integração da rede gps itesp ao sistema geodésico brasileiro

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1 MÁRCIA CRISTINA MARINI INTEGRAÇÃO DA REDE GPS ITESP AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO Presidente Prudente 2002

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Page 1: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

1

MÁRCIA CRISTINA MARINI

INTEGRAÇÃO DA REDE GPS ITESP AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO

Presidente Prudente 2002

Page 2: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

2

MÁRCIA CRISTINA MARINI

INTEGRAÇÃO DA REDE GPS ITESP AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação em Ciências Cartográficas para obtenção do título de Mestre em Ciências Cartográficas. Orientador: Prof. Dr. João Francisco

Galera Monico

PRESIDENTE PRUDENTE

2002

Page 3: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

3

Page 4: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

4

Ao Engenheiro João Dehon Brandão Bonadio,

Que tornou possível a realização deste

trabalho pela sua garra e determinação.

Page 5: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que, durante o decorrer deste trabalho,

empenharam-se em tarefas que me eram pertinentes, ou de alguma forma colaboraram para

que eu pudesse me dedicar a essa realização:

à equipe de rastreio, que não poupou esforços para garantir a qualidade do

trabalho: Danilo, Paré e Tadeu;

aos colegas do grupo de estudo, pelas discussões enriquecidas que tanto

contribuíram na formação do arcabouço teórico;

aos meus familiares, que me apoiaram e por inúmeras vezes me substituíram

no papel de mãe enquanto eu estudava;

ao meu esposo, por todo o peso que suportou durante esta etapa de nossas

vidas;

às amigas Élcia e Márcia Monteiro, pelo incentivo constante;

ao Professor Galera, a quem admiro e respeito, pelo saber transmitido, às

vezes de forma dura, é verdade, mas eficaz.

E ao ITESP, que acreditou no projeto e na minha capacidade de realizá-lo.

Page 6: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6

Fazes o mortal voltar ao pó, dizendo:

“Voltai, ó filhos de Adão!”

Pois mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou,

Uma vigília dentro da noite.

(Salmo 90,3-4)

Page 7: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

7

RESUMO

A necessidade de georreferenciar os trabalhos topográficos e de vértices confiáveis para levantamentos

com GPS motivaram a realização da Rede GPS Itesp. Constituída de 27 vértices espalhados por todo o

Estado de São Paulo, visa atender às necessidades do Itesp, bem como colaborar com o adensamento

da Rede GPS do Estado de São Paulo. Para tanto, buscou-se uma solução que contemplasse todo o

rigor científico envolvido na teoria de ajustamento de redes GPS, além de atender as normas

estabelecidas pelo órgão gestor da Geodésia brasileira, o IBGE. Na etapa do planejamento e rastreio,

alguns aspectos de otimização de redes GPS foram considerados. No processamento foi utilizado

software científico, que considera a correlação entre as observáveis das sessões. Foram realizadas

comparações de resultados utilizando ou não modelo de marés terrestres; também foi realizada análise

detalhada da solução da ambigüidade, bem como do tratamento das injunções durante o ajustamento

da rede. O resultado final mostrou que para linhas de base menores que 200 km, a influência das marés

terrestres pode ser desprezada. Todos os cuidados tomados durante a coleta de dados e no

processamento, levaram a uma rede consistente, que atende à especificação do IBGE, de acurácia

melhor ou igual a 1 ppm por linha de base.

ABSTRACT

The need of referencing topographic surveys and well-established points for GPS surveying provided

the motivation for the accomplishment of the Itesp GPS Network. Established with 27 points around

São Paulo State – Brazil, the Itesp GPS Network aims to support Itesp necessities, as well as to

contribute to the São Paulo State GPS Network densification. To reach this aim, the solution was

carried out in order to attend the scientific rigidity involved in GPS network adjustment theory. During

the planning and tracking stages, some aspects of GPS network optimization were taken into account.

Scientific software was used in the data processing stage, which considers the correlation among

observables. It was realized comparison of results using or not earth body tides model. It was also

realized detailed ambiguity solution analysis together to the strategies of applying constraints in the

adjustment process. The results show that for baselines shorter than 200 km, the application of earth

body tides may not be considered. All precautions taken into account during data collection and

processing provided a consistent network, which attempts IBGE specification of 1ppm per baseline.

Palavras -chave: Integração de redes GPS, densificação, detecção de erros. Keywords: GPS network integration, densification, and bias detection.

Page 8: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

8

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ... .......................................................................................................... 11

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 12

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13

2 REFERENCIAIS GEODÉSICOS .................................................................................... 18

2.1 IERS (International Earth Rotation Service) ................................................................... 19

2.1.1 ICRS (IERS Celestial Reference System) ...............................................................…. 20

2.1.2 ITRS (IERS Terrestrial Reference System..............................………...................….. 20

2.1.3 IGS ............................................................................................................................. .21

2.2 WGS 84 (World Geodetic System 1984 ) .........................…............................................. 23

2.3 O Sistema Geodésico Brasileiro ...................................................................................... 23

2.3.1 SAD 69 ................... ...................................................................................................... 24

2.3.2 SIRGAS ....................................................................................................................... 25

2.3.3 RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) ................................................ 26

2.3.4 Rede GPS do Estado de São Paulo ............................................................................... 28

3 FUNDAMENTOS DE GPS ................................................................................................ 30

3.1 Observáveis GPS ............................................................................................................. 30

3.1.1 Pseudodistância ......................... .................................................................................. 30

3.1.2 Fase de batimento da onda portadora ........................................................................... 31

3.2 Fontes de Erros do GPS e Procedimentos para sua Minimização .................................. 31

3.2.1 Erros relativos aos satélites ......................................................................................... 32

3.2.2 Erros relativos à propagação do sinal ......................................................................... 35

3.2.3 Erros relativos ao receptor ou à antena ....................................................................... 41

3.2.4 Erros relativos à estação ................................................................................ .............. 42

3.3 MODELOS MATEMÁTICOS ....................................................................................... 44

3.3.1 Combinações Lineares entre Freqüências ................................................................... 44

3.3.1.1 Observável Livre dos Efeitos da Ionosfera (Iono Free) ............................................. 44

3.3.1.2 Observável de Banda Larga (Wide Lane) .................................................................. 45

3.3.2 Diferenciação das observáveis entre diferentes estações .............................................45

3.3.2.1 Simples Diferença .......................................................................................................45

3.3.2.2 Dupla Diferença ......................................................................................................... 47

3.3.2.3 Tripla Diferença ......................................................................................................... 48

3.3.3 Modelo Estocástico ..................................................................................................... 49

Page 9: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

9

4 OTIMIZAÇÃO, AJUSTAMENTO E INTEGRAÇÃO DE REDES GEODÉSICAS ...... 52

4.1 Redes Geodésicas GPS .................................................................................................... 52

4.2 Otimização de Redes Geodésicas GPS ............................................................................ 53

4.3 Ajustamento de Observações GPS ................................................................................... 56

4.3.1 Validação do ajustamento e detecção de erros grosseiros .......................................... 59

4.3.2 Confiabilidade ............................................................................................................... 63

4.3.2.1 Conf iabilidade Interna ................................................................................................ 64

4.3.2.2 Confiabilidade Externa .............................................................................................. 67

4.4 Integração de Redes Geodésicas .................................................................................... 68

4.4.1 Injunções no ajustamento ............................................................................................ 68

5 O SISTEMA GAS .............................................................................................................. 71

5.1 Pré-processamento (Con2SP3, Filter) ........................................................................... 71

5.2 Detecção de perdas de ciclo (PANIC, SlipCor) ............................................................. 72

5.3 Solução de Rede (PANIC) .............................................................................................. 74

5.3.1 Processamento Fiducial ( PANIC, MKGAF, GPSORBIT) ........................................... 75

5.3.2 Processamento Não-fiducial ou Livre ......................................................................... 76

5.4 Software Auxiliar de Pós-processamento (CARNET) ..................................................... 77

6 A REDE ITESP ................................................................................................................. 78

6.1 Planejamento ............................................................................................. ...................... 78

6.1.1 Seleção dos locais para os marcos da Rede .................................................................. 78

6.1.2 Planejamento do rastreio ............................................................................................... 80

6.2 Monumentação dos marcos ............................................................................................. 81

6.3 Coleta de dados ............................................................................................................... 82

7 INTEGRAÇÃO DA REDE ITESP AO SGB ................................................................... 87

7.1 Pré -processamento dos dados........................................................................................... 87

7.2 Processamento dos dados.................................................................................................. 90

7.2.1 Injunções Fixas e Fiduciais no Ajustamento ................................................................. 90

7.2.2 Efeitos das Marés Terrestres (EBT) .............................................................................. 94

7.2.3 Análise dos Resultados com Solução da Ambigüidade e sem Solução ........................ 97

7.3 Ajustamento Final .......................................................................................................... 102

7.4 Análise da Acurácia ...................................................................................................... 104

7.5 Marcos de Azimute ........................................................................................................ 107

Page 10: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

10

8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 111

ANEXO A (Modelos de pilares de concreto) ....................................................................... 116

APÊNDICE A (Monografia dos Vértices) ............................................................................ 118

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11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Vértices da Rede GPS ITESP e da Rede GPS do Estado de São Paulo ............. 15

Figura 2.1 – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo – RBMC (Fonte: IBGE, 2000) ... 28

Figura 3.1 – Esquema ilustrativo das simples diferença das observáveis GPS ...................... 46

Figura 3.2 – Esquema ilustrativo das duplas diferenças das observáveis GPS ....................... 47

Figura 3.3 – Esquema ilustrativo das triplas diferenças das observáveis GPS ....................... 48

Figura 4.1 – Probabilidades do erro tipo I (α ) e do erro tipo II (β) ........................................ 65

Figura 6.1 – Áreas e atuação do ITESP e vértices da Rede São Paulo e Rede ITESP ............79

Figura 6.2 – Sessões de rastreio .............................................................................................. 86

Figura 7.1- Desvios-padrão de ϕ, λ e h, de uma solução com injunção fixa .......................... 93

Figura 7.2 - Desvios-padrão de ϕ, λ e h, de uma solução com injunção fiducial ................... 93

Figura 7.3 - Desvios-padrão resultantes para solução com injunção fixa e fiducial ............... 93

Figura 7.4 – Discrepâncias dos vetores de linha de base para a solução com o modelo de

marés terrestres e sem o modelo......................................................................... 94

Figura 7.5 – Discrepâncias das coordenadas ϕ, λ e h para a solução com o modelo de marés

terrestres e sem o modelo.................................................................................... 97

Figura 7.6 – Linhas de base selecionadas para análise da acurácia ...................................... 105

Figura 7.7 – Relação entre a acurácia de 1 ppm e a acurácia obtida para a Rede ................. 107

Page 12: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Fontes e efeitos dos erros envolvidos no GPS ................................................... 32

Tabela 4.1 – Testes estatísticos da hipótese nula contra a hipótese verdadeira ...................... 64

Tabela 4.2 - Potência do teste para diferentes valores de α, q e λ ..........................................67

Tabela 6.1 - Especificações técnicas para a coleta de dados ................................................... 83

Tabela 6.2 – Estações da Rede GPS ITESP ............................................................................ 83

Tabela 6.3 – Sessões de rastreio da Rede GPS ITESP ............................................................ 84

Tabela 7.1 – Linhas de base independentes para cada sessão e 0σ após “limpeza” .............. 88

Tabela 7.2 – Resultados do ajustamento com injunção fixa e fiducial para a solução EBT/float

..............................................................................................................................91

Tabela 7.3 – Discrepância dos vetores das linhas de base para a solução com EBT e sem EBT

............................................................................................................................ 95

Tabela 7.4 – Comparação dos resultados com solução e sem solução da ambigüidade ......... 98

Tabela 7.5 – Solução da ambigüidade para a linha de base Ribp-vico, na sessão 08_01 ..... 100

Tabela 7.6 – Solução da ambigüidade para a linha de base Uepp-taqu, na sessão 01_11 .... 101

Tabela 7.7 – Comparação entre as soluções Fixa e Float para cada sessão re-processada ... 102

Tabela 7.8 – Discrepâncias entre as coordenadas da Rede ITESP e IBGE (m) .................... 103

Tabela 7.9 – Coordenadas Finais Ajustadas da Rede GPS ITESP – Datum WGS 84 .......... 104

Tabela 7.10 – Acurácia relativa das linhas de base da Rede GPS ITESP ............................. 106

Tabela 7.11 – Coordenadas dos Marcos de Azimute ............................................................ 108

Page 13: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

13

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de representar o espaço físico acompanha o ser humano

desde os tempos mais remotos. Mais do que representar o espaço que o cercava, o homem

tinha necessidade de referenciar esse espaço, seja por acidentes topográficos, ou às estrelas. A

referência às estrelas levou o homem a navegar e descobrir novos mundos.

Com o aprimoramento da álgebra, das técnicas de posicionamento e dos

instrumentos de medidas, o homem pode descrever melhor o mundo em que vive, e assim

representá -lo com mais exatidão.

A representação do espaço físico, hoje, passa pela definição do referencial e

pela materialização desse referencial, que pode estar associada a uma determinada época,

permitindo assim o monitoramento da variação temporal da posição.

Alguns países, hoje, devido ao avanço tecnológico e às suas pequenas

dimensões, já têm seus territórios completamente mapeados, restando apenas a tarefa de

atualizar as alterações do meio físico nas bases cartográficas já existentes.

O Brasil, com suas dimensões continentais, tem ainda muito que investir em

mapeamento sistemático e atualização cartográfica, principalmente no que se refere às

grandes e médias escalas.

Como conseqüência destas dimensões, e como herança da forma de

ocupação desde os primórdios da sua história e até o início do século passado, o Brasil vive

hoje profundos problemas sociais, que atingem brasileiros ansiosos por trabalho, por melhor

distribuição de renda e de terra, por justiça social.

Se a ciência deve ter a sua razão de existir no bem estar do homem, a

Geodésia também pode contribuir no esforço de amenizar os problemas sociais do país. Dela

depende o desenvolvimento de técnicas e instrumentos que permitem a representação fiel do

território, seja para subsidiar programas de governo de importância nacional ou regional, no

sentido de resolver os problemas fundiários, seja cotidianamente, como suporte a planos de

desenvolvimento locais, a pesquisas científicas ou em transações comerciais.

Page 14: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

14

Na tarefa de representar o espaço físico, o posicionamento geodésico por

satélite representa um grande avanço da ciência na atualidade e proporciona rapidez e

economia nos trabalhos de mapeamento e engenharia. A precisão que o GPS (Global

Positioning System) fornece, dependendo do método de coleta e processamento dos dados, é

muito melhor que os métodos convencionais de Geodésia e Astronomia.

Por este motivo, alguns vértices das redes geodésicas clássicas foram

reocupados por receptores GPS, para uma determinação mais precisa da sua posição, de forma

a melhorar a realização do referencial. Ao mesmo tempo é feito o adensamento das redes,

agora diretamente com a técnica GPS. Esse tem sido o procedimento do IBGE (Fundação

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que reocupou e reprocessou, em 1996, alguns

vértices do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) com GPS, reajustando a rede nacional. Essa

nova realização do referencial nacional tem sido chamada, extra-oficialmente, de SAD 69/96.

No Estado de São Paulo, foi implantada a Rede GPS Estadual, com 24

vértices (FONSECA, 1996). Estes vértices, entretanto, são insuficientes para atender aos

trabalhos desenvolvidos em todo o Estado, pois para garantir precisão, economia e rapidez

com o GPS, utilizando equipamentos de uma freqüência, as linhas de base não devem

ultrapassar 15 a 20 km de extensão. Assim, torna -se necessário adensar a rede com vértices

bem determinados que venham suprir essa necessidade.

A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da

Silva” (Fundação ITESP) é responsável pela política agrária e fundiária do Estado. Para

desempenhar esse papel, depende de bases cartográficas confiáveis. A produção de tais bases

se dá através de levantamentos topográficos convencionais, associados à técnica GPS. A falta

de vértices precisos e de fácil acesso nas regiões de atuação levou o ITESP a investir na Rede

GPS ITESP.

A Rede ITESP será constituída por 27 vértices, distribuídos por todo o

estado, principalmente onde o ITESP desenvolve trabalhos. A Figura 1.1 mostra a distribuição

dos vértices da Rede GPS ITESP pelo estado, e sua posição em relação à já implantada Rede

GPS do Estado de São Paulo.

Esta dissertação trata da concepção e realização dessa rede e da sua

integração com a rede estadual já existente e com o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB),

Page 15: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

15

explorando, no processamento dos dados, aspectos relacionados à detecção de erros e ao

tratamento das injunções. Os dados de alguns vértices da Rede Brasileira de Monitoramento

Contínuo (RBMC) são ut ilizados no processamento e tratados como injunções, para realizar a

integração da Rede GPS ao SGB. Alguns vértices da Rede Estadual são utilizados no controle

de qualidade do ajustamento.

A RBMC, integrada ao SGB, tem papel fundamental na realização da Rede

ITESP, visto que as coordenadas das estações UEPP (Presidente Prudente-SP), VICO

(Viçosa-MG), RIOD (Rio de Janeiro-RJ) e PARA (Curitiba-PR) serão utilizadas como

injunções, efetivando a integração da Rede ITESP ao SGB.

Figura 1.1 – Vértices da Rede GPS ITESP e da Rede GPS do Estado de São Paulo

Para que os vértices da Rede ITESP possam ser integrados ao SGB é

necessário que tenham precisão compatível com a rede já realizada do SGB. Assim, a

precisão mínima requerida para as linhas de base da rede ITESP é de 1 ppm (IBGE, 1998).

Page 16: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

16

Esta precisão pode ser alcançada através de procedimentos rigorosos no campo e no

processamento, e conferida no controle de qualidade do ajustamento.

A realização da Rede ITESP objetiva, basicamente, facilitar o transporte de

coordenadas às áreas de levantamento do ITESP, garantindo precisão, rapidez e economia aos

trabalhos realizados com equipamentos de uma freqüência.

Pretende-se, com isso, colaborar para o adensamento da rede estadual,

facilitando aos usuários da comunidade o referenciamento dos seus levantamentos ao SGB,

pois além da escassez de marcos da Rede Fundamental, quando existem, eles normalmente

encontram-se em locais de difícil acesso, e muitas vezes em condições impróprias para o

rastreio. A Rede GPS do Estado de São Paulo, concebida para atender usuários de GPS, é

esparsa e insuficiente para atender a demanda de todo o Estado, quando se trata de

levantamentos com equipamentos de uma freqüência. Uma característica importante da Rede

ITESP é que associado a cada pilar da rede, está um marco de orientação, que determina um

azimute de partida para trabalhos topográficos. Isso permite o georreferenciamento de

trabalhos realizados com equipamentos convencionais.

Atualmente, é essencial o georreferenciamento dos trabalhos técnicos de

levantamento, pois a Lei Federal nº10.267, de 28 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001), através

da Portaria/MDA/21, de 08 de fevereiro de 2002, obriga os cartórios de registro de imóveis a

exigir que os memoriais descritivos contenham as coordenadas dos vértices definidores do

imóvel referenciadas ao SGB. Essa Lei está provisoriamente suspensa, aguardando sua

regulamentação e o credenciamento dos profissionais (Portaria publicada no DOU n. 62 -

Seção 1, terça-feira, 2 de abril de 2002).

O processamento e ajustamento da Rede GPS ITESP deverá ser executado

com todo rigor científico, de forma que se obtenha resultados propícios a serem incorporados

ao SGB.

O presente trabalho está organizado em sete capítulos. O Capítulo 1

apresenta a concepção e objetivos do que se pretende realizar.

Os Capítulos 2, 3 e 4 apresentam a fundamentação teórica do trabalho,

sendo que o Capítulo 2 apresenta o Sistema Geodésico Brasileiro, expõe sobre os referenciais

Page 17: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

17

geodésicos envolvidos, e a redes de referência utilizadas na realização da Rede ITESP, como

a RBMC e a Rede GPS do Estado de São Paulo.

O Capítulo 3 faz uma rápida explanação sobre o Sistema de Posicionamento

Global (GPS), discorrendo sobre os conceitos que envolvem o sistema e as principais fontes

de erro que o afetam, bem como as combinações lineares possíveis no processamento e

respectivos modelos estocásticos.

A otimização, o ajustamento e a integração das redes geodésicas são

tratados no Capítulo 4, bem como os conceitos envolvidos no controle de qualidade do

ajustamento.

As principais características e potencialidades do software de processamento

(GAS) e ajustamento (CARNET) utilizados, são apresentadas no Capítulo 5.

O Capítulo 6 mostra os aspectos práticos da implantação da Rede GPS

ITESP, como planejamento, monumentação dos marcos e coleta de dados.

O processamento e ajustamento dos dados e análise dos resultados são

discutidos no Capítulo 7, que trata da Integração, propriamente dita.

Finalmente, no Capítulo 8 apresentam-se os comentários e conclusões do

trabalho.

Page 18: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

18

2 REFERENCIAIS GEODÉSICOS

Há várias formas de descrever a posição de um ponto sobre a superfície

terrestre, cada uma delas mais apropriada a um tipo aplicação ou decorrente de uma situação

peculiar. Em Geodésia, tem-se o espaço unidimensional, quando o objetivo é descrever a

altitude de um ponto; o espaço bidimensional, quando se descreve a posição planimétrica, que

pode ser expressa por coordenadas geográficas (φ e λ) ou plano-retangulares (N e E),

adequadas para a representação cartográfica; o espaço tridimensional, que se representado por

coordenadas cartesianas (X,Y, Z) são mais apropriadas para propósito de cálculos; e com o

desenvolvimento da tecnologia espacial, pode-se afirmar que a Geodésia trabalha, hoje, no

espaço tetra-dimensional (X, Y, Z e t), que considera a variação da posição de um ponto no

tempo. Todas estas formas de descrever a posição de um ponto, bem como outras não citadas,

dizem respeito a um sistema de coordenadas bem definido e realizado, um referencial

geodésico.

O estabelecimento do referencial geodésico é dividido em duas partes, o

Sistema de Referência e a Rede de Referência , que indicam a definição conceitual do sistema

e sua materialização (Reference System e Reference Frame, respectivamente, na bibliografia

internacional). Porém, a bibliografia às vezes apresenta uma única denominação para o

sistema definido e para o materializado.

A definição do Sistema de Referência significa, resumidamente, escolher a

posição da origem e a direção dos eixos coordenados, além de teorias físicas, constantes,

suposições e procedimentos de observação.

A Rede de Referência é a realização do Sistema de Referência através da

sua materialização, resultando numa lista publicada de uma série de pontos bem definidos no

terreno e suas respectivas coordenadas, velocidades e erros associados. Para correlacionar o

sistema definido conceitualmente com o espaço físico, observações são coletadas.

Observações são variáveis estocásticas, logo, a rede de referência tem característica

estocástica (KÖSTERS, 1992).

O Datum contém em si próprio a parte conceitual e a parte material do

referencial geodésico, uma vez que quando se faz referência ao Datum de um levantamento,

Page 19: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

19

ou representação cartográfica, pretende -se informar a que rede de referência o trabalho está

ligado, bem como os parâmetros definidores do sistema associado.

Os sistemas de referência podem ser divididos entre os sistemas fixos à

Terra e aqueles fixos no espaço. Um referencial ideal seria aquele em que a origem estivesse

em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, caracterizando-o como um referencial

inercial, no conceito da mecânica de Newton (MONICO, 2000). O proble ma é que todos os

corpos estão sujeitos a movimentos, e cabe em cada referencial a modelagem dessas

perturbações. Os efeitos do movimento de rotação da Terra, precessão e nutação, movimento

das placas litosféricas, a atração gravitacional da Terra em relação ao Sol e à Lua, e as marés

terrestres e oceânicas são exemplos das perturbações a serem consideradas no sistema de

referência fixo à Terra.

Alguns referenciais geodésicos relevantes para este trabalho serão

abordados a seguir, como aqueles definidos pelo IERS, o WGS 84 e aspectos referentes ao

SGB.

2.1. IERS (International Eatrh Rotation Service)

Oficialmente, os sistemas de referência são mantidos através de cooperação

internacional pelo Serviço Internacional de Rotação da Terra (IERS), sob a guarda da

Associação Internacional de Geodésia (IAG). O IERS mantém centros de análises para

diferentes métodos de observações geodésicas espaciais, como VLBI (Very Long Baseline

Interferometry), SLR (Satellite Laser Ranging), LLR (Lunar Laser Ranging ), DORIS

(Doppler Orbitography and Radio Positioning Integrated by Satellite ) e GPS. O IGS

(International GPS Service) coordena as atividades com GPS.

Um dos objetivos do IERS é a definição e manutenção de um sistema

celeste e de um sistema terrestre de referência. Para tanto, o IERS compõe-se de duas partes,

os Padrões IERS , composto por um conjunto de constantes e modelos utilizados pelos centros

de análise, e pelos Referenciais IERS , constituído pelo Sistema de Referência Celeste

Convencional (CCRS) e pelo Sistema de Referência Terrestre Convencional (CTRS).

Page 20: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

20

Cabe uma descrição sucinta dos Sistemas de Referência IERS e do Serviço

Internacional para Geodinâmica (IGS).

2.1.1 ICRS (IERS Celestial Reference System)

O ICRS é um sistema fixo no espaço. A definição desse sistema complica-se

pelo fato de que os objetos estelares não são fontes absolutamente fixas ou pontuais. O ICRS

é definido como segue:

• Origem no baricentro do sistema solar;

• Eixo X aponta para o equinócio vernal médio às 12 h do Tempo

Dinâmico Baricêntric o em 1º de janeiro de 2000,0;

• Eixo Z aponta na direção do Polo Norte celeste médio para a mesma

época;

• Eixo Y completa o sistema dextrógiro.

O ICRF, que é a realização do ICRS, é um catálogo de coordenadas

equatoriais (ascensão reta e declinação) de mais de 600 fontes de rádio extragalácticas para a

época J2000,0. As coordenadas das fontes de rádio são calculadas anualmente por

observações feitas de VLBI por vários Centros de Análise IERS e por grupos independentes.

2.1.2 ITRS (IERS Terrestrial Reference System)

O ITRS é definido a partir do ICRS, uma vez que os parâmetros de

orientação da Terra descrevem as irregularidades do movimento de rotação e orientação da

Terra, em função do tempo, com relação ao ICRS (OLIVEIRA, 1998). A definição do ITRS é

dada por:

• Origem no centro de massa da Terra, incluindo oceanos e atmosfera;

Page 21: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

21

• Eixo X aponta para o equador médio e equinócio às 12 horas do TDB

(Tempo Dinâmico Baricêntrico) no dia 1º de janeiro de 2000 (dia Juliano

2451545,0, chamado de J2000) (BOCK, 1998);

• Eixo Z aponta na direção do Polo Terrestre Convencional, que é a

direção média do polo para a mesma época;

• Eixo Y completa o sistema dextrógiro.

• Escala correspondente a um sistema de referência terrestre, de acordo

com a teoria relativística da gravitação;

• Evolução temporal em orientação, de forma a não apresentar rotação

global residual com relação à crosta.

O ITRS é realizado através do ITRF (IERS Terrestrial Reference Frame ),

que é um catálogo de coordenadas, respectivas velocidades e erros associados de um grupo de

estações IERS distribuídas pelo globo terrestre. Como o ITRS é, por definição, um sistema

fixo à Terra, e a Terra, por sua vez, apresenta deformações causadas por movimento de placas

litosféricas, marés terrestres, entre outros fatores perturbadores já citados, ITRF é

periodicamente atualizado, e a cada nova realização, associa -se ao ITRF a época à qual as

coordenadas estão referenciadas. A última realização do ITRF é o ITRF-2000, com referência

à época 1997,0. O elipsóide de referência utilizado para expressar a realização do ITRF em

coordenadas geográficas é o GRS 80.

2.1.3 IGS

O IGS (International GPS Service) é um serviço permanente reconhecido e

aprovado pelo IAG desde 1994, cujo principal objetivo é dar suporte às pesquisas em

Geodésia e Geofísica, através de produtos de dados GPS, e às atividades desenvolvidas por

organizações governamentais e comerciais (IGSCB, 2002).

Para tanto, o IGS conta hoje com quase 400 estações GPS de dupla

freqüência operando continuamente, mais de doze centros operacionais regionais, sete centros

de dados globais e diversos centros de análise. O escritório central do IGS está localizado no

Page 22: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

22

Laboratório de Propulsão a Jato (JPL – Jet Propulsion Laboratory), que mantém o sistema de

informação e garante o acesso aos produtos e informações IGS.

Os produtos gerados pelos centros de análise IGS são:

• Efemérides de satélites GPS, que são disponibilizadas em quatro

versões:

a) Órbitas Ultra-rápidas (IGU – IGS Utra rapid Products), também

disponíveis para uso em tempo real. Estão disponíveis duas vezes ao dia,

às 3:00 e às 15:00 UTC (Universal Time Coordinate), reduzindo assim o

tempo de predição de 36 para 9 horas. Ao contrário de todas as outras

efemérides, que possuem 24 horas de dados, as IGU contém 48 horas de

dados de órbitas. As primeiras 24 horas de dados são órbitas “reais”,

baseadas nos dados vindos das estações da rede IGS; as próximas 24

horas são órbitas preditas. A precisão das efemérides IGU é estimada em

aproximadamente 25 cm e 7 nanossegundos;

b) Órbitas rápidas (IGR - IGS Rapid Products), têm qualidade comparável

à das órbitas finais, estando disponíveis com um atraso de apenas 17:00

horas. As efemérides IGR apresentam precisão da ordem de 5 cm e 0,2

nanossegundos;

c) Órbitas finais (IGS – IGS Final Products), é o produto IGS de mais alta

qualidade, elaborado a partir da combinação de soluções de órbitas dos

centros IGS. As órbitas finais estão disponíveis semanalmente, com um

atraso de 13 (primeiro dia da semana) a 20 (último dia da semana) dias.

A precisão das efemérides IGS é melhor 5 cm e 0,1 nanossegundos;

• Parâmetros de rotação da Terra;

• Coordenadas e velocidades das estações IGS;

• Informações acerca do relógio dos satélites e das estações IGS;

Page 23: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

23

• Parâmetros atmosféricos (GIM – Global Ionophere Maps, em

desenvolvimento, e GTM – Global Troposphere Maps , atualizados

semanalmente, com intervalo amostral de 2 horas).

Os produtos IGS melhoram e expandem o ITRF, monitorando as

deformações da Terra sólida e as variações da Terra líquida (nível dos oceanos, geleiras, etc),

da rotação da Terra, determinando as órbitas de satélites científicos e monitorando a ionosfera

e a troposfera (IGSCB, 2002).

A partir de 02 de dezembro de 2001, o IGS tem fornecido seus produtos

referenciados ao ITRF2000 (informativo do IGS, obtido na página da web:

http://igscb.jpl.nasa.gov/mail/igsmail/2001/msg00450.html ) .

2.2 WGS 84 (World Geodetic System 1984)

O WGS 84 foi o sistema de referência desenvolvido pelo DMA (Defense

Mapping Agency), hoje NIMA (National Imagery and Mapping Agency), para atender às

necessidades do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) no posicionamento por

GPS. É o sistema de referência associado ao GPS. Todas as observações feitas pelo GPS, em

qualquer nível de precisão, estarão referenciadas a este sistema.

Os principais parâmetros definidores do WGS 84 são:

• origem no centro de massa da Terra (referencial geocêntrico);

• eixos cartesianos idênticos aos do CTRS, para a época 1984,0;

• o elipsóide de referência é o WGS 84, cujos parâmetros são (LEICK,

1990):

semi-eixo maior: a = 6378137 ± 2metros

achatamento: f = 1/298,257223563.

Na primeira realização do WGS 84 foram utilizadas observações Doppler do

sistema TRANSIT, atingindo precisão de 1 a 2 metros nas estações determinadas pelo DMA.

Page 24: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

24

Na tentativa de melhorar o alinhamento do WGS 84 com o ITRF mais acurado, foi realizado

um refinamento do sistema, denominado G730, referente à semana 730 do tempo GPS e

outro referente à semana 873 (G873). Estima-se que, após esses refinamentos, o nível de

coincidência entre o WGS 84 e o ITRF-92 seja de 10 cm (MONICO, 2000). A mudança

resultou em efemérides transmitidas mais precisas.

2.3 O Sistema Geodésico Brasileiro

Entende -se por Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) o conjunto de pontos

geodésicos materializados em território brasileiro e ao qual estão referenciadas as informações

espaciais do país. A definição, implantação e manutenção do SGB é de responsabilidade do

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O referencial planimétrico adotado no Brasil atualmente é o SAD 69 (South

Americam Datum 1969), e o referencial altimétrico é dado pelo nível médio dos mares

apontado pelo marégrafo da baía de Imbituba (SC). Encontra-se em andamento a realização

de um referencial geocêntrico, o SIRGAS.

A seguir, far-se-á uma breve explanação sobre o SAD 69, o SIRGAS, a

RBM C e a Rede GPS do Estado de São Paulo.

2.3.1 SAD 69

O SAD 69 é um referencial geodésico estabelecido a partir de métodos

clássicos de levantamento da década de 1960, com a finalidade de servir a todos os países da

América do Sul. Sendo assim, foi concebido de forma que o elipsóide de referência fosse

definido e orientado o mais próximo possível do geóide. Estudos gravimétricos foram

realizados para escolher o ponto origem do referencial continental em área de pouca

perturbação (FISCHER, 1973). Foi escolhido o vértice Chuá, no município de Uberlândia

(MG).

O SAD 69 tem a seguinte definição:

Page 25: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

25

• Origem quase geocêntrica, ou topocêntrica, ou seja, a origem do terno

cartesiano é determinada pela imposição de tangência entre o geóide e o

elipsóide no ponto escolhido como origem do referencial na superfície

física;

• eixos cartesianos paralelos aos do CTRS;

• o elipsóide de referência é GRS 67, cujos parâmetros são

semi-eixo maior: a = 6378160,0 metros

achatamento: f = 1/298,25;

• coordenadas do vértice Chuá:

ϕ = 19º45’41,6527” S

λ = 48º06’04,0639” W;

• Azimute verdadeiro da direção Chuá-Uberaba:

α = 271º30’04,05” SE;

• Ondulação geoidal: N = 0;

• Desvios da vertical: ε = -0,31” e η = 3,59”.

A primeira realização do SAD 69 foi feita através de cadeias de triangulação

e trilateração. A rede planimétrica continental do SAD 69 foi ajustada pela primeira vez na

década de 1960. Devido a limitações computacionais da época, o ajustamento foi feito por

áreas, de forma que as estações já ajustadas em áreas adjacentes fossem mantidas fixas. Na

densificação da rede, o IBGE adotou mesmo procedimento.

Com o avanço da informática e o surgimento do GPS foi possível reajustar a

rede horizontal incluindo observações GPS. O reajustamento foi feito através do programa

GHOST (Geodetic adjustment using Helmert blocking Of Space and Terrestrial data) que

permite a introdução de diferentes tipos de observações (MONICO, 2000). Essa nova

realização, que passou a vigorar em 1996, é chamada SAD 69 - realização 1996, extra-

Page 26: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

26

oficialmente, SAD 69/96 (OLIVEIRA, 1999). Tal realização manteve a mesma definição do

sistema, com mesmos parâmetros definidores e as mesmas injunções iniciais.

A rede planimétrica de alta precisão do SGB é constituída por mais de 6000

estações. O termo “alta precisão” é relativo aos métodos clássicos com os quais estas estações

foram determinadas. Através do reajustamento, sabe-se que a precisão das coordenadas de

uma estação estabelecida por triangulação e poligonação varia de 0,40 m a 0,70 m (COSTA,

2000).

2.3.2 SIRGAS

Com o crescente uso do GPS em posicionamento, a tendência mundial é a

adoção de sistemas de referência geocêntricos, compatíveis com o sistema do GPS e com o

ITRF. A adoção de um referencial geocêntrico, além de ser de precisão compatível com a

tecnologia atual, facilita a compatibilização dos sistemas de referência utilizados pelos

diversos países. O IBGE tem realizado esforços nesse sentido, através de sua participação no

projeto SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul).

O Projeto SIRGAS foi instituído durante a Conferência Internacional para a

Definição de um Datum Geocêntrico para a América do Sul, ocorrida em outubro de 1993, em

Assunção, Paraguai, promovida pelo IAG, IPGH (Instituto Pan-americano de Geografia e

História) e DMA, com a participação de representantes dos países da América do Sul.

A definição conceitual do SIRGAS passou pela escolha entre ITRS e WGS

84. O ITRS tem realização mais precisa que o WGS 84, uma vez que o ITRF-97, por

exemplo, tem mais de 500 estações espalhadas pelo mundo, e o WGS 84 utilizou apenas 32

estações no seu último refinamento (G873). Assim, enquanto uma solução ITRFyy permite

avaliar a evolução temporal de uma estação (coordenadas e velocidades associadas),

atendendo a aplicações científicas e práticas, o WGS 84 não oferece esta possibilidade, pois

as velocidades das estações não estão disponíveis (IBGE, 2000). Para aplicações práticas,

porém, pode-se dizer que o ITRF, WGS 84 e SIRGAS são referenciais compatíveis.

Duas campanhas já foram realizadas, mas o sistema ainda está em fase de

realização. O IBGE vem desenvolvendo o ajustamento da rede geodésica neste novo sistema

Page 27: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

27

de referência. Na realização da primeira campanha obteve-se níveis de precisão da ordem de

4 mm, referenciadas ao ITRF-94.

Foi definido na reunião de Assunção, quando da instituição do Projeto

SIRGAS, que a rede de referência SIRGAS deveria ser re -observada a cada 5 anos. A

primeira realização do SIRGAS foi em 1995, e última em 2000. Esta última campanha foi

orientada no sentido de atender também à componente altimétrica (IBGE, 2002a).

Na 7ª Conferência Cartográfica das Nações Unidas para as Américas, em

reconhecimento à importância do projeto SIRGAS, recomenda-se a integração dos sistemas

geodésicos de referência de todos os países da América ao SIRGAS, sugerindo a sigla passe a

significar “Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas”. Recomenda-se também

observações de dados gravimétricos para cálculo do geóide como superfície de referência do

sistema vertical, e ainda que sejam corrigidos os nivelamentos por observações gravimétricas

para calcular os números do geopotencial e conectar as redes de nivelamentos aos países

vizinhos, tornando essas informações disponíveis ao SIRGAS.

A migração do sistema topocêntrico para o sistema geocêntrico deve ser

feita de forma gradual e estratégica, envolvendo tanto os produtores quanto os usuários de

dados geodésicos e produtos cartográficos.

A Rede ITESP será integrada ao SGB através de pontos fiduciais cujas

coordenadas estarão referenciadas ao WGS-84 e ao SAD 69, que é o datum vigente no país.

Assim que o SIRGAS for adotado oficialmente, a Rede GPS ITESP poderá ter suas

coordenadas facilmente transformadas para este datum através do reajustamento das sessões

da rede, apenas pela modificação das coordenadas dos pontos de referência (cf. 4.4).

2.3.3 RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo)

A RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo), implantada pela

USP (Universidade de São Paulo) e IBGE, é composta hoje de 15 estações distribuídas pelo

território nacional, equipadas de receptores GPS de dupla freqüência que rastreiam dados GPS

24 horas por dia. Um sistema de comunicação com a central do IBGE permite que os dados

sejam compactados e enviados automaticamente todos os dias para a central do IBGE, no

Page 28: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

28

Rio de Janeiro, que disponibiliza esses dados na internet através do seu site

http://www2.ibge.gov.br/pub/Rede_Brasileira_de_Monitoramento_Contínuo.

Quatro estações da RBMC tiveram suas coordenadas determinadas através

do reajustamento global do SAD 69, em 1996, a saber, UEPP (Presidente Prudente – SP),

PARA (Curitiba – PR), FORT (Fortaleza – CE), e BRAZ (Brasília – DF). Estas estações

também foram utilizadas na determinação dos parâmetros de transformação entre SAD 69 e

SIRGAS (IBGE, 2000). As demais estações foram ajustadas, tendo como injunção as

primeiras, e suas coordenadas em SAD 69 foram obtidas através dos parâmetros de

transformação a partir WGS 84.

As quinze estações que compõem a RBMC podem ser visualizadas na

Figura 2.1. As estações de Fortaleza e Brasília fazem parte da rede IGS.

A RBMC é o que se pode chamar de uma rede de controle ativo e é um

importante suporte na utilização da tecnologia GPS. Coletando dados GPS nas duas

freqüências (L1 e L2) diariamente a uma taxa de 15 segundos, as estações da RBMC podem

funcionar como estação base para levantamentos GPS, garantindo ao usuário precisão e

economia nos trabalhos, uma vez que os dados, em formato RINEX (Receiver Independent

EXchange) podem ser acessados gratuitamente pela internet. No adensamento do SGB, hoje,

a RBMC é essencial. Redes geodésicas têm sido estabelecidas por todo o território nacional

utilizando-se das estações ativas da RBMC como referência.

No que se refere aos trabalhos científicos, a RBMC tem sido referência no

desenvolvimento de inúmeras pesquisas em Geodésia, em Geofísica, com o estudo das

deformações da crosta terrestre, na meteorologia, através do estudo do teor de vapor d’água

na atmosfera (SAPUCCI, 2001), onde os dados GPS das estações da RBMC são utilizados

para o desenvolvimentos das pesquisas.

Page 29: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

29

Figura 2.1 – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo – RBMC (Fonte: IBGE-2002)

2.3.4 Rede GPS do Estado de São Paulo

Vários estados brasileiros têm estabelecido redes GPS na densificação do

SGB. Pode -se citar sete redes estaduais estabelecidas até 2001, quais sejam: o estado do

Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso e São

Paulo. A Rede GPS do Estado de São Paulo é de especial interesse neste trabalho, uma vez

que a Rede GPS ITESP resultará na densific ação da mesma.

A Rede GPS do Estado de São foi implantada pela Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo, com a colaboração do IBGE. São 23 vértices, materializados por

Page 30: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

30

pilares de concreto e providos de dispositivos de centragem forçada, além da est ação UEPP,

em Presidente Prudente, que faz parte da RBMC, e do vértice, Chuá, origem do SGB. A

distribuição das estações foi feita de forma que a distância entre eles não ultrapasse 120 km.

Embora fosse possível integrar os vértices da Rede São Paulo a um sistema

global, através da utilização de dados de estações fiduciais integrantes da rede IGS, quais

sejam Fortaleza no Brasil, Santiago no Chile e Kourou na Guiana, a Rede São Paulo,

oficialmente realizada, foi integrada ao SGB através da fixação do vértic e Chuá.

Page 31: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

31

3 FUNDAMENTOS DE GPS

Discorrer sobre os vários aspectos envolvidos no GPS não é primordial para

este trabalho. Desta forma, neste capítulo serão abordados apenas alguns aspectos essenciais

ao seu desenvolvimento e compreensão. Os leitores interessados em maiores detalhes sobre o

assunto poderão consultar MONICO (2000), TEUNISSEN et al. (1998), SEEBER (1993),

HOFFMAN-WELLENHOF et al. (1992), LEICK (1990), WELLS et al. (1986), além de

inúmeras outras publicações.

Dentro deste contexto, neste capítulo far-se-á uma apresentação das

observáveis GPS, uma explanação sobre as fontes de erros a que o sistema está sujeito e os

procedimentos necessários para minimizá-los. Em seguida, serão abordadas, ainda, a

linearização e diferenciação das observáveis GPS, bem como o modelo estocástico associado.

3.4 Observáveis GPS

O princípio fundamental de posicionamento por GPS está relacionado com

o intervalo de tempo de viagem do sinal entre o satélite e antena do receptor. As observáveis

básicas do GPS são a pseudodistância, a partir do código, e a fase de batimento da onda

portadora.

3.1.1 Pseudodistância

A pseudodistância é a medida da distância obtida a partir da correlação entre

o código gerado no satélite, no instante de transmissão, e sua réplica gerada no receptor, no

instante de recepção do sinal (MONICO, 2000). Pode-se escrever a equação da

pseudodistância como:

)( sr

sr

sr

sr

sr

sr

sr dmTIdtdtcPD φερ ++++−+= (3.01)

onde srPD é a pseudodistância entre os centros de fase do satélite s e do receptor r;

srρ é a distância geométrica entre a antena do satélite e a do receptor;

c é a velocidade da luz;

Page 32: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

32

rdt e sdt são o erro do relógio do receptor, no instante de recepção, e o erro do

relógio do satélite, no instante de transmissão, com relação ao tempo GPS;

srI é o erro causado pela ionosfera;

srT é o erro causado pela troposfera;

srdm é o erro causado pelo multicaminho do sinal;

srφε são erros residuais não modelados.

3.1.2 Fase de batimento da onda portadora

A fase da onda portadora é a observável mais precisa, utilizada nos

levantamentos geodésicos. A fase de batimento da onda portadora é a diferença entre a fase

do sinal do satélite, recebido no receptor ( sφ ), e a fase do sinal gerado no receptor ( rφ ), no

instante t do tempo GPS (MONICO, 2000). Considerando os elementos já descritos na

equação (3.01), a fase da portadora, observada em ciclos, pode ser escrita como:

)]()([)()()( 00sr

srr

st

sr

sr

sr

sr

sr NttdtdtfdmTI

c

ft φεφφρϕ ++−+−+++−= (3.02)

onde ϕ é a observação da fase;

f é a freqüência de batimento da onda portadora;

)()( 00 tt rst φφ − é a diferença entre as freqüências iniciais do saté lite e do receptor na

época de referência (t0);

N é o número de ciclos inteiros entre a antena e o receptor, ou ambigüidade;

ε representa os erros não modelados da fase da onda portadora.

3.5 Fontes de Erros do GPS e Procedimentos para sua Minimização

As medidas das observáveis, como em qualquer processo de medida,

contêm erros, de natureza aleatória, sistemática ou grosseira. Erros aleatórios são inerentes às

observações. Já os erros grosseiros e sistemáticos devem ser eliminados ou minimizados. Para

tanto, é de fundamental importância a adoção de alguns procedimentos durante a coleta dos

Page 33: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

33

dados. Igualmente importante é a formulação de modelos matemáticos funcional e estocástico

que descrevam corretamente a realidade física, contemplando todas as variáveis envolvidas,

modelando todos os erros sistemáticos. A detecção da existência de eventuais erros grosseiros

pode ser feita através da aplicação de testes estatísticos apropriados.

A Tabela 3.1 apresenta uma classificação dos erros envolvidos nas

observáveis GPS, de acordo com a sua fonte (MONICO, 2000).

Tabela 3.1 – Fontes e efeitos dos erros envolvidos no GPS FONTES ERROS

Erro da órbita Erro do relógio

Relatividade Satélite

Atraso entre as duas portadoras no hardware do satélite Refração Troposférica Refração ionosférica

Perdas de ciclos Multicaminho ou sinais refletidos

Propagação do sinal

Rotação da Terra Erro do relógio

Erro entre os canais Receptor/Antena Centro de fase da antena

Erro nas coordenadas Multicaminho

Marés terrestres* Movimento do Pólo* Cargas dos oceanos*

Estação

Pressão atmosférica* (*) Não são especificamente erros, mas efeitos que afetam o posicionamento.

3.5.1 Erros relativos aos satélites

a) Erros orbitais

No processamento das observações GPS, a posição de cada satélite, através

de suas coordenadas cartesianas, é injuncionada como fixa para determinar a posição da

estação terrestre. Em posicionamento absoluto, um erro cometido na posição do satélite é

diretamente propagado para a estação terrestre. No posicioname nto relativo esses erros são

praticamente eliminados, porém ainda persistem erros residuais.

Page 34: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

34

O cálculo das efemérides é baseado nas leis Kepler, que trata do movimento

dos planetas ao redor do Sol, e nas leis do movimento e da gravitação universal de Newton,

adaptadas para a órbita dos satélites (BEUTLER, 1998). Trata-se basicamente da atração

gravitacional da Terra, do Sol e da Lua sobre os satélites, bem como da pressão de radiação

solar. Existem, porém, forças perturbadoras desse modelo ideal, que são as de natureza

gravitacional, como as acelerações devidas à não esfericidade e distribuição de massa

homogênea da Terra, as acelerações de outros corpos celestes, como do Sol e da Lua,

acelerações devidas às marés terrestres e oceânicas, e as perturbações de natureza não

gravitacional, como as cargas atmosféricas e a pressão de radiação solar direta e refletida da

Terra (SEEBER, 1993). Em função de incertezas no modelamento das forças perturbadoras

do movimento dos satélites, as efemérides têm sempre uma imprecisão.

As efemérides transmitidas provém de uma predição da órbita dos satélites,

a partir de 5 estações monitoras distribuídas pelo globo. A predição é feita sobre quatro

semanas de dados, disponíveis entre 12 e 36 horas antes da transmissão. Os elementos

necessários para a determinação da posição dos satélites, bem como a estimativa do erro do

relógio dos satélites, são referentes a uma época origem para cada 2 horas. Por serem preditas,

e devido às forças perturbadoras, a acurácia das efemérides transmitidas, pode variar de 0 a 20

m (1σ) (MONICO, 2000). Com a modernização do GPS, espera-se que a acurácia das

referidas efemérides chegue ao nível submétrico (RIZOS, 1999).

O uso de efemérides produzidas pelo IGS, citadas em 2.1.3, minimiza as

imprecisões da posição dos satélites, e portanto os seus efeitos sobre a posição dos pontos

incógnitos.

WELLS et al (1986) apresenta uma regra para expressar o erro na base, em

função do erro na posição do satélite:

rrbb ∆=∆ (3.03)

onde:

∆b é o erro resultante na linha de base;

b é o comprimento da linha de base (km);

Page 35: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

35

∆r é o erro na posição do satélite e

r é a distância do satélite ao receptor (aproximadamente 20.000 km).

Aplicando a equação(3.03), pode -se comparar o erro cometido numa linha

de base, em função dos erros nas efemérides transmitidas e precisas. Para uma linha de base

de 100 km, por exemplo, com um erro esperado de 20 m nas efemérides transmitidas e 10 cm

nas efemérides precisas, comete-se um erro de 5 cm contra 0,05 cm na linha de base,

respectivamente.

b) Erro do relógio

O tempo GPS é definido como a escala de tempo utilizada pelo sistema GPS.

Cada satélite leva a bordo um relógio que, embora altamente estável, não acompanha o

sistema de tempo GPS. O valor pelo qual eles diferem do tempo GPS é particular de cada

satélite, e faz parte da mensagem de navegação, na forma de um polinômio de segunda ordem

dado por:

202010 )()()( cc

s ttattaatdt −+−+= (3.04)

onde )(tdt s é o erro do relógio na instante t da escala de tempo GPS;

ct0 é o instante de referência do relógio (clock );

0a é o estado do relógio no instante de referência;

1a é a marcha linear do relógio e

2a é a variação da marcha do relógio.

Os erros dos relógios dos satélites podem ser calculados no processamento

de dados, ou eliminados através do posicionamento relativo, com a diferenciação das

observáveis (MONICO, 2000).

c) Relatividade

A correção dos efeitos da relatividade é necessária devido ao relógio do satélite e

o relógio pelo qual o Tempo GPS é definido operarem em locais com potencial gravitacional

diferente e moverem-se a velocidades diferentes. Os efeitos relativísticos causam uma

Page 36: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

36

aparente mudança de freqüência no oscilador do satélite. Parte desse efeito é compensado,

pois o mesmo tem sua freqüência nominal ligeiramente reduzida (0,0045 Hz a menos). Outra

parte, que é uma constante, é absorvida no “drift” do relógio do satélite. Os efeitos

remanescentes são eliminados através do método relativo de posicionamento (SEEBER,

1993).

d) Atraso entre as duas portadoras do hardware do satélite

Este atraso é um erro decorrente da diferença entre os caminhos percorridos

pelas portadoras L 1e L2 dentro do hardware do satélite. A magnitude desse erro é determinada

durante a fase de calibração do satélite, e introduzida como parte da mensagem de navegação,

atualizada a cada 12 horas.

3.5.2 Erros relativos à propagação do sinal

Se as ondas eletromagnéticas se propagassem no vácuo, a propagação se

daria na velocidade da luz. Os sinais transmitidos pelo GPS passam através da atmosfera até

chegar à superfície da Terra e interagem com as partículas que a compõem, provocando o que

se chama de refração, que é a mudança na velocidade e na direção de propagação dos sinais.

Ao passar pela atmosfera, os sinais GPS sofrem diferentes tipos de refração, em função das

características diferentes das camadas da atmosfera.

Além dos erros causados pelo meio de propagação do sinal, os erros

causados pelo movimento de rotação da Terra e pelos sinais refletidos nas proximidades da

antena também devem ser tratados.

a) Refração Troposférica

A troposfera é a camada da atmosfera que vai da superfície até aproximadamente

50 km. É formada por gases neutros, que se dividem em duas componentes, uma composta

pelos gases secos, chamada de componente hidrostática, e outra formada pelo vapor d’água,

que é componente úmida. Na troposfera, a temperatura decresce com o aumento da altitude.

Para os sinais GPS ela é um meio não dispersivo.

Page 37: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

37

O erro causado pela influência da troposfera na propagação dos sinais GPS

pode chegar até 30 m, dependendo da densidade da atmosfera e do ângulo de elevação dos

sinais (MONICO, 2000). Entre os efeitos que a troposfera pode causar nos sinais GPS, pode -

se citar:

- a atenuação atmosférica, que é a diminuição da potência da onda

eletromagnética. Esses efeitos são mais drásticos abaixo de 5º de

elevação;

- a cintilação troposférica, a qual é uma oscilação na amplitude da onda,

causada por irregularidades e turbulências no índice de refratividade

atmosférica, que depende da freqüência, do tempo, das condições

atmosféricas e do ângulo de elevação dos satélites. São efeitos

relativamente pequenos para ângulos acima de 10º de elevação;

- o atraso troposférico, causado pelas componentes seca e úmida. A

componente seca é responsável por 90% do atraso total, chegando a

aproximadamente 2,3 m no zênite. Pode ser predita com boa precisão,

uma vez que sua variação com relação ao tempo é pequena. O atraso

causado pela componente úmida é menor, variando de 1 a 30 cm no

zênite. Não pode ser predito com boa precisão, devido às fortes

variações do vapor d’água na atmosfera.

Os efeitos da troposfera sobre os sinais GPS podem ser minimizados através

do uso de máscaras de elevação superiores a 10º e de modelos matemáticos, que através de

funções de mapeamento, relacionam o atraso zenital com o atraso para outros ângulos de

elevação.

Cita-se alguns modelos matemáticos e funções de mapeamento utilizados

(SILVA et al, 1999):

• Hopfield

O modelo de Hopfield para o atraso troposférico considera uma atmosfera

com taxa constante de declínio da temperatura em relação ao aumento da altitude. As

componentes seca e úmida da refratividade são descritas como uma função de quarto grau

Page 38: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

38

com relação à altitude referenciada ao geóide. A partir do valor da superfície, cada

componente tem seu perfil vertical em decréscimo até atingir a altitude em que seu valor é

zero.

• Saastamoinen

Saastamoinen desenvolveu um modelo baseado na suposição do decréscimo

linear da temperatura até a tropopausa. Acima da tropopausa a temperatura assumiria um

valor constante, caracterizando a estratosfera como um meio isotérmico. Outra suposição é

que a atmosfera assume forma esférica e que todo vapor d’água encontra-se concentrado na

troposfera e comporta -se como um gás ideal.

• Lanyi

Lanyi apresenta uma função de mapeamento baseada do equilíbrio isostático

do ar seco e no modelo de Saastamoinen para as componentes seca e úmida da refratividade.

O atraso troposférico (seco e úmido) é dado como uma função de diversos parâmetros que

podem ser ajustados a condições meteorológicas locais.

• Herring

O modelo de Herring É uma função de mapeamento em forma de fração

contínua, utilizando dados de radiosandagem para as medidas dos perfis verticais da

temperatura e do vapor d’água, e determinando a pressão assumindo uma atmosfera em

equilíbrio hidrostático.

• Ifadis

Para as formulações do atraso troposférico de Ifadis, foram utilizados dados

de radiossonda coletados em vários locais do globo, cobrindo assim, diferentes tipos de clima.

A função de mapeamento de Ifadis supõe que a temperatura e a umidade relativa são

relacionadas linearmente com a altitude. A pressão tem relação exponencial com a altitude,

supondo a atmosfera em equilíbrio hidrostático. Uma parte das fórmulas abrange uma solução

global, e outra afeta os tipos de clima ártico, temperado, tropical, estepes, desértico e

montanhoso. Para a refratividade na componente úmida, foram desenvolvidas fórmulas

relacionadas às estações do ano.

Page 39: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

39

No processamento de redes de alta precisão, pode -se adotar a introdução de

um fator de escala como uma incógnita extra no processamento, representando uma correção

no modelo, baseada nas observações GPS. O fator de escala pode ser estimado por estação,

para um intervalo de tempo, ou como um parâmetro global, para toda a rede (MONICO,

2000).

b) Refração Ionosférica

A ionosfera, que é a camada da atmosfera que abrange a região entre 50 km

a 1.000 km da superfície) é um meio dispersivo, composto por partículas ionizadas. A

refratividade (n) da ionosfera depende da freqüência (f) e da densidade de elétrons e pode ser

escrita como (MONICO, 1995):

maiores ordem de termos1 21 +±=f

NAn e

(3.05)

onde A1 é uma combinação de constantes físicas (=40,3 Hz);

N2 é a densidade de elétrons livres da ionosfera (aproximadamente 1016 elétrons /m3) e

± depende se o índice de refração está sendo determinado para a o código (+) ou para a

fase (-).

A partir da expressão acima pode-se perceber que a fase sofre um avanço na

ionosfera, enquanto o código sofre um atraso, ambos de igual valor, se comparados com a

distância geométrica entre o satélite e o receptor.

A densidade de elétrons livres pode ser medida pelo TEC (Total Electron

Content), que é o número de elétrons numa coluna através da ionosfera com uma seção

transversal de 1 m2. O TEC depende da atividade solar. Tempestades magnéticas impõem um

padrão irregular à mancha solar, tornando a predição da densidade de elétrons bastante difícil.

Têm-se desenvolvido modelos matemáticos para estimar a densidade de

elétrons. O modelo de Klobuchar tem sido usado, mas para levantamentos geodésicos de

precisão é difícil encontrar um modelo que estime o TEC ao nível desejado. Há também os

modelos globais divulgados pelo IGS, os GTM, conforme citado em 2.1.3.

Page 40: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

40

Com o desligamento da AS, os efeitos da ionosfera sobre os sinais do

satélite na posição de um ponto são, hoje, a maior fonte de erro. Em posicionamento absoluto,

modelos regionais para a ionosfera, como o modelo desenvolvido por CAMARGO (1999),

permitem reduzir os efeitos da ionosfera ao nível centimétrico.

Em posicionamento relativo, há duas situações a serem consideradas. Em

linhas de base curtas (até 15 km), os efeitos da ionosfera sobre os sinais GPS são praticamente

iguais, o que permite que, no processo de diferenciação das observáveis, eles sejam

eliminados. Para linhas de base mais longas, a suposição de igualdade para o erro nas

estações já não é válida. Porém, a natureza dispersiva da ionosfera é uma vantagem para quem

dispõe de receptores de dupla freqüência, pois uma combinação linear das observáveis L1e L2

remove praticamente todo o erro ionosférico, é a chamada L0 (ou L3, em algumas

bibliografias).

Em bases curtas, a utilização da L0 não oferece vantagem devido à

predominância do ruído da observável.

c) Perdas de ciclos

Pode-se caracterizar como perdas de ciclo (cycle slips), a interrupção

acidental da recepção do sinal. As perdas de ciclo podem ser causadas por obstruções ao

recebimento do sinal, como árvores, edificações, inclinação e aceleração da antena, por

interferência de outras fontes de rádio, e problemas no receptor ou no software. Ao iniciar o

rastreio, a diferença entre a fase da onda recebida e sua réplica gerada no receptor é gravada

na sua parte fracionária; inicia -se a contagem do número inteiro de ciclos (ambigüidade).

Quando ocorre uma perda de ciclo, ocorre um salto na contagem do número inteiro de ciclos,

sem afetar a parte fracionária.

Para a correção das perdas de ciclos é necessário localizar onde ela ocorreu

e determinar sua magnitude. A correção é feita adicionando-se o número de ciclos inteiros que

causou o salto em todas as outras observações subsequentes à perda. Quando não é possível

determinar esse número, pode -se desconsiderar os dados ou introduzir novas ambigüidades

como incógnitas no modelo. Quando há muitas perdas de ciclo, essa solução torna-se inviável

(MONICO, 2000).

Page 41: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

41

Para detecção das perdas de ciclo, a combinação linear das observáveis,

chamada banda larga (wide lane - L∆), em conjunto com a L0, são bastante úteis na etapa de

detecção de perdas de ciclo e erros grosseiros.

d) Multicaminho

O multicaminho é o efeito causado quando um sinal chega à antena do

receptor por dois ou mais caminhos diferentes, ou sofre deflexões na sua trajetória. A

ocorrência desse efeito depende do meio onde a antena está instalada (LANGLEY, 1997).

Durante os rastreios, o multicaminho ocorre quando a antena está próxima a obstáculos como

construções, árvores, cercas, carros, massa d’água, etc, e às vezes o próprio chão.

O erro máximo causado pelo multicaminho do sinal é proporcional ao

comprimento da onda na razão de um quarto. Em ambientes “benignos”, ou seja, não

propícios ao multicaminho, o erro incidente sobre a pseudodistância gira em torno de 0,5 m;

já em ambiente muito reflexivos, o erro pode chegar a 4 ou 5 m (LANGLEY, 1997).

Têm-se desenvolvido modelos para detectar multicaminhos através de

combinações lineares das freqüências L1e L2 e vários modelos de antenas que evitem os

sinais refletidos (MONICO, 2000), porém a forma mais eficiente de minimizar o

multicaminho dos sinais é selecionar com critério o local de instalação da antena, e utilizar

antenas com polarização do sinal GPS e círculos concêntricos que impeçam a recepção de

sinais refletivos, como as antenas chocke ring. Muito embora, no cotidiano, na maioria das

vezes seja inevitável o rastreio em ambientes reflexivos, e o uso das antenas choke ring seja

inviável devido ao alto custo e peso excessivo.

e) Rotação da Terra

Como a Terra está em movimento de rotação e as coordenadas do satélite,

estão no sistema fixo à Terra, são calculadas para o instante de transmissão do sinal, é

necessário fazer uma correção do movimento de rotação nas coordenadas do satélite, já que

durante a propagação do sinal o sistema de coordenadas terrestre rotacionou em relação ao

satélite. As coordenadas originais do satélite devem rotacionar em torno do eixo Z num

Page 42: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

42

ângulo α (em radianos) que é definido como o produto do tempo de propagação τ pela

velocidade de rotação da Terra ωe (MONICO, 2000; SEEBER, 1993):

τωα e= (3.06)

A relação entre as coordenadas originais do satélite (X’,Y’,Z’ ) e as corr igidas

(X, Y, Z) da rotação da Terra é obtida por:

−=

'

'

'

100

01

01

Z

Y

X

Z

Y

X

αα

(3.07)

3.5.3 Erros relativos ao receptor ou à antena

a) Erro do Relógio do receptor

Os receptores GPS são providos de relógios de quartzo, inferiores aos dos

satélites, mas de boa qualidade, Assim como nos satélites, os relógios dos receptores não são

sincronizados com o tempo GPS, possuindo, cada um, a sua escala de tempo. O

posicionamento relativo elimina este erro através da diferenciação das obse rváveis. Para tanto,

a diferença entre os erros dos relógios dos receptores envolvidos devem ser inferiores a 1

milissegundo (MONICO, 2000).

b) Erro entre os canais

Os receptores geodésicos geralmente possuem canais múltiplos, destinados a

receber, simultaneamente, sinais de vários satélites. O caminho percorrido por cada sinal,

dentro do receptor, é diferente para cada canal. Para corrigir o erro resultante deste fato, os

fabricantes incluem no receptor um dispositivo que realiza uma calibração no início de cada

levantamento, fazendo com que cada canal, ao rastrear um satélite particular, determine o erro

com relação a um canal padrão. As medidas subsequentes serão corrigidas desse efeito

(MONICO, 2000).

c) Centro de fase da antena

Page 43: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

43

Normalmente, o centro geométrico da antena não coincide com centro

eletrônico, chamado centro de fase, onde chegam os sinais GPS. Nem tampouco o centro de

fase é um lugar único e bem definido, ao contrário, ele depende da direção em que a antena

recebe o sinal. A discrepância, que varia de acordo com a intensidade e a direção dos sinais, é

diferente para L1e L2.

A influência do deslocamento do centro de fase da antena reflete

diretamente sobre as coordenadas da estação, principalmente sobre a componente altimétrica,

que pode chegar a 10 cm (MADER, 2001). A correção desse erro é um importante ponto a

considerar em trabalhos de alta precisão. Para tanto, existem parâmetros de calibração para

quase todos os tipos de antenas geodésicas. A calibração é feita tomando-se como referência a

antena Dorne Margolin, e tem sido realizada pelo NGS (National Geodetic Survey) e os

valores da calibração podem ser obtidos pela internet

(http://www.gdrl.noaa.gov/GDR/Projects/ANTCAL) .

Como ponto de referência na calibração, utiliza-se o ARP (Antenna

Reference Point), que é o ponto da antena com referência ao qual são realizadas as medidas de

altura da antena. São determinadas as variações do centro de fase da antena para cada

freqüência, inclusive para o centro de fase “virtual” da L0, com relação ao ângulo de elevação,

e o deslocamento do centro médio de fase com relação ao ARP, dado em ∆e, ∆n, e ∆u (up).

As correções em função do ângulo de elevação são aplicadas em cada época

do processamento. Os deslocamentos com relação ao ARP são aplicados tanto nas

coordenadas iniciais das estações conhecidas, passando as coordenadas fiduciais para o centro

de fase da antena, quanto nas coordenadas finais estimadas, levando-as do centro de fase para

o ponto materializado da estação (MONICO, 2000).

3.5.4 Erros relativos à estação

Além dos erros nas coordenadas da estação, outras variações resultantes de

fenômenos geofísicos podem afetar as coordenadas das estações durante o período de coleta

das observações. Dessa forma, marés terrestres, cargas dos oceanos e cargas atmosféricas não

são exatamente erros, mas fenômenos a serem considerados durante o processamento.

Page 44: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

44

a) Coordenadas da estação

Em posicionamento relativo, a determinação das coordenadas das estações

incógnitas é dada em termos de diferenças de coordenadas cartesianas (∆X, ∆Y, ∆Z), somada

às coordenadas da base, conhecidas a priori, geralmente φ , λ e H. Um erro nas coordenadas

de partida será propagado para as estações incógnitas, que sofrerão uma rotação, uma

translação e um fator de escala diferente para cada ponto. Um erro de 5 m na estação base

pode provocar erros da ordem de 1,0, 0,9 e 0,8 ppm sobre as diferenças das coordenadas

geodésicas ∆φ , ∆λ, e ∆H (BREACH, 1990).

No Brasil, os parâmetros de transformação entre o WGS 84 e o SAD 69

foram estimados apenas para o vértice Chuá, e são aplicados para todo o Brasil. Como a

precisão horizontal do SGB é da ordem de 10 ppm, quanto mais longe de Chuá, maior a

deterioração da acurácia dos vértices. Para reduzir esse problema, deve -se utilizar vértices de

redes implantadas com GPS (MONICO, 2000).

b) Marés terrestres

Marés terrestres é a denominação dada à deformação da Terra em razão da

força de atração gravitacional exercida pelo Sol e pela Lua. Próximo ao Equador, o

deslocamento pode chegar a 40 cm em 6 horas. É provável que o efeito das marés terrestres

seja o mesmo para estações próximas, cancelando-se. Para linhas de base longas, esse efeito

deve ser tratado (MONICO, 2000). As efemérides do Sol e da Lua são introduzidas no

processamento, permitindo o modelamento desse fenômeno.

c) Movimento do Pólo

A variação das coordenadas das estações causada pelo movimento do Pólo

pode atingir até 25 mm na componente radial e não se cancela com o aumento da duração da

sessão. No posicionamento relativo essa variação é praticamente cancelada (MONICO, 2000).

d) Carga dos oceanos

Esse efeito é decorrente da deformação da crosta terrestre, causada pela

mudança periódica na distribuição da massa d’água devida à atração gravitaciona l do Sol, da

Page 45: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

45

Lua e, em menor escala, dos planetas. Os efeitos de cargas oceânicas são restritos a regiões

costeiras, onde existem marés em larga escala (STEWART, 2002).

A aplicação desses efeitos para o Brasil depende do desenvolvimento de

modelos regionais.

e) Carga atmosférica

A variação da distribuição de pressão atmosférica causa deformações

crustais que incidem principalmente sobre a componente vertical. A influência desse

fenômeno varia de acordo com a localização da estação e o estado da atmosfera, podendo

alcançar 10 mm. Os efeitos das cargas atmosféricas sobre a posição da estação são

significantes apenas em levantamentos de alta precisão, sobre linhas de base com centenas de

quilômetros.

3.6 MODELOS MATEMÁTICOS

3.6.1 Combinações Lineares entre Freqüências

No item 3.2 deste capítulo pôde -se perceber que alguns erros no

posicionamento por GPS podem ser minimizados, eliminados ou detectados através de

combinações lineares das observáveis entre as duas freqüências disponíveis, L1 e L2. Tais

combinações pode m ser tratadas como uma nova observável. Existem várias combinações

possíveis, tanto entre freqüências, quanto entre observáveis (pseudodistância e fase da

portadora) (MONICO, 2000; SEEBER, 1993), entretanto, serão citadas aqui apenas as

combinações de interesse para o desenvolvimento do trabalho.

3.3.1.1 Observável Livre dos Efeitos da Ionosfera (Iono Free)

Conforme já mencionado no item 3.2.2.b , a combinação linear L0, também

chamada de Iono Free , permite a eliminação dos efeitos da ionosfera sobre o sinal GPS. A L0

pode ser expressa por (LEICK, 1990):

)()()( 222

21

22

122

21

21

0 Lff

fL

ff

fL φφφ

−−

−= (3.08)

Page 46: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

46

Re-escrevendo a equação acima de forma aproximada, pode -se expressar a

L0:

210 5,15,2 LLL −≅

A L0 tem comprimento de onda de aproximadamente 19 cm, e desvio-padrão da

ordem de 9 mm, uma vez que a L1 tem desvio-padrão de 3 mm e a L2, 3,9 cm,

aproximadamente..

3.3.1.2 Observável de Banda Larga (Wide Lane)

A combinação linear Wide Lane, ou L∆, que, em conjunto com a L0, permite

a detecção de perdas de ciclos e erros grosseiros (outliers). A L∆ também é importante na

resolução da ambigüidade, devido ao seu comprimento de onda maior. A L∆ pode ser expressa

por:

)()()( 21 LLL φφφ −=∆ (3.09)

A L∆ tem comprimento de onda de 86,2 cm e desvio-padrão da ordem de

19,4 mm.

3.6.2 Diferenciação das observáveis entre diferentes estações

Além das combinações entre freqüências e entre observáveis numa mesma

estação, as combinações entre diferente s estações, satélites e épocas, permitem a eliminação

de vários parâmetros incógnitos e erros das observáveis. No posicionamento relativo ou

diferencial, onde dois ou mais receptores estão envolvidos, pode-se aplicar a simples, dupla

ou tripla diferença das observáveis. Neste tópico será apresentada a diferenciação das

observáveis para a fase da onda portadora, embora o mesmo princípio possa ser aplicado para

a pseudodistância.

3.3.2.1 Simples Diferença

Page 47: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

47

Assumindo-se que duas estações rastreiam o mesmo satélite

simultaneamente, aplica-se a simples diferença das observações de uma mesma época à

equação (3.2). A Figura 3.1 ilustra a situação descrita para aplicação da simples diferença.

Figura 3.1 – Esquema ilustrativo das simples diferença das observáveis GPS

Considerando tratar -se de uma linha de base curta (até 20 km), os efeitos da

refração troposférica e da refração ionosférica sobre os sinais são considerados iguais,

anulando-se; em linhas de base mais longas, os efeitos troposféricos são modelados e os

efeitos ionosféricos são reduzidos com a L0, conforme já citado. Anula-se também o erro do

relógio do satélite, que independe da extensão da linha de base, e a freqüência inicial da fase

no satélite ( )( 0tstϕ ). A simples diferença pode, então ser expressa como (MONICO, 2000):

12

11

12,1 ϕϕϕ −= (3.10)

)()()()( 12,102,121

12,1

12,1 Ntdtdtf

c

ft SD ++−+∆=+ ϕρεϕ (3.11)

onde:

12

11

12,1 ρρρ −=∆ (3.12)

)()()( 020102,1 ttt ϕϕϕ −= (3.13)

12

11

12,1 NNN += (3.14)

Page 48: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

48

Os erros não modelados ou não totalmente eliminados estão contidos no

resíduo SDε .

3.3.2.2 Dupla Diferença

Quando duas estações observam simultaneamente mais de um satélite,

pode-se aplicar a dupla diferença, que é a diferença de duas simples diferenças. Essa situação

pode ser verificada na Figura 3.2. Se r receptores observam s satélites por t épocas, há no

máximo, r x s x t observações de fase da portadora possíveis, e (r-1)(s-1)(t) duplas diferenças

independentes podem ser calculadas para a rede.

Figura 3.2 – Esquema ilustrativo das dupla diferença das observáveis GPS

Nas equações de duplas diferenças, além dos parâmetros já eliminados nas

simples diferenças, elimina-se também o erro do relógio dos receptores e a freqüência inicial

da fase nos receptores , restando como incógnitas as coordenadas das estações (X, Y, Z para

cada estação), e as (s-1)(r-1) ambigüidades. Assim, a dupla diferença pode ser expressa por:

))()(()()()( 22

21

12

11

2,12,1 ttttt ϕϕϕϕϕ −−−= (3.15)

)()( 2,12,1

2,12,1

2,12,1 N

c

ft DD +∆=+ ρεϕ (3.16)

Page 49: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

49

onde 2,12,1N é a ambigüidade da dupla diferença:

22

12

21

11

2,12,1 NNNNN +−−= (3.17)

22,1

12,1

2,12,1 ρρρ ∆−∆=∆ (3.18)

3.3.2.3 Tripla Diferença

Os receptores e satélites, para os quais se efetuou uma dupla diferença na

época t1, quando diferenciados novamente na época t2, dão origem à tripla diferença,

conforme ilustrado na Figura 3.3. Neste processo, a ambigüidade da dupla diferença se anula,

visto que é a mesma nas duas épocas, restando como incógnitas apenas as coordenadas das

estações. A equação para a tripla diferença é expressa por:

)()(),( 22,12,11

2,12,121

2,12,1 tttt TD ϕϕεϕ −=+ (3.19)

A dimensão da matriz dos coeficientes para a tripa diferença é (r-1)(s-

1)x(rst).

Figura 3.3 – Esquema ilustrativo das triplas diferenças das observáveis GPS

A observável resultante da tripla diferença, apesar de reduzir o número de

incógnitas no proces samento, quase não é utilizada nesta fase, por aumentar o ruído, devido à

Page 50: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

50

correlação temporal entre as combinações de épocas distintas. Entretanto, como é sensível à

perda de ciclos, é bastante utilizada no pré-processamento, na detecção das perdas de ciclo.

3.3.4 Modelo Estocástico

As observáveis originais GPS são consideradas não correlacionadas no

tempo e no espaço. Entretanto, ao efetuar a diferenciação, as observáveis passam a ter

correlação, que deve ser considerada no ajustamento.

As n observações da fase (não diferenciadas), coletadas a partir de n

satélites, na época ti , em duas estações, podem ser expressas por (MONICO, 2000):

[ ]nnti 2

22

121

21

11 ...... φφφφφφϕ = (3.20)

e tem sua MVC dada por:

Ii2σϕ =Σ (3.21)

onde I é a matriz identidade de ordem 2n e σ2 é a variância da observável pura (não

diferenciada).

Para as simples diferenças, a MVC associada pode ser escrita como:

ISD22σ=Σ (3.22)

As duplas diferenças podem ser realizadas no modo seqüencial ou elegendo

um satélite base. Aplicando a lei de propagação das covariâncias, obtém-se a MVC para

duplas diferenças:

SDDD CΣ=Σ (3.23)

onde C, para o método de diferenciação seqüencial pode ser expressa como:

−−

=

1100...0

...

00...110

00...011

C (3.24)

e para o método de diferenciação por satélite de referência, a matriz C é dada por :

Page 51: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

51

−−

=

1000...1

...

00...101

00...011

C (3.25)

A MVC para duplas diferenças no modo seqüencial é expressa como

(MONICO, 2000):

−−−

−−−

2100...00

1210...00

...

00...0121

00...0012

2 2σiDD (3.26)

No caso de duplas diferenças, usando um satélite base, e supondo que esse

seja o satélite 1, a MVC é dada por:

21...11

...

1...121

11...12

2 2σiDD (3.27)

As duplas diferenças são não correlacionadas entre épocas, de forma que a

MVC das duplas diferenças para k épocas é composta por blocos diagonais como os da

equação (3.27).

A MVC para tripla diferença, obtida das duplas diferenças para as k épocas,

pode ser escrita como (MONICO, 1995):

ΣΣ−Σ−ΣΣ−

Σ−ΣΣ−Σ−Σ

−−−−

kkk

kkkkk

DDDD

DDDDDD

DDDDDD

DDDD

TD

200...00

2...00

...

0...02

0...002

1,

,112,1

2,321,2

2,11

(3.28)

As matrizes de dispersão apresentadas acima ref erem-se ao processamento

de dados em que apenas dois receptores estão envolvidos. Contudo, quando se trata de redes

Page 52: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

52

geodésicas, onde m receptores observam simultaneamente n satélites, a correlação entre as

observáveis diferenciadas nem sempre é considerada em softwares comerciais. Isso faz com

que os resultados obtidos de levantamentos GPS apresentem dispersão formal bem menor que

a sua dispersão real. Embora os softwares científicos requeiram conhecimentos específicos do

sistema GPS bastante aprofundados, tendem a apresentar uma solução mais realística.

No caso de redes geodésicas com m estações rastreando simultaneamente, o

número total de linhas de base possíveis é (m-1)*m/2, das quais apenas (m-1) são

independentes. Se n satélites estão rastreados em cada estação, um total de (n-1)*(m-1) duplas

diferenças podem ser formadas. Para considerar a correlação entre todas as linhas de base,

define-se a matriz Λ(m-1)m. Para uma rede, definida pelas linhas de base 1-2; 2-3; 3-4; ...;

(m-1)-m, a matriz Λ é expressa como (MONICO, 1995):

−−

110...00

...

0...1100

0...0110

0...0011

(3.29)

Para uma rede GPS, a MVC das duplas diferenças na época i é dada por:

][][2 TTDD CC⊗ΛΛ=Σ σ (3.30)

onde ⊗ representa o produto de Kronecker.

Da equação (3.30), pode-se escrever o produto ΛΛT como segue:

−−−

=ΛΛ

210...0

...

0...210

0...121

0...012

T (3.31)

Page 53: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

53

4 OTIMIZAÇÃO, AJUSTAMENTO E INTEGRAÇÃO DE REDES

GEODÉSICAS

4.1 Redes Geodésicas GPS

As redes geodésicas consistem na realização do referencial geodésico de

uma região, cujos pontos materializados guardam entre si alguma relação de precisão e

apresentam alta confiabilidade.

No processamento das observações GPS são fornecidas coordenadas de

cada vértice, ou diferenças de coordenadas, se nenhum vértice for fixado, e respectivas

precisões. Internamente, no programa de processamento, as observações, que são redundantes,

sofrem um ajustamento. Na determinação de um vértice por transporte simples de

coordenadas com GPS, o procedimento termina neste ponto.

O resultado desse processamento pode estar referenciado ao WGS 84, se

forem utilizadas efemérides transmitidas, ou ao ITRF, no caso de efemérides precisas, ou a

qualquer outro referencial, se for fixado um vértice durante o processamento.

Quando se trata de uma rede, cada vértice tem suas coordenadas, ou

diferenças de coordenadas, determinadas em pelo menos duas sessões independentes. Assim,

com a redundância de resultados para um mesmo vértice, as coordenadas, ou diferenças de

coordenadas, fornecidas por cada sessão de rastreio passam a ser consideradas observações, e

a MVC dessas observações é formada por submatrizes de covariância de cada sessão de

observação.

O ajustamento dessas novas observações é realizado, normalmente pelos

mínimos quadrados. Nesse ajustamento é determinado o referencial da rede, através da

fixação (ou não) de injunções.

Todas as observações feitas simultaneamente durante uma cobertura de

satélites no curso de um projeto GPS são chamadas sessão. Uma rede geodésica é o conjunto

de estações que foram ocupadas em diferentes sessões, que têm entre si pelo menos uma

estação comum.

Num ajustamento de rede faz-se uma combinação de soluções de várias

sessões numa solução rigorosa de toda a rede.

Page 54: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

54

Num ajustamento multi-estação, todos os dados que foram observados

simultaneamente, com três ou mais receptores, são processados juntos. Portanto, trata-se de

ajustamento rigoroso das observações, usando todas as relações estocásticas mútuas. Para

propósitos geodésicos é preferível o ajustamento multi-estação, pois a acurácia potencial do

GPS é completamente explorada e a confiabilidade dos resultados é maior (SEEBER, 1993).

Se as observações provém de uma única sessão, diz-se de uma solução de

sessão. Várias soluções de sessão podem ser combinadas num ajustamento multi-sessão, ou,

mais precisamente, numa solução multi-sessão-muti-estação (SEEBER, 1993). Este é o

procedimento usual, quando redes maiores têm de ser quebradas em partes devido ao número

limitado de receptores GPS disponíveis. A condição básica é que cada sessão seja conectada a

pelo menos uma outra sessão da rede através de uma ou mais estações idênticas, onde as

observações foram realizadas em ambas as sessões. Um número maior de estações idênticas

aumenta a estabilidade e a confiabilidade da rede.

Um resultado ótimo para a campanha da rede, em termos de acurácia,

confiabilidade e economia é alcançado através de um planejamento criterioso. O próximo

item aborda alguns aspectos da teoria de otimização de redes geodésicas aplicada a redes

GPS.

4.2 Otimização de Redes Geodésicas GPS

O assunto “otimização de redes geodésicas” para métodos clássicos de

levantamento (poligonação eletrônica, triangulação, trilateração e redes de nivelamento

geométrico) tem sido largamente estudado e vários métodos de procedimentos têm sido

propostos, por exemplo, GRAFAREND (1974), VANÍÈEK et al. (1982), MÜLLER (1984), e

SCHMITT (1985). No entanto, a bibliografia a respeito de otimização de redes GPS não é tão

vasta quanto para os métodos clássicos. A aplicação dos conceitos de otimização de redes

geodésicas, como vistos acima, em trabalhos realizados com GPS, tem sido discutida nos seus

vários aspectos, por exemplo, por SNAY (1986), DOMINICI et al (1995), KUANG (1991),

KUANG (1996) e EVEN-TZUR et al. (1996).

O termo otimização (ou pré -análise) de redes geodésicas envolve estudos de

procedimentos adotados na etapa de planejamento com a finalidade de alcançar a precisão

requerida para o projeto com a maior confiabilidade possível, com o mínimo esforço e o

menor custo. SCHAFFRIN (1985) representa essa idéia com a seguinte expressão:

Page 55: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

55

(Precisão) + (Confiabilidade) + (Custos)-1 = máximo

O termo “precisão” poderia ser substituído por “acurácia”, uma vez que se

busca determinar a exata posição do vértice.

Isto significa dizer que uma rede deve ser planejada de modo que a acurácia

estipulada para os elementos da rede possa ser alcançada; que seja tão sensível aos testes

estatísticos de modo a pe rmitir a detecção de erros grosseiros nas medidas tão pequenos

quanto possível e, finalmente, que a materialização dos pontos e as medidas observadas

satisfaçam ao critério de custo mínimo (KUANG, 1996).

Para realizar um procedimento de otimização de redes GPS, deve-se

considerar na matriz design não só a distribuição dos pontos terrestres, mas também a

configuração dos satélites a serem rastreados.

Lembrando a classificação dos problemas da otimização (GRAFAREND,

1974), pode -se considerar, sob esse aspecto:

1. No problema de Ordem Zero (definição do referencial) em redes GPS, o

sistema de referência é solucionado pelas efemérides dos satélites, que

definem um referencial geocêntrico, ou pelos vértices fiduciais da rede;

2. No problema de Primeira Ordem (busca a melhor geometria para a

rede), a determinação da geometria da rede deve considerar que a

geometria das estações terrestres e a geometria dos satélites observados

resultem numa geometria ótima, que compreenda a rede toda. Deve

também garantir o princípio básico do ajustamento, ou seja, que o número

de observações seja maior que número de incógnitas, e quanto maior a

redundância das observações maior a confiabilidade. Aspectos logísticos

também devem ser considerados;

3. Problema de Segunda Ordem, procura-se a melhor distribuição dos pesos

das observações. No caso de redes GPS o problema vai mais além. No que

se refere às observações, a precisão das distâncias observadas é crucial

para alcançar a precisão final dos vértices. Como a redundância das

observações é grande, os erros aleatórios têm um efeito pequeno sobre as

observações GPS; entretanto, o controle e detecção de erros sistemáticos

Page 56: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

56

como resolução da ambigüidade, erros do relógio, ionosfera, troposfera, é

imprescindível para atingir a precisão desejada na rede. Assim, o Problema

de Segunda Ordem para redes GPS trata, principalmente, do modelamento

dos erros (bias) nas observações, a saber, o modelamento dos efeitos dos

erros orbitais, do comportamento dos relógios, das influências

atmosféricas sobre a propagação do sinal GPS, etc. Conforme visto no

item 3.2, isso pode ser feito através de medidas como:

• Seleção da observável (pseudodistância, fase da portadora ou

combinações lineares);

• período de tempo de rastreio (quanto maior o tempo de rastreio, mais

acurados os vetores resultantes);

• seleção da máscara de elevação, para reduzir o efeito da troposfera;

• seleção do horário do início do rastreio, de forma a aproveitar as

melhores janelas onde a atividade ionosférica é menor;

• e orientação das antenas para o Norte, para possibilitar a correção do

centro de fase da antena e parâmetros de calibração.

Em resumo, planejar uma campanha para realização de uma rede GPS sob o

ponto de vista do SOD significa desenhar a melhor geometria que considere as estações em

terra e os satélites, além dos equipamentos e modelamento dos erros de forma a obter uma

precisão ótima, maximizando as chances de detecção de erros (alta confiabilidade interna) e

minimizando os efeitos desses erros sobre as coordenadas (alta confiabilidade externa), tudo

isso com custo mínimo.

Na bibliografia consultada não se encontram pesquisas desenvolvidas no

sentido de selecionar a melhor geometria dos satélites conjuntamente com as estações

terrestres. A utilização do fator DOP convencional na especificação da geometria não parece

ser o melhor parâmetro, visto que esse fator foi desenvolvido para propósitos de navegação,

usando a pseudodistância.

Devido a questões de logística, como número e tipo de equipamentos

disponíveis, distância entre as estações, restrição de horário de rastreio ao expediente normal

de trabalho, etc, muitas vezes tem-se que adequar o design ideal ao design possível para

atingir a acurácia e confiabilidade desejadas. Diante dessa situação, resta ao planejador

Page 57: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

57

decidir com uma certa liberdade sobre o número das linhas de base quase-independentes1 e a

ordem de rastreio das mesmas. Uma configuração de linhas de base escolhidas de forma

adequada pode resultar em ganho de precisão e confiabilidade e grande economia no campo.

Sobre esse aspecto, SNAY (1986) fez um estudo de estratégias de rastreio para redes com 3 e

4 receptores e propôs uma metodologia que garanta a redundância de ocupação a baixo custo.

A respeito do comprometimento da posição relativa das estações terrestres

na precisão final da rede, EVEN-TZUR et al. (1996) publicaram um estudo, que compara a

matriz design de uma rede GPS à matriz design gerada por uma rede de nivelamento.

Segundo seus estudos, assim como numa rede de nivelamento, a posição relativa dos vértices

da rede GPS, ou seja, a geometria do polígono por eles formado, não interfere na sua precisão

final, mas sim o comprimento das linhas de base, que deve ser o menor e mais homogêneo

possível.

Cabe ressaltar a contribuição das redes ativas na otimização de redes GPS.

As redes ativas devem ser contadas no planejamento da rede como receptores adicionais, que

aumentam a confiabilidade, por aumentarem a redundância das observações, e minimizam

custos, se forem considerados como receptores adicionais na campanha. Como exemplos de

redes ativas tem-se a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo, RBMC (FORTES,1997),

que integra o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e as estações ativas de empresas

particulares, que em geral possuem freqüência única. Como exemplo de estações ativas

particulares pode -se citar as CBS (Continuous Base Station) da Santiago&Cintra e SightGPS.

O Incra também conta com uma rede ativa de freqüência única para o desenvolvimento dos

seus trabalhos.

4.3 Ajustamento de Observações GPS

Conforme visto no ite m 3.2, as observações GPS, como toda observação,

contém erros. Quando há superabundância de observações, o que é uma característica

marcante do GPS, é necessário ajustá-las para se obter uma estimativa confiável dos

parâmetros incógnitos. Tal estimativa é geralmente baseada no Método dos Mínimos

Quadrados (MMQ). Para o ajustamento das observações aqui apresentado, considera -se que a

posição dos satélites é conhecida por meio das efemérides transmitidas ou precisas,

restringindo, assim, o número de parâmetros incógnitos.

1 Entende-se como linhas de base quase-independentes aquelas que ligam duas ou mais sessões.

Page 58: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

58

O MMQ permite o ajustamento das observações através das equações de

observação (método paramétrico), das equações de condição (método dos correlatos), ou

através do método combinado (GEMAEL, 1994). Considerando que o leitor tenha pleno

conhecimento dos métodos de ajustamento pelo MMQ, far-se-á, neste tópico, uma sucinta

apresentação das equações envolvidas apenas no método paramétrico, que é o método

utilizado no ajustamento dos dados GPS.

No método paramétrico, as observações são função dos parâmetros:

)( aa XFL = (4.01)

onde La é o vetor das observações ajustadas e

Xa é o vetor dos parâmetros ajustados.

Um modelo matemático inconsistente, torna -se consistente pela introdução

do vetor dos resíduos:

bLAXV −= com m>n (4.02)

onde m é o número de equações;

n é o número de incógnitas, igual ao posto (rank) de A;

Lb é o vetor (mx1) dos valores das observações;

X é o vetor (nx1 ) dos parâmetros incógnitos;

A é uma matriz (mxn) de escalares conhecidos, ou matriz design;

V é o vetor (mx1) dos resíduos.

O MMQ tem como princípio minimizar os resíduos:

mínimoPVV T ==Φ

Das equações normais, obtidas através dos multiplicador de Lagrange (Φ ),

que minimiza os resíduos (GEMAEL, 1994), tem-se:

UNX 1−= (4.03)

onde: PAAN T= (4.04)

Page 59: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

59

bT PLAU = (4.05)

120 )( −Σ= bLP σ (4.06)

sendo P a matriz peso;

20σ é o fator de variância a priori e

ΣLb a matriz das incertezas das observações.

O vetor das observações ajustadas e dos resíduos pode ser escrito como:

AXLa = (4.07)

bLA XV −= (4.08)

Aplicando a lei de propagação das covariâncias às equações (4.03), (4.07) e

(4.08), obtêm-se as seguintes expressões:

)(20 PAAT

X σ)=Σ (4.09)

TXa AAL Σ=Σ (4.10)

ab LLV Σ+Σ=Σ (4.11)

onde XΣ é a MVC dos parâmetros ajustados, de ordem (nxn);

aLΣ é a MVC das observações ajustadas, de ordem (mxm);

VΣ é a MVC dos resíduos ajustados, de ordem (mxm);

20σ) é o fator de variância a posteriori, que permite efetuar uma análise da qualidade

global do ajustamento.

As equações apresentadas acima tratam da forma simultânea de estimativa,

ou em lote. Outra forma de solucionar o ajusta mento pelo método das equações de observação

é através da estimativa recursiva (MONICO, 2000).

Para modelos não lineares, a linearização é feita por meio da série de

Taylor, sendo que a matriz A passa a ser obtida das derivadas parciais das funções não

lineares. Valores aproximados (L0) têm que ser impostos às observações para o cálculo de

parâmetros também aproximados (X0), que serão estimados (Xa) através de iterações:

Page 60: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

60

)( 00 XFL = (4.12)

0X

FA

∂∂

=

bLLL −= 0 (4.13)

XXX a += 0 (4.14)

onde L é o vetor das diferenças entre os valores aproximados das observações e os valores

observados de fato, tomando o lugar de Lb na equação (4.05) e

X passa a ser o vetor de correção aos parâmetros aproximados.

A primeira solução do modelo linearizado melhora os valores iniciais dos

parâmetros, de forma que na próxima iteração 10

−= ia

i XX . O processo iterativo pára quando as

diferenças entre os valores encontrados entre soluções sucessivas estiverem dentro de um

limite de tolerância aceitável.

4.3.3 Validação do ajustamento e detecção de erros grosseiros

O resultado do ajustamento deve validar a suposição inicial, de que os erros

sistemáticos e grosseiros das observações foram devidamente eliminados ou modelados. Para

tanto, aplica-se um teste estatístico, a um nível de significância α, onde a hipótese nula supõe

as observações com distribuição normal, média AX e variância ΣL. A hipótese alternativa

supõe a presença de erros, expressos através de um desvio da média. Expressando essa idéia

matematicamente (MONICO, 2000; TEUNISSEN, 1998):

),(~:0 LAXNLH Σ (4.15)

),(~: La CAXNLH Σ∇+ (4.16)

onde C é uma matriz (mxq ) conhecida e

∇ é um vetor (qx1) incógnito, e q pode variar de 1 até m-n.

Para validação do ajustamento, o processo DIA (Detecção, Identificação e

Adaptação) deve ser iniciado em três passos (TEUNISSEN, 1998):

Page 61: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

61

a) Detecção: realiza -se um teste global no modelo para diagnosticar a

ocorrência de algum erro não especificado;

b) Identificação: após detectar a presença de um erro, é necessário

identificar a sua fonte;

c) Adaptação: identificada a fonte do erro, a adaptação da hipótese nula

elimina a presença de erros na solução.

a) Detecção

O teste global do ajustamento é o primeiro teste para verificar a validade dos

resultados obtidos no ajustamento, com a vantagem de não ser necessário especificar a matriz

C. O teste global, também conhecido por teste 2χ (Qui-Quadrado), analisa o valor do fator de

variância a posteriori, 20σ) , que é dada por:

nm

PVVT

−=2

0σ)

(4.17)

O ajustamento é rejeitado se qq /2,

20 αχσ >)

, onde q=m-n , e α é o nível de

significância do teste estatístico, que devido à forma quadrática de 20σ) , assume a distribuição

2χ . O nível de significância α do teste indica a probabilidade de cometer um erro do Tipo I,

ou seja, rejeitar a hipótese nula, sendo que ela é verdadeira.

No caso de H0 ser rejeitada, o modelo matemático não está especificado

adequadamente, ou as observações contém erros sistemáticos, ou não estão devidamente

ponderadas, ou contém erros grosseiros. Considerando que o modelo matemático foi

minuciosamente analisado e considerado adequado, e que as observações estão isentas de

erros sistemáticos, o que se tem a fazer é a verificação da presença de erros grosseiros nas

observações, bem como analisar a ponderação das precisões a elas atribuídas.

b) Identificação

Page 62: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

62

O teste global 2χ aplicado acima pode indicar problemas no ajustamento,

sem contudo localizá-los. A identificação dos erros é feita através especificação, na matriz C,

do tipo de erro provável. No caso em que q=1, a matriz C passa a ser um vetor (nx1) que é

dado por:

TiC )0 ..., ,0 ,1 , ... ,0(= (4.18)

A hipótese nula H0 é testada contra a hipótese alternativa Ha através da

seguinte expressão:

iVTi

Ti

iPCPC

PVCw

Σ= (4.19)

Este teste estatístico tem distribuição normal N(0,1) em H0. O nível de

significância α usado no teste global, ideal para q=m-n graus de liberdade, deve ser re-

adequado ao número de erros (1[q<m-n) que se pretende localizar (α 0); nesse caso, com q=1,

o nível de significância do teste uni-dimensional passa a ser:

n1

0 )1(1 αα −−= (4.20)

onde n é o número de observações.

A hipótese nula é aceita se:

)1,0()1,0( 2/12/ 00 αα −≤≤ nwn i (4.21)

caso contrário, conclui-se sobre a existência de um erro grosseiro na i-ésima observação.

Várias observações podem apresentar resíduo acima do intervalo estabelecido como tolerável.

Neste caso, exclui-se a observação que apresenta maior resíduo e refaz-se o teste. Quando o

número de observações redundantes é muito grande, o teste perde a eficiência; nesse caso,

aconselha-se usar um valor padrão para α0 (α0=0,001), que fornece n=3,29 (KUANG, 1996) .

Esse importante teste uni-dimensional para detecção de erros grosseiros em

aplicações geodésicas é o chamado data snooping (Baarda, 1968, apud TEUNISSEN, 1998).

Page 63: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

63

Sob a suposição de que as observações não são correlacionadas, portanto a

matriz peso é diagonal, o modelo do teste data snooping reduz a equação (4.19) a:

iv

ii

vw

σ= (4.22)

onde vi representa o i-ésimo resíduo e ivσ representa o desvio-padrão desse resíduo. Apesar

de muito explorado na detecção de erros em levantamentos clássicos, nos levantamentos GPS

essa simplificação não é adequada, em função da correlação entre as observáveis da dupla e

tripla diferenças, conforme mostrado no item 3.3.3, que tornam a matriz peso não diagonal.

c) Adaptação

Ao identificar o erro que, provavelmente, causou a rejeição do ajustamento,

é necessário agir para tornar a hipótese nula aceitável. Pode-se eliminar a observação que

contém erro, ou substituí-la, ou reformular as hipóteses. Ao eliminar a observação, o número

de redundância diminui, e um novo teste global é aplicado, agora com o número reduzido de

graus de liberdade. Ao substituí-la, a nova observação também deve ser testada. Já reformular

as hipóteses significa substituir a hipótese nula original por uma nova hipótese, que leva em

conta o erro identificado. Nesse caso, a hipótese alternativa torna -se a hipótese nula, e o teste

global é aplicado novamente (TEUNISSEN, 1998).

Se após a verificação e eliminação de erros grosseiros nas observações, o

fator de variância a posteriori continua incompatível com o fator de variância a priori, e a

magnitude dos resíduos é razoavelmente pequena, quando comparada com a precisão

atribuída às observações, pode -se supor que a precisão a priori dada para as observações não

está correta, e que a matriz LbΣ deve ser reconstruída. Na prática, isso significa escalar LbΣ

pelo fator de variância a posteriori, isto é (KUANG, 1996):

LbLb Σ=Σ 20

~σ)

(4.23)

e repete -se todo o procedimento.

Page 64: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

64

4.3.2 Confiabilidade

A confiabilidade em redes geodésicas refere-se à capacidade da rede de

detectar erros nas observações tão pequenos quanto possível, que é chamada confiabilidade

interna, e minimizar os efeitos dos erros não detectados nas coordenadas finais da rede,

gerando a confiabilidade externa da rede.

A confiabilidade da rede não é função das observações propriamente ditas,

mas da precisão com que elas são tomadas, da geometria da rede e da redundância das

observações. Logo, uma rede confiável deve ser concebida como tal ainda na fase de

planejamento. Alguns pontos devem ser considerados no planejamento da rede para que se

tenha confiabilidade interna e externa ao nível desejado (KUANG, 1996):

• Os erros grosseiros devem ser detectados e eliminados tão

eficientemente quanto possível. Um erro grosseiro não detectado numa

observação deve ser pequeno em comparação com o desvio-padrão da

observação;

• O efeito de um erro não detectado sobre os parâmetros deve ser tão

pequeno quanto possível.

Associando ao vetor das observações da rede um vetor r, onde ri represente

o número de redundância da i-ésima observação, tem-se:

Tnrrrr ),...,,( 21= (4.24)

Quanto maior o número de redundância (ri), menor é o tamanho do erro

grosseiro não-detectável, bem como a influência sobre as coordenadas estimadas. Assim, um

critério geral para garantir a confiabilidade interna e externa de uma rede geodésica é que,

dentro do panorama geral de custo mínimo, a redundância das observações seja máxima:

máximor = (4.25)

onde . é a norma do vetor.

Page 65: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

65

Para garantir que a habilidade de detecção de erros seja igual em qualquer

parte da rede, é desejável que ri (i=1,...,n) tenha um valor aproximadamente constante. Sob

esse aspecto, um critério especial de confiabilidade pode ser do tipo:

máximo)min( =ir (4.26)

4.3.2.1 Confiabilidade Interna

A confiabilidade é medida por testes estatísticos, feitos com um nível de

confiança (1-α) para o teste geral do ajustamento e (1-α0) para o teste das observações

individuais, e poder (γ=1-β) para o teste geral e (γ0=1-β0) para observações individuais.

Enquanto o parâmetro α (ou α 0), chamado de nível de significância, testa a possibilidade de

uma observação que não contém erro ser rejeitada (erro tipo I), o parâmetro β testa a

possibilidade de uma observação errada ser aceita (erro tipo II), e o poder do teste (γ ou γ0) é

a probabilidade de tomar a decisão correta. Para que o teste conduza a resultados confiáveis,

as probabilidades de cometer o erro tipo I ou tipo II devem ser pequenas. Mas ao diminuir β,

ocorre um aumento em α, e vice-versa. A Tabela 4.1 resume as possibilidades para tomada de

decisão diante dos testes estatísticos (KUANG, 1996).

Tabela 4.1 – Testes estatísticos da hipótese nula contra a hipótese verdadeira

DECISÃO

ACEITAR H0 REJEITAR H0 SITUAÇÃO

PROBABILIDADE

H0 é verdadeira Decisão correta

Nível de confiança = 1-α Erro tipo I

Nível de significância = α H0 é falsa

(isto é, Ha é verdadeira) Erro tipo II

Probabilidade β Decisão correta

Poder do teste = 1-β

No processamento de dados GPS há três etapas onde se aplicam testes

estatísticos para controle de qualidade dos dados (KÖSTERS, 1992):

Page 66: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

66

• Processamento dos dados: Neste estágio são processadas as linhas de

base com a finalidade de detectar outliers 2 e perdas de ciclo;

• Ajustamento da rede livre: Neste estágio as observações são informações

geométricas (coordenadas ou diferenças de coordenadas e respectiva

MVC). Pode-se efetuar testes para a detecção de possíveis erros em uma

das observáveis. A hipótese alternativa pode supor um erro na altura da

antena, por exemplo;

• Finalmente integra-se a rede livre a uma rede de referência de ordem

superior. Os pontos de ligação entre a nova rede e a rede de referência

devem ser checados.

Na etapa do processamento, é importante estar seguro de que todas as

perdas de ciclo ou outliers tenham sido removidas. Vale lembrar que devido à alta

redundância das observações GPS, é preferível que algumas observações sem erro sejam

eliminadas, a deixar de eliminar perdas de ciclo ou observações com erros ne ssa fase, pois

elas causarão distorções nas coordenadas ou diferenças de coordenadas. Passado este estágio

de detecção, torna-se muito difícil aplicar testes para detecção de perdas de ciclo no

ajustamento geral da sessão. Isso explica a necessidade de um alto poder do teste estatísico

(KÖSTERS, 1992).

Através da Figura 4.1 ilustra-se a situação descrita para as hipóteses

formuladas em 4.3.1 e a relação estatística entre α e β. Por ela pode-se perceber que quando α

aumenta, β diminui. O parâmetro de não-centralidade λ relaciona o poder do teste ao seu nível

de significância, permitindo um equilíbrio entre α e β.

2 Outlier é definido como um resíduo que contradiz uma propriedade es tatística. Espera-se que outliers detectados sejam causados por erros grosseiros nas observações (MONICO, J. F. G. - Notas de aula da disciplina de Ajustamento de Observações, no curso de Engenharia Cartográfica da FCT-UNESP, 1995).

Page 67: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

67

Figura 4.1 – Probabilidades do erro tipo I (α) e do erro tipo II (β)

O parâmetro de não-centralidade é dado por (TEUNISSEN, 1998):

∇ΣΣΣ∇= −− CCbb LVL

TT 11λ (4.27)

onde C e ∇ são os mesmos que foram definidos na equação (4.16).

A equação (4.27) mostra que λ depende da precisão das observações (matriz

peso), da geometria da rede (matriz design A) e do erro C∇. Através da alteração da geometria

da rede e da escolha dos equipamentos para a coleta dos dados, pode -se melhorar o poder do

teste. Entretanto, o desconhecimento do valor de C∇ impossibilita o cálculo de λ na prática.

Quando se está interessado em saber a dimensão do erro que pode ocorrer a

uma determinada probabilidade, pode -se assumir valores de referência, por exemplo, γ=70%,

80%, ou, o valor mais usual, γ=80%, depende do risco que se corre para a probabilidade do

erro tipo II. Então, o parâmetro de não-centralidade pode ser expresso como função de três

valores: do nível de significância, do poder do teste e do número q de erros (graus de

liberdade) que está sendo testado.

),,( γαλλ q= (4.28)

Pode-se selecionar diferentes valores para α e γ nos testes estatísticos. No

entanto, convém garantir que ∇ permaneça constante, bem como λ. Deve haver um modo de

evitar que um erro de certo tamanho nas observações sejam cons iderado inaceitável num

determinado estágio do processamento e aceitável no outro estágio. Significa que o mínimo

erro detectável (mdb – minimal detectable bias) deve ser igual em todos os testes aplicados a

Page 68: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

68

um projeto (KUANG, 1996). Isso é possível porque o mdb (δ0) é proporcional ao parâmetro

de não-centralidade (λ0), quando este significa o desvio mínimo detectável entre H0 e Ha.

Pode-se relacionar estes dois valores pela seguinte expressão:

00 λδ = (4.29)

Considerando que um aumento de α provoca uma diminuição de β,

recomenda -se que se mantenha o poder do teste constante tanto no teste global quanto no teste

univariado ( β=β0) e se necessário, variar apenas os níveis de significância α e α 0 (KUANG,

1996). Alguns valores típicos para α, γ e λ são apresentados na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Potência do teste para diferentes valores de α, q e λ

α=0,01 q=1 q=7 α=0,1 q=1 q=7 α=0,05 q=1 q=7

λ=1 0,1227 0,0415 λ=1 0,4099 0,2272 λ=1 0,2950 0,1378

λ=4 0,5997 0,2710 λ=4 0,8817 0,6288 λ=4 0,8074 0,5017

λ=9 0,9522 0,7363 λ=9 0,9953 0,9355 λ=9 0,9888 0,8874

No caso em que q=1, o vetor ∇ se reduz a um escalar (δ). Então, a equação

4.29, pode ser escrita como:

21

1V

10

ΣΣΣ==∇ −− CC

bb LLT

λδ (4.30)

Quando a MVC das observações é diagonal, a equação (4.30) reduz-se a:

21

2

20

1

−==∇

i

i

l

l

σσλδ ) (4.31)

4.4.2.2 Confiabilidade Externa

Page 69: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

69

A confiabilidade interna não é suficiente para garantir confiabilidade

externa. Em análise de deformações, por exemplo, as mudanças nos parâmetros entre

diferentes épocas indicam deformações existentes, e é particularmente importante que o

impacto de um provável erro não detectado sobre os parâmetros seja mínimo (LEICK, 1990).

Os parâmetros estimados, na presença de um erro, podem ser apresentados pelo seguinte

modelo:

)(1ii

T eLPANX ∇−−= − (4.32)

A confiabilidade externa para uma observação i calculada é expressa por:

iii 0λσ≤∇ (4.33)

onde:

20

20

1δλ

i

ii r

r−= (4.34)

Os valores de λ0i são a medida da confiabilidade externa global. Se a

redundância (ri) da i-ésima observação é pequena, o fator da confiabilidade externa torna-se

grande e a “falsificação global” causada por um erro não detectado pode ser grande. Assim,

conforme já citado em 4.3.2, quanto maior a redundância, maior confiabilidade tem o projeto

(LEICK, 1990). Vale lembrar que δ0 foi calculado para a análise da confiabilidade interna.

Se os λi são de mesma ordem de magnitude, a rede é homogênea com

respeito à confiabilidade externa.

4.5 Integração de Redes Geodésicas

No contexto deste trabalho, integração de redes geodésicas assume a

conotação de densificação de uma rede preexistente. Desta forma, vértices com coordenadas

conhecidas no referencial a ser densificado fazem parte da rede a ser integrada, são as

injunções do ajustamento.

5.4.1 Injunções no ajustamento

Page 70: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

70

No ajustamento de observações, a estimação dos parâmetros só é possível

pela álgebra de Cayley se a matriz A for positiva definida, permitindo a inversão da matriz N

(cf. equações (4.03) e (4.04)). Para que N seja inversível, a deficiência de característica da

matriz A é eliminada através da inclusão de injunções, ou pontos fiduciais, que são vértices

cujas coordenadas são conhecidas, preferencialmente com ordem de precisão superior ao

levantamento em questão. Nas injunções, as coordenadas das estações pode m ser mantidas

fixas (invariantes) no ajustamento, são as chamadas injunções absolutas, ou estações fixas,

ou pode-se associar a elas a informação da precisão, são as relativas, ou estações fiduciais.

A introdução da informação referente às injunções é fe ita na forma de

pseudo-observações , acrescentando à matriz A, as linhas correspondentes aos coeficientes das

injunções (0 ou 1), e as injunções fixas ou fiduciais são definidas como sub-matriz na matriz

peso. Os resíduos das injunções são a própria correção aos parâmetros aproximados:

∂∂∂∂

=

2

1

XFXF

A ;

=

ΣΣ

= −

2

11

120

0

0

0

0

2P

PP

X

Lbσ

;

=

X

VV 1 (4.35)

onde o índice 1 refere-se aos novos pontos sendo determinados e o índice 2 refere-se aos

pontos de injunção. No caso de se introduzir injunções fixas, adota-se pesos exageradamente

grandes para as respectivas coordenadas (P2 → ∞). Assim, a solução do ajustamento é dada

como na forma apresentada no item 4.3.

Quando as injunções são inseridas dessa forma no ajustame nto, cuidado

especial deve ser tomado na etapa de validação do ajustamento. Conforme visto na seção 4.3,

quando o ajustamento não passa no teste global, porém na etapa de detecção de erros nenhum

erro é encontrado, significa que os pesos das observações foram subestimados, sendo

necessário recalculá -los. Na prática, isso é feito através da multiplicação da ΣLb pelo fator de

variância a posteriori (equação 4.23). Como a matriz peso é formada, em parte pela MVC das

observações “reais”, que, no caso em questão, são os vetores GPS, e em parte pelas MVC das

pseudo-observações (estações fiduciais), a equação (4.23) deve ser aplicada somente à sub-

matriz referente às observações propriamente ditas, caso contrário, toda a MVC dos

parâmetros será afetada de forma inadequada.

Page 71: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

71

No processo de ajustamento das observações, quando as injunções são fixas,

não são transferidas para os parâmetros incógnitos as incertezas dos parâmetros aos quais eles

estão ligados. Em conseqüência, a solução obtida, apesar de ser mais atraente, por apresentar

valores numéricos de dispersão menores, não representa a realidade, pois contrariam a lei de

propagação das covariâncias. Já as injunções fiduciais transferem suas incertezas aos

parâmetros incógnitos, e por isso, apresentam valores de dispersão maiores, porém, mais

realísticos.

Considerando ainda as injunções fiduciais, ao final do ajustamento de uma

densificação de rede geodésica, corre-se o risco de ter os valores ajustados das coordenadas

dos pontos conhecidos ligeiramente diferentes dos valores introduzidos inicialmente, via de

regra, obtidos por métodos mais precisos. A solução ideal seria um algoritmo que levasse para

o ajustamento apenas a parte estocástica dos pontos de injunção, sem alterar as suas

coordenadas já determinadas, isto é, propagando apenas sua precisão. Schaffrin (2001)

apresenta um algoritmo que representa essa idéia, efetuando o ajustamento de forma rigorosa,

mantendo para as injunções o que ele chama de “propriedade da reprodução” dos seus

valores após o ajustamento.

Page 72: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

72

5 O Sistema GAS

Desenvolvido pelo IESSG (Institute of Engineering Surveying and Space

Geodesy), da Universidade de Nottingham, Inglaterra, o sistema GAS (GPS Analysis

Software) é um software científico, dividido em módulos, concebido para processar redes

GPS.

O GAS divide-se em vários estágios distintos:

1. Pré-processamento (Con2SP3, Filter)

2. Detecção de perdas de ciclo (PANIC, SlipCor)

3. Solução de rede (PANIC)

4. Processamento Fiducial (PANIC, MKGAF, GPSORBIT)

5. Software Auxiliar de Pós-processamento (CARNET, CODA).

Para cada aplicativo do GAS existe um arquivo de controle associado, onde

estão as especificações a serem consideradas.

A seguir são apresentados, em detalhes, os módulos de processamento

citados acima.

5.1 Pré-processamento ( Con2SP3, Filter)

O primeiro passo para se realizar o processamento de dados GPS com o

GAS é converter os dados para o formato aceito pelo software, o formato NOT.

A conversão de dados para o formato NOT só é possível a partir do formato

RINEX (Receiver INdependent EXchange), que é um arquivo ASCII dos dados GPS. O

aplicativo Filter é que faz a conversão de RINEX para NOT, mas não apenas isso; o Filter

também dá opções para:

• fazer uma “limpeza” prévia dos dados GPS no que se refere a grandes

perdas de ciclo nos dados da fase;

Page 73: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

73

• realizar uma solução de pseudodistância por ponto, caso o usuário queira

melhorar as coordenadas aproximadas dadas no cabeçalho do arquivo

RINEX;

• descartar épocas que contenham menos que um certo número de satélites;

• escolher um novo intervalo de dados;

• remover dados de satélites com problema.

As efemérides devem estar no formato SP3 (Standard Product 3), que é o

formato padrão das efemérides precisas fornecidas pelo IGS. Caso o usuário esteja

trabalhando com efemérides transmitidas, o aplicativo Con2SP3 pode convertê-las para o

padrão SP3, compatível com os aplicativos do Sistema GAS.

5.2 Detecção de perdas de ciclo (PANIC, SlipCor)

O PANIC é o módulo principal do sistema GAS. É usado tanto na etapa de

pré-processamento quanto no processamento definitivo dos dados, na solução da rede.

Uma perda de ciclo é um salto súbito na observável da fase da onda

portadora por um número inteiro de ciclos. A porção fracionária da fase não é afetada pela

descontinuidade na seqüência de observação (LEICK, 1990). Por outro lado, um erro

grosseiro (outlier) afeta a parte fracionária do ciclo.

A detecção de perdas de ciclo no GAS é feita através do PANIC, pelo

processamento das linhas de base independentes. Nessa fase, assume-se que uma das estações

da linha de base em questão está “limpa”, ou seja, os dados GPS estão livres de erros

grosseiros e perdas de ciclo. Dessa forma, a “limpeza” dos dados ocorrerá na segunda estação.

Na etapa anterior, durante a conversão dos dados GPS RINEX para o formato NOT, o Filter

já corrigiu as grandes perdas de ciclo. Nesta etapa pretende -se detectar e corrigir aqueles de

menor magnitude.

O PANIC baseia-se na dupla diferença da fase, e possibilita o processamento

simultâneo de várias freqüências. Quando se trata de linhas de base longas (maiores que 15

km), é importante selecionar, no arquivo de controle, a combinação das freqüências L0 (Iono

Page 74: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

74

Free) e L3 (Wide Lane). A tripla diferença dos resíduos dessas observáveis indicará a presença

dos perdas de ciclos e erros grosseiros, quando houver.

A um nível de significância α=5%, um erro numa determinada observação,

provoca um resíduo na dupla diferença da fase da ordem de 4 vezes o desvio-padrão da fase

não-diferenciada (KÖSTERS, 1992). Considerando que a análise do resíduo é feita através da

tripla diferença das observáveis, há que se propagar o desvio-padrão da dupla para a tripla

diferença, multiplicando por 2 o valor médio do mínimo erro detectável (MONICO, 1995).

A expressão matemática que contém essa idéia é dada por:

006 LTDL

v σ= (5.01)

Assim, como o desvio-padrão para L0 é aproximadamente 9 mm,

considerando a expressão (5.01), um resíduo é considerado outlier quando a tripla diferença

dos resíduos para a observável L0 fornece um valor superior a 0,300 ciclos, ou seja:

outliervLTD ⇒≥ 300,0

0 (5.02)

A detecção de erros é feita num processo iterativo e interativo. Assim que o

arquivo de controle esteja especificado corretamente para a linha de base em questão, roda -se

o PANIC. A cada vez que se roda o aplicativo, ele corrige automaticamente perdas de ciclo

menores até que não haja mais perdas de ciclos na linha de base. Em cada iteração o PANIC

gera um arquivo atualizado de perdas de ciclo estimadas para a segunda estação, que são

calculadas a partir do algoritmo da tripla diferença dos resíduos.

Entretanto, cabe ao usuário verificar, a cada rodada, o fator de variância a

posteriori ( 20

σ ) indicado no arquivo de saída. Principalmente em linhas de base longas,

quando o nível de ruído nos dados é grande, há necessidade de intervenção do usuário na

“limpeza” da linha de base. A partir de um certo ponto, o software não sabe mais distinguir

entre perda de ciclo e ruído e localizar a observação causadora do mesmo. Devido à forte

correlação entre os resíduos, é difícil determinar qual observação está afetada por um erro

grosseiro, ou ruído. Um ruído numa observação Lj pode provocar um resíduo excessivo vi em

outra (Li). Dessa forma, a eliminação automática dos resíduos marcados não deve ser feita. A

eliminação de outliers deve ser baseada numa análise mais completa dos dados (KUANG,

Page 75: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

75

1996). Assim, quando o fator de variância a posteriori mantém seu valor entre uma iteração e

outra, é o momento do usuário interagir, buscando, manualmente, outliers ou possíveis perdas

de ciclo não corrigidas.

Quando o 20

σ chega a um valor aceitável para o teste estístico global,

considera-se a linha de base “limpa”. Então aplica -se aos dados brutos da segunda estação a

correção dos perdas de ciclos, através do aplicativo SlipCor, gerado na última iteração do

PANIC.

Esse procedimento é executado sucessivamente em cada linha de base, até

que todas as linhas de base independentes da rede estejam “limpas”.

O passo seguinte é o processamento da rede, com solução de rede pela

observável L0 e resolução da ambigüidade, caso se deseje.

5.3 Solução de Rede (PANIC)

O software PANIC para solução de rede possibilita que sejam consideradas,

durante o processamento dos dados da rede, ou da sessão, todas as correlações existentes entre

as linhas de base envolvidas no processamento, de forma que a MVC das duplas diferenças

seja calculada como em (3.30). O softwa re também permite que o usuário especifique cada

parte do processamento. As opções de processamento são:

a) solução através da pseudodistância ou da fase da portadora;

b) solução pelas freqüências puras L1, L2 ou por combinações delas;

c) opção de diversos modelos para correção dos efeitos da troposfera sobre

os sinais GPS e diferentes tipos de fatores de escala troposféricos;

d) correção dos efeitos de marés terrestres;

e) exclusão de satélites com dados “ruins”;

f) informação sobre o centro de fase da antena (dados de calibração).

Há duas formas de realizar o processamento dos dados:

Page 76: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

76

• pelo método fiducial, onde, durante o processamento dos dados, além das

efemérides, são injuncionados os vértices com coordenadas conhecidas na

solução da rede, ou da sessão; ou

• pelo método não-fiducial, ou livre, onde, no processamento dos dados,

nenhum vértice terrestre é fixado e a solução da sessão é obtida através das

coordenadas dos satélites e posterior transformação isogonal para que a

solução seja consistente com a solução fiducial.

5.3.1 Processamento Fiducial (PANIC, MKGAF, GPSORBIT)

No método fiducial, durante o processamento dos dados GPS, pelo menos

um vértice deve ser injuncionado, cujas coordenadas são conhecidas num determinado

sistema de referência, de modo a permitir a definição do referencial para os novos pontos

processados.

Neste método, “a alta acurácia das estações fiduciais são transferidas para as

novas estações pela órbita dos satélites” (MONICO et al, 1997), através das efemérides.

Através do método fiducial também é possível calcular as órbitas dos

satélites. O GPSORBIT é o módulo de integração das órbitas precisas. Seus principais arquivos

de entrada são o Vetor Estado Inicial, o GAF (arquivo auxiliar GAS), o Modelo de Gravidade

Geopotencial e o Modelo de Marés Terrestres. O arquivo GAF contém informações sobre a

hora de início da integração da órbita para cada satélite, os vetores estados iniciais para cada

satélite (posição e velocidade) e as correspondentes matrizes de rotação necessárias para a

transformação dos vetores estados iniciais do sistema inercial (Inertial Frame) para o sistema

da Terra Fixa (Earth Fixed). Neste trabalho, como serão utilizadas órbitas precisas, não será

necessário realizar a integração de órbitas, descartando-se, portanto, o aplicativo GPSORBIT.

O arquivo GAF é gerado pelo programa MKGAF e abastece o GPSORBIT

com informações essenciais para a integração de órbita. Essa informação é gerada pelo

MKGAF por um período de 40 dias e é válida para qualquer integração de órbita a ser

calculada nesse período (STEWART et al, 1994). O arquivo GAF também contém as

Page 77: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

77

informações necessárias para a aplicação do modelo de marés terrestres, durante o

processamento dos dados, e pode ser usado no processamento não-fiducial.

5.3.2 Processamento Não-fiducial ou Livre

Quando, no processamento dos dados GPS, não são fornecidas coordenadas

de estações conhecidas em terra, a singularidade da matriz A é eliminada através do uso das

efemérides (MONICO, 1995), uma vez que as efemérides fornecem, direta ou indiretamente,

a posição dos satélites para cada época. Quando se faz uso das efemérides transmitidas, a

mensagem de navegação fornece os elementos keplerianos, de tempo e perturbadores da

órbita, de forma que as coordenadas dos satélites são obtidas indiretamente. O referencial

associado é o mesmo do GPS, ou seja, o WGS 84. No caso de se utilizar efemérides

processadas, como as do IGS, tais efemérides já informam diretamente as coordenadas dos

satélites, e o referencial associado é o ITRFyy, ou seja, o ITRF da época desejada (cf. item

2.1.3).

Neste método de ajustamento, a imprecisão das efemérides é diretamente

propagada para as coordenadas das estações terrestres, uma vez que a órbita dos satélites não

é melhorada no processamento. Sendo assim, em processamentos não-fiduciais recomenda -se

o uso das efemérides precisas, que proporcionam um erro relativo na linha de base satélite-

estação da ordem de 0,01 ppm (MONICO, 1995).

A vantagem de realizar o processamento pelo método não-fiducial é que,

além de reduzir ao máximo a influência de informações externas, mantendo a confiabilidade

interna dos dados, esse método torna extremamente simples uma eventual alteração dos

vértices conhecidos: enquanto no método fiducial essa alteração envolve todo o

processamento dos dados, no método não-fiducial a imposição dos pontos fiduciais é o último

passo, de forma que a sua alteração é um procedimento que envolve apenas uma

transformação (MONICO, 1995). Como a maioria dos sistemas de referência é paralela ao

eixo de rotação terrestre e adota os mesmos valores para velocidade da luz e coeficientes

gravitacionais, costuma -se realizar a transformação aproximada, a translação, onde apenas um

vértice fiducial é suficiente. Entretanto, desaconselha-se esta transformação aproximada em

trabalhos de alta precisão.

Page 78: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

78

5.4 Software Auxiliar de Pós-processamento (CARNET)

O CARNET (CARtesian NETwork Adjustment Software) permite a

combinação de vários tipos de observações convencionais e técnicas geodésicas espaciais

(LOWE, 1994).

O PANIC fornece coor denadas cartesianas, ou diferenças de coordenadas,

após o processamento dos vetores e o ajustamento de cada sessão de observação, com a MVC

completa de cada sessão. O CARNET usa os dados de saída do PANIC para realizar o pós-

processamento, onde as coordenadas da rede são combinadas para produzir, após o

ajustamento vetorial, uma solução tridimensional, única e homogênea. O resultado inclui,

além das coordenadas cartesianas e geodésicas, o respectivo desvio-padrão e as informações

necessárias à análise da qualidade do processamento, como o fator de variância a posteriori

( 20σ

) ) e um teste estatístico simplificado w , que são adequados para realizar o teste “data

snooping” (MONICO,1995).

Dentre as várias opções fornecidas pelo software para alterar os valores pré -

definidos do ajustamento pode-se citar:

• alteração dos níveis estatísticos de tolerância usados durante a análise dos

erros;

• especificação do elipsóide para as coordenadas geodésicas;

• possibilidade de simulação para o design da rede;

• aplicação de fatores de escala para diferentes observações;

• geração de parâmetros de transformação;

• relatórios das matrizes do ajustamento, como a matriz das equações de

observação, matriz peso, etc.

Page 79: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

79

6 A REDE ITESP

A Rede GPS ITESP foi idealizada com o intuito de atender às necessidades

do ITESP com relação às estações bases para seus levantamentos, e ainda, de atender à

comunidade usuária com vértices de precisão. Em 1998, houve uma tentativa de realização da

Rede ITESP, através da terceirização do serviço. Essa tentativa foi frustada devido a

problemas financeiros. Em 1999, pensou-se na realização da Rede ITESP como parte da

dissertação de mestrado da autora, tendo a Unesp como colaboradora, tanto no embasamento

teórico e orientação do trabalho, como no empréstimo de um receptor adicional, pois o ITESP

dispõe de apenas dois receptores de dupla freqüência. Desse modo, o trabalho foi, de fato,

realizado.

As etapas de planejamento, monumentação e coleta de dados serão descritas

neste capítulo.

6.4 Planejamento

O planejamento da Rede ITESP envolveu vários aspectos, considerados

importantes para que fosse obtido o melhor resultado possível, com o mínimo esforço e ao

menor custo, conforme os conceitos de otimização de redes, vistos na seção 4.2. Com essa

preocupação procurou-se estabelecer linhas de base menores possíveis, considerando, além da

simultaneidade, o tempo de deslocamento entre elas, o horário de expediente, o horário de

rastreio, a máscara de elevação, a orientação da antena.

6.1.1 Seleção dos locais para os marcos da Rede

O primeiro passo foi a seleção das regiões onde haveria necessidade de se

implantar estações da Rede ITESP, levando em conta a existência de marcos da Rede São

Paulo e os projetos a médio prazo do ITESP. Desta análise concluiu -se sobre a necessidade de

implantar 27 estações em todo o Estado. A Figura 6.1 mostra a disposição dos vértices da

Rede São Paulo, bem como os trabalhos desenvolvidos pelo ITESP no Estado e os marcos a

serem implantados pela Rede ITESP.

Page 80: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

80

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Figura 6.1 – Áreas de atuação do ITESP e vértices da Rede São Paulo e Rede ITESP

Page 81: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

81

Após a seleção das cidades, realizou-se uma visita a cada uma delas com o

intuito de selecionar o local mais apropriado para a implantação das estações. Tal escolha, que

pode parecer fácil, num primeiro momento, porque o GPS não tem a restrição da

intervisibilidade própria das redes convencionais, tornou-se tarefa árdua, devido à necessidade

de escolher um local seguro, onde a integridade física do marco fosse preservada, de fácil

acesso, com a visibilidade do céu desobstruída acima dos 15º de elevação, solo estável e

vizinhança desfavorável ao multicaminho dos sinais. Além de todos esses fatores, a

intervisibilidade a um marco de azimute, cujo local de implantação também deveria atender às

mesmas especificações do marco principal, tornou mais difícil a escolha do local apropriado.

Os locais preferencias para a implantação dos marcos geodésicos foram

instituições públicas ou de ensino, para as quais foram enviados ofícios solicitando

autorização expressa para implantação dos marcos, e comprometimento na manutenção e

segurança dos mesmos.

6.1.2 Planejamento do rastreio

O planejamento das observações em campo, dentro do contexto de

otimização de redes geodésicas já citado, envolve inúmeras variáveis, como seleção dos

equipamentos, distância entre as linhas de base, ordem de ocupação das estações, horário

simultâneo de rastreio, disponibilidade de satélites, tempo de rastreio, entre outras.

A começar pela seleção dos equipamentos, está diretamente relacionada à

extensão das linhas de base. Como todas as linhas de base ultrapassam a distância de 20 km, o

equipamento teria que ser capaz de coletar as duas freqüências, L1 e L2, permitindo a

combinação L0, para minimizar os efeitos da ionosfera. Com esse intuito, o ITESP adquiriu

dois receptores JAVAD, modelo Legacy, hoje TOPCON Legacy. Além destes receptores,

fizeram parte da campanha o receptor ASHTECH ZXII, da FCT-Unesp e a RBMC. Para a

coleta de dados sobre os marcos de azimute foram suficientes equipamentos de uma

freqüência, a saber, dois Trimble 4600, cedidos pela Unesp, e um Trimble ProXL, do ITESP.

A ordem e horário de início da ocupação das estações também levaram em

consideração a extensão das linhas de base, ou seja, foram selecionadas para fazer parte de

uma mesma sessão, as estações mais próximas entre si, garantindo linhas de base menores,

Page 82: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

82

logo com menor ruído, proporcionando vetores mais precisos, e menor tempo de

deslocamento, portanto com menor cus to. Além destes fatores, para estabelecer o horário do

início das observações, houve um estudo prévio, através de aplicativos que permitem

planejamento de missão, verificando qual o horário em que haveria maior número de satélites

disponíveis, dentro das limitações do horário de expediente de trabalho dos técnicos

envolvidos, com certa flexibilidade.

O tempo mínimo de rastreio estabelecido foi baseado nas especificações

dadas pelo IBGE para levantamentos com GPS (IBGE, 1998), ou seja, 4 horas para linhas de

base maiores que 100 km. Como deve haver simultaneidade entre as observações, e para

garantir que todas as linhas de base atendam ao tempo mínimo estabelecido, até mesmo as

linhas de base com menor distância foram rastreadas com 4 horas de ocupação.

Dentre as estações da RBMC, foram selecionadas para fazer parte da Rede

Itesp as mais próximas do Estado de São Paulo, que são Presidente Prudente – UEPP, Viçosa

– VICO, Curitiba – PARA, e Rio de Janeiro – RIOD. Por estarem disponíveis 24 horas por

dia, não influenciaram na determinação do horário de rastreio.

6.2 Monumentação dos marcos

Paralelamente à escolha dos locais, pensava -se a escolha do modelo para o

monumento. Entre o pilar de centragem forçada e o marco do tipo tronco-piramidal, optou-se

pelo primeiro, para o marco principal da rede. A imponência desse modelo inibe a ação de

eventuais vândalos e torna mais difícil a sua depredação, além de eliminar o erro de

centragem do instrumento. O modelo tronco-piramidal foi reservado aos marcos de azimute,

para diminuir os custos do projeto, pois devido à proximidade do pilar, poderia ser

determinado a qualquer tempo, com equipamento de uma freqüência.

Para o pilar de centragem forçada, adotou-se o modelo pré-fabricado,

recomendado por Pacileo Neto (1990), conforme croqui apresentado no Anexo A. A escolha

do modelo pré -fabricado, em detrimento do modelo fabricado no local de implantação,

constituiu-se num “gargalo” na execução do projeto, pois implicou em licitação pública para a

contratação do serviço de confecção das peças, significando um atraso considerável no

cronograma estabelecido no ante-projeto, além do gasto adicional com transporte das peças,

Page 83: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

83

que poderiam ser evitados se o pilar fosse fabricado no local. As peças foram chumbadas ao

solo com sapata de arga massa de concreto e verticalizadas com nível de pedreiro.

Cada pilar da rede ITESP tem sua monografia descrita no Apêndice A, com

a descrição da estação, sua localização, croqui de acesso e foto do referido pilar.

6.3 Coleta de dados

A etapa de coleta de dados exigiu da equipe total sintonia e máxima atenção

e cuidados. Para minimizar alguns dos erros do GPS (cf. 3.2), alguns cuidados na fase de

coleta de dados foram tomados:

• como a orientação da antena para o norte, possibilitando eventual

correção posterior do centro de fase da antena;

• pelo menos uma reocupação das estações, em períodos diferentes,

permitindo a detecção de erros na altura da antena no ajustamento das

sessões. A propósito, cabe dizer que, em função de alguns pilares

apresentarem irregularidade s no topo, dificultando a medição da altura da

antena, estabeleceu-se como regra medir a altura da antena sempre sobre

o centro médio da placa metálica de identificação do ITESP;

• rastreio simultâneo de, no mínimo, quatro horas, de modo que a

superabundância de observações permita a exclusão de observações com

ruídos, sem prejuízo da precisão;

• seleção da máscara de elevação de 15º, reduzindo os efeitos da troposfera

sobre os sinais GPS, com fator de escala calculado para cada estação no

processamento.

Enquanto eram realizadas as observações sobre os pilares da Rede ITESP,

paralelamente, cada técnico coletava observações com receptores de uma freqüência sobre os

marcos de azimute. As sessões de observação (duas) dos marcos de azimute são de, no

mínimo, duas horas (IBGE, 1998). Cada sessão deve ter simultaneidade apenas com seu

marco associado, não havendo necessidade de simultaneidade de observação com as outras

estações.

Page 84: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

84

A Tabela 6.1 resume as especificações técnicas das campanhas de

observação da Rede ITESP.

Tabela 6.1 - Especificações técnicas para a coleta de dados

Especificação Marcos principais, RBMC e

Rede São Paulo Marcos de Azimute

Tempo mínimo de rastreio 4 horas 2 horas

Taxa de coleta das obs. 15 segundos 15 segundos Máscara de elevação 15º 15º Orientação da antena Norte Norte Observáveis mínimas L1 e L2, C1 e P2 L1 e C1

Receptores Ashtech ZXII, Trimble 4000SSI*, Aschtech Z-FX**,JAVAD Legacy

Trimble 4600 Trimble Pro-XL

(*)UEPP, PARA, VICO (**)RIOD

A Tabela 6.2 mostra as estações da Rede ITESP, identificadas pela

abreviação do nome da cidade à qual pertence cada estação, com quatro letras, para facilitar

no manuseio do software.

Tabela 6.2 – Estações da Rede GPS ITESP ESTAÇÃO MUNICÍPIO ESTAÇÃO MUNICÍPIO

Adam Adamantina Buna* Paraibuna

Alvi Alvinlândia Pari Pariquera-Açu

Anda Andradina Peru Peruíbe

Arac Araçatuba Pind Pindamonhangaba

Arar Araraquara Regi* Registro

Bana Bananal Ribp Ribeirão Preto

Barr Barretos Rioc Rio Claro

Baru Bauru RIOD** Rio de Janeiro Botu* Botucatu Saop* São Paulo

Capb Capão Bonito Soro Sorocaba

Cuna Cunha Sudm Sud-Menucci

Eucl Euclides da Cunha Pta. Taqt Taquarituba

Iara Iaras Taqu Itaguajé/PR-Taquarussu

Iepe Iepê Tupa Tupã

Ipor Iporanga Uabt Ubatuba

Mira Miracatu UEPP** Presidente Prudente

Pano* Panorama Venc Venceslau

PARA** Curitiba VICO** Viçosa/MG

Pagu Paraguaçu Paulista

(*) Vértices da Rede São Paulo;

(**) Vértices da RBMC.

Page 85: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

85

As estações da RBMC participam da Rede ITESP como elementos de

integração dessa rede ao SGB. Serão as injunções no ajustamento dos vetores GPS. Já as

estações da Rede São Paulo foram observadas para checar a acurácia da Rede ITESP.

A Tabela 6.3 mostra as estações envolvidas em cada sessão de observação.

Tabela 6.3 – Sessões de rastreio da Rede GPS ITESP Sessão (dia/mês/ano) Estações observadas

1 30/10/01_a UEPP Eucl Venc -

2 30/10/01_b UEPP Eucl PARA -

3 31/10/01 UEPP Venc Tupa Adam

4 01/11/01 UEPP Tupa Taqu Adam

5 05/11/01 UEPP Sudm Arac -

6 06/11/01 UEPP Sudm Anda -

7 08/11/01 UEPP Pano Pagu Iepe

8 09/11/01 UEPP Pano Pagu Iepe

9 07/01/2002 VICO Ripb Barr Arar

10 08/01/2002 VICO Ripb Barr Arar

11 09/01/02_a Arar Rioc Botu -

12 09/01/02_b Baru Rioc Botu -

13 10/01/02 Baru Alvi Iara -

14 11/01/02 Baru Alvi Tupa -

15 15/01/02 RIOD Soro Pind Saop

16 16/01/02_a - Buna Pind Ubat

17 16/01/02_b RIOD Buna Cuna Ubat

18 17/01/02_a RIOD Bana Cuna Ubat

19 17/01/02_b RIOD Bana Cuna Ubat

20 30/01/02 PARA Peru Saop Soro

21 31/01/02 PARA Peru Mira Regi

22 01/02/02 PARA Pari Mira Regi

23 02/02/02 PARA Pari Ipor Regi

24 03/02/02 PARA Taqt Ipor -

25 04/02/02 PARA Taqt Iara -

26 20/02/02_a PARA Taqt Iara Capb

27 20/02/02_b PARA Taqt Iara Capb

28 27/02/02 - Ubat Cuna Bana

29 28/02/02 RIOD Ubat Cuna Bana

A Figura 6.2 ilustra as informações contidas na tabe la 6.3, ou seja a

distribuição das sessões de rastreio. Esta figura mostra com clareza que o critério de

Page 86: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

86

redundância na reocupação dos vértices, conforme discutido na seção 4.3.2, foi obedecido, ou

seja, cada vértice tem pelo menos duas ocupações.

A situação ideal, sob o aspecto da confiabilidade, seria que o número de

redundância fosse igual para todos os vértices. Entretanto, lembrando o âmago da otimização

para o planejamento da rede, a melhor situação é aquela em que se obtém a acurácia desejada

a um custo mínimo e com o menor esforço. Dentro desse contexto, a seleção das estações que

comporiam cada sessão levou em consideração a necessidade de reocupação e a menor

distância entre os vértices. Esse último critério tinha dupla função: a de garantir melhores

resultados em termos de acurácia, uma vez que linhas de base menores resultam em menor

quantidade de ruído nas observações, e minimizar os custos, diminuindo a distância a ser

percorrida em cada sessão.

Para manter a confiabilidade da rede homogênea (cf. 4.3.2), o número de

redundância deveria manter-se constante. Pode-se notar que alguns vértices têm número de

redundância de ocupação maior. Em alguns casos, a fim de garantir a conectividade entre as

sessões com linhas de base menores, isso foi inevitável (por exemplo, Araraquara, com 3

ocupações). Em outros casos, como nas estações de Bananal, Cunha e Ubatuba, foram

necessárias 4, 5 e 6 ocupações, respectivamente, em função do grande número de observações

descartadas no pré-processamento por perdas de ciclo, como será visto na sessão 7.1. No caso

de Ubatuba, o número de ocupações é maior porque, além de participar da segunda campanha

da região (27 e 28 de janeiro), esta estação funcionava como pivô na primeira campanha

(sessões de 16 e 17 de janeiro).

Page 87: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

87

Figura 6.2 – Sessões de rastreio

Page 88: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

88

7 INTEGRAÇÃO DA REDE ITESP AO SGB

No processamento dos dados da Rede ITESP utilizou-se o Sistema GAS de

processamento de dados, descrito no Capítulo 5. As coordenadas dos satélites foram obtidas a

partir de efemérides precisas do IGS, as órbitas finais, denominadas IGS, que apresentam

acurácia melhor que 5 cm e 1 nanossegundo. A integração da rede ao SGB, após a coleta dos

dados, passa pelas seguintes etapas: o pré-processamento dos dados, o processamento de cada

sessão individual e o ajustamento final, incluindo os resultados do processamento de todas as

sessões.

7.1 Pré-processamento dos dados

Após a coleta dos dados em campo, o primeiro passo é efetuar o pré-

processamento dos dados, que consiste em detectar perdas de ciclos e erros grosseiros nas

observações. Para tanto, os dados foram transformados para o formato específico do GAS, o

formato NOT, e foram atribuídas coordenadas aproximadas a todos os vértices da rede. As

coordenadas aproximadas dos novos vértices foram determinadas através de softwares

comerciais, ao passo que para os vértices do SGB, as coordenadas aproximadas são as

próprias coordenadas ajustadas.

A detecção de erros grosseiros e perdas de ciclo é a tarefa mais trabalhosa

de ser realizada em todo o processo. Nesta etapa, cada linha de base independente deve ser

processada isoladamente, no PANIC. Através da análise dos resíduos da tripla diferença das

observáveis L0 e L3, tenta-se determinar todas as perdas de ciclo exis tentes. Em alguns casos,

é necessário realizar a análise manualmente, através da inspeção dos resíduos. As observações

que apresentarem os maiores resíduos na tripla diferença (acima 0.3 ciclos) são eliminadas e

nova análise é feita, conforme descrito em 5.2.

Das 29 sessões de observação foram geradas 75 linhas de base

independentes, que foram processadas individualmente nessa primeira fase do processamento.

A Tabela 7.1 mostra as linhas de base para cada sessão, sua extensão e o 0σ obtido em cada

linha de base, após a detecção de perdas de ciclo e erros grosseiros (“limpeza”) das mesmas.

Page 89: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

89

Tabela 7.1 – Linhas de base independentes para cada sessão e 0σ após “limpeza”

Sessão / dia Linha de base Distância

(km) Nº inicial de

obs. 00ˆ Lσ

(mm) Nº final de

obs. % Obs.

Rejeitadas

Uepp-eucl 131,5 6752 7,11 6624 1,90 1 30/10a

Uepp-venc 54,6 6821 6,26 6479 5,01 Eucl-Uepp 131,5 6847 6,79 6228 9,04

2 30/10b Eucl-Para 468,7 6704 7,08 6026 10,11 Uepp-tupa 92,8 6713 7,46 6020 10,32 Uepp-venc 54,6 6771 6,94 6300 6,96 3 31/10 Uepp-adam 60,7 6753 6,37 6031 10,69 Uepp-adam 60,7 5409 6,13 4907 9,28 Uepp-tupa 92,8 5377 6,85 4865 9,52 4 01/11 Uepp-taqu 77,7 5371 6,75 5009 6,74 Uepp-arac 140,5 6042 7,53 5500 8,97

5 05/11 Uepp-sudm 166,0 6054 7,79 5466 9,71 Uepp-sudm 166,0 6611 8,76 5520 16,50

6 06/11 Uepp-anda 141,4 6613 8,31 5652 14,53 Uepp-iepe 69,0 5777 8,17 5122 11,34 Uepp-pagu 90,9 5701 7,65 4643 18,56 7 08/11 Uepp-pano 93,4 5703 7,26 5367 5,89 Uepp-iepe 69,0 6421 5,98 6032 6,06 Uepp-pano 93,4 6440 5,87 6177 4,08 8 09/11 Uepp-pagu 90,9 6387 6,28 5735 10,21 Ribp-arar 76,0 5745 8,04 5412 5,80 Ribp-barr 102,3 5767 8,18 5535 4,02 9 07/01 Ribp-vico 521,9 5518 6,95 5206 5,65 Ribp-arar 76,0 6811 7,74 6385 6,25 Ribp-barr 102,3 7199 6,86 6872 4,54 10 08/01 Ribp-vico 521,9 6740 6,05 6345 5,86 Rioc-arar 92,7 6671 8,82 5959 10,67

11 09/01a Rioc-botu 101,5 6900 7,15 6374 7,62 Botu-baru 80,2 6066 7,42 5893 2,85

12 09/01b Botu-rioc 101,5 6079 9,10 5407 11,05 Baru-iara 59,6 4740 7,28 4410 6,96

13 10/01 Baru-alvi 76,5 4724 6,99 4461 5,57 tupa-baru 161,1 6458 7,99 5768 10,68

14 11/01 tupa-alvi 96,5 6482 8,42 5606 13,51 Saop-soro 71,3 6003 8,33 4928 17,91 Saop-pind 145,9 5978 8,62 5326 10,91 15 15/01 Saop-riod 359,9 5834 8,39 4634 20,57 Buna-pind 51,1 6539 7,21 6140 6,10

16 16/01a Buna-ubat 49,0 6502 8,14 5797 10,84 Ubat-buna 49,0 4956 7,89 4158 16,10 Ubat-cuna 40,9 4998 7,55 3319 33,59 17 16/01b Ubat-riod 196,7 4901 7,65 3848 21,49 Bana-riod 106,2 5332 8,16 4087 23,35 Bana-ubat 114,1 5282 7,61 3556 32,68 18 17/01a Bana-cuna 77,9 5361 8,65 3963 26,08 Bana-riod 106,2 4822 7,56 4162 13,69 Bana-ubat 114,1 4879 7,89 4011 17,79 19 17/01a Bana-cuna 77,9 4885 7,83 3887 20,43 Peru-soro 103,0 7378 7,70 7028 4,74 Peru-saop 90,2 7460 8,08 7334 1,69 20 30/01 Peru-para 256,8 7189 7,45 6760 5,97

Page 90: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

90

Tabela 7.1 - continuação

Sessão / dia Linha de base Distância

(km) Nº inicial de

obs. 00ˆ Lσ

(mm)

Nº final de obs.

% Obs. Rejeitadas

Mira-para 221,6 6808 6,36 6512 4,35 Mira-peru 45,2 7045 8,21 6858 2,65 21 31/01 Mira-regi 38,2 7057 7,91 6927 1,84 Pari-regi 23,1 7003 7,72 6583 6,00 Pari-para 168,3 6805 6,87 6341 6,82 22 01/02 Pari-mira 54,9 6941 7,45 6328 8,83 Pari-regi 23,1 6519 9,13 5848 10,29 Pari-para 168,3 6297 6,61 5349 15,05 23 02/02 Pari-ipor 79,4 6461 8,90 5619 13,03 Ipor-taqt 133,6 7272 7,94 6578 9,54

24 03/02 Ipor-para 115,3 7216 6,45 6821 5,47 Taqt-para 211,8 7169 6,25 6461 9,88

25 04/02 Taqt-iara 74,2 7292 7,14 6668 8,56 Capb-para 180,1 5483 6,69 5231 4,60 Capb-taqt 105,6 5537 7,88 5343 3,50 26 20/02a Capb-iara 152,3 5478 7,76 5351 2,32 Capb-para 180,1 6618 5,97 6422 2,96 Capb-taqt 105,6 6669 6,95 6221 6,72 27 20/02b Capb-iara 152,3 6653 6,95 6142 7,68 Cuna-ubat 40,9 10366 8,39 6544 36,87

28 27/02 Cuna-bana 77,9 10429 8,47 6909 33,75 Bana-riod 106,2 10648 7,66 7985 25,01 Bana-cuna 77,9 10638 8,81 6289 40,88 29 28/02 Bana-ubat 114,1 10598 8,21 7246 31,63

Para se considerar uma boa solução, tanto no pré -processamento das linhas

de base, quanto no processamento da sessão, o valor de 0σ deve ser inferior a 10mm. Esse

número está relacionado ao controle de qualidade para um nível de confiança igual de 95%.

Infelizmente, o software não informa a respeito do poder do teste, para análise da

confiabilidade. Provavelmente não há esse controle.

Durante o pré-processamento dos dados, como pode ser conferido na Tabe la

7.1, algumas linhas de base apresentaram poucos dados com problemas, como é o caso de

Peru-Saop, da sessão 30/01, onde dos 7460 dados inicias, apenas 1,69% foram descartados.

As linhas de base mais problemáticas, que apresentaram maior quantidade de pe rdas de ciclo

e outliers, foram as que envolveram as estações de Cunha, Ubatuba e Bananal, referentes aos

dias 16 e 17/01. Isto se deve às características topográficas da região, onde a presença de

morros impede a desobstrução total de visibilidade acima da máscara de elevação estipulada.

Como estas linhas de base ficaram com um número final de observações bem abaixo da média

da rede, houve necessidade de retornar ao local para nova campanha de observação (sessões

Page 91: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

91

referentes aos dias 27 e 28 de fevereiro), agora com 8 horas de rastreio, para garantir que, ao

final do pré-processamento, o número final de observações fosse consistente com a média da

rede.

7.2 Processamento dos dados

O processamento dos dados de cada sessão foi realizado no modo não-fiducial, ou

livre (cf. 5.3.2), de forma que qualquer problema nos dados das estações fiduciais pudesse ser

evidenciado na análise do relatório dos resíduos. Após o processamento, assim como na etapa

de detecção de erros e perdas de ciclos, o software emite um relatório de resíduos, porém

agora com a influência dos dados de todas as estações da sessão. Uma análise dos resíduos

permite verificar se restam outliers a serem eliminados. Esse fato é devido à influência das

outras estações sobre a linha de base afetada. Quando isso ocorreu, a observação com erro foi

eliminada e o processamento novamente efetuado.

A fim de efetuar uma avaliação da melhor estratégia de processamento dos dados

para redes geodésicas foram realizados três diferentes processamentos:

a) Processamento dos dados considerando o modelo de marés terrestres

(EBT) e sem solução da ambigüidade (float);

b) Processamento dos dados sem considerar o modelo das marés terrestres

(S_EBT) e solução float;

c) Processamento dos dados com solução da ambigüidade (fixed) e modelo

de marés terrestres (EBT) aplicado.

Um aspecto interessante do ajustamento da rede apresentou-se logo na primeira

solução testada (EBT/float): a escolha de injunções fixas ou fiduciais, e a qualidade dos

resultados depende do tratamento adequado ao ajustamento nesse ponto. Portanto, apresentar-

se-á, antes de tudo, a discussão referente ao uso de injunções fixas ou fiduciais.

7.2.1 Injunções Fixas e Fiduciais no Ajustamento

Page 92: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

92

No ajustamento da rede para a primeira solução testada, que será descrita mais à

frente, realizou-se um teste para verificar a diferença das soluções com a influência das

imprecisões dos pontos de injunção e sem essa influência. A Tabela 7.2 mostra as

características dos ajustamentos nos dois casos. As linhas de base reprovadas referem-se

àquelas cuja relação resíduo/desvio -padrão tem seu valor superior ao máximo tolerado pelo

teste estatístico. A tabela também apresenta os desvios -padrão máximos (σmax) e médio (σmed)

das três componentes (ϕ , λ e h). A Solução Fiducial-Fase 1 representa aquela em que toda a

matriz peso foi escalada pelo fator de variância a posteriori ; já a Solução Fiducial-Fase2

representa aquela onde a matriz peso foi corretamente escalada pelo fator de variância a

posteriori , ou seja, apenas a sub-matriz referente às observações “reais” foi afetada (cf. 4.4.1).

Tabela 7.2 – Resultados do ajustamento com injunção fixa e fiducial para a solução EBT/float

Solução 0σ (mm) Linhas de base reprovadas

Sessão v/σv σmax (ϕ, λ e h) (m) σmed (ϕ, λ e h) (m)

Fixa 12,764 Tupa-baru 11/01 3,46 0,024 0,037 0,058 0,009 0,020 0,030

Fiducial Fase 1 10,848 - - - 0,119 0,181 0,180 0,116 0,180 0,172

Fiducial Fase 2 11,054 - 0,024 0,034 0,055 0,016 0,028 0,034

Número de incógnitas: 111; Número de observações: 237; Graus de liberdade: 126

Para o teste estatístico global do ajustamento, com nível de significância de 5%,

de acordo com (4.17), considera-se válido o ajustamento se 0σ < 1,08. Logo de início verifica -

se que as soluções apresenta das não passam no teste. Prossegue -se, então, com a detecção de

erros nas observações.

De acordo com o número de graus de liberdade, e com as equações (4.20) e 4.21),

o valor de α0 é 0,000407, e uma observação seria considerada com erro se v/σ >3,79. Por este

critério, todas as observações seriam consideradas isentas de erros nos dois processamentos.

Entretanto, quando se adota o valor de α0 igual a 0,001, conforme recomendado quando o

número de graus de liberdade é alto (cf. 4.3.1b), a linha de base Tupa-baru, da sessão 11/01

seria reprovada no teste estatístico, que estabelece o limite v/σ >3,29. Por outro lado, quando

se introduz as imprecisões das injunções, todas as linhas de base passam no teste estatístico.

Isso se deve ao fato de que as injunções fiduciais conferem “elasticidade” à rede, permitindo

que, dentro do limite estabelecido, as variações das novas estações sejam consideradas

propriedades estocásticas, e não erros.

Page 93: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

93

Observando agora as colunas referentes ao desvio -padrão máximo e médio de

cada solução, note -se que, enquanto o maior desvio -padrão foi de 6 cm na Solução de

injunção Fixa, na Solução de injunção Fiducial-Fase 1, o maior desvio-padrão chegou a 18

cm! Esse resultado foi propositalmente apresentado, para ilustrar que acontece num

ajustamento que, apesar de não apresentar erros nas observações, não passou no teste

estatístico global, e portanto teve toda sua matriz peso re-escalada pelo fator de variância a

posteriori, conforme a equação (4.23). Ora, as observações que precisam ter seus pesos re-

escalados são apenas aquelas que fazem parte da rede, ou seja, as diferenças de coordenadas

das linhas de base para cada sessão. Deve-se ter em mente que no vetor de observações para o

ajustamento da rede, além das observações “reais”, existem as pseudo-observações , que são

as injunções. Esta parte da matriz peso deve permanecer inalterada. A Solução Fiducial_Fase

2 representa a solução correta para o ajustamento.

Solucionado esse problema, segue-se o teste para analisar injunções fixas contra

fiduciais.

Os primeiros resultados obtidos, para a Solução de injunção Fixa, mostraram

desvios -padrão médio de 9 mm para ϕσ , 20 mm para λσ , e 30 mm para hσ , enquanto que

para a Solução com injunção Fiducial-Fase2, os desvios médios foram de 16 mm para ϕσ ,

28 mm para λσ , e 34 mm para hσ . As Figuras 7.1 e 7.2 ilustram essa situação. Quando se

calcula a resultante dos três desvios -padrão para cada solução, como mostra a Figura 7.3, fica

ainda mais claro a diferença entre as soluções, pois para a Solução Fixa, o desvio resultante

médio é de 34 mm, e para a Solução Fiducial_Fase2 é de 43 mm. Conforme já discutido em

4.4.1, embora seja tentador optar pela solução que apresenta desvio-padrão mais baixo, essa

não é a solução mais realística, de forma que todos os ajustamentos subseqüentes foram

realizados com injunções fiduciais.

Page 94: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

94

0

10

20

30

40

50

60

70

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Vértices da Rede ITESP

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)

Desvio-padrão em Latitude

Desvio-padrão em Longitude

Desvio-padrão em Altitude

Figura 7.1- Desvios-padrão de ϕ, λ e h, de uma solução com injunção fixa

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

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D e s v i o - p a d r ã o e m L a t i t u d e

D e s v i o - p a d r ã o e m L o n g i t u d e

D e s v i o - p a d r ã o e m A l t i t u d e

Figura 7.2 - Desvios-padrão de ϕ, λ e h, de uma solução com injunção fiducial.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

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RIO

C

ARAR

BO

TU

BAR

R

RIB

P

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OP

SOR

O

PIN

D

BUN

A

PAR

A

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NA

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AT

BAN

A

RIO

D

PAR

I

RE

GI

MIR

A

PER

U

IPO

R

CAP

B

TAQ

T

Vértices da Rede ITESP

Des

vio

s-p

adrã

o r

esu

ltan

tes

(mm

)

Desvio-padrão resultante para injunçõesfiduciais

Desvio-padrão resultante para injunçõesfixas

Figura 7.3 - Desvios-padrão resultantes para solução com injunção fixa e fiducial.

Page 95: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

95

7.2.2 Efeitos das marés terrestres (EBT)

Geralmente, em processamentos de dados GPS, não se considera os efeitos das

marés terrestres sobre as coordenadas dos vértices determinados. De fato, sabe -se que esses

efeitos são pequenos, entretanto, este estudo pretende quant ificá-los para discutir a

conseqüência de desprezar esses efeitos em processamentos de linhas de base no cotidiano.

Para analisar os efeitos das marés terrestres sobre as linhas de base, realizou-se o

processamento das sessões da rede nas duas situações: com e sem a referida correção. A

análise dos resultados pode ser feita através da Tabela 7.3, que mostra as discrepâncias, nas

três componentes (DX, DY e DZ), entre os vetores das linhas de base, e a discrepância

resultante, e através da Figura 7.4, que ilustra o vetor resultante das discrepâncias entre os

vetores de cada linha de base para cada situação. A discrepância média para os vetores é de

0,8 mm na componente ∆X, e 0,2 mm em ∆Y e ∆Z. A resultante média é de 3,7 mm.

0 100 200 300 400 500 600

0

5

10

15

20

Dis

crep

ânci

as (m

m)

Extensão das l inhas de base (km)

Figura 7.4 – Discrepâncias dos vetores de linha de base para a solução com o modelo de

marés terrestres e sem o modelo.

Page 96: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

96

Tabela 7.3 – Discrepância dos vetores das linhas de base para a solução com EBT e sem EBT Linhas de base Distância (m) DX DY DZ Resultante

PARI REGI 23079 -0,0002 0,0004 -0,0001 0,0005 PARI REGI 23079 -0,0001 0,0004 0,0002 0,0005 MIRA REGI 38180 0,0010 0,0002 0,0007 0,0012 UBAT CUNA 40869 0,0007 0,0005 0,0014 0,0016 CUNA UBAT 40869 0,0002 -0,0014 -0,0022 0,0026 MIRA PERU 45211 -0,0007 -0,0010 -0,0003 0,0013 BUNA UBAT 49011 0,0005 -0,0019 -0,0008 0,0021 UBAT BUNA 49011 -0,0003 -0,0021 -0,0006 0,0022 BUNA PIND 51117 -0,0002 -0,0008 -0,0013 0,0015 UEPP VENC 54659 -0,0005 -0,0007 0,0004 0,0009 UEPP VENC 54659 0,0004 -0,0056 -0,0003 0,0056 PARI MIRA 54905 -0,0005 0,0008 -0,0003 0,0010 BARU IARA 59622 0,0001 0,0001 -0,0009 0,0009 UEPP ADAM 60754 0,0051 -0,0031 0,0006 0,0060 UEPP ADAM 60754 -0,0003 0,0002 0,0006 0,0007 UEPP IEPE 69058 0,0008 -0,0013 -0,0003 0,0016 UEPP IEPE 69058 -0,0008 0,0010 -0,0003 0,0013 SAOP SORO 71316 -0,0006 0,0036 0,0015 0,0039 TAQT IARA 74197 0,0000 0,0001 0,0009 0,0010 RIBP ARAR 75965 -0,0006 0,0011 0,0005 0,0013 RIBP ARAR 75965 -0,0004 -0,0007 -0,0016 0,0018 RIBP ARAR 75965 -0,0006 0,0011 0,0005 0,0013 RIBP ARAR 75965 -0,0004 -0,0007 -0,0016 0,0018 BARU ALVI 76481 -0,0008 -0,0005 -0,0002 0,0010 UEPP TAQU 77752 -0,0010 0,0009 0,0000 0,0013 CUNA BANA 77928 0,0025 0,0016 0,0016 0,0034 BANA CUNA 77928 -0,0029 -0,0011 -0,0011 0,0033 BANA CUNA 77928 -0,0012 0,0023 0,0019 0,0032 BANA CUNA 77928 -0,0014 -0,0019 -0,0017 0,0029 PARI IPOR 79450 0,0010 -0,0013 -0,0005 0,0017 BOTU BARU 80210 0,0002 0,0012 -0,0012 0,0017 PERU SAOP 90226 -0,0033 0,0009 -0,0023 0,0041 UEPP PAGU 90866 0,0007 -0,0018 -0,0009 0,0021 UEPP PAGU 90866 -0,0006 0,0013 -0,0002 0,0014 RIOC ARAR 92703 -0,0013 -0,0009 0,0012 0,0020 UEPP TUPA 92805 0,0075 -0,0002 -0,0005 0,0075 UEPP TUPA 92805 0,0015 -0,0006 -0,0004 0,0017 UEPP PANO 93373 0,0049 -0,0058 -0,0035 0,0084 UEPP PANO 93373 0,0011 -0,0015 0,0004 0,0019 TUPA ALVI 96531 0,0038 -0,0007 -0,0028 0,0048 RIOC BOTU 101501 -0,0015 -0,0014 -0,0012 0,0024 BOTU RIOC 101502 -0,0006 -0,0012 -0,0004 0,0014 RIBP BARR 102284 -0,0008 0,0010 -0,0002 0,0013 RIBP BARR 102284 -0,0010 -0,0015 0,0014 0,0023 RIBP BARR 102284 -0,0008 0,0010 -0,0002 0,0013 RIBP BARR 102284 -0,0010 -0,0015 0,0014 0,0023 PERU SORO 102986 -0,0030 0,0036 -0,0012 0,0048 CAPB TAQT 105561 0,0009 -0,0006 -0,0009 0,0014

Page 97: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

97

Tabela 7.3 (continuação) Linhas de base Distância (m) DX DY DZ Resultante

CAPB TAQT 105561 0,0001 0,0004 -0,0004 0,0006 BANA RIOD 106197 0,0007 0,0039 0,0005 0,0040 BANA RIOD 106197 0,0025 0,0027 -0,0013 0,0039 BANA RIOD 106197 0,0019 -0,0023 -0,0012 0,0032 BANA UBAT 114107 -0,0014 0,0031 0,0028 0,0044 BANA UBAT 114107 -0,0022 -0,0024 -0,0031 0,0045 BANA UBAT 114107 -0,0043 -0,0007 -0,0018 0,0047 IPOR PARA 115349 0,0005 -0,0017 -0,0012 0,0021 UEPP EUCL 131541 -0,0016 -0,0003 -0,0002 0,0016 EUCL UEPP 131541 0,0000 0,0053 0,0014 0,0055 IPOR TAQT 133627 0,0005 -0,0009 0,0003 0,0011 UEPP ARAC 140555 0,0009 0,0023 0,0020 0,0032 UEPP ANDA 141423 -0,0012 0,0003 0,0012 0,0017 SAOP PIND 145901 0,0022 -0,0064 -0,0037 0,0077 CAPB IARA 152321 0,0004 0,0006 -0,0007 0,0010 CAPB IARA 152321 0,0005 0,0001 -0,0007 0,0009 TUPA BARU 161127 0,0066 -0,0011 -0,0034 0,0075 UEPP SUDM 166044 0,0013 0,0017 0,0024 0,0032 UEPP SUDM 166044 -0,0006 -0,0003 0,0009 0,0011 PARI PARA 168313 0,0014 -0,0014 0,0013 0,0024 PARI PARA 168313 0,0024 -0,0041 -0,0015 0,0050 CAPB PARA 180090 0,0017 -0,0031 -0,0011 0,0037 CAPB PARA 180090 -0,0011 0,0010 0,0005 0,0016 UBAT RIOD 196700 0,0016 0,0077 0,0043 0,0090 TAQT PARA 211781 0,0003 -0,0007 -0,0031 0,0030 MIRA PARA 221616 0,0067 0,0003 0,0037 0,0077 PERU PARA 256765 0,0078 0,0037 0,0058 0,0104 SAOP RIOD 359927 0,0093 -0,0160 -0,0096 0,0208 EUCL PARA 468740 -0,0039 0,0065 0,0050 0,0091 RIBP VICO 521875 0,0072 -0,0099 -0,0010 0,0123 RIBP VICO 521875 0,0070 0,0123 0,0027 0,0144 RIBP VICO 521875 0,0072 -0,0099 -0,0010 0,0123 RIBP VICO 521875 0,0070 0,0123 0,0027 0,0144

Analisando os resultados obtidos nos dois processamentos, verifica-se que a

discrepância entre as soluções raramente ultrapassa a casa do centímetro: os efeitos das marés

terrestres são inferiores a 1 cm pa ra linhas de base de até 200 km. Isso significa que para redes

geodésicas que pretendem precisão centimétrica e que tenham linhas de base de até 200 km, o

modelo de marés terrestres pode ser desprezado.

Na solução final, um vértice á determinado através do ajustamento de várias

sessões, com diferentes comprimentos de linhas de base em cada sessão. Foi efetuado o

ajustamento para cada solução (considerando e não considerando o modelo de marés

terrestres) e comparados os resultados. Através da Figura 7.5 pode-se observar que a Latitude

Page 98: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

98

é a componente que apresenta menor discrepância, com valor absoluto médio de 2,2 mm, ao

passo que as discrepâncias na Longitude e na Altitude são maiores, e estão em torno de 4,9

mm para Longitude e 5,7 mm para Altitude, em valores médios absolutos.

-25,0

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

AND

A

ARAC

SUD

M

UEP

P

VIC

O

ADAM

TUP

A

VEN

C

EUC

L

TAQ

U

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E

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GU

PAN

O

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I

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U

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A

RIO

C

ARAR

BO

TU

BAR

R

RIB

P

SA

OP

SOR

O

PIN

D

BUN

A

PAR

A

CU

NA

UB

AT

BAN

A

RIO

D

PAR

I

RE

GI

MIR

A

PER

U

IPO

R

CAP

B

TAQ

T

Vértices da Rede ITESP

Dis

cre

nc

ias

(m

m)

Discrepância em LatitudeDiscrepância em LongitudeDiscrepância em Altitude

Figura 7.5– Discrepâncias das coordenadas ϕ , λ e h para a solução com o modelo de marés

terrestres e sem o modelo.

Como o que se busca para a Rede ITESP é uma solução rigorosa em termos de

acurácia, a solução final da rede considerou o modelo de marés terrestres.

7.2.3 Análise dos Resultados com Ambigüidade Solucionada e Sem Solução

A solução da ambigüidade para as sessões da rede foi minuciosamente analisada a

fim de obter o resultado mais acurado possível.

O que se pôde perceber durante a análise desse processamento é que nem sempre

quando as ambigüidades são solucionadas, a fixação do número inteiro de ciclos é feita com

base numa decisão consistente. A Tabela 7.4 apresenta a informação de cada sessão, e

orientou a procura de soluções com problemas. A discrepância mostrada na tabela é a

resultante das discrepâncias das componentes ∆X, ∆Y e ∆Z entre os resultados dos

ajustamentos de cada sessão, com solução (fixed) e sem solução (float) da ambigüidade para

cada vetor de linha de base. Ratio representa a razão entre as duas melhores soluções para a

fixação da ambigüidade. Dessa forma, quanto maior o valor do ratio, melhor a solução.

Quando para o ratio aparece “FAIL”, significa que não foi possível fixar a ambigüidade.

Page 99: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

99

Tabela 7.4 – Comparação dos resultados com solução e sem solução da ambigüidade 0σ (mm)

Sessão Linha de base Discrepância

(m) Ratio

float fixed

UEPP EUCL 0,0264 8,52 30_10a UEPP VENC 0,0090 8,58

6,94 7,49

EUCL UEPP 0,0598 1,56 30_10b EUCL PARA 0,0554 FAIL

6,47 10,97

UEPP VENC 0,0058 9,91 UEPP TUPA 0,0118 9,72 31_10

UEPP ADAM 0.0362 8,26

6,78 7,28

UEPP ADAM 0.0479 8,47 UEPP TUPA 0.0257 6,7 01_11

UEPP TAQU 0,0174 9,62

6,67 7,63

UEPP ARAC 0,0286 2,32 05_-11 UEPP SUDM 0,0885 1,09

8,21 12,51

UEPP ANDA 0,0400 7,11 06_11

UEPP SUDM 0,0437 5,12 8,71 9,37

UEPP PANO 0,0215 3,82 UEPP PAGU 0,0097 3,15

08_11

UEPP IEPE 0,0487 2,99

7,9 9,26

UEPP PANO 0,0128 8,29 UEPP PAGU 0,0130 8,27 09_11

UEPP IEPE 0,0055 6,62

6,44 6,66

RIBP ARAR 0,0135 FAIL RIBP VICO 0,0182 FAIL 07_01

RIBP BARR 0,0293 3,89

8,03 8,43

RIBP ARAR 0,0480 2,14 RIBP VICO 0,2530 1,25 08_01

RIBP BARR 0,0562 5,17

7,26 14,59

RIOC ARAR 0,0678 7,73 09_01a RIOC BOTU 0,0705 9,3

7,33 9,3

BOTU RIOC 0,0101 FAIL 09_01b

BOTU BARU 0,0369 4,47 9,4 9,87

BARU ALVI 0,0070 5,34 10_01

BARU IARA 0,0156 4,9 6,68 7,64

TUPA ALVI 0,0252 3,6 11_01

TUPA BARU 0,0409 2,5 8,11 9,24

SAOP SORO 0,0467 2,85 SAOP PIND 0,0179 3,71 15_01 SAOP RIOD 0,0875 1,53

7,96 9,75

BUNA UBAT 0,0282 9,73 16_01a

BUNA PIND 0,0176 9,53 7,8 8,26

UBAT BUNA 0,0131 6,37 UBAT CUNA 0,0066 5,97 16_01b

UBAT RIOD 0,0142 FAIL

7,27 7,96

BANA UBAT 0,0501 5,02 BANA RIOD 0,0813 2,67 17_01a BANA CUNA 0,0199 3,76

7,78 8,65

Page 100: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

100

Tabela 7.4 (continuação)

Sessão Linha de base Discrepância

(m) Ratio

0σ (mm)

BANA UBAT 0,0255 3,8 BANA CUNA 0,0145 4,93 17_01b

BANA RIOD 0,0416 6,23

7,54 8,67

PERU SAOP 0,0445 5,81 PERU SORO 0,0366 6,9 30_01 PERU PARA 0,0200 8,85

7,19 8,11

MIRA PERU 0,0134 5,06 MIRA REGI 0,0487 6,22 31_01 MIRA PARA 0,0230 1,77

7,33 9,93

PARI MIRA 0,0347 7,85 PARI REGI 0,0074 9,76 01_02

PARI PARA 0,0315 4,06

7,04 7,68

PARI IPOR 0,0359 4,38 PARI REGI 0,0109 4,89 02_02 PARI PARA 0,0218 5,61

8,43 9,27

IPOR TAQT 0,0255 5,22 03_02

IPOR PARA 0,0206 7,26 7,01 8,27

TAQT IARA 0,0205 8,64 04_02

TAQT PARA 0,0098 9,96 6,61 6,95

CAPB TAQT 0,0271 5,09 CAPB IARA 0,0137 7,43 20_02a CAPB PARA 0,0444 5,36

7,35 7,81

CAPB TAQT 0,0385 1,78 CAPB IARA 0,0384 3,37 20_02b CAPB PARA -0,0151 2,4

6,59 13,73

CUNA UBAT 0,0265 8,64 27_02

CUNA BANA 0,0363 9,05 8,39 8,78

BANA UBAT 0,0357 4,21 BANA CUNA 0,0192 7,75 28_02

BANA RIOD 0,0342 7,37

6,47 8,74

Os dados apresentados na Tabela 7.4 mostram que há uma proporção inversa entre

o ratio e o sigma a posteriori para a solução fixa. Quando o ratio é baixo, próximo de 1, o

sigma a posteriori da sessão tende a ser maior. Quando se analisa o relatório do

processamento de uma sessão com ratio baixo, observa-se que, na maioria das vezes, a

solução para a ambigüidade não é confiável. Para exemplificar essa situação, as Tabela 7.5 e

7.6 são bons exemplos.

Na sessão 08_01, da Tabela 7.5, mostra-se uma solução, a princípio, inconsistente.

Pode-se observar, por exemplo, que para o satélite PRN 3, a ambigüidade real foi estimada

em 2,674 ciclos, com desvio-padrão de 0,011 ciclos; à ambigüidade fixada como inteira foi

atribuído o valor 2. Observe -se também o PRN 22, onde a ambigüidade real foi estimada em

Page 101: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

101

1,724, com desvio-padrão de 0,016; a ambigüidade inteira foi fixada em 1 ciclo. Ainda mais

inconsistente é a solução da ambigüidade para os PRN 26 e 31, com valores de ambigüidade

real e desvio -padrão estimados em 1,806 ± 0,045 e 1,188 ± 0,021, respectivamente, para os

quais foram estimadas ambigüidades inteiras iguais a 3 e 0, respectivamente.

Tabela 7.5 – Solução da ambigüidade para a linha de base RIBP- VICO, na sessão 08_01

Nº Linha de

base PRN

Ambigüidade

Float σamb

Ambigüidade

Fixa

15 RIBP-VICO 3 2,674* 0,011 2* 16 RIBP-VICO 6 3,462 0,019 4 17 RIBP-VICO 14 2,887 0,01 3 18 RIBP-VICO 15 2,464 0,009 3 19 RIBP-VICO 17 1,793 0,013 2 20 RIBP-VICO 18 2,341 0,01 2 21 RIBP-VICO 21 0 0 0 22 RIBP-VICO 22 1,724* 0,016 1* 23 RIBP-VICO 23 0 0 0 24 RIBP-VICO 25 -0,147 0,02 0 25 RIBP-VICO 26 1,806** 0,045 3** 26 RIBP-VICO 29 2,799 0,01 3 27 RIBP-VICO 30 3,511 0,02 4 28 RIBP-VICO 31 1,188** 0,021 0**

Já a sessão 01_11, na Tabela 7.6, ilustra uma solução excelente para fixação da

ambigüidade. Observe, por exemplo, que para o PRN 3, a ambigüidade real foi estimada em –

1,996 ± 0,016; a correspondente ambigüidade fixada como inteira foi de –2, o que parece

razoável. Situação similar ocorre para as demais ambigüidades.

Com base neste tipo de análise, chegou-se à conclusão das seguintes estratégias de

processamento: para as sessões com linhas de base cujo ratio é menor que um, analisar a

consistência da solução e, se for inconsistente, re-processar a sessão sem aquela linha de base.

Isso deve garantir uma solução de sessão consistente. A linha de base com problema é

processada no modo float e inserida na solução da rede. É preferível perder a correlação dessa

linha de base com as demais a inserir no ajustamento uma solução inconsistente.

Page 102: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

102

Tabela 7.6 – Solução da ambigüidade para a linha de base UEPP-TAQU, na sessão 01_11

Nº Estação PRN

Ambigüidade

Float σamb Ambigüidade

Fixa

49 TAQU 3 -1,996 0,016 -2 50 TAQU 5 1,005 0,006 1 51 TAQU 6 4,014 0,005 4 52 TAQU 9 -0,016 0,01 0 53 TAQU 10 2,863 0,009 3 54 TAQU 14 0 0 0 55 TAQU 15 0,053 0,005 0 56 TAQU 17 3,053 0,004 3 57 TAQU 18 0 0 0 58 TAQU 21 0 0 0 59 TAQU 22 -1,864 0,01 -2 60 TAQU 23 0 0 0 61 TAQU 24 0 0 0 62 TAQU 25 -0,972 0,012 -1 63 TAQU 26 0 0 0 64 TAQU 30 -1,983 0,004 -2

As sessões que foram re-processadas pela estratégia citada foram:

• Sessão 08_01 – a estação Vico foi retirada da sessão e a linha de base

Ribp-Vico foi processada isoladamente e inserida na

solução da rede;

• Sessão 15_01 – a estação Riod foi retirada da sessão e a linha de base

Saop-Riod foi processada isoladamente e inserida na

solução da rede;

• Sessão 20_02b - a estação Taqt foi retirada da sessão, porém, com a

saída dessa estação, as outras estações da sessão

também não fixaram a ambigüidade, o que levou à

decisão de adotar a solução float completa dessa

sessão no ajustamento;

• Sessão 31_10 – a estação Para foi retirada da sessão e a linha de base

Mira-Para foi processada isoladamente e inserida na

solução da rede;

Page 103: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

103

A nova solução para essas sessões pode ser observada na Tabela 7.7.

Tabela 7.7 – Comparação entre as soluções de ambigüidade fixa e float para sessões re-processadas

0σ (mm) Sessão Linha de base Discrepância (m) Ratio

float fixa

MIRA PERU 0,0282 5,71 MIRA REGI 0,0327 7,51

8,3 31_01 (b)

MIRA PARA 0,0110 float

7,33 6,15

SAOP SORO 0,0454 3,11 SAOP PIND 0,0281 3,52

9,75 15_01 (b)

SAOP RIOD 0,0386 float

7,96 8,07

RIBP ARAR 0,0242 6,7 RIBP BARR 0,0293 8,97

7,9 08_01 (b)

RIBP VICO 0,0085 float

7,26 5,82

Neste novo ajustamento, o 0σ ficou um pouco maior que na solução float. Isso já

era esperado, pois quando a ambigüidade real estimada é fixada, o resíduo gerado neste

processo influencia toda a solução.

Uma vez que foi realizada a detecção de erros através da análise da tripla

diferença dos resíduos e do 0σ para as linhas de base independentes, tanto no pré -

processamento, quanto no processamento das sessões, tendo sido devidamente eliminadas

todas as observações contendo erros, esta é a solução final do ajustamento das sessões

observadas da Rede ITESP. Ao final de toda a análise, chegou-se a uma solução mista para o

ajustamento da rede, da qual participaram soluções fixas e float. Desta forma, o próximo

passo é o ajustamento final da rede.

7.3 Ajustamento Final

Até aqui, cada ajustamento preliminar da rede vinha sendo realizado com apenas

quatro injunções, que são as estações da RBMC. As estações da Rede São Paulo não foram

injuncionadas para que se possa fazer um último controle da acurácia da Rede ITESP. As

coordenadas das duas realizações (IBGE x ITESP) foram comparadas, gerando a Tabela 7.8.

Page 104: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

104

Os desvios -padrão apresentados na Tabela 7.8 referem-se à propagação da imprecisão das

componentes testadas, ou seja, 22ITESPIBGE σσσ += .

Tabela 7.8 – Discrepâncias entre as coordenadas da Rede ITESP e da Rede São Paulo (m) Estação ϕIBGE-ϕITESP σϕ λIBGE-λITESP σλ hIBGE-hITESP σh Discrep, total σT otal

Taqu -0,0186 0,0226 0,0337 0,0663 0,1005 0,0604 0,1076 0,0925

Pano -0,0104 0,0254 0,0164 0,0589 0,0675 0,0514 0,0702 0,0822 Buna -0,0003 0,0275 0,0090 0,0615 0,0843 0,0638 0,0848 0,0928 Botu 0,0148 0,0202 0,0057 0,0464 0,0539 0,0469 0,0562 0,0690 Regi 0,0296 0,0263 0,0045 0,0615 -0,0192 0,0583 0,0356 0,0888 Saop 0,0037 0,0201 0,0108 0,0540 0,0566 0,0475 0,0577 0,0747

Através da Tabela 7.8, pode-se observar que algumas componentes dos pontos de

controle apresentam-se com discrepâncias um pouco acima do respectivo desvio-padrão (em

negrito). Dos seis vértices reocupados da Rede São Paulo, cinco apresentam valores altos de

discrepância em altitude, porém, na resultante, apenas a estação Taqu apresenta discrepância

maior que o desvio-padrão. Cabe ressaltar que, além de se dispor de uma amostra pequena, os

desvios -padrão das coordenadas são valores estatísticos, com 68% de probabilidade de acerto.

Desta forma, rejeitar todo um trabalho realizado com rigor, baseando-se apenas na análise

destes seis vértices, seria insensato, mesmo porque não há garantias de que o problema esteja

nas novas coordenadas determinadas. Assim, para não comprometer a qualidade do trabalho,

as estações da Rede São Paulo não participaram do ajustamento final como estações fiduciais,

apenas as estações da RBMC foram mantidas como tais.

O ajustamento final foi realizado em duas etapas. Um primeiro ajustamento foi

realizado com as coordenadas dos vértices fiduciais referenciadas ao WGS 84, e, num

segundo momento, referenciadas ao SAD 69. Desta forma não foi necessário passar pelos

parâmetros oficias de transformação, que consideram apenas a translação, e são aproximados

no centímetro.

As coordenadas finais dos vértices da Rede GPS ITESP e seus respectivos

desvios -padrão, referenciados ao WGS 84, são apresentados na Tabela 7.9. A monografia dos

Page 105: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

105

marcos, apresentada no Apêndice A, mostra as coordenadas geográficas e plano-retangulares

de cada estação e marco de azimute, tanto em WGS 84, quanto em SAD 69, bem como a

descrição e localização dos mesmos.

Tabela 7.9 – Coordenadas Finais Ajustadas da Rede GPS ITESP – Datum WGS 84

Vértice Latitude (ϕ)

(º ‘ “ ) σϕ

(m) Longitude (λ)

(º ‘ “ ) σλ (m)

Altitude (h) (m)

σh (m)

ANDA -20 50 36,80694 0,036 -51 21 30,62860 0,023 391,7322 0,061 ARAC -21 14 57,17565 0,027 -50 25 13,00797 0,057 384,3566 0,064 SUDM -20 41 20,81766 0,039 -50 55 44,57884 0,026 379,5733 0,060 ADAM -21 39 57,76037 0,014 -51 04 41,70258 0,021 432,7493 0,036 TUPA -21 56 20,70159 0,013 -50 31 51,01323 0,022 519,4129 0,035 VENC -21 53 10,12882 0,013 -51 52 28,93327 0,023 448,8336 0,035 EUCL -22 33 23,62388 0,013 -52 35 45,55348 0,027 296,6538 0,034 IEPE -22 39 06,89891 0,017 -51 03 31,35649 0,023 462,8537 0,038

PAGU -22 26 03,10216 0,015 -50 35 38,92526 0,027 507,2192 0,039 ALVI -22 26 34,24589 0,014 -49 46 01,12693 0,022 656,3995 0,047 BARU -22 20 48,41002 0,014 -49 01 53,57836 0,022 594,3565 0,042 IARA -22 52 16,18030 0,015 -49 09 46,02146 0,021 628,0213 0,034 RIOC -22 23 32,32658 0,017 -47 32 45,57566 0,046 620,4584 0,059 ARAR -21 48 55,43362 0,023 -48 11 48,90238 0,032 628,6328 0,049 BARR -20 34 59,33739 0,024 -48 35 50,84303 0,034 568,9202 0,052 RIBP -21 12 08,39923 0,023 -47 52 04,65216 0,031 617,671 0,045 SORO -23 28 39,35081 0,017 -47 25 30,92838 0,024 620,7712 0,044 PIND -22 58 07,45096 0,020 -45 27 09,24402 0,032 562,0473 0,049 CUNA -23 04 32,37892 0,020 -44 57 42,53657 0,029 915,0676 0,047 UBAT -23 24 59,88106 0,022 -45 06 51,19714 0,030 14,1424 0,044 BANA -22 41 06,19798 0,020 -44 19 48,81848 0,027 475,7567 0,046 PARI -24 38 55,38844 0,014 -47 48 45,96454 0,023 13,0363 0,040 MIRA -24 16 47,52469 0,015 -47 27 03,51875 0,023 56,2327 0,037 PERU -24 19 28,85865 0,015 -47 00 29,87597 0,024 -0,6578 0,039 IPOR -24 35 01,77710 0,014 -48 35 38,95723 0,022 114,3429 0,039 CAPB -24 01 49,00346 0,014 -48 21 38,10992 0,022 704,1883 0,037 TAQT -23 32 11,72477 0,014 -49 14 47,11153 0,021 610,7088 0,033

7.4 Análise da Acurácia

Um dos objetivos da realização da rede ITESP é a integração dessa rede ao SBG.

Conforme já visto anteriormente, o IBGE exige acurácia igual ou melhor a 1 ppm por linha de

base dos vértices que compõem o SGB. Cabe, então, uma análise, para verificar se a Rede

Page 106: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

106

GPS ITESP atende à acurácia exigida pelo IBGE. Para tanto, efetuou-se a propagação de

covariâncias de cada estação com relação a um conjunto de linhas de base mais próximas,

pois se uma estação atende à acurácia para uma linha de base curta, supõe-se que também

atenderá para uma linha de base mais longa, uma vez que quanto menor a linha de base, mais

rigoroso torna -se valor de 1 ppm. A Figura 7.6 apresenta a distribuição das linhas de base

consideradas para a realização desta análise.

Figura 7.6 – Linhas de base selecionadas para aná lise da acurácia

A Tabela 7.10 mostra o estudo realizado para a verificação da acurácia das linhas

de base.

Pela Tabela 7.10 pode-se calcular a acurácia média obtida, que é de 35 mm. A

última coluna da referida tabela mostra a acurácia obtida, em ppm. Nota-se que os resultados

obtidos estão, em média, na faixa de 46% aquém do mínimo exigido pelo IBGE. À exceção

da linha de base Sudm-Anda, que extrapola o limite estabelecido de 1 ppm em 15%, todas as

demais linhas de base atendem a essa exigência, inclusive outras linhas de base contendo

essas duas estações.

Page 107: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

107

Tabela 7.10 – Acurácia relativa das linhas de base da Rede GPS ITESP

Linha de base Distância

(km) 1 ppm Acurácia obtida

(m) Acurácia obtida

(ppm) UEPP EUCL 131,5 0,131 0,030 0,23 UEPP VENC 54,6 0,055 0,028 0,51 EUCL VENC 105,8 0,106 0,030 0,28 VENC ADAM 85,9 0,086 0,033 0,38 VENC PANO 55,9 0,056 0,021 0,38 UEPP TUPA 92,8 0,093 0,029 0,31 ADAM ARAC 82,3 0,082 0,057 0,69 TUPA ADAM 64,2 0,064 0,031 0,48 ANDA ARAC 107,4 0,107 0,064 0,60 ANDA SUDM 47,9 0,048 0,055 1,15

SUDM ARAC 81,5 0,081 0,057 0,70 SUDM ADAM 109,3 0,109 0,042 0,38 PAGU IEPE 53,5 0,054 0,035 0,65 UEPP IEPE 69,1 0,069 0,025 0,36 PAGU TUPA 55,2 0,055 0,023 0,42 IARA ALVI 78,1 0,078 0,034 0,44 IARA BARU 59,6 0,06 0,025 0,42 TAQT IARA 74,2 0,074 0,023 0,31 TAQT BOTU 116,6 0,117 0,027 0,23 RIOC ARAR 92,7 0,093 0,043 0,46 ARAR BARU 104,3 0,104 0,037 0,35 BARR ARAC 203,5 0,203 0,064 0,31 RIBP BARR 102,3 0,102 0,043 0,42 RIOC RIBP 135,9 0,136 0,035 0,26 ARAR RIBP 76,0 0,076 0,037 0,49 CAPB IPOR 65,7 0,066 0,025 0,38 PIND UBAT 60,5 0,061 0,030 0,50 PIND BUNA 51,1 0,051 0,026 0,51 CUNA PIND 51,7 0,052 0,039 0,75 CUNA BANA 77,9 0,078 0,038 0,49 CUNA UBAT 40,9 0,041 0,029 0,71 BANA PIND 119,4 0,119 0,039 0,33 MIRA PERU 45,2 0,045 0,031 0,69 PERU REGI 79,7 0,08 0,029 0,36 PARI REGI 23,1 0,023 0,020 0,87 PARI MIRA 54,9 0,055 0,026 0,47 REGI MIRA 38,2 0,038 0,026 0,68 PARI IPOR 79,4 0,079 0,033 0,42 BARU BOTU 80,2 0,08 0,032 0,40 ALVI PAGU 226,5 0,226 0,036 0,16 ALVI BARU 76,5 0,077 0,039 0,51 SORO SAOP 71,3 0,071 0,030 0,42 SORO TAQT 186,1 0,186 0,032 0,17 SORO CAPB 113,3 0,113 0,031 0,27

Page 108: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

108

A Figura 7.7 ilustra a relação entre a acurácia requerida de 1 ppm e os resultados

obtidos no ajustamento da rede.

0 5 0 100 150 200 250

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25 Acurácia requerida de 1 ppm Acurácia obtida no ajustamento

Acu

ráci

a em

ppm

Extensão da l inha de base (km)

Figura 7.7 – Relação entre a acurácia de 1 ppm e a acurácia obtida para a Rede.

Através dos dados apresentados, conclui-se que, em geral, a Rede GPS atende à

exigência especificada pelo IBGE, de 1 ppm. Quanto à linha de base Sudm-Anda, para que

essas estações sejam consideradas aceitáveis no padrão de acurácia exigido, novas

observações devem ser realizadas e incluídas num novo ajustamento geral, ou esses vértices

serão retirados da rede. A decisão final será tomada após discussão com o IBGE, uma vez

que para as demais combinações testadas, os resultados são satisfatórios. Para a conclusão

deste trabalho, considera-se os resultados finais apresentados na Tabela 7.9.

7.5 Marcos de azimute

De posse das coordenadas finais da rede, é possível, agora, determinar as

coordenadas dos marcos de azimute. Para processar os dados dos marcos de azimute, foi

utilizado o software GPSurvey, da Trimble. Por se tratar de linhas de base menores, e de

observações não correlacionadas, o processamento torna-se mais simples, sendo perfeitamente

atendido por um software comercial.

Page 109: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

109

Os resultados obtidos para as coordenadas dos marcos de azimute são

apresentados na tabela 7.11, onde a precisão de cada coordenada foi obtida pela propagação

da covariância da sua respectiva estação base. Porém , em função dos baixos valores de

dispersão do vetor que determinou tais coordenadas, o desvio-padrão dos marcos de azimute é

praticamente igual ao desvio-padrão do vértice correspondente.

Tabela 7.11 – Coordenadas dos marcos de azimute - Datum WGS 84

Vértice Latitude (ϕ)

(º ‘ “ ) σϕ

(m) Longitude (λ)

(º ‘ “ ) σλ (m)

Altitude (h) (m)

σh (m)

ANDA -20 50 30,49403 0,036 -51 21 11,00147 0,023 386,674 0,061

ARAC -21 15 05,70301 0,027 -50 25 07,01710 0,057 383,773 0,064

ADAM -21 40 02,23594 0,014 -51 04 37,85791 0,021 444,065 0,036

TUPA -21 56 24,50536 0,013 -50 31 59,34985 0,022 509,153 0,035

VENC -21 53 09,27296 0,013 -51 52 22,58235 0,023 444,950 0,035

EUCL -22 33 24,66372 0,013 -52 35 43,64505 0,027 292,030 0,034

IEPE -22 39 07,17583 0,017 -51 03 22,49960 0,023 462,197 0,038

PAGU -22 25 53,42959 0,015 -50 35 47,02594 0,027 503,538 0,039

ALVI -22 26 37,08049 0,014 -49 46 00,96491 0,022 653,879 0,047

BARU -22 20 43,99067 0,014 -49 01 52,99209 0,022 592,240 0,042

IARA -22 52 20,14340 0,015 -49 09 50,47545 0,021 629,226 0,034

RIOC -22 23 38,83092 0,017 -47 32 49,15196 0,046 620,917 0,059

ARAR -21 48 55,39098 0,023 -48 11 43,60457 0,032 627,071 0,049

BARR -20 34 55,00005 0,024 -48 35 41,45742 0,034 566,018 0,052

RIBP -21 11 41,24471 0,023 -47 51 38,54530 0,031 609,455 0,045

SORO -23 28 38,06884 0,017 -47 25 22,60691 0,024 620,893 0,044

PIND -22 58 13,01350 0,020 -45 27 06,28347 0,032 567,826 0,049

CUNA -23 04 33,62748 0,020 -44 57 38,54870 0,029 940,261 0,047

UBAT -23 24 55,87435 0,022 -45 06 52,27957 0,030 12,870 0,044

BANA -22 41 03,69778 0,020 -44 19 52,32452 0,027 459,954 0,046

PARI -24 39 01,01499 0,014 -47 48 42,05154 0,023 12,772 0,040

MIRA -24 16 43,41680 0,015 -47 27 06,63302 0,023 30,451 0,037

PERU -24 19 35,88588 0,015 -47 00 31,65985 0,024 -0,322 0,039

IPOR -24 35 11,64367 0,014 -48 35 24,64491 0,022 88,473 0,039

CAPB -24 01 49,62175 0,014 -48 21 32,11571 0,022 705,222 0,037

TAQT -23 32 05,21671 0,014 -49 14 51,74753 0,021 609,238 0,033

A estação de Sud Menucci não apresenta coordenadas para o marco de azimute em função do mesmo ter sido destruído por um trator de cortar grama antes mesmo de ter sido rastreado.

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110

8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Durante a realização da rede, no processamento dos dados, alguns testes foram

realizados e alguns aspectos do processamento foram destacados. Apoiadas na bibliografia

consultada e com base nos resultados obtidos, algumas conclusões e recomendações são

apresentadas:

Na densificação de redes geodésicas, durante o ajustamento da nova

rede, é essencial o uso de estações fiduciais, ou seja, informar a precisão das

coordenadas de referência, pois a precisão dos novos vértices deve garantir a sua

“linhagem”; mesmo que os novos vértices sejam obtidos com métodos que

garantam precisão superior à dos pontos de referência, eles jamais serão mais

precisos que aqueles dos quais se originaram.

No que diz respeito à aplicação do modelo de marés terrestres no

processamento dos dados, pode-se desprezar esse tipo correção quando se trata

de linhas de base menores que 200 km, onde se requer precisão centimétrica.

No ajustamento da rede, quando, apesar de o teste individual das

observações ser satisfatório, o teste geral do ajustamento indica problemas, ou

seja, 0σ é estatisticamente incompatível com 0σ , uma causa provável é que a

MVC das observações não esteja correta, provavelmente com valores muito

abaixo dos valores reais. A solução é recalcular a LbΣ , o que é feito através da

multiplicação desta por 20

σ . Porém, como as estações fiduciais são pseudo

observações, cuidado deve ser tomado para que os elementos de LbΣ que dizem

respeito aos pontos de referência não sejam recalculados também, pois eles não

são “observações reais”.

No que se refere à solução da ambigüidade, pôde-se perceber que

muitas vezes a solução apresentada pelo software pode não ser consistente.

Através do GAS foi possível fazer uma análise detalhada da solução da

Page 111: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

111

ambigüidade. Entretanto, para o processamento em softwares comerciais, em

que isso não é possível, uma forma de evitar o problema de solução

inconsistente é especificar que o ratio seja igual ou maior a 3, pelo menos. O

cálculo do ratio tem variações sutis de um software para outro, mas em todos

eles, é um bom indicador da qualidade da solução da ambigüidade.

Através dos testes realizados para verificar se a acurácia da Rede GPS

ITESP atende à exigência de 1 ppm do IBGE para cada linha de base, mostrados

na Tabela 7.10 e na Figura 7.7, pode-se concluir que a Rede GPS ITESP atende,

com exceção aos vértices sudm e anda, cuja linha de base apresentou acurácia de

1,15 ppm. Com isso, pretende-se encaminhar os dados ao IBGE, para que sejam

oficialmente integrados ao SGB.

Os marcos de azimute, associados a cada pilar da Rede GPS ITESP,

serão de fundamental importância para os trabalhos topográficos que necessitem

de georreferenciamento, como prevê a Lei 10.267/2001, que exige o

georreferenciamento dos imóveis que forem a registro imobiliário.

A monumentação dos marcos de uma rede geodésica é uma etapa

árdua e deve ser feita de forma a garantir a integridade dos vértices pelo maior

tempo possível. Recomenda-se que, sempre que possível, sejam utilizados

pilares de concreto armado, preferencialmente construídos no local, pois, de

acordo com a experiência, o marco pré-fabricado depende de transporte

posterior para os locais onde serão implantados, e devido ao seu peso elevado

(400 kg, aproximadamente), isto pode se tornar bastante difícil por envolver

mão de obra e equipamentos adicionais.

Page 112: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

112

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116

ANEXO A

MODELOS DE PILARES PRÉ -FABRICADOS

PARA REDES GEODÉSICAS

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1

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1

APÊNDICE A

MONOGRAFIA DOS VÉRTICES DA REDE GPS ITESP

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2

São apresentadas, a seguir, as monografias de cada estação da Rede GPS ITESP,

contendo coordenadas geográficas e plano retangulares no datum SAD 69 e no datum WGS

84. As monografias contemplam também o marco de azimute associado a cada estação.

SIGLA MUNICÍPIO PÁGINA Adam Adamantina 120 Alvi Alvinlândia 121 Anda Andradina 122 Arac Araçatuba 123 Arar Araraquara 124 Bana Bananal 125 Barr Barretos 126 Baru Bauru 127 Capb Capão Bonito 128 Cuna Cunha 129 Eucl Euclides da Cunha Paulista 130 Iara Iaras 131 Iepe Iepê 132 Ipor Iporanga 133 Mira Miracatu 134 Pagu Paraguaçu Paulista 135 Pari Pariquera-Açu 136 Peru Peruíbe 137 Pind Pindamonhangaba 138 Ribp Ribeirão Preto 139 Rioc Rio Claro 140 Soro Sorocaba 141 Sudm Sud Menucci 142 Taqt Taquarituba 143 Tupa Tupã 144 Ubat Ubatuba 145 Venc Presidente Venceslau 146

Juliano
Note
Anexo a este documento existe um arquivo em formato ZIP contendo as monografias das estações da Rede GPS ITESP, cujas coordenadas geodésicas foram obtidas durante o desenvolvimento da referida dissertação de mestrado. As coordenadas geodésicas oficiais da Rede GPS ITESP (homologadas pelo IBGE) encontram-se disponíveis em http://www.itesp.sp.gov.br/br/info/servicos/redegps.aspx.
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)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�

Código do Ponto: 93505 Nome do Ponto: PARAGUAÇU PAULISTA Município: Paraguaçu Paulista/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

3DJX j = 22º 26’ 01,389580"S � 0,0105 m l = 50º 35’ 37,216260"W � 0,0274 m h = 512,0085 m

j = 22º 26’ 03,10186”S l = 50º 35’ 38,92595”W h = 507,2637 m

N = 7519099,965 m E = 541813,272 m

N = 7519056,020 m E = 541764,107 m

Localização: Fazenda Modelo da ESAPP: Seguindo pela SP 425, sentido Paraguaçu Paulista, a 300 metros do cruzamento com a SP 284, entrar à esquerda na Fazenda Modelo (ESAPP). O pilar localiza-se próximo à Estação Meteorológica. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93506 Nome do Ponto: PARIQUERA-AÇU Município: Pariquera-Açu/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

3DUL j = 24º 38’ 53,612400"S � 0,0128 m l = 47º 48’ 44,308490"W � 0,0335 m h = 17,9559 m

j = 24º 38’ 55,38818”S l = 47º 48’ 45,96606”W h = 13,1592 m

N = 7271078,191 m E = 215332,073 m

N = 7271032,011 m E = 215287,592 m

Localização: Partindo de Pariquera-Açu do cruzamento da Av. Dr. Carlos Botelho com a Rua dos Expedicionários, seguir por essa até a Estrada do Bom Retiro Nessa, seguir por 2 Km e entrar à esquerda na Estrada do Braço Preto. Pela Estrada do Braço Preto (de cascalho e sinuosa) seguir 6 Km (bifurcação, placa indicando Parque 8,5 Km) entrar à esquerda e seguir 5,4 Km (placa indicando Parque 3 Km) deixar essa estrada, entrar à direita e seguir 2,3 Km (bifurcação, placa indicando Parque 1 Km) entrar à direita, seguir até o portão de entrada, daí mais 300 m chega-se a sede, mais 100 m ao pilar. Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8” , e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´���9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�

Código do Ponto: 93507 Nome do Ponto: PERUIBE Município: Peruíbe/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

3HUX j = 24º 19’ 27,078820" S � 0,0128 m l = 47º 00’ 28,248210" W �0,0335 m h = 5,2037 m

j = 24º 19’ 28,85840”S l = 47º 00’ 29,87741”W h = -0,4936 m

N = 7308400,421 m E = 296266,121 m

N = 7308354,310 m E = 296221,717 m

Localização: Entrar na cidade e seguir para a Rua Régis M. M. Silva, seguir por essa via até o cruzamento com a Rua José Veneza Monteiro (entrada do estádio). Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica)

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 123: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93508 Nome do Ponto: PINDAMONHANGABA Município: Pindamonhangaba/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

SLQG j = 22º 58’ 05,678100"S � 0,0366 m l = 45º 27’ 07,679250"W � 0,0378 m h = 570,2161 m

j = 22º 58’ 07,45155”S l = 45º 27’ 09,24451”W h = 562,0993 m

N = 7459915,482 m E = 453653,370 m

N = 7459869,588 m E = 453609,136 m

Localização: Trafegando na Via Dutra (sentido São Paulo-Rio de Janeiro) no Km 97 + 600,00 metros, cruzar a mesma pela passagem subterrânea e seguir +/- 1 Km até a sede. Olhando à esquerda +/- 200,00 metros ao lado da Estação Meteorológica encontra-se o pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 124: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93516 Nome do Ponto: PRESIDENTE VENCESLAU Município: Presidente Venceslau/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

9HQF j = 21º 53’ 08,437890"S � 0,0103 m l = 51º 52’ 27,195470"W � 0,0269 m h = 453,1152 m

j = 21 53 10,12851”S l = 51 52 28,93382”W h = 448,8923 m

N = 7579561,684 m E = 409687,152 m

N = 7579517,778 m E = 409637,887 m

Localização: Pela Rodovia Raposo Tavares Km 622 + 1.600,00 metros (ao lado da Penitenciária de Presidente Venceslau), chega-se ao Horto Florestal. O pilar está localizado próximo à entrada. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 125: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93509 Nome do Ponto: RIBEIRÃO PRETO Município: Ribeirão Preto/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

5LES j = 21º 12’ 06,679280"S � 0,0113 m l = 47º 52’ 03,035670"W � 0,0270 m h = 625,6970 m

j = 21º 12’ 08,39939”S l = 47 52 04,65328”W h = 617,7062 m

N = 7652808,309 m E = 202292,138 m

N = 7652762,640 m E = 202247,495 m

Localização: O pilar localiza-se no Núcleo de Agronomia da Alta Mogiana, próximo à cerca de divisa com o Anel Viário, Km 321, à direita de quem entra no Núcleo. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 126: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93510 Nome do Ponto: RIO CLARO Município: Rio Claro/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

5LRF j = 22º 23’ 30,583860"S � 0,0106 m l = 47º 32’ 43,956220"W � 0,0274 m h = 627,6870 m

j = 22º 23’ 32,32687”S l = 47º32’45,57777”W h = 620,5597 m

N = 7521574,648 m E = 237912,223 m

N = 7521528,794 m E = 237867,682 m

Localização: O pilar localiza-se no campus da UNESP-Bela Vista, próximo à Estação Meteorológica do CEAPLA. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica)

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 127: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93511 Nome do Ponto: SOROCABA Município: Sorocaba/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

6RUR j = 23º 28’ 37,588950"S �0,0130 m l = 47º 25’ 29,298730"W � 0,0335 m h = 627,1510 m

j = 23º 28’ 39,35066”S l = 47º 25’ 30,92966”W h = 620,9550 m

N = 7401565,272 m E = 252332,498 m

N = 7401519,263 m E = 252288,018 m

Localização: Pela Rodovia Castelo Branco SP 280 até o Km 79 – SP 075 José Ermírio de Morais segue-se até Avenida Reinaldo Carlos Mendes, entrar na Avenida Adolfo Dafimer + 200,00 metros. O pilar localiza-se no paço municipal. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93512 Nome do Ponto: SUD MENUCCI Município: Sud-Menucci/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

6XGP j = 20º 41’ 19,135480" S � 0,0122 m l = 50º 55’ 42,880800" W � 0,0273 m h = 385,6795 m

j = 20º 41’ 20,81753”S l = 50º 55’ 44,57941”W h = 379,6111 m

N = 7712300,293 m E = 507438,116 m

N = 7712256,506 m E = 507388,928 m

Localização: Entrando em Sud Menucci pela Avenida São Paulo, que passa a ser Antonio Gatti ao cruzar com a Avenida Pioneiros adentra essa à direita e seguindo por +/- 700,00 metros encontra-se o recinto de exposições. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 129: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93513 Nome do Ponto: TAQUARITUBA Município: Taquarituba/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

7DTW j = 23º 32’ 09,981290" S � 0,0117 m l = 49º 14’ 45,427680"W � 0,0333 m h = 615,6225 m

j = 23º 32’ 11,72452”S l = 49º 14’ 47,11280”W h = 610,8534 m

N = 7396027,720 m E = 679059,600 m

N = 7395983,680 m E = 679010,502 m

Localização: O pilar localiza-se ao final da Avenida Cel. João Quintino, na praça do “Memorial Brasil 500 Anos”, atrás do monumento central (globo). Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 130: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93514 Nome do Ponto: TUPÃ Município: Tupã/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

7XSD j = 21º 56’ 18,995850"S � 0,0103 m l = 50º 31’ 49,311950"W � 0,0269 m h = 524,6911 m

j = 21 56 20,70129”S l = 50 31 51,01389”W h = 519,4420 m

N = 7573885,393 m E = 548497,586 m

N = 7573841,487 m E = 548448,429 m

Localização: O pilar localiza-se no Recinto de Exposições de Tupã, na área reservada ao parque de diversões, próximo à guia. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 131: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93515 Nome do Ponto: UBATUBA Município: Ubatuba/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

8EDW j = 23º 24’ 58,097130"S � 0,0365 m l = 45º 06’ 49,637190"W � 0,0369 m h = 22,1148 m

j = 23º 24’ 59,88164”S l = 45º 06’ 51,19737”W h = 14,1846 m

N = 7410399,117 m E = 488374,827 m

N = 7410353,155 m E = 488330,636 m

Localização: Seguindo pela Rodovia Osvaldo Cruz (SP 125) Km 89 + 300,00 metros, sentido Taubaté – Ubatuba lado direito, encontra-se a portaria do Instituto de Agronomia. O pilar fica localizado próximo à estação meteorológica. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 132: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91718 Nome do Ponto: ADAMANTINA Município: Adamantina/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

$GDP j = 21º 39’ 56,064210" S � 0,0105 m l = 51º 04’ 39,989140" W � 0,0269 m h = 437,8672 m

j = 21º 39’ 57,75986” S l = 51º 04’ 41,70305” W h = 432,8041 m

N = 7604178,336 m E = 491953,306 m

N = 7604134,455 m E = 491904,105 m

Localização: O Pilar está localizado no Campus da FAI, próximo ao trevo de acesso a Adamantina, beirando a Vicinal que liga Osvaldo Cruz a Dracena. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 133: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91750 Nome do Ponto: Alvinlândia Município: Alvinlândia/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1 &RRUG��3ODQR�UHWDQJXO���870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

$OYL�j = 22º 26’ 32,524740” S � 0,0105 m l = 49º 45’ 59,441500” W � 0,0271 m h = 661,8594 m

j = 22º 26’ 34,24581” S l = 49º 46’ 01,12795” W h = 656,4746 m

N = 7517677,558 m E = 626930,517 m

N = 7517633,603 m E = 626881,412 m

Localização: O pilar localiza-se na área da Prefeitura, próximo ao antigo matadouro municipal, à rua Iracema, quando inicia a estrada de terra. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 134: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�Código do Ponto: 91778 Nome do Ponto: ANDRADINA Município: Andradina/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

$QGD j = 20º 50’ 35,126480" S � 0,0129 m l = 51º 21’ 28,916790" W � 0,0277 m h = 397,3476 m

j = 20º50’36, 80668”S l = 51º21’30, 62889”W h = 391, 7644 m

N = 7695168,416 m E = 462751,047 m

N = 7695124,612 m E = 462701,818 m

Localização: Seguindo pela SP 300, sentido Mato Grosso do Sul na altura do Km 638 + 500 metros entrar na Rodovia Vicinal Menezião de Souza Pereira e seguir até o Km 6, até a estrada de acesso do Instituto de Zootecnia e seguir até a Estação Meteorológica. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 135: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91779 Nome do Ponto: ARAÇATUBA Município: Araçatuba/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

$UDF j = 21º 14’ 55,479520" S � 0,0118 m l = 50º 25’ 11,317380"W � 0,0276 m h = 390,3667 m

j = 21º 14’ 57,17544”S l = 50º 25’ 13,00824”W h = 384,4002 m

N = 7650204,163 m E = 560198,933 m

N = 7650160,318 m E = 560149,789 m

Localização: O pilar localiza-se no gramado do Campus de Odontologia da Unesp, a 62 m da cantina e atrás do campo de futebol. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 136: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91781 Nome do Ponto: ARARAQUARA Município: Araraquara/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

$UDU j = 21º 48’ 53,706940" S � 0,0107 m l = 48º 11’ 47,269660" W � 0,0266 m h = 635,8513 m

j = 21º 48’ 55,43403” S l = 48º 11’ 48,90365” W h = 628,6778 m

N = 7585013,809 m E = 789842,713 m

N = 7584969,860 m E = 789793,745 m

Localização: Na Rodovia Washington Luiz no Km 274, no sentido Matão – São Carlos, entra-se no acesso para SP 255, entrada para o Campus da UNESP, o pilar encontra-se próximo ao portão de entrada do campo de futebol. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 137: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91782 Nome do Ponto: BANANAL Município: Bananal/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

%DQD j = 22º 41’ 04,419190" S � 0,0365 m l = 44º 19’ 47,291580"W � 0,0367 m h = 485,0159 m

j = 22º 41’ 06,19867” S l = 44º 19’ 48,81899” W h = 475,8323 m

N = 7491234,612 m E = 568842,706 m

N = 7491188,758 m E = 568798,626 m

Localização: Chegando-se em Bananal pela Rodovia SP-068, ao terminar o asfalto, entrar à esquerda na Rua Sônia de Oliveira (Bairro Campão) seguir por essa até o final, em frente ao nº 60, encontra-se pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 138: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�

Código do Ponto: ����� Nome do Ponto: BARR Município: Barretos/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

%DUU j = 20º 34’ 57,634730”S � 0,0113 m l = 48º 35’ 49,212140"W � 0,0269 m h = 576,9271 m

j = 20º 34’ 59,33749”S l = 48º 35’ 50,84415”W h = 568,9261 m

N = 7722182,349 m E = 750484,728 m

N = 7722138,534 m E = 750435,773 m

Localização: Chegando em Barretos pela SP-326, no Km 421 (Viaduto Dionísio Pereira) seguir pela Rodovia Pedro Vicentini por 1,5 Km até o aeroporto. O pilar localiza-se próximo à estação de meteorologia do INPE. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8” , e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 139: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�

Código do Ponto: ����� Nome do Ponto: %$58 Município: Bauru/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

%DUX (pilar)

j = 22º 20’ 46,682600"S � 0,0105m l = 49 01 51,915120"W � 0,0270m h = 600,4859 m

j = 22º 20’ 48,40981”S l = 49º 01’ 53,57942”W h = 594,4433 m

N = 7527508,104 m E = 702764,979 m

N = 7527464,140 m E = 702715,928 m

Localização: Vindo pela Marechal Rondon, entra-se na SP 225 em direção à Jaú por 2 Km. Segue-se então pela Avenida Engenheiro Luis Edmundo C. Coube, até o anfiteatro Guilhermão, na portaria principal da UNESP. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8” , e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63�

Código do Ponto: 91931 Nome do Ponto: &DSmR�%RQLWR Município: Capão Bonito/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

&DSE (pilar)

j = 24º 01’ 47,243080" S � 0,0120 m l = 48º 21’ 36,445600" W � 0,0333 m h = 709,3128 m

j = 24º 01’ 49,00334”S l = 48º 21’ 38,11118”W h = 704,3369 m

N = 7339946,043 m E = 768507,709 m

N = 7339901,949 m E = 768458,640 m

Localização: Pela Rodovia Fausto Santo Mauro (SP 127), sentido Capão Bonito – Guapiara passando pelo Trevo Ribeirão Grande Km 229 + 600,00 metros, encontra-se o aeroporto onde está implan-tado o pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8” , e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 91933 Nome do Ponto: CUNHA Município: Cunha/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

&XQD j = 23º 04’ 30,599320"S � 0,0366 m l = 44º 57’ 40,985630"W � 0,0369 m h = 923,5252 m

j = 23º 04’ 32,37932”S l = 44º 57’ 42,53693”W h = 915,1606 m

N = 7448149,948 m E = 503955,155 m

N = 7448104,043 m E = 503910,990 m

Localização: Chegando-se em Cunha, seguir para o Terminal Rodoviário, na bifurcação com o Ginásio de Esportes, em frente à quadra de areia à direita encontra-se o pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93500 Nome do Ponto: EUCLIDES DA CUNHA PTA Município: Euclides da Cunha Pta./SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

(XFO j = 22 33 21,931080" S � 0,0106 m l = 52 35 43,788120" W � 0,0278 m h = 299,7458 m

j = 22º 33’ 23,62360”S l = 52º 35’ 45,55435”W h = 296,7167 m

N = 7504734,399 m E = 335945,626 m

N = 7504690,425 m E = 335896,319 m

Localização: O Pilar está localizado na Praça Municipal, em frente a igreja. Olhando da igreja para a praça a 40,00 metros e 15º à esquerda. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93501 Nome do Ponto: IARAS Município: Iaras/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXO���870��IXVR���:� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

,DUD j = 22º 52’ 14,446140"S � 0,0112 m l = 49º 09’ 44,347690"W � 0,0331 m h = 633,6147 m

j = 22º 52’ 16,18014”S l = 49º 09’ 46,02208”W h = 628,1602 m

N = 7469611,786 m E = 688530,701 m

N = 7469567,786 m E = 688481,626 m

Localização: Chegando em Iaras, pela SP-280, seguir pela Rua Pinheiro Machado em seguida adentrar à direita na Rua Rodolfo Miranda. Na praça Monção, junto à Prefeitura, está localizado o Pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 144: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93502 Nome do Ponto: IEPÊ Município: Iepê/SP &RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

,HSH j = 22º 39’ 05,187970" S � 0,0108 m l = 51 03 29,631550" W � 0,0270 h = 467,0968 m

j = 22º 39’ 06,89854”S l = 51º 03’ 31,35689”W h = 462.9196 m

N = 7495054,934 m E = 494017,165 m

N = 7495010,973 m E = 493967,967 m

Localização: Entrando em Iepê pela Rua São Paulo, na altura do posto de combustível, adentrar à esquerda na Rua Ceará, seguindo por essa por +/- 2.200,00 metros entrar na porteira à esquerda e seguir pelo corredor +/- 200,00 metros até o campo de aviação, olhando à direita a 150,00 metros encontra-se o pilar. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8” , e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

Page 145: Integração da rede GPS ITESP ao sistema geodésico brasileiro

6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93503 Nome do Ponto: IPORANGA Município: IPORANGA/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

,SRU j = 24º35'00,010600"S � 0,0126 m l = 48º 35’37,278640"W � 0,0334 m h = 118,7683 m

j = 24º 35’ 01,77672”S l = 48º 35’ 38,95851”W h = 114,4918 m

N = 7279048,526 m E = 743680,713 m

N = 7279004,409 m E = 743631,608 m

Localização: Chegando em Iporanga, dirigir-se para a Delegacia de Polícia (em frente da Prefeitura Municipal). O pilar localiza-se no pátio da delegacia, próximo ao mastro. Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica). Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED

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6(&5(7$5,$�'$�-867,d$�(�'$�'()(6$�'$�&,'$'$1,$�)81'$d­2�,167,7872�'(�7(55$6�'2�(67$'2�'(�6­2�3$8/2�

³-26e�*20(6�'$�6,/9$´�9e57,&(�*(2'e6,&2�'$�5('(�*36�,7(63� Código do Ponto: 93504 Nome do Ponto: MIRACATU Município: Miracatu/SP

&RRUGHQDGDV�*HRGpVLFDV1: &RRUG��3ODQR�UHWDQJXODUHV��870��IXVR����:�� (VWDomR� 6$'���� :*6���� 6$'��� :*6���

0LUD j = 24º 16’ 45,750300"S � 0,0129 m l = 47º 27’ 01,878240"W �0,0334 m h = 61,7988 m

j = 24º 16’ 47,52441”S l = 47º 27’ 03,52017”W h = 56,3835 m

N = 7312644,660 m E = 251244,383 m

N = 7312598,539 m E = 251199,927 m

Localização: Chegando-se em Miracatu, segue-se até a Rua Dr. Waldemar L. Ferraz, na garagem da Prefeitura localiza-se o Pilar da Rede GPS (antigo pátio da Sudelpa). Obs: Altitude sobre o elipsóide (geométrica).

Descrição do vértice: Trata-se de um pilar de concreto, de forma cilíndrica, medindo 1,10 m de altura por 30 cm de diâmetro. O vértice tem, no topo, um dispositivo de centragem forçada, com diâmetro de 5/8”, e uma chapa metálica com o logotipo do ITESP gravado. O centro médio desta chapa metálica deve ser tomado como referência para a medida de altura do instrumento.

1Coordenadas Ajustadas em Maio/2003 – IBGE/DEGED