intercorrÊncias clÍnicas e obstÉtricas mais frequentes juliane berenguer de souza peixoto

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

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Page 1: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS

FREQUENTES

Juliane Berenguer de Souza Peixoto

Page 2: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

1. Hiperêmese Gravídica Caracteriza-se por vômitos contínuos e intensos que impedem a

alimentação da gestante;

Causa indeterminada;

Aspectos emocionais e adaptações hormonais podem ser causadores.

Pode, também, estar associada a questões como gestação múltipla,

mola hidatiforme, pré-eclâmpsia, diabetes e isoimunização Rh.

Há outros fatores que podem acarretar vômitos com a mesma

gravidade e que devem ser afastados, tais como: úlcera gástrica, cisto

torcido de ovário, gravidez ectópica, insuficiência renal, infecções

intestinais.

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

1. Hiperêmese Gravídica O quadro clínico inicialmente é de depleção de água e eletrólitos

(sódio e cloro) e mais tarde, nos casos, graves, desnutrição;

Pode ser:

• Formas médias: apresentam depleção de água e eletrólitos sem

alteração nutricional. Ocorre perda ponderal discreta e o pulso

mantém-se abaixo de 100bpm;

• Formas Graves: vômito persistente = jejum forçado = nada ingere e

ainda vomita. Alterações hidoreletrolíticas mais acentuadas = face e

olhos encovados; língua saburrosa, áspera, enrugamentos

longitudinais; mucosas secas e pegajosas; pele ressecada e inelástica.

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

1. Hiperêmese Gravídica Pode haver quadro de choque, com hipotensão, pulso rápido (acima

de 100bpm) e fino, extremidades frias;

Oligúria;

IRA;

Perda ponderal acentuada...

Tratamento: hidratação e antieméticos orais (Metoclopramida = 10mg

de 4 em 4h; ou Dimenidrato (Dramin) = 50mg de 6 em 6h) ou

antieméticos injetáveis (Metoclopramida = 10mg (uma ampola =

10mg) de 4 em 4h; ou Dimenidrato = 50mg (uma ampola = 1ml) de 6

em 6h).

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

1. Hiperêmese Gravídica Nos casos de hiperêmese gravídica que não respondem à terapêutica a

internação faz-se necessária.

Orientar o uso de bebidas geladas para a melhoria dos sintomas, assim

como evitar o uso de bebidas com gás e que contenham cafeína.

2. Síndromes Hemorrágicas Na primeira metade da gestação: abortamento, descolamento cório-

amniótico, gravidez ectópica e neoplasia trofoblástica gestacional

benigna (mola hidatiforme);

Na segunda metade da gestação: placenta prévia (PP) e descolamento

prematuro da placenta (DPP).

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2. Síndromes Hemorrágicas

2.1. Abortamento:

Expulsão do ovo antes de sua vitalidade, ou seja, antes de 22 semanas de

gestação ou pesando menos que 500g. O abortamento pode ser precoce,

quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas.

Fatores etiológicos: alterações cromossomiais, anomalias do ovo e da

implantação, placentopatias, mecanismos imunológicos, ginecopatias

(malformações uterinas, miomatose uterina, alterações endometriais

devido à curetagem uterina, infecções, cicatrizes cirúrgicas,

incompetência istmo-cervical), endocrinopatias (diabetes,

tireoidopatias, insuficiência do corpo lúteo), anemias graves, sífilis na

gestação, além de doenças cardiorrespiratórias.

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2.1. Abortamento:

Pode ser classificado de várias formas:

• Abortamento espontâneo: é a perda involuntária da gestação.

• Ameaça de abortamento: é a ocorrência de sangramento uterino com a

cérvix fechada sem eliminação de tecidos ovulares.

• Abortamento completo: quando a totalidade do conteúdo uterino foi

eliminada.

• Abortamento incompleto: quando apenas parte do conteúdo uterino foi

eliminado.

• Abortamento inevitável: quando há sangramento e dilatação cervical

mas ainda não ocorreu eliminação de conteúdo uterino.

• Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o

mesmo

permanece na cavidade uterina, sem ser eliminado. De uma maneira

geral o

colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve sangramento.

• Abortamento infectado: é o processo de abortamento acompanhado de

infecção genital, tais como endometrite, parametrite e peritonite.

• Abortamento habitual: perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais

gestações.

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2.1. Abortamento:

Pode ser classificado de várias formas:

• Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o

mesmo permanece na cavidade uterina, sem ser eliminado. De uma

maneira geral o colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve

sangramento.

• Abortamento infectado: é o processo de abortamento acompanhado de

infecção genital, tais como endometrite, parametrite e peritonite.

• Abortamento habitual: perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais

gestações.

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

2. Síndromes Hemorrágicas

2.1. Abortamento: O diagnóstico é clínico e ultrassonográfico. O atraso menstrual, a

perda sanguínea uterina e a presença de cólicas no hipogástrio são

dados clínicos que devem ser considerados.

Formas clínicas: ameaça de abortamento ou aborto evitável,

abortamento inevitável, abortamento completo, abortamento

incompleto, abortamento infectado e abortamento retido.

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Forma

Clínica

Hemorragia Dores Material

Eliminado

Febre Útero Colo USG

Ameaça

de abor-

tamento

Pequena

Sangue de

cor viva ou

escura

Cólica

pouca

intensid

ade

Não Não Volume

proporcio

nal a IG

Fechado Variável

(normal,

anembrio

nado,

aborto

retido)

Abortam

ento

Inevitáve

l

Sangrament

o moderado

a acentuado

Cólicas

fortesPode

haver

coágulos

e/ou

restos

ovulares

Não Volume

proporcio

nal ou

ligeirame

nte

inferior a

IG

Dilatado Saco

gestaciona

l baixo,

colo

dilatado

Page 11: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

Forma

Clínica

Hemorragia Dores Material

Eliminado

Febre Útero Colo USG

Aborta

mento

Complet

o

Não ou em

pequena

intensidade

Não ou

discretasConcepto

e Anexos

Não Volume

inferior a

IG

Entreaber

to após a

expulsão,

fechado a

seguir

Útero

Vazio

Aborta

mento

Incompl

eto

Abundante,

mesclada a

fragmentos

do ovo

Cólicas

média

ou

intensas

Parte do

ovo

Não Volume

inferior a

IG

Entreab

erto

Restos

ovulares

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Forma

Clínica

Hemorragia Dores Material

Eliminado

Febre Útero Colo USG

Aborta

mento

Infectad

o

Pequena,

mesclada a

fragmentos

do ovo

Intensa

s e

contínu

as

Variável Sim Volume

variável,

consistên

cia

amolecid

a, exame

doloroso

Em

regra

entreabe

rto

Variável

(restos

ovulares)

Aborta

mento

Retido

Não ou

escassa

Não Não Não Volume

menor

que a IG

Fechado Embrião

com

BCF

ausente

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Tratamento da Ameaça de Abortamento é discutível;

Como regra geral: o repouso no leito, pois o repouso diminui a

ansiedade, favorecendo o relaxamento e reduzindo os estímulos

contráteis do útero; a administração, por tempo limitado, de

antiespasmódicos (hioscina, um comprimido, VO, de 8 em 8 horas);

tranquilizantes e/ou sedativos, em doses pequenas, podem ser

administrados; orientar abstinência sexual.

A ameaça de abortamento pode evoluir para gestação normal ou para

abortamento inevitável.

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2.2 Gravidez Ectópica

Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo mais

frequente a prenhez tubária.

A mulher, frequentemente, apresenta história de atraso menstrual,

teste positivo para gravidez, perda sanguínea uterina e dor pélvica

intermitente, na fase inicial, evoluindo para dor contínua e intensa,

com sinais de irritação peritoneal.

As repercussões hemodinâmicas podem ser discretas, apenas com

lipotímia (perda mais ou menos completa da consciência), até

quadros graves com choque hipovolêmico, dependendo do volume de

sangramento intracavitário.

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2.2 Gravidez Ectópica

Conduta: encaminhar a um hospital de referência obstétrica para

diagnóstico e definição de tratamento6.2.3 Doença trofoblástica

gestacional (mola hidatiforme).

2.3 Doença Trofoblástica Gestacional (Mola Hidatiforme)

Caracteriza-se pela degeneração trofoblástica ocorrida após uma

gestação, tópica ou ectópica, podendo apresentar-se como mola

hidatiforme.

O diagnóstico clínico pode ser feito pela presença de sangramento

vaginal intermitente, geralmente de pequena intensidade, indolor e,

por vezes, acompanhado da eliminação de vesículas com aspecto de

“cachos de uva”.

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2.3 Doença Trofoblástica Gestacional (Mola Hidatiforme) A AU, em geral, é incompatível com o esperado para a IG, sendo

maior previamente a um episódio de sangramento e menor após

(útero em sanfona).

Não há presença de BCFs ou outras evidências de embrião.

A presença de hiperêmese é mais acentuada, podendo levar a estados

de desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos.

A quantificação do ßHCG, com níveis muito acima do valor normal,

pode ajudar no diagnóstico da doença.

O diagnóstico é ultrassonográfico e é confirmado pelo exame

histopatológico do material curetado.

Todos os casos suspeitos devem ser encaminhados à referência.

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Acompanhamento clínico e laboratorial para detecção de recorrência

e evolução de formas malignas;

A dosagem de ßHCG deve ser realizada semanalmente após o

esvaziamento uterino até que o resultado seja negativo após 3

dosagens consecutivas;

A USG tem o objetivo de monitorar a involução uterina e cistos

ovarianos;

Exame radiológico do tórax deve ser realizado mensalmente para se

detectar metástase assintomática (pulmões e vagina são os mais

frequentes);

Iniciar contracepção no máximo 15 dias após esvaziamento uterino;

Evitar nova gravidez pelo menos um ano.

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2.4 Patologias do Trato Genital Inferior O diagnóstico diferencial dos sangramentos genitais da primeira

metade da gravidez deve passar necessariamente pelo exame

ginecológico na busca de lesões do trato genital que possam causar

sangramento, tais como: cervicites, lacerações, pólipos, neoplasias,

varizes, lesões causadas por agentes químicos ou mecânicos.

2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) É a separação intempestiva da placenta do seu sítio de implantação

no corpo uterino antes do nascimento do feto, em uma gestação de 20

ou mais semanas completas.

Incidência em torno de 0,5% a 3% das gestações, sendo responsável

por altos índices de mortalidade perinatal e materna.

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2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) Pode ser classificada em 3 graus de acordo com os achados clínicos e

laboratoriais:

Grau 1: Sangramento genital discreto sem hipertonia uterina

significativa. Vitalidade fetal preservada. Sem repercussões

hemodinâmicas e coagulopatia. Geralmente diagnosticada no pós-parto

com a identificação do coágulo retroplacentário.

Grau 2: Sangramento vaginal moderado e contrações. Presença de

taquicardia materna e alteração da PA e posturais. Alterações iniciais da

coagulação com queda de fibrinogênio. BCFs presentes, mas com sinais

de comprometimento da vitalidade.

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2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)

Grau 3: Sangramento vaginal importante com hipertonia uterina.

Hipotensão arterial e óbito fetal.

Grau 3A: Sem coagulopatia instalada.

Grau 3B: Com coagulopatia instalada.

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2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)

Os principais fatores predisponentes incluem: estados hipertensivos,

rotura prematura de membranas ovulares, cesariana prévia,

tabagismo, idade materna avançada, uso de drogas (álcool, cocaína e

crack), condições que causem sobredistensõa uterina (polihidrâmnio,

gestação gemelar), fatores mecânicos como traumas (automobilístico,

trauma abdominal direto), DPP em gestação anterior e alterações

placentárias.

Na maioria dos casos, a causa primária do descolamento é

desconhecida.

O quadro clínico é a dor abdominal, associado ou não a sangramento

vaginal. A dor varia de leve desconforto até dor intensa, associada a

aumento do tônus uterino.

Page 22: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) Quadro Clínico:

• Dor abdominal;

• Persistência da dor entre as contrações no TP;

• Sangramento genital de quantidade variada;

• História de HÁ;

• Pesquisar presença de outros fatores de risco.

O diagnóstico de DPP é clínico. A USG pode ser realizada em casos

onde há estabilidade hemodinâmica materna e vitalidade fetal

preservada e quando há dúvida sobre a localização placentária, e

apresentação fetal, assim como para estimativa do peso do feto.

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2.5 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) Na suspeita diagnóstica - encaminhar a paciente, como emergência, ao

hospital de referência obstétrica.

Apesar de epidemiologicamente associados à HAS, atualmente os

casos de DPP, sobretudo aqueles ocorridos entre mulheres que vivem

na periferia dos grandes conglomerados humanos, estão

frequentemente associados ao uso de drogas ilícitas (cocaína e crack).

2.6 Placenta Prévia (PP - inserção baixa de placenta) Corresponde a um processo patológico em que a implantação da

placenta, inteira ou parcialmente, ocorre no segmento inferior do

útero.

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2.6 Placenta Prévia (PP - inserção baixa de placenta) Ela pode ser classificada de acordo com sua posição em relação ao

colo do útero:

• Baixa: está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo;

• Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobrí-lo;

• Completa: recobre totalmente o orifício do colo do útero.

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2.6 Placenta Prévia (PP - inserção baixa de placenta)

Fatores de risco: A idade materna avançada, curetagem uterina prévia,

gravidez gemelar, patologias que deformem a cavidade uterina,

cesarianas anteriores, tabagismo, intervalo interpartal curto e infecção

puerperal. As mulheres multíparas e com antecedentes de cesáreas são

consideradas de maior risco.

A incidência é em torno de 0,5% a 1% de todas as gestações.

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2.6 Placenta Prévia (PP - inserção baixa de placenta) Sinais e sintomas: perda sanguínea por via vaginal súbita, de cor

vermelha viva, de quantidade variável, não acompanhada de dor. É

episódica, recorrente e progressiva. O volume e tonos uterinos estão

normais. Os BCFs estão mantidos. O exame especular revela presença

de sangramento proveniente da cavidade uterina e, na suspeita clínica,

deve-se evitar a realização de toque vaginal.

O diagnóstico de certeza é dado pela USG.

Referenciar a gestante ao pré-natal de alto risco.

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3. Patologias do Líquido Amniótico

3.1 Oligoidrâmnio Acentuada diminuição do volume do líquido amniótico,

diagnosticado quando o volume se apresenta inferior a 250ml, entre

a 21ª e a 42ª semanas gestacionais.

As principais causas são:

Patologias placentárias: rotura prematura de membranas,

insuficiência placentária, DPP;

Patologias fetais: CIUR, anomalias congênitas, principalmente as

do trato urinário; anomalias cromossomiais;

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3.1 Oligoidrâmnio Patologias maternas: diabetes; hipertensão arterial; hipovolemia;

síndrome antifosfolipídio; colagenoses; uso de drogas inibidoras da

enzima conversora da angiotensina e da síntese de prostaglandinas; e

os antiinflamatórios.

O oligoidrâmnio - resultado perinatal desfavorável, seja em função

da patologia de base determinante, seja devido ao efeito mecânico

provocado sobre o concepto pela diminuição do volume amniótico.

Quanto mais precoce a instalação do quadro, mais grave tende a ser

o prognóstico, principalmente pela hipoplasia pulmonar e pela

presença de anormalidades congênitas.

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3.1 Oligoidrâmnio

Suspeita: AU inferior àquela esperada para a IG estimada,

especialmente quando associada à diminuição da movimentação fetal

e fácil percepção das pequenas partes fetais à palpação obstétrica.

Diagnóstico diferencial: descartar CIUR e a subestimação da IG.

Confirmação diagnóstica: USG

Oligoidramnia: resultado do índice de líquido amniótico (ILA) é

inferior a 5,0cm.

A gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao pré-natal de

alto risco.

Prescrição de corticosteróide para maturação pulmonar fetal quando

IG entre 24 e 34 semanas

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3. Patologias do Líquido Amniótico

3.2 Polidrâmnio

Aumento excessivo do volume do líquido amniótico, superior a

2.000ml, em gestações acima de 30 semanas.

Ocorre por erro no mecanismo de circulação, de produção, por

dificuldade de absorção ou pela associação desses fatores.

Associa-se a algumas patologias, destacando-se o DM, as anomalias

congênitas (SNC, TGI, aparelho cardiovascular, aparelho

respiratório, aparelho urinário), as infecções congênitas (como sífilis,

toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes), a doença

hemolítica perinatal e a gemelaridade.

Page 31: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

3. Patologias do Líquido Amniótico

3.2 Polidrâmnio A morbimortalidade perinatal torna-se ampliada em decorrência de

sua associação com anomalias congênitas, prematuridade, alterações

cromossômicas, descolamento prematuro de placenta ou por causa

da patologia materna determinante do quadro, especialmente a

isoimunização pelo fator Rh e o DM.

Page 32: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

3. Patologias do Líquido Amniótico

3.2 Polidrâmnio

Suspeita do diagnóstico: AU superior àquela esperada para a IG

estimada, especialmente quando a paciente referir diminuição da

movimentação fetal e quando houver impossibilidade de palpar partes

fetais e dificuldade de realizar a ausculta do concepto.

O tônus uterino poderá estar maior e, nos casos agudos, a paciente

poderá referir dor intensa.

No exame clínico materno, é frequente encontrar-se edema de MMII

e da parede do abdome, além da presença de estrias abdominais. Em

casos graves, é possível que ocorra desconforto respiratório e

dispneia, devidos à elevação e à compressão do diafragma, além de

oligúria, decorrente da compressão ureteral pelo útero gravídico.

Page 33: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

3. Patologias do Líquido Amniótico

3.2 Polidrâmnio Diagnóstico diferencial: afastar a gemelaridade e a macrossomia fetal.

Diagnóstico: USG

O diagnóstico de certeza é dado pelo achado do ILA superior a 18cm.

Firmando-se o diagnóstico, torna-se necessário investigar o fator

etiológico envolvido para a conduta adequada do tratamento e

prognóstico.

A gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao pré-natal de alto

risco.

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4. Rotura Prematura das Membranas Ovulares - RPM (amniorrexe

prematura ou Rotura da Bolsa de Águas)

Rotura espontânea das membranas ovulares antes do início do

trabalho de parto em qualquer IG.

A anamnese informa sobre perda líquida, em grande quantidade

(“molha a roupa”), súbita e habitualmente indolor.

Evitar a realização de toque vaginal, exceto nas gestações a termo, em

gestantes com parto iminente ou quando se planeja a indução

imediata.

A conduta vai depender da IG, da perda de LA e da presença ou não

de infecção.

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4. Rotura Prematura das Membranas Ovulares - RPM (amniorrexe

prematura ou Rotura da Bolsa de Águas)

Pacientes com cervicodilatação precoce (multiparidade,

gemelaridade, polidrâmnio, macrossomia...) têm maior frequência de

rotura prematura de membranas.

O pré-natal inadequado, independentemente de outros fatores, está

associado ao aumento de risco de RPMO, principalmente no período

pré-termo.

As ITU, o tabagismo materno e o sangramento transvaginal no

decorrer da gestação atual também estão relacionados a sua

incidência.

Page 36: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

4. Rotura Prematura das Membranas Ovulares - RPM (amniorrexe

prematura ou Rotura da Bolsa de Águas)

Há uma maior probabilidade de ocorrência após procedimentos

invasivos (amniocentese, cordocentese, transfusão intrauterina) e após

circlagem do colo do útero.

Diagnóstico: é fundamentalmente clínico.

Na anamnese, coletar informações sobre: momento da rotura, a

atividade exercida, a quantidade e a continuidade da perda de líquido,

a cor e o odor do fluido.

Diagnóstico diferencial: deve-se distingui-la da perda urinária

involuntária e do conteúdo vaginal excessivo.

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5. Trabalho de parto prematuro (TPP)

Gravidez pré-termo: IG entre 22 semanas (ou 154 dias) e 37 semanas

(ou 259 dias).

Diagnóstico de TPP: contrações uterinas frequentes (uma a cada 5 a 8

minutos), acompanhadas de modificações cervicais caracterizada por

dilatação maior que 2,0cm. e/ou esvaziamento maior que 50%.

Diagnóstico diferencial: contrações uterinas de Braxton-Hicks.

Condutas:

Na presença de contrações uterinas rítmicas e regulares, porém sem

modificação cervical, caracteriza-se o falso TPP. Tais casos costumam

evoluir bem apenas com o repouso, principalmente se identificada e

tratada a causa de base. Persistindo encaminhar ao PN de alto risco.

Page 38: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

5. Trabalho de parto prematuro (TPP) Condutas:

Na presença de TPP com colo modificado - encaminhar ao hospital de

referência.

Fatores de Risco: Parto prematuro prévio, história materna de um ou

mais abortos espontâneo, baixo nível sócio-econômico, idade materna

(menor que 15 ou maior que 40 anos), atividade física aumentada,

tabagismo, uso de cocaína, situações de alto estresse, gestação

múltipla, anomalias congênitas, polihidrâmnio, DP, presença de DIU,

mioma, infecções urinárias e vaginais, principalmente à vaginose

bacteriana.

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6. Gestação prolongada (Pós-datismo) Gestação que se estendeu além de 42 semanas.

A função placentária atinge sua plenitude em torno da 36ª semana,

declinando a partir de então. A placenta senil apresenta calcificações e

outras alterações que são responsáveis pela diminuição do aporte

nutricional e de oxigênio ao feto, associando-se, dessa maneira, com o

aumento da morbimortalidade perinatal.

O diagnóstico de certeza só pode ser feito com o estabelecimento

precoce da IG – método mais fidedigno é a USG entre 9 a 12

semanas.

O controle da gestante nessa situação objetiva identificar a

eventualidade de hipóxia consequente à insuficiência placentária.

Page 40: INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES Juliane Berenguer de Souza Peixoto

6. Gestação prolongada (Pós-datismo) Por volta da 41ª semana de IG ou antes disso, se houver diminuição

da movimentação fetal - encaminhar a gestante para um centro de

referência para outros testes de vitalidade fetal.

Importante: embora encaminhada ao centro de referência para

avaliação de vitalidade, nenhuma gestante deve receber alta do pré-

natal da UBS antes da internação para o parto.

7. Crescimento intrauterino restrito (CIUR) Qualquer processo capaz de limitar o potencial intrínseco de

crescimento fetal intraútero.

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7. Crescimento intrauterino restrito (Ciur) As causas da restrição do crescimento fetal podem ser divididas em

dois grupos:

1. Fatores fetais intrínsecos como síndromes genéticas e infecções

congênitas;

2. Aquelas que afetam a transferência de nutrientes e oxigênio para o

feto, como os processos originários na placenta associados à pré-

eclâmpsia, e fatores maternos como desnutrição grave, tabagismo, e

uso de drogas.

OBS: das causas maternas, a pré-eclâmpsia é o fator que mais está

associado com casos graves de restrição do crescimento fetal.

Ciur ≠ PIG

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Causas Maternas Causas Fetais Causas Útero-

placentárias

Fatores constitucionais (peso

materno pré-gravídico < 50kg;

idade materna < 19 anos;

condição socioeconômica

desfavorável).

Anomalias cromossômicas

Numéricas (principalmente

as trissomias 13, 18 e 21) e

estruturais.

Anomalias uterinas.

Hábitos tóxicos (álcool, fumo,

drogas).

Displasias esqueléticas. Má adaptação da

circulação materna.

Doenças maternas (DHEG,

doença renal crônica, doenças

cardiopulmonares, DM, doenças

autoimunes, anemias, infecção

etc.).

Infecções (rubéola,

toxoplasmose,

citomegalovirose, herpes,

sífilis etc.).

Mosaicismo placentar

(modificação genética).

Gemelaridade. Placentação baixa.

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7. Crescimento intrauterino restrito (Ciur)

Sempre que houver discrepância entre a IG e a AU deve haver

suspeita de Ciur.

Diagnóstico: USG

Suspeita de Ciur – encaminhar a gestante ao pré-natal de alto risco.