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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar BELO HORIZONTE 2013 INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL Nº 23

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

BELO HORIZONTE

2013

INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL

Nº 23

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS - CBMMG

BELO HORIZONTE

1ª Edição Revisada

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Governador do Estado de Minas Gerais: Antônio Augusto Junho Anastasia

Secretário de Estado de Defesa Social: Rômulo de Carvalho Ferraz

Comandante Geral do CBMMG: Sílvio Antônio de Oliveira Melo

Subcomandante Geral/ Chefe do Estado-Maior: Ivan Gamaliel Pinto

Impressão: Ajudância Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

Revisão: Cap BM QOS José Ricardo Monteiro Fernandes – Psicólogo Cap BM QOS Luciane Rugani Teles Correa – Médica

Cap BM QOS Laudo Yogui – Médico

M663 Minas Gerais. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Instrução Técnica Operacional n.23 - Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar.

Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. 169p.

1. Atendimento Pré-hospitalar 2. Primeiros Socorros 3.Trauma 4.

Procedimentos

I. Título

CDU:

616.02551

Para citar este documento:

MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Instrução Técnica

Operacional n.23: protocolo de atendimento pré-hospitalar. 1 ed. rev. ampl. Belo

Horizonte: CBMMG, 2013.169p

Disponível em: http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/20660-

instrucoes-tecnicas-operacionais.html

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ELABORAÇÃO

Adair Honório da Silva, Primeiro Sargento BM

Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Alexandre Cardoso Barbosa, Primeiro Tenente BM

Técnico em Emergências Médicas - CBMMG Amilton Reis, Terceiro Sargento BM

Enfermeiro, COREn/MG - 209.024 - FES/JF Doutorando em Ciências Biomédicas da Saúde Mestre em Terapia Intensiva - IBRATI-SOBRATI/SP Bruno César Amorim Machado, Primeiro Tenente BM

Enfermeiro, COREn/MG 041.380 - UFMG Especialista em Urg/Emerg e APH - UNA/BH Donizetti Silva de Oliveira, Major BM

Pedagogo – UEMG Especialista em Criminalística - PCMG e Segurança Pública - DHC Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Emerson Borges, Primeiro Sargento BM

Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Guilherme Bicalho Mourão Dinelli, Soldado BM

Psicólogo, CRP 04/29623 - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Guilherme Inácio do Couto Oliveira, Capitão BM

Biólogo - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Herbert Aquino Marcelino, Primeiro Tenente BM

Acadêmico de Direito – PUCMINAS Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Joanas Cardoso Neto, Terceiro Sargento BM

Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Juliano de Figueiredo Alves, Segundo Sargento BM

Técnico em Emergências Médicas – CBMMG; Graduando em Enfermagem – Faculdade Pitágoras, de Poços de Caldas – MG; Instrutor de Emerg. Méd. da ASHI e MFA/USA, de Salv. Aquático SOBRASA e de Mergulho da NAUI-USA Leonard de Castro Farah, Segundo Tenente BM

Pós Graduando em Gestão de Desastres AVM UFSC Técnico em Emergências Médicas – CBMMG PHTLS - Hospital das Clinicas USP Kleber Silveira de Castro, Capitão BM

Educador Físico CREF 021423-G/MG - FUMEC Piloto De Helicóptero ANAC 135678 – BOA/CBMMG Richelmy Murta Pinto, Primeiro Tenente BM Técnico em Enfermagem – Colégio Estadual do Estado do Espírito Santo Instrumentador Cirúrgico - Escola Técnica de Saúde do Espírito Santo Técnico em Emergências Médicas - CBMMG Sebastião Carlos Fernandes Reis, Major BM

Bacharel em Direito - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Waldeci Gouveia Rodrigues, Major BM

Especialista em Normalização de Medidas Contra Incêndio - PUCMINAS Técnico em Emergências Médicas – CBMMG

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

- Advertência de alerta

- Advertência de competência privativa do profissional médico ou

necessidade de apoio pelo Suporte Avançado de Vida

Figura 1 – Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a

Escala de Cincinatti.

Figura 2 – Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura

da lesão no TRM

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

GLOSSÁRIO

A Abaulamento - ato ou efeito de abaular, tornar convexo. Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de resgate chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o paciente também é considerado uma forma de abandono. Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis que localiza parte do aparelho digestivo. Abdome agudo - Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático geralmente referenciado como a queixa principal do paciente. Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais, glândulas, vasos e nervos importantes. Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior, são usadas para referências rápidas, na localização de estruturas de traumas e de dor. Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo. Abrasão - arranhão, escoriação. Abscesso - uma coleção de pus associada com morte de tecido e infecção. Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência que envolva mais de um paciente. Adução - movimento de uma extremidade em direção à linha média do corpo. Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante a respiração. Alérgico - qualquer substância que causa uma resposta alérgica. Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar. Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita. Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A maioria das amputações é de extremidades ou de uma de suas partes. Angina - dor no tórax próximo ao coração, freqüentemente causada por um suprimento insuficiente de sangue no coração. Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade para respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência. Uma vez que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o curso do problema. Antisséptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória do crescimento dos microorganismos. Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o organismo. Apneia - parada da respiração. Apgar – Escala de avaliação neonatal que avalia a freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade e coloração da pele. Cada critério vale dois pontos, totalizando uma nota de 0-10. Notas inferiores a 7 podem ser em função da prematuridade e requer avaliações conseqüentes. Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do coração. Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as partes do corpo. Artéria femoral - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte superior (coxa).

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas. Arteriosclerose - "endurecimento das artérias" causado pela deposição de cálcio. Articulação - junção natural de dois ou mais ossos. Asfixia - suspensão ou supressão da atividade respiratória e da circulação do sangue. Asma - condição em que ocorre uma constrição dos bronquíolos, causando uma redução do fluxo de ar. Asséptico - limpo, livre de partículas de contaminação. Não significa estéril. Assistolia - É a total ausência de atividade elétrica no coração, com conseqüente parada cardíaca. Aterosclerose - aumento da espessura e perda de elasticidade das paredes internas das artérias, acompanhados de formação de ateromas. Átrio - câmara superior do coração. Avulsão – ferimento em que parte do tecido é arrancada do corpo. B Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para manter um curativo no lugar. Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo. Bradicardia - termo utilizado na medicina para designar uma diminuição na frequência cardíaca. Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traquéia aos pulmões. Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos pulmonares e vice-versa. C Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo. Usualmente ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e com grande esforço muscular. Cânula de Guedel (cânula orofaríngea) - dispositivo oral que ajuda a manter a língua afastada da orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas. Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permeabilizar as vias aéreas superiores. Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a circulação sanguínea e os tecidos. Cardíaco - que se refere ao coração. Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou infusões de fluidos. Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos da pelve. Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e visceral. Cavidade torácica - cavidade do corpo superior ao diafragma. Faz a proteção do coração e pulmões. Cefaléia - dor de cabeça, localizada ou difusa. Cefálico - referente à cabeça. Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina. Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura, tentando obter energia por falta de glicose disponível. Cetônica - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma diabético.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em prover sangue e oxigênio adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células. Cianose - coloração azulada da pele e das mucosas, devido a baixa oxigenação sanguínea. Coágulo - uma formação composta de fibras e um emaranhado de células sanguíneas que ajudam a parar a hemorragia de uma ferida. Cóccix - osso mais baixo da coluna vertebral. Coma - é o estado no qual uma pessoa perde completa ou parcialmente a consciência, devido a baixa atividade elétrica encefálica. Compressão direta - pressão direta aplicada ao local do sangramento. Convulsão - alteração no funcionamento do cérebro que causa contrações descontroladas dos músculos. Cordão umbilical - estrutura que liga o corpo do feto à placenta. Coroamento - quando a cabeça do bebê está saindo pela abertura vaginal, durante o parto. Coronárias - artérias que irrigam o coração (miocárdio). Corte - ferimento aberto com extremidades lisas (incisão) ou extremidades irregulares (laceração). Crepitação - um ruído que ocorre pelo atrito das partes fraturadas. Crônico - Termo usado para significar muito tempo ou que ocorre com freqüência. Curativo - cobertura protetora, ajuda no controle de hemorragias e previne a contaminação das feridas. Curativo oclusivo - curativo fechado. D Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer febre alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões. Dequitação - expulsão da placenta após o nascimento do bebê. Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sangüíneos e nervos, encontra-se abaixo da epiderme. Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração. Desfibrilador externo automático (DEA) - um aparelho elétrico que pode detectar batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax do paciente. Desmaio - ocorre quando o paciente tem uma perda temporária da consciência, causada pela redução de sangue no cérebro. Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina. Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da cavidade torácica. Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso, depois da contração; relaxamento cardíaco. Diastólica - referente à diástole. Dispneia - dificuldade respiratória. Distal - longe de um ponto de referência. Distendido - inflado, inchado, dilatado. Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão. Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos microbianos, tais como bactérias ou vírus.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

E Eclâmpsia - uma complicação na gravidez que produz convulsões e pode levar ao coma ou até à morte. Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos. Emergências Ambientais – para fins desta ITO 23, o termo Emergências Ambientais empregado no Módulo 500, do inglês: environmental emergencies, foi utilizado segundo os manuais norte-americanos de referência e compõem procedimentos que não se enquadram diretamente na questão de emergências clínicas e/ou emergências traumáticas. Além disso, é necessário destacar que não se deve confundir o termo com a ideia de situações relativas às “emergências ambientais” comuns em nossa realidade operacional, como incêndios florestais, enchentes e inundações. Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva da elasticidade. Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da laringe. Ela fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e líquidos para o esôfago. Epilepsia - disfunção cerebral que cursa com descargas elétricas desorganizadas e excessivas do cérebro, que interrompem temporariamente sua função habitual e produzem manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na consciência e/ou na sensibilidade do indivíduo. Epistaxe - sangramento nasal. Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna. Tipicamente uma marca "preta e azul". Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da consciência. Escápula - um osso grande, par e chato, localizado na porção póstero-superior do tórax, que se articula com a clavícula. Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele. Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial. Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago. Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o objetivo de ajudar a reduzir os movimentos involuntários, minimizando a dor ou espasmos musculares. Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana. Estetoscópio - instrumento que amplia os sons. Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma ferida aberta. Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação. Expiração - soltar o ar, exalar. F Falanges - ossos dos dedos. Faringe - garganta. Fêmur - osso da coxa. Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas. Fibrilação Ventricular – ritmo cardíaco em que as contrações ocorrem sem coordenação das fibras musculares do coração. Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Fibrinolítico - ativadores do plasminogênio usados na terapêutica da trombose arterial para dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos Fíbula - osso lateral da perna. Flexão - movimento de ângulo de uma articulação. Fluxômetro - dispositivo de medida que permite ao usuário ajustar o fluxo de oxigênio selecionando 2, 4, 6, 8...15 litros por minuto. Formigamento - sensação de comichão ou agulhada, que surge espontaneamente quando ocorre compressão dos vasos sanguíneos ou nervos. Fratura - quebra, rachadura, lasca de uma parte óssea. G Gemelar - relativo a gêmeos; diz-se de dois ou mais irmãos ou irmãs nascidos no mesmo parto. Genitália - órgãos reprodutores externos. Geniturinário - sistema genital e urinário. Genupeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax. Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo. H Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente resultante de um trauma. Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em vasos sanguíneos. Hipoglicemia - é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue. Hipotermia - ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do normal (35°C), de modo não intencional. Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo. Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo. I Icterícia – é uma síndrome caracterizada por uma caracterizada pela coloração amarelada na pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade deformada, inchada e com dor. Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para reduzir ou eliminar o movimento. Infarto - definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, devida à falta de oxigênio e nutrientes em determinada parte de um órgão. Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando há um processo infeccioso, irritativo ou traumático. Inspiração - entrada de ar para os pulmões. Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar (glicose) para as células do organismo. Intravenoso - dentro da veia. Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos. L Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traquéia. Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação. M Mandíbula - o osso do queixo. Medial - linha vertical, central do corpo. Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula. Miocárdio - músculo cardíaco. Mobilização - termo de uso geral para descrever qualquer procedimento organizado para mover uma vítima, de um local para outro. Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax move-se para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do tórax. Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas secreções; mucosidade. Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando a aumentar o volume da cavidade do tórax. N Neoplasia – termo relacionado ao crescimento exagerado de células; proliferação celular sem controle e autônoma; tumor. P Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o crânio, tórax, abdome, membros superiores e inferiores ou o pulsação. Parada cardíaca - interrupção da atividade cardíaca Paralisia - perda completa ou parcial da habilidade para mover uma parte do corpo. A sensibilidade da área também pode estar ausente. Parto pélvico - parto onde as nádegas ou pernas do bebê se apresentam primeiro durante o parto. Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares. Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus. Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal. Permeável - desobstruído; livre. Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões. Pneumotórax – Lesão que resulta na presença de ar no espaço pleural, comumente levando ao colapso pulmonar. Posterior - atrás, costas. Pressão arterial diastólica - a pressão sangüínea na parte interna das artérias quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica. Pressão arterial sistólica - a pressão sangüínea na parede das artérias, quando o coração está contraído. Veja pressão sangüínea diastólica. Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em virtude do acúmulo de líquidos nessa cavidade. Pressão sangüínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes dos vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias. Priapismo - ereção peniana involuntária, sem estímulo sexual, persistente associada a algum dano espinhal. Proximal – é aplicada na descrição anatômica, para indicar que a parte do corpo referida se situa mais próxima de um centro, articulação ou linha mediana. Pulmonar - que se refere aos pulmões.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias combinadas com a ejeção de sangue pelo coração. Pulso distal - um pulso medido no fim de uma extremidade. Normalmente refere-se ao pulso radial nas extremidades superiores e o pulso pedioso para as extremidades baixas. Ver pulso radial e pulso pedial. Pulso pedial ou pedioso - pulso perceptível no "peito" do pé. Pulso radial - pulso palpável no punho. R Rádio - osso lateral do antebraço. Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos pulmões. Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o pulmão de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com dificuldade respiratória. Também chamado de ventilação artificial. Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou nenhum movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do paciente para tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o coração e o pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação. Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do paciente. S Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é rápido e jorra refletindo as batidas do coração. Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho escuro. Sibilo - ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo. Sistêmico - refere-se ao corpo todo. Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios. Sistólico - relativo à sístole. Sudorese - secreção de suor; transpiração. T Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e abaixo do local da lesão. Taquicardia – freqüência cardíaca acima dos parâmetros normais. Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos, vasos sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre órgãos e glândulas. Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um segmento ósseo ou articulação. Trauma - lesão causada por transferência de energia ao corpo através de um agente físico externo. Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo. V Vascular - referente aos vasos sanguíneos. Veia - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração. Ventilação - enchimento os pulmões de ar.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Ventrículo - é uma das duas câmaras inferiores do coração. Bombeiam sangue do coração para os pulmões e para todo o corpo. Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e retorna sangue para as veias maiores. Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral. Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que entrou pelo nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar. Visão transitória – é a redução parcial ou total da visão de um ou ambos os olhos, decorrente de problemas circulatórios envolvendo o nervo óptico ou córtex occipital. Z Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

LISTA DE SIGLAS

AHA American Heart Association

AIT Ataque Isquêmico Transitório

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVDN Alerta – Responde a Estímulo Verbal – Responde à Dor – Não Responde

AVE Acidente Vascular Encefálico

BPM Batimentos por Minuto

BVM Bolsa Válvula Máscara

COF Cânula Orofaríngea

CTB Código de Trânsito Brasileiro

DCAP-QELS Deformidade – Contusão – Abrasão – Punção / Penetração = Queimadura – Edema – Laceração – Sensibilidade

DD Doença Descompressiva

DEA Desfibrilador Externo Automático

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

EAP Edema Agudo de Pulmão

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

ECG Escala de Coma de Glasgow

EPI Equipamento de Proteção Individual

Gu BM Guarnição Bombeiro Militar

HR Hospital de Referência

IFC Isolamento de Fluidos Corporais

ILCOR International Liaison Committee on Resuscitation

IRPM Incursão respiratória por minuto

LPM Litros por minuto

MDL Mecanismo de Lesão

MTV Manually-Triggered Ventilator (Ventilação Manualmente Acionada)

NDD Natureza da Doença

OPQRST Origem – Provocado por... – Qualidade – (ir)Radiação – Severidade – Tempo

OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos

PAS Pressão Arterial Sistólica

PCR Parada Cardiorrespiratória

PHTLS Prehospital Trauma Life Support

PR Parada Respiratória

RAPH Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar

RCP Ressucitação Cardiopulmonar

REDS Relatório de Evento de Defesa Social

RN Recém Nascido

SAMPUM Sinais/Sintomas – Alergia – Medicações – Passado Médico – Ultima Alimentação – Mecanismo da Lesão/Natureza da Doença

SBV Suporte Básico de Vida

SAV Suporte Avançado de Vida

SpO2 Saturação Parcial de Oxigênio

TCE Trauma Crânio-Encefálico

TS Trauma Score (escala de trauma score)

TRM Trauma Raquimedular

VPM Ventilações por Minuto

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 15

MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE 16

P 101 Avaliação do Paciente ................................................................... 17

MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA 29

P 201 PCR Adulto .................................................................................... 30

P 202 PCR Criança e Lactente ................................................................ 33

P 203 OVACE Adulto e Criança ............................................................... 36

P 204 OVACE Lactente e Neonatal ......................................................... 37

P 205 Parada Resp. Adulto Criança Lactente .......................................... 39

P 206 SBV Neonatal ................................................................................ 41

P 207 DEA ............................................................................................... 43

MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 48

P 301 Emergências Cardiovasculares ..................................................... 49

P 302 AVC/AVE......................................................................................... 52

P 303 Emergências Respiratórias ............................................................ 56

P 304 Crise Convulsiva ............................................................................ 57

P 305 Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ................................................... 58

P 306 Emergências Obstétricas ............................................................... 61

P 307 Abdome Agudo .............................................................................. 66

P 308 Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais ...................................... 67

P 309 Envenenamento e Intoxicação ....................................................... 69

P 310 Abuso de Álcool e Drogas ............................................................. 72

MÓDULO 400 – TRAUMAS 75

P 401 Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ................................................... 76

P 402 Trauma Raquimedular (TRM) ........................................................ 78

P 403 Trauma Torácico ............................................................................ 81

P 404 Trauma Abdominal ......................................................................... 83

P 405 Trauma Pélvico e Genital ............................................................... 84

P 406 Choque Elétrico ............................................................................. 86

P 407 Ferimentos Específicos .................................................................. 88

P 408 Hemorragia .................................................................................... 91

P 409 Lesões Músculo Esqueléticas ........................................................ 93

P 410 Lesões na Cabeça e Pescoço ....................................................... 95

P 411 Queimaduras .................................................................................. 98

P 412 Violência Sexual ............................................................................ 101

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 500 – EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 103

P 501 Afogamento .................................................................................... 104

P 502 Acidentes de Mergulho .................................................................. 108

P 503 Animais Peçonhentos / Perigosos ................................................. 112

P 504 Emergências Relacionadas ao Calor ............................................. 114

P 505 Hipotermia e Congelamento .......................................................... 117

MÓDULO 600 – PROCEDIMENTOS GERAIS 120

P 601 Isolamento de Fluidos Corporais ................................................... 121

P 602 Triagem Pré-Hospitalar .................................................................. 123

P 603 Oximetria de Pulso ......................................................................... 126

P 604 Administração de Oxigênio ............................................................ 127

P 605 Aspiração de Vias Aéreas .............................................................. 132

P 606 Pac. Pediátricos – Generalidades e Abuso ................................... 134

P 607 Pac. Portador Deficiência Física e Mental ..................................... 137

P 608 Paciente Idoso – Generalidades e Abuso ...................................... 139

P 609 Operação de Veículos de APH ...................................................... 141

P 610 Extricação ...................................................................................... 144

P 611 Outro Profissional de Saúde na Cena ........................................... 146

P 612 Recusa de Atendimento ................................................................. 147

P 613 Presunção de Óbito ....................................................................... 149

APÊNDICE 150

Apêndice 01 Aspectos Médicos, Legais e Éticos............................................ 151

Apêndice 02 Sinais Vitais ............................................................................... 153

Apêndice 03 Estado de Choque .................................................................... 155

Apêndice 04 Escala de APGAR ..................................................................... 157

Apêndice 05 Escala de Coma de Glasgow – Adulto ...................................... 158

Apêndice 06 Escala de Coma de Glasgow – Pediátrica ................................ 159

Apêndice 07 Escala de Trauma Score ........................................................... 160

Apêndice 08 Mapa Carga Padrão de UR ....................................................... 161

Apêndice 09 Duração de Cilindro de O2 ........................................................ 164

Referências Bibliográficas ............................................................................... 166

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 15

Introdução Os socorristas que atuam nas viaturas de Atendimento Pré-hospitalar (APH)

do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) prestam os primeiros

atendimentos e transporte às vítimas de incidentes clínicos, traumáticos, obstétricos

e psiquiátricos. São profissionais não-médicos, com treinamento em suporte básico

de vida, com ações não invasivas, detentores de cursos específicos de APH:

Resgate Básico e Técnico em Emergências Médicas.

Em complementação daqueles treinamentos, faz se necessário um

documento formal de padronização das condutas operacionais nas prontidões de

incêndio. Iniciativas como a aprovação da Resolução Nº 176, de 28 de outubro de

2005, que aprovou o primeiro protocolo de atendimento pré-hospitalar (APH) no

âmbito do CBMMG foi um avanço. As constantes atualizações nas diretrizes do

International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), porém, motivaram a

nomeação de uma comissão para propor um novo protocolo de APH. Assim, após

dois anos de estudos e pesquisas das melhores doutrinas médicas, aplicáveis ao

serviço operacional bombeiro militar (BM), foi publicada pelo Comando Geral do

CBMMG a Instrução Técnica Operacional 23 – Protocolo de APH (ITO - 23).

De posse da ITO-23, o Bombeiro Militar terá um instrumento de retaguarda

para pesquisa e uma doutrina sólida de amparo técnico e jurídico. Assim, cabe à

guarnição BM prestar um atendimento sistemático, que se estende do

dimensionamento da cena até as comunicações e documentação posteriores ao

atendimento, pautado nesse novo protocolo, que segue as melhores evidências

científicas produzidas para o atendimento pré-hospitalar.

A ITO-23 está organizada em 6 módulos por tipo

de atendimento, acrescido de um conjunto de apêndices

de suporte. Como alerta, é usado o triângulo ao lado, a

fim de reforçar ou contradizer certas condutas, fazer

ressalvas ou esclarecer alguns procedimentos. O símbolo médico acima (chamado

caduceu) é usado para alerta ao socorrista quanto à necessidade de apoio de uma

equipe de suporte avançado de vida

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 16

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 100

- Avaliação do Paciente -

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 17

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

P 101 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA

a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais – IFC por dispositivos de barreira (luvas, óculos, máscara e avental).

b. Mantenha a cena segura, conforme procedimentos específicos dos demais protocolos desta instrução, e:

i. Promova sua segurança pessoal e a da Gu BM;

ii. Proteja o paciente;

iii. Proteja as testemunhas e os demais profissionais presentes na cena;

iv. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a segura. Se necessário, acione outros órgãos para tanto. Do contrário, não entre na cena.

c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo de Lesão – MDL (Trauma).

i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD;

1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por que o CBMMG foi acionado – NDD

2. Determine o número total de pacientes

(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida, se necessário

(b) Inicie a triagem, se for o caso

3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial

ii. Trauma - Mecanismo de Lesão – MDL;

1. Obtenha informações do paciente, familiares ou testemunhas e inspecione na cena qual é o MDL

2. Determine o número total de pacientes

(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida, se necessário

(b) Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade

(c) Inicie a triagem, se for o caso

3. Proteja a coluna espinhal do paciente e proceda a avaliação inicial;

2. AVALIAÇÃO INICIAL

a. Forme uma impressão geral do paciente.

i. Determine o MDL (Trauma) / NDD (Clínico);

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 18

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

ii. Determine a idade e sexo do paciente;

iii. Se o paciente está em alguma circunstância que ameaça a sua vida, trate-a imediatamente;

iv. Mantenha a imobilização da coluna, se necessário;

v. Determine a queixa principal;

vi. Identifique-se pelo nome, explique que você é um Bombeiro Militar e peça consentimento para ajudá-lo;

b. Avalie o nível de consciência – AVDN.

i. Alerta;

ii. Responde a estímulo Verbal;

iii. Responde a estímulo Doloroso;

iv. Não responde.

c. Avalie as vias aéreas do paciente.

i. Paciente responsivo – o paciente está conversando ou chorando?

1. Se sim, avalie se a respiração está adequada

2. Se não, siga o protocolo específico do Módulo 200

ii. Paciente irresponsivo;

1. Abra as vias aéreas

(a) Pacientes clínicos: a manobra de hiperextensão da coluna cervical e elevação do queixo (head-tilt chin-lift)

(b) Pacientes de trauma ou natureza da lesão desconhecida: estabilize a coluna cervical e tracione a mandíbula (jaw thrust / chin lift)

2. Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese total, se presentes e caso estejam obstruindo as vias aéreas (a prótese, principalmente a total, pode ser imprescindível para a manutenção do formato anatômico da boca).

3. Aspire as vias aéreas, se necessário

4. Insira cânula orofaríngea (ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito)

d. Avalie a respiração do paciente.

i. Se respira, avalie profundidade, frequência, esforço e bilateralidade;

1. Se inadequada, auxilie a respiração

ii. Se não respira, inicie SBV, conforme Módulo 200.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 19

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,

auxilie a respiração utilizando adjuntos respiratórios (máscara facial, cânula

orofaríngea e bolsa válvula máscara) e ofereça oxigênio conforme P604

e. Avalie a circulação do paciente.

i. Avalie o pulso carotídeo em adulto e criança, braquial em lactente e neonato;

1. Se não tem pulso, inicie RCP, conforme Módulo 200

ii. Avalie e controle hemorragia externa;

iii. Avalie a perfusão capilar: temperatura, enchimento capilar, umidade e cor da pele.

f. Identifique a prioridade do paciente.

i. Trate e transporte imediatamente (Load and Go), se:

1. Má impressão geral

2. Não responde, não tosse, nem geme

3. Responsivo, mas não obedece a comando

4. Respiração difícil

5. Pneumotórax hipertensivo

6. Eviscerações

7. Trauma combinado com:

antecedentes médicos relevantes

idade maior que 55 anos

Hipotermia

Queimaduras

Gravidez

8. Estado de choque – hipoperfusão

9. TCE com ECG < 10

10. Ejeção de veículo

11. Amputação acima do pulso ou tornozelo

12. Fratura de fêmur bi-lateral

13. Instabilidade pélvica

14. Hipotensão mantida PAS <90 mmHg

15. Obstrução que não pode ser removida de forma mecânica

16. Parto complicado

17. Dor torácica, com PA sistólica menor que 100 mmHg

18. Hemorragia descontrolada – exanguinante

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 20

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

19. Dor severa em qualquer parte do corpo

20. Incapacidade para mover qualquer parte do corpo

21. Qualquer condição que impeça a vítima de respirar e o SAV não se faz presente

Se paciente é de alta prioridade, transporte imediatamente. Aferição de sinais

vitais, rápida avaliação física, exame físico detalhado, avaliação continuada e demais

tratamentos podem ser completados a caminho do hospital de referência.

Intercepte com Suporte Avançado de Vida, se disponível, a caminho do hospital.

g. Execute Histórico e Exame Físico (paciente de trauma e clínico).

3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Paciente de Trauma.

i. Reconsidere o mecanismo de lesão (MDL);

1. São MDL significativos:

(a) Ejeção do veículo

(b) Morte de outro passageiro do mesmo veículo

(c) Queda de uma altura igual ou superior a 3 vezes a altura do paciente, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com superfície rígida

(d) Capotamento de veículo

(e) Colisão a alta velocidade

(f) Atropelamento

(g) Acidente com motocicletas e bicicletas

(h) Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma

(i) Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome

(j) Lesões ocultas - relacione a cena com o paciente e avalie a transferência de energia

ii. Em paciente com mecanismo de lesão significativo:

1. Execute a rápida avaliação física (90 seg);

(a) Continue a estabilização da coluna espinhal

(b) Considere a solicitação do SAV

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 21

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

(c) Avalie o estado mental

(d) Inspecione e apalpe, olhando, procurando por DCAP – QELS:

a. D eformidades

b. C ontusões

c. A brasões

d. P unção / Penetração

-------------------------------------------

e. Q ueimaduras

f. E dema

g. L acerações

h. S ensibilidade

(e) Avalie a cabeça e pescoço

(f) Imobilize a coluna cervical com colar

(g) Avalie o tórax

(h) Avalie o abdome

(i) Avalie a pelve

(j) Avalie as quatro extremidades. Verifique:

a. Pulso distal

b. Sensibilidade

c. Motricidade

d. Perfusão capilar

(k) Role o paciente – para verificar as costas, quando for posicioná-lo na prancha longa

2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria);

3. Avalie o SAMPUM:

(l) S inais e sintomas

(m)A lergias

(n) M edicamentos que faz uso

(o) P roblemas médicos anteriores

(p) U ltima alimentação oral

(q) M ecanismo da lesão / Natureza da doença

4. Reavalie a Decisão de Transporte;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 22

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

iii. Em paciente sem MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO;

1. A avaliação é dirigida para lesão específica (queixa principal)

2. Avalie os sinais vitais (incluindo oximetria)

3. Avalie o SAMPUM

4. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado

5.Reavalie a Decisão de Transporte

b. Paciente de Caso Clínico.

i. Paciente responsivo;

1. Avalie o histórico do paciente e a doença atual

2. Avalie SAMPUM

3. Avalie as queixas do paciente e os sinais e sintomas

(a) Avalie O P Q R S T:

(a) O rigem (Onde está o problema)

(b) P rovocados por...

(c) Q ualidade

(d) (ir)R adiação

(e) S everidade

(f) T empo

4. Execute uma rápida avaliação física, somente se necessário (90 seg):

(a) Avalie cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve, extremidades e região posterior do tronco

5. Avalie os Sinais Vitais (incluindo oximetria)

6. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado

7. Reavalie a Decisão de Transporte

ii. Paciente irresponsivo;

1. Execute uma rápida avaliação física (90 seg)

(a) Avalie cabeça

(b) Avalie pescoço

(c) Avalie tórax

(d) Avalie abdômen

(e) Avalie pelve

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 23

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

(f) Avalie quatro extremidades (MI e MS)

(g) Avalie região posterior do tronco

2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria)

3. Obtenha o histórico do SAMPUM de testemunhas, solicitante e familiares da vítima na cena da ocorrência, antes de conduzir o paciente

4. Reavalie a Decisão de Transporte

Forneça tratamento das emergências médicas baseado nos sinais e

sintomas, e no mecanismo de lesão, conforme protocolos específicos e

regulação médica, se disponível.

Classifique o paciente na escala de coma de Glasgow e na Trauma Escore

Revisado durante o Histórico e Exame Físico.

O tempo total de cena máximo deve ser de 10 minutos.

Exceção: vítima em local de difícil acesso e ordem contrária da regulação

médica.

4. EXAME FÍSICO DETALHADO

a. Pacientes com lesões específicas (por exemplo, corte no dedo) não exigirão exame físico detalhado.

b. Execute o exame físico detalhado para reunir informações adicionais.

c. Pode ser executado na cena, se o tempo o permitir, ou a caminho do hospital.

d. Avalie cabeça, face, ouvidos, pescoço, tórax, abdome, pelve, extremidades e região posterior do tronco, procurando por DCAP - QELS:

i. D eformidades;

ii. C ontusão;

iii. A brasão;

iv. P unção / Penetração;

---------------------------------------------

v. Q ueimaduras;

vi. E dema;

vii. L aceração;

viii. S ensibilidade;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 24

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

e. Avalie os olhos.

i. Pupilas alteradas;

ii. Corpos estranhos;

iii. Sangue na órbita;

f. Avalie o nariz.

i. Saída de líquor ou sangue;

g. Avalie a boca.

i. Dentes fraturados;

ii. Obstruções;

iii. Inchaço ou laceração na língua;

iv. Odores;

v. Descoloração;

h. Avalie o pescoço.

i. Distensão das veias jugulares;

ii. Crepitação;

iii. Desvio de traquéia;

i. Avalie o tórax.

i. Crepitação;

ii. Movimento paradoxal;

iii. Avalie o murmúrio vesicular no ápice e base do tórax, nas regiões hemiclaviculares e hemiaxilares, bilateralmente;

j. Avalie o abdômen.

i. Rigidez;

ii. Flacidez;

iii. Distensão;

iv. Dor;

k. Avalie a pelve apalpando suavemente, em busca de:

i. Instabilidade;

ii. Dor;

l. Avalie todas as quatro extremidades.

i. Pulso distal;

ii. Sensibilidade;

iii. Motricidade;

iv. Perfusão capilar;

m. Lateralize, avalie as costas, inclusive região da pelve posterior, inspecione e apalpe, buscando DCAP-QELS.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 25

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

n. Reavalie os sinais vitais.

Em caso de Paciente de Trauma, com Mecanismo de Lesão Significativo, e Pacientes Clínicos Inconscientes a Classificação na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado são realizadas durante o Exame Físico Detalhado.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

a. Repita a avaliação inicial, sendo 1 vez a cada 15 minutos para paciente estável e no mínimo 1 vez a cada 5 minutos para paciente instável.

i. Reavalie o estado mental;

ii. Mantenha vias aéreas pérvias;

iii. Monitore a qualidade e frequência da respiração;

iv. Reavalie a qualidade e frequência do pulso;

v. Monitore a cor e temperatura da pele;

vi. Reavalie a pressão arterial;

vii. Monitore a oximetria;

viii. Restabeleça as prioridades do paciente;

b. Repita o Histórico e Exame Físico referente às queixas e lesões do paciente.

c. Cheque intervenções.

i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão adequados;

ii. Confira o controle de hemorragia;

iii. Confira a adequação de outras intervenções;

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF.

i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e condição clínica das vítimas, além de necessidade de apoio adicional, inclusive USA;

ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a necessidade de acionamento dos hospitais de referência, incluindo o tempo de chegada;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 26

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os seguintes dados do paciente:

1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade etc)

2. Achados da avaliação

3. Frequência respiratória

4. Frequência cardíaca

5. Pressão arterial sistólica e diastólica

6. Oximetria de pulso

7. Escala de Coma de Glasgow

8. Escala de Trauma Score

9. Procedimentos adotados

10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF solicitar

A critério da regulação médica, poderá ser determinado aos socorristas a

execução de procedimentos não previstos neste Protocolo de APH, nos

limites das atribuições legais dos Bombeiros Militares.

b. Comunicações Verbais.

i. Depois de chegar ao hospital, relate verbalmente o ocorrido à equipe de saúde;

ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido);

iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde, condutas executadas na cena, tratamentos adicionais dados em deslocamento, resposta do paciente, dados vitais e informações adicionais;

c. Comunicações Interpessoais.

i. Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente;

ii. Quando atuar, posicione no mesmo nível ou no nível mais baixo que o paciente;

iii. Seja honesto com o paciente;

iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender;

v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal;

vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia;

vii. Chame o paciente pelo seu próprio nome;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 27

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com os lábios visíveis;

ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunta antes de fazer a próxima;

x. Aja e fale com calma, de maneira confiante;

d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS.

i. A pessoa que preencheu o relatório deve ser a que atendeu o paciente;

ii. O RAPH / REDS deve ter informações objetivas e subjetivas, e ser claro;

iii. As informações do RAPH / REDS pertencem ao paciente ou ao seu representante legal. Seja discreto;

iv. Encaminhamento – Conforme DIAO.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 28

Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

AVALIAÇÃO DO PACIENTE

DIMENSIONAMENTO DA CENA

AVALIAÇÃO INICIAL

HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

Paciente de Trauma Paciente Clínico

Reconsidere o Mecanismo de lesão

COM MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO

SEM MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO

RESPONSIVO IRRESPONSIVO

Rápida Avaliação Física Avaliação Dirigida à

Queixa Principal Histórico da Doença Rápida Avaliação Física

Sinais vitais Sinais Vitais SAMPUM Sinais vitais

SAMPUM SAMPUM Avaliação Dirigida a Queixa Principal

SAMPUM

Reavalie a Decisão de Transporte

ECG e TS Sinais Vitais Reavalie a Decisão de

Transporte

Reavalie a Decisão de Transporte

ECG e TS

Reavalie a Decisão de Transporte

Exame Físico Detalhado

Avaliação Continuada

Comunicações e Documentação

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 29

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 200

- Suporte Básico de Vida -

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 30

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 201 – PCR ADULTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta

i. Verifique a consciência da vítima, tocando em seu ombro e perguntando se está bem;

ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica - gasping) acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA rapidamente;

iv. Se há apenas 1 socorrista:

1. Cheque o pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 respirações de resgate com elevação visível do tórax

2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e com as pás conectadas no paciente

v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):

1. Cheque pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

b. Um socorrista inicia a RCP com 30x2 e o outro opera o DEA

2. Um socorrista faz as 30 compressões, o outro faz as 2 respirações de resgate, juntos, mas não ao mesmo tempo

3. Após 5 ciclos de 30x2, caso o DEA não esteja disponível, troca-se o compressor (intervalo de 5 seg. para troca)

Execute compressões rápidas e fortes, no terço inferior do osso esterno,

com no mínimo 100 compressões por minuto, deprimindo o esterno em 5 cm.

Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.

Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.

Evite excesso de ventilação (hiperventilação).

vi. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e conectado;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 31

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas compressões;

viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;

ix. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

1. O pulso da vítima retorna

2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado

x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com manobras de RCP com 30x2. A troca do compressor será a cada dois minutos ou 5 ciclos;

xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a

desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis;

b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação

pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe;

e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado

de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.

Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o

deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.

Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões

para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10

ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo

por ventilação.

Forneça O2 conforme P 604.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 32

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano

(lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).

Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a

puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias

permanecem inalteradas.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 33

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 202 – PCR CRIANÇA E LACTENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta

i. Verifique a consciência da vítima (em criança, toque em seu ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés);

ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA rapidamente:

iv. Se há apenas 1 socorrista:

1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 respirações de resgate, com elevação visível do tórax

2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e com as pás conectadas no paciente

v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):

1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

b. Um socorrista inicia a RCP com 15 X 2 e outro opera o DEA

2. Após as 15 compressões torácicas, abra rapidamente as vias aéreas e forneça duas respirações de resgate com expansão visível do tórax

a. Compressões torácicas em lactente e em dupla são executadas com a técnica dos dois polegares, mãos circundando o tórax. Não ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com via aérea avançada

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 34

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

Execute compressões rápidas e fortes, com no mínimo 100 compressões por minuto, deprimindo o esterno 5 cm em criança e 4 cm em lactente.

Em criança, posicione 1 mão no terço inferior do osso esterno. Em lactente, posicione 2 dedos, localizados 1 dedo abaixo da linha intermamária.

Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.

Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.

Evite excesso de ventilação (hiperventilação)

vi. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e conectado;

vii. Para crianças e lactentes, ao usar o DEA, o socorrista deve utilizar um atenuador de carga pediátrico, se disponível; se não, utilize o DEA padrão;

viii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas compressões;

ix. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;

x. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

1. O pulso da vítima retorna

2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado

xi. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com manobras de RCP com 30 X 2 (1 socorrista) ou 15 X 2 (2 socorristas) com troca do compressor a cada dois minutos;

xii. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis; b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe; e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 35

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.

Em caso de lactente, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.

A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia cerebral. Não se verifica, portanto, pulso carotídeo em lactente, e sim pulso braquial.

Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano

(lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).

Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a

puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias

permanecem inalteradas.

Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões

para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10

ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo

por ventilação.

Forneça O2 conforme P 604

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 36

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 203 – OVACE ADULTO E CRIANÇA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique o sinal universal de engasgo (mãos no pescoço). Em seguida constate:

1. A vítima respira normalmente?

2. A vítima consegue falar?

3. A vítima consegue tossir?

ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe a recurso hospitalar na posição sentado;

iii. SE CONSCIENTE, expressando o sinal universal de engasgo e não consegue falar, tossir ou respirar, inicie as compressões abdominais contínuas em J até desalojar o corpo estranho ou o paciente tornar-se inconsciente;

1. Lembre-se:

a. Na grávida e no obeso a posição é diferenciada com as mãos no osso esterno

iv. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca a procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;

v. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de RCP;

Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque rapidamente a boca à

procura do corpo estranho antes de fazer as 2 respirações de resgate.

Forneça O2 conforme P 604

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 37

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 204 – OVACE LACTENTE E NEONATAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique:

1. A vítima respira normalmente? 2. A vítima consegue chorar? 3. A vítima consegue emitir som?

ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe a recurso hospitalar no colo do socorrista / pai / mãe;

iii. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente), nem emitir som, e a obstrução tenha sido por líquido, peça à mãe, pai ou parente que sugue com a boca a boca e o nariz da vítima; em seguida o socorrista deve ventilar 2 vezes. Caso a obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax;

1. Faça as pancadas e compressões até o líquido sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.

iv. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente), nem emitir som, e a obstrução tenha sido por corpo estranho sólido detectado ou presenciado, retire o corpo estranho se visível. Caso não veja o corpo estranho e/ou a obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax;

1. Faça as pancadas e compressões até o objeto sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.

v. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca à procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;

vi. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de RCP.

São sinais de OVACE em lactente, cianose e olhos arregalados, além da dificuldade de chorar, tossir e emitir sons.

Durante a desobstrução do lactente e neonato, a cabeça do mesmo deve permanecer em nível inferior ao do corpo.

Nunca faça compressão abdominal no lactente com OVACE.

Na obstrução por líquido, caso o pai, mãe ou parente não queira e/ou não sugou com a boca, o socorrista deve iniciar de imediato as 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 38

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

Lembre-se: após cada ciclo de compressões, cheque rapidamente a boca à procura do corpo estranho antes de fazer as respirações de resgate, sendo 2 no caso de lactente e 1 no caso de neonato.

Forneça O2 conforme P 604

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 39

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 205 – PARADA RESP. ADULTO, CRIANÇA e LACTENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Parada respiratória em Adulto.

i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando se está bem);

ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e solicite o DEA rapidamente:

iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. Se tem pulso palpável, mas não respira, faça 1 respiração de resgate a cada 5 a 6 seg. durante 10 a 12 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso novamente.

1. Para fim de padronização das equipes de resgate utilizaremos 1x5x10

v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar), forneça 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por 1 minuto;

1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x6x10

b. Parada respiratória em Criança e Lactente.

i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando se está bem – em criança – ou tocando os pés – em lactente);

ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio e solicite o DEA rapidamente:

iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. (carotídeo em criança e braquial em lactente). Se tem pulso palpável, mas não respira, inicie 1 respiração de resgate a cada 3 a 5 seg. durante 12 a 20 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso novamente;

1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x3x20

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 40

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar) forneça 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por minuto;

1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x6x10

Aqueça o paciente - PRINCIPALMENTE LACTENTE E NEONATO - evitando a

hipotermia e o estado de choque.

Forneça O2 conforme P 604

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 41

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 206 – SBV NEONATAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conceito.

i. Neonatos são os pacientes na idade de 0 a 28 dias;

ii. Recém-nascido (RN), para fins deste Protocolo, é o neonato que acabou de nascer;

b. Conduta.

i. Se o RN é termo, o líquido amniótico está claro, o RN está respirando ou chorando e tem bom tônus muscular, aqueça, limpe as vias aéreas se necessário, seque e avalie a cor da pele;

1. Se rosada, posicione o RN junto à mãe e monitore

2. Se cianótico, forneça O2 suplementar e avalie respiração, pulsação e cor da pele

Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,

OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm e demais

descritas no P 101.

ii. Após 30 seg de O2, se RN está respirando e freq. cardíaca é > 100 bpm, mas o RN está cianótico, ventile com O2 suplementar e reavalie após 30 seg;

1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada, apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2

2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando 1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque pulso braquial

3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir 120 eventos por minuto (90 comp.+ 30 resp.)

iii. Se RN está apnéico ou freq. card. < 100 bpm ventile com O2 suplementar. Reavalie após 30 segundos;

1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada, apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2

2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando 1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque pulso braquial

3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir 120 eventos por minuto

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 42

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

a. Se o tempo até o hospital é menor que o tempo de chegada do SAV na cena, inicie deslocamento executando RCP

b. Se tempo até o hospital é maior que tempo de chegada do SAV, permaneça na cena executando RCP

iv. A abordagem ao RN é diferente do Adulto, Criança e Lactente. Para o RN continua o procedimento de ABC da vida uma vez que ele é vítima mais de parada respiratória do que cardíaca.

Então proceda:

1. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade, tocando em seus pés)

2. Se inconsciente, abra vias aéreas mantendo a cabeça neutra e faça a técnica VOS (ver, ouvir e sentir) de 5 a 10 segundos. Se não respira, forneça 2 respirações de resgate com expansão visível do tórax

3. Mantenha a posição do A e do B e faça o C, checando pulso braquial de 5 a 10 segundos. Caso haja pulso, mas não respiração, mantenha 1 x 3 x 20, mas caso não tenha pulso mantenha 3 x 1 x 30, conforme procedimentos acima descritos

Em caso de neonato, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.

A Técnica VOS deve ser utilizada a cada vez que o socorrista for reconferir o pulso.

A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia cerebral, portanto se verifica pulso carotídeo somente braquial ou femoral.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

Para avaliar o pulso do RN conte por 6 segundos e multiplique por 10.

Forneça 40 a 60 insuflações por minuto no RN que necessite assistência ventilatória.

Forneça O2 conforme P 604.

Compressões torácicas em dupla são executadas com a técnica dos dois polegares mãos circundando o tórax, na razão de 3 compressões para 1 ventilação. Não ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com via aérea avançada.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 43

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

P 207 – DEA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Indicações.

i. PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso);

Traçado Eletrocardiógrafo da TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso

(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

Traçado Eletrocardiógrafo da FV - Fibrilação Ventricular

(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

ii. Adulto, Criança, Lactente e Neonato com as devidas pás específicas para cada paciente e atenuadores de corrente se possível ou pás de adultos para todos os pacientes se apenas estas estiverem disponíveis;

b. Contraindicações.

i. Paciente respirando, com pulso e ritmo sinusal normal;

Traçado Eletrocardiógrafo do RSN – Ritmo Sinusal Normal)

(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

c. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso.

i. Queimadura na pele do paciente;

ii. Desativação de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);

iii. Lesões no operador ou pessoas próximas em contato com o paciente;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 44

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

d. Precauções no uso do DEA.

i. Afaste o paciente da água e de superfície molhada;

ii. Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local permitindo que o adesivo da pá cole perfeitamente;

iii. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm de distância do marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);

iv. Afaste as pás de local lesionado da pele;

v. Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e seque a superfície onde a pá será instalada;

vi. Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido aos artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do próprio movimento;

vii. Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a análise do ritmo e a administração do choque;

viii. Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais onde serão colocadas as pás;

ix. Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de comunicação (HT) ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de alta voltagem;

x. Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios metálicos do pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as pás;

xi. Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos de pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente sob monitoramento.

Remova fontes de oxigênio e gases anéstesicos inflamáveis antes de

executar a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão!

e. Conduta para utilização do DEA.

i. Inicie RCP até que o DEA esteja disponível;

1. Prepare o paciente, ligue o DEA, conecte as pás (continue a RCP). Quando do sinal de “analisando o ritmo cardíaco”, não toque no paciente e PARE a RCP

2. Se choque indicado:

Afaste todas as pessoas de perto do paciente

Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar

Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões

A cada 2 minutos o DEA reinicia a avaliação

3. Se choque não indicado

Continue a RCP

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 45

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

4. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

O pulso da vítima retorna

Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado.

ii. Posição das pás:

As pás devem ser posicionadas de forma anterolateral, de forma que a onda elétrica atravesse o coração. Posições alternativas, porém, podem ser consideradas, com base nas características individuais do paciente, aceitando-se: anteroposterior, infraescapular anteroesquerda e infraescapular anterodireita.

A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em condições de ser

utilizado, e que seja, o mais rápido possível.

f. DEA e transporte.

i. Se durante o transporte, o paciente entra em PCR dentro da UR, pare, desligue a viatura e adote os passos de RCP e de desfibrilação;

ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento, não pare a viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o ritmo e administrar o choque. Apenas mantenha as pás conectadas e aderidas;

g. Situações especiais.

i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue a RCP e inicie deslocamento;

Evite usar telefone celular próximo ao DEA. O alto nível de reação

eletromagnética emitida pode resultar numa grande interferência prejudicando

o funcionamento do DEA e colocando em risco o paciente.

O DEA foi desenvolvido para aplicação em procedimentos de desfibrilação

que possibilita estímulo elétrico ao coração podendo ser usado por qualquer

pessoa em qualquer ambiente hospitalar ou extra-hospitalar, unidades de

resgate aéreo ou terrestre, dando suporte avançado à vida.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 46

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

O DEA é um equipamento energizado internamente capaz de operar

recebendo energia de uma fonte de alimentação elétrica interna. Não abra o

equipamento. Não dê choques com as pás curto-circuitadas, pois o dispositivo

de disparo pode danificar-se. O paciente deverá estar imóvel durante a análise.

Não utilize as pás se o invólucro estiver violado.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 47

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

TABELA DE ATENDIMENTO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA

PACIENTE 1 SOCORRISTA 2 SOCORRISTAS 3 SOCORRISTAS

PR PCR PR PCR PR PCR

Neonato (0 a 28 dias)

1 x 3 x 20 3 x 1 x 30 1 x 3 x 20 3 x 1 x 30 1 x 3 x 20 3 x 1 x 30

Lactente (29 dias a 1

ano) 1 x 3 x 20 30 x 2 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5

Criança (1 a 8 ano)

1 x 3 x 20 30 x 2 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5

Adulto (> 8 anos)

1 x 5 x 10 30 x 2 1 x 5 x 10 30 x 2 x 5 1 x 5 x 10 30 x 2 x 5

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 48

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 300

- Emergências Clínicas -

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 49

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 301 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Distúrbios cardiovasculares.

i. Conjunto de doenças e condições que envolvem o coração (Cardin) e os vasos sanguíneos (vascular).

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas mais comuns.

i. Dor no peito (retroesternal – centro – ou precordial – à esquerda);

ii. Dor irradiando para braço esquerdo;

iii. Dor irradiando para mandíbula;

iv. Pressão ou desconforto no tórax;

v. Pressão no abdômen, no pescoço ou nas costas;

vi. Desconforto na região epigástrica;

vii. Dificuldade respiratória (dispnéia);

viii. Sudorese excessiva;

ix. Pulso irregular ou fraco;

x. Veias do pescoço dilatadas;

xi. Náuseas;

xii. Tontura;

xiii. Fadiga;

xiv. Vômito;

xv. Desmaio;

b. Fatores de risco não modificáveis (fixos).

i. Idade avançada;

ii. Raça;

iii. Hereditariedade;

iv. Sexo;

c. Fatores de risco modificáveis.

i. Hipertensão arterial;

ii. Tabagismo;

iii. Diabetes mellitus;

iv. Colesterol alto

v. Obesidade e sedentarismo;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 50

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

d. Fatores contribuintes.

i. Estresse excessivo;

ii. Ingestão de álcool e drogas;

e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos).

i. Exercícios anormalmente vigorosos;

ii. Estresse emocional grave;

iii. Doenças graves;

f. Conduta.

i. Mantenha vias aéreas pérvias;

ii. Previna o estado de choque;

1. Forneça oxigênio conforme P 604

2. Aqueça o paciente

3. Afrouxe suas vestes

4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe, fale muito etc

iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente;

iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado para RCP, se necessário;

v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado);

vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição supina, aqueça, forneça O2 conforme P 604, monitore sinais vitais e encaminhe rapidamente ao hospital.

Atente para o relato de histórico médico e de uso de medicamentos. A

coleta de dados e anamnese dirigida não deverá atrasar o transporte.

No deslocamento para emergências cardiovasculares o socorrista já deve

estar preparado para utilizar o DEA.

Algumas situações especiais como hipotermia, afogamento, trauma,

choques elétricos, descargas de raios e gravidez podem provocar uma parada

cardíaca.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades prevista

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 51

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

no CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas, sirenes ligadas).

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

a. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital de referência quanto à chegada de um paciente com possível doença cardiovascular.

b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os repasse ao médico que o atender.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 52

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 302 – AVC / AVE

Acidente Vascular Cerebral / Acidente Vascular Encefálico

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas mais comuns.

i. Vertigem, confusão mental com perda visual parcial;

ii. Forte dor de cabeça;

iii. Forte dor de cabeça acompanhada de náuseas e vômitos;

iv. Falta de coordenação, perda de força, fraqueza súbita;

v. Diplopia: visão dupla e embaçada;

vi. Afasia: dificuldade de completar palavras por som e por escrita;

vii. Disartria: dificuldade na articulação da palavra;

viii. Disfasia: alteração na linguagem e compreensão em qualquer de suas formas;

ix. Hemiparesia: paralisia / enfraquecimento incompleto ou parcial (mais grave nas mãos e na face);

x. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo;

b. Outros sinais e sintomas encontrados.

i. Ausência de movimento nos olhos, exceto nas pálpebras;

ii. Ptose palpebral (queda da pálpebra);

iii. Falta de ar e sudorese;

iv. Nível alterado de responsividade;

v. Anisocoria: diferença no tamanho das pupilas;

vi. Amaurose: perda total da visão transitória;

vii. Síncope, torpor, convulsão, coma (ECGlasgow<8);

viii. Hipertensão arterial e hipertermia;

ix. Disfagia: deglutição difícil;

x. Incontinência urinária;

xi. Alterações visuais;

c. Fatores de risco.

i. Idade avançada;

ii. História familiar;

iii. Hereditariedade;

iv. Doença cardiovascular;

v. Hipertensão arterial;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 53

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

vi. Tabagismo;

vii. Diabetes mellitus;

viii. AIT - ataque isquêmico transitório (déficit neurológico);

ix. Histórico de colesterol alto;

x. Obesidade;

xi. Sedentarismo;

xii. Estresse excessivo;

xiii. Dificuldade de coagulação;

xiv. História de trauma craniano;

xv. Cirurgias recentes;

xvi. Uso de anticoncepcionais;

xvii. Uso de drogas (cocaína / anfetamina);

xviii. Uso de anticoagulantes;

xix. Neoplasias;

d. Conduta.

i. Mantenha vias aéreas pérvias;

ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para assistência ventilatória;

iii. Forneça oxigênio, conforme P 604;

iv. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição de recuperação, deitado sobre o lado encefálico/cerebral afetado;

v. Mantenha o paciente em repouso, sob observação contínua, monitorização constante e fornecimento de oxigênio durante o transporte de acordo com a avaliação da saturação de O2;

vi. Aqueça o paciente. Não superaqueça;

vii. As aferições de pressão arterial devem ser estabelecidas em intervalos de 10 a 20 minutos e nunca em uma única aferição em ambas as extremidades superiores;

viii. Avalie a responsividade por meio da Escala Pré-Hospitalar de Cincinatti e Escala de Coma de Glasgow – ECG;

ix. Encoraje membros da família a acompanhar o paciente até o hospital para que possam informar o histórico do paciente à equipe médica;

x. Quando da chegada no hospital mantenha os procedimentos até a equipe médica responsável assumir o paciente, devidamente informada de toda situação;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 54

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

e. Escala pré-hospitalar de Cincinatti.

i. Uma anomalia encontrada em qualquer um deles a probabilidade de um AVC é igual a 72%.

Figura 1 – Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a

Escala de Cincinatti.

Fonte: Stroke Center - Cincinnati (Acesso em 23/11/2012)

SINAIS COMANDO NORMAL ANORMAL

QUEDA FACIAL

Peça ao paciente

que sorria e/ou

mostre os dentes

Ambos os lados

do rosto movem-

se igualmente

Um lado do rosto

não se move tão

bem quanto ao

outro

DEBILIDADE

DOS BRAÇOS

Peça ao paciente

que feche os olhos

e mantenha os

braços estendidos

por 10 segundos

Ambos os braços

movem-se

igualmente

Um braço não se

move ou cai em

relação ao outro

FALA

ANORMAL

Peça ao paciente

para dizer “o rato

roeu a roupa do rei

de Roma” ou outra

frase similar

O paciente utiliza

as palavras

corretamente,

com pronúncia

clara

O paciente

pronuncia palavras

ininteligíveis, usa

palavras incorretas

ou é incapaz de

falar

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 55

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

A determinação do momento de início dos sintomas é crucial para fins de

tratamento. O momento do início dos sintomas é o último momento

em que o paciente foi visto assintomático.

Tempo é cérebro!!! O início do tratamento com fibrinolíticos (ativadores do

plasminogênio) usados na terapêutica da trombose arterial deve ser iniciado o

mais rápido possível, a fim de dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim

dissolver os trombos. Portanto não atrase o deslocamento para o hospital

após o início dos sintomas.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

a. O COBOM / CIAD, as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital de referência quanto à chegada de um paciente com possível AVC.

b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os repasse ao médico que o atender.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 56

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 303 – EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Ausência temporária de respiração (apneia);

ii. Respiração superficial;

iii. Respiração rápida e profunda;

iv. Respiração ruidosa;

v. Sensação vertiginosa;

vi. Ansiedade, agitação, letargia e sonolência;

vii. Cianose de extremidades (lábios e dedos);

viii. Dor torácica referida como aperto;

ix. Tosse contínua;

b. Conduta.

i. Mantenha o paciente em posição de conforto (sentado ou semi-reclinado);

ii. Administra oxigênio conforme P 604;

iii. Aqueça o paciente;

iv. Ofereça apoio emocional;

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente, faça a ventilação assistida (com BVM, cânula orofaríngea) com suplementação de oxigênio conforme P 604

Se o paciente é critico deve transportar urgente ao HR, acionar e interceptar o SAV, se disponível, para manobras invasivas de obtenção de vias aéreas e ventilação

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 57

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 304 – CRISE CONVULSIVA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Reconhecimento.

i. Parciais com ou sem perda de consciência (Pequeno mal);

1. Fase de ausência 2. Grito epiléptico

ii. Generalizadas (Grande mal);

1. Inconsciência 2. Movimentos tônico-clônicos 3. Estupor pós ictal (fase pós-comicial) – estado de

sonolência profunda e letargia que se instala ao final da convulsão

b. Sinais e sintomas.

i. Dor referida em todo o abdome ou em região especifica;

ii. Palidez acentuada;

iii. Náuseas e vômitos;

iv. Taquicardia ou Bradicardia;

v. Taquipnéia ou Dispnéia;

vi. Sudorese fria;

vii. Febre (entre 37,5 ºC a 40ºC.);

viii. Dor abdominal à palpação no exame físico;

ix. Abdome contraído, globoso ou escavado;

x. Defesa muscular abdominal no exame físico;

c. Conduta.

i. Administre O2;

ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal ou semi-reclinado);

iii. Não contenha movimentos;

iv. Ampare a cabeça;

v. Em caso de secreção na boca, lateralize o paciente. Use abridor de mandíbula. Não insira os dedos na boca do paciente;

vi. Aqueça o paciente;

vii. Ofereça apoio emocional;

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 58

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 305 – DIABETES MELLITUS E HIPOGLICEMIA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Hipoglicemia (Choque insulínico).

i. Sinais, sintomas e eventos relacionados;

1. Glicemia capilar <60 mg/dL

2. Paciente tomou insulina demais

3. Alteração no nível de consciência

4. Convulsão

5. Agitação e mudança de comportamento

6. Paciente em jejum (não se alimentou)

7. Pele fria e úmida

8. Taquicardia

9. Cefaléia

10. Palidez

11. Salivação abundante

12. Fome, borborigma ("ronco" na barriga)

13. Náuseas, vômitos, desconforto abdominal

14. Atividade mental anormal com prejuízo do julgamento

15. Ansiedade, alteração de humor, depressão, choro e medo

16. Negativismo, irritabilidade, agressividade e fúria

17. Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono

18. Confusão, amnésia, tontura, delírio

19. Alteração de pupilas (dilatadas)

20. Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla

21. Atos automáticos

22. Dificuldade de fala

23. Descoordenação motora às vezes confundido com embriaguez

24. Déficit motor, paralisia, hemiparesia, parestesia, estupor

25. Convulsão focal ou generalizada

b. Hiperglicemia.

i. Sinais, sintomas e eventos relacionados;

1. Glicemia capilar > 200 mg / dl

2. Paciente não tomou insulina

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 59

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

3. Poliúria (aumento do volume urinário)

4. Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos)

5. Polifagia (apetite aumentado)

6. Mudanças no formato das lentes dos olhos levando a dificuldades de visão. (Paciente relata visão borrada )

7. Cansaço

8. Pele seca e quente

9. Cefaléia

10. Dispnéia

11. Hálito cetônico (Alta concentrações de cetona do sangue)

12. Náuseas e Vômitos

13. Dor abdominal

14. Alteração de consciência (confusão, sonolência, letargia, hostilidade, mania, pânico, agresividade etc).

15. Coma com progressão para PCR

c. Conduta.

i. Obtenha o SAMPUM e OPQRST. Considere:

1. Histórico de diabetes mellitus

2. Medicações usadas em tratamento

a. Insulina – tipo, dose, frequência, última dose

b. Medicações orais - tipo, dose, frequência, ultima dose

3. Última alimentação do paciente

4. Recente doença ou lesão

5. Atividade física recente

6. Gravidez

7. Verifique uso de álcool

8. Histórico de reações a diabetes

ii. Conduta geral;

1. Obtenha os sinais vitais

2. Se paciente possui glicosímetro prescrito por médico, verifique com o mesmo qual a leitura, caso o mesmo tenha feito a medição

3. Prepare-se para fazer aspiração de vias aéreas

4. Não perca tempo na cena da ocorrência. Considere situações de “load and go”

5. Se paciente está consciente

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 60

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

a. Não lhe permita exercitar-se; deite-o na maca ou cadeira de rodas e o encaminhe à UR;

b. Proteja vias aéreas

c. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça oxigênio, conforme P 604

d. Se regulação médica disponível, forneça suco adocicado ao paciente.

6. Se paciente está inconsciente

a. Proteja as vias aéreas. Aspire se necessário

b. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça oxigênio, conforme P 604

c. Posicione o paciente na posição de recuperação (decúbito lateral), se possível.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

a. Posicione o paciente em posição de conforto

b. Trate agravos que ameaçam a vida em deslocamento

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

Nem todos os sinais ou sintomas podem estar presentes no paciente

Se o paciente é considerado critico deve transportar urgente ao hospital de

referência, acionar e interceptar o SAV, se disponível.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 61

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 306 – EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Parto normal iminente.

i. Sinais e sintomas:

1. Contrações uterinas cíclicas (primeira fase do parto);

2. Rompimento da bolsa amniótica

3. Apresentação cefálica do feto (coroamento)

4. Taquicardia e taquipnéia

5. Dor durante as contrações

ii. Conduta.

1. Sempre que possível, leia o cartão pré-natal da gestante e

busque informações sobre a gestação (se houve

internações, doenças infectocontagiosas, hipertensão

arterial, diabetes ou outras complicações)

2. Não faça toque para verificar grau de dilatação do colo

3. Deite a gestante em decúbito dorsal, com pernas fletidas

e com joelhos afastados

4. Exponha os materiais do Kit Parto

5. Ponha um lençol limpo sobre a maca (ou local apropriado

onde irá ser colocado o recém nascido - RN) próximo à

pelve da gestante

6. Quando a cabeça coroar, apóie a mesma com uma das

mãos, com leve pressão para evitar uma expulsão muito

rápida e causar alguma lesão no RN e na parturiente

7. Ainda na passagem do feto pelo canal vaginal, se

possível já faça uma limpeza prévia da face do mesmo,

com uma compressa limpa

8. Após a saída do RN, deite-o no lençol sobre a maca (ou

local apropriado) e aspire suas vias aéreas com aspirador

tipo pêra

a. Aspire primeiro a boca, depois as narinas do RN

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 62

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

9. Mantenha o RN no mesmo nível da pelve da mãe até que

seu cordão umbilical seja clampeado

10. Clampeie o cordão umbilical

a. O 1º clamp a aproximadamente 17,5 cm da parede

abdominal do RN

b. O 2º clamp a aproximadamente 7,5 cm após o 1º

clamp, ou seja, o 2º clamp ficará a 25 cm da

parede abdominal do RN

c. Em seguida, corte entre os dois

11. Seque rapidamente o RN e o aqueça com lençol, após o

que o envolva a manta aluminizada sobre o lençol

12. Aguarde a saída da placenta (dequitação), sem puxá-la,

guarde-a em um saco plástico e a deixe no hospital

13. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico após a

dequitação

14. Oriente a mãe a estender as pernas e uni-las, sem

apertá-las

15. Faça massagens circulares no sentido horário no

abdômen da mãe, na região do útero, para reduzir a

hemorragia puerperal

16. Caso não haja restrições, estimule a mãe a amamentar o

RN o quanto antes (esse método reduz a hemorragia

puerperal)

17. Considere fornecimento de oxigênio para o RN e à mãe

18. Avalie e classifique o RN na escala APGAR 1 minuto

após o nascimento, repita isto após 5 e 10 minutos,

mesmo durante o transporte

Se o cartão pré-natal informar a presença de doença infecto-contagiosa ou

risco de galactosemia (intolerância ao leite), ou se não houver cartão pré-natal,

não estimule o aleitamento materno

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 63

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

O clampeamento precoce favorece a dequitação, mas sua demora propicia a

icterícia. O clampeamento deve ser realizado entre 1 a 3 minutos após o

nascimento, a fim de favorecer a adaptação externa do neonato.

b. Parto anormal.

i. Sinais e sintomas;

1. Apresentação pélvica do RN no ato do parto (as nádegas

ou ambos os membros inferiores apresentam-se primeiro)

2. Apresentação invertida (nasce um braço ou uma perna

primeiro)

3. Prolapso do cordão umbilical

4. Presença de mecônio no líquido amniótico

5. Nascimento múltiplo

6. Crise convulsiva no trabalho de parto

7. Parto prematuro

8. Natimorto

ii. Conduta.

1. Segue-se conduta similar à assistência ao parto normal

2. Aguarde o parto progredir naturalmente sem jamais puxar

o RN

3. Em parto pélvico, caso a cabeça do RN não saia até 3

minutos após a saída das nádegas e tronco, deve-se criar

uma via respiratória para o RN; a mãe permanece na

posição semelhante ao parto normal

4. Quando há apresentação de um dos membros primeiro, a

mãe deverá ser colocada de joelhos e apoiada sobre o

tórax (posição genupeitoral). Isso aliviará a pressão no

feto e no cordão umbilical; Não puxe o membro nem

tente empurrá-lo para dentro da vagina novamente

5. Em caso de prolapso do cordão, mantenha a mãe na

posição genupeitoral, crie uma via respiratória para o RN

e cubra o cordão com compressa úmida em soro

fisiológico 0,9%

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 64

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

6. Em nascimentos múltiplos, a conduta será a mesma que

em parto normal, devendo-se clampear e cortar o cordão

umbilical do primeiro RN antes do nascimento do próximo

a. Nascimento de prematuros também tem

conduta semelhante ao parto normal, ressaltando-se

a necessidade de se aquecer o RN

b. Em caso do RN nascer com PCR, inicie as

manobras de RCP conforme P 206, exceto se for um

caso de natimorto (bolhas, odor forte e desagradável

etc.)

c. Em todos os casos, mantenha administração

de O2 para a mãe

d. Dê apoio emocional à mãe

e. Monitorar sinais vitais e nível de consciência

da mãe e do RN

c. Hemorragia pré-parto.

i. Sinais e sintomas:

1. Surgimento de hemorragia vaginal excessiva

(metrorragia) antes do momento do parto

2. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,

ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e

úmida etc.)

3. Ausência de movimentação fetal

ii. Conduta.

1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo

2. Mantenha as vias aéreas pérvias

3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de

choque

4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de

grandes hemorragias

5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se

deve introduzir nada no canal vaginal)

6. Não ofereça nada para a gestante ingerir

7. Monitore os sinais vitais e nível de consciência

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 65

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

d. Aborto.

i. Sinais e sintomas;

1. Cólica, dor e contrações abdominais

2. Hemorragia vaginal excessiva (metrorragia)

3. Saída de fragmentos de tecidos do feto pelo canal vaginal

4. Indícios de estado de choque (hipotensão, fraqueza,

tonteira, sede, ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele

pálida, fria e úmida etc.)

ii. Conduta.

1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo

2. Mantenha as vias aéreas pérvias

3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de

choque

4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de

grandes hemorragias

5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se

deve introduzir nada no canal vaginal)

6. Não ofereça nada para a vítima ingerir

7. Dê apoio emocional

8. Caso saia algum tecido fetal, guarde-o em saco plástico e

leve-o para o hospital junto com a mãe

9. Monitore os sinais vitais e nível de consciência

Em caso de suspeita de aborto provocado, deve-se considerar sinais e

sintomas de intoxição exógena e tratá-la conforme P 309.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

Para se criar uma via respiratória para o RN (parto pélvico ou prolapso de

cordão umbilical), coloque uma das mãos dentro da cavidade vaginal, com a

palma da mão voltada para a face do RN. Coloca-se, então, o dedo indicador

do lado de uma narina e o dedo médio do lado da outra narina.

A outra mão do socorrista deverá apoiar o corpo do RN para preservar a sua

coluna cervical

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 66

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 307 – ABDOME AGUDO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Reconhecimento.

i. Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático geralmente referenciado como a queixa principal do paciente.

b. Sinais e sintomas:

i. Dor referida em todo abdome ou em região específica;

ii. Palidez acentuada;

iii. Náuseas e vômitos;

iv. Taquicardia ou Bradicardia;

v. Taquipnéia ou Dispnéia;

vi. Sudorese fria;

vii. Febre (temperatura entre 37,5 ºC a 40ºC.);

viii. Dor abdominal à palpação no exame físico;

ix. Abdome contraído, globoso ou escavado;

x. Defesa muscular abdominal no exame físico;

c. Conduta.

i. Administre O2;

ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal, semi-reclinado ou posição fetal);

iii. Aqueça o paciente;

iv. Ofereça apoio emocional;

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 67

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 308 – EMERG. PSIQUIÁTRICAS E COMPORTAMENTAIS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Determine se a cena é segura. Se não, afaste-se e solicite apoio de outras Gu BM, PMMG, SAMU (USA) etc;

ii. Tente estabelecer um diálogo com o paciente;

iii. Dialogue com técnica:

1. Use um tom calmo, direto e enfático

2. Apresente claramente os limites e opções do paciente

3. Respeite seu espaço pessoal

4. Evite olhar direto nos seus olhos

5. Não adote uma postura de confronto

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Considere outras causas de comportamento anormal.

i. Hipóxia, hipoperfusão, hipoglicemia;

ii. Abuso de álcool ou drogas;

iii. AVC, TCE, estágio pós-comicial etc;

Solicite suporte avançado, se disponível, para proceder à contenção farmacológica se o paciente estiver agitado, não cooperativo ou violento.

A abordagem enérgica, quando necessária, deve ser realizada sempre por três socorristas. O primeiro abordará o portador de sofrimento mental com uma das mãos em um dos ombros do paciente e a outra mão na testa, isso por trás do paciente. O segundo abraçará o tronco, imobilizando os braços, pela frente. E, finalmente, o terceiro abraça os joelhos amortecendo a queda.

b. Conduta.

Objetivo: Restabelecer o equilíbrio emocional e social das pessoas envolvidas na situação de urgência e emergência.

i. Contenha mecanicamente o paciente apenas se for necessário. Utilize ataduras ou outro meio que não cause lesões para

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 68

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

imobilizar o paciente na maca somente se o mesmo oferecer perigo para si, para a Gu BM e para outras pessoas;

ii. Não use prancha longa se não houver trauma que a justifique. Deite o paciente na maca central da UR e nela imobilize os quatro membros. Após, confirme se não há prejuízo para a respiração e circulação;

iii. Se o paciente está cuspindo na Gu BM posicione uma máscara de tecido (EPI) na face dele;

iv. Coloque o paciente em uma posição de conforto, se possível;

v. Não coloque o paciente em posição prona (decúbito ventral) na maca;

vi. Para deprimidos: reserve o tempo necessário para o diálogo, investigando idéias suicidas e estrutura familiar;

vii. Para psicóticos: investigue perda de contato com a realidade (alucinação e delírios), evitando sempre termos valorativos, falas de julgamento e linguagem técnica e agressiva;

viii. Para violentos: investigar a causa direta ou indireta desse comportamento, investigar dependência química, histórico de abuso ou atividade criminosa.

Se após a contenção mecânica o paciente permanecer agitado ou violento, ofereça O2 em máscara facial. Considere hipóxia.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

a. Mantenha a contenção mecânica durante o transporte.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. Relate no RAPH / REDS as razões pelas quais foi necessária a contenção mecânica do paciente

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 69

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 309 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Promova a segurança da cena.

i. Não entre em locais confinados ou com atmosfera tóxica sem EPI;

ii. Tente identificar a substância tóxica;

iii. Solicite apoio, se necessário;

iv. Proceda ao IFC.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Tonturas;

ii. Náuseas;

iii. Cefaléia;

iv. Vômitos;

v. Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;

vi. Estado mental alterado, podendo chegar à inconsciência;

vii. Alterações pupilares (contraída ou dilatada);

viii. Dor abdominal;

ix. Aumento da frequência cardíaca;

x. Padrões respiratórios anormais e dispnéia;

xi. Espasmos musculares;

xii. Erupção cutânea;

xiii. Lacrimejamento;

xiv. Diarréia;

xv. Podem ocorrer pruridos e ardência na pele;

xvi. Vermelhidão cutânea;

xvii. Choque anafilático;

xviii. Sudorese;

xix. Taquicardia;

xx. Bradicardia;

xxi. Dispnéia;

b. Conduta.

i. Mantenha as vias aéreas pérvias;

ii. Forneça O2 em alta concentração se o nível de consciência estiver alterado, encurtamento da respiração, dificuldade respiratória ou paciente tossindo.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 70

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

Em casos confirmados de intoxicação por PARAQUAT®, pesticida usado rotineiramente em lavouras de tomate, a suplementação de oxigênio deve ser evitada mesmo em casos de insuficiência respiratória, pois pode potencializar o distúrbio pulmonar provocado pelo estresse oxidativo.

iii. Considere acionar o SAV, se disponível;

iv. Determine:

1. O quê – especifique a toxina e a quantidade envolvida

a. Se possível, leve com segurança para o hospital frasco do comprimido envolvido

b. Não transporte “produtos perigosos”, apenas medicamentos

2. Quando – tempo de exposição

3. Por quê – a causa da exposição (acidente etc)

4. Onde – identifique o ambiente da exposição (local confinado, indústria, silos, plantações etc)

v. Trate toxinas específicas baseado em cuidados específico;

1. Substâncias ingerível

a. Não dê nada para o paciente beber

b. Não induza vômito

2. Substâncias inaláveis

a. Retire o paciente do ambiente tóxico (usando EPI)

b. Trate os sintomas: vômito, tosse, decréscimo do nível de consciência etc

c. Ventile, se necessário

d. Monitore com oxímetro de pulso, exceto em caso de intoxicação por monóxido de carbono ou cianeto, em que a leitura é falsa. Ver P 603

3. Substâncias absorvíveis

a. Remova as roupas contaminadas

b. Lave a área contaminada copiosamente, ao menos por 20 min e continue em rota para o hospital

i. Líquidos – lave abundantemente, mas sem contaminar áreas corporais não afetadas;

ii. Pós – usando EPI, raspe os resíduos da pele e lave com água abundante o que permanecer;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 71

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

iii. Olhos expostos a líquidos ou pós – lave o olho afetado com soro fisiológico abundantemente, do nariz para a orelha

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

a. Transporte o paciente na posição semi-reclinado ou sentado, se possível.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 72

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

P 310 – ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Sinais e sintomas.

i. Depressão do sistema nervoso (sonolência, coma, letargia e diminuição da resposta à dor);

ii. Tremores (principalmente se a vitima esta sofrendo de abstinência), abstinência acompanhada à dor;

iii. Problemas digestivos que incluem gastrite, vômito, sangramento e desidratação;

iv. Respiração excessivamente lenta ou ausente, crises convulsivas do tipo grande mal;

v. Delirium tremens;

vi. Distúrbios visuais, confusão mental e falta de coordenação muscular;

vii. Comportamento desinteressado;

viii. Perda de memória e alucinações (vultos e vozes);

ix. Odor característico (no caso de álcool).

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Conduta.

i. Geral – Para todos os pacientes;

1. Fique alerta para obstrução de vias aéreas e problemas respiratórios

2. Esteja pronto para aspirar e permeabilizar vias aéreas se o paciente perder a consciência, entrar em crise convulsiva ou vomitar

3. Auxilie o paciente durante o vômito, lateralizando-o e aspirando-o

4. Previna o choque. Ofereça O2 e aqueça o paciente

ii. Paciente consciente;

1. Chame o paciente pelo nome

2. Identifique e trate a queixa principal

3. Posicione o paciente na posição de segurança (sentado ou lateralizado) para evitar a aspiração de vômito

4. Não deixe o paciente ferir a si mesmo

5. Fique alerta à mudança de comportamento

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 73

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

iii. Paciente inconsciente;

1. Proceda a avaliação do paciente conforme P 101

2. Examine os bolsos da vítima e ao seu redor para procurar evidências de medicamentos, que podem complicar o quadro de forma significativa

3. Forneça SBV

iv. Paciente em overdose;

1. Esteja preparado para uma parada cardíaca. Monitore os sinais vitais constantemente; sua prioridade principal é manter as vias aéreas desobstruídas

2. Não entre em pânico; trate a vítima com calma. Se ela estiver inalando uma substância tóxica ou estiver em perigo iminente, retire-a do local

3. Se o paciente estiver consciente, tente sentá-lo ou deitá-lo. Não tente contê-lo, a não ser que ela represente uma ameaça

4. Estabilize e, mantenha as vias aéreas desobstruídas. Remova qualquer corpo estranho da boca ou da garganta que possa ameaçar a respiração, incluindo próteses dentárias, sangue, muco ou vômito

5. Administre respiração artificial, se necessário

6. Monitore os sinais vitais freqüentemente; vitimas de overdose podem estar conscientes em um dado momento e entrar em coma em seguida. Em caso de complicações respiratórias ou cardíacas, trate imediatamente qualquer condição que ponha a vida da vítima em risco

7. Fique alerta às reações alérgicas

8. Reduza os estímulos ao máximo; diminua a iluminação e leve-o para o hospital de referência

9. Explique com cuidado cada etapa de tratamento para ajudar a reduzir a paranóia

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

a. Conduta.

i. Pacientes conscientes sem suspeita de TRM devem ser conduzidos na posição semi-sentado;

ii. Pacientes inconscientes e/ou com suspeita de TRM devem ser transportados na posição supina;

iii. O paciente deve realizar o mínimo de esforço. Sempre que for necessário movimentá-lo, os socorristas devem fazê-lo;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 74

Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

iv. Mesmo em caso de solicitação de SAV, o transporte deve ser iniciado imediatamente. A Unidade de Resgate deverá ser interceptada pelo suporte avançado.

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. Informe qualquer sinal de sangue no vômito (sangue vermelho-vivo no vômito pode ser sinal de ruptura de vasos sanguíneos no estômago ou no esôfago).

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 75

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 400

- Traumas -

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 76

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 401 – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Cortes profundos ou lacerações no couro cabeludo;

ii. Inconsciência ou redução do nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow – ECG);

iii. Exposição de massa cefálica;

iv. Ferimento penetrante na cabeça (arma de fogo, arma branca, objetos encravados);

v. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na superfície craniana;

vi. Sinal de Guaxinim (hematoma periorbitário) ou Sinal de Battle (equimose retro-auricular);

vii. Diâmetros pupilares desiguais (anisocoria);

viii. Pupilas com reação lenta ou nula à luz;

ix. Sangramento pelo nariz (rinorragia) e/ou pelos ouvidos (otorragia) ou saída de líquor (fluido claro) também pelos ouvidos ou nariz;

x. Fraqueza (paresias) ou formigamento (parestesias) em um lado do corpo;

xi. Alteração dos sinais vitais;

xii. Náuseas e vômito, quando conjugados com os outros sinais/sintomas específicos do TCE;

xiii. Crise convulsiva quando conjugada com outros sinais/sintomas específicos;

xiv. Cefaléia e/ou dor no local da lesão.

b. Conduta.

i. Estabilização cervical manual/mecânica. Mantenha a coluna cervical alinhada em posição neutra, sem tração significativa na cabeça e pescoço. A força exercida deve ser apenas a suficiente para, em vítima sentada ou de pé, remover o peso no sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo longitudinal;

ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, com controle cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);

iii. Utilizar cânula orofaríngea (COF) em vítimas com ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito;

iv. Administrar oxigênio com máscara facial e bolsa reservatória com vazão superior a 10 l/min;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 77

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

v. Aspirar orofaringe em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);

vi. Controlar hemorragias com curativos oclusivos;

vii. Estabilizar objetos encravados com compressas volumosas sem removê-los;

viii. Não impedir saída de líquor e/ou sangue do nariz (rinorragia) ou ouvidos (otorragia);

ix. Aquecer a vítima com manta aluminizada;

x. Considerar estado de choque;

xi. Monitorar sinais vitais e nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow).

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 78

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 402 – TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. São eventos presumivelmente relacionados à TRM.

i. Ejeção do veículo;

ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;

iii. Queda superior a 1 metro de altura ou 5 degraus de uma escada, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com superfície rígida;

iv. Capotamento de veículo;

v. Colisão a alta velocidade;

vi. Atropelamento;

vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;

viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;

ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome;

x. Mergulho em água rasa.

Figura 2 – Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura da lesão no TRM.

Fonte: www.aic.cuhk.edu.hkweb8Dermatomes.htm, acesso em 27/10/12 às 14:40.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 79

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Lesões ocultas - relacione o local com o paciente e avalie a transferência de energia;

ii. Histórico de lesão ou anormalidade na coluna;

iii. Trauma significativo acima das clavículas;

iv. Perda de sensibilidade em extremidades;

v. Paralisia (perda de movimento ou função) de membro;

vi. Fraqueza ou paresia de extremidades;

vii. Dor na região cervical;

viii. Sinais e sintomas de paraplegia e tetraplegia;

ix. TCE;

x. Hipotensão mesmo após infusão venosa (choque neurogênico);

xi. Priapismo.

b. Conduta.

i. Mantenha a coluna cervical imobilizada. Primeiro manualmente, depois por meio do bashaw ou KED e prancha longa;

ii. Aplique o colar cervical do tamanho apropriado;

iii. Imobilize na posição encontrada se:

1. Resistência

2. Espasmos dos músculos do pescoço

3. Aumento da dor

4. Parestesia (formigamento) durante o posicionamento do pescoço

5. Comprometimento das vias aéreas ou respiração

iv. Mantenha a via aérea pérvia, assista a respiração, avalie a circulação e proceda as intervenções se necessário;

v. Administre O2 conforme P 604;

vi. Imobilize inicialmente com o KED se o paciente estiver sentado; após, imobilize-o em prancha longa;

vii. Imobilize o paciente em prancha longa se o mesmo estiver em pé ou deitado;

viii. Não eleve as pernas do paciente, nem a prancha longa, ainda que em estado de choque;

ix. Aqueça o paciente.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 80

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

a. Reavalie continuamente.

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

a. Comunique o hospital de referência a respeito da chegada de paciente instável com TRM.

Em crianças pequenas utilize coxins sob suas costas para manter a coluna cervical na posição neutra.

Não utilize KED em pacientes encarcerados instáveis. Faça retirada rápida.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 81

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 403 – TRAUMA TORÁCICO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Dor localizada em segmento do tórax;

ii. Dor em inspiração profunda;

iii. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na região torácica;

iv. Movimento paradoxal na ventilação quando há tórax instável (duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas, em pelo menos dois pontos);

v. Dilatação das veias jugulares – no pneumotórax hipertensivo;

vi. Dificuldade respiratória (dispnéia);

vii. Padrões anormais de ventilação (taquipnéia, bradipnéia ou respiração superficial - que são movimentos respiratórios curtos etc.);

viii. Coloração azulada (cianose) dos lábios e extremidades;

ix. Desvio de traquéia – no pneumotórax hipertensivo;

x. Saída de bolhas (ar e sangue) em ferimentos abertos no tórax e nas vias respiratórias;

xi. Vítima reclama de gosto de “ferrugem” na boca (hemorragia interna) a até a eliminação de sangue por meio da tosse;

xii. Formigamento (parestesias) em extremidades;

xiii. Diminuição do murmúrio vesicular;

xiv. Enfisema subcutâneo.

b. Conduta.

i. Estabilização cervical manual/mecânica; Mantenha a coluna cervical alinhada em posição neutra, sem tração significativa na cabeça e pescoço. A força exercida deve ser apenas a suficiente para, em vítima sentada ou de pé, remover o peso no sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo longitudinal;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 82

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, considerar abertura das vias com controle cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);

iii. Caso não haja indícios de TCE/TRM, elevar a cabeceira da maca (posição de ortopnéia);

iv. Considere assistência ventilatória com uso de BVM;

v. Aspire orofaringe e narinas em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);

vi. Utilize cânula orofaríngea (COF) em vítimas inconscientes e ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito;

vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-los, conforme P 407;

viii. Em trauma aberto, aplique “curativo oclusivo de três lados” com material impermeável;

ix. Em tórax instável (afundamento de tórax) aplique curativo volumoso, que inclua o segmento lesado;

x. Estabilize o segmento instável (que se move paradoxalmente durante as respirações) por meio de curativos volumosos afixados com esparadrapos ou bandagens;

xi. O curativo não deve impedir a expansão torácica.

Forneça O2, conforme P 604 e previna o estado de choque.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 83

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 404 – TRAUMA ABDOMINAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Vômito contendo sangue (hematêmese);

ii. Trauma (aberto, fechado, penetrante) no abdômen;

iii. Objetos encravados no abdômen;

iv. Rigidez e/ou dor abdominal;

v. Hemorragia vaginal ou pelo reto;

vi. Exposição de órgãos da parede abdominal (evisceração);

vii. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.) sem causa aparente;

b. Conduta.

i. Posicione a vítima em posição supina, sempre que possível;

ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;

iii. Administre oxigênio, conforme P 604;

iv. Aqueça a vítima com manta aluminizada;

v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia com curativo compressivo;

vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico 0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o calor;

vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-los;

viii. Não ofereça nada para a vítima ingerir;

ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir hipotermia;

x. Monitore sinais vitais e nível de consciência.

Jamais tente recolocar as vísceras expostas dentro da cavidade abdominal devido ao risco de contaminação dos segmentos com possível infecção e de morte do paciente.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 84

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 405 – TRAUMA PÉLVICO E GENITAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas:

i. Queixa de dor na pelve;

ii. Edema progressivo, escoriações e hematomas na pelve;

iii. Ferimentos pélvicos abertos com evidências de fratura;

iv. Deformidade pélvica;

v. Rotação do membro inferior (interno ou externo);

vi. Presença de sangue na urina (hematúria);

vii. Crepitação à palpação;

viii. Hipotensão sem causa aparente;

ix. Outros indícios de estado de choque sem causa aparente;

x. Objetos encravados na pelve;

xi. Hemorragia vaginal ou pelo reto.

b. Conduta.

i. Posicione a vítima em decúbito dorsal, sempre que possível;

ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;

iii. Forneça oxigênio conforme P 604;

iv. Realize palpação suave na pelve durante a avaliação física (látero-lateral, ântero-posterior e em sínfise púbica);

v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia com curativo compressivo;

vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico 0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o calor;

vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-los;

viii. Em caso de hemorragia vaginal, cubra-a com absorvente higiênico (não se deve introduzir nada no canal vaginal);

ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir hipotermia;

x. Aqueça a vítima com manta aluminizada;

xi. Não ofereça nada para a vítima ingerir;

xii. Monitore sinais vitais e nível de consciência;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 85

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

xiii. Com indícios de fratura pélvica, utilize um cobertor enrolado (ou equivalente) entre as pernas do paciente, desde a virilha até os pés, e amarre-o com bandagens, podendo ser duas abaixo do joelho (pernas) e duas acima (coxas), começando da extremidade para o tronco. Pode ainda ser utilizada a técnica do uso do imobilizador dorsal (tipo KED) invertido.

O exame físico da pelve (que é feito com palpações suaves) deve ser realizado somente uma vez, pois repetidas manipulações nos exames podem agravar a situação da vítima

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 86

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 406 – CHOQUE ELÉTRICO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Garanta a segurança de todos os envolvidos na cena;

ii. Desligue a fonte de energia ou afaste o paciente (com segurança) desta fonte, antes de iniciar o atendimento;

iii. Acione outros órgãos, se necessário (concessionárias de energia, Policia Militar etc.).

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Efeitos da corrente elétrica no corpo:

i. Alteração do nível de consciência;

ii. Dispnéia;

iii. Lesões associadas com trauma (quedas, ejeções etc.);

iv. Queimaduras;

v. Laceração;

vi. Amputação traumática;

vii. Hemorragia decorrente de lesões associadas;

viii. Parada Cardiorrespiratória.

b. Conduta.

i. Mantenha vias aéreas pérvias;

ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para assistência ventilatória;

iii. Se necessário, forneça oxigênio, conforme P 604;

iv. Se possível, localize o ponto de entrada e de saída da corrente elétrica (para posterior tratamento da lesão);

v. Avalie a queimadura, se houver, e a trate conforme P 411;

vi. Previna estado de choque;

vii. Trate parada cardiorrespiratória, caso haja, conforme Módulo 200;

viii. Trate as lesões potencialmente associadas ao choque elétrico conforme os protocolos específicos (fraturas, hemorragias, TCE, TRM etc.).

Choques elétricos podem causar parada cardiorrespiratória. Mesmo que o paciente pareça estável, esteja preparado para complicações que envolvam vias aéreas ou circulação. Monitore o paciente com DEA.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 87

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

Não toque na vítima antes que o circuito tenha sido interrompido.

Em choques elétricos, nem sempre as queimaduras são o problema mais grave. Arritmias cardíacas, danos ao Sistema Nervoso Central (SNC), traumas a órgãos internos e ate mesmo fraturas podem ocorrer.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 88

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 407 – FERIMENTOS ESPECÍFICOS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Amputação.

i. Sinais e sintomas:

1. Evidente falta do membro

2. Dor no membro amputado (dor fantasma)

3. Sangramento excessivo, discreto ou ausente

ii. Conduta:

1. Ponha o paciente deitado, em uma posição de conforto, se não há suspeita de TRM

2. Limpe a superfície do coto do membro amputado, mas não esfregue

3. Nunca complete uma amputação parcial

4. Contenha a hemorragia, conforme P 408

5. Coloque o membro amputado, ou parte dele em um recipiente envolto com gaze estéril embebida com soro fisiológico ou Ringer Lactato dentro de um recipiente estéril (de preferência)

6. Não coloque a parte amputada em contato direto com gelo

7. Não imersa a parte amputada diretamente em solução salina

8. Coloque o recipiente com o membro amputado dentro de outro recipiente com gelo, mas não use gelo seco

9. Imobilize a parte amputada para evitar lesões adicionais

10. Transporte a parte amputada com o paciente

11. Trate o choque e ministre O2

O transporte do paciente não deve ser atrasado para se procurar a parte amputada. Oriente quem ficou na cena de como preservar e encaminhar a parte amputada para o hospital de referência.

b. Avulsão.

i. Sinais e sintomas:

1. Ferimento em que parte de tecidos é arrancada do corpo

2. Dor e hemorragia intensa

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 89

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

ii. Conduta

1. Adote os mesmos procedimentos para amputação

c. Ferimentos abertos: laceração, escoriação, incisão e punção.

i. Sinais e sintomas:

1. Sangramento e dor local ou irradiando (conforme local e profundidade)

ii. Conduta:

1. Exponha a ferida, retire ou corte as roupas do paciente

2. Limpe a superfície ferida. Retire objetos sólidos macro, de preferência com pinça, mas não tente desbridamento nem lavá-la

3. Controle a hemorragia, conforme P 408

4. Mantenha o paciente deitado e calmo. Não aumente a circulação

5. Previna o choque e forneça oxigênio

d. Objetos encravados e empalados.

i. Sinais e sintomas:

1. Objetos encravados são aqueles que penetram a pele e se fixam criando orifícios não naturais ao corpo

2. Objetos empalados são aqueles que penetram por orifícios naturais do corpo e nele permanecem

ii. Conduta:

1. Objetos encravados na bochecha com hemorragia profusa ou dificultando a respiração

a. Remova objetos encravados se isto puder ser feito sem resistência

b. Se objeto estiver em estruturas mais profundas (palato, e.g) imobilize-o no lugar

c. Mantenha vias aéreas abertas, facilitando a drenagem da boca

d. Contenha hemorragia com compressa entre os dentes e a bochecha e faça curativo externamente

e. Considere a possibilidade de dentes soltos e outros objetos sólidos na boca do paciente e os retire

f. Prepare-se para realizar aspirações

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 90

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

2. Objetos encravados no olho

a. Estabilize o objeto com curativo estéril e rolos de ataduras. Cubra-o com um copo firmemente fixado para impedir toques e movimentações

b. Cubra o olho não afetado

c. Previna o estado de choque e forneça O2

d. Dê suporte emocional ao paciente

3. Objetos encravados / empalados em outros locais (que não o olho e a bochecha)

a. Estabilize o objeto com curativo volumoso

b. Não remova o objeto, a menos que esteja impedindo a RCP

c. Previna o estado de choque e forneça O2

d. Dê suporte emocional ao paciente

4. Objeto estacionário ou fixo encravado / empalado

a. Se possível, tente cuidadosamente cortar o objeto

b. Se não possível cortar, tente transportá-lo com o paciente

c. Se não possível transportar nem cortar, tente retirá-lo devagar. Acione o SAV, se disponível

d. Imobilize o objeto com curativo volumoso

Em caso de objeto encravado no tórax, que presumivelmente atingiu o coração, que esteja movimentando-se de forma rítmica, conforme os batimentos cardíacos, não o imobilize. Deixe-o “pulsar” com o coração.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 91

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 408 – HEMORRAGIA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Hemorragia interna.

i. Sinais e sintomas:

1. Sangramento por orifícios naturais do corpo

2. Vômito com sangue (hematêmese) ou tosse contendo sangue (hemoptise)

3. Trauma (aberto, fechado, penetrante) em tórax, abdômen ou pelve

4. Rigidez e/ou dor abdominal

5. Hemorragia vaginal (metrorragia) ou pelo reto

6. Fraturas em ossos longos

7. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida, hipotensão, alteração da consciência etc.) sem causa aparente

ii. Conduta.

1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal

2. Manter as vias aéreas pérvias

3. Administrar oxigênio conforme P 604

4. Aquecer a vítima com manta aluminizada

5. Remover roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir hipotermia

6. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir lesões internas, conforme P 409

7. Não oferecer nada para a vítima ingerir

8. Monitorar sinais vitais e nível de consciência

b. Hemorragia externa.

i. Sinais e sintomas:

1. Perda sanguínea (arterial, venosa ou capilar) que saem de pontos de ruptura de tecidos, de origem traumática

2. Presença de sangue de coloração vermelho vivo, geralmente em jatos sincrônicos (hemorragia arterial)

3. Presença de sangue de coloração vermelho escuro inicialmente com saída contínua (hemorragia venosa)

4. Presença de sangue de coloração de intensidade intermediaria aos anteriores, mas com escoamento lento (hemorragia capilar)

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 92

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

ii. Conduta.

1. Faça compressão direta com compressa seca e bandagem, mantendo o membro na altura do coração ou elevado, exceto em casos de fratura e TRM

2. Utilize o torniquete apenas nos casos de risco de morte, mesmo que sua aplicação aumente o risco de perder o membro onde foi instalado

3. Utilize torniquete (com manguito do esfigmomanômetro ou bandagem não estreita – ao menos 5 cm)

a. Coloque o torniquete imediatamente antes do local da lesão (posição proximal)

b. Uma vez administrado o torniquete não o afrouxe mais

c. Mantenha o torniquete exposto

d. Anote o horário de administração e informe aos profissionais de saúde no hospital

e. Na utilização do esfigmomanômetro deve-se insuflar o manguito com controle de percepção de pulso distal, após a ausência de pulso periférico, deve-se insuflar o manguito mais 60 mmHg

4. Em hemorragia aguda, deve-se sobrepor as compressas sem a remoção da anterior

5. Administre oxigênio conforme P 604

6. Aqueça a vítima com manta aluminizada, em grandes hemorragias

7. Em fraturas expostas, deve-se primeiro conter a hemorragia para depois imobilizar o membro

O sangue pode ficar retido nas roupas da vítima, no chão, areia, grama etc). A vítima pode ter mudado de local, impedindo ao socorrista ver o volume deixado na cena da hemorragia.

Em caso de objeto encravado no membro, com hemorragia, a pressão indireta pode ser empregada.

Não eleve o membro, se ele estiver fraturado ou, no caso de membros inferiores, houver ainda suspeita de TRM.

Não lave a lesão com soro fisiológico, pois isso favorece o aumento ou retorno da hemorragia. Use compressa seca para remover excesso de detritos da lesão (sem fricção excessiva)

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 93

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 409 – LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Assegure vias aéreas pérvias, respiração e circulação adequadas;

ii. Mantenha a cabeça e coluna cervical imobilizadas manualmente, em caso de mecanismo de lesão significativo, conforme P 101, ou suspeita de TRM;

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Procedimentos comuns a todos os tipos de lesões.

i. Manualmente imobilize a articulação acima e abaixo do local lesionado;

ii. Avalie pulso, motricidade e sensibilidade distais antes de aplicar talas de imobilização;

Considere todo ferimento aberto próximo a local de lesão músculo esquelética como possível fratura aberta.

iii. Remova ou corte as roupas do membro lesionado;

iv. Remova relógio e jóias da extremidade afetada;

v. Trate hemorragia, se presente. Não faça excessiva compressão;

vi. Se houver edema, pode ser aplicado indiretamente gelo ou compressa fria no local;

vii. Imobilize o membro lesionado conforme as seguintes diretrizes:

1. Ossos longos

a. Se o osso está angulado ou a extremidade distal está cianótica ou sem pulso tente alinhar o membro, aplicando tração manual antes de imobilizar com talas. Se houver resistência, imobilize na posição encontrada

Imobilize fratura exposta (com exposição óssea visivel) na posição encontrada

b. Meça a tala e a aplique, imobilizando o membro e a articulação acima e abaixo do local lesionado

c. Mantenha o pé e a mão em posição funcional (neutra)

d. Reavalie pulso, motricidade e sensibilidade distais depois de aplicar talas de imobilização

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 94

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

2. Lesões nas ou próximo às articulações

a. Aplique estabilização manual

b. Avalie pulso distal antes e depois da aplicação da tala

c. Imobilize o membro na posição encontrada

d. Imobilize uma articulação acima e outra abaixo do local lesionado

b. Aplicação da tala de tração de fêmur.

i. Indicação:

1. Fraturas fechadas em terço médio (diáfise) do fêmur

ii. Contraindicação:

1. Fraturas de fêmur associadas a:

a. Fraturas em extremidades

b. Lesões envolvendo o joelho

c. Lesões envolvendo pelve, ou glúteos

d. Amputação parcial ou avulsão com separação óssea no membro

e. Lesões em perna, pé ou tornozelo

2. Esmagamento de músculo da coxa e/ou fêmur

3. Fratura aberta do fêmur

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

Somente utilize a tala de tração de fêmur se não houver outra (tala rígida) disponível.

Trate o choque.

Administre O2 conforme P 604.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 95

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 410 – LESÕES NA CABEÇA E PESCOÇO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Lesões nos olhos.

i. Conduta.

1. Cubra os olhos com curativo oclusivo seco, inclusive o não afetado

2. Não lave o ferimento em caso de corte ou objeto encravado

3. Estabilize objeto encravado com várias camadas de gaze/compressas e cubra o objeto com copo plástico, se disponível, para se evitar o toque no mesmo

4. Em vítimas inconscientes ou desorientadas, deve-se prender suas mãos na prancha-longa ou maca para evitar que possam remover o curativo agravando a lesão

5. Em caso de avulsão do olho, não tente recolocá-lo na cavidade orbital

6. Não faça compressão direta no globo ocular

7. Trate queimaduras conforme P 411

b. Lesões faciais.

i. Conduta.

1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, mantenha a vítima sentada com a cabeça levemente inclinada para frente, permitindo-se a drenagem de sangue pela boca

2. Em cortes externos, contenha a hemorragia com curativo compressivo no local

3. Em cortes internos, contenha a hemorragia com curativo compressivo no local, com uma ponta dele para fora da boca (para facilitar sua retirada se necessário). Deve-se atentar com o risco de aspiração do curativo

4. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador para garantir as vias aéreas pérvias

5. Remova próteses dentárias, caso obstruam a respiração

6. Caso o objeto encravado obstrua as vias respiratórias, siga P 407

7. Em avulsão (perda de tecido) use gaze/compressa em abundância sendo a parte avulsionada guardada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 96

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

8. Em caso de avulsão de dente em traumas isolados (acidentes domésticos), transporte o dente avulsionado em copo com leite (preferencialmente) ou soro fisiológico, sem tocar na raiz do dente, nem limpá-lo

c. Lesões em nariz.

i. Conduta:

1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, ponha a vítima sentada com a cabeça levemente inclinada para frente, apertando-se suas narinas, orientando a respirar pela boca

2. Mantenha a compressão das narinas pelo tempo necessário para se controlar a hemorragia

3. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador para garantir as vias aéreas pérvias

4. Estabilize objetos encravados/empalados sem removê-los e sem obstruir as vias respiratórias

5. Não oclua as narinas com curativos

6. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância sendo a parte avulsionada guardada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados, conforme P 407

d. Lesões em orelhas.

i. Conduta:

1. Em caso de lesão com hemorragia na orelha, faça curativo compressivo no local

2. Em caso de sangramento pelo ouvido (otorragia), faça curativo frouxo cobrindo toda a orelha, sem impedir a saída de sangue e líquor

3. Em lacerações, utilize diversas camadas de compressa começando atrás da orelha e depois na sua frente

4. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância sendo a parte avulsionada guardada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 97

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

e. Lesões no pescoço.

i. Conduta:

1. Mantenha as vias aéreas pérvias

2. Faça compressão direta no local com a sua mão enluvada

3. Aplique a pressão necessária para parar o sangramento, mas não pressione ambos os lados ao mesmo tempo

4. Faça curativo oclusivo com material não aspirável através do ferimento aberto. A borda do curativo deve ultrapassar ao menos 5 cm da borda do ferimento

5. Coloque uma bandagem sobre o curativo oclusivo

6. Não permita que a bandagem obstrua as vias aéreas nem a circulação do pescoço

7. Se o mecanismo de lesão puder causar lesão cervical, imobilize o pescoço com colar cervical

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 98

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 411 – QUEIMADURAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Verifique o tipo de queimadura.

i. Térmicas (pelo frio e pelo calor);

ii. Elétricas;

iii. Químicas;

b. Mantenha a cena segura. Retire a vítima do ambiente hostil.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Profundidade da queimadura:

i. Primeiro Grau (superficial): atingindo apenas a primeira camada da pele (epiderme); caracteriza-se por ser uma queimadura dolorosa, mas que regride em poucos dias. A pele fica avermelhada;

ii. Segundo Grau (moderada): queimadura mais profunda (epiderme + derme) causa bolhas (flictenas), eritemas e manchas e é muito dolorosa;

iii. Terceiro Grau (profunda): pode atingir todas as camadas como tecido gorduroso, músculos, nervos, vasos, ossos e órgãos; aparência esbranquiçada, com tecidos negros e sem vida; não há dor porque as terminações nervosas responsáveis pela sensibilidade à dor foram também queimadas; nas bordas poderá haver queimaduras de primeiro e segundo grau;

b. Extensão de uma queimadura – regra dos 9.

i. Percentual da superfície corporal:

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 99

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

c. Aspectos da queimadura.

i. Primeiro Grau (superficial): seca, rubor, edema mínimo ou ausente;

ii. Segundo Grau (moderada): flictenas, aspecto húmido (exsudativo), aspecto rosado, edema;

iii. Terceiro Grau (profunda): seca, branca pálida (aspecto de couro) ou carbonizada, rígida e sem elasticidade, destruição total de terminações nervosas, folículos pilosos e glândulas sudoríparas com possível destruição óssea;

d. São queimaduras graves:

i. Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, coxas, articulações, que circulem o corpo, que envolvam aparelho respiratório e genitália;

ii. Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e pelos nasais chamuscados);

iii. De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;

iv. Queimaduras elétricas;

v. Queimaduras associada a:

1. Idade maior de 55 anos e menor 5 anos

2. Fraturas em ossos longos

e. Sinais e Sintomas.

i. Primeiro Grau (superficial): dor que suaviza com o frio e hipersensibilidade;

ii. Segundo Grau (moderada): dor e hipersensibilidade;

iii. Terceiro Grau (profunda): indolor, edema, choque, possibilidade de porta de entrada e de saída na queimadura elétrica.

A extensão aparente da lesão tecidual em uma queimadura elétrica, não

reflete com exatidão a gravidade da lesão. Trate sempre como grave.

Os pacientes queimados podem ter outras lesões e o aspecto da

queimadura não pode desviar a atenção dos socorristas de lesões com risco

de vida.

f. Conduta.

i. Exponha o corpo do paciente, removendo as roupas não aderidas a pele. Corte as roupas aderidas a pele;

ii. Remova anéis, relógios e joalherias;

iii. Determine a área afetada e a profundidade;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 100

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

iv. Resfrie a área afetada com soro fisiológico frio, limitando-se a no máximo 10% da área corporal, para evitar hipotermia (a pele queimada perde a capacidade de regular a temperatura corporal);

v. Cubra á área queimada com curativo estéril umedecido com soro fisiológico ou uso o Kit de Queimaduras da UR;

vi. Raspe pós químicos e lave abundantemente líquidos, ao menos por 20 min com solução salina e procure saber a natureza química e o tempo de ação de ambos;

vii. A queimadura deverá ser protegida do ar, do vento e da poeira e outras sujeiras;

viii. Cubra o olho queimado e o não queimado com compressa de gaze umedecida com soro fisiológico;

ix. Dedos queimados devem ser separados com gaze;

x. Em queimaduras elétricas verifique sempre dois possíveis locais de lesão e frequentemente este tipo de queimadura podem levar a vítima a PCR esteja atento para aplicar RCP;

xi. Não fure nenhuma bolha;

xii. Trate lesões adicionais;

xiii. Previna o estado de choque e forneça O2 conforme P 604;

xiv. Considere acionar SAV, se disponível;

Cuidado ao resfriar paciente pediátrico. Isso pode acelerar o estado de

choque

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

a. Transporte a um centro de referência;

b. Aqueça o paciente durante o transporte.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 101

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

P 412 – VIOLÊNCIA SEXUAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Conduta.

i. Atenção com sua segurança. O agressor pode estar por perto;

ii. Tente preservar a cena do crime para a atuação da perícia;

iii. Socorrista do mesmo sexo da vítima pode melhor se relacionar com ela se a mesma encontra-se em crise emocional;

iv. Não expresse julgamento da situação. Mantenha uma atitude de cuidado do paciente;

v. Tanto quanto possível, desencoraje a vítima a trocar de roupa, lavar-se, urinar e defecar a fim de preservar evidências;

vi. Mantenha o fato sobre estrita confidencialidade;

vii. Tão logo confirme a violência sexual, acione a polícia, se já não foi feito antes;

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Alterações emocionais: vítima chorosa;

ii. Lesões faciais com hemorragia profusa são comuns;

iii. Dor e sangramento no local do abuso;

iv. Outras lesões difusas;

b. Conduta.

i. Tranqüilize a vítima e forneça apoio emocional;

ii. Administre O2 se indicado;

iii. Trate lesões específicas conforme protocolos específicos;

iv. Havendo sangramento na vagina, faça curativo compressivo. Não introduza compressa no canal vaginal;

v. Não limpe secreções da área genital e anal;

vi. Administre oxigênio conforme P 604;

vii. Esteja alerta ao choque e trate-o;

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. Conduta.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 102

Módulo 400 – Traumas Revisado em 15/01/2013

i. Não relate detalhes do fato ao COBOM / SOU / SOF próximo a vítima, responsáveis por ela ou parentes;

ii. Relate no REDS / RAPH todos os fatos observados e tratamentos oferecidos;

iii. Se a vítima for menor de idade, a Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA, se já não foi feito pelos órgãos policiais;

iv. Se a vítima for idoso, a Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do Estatuto do Idoso), se já não foi feito pelos órgãos policiais:

1. Autoridade policial

2. Ministério Público

3. Conselho Municipal do Idoso

4. Conselho Estadual do Idoso

5. Conselho Nacional do Idoso

v. Se a vítima for mulher, além dos encaminhamentos acima, acionar a autoridade policial, nos termo da Lei Federal Nº 11.340, de 7Ago06 – Lei Maria da Penha, se já não foi feito pelos órgãos policiais.

Não tente examinar a área genital e anal, a menos que haja sangramento

abundante a ser contido.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 103

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 500

- Emergências Ambientais -

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 104

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

P 501 - AFOGAMENTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Afogamento é a aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão.

b. Afogamento primário.

i. É o tipo mais comum de afogamento. Ocorre o quadro de asfixia. É encontrado em cerca de 87% dos casos. Não tem causa precipitante. A vítima apresenta cianose e congestão, podendo apresentar espuma em boca e nariz.

c. Afogamento Secundário.

i. É o afogamento causado por patologia ou incidente associado que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento.

d. Grau Resgate – ocorre quando a vítima é resgatada da água e não apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz.

e. Já cadáver - é a morte por afogamento sem chances de iniciar RCP, comprovada por tempo de submersão superior a 1 hora ou sinais evidentes de morte.

f. Classificação do afogamento.

Grau Consciência Sinais

1 Sim Tosse sem espuma na boca / nariz

2 Sim Pouca espuma na boca / nariz

3 Sim Grande quantidade de espuma na boca / nariz, com pulso radial

4 Sim Grande quantidade de espuma na boca / nariz, sem pulso radial

5 Não Parada respiratória, com pulso

6 Não Parada cardiorrespiratória e afogamento < 1 hora

JÁ CADÁVER Afogamento > 1 hora, sinais evidentes de morte.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas mais comuns e conduta.

i. Grau Resgate;

1. Sinais e sintomas

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 105

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

a. Sem tosse, sem espuma na boca/nariz nem dificuldade na respiração

2. Conduta

a. Avalie e libere do local

ii. Afogamento Grau 1;

1. Sinais e sintomas

a. Tosse sem espuma na boca ou nariz

2. Conduta

a. Repouso, aquecimento e medidas que visem o conforto e tranqüilidade do paciente

b. Não há necessidade de oxigenação ou hospitalização

iii. Afogamento Grau 2;

1. Sinais e sintomas

a. Pouca espuma na boca e/ou nariz

2. Conduta

a. Oxigênio a 10 litros/min, com máscara de não reinalação

b. Aquecimento corporal, repouso e tranqüilizar a vitima

c. Encaminhar ao Hospital

iv. Afogamento Grau 3;

1. Sinais e sintomas

a. Muita espuma na boca e/ou nariz, com pulso radial

2. Conduta

a. Oxigênio a 15 litros/min, com máscara de não reinalação

b. Posição lateral de segurança sobre o lado direito, com cabeça elevada acima do tronco

c. Encaminhar ao Hospital

v. Afogamento Grau 4;

1. Sinais e sintomas

a. Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial

2. Conduta

a. Oxigênio por máscara de não reinalação a 15 litros/min no local do acidente

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 106

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

b. Observe a respiração com atenção - pode haver parada respiratória – utilize o oxímetro de pulso

c. Posição lateral de segurança sobre o lado direito

d. Encaminhar ao Hospital

vi. Afogamento Grau 5;

1. Sinais e sintomas

a. Parada respiratória com pulso carotídeo ou sinais de circulação presente

2. Conduta

a. Verifique o ABC (afogamento presenciado) e/ou CAB (afogamento não presenciado – vítima atendida posteriormente)

b. Ventilação com BVM com O2 a 15 l/min – utilize oxímetro de pulso

c. Após retornar a respiração espontânea - trate como grau 4

d. Posição lateral de segurança sobre o lado direito

e. Encaminhar ao Hospital

vii. Afogamento Grau 6;

1. Sinais e sintomas

a. Parada Cardiorrespiratória (PCR)

2. Conduta

a. Verifique o ABC (afogamento presenciado) e/ou CAB (afogamento não presenciado – vítima atendida posteriormente)

b. Reanimação Cardiopulmonar (RCP) conforme Módulo 200 com a diferença que se paciente na água o socorrista deverá fornecer 10 respirações de resgate antes de retirar da água

c. Após retirada da água, o socorrista deverá realizar a técnica VOS, fornecer 5 respirações de resgate, depois, mantendo A e B, verifica-se o C. Caso não haja pulso, proceder a RCP normal com uso de DEA e O2, conforme Módulo 200

d. Após sucesso da RCP, com retorno da consciência, trate como grau 4

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 107

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

Se o socorrista presenciou o processo de afogamento e retirou o paciente

da água (salvamento aquático) executa o ABC. Se quando chegou ao local a

vítima já estava fora da água, executa o CAB.

Se paciente estiver na água, sem respirar, o socorrista deve fornecer 10

ventilações antes de retirar da água.

Em afogamento classificado no grau 2 ao grau 6 ,aqueça o paciente, forneça

O2, previna ou trate o choque.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 108

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

P 502 – ACIDENTES DE MERGULHO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Constate MD a partir dos sinais e sintomas característicos, queixa principal e Escala de Coma de Glasgow;

ii. Verifique se o paciente respirou debaixo d’água, usando um aparato com ar comprimido;

1. Se não

O acidente não é relacionado ao mergulho. Transporte ao hospital mais próximo

2. Se sim

Verifique se os sinais e sintomas são moderados ou graves

(a) Moderados

1. Fadiga

2. Erupção na pele

3. Coceira

(b) Graves

1. Fraqueza fora do normal

2. Dores nas articulações, abdômen e região lombar

3. Tonteira, dificuldade de ver e falar,

4. Paralisia e formigamento

5. Dificuldade de respirar, tosse severa, boca espumante e sangrenta

6. Diminuição ou perda de consciência

7. Convulsões

b. Conduta.

i. Classifique o paciente na Escala de Coma de Glasgow – ECG;

Se sintomas são moderados

(a) Administre O2 a 100%

(b) Aqueça o paciente

(c) Deixe o paciente deitado de lado, com corpo nivelado, com a cabeça amparada

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 109

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

(d) Administre por via oral líquidos sem álcool, como sucos de fruta, para reidratá-lo

(e) Esteja atento para sintomas mais sérios

(f) Encaminhe ao hospital mais próximo

Se sintomas são graves

(a) Mantenha uma via aérea aberta

(b) Caso necessário inicie RCP

(c) Caso o paciente esteja respirando por si mesmo forneça O2 a 100%

(d) Aqueça o paciente

(e) Deixe o paciente de lado, com o corpo nivelado e a cabeça amparada

(f) Em caso de convulsões, não contenha o paciente, ampare sua cabeça e pescoço

(g) Proteja o paciente do calor excessivo, frio umidade e vapores nocivos

(h) Caso o paciente esteja consciente administre por via oral líquidos sem álcool, como sucos de fruta, para reidratá-lo.

(i) Transporte imediatamente para o hospital mais próximo

(j) Continue fornecendo O2 durante o transporte mesmo que haja melhora

ii. Mesmo que aplicando os primeiros socorros o paciente apresente melhora, não interrompa o fornecimento de O2 até que o mesmo esteja dentro de um hospital, sendo atendido por um médico. A primeira referência é o hospital mais próximo, sempre;

iii. O uso de O2 a 100% para acidentes de mergulho com vítimas respirando, estando conscientes ou não, será sempre com válvula de demanda e sem umidificador, mesmo durante o transporte. Para pacientes em parada respiratória ou cardiorrespiratória será sempre com bolsa válvula-máscara com O2 a 15 l/min, sem umidificador;

iv. Nunca deixe um mergulhador acidentado com a cabeça para baixo, cabeça para cima ou sentado. Ficou comprovado que nestas posições ele desenvolve embolia e edema cerebral mais rapidamente.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 110

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

a. Conduta.

i. Não coloque a vítima de mergulho em uma aeronave de asa rotativa antes de 12 horas após o mergulho, sem antes fornecer O2 e encaminhar ao hospital mais próximo do local do acidente por ambulância terrestre;

ii. O vôo após o mergulho pode provocar doença descompressiva através da produção e expansão de bolhas já existentes, desidratação devido à altitude e induzir a doença descompressiva (DD), principalmente após um mergulho repetitivo longo e de saturação;

iii. Caso seja estritamente necessário o deslocamento aéreo, o piloto não deve ultrapassar 500 metros de altitude para o bem-estar do paciente. Se possível, recomenda-se voar entre 245 a 300 metros;

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

O ambiente físico do mergulho afeta seu corpo e pode resultar em problemas de saúde. Nem todos os médicos estão familiarizados com os sinais e sintomas de doenças de mergulho.

Após alguns minutos ou horas respirando gás comprimido (mergulho autônomo ou dependente) a manifestação de sinais e sintomas característicos pode exigir a imediata remoção para um serviço de medicina hiperbárica.

Os sintomas de Doença Descompressiva (Bends) são: dores articulares, amortecimento, formigamento ou fraqueza. São sintomas menos comuns: dores nas costas ou abdominais, paralisia, perda do controle de bexiga ou intestino, falta de ar, dores de cabeça, cegueira parcial ou total, confusão mental, dores no peito, tosse e vertigem.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 111

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

São sinais e sintomas de embolia arterial gasosa (EAG): Alteração do nível de consciência, inconsciência, paralisia, fraqueza, confusão mental, dores de cabeça ou qualquer alteração neurológica. Pode estar associado com pneumotórax, enfisema do mediastino e/ou subcutâneo na região do pescoço e tórax. Pode ocorrer em qualquer mergulho respirando gases comprimidos, inclusive em profundidades pequenas, como a 1 metro.

Os principais sinais e sintomas de DD acontecem até 2 horas após o mergulho. Os principais sinais e sintomas de EAG acontecem até meia hora após o mergulho. Não perca tempo tentando diagnosticar se foi DD ou EAG, trate como mal descompressivo e inicie os primeiros socorros até conseguir um histórico detalhado sobre os fatos e auxílio de um médico hiperbárico.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 112

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

P 503 – ANIMAIS PEÇONHENTOS / PERIGOSO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Mantenha a cena segura. Se impossível à UR, acione Salvamento, PMMG, IBAMA etc.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas:

i. Dor no local da inoculação;

ii. Hematoma no local da inoculação;

iii. Vermelhidão no local da inoculação (eritema);

iv. Inchaço no local da inoculação (edema);

v. Perda da motricidade;

vi. Fraqueza;

vii. Dormência;

viii. Náuseas;

ix. Vômito;

x. Pulso rápido (taquicardia);

xi. Dificuldade respiratória (dispnéia);

xii. Hemorragia no local da inoculação;

xiii. Hemorragia nasal (epistaxe);

xiv. Hemorragia por vias urinarias (hematúria);

xv. Pálpebras caídas (ptose palpebral);

xvi. Salivação grossa e excessiva;

xvii. Sudorese;

xviii. Ansiedade;

Os sinais e sintomas estão diretamente relacionados com que tipo de veneno/peçonha foi inoculado no paciente.

b. Conduta.

i. Mantenha o paciente calmo e em repouso;

ii. Identifique o animal agressor (cobra, aranha, insetos, escorpiões, morcego) se possível;

iii. Identifique o local da inoculação (identificar com caneta, se possível);

iv. Lave o local da inoculação com água e sabão neutro;

v. Deite o paciente. Caso o paciente esteja dispnéico, coloque-lo na posição semi-sentada;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 113

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

vi. Forneça oxigênio conforme P 604;

vii. Não deixe o paciente se movimentar excessivamente;

viii. Remova anéis, jóias, braceletes e outros objetos que possam fazer constrição no membro afetado;

ix. Não corte ou perfure a pele para extrair sangue;

x. Não aperte, esprema ou aspire o local da inoculação;

xi. Não utilize torniquetes;

xii. Pode ser aplicada compressa fria, EXCETO PARA PICADAS DE COBRAS;

xiii. O socorrista deve manter o membro afetado no mesmo nível do coração, com o paciente na posição supina (decúbito dorsal);

xiv. Leve o paciente imediatamente ao hospital de referência mais próximo para continuidade do tratamento, incluindo soroterapia para alguns casos.

Não perca tempo tentando localizar o animal. Em caso de mordida de animal, trate os ferimentos conforme protocolos próprios.

Havendo suspeita de hidrofobia, comunicar no hospital e orientar os responsáveis ou zoonoses a manter o animal preso por 10 dias.

Morcegos podem ser reservatórios de vírus, protozoários e bactérias. Em caso de mordeduras de animais contaminados pelo vírus rábico, em específico os hematófagos, podem transmitir a raiva na vítima e/ou em caso de acidentes com o socorrista, por mordedura e contato com saliva e/ou sangue do animal em pele lesionada ou mucosa.

As fezes dos morcegos oferecem riscos relacionados à contaminação com o fungo da Histoplasmose, que se manifesta como uma micose, podendo evoluir para anemia e pneumonia aguda, caso o agente se instale nos pulmões.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 114

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

P 504 – EMERGÊNCIAS RELACIONADAS AO CALOR

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Tipos de emergências mais comuns.

i. Câimbras musculares pelo calor;

1. Causa

a. Incapacidade de repor cloreto de sódio (NaCl) perdido na sudorese

b. Problemas eletrolíticos e musculares

2. Sinais e sintomas

a. Câimbras musculares dolorosas, normalmente nas pernas e abdômen.

ii. Desidratação;

1. Causa

a. Incapacidade de repor a perda de suor com líquido

2. Sinais e sintomas

a. Sede, náusea, fadiga excessiva

b. Hipovolêmica, diminuição da termorregulação

c. Redução da capacidade física e mental

iii. Exaustão pelo calor;

1. Causa

a. Esforço físico no calor excessivo, sem ingestão adequada de água

2. Sinais e sintomas

a. Taquicardia, fraqueza, marcha instável

b. Fadiga extrema, pele úmida e pegajosa

c. Cefaléia, tontura, náusea e desmaio

d. Se não tratada, pode provocar INTERMAÇÃO

iv. Intermação;

1. Causa

a. Altas temperaturas centrais > 40,6ºC

b. Rupturas celulares, disfunção de múltiplos órgãos e sistemas

c. Distúrbio neurológico com falha no centro termorregulador

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 115

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

2. Sinais e sintomas

a. Alterações no estado mental

b. Comportamento irracional ou delírio

c. Possível tremor

d. Inicialmente taquicardia, evoluindo tardiamente para bradicardia

e. Hipotensão, respiração rápida e superficial

f. Pele quente, úmida ou seca

g. Perda da consciência, convulsões e coma

b. Conduta.

i. Câimbras musculares pelo calor;

1. Remova para um lugar fresco

2. Faça alongamento muscular

3. Permita ao paciente beber líquidos isotônicos (se não houver outro agravo clínico ou traumático associado e se não houver diminuição do nível de consciência)

ii. Desidratação;

1. Reponha a perda de suor com líquidos levemente salgados (se não houver outro agravo clínico ou traumático associado e se não houver diminuição do nível de consciência)

2. Mantenha o paciente em posição supina

iii. Exaustão pelo calor;

1. Remova da fonte de calor e posicione o paciente em local fresco (pode ser dentro da UR, com ar condicionado ligado)

2. Resfrie o corpo com água fria e ventilação

3. Permita ao paciente ingerir líquidos levemente salgados ou isotônicos (se não houver outro agravo clínico ou traumático associado e se não houver diminuição do nível de consciência).

iv. Intermação;

1. Resfrie imediatamente o paciente com água gelada ou pacotes de gelo nas axilas, virilha e pescoço

2. Envolva o paciente com panos úmidos e ventile o seu corpo

3. Não dê nada para o paciente beber

4. Trate o estado de choque

5. Transporte imediatamente

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 116

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

4. EXAME FÍSICO DETALHADO

5. TRANSPORTE

a. Se o paciente está com náusea ou vômito transporte em decúbito lateral.

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 117

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

P 505 – HIPOTERMIA E CONGELAMENTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Promova a segurança da cena. Se o paciente está em uma câmara de resfriamento, por exemplo, retire-o com EPI adequado.

b. Segundo a AHA, assim se classifica a hipotermia.

i. Leve: 34 ºC a 36 ºC;

ii. Moderada: 30°C a 34 ºC;

iii. Grave: < 30 ºC.

c. Segundo o PHTLS.

i. Hipotermia primária é causada por condições ambientais adversas;

1. Imersão água < 21 ºC

2. Exposição em atmosfera fria etc

ii. Hipotermia secundária é causado por condições fisiológicas adversas;

1. Recém nascidos e lactentes

2. Associadas ao alcoolismo ou traumas

3. Drogas ou medicamentos

4. Cocaína

5. Todos os idosos

6. Hipotireoidismo, doenças cardíacas e diabetes

7. Queimados

8. Pacientes desnutridos

9. Moradores de rua

iii. O congelamento ocorre quando o membro afetado esfria a menos de 2º C, causando destruição de células com aparecimento de bolhas e hematomas.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Sinais e sintomas.

i. Hipotermia leve;

1. Sensação de frio

2. Nível de consciência inalterado

3. Tremores

4. Respiração rápida

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 118

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

ii. Hipotermia moderada;

1. Rigidez muscular

2. Perda da coordenação

3. Paciente confuso, letárgico e sonolento

4. Pacientes normalmente sentados ou deitados (não confundir com uso de drogas e álcool)

iii. Hipotermia grave;

1. Irresponsivo

2. PA indeterminável

3. 1 ou 2 movimentos respiratórios por minuto

4. Parada cardiorrespiratória

5. Morte aparente

b. Conduta geral.

1. Retire o paciente do ambiente frio

2. Retire roupas molhadas

3. Leve para interior da UR e aqueça o ar (ideal 29º C)

4. Cubra a cabeça, pescoço e tronco com cobertores quentes

5. Monitore a temperatura corporal

6. Evite agitação e movimentação exagerada do paciente

7. Não permita que ele ande ou se exercite

8. Cubra todo o corpo com cobertor

9. Pacientes conscientes sem agravos adicionais podem beber líquidos quentes não alcoólicos e sem cafeína

c. Conduta específica para hipotermia.

1. Em hipotermia moderada e grave, fluidos intravenosos a 40º C (apenas SAV)

a. O BM pode aquecer o soro fisiológico envolvendo o frasco em toalha e colocando sobre o motor da UR parada

2. Em hipotermia grave, RCP se necessário

3. Administre O2, conforme P 604

4. A oximetria pode estar alterada, conforme visto em P 603

d. Conduta específica para congelamento.

1. Cubra frouxamente o membro afetado com uma compressa seca, estéril e não aderente, sem comprimir

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 119

Módulo 500 – Emergências Ambientais Revisado em 15/01/2013

2. Os dedos das mãos e dos pés devem ser separados e protegidos por gaze estéril

3. Não drene as bolhas

4. Tente elevar as mãos e os pés para reduzir o edema (se não houver lesão músculo-esquelética associada)

5. Não permita que a parte descongelada volte a congelar (risco de trombose);

“O paciente não está morto até que esteja aquecido e morto”. Ou seja, pacientes hipotérmicos podem parecer mortos, mas tem potencial de serem viáveis. Faça RCP e aqueça o paciente antes de presumir a morte.

Acione o SAV, se disponível.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

a. Proteja os tecidos frágeis de lesões adicionais durante o transporte de vítima de congelamento.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 120

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

MÓDULO 600

- Procedimentos Gerais-

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 121

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 601 – ISOLAMENTO DE FLUIDOS CORPORAIS

1. CRITÉRIO DE EMPREGO DO PROTOCOLO

a. Este procedimento deve ser adotado quando houve contato com substancias corpóreas do paciente e/ou quando for realizar limpeza/desinfecção de áreas ou equipamentos contendo sangue e outros fluidos corpóreos.

b. A cada paciente atendido, o socorrista pode entrar em contato com diversos microrganismos patogênicos sem saber, portanto biossegurança é para todo atendimento.

2. PARA TODOS OS TIPOS DE PACIENTES

a. Use luvas de procedimento com talco em todos chamados em que houver contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal (drenagem, urina, vômito, fezes, diarréia, saliva, muco nasal e secreção genital) ou quando precisar tocar objetos que entraram em contato com esses.

b. Lave suas mãos freqüentemente durante a Prontidão de Incêndio e sempre após cada chamado. Lave as mãos mesmo se tiver utilizado luvas durante o atendimento e se possível reidrate a pele com creme de escolha pessoal.

c. Utilize água e sabão neutro durante 15 segundos antes de secar.

d. Antes de lavar, retire relógios, anéis e qualquer adorno das mãos e braços.

e. Molhe completamente as mãos e pulsos e dispense sabão em ambas.

f. Ensaboe as mãos friccionando todas as faces (palma, dorso, interdigitais, articulações e unhas).

g. Enxágüe as mãos totalmente no sentido das extremidades para o centro.

h. Pegue o papel toalha, feche a torneira sem tocá-la e enxugue ambas as mãos.

i. Use sempre óculos contra respingo de fluidos corporais provenientes de hemorragias arteriais ou qualquer outro ferimento. Caso ocorra o contato entre os fluidos do paciente e a pele do socorrista, tão logo seja possível, lave a região com água e sabão.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 122

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

j. Use máscara com válvula de sentido único ou máscara com reservatório quando precisar realizar ventilação no paciente.

k. Reporte imediatamente qualquer acidente entre pele não integra ou mucosa do socorrista e o sangue ou fluidos da vítima para Comandante de Bombeiros da Unidade – CBU. Um serviço médico deve ser procurado o mais breve possível a fim de iniciar tratamento profilático anti-HIV e/ou avaliação.

3. CONDUTA PARA PREVENÇÃO DE EXPOSIÇÃO À DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

a. As precauções respiratórias são indicadas para o atendimento de pacientes conhecidamente portadores de patologias de transmissão respiratória, por exemplo: Tuberculose, H1N1, gripe, SARS entre outras.

b. Para esses pacientes e para os suspeitos utilize máscara N95 (ou nível melhor), óculos de proteção e capote de proteção.

c. Se a condição respiratório do paciente permitir coloque a máscara nele.

d. Limpe e realize a desinfecção, conforme protocolo próprio, de todos os materiais e equipamentos utilizados na ocorrência que sejam reutilizados e descarte em saco branco os descartáveis.

4. DESCARTES APROPRIADOS

a. Substitua peças de fardamento contaminadas colocando-os em saco branco, para posterior lavagem em casa separados, conforme Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS de sua Unidade

b. Todo lixo dos sacos brancos devem ser recolhidos por caminhões da coleta de lixo hospitalar, para ser descontaminado antes de ir para o aterro sanitário

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 123

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 602 – TRIAGEM PRÉ-HOSPITALAR

Processo utilizado em situações em que o número de vítimas ultrapassa a capacidade de resposta das equipes de socorro. Segue os algoritmos de triagem dos métodos Start e JumpStart.

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA

a. Providencie o IFC;

b. Mantenha a cena segura;

c. Descubra a NDD (Clínico) ou o MDL (Trauma);

d. Determine o número total de vítimas;

e. Solicite recursos adicionais;

f. Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade;

g. Inicie a triagem;

i. Dê um comando de voz para todas as vítimas presentes para que aquelas que consigam andar saiam da zona quente e se dirijam a um local seguro, definido pela Gu BM;

ii. Avalie individualmente cada vítima que permanecer no local, da seguinte forma:

1. Verifique se respira:

a. Se a vítima NÃO respira:

1. Para adulto ou criança, reposicione vias aéreas

2. Se adulto retomou a respiração, classifique-o como VERMELHA. Se não retomou, classifique-o como PRETA

3. Se criança, antes de atribuir a classificação, verifique o pulso carotídeo

4. Se não tem pulso, classifique-a como PRETA

5. Se tem pulso, execute 5 respirações de resgate, conforme JumpStart

6. Se não respirou, classifique-a como PRETA; se respirou, como VERMELHA

b. Se a vítima respira:

1. Se tiver movimentos respiratórios igual ou maior que 30 IRPM (Adulto) ou menor que 15 e maior 45 IRPM (Criança), classifique-a como VERMELHA

2. Se tiver movimentos respiratórios menor que 30 IRPM (Adulto) e entre 15-45 IRPM (Criança), verifique:

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 124

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

a. A perfusão capilar

i. Se a perfusão capilar é maior que 2 segundos, classifique-a como VERMELHA

ii. Se a perfusão capilar é menor que 2 segundos, verifique se cumpre ordem simples (orientada)

(a) Se cumpre, classifique-a como AMARELA

(b) Se não cumpre (confusa), classifique-a como VERMELHA

MÉTODO START

PRIORIDADE PARÂMETROS VITAIS

ENCONTRADOS QUADROS SUGESTIVOS AÇÕES

PRIORIDADE 1

(VERMELHA)

- Respiração presente, maior que 30 MRPM, no adulto, ou < 15 e > 45 MRPM na Criança.

- Perfusão capilar > 2 seg;

- Não obedece a comandos simples.

Lesões tratáveis, com risco imediato de vida; dificuldade respiratória, hemorragia não controlável, diminuição do nível de consciência, sinais de choque, queimaduras graves.

Vítimas em estado crítico. Tratamento e transporte imediato.

PRIORIDADE 2

(AMARELA)

- Respiração presente, menor que 30 MRPM;

- Perfusão capilar < 2 seg;

- Obedece a comandos simples.

Lesões graves, sem risco imediato de vida; queimaduras sem problemas de vias aéreas, fraturas ósseas sem choque ou hemorragia.

Segunda prioridade. Permitem adiar atenção, podem aguardar o transporte.

PRIORIDADE 3

(VERDE)

- Paciente que pode andar pelo cenário da ocorrência – paciente deambulando.

Lesões de partes moles mínimas, sem risco de vida ou incapacitação.

Lesões menores. Não requerem atenção imediata.

SEM PRIORIDADE

(PRIORIDADE 4)

(PRETA)

- Paciente que não respira após abertura das vias aéreas.

Pacientes mortos ou apresentando lesões irreversíveis. XXX

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Pro

toc

olo

de A

ten

dim

en

to P

ré-H

os

pita

lar

125

AVALIAÇÃO DA CENA

PRIORIDADE 1: VERMELHO = Imediato / PRIORIDADE 2: AMARELO = Intermediário / PRIORIDADE 3: VERDE = Estável/Ambulatório / PRIORIDADE 4: PRETO = Morto

NÃO

SIM

PRIORIDADE 3

AVALIAR RESPIRAÇÃO

AUSENTE PRESENTE

REPOSICIONAR VIA AÉREA

PRESENTE AUSENTE

PRIORIDADE 1 PRIORIDADE 4 PRIORIDADE 1

PRIORIDADE 1

OBEDECE A COMANDOS

PRIORIDADE 1 PRIORIDADE 2

JumpSTART (Criança 1 a 8 anos)

PRIORIDADE 4

PRIORIDADE 4 PRIORIDADE 1

VÍTIMA DEAMBULA

Algoritmo START com JumpStart

PRESENTE

REALIZE 5 RESPIRAÇÕES DE

RESGATE POR 15 Seg.

PC < 2 seg / PRad

PRESENTE

PC > 2 seg / PRad

AUSENTE PULSO

CAROTÍDEO

AUSENTE

> 30 MRPM (Adulto) < 15 e > 45 MRPM (Criança)

ou ainda IRREGULAR(gasping)

PREENCHIMENTO CAPILAR (PC) OU

PULSO RADIAL (PRad)

RESPIRAÇÃO AUSENTE

RESPIRAÇÃO

PRESENTE

NÃO OBEDECE A COMANDOS

AVALIAR NÍVEL DE

CONSCIÊNCIA - AVDN

< 30 MRPM (Adulto) 15 – 45 MRPM (Criança) com ritmo REGULAR

Revisad

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 126

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 603 – OXIMETRIA DE PULSO

1. CONCEITO

a. Oximetria de Pulso é um procedimento não-invasivo para determinar o valor de saturação de oxigênio (SpO2) e a freq. de pulso periférico

b. Provê aos socorristas um alarme precoce da diminuição da oxigenação porque fornece medida contínua da oxigenação

c. O oxímetro de pulso pode ser utilizado em ambientes clínicos, domiciliares, ambientes hospitalares, pré-hospitalares, durante transporte terrestre e aéreo

2. ORIENTAÇÕES PARA O USO DO OXÍMETRO

a. Deverá ser utilizado longe de fonte de calor, fora da luz solar direta e em local onde não haja umidade excessiva

b. Deverá ser colocado o probe (sensor) do oxímetro no dedo (de preferência o indicador) ou no lóbulo da orelha

c. Utilize sensores de tamanho e tipos adequados

d. Não utilize em presença de agentes anestésicos inflamáveis

e. Não utilize na presença de equipamento de ressonância

f. Não utilize concomitante a descarga elétrica de um desfibrilador externo automático

g. Não utilizar debaixo de lâmpada dicróica da UR ou sob luz forte

h. O aparelho pode ser afetado na presença de fontes eletromagnéticas e de rádio-frequência

i. Evite quedas e choques mecânicos

j. Para os pacientes com hipotermia, estado de choque, usando de drogas vasoativas, anemia falciforme, intoxicação por monóxido de carbono, esmalte de unha negro ou metálico, se mexendo e com calafrios, o oxímetro pode não ter acurácia

k. Dedos calejados, queimados, uso em dias frios e úmidos poderá causar leituras errôneas

l. Em paciente traumatizados graves, a oximetria de pulso pode não ser confiável por causa da perfusão periférica ruim

3. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Percentual de O2

Classificação da Hipóxia

Cuidado Geral do Paciente

96% a 100% Normal Somente se necessário administre oxigênio

91% a 95% Hipóxia Leve Somente se necessário administre oxigênio

86% a 90% Hipóxia Significativa

Administre O2 a 100% (Considere ventilação assistida)

≤ 85% Hipóxia Grave Administre O2 a 100% (Considere ventilação assistida)

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 127

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 604 – ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

a. Benefício do O2 no APH.

i. Oxigenação dos tecidos hipóxicos;

ii. Redução dos edemas dos tecidos;

iii. Facilita a respiração;

iv. Alivia sintomas;

v. Reduz os riscos dos sintomas residuais, melhorando o prognóstico pós-atendimento.

b. Equipamentos disponíveis para ventilação/administração de O2.

i. Para pacientes respirando (conscientes ou não) utilize na ordem:

1. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou

ventilação de fluxo com pressão positiva (Válvula de

Demanda - VD ou MTV-100) ou similares

2. Máscara de não reinalação com bolsa reservatória

3. Cateter nasal

ii. Para pacientes que não estão respirando:

1. BVM (bolsa válvula máscara)

2. Máscara oronasal para ressuscitação (pocket-mask)

c. Segurança ao manusear oxigênio puro.

i. Oxigênio não é inflamável, mas é comburente;

ii. Não permita o uso de qualquer tipo de óleo, lubrificante ou graxa em qualquer cilindro ou equipamento que esteja em contato com O2;

iii. Não permita a presença de brasas, chamas, faíscas ou que se FUME próximo ao O2 e aos equipamentos;

iv. O local onde será utilizado o O2 deverá ser ventilado;

v. Sempre mantenha a válvula fechada e o sistema purgado quando o O2 não estiver sendo utilizado;

vi. Nunca deixe o cilindro de O2 solto e não permita que caia ou role;

vii. Não deixe o cilindro exposto a temperaturas maiores que 52°C;

viii. Assegure-se de que o cilindro de O2 a ser utilizado encontra-se dentro do prazo de validade do teste hidrostático.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 128

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

2. INDICAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE O2

a. Sinais e sintomas mais comuns com indicativo para uso de O2:

i. Todo paciente com quadro sugestivo de insuficiência respiratória aguda por patologia clínica ou traumática;

ii. Emergências diabéticas;

iii. Crise convulsiva;

iv. Alergias e choque anafilático;

v. Estado de choque;

vi. Hemorragias;

vii. DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica);

viii. AVC (Acidente Vascular Cerebral) / AVE (acidente vascular encefálico);

ix. Queimaduras;

x. Afogamento;

xi. Envenenamento e intoxicações;

xii. Emergências obstétricas;

xiii. Aborto natural ou induzido.

3. CONDUTA GERAL

a. Assegure-se que o local seja seguro, adequado, ventilado e ausente de perigo

b. Abra as vias aéreas. Remova objetos, corpo estranho, secreções e/ou aspire se necessário

c. Insira a cânula orofaríngea selecionando o tamanho adequado, se ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito

d. Utilize o protocolo de OVACE, PR e PCR, conforme Módulo 200, concomitante ao uso de O2

e. Não retarde o início da RCP para fornecimento de O2

f. Constate se todo o equipamento está montado e pronto para utilização

g. Verifique se a mangueira de pressão intermediária está conectada a saída de fluxo contínuo e/ou regulador multifuncional e não permita que se dobre durante a utilização

h. Abra (através do registro) o cilindro de O2 totalmente e volte ½ volta como medida de segurança

i. Verifique a pressão do cilindro e garanta que não existem vazamentos no sistema

j. Se utilizando máscara de não reinalação com bolsa reservatória, coloque um dedo dentro da máscara, fechando a válvula de não retorno até que a bolsa reservatória esteja inflada (faça isto antes de utilizar no paciente)

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 129

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

k. Se utilizando a BVM com bolsa reservatória aguarde que o reservatório de O2 infle primeiro antes de utilizar no paciente

l. Se utilizando a válvula de demanda ou o MTV-100 ouça a válvula abrir durante a inspiração certificando-se do seu correto funcionamento

m. Se utilizando uma máscara oronasal (pocket mask) para ressuscitação com entrada de O2 certifique-se que está havendo passagem correta de O2 por dentro da máscara

n. Observe a máscara que esteja utilizando (sempre transparente) embaçar durante a expiração e desembaçar durante a inspiração

o. Com cateter nasal utilize somente se o mesmo se encontrava lacrado e ajuste adequadamente ao paciente

p. Observe a expansão e retorno do tórax durante a administração de O2

q. Monitore e mantenha o conforto do paciente

r. Continue verificando o correto funcionamento do sistema de O2 evitando vazamentos, o mau funcionamento do equipamento, falha em inflar e desinflar as bolsas e resposta do paciente quanto ao uso de O2

s. Se o paciente apresentar quadro de convulsão ou vômito interrompa temporariamente o fornecimento de O2, avalie vias aéreas, aspire se necessário e garanta a permeabilidade das vias aéreas e respiração

t. Caso o paciente não tolere o fornecimento de O2, troque o tipo de equipamento, diminuindo a concentração e continue o fornecimento de O2. Se persistir a intolerância do paciente, utilize a técnica de tenda aumentando a concentração circulante ao redor da cabeça do paciente

Uma leitura da SpO2 entre 96% a 100% geralmente indica oxigenação adequada. Uma leitura da SpO2 entre 91% a 95% sugere hipóxia leve. A SpO2 menor do que 91% sugere hipóxia significativa ou grave.

As restrições quanto a oxigenoterapia devem ser consideradas apenas para o neonato, devido ao risco de retinopatias.

Quanto aos pacientes com DPOC, os benefícios do oxigênio ultrapassa os riscos, desde que a equipe mantenha monitorização contínua dos parâmetros dos sinais vitais do paciente.

4. CONDUTA EM PACIENTE RESPIRANDO

a. Com cateter nasal: Utilize de 1 a 6 lpm (24 a 44%) na maioria dos casos clínicos com SpO2 normal

b. No caso de DPOC utilize baixa concentração de O2 com cateter nasal, 1 a 2 lpm. Persistindo a hipóxia / cianose aumente aos poucos

c. Emergências Clínicas com SpO2 normal pode-se utilizar válvula inaladora de demanda ou máscara de não reinalação com bolsa reservatória a 10 lpm (60% a 100%)

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 130

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

d. Emergências Clínicas com SpO2 indicativo de hipóxia utilize válvula inaladora de demanda a 15 lpm ou máscara de não reinalação com bolsa reservatória a 15 lpm (80% a 100%)

e. Emergências traumáticas utilize máscara de não reinalação com bolsa reservatória a 10 a 15 lpm (80% a 100%)

5. USO DE O2 EM PACIENTE IRRESPONSIVO (PR-PCR)

a. BVM com O2 a 15 lpm (80% a 100%)

6. TABELA DE USO DE O2 SUPLEMENTAR

Equipamento utilizado Fluxo

(lpm - litros por minuto)

Percentual de Concentração de Oxigênio

Condição do

Paciente

Cateter nasal

1 24% Respirando

2 28% Respirando

3 32% Respirando

4 36% Respirando

5 40% Respirando

6 44% Respirando

Máscara oronasal para ressuscitação (pocket mask)

15

55%

Parado

Máscara facial simples (sem válvula de não-reinalação e

sem bolsa reservatória) 10 40 – 60% Respirando

Máscara facial com bolsa reservatória e sem válvula de

não-reinalação 6 a 10 35 – 60% Respirando

Máscara facial com válvula de não reinalação e com bolsa

reservatória 12 a 15 90% - 100% Respirando

Bolsa Válvula Máscara (BVM) com bolsa reservatória

15

100%

Parado

MTV-100 (Manually-Triggered

Ventilator) 15 a 22 100%

Parado ou Respirando

Fonte: Nancy Caroline's Emergency Care in the Streets. 6 ed. 2008

Salvo orientação médica contrária, NÃO administre O2 umidificado devido ao risco de contaminação.

A oxigenação não substitui a respirações de resgate. Controle constantemente o tempo de utilização disponível de oxigênio.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 131

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

Não forneça O2 a um NEONATO via cateter nasal ou máscara facial. Caso seja necessário, use a técnica de oferta de O2 em TENDA.

Não utilize cateter nasal em crianças menores de 8 anos ao administrar O2. Utilize máscara facial de não reinalação.

Não utilize O2 durante a aplicação do choque do DEA – risco de explosão

7. EXAME FÍSICO DETALHADO

8. TRANSPORTE

a. Permita ventilação dentro da UR durante transporte de paciente utilizando O2;

b. Mantenha boa vedação de máscara/paciente criando um selo hermético evitando escape de O2;

c. Não permita cilindro solto dentro da UR a fim de se evitar acidentes;

d. Assegure-se que o equipamento de O2 utilizado no paciente seja descartado, limpo ou testado após o uso.

9. AVALIAÇÃO CONTINUADA

a. Durante o uso de O2 fique atento à necessidade de aspiração de vias aéreas.

10. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 132

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 605 – ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Indicações.

i. Secreções traqueobrônquicas, vômito, saliva, sangue na boca e orofaringe, de difícil expectoração ou em pacientes com tosse ineficaz.

b. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso.

i. Reflexo de vômito;

ii. Hipóxia, se demorar além de 15 segundos;

iii. Cessação das insuflações e oxigenação durante aspiração;

c. Tipos de equipamentos de aspiração.

i. Equipamentos elétricos portáteis;

ii. Equipamentos elétricos montados na UR;

iii. Régua tripla da UR – por Venturi;

iv. Equipamento portátil e manual.

d. Tipos de cateteres de sucção.

i. Cateter rígido;

1. Usado na boca e orofaringe de pacientes irresponsivo

2. Usado em lactentes e neonatos

ii. Cateter flexível;

1. Usado na nasofaringe e em situações onde o cateter rígido não pode ser usado

2. Usado em adultos e crianças

e. Conduta.

i. Isole os fluidos corporais por dispositivo de barreira;

ii. Reúna o equipamento necessário à aspiração;

iii. Estabilize o aspirador elétrico numa base firme;

iv. Ligue o equipamento (se elétrico) e conecte o cateter;

v. Insira o cateter na cavidade oral até a base da língua, se possível, sem acionar o vácuo;

vi. Aplique aspiração. Mova o cateter de um lado a outro;

vii. Aspire no máximo por 15 segundos;

1. Em lactentes e crianças o tempo de aspiração deve ser o menor possível

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 133

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

2. Se o paciente tem vômito (êmese) ou secreção que não pode ser aspirado facilmente, lateralize-o e limpe sua orofaringe

3. Se o paciente produz tanta secreção quanto o aspirador possa aspirar, faça sucção por no máximo 15 segundos, ventile por no máximo 30 segundos (com O2 a 15 lpm) e aspire novamente. Continue desta maneira

4. Se necessário lave o interior do cateter (aspirando soro fisiológico) para desobstruí-lo

Insira o cateter – rígido ou flexível – na orofaringe até o onde pode ser visto, próximo à base da língua.

Fique atento para o reflexo de vômito! Risco de broncoaspiração e PCR!

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. TRANSPORTE

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 134

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 606 – PACIENTES PEDIÁTRICOS – GENERALIDADES E ABUSO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Classificação etária para fins de abordagem.

i. Neonato: paciente cuja idade é de 0 a 28 dias de vida; ii. Lactente: paciente cuja idade é de 29 dias a 1 ano; iii. Criança: paciente cuja idade é acima de 1 ano a 12 anos.

Para fins de Estatuto da Criança e do Adolescente, a faixa etária da criança é

de 0 a 12 anos incompletos e adolescente é entre 12 e 18 anos incompletos.

Para fins de SBV, siga as classificações etárias da AHA.

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Características gerais e estratégias de abordagem do paciente de 0-18 anos.

Idade Características Estratégias de abordagem

0 a 1 ano

- Lactentes não gostam de ser separados dos pais; - Tem mínimo de ansiedade com estranhos; - Estão acostumados a serem despidos, mas gostam de ser aquecidos; - Lactentes novos seguem movimentos com os olhos; - Lactentes mais velhos são mais ativos; - Não gostam da máscara de oxigênio.

- Mantenha os pais por perto; - Mantenha mãos e estetoscópio quentes; - Observe sinais primeiramente à distância; - Aborde pelos pés. Observe coração e pulmões primeiro. Depois a cabeça; - Segure a máscara de O2 perto do rosto.

1 a 3 anos

- não gostam de ser separados dos pais; - Acreditam que suas doenças são punições por serem más; - Não gostam de lactentes. Não gostam de serem despidas; - Assustam-se facilmente; - Apresentam reação exacerbadas, sentem medo fácil; - Podem entender mais que conseguem expressar; - Sentem-se sufocados pela máscara de O2.

- Mantenha os pais por perto; - Explique que ela não é má; - Tire uma peça de roupa por vez e vestir novamente; - examine primeiro pelo tronco; - ofereça conforto e dar seu brinquedo favorito; - considere a escolha da criança; - segure máscara perto da face da criança.

3 a 6 anos

- não gostam de serem separados dos pais; - Acreditam que suas doenças são punições por serem más;

- Mantenha os pais por perto; - Tire uma peça de roupa por vez e vista-a novamente; - mantenha a calma;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 135

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

- Não gostam de lactentes. Não gostam de serem despidas; - Tem medo de dor, sangue e ferimento; - São curiosas comunicativas e podem cooperar; - não gostam da máscara de O2.

- explique o que você está fazendo; - Segure a máscara de O2 pediátrica segurada perto do rosto.

06 a 12 anos

- cooperam, mas gostam que suas idéias sejam ouvidas; - temem sangue, dor desfiguramento e ferimentos permanentes; - São envergonhados e não gostam que seus corpos sejam expostos.

- Permita que a criança tenha a responsabilidade de contar a sua história; - Explique o exame; - Apresente-se confiante, calmo e com boas maneiras; - Respeite a timidez do paciente.

12 a 18 anos

- Adolescentes querem ser tratados como adultos; - Adolescentes julgam-se indestrutíveis, mas tem medo de lesões e desfiguramentos; - Adolescentes variam em termos de desenvolvimento físico e emocional e podem não se sentir bem com suas mudanças corporais.

- Apesar deles gostarem de ser tratados como adultos, necessitam de tanta atenção como as crianças; - Apresente-se de maneira calma, respeitosa e transmita confiança; - Explique o que você está fazendo durante o socorro; - Respeite a timidez. Considere avaliá-lo próximo a seus pais; - Sempre que possível o socorrista que faz o exame físico deve ser do mesmo sexo que a vítima.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

a. São possíveis achados físicos de abuso.

i. Equimoses ou hematomas em diferentes estágios de cura;

ii. Equimoses ou marcas de mordida no rosto, lábios da boca, pescoço, punho, coxas, tornozelos ou dorso;

iii. Ferimentos em ambos os olhos ou ambos lados da face (normalmente apenas um lado da face é ferido em um acidente;

iv. Marcas agrupadas, que formam padrões regulares, que refletem a forma de artigos como um cabo elétrico, fecho do cinto, garfo dentes, ou dentes humanos;

v. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão, principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo luvas e meias);

vi. Queimadura por superfície aquecida: ferro de passar roupa, fogão, panela;

vii. Sinais de mordida;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 136

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

viii. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;

ix. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento, unhadas, agarrões etc.;

x. Luxações, múltiplas fraturas, entorses e distensões;

xi. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se arrancar o cabelo;

xii. Fratura ou perda de dentes;

xiii. Síndrome de “shaken baby” – bebê sacudido;

1. Déficit neurológico sem trauma externo aparente 2. Déficit motor

b. São possíveis achados psicológicos / comportamentais de abuso.

i. Fadiga crônica;

ii. Comportamento inapropriado, tais como criança mais velha (10 anos, por exemplo) chupar o dedo, balançando e mordendo;

iii. Relatos de ausência em casa dos pais ou responsáveis;

iv. Freqüente ausência ou atraso na escola;

v. Hipocondria;

vi. De queixoso passa a adotar comportamento agressivo;

vii. Comportamento inapropriado para a idade;

viii. Paciente implorando por comida;

ix. Atraso no desenvolvimento mental ou emocional;

x. Uso de álcool ou drogas.

c. Conduta.

i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios;

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

a. Em caso de maus tratos / agressões

i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;

ii. A Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA, se já não foi feito por órgão policial.

Segundo o parágrafo único do art. 4º do ECA a criança e o adolescente tem

a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias

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P 607 – PACIENTE PORTADOR DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Paciente surdo.

i. Mantenha-se desinibido;

ii. Certifique-se que o paciente é realmente surdo;

iii. Verifique se o paciente sabe ler os lábios;

iv. Ao falar, mantenha a face iluminada;

v. Articule bem as palavras;

vi. Não se vire durante a fala;

vii. Se o paciente não sabe ler os lábios, use sinais;

viii. Aponte para seu corpo antes de tocar no dele;

ix. Não finja entender;

b. Paciente cego.

i. Aja naturalmente – não se envergonhe;

ii. Antecipe para o mesmo o que você vai fazer;

iii. Mantenha-o informado do arredor;

iv. Lembre-se de 3 coisas:

1. Não grite com ele (o paciente é cego, não surdo)

2. Não mude a maneira de falar habitualmente (inclusive diga “veja”/ “olhe”)

3. Mantenha contato contínuo através da fala ou toque

v. Nunca empurre ou puxe um paciente cego;

c. Paciente portador de necessidades especiais (físicas).

i. Apresentam dificuldade maior no exame físico;

ii. Pergunte ao paciente sobre a extensão do dano anterior ao atendimento;

iii. Portador de necessidades especiais gosta de ser independente – tenha paciência;

d. Paciente portador de necessidades especiais (transtornos mentais e comportamentais).

i. Mantenha-se calmo e desenvolva comunicação efetiva com o paciente;

ii. Trate o paciente naturalmente;

iii. Faça perguntas cujas respostas sejam SIM ou NÃO;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 138

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

iv. Descubra se o paciente tem noção de tempo e lugar;

v. Avaliar o nível de compreensão do paciente;

vi. Obtenha a história e faça ao exame lentamente. Prepare-se para respostas lentas e para dar repetidas explicações.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 139

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P 608 – PACIENTE IDOSO – GENERALIDADE E ABUSO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

a. Paciente geriátrico: acima de 65 anos (Obs.: o estatuto do idoso aplica-se a pacientes de idade igual ou superior a 60 anos).

2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

a. Características gerais do idoso.

i. Diminuição da:

1. Acuidade visual

2. Reação pupilar

3. Função renal

4. Água total do corpo

5. Capacidade respiratória

6. Estatura

7. Audição

8. Produção de saliva

9. Débito e frequência cardíaca

10. Elasticidade da pele

11. 15 a 30% da gordura corporal

12. Atividade esofágica

13. Olfato e paladar

b. Conduta.

i. Trate-o como paciente adulto;

ii. Demonstre respeito;

iii. Não use gírias nem intimidade excessiva;

iv. Fale em tom audível, não necessariamente alto;

v. Diga as palavras pausadamente e precisamente;

vi. Se o cônjuge estiver perto, prepare-se para ter outro paciente;

vii. Esteja atento a familiares e amigos.

c. São indícios de maus tratos.

i. Explicações não plausíveis sobre lesões físicas;

ii. Demora injustificada para solicitar socorro;

iii. Solicitações freqüentes para socorro;

iv. Medo ou distanciamento do socorrista;

v. Cuidador se recusa a deixar o paciente sozinho com os BM;

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 140

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

vi. Medo do cuidador ou familiar;

vii. Reação anormal do cuidador ou familiar.

d. Possíveis achados físicos de maus tratos.

i. Contusões em áreas incomuns (interna do braço, tronco, nádegas, escalpe);

ii. Hematomas e ferimentos em estágios diferentes de cicatrização;

iii. Roupas sujas ou inadequadas para a estação;

iv. Padrão precário de higiene pessoal;

v. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;

vi. Desidratação, desnutrição e perda de peso inesperado;

vii. Úlceras de pressão (úlceras de decúbito);

viii. Lesões similares aos objetos que a causaram;

ix. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão, principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo luvas e meias);

x. Sinais de mordida;

xi. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento, unhadas, agarrões etc.;

xii. Luxações, múltiplas fraturas ou fraturas em espiral;

xiii. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se arrancar o cabelo;

xiv. Fratura ou perda de dentes.

e. Conduta.

i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. TRANSPORTE

6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. Em caso de maus tratos

i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;

ii. A Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do Estatuto do Idoso), se já não foi feito pela autoridade policial:

1. Ministério Público

2. Conselho Municipal do Idoso

3. Conselho Estadual do Idoso

4. Conselho Nacional do Idoso

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P 609 – OPERAÇÃO DE VEÍCULOS DE APH

1. AO ASSUMIR O SERVIÇO

a. A assunção do serviço será conforme a Instrução Técnica Operacional Nr 01/2002.

b. A Gu de UR, coordenada pelo seu comandante, deverá conferir:

i. As condições gerais do veículo: água, óleos, pneus, luzes de emergência e de atendimento (internas e externas), faróis, freios etc.;

ii. Os mapas cargas da viatura (mapa carga de equipamentos médicos, mapa carga de ferramentas etc.);

iii. O sistema fixo e móvel de oxigênio;

iv. A carga das baterias dos equipamentos de emergência;

v. Os rádios de comunicação.

2. DESLOCAMENTO PARA OCORRÊNCIA

a. Adote uma direção defensiva ao longo do deslocamento, com velocidade moderada, a fim de se evitar acidentes e danos em equipamentos do mapa carga da UR

b. Em todos os deslocamentos para ocorrência as luzes de advertência e os faróis devem estar ligados

c. As sirenes devem ser ligadas apenas em casos de emergência real

d. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

i. “Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente”;

ii. A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas do Código.

Durante o deslocamento todos os ocupantes da UR devem utilizar cintos de

segurança, inclusive pacientes e acompanhantes.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 142

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

3. NA CENA

a. Nunca pare na zona quente e evite parar na zona morna, devido aos perigos à viatura: produtos químicos, calor, objetos perfurantes dos pneus etc. Se possível pare a viatura na zona fria.

b. Estacione na mesma faixa onde ocorreu o acidente.

c. Sinalize a via com cones conforme quadro abaixo:

Tipos de Vias

Velocidade Máxima Permitida

Distância do 1º Cone à Viatura

Com pista seca Com chuva, neblina,

fumaça e à noite

Vias Locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos

Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos

Vias de Fluxo

Rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos

Rodovias 110 km/h 110 passos longos 220 passos longos

Obs.: cada vez que o pé (ou direito, ou esquerdo) toca o chão considera-se um passo. O

passo longo tem cerca de 1,30 a 1,50 metros.

d. O 1º cone (início da sinalização) é o primeiro a ser visualizado pelos motoristas usuários da via que estão na faixa onde ocorreu o acidente. Se nas duas, ambas devem ser sinalizadas.

e. A UR ou outro veículo de emergência (preferencialmente) deve estar entre o fluxo de veículos e a cena.

f. Mantenha as luzes de emergência ligadas, pois segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é infração de trânsito deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados.

g. Se a UR é a primeira viatura de emergência na cena, pare antes da zona quente, de forma a proteger a Gu BM de eventual colisão provocada por outro veículo e de modo que o farol e as luzes da viatura iluminem a cena.

1º Cone Viatura Cena

(Preferencialmente não UR)

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 143

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

h. Estacione de maneira a garantir uma rápida partida da cena e o máximo de segurança para a Gu BM.

i. Preferencialmente o atendimento da ocorrência deverá ocorrer atrás da UR. Assim, se há outra viatura na cena, posicione-a no lugar da UR apresentada na figura acima.

j. À noite ou em baixa iluminação, a Gu BM deve utilizar coletes reflexivos durante atendimento em via pública.

A sinalização e o isolamento devem permitir o trabalho seguro da GU BM.

Os demais motoristas da via devem VER a sinalização, COMPREENDER o que ela quer dizer e ter tempo de REAÇÃO, evitando assim novos acidentes.

Havendo necessidade, peça aos agentes de trânsito para interromper totalmente o fluxo de veículos. Na ausência dos mesmos, a Gu BM deve providenciar a interrupção.

4. AO DESLOCAR PARA HOSPITAL

a. Apenas use as sirenes se estritamente necessário.

b. Segundo a AHA, o uso de sirenes durante transporte de paciente consciente com emergência cardiovascular (infarto, angina, insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia ventricular etc.) não é benéfico e pode ser maléfico ao paciente – evidência classe III).

c. Desligue a sirene ao aproximar-se de hospitais, inclusive o do destino do paciente.

Não é permitido à Gu BM, ao paciente ou ao acompanhante fumar ou

alimentar-se no interior da UR, esteja esta em deslocamento ou parada.

Após cada atendimento limpe e descontamine a viatura e equipamentos,

conforme a necessidade. Reponha materiais se necessário.

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P 610 – EXTRICAÇÃO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA

a. Conduta 1 – Mantenha a cena segura.

i. Considere os seguintes riscos potenciais;

1. Colisão contra postes de iluminação com risco de queda de fiação, transformador e o próprio poste

2. Colisão contra edificações com risco de queda de estrutura

3. Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV)

4. Veículos transportando produtos perigosos

5. Veículos com risco de queda em depressões

6. Veículos ocupados por criminosos em fuga ou em flagrante

ii. Isole e sinalize a cena;

1. Utilize cones fotoluminescentes e as luzes das viaturas, conforme P 609

2. Antes da abordagem ao veículo deverá ser armada uma linha direta de prevenção com esguicho de vazão regulável, em carga pressurizada

3. Solicite apoio do policiamento, de outros órgãos e serviço, e mesmo de outras Gu BM, se necessário

b. Conduta 2 - estabilize o veículo.

i. O veículo deverá ser estabilizado para o trabalho seguro da GU BM;

ii. A GU BM deverá se prevenir contra tombamento, amassamento do teto, deslizamento ou qualquer outro movimento que venha a pôr em risco a operação;

iii. O procedimento pode ser feito por meio de calços, escoras, cabos, fitas tubulares ou outros dispositivos aplicáveis no mínimo em 3 pontos de escora e estabilização;

iv. A GU BM deverá cortar o cabo da bateria e prevenir riscos de incêndio e explosão.

c. Conduta 3 - Triagem dos Pacientes.

i. Verifique quantos pacientes há no veículo e priorize o atendimento;

ii. Verifique a necessidade de uma extricação rápida manual e/ou a

necessidade de SAV;

iii. Considere a necessidade de colar cervical no primeiro contato;

A segurança e proteção do paciente durante a extricação é

fator prioritário para a GU BM na cena.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 145

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

d. Conduta 4 - Abertura do Veículo.

i. Faça a remoção de janela ou porta, com ferramentas combinadas, cortadores, extensores, alargadores e serra sabre, para permitir a intervenção de socorrista ou médico no interior do veículo para avaliar melhor o paciente e iniciar tratamento;

ii. Faça a tração e remoção do volante, elevação do painel, retração dos bancos, remoção dos tetos, remoção dos pedais e abertura da 3ª porta;

iii. Retire as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.

e. Conduta 5 - Secção de parte do Veículo.

i. Corte e retire partes do veículo para permitir acesso seguro a GU BM e seus equipamentos médicos, sem causar danos adicionais ao paciente.

2. AVALIAÇÃO INICIAL (1 vítima)

a. Socorrista 1.

i. Ainda pelo lado de fora do veículo avalie a responsividade, com imobilização da cabeça e coluna cervical;

ii. Instala o KED e comanda a retirada do paciente das ferragens;

b. Socorrista 2.

i. Posiciona-se atrás do paciente. Assume a imobilização da cabeça e coluna cervical durante a abertura da porta e instalação do KED;

ii. Auxilia o giro do paciente e no posicionamento na prancha longa;

c. Socorrista 3.

i. Posiciona-se ao lado do paciente, internamente ao veículo;

ii. Avalie a respiração e circulação;

iii. Auxilia na colocação do KED e posicionamento na prancha longa;

Os airbags do veículo podem funcionar de 5 a 20 minutos após corte da bateria.

Fique atento ao desencarceramento e pontos de corte a fim de evitar trauma

adicional ao paciente e acidentes a GU BM

A retirada rápida será utilizada somente quando a cena for insegura, o paciente

estiver instável, ou quando for necessário acessar a um paciente mais grave que

está no banco detrás do veículo.

3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

4. EXAME FÍSICO DETALHADO

5. TRANSPORTE

6. AVALIAÇÃO CONTINUADA

7. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 146

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 611 – OUTRO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CENA

1. Considere a presença de médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde não pertencentes ao CBMMG na cena como um potencial apoiador a Gu BM;

2. A Gu BM deve acatar suas orientações de procedimentos, desde que não contrariem as diretrizes do Protocolo de APH do Socorrista;

3. Caso o mesmo dê uma ordem que possa prejudicar o paciente explique a ele, conforme o Protocolo de APH do Socorrista, as razões pelas quais você não a pode cumprir;

4. Em caso de conflito, solicite a intervenção do médico regulador (se disponível) ou do COBOM-CIAD / SOU/SOF, ou mesmo do CBU, se o tempo total de cena o permitir;

5. Anote o nome completo, o Nº do CRM, do COREM ou de outro Conselho a que pertença o profissional que intervier na ocorrência;

6. Relate no RAPH/REDS os procedimentos técnicos adotados pelo profissional;

7. Faça um relatório ao comandante da UEOp ou ao CBU do conflito havido, citando dados completos da ocorrência e testemunhas.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 147

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 612 – RECUSA DE ATENDIMENTO

1. QUESTÕES LEGAIS

a. Todas as pessoas têm direito constitucional à assistência à saúde;

b. A vida e a saúde são bens indisponíveis;

c. O BM, como garantidor legal, possui o dever de socorrer;

d. Se a vítima interpõe óbices intransponíveis ao auxílio, não há que se falar em crime de omissão de socorro;

e. Em caso de recusa de paciente vítima de lesões leves (ou potencialmente leves), em que o próprio paciente ou representante legal pode buscar socorro adequado ou providenciar sua própria assistência por meios próprios, também não há crime.

2. EXECUTE A AVALIAÇÃO DO PACIENTE CONFORME P 101.

3. OS SEGUINTES DADOS DEVEM SER CONHECIDOS DO SOCORRISTA, ANTES QUE O PACIENTE POSSA RECUSAR FORMALMENTE O ATENDIMENTO:

a. O paciente está alerta e orientado quanto à pessoa, tempo e lugar?

b. Há algum sinal que o impeça de compreender as conseqüências de sua decisão, tais como:

i. Uso de álcool ou drogas;

ii. Desordens psiquiátricas ou psicológicas;

iii. Paciente apresenta-se como um perigo para si e para outros;

iv. Trauma de cabeça;

v. Histórico de doença que afeta sua capacidade mental;

vi. Alguma outra condição clínica que possa limitar sua capacidade de pensar racionalmente;

vii. Baixa idade.

c. Os sinais vitais estão normais?

d. O paciente compreende as possíveis conseqüências de sua recusa?

e. O paciente oferece uma resistência instransponível ao atendimento?

f. O quadro clínico do paciente é potencialmente grave?

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 148

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

4. SE O PACIENTE (OU REPRESENTANTE LEGAL) RECUSA O ATENDIMENTO, MAS A GUARNIÇÃO BM ENTENDE QUE ELE NECESSITA DE ATENDIMENTO MÉDICO:

a. Tente contar com os familiares, ou amigos ou pessoas próximas a ele no sentido de ajudar a convencê-lo da gravidade de sua condição;

b. Contate a regulação médica (se disponível) ou o médico do paciente (se disponível), e permita que o paciente fale com um profissional médico que possa auxiliar a Gu BM a convencê-lo da necessidade do atendimento e transporte;

c. Se o paciente ainda recusa atendimento, solicite SAV (se disponível), para auxiliar a Gu BM;

d. Se ainda assim não houver sucesso nas tentativas, solicite autoridade policial para auxiliar no socorro e/ou registrar a recusa de atendimento.

5. SE O PACIENTE POSSUI LESÕES LEVES, SE O MECANISMO DE LESÃO NÃO FOI SIGNIFICATIVO E O MESMO NÃO DESEJA SER ATENDIDO, O SOCORRISTA PODERÁ ACATAR SEU DESEJO.

6. OS DADOS PESSOAIS E CLÍNICOS DO PACIENTE E OS DADOS DA OCORRÊNCIA DEVEM SER COLHIDOS EM TODOS OS CASOS DE RECUSA. CASO O PACIENTE NÃO PERMITA A COLETA DESTES DADOS, TAL FATO DEVE CONSTAR EM RELATÓRIO (RAPH/REDS)

7. ARROLE 2 TESTEMUNHAS E ORIENTE O PACIENTE QUANTO AOS SEGUINTES ASPECTOS:

a. A Gu BM que o atendeu não é composta por médico (Obs.: em caso de SBV);

b. A Gu BM não tem aparelhos médicos de alta resolução nem dispõe de exames laboratoriais precisos para fornecer um diagnóstico médico preciso da gravidade do paciente;

c. Seu estado médico pode se agravar em decorrência de eventual condição clínica oculta não detectada pela Gu BM;

d. O serviço de emergência do CBMMG está disponível 24 horas / dia e acessível via telefone 193.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 149

Módulo 600 – Procedimentos Gerais Revisado em 15/01/2013

P 613 – PRESUNÇÃO DE ÓBITO

1. QUESTÕES LEGAIS

a. Somente profissional médico pode expedir a declaração de constatação de óbito;

b. Em casos óbvios, contudo, o profissional não médico pode constatar o óbito. São situações extremas.

2. PROPOSTA

a. Auxiliar a Gu BM a constatar ou presumir o óbito do paciente em ambiente extra-hospitalar.

3. INDICAÇÕES

a. Presunção de óbito, sem que se inicie as manobras de RCP deve ser considerada apenas nas seguintes condições:

i. Decapitação;

ii. Decomposição;

iii. Rigor mortis (é um sinal reconhecível de morte que é causado por

uma mudança química nos músculos, causando aos membros do cadáver um endurecimento e impossibilidade de movimentá-los ou manipulá-los);

iv. Livor mortis (livor hipostático ou livor cadavérico): é um sinal de

morte, no qual há o aparecimento de manchas róseas ou arroxeadas na parte do corpo em contato com a superfície, devido à gravidade.

v. Secção de tronco com parada cardiorrespiratória;

vi. Esmagamento total de crânio com parada cardiorrespiratória;

vii. Carbonização;

viii. Paciente adulto sem pulso e apnéico, mesmo após permeabilização de vias aéreas, em ocorrências com múltiplas vítimas, em que os recursos operacionais são insuficientes para atendimento de todas as vítimas, mas apenas das vivas (que respiram e tem pulso);

Em caso de mulher grávida, mesmo com lesão incompatível com a vida (e.g.

esmagamento total de cabeça) com PCR testemunhada, deve-se iniciar a RCP

e transportá-la para o hospital de referência mais próximo, na tentativa de

salvar o feto!

Paciente hipotérmico pode sobreviver mesmo em situações extremas de

parada cardiorrespiratória.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 150

Apêndices Revisado em 15/01/2013

Apêndices

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 151

Apêndices Revisado em 15/01/2013

APÊNDICE 01 – ASPECTOS MÉDICOS, LEGAIS E ÉTICOS

1. ASPECTOS MÉDICOS

a. O consentimento do paciente:

Ainda que a saúde e a vida sejam bens jurídicos indisponíveis segundo

o direito brasileiro, o socorrista deve obter o CONSENTIMENTO do

paciente ou seu representante legal para atendê-lo.

b. Considera-se implícito o consentimento de uma vítima inconsciente;

c. Diante da recusa em ser atendido, agir conforme P 612;

d. Somente são consideradas mortes óbvias ao socorrista os casos citados em P 613.

2. ASPECTOS LEGAIS

a. O socorrista Bombeiro Militar executa suporte básico de vida em pacientes acometidos de agravos clínicos, traumáticos, obstétricos e psiquiátricos. Suas atribuições no APH estão definidas principalmente nas seguintes normas:

i. Constituição Federal de 1988, Art. 144, § 5º;

ii. Constituição Estadual de 1989, Art. 142, Inciso II;

iii. Lei Complementar Nº 54, de 13Dez99, art 3º e 27;

iv. Portaria Nº 2.048/02 – Ministério da Saúde;

v. Resolução Nº 1.671/03 – Conselho Federal de Medicina;

vi. Documentos normativos do CBMMG: Resoluções, Memorandos, Instruções, dentre outros.

b. O Bombeiro Militar tem o DEVER DE AGIR, pois segundo o §2º do art. 29 do Código Penal Brasileiro – CPB “...o dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância...”, mesmo que tenha que enfrentar o perigo, conforme §1º do art. 24 do mesmo CPB;

c. No seu agir, o BM deve guiar-se pelo Princípio da Legalidade Estrita, pelo qual o agente público somente pode fazer o que a norma manda, não o que ela não proíbe.

d. Imprudência é a conduta positiva praticada pelo agente que, por não observar o seu dever de cuidado, vem a causar o resultado lesivo que lhe era previsível. É o agir a mais que o permitido.

e. Negligência, ao contrário, é uma conduta negativa. É sempre deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha. É o agir a menos que o exigido.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 152

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f. Imperícia ocorre quando há uma inaptidão, momentânea ou não, do agente no exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia está ligada, basicamente, à atividade profissional do agente. É inobservância de regra técnica.

Segundo interpretação do § 2º do Art. 13 do Código Penal Brasileiro, se o

Bombeiro Militar se omite em socorrer, ele responde pelos danos sofridos pelo

paciente. Se o paciente vem a óbito, por exemplo, o BM responde por

homicídio, e não por omissão de socorro apenas.

3. ASPECTOS ÉTICOS

a. A ética bombeiro-militar é definida pelas normas, regras e regulamentos, e em especial pela lei estadual nº 14.310 , de 19/06/02 – Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais.

b. Sigilo Profissional – é a obrigação do Bombeiro Militar “não revelar informações pessoais ou relativas à situação clínica da vítima a quem não esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que dessas informações devam ter conhecimento”;

c. Direitos do paciente

i. Segundo o art. 196 da Constituição Federal de 1988, “Saúde é direito de todos e dever do Estado.” São, ainda, DIREITOS DO PACIENTE:

1. Identificar o profissional de saúde – Bombeiro ou não - por nome completo, função ou cargo;

2. Ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome, não pelo nome da doença ou do agravo da saúde (Ex: aidético, tuberculoso, leproso, drogado) ou por apelidos e termos pejorativos;

3. Receber explicações claras sobre o tipo de atendimento que está recebendo por parte do socorrista, o que inclui cópia da RAPH/REDS;

4. Atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais – BM e outros;

5. Ter seu caso tratado com sigilo e discrição.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 153

Apêndices Revisado em 15/01/2013

APÊNDICE 02 – SINAIS VITAIS

1. CONCEITO

a. Sinais vitais são as medidas das mais básicas funções do corpo. São quatro: temperatura, pressão arterial, respiração e pulso. São indicativos importantes também a cor da pele e mucosas, perfusão capilar e oximetria de pulso.

b. Seus valores possuem pequenas alterações conforme as referências bibliográficas adotadas

2. MEDIDAS

a. Temperatura corporal (axilar)

Normal Febre

discreta Febre

moderada Febre

Elevada Hiperpirexia

36,6° a 37,2°C

37,3° a 38,4°C

38,5° a 39,0°C

39,1° a 40,5°C

>40,5°C

b. Movimentos respiratórios por minuto (MRPM)

Adulto Criança Bebê Neonato

12 a 20 15 a 30 25 a 50 30 a 60

c. Pulso (batimentos cardíacos por minuto – BCPM)

Adulto Criança Bebê/Neonato

60 a 100 70 a 150 100 a 160

d. Pressão arterial

Adulto Criança / Bebê

Sistólica (mm Hg) 110-140 80 + 2X Idade

Diastólica (mm Hg) 60-90 2/3 Sistólica

3. PROCEDIMENTOS PARA SE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL

a. Observações gerais

i. Explique para o paciente o procedimento que será realizado.

ii. O manguito deve ter largura de dois terços em relação ao comprimento da porção da extremidade onde será medida a PA

b. Método Auscultatório

i. Posicione a vítima com o braço apoiado no nível do coração.

ii. Localize o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da medida.

iii. Selecione o tamanho da braçadeira indicada para o paciente (adultos, crianças e bebês). A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80%.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 154

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iv. Localize a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço palpando-a.

v. Envolva a braçadeira em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial.

vi. Mantenha a margem inferior da braçadeira a 2,5cm acima da dobra do cotovelo e encontre o centro do manguito dobrando ao meio.

vii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg.

viii. Posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital.

ix. Desinsufle o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por segundo.

x. Identifique a pressão sistólica (máxima) observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento regular audível.

xi. Identifique a pressão diastólica (mínima) observando no manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular audível.

xii. Desinsufle totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo desaparecimento dos batimentos.

xiii. Retire o aparelho do braço e guarde-o cuidadosamente a fim de evitar danos.

xiv. Anote a PA e a hora. Exemplo PA. 126X84 mmHg, 10h55min.

c. Método Palpatório

i. Coloque as pontas dos dedos no pulso radial. Sinta o pulso.

ii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg.

iii. Vagarosamente esvazie o manguito, observando o manômetro ou a coluna de mercúrio.

iv. Quando perceber o retomo do pulso radial, leia a pressão sistólica aproximada.

v. Anote a PA, hora e método usado. Exemplo: PAS 120 mmHg (palpação), 10h55min.

A posição em que a vítima se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física

recente, a emoção ou dor da ocorrência e o equipamento inadequado podem alterar

os níveis da pressão.

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APÊNDICE 03 – ESTADO DE CHOQUE

1. SINAIS E SINTOMAS

a. Sinais e sintomas universais de todos os tipos de choques

i. Sinais precoces

1. Taquicardia 2. Pulso fraco 3. Reenchimento capilar > 2 segundos 4. Palidez cutânea 5. Vasoconstrição cutânea (cianose) 6. Sudorese 7. Pele fria

ii. Sinais tardios

1. Hipotensão arterial 2. Taquipnéia 3. Alterações neurológicas (comportamentais)

b. Sinais e sintomas típicos dos choques específicos

i. Choque cardiogênico

1. Hipertensão seguido de hipotensão 2. Taquicardia seguida de Bradicardia 3. Dispnéia 4. Sudorese 5. Palidez cutânea 6. Alterações neurológicas (comportamentais)

ii. Choque neurogênico

1. Hipotensão 2. Bradicardia 3. Pele rosada e bem perfundida.

iii. Choque psicogênico

1. Hipotensão 2. Bradicardia seguida de taquicardia

iv. Choque séptico

1. Hipotensão persistente 2. Pele quente e ruborizada 3. Calafrios 4. Febre 5. Taquipnéia 6. Taquicardia

v. Choque anafilático

1. Pele avermelhada, com coceira ou queimação 2. Edema de face e língua 3. Respiração ruidosa e difícil

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 156

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4. Hipotensão arterial 5. Pulso fraco 6. Tontura 7. Palidez e cianose 8. Coma

vi. Choque hipovolêmico (hemorrágico)

1. Ansiedade e inquietação 2. Náuseas e vômitos 3. Boca, língua e lábios secos 4. Sede intensa 5. PA sistólica menor que 90 mmHg (tardio) 6. Taquicardia 7. Taquipnéia seguida de bradipnéia com respiração rápida

e profunda 8. Enchimento capilar acima de 2 segundos 9. Pele fria, úmida e pegajosa 10. Palidez ou cianose 11. Olhos opacos e pupilas dilatadas 12. Torpor e coma

c. Classificação do choque hipovolêmico hemorrágico no adulto

Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda sangüínea (ml)

700 – 750 ml 750 - 1500 ml 1500 - 2000 ml > 2000 ml

Perda sangüínea (%)

Até 15% 15 -30% 30-40% > 40%

Frequência de pulso

< 100 Entre 100 -120 >120 >140

Pressão Arterial Normal Normal Diminuída Muito Diminuída

Frequência Respiratória

14-20 20-30 30-40 >35

Estado Mental

Ansiedade Leve

Ansiedade Moderada

Ansioso e Confuso

Ansioso e Letárgico

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 157

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APÊNDICE 04 – ESCALA DE APGAR

1. CONCEITO

É a escala de avaliação do quadro da vitalidade do neonato, logo após o

nascimento.

2. CONDUTA

a. Devem ser feitas três medições: no primeiro, no quinto e no décimo

minuto.

b. Avalia-se através da pontuação determinada no momento do nascimento

e aos 5 (cinco) minutos de vida.

3. PARÂMETROS

a. Tabela Escala de APGAR

PARÂMETROS PONTUAÇÃO

0 1 2

Frequência Cardíaca

Ausente Menor que 100 BPM

Maior que 100 BPM

Esforço Respiratório

Ausente Choro fraco Respiração irregular

Choro forte Respiração regular

Tônus Muscular Flácido Discreta flexão de extremidade

Semiflexão completa

Reflexos de Irritabilidade

Ausente Resposta com careta

Tosse ou espirro

Coloração da Pele

Cianose generalizada ou palidez

Corpo róseo, extremidades cianóticas

Completamente róseo

b. Deve ser avaliado no primeiro minuto e, novamente, aos cinco minutos de

vida.

c. Quando a nota de cinco minutos for inferior a 7, novas avaliações devem

ser realizadas a cada cinco minutos, por até 20 minutos, e

adequadamente registradas.

d. Não deve servir para decisão quanto à reanimação do neonato.

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

a. O resultado encontrado deve ser informado ao médico no hospital, uma

vez que as notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são registradas no

“Cartão da Criança”.

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APÊNDICE 05 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW – ADULTO

1. CONCEITO

Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica com objetivo

de registrar o nível de consciência e responsividade de um paciente.

2. PARÂMETROS

a. Abertura Ocular

Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente com movimentos normais.

À voz 3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo verbal, não necessariamente à ordem de “abra os olhos”.

À dor 2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso.

Ausente 1 ponto Não abre os olhos.

b. Resposta Verbal

Orientada 5 pontos Consegue descrever quem é, e o que aconteceu etc...

Confusa 4 pontos Responde às perguntas, mas não sabe descrever quem é, onde está ou o que aconteceu.

Palavras desconexas

3 pontos Diz palavras isoladas e sem sentido, não conseguindo formar frases completas.

Sons ininteligíveis

2 pontos Não consegue sequer articular palavras, emitindo apenas murmúrios ou grunhidos.

Ausente 1 ponto Não emite qualquer som vocal.

c. Resposta Motora

Obedece a comandos

6 pontos É capaz de executar movimentos mediante solicitação verbal, do tipo “aperte minha mão, levante a perna, mova o pé etc...”

Localiza estímulos dolorosos

5 pontos Consegue localizar a região onde está sendo estimulado dolorosamente e tenta remover a mão do examinador para impedi-lo.

Retira à dor 4 pontos Retirada inespecífica: o indivíduo retira o estímulo doloroso mediante flexão do membro estimulado, numa resposta reflexa.

Flexão anormal (decortica-ção)

3 pontos Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de decorticação.

Extensão anormal (Descere-bração)

2 pontos Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.

Ausência de resposta

1 ponto Irresponsivo.

3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG ADULTA

a. TCE Leve - 13 a 15 b. TCE Moderado - 9 a 12 c. TCE Grave - 3 a 8

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 159

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APÊNDICE 06 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW - PEDIÁTRICA

1. CONCEITO

a. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) pediátrica é uma escala neurológica com objetivo de registrar o nível de consciência e responsividade de um paciente pediátrico menor de 5 anos durante a avaliação inicial sempre que possível, será contínua e após um traumatismo craniano ou traumas diversos.

2. PARÂMETROS

a. Abertura Ocular

Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente. Abre os olhos.

À voz 3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo verbal.

À dor 2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um pequeno estímulo doloroso.

Ausente 1 ponto Não abre os olhos.

b. Resposta Verbal

Balbucio 5 pontos Orientado para o som, segue objetos, fixa objetos, interage, sorriso social e “palavra apropriada (>1ano)”.

Choro irritante

4 pontos Choro contínuo, mas consolável; palavra inapropriada.

Choro a dor 3 pontos Choro persistente irritado, inconsolável gemendo.

Gemido a dor

2 pontos Inquieto, agitado, inconsolável e geme.

Ausente 1 ponto Não emite qualquer som.

c. Resposta Motora

Movimento espontâneo

6 pontos É capaz de executar movimentos espontâneos ou propositais sozinho.

Retira ao toque

5 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada e tenta se afastar.

Retira à dor 4 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada a dor e se afasta.

Flexão anormal

3 pontos Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de decorticação.

Extensão anormal

2 pontos Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.

Ausente 1 ponto Ausência de qualquer resposta

3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG PEDIÁTRICA

a. 13 a 15 – leve b. 9 a 12 – moderado c. 3 a 8 – grave

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 160

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APÊNDICE 07 – ESCALA DE TRAUMA SCORE

1. CONCEITO

a. A escala de Trauma Score (TS) visa quantificar o nível da gravidade de um paciente traumatizado, sendo assim fator decisivo para orientar a conduta do socorrista no atendimento e na triagem (situação onde a emergência ultrapassa a capacidade de resposta).

b. É composta de uma combinação de resultados a partir de três categorias: Escala de Coma de Glasgow, Pressão Arterial Sistólica e Frequência Respiratória.

c. A Escala de Trauma Score não inclui o enchimento capilar e a expansão pulmonar, visto a subjetividade destes.

2. PARÂMETROS

a. Tabela de Trauma Score

Valor

Pontos na Escala

de Coma de

Glasgow

Pressão

Arterial

Sistólica

Frequência

Respiratória

4 13 - 15 > 89 10 - 29

3 9 - 12 76 - 89 > 29

2 6 - 8 50 - 75 6 - 9

1 4 - 5 1 - 49 1 - 5

0 3 0 0

Interpretação do resultado da escala de trauma: Trauma grave: 0 a 6 Trauma moderado: 7 a 10 Trauma leve: 11 a 12

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 161

Apêndices Revisado em 15/01/2013

APÊNDICE 08 – MAPA CARGA PADRÃO DE UR

Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.

01 Abridor de mandíbula -- 1 a 2

02 Álcool Etílico 70% Litro (1000 ml) 2 a 3

Almotolia (250 ml) 1

03

Aparelho de oxigênio portátil completo composto de cilindro de 3 lts (ou maior), manômetro, fluxômetro e máscara facial. Acondicionado em bolsa ou maleta.

-- 1

04 Avental descartável (EPI do TEM) -- 10 a 15

05 Aspirador elétrico portátil de secreções -- 1

06 Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro ( Pct c/ 12)

-- 2 a 3

07 Bóia tipo lifebelt (salsichão) -- 1

08 Bolsa de resgate, em cordura (cor azul ou laranja)

-- 1

09 Campo operatório – pacote com 50 unidades -- 1

10 Capa de chuva -- 4

11 Capacete para salvamento -- 4

12 Catéter nasal -- 10 a 15

13 Cobertor -- 2 a 3

14 Colar cervical de peça única, modelo stiffineck ou similar

Pediátrico 1

No Neck 1

Pequeno 2

Médio 2

15 Colchonete -- 1

16 Colete de imobilização dorsal tipo KED -- 1

17 Colete reflexivo -- 4

18 Cone sinaleiro escamoteável reflexivo -- 3

19 Conjunto com 6 cânulas de guedel (tam. de 1 a 6)

-- 1

20 Desfibrilador Externo Automático (DEA) -- 1

21 Esfigmomanômetro Pediátrico 1

Adulto 2

22 Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts) -- 2 a 3

23 Estetoscópio Pediátrico 1

Adulto 2

24 Extintor de PQS 8 Kg -- 1

25 Fita zebrada para isolamento -- 2 a 3

26 Hipoclorito de sódio a 1% Litro (1000 ml) 2 a 3

27 Imobilizador de cabeça tipo bashaw -- 2

28 Imobilizador pediátrico de corpo inteiro -- 1

29 Kit de queimadura -- 2 a 3

30 Kit obstétrico -- 2

31 Kit para salvamento em altura -- 1

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 162

Apêndices Revisado em 15/01/2013

Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.

32 Lanterna a pilha de 3 elementos1 -- --

33 Lanterna de recarga em viatura1 -- 2

34 Lanterna de verificação de pupila - 1

35 Lençol de papel (Rolo com 50 mts) -- 1

36 Luva de borracha para limpeza e desinfecção (par)

-- 4 a 6

37 Luva descartável (Caixa com 50 pares)

Pequeno 1

Médio 1

Grande 1

38 Luva de vaqueta (ou de couro e tecido) - par -- 3 a 4

39 Maca escamoteável com rodas -- 1

40 Maca tipo colher1 -- 1

41 Maca tipo Sked -- 1

42 Manta aluminizada -- 3 a 5

43 Máscara facial com reservatório para oxigenioterapia

-- 3 a 5

44 Máscara facial (EPI do TEM) -- 40 a 50

45 Óculos de proteção -- 3 a 4

46 Oxímetro de pulso portátil -- 1

47 Pocket mask -- 1

48 Prancha longa1 -- 1 a 2

49 Prancha longa de metal1 -- 1

50 Prancheta de metal -- 1

51 Protocolo de APH -- 1

52 Rádio HT completo (bateria, antena e capa) -- 1

53 Respirador manual adulto tipo AMBU com reservatório

Neo-natal 1

Pediátrico 1

Adulto 1

54 Sabão líquido Neutro Litro (1000 ml) 2 a 3

Almotolia (250 ml) 1

55 Saco de lixo de 30 lts -- 10 a 12

56 Sonda de aspiração flexível Tam 8 4 a 8

Tam 12 4 a 8

57 Sonda de aspiração rígida -- 2 a 3

58 Soro fisiológico (Frasco com 50 ml) -- 4 a 6

59 Talas moldáveis de espuma e metal

Pequeno 3

Médio 6

Grande 4

60 Tenda (dispositivo de oxigenoterapia neonatal)

Tamanho unico 2

61 Tesoura ponta romba (para tecidos e couro) -- 2

62 Tesoura de lister serrilhada -- 2

63 Tracionador de fêmur adulto -- 1

64 Tracionador de fêmur pediátrico -- 1

65 Luva estéril de plástico para aspiração --- 5

1 Este material pode ser substituído por outro similar

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 163

Apêndices Revisado em 15/01/2013

1. OBSERVAÇÕES:

1.1 Os materiais de limpeza e assepsia previstos deverão estar registrados no

Ministério da Saúde.

1.2 Os materiais e equipamentos acima descritos são o mínimo a ser exigido para

uma Unidade de Resgate. Havendo necessidade de se acrescentar outros, tal

procedimento será efetuado por autorização do Comandante da UEOp, que decidirá

baseado nos seguintes aspectos:

necessidade operacional demonstrada;

relação custo x benefício;

qualificação dos socorristas para utilizarem os itens incrementados;

possibilidade de acondicionamento adequado nos compartimentos da Unidade de Resgate.

1.3 Composição dos Kits

Os Kits acima descritos terão a seguinte composição:

1.3.1 Kit para queimadura

01 cobertor térmico aluminizado - tam: 2,10 X 1,40 M ou plástico estéril

01 pacote de atadura de rayon - tam: 7,5 X 5 CM

01 pacote de gaze vaselinada - tam: 7,6 X 7,6 CM

01 protetor para queimadura e evisceração – tam 1 X 1 M

01 frasco de soro fisiológico - frasco de 250 ML

1.3.2 Kit para parto

02 aventais descartáveis

01 bisturi descartável nº 22

02 braceletes para identificação

01 compressa estéril de 15 X 10 CM

01 compressa estéril de 30 X 15 CM

01 cobertor térmico - Tam: 2,10 X 1,40 M

02 clamps estéreis (prendedor umbilical)

01 lençol descartável 2,00 X 0,90 CM

02 pares de luva estéril Tam M (7,5 ou 8,5)

01 saco de expurgo hospitalar 20 litros

02 absorventes hospitalares

1.3.3 Kit de salvamento em altura

01 Bolsa de nylon

01 corda de poliamida de 11 mm de diâmetro e lance de 30 m

01fita tubular ou cabo solteiro de 5 m

01 boldrier

01 par de luvas de vaqueta

01 freio 8

02 mosquetões de duralumínio

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 164

Apêndices Revisado em 15/01/2013

APÊNDICE 09 – DURAÇÃO DE CILINDRO DE O2

1. CILINDROS MAIS COMUNS COMERCIALIZADOS

Capacidade Peso Quantidade em m3 Altura

3 litros 5 kg 0,45 m3 0,40 cm

5 litros 7 kg 0,75 m3 0,40 cm

7 litros 10 kg 1,00 m3 0,45 cm

15 litros 17 kg 2,40 m3 0,88 cm

20 litros 30 kg 4,00 m3 0,72 cm

40 litros 48 kg 8,00 m3 1,32 cm

50 litros 58 kg 10,00 m3 1,42 cm

2. DURAÇÃO RESIDUAL DO CILINDRO

Tr = P x C_

1atm x Q ; onde

Tr = Tempo residual, em minutos

P = Pressão do Cilindro, em bar (utilizando o manômetro)

C = Capacidade hidráulica do cilindro, em litros (esta informação está gravada no

corpo do cilindro)

1 atm = Pressão atmosfera aproximada

Q = Vazão, em litros por minuto

Dado : a) 1 atm ~ 1 bar, pois 1 atm = 760 mmHg e 1bar = 750 mmHg

b) O ideal seria utilizar a variação da pressão

Observação: Quando os manômetros do CBMMG apresentarem uma leitura da

pressão do cilindro em unidade que não sejam BAR, é necessário realizar a

conversão para mesma unidade de pressão na fórmula e ainda adaptar a unidade

de volume conforme o sistema internacional.

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 165

Apêndices Revisado em 15/01/2013

Tabela de Conversão

Pressão atm PSI (lbf/in2) Bar Pascal (Pa)

atm 1,0 14,6959 1,01325 101325

PSI (lbf/in2) 0,0680 1,0 0,06895 6894,8

Bar 0,9869 14,5 1,0 10000

Pascal (Pa) 0,000009869 0,0001450377 0,00001 1,0

Fonte: http://falandofisicamente.blogspot.com.br/2011/06/relatorio-foguete-agua.html, acesso 21/11/12 às 16h.

MÉTODO DE CÁLCULO O TEMPO RESIDUAL DO CILINDRO

2.1 Dados hipotéticos: Cilindro de 50 L, Pressão do manômetro de 100 bar, e Vazão ou fluxo de 10 litros/min;

2.2 Tr = 100 bar x 50 litros / 1 atm x 10 (litros/ min)

2.2.1Cálculo: Tr = 100 bar x 50 litros / 1 x min = 500min Atm 10 litros

2.3 Resultado 500 min residuais.

Equação Global:

X minutos residuais = Pressão x Capacidade

Vazão x Pressão atmosférica

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 166

Referências Bibliográficas Revisado em 15/01/2013

Referências Bibliográficas

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 167

Referências Bibliográficas Revisado em 15/01/2013

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 168

Referências Bibliográficas Revisado em 15/01/2013

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 169

Referências Bibliográficas Revisado em 15/01/2013

Esta Instrução Técnica Operacional entra em vigor na data de sua publicação

e revoga as disposições em contrário.

Quartel em Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2013.

IVAN GAMALIEL PINTO, CORONEL BM Chefe do Estado-Maior / Subcomandante Geral