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INTERDISCIPLINARIDADE: UM CAMINHO DIDÁTICO PARA A
CRIATIVADADE E INOVAÇÃO
ALMEIDA, Telma Teixeira de Oliveira
[email protected] Doutoranda, Bolsista CNPq no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo – PUC-SP.
Coordenadora do Curso de Pedagogia da FIG/UNIMESP e Professora da Faculdade de Educação Física –
Guarulhos/SP, Professora de Pós-Graduação da UNIÍTALO/SP
SILVA, Ana Lúcia Gomes da
[email protected] Doutoranda, Bolsista CNPq no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo - PUC/SP.
Professora Pesquisadora do Departamento de Educação da UFMS/Campus de Aquidauana.
SYRGIANNIS, Christine
[email protected] Mestranda, Bolsista CNPq no Programa de Pós – Graduação em Educação – Currículo,
Interdisciplinaridade da PUC/SP sob Orientação da Prof. Dra. Ivani Fazenda- Profª.Inglês no
Desenvolvimento Pessoal
Resumo Este artigo tem como objetivo refletir três práticas de estudos e trabalho de investigação,
com o objetivo de oportunizar Conhecimento e Consciência de Si realizados pelos
parâmetros Interdisciplinares. Tais pesquisas, em fase de andamento, trazem uma
contribuição para abrir espaço à Criatividade e Inovação no caminho didático. Para que
a prática junto aos alunos abarque a fase de Criação, mostrou-se necessário preparar os
professores utilizando o "Conhece a ti mesmo" como abordagem, o que é pesquisado
na primeira contribuição. Os professores tem a oportunidade de acessar seu próprio
potencial criativo, através de práticas educativas interdisciplinares. Seguimos com a
segunda contribuição tratando de uma pesquisa sobre a formação de professores índios
para o planejamento de práticas e pesquisas pedagógicas indígenas, em especial na área
de Artes e Cultura, um trabalho vinculado a uma proposta interdisciplinar. A terceira
contribuição vem do campo da expressão falada e escrita, realizado sob a visão
Interdisciplinar revelando o potencial de expansão do Ser, com a língua inglesa,
partindo da Criação, definindo a Unidade que reflete a proficiência, seguindo no
Caminho específico e chegando à realização.Essa pesquisa segue a visão antropológica
do olhar em camadas em todas as práticas. Buscamos encaminhamentos, junto a Profª.
Dra. Ivani Fazenda, como orientadora das pesquisas, para os dilemas de ordem
teórico/metodológica enfrentados quando a questão é formar professores pesquisadores
na perspectiva da Interdisciplinaridade. A característica de envolver o Ser consciente
juntamente com desapego dos resultados tem sido inestimável para promover resultados
gratificantes, que não teria surgido sem a atitude interdisciplinar. Cada uma das
pesquisas e suas práticas de aplicação estão sendo realizadas em campos distintos de
investigação, entretanto as pesquisadoras pertecem ao mesmo grupo de pesquisa sobre a
Interdisciplinaridade.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Criatividade, Inovação do Ser; "Conhece a ti
mesmo"; Unidade
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Introdução
Os processos educativos têm sido desconectados dos aspectos criativos. O
conhecimento tem sido transferido como um pacote fechado para reprodução. A
Interdisciplinaridade, em Teoria e Prática, envolve a dimensão do Ser em um fazer
educacional, profissional e pessoal, em plena consciência. Para tudo isso ser exercido
pelos professores, deve haver um ponto de partida: estar aberto, em sintonia, para
identificar o fluxo de nossa presença. O fluxo é rítmico, inteligente, revelando o
propósito, na batida da criação. A Interdisciplinaridade começa com uma conexão
firme entre os parceiros, os saberes e si mesmo. Ivani (2006) aponta que a
Interdisciplinaridade é o berço de todas as matérias.
O reconhecimento do nosso valor como seres humanos, que hoje é esquecido
nas escolas, pela própria prática em sala de aula percebemos o quanto o ser humano
necessita desta valorização.
A Interdisciplinaridade é uma nova frente à questão do conhecimento,
compreendendo aspectos ocultos do ato de aprender, resgatando caminhos de
construção na formação do ser, investigando o cotidiano de professores, pesquisadores
universitários, imersão total no trabalho prático/teórico e metodológico, tendo como
subsídios cinco princípios que sustentam está prática docente interdisciplinar:
humildade, coerência, espera, respeito e desapego. Além dos atributos de afetividade e
ousadia que movimentam as trocas intersubjetivas e as parcerias. Este movimento em
ação nos remeteu e nos encorajou a contextualizar diferentes exercícios, no tempo e no
espaço no qual ensinamos e aprendemos. Caracterizamos estes caminhos adversos e tão
próximos na interdisciplinaridade, como caminhos que ligam nossas práticas e
respectivos conceitos por nós construídos sobre o mundo, a educação e a docência,
conforme tratamos a seguir.
Movimento Interdisciplinar como caminho de inovação e construção na formação
do ser: três olhares em questão
Iniciamos o exercício no caminho, sob o olhar da primeira pesquisadora
anunciada que traz uma contribuição para iluminar as nossas
conversas sobre a proposta do "Conhece a ti mesmo" no Curso de Graduação em
Pedagogia. Este foi o resultado do entendimento de que o autoconhecimento é a espinha
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dorsal em Interdisciplinaridade, que havia estudado no Curso de Pós-Graduação em
Docência do Ensino Superior, onde também conheceu professores envolvidos com a
espiritualidade em Educação desde então, como membro do GEPI (Grupo de estudos e
pesquisas sobre a Interdisciplinaridade) e INTERESPE (Grupo de estudos e pesquisas
sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação). Ligando a experiência como
uma profissional na área da Educação Física, Mestre em Educação, Coordenadora e
Professora do Curso de Pedagogia, para oferecer a oportunidade aos alunos de
experimentar o despertar da percepção consciente do seu ser através de práticas
interdisciplinares com a Expressão Corporal, Respiração, Meditação, Linguagem
Poética, exibição de filme, exercício sobre o autoconhecimento, escrita de um
memorial, expressão que lhes permitiu mover os processos internos / externos de
criatividade usando os seus talentos.
O problema da primeira pesquisa surgiu depois de refletir sobre a necessidade de
estudar o ser humano mais profundamente, como tenho visto a própria atitude como
educadora e estar consciente de como o meu processo de individuação foi construído
considerando Jung (1986), jamais um professor poderá desenvolver bem seu trabalho se
ele não se conhecer melhor, não voltar-se a si mesmo, e não souber o quanto ele poderá
explorar seu potencial, expandir-se.
O objetivo do trabalho foi introduzir o tema "Conhece a ti mesmo" no currículo
do Curso de Graduação em Pedagogia no Centro Universitário Metropolitano de São
Paulo – Guarulhos/SP sob o nome completo com a nomenclatura de
Interdisciplinaridade, autoconhecimento e práticas educativas, desenvolvendo o
“Conhece-te a ti mesmo”, citado por Jung (1986), que encontra raízes no
autoconhecimento apontado por Sócrates como o “princípio de toda sabedoria”. Como
metodologias, ministradas de forma a explorar ao máximo as reflexões dos alunos no
sentido de se conhecerem em uma investigação interdisciplinar, construírem e
desconstruírem caminhos, saberem a importância do papel de ser educador e
perceberem o sentido da vida diante do processo de individuação e formação. Em
paralelo estar presente no semestre na sala de aula do GEPI (grupo de estudos e
pesquisas Interdisciplinares – PUC/SP, acompanhando e registrando todas as
metodologias, discutidas aula a aula, onde elas se encontram e se complementam,
fazendo uma parceria de construção de conhecimento metodológico, praxiológico e
epistemológico).
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A metáfora escolhida nesta pesquisa é o movimento, o movimento de dentro
para fora, o movimento interior: por que os professores não se movimentam? Aprender
é mudar e a mudança denota processo, e a educação é um processo que modifica aquele
que aprende.
Aprender a ser professor, para a primeira pesquisadora vêm de uma experiência
de dez anos como Coordenadora e professora do Curso de Pedagogia e professora do
Curso de licenciatura em Educação Física, como formadora e agora pesquisadora
interdisciplinar. O movimento entre o interno e o externo, a flexibilidade em
compreender o outro, e o movimento da escuta sensível que se faz presente no seu
cotidiano, querendo realmente saber como os nossos alunos que passam por este curso
de Pedagogia possam ter um crescimento que não signifique somente aquisição de
conhecimentos, mas que eles desenvolvam uma individualidade criadora, pois “Educar”
vem do latim “educere”, que significa “levar adiante algo a partir de dentro”. Educar é
desenvolver um sistema sensível, em harmonia com outros sistemas mais amplos que o
contêm, é desenvolver um processo holístico de transformação, em sincronia com o
grande processo da vida. “Educar” é uma arte, a arte de criar uma pessoa “íntegra”,
Fregtman (1989, pág. 207).
O pensamento de Jung (1986) que diz que a vida tem sentido, mas o futuro da
humanidade dependerá do número de homens que logrem evoluir plenamente, isto é,
individuar-se. E individuação para o sábio de Bollingen é um processo através do qual
um ser torna-se um “individuum” psicológico, ou seja, uma unidade autônoma e
individual, uma totalidade consciente, com isto ele declarou-se convencido de que ao
lado das pesquisas sobre a realidade externa é necessário investigar a origem interna de
nossos conceitos científicos, abrindo, assim, um campo imenso para as possibilidades
da física moderna e do conhecimento humanístico que tem completude no SER.
Como nos diz Japiassu (2006, p. 26), as fronteiras do conhecimento se deslocam
sem cessar, dando origem às questões até então insuspeitas. Cada problema resolvido
suscita o aparecimento de novos enigmas. Mas os problemas novos são salutares:
lançam desafios ao “aprender” e a obrigam a avançar num movimento perpétuo sem o
qual não teria futuro. Com isso busca-se criar uma nova disciplina.
Como mencionado por Fazenda (2002, p.14) o processo interdisciplinar
desempenha um papel decisivo fazem manifesto Educação à luz da sabedoria, coragem
e humildade [...]. Os princípios da interdisciplinaridade referido por Fazenda (2008) que
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são: a humildade de reconhecer que construímos o mundo; coerência entre o que
pensamos e fazemos, respeito por si mesmo e do outro, que pode ser diferente, mas não
em oposição, desapego, tanto da propriedade intelectual e elementos materiais, sendo
aberto a novas idéias; de maturação: a observação do fenômeno de muitos no tempo e
no espaço, e depois de ação-reflexão, no momento mais adequado.
Quando nós exercitamos os princípios acima mencionados, eles vão nos levar a
uma prática interdisciplinar, abrindo novos caminhos para a prática em sala de aula.
Para assegurar a minha pesquisa científica vou apropriar-me dos três pilares de uma
investigação Interdisciplinar: epistemológico, ontológico e praxiológico.
Primeiro no Epistemológico – quando o autor busca aprofundamento teórico em
bibliografias clássicas ou modernas e exercita sempre um questionamento constante
diante da fonte, num diálogo ascendente, que com certeza desenvolverá um conceito
com características interdisciplinares.
Segundo no Praxiológico – Neste momento aparece a investigação da ação do
pesquisador que encontra na contextualização histórica e cultural, os princípios
metodológicos capazes de aproximar o mediador do mediado, neste processo acontece à
transformação do saber em sabedoria.
Terceiro no Ontológico – acredito que todo processo de estudos, leituras,
questionamentos com os autores e toda a prática educativa trabalhada com os atores que
farão parte da pesquisa, serão grandes estudiosos voltados ao autoconhecimento, pois
este estudo nada mais é do que tornar-se conhecedor de si mesmo. Cada encontro
semanal fará de nós seres mais envolvidos e comprometidos com o outro e o
movimento interno e externo nos trará grandes possibilidades de desvelamento.
Para Japiassu (1991), a interdisciplinaridade procura descobrir e/ou estabelecer
conexões e correspondências entre as disciplinas científicas, isto é, entre os diferentes
níveis de descrição da realidade, como um equilíbrio entre análise fragmentada e a
síntese simplificadora, entre a especialização e o saber geral, entre o saber especializado
do cientista e o saber do filósofo. Necessitamos de uma releitura da realidade diante dos
obstáculos vistos nos educadores e da imensa carência dessa busca constante no
percurso da vida. Jung (1986), quando afirma que o si - mesmo é um centro e também
uma circunferência completa, que compreende ao mesmo tempo o consciente e o
inconsciente do ser humano, e ainda que o si - mesmo é a meta da vida, dá-se, um
formidável impulso ao progresso cultural do homem moderno. A mensagem Junguiana
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direciona, todos nós, para o autoconhecimento e a plena realização da personalidade
humana.
Para Espírito Santo (2008), o objetivo sempre foi conduzi-los à consciência de
que a maior parte das transformações são permanentes e inexoráveis, que se dão no
universo, e conseqüentemente em suas próprias pessoas, sendo que isto ocorre de forma
inconsciente e que o grande desafio é torná-las crescentemente conscientes.
Baseado em Gusdorf (2006) o pensamento é que a interdisciplinaridade tem de
ser vista como um postulado, como uma exigência, que se impõe face à constatada
dispersão e fragmentação das ciências e especialidades do conhecimento moderno,
penso que o que busco vem de encontro com as próprias preocupações que ele chama de
patologias do saber, ou seja, o educador precisa transformar seu cotidiano urgentemente.
Seguimos na conversa, com a segunda pesquisadora que percorre caminhos para
o desvelamento da prática como professora no Curso de Pedagogia da UFMS/ Campus
de Aquidauana, em especial como pesquisadora - auxiliar no Grupo de Pesquisa:
“História do ensino, cultura e constituição da identidade na Região Aquidauana”
(CNPq) e nos projetos de pesquisa: “A educação escolar indígena: língua, raça, cultura e
identidade” (UFMS/PROPP/PIBIC/CNPQ), “Povos Indígenas do Pantanal Sul
Matogrossense: educação, língua e cultura em questão” (UFMS/FUNDECT),
desenvolvidos na Região Aquidauana e Alto Pantanal (IBGE).
As nossas possibilidades de discussões e reflexões se ampliaram com o nosso
ingresso no Programa de Doutorado em Educação: Currículo no primeiro semestre de
2010, mais especificamente pela participação no Grupo de Estudos e Pesquisas
Interdisciplinares – GEPI da PUC de São Paulo, coordenado pela Professora. Dra. Ivani
Catarina A. Fazenda, da qual somos orientandas no Curso e, desde então, passamos a
dialogar sobre quão grande é a importância do trabalho interdisciplinar na educação.
Nesta proposta, de um triplo trabalho interdisciplinar, buscamos identificar como
utilizar, com eficácia a integração da arte com as diversas áreas do conhecimento,
incluindo a abordagem intercultural e interdisciplinar da leitura e releitura de imagens
como ação metodológica, pautado no compromisso de promover o diálogo da arte com
a realidade dos Povos do Pantanal para levá-los a olhar para si mesmo, para a sua
história individual e coletiva. Pretendemos ainda, utilizar os conhecimentos adquiridos
por meio da pesquisa e da prática reflexiva, “teórico-prática”, sobre a arte como
expressão de comunicação e interação humana. Por fim, nos reportamos aos quatro
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princípios, presentes no texto Formação de Professores, que norteiam o caminho das
pesquisas na área da Interdisciplinaridade: Espera, Humildade, Respeito e Desapego
para instigar o desenvolvimento de um caminho que leve em consideração o contexto
cultural, proporcionando uma reflexão crítica sobre as concepções de arte e cultura que
envolve os vários saberes e conhecimentos tradicionais.
Ana Mãe Barbosa (2003, p. 18), emerge nesse processo ao ressaltar que a Arte
na Educação como expressão pessoal e como cultura é um importante instrumento para
a identificação cultural e o desenvolvimento individual.
A abordagem da autora amplia o espaço das discussões visto que na educação,
de forma geral, há sempre a necessidade de mudanças significativas para a melhoria do
processo de ensino e de aprendizagem. E, no contexto indígena o momento é desafiante
porque os próprios povos exigem um olhar especial à formação de sua cultura. Exigem
ainda, que se revejam as metáforas da docência e da pedagogia, a partir das
possibilidades reais de experienciação do conhecimento e apropriação interdisciplinar
das diferentes áreas do conhecimento, visto que, atualmente, grande parte dos livros
didáticos apresenta imagens de obras de arte, letras de músicas, jogos lúdicos e teatrais,
como exercício didático.
Para compreendermos, essas práticas pedagógicas de abordagem interdisciplinar
vividas na educação escolar indígena, foi preciso rever o percurso do desenvolvimento
da interdisciplinaridade no Brasil. Para tanto, recorremos a Fazenda (2006) quando trata
sobre o panorama histórico de estudos, práticas e pesquisas conduzidos por ela,
enquanto professora e pesquisadora junto ao grupo de pesquisa (GEPI) que coordena.
Nas reflexões Fazenda (2005) aponta que a interdisciplinaridade é entendida como uma
mudança de atitude na forma de conceber, compreender e entender o conhecimento,
uma troca em que todos saem ganhando, uma vez que há uma mudança de atitude e, a
Arte como pólo dinamizador do currículo, teria como mérito o fato de possibilitar uma
relação de ensino e aprendizagem significativa.
A atitude interdisciplinar indicada por Fazenda nos propõe uma prática que
requer a investigação de sua própria ação docente e uma imersão no cotidiano
pedagógico. Dessa forma, o conceito de interdisciplinaridade é ampliado a partir uma
nova atitude diante da questão do conhecimento, da abertura à compreensão de aspectos
ocultos do ato de aprender e de um novo olhar sobre as ciências.
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Observa-se, portanto, que a história do ser humano tem seus alicerces fincados
na ousadia da busca e atribuição de sentido a tudo e a todos que o cercam. O prazer de
manejar e explorar a ótica pessoal de ver-pensar-sentir e agir o mundo, a apreensão dos
códigos à procura do estilo pessoal, mesclando estratégias pessoais. Sabe-se que os
processos educativos são universais, mas variam de cultura para cultura, profissão para
profissão, de grupo para grupo, tanto nos conteúdos quanto nos contextos formais.
Aprender e educar são processos que envolvem a construção, a fixação e a produção de
saberes, memórias, sentidos e significados, práticas e performances.
Constituímos assim, um movimento aliado às aprendizagens tecidas no coletivo,
o que nos proporcionou o crescimento individual no campo acadêmico e fora dele,
indicando um novo caminhar que é pensar interdisciplinarmente, nossa própria vida.
A terceira pesquisadora, profissional no Desenvolvimento Humano através da
expressão falada e escrita proficiente em Português / Inglês, para Fins Acadêmicos e
Profissionais por mais de 25 anos, usa uma Visão Interdisciplinar com o Approach
Antropológico do olhar em Camadas permitindo que surja a consciência do Ser no
saber e fazer, impulsionando a Criatividade e Inovação.
Tendo estudado Música, Matemática, Análise de Sistemas, Inglês e Teatro, vê o
Ser como uma fonte muito inteligente de possibilidades que se desdobram de dentro de
uma forma rítmica, organizada algoritmicamente em torno do eixo próprio, chegando
assim à expressão sustentável, abrindo perspectivas para novos propostas, realizações,
juntamente com a realização pessoal.
Como membro do GEPI e como parte do Curso de Mestrado em Educação:
Currículo, centrada na Interdisciplinaridade por Profª Drª Ivani Fazenda, está
realizando uma pesquisa qualitativa, ajudando a explicitar alguns elementos importantes
desta visão e abordagem interdisicplinar diante do seu processo didático.
O trabalho para o desenvolvimento humano através da expressão oral e escrita
em Português / Inglês para proficiência começa com uma presença total estabelecendo
uma conexão real com o outro Ser: um Encontro Interdisciplinar. É um processo
rítmico, trazendo um despertar para a própria percepção do aluno do seu ritmo através
da respiração, batimento cardíaco, que também se reflete em sua mente, fala e
movimento físico. A estrutura de língua estrangeira é conhecida pelos alunos
conforme eles precisam para transmitir um significado, a palavra-chave da frase
correspondendo a sua batida. A intenção deles dá à luz a linguagem utilizada. As
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conexões são feitas a partir de palavras ou imagens, a partir dos alunos e pleno
significado é revelado.
Esta etapa da abordagem é chamada Criação. A Educação muitas vezes ignora
esta fase. No entanto, com as crescentes demandas por profissionais inovadores, tem
sido difícil de ser desconsiderada.
As observações longas de expressão sustentável no Ser mostram que a etapa da
Criação é absolutamente essencial e deve ser desenvolvida e utilizada para definir
Unidade - uma característica de Proficiência. A definação da Unidade é o momento para
conscientemente escolher três principais aspectos de um tópico, como ramos de uma
árvore... Os ramos e folhas sendo os exemplos e detalhes do tema. Sem a parte da
Criação, o Tema fica limitado à revisão de literatura, não contendo o elemento inovador.
Ademais, uma escrita em exames de proficiência, não lhe permitem tempo para
pesquisar sobre um tema.
Igualmente, se um tema de proficiência, que geralmente envolve uma visão
filosófica para ser sustentado, não se constrói sem o cuidado de permitir que as palavras
que nos chegam relativas ao tema, sejam anotadas, correlacionadas e seu sentido
percebido, para em seguida, fazermos a seleção do 3 aspectos e desenvolvermos como
árvore, que trará Unidade ao Tema.
A clareza de qual caminho estaremos seguindo para o desenvolvimento do tema
ele surge, e assim, podemos delimitar um título específico para a abordagem. Neste
momento, refletimos sobre a adequação da proposta, realizando todos os ajustes que
possam ser necessários, levando à harmonia para a expressão falada ou escrita que
segue como uma forma de realização pessoal, também.
A sensação, assim, é a de alegria com a evidência de ser capaz. O fazer
refletindo o Ser e o Ser projectado no fazer através da singularidade do caminho que
liga ambos.
Este processo de dar um impulso para propostas inovadoras, que vêm como uma
recompensa ao respeito de deixar a semente ser transformada na árvore a que se
destina.
O primeiro movimento em ligar o nosso Ser para o fazer é como uma faísca - se
transformando em uma chama, carregando a nossa vibração primordial para passar para
os outros quando trazemos nossa contribuição.
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A interdisciplinaridade mostra que podemos trazer a nossa contribuição por
completo a não controlar o processo, pois tem sua própria inteligência, desapegado dos
resultados. Um exercício pleno do Ser, conhecer, fazer, estar consciente do nosso Ser,
nosso saber e nosso fazer continuamente ...
Fazendo uma analogia de todo esse processo com a Interdisciplinaridade
antropológica, podemos dizer que, assim como um erudito se aproxima de uma
comunidade desconhecida, assim que nos aproximamos das áreas desconhecidas das
nossas possibilidades. No início, os registros são feitos sob a forma de palavras ou
imagens, a serem correlacionadas lentamente para revelar significado.
A construção de frases emerge lentamente e de forma consistente. Esta abordagem em
Interdisciplinaridade é chamado por Fazenda (2000), olhar em camadas. Poucas coisas
são apreendidas no início, mas como as partículas de luz, elas contêm o projeto da onda
a que pertencem.
Será que devemos acreditar que as partículas de luz se movem de forma
aleatória, ou devemos olhar além e detectar a lei que eles representam? Assim como as
partículas, somos parte de um todo maior, cheio de correlações, interações e
possibilidades de infinitas porções de compreensão.
É neste contexto que a interdisciplinaridade está incluída nos desdobramentos do
pesquisador e do aluno. O aluno é, afinal, um pesquisador de Si mesmo, à serviço de
captar instâncias do Milagre dos desdobramentos contínuo da Vida. Este tipo de visão
não separa, mas une: nunca disputa, mas coopera.
Nós nos movemos conforme criamos os nossos passos da coreografia que
dançamos juntos na batida da Criação. Estamos agora na era da Sustentabilidade co-
criada, mostrada através do discurso, desenvolvida através da abordagem Antropológica
do olhar em camadas. Como tal, torna-se Evolução Consciente! Nós nos perguntamos
como poderíamos preparar os professores com esta atitude interdisciplinar? É possível
que o professor considere o aluno como um ser completo? Quais são os pressupostos
para isso? Qual seria a atitude do professor a partir desta percepção? Todos estes
questionamentos coloca-nos diante de uma constante busca pelo caminhar
interdisciplinar, possibilitando resposta cada vez mais compatível com nossas
indagações para a construção de um fazer alicerçado no SER.
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Considerações Finais
Construímos um movimento que nos aliou às aprendizagens tecidas no coletivo, o
que proporcionou o crescimento individual no campo acadêmico e fora dele, indicando
um novo caminhar que é pensar interdisciplinarmente, nossa própria vida. Dessa forma,
as nossas experiências como docentes serviram de base para a busca de compreensão
teórica, alimentadas nas leituras e no registro das produções dos textos e outros estudos
promovidos no GEPI.
Para o percurso fez-se necessário, pois, que a nossa prática pedagógica, em constante
formação, estivesse em busca da construção de um conhecimento que realmente seja
significativo, por meio dos quais novas concepções fossem constituídas, de forma a
orientar as novas atitudes de quem busca se conhecer para conhecer o outro.
Diante do até aqui exposto, esperamos que o movimento de dentro para fora, o nosso
movimento interior conduza-nos ao autoconhecimento, pois este estudo nada mais é do
que tornar-se conhecedor de si mesmo. Por fim, contribua para a compreensão que
aprender é mudar e a mudança denota processo, visto que, educação é um processo que
modifica aquele que aprende.
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