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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO E LIBRAS. APROVADA NOTA: 8,5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA Gislaine Thaís da Silva [email protected] Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo JUINA-2014

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO E

LIBRAS.

APROVADA

NOTA: 8,5

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Gislaine Thaís da Silva

[email protected]

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo

JUINA-2014

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA-AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO E

LIBRAS.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Gislaine Thaís da Silva

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo

"Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Inclusão e Libras."

JUINA-2014

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AGRADECIMENTO

A Deus, pela vida, força e ânimo.

Aos familiares, pelo apoio e compreensão na realização deste trabalho. Em

especial ao meu esposo e filhos que tem sido meu apoio nas horas difíceis dando

força para que eu pudesse continuar trabalhando e estudando.

Aos mestres que atuaram durante a realização da Pós-graduação os quais

com suas metodologias me ajudaram a ampliar meus conhecimentos.

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“Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar na vida

é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente.” Augusto Cury.

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RESUMO

O presente trabalho surgiu devido à inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais estarem cada vez mais inseridos nas salas regulares e

assim discutir a importância das instituições de educação atuar voltadas à inclusão,

porque há alunos com necessidades educacionais especiais e outros que não são,

mas que não conseguem se sentir acolhidos no contexto escolar. Este trabalho

busca descrever os pontos positivos da inclusão com embasamento teórico

adquirido através de leituras e estudos. Para realização do mesmo utilizei somente a

pesquisa bibliográfica uma vez que meu objetivo era a defesa do direito à igualdade

educacional. Assim concluo que uma classe não é homogênea porque cada aluno é

singular, e apresenta potencial de assimilação diferente uns dos outros é indiscutível

que o processo de inclusão tem que ocorrer, mas não apenas fazendo um

“ajuntamento” de alunos. Ela deve acontecer de fato e de direito. Está no professor a

responsabilidade de trabalhar as dificuldades que porventura surgirem, respeitando

as diferenças socioculturais. Combatendo o preconceito, porque a diferença é rica

na sua diversidade.

Palavras-Chave: Integração. Inclusão. Necessidades educativas especiais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................06

1. UM POUCO DE HISTÓRIA EM DEFESA DO DIREITO À IGUALDADE

EDUCACIONAL..........................................................................................................07

2. INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO: LOCAL DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA E

DOS DIREITOS HUMANOS......................................................................................12

3. INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVAS ..................................................17

4. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO DO

EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS.................................................................................................................21

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................28

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INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de curso discute a prática inclusiva

nas instituições de educação, porque a educação nos dias atuais é um direito que

toda e qualquer pessoa tem, independente de qual classe social pertença, gênero,

cor da pele ou sexo.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996)

professores que atuam em escolas devem não apenas atender às crianças numa

perspectiva assistencialista, e sim um atendimento comprometido com o

desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social das crianças que lá estudam.

Incluir é um trabalho efetivo e contínuo que envolve não só educadores e

alunos, mas toda comunidade entorno da escola. É importante entender que o termo

inclusão não está apenas voltado a criança com necessidades educacionais que

apresenta deficiência, mas a todos que mesmos sendo ditos normais não são

aceitos por apresentarem diferenças fenotípicas.

Nessa perspectiva, construiu-se esse TCC que apresenta característica de

pesquisa bibliográfica dividido em 4 (quatro) capítulos:

O Capítulo I que traz um pouco de história em defesa do direito à igualdade

educacional.

O Capítulo II que traz a discussão: instituições de educação, local de

construção da cidadania e dos direitos humanos.

O Capítulo III que fala sobre instituições de educação inclusivas.

O Capítulo IV a educação inclusiva promovendo o desenvolvimento do

educando com necessidades educacionais especiais.

Por fim, trazemos nossas considerações finais sobre esse assunto tão atual

e importante no processo educacional brasileiro.

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CAPÍTULO I

UM POUCO DE HISTÓRIA EM DEFESA DO DIREITO À IGUALDADE

EDUCACIONAL

Na Roma Antiga, até o século XV, segundo CANDAU (2003), as crianças

que apresentassem logo ao nascer deformações físicas eram jogadas nos esgotos,

uma discriminação grotesca.

Na Idade Média, segundo CANDAU (2003), deficiente encontram abrigo nas

igrejas, como o Quasímodo do livro O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo,

que vivia isolado na torre da Catedral de Paris. Na mesma época, os deficientes

ganharam a função de bobo da corte. Martinho Lutero defendia que deficientes

mentais eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados.

Do século XVI ao XIX, segundo CANDAU (2003), os com deficiências físicas

e mentais continuavam isolados do resto da sociedade, mas agora em asilos,

conventos e albergues. Surge o primeiro hospital psiquiátrico na Europa, mas todas

as instituições dessa época não passam de prisões, sem tratamento especializado

nem programas educacionais.

No século XX, os com necessidades especiais, segundo CANDAU (2003),

passam a ser vistos como cidadãos com direitos e deveres de participação na

sociedade, mas sob uma ótica assistencial e caritativa.

A primeira diretriz política dessa nova visão, segundo CANDAU (2003),

aparece em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Todo ser

humano tem direito à educação".

Nos anos 60, segundo CANDAU (2003), pais e parentes de pessoas

deficientes organizaram-se. Surgem as primeiras críticas à segregação. Teóricos

defendem a normalização, ou seja, a adequação do deficiente a sociedade para

permitir sua integração. A educação especial no Brasil aparece pela primeira vez na

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996. A Constituição

aponta que a educação dos excepcionais deve no que for possível, enquadrar-se no

sistema geral da educação.

Os Estados Unidos, nos anos 70, segundo CANDAU (2003), avançam nas

pesquisas e teorias de inclusão para proporcionar condições melhores de vida aos

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mutilados na Guerra do Vietnã. A educação inclusiva tem início naquele país via Lei

94.142, de 1975, que estabelece a modificação dos currículos e a criação de uma

rede de informação entre escolas, bibliotecas, hospitais e clínicas.

Os ideais de respeito à diferença e da garantia do direito à educação ainda

não fazia parte da sociedade educacional daquela época, mesmo com a fundação

do primeiro hospital psiquiátrico. No século XX, segundo CANDAU (2003), muda a

visão de como deveriam ser tratados os portadores de necessidades especiais, eles

passam a ter Direitos e Deveres como qualquer cidadão, porém sob a ótica

assistencialista e caritativa.

Em 1978, segundo CANDAU (2003), surge a diretriz política com a

Declaração dos Direitos Universal dos Seres Humanos declarando direitos iguais a

todos. Na maioria dos países, ocorre um novo momento devido a alguns fatores, tais

como: avanço tecnológico e cientifico crescentes, pensar sociológico sobre as

práticas discriminatórias e avanço no sistema educacional.

Nos Estados Unidos, segundo CANDAU (2003), é criada uma Lei para

inclusão que melhora a vida dos mutilados pela Guerra. Neste país, a educação

inclusiva inicia-se pela promulgação da Lei 94.142 de 1975 que, muda os currículos

educacionais das escolas e cria uma nova rede de informação entre

estabelecimentos educacionais.

No Brasil, em 1978, segundo CANDAU (2003), uma emenda constitucional

trata da melhoria de condição social e econômica especialmente na educação

especial. Nos anos 80 e 90, declarações e tratados mundiais passam a defender a

inclusão em larga escala.

Em 1986, segundo CANDAU (2003), a Assembleia Geral da Organização

das Nações Unidas (ONU) lança o Programa Ação Mundial para as Pessoas

Deficientes, que recomenda "Quando for pedagogicamente possível o ensino de

pessoas deficientes deve acontecer dentro do sistema escolar normal".

Em 1988, segundo CANDAU (2003), no Brasil o interesse pelo assunto é

provocado pelo debate antes e depois da Constituinte. A nova Constituição,

promulgada em 1988, garante atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

A Lei Federal nº. 7.853, no item da Educação, prevê a oferta obrigatória e

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gratuita da Educação Especial em estabelecimentos públicos do ensino e cita crime

com reclusão de 1 a 4 anos e multa para os que negarem este direito a um aluno. O

Brasil aprova o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, que cita novamente

direitos garantidos na Constituição: atendimento educacional especializado para

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Acreditando que a pobreza e a miséria são produtos, da falta de

conhecimento a respeito de seus deveres e direitos, e acreditando que a própria

falta de garantia deste direito básico que é o da educação constitui fonte de injustiça

social, que a Conferência Mundial de Jomtiem sobre Educação para todos, que

aconteceu em 1990, e adotou como objetivo, segundo CANDAU (2003), o

oferecimento de educação para todos até o ano 2000 destacou a necessidade de se

ter maiores oportunidades de uma educação duradoura.

Seus três objetivos, segundo CANDAU (2003), trouxeram consequências à

educação especial: metas claras que aumentaram o número de crianças

frequentando a escola, providências que asseguraram a permanência da criança na

escola por um tempo longo o suficiente que lhes possibilitou obter um real benefício

da escolarização e início de reformas educacionais significativas que asseguraram

que a escola inclua em suas atividades, seus currículos, e através de seus

professores, serviços que realmente correspondam às necessidades de seus

alunos, de seus respectivos pais e das comunidades locais.

Em junho de 1994, dirigentes de mais de 80 países se reuniram na Espanha

e juntos assinaram a Declaração de Salamanca, segundo CANDAU (2003), um dos

mais importantes documentos de compromisso de garantia de direitos educacionais.

Ela elege as escolas inclusivas como o meio ideal de combate à discriminação,

determinando que elas devessem acolher todas as crianças, independentemente de

suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas:

Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, que se valem dos recursos e parcerias com a comunidade. [...] O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito de desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem sucedida mente educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuam desvantagem severa. O mérito de tais escolas não reside somente no fato de que elas sejam capazes de prover uma educação de alta qualidade a todas as crianças: o estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no sentido

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de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva. (SILVA, 2007, p.45).

A escola é um dos espaços que a criança passa uma grande parte de seu

tempo, cabe a ela favorecer meios para que o aluno possa identificar-se e integrar-

se a um grupo. Para que a escola consiga favorecer esses meios, segundo

CANDAU (2003), é necessário que o professor entenda e reconheça que cada

criança é diferente da outra. A sociedade possui uma visão de homem padronizada

e classifica as pessoas de acordo com essa visão, sendo assim, uma pessoa é

considerada normal quando previamente atende a padrões estabelecidos. Dessa

forma caracteriza o estigmatizado, levando-o não acreditar em si próprio.

Quanto a isso, GOFFMAN (1988, p. 15), diz o seguinte:

Por definição é claro, acreditamos que alguém portador de estigma não seja completamente humano. Com base nisso, fazemos vários tipos de discriminação, através das quais efetivamente e muitas vezes sem pensar, reduzimos suas chances de vida. Construímos uma teoria de estigma, uma ideologia para explicar a sua inferioridade e dar conta do perigo, racionalizando algumas vezes uma animosidade, baseada em outras diferenças, tais como as de classe social.

Dentre essas pessoas estão os portadores de necessidades educacionais

especiais, que são vítimas de rejeição social. As crianças com deficiências de

aprendizagem apresentam não só dificuldades que limitam sua capacidade de

interagir com o mundo, como também de construírem a aprendizagem de forma

significativa. Para tanto, para que todos, seja ou não portador de necessidades

educacionais especiais, possam receber condições de desenvolverem seu potencial

criativo e espontâneo perante a sociedade surge à educação inclusiva.

Segundo N. Kunc (1992), citado por PEREIRA e CINTRA (2008, p. 49):

A Educação Inclusiva é boa para todos. A educação inclusiva representa um passo concreto e manejável que pode ser dado em nossos sistemas escolares para assegurar que todos os estudantes comecem a aprender que o pertencer é um direito não um status privilegiado que deva ser conquistado.

Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases, número 9.394, se ajusta a legislação

federal e aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais deve

ocorrer, preferencialmente, na rede regular de ensino. Esta Lei trata da Educação

Especial como sendo uma modalidade de educação escolar voltada para a formação

do indivíduo, com o intuito de que não exista nenhum tipo de discriminação em

qualquer instituição escolar, consequentemente em toda a sociedade.

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A Constituição Federal de 1988, no capítulo III, art. 205, assegura que a

educação é um direito de todos:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

No Estatuto da Criança e do Adolescente, os artigos 11 (Parágrafos 1º e 2º),

54 (inciso III), 66, 112 (parágrafo 3º), constam que a criança tem o direito igual com

relação à escola, seja ela deficiente ou não. E cabe a escola suprir suas

necessidades aplicando e revendo seus métodos, currículos e programas para

melhor atender a esses alunos junto com os outros resultando segregação e

integração perante a sociedade.

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CAPÍTULO II

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO: LOCAL DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA E

DOS DIREITOS HUMANOS

Os seres humanos têm direitos que preservam a dignidade da pessoa

humana. A criança pequena também deve ter assegurados seus direitos como

cidadã, ou seja, direitos em relação à educação, à brincadeira, a não trabalhar, a

não exercer funções que são de adultos, por exemplo, a não cuidar de outras

crianças, enfim, a criança é cidadã de direitos.

Mas, o que é ser cidadã? O que é cidadania? Cidadania é um termo que tem

muitos sentidos. Empregamos, com muita frequência, a expressão somos cidadãos,

para nos referirmos ao que nos assegura o direito à participação social e, quase,

nunca aos nossos deveres.

Para COVRE (2003, p.9), a cidadania em geral é confundida apenas com o

direito de votar, enquanto o pleno exercício da cidadania vai além deste ato, precisa

ser acompanhado de determinadas condições no campo econômico, político, social

e cultural, logo para o homem:

[...] ser cidadão significa ter direitos e deveres, ser súdito e ser soberano. Tal situação está descrita na Carta de Direitos da Organização das Nações Unidadas (ONU), de 1948, que tem suas primeiras matrizes marcantes na carta de Direito dos Estados Unidos (1776) e da Revolução Francesa (1798). Sua proposta mais funda de cidadania é a de que todos os homens são iguais ainda que perante a lei, sem discriminação de credo ou cor. E ainda: a todos cabe o domínio sobre seu corpo e sua vida, a educação, a saúde, a habitação e o lazer. E mais: é direito de todos poderem expressar-se livremente, militar em partidos políticos e sindicatos, fomentar movimentos sociais, lutar por seus valores. Enfim, o direito de ter uma vida digna de ser homem.

Sabe-se, porém, que numa concepção liberal a cidadania não tem esta

referência, pelo contrário, está associada à noção que vincula a criação dos meios

que asseguram o direito á propriedade privada. No entanto, a cidadania é a garantia

de que todos os seres humanos têm direito às produções materiais e sociais que,

através do trabalho, ajudam a construir.

As pessoas, ao terem os seus direitos humanos fundamentais assegurados,

vivenciam plenamente sua condição de cidadã. Na vida em sociedade, ao

relacionar-se economicamente, socialmente, politicamente e culturalmente de forma

democrática, as pessoas usufruem de momentos que possibilitarão compreender a

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dimensão de alguns princípios básicos, que se relacionam à vida em sociedade, isto

é, a justiça social; a participação efetiva na construção da democracia; o pluralismo

étnico, político, social e religioso; a solidariedade entre as pessoas; e o

desenvolvimento sustentado que significa avanços econômicos em concordância

com a justiça social.

Mas também o cidadão tem deveres, quais sejam, assumir

responsabilidades em conjunto pela coletividade, contribuir no fomento da existência

do direito a todos, cumprir as normas e propostas elaboradas coletivamente, assumir

funções de gestor de políticas públicas e cargos eletivos, votar, participar ativamente

em movimentos sociais e nas instâncias de sua comunidade.

Isso nos faz reportar a COVRE (2003, p. 102):

Neste sentido, observei que os direitos e deveres ao exercício da cidadania são assegurados a todas as pessoas e, consequentemente, se estendem às crianças. É preciso ver as crianças, como assevera Kramer (2003, p.91), não como filhotes do homem, seres em maturação biológica, que um dia se tornarão adultos, pelo contrário, a criança tem singularidades que são próprias da infância. Logo, é preciso ver “[...] as crianças como cidadãs, pessoas que produzem cultura e são nelas produzidas, que possuem um olhar crítico que vira pelo avesso a ordem das coisas, subvertendo essa ordem.”

As crianças nos dias atuais têm direitos específicos, que são ancorados por

mecanismos internacionais e nacionais, frutos de um importante processo histórico,

tratados e legislações específicas para infância.

Nos dias atuais, a discussão envolvendo os temas cidadania e direitos

humanos, ganhou notoriedade na sociedade, revelando não somente uma face de

proteção e conquistas de direitos, mas uma face perversa que demonstra como os

princípios de cidadania e direitos humanos básicos, principalmente em relação aos

direitos das crianças, que continuam sendo violados no mundo inteiro.

A efetivação dos Direitos Humanos é resultado de uma luta de parcerias que

se estabelece entre sujeitos atingidos diretamente pela questão, ou seja, sujeitos

que sentem a violação de seus direitos e por sujeitos que se solidarizam. Segundo

CANDAU (et. al, 1996, p. 106): “[...] e se fazem solidários desta causa, conscientes

de que só assim se pode construir uma sociedade em que todos tenham de fato

direito a uma vida digna.”

Neste sentido, educar em direitos humanos, segundo CANDAU (2003), é

dialogar com grupos culturais diferenciados, trabalhando atentamente para reverter

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às injustiças, a violência, o silenciar de grupos socioculturais ligados ao poder

econômico, excluídos na territorialidade nacional.

A educação em direitos humanos, segundo CANDAU (2003), é

obstaculizada quando não se transpõe o vácuo existente entre o dito e o realizado,

ou melhor, quando se fala de algo, mas não se pratica. Projetos educativos,

sobretudo em Direitos Humanos, para sua plena efetivação precisam do

compromisso social de todos os envolvidos para torná-lo realidade.

Para HORTA (2000, p. 128-9):

[...] a implementação curricular dos direitos humanos na educação formal é um elemento importante para que essa cultura seja interiorizada e se exprima através de valores, comportamentos e ações. [...] será preciso desenvolver planos, programas e textos didáticos em que a educação em direitos humanos conquiste um tempo e um espaço no currículo [...]. É preciso não esquecer que a educação é chamada a formar as crianças e os jovens para a cidadania, a democracia e o respeito a todos os direitos. Para tanto, será importante desenvolver práticas educacionais participativas e dialógicas em que se trabalhe a relação prática-teoria-prática e em que o cotidiano escolar esteja impregnado da vivência dos direitos humanos.

Em CANDAU (2003), encontram-se alguns elementos que devem pautar a

construção de uma proposta educativa não discriminadora e promotora de uma

cultura dos Direitos Humanos. A autora realizou pesquisas com professores e

estudantes, para identificar as representações deste em relação aos processos de

discriminação presentes na sociedade e no cotidiano escolar, e que devem ser

enfrentados nas práticas educativas, que visam à concretude dos Direitos Humanos

no interior da escola.

Portanto, segundo estudos realizados por esta autora, uma proposta real

deve contemplar:

• O reconhecimento de que processos discriminatórios na nossa sociedade

assumem um caráter sutil, fluido e difuso, pois a escola neutraliza as diferenças

como uma forma de diminuir os conflitos;

• A identificação em si mesmo do “mito da democracia racial” que compreende

o amálgama das três raças, mitos fundados da origem do povo brasileiro;

• A identificação da pluralidade de expressões de discriminação na sociedade

brasileira;

• O reconhecimento em si mesmo de eventuais práticas de discriminação;

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• A compreensão de que a cultura da escola está impregnada do ideário liberal

da igualdade com a aplicação de uma pedagogia monocultural;

• Além da promoção de diferentes momentos para reflexão e discussão nas

escolas em face da dificuldade de alguns professores em lidar com a discriminação.

Além disso, segundo CANDAU (2003, p. 97-8), o professor da educação

infantil, ao se inteirar e comprometer com a educação para os Direitos Humanos

pode enriquecer sua atuação por meio de práticas que vivem a

[...] favorecer o processo de empoderamento (empowerment), principalmente orientado aos atores sociais que historicamente tiveram menos poder na sociedade, ou seja, menos capacidade de influir nas decisões e nos processo coletivos. O empoderamento começa por liberar a possibilidade, o poder, a potência que cada um tem para que possa ser sujeito de sua vida e ator social, alcançando também uma dimensão coletiva, favorecendo a organização dos grupos minoritários e sua participação ativa na sociedade civil.

E, por último, a construção de uma nova cultura e prática de cidadania em

prol dos Direitos Humanos deve se efetivar no cotidiano das práticas nos espaços

educativos. Esta passa inclusive por um olhar que entende a criança como sendo

sujeito de direito, conforme assevera KRAMER (2003, p.80):

[...] eu não me deixo do outro lado da porta quando entro na creche, Da mesma maneira, a criança não deixa de ser criança e entra na escola aluno. Lembro que infans etimologicamente significa sem voz e alumine quer dizer sem luz. Ora, não nos interessa que a criança passe de uma situação onde está “sem voz” para outra onde permanece “sem luz”, como se em ambas fosse depositária passiva da fala do outro, da razão, do esclarecimento, tendo a creche, a pré-escola ou a escola a função de dar a luz! Não podemos continuar a olhar as crianças como aqueles que não são sujeito de direitos.

Nessa perspectiva, a relação com as crianças pequenas deve ser aquela

que capta seus sentimentos expressos na fala, em gestos e nas suas produções que

refletem o seu contexto e pertencimentos. A educação em/para os Direitos

Humanos, deve fomentar na comunidade escolar a reflexão e a discussão dos

acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia, analisando quando os direitos de

expressão dos diferentes grupos culturais que estão em espaços educativos são

violados e quando os mesmos são respeitados, construindo, portanto, a prática

pedagógica comprometida com a cidadania e a democracia. Em concordância com

SACRISTÁN (1995, p. 83), citado por PEREIRA & CINTRA (2008, p. 24), não

podemos esquecer que: “[...] os padrões de funcionamento da escolarização tendem

à homogeneização. A escola tem sido e é um mecanismo de normatização.”

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Mediante o que acima foi discutido, pode-se inferir que o ideal na

implantação e implementação dos direitos da criança será a educação, mediante um

processo de conscientização de cada um: do professor, da família, de amigos, do

Estado, de Instituições da criança quando da extensão de afetos, respeito e

dedicação à criança, a fim de construir adultos que se tornem pessoas capazes de

construírem vínculos duradouros nos seus relacionamentos.

No capítulo seguinte discorreremos sobre a educação inclusiva

transformando o papel excludente da escola em o de inclusiva.

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CAPÍTULO III

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVAS

Para se discorrer sobre o papel da educação atual para transformar

exclusão em inclusão é preciso considerar que há elementos que são pertinentes

aos pertencimentos culturais das crianças que precisam ser focalizados. Sem

dúvida, as questões de classe social e de desigualdade constituem a questão

nuclear, mas não pode-se subestimar a diferença e a diversidade, pois do contrário

corremos o risco de abstrair a criança, tornando-a um ser etéreo, que segundo

SOUZA (2000, p. 107) diz o seguinte:

[...] a criança pobre que vem historicamente fracassando no sistema escolar não é um ser abstrato. Pelos dados estatísticos, ela é negra, nordestina e mora na área rural. E isso não é gratuito. Não pode passar despercebido. Não podemos tomar estas questões como secundárias e encobrirmos toda essa complexidade debaixo do argumento classe social.

A escola homogeneizadora segundo SACRISTÁN (1995), citado por

PEREIRA e CINTRA (2008, p. 25), tem um perfil de ser “[...] de um tipo único de

cidadão, trabalhador e ordeiro, então a diversidade passa a ser destacada como

anomalia, barreira a esse papel homogeneizador esperado da instituição escolar."

A escola como espaço hegemônico, em geral tende ao não reconhecimento

das identidades individuais, em geral tende ao não grupal, ou seja, características

próprias da origem familiar dos alunos, ou como expõe FISCHMANN (1996, p. 183):

“[...] manifestação cristalizada no tempo, recortada da vida.” Assim, os sofrimentos

destas opressões podem ocasionar verdadeiros danos às suas identidades,

diminuindo a autoestima e a autoconfiança.

Essa preocupação também é apontada por ENGUITA (1989, p. 193), para o

qual nas práticas educativas se realiza um currículo que: “Ao ignorar [nos alunos]

suas características próprias, sua pertinência a grupos sociais, específicos ou a

subculturas particulares, a escola interpela-os como sujeitos isolados e os força a se

comportarem e a agirem de forma individualista.”

É tão real esta situação que às vezes ao questionarmos as crianças de

diferentes grupos étnicos, tais como: indígenas, afrodescendentes, bem como

crianças que residem no campo sobre os projetos que elas têm para o futuro, nos

depararmos com respostas que se voltam para ocupações subalternas na

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sociedade, que em geral exigirão pouca escolaridade e dispensarão a autoconfiança

para ocuparem posições de liderança.

Essa situação conflituosa que nos deparamos na escola, ou melhor, as

dificuldades que professores e profissionais da educação têm para

operacionalizarem os Direitos Humanos nas suas práticas educativas requer ser

compreendida no imaginário da população brasileira em relação a sua composição

étnico-racial. Segundo ANDERSON (1989), o Brasil tem uma trajetória complexa, o

mito fundador da origem do povo brasileiro que institui a comunidade imaginada.

Segundo MUNANGA (1999), citado por PEREIRA & CINTRA (2008, P. 26),

o mito da democracia racial não conseguiu resolver os efeitos da hierarquização dos

três grupos de origem brasileira (branco, negro e índio) e os conflitos de

desigualdades raciais resultantes dessa hierarquização. Logo, conclui-se que a

hierarquização racial tem um rebatimento na desigualdade de acesso à

escolarização, ao emprego, aos bens materiais e ao usufruto dos Direitos Humanos

do cidadão.

Outra complexidade em lidar com a problemática da diversidade cultural no

caso brasileiro ocorre em relação ao grupo de mestiços, que ocupam uma posição

indefinida, qual seja no país o preconceito racial quando se manifesta é de cor e não

de origem (one-drop), como nos EUA e na África do Sul.

Então, o que fazer face às colocações de MUNANGA (1999)? Será que a

diversidade cultural brasileira terá o desfecho dos ideólogos do mito da democracia

racial; ocorrerá no Brasil um branqueamento sustentado pela mestiçagem, que

resultará num nivelamento de todas as diferenças, raciais e culturais?

Inicialmente, na escola cabe um combate à ideologia da democracia racial,

visto que o Brasil se tornou o país mais mestiçado do mundo, o que leva a crer que

o projeto do branqueamento não se sustentou, ou não surtiu o efeito esperado.

Portanto, as práticas educativas que se realizam em espaços de educação

infantil, segundo PEREIRA (2008), é preciso da naturalização ou essencialização da

pluralidade cultural, isto é, há professores que naturalizam as diferenças, ou seja,

tornam a natureza morta, ou, em outras palavras, ignoram os estudantes que

pertencem a grupos discriminados na sociedade, que também vivenciam situações

de discriminações e preconceitos entre os colegas na escola e precisam vivenciar

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situações positivas para não se sentirem inferiorizados.

Na educação inclusiva, o reconhecimento da diferença, tem por objetivo

inverter o processo de construção de estereótipos negativos, incorre na valorização

e posterior naturalização dessa diferença, para que a igualdade subjacente seja

ressaltada. Segundo MUNANGA (1999, p. 10), citada por PEREIRA & CINTRA

(2008, p. 27), no Brasil, a diferença é inerente à condição humana, por isso é

importante que ocorra na escola o combate à ideologia da democracia racial:

As lições da genética, tiradas da lei mendelianas e suas implicações nas manifestações dos caracteres hereditários recessivos e dominantes, não autorizam a aceitar as projeções ideológicas da elite brasileira, de que a diversidade racial, graças às práticas eugenistas, ia ceder lugar a uma nova raça branca, fenotipicamente unitária.

É necessário romper com a ideia de homogeneização, da uniformização das

culturas, bem como desvelar as significações racistas da linguagem e dos conteúdos

didáticos, nomear as atitudes agressivas contidas em apelidos, piadinhas e incidente

aparentemente sem importância, que não se teve à intenção de magoar.

Precisamos entender que a criança negra não é “moreninha”, “marronzinha”, nem “pretinha”. Quando a criança reclama que não quer ser negra, ela está nos dizendo que não quer o tratamento costumeiramente dados às pessoas pertencentes a este grupo racial. O que ela não quer é ser ironizado, receber apelido, ser excluída das brincadeiras [...]. Assim, melhor do que chamá-la de “moreninha” para disfarçar a sua negritude é cuidar para que ela receba atenção, carinho, estímulo para poder elaborar sua identidade racial de modo positivo. (CAVALLEIRO, 2001, p.156).

Deste modo, o preconceito que se manifesta nas relações escolares indica

que o grupo ou a maioria está defendendo sua identidade como sendo a unida

legítima e a do outro como não sendo válida, por ser diferente. Em face do diferente,

o grupo sente medo e cria um sentimento de insegurança, que com o tempo se

manifesta por meio das brincadeiras de mau gosto, chegando até a violência física

entre os colegas.

Por fim, considere-se que o preconceito e a discriminação estão invisíveis

aos olhos dos professores e dos administradores, mas presentes na cultura da

escola. Segundo GOFFMAN (1988), os atributos negativos que são reforçados pelos

colegas e ignorados pela escola, transformam-se em estigma ou identidade

deteriorada, ocorrendo uma relação entre a imagem socialmente deteriorada.

Logo, é preciso denunciar a discriminação racial na educação, visto que esta

tem sido anulada em espaços educativos através da negação e silêncio perante os

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rituais racistas no dia-a-dia da vida escolar. Lembramos que, estes espaços,

reproduzem o que está no imaginário da população, mas a forma como o fazem tem

características próprias, como nota FORQUIN (1993, p. 167):

[...] a escola é também um “mundo social” que tem suas características de vida próprias, seus ritmos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e de transgressão, seu regime próprio de produção e gestão de símbolos.

Em suma, quando um dos direitos da pessoa humana não é respeitado, a

vida é afetada em seu conjunto e passa a requerer esforços de todos os grupos

humanos em suas diferentes condições socioeconômica e cultural evidenciando a

indivisibilidade entre os Direitos Humanos. Sendo assim, os movimentos e as

organizações em prol desses direitos, embora possuam pautas de lutas específicas,

sempre atuam em articulação.

No Capítulo seguinte, discutiremos da importância do porque a Instituição de

educação Infantil ser inclusiva.

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CAPÍTULO IV

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO DO

EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

No âmbito da Educação Especial, a democratização do ensino traz consigo,

segundo PEREIRA (2008), o conceito de educação como direito social passando do

modelo médico do cuidar, do clínico e terapêutico; para uma abordagem social e

cultural, que valorize a diversidade como forma de aprendizagem de fortalecimento e

modificação do ambiente da Instituição de Educação Infantil e da comunidade para a

promoção da inclusão. Nesse enfoque sociológico, o meio e o ambiente inadequado

e a falta de condições materiais também são fatores produtores de limitação e

determinantes do fracasso escolar.

Todas as crianças pequenas devem ter garantido um ambiente físico e

social para que se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para

arriscarem e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais

lhe possibilitará ampliação de conhecimento acerca de si mesma, dos outros e do

meio em que vivem.

O referencial curricular nacional para a educação infantil (BRASIL, 1988, p.

13), constitui-se em um conjunto de referências e orientações didáticas trazendo

como eixo do trabalho pedagógico:

O brincar como forma particular de expressão, pensamento, integração, comunicação infantil e socialização das crianças por meio da sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma.

Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das

capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas,

emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de

crianças felizes e saudáveis.

Numa proposta inclusiva de Educação Infantil, segundo PEREIRA (2008), o

currículo e os objetivos gerais são os mesmos para crianças sem necessidades

educacionais especiais, não requerendo um currículo especial, mas sim ajustes e

modificações, envolvendo alguns objetivos específicos, conteúdos, procedimentos

didáticos e metodológicos que propiciem o avanço no processo de aprendizagem

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desses alunos.

Reportando a HANNAH ARENDT citado por SILVA (2004, p. 30):

A educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las aos seus próprios recursos e tampouco, arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso e com intendência para a tarefa de renovar um mundo comum.

Refletindo-se sobre a prática da inclusão a partir da fala do autor citado

observa-se que a tarefa da educação inclusiva é desafiadora para a Instituição de

Educação Infantil, pois está em suas mãos a responsabilidade e o compromisso de

incluir a criança com necessidade educacional especial seja ela permanente ou

provisória na Instituição de Educação Infantil inclusiva. Recebê-la não é o suficiente,

é preciso incluí-la e prepará-la para a vida em sociedade.

E para isso a Instituição de Educação Infantil inclusiva tem que

desempenhar algumas ações que viabilizem a inclusão para o desenvolvimento das

crianças com necessidade educacionais especiais.

Segundo PEREIRA & CINTRA (2008, p. 47):

A Instituição de Educação inclusiva tem como eixo o desenvolvimento da criança e não simplesmente a transmissão de conteúdos. Isso significa que nem sempre quando acontece o ensino, ocorre a aprendizagem. Educadores compromissados com seu trabalho agem em prol do desenvolvimento e do aprendizado, lançando mão de recursos para a diversidade que o rodeia.

Essa Instituição de Educação preocupada com a inclusão é sabedora da

diversidade de cada aluno, garantindo a flexibilidade de condições de aprendizagem,

pois cada criança tem o seu tempo próprio para adquirir o desenvolvimento de suas

potencialidades dentro de seus limites.

A Instituição de Educação Infantil inclusiva, segundo PEREIRA (2008),

prepara toda a comunidade escolar para exercer a cidadania, em que a cooperação,

o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico são fundamentais para o

desenvolvimento de cada um.

Tendo como meta importantíssima o resgate pelo compromisso de educar

em virtude do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças, a Instituição de

Educação Infantil inclusiva, segundo PEREIRA (2008), deve estimular oportunidades

de estudos e reflexões sobre a inclusão para valorizar os seus professores, pois são

eles os responsáveis diretos pela tarefa de fazer com que as crianças pequenas

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aprendam para aturem na vida social.

A Constituição Federal em seu artigo 205 visa os plenos desenvolvimentos

humanos, sendo assim, a Instituição de Educação Infantil inclusiva preocupada com

esse fator, prepara-se para o acolhimento dessa clientela.

Para que ocorra essa mudança a Instituição de Educação Infantil inclusiva

elabora o seu projeto político-pedagógico, e isso se faz com planejamento de

trabalho, definindo-se objetos, metas e ações norteadas para a inclusão de todos.

Reportando-nos a PEREIRA & CINTRA (2008, p. 48):

O primeiro passo do plano de ação da Instituição de Educação Infantil, que visa a importância da inclusão para o desenvolvimento das crianças com necessidades educacionais especiais, é o diagnóstico de sua cliente, ou seja, quantos são, onde estão, suas dificuldades, assim como os seus recursos humanos, materiais e financeiro, para poder elaborar metas para uma proposta curricular que reflita essa diversidade e esteja de acordo com fins propostos para uma aprendizagem que envolva as peculiares de cada uma das crianças.

As ações de trabalho da Instituição de Educação Infantil inclusiva, apesar de

envolverem toda a comunidade escolar, segundo PEREIRA (2008), é no educador

que se centra o papel principal, pois é ele o responsável em fazer com que o

conhecimento sistematizado seja construído pela criança. E isso se faz somente

com o apoio de todos os envolvidos, família, educação, saúde e parcerias, todos

voltados para o mesmo objetivo: o sucesso da criança dentro do ensino regular.

Essas aprendizagens sistematizadas, só se acontecem com o envolvimento

de todos, em meio heterogêneo, em que a desigualdade entre os seres humanos é

algo real e natural. Cada criança se desenvolverá de acordo com suas capacidades

e só ela é capaz de processar essa construção intelectual. O professor será

somente a ferramenta que irá abrir esse caminho em direção do conhecimento de

acordo com suas possibilidades e limites.

É no trabalho coletivo, segundo PEREIRA (2008), que se desenvolve a

potencialidade de cada um e não no trabalho individualizado em que o educador

predetermina o que a criança irá aprender. Dividir tarefas e responsabilidades faz

criar um ambiente de cooperação e solidariedade, em que um educando alcança

com o outro o que não é possível alcançar sozinho, exercendo assim o papel de

sujeito mediador de VYGOTSKY promovendo assim o compartilhar de

conhecimentos, descobertas, sem tirar da criança pequena seu próprio processo de

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desenvolvimento pessoal.

Quanto ao processo classificatório, PEREIRA & CINTRA (2008, p. 47), nos

chamam à atenção para que:

A avaliação da Instituição de Educação Infantil inclusiva não pode ter um caráter classificatório, através de provas e notas que são atribuídas as crianças, com o intuito de medir aquilo que o educador pré-determinou como sendo o conhecimento nivelado para todos, como se pudessem medir todos os alunos em um mesmo padrão de ensino-aprendizagem. [...] A Instituição de Educação Infantil deve avaliar seus educandos por meio de atividades, trabalhos e relatórios constantes dos avanços, retrocessos, dificuldades e progressos de cada um para poder planejar suas ações e atingir o seu objetivo: o desenvolvimento e a aprendizagem da criança pequena. Todo esse processo não beneficia somente aos educandos com necessidades educacionais especiais, mas todas as crianças que fazem parte do processo inclusivo.

Escolas interessadas na inclusão, segundo PEREIRA (2008), precisam rever

sua prática, abolindo de seu contexto a segregação e a exclusão nelas contidas,

adotar novas concepções, segundo as legislações e documentos que amparam os

educandos com necessidades educacionais especiais e o engajamento de todos

envolvidos com essa tarefa: família, educação e sociedade. O compromisso de

todos nesse processo fará com que a inclusão aconteça de forma a garantir o

sucesso dessa escola.

Uma educação inclusiva desafia todo o sistema educacional vigente, pois,

segundo PEREIRA (2008), transforma a escola comum em uma escola para todos,

dando oportunidade de alguns que se encontram a margem do direito de adquirir

uma educação para o seu aprendizado cultural e social em igualdade de condições

para inserir-se no ensino regular e acompanhar os alunos, levando-se em conta

competências, habilidades e conhecimentos, sem esquecer-se dos limites de cada

um, educandos com necessidades especiais ou não.

Percebe-se então a importância da inclusão escolar para o desenvolvimento

da criança com necessidades educacionais especiais, pois é a partir dessa inclusão

entre os indivíduos que essa construção ocorre da e para a sua própria formação. É

preciso, então, que a inclusão de fato aconteça para a melhoria da qualidade do

ensino atual.

A escola inclusiva deve promover a interação entre os indivíduos e acreditar

no potencial de cada um deles, pois todo educando tem condições e pode aprender,

de acordo com suas possibilidades e limites. Para que ocorra sua aprendizagem, é

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segundo PEREIRA (2008), necessário que explore o que ele tem à oferecer, suas

dificuldades, deficiências e limites são algo que tem que ser reconhecido pela

escola, mas não servir como medidor da sua capacidade.

Podem-se citar algumas vantagens que a inclusão oferece tanto para as

crianças com necessidades educacionais especiais quanto para as sem

necessidades especiais de aprendizagem. De acordo com o relatório da ONU,

segundo PEREIRA (2008), a interação entre indivíduos em diferentes situações

oportuniza a construção do conhecimento. Também, os estudantes, ao conviverem

em grupos aprendem a aceitar a diversidade como fator normal, apresentando a

criança algum tipo de deficiência ou não.

A escola inclusiva proporciona um ambiente de responsabilidade,

solidariedade e companheirismo, preparando essas crianças para a vida em

sociedade.

Para o desenvolvimento da criança, a convivência com outras pessoas

desempenha um papel importantíssimo em seu aprendizado. OLIVEIRA (1995, p.

89), seguindo o pensamento de VYGOTSKY afirma que: “O que a criança é capaz

de fazer hoje em cooperação, será capaz de fazer sozinha amanhã.”.

Seguindo o pensamento de VYGOTSKY, segundo OLIVEIRA (1995), só

acontece o aprendizado quando a criança entra em contato com outros sujeitos com

níveis de desenvolvimento diferentes dela e havendo cooperação entre os

indivíduos.

Pode-se verificar isso sobre o pensamento de Vygostsky citado por

OLIVEIRA (1995), explica como se dá o desenvolvimento real e proximal. Segundo

ele, a zona de Desenvolvimento Proximal é aquele conhecimento que a criança

ainda não tem e está buscando construir, após a construção ele passará a ser real,

e assim sucessivamente, como uma grande escada cheia de degraus, no qual vai se

subindo um a um.

Podemos afirmar que a segregação de crianças com necessidade

educacionais especiais, não promove a aprendizagem, que é o objetivo da educação

inclusiva. A convivência em grupo marcada pela diversidade cultural e social

enriquece o processo de ensino e aprendizagem e possibilita e enrique a mediação

entre, professor x aluno, aluno x aluno e aluno x professor.

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Em síntese, a inclusão das crianças com necessidades educacionais

especiais faz-se necessária na Instituição de Educação Infantil que temos hoje. É

preciso promover o acesso dessa cliente excluída das possibilidades de construir

conhecimentos.

Sabe-se que a inclusão não beneficia somente as crianças com

necessidades educativas especiais, mas todas que estão inseridas nessa proposta

inclusiva. É necessário que nós, professores tenhamos coragem de mudar nossa

postura diante da diversidade e pluralidade da clientela sob nossa responsabilidade

e nos colocarmos à disposição para traçarmos novos rumos de educação para

todos. Alicerçados em bases sólidas de conhecimento, pois não adianta querer

mudar o que se desconhece.

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CONSIDERAÇOES FINAIS

As crianças e pessoas com necessidades educacionais especiais não são

incapazes de aprender e produzir conhecimento. Elas podem desenvolver tarefas

porque todo indivíduo tem potencial, não importando se apresenta determinado grau

de deficiência ou dificuldade de aprendizagem.

Talvez, uma criança ou pessoa que apresenta necessidades educacionais

especiais não consiga assimilar o conhecimento tão rápido quanto uma criança ou

pessoa que não apresenta necessidades especiais, porque necessita de um pouco

mais de tempo, e de atividades pedagógicas que possam auxiliá-lo a construir uma

aprendizagem significativa.

A escola deve modificar seu atual padrão educativo para atender ao objetivo

social da educação inclusiva, criando espaços de formação e de ensino de

qualidade para todos os alunos.

O novo exige mudança e quebra de modelos ultrapassados que se

encontram presos a regras tradicionais. Há profissionais e instituições que ainda

resistem à inclusão, porque não querem modificar seu ritmo de trabalho.

O modelo atual de ensino é obsoleto porque, hoje, entende-se que cada

criança tem seu ritmo próprio de aprender. Uma classe não é homogênea porque

cada aluno é singular, e apresenta potencial de assimilação diferente uns dos

outros. Está no professor a responsabilidade de trabalhar as dificuldades que

porventura surgirem, respeitando as diferenças socioculturais. Combatendo o

preconceito, porque a diferença é rica na sua diversidade.

Enfim, somos capazes de aprender e modificar a sociedade por meio da

inclusão.

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