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INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM EQUINO DEVIDO À SÍNDROME DA CAUDA EQUINA

JOANDES HENRIQUE FONTEQUE¹, MILENA CAROL SBRUSSI

GRANELLA¹, ANDERSON FERNANDO DE SOUZA¹, RUBENS PERES

MENDES¹, VANESSA BORELI¹, PAULA GIRIO DA COSTA2.

¹Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de

Santa Catarina (UDESC), Lages, SC, Brasil. 2Médica Veterinária Autônoma, Curitibanos, SC. Brasil. Ádson Costa¹

Resumo

Descreve-se o caso de uma égua, da raça Campeiro, utilizada como

doadora de embriões que apresentava incontinência urinária e quadros

de cistites recorrentes, emagrecimento progressivo, anorexia e apatia.

Ao exame físico, o animal apresentou hálito urêmico, taquipnéia, ataxia

e incontinência urinária. Ao exame neurológico observou-se hipotonia da

cauda e hipoalgesia da região perineal. Exames complementares

revelaram anemia, aumento de uréia e creatinina, e ao exame

ultrassonográfico observou-se redução do parênquima renal e múltiplos

pontos hiperecóicos. O diagnóstico foi de insuficiência renal crônica

(IRC) devido à pielonefrite ascendente em decorrência da síndrome da

cauda equina. O tratamento incluiu a reposição hidroeletrolítica com

cloreto de sódio 0,9% (IV) e furosemida (4 mg/kg, IV), associados a

antibiótico terapia com ceftiofur (3 mg/kg, IV, SID). Houve melhora do

quadro clínico, porém, devido à gravidade e cronicidade do quadro

clínico foi indicada a eutanásia. A necropsia observou-se rins com

ausência da camada corticomedular e exsudato purulento. A perda da

tonicidade dos esfíncteres urinários propiciou o desenvolvimento de

processos infecciosos podendo provocar um quadro irreversível.

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR

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Palavras-chave: Equino, nefropatia, neuropatia periférica, trato urinário,

insuficiência renal crônica.

CHRONIC RENAL FAILURE IN EQUINE DUE TO THE CAUDA

EQUINA SYNDROME

Abstract

Describes the case of a mare, the breed Campeiro used as donor

embryos which had urinary incontinence and recurrent cystitis frames,

progressive weight loss, anorexia, and lethargy. On physical

examination, the animal showed uremic breath, tachypnea, ataxia and

urinary incontinence. Neurological examination revealed hypotonia tail

and hypoalgesia the perineal region. Investigations revealed anemia,

increase in urea and creatinine, and ultrasound examination there was a

reduction of the renal parenchyma and multiple hyperechoic points. The

diagnosis was chronic renal failure (CRF) due to ascending

pyelonephritis due to cauda equina syndrome. The treatment included

the fluid replacement with 0.9% sodium chloride (IV) and furosemide (4

mg / kg, IV) associated with the ceftiofur antibiotic therapy (3 mg / kg, IV,

SID). There was clinical improvement, however, because of the severity

and chronicity of symptoms was nominated euthanasia. A necropsy was

observed kidneys absence of cortico layer and purulent exudate. The

loss of tone of urinary sphincter led to the development of infectious

processes can cause irreversible frame.

Keywords: Equine, nephropathy, peripheral neuropathy, urinary tract,

chronic renal failure.

INTRODUÇÃO


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A síndrome da cauda equina é uma afecção neurológica

secundária a alterações metabólicas, traumáticas, infecciosas,

inflamatórias, tóxicas e/ou degenerativas, incomum em equinos que

acarreta disfunções dos nervos provenientes das porções mais caudais

da medula espinhal comprometendo ações ao nível de neurônio motor

inferior (NMI) prejudicando as funções autônomas dos órgãos

correspondentes, principalmente os do trato urinário. (Schott, 2007).

DESCRIÇÃO DO CASO

Uma égua, da raça Campeiro, de 15 anos de idade, pesando 400

kg, utilizada como doadora de embriões, foi atendida apresentando

histórico de incontinência urinária e quadros de cistites recorrentes,

evoluindo para emagrecimento progressivo, anorexia, apatia, isolando-

se dos demais animais do grupo. Ao exame físico o animal apresentou

hálito urêmico, anorexia, taquipnéia, apatia e incontinência urinária. Ao

exame neurológico, foram observados ataxia, hipotonia da cauda e

hipoalgesia da região perineal. À palpação transretal observou-se atonia

retal e vesical. Ao exame ultrassonográfico, ambos os rins

apresentavam a porção cortical reduzida de tamanho e com múltiplos

pontos hiperecóicos. O hemograma, a bioquímica sérica e a urinálise

foram realizados e cursaram com anemia normocítica arregenerativa

(VG 21%), leucocitose neutrofílica (24850/µL), hiperfribinogenemia (800

mg/dL), hiperproteinemia (10,8 g/dL); azotemia: ureia (352,18 mg/dL) e

creatinina (6,73 mg/dL) hipoalbuminemia, hiperglobulinemia; isostenúria

(1,011), piúria e presença de células de descamação renais e vesicais e

a urocultura isolou-se Streptococcus sp, respectivamente. O tratamento

incluiu a reposição hidroeletrolítica com cloreto de sódio 0,9% (IV) e

furosemida (4 mg/kg, IV), associados a antibiótico terapia com ceftiofur

(3 mg/kg, IV, SID). Houve melhora do quadro clínico após o tratamento


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com retorno do apetite e o estado mental alerta. No entanto, devido à

gravidade e cronicidade do quadro clínico foi realizada a eutanásia. À

necropsia os rins apresentavam tamanhos e formato alterados, ao corte,

exsudato purulento e espessamento da parede dos ureteres e da bexiga

que continha urina de aspecto turvo. O exame histopatológico revelou os

rins com intensa degeneração corticomedular caracterizada pelo

acentuado infiltrado de neutrófilos multifocais e macrófagos intersticiais

difusos e espessamento da cápsula de Bowman. O diagnóstico foi de

insuficiência renal crônica devido à pielonefrite bacteriana ascendente

em decorrência de síndrome da cauda equina cuja causa primária não

pode ser determinada.

DISCUSSÃO

Dentre as causas de síndrome da cauda equina as mais

frequentemente relatadas estão a encefalomielopatia por herpervírus

equino tipo 1 (EHV-1), intoxicação por sorgo, mieloencefalite protozoária

equina (EPM), traumatismos sacrais e neoplasias (Sponseller, 2015). A

causa da síndrome da cauda equina não pode ser determinada neste

caso descrito.

As disfunções do NMI levaram a perda da tonicidade dos

esfíncteres do trato urinário, facilitando a entrada e o desenvolvimento

de agentes infecciosos bacterianos, que de forma ascendente

comprometeram em totalidade o sistema urinário.

CONCLUSÃO

O acometimento do trato urinário por entidades infecciosas nos

casos de síndrome da cauda equina devem sempre ser consideradas, e

mesmo sendo infrequentes nos equinos, a IRC pode ser a consequência


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mais grave e incompatível com a vida frente aos recursos terapêuticos

atualmente disponíveis.

REFERÊNCIAS

SCHOTT, H. C. Chronic renal failure in horses. Veterinary Clinics of

North America: Equine Practice, v. 23, n. 3, p. 593-612, 2007.

SPONSELLER, B. T. Urinary Incontinence. In: SPRAYBERRY, K. A.;

ROBINSON, N. E. Robinson’s Current therapy in equine medicine,

7th ed. Saint Louis: Elsevier, 2015, p. 443.


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