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Redação da UCPEL Redação da UCS

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51 9955.7502 [email protected] facebook.com/cluzardo1 twitter.com/carlosluzardo

Tema 1

“Um seminário internacional realizado no Brasil ser-viu como fórum para debater meios de vencer a pobreza e de fazer com que o trabalho seja o meio de garantir mais cidadania e mais dignidade para as pessoas de bai-xa ou nenhumarenda.

De acordo com Laís Abramo, diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, o trabalho tem a capacidade de garantir a superação da pobreza, mas, para isso, deve ser realizado em condições de decência, com direitos protetivos respeitados, com igualdade entre os trabalhadores e com remuneração compatível.”

Correio do Povo, Porto Alegre, 21 de novembro de 2014, p. 2.

Tema 2

“Deus entregou aos velhos um grande benefício em lugar da memória: aprudência obtida pelo uso das coisas e um juízo mais agudo e efi caz.”

VIVES, Juan Luis. Obra completa. Madri: Aguilar, 1992.

Tema 3

“Autista, Samuel era agressivo e não interagia com as pessoas. ‘A terapia com bichos deu vida nova ao meu fi lho’, disse Márcia dos Santos, ao comentar a melhora vi-sível do menino, que, depois de um ano em tratamento com cães e cavalos, passou a ser mais sociável, a aceitar a presença de pessoas ao seu redor, a diferenciar sons, sabores e parou de agredir estranhos e a si próprio.”

Revista Sou Mais Eu. São Paulo: Ed. Caras, 16 out. 2014, p. 10-12.

PROPOSTA 1

Os reality shows, como “Big Brother” ou “A fazenda”, são baseados na vida real, ou seja, neles os acontecimen-tos e os participantes tendem a ser reais e não resultado de uma história de fi cção. Há os que apreciam muito esse gênero de programa de TV e os que o criticam com veemência.

Que opinião você tem a respeito dos reality shows?

PROPOSTA 2

Na busca por uma colocação no mercado de trabalho, a aparência de uma pessoa é importante. Para alguns, o que conta é a beleza exterior, a forma de se vestir, o porte físico.

Qual é sua opinião sobre essa forma de avaliar um profi ssional?

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Solidariedade: descubra formas de ajudar o próximo e aproveite os benefícios

Ajudar o próximo é um ato nobre que muita gente busca praticar no dia a dia, mas às vezes não sabe por onde começar. Por isso, hoje vamos mostrar como é possível ser solidário com atitudes simples, mas que fazem toda a diferença.

Sentimento de ajudar ao próximo. Esta é a base deste conceito tão amplo chamado solidariedade. Uma postura solidária envolve a capacidade de compartilhar o sentimento de outra pessoa e, de algu-ma forma, tentar amenizar o problema.

Segundo a psicóloga Marina Vasconcelos, ser solidário é se identificar com o problema alheio, e assim, ter capacidade de se colocar no lugar do outro. É um sentimento de que a dificuldade pela qual outras pessoas passam também nos pertence.

Ser solidário é uma troca. Isso porque quem é ajudado não é o único beneficiado pela atitude. Assim como compartilhamos sentimentos de dor, fazer alguém sorrir também nos afeta positivamente. O psicólogo Vitor Sampaio explica que todos nós estamos em relação uns com os outros. Por isso, se fi-zermos algo de bom a uma pessoa, estaremos fazendo bem a nós mesmos.

As formas de ser solidário são muitas. E todas são sempre benvindas. Para começar, são os pequenos gestos que fazem a diferença. O apoio a instituições também representa uma ação muito valiosa, que pode favorecer muita gente. Além da ajuda financeira, pode-se doar roupas, alimentos e, por mais que

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não pareça muito, um pouco de atenção faz um bem enorme para muita gente.

Participar de qualquer atividade que ajude os outros de alguma maneira é uma forma de manifestar solidariedade. Você pode doar sangue, se tornar doador de órgãos, prestar auxílio a pessoas portado-ras de deficiência e até ajudar aquele amigo que está passando por dificuldades. Por isso, comece já a praticar atitudes solidárias e aproveite os benefícios de fazer bem a quem precisa.

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Solidariedade: Há negócios em que o lucro é ajudar os outros

Steve Lehmann criou peluches para dar conforto a crianças em cenários de guerra. Kenton Lee foi o mentor do “sapato que cresce” para crianças que não têm o que calçar. Duas histórias diferentes mas unidas pelo mesmo objectivo: criar produtos úteis para quem mais precisa.

As histórias de Steve Lehmann e de Kenton Lee não se cruzam mas estão, sem querer, unidas pelo mesmo objectivo: criar produtos que se-jam úteis a crianças, seja de países afectados pela guerra ou pela extrema pobreza. Cada um, em dois pontos diferentes dos Estados Unidos, criou um negócio solidário que começou a nascer depois de uma viagem e uma experiên-cia que os impulsionou a agir. Um queria levar conforto e segurança a crianças que perderam o chão e uma vida estável. Outro decidiu inven-tar um sapato que durasse, pelo menos, cinco

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anos, e acompanhasse o crescimento do pé de crianças que não têm o que calçar.

Comecemos por Steve Lehmann. Ao pisar o Haiti em Janeiro de 2011, um ano depois de um terramoto ter devastado o país, este engenheiro de formação congelou. Ali, no coração de um cenário de devas-tação, apercebeu-se de forma demasiado crua como um fenómeno destes castrara a infância a que as crianças do Haiti tinham direito. Conforto, segurança, estabilidade, direito de brincar — tudo isso tinha-lhes sido roubado. O cenário repetiu-se no Quénia, Uganda e Ru-anda, para onde o norte-americano de Chicago voou em serviço huma-nitário. E perante esta “violenta re-tirada” de “ingredientes básicos da infância”, decidiu agir. Com o amigo Andrew Jones criou os Threadies, ursos de peluche que querem levar o conforto possível a crianças em campos de refugiados.

O efeito terapêutico destes bone-cos estava na memória de Steve Lehmann. O peluche Boppy, com-panheiro dos tempos de criança,

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era para ele uma recordação de conforto e alegria. Apesar da brutal diferença de contexto, ocorreu-lhe que talvez houvesse algo de universal neste sentimento providenciado por um peluche. E a intuição dele estava correcta, atesta o bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Telmo Baptista, ao confirmar que os brinquedos têm “funções afectivas importantes” e são, também por isso, frequen-temente utilizados na psicologia infantil. “Por dificuldade em obter verbalização da parte das crianças, recorre-se a formas intermediárias de obter informação. Se pusermos a criança a falar através de um boneco ela não está tão implicada emocionalmente e, às vezes, consegue falar de coisas que não fa-laria de outra forma.”

Em colaboração com “dezenas de especialistas de todo o mundo” e com o feedback de terapeutas, psi-cólogos e conselheiros da associação International Medical Corps, a trabalhar no terreno em campos de refugiados, os antigos colegas na Universidade de Valparaiso, em Chicago, conceberam um peluche “com o bem-estar das crianças em mente”. Estes bonecos “resistentes”, feitos com tecidos “multi-senso-riais” e com o “tamanho certo”, inclusive para serem abraçados, só se vendem aos pares por 40 dólares (cerca de 35 euros). Objectivo: por cada dois vendidos, um é doado a uma criança que viva num campo de refugiados. E se no peluche que fica na casa de quem o compra vai um poema a explicar o projecto, no que é enviado para uma criança em situação frágil há um kit, criado com base em investigações de Meghan Marsac, do Hospital Pediátrico da Filadélfia, com o qual psicólogos e voluntários locais podem ajudar os mais novos a combater sentimentos traumáticos.

Para já, há três protótipos desenhados (um cor-de-rosa, um castanho e um azul) e um projecto piloto feito em Agosto deste ano com “bons resultados”, no campo de refugiados de Azraq, na Jordânia, país

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onde haverá mais de 325 mil crianças refugiadas sozinhas. “Foi impressionante ver o quão receptivas e amorosas eram aquelas crianças. Lembro-me em particular de uma menina que quis segurar a minha mão o tempo todo. Foi muito triste quando tive de vir embora e o meu coração afundou ao pensar que poderia não voltar a vê-la”, recorda Andrew Jones em conversa com o PÚBLICO. “Foi inspirador ver que, apesar das circunstâncias, elas tinham esperança e alegria.” Nesta primeira experiência, os criadores e especialistas no terreno puderam observar as reacções dos meninos e perceber mais concretamente como poderão os Threadies ser úteis. “As meninas começaram imediatamente a tratar os peluches como se fossem bebés” e, quando questionados sobre o que gostariam de fazer com o novo “amigo”, os pequenos alternaram entre respostas como “protegê-lo”, “dormir com ele” e “brincar”.

Com o produto “aprovado”, os criadores americanos querem agora mais. A campanha de crowdfunding que criaram — online até ao dia 11 de Outubro e disponível também para quem está em Portugal — já ultrapassou o valor de 20 mil dólares (aproximadamente 17950 euros) inicialmente fixado. E isso signi-fica que, em breve, pelo menos uma tonelada de bonecos vai chegar a campos de refugiados à volta da Síria.

O peluche “cria oportunidades de expressão e ligação muito importantes” e é uma forma eficaz de “reforçar o sentimento de segurança” de crianças que perderam bases fundamentais. E, neste caso, não só porque responde a uma “necessidade básica do ser humano” — o toque —, através de tecidos multissensoriais agradáveis, mas também porque é acompanhado por cartões de terapia com dicas de como lidar com a tristeza, medo de dormir, pesadelos ou saudades de casa, um “contributo adicional interessante”, analisa Telmo Baptista.

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A especialista em protecção de crianças Sandra Maignant acredita que “meninos que foram arranca-dos de ambientes familiares e seguros precisam de estabilidade, amigos e algo que seja deles” e, neste contexto, um objecto como um urso de peluche pode, efectivamente, “ter uma grande importância.” Algo que Rob Maroni, da agência internacional de ajuda humanitária Mercy Corps , terá testemunha-do no projecto piloto: “É incrível como algo tão simples como dar um brinquedo a uma criança pode alterar a forma como encaram as circunstâncias”, escreveu na página da campanha de crowdfunding.

Relevante é também a relação simbólica que é criada entre a criança que compra o boneco em qual-quer parte do mundo e a que habita um campo de refugiados. “Muitas destas crianças perderam li-gações a famílias e podem estabelecer através deste boneco uma relação à distância, simbólica, com uma outra que terá o par do boneco.” Esta ligação serve, por exemplo, para que os pais das crianças que compram os bonecos “falem aos filhos do menino que ficará com o par”, sugere o bastonário da OPP: “Pode, nesse sentido, ser utilizado para aumentar a consciência daquilo que se passa noutras partes do mundo. E, dessa forma, ajudar a estender a nossa compaixão para com o outro.”

Foi precisamente para ver o mundo fora da redoma que Kenton Lee decidiu viajar depois de terminar os estudos na Universidade Nazarena de Northwest, em Nampa, Idaho, cidade onde nesceu. “Estava a tentar ver o mundo, ver todas as coisas sobre as quais apenas lia ou via na Internet”, conta ao PÚBLICO. Nos seis meses que passou num orfanato em Nairobi, no Quénia, teve uma ideia. Kenton Lee sublinha várias vezes que é apenas “um homem como os outros”. A diferença é que ao ver as crianças todos os dias sem sapatos, ou com sapatos demasiado pequenos para o seu pé, decidiu pôr mãos à obra. “Não seria fantástico se houvesse um sapato que se ajustasse ao crescimento das crianças e aumentasse de

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tamanho para que tivessem sempre que calçar?”, questionou.

De regresso aos Estados Unidos pediu ajuda à Proof of Concept, uma empresa de calçado de Portland, que ajudou Kenton e o seu parceiro neste projecto, Andrew Kroes, a desenhar o sapato que cresce – The Shoe That Grows. “Ajudaram-nos a criar o protótipo e depois fomos testá-lo no Quénia. A maior preocupação era criar um sapato que durasse o maior tempo possível, pudesse aumentar de tamanho o mais possível. Queríamos que se adaptasse ao crescimento da criança”.

Kenton e Andrew são os fundadores da Because International, a Organização Não Governamental que está pode detrás deste projecto. Dedica-se a pensar em produtos inovadores que façam a diferença na vida dos mais pobres e o seu primeiro projecto, lançado no Outono de 2014, foi o dos sapatos. Um dos seus motes é praticar a “compaixão prática”. “Queremos manter as coisas simples, focando-nos na ajuda prática e útil ao quotidiano das crianças”, lê-se na descrição da organização, na sua página online.

Feitos de cabedal, borracha comprimida e molas, os sapatos (patenteados) são fáceis de limpar e trans-portar. Numa pequena mala de viagem cabem 50 pares. Há dois tamanhos: o S cresce até cinco núme-ros e geralmente adequa-se a idades dos cinco aos nove. O L serve a crianças dos dez aos 14 anos. O sapato expande através das molas.

Kenton Lee está a produzir o produto na China e garante que o negócio que gere é sustentável. Quem quiser, pode doar 15 dólares (13,4 euros) através da página theshoethatgrows.com e assim garantir que um par chega a uma criança. É possível comprar vários para levar em viagem e oferecer a quem precisa. Até agora foram vendidos oito mil pares.

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“Somos uma organização não lucrativa mas criámos um produto sustentável que nos permite gerir a ONG bastante bem. Todos os lucros oriundos da venda dos sapatos são para investimento para que possamos produzir mais e ajudar mais crianças”, detalha o fundador do sapato que cresce. A maioria dos clientes são igrejas, grupos ou pessoas individuais que trabalham com crianças um pouco por todo o mundo. “Qualquer um que trabalhe com crianças e acredite que os nossos sapatos as podem ajudar”, resume Kenton Lee que se assume como “um tipo normal que teve uma ideia para tentar ajudar alguns miúdos”.

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Pesquisa revela perfil de público que vê reality-show no Brasil

“BBB” é o reality de maior audiência no Brasil

Na semana de estreia do reality-show de maior audiência da TV brasileira, o “Big Brother Brasil”, da Globo, o instituto de pesquisa Ipsos divulgou uma pesquisa do perfil do pú-blico que se interessa por esse tipo de conteúdo.

Com a participação de 53 mil pessoas, o estudo foi reali-zado nos 13 mercados em que o instituto de pesquisas atua no Brasil. As mulheres são a maioria do público es-pectador de reality-show: 61%, contra 39% de homens.

Entre as classes sociais, os pertencentes à classe C corres-pondem a maior fatia dos fãs de reality. São 52%, enquan-to 38% pertencem às classes A e B e 10% são membros das classes D e E.

No quesito idade, os adultos são a maioria dos especta-dores (49%), seguidos de jovens e adolescentes (35%) e de idosos (16%). O Ipsos também mapeou as capitais do país que possuem mais fãs de realities shows.

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De acordo com o avaliado no estudo, os moradores de Brasília saem na frente, com 28% da população declarando que acompanha esse tipo de programa. Em segundo lugar ficaram os soteropolitanos, com 21%, e na terceira posição, com 20%, ficaram os paulistanos.

O instituto identificou também um hábito bem comum entre os espectadores de reality, que é o de assistir a TV realizando outras atividades.

Enquanto assistem a programas do gênero, 63% das pessoas também fazem refeições; 38% dizem que conversam com outras pessoas e 23% falam no celular.

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Realidade roteirizadaAo contrário do que se imagina, programas como Big Brother Brasil e A Fazenda seguem roteiros planejados por redatores

O apresentador Pedro Bial, do Big Brother Brasil, da Glo-bo: conflitos, paixões e intrigas de olho na audiência

Uhu! Faz 12 anos que, todo janeiro, milhões de brasileiros ficam ligados num programa que começa com esse grito de guerra - vá lá, com algumas variações. É como o “era uma vez” dos contos de fadas. Não se trata de cacoete de quem concebe a atração. Afinal, o Big Brother Brasil é um reality show, um “show de reali-dade” e parte considerável de sua ilusão vem da percepção pú-blica de que os confinados na “casa mais vigiada do Brasil”, como diz o apresentador Pedro Bial, expõem a si mesmos sem truques, maquiagem ou montagens.

Os diálogos saem, de fato, do cérebro dos participantes, seja lá o que entendamos por “diálogo” e, principalmente, por “cérebro”. Isso não significa, como muitos imaginam, que um reality show seja o jogo do acaso, feito só das preciosidades ditas aleatoria-mente pelos concorrentes ou das suas personalidades superani-madas em criar conflitos de araque, paixonites duvidosas e intri-

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gas. Como bem sabem os espectadores da versão pay-per-view, isso não ocorre. Os reality shows têm uma equipe grande para garantir que o marasmo não aconteça - são fruto do trabalho árduo, ágil e editado de elaboradores da escrita, roteiristas que nem sempre ganham esse nome nem têm a função admitida por quem dirige esse tipo de atração.

O BBB não é o único no mercado, claro. Só em janeiro, estrearam também nova temporada de Por um Fio, disputa de cabeleireiros do GNT, e Amazônia, inteiramente desenvolvido no Brasil pela gigante de formatos Endemol, exibido pela Record. No exterior, não é diferente. Em todas as partes do mundo, rea-lity shows como American Idol, America’s Next Top Model, Supernanny, Kitchen Nightmares e Extreme Makeover, continuam fazendo sucesso.

- Eles já comprovaram sua força como gênero televisivo pulsante e são cada vez mais vitais para a pro-gramação das emissoras, tanto abertas quanto a cabo - diz Rodrigo Carelli, diretor-geral de A Fazenda, da rede Record.

Produção industrialAs explicações para tamanha vitalidade são as mais variadas. O roteirista de cinema Thiago Dottori nun-ca escreveu para o formato, mas é observador atento dessas atrações. Ele considera que o apelo junto ao público tem a ver com a exposição da intimidade, marca da época em que vivemos.

- E esse tipo de programa é uma maneira rápida de um anônimo atingir algum sucesso na vida, sem

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necessariamente ter algum talento - afirma.

O norte-americano Troy DeVolld, roteirista e produtor de reality shows como The Osbournes e Dancing with the Stars e autor do livro Reality TV: An Insider’s Guide to TV’s Hottest Market, acha que esse tipo de programa é bom para os canais, por ser barato.

- A experiência de vê-los é mais autêntica quando você pode torcer por alguém ou odiar uma pessoa real em vez de um personagem completamente ficcional - defende.

É mais ou menos a mesma opinião de Mariana Koehler, coordenadora artística e de conteúdo do GNT.

- As pessoas questionam a conduta dos participantes e se colocam no lugar deles. Seja em um reality show sobre relacionamentos ou numa produção que estimule a competição - explica.

Sendo assim, é fundamental a escolha do elenco, e os paralelos com a ficção são inevitáveis.

- O casting [seleção de atores] é tudo. Se dá liga, o reality decola... - conta Daniela Busoli, diretora-geral da Endemol Brasil.

Escolha de “elenco”No caso de Amazônia, a ideia não era procurar conflito, pois o reality show não tem eliminação. Como há conteúdo social, também não interessavam personalidades polêmicas ou muito sensuais, fatores considerados por ela essenciais para qualquer outro programa no formato. No BBB, os dois componen-

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tes estão presentes, e muito trabalho é empreendido para encontrar a mistura adequada.

- Estamos na 12ª edição, e eu continuo esperando o ines-perado. É um jogo que depende fundamentalmente de seus jogadores. Foram mais de sete meses de seleção, in-ternet, viagens pelo Brasil e horas de entrevistas. Escolhe-mos um grupo diversificado, que não representa o Bra-sil. O BBB não foi feito para representar o nosso país. Mas colocamos jogadores que pela nossa expectativa vão dar uma boa limonada desse limão - afirma Boninho, diretor da produção, à revista Língua.

Lógica de ficçãoA busca é sempre intensa nesse tipo de programa. Renata Rudge, que foi produtora de conteúdo de Troca de Famí-lia (Record), que faz intercâmbio de familiares entre casas, conta que, nesse caso, a procura era por famílias de todos os jeitos.

Boninho faz pose na casa mais vigiada do Brasil: acaso progra-mado (foto: Agência O Globo)

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- O oposto entre as participantes é o que nos dá o conforto. Sempre falamos que o desconforto do participante é o nosso conforto, é o que dá audiência.

Até quando o que está em jogo é o talento, a personalidade.

- Com o Por um Fio, essa escolha é uma combinação de talento e personalidade. Até porque muitas das características dos cabeleireiros são impressas nos seus trabalhos - afirma Mariana Koehler, do GNT.

DeVolld diz que, normalmente, há certos tipos de papéis a serem preenchidos, mas o contrário tam-bém acontece, quando um rótulo é aplicado a um membro do elenco.

- Alguém que gosta de subir na mesa e dançar para chamar a atenção vai ser marcado como “louco por atenção”, e os produtores vão tentar favorecer esse lado de seu comportamento.

Na opinião de Thiago Dottori, o conflito é desejável, mas também os possíveis casais, as amizades ins-tantâneas, o mocinho, o engraçado.

- Um reality bom transita por vários climas: drama, humor, romance. Então tem de pesar tudo isso na hora de escolher.

A vez do roteiroEntão, como na ficção, não adianta ter um elenco ótimo se os personagens não estão bem desenvol-vidos ou se não acontece nada na história ou nenhuma emoção é despertada. Aí entram as atividades

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e provas.

- Elas são provavelmente a parte mais complexa em termos de pré-produção de um reality show. São fundamentais no andamento da mecânica do jogo, mas também um elemento provocador de reações dos participantes e de acirramento das relações - diz

Rodrigo Carelli, da Record.

O planejamento é feito com antecedência, mas o roteiro pode ser alterado em cima da hora, confor-me o clima da competição, como a possibilidade de eliminar participantes de forma surpreendente. O produtor norte-americano DeVolld dá exemplo fácil de entender.

- Num dia, se eu te seguisse com uma câmera, você poderia apenas ficar em casa, assistir à TV, sair para comer, fazer o cabelo e dormir. Se você tem um dia planejado em que encontra um amigo para o al-moço, faz aula de trapézio e vai a uma festa, o resultado seria bem mais interessante.

RegulamentaçãoE quem bola as atividades? Normalmente, o roteirista, ainda que alguns prefiram não chamá-los assim. O Writers Guild of America, o sindicato dos escritores americanos, teve de lançar uma campanha para regulamentar a atividade de roteirista de reality show.

- Existe roteirista em reality show. Ele monta o que chamamos de “espelho”, sugere atividades e pergun-tas a serem feitas. Mas claro que no reality show tudo muda na hora - diz Renata Rudge.

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São eles que bolam as entrevistas para preencher buracos que dificultem a compreensão de determinada ação. Quando elas fa-lham, muitas vezes entram em cena os produtores de conteúdo, assistentes de direção que ficam encarregados de gerar conteú-do, brigas, conversas, discussões, beijos, carinhos.

Controle da açãoAs atividades de um roteirista variam de um reality para outro.

- Os escritores comprimem o tempo, criam esboços e trabalham com os editores para ter certeza de que o produto final faz sen-tido. E precisam descobrir como manipular o material para aten-der a pedidos dos executivos do canal - diz o produtor norte-a-mericano DeVolld.

Muitas vezes, cenas são gravadas a posteriori para esclarecer coi-sas que ocorreram.

- Por exemplo, acontece de ser necessária uma cena em que o grupo decide confrontar um dos participantes sobre algo, por-que, na verdade, a briga ocorreu de repente e, quando editada,

Tiago Parente e Juliana Paes apresentam o programa Por um Fio, exibido pelo GNT: o roteirista é responsável pela estrutura, pelas provas e pelo texto dos apresentadores (foto: Marcos Hermes)

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parece sem motivo - explica DeVolld.

O Por um Fio tem um roteirista que pensa a estrutura, cria situações e provas, escreve o texto dos apre-sentadores. Daniela Busoni prefere dizer que há uma “Bíblia” a ser seguida nos formatos importados.

- São as diretrizes, o número de provas, como é feita a eliminação. Mas o reality show não é propriamen-te roteirizado, e sim dirigido.

Carelli, de A Fazenda, acredita que não há um nome ideal para esse planejador de atividades e organi-zador de fatos para encadeá-los numa edição.

- Essa função é fundamental, mas não concordo que deva ser chamada de “roteirista”. Quem de fato “roteiriza” um reality são os participantes, o acaso, o dia a dia e o voto do público - defende.

Pode ser apenas uma questão de nomenclatura, afinal. O roteirista Thiago Dottori, por exemplo, afirma categoricamente que não existe forma audiovisual sem roteiro.

- Não é porque as pessoas estão sendo espontâneas que não existe roteiro - justifica.

NomenclaturaTalvez porque muita gente associe roteiro com diálogos - e aí, claro, seria muito difícil fazer não atores interpretar o tempo todo. Depois de tudo isso, há ainda a edição, tão criticada por alguns participantes, que atribuem a ela, em muitos casos, o fato de o público simpatizar ou não com um dado “personagem”.

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- Muitos reclamam de ser retratados de certa maneira, quando, na verdade, a edição simplesmente foca o conteúdo mais dinâmico e divertido na construção da história - diz o produtor DeVolld.

Tanto aqui quanto nos Estados Unidos, no entanto, há resistência dos envolvidos em falar muito sobre o assunto.

- É porque, na teoria, o formato dispensaria o roteiro. Só que na prática não é bem assim, pois, se deixar, nada acontece, ou demora muito para acontecer. A produção precisa propor atividades que estimulem os participantes - afirma a produtora Renata Rudge.

Segundo DeVolld, há o medo de que o público reaja mal se descobrir que existe algum tipo de direção criativa na produção desses programas.

- Mas isso é bobagem - diz.

Como em qualquer outra narrativa, é preciso que haja um começo, meio e fim.

- As escolhas feitas no estúdio e na pós-produção podem seriamente afetar a maneira como se recebe a história. Mesmo a escolha de uma música pode alterar o modo como se sente em relação a um par-ticipante ou evento - afirma.

O reality show, afinal, é feito para entreter, e não para retratar a realidade. Tanto que o final feliz - o prê-mio - é garantido, o que nem sempre se traduz em recompensa para quem espia aqui do lado de fora.

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Cinema verdade?

Filme exibido pela HBO mostra os bastidores de série dos anos 70

precursora dos programas de realidade

Em 1973, quando foi ao ar nos EUA a série An American Family, a proposta de seus realizadores era mostrar o cotidiano de uma família comum 24 horas ao dia - e nos mínimos detalhes -, numa época em que revoluções eclodiam na sociedade americana. Mal sabiam, porém, que estavam lan-çando as bases de um formato que hoje se encon-tra amplamente disseminado na programação televisiva, a saber, os programas de realidade. O fil-me Cinema Verite (2011), exibido pelo canal pago HBO, mostra os bastidores conturbados desse pro-grama pioneiro capitaneado pelo documentaris- Diane Lane e Tim Robbins à frente da família em Cinema Verite, da

HBO: bastidores do “avô” dos reality shows

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ta Craig Gilbert, que por sua vez se inspirara no movimento “cinema-verdade”, pautado por téc-nicas naturalistas e envolvimento do cineasta com seu objeto. Esse “filme sobre o filme”, estrelado por Tim Robbins e Diane Lane, não apenas mostra as consequências da excessiva exposição da família, massacrada pela mídia à época, como de certa forma constitui-se uma boa reflexão so-bre as realidades e verdades fabricadas por programas do gênero. (Edgard Murano)