interface saúde e meio ambiente - escoladesaude.pr.gov.br · aprendiz da cura . sociedades antigas...
TRANSCRIPT
Prof. Daniel Canavese
Profa. Milene Zanoni Vosgerau
CURSODEESPECIALIZAÇÃOPARAFORMAÇÃODEGESTORESEEQUIPESGESTORASDOSUS
O conceito ampliado de Saúde
Hipócrates Cós, 460–Tessália, 377 a.C
Asclepíade responsável por práticas em saúde, aprendiz da cura
Sociedades antigas
Período agrícola
• Grécia – Hipócrates: Pai da Medicina → Explicação racional das doenças
• Observação empírica
• Importância do ambiente
• Sazonalidade
• Trabalho
• Posição social
• Afastava o sobrenatural
Apolo Deus grego da beleza, equilíbrio e perfeição
Apolo e as ninfas.
François Girardon (1666-73), Palácio de Versalhes, Paris
Hipócrates (Cós, 460–Tessália, 377 a.C.)
• Asclepíade: responsável por práticas em saúde
• Início da sistematização das informações, afasta-se das crenças religiosas e supersticiosas
Hipócrates (Cós, 460–Tessália, 377 a.C.)
"... aquele que deseje compreender a ciência
médica, deve considerar os efeitos das estações do ano,
as águas e suas origens, o modo de vida das
populações..."
(Corpus hippocraticum)
• Séc. XVII – Teoria Miasmática: condições de saúde-doença causadas pelos “miasmas” que emanavam do solo, do ar e da água
• Grandes epidemias da época ocorrendo com rápida expansão geográfica e populacional: cólera, febre amarela
• Ações em saúde: afastar núcleo urbano da matéria orgânica Teo
ria
Mia
smát
ica
Séc. XIX: John Snow, médico inglês, na investigação das pandemias de cólera presta fundamental
contribuição para a elaboração de uma teoria que se contraponha à Miasmática
John Snow, 1813-1858
Teo
ria
do
Co
ntá
gio
Teoria Miasmática
Séc. XIX
Teoria do Contágio
Bac
teri
olo
gia
Teoria Unicausal
Séc. XX
Teoria Multicausal
Séc. XXI Séc. XVII
Teoria Miasmática
Séc. XIX
Teoria do Contágio
Bac
teri
olo
gia
Teoria Unicausal
Séc. XX
Teoria Multicausal
Séc. XXI Séc. XVII
• A Era Bacteriológica apresenta uma série de “respostas” e contribui para o distanciamento entre doença e condições socioambientais
• Ênfase na definição biológica das doenças, imunização e tratamento por fármacos
Koch, 1843-1910
Leeuwenhoek, 1632-1723
Un
i / M
ult
icau
salid
ade
• A anatomia instaura uma nova racionalidade médica centrada na Fisiologia e na Anatomia
• A vida humana deixou de ser objeto central e passou a ser vista como uma máquina
• O Hospital para a ser o centro de tratamento especializado, o corpo passou a ser sede das doenças
Mo
de
lo B
iom
éd
ico
• Na anatomia clínica do século XIX, o aprendizado das doenças se fez não pela observação da vida, mas em corpos mortos:
“traçando-se, a partir da visão da morte, os limites do trajeto da vida” (Luz, 1988)
• Assim, a saúde passou a ser vista como ausência de doença e a cura passou a significar a eliminação dos sintomas.
Mo
de
lo B
iom
éd
ico
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632) é uma pintura a óleo sobre tela de Rembrandt (1606-1669). A obra retrata uma aula de anatomia que na época foi uma revolução no campo das ciências da vida. Os avanços da anatomia-patológica deram visibilidade para o corpo humano e renovaram as explicações acerca do
processo saúde e doença.
“Desde então, o método cartesiano tornou-se o paradigma dominante da ciência e o universo
passou a ser concebido como um
sistema mecânico, consistindo em objetos separados que, por sua vez,
foram reduzidos a seus menores elementos materiais”
(Vaitsman, 1992)
Mo
de
lo B
iom
éd
ico
Re
lató
rio
Fle
xne
r, 1
91
0
• Acadêmico da Johns Hopkins University
• Realiza um trabalho de pesquisa para Fundação Carnegie (retrato das escolas de Medicina)
• Grande influencia para Fundação Rockefeller (financiou a instalação nos anos 10 e 20 a Faculdade de Medicina e Cirurgia e o Instituto de Hygiene/USP)
Abraham Flexner, 1866-1925
Re
lató
rio
Fle
xne
r, 1
91
0
definição de padrões de entrada e ampliação, para quatro anos, da duração dos cursos;
introdução ao ensino laboratorial;
estímulo à docência em tempo integral;
expansão do ensino clínico, especialmente hospital;
vinculação das escolas médicas às universidades;
ênfase na pesquisa biológica como forma de superar a era empírica do ensino médico;
estímulo à especialização médica;
vinculação da pesquisa ao ensino;
controle do exercício profissional pela profissão organizada.
Características do Modelo Biomédico
• Especialista, fragmentado(r)
• Biologicista
• Desumanizado (enfoque na doença e no órgão)
• Hospitalocêntrico
• Interventor, uso exagerado de tecnologia dura
• Centrado no profissional médico
Medicalização da Vida e do Sofrimento
12-18 ANOS MODERADORES
DE APETITE
4-12 ANOS RITALINA O-4 ANOS
AMOXILINA 38-65 ANOS
ZANTAC
18-24 ANOS ENERGÉTICOS
24-38 ANOS PROZAC
+ 65 ANOS TODOS ELES
Modelo Biopsicossocial
Este ser humano responde não somente à agentes nocivos clássicos,
como vírus e bactérias. Ele está sujeito também às ameaças derivadas
de interações sociais, tais como:
Ruptura de estrutura familiar
Obstáculos para realização de projeto de vida
Perda de ente querido
Perda do trabalho
Condições de vida difíceis: Aspectos financeiros, habitação,
transporte, alimentação etc...
Conceitos de Saúde
“Saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e
não apenas a mera ausência de doenças.”
Organização Mundial da Saúde (OMS), 1948
Mile
ne
ZS
Vo
sg
era
u
Conceitos de Saúde
“A saúde se cria e se vive na vida cotidiana; nos centros de ensino, de trabalho e de lazer. A
saúde é o resultado dos cuidados que se dispensa a si mesmo e aos demais, da
capacidade de tomar decisões e controlar sua própria vida e de assegurar que a sociedade em
que se vive ofereça a todos seus membros a possibilidade de gozar de bom estado de
saúde".
Carta de Ottawa, 1986
Conceito afirmativo e amplo de saúde
Modelo Biomédico
Ausência de doença
Vida sem doença
Riscos à saúde
Quantidade de vida
Saúde normativa
Saúde como fim
Modelo Biopsicossocial ou Holístico
Existência de saúde
Vida com qualidade
Chances de vida
Qualidade de vida
Saúde sentida (subjetividade)
Saúde como capacidade e autonomia
A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver.
Carta de Ottawa, 1986
Concepção “positiva” do processo saúde-doença
POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS
MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS
Conceito Dinâmico
Mile
ne
ZS
Vo
sg
era
u
Fatores
genéticos
Fatores
espirituais
Fatores
políticos Fatores
econômicos
Fatores
culturais
Fatores
educacionais
Fatores
ambientais
Fatores
psicológicos Fatores
sociais
Mile
ne
ZS
Vo
sg
era
u
CAUSALIDADE DAS DOENÇAS
• Elemento modelador da estrutura social
• Níveis de ação em saúde
• Incorpora fatores sócio-econômicos, culturais;
• Doença limitada no Biológico
Monocausal Multicausal
Determina-ção Social da
Doença
História Natural da
Doença
FIOCRUZ, 2006