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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA Análise morfológica das sensilas antenais das abelhas Melipona interrupta Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903 DOUGLAS DE CAMPOS Manaus, Amazonas Junho de 2016

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA

Análise morfológica das sensilas antenais das abelhas Melipona interrupta

Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903

DOUGLAS DE CAMPOS

Manaus, Amazonas

Junho de 2016

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i

DOUGLAS DE CAMPOS

Análise morfológica das sensilas antenais das abelhas Melipona interrupta Latreille, 1811 e

Melipona seminigra Friese,1903

Orientadora: Profa. Dra. Gislene Almeida Carvalho Zilse (INPA)

Coorientadora: Profa. Dra. Maria do Carmo Queiroz Fialho (UFAM)

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Entomologia do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em Ciências

Biológicas, área de concentração em

Entomologia.

Manaus, Amazonas

Junho de 2016

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ii

Douglas de Campos

Análise morfológica das sensilas antenais das abelhas Melipona interrupta Latreille, 1811 e

Melipona seminigra Friese,1903

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Entomologia do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Biológicas, área de

concentração em Entomologia

APROVADO: 24 de julho de 2016

Este trabalho recebeu auxílio financeiro do CNPq, FAPEAM e MCTI-INPA.

O estudante recebeu bolsa de Mestrado da CAPES.

Dr. Prof° Marcio Luiz de Oliveira (INPA) Dr. Galileu Petrolino da Silva Dantas (INPA)

Dr. Prof° Carlos Gustavo Nunes Silva (UFAM)

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iii

C198 Campos, Douglas de

Análise morfológica das sensilas antenais das abelhas amazônicas Melipona

interrupta Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903 / Douglas de Campos. ---

Manaus: [s.n], 2016.

110 f.: il.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2016.

Orientadora: Gislene Almeida Carvalho Zilse

Coorientadora: Maria do Carmo Queiroz Fialho

Área de concentração: Entomologia

1. Melipona interrupta . 2. Melipona seminigra . 3. Morfologia. I. Título.

CDD 595.799

Ficha Catalográfica

Sinopse: Este trabalho mapeou a microanatomia e distribuição dos diferentes

tipos de sensilas da antena de indivíduos de diferentes sexos e castas de Melipona

interrupta Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903 (Apidae: Meliponini).

Palavras-chave: Abelhas sem ferrão, Morfologia, Microscopia eletrônica de varredura

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iv

A História está repleta de pessoas que,

como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruiram conhecimentos de imensurável valor que em verdade perteciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.

Carl Sagan

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v

Agradecimentos

Aos meus pais, Ana Maria e Guilherme, minha irmã Daniele, e toda minha família por toda

atenção, carinho e apoio sempre dedicado.

A todos que moraram comigo ao decorrer de todo esse percurso, Priscila, João, Jomara, Chris

e Alberto por todo apoio e amizade.

A minha orientadora Prof. Dra. Gislene, pela paciência e disposição durante todo o tempo.

A minha coorientadora Prof. Dra. Maria do Carmo, pelas ideias e por sempre me mostrar o

rumo certo.

Aos colegas de laboratório André, Felipe, Tatiane, Diana, Lívia e Rubem.

A todos os professores e alunos do PPG-Entomologia, em especial aqueles que, além de

colegas, se tornaram grandes amigos.

Ao Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA e Programa de Pós-Graduação em

Entomologia pela oportunidade.

Ao Laboratório Temático de Microscopia Ótica e Eletrônica- LTMOE do INPA, pelo apoio

técnico e disponibilidade de uso da infraestrutura.

Ao Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA, por ceder as amostras das abelhas tornando

possível a realização deste estudo.

Aos técnicos Diego, Helio, Lucas e Jaqueline.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão

da bolsa de estudo.

Aos grandes amigos que aqui conheci, Diego Mendes, Guilherme Marques, João Oliveira,

Raphael Heleodoro, Thais Vicente, Samuel Azevedo, Alberto Neto e Jomara Oliveira.

Por fim à melhor turma de todos os tempos Entomologia 2014.

A vocês, muito obrigado.

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vi

Resumo

Sensilas são estruturas sensoriais encontradas em maior quantidade nos flagelômeros e

em menor quantidade em outras partes da cabeça dos insetos. As sensilas possuem várias

modalidades sensoriais, como olfato, gustação, mecanorrecepção, termorrecepção e

higrorrecepção. Este trabalho teve como objetivo identificar os tipos de sensilas e a sua

distribuição ao longo da antena presentes em indivíduos de ambos os sexos e castas das

abelhas sem ferrão Melipona interrupta e M. seminigra. As abelhas foram obtidas em

colônias do Meliponário do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA). As antenas foram retiradas e fixadas em solução Zamboni e

mantidas nesse fixador por 24 horas; lavadas com solução fisiológica, NaCl a 0,9 %, em

seguida foram desidratadas em solução de acetona em concentrações crescentes (50%, 70%,

90%, 95% e acetona PA) por 10 minutos em cada uma; em acetona PA foram feitas três

lavagens, na última o material foi deixado em 0,5 mL de acetona até evaporar todo conteúdo.

As antenas foram montadas em suportes para metalização com ouro e fotografadas em

microscópio eletrônico de varredura no Laboratório Temático de Microscopia Óptica e

Eletrônica – LTMOE no INPA. Foram encontrados treze tipos de sensilas diferentes nos

indivíduos de M. interrupta e M. seminigra: Sensilas tricóides (ST) (tricóides do tipo I ao VI),

setae, céticas, basicônicas, placóides, celocônicas, ampuláceas e campaniforme. Em ambas as

espécies a sensila tricóide tipo I é a mais abundante entre os sexos e castas, a sensila STIII é

exclusiva do primeiro segmento, sendo que nos machos o primeiro segmento antenal é menor

que os das fêmeas, mas não há diferença significatica no número de STIII entre os sexos. STII

pode ser encontrada do primeiro segmento até o ápice antenal, está em maior número nas

fêmas de ambas espécies. STV é exclusiva do último segmento antenal na porção distal do

segmento em ambas as espécies e sexos, sensila basicônica é exclusiva das fêmeas, e o

número de SB das operárias de M. interrupta e M. seminigra aumenta a cada segmento

próximo ao ápice antenal. A função quimiorreceptora dessa sensila deve ser exercida por

outra sensila nos machos, como por exemplo a sensila placóide, pois a mesma está presente

em maior quantidade na antena dos machos em ambas as espécies. As demais sensilas estão

distribuídas de forma homogênea em menor número pela antena. Esse trabalho representa um

avanço no conhecimento dos órgãos sensoriais de M. interrupta e pode servir como base para

mais trabalhos nessa área com essa ou outras espécies de insetos, no entanto, mais estudos

complementares a microscopia eletrônica de varredura como eletrofisiologia,

eletroantenografia devem ser realizados para investigar quais funções essas sensilas

desempenham nas espécies estudadas.

Palavras-chave: Abelhas sem ferrão, Morfologia, Microscopia eletrônica de varredura.

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vii

Abstract

Sensilla are sensory structures found in flagellomeres in greater quantity in antennas and

extent in other parts of the head. The sensilla have multiple sensory modalities, are

categorized as mechanoreceptors, chemoreceptors, thermoreceptors, or hygroreceptors and are

CO2-sensitive. This study aimed to identify the types of sensilla and their distribution along

the antenna present in individuals of both sexes and castes of stingless bees Melipona

interrupta and M. seminigra. The bees were obtained in colonies from Meliponário do Grupo

de Pesquisas em Abelhas (GPA) of the Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

The antennas were removed and fixed in Zamboni solution and remained in this fixative for

24 hours; washed with saline, 0.9% NaCl, were then dehydrated in acetone solution with

increasing concentrations (50%, 70%, 90%, 95% and acetone PA) for 10 minutes each; PA

acetone three washes were done in the last material was remained in 0.5 mL of acetone to

evaporate all content. The antennas were mounted on stubs for plating with gold and

photographed in a scanning electron microscope in the Thematic Laboratory Microscopy

Optics and Electronics - LTMOE at INPA. Thirteen different types of sensillum were found in

M. interrupta and M. seminigra individuals: sensilla trichodea (ST) (trichodea type I to VI),

setae, chaeticum, basiconic, placoidea, coeloconic, ampullacea and campaniform. In both

species the sensilla trichodea type I is the most abundant found between the sexes and castes,

the sensilla STIII are exclusively found of the first segment, that in males the first antennal

segment is smaller than the females, but there is no significant differences in number of STIII

between the sexes. STII can be found the first segment to the distal segment is greater number

in female of both species. STV is exclusive of the last antennal segment in the distal segment

in both species and sexes, sensilla basicônic is exclusive to females, and the number of

workers of SB in M. interrupta and M. seminigra increases every segment near the antennal

apex. The function chemoreceptor sensillum this must be exercised by another sensilla in

males, such as the sensillum placodea, because it is present in larger amount in the male

antenna in both species. The other sensilla are distributed homogeneously by the antenna.

This work represents a breakthrough in understanding the sensory organs of M. interrupta and

M. seminigra and can serve as a basis for further work in this area with this or other insect

species, however, more complementary studies to scanning electron microscopy and

electrophysiology, electroantennography should be performed to investigate what these

sensilla functions play in the studied species.

Key words: stingless bees, morphology, scanning electron microscopy.

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viii

Sumário

Lista de tabelas .......................................................................................................................... ix

Lista de Figuras ......................................................................................................................... xi

Lista de Abreviaturas .............................................................................................................. xvii

1 – Introdução ........................................................................................................................... 18

1.1 - Hymenoptera ................................................................................................................ 18

1.2 – Meliponíneos Melipona interrupta Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903

.............................................................................................................................................. 19

1.3 – Comunicação e Morfologia das Antenas ..................................................................... 20

2 - Objetivo Geral: .................................................................................................................... 24

2.1 - Objetivos específicos .................................................................................................... 24

3 - Material e Métodos.............................................................................................................. 25

3.1 - Obtenção do Material Biológico .................................................................................. 25

3.2 - Preparação do Material ................................................................................................. 27

3.3 - Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .............................................................. 31

4 - Resultados e Discussão ....................................................................................................... 33

4.1 - Características morfológicas das sensilas encontradas ................................................. 43

4.2 - Sensilas tricóides (I ao VI) ........................................................................................ 43

4.3 - Sensila Setae (SE) ..................................................................................................... 66

4.4 - Sensila Cética ............................................................................................................ 69

4.5 - Sensila Basicônica .................................................................................................... 73

4.6 - Sensila Placóide ........................................................................................................ 76

4.7 - Sensila Celocônica .................................................................................................... 80

4.8 - Sensila Ampulácea .................................................................................................... 83

4.9 - Sensila campaniforme ............................................................................................... 87

6 – Conclusão ......................................................................................................................... 102

7 - Referências Bibliográficas ................................................................................................ 103

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ix

Lista de tabelas

Tabela 1: Tipos de sensilas e funções ...................................................................................... 23

Tabela 2: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de MACHOS

de Melipona interrupta. ............................................................................................................ 40

Tabela 3: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de

OPERÁRIA de Melipona interrupta. ....................................................................................... 41

Tabela 4: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

VIRGEM de Melipona interrupta. ........................................................................................... 41

Tabela 5: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

FECUNDADA de Melipona interrupta. .................................................................................. 41

Tabela 6: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de MACHO

de Melipona seminigra. ............................................................................................................ 42

Tabela 7: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de

OPERÁRIA de Melipona seminigra. ....................................................................................... 42

Tabela 8: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

VIRGEM de Melipona seminigra. ........................................................................................... 42

Tabela 9: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

FECUNDADA de Melipona seminigra. .................................................................................. 43

Tabela 10: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de operária (OP), rainha virgem (RV), rainha fecundada (RF) e macho (MA) de

Melipona interrupta .................................................................................................................. 92

Tabela 11: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de operária (OP), rainha virgem (RV), rainha fecundada (RF) e macho (MA) de

Melipona seminigra .................................................................................................................. 93

Tabela 12: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de operária (n=10 indivíduos) de Melipona interrupta .............................................. 94

Tabela 13: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos

antenais de rainha virgem (n=10 indivíduos) de Melipona interrupta ..................................... 95

Tabela 14: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos

antenais de rainha fecundada (n=5 indivíduos) de Melipona interrupta .................................. 96

Tabela 15: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos

antenais de machos (n=10 indivíduos) de Melipona interrupta ............................................... 97

Tabela 16: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de operária (n=8 indivíduos) de Melipona seminigra ................................................ 98

Tabela 17: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de rainha virgem (n=7 indivíduos) de Melipona seminigra ....................................... 99

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x

Tabela 18: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de rainha fecundada (n=5 indivíduos) de Melipona seminigra ................................ 100

Tabela 19: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos

antenais de macho (n=6 indivíduos) de Melipona seminigra ................................................. 101

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xi

Lista de Figuras

Figura 1: Imagem do Meliponário do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA) do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Foto Tatiane Becker......................................... 25

Figura 2: Imagem dos sexos (machos e fêmeas) e castas (rainha fecundada, rainha virgem e

operária) de Melipona interrupta. Foto Diego Albuquerque. .................................................. 26

Figura 3: Condição de criação in vitro de disco de cria de Melipona interrupta. Disco de cria

prímo à emersão (Foto Tatiane Becker) e Incubadora MIR-254-PA da Panasonic (Foto

Douglas de Campos) ................................................................................................................. 27

Figura 4: Preparo do material para obtenção de imagem em microscopia eletrônica de

varredura. A: microscópio estereoscópio. B: cabeça de Melipona seminigra separada do

corpo. C: Tesoura oftalmológica. D: Cabeças de Melipona seminigra imerso em solução

Zamboni. ................................................................................................................................... 28

Figura 5: Metalização das cabeças com ouro. A: Stubs. B: Cabeças de Melipona seminigra

montadas em Stubs antes da metalização com ouro. C: Metalizador SCD 050. D: Cabeças de

M. seminigra após a metalização com ouro. ............................................................................ 29

Figura 6: Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) LEO 435 VP, do Laboratório

Temático de Microscopia Óptica e Eletrônica – LTMOE do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia – INPA ................................................................................................................ 30

Figura 7: Imagens de sensilas presentes na parte dorso-lateral do nono flagelômero antenal de

operária de Melipona interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: imagem

com aumento de 750 vezes, reta vermelha = comprimento do segmento, contorno azul = área

do segmento. B: imagem com aumento de 1.500 vezes. O quadrado corresponde à área, de

400 x 400 pixels, utilizada para contagem das sensilas em cada segmento antenal................. 32

Figura 8: Antenas presentes em cabeças de Melipona interrupta obtidas por micrografia

eletrônica de varredura. Escala: 1 mm. A: macho, antena com 11 flagelômeros (E = escapo; P

= pedicelo; F = flagelômeros). B: operária, antena com 10 flagelômeros. C: rainha virgem

antena com 10 flagelômeros. .................................................................................................... 33

Figura 9: imagens de sensilas presentes na antena de Melipona interrupta e M. seminigra

obtidas por micrografia eletrônica de varredura; Escala: 10 µm. A: sensila tricóide I. B:

sensila tricóide II. C: sensila tricóide III. D: sensila tricóide IV. E: sensila tricóide V. F:

sensila tricóide VI. G: sensila cética. H: sensila placóide. I: sensila celocônica. J: sensila

campaniforme. L: sensila ampulácea. M: sensila basicônica. N: sensila setae. ....................... 35

Figura 10: Imagens de sensilas presentes na parte dorso-lateral do sexto segmento antenal de

rainha virgem de Melipona seminigra obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A:

Imagem com aumento de 750 vezes, contagem total das sensilas no segmento. B: Imagem

com aumento de 1.500 vezes. O quadrado corresponde a área, de 400 x 400 pixels, utilizada

para contagem das sensilas em cada segmento antenal. As cores representam diferentes tipos

de sensilas. ................................................................................................................................ 36

Figura 11: Número de sensilas em Melipona interrupta e M. seminigra. MA = machos, OP =

operárias, RV = rainhas virgens, RF = rainhas fecundadas.

. ................................................................................................................................................. 37

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xii

Figura 12: Primeiro segmento antenal de abelhas Melipona interrupta obtido por micrografia

eletrônica de varredura. A: macho. B: rainha virgem. C: operária. D: rainha fecundada. STIV

- sensila tricóide do tipo IV, STIII – sensila tricóide do tipo III. ............................................. 38

Figura 13: Tamanho do primeiro segmento da antena de Melipona interrupta e M. seminigra.

MA = machos, OP = operária, RV = rainha virgem, RF = rainha fecundada. ......................... 39

Figura 14: Número de sensilas por sexo e casta de Melipona interrupta. MA = macho; OP =

operária; RV = rainha virgem e RF = rainha fecundada. STI = sensila tricóide tipo I; PL =

sensila placóide; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; SE = sensila

setae; STIV = sensila tricóide tipo IV; STVI = sensila tricóide tipo VI; STV = sensila tricóide

tipo V; SB = sensila basicônica; CO = sensila celocônica; CE = sensila cética; SA = sensila

ampulácea; CA = sensila campaniforme (Legenda segue sequência decrescente). ................. 44

Figura 15: Número de sensilas por sexo e casta de Melipona seminigra. MA = macho; OP =

operária; RV = rainha virgem e RF = rainha fecundada. STI = sensila tricóide tipo I; PL =

sensila placóide; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; SE = sensila

setae; STIV = sensila tricóide tipo IV; STVI = sensila tricóide tipo VI; STV = sensila tricóide

tipo V; SB = sensila basicônica; CO = sensila celocônica; CE = sensila cética; SA = sensila

ampulácea; CA = sensila campaniforme. ................................................................................. 45

Figura 16: Distribuição das sensilas tricóide I nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila tricoide I. ............................................................................ 48

Figura 17: Número de sensila tricóide I entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 49

Figura 18: Número de sensilas tricóide I entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 49

Figura 19: Distribuição das sensilas tricóide II nos flagelômeros antenais de fêmeas

(operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos

em cinza indicam presença de sensila tricoide II. .................................................................... 51

Figura 20: Número de sensila tricóide II entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 52

Figura 21: Número de sensila tricóide II entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 52

Figura 22: Distribuição das sensilas tricóide III nos flagelômeros antenais de fêmeas

(operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos

em cinza indicam presença de sensila tricoide III. ................................................................... 54

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xiii

Figura 23: Número de sensila tricóide III entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 55

Figura 24: Número de sensila tricóide III entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias ........................................................ 55

Figura 25: Distribuição das sensilas tricóide IV nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila tricoide IV. ......................................................................... 57

Figura 26: Número de sensila tricóide IV entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 58

Figura 27: Número de sensila tricóide IV entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 58

Figura 28: Distribuição das sensilas tricóide V nos flagelômeros antenais de fêmeas

(operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos

em cinza indicam presença de sensila tricoide V. .................................................................... 60

Figura 29: Número de sensila tricóide V entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 61

Figura 30: Número de sensila tricóide V entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 61

Figura 31: Distribuição das sensilas tricóide VI nos flagelômeros antenais de fêmeas

(operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos

em cinza indicam presença de sensila tricóide VI. ................................................................... 63

Figura 32: Número de sensila tricóide VI entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 64

Figura 33: Número de sensila tricóide VI entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 64

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xiv

Figura 34: Micrografias eletrônicas de varredura dos tipos de sensilas observadas na face

dorso-lateral dos segmentos antenais de Melipona interrupta. A: sensila tricóide tipo I (STI)

em macho. B: sensilas tricóide tipo II (STII) em macho. C: sensila tricóide tipo III (STIII) e

sensila cética (CE) em macho. D: sensila tricóide tipo IV (STIV) em macho. E: sensilas

tricóides dos tipos V (STV) e VI (STVI), basicônica (SB), placóide (PL), campaniforme (CA)

e ampulácea (SA) presentes na extremidade do flagelômero 10 (último flagelômero) de rainha

virgem. ...................................................................................................................................... 65

Figura 35: Distribuição das sensilas setae nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila setae. .................................................................................. 67

Figura 36: Número de sensila setae entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 68

Figura 37: Número de sensila setae entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 68

Figura 38: Tipos de sensilas encontradas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de

abelhas Melipona interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: sensila setae

(SE) de operária. B: sensila setae (SE) de rainha virgem. C: sensila setae de rainha fecundada.

.................................................................................................................................................. 69

Figura 39: Distribuição das sensilas cética nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila cética. ................................................................................. 71

Figura 40: Número de sensila cética entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 72

Figura 41: Número de sensila cética entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 72

Figura 42: Distribuição das sensilas basicônica nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila basicônica. ......................................................................... 74

Figura 43: Número de sensila basicônica entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. X de borda preta representa

ausência do tipo de sensila........................................................................................................ 75

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xv

Figura 44: Número de sensila basicônica entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. X de borda preta representa

ausência do tipo de sensila........................................................................................................ 75

Figura 45: Distribuição das sensilas placóide nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila placóide. ............................................................................. 78

Figura 46: Número de sensila placóide entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 79

Figura 47: Número de sensila placóide entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 79

Figura 48: Distribuição das sensilas celocônica nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila celocônica. ......................................................................... 81

Figura 49: Número de sensila celocônica entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 82

Figura 50: Número de sensila celocônica entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 82

Figura 51: Distribuição das sensilas ampulácea nos segmentos antenais de fêmeas (operária;

rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em

cinza indicam presença de sensila ampulácea. ......................................................................... 85

Figura 52: Número de sensila ampulácea entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto

indica que houve diferença estatística entre as categorias. ....................................................... 86

Figura 53: Número de sensila ampulácea entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X =

média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas

de cores diferentes indicam diferença estatística entre as categorias. ...................................... 86

Figura 54: Distribuição das sensilas campaniformea nos segmentos antenais de fêmeas

(operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos

em cinza indicam presença de sensila campaniforme. ............................................................. 88

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Figura 55: Número de sensila campaniforme entre os sexos e castas de Melipona interrupta.

X = média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens.

Setas de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo

preto indica que houve diferença estatística entre as categorias. ............................................. 89

Figura 56: Número de sensila campaniforme entre os sexos e castas de Melipona seminigra.

X = média, MA = machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens.

Setas de cores preta no mesmo sentido indicam que não houve diferença estatística, triangulo

preto indica que houve diferença estatística entre as categorias. ............................................. 89

Figura 57: Tipos de sensilas encontradas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de

abelhas Melipona interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: sensila cética

(CE) de macho. B: sensila basicônica (SB) de operária. C: sensila placóide (PL) de operária.

D: sensila celocônica (CO). E: sensila campaniforme (CA), sensila ampulácea (SA), sensila

basicônica (SB). ........................................................................................................................ 90

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Lista de Abreviaturas

CA = Sensila Campaniforme

CE = Sensila Cética

CO = Sensila Celocônica

INPA = Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

LTMOE = Laboratório Temático de Microscopia Óptica e Eletrônica

MEV = Microscopia Eletrônica de Varredura

SA = Sensila Ampulácea

SB = Sensila Basicônica

SE = Sensila Setae

SP = Sensila Placóide

ST= Sensila Tricóide

STI = Sensila Tricóide do tipo I

STII = Sensila Tricóide do tipo II

STIII = Sensila Tricóide do tipo III

STIV = Sensila Tricóide do tipo IV

STV = Sensila Tricóide do tipo V

STVI = Sensila Tricóide do tipo VI

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1 – Introdução

1.1 - Hymenoptera

Os Hymenoptera são o terceiro maior grupo megadiverso, ficando atrás de Coleoptera,

Lepidoptera e Diptera, composto pelas vespas, formigas e abelhas (Melo et al. 2012). Não

existem estimativas atualizadas para os Hymenoptera com relação às novas descrições,

registros e sinonímias, entretanto, há listas e/ou estimativas para as grandes famílias dessa

ordem (Lewinsohn, 2004). Descrições anteriores para a biodiversidade de abelhas (Apidae) no

mundo chegam a pouco mais de 20 mil espécies (Michener, 2000; ITIS, 2014).

As abelhas possuem relações de polinização com as angiospermas e ambas evoluíram

paralelamente há muitos milhões de anos, de modo que há muitas particularidades nas várias

espécies de abelhas para a obtenção de alimento nas flores. As plantas se beneficiam das

visitas das abelhas com a polinização e a fertilização cruzada, com isso, as abelhas tornam-se

um componente necessário à reprodução para muitas espécies de vegetais. Isso acarreta o

aumento da variabilidade genética, da viabilidade das sementes e a melhor qualidade na

produção de frutos e sementes (Imperatriz-Fonseca, 2010).

Apidae é uma família de especial interesse para o homem, pois proporciona benefícios

ecológicos com a polinização e dispersão de sementes, além do retorno econômico que seu

cultivo pode propiciar com os produtos (mel, pólen, cera, própolis, etc) obtidos das abelhas

(Carvalho-Zilse & Nunes-Silva, 2012). Nesta família estão inseridas as abelhas com hábitos

sociais, como as abelhas das tribos Meliponini e Apini entre outras, e também várias outras

espécies solitárias como a tribo Euglossini (Camargo & Pedro, 2013).

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1.2 – Meliponíneos Melipona interrupta Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903

As abelhas sociais nativas brasileiras são chamadas de meliponíneos e possuem uma

característica singular, o ferrão é atrofiado (Nogueira Neto, 1997). Devido a esse fato elas são

conhecidas como “abelhas sem ferrão”, e também são chamadas de “abelhas indígenas”

(Lopes et al. 2005; Rodrigues, 2006). Na região amazônica, são encontrados registros de

povos indígenas e comunidades tradicionais que utilizavam as abelhas sem ferrão para

produção de mel no decorrer dos anos (Kerr et al. 1967). As abelhas sem ferrão são nativas

das florestas tropicais úmidas e de outros ambientes das Américas como Mata Atlântica e

Cerrado (Levy, 2004; Ramalho, 2004; Carvalho, 2005), elas ocupam grande parte das regiões

de clima tropical e algumas de clima temperado subtropical, distribuindo-se na maior parte do

território Latino Americano (Melo et al. 2012).

As abelhas nativas pertencem à ordem Hymenoptera, família Apidae, subfamília

Apinae, tribo Meliponini e são conhecidas no meio científico como Meliponíneos. No Brasil

já foram validas 244 espécies de abelhas sem ferrão (Pedro, 2014). Essas abelhas fazem suas

colônias preferencialmente em ocos de árvores, em fendas de pedras e no chão (Kerr, 1948).

A polinização por estas abelhas tem destaque em ecossistemas naturais e agrícolas, sendo

responsáveis por 30% a 90% da polinização da flora nativa (Kerr et al. 1997).

Melipona interrupta é encontrada no Amazonas, Pará, Amapá, Guianas, Guiana

Francesa e Suriname. Na Amazônia essa espécie também é conhecida popularmente como

jupará ou jandaíra preta da Amazônia. Melipona seminigra é encontrada no estado do

Amazonas, Pará, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins e Bolívia,

principalmente nas áreas onde predomina o bioma amazônico (Camargo & Pedro, 2013) e é

uma das abelhas sem ferrão produtora de mel mais utilizada pela população amazonense nos

meliponários (Carvalho-Zilse & Nunes-Silva, 2012).

Os insetos eussociais verdadeiros ou altamente sociais como os Meliponini e Apini

apresentam comportamento complexo, e as suas castas são diferenciadas em rainha e

operárias. A casta nos insetos é determinada pela morfologia, fisiologia e comportamento das

fêmeas (Michener, 1974). As diferentes castas de abelhas possuem comportamentos

diferenciados e as rainhas e operárias podem ser distinguidas nitidamente pela sua morfologia

externa. Os tamanhos e formas da cabeça, dos olhos compostos, do clípeo, da corbícula

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20

(estrutura presente na tíbia posterior com a função de transporte de pólen, resina, sementes e

barro para a colônia) observada apenas nas operárias, são alguns parâmetros utilizados nessa

diferenciação (Camargo et al. 1967). Nessas abelhas, as rainhas, operárias e machos nascem e

se desenvolvem até o estágio adulto, dentro de células de cria de igual tamanho (Nogueira

Neto, 1997).

A rainha é responsável pela postura dos ovos depois de fecundada e produz

feromônios que exercem controle sobre a casta operária, sendo incapaz de construir ninhos,

forragear ou cuidar dos descendentes. Logo, a rainha não consegue sobreviver sozinha, mas

possui o papel primordial de manter a estabilidade da colônia. Os trabalhos remanescentes são

realizados pelas operárias, as quais desenvolvem as mais distintas funções, de modo a manter

a homeostasia da colônia, forrageamento, cuidado dos imaturos, reparo do ninho, guarda e

defesa, manutenção e proteção da rainha (Snodgrass, 1956; Michener, 1974; Page & Peng,

2001). Os machos são gerados a partir de ovos não fecundados, portanto são haplóides, e têm

como função a cópula com a rainha (Page & Peng 2001). Os machos de meliponíneos

abandonam a colmeia após alguns dias e semanas de vida, mas já foram observados

realizando serviços como: aquecimento da cria, produção e manipulação de cera, desidratação

e busca de néctar e pólen nas flores (Nogueira Neto, 1997).

Tal complexidade social certamente requer um eficiente sistema de comunicação entre

os organismos da colônia.

1.3 – Comunicação e Morfologia das Antenas

Os mecanismos de comunicação nas abelhas evoluíram para obter informações sobre a

natureza dos recursos, e para melhorar a capacidade de forrageio das operárias e vários outros

comportamentos por elas exercidos. Estas informações serão repassadas para os indivíduos da

colônia através de sinais químicos que são transferidos pelo odor do alimento retido no corpo

da operária que retorna ao ninho (Jarau, 2009). A comunicação química possui um papel

importante no comportamento e manutenção da colônia, na transição de castas, no

comportamento de defesa, e nas buscas de uma companheira no caso dos machos (Crespi &

Yanega, 1995; Denison & Raymond-Delpech, 2008; Sandoz, 2011). Os comportamentos mais

comuns exibidos pelos insetos que captam esses feromônios no ar são: a atração de indivíduos

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do sexo oposto para acasalamento; a agregação de indivíduos de ambos os sexos para um

local específico para alimentação e/ou de acasalamento; a demarcação de espaço ou formação

de trilhas. Além deses, insetos sociais utilizam uma variedade de feromônios para organizar as

atividades na colônia (Zarbin, 2009).

Em colônias monogínicas, a quantidade de feromônios da rainha que circula pela

colônia se mantém estável, caso haja uma variação dessas substâncias para mais ou para

menos, ocorre uma mudança no comportamento das operárias, que tendem a restabelecer o

nível inicial de feromônio sacrificando as rainhas suplementares. Nas abelhas sem ferrão, a

presença de várias rainhas em uma colônia é comum, mas somente uma única rainha é

fecundada, e as outras rainhas são provavelmente suas filhas. Essas rainhas serão mortas em

alguns dias ou mantidas presas em célula de aprisionamento (Imperatriz-Fonseca, 1995;

Nogueira Neto, 1997).

As abelhas são sensíveis a feromônios e esses são geralmente identificados por

receptores localizados nas antenas (Nation, 2008). A percepção dos feromônios é muito

importante, uma vez que os mesmos influenciam na fisiologia ou no comportamento das

abelhas e estão envolvidos na manutenção das colônias e no comportamento das operárias de

remover as ninhadas doentes em sua colônia (Rothenbuhler, 1964; Wilson-Rich et al. 2009),

além de influenciar na divisão do trabalho (Crespi & Yanega, 1995; Robinson, 2002).

As antenas são um par de apêndices móveis encontradas na cabeça dos insetos, e são

constituídas de três partes distintas: escapo, pedicelo e flagelo (com vários flagelômeros). Elas

funcionam principalmente como órgãos do sentido, sendo receptores olfativos primários dos

insetos, e também possuem função tátil. Em sua composição possuem estruturas chamadas

sensilas (Chapman, 1998). Essas estruturas são encontradas em maior quantidade nas antenas

e em menor quantidade em outras partes da cabeça como maxilas e palpos labiais (Bruyne &

Baker, 2008), nos tarsos e no aparelho ovipositor (Giannakakis & Fletcher, 1985). As sensilas

possuem várias modalidades sensoriais, como olfato, gustação, mecanorrecepção,

termorrecepção e higrorrecepção (Mustaparta, 1973; Zacharuk, 1980; Yao et al. 2005).

As estruturas sensoriais (sensilas) encontradas nos flagelômeros de antenas de abelhas

são classificadas em 13 tipos, deacordo com sua morfologia ou função, seis delas são sensilas

tricóides (I, II, III, IV, V, VI), sensila cética, placóide, celocônica, campaniforme, ampulácea,

basicônica e setae com apenas um tipo cada (Figura 9). Elas são diferenciadas umas das

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outras, tanto pela sua morfologia quanto pela sua função (Esslen & Kaissling, 1976;

Nakanishi et al. 2009; Frasnelli et al. 2010; Ravaiano et al. 2014).

Quanto à morfologia, as sensilas tricóides são como pêlos móveis de comprimento

variável, com extremidade afilada e a base normalmente inserida em um soquete levemente

elevado em relação à cutícula, mas podendo ter variações nessa inserção (Nakanishi et al.

2009). Entretanto, pode-se encontrar características como sulcos longitudinais e em espiral

chamadas de tricoide grooved, como visto por Das et al. (2011) e Fialho et al. (2014), ou

também ser curvada em formato de foice chamada de sensila tricóide falciforme, segundo

Frasnelli et al. (2010) visto em Apis mellifera Linnaeus, 1758 (Apidae).

Sensila basicônica, possui a aparência de pêlo curto mais espesso e com a extremidade

arredondada (Fialho et al. 2014; Nakanishi et al. 2009).

A sensila placóide é uma placa cuticular arredondada ou ovalada situada ao nível da

cutícula e delimitada por linhas em forma de sulco, com a superfície levemente deprimida em

relação à cutícula, como em A. mellifera ou pouco elevada em relação à cutícula, presente em

algumas vespas parasitóides (Das et al. 2011; Frasnelli et al. 2010).

A sensila campaniforme é uma concavidade bem delimitada na cutícula com uma

forma de pequeno círculo central onde a cutícula apresenta pequena elevação nas bordas

(Frasnelli et al. 2010; Fialho et al. 2014).

As sensilas celocônicas e ampuláceas são semelhantes, as duas são pequenas com um

orifício central. Entretanto, a diferença entre elas é que o orifício da celocônica é um pouco

maior que o da ampulácea como notado por Nakanishi et al. (2009).

A sensila Setae é inclinada para o ápice da antena, mas na parte ventral da sensila

apresenta sulcos, sua base está inserida em uma depressão da cutícula. As sensilas são

estruturas básicas da percepção dos estímulos ambientais cujas funções estão relacionadas à

sua morfologia (Tabela 1).

Os tipos e números de sensilas são diferentes em cada grupo dos Hymenoptera. A.

mellifera possui oito tipos de sensilas (Frasnelli et al. 2010) enquanto Melipona scutellaris

Latreille, 1811, possuem sete (Nascimento et al. 2013) e em Melipona quadrifasciata

anthidioides Lepeletier, 1836 foram encontrados até 13 tipos com algumas variações

morfológicas para sensilas do mesmo tipo (Ravaiano et al. 2014). Nas formigas Solenopsis

invicta Buren, 1972 foram encontrados seis tipos (Renthal et al. 2003), em Camponotus

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japonicus Mayr, 1866 (Nakanishi et al. 2009) oito. O número total das sensilas antenais varia

de acordo com a subfamília, tipo de alimentação e modo de vida do inseto (Chen, 2003).

Tabela 1: Tipos de sensilas e funções

Sensilas Tricóide I ao VI Quimiorrecepção e Mecanorrecepção

Sensila Cética Quimiorrecepção de contato e

Mecanorrecepção

Sensila Placóide Quimiorrecepção

Sensila Celocônica Higrorrecepção e Termorrecepção

Sensila Campaniforme Higrorrecepção, Termorrecepção e

Percepção de CO2

Sensila Ampulácea Higrorrecepção, Termorrecepção e

Percepção de CO2

Sensila Basicônica Quimiorrecepção

Sensila Setae Mecanorrecepção

van Baaren et al. 1999; Matiello, 2008; Nation, 2008; Ravaiano et al. 2014

Ultimamente vem sendo realizados estudos pioneiros das sensilas antenais

principalmente das abelhas sociais da subfamília Apinae, revelando que várias espécies dessa

família apresentam variações relacionadas às sensilas antenais. As espécies utilizadas no

presente estudo são duas das principais produtoras de mel na região de Manaus, Amazonas,

Melipona interrupta e M. seminigra, logo este trabalho torna-se importante para conhecer a

morfologia das antenas e de suas sensilas, que são estruturas cruciais com funções:

mecanoreceptora, quimiorreceptora, termoreceptora e higrorreceptora. Assim, o estudo da

morfologia, números e distribuição dessas estruturas é oportuno para aprofundar o

conhecimento acerca da diferenciação das castas e sexos nesses insetos eussociais e auxiliarão

a compreender as relações dessas estruturas com o comportamento das abelhas no meio

ambiente, seus mecanismos de comunicação, e informações sobre como os recursos

ambientais podem ser percebidos pelas abelhas. Os dados aqui obtidos poderão subsidiar

programas de uso destes polinizadores na conservação de florestas nativas ou na melhoria da

polinização de culturas agrícolas bem como contribuir diretamente com a Iniciativa Brasileira

de Polinizadores em prol da manutenção dos polinizadores nativos.

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2 - Objetivo Geral:

Mapear comparativamente a microanatomia e distribuição dos tipos de sensilas

presentes em antenas de indivíduos de diferentes sexos e castas de Melipona interrupta

Latreille, 1811 e Melipona seminigra Friese, 1903 (Apidae: Meliponini).

2.1 - Objetivos específicos

Caracterizar as sensilas antenais de indivíduos de ambos os sexos e castas de M. interrupta e

M. seminigra.

Quantificar o número de sensilas das antenas de M. interrupta e M. seminigra em ambos os

sexos e castas.

Verificar a distribuição das sensilas nas antenas de M. interrupta e M. seminigra em ambos os

sexos e castas.

2 mm

2 mm 2.7 mm

Macho

Operária

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3 - Material e Métodos

3.1 - Obtenção do Material Biológico

Foi utilizado Melipona interrupta e M. seminigra devido a dispobibilidade dessas

abelhas no meliponário do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA) (Figura 1), em Manaus - AM.

Figura 1: Imagem do Meliponário do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA). Foto Tatiane Becker.

Foram utilizados indivíduos de ambos os sexos (machos e fêmeas) e castas (operárias

e rainhas) das abelhas sem ferrão (Figura 2), coletados entre os meses de agosto a novembro

de 2014 período de seca e início da temporada de chuva em Manaus, Amazonas. Em rainhas

de ambas as espécies foram retiradas suas antenas direita e elas foram devolvidas para a sua

colônia de origem, verificou posteriormente que o desenvolvimento da colônia permaneceu

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estável. Discos de crias em estágio de pupa (Figura 3), próximos a emersão foram coletados

diretamente das colônias do meliponário e mantidos na incubadora MIR – 254 – PA a 30 ºC

(Figura 3). Esses discos foram diariamente vistoriados os adultos recém emergidos foram

coletados, os indivíduos excedentes foram devolvidos às colônias de origem. Foram

analisados 35 espécimes de M. interrupta sendo dois indivíduos machos, duas operárias, duas

rainhas virgens e uma rainha fecundada, coletados de cinco colônias distintas. Para M.

seminigra, por problemas no equipamento de microscopia eletrônica de varredura, analisou-se

26 espécimes sendo 2 machos e 2 rainhas virgens de 3 colônias, 2 operarias de 4 colônias e 1

rainha fecundada de cinco colônias.

Sexo e Castas

Figura 2: Imagem dos sexos (machos e fêmeas) e castas (rainha fecundada, rainha virgem e operária) de

Melipona interrupta. Foto Diego Albuquerque.

Macho Fêmea (Rainha fecundada)

Fêmea (Rainha virgem) Fêmea (Operária)

2.7 mm

2 mm

2 mm

2 mm

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Figura 3: Condição de criação in vitro de disco de cria de Melipona interrupta. Disco de cria prímo à emersão

(Foto Tatiane Becker) e Incubadora MIR-254-PA da Panasonic (Foto Douglas de Campos)

3.2 - Preparação do Material

Para obtenção das imagens das sensilas antenais por Microscopia Eletrônica de Varredura

(MEV) foram preparadas cabeças de 35 espécimes de ambos os sexos e castas de M.

interrupta e 26 espécimes de M. seminigra. Após a separação da cabeça do corpo com auxílio

de tesoura oftalmológica, as cabeças eram fixadas em solução Zamboni (Stefanini, 1967) por,

no mínimo 24 horas ou eram mantidas nesse fixador até o momento da desidratação em

acetona (PA da marca Nuclear) (Figura 4).

Rainha Fecundada

2 mm

2 mm

2 mm

Operária

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Figura 4: Preparo do material para obtenção de imagem em microscopia eletrônica de varredura. A: microscópio

estereoscópio. B: cabeça de Melipona seminigra separada do corpo. C: Tesoura oftalmológica. D: Cabeças de

Melipona seminigra imerso em solução Zamboni.

Após o período de fixação, as amostras foram lavadas com solução fisiológica de

NaCl a 0,9%. Realizou-se três lavagens de 10 minutos cada (sempre agitando por alguns

segundos os microtubos para que as partículas de sujeira despregassem das antenas) seguido

da desidratação em solução de acetona em concentrações crescentes (50%, 70%, 90%, 95% e

PA) por 10 minutos em cada uma. Para cada concentração, foram feitas três lavagens, sendo

que na última o material foi deixado imerso em 0,5 mL de acetona com o fundo do recipiente

coberto com pedaço de papel toalha até evaporar todo conteúdo. Após a secagem, as cabeças

foram montadas em suportes de alumínio (Stubs) com cola de prata da Baltec para posterior

metalização com ouro no metalizador SCD 050 (Figura 5). O material montado foi

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fotografado em microscópio eletrônico de varredura LEO 435 VP (Figura 6), no Laboratório

Temático de Microscopia Óptica e Eletrônica – LTMOE do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia – INPA.

Figura 5: Metalização das cabeças com ouro. A: Stubs. B: Cabeças de Melipona seminigra montadas em Stubs

antes da metalização com ouro. C: Metalizador SCD 050. D: Cabeças de M. seminigra após a metalização com

ouro.

A B

C

D

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Figura 6: Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) LEO 435 VP, do Laboratório Temático de Microscopia

Óptica e Eletrônica – LTMOE do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA

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3.3 - Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A face dorsolateral de toda a extensão da antena direita de todos os individuos foi

fotografada, iniciando a partir do escapo, tanto nos machos quanto nas fêmeas. De Melipona

interrupta foram fotografadas, 10 operárias, 10 rainhas virgens, 10 machos e cinco rainhas

fecundadas. De M. seminigra foram fotografadas oito operárias, sete rainhas virgens, seis

machos e cinco rainhas fecundadas.

Foram tiradas duas fotos de cada segmento, iniciando pelo pedicelo até o último

segmento antenal. A primeira imagem foi realizada com o aumento de 750 vezes, onde se via

toda parte dorso-lateral-ventral dos segmentos (Figura 7A), a segunda imagem foi realizada

com o aumento de 1.500 vezes (Figura 7B) sempre na parte apical do dorso de cada

segmento. Essa área antenal foi escolhida em virtude de já existirem trabalhos analisando esta

parte dorsal dos flagelômeros. Para a contagem dos diferentes tipos de sensilas foi demarcada

uma área de 400 x 400 pixels, com auxílio do Photoshop CS6® (versão 13.0 x64) na parte

dorsolateral da porção apical no final do segmento, próximo ao segmento seguinte (Figura

7B). Esta mesma área foi utilizada na contagem das sensilas para todos os indivíduos. Para

essa área de 400 x 400 pixel foi realizado um teste de significância pelo teste de Mantel,

sendo que todas as sensilas visíveis nos segmentos foram contadas, a partir do pedicelo até o

último segmento antenal, em 11 antenas distintas as quais duas eram de rainhas fecundadas,

três machos, três operárias e três rainhas virgens de cada espécie. Os dados obtidos foram

submetidos a análise de variância (ANOVA) e posteriormente ao teste de Tukey. O programa

FIJI ImageJ® foi utilizado para calcular o comprimento e a área de cada segmento antenal de

ambas as espécies, as medições do comprimento foi realizado na face dorso lateral de cada

segmento e para mensurar a área foi selecionada o contorno do segmento na imagem (Figura

7). As sensilas foram classificadas de acordo com as proposições de Esslen & Kaissling

(1976); Nakanishi et al. (2009); Frasnelli et al. (2010) e Ravaiano et al. (2014).

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Figura 7: Imagens de sensilas presentes na parte dorso-lateral do nono flagelômero antenal de operária de

Melipona interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: imagem com aumento de 750 vezes, reta

vermelha = comprimento do segmento, contorno azul = área do segmento. B: imagem com aumento de 1.500

vezes. O quadrado corresponde à área, de 400 x 400 pixels, utilizada para contagem das sensilas em cada

segmento antenal.

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4 - Resultados e Discussão

As antenas nos insetos funcionam como receptores sensoriais para monitorar as

informações do ambiente físico e químico. Dessa maneira, apresentam mecanosensores e

diversos tipos de receptores capazes de perceber estímulos olfativos, de umidade, de

temperatura e de contato químico. Portanto, as antenas constituem o principal apêndice

sensorial nos insetos.

A morfologia da antena de M elipona interrupta e de M. seminigra seguem o mesmo

padrão de outros himenópteros sociais os quais possuem escapo, pedicelo e flagelo (Figura 8).

As fêmeas possuem 10 flagelômeros (Figura 8B e C) e os machos 11 flagelômeros (Figura

8A). O mesmo ocorre em Apis mellifera (Esslen & Kaissling, 1976) e M. quadrifasciata

anthidioides (Ravaiano et al. 2014).

Figura 8: Antenas presentes em cabeças de Melipona interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura.

Escala: 1 mm. A: macho, antena com 11 flagelômeros (E = escapo; P = pedicelo; F = flagelômeros). B: operária,

antena com 10 flagelômeros. C: rainha virgem antena com 10 flagelômeros.

O dimorfismo sexual em associação a quantidade de flagelômeros também pode ser

visto em Dinoponera lucida Emery, 1901 (Marques-Silva et al. 2006) e em algumas formigas

do gênero Camponotus (Nakanishi et al. 2009; Mysore et al. 2010). Contudo, esse

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dimorfismo antenal não ocorre em todos os organismos da ordem Hymenoptera, por exemplo,

não é encontrado entre indivíduos de vespas parasitas como Cotesia marginiventris (Cresson,

1865) (Braconidae) e Microplitis croceipes (Cresson, 1872), cujas antenas apresentam 16

flagelômeros em ambos sexos (Das et al. 2011). Chapman (1982) e Bland (1989) atribuiram

esse dimorfismo no número de sensilas das antenas dos insetos aos diferentes hábitos

alimentares dos sexos e/ou pela atração dos machos pela fêmea por meio de feromônios. Um

número maior de sensilas nos machos daria uma maior sensibilidade para odores, ajudando-o

a encontrar fêmeas para reprodução ou plantas para alimentação.

Foram encontrados 13 tipos de sensilas diferentes nos segmentos antenais de

indivíduos de M. interrupta e M. seminigra: sensilas tricóides (ST) (tricóides do tipo I ao VI),

sensila cética (CE), sensila placóide (PL), sensila celocônica (CO), sensila campaniforme

(CA), sensila ampulácea (SA), sensila basicônica (SB) e sensila setae (SE) (Figura 9).

Os diferentes tipos de sensilas estão distribuídos pela antena de ambas as espécies. Apenas

as sensilas céticas (CE) estão presentes em todos os seguimentos antenais nas duas espécies,

independente do sexo ou casta. Variações no padrão de distribuição foram encontradas entre

as espécies, entre sexos e entre castas, com destaque para:

a) Sensilas basicônicas (SB) foram encontradas exclusivamente em fêmeas de ambas as

espécies;

b) Sensilas tricóides STIII apareceram somente no primeiro segmento antenal de ambas

as espécies, enquanto sensilas tricóides STV foram registradas apenas no último

segmento antenal em ambos sexos e espécies;

c) Sensilas tricóides STIV apresentaram variação em sua distribuição entre rainha

fecundada e rainha virgem em Melipona interrupta e são diferentes entre sí;

d) Sensilas campaniformes em machos de Melipona interrupta foram registradas apenas

no último segmento antenal.

Todas as sensilas presentes em cada segmento antenal, iniciando no pedicelo até o último

segmento, de cada espécie foram contadas (Figura 10), sendo aplicado o teste de Mantel para

verificar a correlação espacial da distribuição das sensilas, com base no total de sensilas

presentes na área de 400 x 400 pixels em cada segmento da antena.

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Figura 9: imagens de sensilas presentes na antena de Melipona interrupta e M. seminigra obtidas por

micrografia eletrônica de varredura; Escala: 10 µm. A: sensila tricóide I. B: sensila tricóide II. C: sensila

tricóide III. D: sensila tricóide IV. E: sensila tricóide V. F: sensila tricóide VI. G: sensila cética. H: sensila

placóide. I: sensila celocônica. J: sensila campaniforme. L: sensila ampulácea. M: sensila basicônica. N: sensila

setae.

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Figura 10: Imagens de sensilas presentes na parte dorso-lateral do sexto segmento antenal de rainha virgem de

Melipona seminigra obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: Imagem com aumento de 750 vezes,

contagem total das sensilas no segmento. B: Imagem com aumento de 1.500 vezes. O quadrado corresponde a

área, de 400 x 400 pixels, utilizada para contagem das sensilas em cada segmento antenal. As cores representam

diferentes tipos de sensilas.

Foram feitas contagem total de sensilas em 3 indivíduos de cada sexo e castas sendo

que para rainha fecundada foram 2 indivíduos, machos de M. interrupta (n = 3; p > 0.001)

apresentaram maior número de sensilas em sua face dorso-lateral da antena (média de 6.737

sensilas), as operárias (n = 3; p > 0.001) (média de 5.070), rainhas virgens (n = 3, p > 0.003)

(média de 4.778) e rainhas fecundadas (n = 2; p > 0.002) (média de 4.381) (Figura 11).

Machos de M. seminigra (n = 3; p > 0.002) também possuem maior número de

sensilas na sua face dorso-lateral da antena (média de 9.138 sensilas) comparativamente a

operárias (n = 3; p > 0.001) (média de 6.702), rainhas virgens (n = 3, p > 0.003) (média de

6.244) e rainhas fecundadas (n = 2; p > 0.002) (média de 6.411) (Figura 11).

Com base na contagem total das sensilas visíveis na face dorso-lateral de toda a

extensão da antena direita de todos os segmentos antenais, a partir do pedicelo até o último

segmento antenal, M. seminigra apresentou maior número sensilas em suas antenas (Figura

11).

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.

Figura 11: Número de sensilas em Melipona interrupta e M. seminigra. MA = machos, OP = operárias, RV =

rainhas virgens, RF = rainhas fecundadas. .

M. seminigra

M. interrupta

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O primeiro segmento antenal de machos de M. interrupta e M. seminigra é menor que o

mesmo segmento nas fêmeas (Figura 12).

Figura 12: Primeiro segmento antenal de abelhas Melipona interrupta obtido por micrografia eletrônica de

varredura. A: macho. B: rainha virgem. C: operária. D: rainha fecundada. STIV - sensila tricóide do tipo IV,

STIII – sensila tricóide do tipo III.

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Nos machos de M. interrupta este segmento mede em torno de 34 mm2, em operária

63 mm2, rainha virgem 52 mm2 e rainha fecundada 53 mm2. Em M. seminigra nos machos

medem 34 mm2, operária 54 mm2, rainha virgem 45 mm2 e rainha fecundada 46 mm2 (Figura

13).

Figura 13: Tamanho do primeiro segmento da antena de Melipona interrupta e M. seminigra. MA = machos,

OP = operária, RV = rainha virgem, RF = rainha fecundada.

M. interrupta

M. seminigra

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As antenas dos machos de Melipona seminigra são maiores que os das fêmeas com

3.994 µm em enquanto os dos machos de M. interrupta elas medem em média 3.697 µm e nas

operárias, rainha virgem e rainha fecundada de M. interrupta medem 3.179 µm, 3.542 µm e

3.522 µm respectivamente e em M. seminigra 3.227 µm, 3953 µm e 3.755 µm. Nos machos

de M. interrupta o menor segmento é o pedicelo e o maior é o último flagelômero, com o

comprimento de 240 µm e 377 µm, respectivamente (Tabela 2). Nas castas de M. interrupta

em operária o menor segmento é o oitavo flagelômero com 292 µm é o maior é o primeiro

flagelômero com 354 µm (Tabela 3). Em rainha virgem o menor segmento é o pedicelo com

268 µm e o maior é o último flagelômero com 399 µm (Tabela 4). Em rainha fecundada o

menor segmento é o pedicelo com 241 µm e o maior é o último flagelômero com 423 µm

(Tabela 5). Em machos de M. seminigra o menor segmento é o pedicelo e o maior e o último

flagelômero 209 µm e 429 µm (Tabela 6). Nas castas de M. seminigra em operária o menor

segmento é o pedicelo com 249 µm e o maior o último flagelômero com 376 µm (Tabela 7).

Em rainha virgem o menor segmento é o pedicelo com 235 µm e o maior é o último

flagelômero com 415 µm (Tabela 8). Em rainha fecundada o menor segmento é o pedicelo

com 250 µm e o maior é o último flagelômero com 437 µm (Tabela 9).

Tabela 2: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de MACHOS de

Melipona interrupta.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 209 ±15 28.040 ±4.594

1º 240 ±22 34.636 ±4.588

2º 358 ±14 71.223 ±4.436

3º 336 ±11 65.737 ±4.939

4º 325 ±8 60.073 ±4.225

5º 319 ±8 59.530 ±4.691

6º 311 ±8 61.364 ±1.215

7º 307 ±11 55.191 ±5.176

8º 309 ±8 54.713 ±4.968

9º 302 ±9 53.582 ±5.207

10º 304 ±8 52.688 ±4.236

11º 377 ±33 55.345 ±6.772

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Tabela 3: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de OPERÁRIA de

Melipona interrupta.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 292 ±9 32.263 ±2.968

1º 354 ±23 61.437 ±5.531

2º 285 ±19 54.728 ±3.258

3º 303 ±12 54.166 ±2.112

4º 287 ±9 50.933 ±2.342

5º 276 ±7 48.279 ±3.032

6º 265 ±12 47.284 ±4.231

7º 263 ±9 46.941 ±3.725

8º 254 ±10 45.964 ±3.917

9º 255 ±19 45.909 ±4.803

10º 345 ±21 54.777 ±7.403

Tabela 4: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA VIRGEM

de Melipona interrupta.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 268 ±11 30.991 ±3.148

1º 340 ±22 52.166 ±3.949

2º 301 ±15 47.833 ±3.178

3º 328 ±7 50.586 ±3.174

4º 334 ±10 49.582 ±3.469

5º 318 ±11 46.187 ±3.316

6º 312 ±11 45.754 ±2.368

7º 309 ±11 44.113 ±2.521

8º 316 ±16 44.801 ±2.924

9º 317 ±12 43.401 ±2.694

10º 399 ±18 51.300 ±2.667

Tabela 5: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

FECUNDADA de Melipona interrupta.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 241 ±23 27.112 ±1.495

1º 341 ±11 52.759 ±2.782

2º 301 ±10 47.802 ±2.343

3º 326 ±15 48.706 ±2.153

4º 330 ±10 48.706 ±2.153

5º 312 ±9 45.070 ±2.921

6º 309 ±8 44.044 ±1.891

7º 309 ±5 43.799 ±498

8º 312 ±3 43.738 ±993

9º 318 ±22 41.935 ±1.620

10º 423 ±13 52.288 ±3.788

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Tabela 6: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de MACHO de

Melipona seminigra.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 244 ±25 29.395 ±6.684

1º 207 ±16 32.039 ±4.515

2º 361 ±23 71.853 ±3.532

3º 366 ±18 66.889 ±4.256

4º 356 ±16 65.523 ±3.267

5º 348 ±18 62.099 ±4.068

6º 349 ±19 61.295 ±3.443

7º 331 ±21 54.665 ±3.416

8º 340 ±20 56.089 ±5.913

9º 325 ±16 51.667 ±5.087

10º 338 ±9 52.993 ±4.097

11º 429 ±24 56.529 ±6.795

Tabela 8: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA VIRGEM

de Melipona seminigra.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 250 ±27 28.047 ±5.672

1º 279 ±38 43.873 ±14.283

2º 350 ±40 48.713 ±15.963

3º 336 ±43 49.933 ±16.678

4º 347 ±41 51.166 ±15.345

5º 333 ±46 48.133 ±14.294

6º 336 ±43 19.073 ±14.771

7º 323 ±43 47.113 ±13.508

8º 350 ±37 49.159 ±13.104

9º 346 ±37 45.483 ±12.626

10º 437 ±41 51.126 ±9.301

Tabela 7: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de OPERÁRIA de

Melipona seminigra.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 249 ±17 35.725 ±2.656

1º 289 ±19 52.746 ±8.420

2º 280 ±38 55.555 ±1.915

3º 309 ±10 56.847 ±669

4º 306 ±35 55.318 ±1.765

5º 294 ±9 52.502 ±2.528

6º 292 ±9 52.227 ±1.287

7º 277 ±7 49.296 ±1.662

8º 275 ±14 51.848 ±5.128

9º 280 ±8 52.257 ±1.824

10º 376 ±15 63.801 ±5.244

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Tabela 9: Comprimento e área em µm (micrometro) dos segmentos das antenas de RAINHA

FECUNDADA de Melipona seminigra.

Segmentos Comprimento Desvio Padrão Área Desvio Padrão

Pedicelo 235 ±19 30.457 ±3.256

1º 302 ±8 45.128 ±2.459

2º 335 ±8 53.210 ±2.064

3º 354 ±7 54.976 ±4.542

4º 357 ±5 53.745 ±2.987

5º 352 ±4 52.451 ±2.512

6º 350 ±3 49.673 ±2.119

7º 339 ±5 48.269 ±2.199

8º 360 ±10 49.367 ±1.438

9º 356 ±10 49.084 ±2.453

10º 415 ±16 51.141 ±5.742

4.1 - Características morfológicas das sensilas encontradas

4.2 - Sensilas tricóides (I ao VI)

Sensilas tricóides (ST) são representadas por um grupo de sensilas que se assemelham

com pêlos, podendo ser curtas ou longas e estão inseridas na cutícula entre pequenas

depressões. Devido às variações morfológicas dessas sensilas, as mesmas foram divididas em

seis morfotipos diferentes (I ao VI). Esses tipos de sensilas se encontram distribuídas por toda

a antena. Em M. interrupta e M. seminigra as sensilas tricóides são as mais abundantes na

antena e estão presentes do segundo flagelômero até o último segmento antenal.

O número total de cada tipo de sensilas pode variar dependendo do sexo ou casta em

ambas as espécies, mas a sensila STI e placóide são as sensilas de maior quantidade nas duas

espécies (Figuras 14 e 15).

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Figura 14: Número de sensilas por sexo e casta de Melipona interrupta. MA = macho; OP = operária; RV = rainha virgem e RF = rainha fecundada. STI = sensila tricóide

tipo I; PL = sensila placóide; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; SE = sensila setae; STIV = sensila tricóide tipo IV; STVI = sensila tricóide tipo

VI; STV = sensila tricóide tipo V; SB = sensila basicônica; CO = sensila celocônica; CE = sensila cética; SA = sensila ampulácea; CA = sensila campaniforme (Legenda

segue sequência decrescente).

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Figura 15: Número de sensilas por sexo e casta de Melipona seminigra. MA = macho; OP = operária; RV = rainha virgem e RF = rainha fecundada. STI = sensila tricóide

tipo I; PL = sensila placóide; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; SE = sensila setae; STIV = sensila tricóide tipo IV; STVI = sensila tricóide tipo

VI; STV = sensila tricóide tipo V; SB = sensila basicônica; CO = sensila celocônica; CE = sensila cética; SA = sensila ampulácea; CA = sensila campaniforme.

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Em ambas as espécies, sensilas tricóides do tipo I (STI) são encontradas a partir do

segundo flagelômero antenal até a parte distal da antena, sendo completamente ausente no

pedicelo e no primeiro segmento (Figura 16). Dentre as sensilas tricóides, essa é a mais

abundante (Figuras 14 e 15). Apresenta um formato que lembra uma ponta de lança com a

base alargada e ápice afilado e sempre está inclinada no sentido da extremidade distal da

antena (Figura 34A). Sensilas tricóides tipo I (STI), apresentam grande abundância em M.

interrupta e M. seminigra, com uma distribuição homogênea a partir do segundo segmento

em todas as castas e sexos. As operárias de M. interrupta são as que possuem maior

quantidade de sensilas tricóides I, com 33,48 ± 18,15 (Tabela 10), enquanto as rainhas virgens

possuem 28,46 ± 18,04, machos com 26,10 ± 18,17 e as rainhas fecundadas possuem apenas

20,56 ± 17,88 por área de 6.943 µm2, área referente aos 400 x 400 pixels utilizados para

contagens das sensilas. As operárias possuem maior quantidade em sua antena e não há

diferença significativa no número dessa sensila entre os machos e as rainhas (virgens e

fecundadas).

Foi utilizado teste de ANOVA comparando as médias entre os sexos e castas de M.

interrupta. A análise do número médio de sensilas STI em M. interrupta mostrou diferença

significativa. O teste Tukey foi realizado sobre as categorias, operárias (OP) e machos (M),

rainha fecundada (RF) e OP, rainha virgem (RV) e OP (p < 0,001) apresentaram diferenças no

número médio de sensila STI. Em RF e MA, RV e MA, e RV e RF não houveram diferenças

significativas (p > 0,5) (Figura 17). Em M. seminigra (F = 14.5, p < 0,001) o número médio

de sensilas tricóides I é muito maior nos machos do que nas fêmeas, os machos possuem em

média 62,68 ± 35,96 por área de 6.943 µm2 (Tabela 11), em seguida está a rainha virgem com

42,05 ± 25,56, operárias com 40,94 ± 22,36 e por último, rainha fecundada com 34,18 ±

20,78. Os machos sãos os que possuem maior quantidade dessa sensila, já nas fêmeas não

houve diferença significativa na quatidade deste tipo de sensila. Entre OP e MA, RF e MA,

RV e MA (p < 0,001) houveram diferenças significativas (Figura 18). Entre RF e OP, RV e

OP, RV e RF (p > 0,2) não houve diferença significativa entre suas médias.

As sensilas STI apresentam função de quimiorrecepção e mecanorrecepção (Cruz-

Landim, 2009), portanto, diferentes hábitos de forrageamento nas abelhas podem resultar em

diferenças no número dessas sensilas presentes nas antenas. Ainda, tal diferença quanto ao

número poderia estar relacionada à função que o indivíduo possui na colônia, levando a

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indicação de que operárias necessitariam de maior número da sensila STI devido a sua função

exclusiva no forrageamento para manutenção alimentar da colmeia.

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SENSILA TRICÓIDE I

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 16: Distribuição das sensilas tricóide I nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricoide I.

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Figura 17: Número de sensila tricóide I entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

Figura 18: Número de sensilas tricóide I entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

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Sensilas tricóides II (STII) estão presentes em todos os flagelômeros antenais de ambas as

espécies (Figura 19). A sensila tricóide do tipo II (STII) se assemelha a STI tendo sua base

inclinada em direção à parte distal da antena, mas diferencia por ser muito mais fina,

parecendo um chicote (Figura 34B). Dentre as treze sensilas encontradas, este é o terceiro tipo

mais abundante na antena das castas de ambas as espécies. As rainhas virgens possuem maior

número desta sensila entre as castas de M. interrupta com 7,2 ± 3,69, seguido por OP, RF e

MA com 6,46 ± 3,16; 4,83 ± 3,31 e 3,02 ± 2,67 respectivamente. O número médio dessa

sensila entre os sexos de M. interrupta (F = 16.74, p < 0,001) apresentou diferença

significativa entre OP e MA, RV e MA, RF e MA (p < 0,02), entre RF e OP, RV e OP, RV e

RF (p > 0,1) não houve diferença entre suas médias (Figura 20).

Em Melipona seminigra (F = 18.89, p < 0,001) o número médio dessa sensila entre os

sexos de os RF e MA, RV e MA, RF e RF não apresentaram diferenças significativas (p >

0,88), entretanto houve diferença entre machos e operárias (p < 0,001) (Figura 21).

Sensila semelhante à STII foi vista em Camponotus japonicus com presença de poros

(Nakanishi et al. 2009) e em M. quadrifasciata anthidioides (Ravaiano et al. 2014). Esta

sensila também foi observada em Anaphes victus Huber, 1997 e A. listronoti Huber, 1997

(Hymenoptera: Mymaridae) foram relacionadas com mecanorreceptores (van Baaren et al.

1999). Em M. interrupta e M. seminigra não foi possível observar a presença de poros devido

ao aumento utilizado nas imagens. Em algumas abelhas da tribo Emphorini foi observada

sensilas semelhantes a STII, chamadas sensilas tricóides B, distribuídas em toda região dorsal

do flagelo, menos no primeiro flagelômero. Devido ao fato da sensila STII estar distribuída

por quase toda superfície antenal de M. quadrifasciata anthidioides e por serem consideradas

sensilas mecanorreceptoras, as STII poderiam auxiliar as abelhas durante o voo, indicando

provavelmente a direção do vento (Ravaiano, 2012).

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SENSILA TRICÓIDE II

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 19: Distribuição das sensilas tricóide II nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricoide II.

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Figura 20: Número de sensila tricóide II entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

Figura 21: Número de sensila tricóide II entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

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Sensila tricóide III é encontrada exclusivamente na metade apical do primeiro

segmento em M. interrupta e M. seminigra (Figura 22). Essa sensila possui um formato

característico, assemelha-se a uma foice (Figura 34C), sua base é inserida em uma depressão

na cutícula, seu corpo é achatado e curvado com o ápice direcionado a base do segmento

antenal e pode apresentar sulcos longitudinais, está presente em ambas as espécies.

Em M. interrupta as operárias apresentaram 50,3 ± 13,76 sensilas tipo STIII

(Tabela 12), rainhas virgens 55,8 ± 14,25 (Tabela 13) e rainhas fecundadas 51,4 ± 13,53

(Tabela 14), os machos possuem, em média 73,1 ± 23,38 (Tabela 15) sensilas tricóides tipo III

por 6.943µm2. Número médio dessa sensila entre os sexos e castas de M. interrupta (F = 3.48,

p < 0,02) apresentou diferença significativa somente entre MA e OP (p < 0,03). Entre RF e

MA, RV e MA, RF e OP, RV e OP e RV e RF (p > 0,8) não apresentam diferenças

significativas (Figura 23). Em M. seminigra (F= 7.28, p < 0,001) as operárias possuem 66 ±

6,23 (Tabela 16), rainhas virgens 52,14 ± 7,66 (Tabela 17), rainhas fecundadas 53,8 ± 6,22

(Tabela 18) e os machos possuem 93 ± 33,82 (Tabela 19). O número médio dessa sensila

entre OP e MA, RF e MA, RV e MA (p < 0,03) há diferenças significativas. Entre RF e OP,

RV e OP, RV e RF, não apresentam diferenças significativas (Figura 24).

Machos de ambas as espécies tendem a ter maior número de sensilas STIII em relação

as fêmeas quando são comparados dentro da área padrão de contagem de 400x400 pixels

(6.943µm2) utilizada neste estudo. Porém quando são feitas as comparações utilizando-se a

contagem completa das sensilas do primeiro segmento antenal, ambos os sexos apresentam

números similares de sensilas, mesmo com diferença significativa no tamanho neste segmento

entre os sexos. A presença exclusiva desse tipo de sensila no primeiro segmento antenal

também foi observada em M. quadrifasciata anthidioides (Ravaiano et al. 2014). A sensila

STIII possui função mecanorreceptora e quimiorreceptora. Tais sensilas foram classificadas

em diversas espécies de abelhas nas quais podem ser encontradas em outros flagelômeros,

como por exemplo, em macho de Xylocopa frontalis (Olivier, 1789) (Xylocopini) são

encontradas no segundo e terceiro flagelômeros e em machos de Oxaea flavescens Klug, 1807

(Andrenidae) no quinto flagelômero (Matiello, 2008).

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SENSILA TRICÓIDE III

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 22: Distribuição das sensilas tricóide III nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricoide III.

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Figura 23: Número de sensila tricóide III entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

Figura 24: Número de sensila tricóide III entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias

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A sensila tricóide do tipo IV (STIV) é encontrada no pedicelo, primeiro, terceiro ao

nono flagelômero em operária e rainha fecundada de M. interrupta. Nestes flagelômeros as

sensilas são mais curtas que as encontradas no pedicelo, em machos e rainha virgem estão

presentes apenas no pedicelo e no primeiro segmento (Figura 25). A STIV consiste em uma

sensila reta com uma inclinação apontando para a extremidade distal da antena e apresenta

sulcos espirais longitudinais, quanto maior for essa sensila mais visível são os sulcos (Figura

34D). As STIV concentram em maior quantidade no pedicelo nas duas espécies e em ambos

os sexos. Em M. interrupta as rainhas fecundadas são as que possuem maior número deste

tipo de sensila com 3,10 ± 5,97 (Tabela 10) concentrando a maior parte do pedicelo (Tabela

14). Em uma das rainhas fecundadas e operárias de M. interrupta esse tipo de sensila foi

encontrada na parte lateral-ventral da antena em todos os segmentos, mas em menor número

comparada com o pedicelo e primeiro flagelômero. Em algumas operárias pode ser vista do

terceiro ao nono flagelômero, no entanto, não foram registradas em antenas de rainhas

virgens, não houve diferença no número de sensila entre os sexos e castas. Em M. seminigra

são os machos que possuem maior quantidade dessa sensila com 5,33 ± 18,40 (Tabela 11),

concentrando maior parte no pedicelo (Tabela 15). Os sexos e castas de ambas as espécies de

M. interrupta (F = 0.81, p > 0,4) e M. seminigra (F = 0.23, p < 0,8) não apresentam diferenças

significativas no número médio dessas sensilas (Figura 26 e 27).

As STIV de M. interrupta e M. seminigra são caracterizadas pela presença de sulcos

longitudinais e em espiral, semelhante ao observado em outras espécies de abelhas, como

Melipona bicolor Lepeletier, 1836, Melitoma segmentaria (Fabricius, 1804) (Matiello, 2008)

e em M. quadrifasciata anthidioides (Ravaiano et al. 2014). Essa sensila provavelmente

possui função mecanorreceptora devido a capacidade de movimento da base de sua estrutura,

e também quimiorreceptora, uma vez que os sulcos presentes no corpo da sensila abrigam

poros (Matiello, 2008). No entanto, a função de quimiorrecepção foi descartada em sensilas

tricóides sulcadas presentes em vespas parasitas Microplitis croceipes, Cotesia margiventris

(Hymenoptera: Braconidae) e em Anastatus japonicus Ashned, 1904 (Hymenoptera:

Eupelmidae). Em abelhas da tribo Emphorini não foi verificada a presença de poros no corpo

da sensila. Logo foi atribuída a essas sensilas a função de mecanorrecepção (Ochieng et al.

2000; Galvani et al. 2012; Meng et al. 2012). Como foi descrito para outros himenópteros, a

STIV possui a função mecânica de propriocepção, que auxilia a percepção da posição da

antena em relação a cabeça (Ochieng et al. 2000).

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SENSILA TRICÓIDE IV

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 25: Distribuição das sensilas tricóide IV nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricoide IV.

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Figura 26: Número de sensila tricóide IV entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 27: Número de sensila tricóide IV entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

A sensila tricóide do tipo V (STV) é exclusiva do último segmento antenal independente do

sexo ou casta em M. interrupta e M. seminigra (Figura 28), está concentrada principalmente

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na metade apical do segmento não sendo encontrada na metade inferior do mesmo ela é longa

e possui seu ápice curvado para parte distal da antena, e quanto mais próximo ao ápice antenal

mais acentuada é sua curvatura (Figura 34E). Em M. interrupta (F = 2.05, p > 0,1) e M.

seminigra (F = 0.16, p > 0,9) entre os sexos e casta não há diferença significativa no número

médio dessa sensila (Figuras 29 e 30).

São sensilas sensíveis aos hidrocarbonetos cuticulares (Blomquist & Bagnères, 2010)

e auxiliam na identificação das companheiras de ninho. Elas estão presentes nos machos, mas

em menor número, o que pode ser explicado pelo fato destes passarem parte da vida, mesmo

que pequena, dentro do ninho, podendo, inclusive, reconhecer suas irmãs e desempenhar

algumas tarefas dentro da colônia, tais como, desidratação de néctar, trabalho com cerume,

defesa do ninho, entre outros (Nogueira Neto, 1997). Em M. quadrifasciata anthidioides

também foram encontradas no quarto final do último flagelômero (Ravaiano et al. 2014). Em

Melipona scutellaris, Latreille 1811 foram encontradas sensilas semelhantes nos três últimos

flagelômeros antenais, denominadas de sensilas curvadas. Registrou-se uma variação destas

sensilas em espécies encontradas em duas altitudes diferentes: 200 metros de altitude e acima

de 900 m. Os indivíduos coletados em altitude de 200 m possuíam menor quantidade de

sensilas curvadas do que indivíduos coletados em altitude de 900 metros. Essa diferença nos

indivíduos acima de 900 m sugere que isso possa ser uma adaptação devido a temperatura e

índice pluviométrico menores em relação à altitude menor. Porém, até o momento, não se

sabe o papel de órgãos sensoriais mais desenvolvidos para esse tipo de ambiente (Nascimento,

2013).

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SENSILA TRICÓIDE V

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 28: Distribuição das sensilas tricóide V nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricoide V.

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Figura 29: Número de sensila tricóide V entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 30: Número de sensila tricóide V entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

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A sensila tricóide do tipo VI (STVI) está distribuída por todos os segmentos antenais

iniciando no pedicelo até o décimo flagelômero na parte apical do segmento, onde possui

maior quantidade desta sensila, esta sensila está presente em machos e fêmeas de ambas as

espécies. Em machos de M. seminigra a STVI está presente no primeiro ao quarto e décimo

flagelômero (Figura 31). A STVI é uma sensila longa e seu ápice é reto, está presente em

vários flagelômeros da antena de M. interrupta e M. seminigra (Figura 34E), o que a torna

visualmente a sensila mais longa dos segmentos. Em M. interrupta (F = 1.62, p > 0,1) e M.

seminigra (F = 0.16, p > 0,9) o número médio dessa sensila entre os sexos e as castas não

apresentam diferença significativa (Figuras 32 e 33).

As STVI de extremidade reta também foram descritas em M. scutellaris, sendo mais

abundante em indivíduos encontrados em altitude de 200 m do que no grupo acima de 900 m

de altitude, o que pode representar uma adaptação a essa altitude e aos fatores associados a

ela, por exemplo, a umidade do ar relativamente alta e uma menor incidência de ventos, que

dificulta o odor de espalhar-se pelo ambiente (Nascimento, 2013). Ravaiano (2012) supôs que

a STVI seja responsável pela percepção da velocidade e/ou direção do vento em M.

quadrifasciata anthidioides. Em Atta robusta Borgmeier, 1939 a sensila tricóide de

extremidade reta é uma das mais abundantes nos três últimos flagelômeros (Euzébio, 2013).

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SENSILA TRICÓIDE VI

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 31: Distribuição das sensilas tricóide VI nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila tricóide VI.

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Figura 32: Número de sensila tricóide VI entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 33: Número de sensila tricóide VI entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

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Figura 34: Micrografias eletrônicas de varredura dos tipos de sensilas observadas na face dorso-lateral dos

segmentos antenais de Melipona interrupta. A: sensila tricóide tipo I (STI) em macho. B: sensilas tricóide tipo II

(STII) em macho. C: sensila tricóide tipo III (STIII) e sensila cética (CE) em macho. D: sensila tricóide tipo IV

(STIV) em macho. E: sensilas tricóides dos tipos V (STV) e VI (STVI), basicônica (SB), placóide (PL),

campaniforme (CA) e ampulácea (SA) presentes na extremidade do flagelômero 10 (último flagelômero) de

rainha virgem.

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4.3 - Sensila Setae (SE)

Sensilas Setae (SE) encontram-se na parte dorsal da antena, podendo formar um grupo

sempre próximo a parte distal de cada segmento próximo ao segmento seguinte ou distribuída

ao longo da parte dorsal do flagelômero, não foi encontrada na parte lateral. Esta sensila foi

observada em ambos os sexos, mas sua distribuição é diferente entre operária e rainha de

Melipona interrupta. Na casta rainha (virgem ou fecundada), a SE é encontrada do segundo

flagelômero até o nono flagelômero. Em operárias e machos essas sensilas foram observadas

apenas no segundo e terceiro flagelômeros. Em M. seminigra as SE foram vistas do segundo

ao nono flagelômero das castas (operária e rainhas), nos machos são encontradas do segundo

ao quarto flagelômeros (Figura 35). A SE se assemelha com a STI, é inclinada para o ápice da

antena, mas na parte ventral da sensila apresenta sulcos, sua base está inserida em uma

depressão da cutícula, havendo uma abertura na cutícula próxima a base (Figura 38A-C). Em

M. interrupta (F = 37.51, p < 0,01) as rainhas virgens possuem maior número desta sensila

com 6,8 ± 7,67, seguido por rainhas fecundadas com 5,21 ± 6,10. Número médio dessa sensila

entre os sexos e as castas RF e MA, RV e MA, RF e OP, RV e OP (p < 0,001) apresentaram

diferenças significativas, entre RV e RF, OP e MA (p < 0,2) não apresentam diferenças

(Figura 36). Em M. interrupta há diferença no número dessas sensilas, na qual rainhas

(virgens e fecundadas) possuem maior quantidade em comparação com operárias e machos.

Em M. seminigra não foi observado diferenças na quantidade dessas sensilas entre os

sexos e castas. Em M. seminigra (F = 5.16, p < 0,001) rainhas fecundadas possuem maior

número de sensila setae com 3,24 ± 5,82, seguido por rainhas virgens 1,19 ± 3,15. Número

médio dessa sensila entre os sexos e as castas MA e RF, RF e OP, RV e RF apresentam

diferenças significativas (p < 0,02). Entre OP e MA, RV e MA, RV e OP (p > 0,8) não há

diferença significativa (Figura 37).

A SE se assemelha ao desenho esquematizado por Esslen e Kaissling (1976) em Apis

mellifera, essa sensila descrita por Esslen e Kaissling (1976) não possui inervações, a

ausência lhe atribui função mecanorreceptora. Em M. interrupta e M. seminigra, devido a

presença de sulcos, à SE pode ser atribuída a função quimiorreceptora. Mas sem um estudo

mais aprofundado com eletroantenografia ou cortes histológicos, para que possamos

determinar a função desta sensila e/ou verificar a presença inervações na mesma, não

podemos afirmar de fato sua função.

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SENSILA SETAE

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 35: Distribuição das sensilas setae nos flagelômeros antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila setae.

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Figura 36: Número de sensila setae entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA = machos,

OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido indicam

que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as categorias.

Figura 37: Número de sensila setae entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA = machos,

OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido indicam

que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as categorias.

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Figura 38: Tipos de sensilas encontradas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de abelhas Melipona

interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: sensila setae (SE) de operária. B: sensila setae

(SE) de rainha virgem. C: sensila setae de rainha fecundada.

4.4 - Sensila Cética

Sensilas céticas (CE) estão presentes do pedicelo ao último segmento da antena em M.

interrupta e M. seminigra (Figura 39). O ápice desta sensila é levemente inclinada para a base

da antena. Sensila cética (CE) parece uma sensila tricóide, mas não possui uma inclinação tão

acentuada como a STI em direção à parte distal da antena. Ela está levemente inclinada e o

ápice da sensila não é afilado, mas sutilmente arredondado e curvado para sua própria base, é

facilmente encontrada na parte apical de cada segmento próximo a inserção do segmento

seguinte (Figura 57A). A literatura indica que há dois tipos de sensila cética: com poro e sem

poro apical, mas devido ao aumento limitado das imagens, não foi possível a visualização de

poros neste tipo de sensila. O número médio dessa sensilas é baixo em M. interrupta (F = 1.0,

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p > 0,3) e M. seminigra (F = 2.1, p > 0,08). Número médio de sensilas céticas entre os sexos e

castas não apresentaram diferenças significativa (Figuras 40 e 41).

Com o ápice levemente inclinado para a base da antena esta conformação pode

favorecer o contato das sensilas céticas com a superfície externa e objetos (Nakanishi et al.

2009) e desta forma ajudar as operárias responsáveis pela guarda do ninho em reconhecer

indivíduos invasores (Inoue et al. 1999; Stort, 2002). Segundo Ravaiano et al. (2014), nos

machos de Melipona, essa sensila possui função de mecanorrecepção por não apresentar poros

no corpo da sensila. De acordo Ochieng et al. (2000), na vespa Microplitis croceipes

(Braconidae) as sensilas céticas possuem a função mecanorreceptora e possivelmente

proprioceptor, percebendo assim a posição da antena e sua movimentação. Em Microplitis

pallidipes Szepligeti, 1902 (Hymenoptera: Braconidae) as sensilas céticas foram encontradas

apenas no escapo e no pedicelo em pouca quantidade (Gao, 2007). Já em Pteromalus

cerealellae (Ashmead, 1902) (Hymenoptera: Pteromalidae) essas sensilas possuem um poro

na extremidade em ambos os sexos e apresentam sulcos longitudinais ao longo da sensila

(Onagbola, 2008). A presença do poro apical sugere que esta sensila tem função de

quimiorreceptor de contato (Ryan, 2002). Ravaiano (2012) ressalta que devido à distribuição

dessas sensilas em toda antena de M. quadrifasciata anthidioides, não somente próximo ao

pedicelo, a função de perceber a posição da antena não poderia ser exercida. A distribuição

das sensilas céticas nos machos de M. interrupta e M. seminigra segue o mesmo citado por

Ravaiano et al. (2014), onde são encontradas em todos os flagelômeros antenais iniciando no

primeiro flagelômero até a parte distal da antena. No presente trabalho não foi possível

observar se há poro em sua extremidade devido ao aumento utilizado nas imagens. Não há

diferenças no número de sensilas entre os sexos e castas em ambas as espécies.

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SENSILA CÉTICA

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 39: Distribuição das sensilas cética nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra. Os

fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila cética.

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Figura 40: Número de sensila cética entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA = machos,

OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido indicam

que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as categorias.

Figura 41: Número de sensila cética entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA = machos,

OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido indicam

que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as categorias.

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4.5 - Sensila Basicônica

Sensila basicônica (SB) é exclusiva das fêmeas em ambas as espécies e são

encontradas ao longo da antena iniciando no segundo flagelômero e se estendendo até o ápice

da antena, em rainha fecundada de M. seminigra essa sensila não foi vista no segundo

segmento (Figura 42). A SB é uma sensila muito mais espessa que a ST. Sua base é inserida

em uma pequena depressão da cutícula podendo haver uma abertura na cutícula próxima a

base, são como pêlos curtos, com aparência de pino com base espessa e pouco afilada em

direção ao ápice (Figura 57B). Nas operárias de M. interrupta (F = 98.63, p < 0,001) o

número desta sensila apresenta um aumento gradual a cada segmento em direção ao ápice nas

operárias (Tabela 12). Nas demais castas o número se mantem aproximadamente constante

entre os flagelômeros (Tabela 13 e 14). Número médio dessa sensila entre os sexos e casta

MA e OP (p < 0,001) apresenta diferenças significativas, mas entre MA e RV, MA e RF (p >

0,8) não houve essa diferença (Figura 43). Em M. seminigra número médio dessa sensila entre

os sexos e as castas e OP e MA, RV e MA, RF e OP, RV e OP (p < 0,001) apresentam

diferenças significativas, mas não entre RV e RF, RF e MA, (p < 0,1) (Figura 44).

As sensilas basicônicas (SB) são caracterizadas por serem quimiorreceptoras, podendo

ser consideradas receptoras olfativas quando possuem vários poros, ou quimiorreceptoras de

contato, quando possuem apenas um poro (Chapman, 1982; Zacharuk, 1985) e são estruturas

olfativas comuns em muitos grupos de insetos (Mustaparta, 1973). Seu número aumenta a

cada segmento em direção ao ápice da antena, e ficam concentradas na porção médio-superior

de cada segmento. Tais sensilas estão ausentes nos machos de ambas as espécies, Matiello

(2008) sugere que outro tipo de sensila realize a mesma função desta sensila ausente nos

machos como por exemplo, a sensila placóide por ser uma quimiorreceptora e estar em maior

número em machos de M. interrupta e M. seminigra tornando essa diferença significativa

entre operárias e machos. Machos de M. quadrifasciata anthidioides não possuem as SB

(Ravaiano et al. 2014), mas elas estão presentes nas antenas de machos de diferentes tribos,

como é o caso da marcante presença em antena de macho de Microplitis croceipes

(Braconidae) (Ochieng et al. 2000) e de Microplitis pallidipes (Gao, 2007). Em A. mellifera e

Bombus atratus Franklin, 1913 os machos possuem baixa distribuição de sensilas basicônicas

entre os segmentos, diferente da acentuada distribuição ou presença deste tipo de sensila na

maioria dos segmentos em suas respectivas operárias e rainhas (Matiello, 2008).

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SENSILA BASICÔNICA

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 42: Distribuição das sensilas basicônica nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila basicônica.

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Figura 43: Número de sensila basicônica entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias. X de borda preta representa ausência do tipo de sensila.

Figura 44: Número de sensila basicônica entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias. X de borda preta representa ausência do tipo de sensila.

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4.6 - Sensila Placóide

Sensilas placóides são encontradas em toda a antena a partir do segundo flagelômero

em ambas as espécies (Figura 45). Sensila placóide é como uma placa arredondada sobre a

cutícula delimitada por linha em forma de sulco com superfície levemente deprimida em

relação à epiderme, ou uma leve elevação da cutícula. Possui tamanhos variados e de simples

identificação (Figura 57C). São encontradas desde o segundo flagelômero até o último

segmento antenal em ambas as espécies distribuídas por todos os flagelômeros. Em M.

interrupta os machos possuem maior quantidade deste tipo de sensila em comparação com as

fêmeas (F = 24,02, p < 0,001). Os machos possuem maior quantidade de sensila placóide

tendo em torno de 26,92 ± 12,27, enquanto as operárias possuem 14,21 ± 8,52, rainha virgem

13,53 ± 73,93 e rainha fecundada com 10,67 ± 7,33 (Tabela 10). Há diferença significativa

entre OP e MA, RF e MA, RV e MA (p < 0,001), em RF e OP, RV e RF (p > 0,1) RV e OP (p

> 0,9) não houve diferença signigicativa (Figura 46). Em M. seminigra (F = 8.58, p < 0,001)

os machos possuem em média 16 ± 9,45 e as operárias com 15,66 ± 8,25 de sensilas placóides

(Tabela 11). Número médio dessa sensila entre os sexos e as castas RV e MA, RF e MA, RV

e OP, RF e OP (p < 0,001) apresentam diferenças significativas. Entre OP e MA, RF e RV

(p>0,1) não houve diferença significativa (Figura 47). A quantidade de sensilas placóides em

machos de M. seminigra não é tão evidente se comparada com machos de M. interrupta

(Figura 14 e 15).

Os machos de M. interrupta possuem o dobro de sensilas placóides que as fêmeas,

sendo assim, há uma diferença significativa entre os machos e fêmeas dessa espécie. Notou-se

que a média de sensilas aumenta a cada segmento em direção ao ápice da antena. Esse

aumento no número de sensilas em cada segmento também foi visto em Melipona scutellaris

(Nascimento, 2013). Provavelmente os machos utilizem essas sensilas na detecção de

feromônios femininos, como é o caso das vespas parasitóides (Ochieng et al. 2000), pois

esses machos têm que encontrar a fêmea através do sentido do olfato em ambientes amplos e

abertos, durante o voo nupcial.

Os machos de A. mellifera possuem uma quantidade maior de sensilas placóides (disco

olfativos) do que as operárias, aproximadamente 7,33 vezes a mais (Stort, 1999, Chen, 2003).

A função das sensilas placóides foi descrita como sendo olfativa em alguns Hymenoptera

(Ochieng et al. 2000; Spaethe et al. 2007). Estas sensilas são chamadas de discos ou placas

olfativas e são um dos tipos de sensilas mais abundantes nas abelhas (McIndo, 1914; Ochieng

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et al. 2000; revisado por Cruz-Landim, 2009). Gramacho et al. (2003) verificaram os hábitos

higiênicos e não higiênicos de operárias de A. mellifera (Hymenoptera: Apidae) africanas e

europeias, e observaram que as abelhas que possuíam maior quantidade de sensilas placóideas

nos antenômeros da extremidade da antena, apresentaram melhor desempenho em reconhecer

e remover das colônias pupas doentes ou feridas. Em M. interrupta e M. seminigra, estudos

futuros são necessários para elucidar a função dessas estruturas na espécie.

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SENSILA PLACÓIDE

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 45: Distribuição das sensilas placóide nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M. seminigra.

Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila placóide.

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Figura 46: Número de sensila placóide entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 47: Número de sensila placóide entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

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4.7 - Sensila Celocônica

Sensila celocônica (CO) em M. interrupta (F = 4.79, p < 0,002) é uma estrutura

circular inserida ao nível da epiderme (Figura 57D), marcada pela presença de uma abertura

central ou furo na cutícula, as sensilas celocônica estão mais concentradas na parte dorso-

lateral da antena e estão dispostas em grupo, mas também pode-se localizar na parte lateral-

ventral, em menor quantidade. As rainhas virgens de M. interrupta são as que mais possuem

CO em sua antena com 1,11 ± 1,5. O número médio dessa sensila entre os sexos e as castas

RV e MA, RV e OP, RV e RF (p < 0,3) apresentam diferenças significativas, entre OP e MA,

RF e MA, RF e OP, não houve diferença significativa (p > 0,8) (Figura 49). Em operária M.

seminigra (F = 22.03, p < 0,001) as CO estão presentes no segundo, terceito e do sétimo ao

décimo flagelômero, em rainha virgem é encontrada do terceiro ao último segmento, em

rainha fecundada do terceiro ao último flagelômero e nos machos do terceiro, quarto e do

oitavo ao último flagelômero (Figura 48). As rainhas virgens de M. seminigra possuem maior

quantidade de CO com 1,64 ± 1,54 (Tabela 11). Número médio dessa sensila entre os sexos e

as castas RF e MA, RV e MA, RF e OP, RV e OP, RV e RF (p < 0,003) apresentaram

diferenças significativas. Entre OP e MA não houve diferença (Figura 50).

Ravaiano et al. (2014) descreve que as CO em M. quadrifasciata anthidioides

possuem o diâmetro de 1.72 μm nas operárias e 2.51 μm nas rainhas e esta sensila está

presente somente nas fêmeas. Em M. seminigra em rainhas virgens as CO são encontradas em

maior quantidade em suas antenas. Sensilas celocônicas possuem a função de higro e

termorrecepção (Yokohari, 1983; Rebora, et al. 2007), sendo essas importantes para as

abelhas que saem da colmeia em um voo nupcial como as rainhas virgens e os machos, ou as

operárias que forrageiam atrás de recursos alimentares e realizam a termorregulação no

interior da colônia (Nogueira Neto, 1997). A presença da CO que permite ao inseto perceber a

umidade do ambiente de modo mais apurado, o que auxilia ao inseto distinguir as condições

meteorológicas mais adequadas para o forrageamento, combinado com as demais sensilas

olfativas, possibilitando ao inseto determinar o melhor local e condições do alimento a ser

coletado (Kleineidam & Tautz, 1996; Weidenmuller et al. 2002). Tais funções das sensilas

celocônicas também foram descritas em gafanhotos, grilos e moscas da fruta (Yokohari 1999;

Yao et al. 2005). .

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SENSILA CELOCÔNICA

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 48: Distribuição das sensilas celocônica nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila celocônica.

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Figura 49: Número de sensila celocônica entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 50: Número de sensila celocônica entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

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4.8 - Sensila Ampulácea

Sensilas ampuláceas (SA) são encontradas em todos os sexos e estão distribuídas do

segundo flagelômero até o último segmento antenal onde estão mais concentradas, em

Melipona interrupta nas operárias as SA podem ser encontradas no quarto e do sexto ao

último flagelômero, em rainha virgem do segundo ao último flagelômero, em rainha

fecundada no segundo e quinto ao último flagelômero e em machos do terceiro ao último

flagelômero. Em M. seminigra as sensilas AS nas operárias está presente no segundo, terceiro,

sexto, sétimo, nono e décimo flagelômeros, em rainha virgem e rainha fecundada do segundo

ao nono flagelômero, e em machos foram encontradas do quinto flagelômero até o último

flagelômero (Figura 51). Sensila ampulácea é uma estrutura circular inserida ao nível da

epiderme, muito menores que a CO, a SA são como pequenos furos na cutícula (Figura 57D).

A SA em M. interrupta (F = 5.59, p < 0,001) é encontrada em ambos sexos, sendo que as

operárias são as que mais possuem esse tipo de sensila com 1,44 ± 1,59 (Tabela 10). O

número médio dessa sensila entre os sexos e as castas RV e MA, RV e OP, RV e RF (p <

0,01) apresentam diferenças significativas. Entre OP e MA, RF e MA, RF e OP (p > 0,9) não

houve diferença (Figura 52). As rainhas fecundadas de M. interrupta possuem número baixo

deste tipo de sensila distribuída pelos segmentos antenais (Tabela 14).

Em operárias de M. seminigra (F = 7.73, p < 0,001) o número médio dessa sensila

entre os sexos e as castas RF e MA, RF e OP, RV e OP (p < 0,01) apresentaram diferenças

significativas (Figura 53).

Ravaiano et al. (2014) descreve que o tamanho de uma sensila SA em M. quadrifasciata

anthidioides possui um diâmetro de 0.52 μm em operárias e 0.73 μm em rainhas. Quanto a

sua função, poucos autores têm atribuído a esta sensila a função como de receptora de CO2, de

umidade e de temperatura (Kuwabara & Takeda, 1956; Lacher, 1964. Em um estudo mais

detalhado em Atta sexdens (Forel, 1908) elas foram descritas somente com a função de

perceber variações na concentração de CO2 (Kleineidam et al. 2000). Em Atta, como também

em fêmeas de M. quadrifasciata anthidioides, as SAs são pouco abundantes e encontradas

agrupadas na região dorso-lateral do último segmento antenal (Kleineidam et al. 2000;

Ravaiano et al. 2014). Essa forma de distribuição também é encontrada em outros Apidae

(Moraes e Cruz-Landim, 1972; Stort, 2002). Em M. quadrifasciata anthidioides as SA são

exclusivas nas fêmeas (Ravaiano et al. 2014). Estudos realizados em várias espécies de

abelhas por Matiello (2008) apurou uma baixa ocorrência dessas sensilas, o autor então supôs

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que a função de percepção de CO2 ou de umidade possa ser realizada por outro tipo de sensila

ou também que o habito solitário das abelhas estudadas teria influência em seu número, já que

as condições climáticas têm menor importância para a maioria das espécies solitárias

estudadas. A capacidade de perceber a concentração de CO2 é importante para os insetos

sociais, visto que assim podem realizar também o monitoramento da concentração de O2

indiretamente dentro do ninho (Kleineidam et al. 2000). Esse monitoramento em M.

quadrifasciata anthidioides é realizado apenas pelas fêmeas por serem as únicas a possuírem

esse tipo de sensila (Ravaiano et al. 2014). Em M. interrupta e M. seminigra tal função talvez

possa ser desempenhada pelos machos durante o curto período em que eles permanecem na

colônia, já que eles apresentam esse tipo de sensila, mesmo em menor número comparado

com as fêmeas. .

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SENSILA AMPULÁCEA

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 51: Distribuição das sensilas ampulácea nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila ampulácea.

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Figura 52: Número de sensila ampulácea entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 53: Número de sensila ampulácea entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores diferentes indicam

diferença estatística entre as categorias.

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4.9 - Sensila campaniforme

Sensilas campaniformes (CA) são encontradas em vários segmentos antenais de M.

interrupta e M. seminigra em ambos os sexos, porém possuem baixo número em comparação

com as sensilas tricóides e sua distribuição não atinge todos os flagelômeros, em operárias de

M. interrupta (F = 0.71, p < 0,5) as sensilas CA estão presentes no terceiro e do quinto ao

décimo flagelômero, em rainha virgem do terceiro ao décimo, em rainha fecundada no quinto

e oitavo ao décimo e em machos foi encontrado apenas no décimo flagelômero; em M.

seminigra (F = 1.57, p < 0.1) é encontrada do segundo ao décimo flagelômero em operárias e

rainhas fecundadas, em rainha virgem no segundo e do quinto ao décimo flagelômero, nos

machos no sexto, oitavo, nono e décimo primeiro (Figura 54). Sensila campaniforme (CA)

consiste em uma pequena depressão arredondada da cutícula assemelhando a sensila placóide,

mas de tamanho muito menor e possui em seu centro uma projeção em forma de um ponto,

como se formasse uma ilha no meio da sensila (Figura 57E). Número médio dessa sensila

entre os sexos e as castas de M. interrupta não houve diferença significativa (Figura 55). Em

M. seminigra o número médio entre os sexos e as castas não apresentou diferença

significativa entre os sexos e castas (Figura 56).

Sensilas campaniformes apresentam a função termoreceptora e higrorreceptora (Dietz

e Humphreys, 1971; Fialho, 2014). Sensilas campaniformes foi descrita em A. mellifera (Must

et al. 2006). Observações realizadas em Bombus terrestris Buren, 1972 indicaram que com o

aumento nos níveis de CO2 e de temperatura as abelhas incitaram o batimento de asas, no

entanto, com o aumento da umidade não teve o mesmo efeito (Weidenmuller et al. 2002).

Em Bombus pauloensis Friese, 1913 a distribuição da CA é ampla nos segmentos o

que pode favorecer a percepção de umidade de modo mais eficiente que determinará ao inseto

melhor momento para realizar o forrageio (Fialho, 2014). Esta mesma eficiência pode estar

presente em M. interrupta e M. seminigra, devido a distribuição das CA em quase todos os

segmentos da antenais.

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SENSILA CAMPANIFORME

Melipona interrupta M. seminigra

MACHO

OPERÁRIA

RAINHA VIRGEM

RAINHA FECUNDADA

Figura 54: Distribuição das sensilas campaniformea nos segmentos antenais de fêmeas (operária; rainha virgem; rainha fecundada) e macho de Melipona interrupta e M.

seminigra. Os fragmentos brancos correspondem a ausência deste tipo de sensila enquanto os coloridos em cinza indicam presença de sensila campaniforme.

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Figura 55: Número de sensila campaniforme entre os sexos e castas de Melipona interrupta. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

Figura 56: Número de sensila campaniforme entre os sexos e castas de Melipona seminigra. X = média, MA =

machos, OP = operárias, RF = rainhas fecundadas, RV = rainhas virgens. Setas de cores preta no mesmo sentido

indicam que não houve diferença estatística, triangulo preto indica que houve diferença estatística entre as

categorias.

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Figura 57: Tipos de sensilas encontradas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de abelhas Melipona

interrupta obtidas por micrografia eletrônica de varredura. A: sensila cética (CE) de macho. B: sensila

basicônica (SB) de operária. C: sensila placóide (PL) de operária. D: sensila celocônica (CO). E: sensila

campaniforme (CA), sensila ampulácea (SA), sensila basicônica (SB).

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As antenas são um órgão muito importante para a comunicação do inseto recebendo

informações química, térmica e mecânica do meio ambiente que auxiliam em sua

sobrevivência. Embora os mesmos tipos de sensilas tenham sido encontrados nas antenas de

ambos os sexos de Melipona interrupta e M. seminigra, salvo exceção sensila basicônica que

é exclusiva das fêmeas em ambas as espécies, diferenças significativas foram observadas no

número e na distribuição das sensilas na antena entre os sexos e castas. Estes resultados

mostram que a análise de sensilas nestas abelhas pode constituir em uma ferramenta

importante para o entendimento da interação destes insetos com o ambiente.

Este estudo pode servir como base para próximos trabalhos nesse grupo ou em grupos

diferentes de insetos, no entanto, mais estudos complementares a microscopia eletrônica de

varredura como eletrofisiologia, eletroantenografia devem ser realizados para investigar quais

funções essas sensilas desempenham nestas espécies de abelhas sociais, e verificar a presença

de poros nas sensilas presentes nestas espécies. Estudos com técnicas de coloração com

nitrato de prata; microscopia eletrônica de transmissão ou cortes histológicos podem

responder essas e outras perguntas.

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Tabela 10: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de operária (OP), rainha virgem (RV), rainha fecundada

(RF) e macho (MA) de Melipona interrupta

Tipos de Sensilas

Sexo Casta STI STII STIII STIV STV STVI

Fêmeas

Operária 33,48±18,15 6,46±3,16 4,59±15,11 2,96±9,74 3,13±9,58 2,54±4,53

Rainha Virgem 28,46±18,04 7,23±3,69 5,6±17,39 1,54±5,82 2,5±10,24 1,71±4,25

Rainha Fecundada 20,56±17,88 4,83±3,31 4,67±15,36 3,03±5,97 2,92±9,52 2,18±4,56

Macho - 26,10±18,17 3,02±2,67 6,09±21,28 3,04±10,41 0,72±3,07 1,36±4,46

Sexo Casta SE PL CO SB SA CE CA

Fêmeas

Operária 1,3±3,73 14,21±8,52 0,47±1,29 4,98±4,13 1,44±1,59 0,57±0,73 0,46±1,71

Rainha Virgem 6,8±7,67 13,53±73,93 1,11±1,5 0,83±1,31 0,68±2,19 0,47±0,69 0,53±1,74

Rainha Fecundada 5,21±6,10 10,67±7,33 0,43±1,04 0,54±0,87 0,24±0,7 0,63±0,73 0,29±1,21

Macho - 0,44±2,10 26,92±12,27 0,6±1,63 0,22±1,23 0,60±0,72 0,32±1,69 STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila

tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila

campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos sexos e castas.

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Tabela 11: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de operária (OP), rainha virgem (RV),

rainha fecundada (RF) e macho (MA) de Melipona seminigra

Tipos de sensilas

Sexo Casta STI STII STIII STIV STV STVI

Fêmea

OP 40,94±22,36 11,7±8,27 5,93±19,06 4,61±14,86 2,69±8,27 1,05±2,10

RV 42,05±25,56 6,35±4,37 4,47±15,24 3,55±11,78 2,7±8,86 0,94±2,69

RF 34,18±20,78 6,9±4,23 4,89±15,83 3,72±11,98 1,83±6,90 1,09±1,93

Macho - 62,68±35,96 6,02±3,82 7,75±27,39 5,33±18,40 1,79±7,90 0,79±2,84

Tipos de sensilas

Sexo Casta SE PL CO SB SA CE CA

Fêmea

OP 0,69±2,76 15,66±8,25 0,33±1,09 4,87±4,19 0,16±1,29 1,15±0,79 0,48±2,10

RV 1,19±3,15 11,61±7,00 0,81±1,33 1,92±2,39 0,66±1,28 1,22±0,92 0,5±1,56

RF 3,24±5,82 10,09±6,37 1,64±1,54 1,09±1,32 0,87±1,67 1,03±0,67 0,59±1,68

Macho - 0,73±3,56 16±9,45 0,15±0,70 0,31±1,20 0,93±0,65 0,31±1,44 STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V;

STVI = sensila tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE =

sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila

encontrada nos sexos e castas

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Tabela 12: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral dos segmentos antenais de operária (n=10 indivíduos) de Melipona interrupta

Tipos de

sensilas Pedicelo Flagelômeros (OPERARIA)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 34,3±10,39 44,5±7,05 52,5±11,10 46,1±4,28 46,5± 4,54 45,44±5,64 43,4±7,30 45,9±6,69 10±6,96

STII 0,9±1,10 4,1±2,42 5,8±2,14 5,9±2,13 6,5±0,70 6,5±1,64 10,6±2,63 8,7±0,94 14,4±2,87 2,4±3,94

STIII 50,3±13,76

STIV 33,5±9,58 0,3±0,67

STV 31±5,47

STVI 0,8±0,91 1,71±1,15 1,2±0,78 1,2±7,88 1,4±0,96 0,9±0,56 0,4±0,51 0,5±0,52 0,8±1.03 0,4±0,69 18±10,70

SE 10,2±6,08 4,5±3,39

PL 11,7±4,21 13,9±5,76 23,8±6,67 17±2,49 18,8±3,19 20,8±3,35 20,4±2,59 22,6±3,56 20,5±4,57

CE 0,2±0,72 0,3±0,67 0,4±0,51 0,6±0,51 1±1,56 0,5±0,70 1,2±0,42 0,9±0,56 0,9±0,56 0,9±0,73 0,2±0,63

SB 2±1,63 2,6±2,27 2,8±2,04 6±1,77 0,7±0,67 7,1±1,72 8,4±2,45 10,7±1,41 10,7±3,46

CO 0,3±0,67 0,1±0,31 0,3±0,94 0,3±0,94 0,3±1,33 0,3±0,67 0,3±0,67 1,1±1,96 1,5±2,95

CA 0,3±0,48 0,3±0,48 0,3±0,48 0,2±0,42 0,4± 0,84 0,1±0,31 3,5±4,74

SA 0,3±0,94 0,2±0,63 0,1±0,31 0,1±0,31 0,1±0,31 0,1±0,31 2,9±4,58

STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI

= sensila tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila

cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos

antenais.

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Tabela 13: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos antenais de rainha virgem (n=10 indivíduos) de Melipona

interrupta

Tipos de

sensilas Pedicelo

Flagelômeros (RAINHA VIRGEM)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 28,7±8,60 28±8,35 31,8±5,88 34,5±5,43 33,4±4,16 35,6±5,71 33±4,26 32,8±7,42 3,3±5,47

STII 0,8±2,52 5,8±1,68 6,3±1,63 6,7±2,26 7,4±1,83 7,7±2,75 8,5±2,50 10±4,18 12,5±5,31 2,7±4,27

STIII 55,8±14,25 1,7±1,15

STIV 22,9±15,64

STV 34,7±7,46

STVI 0,6±0,84 1,1±0,73 1,4±1,07 0,8±0,42 1,2±0,78 0,7±0,67 0,9±0,56 0,9±0,73 1,6±0,51 2,1±1,10 7,6±6,83

SE 19,4±8,65 16,1±4,50 13±3,49 8,9±3,81 7,3±3,46 5,3±5,61 3,5±4,37 2,3±4,13

PL 16±3,52 15,9±2,68 17,4±4,35 17,8±3,48 19,8±3,15 20,9±3,8 19,6±7,82

CE 0,3±0,48 0,6±0,51 0,8±0,42 0,9±0,73 0,8±0,63 0,7±0,67 0,7±0,48 0,3±0,48 0,1±0,31

SB 0,3±0,67 0,2±0,63 0,6±0,51 1,4±1,17 2,5±2,11 1,6±1,07 2,1±1,72 0,4±0,51

CO 1,5±1,50 1,1±1,10 0,7±1,25 1,9±1,66 0,8±1,31 1,6±1,71 1,2±1,68 1,6±2,01 1,7±1,82

CA 0,1±0,31 0,3±0,48 0,2±0,42 0,3±0,48 0,5±0,70 0,4±0,51 4,1±4,40

SA 0,2±0,42 0,4±0,69 0,7±1,25 0,6±0,96 0,6±0,69 1,7±2,21 2,9±2,42 5±4,13

STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V;

STVI = sensila tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE =

sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada

nos segmentos antenais.

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Tabela 14: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos antenais de rainha fecundada (n=5 indivíduos) de Melipona

interrupta

Tipos

de

sensilas Pedicelo

Flagelômeros (RAINHA FECUNDADA)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 24,2±8,52 22,8±11,64 27±11,83 29±10,41 31,2±12,94 32,6±13,81 29,2±13,10 28,2±7,39 2±4,47

STII 5,8±3,96 4,6±3,64 6,6±1,51 5,6±1,14 5,4±2,07 7±2,34 7,2±2,28 11±2,34

STIII 51,4±13,53

STIV 17,2±3,49 0,8±1,78 1,6±3,57 2±4,47 3±6,7 2,8±6,26 2,2±4,9 2,2±4,91 1,6±3,57

STV 32,2±6,83

STVI 0,6±0,54 1,8±1,30 1,2±0,83 0,6±0,89 0,8±0,44 0,8±0,44 1,2±0,44 1,2±0,83 1±1 1,4±0,89 13,4±7,66

SE 15,2±4,42 12,2±4,81 10,2±3,76 6,2±3,34 3,8±3,34 4,8±5,89 3±6,16 2±3,46

PL 12±4,32 12±4,89 12,8±7,04 11,6±5,98 12,2±6,37 4,6±7,53 14,6±6,80 13,8±4,60 13,8±8,55

CE 1±1 1,2±0,83 0,8±0,44 0,8±0,44 0,6±0,89 1,2±1,30 1±1,22 0,4±0,54

SB 0,2±0,44 0,4±0,54 0,4±0,54 1±0,70 1,6±1,14 1,2±1,30 1,2±1,30

CO 1,2±1,64 0,2±0,44 0,2±0,44 0,4±0,54 0,4±0,54 0,8±0,83 1,2±2,68 0,4±0,89

CA 0,2±0,44 0,4±0,54 0,2±0,44 2,4±3,57

SA 0,6±0,89 0,2±0,44 0,2±0,44 0,6±054 1,4±1,67

STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V;

STVI = sensila tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE =

sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada

nos segmentos antenais.

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Tabela 15: Número de sensilas (média e erro padrão) na face dorso-lateral nos segmentos antenais de machos (n=10 indivíduos) de Melipona interrupta

Flagelômeros (MACHOS) Tipo de

Sensilas Ped. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

STI

28,9±10,61 32,2±15,04 30,6±16,18 31,4±15,65 32,6±16,93 29±14,46 32,5±14,20 33±16,65 34,3±16,38 29,6±16,48

STII

1,8±1,47 2,7±1,33 2,8 ±1,44 3,8±1,22 31,4±15,65 2,8±1,31 3,4±1,71 3,3±1,49 3,1±1,91 3,6±1,42 5,6±3,50

STIII

73,1±23,38

STIV 36,3±9,61 0,2±0,42

STV

8,7±8,29

STVI 0,7±0,82 1,8±1,22 1±0,81 1,2±0,78 1±1,05 0,8±0,63 0,8±0,91 0,9±0,87 0,6±0,69 0,9±0,31 0,2±0,42 6,5±9,85

SE

1±3,60 3,3±4,78 2±4,68

PL

23,4±12,54 25±9,54 23,8±6,67 24,9±6,99 26,5±8,88 27,4±6,68 27,6±8,69 28,3±8,68 28,6±5,58 27,6±10,44

CE

0,3±0,48 0,8±0,63 0,4±0,51 0,81±0,42 0,9±0,31 0,7±0,48 0,6±0,51 0,6±0,51 0,5±0,52 1±0,94 0,7±1,25

SB

CO

0,4±1,26

0,1±0,31 0,1±0,31 0,4±0,84 0,8±1,68 1±2 1,2±1,98 1±2,30 2,3±3,26

CA

3,9±4,47

SA

0,1±0,31

0,1 ±0,31

0,1±0,31

0,6±1,89 1,8±3,61

STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila

tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila

campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos antenais.

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Tabela 16: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de operária (n=8 indivíduos) de Melipona seminigra

Flagelômeros (OPERÁRIAS)

Tipos Pedicelo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 45,12±8,21 56,5±4,27 56,37±3,96 56,37±3,66 54,62±1,50 55±5,31 52,12±4,64 53,5±4,53 22,11±13,11

STII 2,87±2,03 8,12±1,45 10,37±2,06 12,25±1,98 13,347±2,06 15,62±3,37 17±2,56 21,87±3,18 26,12±2,74 2,33±4,47

STIII 66±6,23

STIV 51,37±5,73

STV 26±55

STVI 1,12±1,12 0,37±0,51 0,5±0,53 0,62±0,51 0,37±0,51 0,37±0,51 0,37±0,51 0,37±0,51 0,37±0,51 6,44±3,08

SE 10,25±4,86 1±1,77 0,12±0,35

PL 13,12±3,75 14,75±1,83 19±1,77 18,62±1,76 20,12±1,24 20,12±1,88 22,75±3,01 22,12±3,56 21±4,89

CE 0,62±0,51 1,25±1,03 1±0,75 1,12±0,35 1,25±0,46 1,62±0,51 1±0,53 1,5±0,53 1,25±1,03 2±0,92 0,22±0,44

SB 1,75±1,03 3,63±1,30 3,75±1,58 4,14±1,80 5,25±1,66 6±2,39 9±1,51 9±2,13 10,44±6,44

CO 1±1,19 0,5±1,06 0,12±0,35 0,12±0,35 1,25±2,76 0,66±1,41

CA 0,12±0,35 0,12±0,35 0,12±0,35 1,2±2,99

SA 0,12±0,35 0,25±0,70 1,3±4 STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila tricóide tipo VI;

SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza

representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos antenais.

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Tabela 17: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de rainha virgem (n=7 indivíduos) de Melipona seminigra

Flagelômeros (RAINHA VIRGEM)

Tipos Pedicelo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 54,14±14,27 59,57±9,21 60,28±11,45 62,28±6,55 60,14±7,22 58,14±5,33 50±6,16 48,57±4,75 9,42±10,37

STII 1,14±1,06 6,14±2,26 6,42±1,81 7,28±2,28 9±2,23 8,28±2,28 7,85±1,86 9,85±3,62 12,28±3,94 1,57±2,81

STIII 52,14±7,66

STIV 39,14±11,62

STV 29,71±7,63

STVI 0,42±0,53 0,14±0,37 0,28±0,48 0,14±0,37 0,57±0,53 0,14±0,37 0,57±0,53 0,71±0,75 7,42±5,94

SE 6,71±6,82 3,42±4,35 1±1,91 1±1,52 0,28±0,48

PL 10,14±3,80 12±3 14,28±4,46 12,85±4,29 15,71±5,28 14,57±4,92 16,57±3,99 17,71±4,49 13,85±6,03

CE 0,57±0,53 1±1 1,28±0,75 1,57±0,97 1,14±0,89 1,42±0,78 1,57±0,78 2±0,81 1,57±0,97 1,28±0,95

SB 0,57±0,78 1±1,82 2,28±1,38 3±3,46 2,71±1,79 3,57±1,71 2,85±2,54 2,57±2,69 2,28±4,11

CO 1,±1,29 0,85±1,21 1,14±1,57 1,14±1,67 1±1,52 0,42±0,78 1,14±1,67 1,14±1,67 1,14±1,77

CA 0,14±0,37 0,42±0,53 0,71±0,95 4,28±3,30

SA 0,28±0,48 0,28±0,75 0,14±0,37 0,14±0,37 0,28±0,48 0,42±0,78 2,14±1,77 1,85±1,34 1,71±2,49 STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila tricóide tipo VI; SE

= sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa maior

quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos antenais.

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Tabela 18: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de rainha fecundada (n=5 indivíduos) de Melipona

seminigra

Flagelômeros (RAINHA FECUNDADA)

Tipos Pedicelo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STI 37±6,92 46,8±8,13 42,6±7,82 48,6±3,04 54±5,61 48,2±1,92 46,6±4,33 43±2,44 3,2±1,09

STII 1,6±1,51 5,6±1,51 6,6±089 7±2,54 8,8±1,30 8,2±1,64 9,6±1,51 10,6±3,13 12,2±1,92 4,4±6,65

STIII 53,8±6,22

STIV

STV 24,6±8,01

STVI 40,2±8,31 0,8±0,83 0,6±0,54 0,4±0,54 0,6±0,54 0,4±0,54 1±0 0,4±0,54 0,6±0,54 1±0,70 7,4±1,14

SE 17,8±6,61 7,8±3,34 5,2±2,94 2±2,82 1±2,23 0,6±1,34 0,2±0,44 0,2±0,44 0,2±044

PL 6±2,12 8±2,23 10,8±2,58 10,6±1,34 13,4±2,07 12±1,58 16,4±2,70 18,6±1,14 18±5,95

CE 0,4±0,54 1,2±0,44 1±0,70 1,4±0,54 0,8±0,44 1,2±0,83 1,6±0,54 1,2±0,44 1,2±0,44 1,2±0,83

SB 0,8±0,83 1,2±0,83 1,6±1,14 2±1,22 2,4±1,81 1,4±1,14 2,2±1,92 0,2±0,44

CO 1,8±1,30 1,8±1,30 1,8±0,83 1,6±1,34 1,8±0,44 2,2±1,09 2,2±1,78 1,6±2,07 3,8±2,16

CA 0,2±0,44 0,6±0,89 0,2±0,44 0,2±0,44 0,4±0,89 0,2±0,44 6,4±2,88

SA 0,2±0,44 0,2±0,44 0,4±0,89 0,4±0,54 1±1 0,6±0,89 0,8±0,83 2,2±2,38 6,2±4,76 STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila

tricóide tipo VI; SE = sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila

campaniforme. Cor cinza representa maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos antenais.

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Tabela 19: Número médio (e erro padrão) de sensilas na face dorso-lateral dos segmentos antenais de macho (n=6 indivíduos) de Melipona seminigra

Flagelômeros (MACHOS)

Tipos de

sensilas

Pedicelo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

STI 71,5±32,19 75,66±33,40 79±33,07 83,33±15,80 81,83±15,44 78,5±16,02 76±24,62 80,5±20,10 78,16±23,37 47,66±19,17

STII 2,83±2,71 6,5±1,04 5,83±1,47 6±0,63 6±3,28 6±3,09 7,16±3,06 7,66±1,63 7,83±2,04 10,16±2,63 6,33±8,23

STIII 93±33,82

STIV 64±17,50

STV 21,5±19,44

STVI 1±1,54 0,16±0,40 0,16±0,40 0,16±0,40 12±2,82

SE 3,16±7,42 2,66±6,53 3±7,34

PL 19,16±9,53 20,16±8,93 17,5±8,68 19,16±3,71 19,66±2,50 19,16±3,92 20±6,13 19,5±7,89 21,66±7,94 16±7,94

CE 0,33±0,51 0,83±0,98 0,66±0,51 1±0 1±0,63 1±0,63 0,83±0,75 0,66±0,81 1,33±0,51 1,66±0,51 1,16±0,40 0,66±0,51

SB

CO 0,33±0,81 0,66±1,63 0,66±1,63 0,16±0,40

CA 0,16±0,40 0,16±0,40 3,5±3,98

SA 0,83±2,04 1,16±2,85 0,66±1,63 0,66±1,63 0,33±0,81 0,16±0,40 47,66±19,17

STI = sensila tricóide tipo I; STII = sensila tricóide tipo II; STIII = sensila tricóide tipo III; STIV = sensila tricóide tipo IV; STV = sensila tricóide tipo V; STVI = sensila tricóide tipo VI; SE

= sensila setae; PL = sensila placóide; CO = sensila celocônica; SB = sensila basicônica; SA = sensila ampulácea; CE = sensila cética; CA = sensila campaniforme. Cor cinza representa

maior quantidade de sensila e amarelo escuro representa a menor quantidade de sensila encontrada nos segmentos antenais.

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6 – Conclusão

Estudos sobre estruturas sensoriais e sua distribuição na antena representa um

significativo desenvolvimento no conhecimento dessas estruturas. Neste estudo foram

caracterizados em detalhe as variações dos tipos de sensilas com 13 morfotipos

encontrados nas fêmeas e 12 em machos de Melipona interrupta e M. seminigra, sendo

que a sensila basicônica é exclusiva das fêmeas de ambas as espécies. O número total de

sensilas é maior em M. seminigra com maior quantidade nos machos, e em M.

interrupta são os machos e operárias que possuem maior quantidade. Machos de ambas

espécies possuem o primeiro flagelômero menor que o das fêmeas, mas o número de

sensilas nesse flagelômero em ambos sexos não apresenta diferença significativa. A

distribuição dos tipos de sensilas na antena, em sua maioria, é idêntica entre os sexos e

castas de ambas as espécies, com exceção da sensila setae. Esta sensila tem o mesmo

padrão de distribuição em machos e operárias de M. interrupta são diferentes nas

rainhas (virgens e fecundada). Este estudo possibilitou um melhor entendimento da

morfologia das sensilas bem como do seu número e distribuição dentro dos sexos e

castas permitindo uma melhor compreensão das estruturas sensoriais nestas espécies e

fornecendo informações importantes para a elucidação dos mecanismos de comunicação

em insetos sociais.

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