobre tica e juventude (Exame de Portu-
gus, GAVE, 2009)
Seleo e reteno de informao
4 Tomar notas durante exposio oral Notas tomadas durante exposio oral sobre arte e literatu-
ra
Seleo e tratamento de informa-
o, grafmica
5 Preparar coletivamente exposio oral Pesquisa livre e guio sobre tema selecionado por forman-
dos
Cdigo oral, linguagem no-verbal,
plano de texto, texto expositivo
6 Debater tema preparado Pesquisa livre e guio sobre tema selecionado por forman-
dos
Plano do texto, texto argumentativo
7 Ler em silncio e responder a escolha
mltipla
Texto de reflexo sobre palavras e imagens na atualidade
(Exame de Portugus, GAVE-ME, 2011)
Leitura autnoma, linguagem aca-
dmica
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8 Ler enunciado e discutir perguntas e res-
postas
Enunciado completo de exame (Lngua e Prtica Textual,
ESE-IPS, 2013)
Texto instrucional, planificao de
resposta
9 Oralizar leitura de imagens, mapas, grfi-
cos (IMG)
Figura com mapa e grficos sobre o clima em Portugal
(Exame de Geografia A, GAVE-ME, 2012)
Linguagem visual, texto descont-
nuo
10 Oralizar leitura de IMG e texto escrito Documentos escritos, tabela e fotografias sobre colonia-
lismo (Exame de Histria A, GAVE-ME, 2008)
Linguagem visual, texto descont-
nuo, pesquisa documental
11 Fazer exerccio de completamento com
escolha mltipla pessoa, gnero, nmero
Texto filosfico sobre tica e juventude (Exame de Portu-
gus, GAVE-ME, 2009)
Flexo de pessoa, gnero, nmero
em nomes, pronomes, determinan-
tes, adjetivos, verbos
12 Fazer exerccio de completamento com
escolha mltipla: coeso temporal
Texto jornalstico sobre astronutica (Exame de Portugus,
GAVE-ME, 2010)
Advrbios, verbos: pretritos, con-
juntivos, condicional
13 Escrever leitura de IMG Figura com mapa e grficos sobre hidrografia em Portugal
(Exame de Geografia A, GAVE-ME, 2012)
Linguagem visual, texto descont-
nuo, texto descritivo
14 Resumir um texto complexo Texto de reflexo sobre palavras e imagens na atualidade
(Exame de Portugus, GAVE-ME, 2011)
Resumo, textualidade, grafmica
15 Re-com-textualizar excertos de fontes
diversas
Extratos de oito stios na internet relacionados com o Bu-
to
Texto: coerncia, coeso, progres-
so; grafmica: acentuao, pontua-
o
Durante o segundo semestre do ano letivo, os materiais didticos foram
experimentados em sesses com os estudantes angolanos e com as cinco
estudantes que sero as futuras formadoras voluntrias da OPEFA. Na
avaliao final desta primeira fase do projeto, feita informalmente no final
do semestre por todos os estudantes envolvidos, as atividades consideradas
mais pertinentes foram duas centradas na compreenso oral do PE (ativi-
dades 1 e 2) e uma dedicada concordncia de pessoa, gnero e nmero
(atividade 11). Em sntese, segundo dois estudantes, a OPEFA ajudou-nos
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imenso, no s a melhorar os nossos trabalhos, mas tambm a sentirmo-
nos mais integrados. Posteriormente, foi elaborada uma ficha de registo
sistematizado de elementos de avaliao final da perceo dos estudantes
acerca dos efeitos da iniciativa (Anexo 3).
No fim do ano experimental, o projeto tinha beneficiado doze estudantes
angolanos, tinha preparado cinco formadoras voluntrias e tinha elaborado
o guio (futuro) da OPEFA com um breve enquadramento terico, com os
materiais didticos e respetivas propostas de resoluo de quinze ativida-
des, e com as trs fichas de avaliao.
c. Perspetivas
Diante dos novos desafios colocados pela presena de um grupo significa-
tivo de estudantes com caractersticas especficas e inditas na escola
falantes de PA, uma norma emergente da lngua portuguesa com nenhum
prestgio em Portugal, com um repertrio lingustico-comunicativo para
fins acadmicos restrito e oriundos de um sistema educativo linguistica-
mente muito complexo foi concebido um projeto de remediao lingus-
tica simultaneamente inclusivo e no formal. Inclusivo porque se adequa s
necessidades do grupo minoritrio sem ter por objetivo a assimilao da
variedade lingustica da maioria e, portanto, o desaparecimento do grupo
minoritrio. Mas inclusivo tambm porque implica mudanas no contexto
de acolhimento, seja a conceo da nova resposta, seja a promoo de no-
vas atitudes no seio da maioria aceitao do PA tal como j acontece com
o PB. Por fim, a interveno foi levada a cabo em contexto no formal,
tanto pelo facto de ter origem numa iniciativa de estudantes como pelo
facto de caber aos estudantes o papel central de dinamizao das futuras
sesses de trabalho com os novos estudantes angolanos. Dotou-se assim a
ESE-IPS de um mecanismo que, atravs da incluso lingustica, poder
promover o sucesso acadmico e a insero social de futuros estudantes
estrangeiros lusfonos. Para o efeito, a ESE-IPS tem cinco formadoras
disponveis, em princpio, at 2015, e o respetivo guia do formador com os
materiais didticos necessrios devidamente validados.
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http://www.si.ips.pt/ese_si/disciplinas_GERAL.FormView?P_ANO_LEC
TIVO=2011/2012&P_CAD_CODIGO=PAP30004&P_PERIODO=2S,
acedido a 14-10-2013]
Zau, Filipe (2002). Angola: Trilhos para o Desenvolvimento. Lisboa: Uni-
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Anexos
Anexo 1 Perfil Sociolingustico
Anexo 2 Diagnstico de Dificuldades
Anexo 3 Avaliao da Atividades
Nota Biogrfica
Paulo Feytor Pinto, Mestre em Relaes Interculturais (1999) e doutor em
Estudos Portugueses, especializao em Poltica de Lngua (2008). Atual-
mente professor adjunto convidado da Escola Superior de Educao do
Instituto Politcnico de Setbal e investigador integrado do Instituto de
Lingustica Terica e Computacional, foi presidente da Associao de Pro-
fessores de Portugus (1997-2011). Colaborou na redao do Dicionrio da
Academia das Cincias de Lisboa (1992-95) e autor dos livros Formao
para a Diversidade Lingustica na Aula de Portugus (1998), Como Pen-
samos a Nossa Lngua e as Lnguas dos Outros (2001), Novo Acordo Or-
togrfico da Lngua Portuguesa (2009) e O Essencial sobre Poltica de
Lngua (2010).
http://www.si.ips.pt/ese_si/disciplinas_GERAL.FormView?P_ANO_LECTIVO=2011/2012&P_CAD_CODIGO=PAP30004&P_PERIODO=2Shttp://www.si.ips.pt/ese_si/disciplinas_GERAL.FormView?P_ANO_LECTIVO=2011/2012&P_CAD_CODIGO=PAP30004&P_PERIODO=2S
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Anexo 1 - Perfil Sociolingustico
Estudante
Curso
Lnguas faladas em
Angola com:
Irmo
s
Me
Pai
Outro
s fam
iliare
s
Vizin
hos
Amigo
s, co
legas
Desc
onhe
cidos
Outro
s
Cokwe
Francs
Ingls
Kikongo
Kimbundu
Kwanyama
Ngangela
Portugus
Umbundu
Outra
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Anexo 2 Diagnstico de Dificuldades
Diagnstico de Dificuldades
Dificuldade
Nenh
uma
Pouc
a
Algu
ma
Muita
A Compreender aquilo que os professores portugueses dizem durante as aulas: sotaque, expresses populares 1 2 3 4
B Tirar apontamentos enquanto o professor fala 1 2 3 4
C Preparar com antecedncia intervenes orais durante as aulas: exposio oral, debate 1 2 3 4
D Compreender leitura silenciosa individual: textos, perguntas, exerccios 1 2 3 4
E Compreender e utilizar a informao transmitida atravs de imagens, mapas ou grficos 1 2 3 4
F Distinguir gramaticalmente o gnero (m/f), o nmero (s/p), a pessoa (1/2/3) e o tempo (passado, condicional) das palavras dum texto 1 2 3 4
G Escrever o resumo dum texto 1 2 3 4
H Escrever um texto a partir de informao retirada de diferentes fontes consultadas 1 2 3 4
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Anexo 3 Avaliao das Atividades
Avaliao das Atividades
Efeito positivo
Nenh
um
Pouc
o
Algu
m
Muito
1 Ouvir texto em portugus europeu e portugus angolano 1 2 3 4
2 Ler e ouvir expresses idiomticas portuguesas 1 2 3 4
3 Ouvir texto e responder por tpicos 1 2 3 4
4 Tomar notas durante exposio oral 1 2 3 4
5 Preparar coletivamente exposio oral 1 2 3 4
6 Debater tema preparado 1 2 3 4
7 Ler em silncio e responder a escolha mltipla 1 2 3 4
8 Ler enunciado e discutir perguntas e respostas 1 2 3 4
9 Oralizar leitura de imagens, mapas e grficos 1 2 3 4
10 Oralizar leitura de imagens, mapas, grficos e texto escrito 1 2 3 4
11 Fazer exerccio de completamento com escolha mltipla: pessoa, gnero e nmero 1 2 3 4
12 Fazer exerccio de completamento com escolha mltipla: coeso temporal 1 2 3 4
13 Escrever leitura de imagens, mapas e grficos 1 2 3 4
14 Resumir um texto complexo 1 2 3 4
15 Escrever texto a partir de excertos de fontes diversas 1 2 3 4
paulo_feytorPFP-Anex-1PFP-Anex-2PFP-Anex-3