instituto federal de educaÇÃo, ciÊncia e tecnologia do … · 2020-03-12 · ficha...

65
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS CAMPUS RIO POMBA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS JÉSSICA SOARES MIRANDA OBTENÇÃO DE BALAS PROBIÓTICAS Á BASE DE GELATINA ENRIQUECIDAS COM FRUTOS NATIVOS DA MATA ATLÂNTICA RIO POMBA MINAS GERAIS - BRASIL 2019

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS RIO POMBA

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

JÉSSICA SOARES MIRANDA

OBTENÇÃO DE BALAS PROBIÓTICAS Á BASE DE GELATINA

ENRIQUECIDAS COM FRUTOS NATIVOS DA MATA ATLÂNTICA

RIO POMBA MINAS GERAIS - BRASIL

2019

Page 2: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

JÉSSICA SOARES MIRANDA

OBTENÇÃO DE BALAS PROBIÓTICAS Á BASE DE GELATINA

ENRIQUECIDAS COM FRUTOS NATIVOS DA MATA ATLÂNTICA

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-graduação Stricto Sensu em “Ciência e Tecnologia de Alimentos” para a obtenção do título de Mestre. Orientadora: Prof.a ELIANE MAURÍCIO FURTADO MARTINS

RIO POMBA MINAS GERAIS – BRASIL

2019

Page 3: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

do Sudeste de Minas Gerais / Campus Rio Pomba

Bibliotecária: Ana Carolina Souza Dutra CRB 6 / 2977

M672o

Miranda, Jéssica Soares.

Obtenção de balas probióticas à base de gelatina enriquecidas com frutos

nativos da Mata Atlântica. / Jéssica Soares Miranda. – Rio Pomba, 2019.

52f.; il.

Orientador: Profª. Eliane Maurício Furtado Martins.

Dissertação (Mestrado Profissional) – Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais - Campus Rio Pomba.

1.Alimentos funcionais - probióticos. 2. Confeito funcional. 3. Bala de

gelatina. I. Martins, Eliane Maurício Furtado. II. Título.

CDD: 641.1

Page 4: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

JÉSSICA SOARES MIRANDA

OBTENÇÃO DE BALAS PROBIÓTICAS Á BASE DE GELATINA

ENRIQUECIDAS COM FRUTOS NATIVOS DA MATA ATLÂNTICA

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-graduação Stricto Sensu em “Ciência e Tecnologia de Alimentos” para a obtenção do título de Mestre.

APROVADA: 12 de setembro de 2019.

___________________________ ___________________________

Prof.a Wellingta Cristina Almeida Prof. Maurílio Lopes Martins

Do Nascimento Benevenuto Coorientador

Coorientadora

___________________________ _____________________________

Prof.a Isabela Campelo de Queiroz Prof. Bruno Ricardo De Castro Leite

Júnior

_________________________________

Prof.a Eliane Maurício Furtado Martins

Orientadora

Page 5: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

i

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas

Gerais, campus Rio Pomba, pela oportunidade e por disponibilizar a infraestrutura

para realizar essa pesquisa.

À Deus por me guiar, iluminar e me dar tranquilidade para seguir em frente

com os meus objetivos e não desanimar com as dificuldades.

À minha mãe Gisele, grande companheira, por jamais ter medido esforços

para possibilitar a minha formação, incentivando-me a alçar voos mais altos. Por eu

sempre ter podido voltar para casa durante o percurso e encontrar aconchego, já

que ela me ensinou que é preciso ir para poder voltar. Que acreditou em mim o

tempo todo, principalmente nas vezes que nem eu acreditei, e me mostrou o quanto

era importante estudar, mesmo não tendo a mesma oportunidade no passado. Seu

colo continua sendo um dos melhores lugares do mundo e aliviou-me a alma em

momentos difíceis do mestrado.

Ao meu pai que sempre me motiva, mesmo tendo uma cabeça dura, entende

as minhas faltas e momentos de afastamento e reclusão. Mesmo com o seu jeito

meio duro, mas com seu apoio e proteção sem igual. Sem o seu imenso apoio, seria

bem mais difícil.

Ao meu irmão Jean que mesmo de longe se preocupou, chorou comigo

minhas dores e sempre me fez entender qυе о futuro é feito а partir da constante

dedicação no presente! Como costumo dizer, quem tem um irmão tem tudo, mas

quem tem o meu, tem o melhor do mundo!

Ao meu marido, companheiro e melhor amigo Vinicius, que tornou bem mais

leve essa caminhada, trazendo calmaria nos momentos mais difíceis do mestrado,

me ajudando literalmente em todos os sentidos. Por toda paciência com minhas

leituras e apresentações e ainda ajuda com o temido Excel (rsrs).

A minha orientadora, profa. Eliane Maurício Furtado Martins, que confiou em

meu trabalho, por ter me lembrado de acreditar no meu potencial em todas as vezes

que eu esqueci que era capaz. Pela generosidade e troca de experiências. Por mais

que uma orientadora, ter se tornado uma amiga muito especial.

Aos meus coorientadores, professores Maurílio Lopes Martins e Bruno

Ricardo de Castro Leite Júnior, e professoras Wellingta Cristina Almeida Do

Nascimento Benevenuto e Isabela Campelo de Queiroz, por terem aceitado

Page 6: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

ii

participar da defesa. Pelas contribuições que gentilmente trouxeram e que tanto

contribuíram para o desenvolvimento e a finalização deste trabalho.

À prof.a Diana Clara Nunes de Lima pela enorme contribuição para a

realização e execução da pesquisa, por suas valiosas sugestões e por estar sempre

disposta a sanar nossas dúvidas.

Ao prof. Roselir Ribeiro pela disponibilidade em auxiliar com as análises

estatísticas.

Aos colegas de mestrado, Adriana, Daniela, Giovana, Maiara e Mariane, com

os quais compartilhei todas as experiências desta fase, sou grata pelo trabalho

coletivo que desenvolvemos, pelo companheirismo e pelos nossos encontros

semanais.

À Beatriz e Isabela pela ajuda, disponibilidade, convivência e auxílio na

execução do projeto, durante todo esse tempo quando mais precisei.

A todos os técnicos responsáveis pelos laboratórios do DCTA, por sanar

minhas dúvidas e me ajudar no desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, agradeço a todos, de coração, por terem contribuído para a

realização deste trabalho. MUITO OBRIGADA!!

Page 7: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

iii

“Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários” C.S.LEWIS

Page 8: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

iv

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... vi

ABSTRACT .............................................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................ix

LISTA DE TABELAS.....................................................................................................x

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 3

2.1. Objetivo geral ....................................................................................................... 3

2.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 4

3.1. Balas.................................................................................................................... 4

3.2. Uso de gelatina como gelificante em balas...........................................................5

3.2.1. Avaliação da textura em balas ......................................................................... 6

3.3. Suplementação de confeitos com ingredientes funcionais .................................. 9

3.3.1 Adição de bactérias probióticas em confeitos ................................................ 111

3.3.2 Utilização de polpa de frutas nativas da Mata Atlântica no processamento de

bala ......................................................................................................................... 144

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 177

4.1. Elaboração da polpa de maracujá e obtenção da polpa de Juçara ................. 177

4.2. Elaboração de bala de gelatina enriquecida com Bacillus coagulans ............. 177

4.3. Avaliação físico-química das balas de gelatina ............................................... 188

4.3.1. Determinação de pH, acidez e atividade de água .......................................... 18

4.3.2. Determinação de cor ...................................................................................... 19

4.3.3. Textura ........................................................................................................... 19

4.4. Avaliação de antocianinas totais e capacidade antioxidante das balas ............. 19

4.5. Análises microbiológicas das balas ................................................................... 21

4.5.1. Coliformes termotolerantes e Salmonella sp. ................................................. 21

Page 9: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

v

4.5.2. Viabilidade de B. coagulans nas balas de gelatina ......................................... 21

4.6. Simulação in vitro das condições gastrointestinais ............................................ 22

4.7. Aceitabilidade sensorial e intenção de compra das balas de gelatina contendo B.

coagulans ............................................................................................................... 233

4.8. Análise Estatística ........................................................................................... 244

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 255

5.1 Características físico-químicas das balas de gelatina sabor juçara e maracujá

adicionadas de B. coagulans .................................................................................. 255

5.1.1 pH, acidez e Aw ............................................................................................. 255

5.1.2 Cor ................................................................................................................. 266

5.1.3 Textura .......................................................................................................... 288

5.1.4. Antocianinas totais e Capacidade antioxidante .............................................. 28

5.2 Avaliação da qualidade microbiológica das balas de gelatina .......................... 300

5.2.1 Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara com

maracujá.................... ............................................................................................... 31

5.3. Sobrevivência de B. coagulans às condições gastrointestinais simuladas in

vitro.............................................................................................................................32

5.4 Análise sensorial ................................................................................................ 35

6. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 39

Page 10: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

vi

RESUMO Miranda, Jéssica Soares, Mestrado Profissional, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, setembro de 2019. Obtenção de balas probióticas á base de gelatina enriquecidas com frutos nativos da mata atlântica. Orientadora: Eliane Maurício Furtado Martins. Co-Orientadores: Wellingta Cristina Almeida do Nascimento Benevenuto e Diana Clara Nunes de Lima.

No Brasil produtos de confeitaria estão associados à alimentos ricos em açúcar e corantes artificiais que promovem danos à saúde dos consumidores. Culturas probióticas e ingredientes bioativos tais como os antioxidantes podem ser utilizados para melhorar as características desses produtos, caracterizando-os como alimentos funcionais. Polpas de frutas, como juçara e maracujá, apresentam pigmentos e nutrientes que as tornam alternativas interessantes na produção de balas adicionadas de probióticos. O objetivo dessa pesquisa foi desenvolver confeitos de gelatina sabor juçara e maracujá enriquecidos com Bacillus coagulans GBI-30 6086. As balas foram avaliadas durante 90 dias de vida de prateleira quanto as características físico químicas (Aw, acidez, pH, cor e textura), antocianinas totais, capacidade antioxidante, características microbiológicas (coliformes termotolerantes e presença de Salmonella sp.), viabilidade e resistência do probiótico ao trato gastrointestinal (TGI) in vitro, e aceitação sensorial. As balas apresentaram atividade de água intermediária de 0,73 ± 0,02 (0 dias) a 0,71 ± 0,01 (90 dias), sem alteração (p>0,05) entre os tempos avaliados. Verificou-se acidez média de 1,53% de ácido cítrico. O pH não foi afetado em relação ao tempo de estocagem (p>0,05), estando entre 3,83 a 3,81 nos tempos 0 e 90 dias, respectivamente. As balas apresentaram manutenção das coordenadas de cor (L*, a* e b*), não havendo alteração ao longo do tempo (p>0,05). A resiliência e a coesividade também não foram afetadas pelo tempo de armazenamento e as balas apresentaram valores médios inferiores de resiliência (0,43) em relação a coesão (0,83). As balas apresentaram teores significativos de antocianinas de 166,7 mg/100 g (0 dias) a 128,63 mg/100 g (90 dias) e de atividade antioxidante 254,30 µM TROLOX/g (0 dias) a 228,89 µM TROLOX/g (90 dias) não sendo afetados pelo tempo de armazenamento (p>0,05). O produto se manteve seguro para consumo, uma vez que houve ausência de Salmonella sp e o número mais provável de coliformes termotolerantes foi inferior ao máximo permitido pela legislação brasileira. Foram encontradas contagens superiores a 6,4 Log UFC/g de B. coagulans ao longo dos 90 dias de estocagem. No ensaio in vitro, verificou-se diferença da fase gástrica para as fases entéricas I e II (p<0,05), sendo a viabilidade média da cultura na fase gástrica de 6,57 Log UFC/g, aumentando para 6,83 Log UFC/g e 6,82 Log UFC/g nas fases entéricas I e II, respectivamente. A maior contagem de B. coagulans nas balas de gelatina sabor juçara e maracujá ocorreu em 60 dias de armazenamento. O consumo de uma porção de 30 g das balas oferece, aproximadamente, 7,82 Log UFC/g do probiótico, promovendo benefícios aos consumidores. As balas elaboradas apresentaram excelente aceitabilidade dos atributos avaliados, com escores acima de 7,9 na escala hedônica. Os provadores preferiram o sabor e a impressão global do produto após 90 dias de armazenamento (p<0,05). Os resultados obtidos sugerem que as balas de gelatina sabor juçara e maracujá representam um excelente veículo de B. coagulans GBI-30 6086. A adição de polpas de juçara e maracujá é viável industrialmente em substituição aos corantes artificiais, sendo fonte de compostos

Page 11: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

vii

bioativos no produto que apresenta potencial no mercado de confeitaria, devido aos diversos benefícios associados à saúde dos consumidores.

Palavras-chave: Bala de gelatina, mix de frutas, bacilos probiótico.

Page 12: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

viii

ABSTRACT MIRANDA, Jéssica Soares, Professional Master, Federal Institute of Education, Sciense and Tecnology of Southeast of Minas Gerais, September 2019. Obtaining probiotic confectionery using gelatin enriched with native atlantic forest fruits. Advisor: Eliane Maurício Furtado Martins. Coadvisor: Wellingta Cristina Almeida do Nascimento Benevenuto and Diana Clara Nunes de Lima.

In Brazil, confectionery products are associated with foods rich in sugar and artificial colors that promote harm to consumers' health. Probiotic cultures and bioactive ingredients such as antioxidants can be used to improve the characteristics of these products by characterizing them as functional foods. Fruit pulps, such as juçara and passion fruit, have pigments and nutrients that make them interesting alternatives in the production of probiotic added candy. The objective of this research was to develop juçara and passion fruit gelatin confectionery enriched with Bacillus coagulans GBI-30 6086. The candies were evaluated during 90 days of shelf life for physical chemical characteristics (aW, acidity, pH, color and texture), total anthocyanins, antioxidant capacity, microbiological characteristics (thermotolerant coliforms and presence of Salmonella sp.), viability and resistance of the probiotic to the gastrointestinal tract (TGI) in vitro, and sensory acceptance. The candies showed intermediate water activity from 0.73 ± 0.02 (0 days) to 0.71 ± 0.01 (90 days), without change (p> 0.05) between the evaluated times. Average acidity of 1.53% citric acid was found. The pH was not affected in relation to storage time (p> 0.05), being between 3.83 and 3.81 at times 0 and 90 days, respectively. The candies maintained their color coordinates (L *, a * and b *), with no change over time (p> 0.05). Resilience and cohesiveness were also not affected by storage time and candies had lower average resilience values (0.43) compared to cohesion (0.83). The candies had significant anthocyanin contents from 166.7 mg / 100 g (0 days) to 128.63 mg / 100 g (90 days) and antioxidant activity 254.30 µM TROLOX /g (0 days) at 228.89 µM TROLOX /g (90 days) not affected by storage time (p> 0.05). The product remained safe for consumption as Salmonella sp was absent and the most probable number of thermotolerant coliforms was below the maximum allowed by Brazilian legislation. Counts greater than 6.4 Log CFU /g of B. coagulans were found over the 90 days of storage. In the in vitro test, there was a difference from the gastric phase to the enteric phases I and II (p <0.05), with the average viability of the gastric phase culture of 6.57 Log CFU /g, increasing to 6.83 Log CFU /g and 6.82 Log CFU /g in enteral phases I and II, respectively. The highest count of B. coagulans in juçara and passion fruit gelatine candies occurred in 60 days of storage. Consumption of a 30 g portion of the candy provides approximately 7.82 Log CFU /g of the probiotic, providing benefits to consumers. The elaborated candies presented excellent acceptability of the evaluated attributes, with scores above 7.9 on the hedonic scale. The tasters preferred the taste and overall impression of the product after 90 days of storage (p <0.05). The results suggest that juçara and passion fruit gelatine candies represent an excellent carrier of B. coagulans GBI-30 6086. The addition of juçara and passion fruit pulps is industrially viable as a substitute for artificial dyes, being a source of bioactive compounds in the product, which has potential in the confectionery market due to the many health benefits associated with consumers.

Keywords: Gelatin candy, fruit mix, probiotic bacilli.

Page 13: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura química de uma unidade de gelatina............................................5

Figura 2. Curva força-tempo da análise de perfil de textura (TPA) gerada por

analisador de textura de dupla compressão................................................................8

Figura 3. Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara e maracujá,

armazenadas por 90 dias...........................................................................................33

Figura 4. Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara e maracujá

após diferentes fases do ensaio in vitro de resistência gastrointestinal (A) ..............34

Page 14: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados médios de pH, acidez e atividade de água (Aw) de balas de

gelatina sabor juçara e maracujá adicionadas de B. coagulans................................26

Tabela 2. Valores médios e desvio padrão das coordenadas de cor L*, a* e b* de

balas de gelatina sabor juçara e maracujá contendo B. coagulans...........................27

Tabela 3. Valores médios de resiliência e coesão de balas de gelatina contendo B.

coagulans...................................................................................................................28

Tabela 4. Valores médios de antocianinas totais e capacidade antioxidante e desvio

padrão das balas de gelatina contendo B. coagulans................................................29

Tabela 5. Escores médios obtidos para os atributos sensoriais de balas de gelatina

contendo B. coagulans...............................................................................................36

Page 15: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Trabalhos relacionados à suplementação de balas e confeitos com

ingredientes funcionais...............................................................................................10

Page 16: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

1

1. INTRODUÇÃO

A demanda por alimentos funcionais que beneficiem o organismo e

contribuam para uma vida saudável, tem aumentado devido à busca pela melhoria

da qualidade de vida (PEREIRA, 2014; MAJEED et al., 2016). Com isso, alguns

fatores influenciam e conduzem o mercado de confeitos, que buscam por tendências

de controle e adequação, nutrição e funcionalidade, naturalidade e autenticidade,

sustentabilidade e transparência (QUEIROZ; REGO; JARDIM, 2014).

De acordo com Sessler; Weiss; Vodovotz (2013), os confeitos, tais como

gomas de mascar, geleias e “gummies” são matrizes de alimentos que, devido à sua

popularidade entre os consumidores, seriam adequados para a adição de

ingredientes funcionais, como vitaminas, antioxidantes, fibras e microrganismos

probióticos.

O Brasil se destaca na produção mundial de balas e possui um padrão

internacional de qualidade, sendo o sexto maior produtor, atrás da China, EUA,

Alemanha, Índia e Rússia (EUROMONITOR INTERNATIONAL, 2017).

As balas são constituídas basicamente por açúcares, pela combinação de

sacarose e xarope de glicose, além dos corantes, aromas e ácidos (HOPPE;

MALLMANN; OLIVEIRA, 2015). Desta forma, a indústria de confeitos cada vez mais

atenta às tendências e ao advento dos alimentos mais nutritivos e funcionais

(GONÇALVES; ROHR, 2009), tem aprimorado seus produtos com a incorporação de

ingredientes e tecnologias, que atendam às necessidades dos consumidores, cada

vez mais exigentes em relação à qualidade dos produtos (CALGAROTO et al.,

2006).

Com a finalidade de agregar o valor nutricional e de substituir os tradicionais

corantes e aromas artificiais, a adição de polpa de fruta em confeitos também vem

se tornando cada vez mais usual, sendo uma alternativa que atende à demanda por

produtos mais naturais.

O Brasil apresenta uma grande variação de biomas e a Mata Atlântica se

destaca devido a sua grande variedade frutífera, incluindo frutos não convencionais

(RIGUEIRA et al., 2013). É uma das florestas tropicais mais ecologicamente

diversas do continente (RIBEIRO et al., 2009), porém o desmatamento continua

sendo um dos maiores desafios da região. Entre os anos de 2017 e 2018, foram

Page 17: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

2

desmatados 11.399 hectares da floresta (HIROTA, 2019). Assim, o estudo de frutas

da região da Mata Atlântica é importante para a comprovação dos benefícios

associados ao seu consumo, o que incentiva o uso sustentável da biodiversidade,

com novas possibilidades de uso dos frutos da região, tanto para a indústria de

alimentos, farmacêutica e cosmética, promovendo estratégias de conservação do

bioma natural da região (NOVELLO, 2011).

Considerando a diversidade frutífera da Mata Atlântica, muitos se destacam

pelo seu valor nutricional, como os frutos da palmeira juçara (Euterpe edulis M.),

reconhecida internacionalmente pelo seu valor nutricional, fonte de ácidos graxos,

proteínas, fibras, minerais, vitaminas e compostos bioativos (antocianinas,

flavonóides e ácidos fenólicos), associados a potentes atividades biológicas

(SCHULZ et al., 2016). Além desses frutos, o maracujá (Passiflora edulis), possui

atividade antioxidante em decorrência das vitaminas A e C, compostos fenólicos e

carotenoides presentes (ZERAIK et al., 2010; ROTILI et al., 2013) e chama atenção

dos consumidores pelo sabor característico.

Assim como o uso de frutas, é crescente também, a utilização de ingredientes

funcionais em balas e dentre eles, destacam-se os microrganismos probióticos, que

são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas,

conferem benefícios à saúde do hospedeiro (FAO/WHO, 2002). Eles são conhecidos

e bem aceitos pelos consumidores, no entanto, estão presentes majoritariamente em

produtos lácteos refrigerados (leite fermentado, bebidas lácteas e iogurtes), sendo,

portanto, uma barreira para os consumidores que possuem intolerância à lactose ou

que sejam alérgicos à proteínas do leite, como também, para os consumidores

adeptos ao vegetarianismo (MESTRY; MUJUMDAR; THORAT, 2011; PERRICONE

et al., 2015). Além disso, há também, questões religiosas, que não permitem o

consumo de produtos de origem bovina e suína (PORTAL BRASIL, 2011), havendo,

portanto, a necessidade do desenvolvimento de produtos probióticos não lácteos ou

de origem vegetal.

Portanto, pensando nas mudanças do estilo de vida do consumidor,

acredita-se que o desenvolvimento de balas de “goma” utilizando microrganismos

probióticos e frutas como juçara e maracujá agregará valor ao produto, ampliando as

possibilidades de escolha e atraindo o público cada vez mais exigente que preza por

saúde e bem-estar.

Page 18: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

3

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Desenvolver e caracterizar balas a base de gelatina sabor juçara e maracujá

enriquecidas com Bacillus coagulans GBI-30 6086.

2.2. Objetivos específicos

Elaborar confeitos do tipo balas de gelatina, sabor juçara e maracujá, como

fonte de sabor e corante natural enriquecidos com B. coagulans GBI-30 6086;

Avaliar as características físico-químicas (pH, acidez titulável, cor, atividade

de água e textura) das balas enriquecidas com B. coagulans durante a vida de

prateleira;

Quantificar a capacidade antioxidante e as antocianinas totais e a das balas

elaboradas durante a vida de prateleira;

Avaliar a qualidade microbiológica das balas elaboradas durante a vida de

prateleira;

Determinar a viabilidade de B. coagulans durante a vida de prateleira das

balas elaboradas e avaliar a sobrevivência deste microrganismo após simulação in

vitro das condições gastrointestinais;

Avaliar a aceitabilidade sensorial e intenção de compra das balas elaboradas.

Page 19: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

4

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Balas

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Cacau,

Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), a produção de balas, caramelos, pirulitos e

produtos similares evoluiu 1,5%, passando de 378 mil toneladas em 2015 para 383

mil toneladas em 2016, sendo o consumo per capita brasileiro de balas e gomas de

1,7 quilos ao ano (ABICAB, 2016).

Dentre os diversos tipos de bala disponíveis no mercado brasileiro são

encontradas as marcas, Fini®, Halls®, Peccin®, Mentos®, Haribo®, Mondelēz®,

Belo®, Valda®, Arcor®, Gomets®, Natur®, Docile®, DuBalaCo®, Tictac®, entre

outras, que são consumidas por indivíduos de todas as faixas etárias.

Conforme a RDC nº. 265 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), bala é o produto constituído por açúcar e/ou outros ingredientes, podendo

apresentar recheio, cobertura, formato e consistência variada (BRASIL, 2005). Os

ingredientes básicos utilizados em sua produção são água e açúcares como

sacarose e xarope de glicose, combinados com corantes, essências e ácidos

(HOPPE; MALLMANN; OLIVEIRA, 2015).

As balas são obtidas com diferentes matérias primas e podem passar por

variados processos de fabricação, dando origem as balas de goma, duras e

mastigáveis.

As balas de goma apresentam consistência firme, textura elástica, aparência

transparente e brilhante, sendo a textura fornecida pelo agente gelificante, podendo

este ser goma arábica, ágar, gelatina, pectina ou amidos especiais (LAZZAROTTO

et al., 2008). As balas de goma estão entre os principais confeitos, consumidos por

um grande número de consumidores, desde crianças a idosos (AMJADI et al., 2018).

Já as balas duras, recheadas e pirulitos, caracterizam-se como uma mistura

líquida, de sacarose e xarope de glicose, levados ao cozimento em altas

temperaturas (149 ºC a 152 ºC), até quase toda a água ser removida, atingindo

apenas 2 a 3% de umidade (SPANEMBERG, 2010). As balas moles ou mastigáveis

são obtidas pela cocção de açúcares com percentual de umidade residual, entre 6 a

10%, apresentando composição semelhante à das balas duras. No entanto, as balas

Page 20: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

5

mastigáveis são adicionadas de gordura e submetidas a tratamento mecânico de

estiramento, após o cozimento, até a obtenção de consistência desejada

(GONÇALVES; ROHR, 2009).

Muito utilizada na elaboração de confeitos, para a fabricação de balas de

“goma”, a gelatina é responsável pela característica de textura do produto, como

firmeza, coesividade e dureza sendo que maiores concentrações acarretam maior

mastigabilidade final, fator esse que influencia diretamente na aceitação sensorial do

produto (DALMAGRO, 2014).

3.2. Uso de gelatina como gelificante em balas

A gelatina é uma proteína solúvel em água a 50 °C, proveniente da hidrólise

parcial do colágeno animal, principalmente de suínos e bovinos. É composta de 84%

a 90% de proteínas, 2% a 4% de sais minerais, e 8% a 12% de água (FOOD

INGREDIENTS BRASIL, 2011). Por meio de ligações peptídicas, os aminoácidos

que compõe a molécula são ligados formando, assim, sua estrutura conforme

apresentado na Figura 1.

Fonte: Chaplin (2014) adaptado por Nishihora (2015).

Figura 1- Estrutura química de uma unidade de gelatina.

A gelatina comestível disponível comercialmente apresenta-se em folhas,

escamas, fragmentos, pó fino ou grosso de coloração esbranquiçada a amarelada. É

amplamente utilizada na indústria de alimentos, devido à sua atuação como

espessante, gelificante, estabilizante, emulsificante, aeradora, formadora de filmes,

para prevenção de sinérese e para dar cremosidade a diferentes produtos (SERNA-

Page 21: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

6

COCK; VELÁSQUEZ; AYALA, 2010; SILVA et al., 2011; FOOD INGREDIENTES

BRASIL, 2017).

Estudos sobre a elaboração de balas de gelatina tem sido realizados.

Fontoura et al. (2013), desenvolveram bala a base de gelatina enriquecida com

ferro, cálcio, beta-caroteno, licopeno e vitamina C para o público infantil, e avaliaram

suas características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. Os autores

verificaram a estabilidade dos nutrientes nas balas que apresentaram resultados

microbiológicos e físico-químicos satisfatórios, além de boa aceitação sensorial,

sendo a gelatina considerada essencial por promover características desejáveis na

formulação das balas.

Lele et al. (2018) desenvolveram diferentes formulações de suplementos

gomosos utilizando bactérias probióticas (L. plantarum LUHS135 e L. paracasei

LUHS244), prebióticos (casca de psyllium) e bagaço de maçã como fonte de

pectina, e avaliaram a contagem de bactérias láticas viáveis, compostos fenólicos

totais, atividade antioxidante, cor, textura e aceitabilidade das gomas. Os autores

constataram que o produto contendo gelatina apresentou maior luminosidade e

melhor aceitabilidade. A formulação desenvolvida apresentou 6,4 Log UFC/g de

bactérias probióticas viáveis, sendo a melhor formulação aquela contendo gelatina,

bagaço de maçã, L. paracasei LUHS244 e casca de psyllium.

O desenvolvimento e a aceitação sensorial de balas de gelatina elaboradas

com as frutas do Cerrado, cagaita, ananás e marolo foi avaliado por Avelar et al.

(2016), que constataram que as balas foram bem aceitas em relação aos atributos

sensoriais avaliados.

3.2.1. Avaliação da textura em balas

O perfil de textura pode ser determinado de duas maneiras, pelo método

sensorial ou o instrumental. Em relação aos métodos instrumentais, as avaliações

sensoriais demandam grande investimento, fator que tem estimulado a aplicação

dos métodos instrumentais. As medidas sensoriais apresentam uma percepção

imediata da percepção humana. Entretanto, as medidas instrumentais, fornecem

dados objetivos, podendo ser considerado mais preciso (ROSS, 2009).

Page 22: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

7

O entendimento das características de textura dos alimentos é um ponto

fundamental para a elaboração de produtos. A compreensão desse atributo é

utilizada desde a fase de colheita de frutas e hortaliças, indicando o estádio de

maturação adequado até as demais etapas de processamentos, auxiliando no

controle do processamento. Como exemplo operações de aquecimento, fritura e

secagem, indicando os atributos de qualidade desejados para o produto final,

auxiliando nos processos de fabricação e desenvolvimento de novos produtos.

Assim, o conhecimento das propriedades de textura dos alimentos é de importância

para toda cadeia, envolvendo os produtores, processadores, comerciantes e

consumidores de alimentos (CHEN; OPARA 2013).

Ao mastigarmos um alimento aplicamos força, ocasionando sua deformação

ou corte, e a análise do perfil de textura (TPA) simula as condições de mastigação

do alimento na boca. Nesse método, o alimento é comprimido pelo menos duas

vezes e são obtidas variáveis mecânicas a partir de curvas força-deformação

(MATUDA, 2004). O ponto chave do método é a aplicação de força versus o

tempo/distância/deformação (CHEN; OPARA, 2013).

A Figura 2 apresenta o gráfico da curva de força-deformação para a análise

de perfil de textura (TPA) correlacionando a Força (N) versus o tempo (seg). A curva

gerada apresenta propriedades mecânicas de textura, tais como dureza,

elasticidade, coesividade, adesividade, resiliência, gomosidade, fraturabilidade,

mastigabilidade e viscosidade (HUIDOBR et al., 2005; JAWORSKA; BERNAS, 2010;

GUINÉ; BARROCA, 2012).

De acordo com Gunasekaran; Ak (2003), Matuda (2004) e Chen; Opara

(2013) as variáveis mecânicas físicas relacionam características importantes na

estrutura dos alimentos, sendo explicadas como:

• Dureza ou firmeza: força máxima que deve ser aplicada para o material atingir

a deformação;

• Coesividade: capacidade de extensão do material até que o mesmo seja

deformado antes de se romper;

• Elasticidade: tendência que o material deformado tem em voltar para o estado

inicial (não deformado);

• Mastigabilidade: força necessária para desintegrar um alimento sólido em um

estado pronto para ser engolido;

Page 23: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

8

• Fraturabilidade: força requerida para quebrar o alimento;

• Gomosidade: força necessária para desintegrar uma amostra semissólida,

• Adesividade: força necessária para que sobreponha a força de atração entre

a superfície do alimento e a superfície de contato;

• Resiliência: capacidade que o material possui em retornar à sua altura inicial.

Fonte: CHEN; OPARA, 2013.

Figura 2-Curva força-tempo da análise de perfil de textura (TPA) gerada por

analisador de textura de dupla compressão. Dureza = H, Adesividade = A3,

Coesividade = A2/A1, Fraturabilidade = B, Elasticidade = T2/T1, Mastigabilidade = H

x A2/A1 x T2/T1, Gomosidade = H x A2/A1.

As balas podem apresentar texturas diversas, variando de muito macias,

cristalizadas, com textura de corte e com rápida dissolução na boca ou, bastante

elásticas, com adesividade, sendo a mastigação prolongada e com maior tempo de

dissolução na boca. A textura das balas é variável ao longo do seu consumo,

mudando ao decorrer da mastigação, portanto, quanto maior o tempo de

permanência na boca, mais macia a bala se torna (JELTEMA; BECKLEY; VAHALIK,

2016).

A composição dos alimentos e a relação entre eles influencia a textura dos

produtos, como os teores de gordura (FADINI et al., 2003) e umidade (FIGIEL;

TAJNER-CZOPEK, 2006). No caso das balas, as matérias primas utilizadas e o

Page 24: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

9

método de fabricação afetam diretamente a textura, assim como as concentrações

de gelatina, açúcar, xarope, gordura e emulsificantes (OLIVEIRA, 2006).

A avaliação do perfil de textura dos alimentos é utilizada como parâmetro de

qualidade para a produção de diferentes produtos alimentícios, como na elaboração

de queijos (DIAMANTINO et al., 2014), doce de leite (ALCÂNTARA, 2019), pães

(RONDA et al., 2014), chocolate (OSTROWSKA-LIGĘZA, 2019). Na elaboração de

balas, esse perfil também é utilizado, como foi o caso de Avelar (2017), que estudou

a influência da incorporação de resíduos obtidos no processamento de frutas na

elaboração de confeitos drageados. O autor avaliou a textura das balas por

metodologia sensorial e instrumental e com o estudo verificou a grande influência

dos ingredientes constituintes das balas sobre os parâmetros físicos. Os resultados

obtidos na determinação da textura sensorial e instrumental foram importantes para

verificar que as balas com maior aceitabilidade eram aquelas com menor dureza.

As características da gelatina, como suas propriedades reológicas e sua

capacidade de derretimento na boca, são fundamentais para auxiliar nas texturas

desejadas dos alimentos. A gelatina está diretamente relacionada às características

de textura como dureza, elasticidade, e coesividade na produção de balas, sendo

imprescindível para o melhor entendimento da estabilidade durante o

armazenamento, uma vez que as características de textura influenciam na escolha

do produto frente aos consumidores.

3.3. Suplementação de confeitos com ingredientes funcionais

Os alimentos funcionais representam uma das áreas mais interessantes de

investigação, o que pode ser constatado pelo aumento do número de trabalhos

científicos relacionados a este assunto desde 2007 (PERRICONE et al., 2015).

Por se tratar de um segmento crescente, essa área começou a ser explorada

pela indústria de confeitos que está focada na melhoria da qualidade de seus

produtos, a fim de torná-los mais diferenciados e competitivos para atender a

demanda dos consumidores. De acordo com Gonçalves; Rohr (2009) e Batista et al.

(2017), a indústria de confeitos e balas em geral, está atenta ao advento dos

alimentos funcionais, aperfeiçoando seus produtos por meio da adição de novos

ingredientes, uma vez que seus produtos podem deixar de serem vistos como vilões

Page 25: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

10

e passar a fazer parte de um seleto grupo dentro de um mercado que cresce em

todo o mundo.

Balas de goma dietéticas, contendo ômega-3, são frequentemente

consumidas nos Estados Unidos para promover a saúde e reduzir o risco de

doenças crônicas, uma vez que são adequadas para adição de óleos marinhos,

apresentando-se como uma alternativa mais saborosa (LI; SRIGLEY, 2017).

Assim, a suplementação de balas com vitaminas, pigmentos, fibras e

microrganismos probióticos, torna-se uma alternativa promissora nesse segmento

(Quadro 1).

Quadro 1. Trabalhos relacionados à suplementação de balas e confeitos com

ingredientes funcionais

(continua)

Produto Sabor Gelificante Ingrediente

funcional Referência

Bala de “goma” Morango e

abacaxi Gelatina Cálcio e vitamina D

Tosin et al.

(2017)

Pastilha Menta Gelatina Enterococcus faecium

CRL 183

Witzler et al.

(2017)

Bala de “goma” Morango Gelatina Frutooligossacarídeo Unoki; Silva;

Silva (2017)

Bala

mastigável Araçá vermelho Gelatina Antocianinas

Vergara et al.

(2016)

Bala

mastigável Açaí Pectina Antocianinas

Souza et al.

(2016)

Bala de “goma” Morango Gelatina Isomaltose Periche et al.

(2014)

Bala de “goma” Laranja e

morango Gelatina

Ferro, cálcio, beta-

caroteno, licopeno e

vitamina C

Fontoura et

al. (2013)

Goma de

mascar Menta -

Lactobacillus reuteri

DSM 17938 e L.

reuteri ATCC PTA

5289

Keller et al.

(2012)

Page 26: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

11

Quadro 1. Trabalhos relacionados à suplementação de balas e confeitos com

ingredientes funcionais

(conclusão)

Bala

mastigável

Morango e leite

condensado - Inulina

Gonçalves;

Rohr (2009)

Bala de “goma” Morango Gelatina Polidextrose Lazzarotto

(2008)

Bala de “goma” Morango Gelatina Vitaminas A, C e E

Garcia;

Penteado

(2005)

3.3.1 Adição de bactérias probióticas em confeitos

Dentre os confeitos funcionais, temos aqueles acrescidos de bactérias

probióticas. Várias definições de probióticos foram publicadas, no entanto, a

definição aceita internacionalmente é que, probióticos são microrganismos vivos

que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à

saúde do hospedeiro (FAO/WHO, 2001). Não existe um consenso sobre a

quantidade mínima destes microrganismos a ser consumida que garanta sua

funcionalidade. Alguns autores recomendam uma quantidade maior que 106 e 107

UFC/g (BANSAL et al., 2016; HUSSAIN et al., 2016) enquanto outros sugerem uma

ingestão diária de 108 a 109 UFC por dia (BRASIL, 2008; FOLIGNÉ; DANIEL; POT,

2013; MARTINS et al., 2016), no entanto, valores inferiores podem ser aceitos desde

que comprovada a eficácia do produto (BRASIL, 2008).

Inúmeros são os benefícios à saúde atribuídos a estes microrganismos,

destacando-se a capacidade de prevenir infecções intestinais, diminuir o nível de

colesterol, melhorar o sistema imunológico, auxiliar no metabolismo da lactose,

neutralizar os efeitos de bactérias patogênicas e contribuir na absorção de cálcio e

vitaminas (PANGHAL et al., 2018).

Não há dúvida de que os alimentos contendo microrganismos probióticos

ganham cada vez mais espaço nas prateleiras dos supermercados (GRANATO et

al., 2018). Entretanto, estes produtos são em sua maioria de base láctea, havendo

uma demanda por alimentos probióticos de base não láctea direcionados à

indivíduos com galactosemia, com restrições de consumo de colesterol, com alergia

Page 27: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

12

às proteínas do leite, vegetarianos, além dos consumidores em geral (MESTRY;

MUJUMDAR; THORAT, 2011; PERRICONE et al., 2015; MARTINS et al., 2016).

Dessa forma, as indústrias de alimentos vêm associando o uso de microrganismos

probióticos em diversos alimentos não lácteos, como carnes, sucos, geleias, frutas

secas, produtos à base de vegetais, à base de cereais e leguminosas, produtos de

confeitaria e cereais matinais (SALMERÓN; THOMAS; PANDIELLA, 2015; ALVES et

al., 2017; PANGHAL et al., 2018).

Produtos de confeitaria apresentam-se como uma excelente alternativa para a

incorporação dessas bactérias, como relata Keller et al. (2012), que avaliaram a

adição das estipes DSM 17938 e ATCC PTA 5289 de Lactobacillus reuteri em goma

de mascar e sua influência sobre o mau hálito e obtiveram resultados positivos.

Toiviainen et al. (2015) administraram pastilhas de xilitol e sorbitol contendo

Lactobacillus rhamnosus e Bifidobacterium lactis a adultos jovens e saudáveis, com

o objetivo de estudar o efeito desses microrganismos na microbiota oral. Após

quatro semanas de uso, os microrganismos auxiliaram a diminuição do índice de

placa e de inflamação das gengivas, sem afetar a microbiota bucal dos indivíduos.

Pastilha adicionada de Enterococcus faecium CRL 183 e inulina foi

desenvolvida por Witzler et al. (2017). Os autores avaliaram as características

microbiológicas, físico-químicas e sensoriais das pastilhas que permaneceram

microbiologicamente seguras por 28 dias. Além disso, os autores constataram que a

bactéria probiótica resistiu à saliva e inibiu o crescimento de Streptococcus mutans

ATCC 25175, inibindo a cárie dentaria.

Estudos que avaliam a adição de microrganismos probióticos em balas de

"gomas” de gelatina são escassos. Acredita-se que o maior desafio seja manter a

estabilidade da estirpe frente à tecnologia de processamento, sendo necessário

utilizar um microrganismo que resista a etapa de tratamento térmico, além de se

manter viável durante toda vida de prateleira do produto a temperatura ambiente.

Bacillus coagulans é uma bactéria probiótica de importância para a indústria

de alimentos (CUTTING, 2011) devido a sua termorresistência e capacidade de

formar esporos, possuindo melhor viabilidade e estabilidade em comparação a

outras estirpes probióticas não esporuladas pertencentes ao gênero Lactobacillus

ssp. B. coagulans é capaz de manter sua estabilidade a elevadas temperaturas

durante o processamento e armazenamento a temperatura ambiente, além de

Page 28: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

13

sobreviver à barreira gástrica e a baixos valores de pH, o que torna a estirpe

excelente ingrediente alimentar (FARES et al., 2015). As espécies de bacilos mais

estudadas como probióticos são Bacillus subtilis, Bacillus clausii, Bacillus cereus, B.

coagulans e Bacillus licheniformis (CUTTING, 2011).

Por se tratar de uma bactéria formadora de esporos, B. coagulans têm a

capacidade de resistir às condições e meios inadequados de crescimento,

permanecendo na fase latente por muitos anos. No entanto, quando as condições de

pH, temperatura, umidade e presença de nutrientes específicos se tornam

favoráveis, suas células saem da forma esporulada e retomam a viabilidade por

meio do processo de germinação (MAATHUIS; KELLER; FARMER, 2010; SETLOW,

2014).

B. coagulans são Gram-positivos, móveis, produtores de ácido lático, catalase

positiva e anaeróbios facultativos. Sua temperatura ótima de crescimento é de 50 ºC,

crescendo entre 30 ºC e 55 ºC (KELLER et al., 2010).

Estudos comprovam que a utilização de B. coagulans como probiótico não

oferece riscos à saúde e, sim, bem-estar aos consumidores. Diversos ensaios e

testes toxicológicos foram realizados demonstrando a segurança da espécie, mesmo

quando o produto foi consumido em grandes quantidades (ENDRES et al., 2009).

Algumas formulações probióticas comerciais contendo B. coagulans estão

disponíveis, incluindo B. coagulans GBI-30 – 6086, caracterizado por sua

capacidade de sobreviver à fabricação de alimentos com tratamentos térmicos

moderados, permanecendo estáveis durante a vida de prateleira, mantendo suas

propriedades probióticas (CUTTING, 2011).

Estudos relatam que B. coagulans GBI-30 melhora os sintomas relacionados

a distúrbios gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável e gases, melhora a

resposta imunológica à infecções virais comuns das vias respiratórias e atua como

um coadjuvante na resposta aos patógenos na colite (KIMMEL et al., 2010;

FITZPATRICK et al., 2012; JURENKA, 2012).

O uso de outra estirpe de B. coagulans, MTCC 5856, foi relatado em

diferentes preparações comerciais, como em muffins de banana, waffles, cobertura

de chocolate, manteiga de amendoim e conserva de morango, durante o

processamento e armazenamento (MAJEED et al., 2016), como ingrediente

probiótico, sendo comprovado a sua elevada estabilidade a diferentes condições de

Page 29: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

14

processamento que seriam improváveis no caso de outra forma vegetativa de

probiótico (CUTTING, 2011).

Mesmo havendo na literatura alguns estudos com B. coagulans, pouco se

sabe a respeito do comportamento do mesmo em balas de “goma” de gelatina, o

que reforça a importância de mais estudos, a fim de verificar sua viabilidade após o

processamento e durante o armazenamento.

3.3.2 Utilização de polpa de frutas nativas da Mata Atlântica no processamento

de bala

De acordo com a FAO (2016), o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas,

ficando atrás da China e da Índia no ranking mundial, sendo considerado o sétimo

maior país com produção de frutas tropicais frescas, o que mostra a relevância

desse setor do agronegócio para a economia brasileira.

Grande variedade de frutas é encontrada no Brasil, apesar de muitas ainda

serem pouco conhecidas e utilizadas pela população local, com potencial de serem

amplamente comercializadas, tanto in natura como processadas (MIYAZAWA, 2009;

DONADO-PESTANA et al., 2015).

Os consumidores, cada vez mais atentos, buscam alimentos com

propriedades funcionais (SOUZA et al., 2013; PEREIRA, 2014; MAJEED et al.,

2016). Assim, o enriquecimento de balas com polpas de frutas se apresenta como

alternativa promissora de adequação das indústrias à crescente demanda do

consumidor por estes produtos (FONTOURA et al., 2013).

Técnicas de manutenção de qualidade e de elaboração de balas com valores

nutricionais agregados é tendência para as próximas décadas (BATISTA et al.,

2017). Já existem no mercado balas elaboradas com suco concentrado e polpa de

fruta, como é o exemplo da marca “Natur”, que apresenta uma linha com suco

concentrado de frutas vermelhas e de frutas amarelas, sem conservantes,

aromatizantes, corantes e adoçantes artificiais. Entretanto, poucas marcas

comercializam esse tipo de produto no país, devido ao seu elevado custo.

Entre os frutos produzidos no Brasil e que se destacam pela sua composição

nutricional, temos os da palmeira juçara (Euterpe edulis M.). A juçara é uma

palmeira amplamente distribuída na Mata Atlântica brasileira, que produz um fruto

Page 30: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

15

redondo com polpa púrpura escura que cobre uma semente dura. Apesar da sua

ampla distribuição no Brasil, frutos de juçara são muito menos consumidos que os

frutos de outras palmeiras bem conhecidas, como o açai (Euterpe oleracea)

(SCHULZ et al., 2016; MOREIRA et al., 2017).

Os frutos de juçara são usados, principalmente, para fabricação de polpa ou

suco, por apresentar atividade antioxidante, elevado teor de ácidos graxos

insaturados, compostos fenólicos e antocianinas, além da capacidade de atuar como

um aditivo natural no desenvolvimento de novos produtos funcionais como bebidas,

sorvetes ou doces (SANTANA et al., 2016; SCHULZ et al., 2016).

De acordo com Rocha (2017), frutos de juçara apresentam teores de

antocianinas que variam em torno de 167 mg de cianidina 3-glicosídeo por 100/g de

amostra (bs), valor esse muito superior ao encontrado em diversos alimentos que

são considerados ricos em antioxidantes.

Moreira et al. (2017) caracterizaram polpa de juçara e encontraram pH de

4,77, compostos fenólicos de 9778,20 mg GAE/100 g, teor de antocianinas 1203,75

mg/100 g e capacidade antioxidante de 370,93 µM Trolox/g, e destacaram as

importantes características funcionais deste fruto e de sua polpa, quando comparada

a outras frutas como açaí e acerola.

Além da juçara, outra fruta típica brasileira, produzida na Mata Atlântica, é o

maracujá (Passiflora edulis), conhecido como maracujá-amarelo (OLIVEIRA, 2015).

Além de ser consumido in natura, o maracujá é utilizado na fabricação de suco,

polpa, geleia, doce e néctar, principalmente devido ao seu sabor ácido característico

(VUOLO, 2016).

A adição de polpa concentrada de maracujá em produtos alimentícios pode

ser uma alternativa para agregar valor, oferecendo aos consumidores benefícios à

saúde, uma vez que a fruta apresenta cálcio, fósforo, sais minerais, atividade

antioxidante, vitaminas A e C, compostos fenólicos e carotenoides (ZERAIK et al.,

2010; ROTILI et al., 2013). Além disso, sua adição muitas vezes torna

desnecessário o uso de corantes e conservantes artificiais (BATISTA et al., 2017),

tornando o produto ainda mais diferenciado.

Batista et al. (2017) adicionaram polpa de maracujá em balas duras e

avaliaram suas características microbiológicas e físico-químicas. Os autores

constataram que a adição da polpa não alterou as características das balas

Page 31: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

16

produzidas, as quais apresentaram parâmetros físico-químicos e microbiológicos

semelhantes à literatura e conforme o estabelecido pela legislação.

Na produção de balas é necessário adicionar corantes e aromatizantes

artificiais, assim como em diversos alimentos e bebidas, com o intuito de melhorar a

aparência e a aceitação do produto (OLIVEIRA et al., 2010). Entretanto, a utilização

desses corantes tem sido investigada por sua elevada resistência à degradação e

potencial tóxico, promovendo efeitos alérgicos nos consumidores além de reação

asmática, insuficiência renal, hiperatividade e até mesmo câncer (ROVINA et al.,

2016).

Dessa forma, os pigmentos presentes na juçara e no maracujá poderiam

suprir a necessidade do uso de corantes artificiais, além de melhorar o sabor devido

ao seu teor de sólidos solúveis, aumentando o valor nutricional desses produtos,

sobretudo por serem amplamente consumidos pelo público infantil.

Acredita-se que a elaboração e o enriquecimento de balas de “goma” de

gelatina com B. coagulans e polpas de frutas, apresenta-se como uma alternativa

promissora de produto probiótico não lácteo, pois além de conter compostos

bioativos, as balas são bem aceitas por um público de diferentes faixas etárias.

Page 32: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

17

4. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados na Unidade de Processamento de Frutas e

Hortaliças e nos Laboratórios de Microbiologia de Alimentos, de Análise de

Alimentos e Sensorial do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF

Sudeste MG, campus Rio Pomba.

4.1. Obtenção da polpa de Juçara e elaboração da polpa de maracujá

Foi utilizado neste trabalho polpa dos frutos da palmeira Juçara (Euterpe

edulis Martius) obtida de produtores rurais da região do Bom Jardim, localizada no

município de Rio Pomba, MG.

Os frutos de maracujá (Passiflora edulis) adquiridos no comércio de Rio

Pomba foram selecionados, descartando-se frutos verdes (imaturos) e/ou com sinais

de deterioração. Posteriormente, foram higienizados, lavados em água corrente e

sanitizados por meio de imersão em solução de hipoclorito de sódio (200 mg/L)

seguido de enxágue em água potável, para remoção do excesso de cloro. A polpa

de maracujá foi obtida em liquidificador industrial (KD Eletro, Brasil), filtrada,

pasteurizada a 82 °C/1min e congelada em câmara fria a -18 °C.

4.2. Elaboração de bala de gelatina enriquecida com Bacillus coagulans

A bala foi desenvolvida por meio de ensaios preliminares baseados nos

estudos de Garcia; Penteado (2005), de Lazzarotto et al. (2008) e de Ramos (2017)

a fim de se definir a quantidade de cada ingrediente considerando os parâmetros de

aceitação sensorial do produto, almejando obter a textura adequada baseada nas

características da bala definindo, então, a formulação padrão.

Para a elaboração da bala de gelatina foi usado 30% de sacarose, 27,8% de

xarope de glicose 40E, 7% de gelatina, 20% de polpa de frutas, 15% de água, 0,1%

de citrato de sódio e 0,1% de ácido cítrico.

Inicialmente, 50% da água foi pré-aquecida com a polpa de juçara e de

maracujá (1:1) até 85 °C e, em seguida, a gelatina foi adicionada sob agitação, para

completa dissolução, sendo a mistura deixada em repouso em banho-maria a 60 °C

por 30 minutos para que ocorresse a hidratação.

Page 33: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

18

Paralelamente, o açúcar, o xarope de glicose e o citrato de sódio foram

adicionados ao restante de água e a mistura aquecida a 115 ºC para dissolução, até

atingir 86 ºBrix. Após resfriamento até, aproximadamente, 90-100 ºC, essa calda

formada foi adicionada à gelatina já hidratada contendo as polpas de frutas e

homogeneizada, sendo a mistura resfriada à 70 ºC para a adição do ácido cítrico e

mantida em banho maria por 20 minutos para que as bolhas de ar produzidas

durante a mistura de gelatina com a calda de açúcares subam para a superfície e

possam ser removidas. B. coagulans foi adicionado ao produto manualmente em

capsula contendo 109 de esporos (Schiff®, EUA), afim de obter 106 células viáveis,

quando a mistura atingiu 55 ºC, sendo imediatamente depositada em moldes de

silicone para secagem em estufa a 25 °C. Decorrido 24 horas em estufa, as balas de

gelatina foram desenformadas e mantidas por mais 24 horas, até atingirem atividade

de água (Aw) menor que 0,75 (Ramos, 2017) quando foram cobertas com açúcar de

confeiteiro (União) e ácido cítrico e armazenadas em frascos de vidro fechados

protegidos da luz.

4.3. Avaliação físico-química das balas de gelatina

A fim de caracterizar e verificar a estabilidade das balas, foram determinados

pH, acidez titulável expressa em % de ácido cítrico, atividade de água (Aw), cor

instrumental e textura (coesividade e resiliência), imediatamente após a elaboração

das balas (tempo zero) e nos tempos 15, 30, 60 e 90 dias de armazenamento à 25ºC

± 2 .

4.3.1. Determinação de pH, acidez e atividade de água

As leituras de pH foram realizadas em pHmetro digital (Tecnopon NT PHM,

Piracicaba, São Paulo, Brasil) por imersão direta do eletrodo em 10 g da amostra

diluída em 90 mL de água destilada, estabilizada a 25 ºC (ELLIS, 2016). A acidez foi

determinada por volumetria potenciométrica e convertida em % de ácido cítrico,

sendo a solução padrão de NaOH 0,1 mol/L utilizada na titulação (Impex, Diadema,

São Paulo, Brasil) até que o valor de pH atingisse 8,2 - 8,4, que equivale ao ponto

de viragem do indicador fenolftaleína (CLARK, 2016).

Page 34: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

19

A atividade de água das balas (Aw) foi determinada eletronicamente em

aparelho digital Aqualab (Decagon Devices Aqualab Lite).

4.3.2. Determinação de cor

A determinação da cor foi efetuada utilizando colorímetro Konica Minolta (CR-

10, Osaka, Japão) pela leitura direta de reflectância das coordenadas L*, a* e b*

empregando a escala CIELAB L*, por ser adotada como padrão pela Comissão

Internacional de Iluminação. Amostras das balas foram colocadas em uma placa de

vidro de borossilicato de cerca de 3,0 mm de espessura e o valor de L*, a* e b* para

cada amostra foi fornecido a partir da média de cinco leituras consecutivas em

diferentes pontos do produto. Os valores de L* variam do claro ao escuro, sendo o

valor 100, correspondente à cor branca e o valor 0 (zero) à cor preta. Os valores de

a* e b* representam os níveis de tonalidade e saturação, com + a (indicando

vermelho), - a (indicando verde), + b (indicando amarelo) e - b (indicando azul).

4.3.3. Textura

A determinação da textura das balas foi realizada conforme metodologia de

Garcia (2000), em Texturômetro Brookfield CT3 (Brookfield Engineering

Laboratories, INC. Middleboro, Massachusetts, EUA), utilizando um probe cilíndrico

em acrílico com 35 mm de diâmetro.

Foi utilizado o teste TPA (Texture Profile Analysis) com os seguintes dados

de entrada: opção em TPA, força em gramas, formato da distância em strain,

velocidades no pré-teste, teste e pós-teste de 4,0 mm/s, strain em 73%, tempo em

0,50 s. e força de disparo de 20 g. Os valores de resiliência e coesividade obtidos

foram compilados em software Texture Expert.

4.4. Avaliação de antocianinas totais e capacidade antioxidante das balas

As antocianinas totais das balas de gelatina contendo B. coagulans foram

determinadas de acordo com a metodologia descrita por Lee; Francis (1972), após a

elaboração das balas (tempo zero) e nos tempos 15, 30, 60 e 90 dias de

armazenamento a temperatura de 25 ºC ±2. Uma alíquota das amostras foi diluída

Page 35: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

20

em etanol: HCl 1,5N (85:15) v/v e a absorbância lida no comprimento de onda de

535 nm em espectrofotômetro (BEL® PHOTONICS (SP 2000UV). A diluição foi

adotada de tal modo que se obtivesse um valor de absorbância entre 0,200-0,800,

respeitando a Lei de Lambert-Beer. O espectrofotômetro foi calibrado com a solução

etanol: HCl 1,5 N (85:15).

O teor de antocianinas foi obtido pela Equação 1 e o resultado final expresso

em mg de cianidina-3-glicosídeo por 100 g de amostra.

.b.C'εA 1cm= (Equação 1)

Em que:

A = Absorbância (Abs) em 535 nm

ɛ1 cm = Coeficiênte de absortividade [98,2 L/(cm1.mg)]

b = Espessura da cubeta (1 cm)

C’ = Concentração (g/L)

Já a capacidade antioxidante foi realizada pelo ensaio TEAC (Capacidade

Antioxidante Equivalente ao Trolox), utilizando como radical catiônico ABTS•+-[2,2´-

azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácidosulfônico)], conforme metodologia proposta por

RE et al. (1999), com modificações.

A formação do cátion ABTS•+(Sigma-Aldrich, Saint Louis,Missouri, EUA) foi

obtida com 16 horas de antecedência pela mistura das soluções aquosas de 7 mM

de ABTS e 2,45 mM persulfato de potássio (Vetec, Duque de Caxias, Rio de Janeiro,

Brasil) na proporção de 1:1, ficando a mistura incubada a 25 ºC em ausência da luz.

Transcorrido o tempo de incubação, a solução foi diluída em etanol/água 80% (v/v)

até obter uma solução com absorvância de 0,700 (± 0,02) a 734 nm, em

espectrofotômetro, calibrado com solução de etanol/água 80% (v/v).

Uma curva analítica foi então obtida como antioxidante padrão trolox (Sigma-

Aldrich, SaintLouis, Missouri, EUA) em concentrações que variaram de 0 a 110 μM.

Todo o procedimento foi conduzido ao abrigo da luz. De cada solução de trolox,

alíquotas de 0,5 mL foram transferidas para tubos de ensaios, acrescentado 3,5 mL

da solução do radical (ABTS•+). A mistura foi agitada vigorosamente em vórtex,

Page 36: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

21

obedecendo um período de incubação de 6 minutos e posterior determinação da

absorvância a 734 nm.

Foram realizadas três diluições sequenciais para construção da curva da

amostra, com a finalidade de obter, após a reação, absorvância na faixa da curva

analítica. Os volumes e procedimentos seguiram a mesma conduta praticada na

curva padrão. Com os resultados de absorvância obtidos para cada amostra, foi

construído um gráfico de concentração da amostra (g de amostra/L) vs absorvância.

A absorvância equivalente a 50 μM/L (trolox 50 μM/L) foi utilizada para

determinação da TEAC da curva padrão de trolox. O valor obtido foi utilizado com o

substituinte na equação da reta da curva da amostra, sendo encontrada a massa de

amostra (g) equivalente a 50 μM/L. Este dado foi previamente corrigido em μM/L

equivalente de trolox por grama de amostra (TEAC). O coeficiente de determinação

da curva analítica foi de R2= 0,9997

4.5. Análises microbiológicas das balas

4.5.1. Coliformes termotolerantes e Salmonella sp.

Foram realizadas análises microbiológicas de coliformes termotolerantes (45

°C) pela técnica do Número Mais Provável de acordo com Kornacki et al. (2001)

após a elaboração das balas (tempo zero) e nos tempos 15, 30, 60 e 90 dias de

armazenamento e de Salmonella sp. conforme Andrews et al. (2001), nos tempos 0

e 90 dias de armazenamento.

4.5.2. Viabilidade de B. coagulans nas balas de gelatina

Amostras de 25 g das balas, foram homogeneizadas em 225 mL de solução

salina peptonada [0,85% de NaCl (Synth, Diadema, São Paulo, Brasil) e 0,1% de

peptona (Acumedia, Michigan, EUA)] obtendo-se a diluição 10-1. Posteriormente,

foram realizadas diluições seriadas. A contagem foi efetuada pelo método de

plaqueamento em profundidade adicionando 1,0 mL das respectivas diluições e

derramando pequena quantidade de Ágar Triptona de Soja (TSA) em placas de Petri

Page 37: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

22

(Cial, Paulina, São Paulo, Brasil) que foram mantidas a 50 ºC por 72 horas (SILVA et

al., 2017). Após a incubação foi realizada a contagem das unidades formadoras de

colônias (UFC) para determinar a população de bactéria probiótica nas balas. A

avaliação da viabilidade foi realizada logo após a elaboração das balas (tempo 0) e

nos tempos 15, 30, 60 e 90 dias de armazenamento à temperatura de 25ºC ±2.

Coloração de Gram e avaliação da morfologia foram realizadas para confirmação de

B. coagulans.

4.6. Simulação in vitro das condições gastrointestinais

Para simulação in vitro das condições gastrointestinais foi adotada

metodologia descrita por Bendani; Rossi; Saad (2013), sendo esta realizada logo

após a elaboração das balas de gelatina com B. coagulans (tempo 0) e nos tempos

30, 60 e 90 dias de armazenamento.

Na primeira etapa do estudo in vitro foi simulada a fase gástrica partindo de

uma diluição 10-1 das amostras em solução salina 0,85%. Alíquotas de 10 mL foram

transferidas para frascos de diluição de 100 mL. O pH foi ajustado para 2,3 – 2,6

com HCl 1 mol/L (Impex, Diadema, São Paulo, Brasil), sendo adicionado aos frascos

3 g/L de pepsina (isolada de mucosa gástrica de porco, Sigma-Aldrich) e 0,9 mg/L

de lipase (Amano lipase G, isolada de Penicillium camemberti, Sigma Aldrich),

respectivamente, e procedendo-se a um período de incubação de 2 horas a 150 rpm

em incubadora com agitação (Tecnal TE – 424, Piracicaba, São Paulo, Brasil) a 37

ºC.

Passado o período de incubação, teve início a simulação do intestino delgado

(fase entérica I), em que o pH foi ajustado para 5,4 – 5,7, utilizando-se solução de

fosfato de sódio pH 12 [150 mL de NaOH 1 mol/L (Vetec, Duque de Caxias, Rio de

Janeiro, Brasil); 14 g de NaH2PO4. 2H2O (Vetec, Duque de Caxias, Rio de Janeiro,

Brasil)] contendo bile (bile bovina, Sigma-Aldrich) e pancreatina (pancreatina isolada

de pâncreas de suíno, Sigma-Aldrich), na proporção de 10,0 g/L e 1,0 g/L,

respectivamente. Os frascos foram incubados novamente por 2 horas, nas mesmas

condições citadas anteriormente.

Após 4 horas do início do teste in vitro, foi simulado o intestino grosso (fase

entérica II), sendo o pH ajustado para 6,8 – 7,2 utilizando a mesma solução alcalina

Page 38: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

23

contendo bile (10,0 g/L) e pancreatina (1,0 g/L). Um terceiro período de incubação

foi realizado nas mesmas condições, totalizando 6 horas de ensaio. Ao final de cada

ciclo de incubação (2, 4 e 6 horas), os quais corresponderam às simulações das

fases gástrica e entéricas I e II, foram realizadas contagens padrão em placa das

amostras por plaqueamento em profundidade em TSA para verificar a viabilidade do

probiótico. As placas de Petri foram incubadas a 50 ºC por 72 horas. Os resultados

das contagens em placa foram expressos em Log UFC/g.

4.7. Aceitabilidade sensorial e intenção de compra das balas de gelatina

contendo B. coagulans

A avaliação sensorial foi realizada no laboratório de análise sensorial no

Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF Sudeste - MG, Campus

Rio Pomba, após o resultado das análises microbiológicas do produto para garantir a

segurança dos provadores. A inclusão dos provadores ao estudo ocorreu após

análise do projeto pelo Comitê de Ética do IF Sudeste MG, a fim de garantir a

segurança dos julgadores pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

cujo código é CAAE 92732418.2.0000.5588. Todos os julgadores foram informados

acerca do experimento e assinaram o TCLE, garantindo que sua identidade não

fosse revelada e que os dados de aceitação serão utilizados para publicação,

codificando os julgadores com letras ou números.

Os julgadores receberam uma ficha em que foi solicitado a indicação do seu

julgamento em relação à aceitação da bala para os atributos aroma, sabor, cor,

doçura, textura e impressão global utilizando a escala hedônica não estruturada de

nove pontos, variando de “gostei extremamente” a “desgostei extremamente”

conforme Stone; Bleibaum; Thomas (2012). Foi avaliada, ainda, a intenção de

compra dos julgadores sobre o produto em uma escala de cinco pontos, variando de

5 (certamente compraria) a 1 (certamente não compraria), segundo Meilgaard;

Civille; Carr (2006).

As amostras foram codificadas com três dígitos e a análise feita sob luz

branca, nos tempos 0 e após 90 dias de fabricação com 100 provadores não

treinados. Os dados do teste de aceitação e intenção de compra foram analisados

por análise de variância (ANOVA) e teste Tukey ao nível de significância de 5%.

Page 39: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

24

4.8. Análise Estatística

As análises de acidez, pH, atividade de água, cor, textura e antocianinas

foram avaliadas utilizando-se análise de variância por meio do delineamento

inteiramente casualizado (DIC), com 3 repetições, e esquema fatorial 1x5, sendo um

tratamento e 5 tempos de armazenamento. As diferenças entres as médias dos

tratamentos, quando significativas, foram comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05).

Para a determinação de compostos fenólicos totais foram realizadas análise

de variância por meio do DIC, com 3 repetições e um fator com 5 tempos de

armazenamento. As diferenças entre as médias dos tratamentos, quando

significativas, foram comparadas pelo teste de Tukey.

Para análise da viabilidade e sobrevivência de B. coagulans foi utilizado DIC

com 3 repetições. Após realização da análise de variância, as médias dos diferentes

tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey.

Os dados do teste de aceitação para os diferentes atributos foram analisados

em Blocos inteiramente Casualizados (DBC) comparando dois tempos de

armazenamento. As médias dos diferentes tempos de armazenamento foram

comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05).

As análises estatísticas foram realizadas considerando o nível de 5% de

probabilidade usando o software STATISTICA 13.0 (TIBCO Software Inc, 2017).

Page 40: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

25

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Características físico-químicas das balas de gelatina sabor juçara e

maracujá adicionadas de B. coagulans

5.1.1 pH, acidez e Aw

Os valores de pH e acidez das balas não diferiram significativamente (p>0,05)

ao longo do tempo, sendo verificado estabilidade até o final do período de

estocagem (Tabela 1).

A faixa ideal de acidez das balas, de acordo com indicações de fornecedores

de matérias-primas, varia de 2,8 a 3,4 mL de solução normal de NaOH/100g

(LAZZAROTTO et al., 2008). Verificou-se que as balas de gelatina desenvolvidas no

presente estudo apresentaram acidez média de 1,53% de ácido cítrico, equivalente

a 3,2 mL de solução normal de NaOH/100 g gasto na titulação, valor considerado

adequado conforme especificações de fornecedores.

Batista et al. (2017) avaliaram o pH e a acidez de balas comestíveis

adicionadas de polpa de maracujá e verificaram valores de pH médio de 3,16 ± 0,05

e acidez média de 0,66 ± 0,02 g/ 100 g de ácido cítrico, valores esses abaixo dos

encontrados no presente estudo e que pode estar relacionado a presença de

diferentes ácidos nas frutas. De acordo com estudo feito por Garcia e Penteado

(2005) a adição de ácido à formulação influencia diretamente nos valores de pH de

balas de goma a base de gelatina.

Com relação à atividade de água, Aw, observou-se que os valores variaram

de 0,73 ± 0,02 a 0,71 ± 0,01 do inicio (tempos 0) ao final da vida de prateleira das

balas (90 dias) (Tabela 1), não havendo alteração significativa (p>0,05) entre os

tempos avaliados. Portanto, o armazenamento foi adequado, evitando a absorção ou

perda de água expressiva ao longo do tempo, o que é fundamental para conservar e

aumentar a vida útil de produtos alimentícios, diminuindo a deterioração ao longo do

tempo (SPANEMBERG, 2010).

Mutlu; Tontul; Erbas (2018) constataram valores de Aw de 0,74; 0,70 e 0,70,

em balas a base de gelatina sabores laranja, morango e amora preta,

respectivamente, semelhantes aos resultados do presente estudo.

Page 41: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

26

As balas de gelatina foram secas a 25 °C por 48h, até que Aw atingisse um

valor menor que 0,75 conforme Ramos (2017). No processo de secagem, a água é

removida pelo calor, reduzindo a atividade de água de modo que o crescimento de

microrganismos seja inibido (GOKHALE; LELE, 2011). Além disso, a atividade da

água indica a fração de umidade total de um produto que é livre e,

consequentemente, disponível ao crescimento microbiano e à diferentes reações

químicas que podem afetar a estabilidade dos produtos (PERICHE et al., 2014).

Dessa forma, de acordo com os resultados obtidos, as balas de gelatina

podem ser classificadas como alimentos ácidos e com atividade de água

intermediária (De MOURA et al., 2019).

A presença da cultura probiótica não afetou os parâmetros físico-químicos

estudados ao longo do tempo. B. coagulans é capaz de produzir endósporo,

melhorando a estabilidade do produto durante o processamento e armazenamento.

Além disso, em muitos produtos alimentícios, a germinação dos esporos não ocorre.

Portanto, a qualidade dos alimentos não é afetada devido ao seu metabolismo

inativo (FARES et al., 2015).

Tabela 1. Resultados médios de pH, acidez e atividade de água (Aw) de balas de

gelatina sabor juçara e maracujá adicionadas de B. coagulans

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

5.1.2 Cor

Não houve diferença significativa (p>0,05) para luminosidade (L*) ao longo do

período de armazenamento, evidenciando que B. coagulans, bem como o tempo de

estocagem, não promoveram o escurecimento das balas (Tabela 2). As

Dias pH % Ácido cítrico Aw

0 3,83 ± 0,05 a 1,52 ± 0,02 a 0,73 ± 0,02 a

15 3,87 ± 0,07 a 1,69 ± 0,24 a 0,72 ± 0,005 a

30 3,81 ± 0,01 a 1,59 ± 0,25 a 0,71 ± 0,01 a

60 3,87 ± 0,06 a 1,34 ± 0,23 a 0,71 ± 0,02 a

90 3,81 ± 0,1 a 1,53 ± 0,79 a 0,71 ± 0,01 a

Page 42: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

27

coordenadas a* e b* também não diferiram (p>0,05) ao longo do tempo (Tabela 2),

evidenciando ausência de alteração na coloração do produto.

Tabela 2. Valores médios e desvio padrão das coordenadas de cor L*, a* e b* de

balas de gelatina sabor juçara e maracujá contendo B. coagulans

Dias Coordenadas de cor

L* a* b*

0 16,95 ± 1,35 a 4,41 ± 0,25 a 1,18 ± 0,46 a

15 21,51 ± 7,12 a 3,80 ± 0,26 a 1,56 ± 0,09 a

30 21,9 ± 1,70 a 4,01 ± 0,16 a 1,30 ± 0,56 a

60 19,93 ± 0,70 a 3,93 ± 0,34 a 0,80 ± 0,20 a

90 21,07 ± 3,18 a 4,74 ± 0,69 a 1,17 ± 0,54 a

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

A cor é uma característica importante na avaliação sensorial de produtos

alimentícios, influenciando na aceitação ou rejeição de um produto e o

caracterizando em relação a sua qualidade nos mercados (TEIXEIRA, 2009). O

parâmetro L* está relacionado à luminosidade, podendo variar do preto (0) ao

branco (100). As balas apresentam valores próximos a cores mais escuras. Já a

coordenada a*, é a medida do croma no eixo das cores vermelho a verde

(TAKATSUI, 2011), sendo que valores positivos indicam coloração avermelhada,

resultado encontrado nas balas de juçara e maracujá avaliadas.

A junção de todos os parâmetros avaliados indicou visualmente uma

coloração próxima do roxo escuro, fato esse devido à adição da polpa de juçara às

balas. Mesmo utilizando proporção igual de polpa de juçara e maracujá no produto,

a pigmentação das balas foi predominantemente relacionada à dos frutos da

palmeira juçara, os quais, segundo Schulz (2016), quando maduros, tendem à

coloração arroxeada devido ao elevado teor de antocianinas.

Portanto, a adição de polpa de juçara e maracujá nas balas de gelatina

adicionadas de B. coagulans apresenta-se como uma alternativa viável e

promissora, podendo ser utilizada em substituição aos corantes sintéticos, em

função da estabilidade durante a estocagem.

Page 43: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

28

5.1.3 Textura

Por meio da determinação do perfil de textura das balas de gelatina

adicionadas de B. coagulans foram obtidos os parâmetros coesividade e resiliência

e, conforme apresentado na Tabela 3, os valores não diferiram (p>0,05) durante

toda a vida de prateleira.

Tabela 3. Valores médios de resiliência e coesão de balas de gelatina contendo B.

coagulans

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

Santos (2014) observou que a coesividade de gomas de mascar sabor menta

foi de 0,86, próximo ao encontrado para as balas de gelatina adicionadas de B.

coagulans.

Diferentes parâmetros de textura em balas de gelatina contendo sucos de

laranja, morango e amora preta foram avaliados por Mutlu; Tontul; Erbas (2018). Os

autores constataram que apenas a coesividade (0,93/0,94/0,90) não foi afetada pela

concentração de gelatina utilizada (15, 20 e 25%). Todos os valores reportados

pelos autores foram superiores aos de coesividade encontrados no presente

trabalho, o que pode estar relacionado ao teor de gelatina utilizada.

5.1.4. Antocianinas totais e capacidade antioxidante

Não foi verificado alteração significativa (p>0,05) das antocianinas totais e

capacidade antioxidante ao longo do período de estocagem das balas (Tabela 4), o

Dias Resiliência Coesão

0 0,42 ± 0,12 a 0,78 ± 0,10 a

15 0,45 ± 0,10 a 0,81 ± 0,08 a

30 0,44 ± 0,08 a 0,85 ± 0,07 a

60 0,49 ± 0,03 a 0,86 ± 0,07 a

90 0,35 ± 0,08 a 0,85 ± 0,03 a

Page 44: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

29

que revela a manutenção destes compostos bioativos no produto ao longo dos 90

dias avaliados.

Tabela 4. Valores médios de antocianinas totais e capacidade antioxidante e desvio

padrão das balas de gelatina contendo B. coagulans

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

As antocianinas e a capacidade antioxidante são facilmente degradadas

durante a elaboração e estocagem de produtos alimentícios por fatores como pH,

temperatura, enzimas, ácido ascórbico, oxigênio, dióxido de enxofre e íons metálicos

(RIBEIRO; MENDES; PERERIRA, 2011).

No presente estudo, o pH ácido das balas pode ter contribuído para a

manutenção desses compostos bioativos durante a vida de prateleira, uma vez que

a estabilidade das antocianinas é maior em soluções ácidas, além do produto sem

mantido sob ausência de luz (MALACRIDA; MOTTA, 2006; CASTAÑEDA-OVANDO

et al., 2009). Alterações não significativas dos parâmetros de cor também estão

relacionadas à estabilidade das antocianinas, resultado desejável no

desenvolvimento desse produto.

A determinação da capacidade antioxidante é útil para avaliar a ação que os

compostos bioativos exercem na proteção do organismo contra os efeitos deletérios

provocados por reações e/ou processos envolvendo radicais livres e outras

moléculas oxidantes (FERRARI, 2010; BORGES et al., 2013).

As antocianinas possuem capacidade antioxidante associada à proteção do

organismo, atuando na melhoria da circulação sanguínea, proteção contra radicais

livres e combate ao envelhecimento, diminuição do acúmulo de gordura nas artérias

Dias Antocianinas

(mg.100g-1)

Capacidade Antioxidante

(µM TROLOX g -1)

0 166,7 ± 5,02 a 254,30 ± 42,08 a

15 158,4 ± 37,30 a 249,34 ± 17,14 a

30 146,93 ± 15,83 a 250,67 ± 37,07 a

60 130,53 ± 13,45 a 231,80 ± 16,54 a

90 128,63 ± 9,29 a 228,89 ± 10,28 a

Page 45: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

30

e auxílio na prevenção de câncer (NILE; PARK, 2014). Segundo Pereira (2016), os

frutos da palmeira-juçara apresentam elevados teores de antocianinas (1261,88 mg/

100 g) e capacidade antioxidante (454,15 μM eq Trolox/g).

Não existe uma recomendação diária do consumo de antocianinas, mas

segundo a “European Food Safety Authority” (EFSA) e o “FAO/WHO Expert

Committee on Food Additives” (JECFA), a quantidade de 2,5 mg de antocianinas da

casca de uva por Kg de peso corpóreo deve ser consumida como aditivo alimentar

(EFSA JOURNAL, 2013).

Estudando o maracujá, Rotili et al. (2013) verificaram que a fruta apresenta,

aproximadamente, 31 mg EAA/100 mL de DPPH, 20 mg EAG/100 mL de fenóis

totais, entre 40-50 mg/100 mL de β-caroteno e entre 20-25 mg/100 mL de ácido

ascórbico, o que o caracteriza em um poderoso antioxidante solúvel em água,

auxiliando no fortalecimento do sistema imunológico e prevenção do envelhecimento

(WIJERATNAM, 2016). Assim, deve-se considerar que a adição de polpa de

maracujá contribuiu para a manutenção da capacidade antioxidante das balas sabor

juçara e maracujá.

Na literatura não foram evidenciados trabalhos em que as polpas de juçara e

maracujá tenham sido utilizadas na formulação de balas contendo B. coagulans, por

isso sua adição é uma alternativa viável para indústria, bem como para a saúde dos

consumidores.

5.2 Avaliação da qualidade microbiológica das balas de gelatina

As balas de gelatina apresentam contagem de coliformes termotolerantes <

1,0 x 10-1 NMP/g, sendo inferior ao máximo permitido, e ausência de Salmonella sp

em 25 g do produto, estando de acordo com a RDC nº 12 (BRASIL, 2001) que

estabelece os padrões de seguridade microbiológica para alimentos, indicando que

as preparações foram microbiologicamente seguras para consumo humano.

As amostras das balas analisadas se apresentaram em perfeitas condições

de consumo, não oferecendo riscos aos consumidores. Estes resultados

demonstram que os frutos utilizados estavam sadios e foram corretamente

higienizados e processados. A utilização de calor no processamento e a baixa

acidez também contribuíram para a conservação do produto, além da presença de

Page 46: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

31

sacarose na formulação, que aumenta a pressão osmótica do meio, tornando a água

indisponível para o desenvolvimento de bactérias, bolores e leveduras, atuando na

conservação.

5.2.1 Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara com

maracujá

O tempo de armazenamento não influenciou (p>0,05) a viabilidade da bactéria

probiótica na bala (Figura 3).

As contagens de B. coagulans foram superiores a 6,4 Log UFC/g ao longo

dos 90 dias de armazenamento (Figura 3). Apesar de não existir um consenso da

quantidade mínima de microrganismos probióticos necessária para proporcionar

efeitos benéficos ao consumidor (FOLIGNÉ; DANIEL; POT, 2013), o que é discutido

por Martins et al., 2016, alguns autores consideram que a quantidade necessária

seja > 106 UFC/g do alimento (HUSSAIN et al., 2016).

Figura 3- Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara e maracujá,

armazenadas por 90 dias.

A ingestão de 30 g das balas contendo B. coagulans poderá fornecer ao

consumidor no mínimo 7,4 Log UFC. Portanto, com base na literatura internacional

consultada, as balas de gelatina são um veículo promissor do probiótico B.

coagulans GBI-30 6086.

Page 47: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

32

Os microrganismos probióticos podem estar presentes nos alimentos na

forma vegetativa ou na forma de esporos. A forma de esporos é mais resistente à

elevadas temperaturas, umidade, acidez, prazo de validade e condições ambientais

negativas durante a fabricação dos alimentos do que a forma vegetativa

(NYANGALE et al., 2014).

O tratamento térmico não é aplicável a maioria dos alimentos probióticos

comerciais devido à sensibilidade das culturas ao calor, fator que afeta a viabilidade

e a estabilidade do microrganismo. No entanto, esse problema pode ser superado

pelo uso de probióticos esporulados (NYANGALE et al., 2014).

Fares et al. (2015) avaliaram o desenvolvimento de uma massa alimentícia

funcional utilizando B. coagulans GBI-30, 6086, por meio de análises químicas,

nutricionais e microbiológicas do produto final e constataram que a estirpe

permaneceu viável durante os processos de elaboração e cozimento das massas,

com contagem de 9,0 Log UFC/100 g, suficiente para exercer efeitos benéficos aos

consumidores.

B. coagulans atrai a atenção de pesquisadores e da indústria por ser uma

bactéria formadora de esporos cada vez mais utilizada por suportar elevadas

temperaturas, apresentar estabilidade durante o armazenamento, além de

apresentar alta resistência (KONURAY; ERGINKAYA, 2018). Essas características

fazem com que a cultura seja indicada como uma escolha ideal para o

desenvolvimento de alimentos funcionais, uma vez que mantem a viabilidade em

altas temperaturas (FARES et al., 2015; HOSSEINI; PILEVAR, 2017), sendo usado

no desenvolvimento de produtos inovadores no segmento de probióticos, se

destacando em comparação com outras espécies não esporuladas como

Lactobacillus sp. e Bifidobacterium sp. (KARU; SUMERI, 2016; ELSHAGHABEE et

al., 2017; SOARES, 2017).

5.3 Sobrevivência de B. coagulans às condições gastrointestinais simuladas in

vitro

A sobrevivência de B. coagulans nas balas foi avaliada pelo ensaio in vitro de

resistência do microrganismo frente às condições gastrointestinais. O ensaio foi

analisado entre as diferentes fases (gástrica, entérica I e entérica II) de simulação ao

Page 48: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

33

estresse gastrointestinal em um mesmo tempo de análise (T0, T30, T60, T90) e

dentro de mesma fase ao longo da vida de prateleira.

Analisando o comportamento de B. coagulans nas diferentes fases ao longo

do período de estocagem das balas, verificou-se que não houve interação

significativa (p>0,05) entre fases do ensaio in vitro e tempo de estocagem das balas

(Figura 4), mas houve diferença significativa entre as fases (p<0,05).

Verificou-se diferença da fase gástrica para fases entéricas I e II (p<0,05)

(Figura 4), sendo a viabilidade média da cultura na fase gástrica de 6,57 Log UFC/g,

aumentando para 6,83 Log UFC/g e 6,82 Log UFC/g nas fases entéricas I e II,

respectivamente (Figura 4 ).

A viabilidade do probiótico durante a exposição ao estresse gástrico em pH

2,0 – 2,5 foi menor comparado as fases entéricas I, em que o pH foi ajustado para

5,4 – 5,7 e fase entérica II, em que o pH foi ajustado para 6,8 – 7,2 (Figura 4), as

quais simulam o intestino delgado e grosso, respectivamente. Essa diferença é

explicada em função do pH ótimo para o crescimento de B. coagulans ser igual a

7,0, podendo apresentar crescimento entre valores de pH de 4 a 11 (DE CLERCK et

al., 2004; DRAGO; DE VECCHI, 2009).

A incorporação de microrganismos probióticos em uma matriz alimentar

requer estudos sobre sua sobrevivência durante as condições de processamento e

armazenamento industrial e durante as condições de estresse durante o trânsito

gastrointestinal para o local da ação (Bernat et al., 2015), daí a importância de

realizar estudos in vitro simulando a digestão, a fim de garantir a ação efetiva dos

probióticos.

B. coagulans formadores de esporos podem suportar condições adversas

decorrentes da acidez do estômago (URIOT et al., 2016) e dos sais biliares no trato

gastrointestinal, bile duodenal e jejunal, suco gástrico pancreático e secreções

digestivas (HONDA et al.,2011; ZAID, 2018), além de condições adversas as quais o

produto é submetido, como altas temperaturas, pH baixo, escassez de nutrientes,

entre outros. B. coagulans é um microrganismo termófilo facultativo, o que também

contribui para sua viabilidade no intestino.

Page 49: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

34

Figura 4- Viabilidade de B. coagulans em balas de gelatina sabor juçara e maracujá

após diferentes fases do ensaio in vitro de resistência gastrointestinal em diferentes

tempos.

Soares (2019) estudou o comportamento dos probióticos: Lactobacillus

paracasei PXN 37, Lactobacillus acidophilus La-5, Bifidobacterium animalis ssp lactis

Bb-12, Bifidobacterium breve PXN 25, Bacillus subtilis PXN 21, Bacillus coagulans

GBI30 6086 e Bacillus coagulans MTCC 5856 em diferentes matrizes, entre elas,

suco de laranja pasteurizado. Foi avaliada a resistência dos microrganismos frente

às condições simuladas do trato gastrointestinal (pH 2, 5 e 7), no início e final dos

sete dias de estocagem do suco a 6 °C. O autor constatou que os esporos de

bacilos apresentaram maior sobrevivência (> 80%) em relação às bactérias láticas e

bifidobactérias, sendo a população de B. coagulans GBI-30 6086 no inicio e no final

da vida de prateleira de 8,2±0,1 e 7,9±0,1 Log UFC/mL, respectivamente.

Apesar de existirem na literatura alguns estudos com B. coagulans em

alimentos, é desconhecido o seu comportamento em balas de “goma” de gelatina

sabor juçara e maracujá. Assim, os resultados obtidos sugerem que as balas

desenvolvidas representam um excelente veículo da bactéria probiótica, uma vez

que porções de 100 g oferecem 8,82 Log UFC/g do microrganismo.

Page 50: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

35

5.4 Análise sensorial

A avaliação sensorial foi uma ferramenta importante para verificar a influência

da adição das polpas de frutas como corantes, saborizantes e aromatizantes

naturais, além da influência de B. coagulans nas balas de gelatina.

Os atributos sensoriais doçura, aroma, textura e cor das balas, apresentaram

escores médios entre 7 (gostei moderadamente) e 8 (gostei muito), não havendo

influência significativa (p>0,05) do tempo de armazenamento (Tabela 5). Entretanto,

o atributo sabor diferiu significativamente (p<0,05) com o passar do tempo de

armazenamento, ocorrendo maior aceitação pelos provadores no tempo 90 dias.

A avaliação global apresentou escore médio de 8,05 (T0 dias) e 8,29 (T90

dias) situando entre os termos hedônicos “gostei extremamente” a “gostei muito”,

com maior preferência pelos provadores no final da vida de prateleira (p<0,05). De

modo geral, os resultados da avaliação sensorial indicam que as balas sabor juçara

e maracujá contendo B. coagulans apresentam excelente aceitabilidade.

As balas de gelatina adicionadas de B. coagulans também apresentaram-se

satisfatórias quanto à intenção de compra (Tabela 5), sugerindo um produto com

potencial de mercado no ramo de balas e confeitos, por apresentar termos

descritores entre “possivelmente compraria” (4) a “certamente compraria” (5). Não

houve diferença de intenção de compra entre o início e o final do período de

armazenamento do produto (p>0,05), mostrando que os julgadores comprariam a

bala independente do tempo.

Dessa forma, podemos afirmar que a mistura de polpa de juçara e maracujá,

assim como a adição do probiótico, influenciou, positivamente, a formulação das

balas a base de gelatina, contribuindo positivamente para o desenvolvimento das

balas.

Page 51: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

36

Tabela 5. Escores médios obtidos para os atributos sensoriais de balas de gelatina

contendo B. coagulans

Atributos Tempo 0 dias Tempo 90 dias

Doçura 7,98 ± 1,13 a 8,13 ± 0,94 a

Aroma 7,96 ± 1,02 a 8,17 ± 0,82 a

Sabor 7,90 ± 1,11 a 8,29 ± 0,87 b

Textura 7,98 ± 1,04 a 8,13 ± 1,03 a

Cor 7,98 ± 1,14 a 8,24 ± 0,81 a

Impressão global 8,05 ± 0,90 a 8,29 ± 0,75 b

Intenção de Compra 4,21 ± 0,83 a 4,36 ± 0,71 a

Letras iguais na mesma linha não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

Page 52: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

37

6. CONCLUSÃO

Foi possível elaborar balas de gelatina utilizando polpas de juçara e maracujá

adicionadas de B. coagulans.

Não houve alteração das características físico-químicas das balas,

demonstrando a estabilidade do produto, o que é de suma importância do ponto de

vista industrial.

As antocianinas totais, compostos bioativos presentes nos frutos de juçara, se

mantiveram estáveis durante a vida de prateleira do produto, além da capacidade

antioxidante, proveniente destes pigmentos e da polpa de maracujá.

As polpas de juçara e maracujá atuam como um aditivo natural nas balas de

gelatina, sendo fonte de sabor e de corante no desenvolvimento desses novos

produtos funcionais, tornando o uso de saborizantes e corantes artificiais

desnecessários, uma vez que a utilização desses compostos tem sido investigada

devido seu potencial tóxico, por promover efeitos alérgicos e patologias em

consumidores.

Em relação aos parâmetros microbiológicos, as balas de gelatina estavam

aptas para o consumo humano e o produto é considerado um ótimo carreador de B.

coagulans, que apresentou contagens superiores às de outros microrganismos em

produtos reconhecidos como probióticos.

As balas elaboradas atendem aos pré-requisitos de sobrevivência do

probiótico em ensaio in vitro, preconizados pela FAO, uma vez que populações

acima de 6,82 Log UFC/g chegaram viáveis à fase entérica II, indicando a

potencialidade da matriz carreadora.

As balas de gelatina sabor juçara e maracujá são bem aceitas, com notas

médias acima de 7,9 na escala hedônica de nove pontos e acima de 4,0, na

intenção de compra sendo, portanto, um produto potencial para o segmento de

confeitos alimentícios.

Este estudo revela que a utilização de polpas de frutas em balas de gelatina

é viável por atrair o público cada vez mais exigente, de diferentes faixas etárias,

que preza por saúde e bem-estar. Além disso, o enriquecimento de confeitos com

B. coagulans é uma alternativa inovadora e promissora para a indústria de balas,

Page 53: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

38

por expandir a gama de alimentos probióticos e ampliar as possibilidades de

escolha dos indivíduos com restrições alimentares.

Page 54: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABICAB. Associação Brasileira da Indústria de chocolates, cacau, amendoim, balas e derivados. Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoito. Doce revista, v. 259, p.16, 2017. ALCÂNTARA, V. M.; PESSOA, M. O. P. M. O.; JÚLIA, A. J. D. B. A.; ARAÚJO, B., HERBERT, V. H. D. A. R.; SANTOS, N. C. S. C. Elaboração, estudo microbiológico e perfil de textura de doces de leite caprino saborizados com ameixa (Prunus domestica L.). Revista Craibeiras de Agroecologia, v. 4, n. 1, p. 7663, 2019. ALVES, N.N.; SANCHO, S.O.; SILVA, A.R.A.; DESOBRY, S.; COSTA, J.M.C.; RODRIGUES, S. Spouted bed as an efficient processing for probiotic orange juice drying. Food Research International, v.101, p.54–60, 2017. AMJADI, S.; GHORBANI, M.; HAMISHEHKAR, H.; ROUFEGARINEJAD, L. Improvement in the stability of betanin by liposomal nanocarriers: Its application in gummy candy as a food model. Food Chemistry, v.256, p.156-162, 2018. ANDREWS, W.H.; FLOWER, R.S.; SILLIKER, J.; BAILEY, J.S. Salmonella. In: DOWNES, F.P; ITO, K. (Ed.). Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. 4 ed. Washington, DC: American Public Health Association – APHA, 2001. chapter 2, p.357-380. AOAC. Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists international. 20.ed. Rockville, USA: AOAC International, chapter 42, p.1-14, 2016. AVELAR, M. H. M. Aproveitamento de subprodutos do processamento de frutas na coloração de confeitos drageados duros. 2017. 135p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. 2017. AVELAR, M.H.M.; RODRIGUES, C.G.; ARRUDA, A.C.; SILVA, E.C.; CARLOS, L.A. Desenvolvimento de balas de goma elaboradas com frutas do Cerrado. Magistra, v.28, n.1, p. 514-521, 2016. BANSAL, S.; MANGAL, M.; SHARMA, S.K.; YADAV, D.N.; GUPTA, R.K. Optimization of process conditions for developing yoghurt like probiotic product from peanut. LWT - Food Science and Technology, v.73, p.6-12, 2016. BATISTA, L.N.; LIMA, E.J.; FERREIRA, R.S.; NETO, J.F.; OLIVEIRA, D.M.; MONTEIRO, A. R.G. Adição de polpa de maracujá na elaboração de balas comestíveis. Revista Principia, v.1, n.37, p.27-33, 2017. BENDANI, R.; ROSSI, E.A.; SAAD, S.M.I. Impact of inulin and okara on Lactobacillus acidophilus La-5 and Bifidobacterium animalis Bb-12 viability in a fermented soy

Page 55: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

40

product and probiotic survival under in vitro simulated gastrointestinal conditions. Food Microbiology, v.34, p.382-389, 2013. BERNAT, N., CHÁFER, M., CHIRALT, A., & GONZÁLEZ-MARTÍNEZ, C. (2015). Development of a non-dairy probiotic fermented product based on almond milk and inulin. Food Science Technology International, 21, 440-453. BORGES, G. S. C.; GONZAGA, L. V.; JARDINI, F. A.; FILHO, J. M.; HELLER, M.; MICKE, G.; COSTA, A. C. O.; FETT, R. Protective effect of Euterpe edulis M. on Vero cell culture and antioxidante evaluation based on phenolic using HPLC – ESIMS/MS. Food Research International, v. 51, p. 363-369, 2013. BRASIL. Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde, novos alimentos/ingredientes, substâncias bioativas e probióticos: IX lista de alegações de propriedade funcional aprovada, atualizada em julho/2008. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 265, de 22 de setembro de 2005. Aprova o Regulamento Técnico para alas, bombons e gomas de mascar. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 set. 2005. CASTANEDA-OVANDO, A., DE LOURDES PACHECO-HERNÁNDEZ, M.; PÁEZ-HERNÁNDEZ, M. E.; RODRÍGUEZ, J. A.; GALÁN-VIDAL, C. A. Chemical studies of anthocyanins: A review. Food chemistry, v. 113, n. 4, p. 859-871, 2009. CHAPLIN, M. Water structure and science: Gelatin. 2014. Disponível em: <http://www1.lsbu.ac.uk/water/gelatin.html>. Acesso em: 24 de abril de 2018. CHEN, L.; OPARA, U. L. Approaches to analysis and modeling texture in fresh and processed foods – A review. Journal of Food Engineering, v.119, p.497-507, 2013. CLARK, D.H. Fruits and Fruit Products. In: JATIMER JR., G.W. (Ed.). Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists international. 20. ed. Rockville, USA: AOAC International, 2016. chapter 37, p.1-39, 2016. CUTTING, S.M. Bacillus probiotics. Food Microbiology, v.28, n.2, p.214-220, 2011. DALMAGRO, M.F. Desenvolvimento de uma bala adicionada de ingredientes funcionais e sialogogos. 2014. 67 f. Dissertação (Mestrado em Nutrição de alimentos) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, 2014. DE CLERCK, E.; RODRIGUEZ-DIAZ, M.; FORSYTH, G.; LEBBE, L.; LOGAN, N. A.; DEVOS, P. Polyphasic characterization of Bacillus coagulans strains, illustrating heterogeneity within this species, and emended description of the species. Systematic and applied microbiology, v. 2, p. 50-60, 2004. De MOURA, S. C., Berling, C. L., Garcia, A. O., Queiroz, M. B., Alvim, I. D., Hubinger, M. D. Release of anthocyanins from the hibiscus extract encapsulated by

Page 56: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

41

ionic gelation and application of microparticles in jelly candy. Food Research International, v. 121, p. 542-552, 2019. DIAMANTINO, V.R.; BERALDO, F. A.; SUNAKOZAWA, T. N.; PENNA, A. L. B. Effect of octenyl succinylated waxy starch as a fat mimetic on texture, microstructure and physicochemical properties of Minas fresh cheese. LWT - Food Science and Technology, v. 56, n. 2, p. 356–362, 2014. DONADO-PESTANA, C.M.; BELCHIOR, T.; FESTUCCIA, W.T.; GENOVESE, M.I. Phenolic compounds from cambuci (Campomanesia phaea O. Berg) fruit attenuate glucose intolerance and adipose tissue inflammation induced by a high-fat, high-sucrose diet. Food Research International, v.69, p.170–178, 2015. DRAGO, L.; DE VECCHI, E. Should Lactobacillus sporogenes and Bacillus coagulans have a future? Journal of chemotherapy, v. 21, p. 371-377, 2009. ELLIS, C. Vegetable Products, Processed. In: JATIMER JR., G. W. (Ed.). Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists international. 20. ed. Rockville, USA: AOAC International, 2016, ch. 42, p. 1-14. ELSHAGHABEE, F. M.; ROKANA, N.; GULHANE, R. D.; SHARMA, C.; PANWAR, H. Bacillus as potential probiotics: status, concerns, and future perspectives. Frontiers in microbiology, v. 8, p. 1490, 2017. ENDRES, J.R.; CLEWELL, A.; JADE, K.A.; FARBER, T.; HAUSWIRTH, J.; SCHAUSS, A.G. Safety assessment of a proprietary preparation of a novel probiotic, Bacillus coagulans, as a food ingrediente. Food Chemistry and Toxicology, v.47, p.1231- 1238, 2009. EUROMONITOR INTERNATIONAL. Confectionery in Brasil. 2017. Disponível em: <http://www.euromonitor.com/confectionery-in-brazil/report> Acesso em: 18 de junho de 2018. EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY – EFSA. Scientific opinion on the re-evaluation of anthocyanins (E163) as a food additive. EFSA journal, v. 11, n. 4, 2013. 51p. FADINI, A.L.; FACCHINI, F.; QUEIROZ, M.B.; ANJOS, V.D.D.A.; YOTSUYANAGI, K. Influência de diferentes ingredientes na textura de balas moles produzidas com e sem goma gelana. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 21, n. 1, p. 131-140. 2003. FAO. Food and Agriculture Organization of United Nations. 2016. Disponível em: http://www.fao.org/news/archive/news-by-date/2016/pt/. Acesso em: 20 de abril de 2018. FAO/WHO. Food and Agriculture Organization of United Nations/World Health Organization. Evaluation of Health and Nutritional Properties of Probiotics in

Page 57: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

42

Food including Powder Milk with Live Lactic Acid Bacteria. Report of a Joint FAO/WHO Expert Consultation, Córdoba, Argentina, 2001. FAO/WHO. Working Group Report on Drafting Guidelines for the Evaluation of Probiotics in Food. Guidelines for the evaluation of probiotics in food: report of a Joint FAO/WHO Working Group on Drafting Guidelines for the Evaluation of Probiotics in Food, London, Ontario, Canada, 2002. FARES, C.; MENGA, V.; MARTINA, A.; PELLEGRINI, N.; SCAZZINA, F.; TORRIANI, S. Nutritional profile and cooking quality of a new functional pasta naturally enriched in phenolic acids, added with b-glucan and Bacillus coagulans GBI-30, 6086. Journal of Cereal Science, v.65, p.260-266, 2015. FERRARI, C.K.B. Capacidade antioxidante total (CAT) em estudos clínicos, experimentais e nutricionais. Journal Health Sciences Institute, v. 28, p. 307-310, 2010. FIGIEL, A.; TAJNER-CZOPEK, A. The effect of candy moisture content on texture. Journal of Food Service, v. 17, n. 4, p. 189-195, 2006. FITZPATRICK, L.R.; SMALL, J.S.; GREENE, W.H.; KARPA, K.D.; FARMER, S.; KELLER, D. Bacillus coagulans GBI-30, 6086 limits the recurrence of Clostridium difficile-Induced colitis following with drawal in mice. Gut Pathogens, v.4, n.13, p.1-9, 2012. FOLIGNÉ, B.; DANIEL, C.; POT, B. Probiotics from research to market: the possibilities, risks and challenges. Current Opinion in Microbiology, v.16, p.284-292, 2013. FONTOURA, L. M.; CORREA, A.F.; VICENTE, J.; MELEIRO, C.H.A.; FORALOSSO, F.B. Formulação de balas enriquecidas com ferro, cálcio, beta-caroteno, licopeno e vitamina C. Acta Tecnológica, v.8, n.2, p.36-43, 2013. FOOD INGREDIENTES BRASIL. Espessantes. Revista Food Ingredientes Brasil, n.40, 2017. FOOD INGREDIENTS BRASIL. A gelatina e seus benefícios para a saúde humana. Revista Food Ingredients Brasil, n.18, 2011. GARCIA, T. Analysis of gelatine-based confections. Manufacturing Confectioner, Glen Rock, p. 93-101, June, 2000. GARCIA, T.; PENTEADO, M.V.C. Qualidade de balas de gelatina fortificadas com vitaminas A, C e E. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 4, p. 743-749, 2005. GOKHALE, S. V.; LELE, S. S. Dehydration of red beet root (Beta vulgaris) by hot air drying: process optimization and mathematical modeling. Food Science and Biotechnology, v. 20, n. 4, p. 955, 2011.

Page 58: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

43

GONÇALVES, A.A.; ROHR, M. Desenvolvimento de balas mastigáveis adicionadas de inulina. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v.20, n.3, p.472-478, 2009. GRANATO, D.; NAZZARO, F.; PIMENTEL, T.C.; ESMERINO, E.A.; CRUZ, A.G. Probiotic Food Development: An Updated Review Based on Technological Advancement. Reference Module in Food Science, 2018. GUINÉ, R. P. F.; BARROCA, M. J. Effect of drying treatments on texture and color of vegetables (pumpkin and green pepper). Food and Bioproducts Processing, v. 90, n. 1, p. 58–63, 2012. GUNASEKARAN, S.; AK, M.M. Cheese Rheology and Texture. CRC Press LLC, Florida, 2003, 637p. HIROTA, M. M. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: relatório técnico: período 2017–2018. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 2019. HONDA, H.; GIBSON G.R.; FARMER, S.; KELLER, D.; MCCARTNEY, A.L. Use of a continuous culture fermentation system to investigate the effect of Ganeden BC30 (Bacillus coagulans GBI-30, 6086) supplementation on pathogen survival in the human gut microbiota. Anaerobe, v. 17, p. 36-42, 2011. HOPPE, C.D.; MALLMANN, P.R.; OLIVEIRA, E.C. Determinação de umidade em balas duras e balas mastigáveis. Revista Destaques Acadêmicos, v.7, n.4, p. 185-192, 2015. HOSSEINI, H.; PILEVAR, Z. Effects of starter cultures on the properties of meat products: A review. Annual Research & Review in Biology. 2017, v. 17, p. 1–17. HUSSAIN, S.A.; PATIL, G.R.; YADAV, V.; SINGH, R.R.B.; SINGH, A.K. Ingredient formulation effects on physico-chemical, sensory, textural properties and probiotic count of Aloe vera probiotic dahi. Food Science and Technology, v. 65, p. 371-380, 2016. JAWORSKA, G.; BERNAS, E. Effects of pre-treatment, freezing and frozen storage on the texture of Boletus edulis (Bull: Fr.) mushrooms. International Journal of Refrigeration, v. 33, n. 4, p. 877-885, 2010. JELTEMA, M.; BECKLEY, J.; VAHALIK, J. Food texture assessment and preference based on mouth behavior. Food Quality and Preference, 52, 160–171, 2016. JURENKA, J.S. Bacillus coagulans: Monograph. Alternative medicine review: a journal of clinical therapeutic, v.17, n.1, p.76-81, 2012. KARU,R.; SUMERI, I. Survival of Lactobacillus rhamnosus GG during simulated gastrointestinal conditions depending on food matrix Journal of Food Research, v. 5 , p. 57, 2016.

Page 59: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

44

KELLER, D.; FARME, S.; MCCARTNEY, A.; GIBSON, G. Bacillus coagulans as a probiotic. Food Science and Technology Bulletin Functional Foods, v.7, n.7, p.103–109, 2010. KELLER, M.K.; BARDOW, A.; JENSDOTTIR, T.; LYKKEAA, J.; TWETMAN, S. Effect of chewing gums containing the probiotic bacterium Lactobacillus reuteri on oral mal odour. Acta Odontologica Scandinavica, v.70, n, 3. p.246-250, 2012. KIMMEL, M.; KELLER, D.; FARMER, S.; WARRINO, D.E. A controlled clinical trial to evaluate the effect of ganedenbc30 on immunological markers. Methods and Findings in Experimental and Clinical Pharmacology, v.32, n.2, p.129-132, 2010. KONURAY, G.; ERGINKAYA, Z. Potential use of Bacillus coagulans in the food industry. Foods, v. 7, n. 6, p. 92, 2018. KORNACKI, J.L.; JOHNSON, J.L.; GURTLER, J.B.; STAWICK, B.A. Enterobacteriaceae, Coliforms and Escherichia coli as Quality and Safety Indicators. In: DOWNES, F.P.; ITO, K. (Ed.). Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods, 4.ed. Washington DC: American Public Health Association – APHA, 2001. p.69-82. LAZZAROTTO, E.; da CUNHA, M.A.A.; RODRIGUES, M.B.; MENDONÇA, S.N.T.G. Bala de gelatina com fibras: caracterização e avaliação sensorial. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, v.2, n.1, p. 22-34, 2008. LEE, D.H.; FRANCIS, F.J. Standardization of pigment analyses in cranberries. Hort Science, Stanford, v.7, p. 83-84, 1972. LELE, V.; RUZAUSKAS, M.; ZAVISTANAVICIUTE, P.; LAURUSIENE, R.; RIMENE, G.; KIUDULAITE, D.; TOMKEVICIUTE, J.; NEMEIKSTYTE, J.; STANKEVICIUS, R.; BARTKIENE, E. Development and characterization of the gummy–supplements, enriched with probiotics and prebiotics. CYTA – Journal of Food, v.16, n.1, p 580–587, 2018. LI, Z.; SRIGLEY, C.T.A novel method for the quantification of long-chain omega-3 polyunsaturated fatty acids (PUFA) in gummy dietary supplements. Journal of Food Composition and Analysis, v.56, p.1-10, 2017. LOPES, R.L.T. Conservação de Alimentos. Dossie Técnico. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, 2007. Disponível em URL:< http://www.respostatecnica.org.br> Acesso em 04/09/2019. MAATHUIS, A.J.H.; KELLER, D.; FARMER, S. Survival and metabolic activity of the Ganeden BC30 strain of Bacillus coagulans in a dynamic in vitro model of the stomach and small intestine. Beneficial Microbes, v.1, n.1, p.31-361, 2010. MAJEED, M.; NAGABSHUSHANA, K.; NATARAJAN, S.; SIVAKUMAR, A.; ALI, F.; PANDE, A.; MAJEED, S.; KARRI, S.K. Bacillus coagulans MTCC 5856 supplementation in the management of diarrhea predominant Irritable Bowel

Page 60: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

45

Syndrome: a double blind randomized placebo controlled pilot clinical study. Nutrition Journal, v.15, n.21, p.01-10, 2016. MALACRIDA, C.R.; MOTTA, S.D. Antocianinas em suco de uva: composição e estabilidade. Boletim do CEPPA, v. 24, n. 1, p. 59-82, 2006. MARTINS, C.H.G.; PIRES, R.H.; CUNHA, A.O.; PEREIRA, C.A.M.; SINGULANI, J.L.; ABRÃO, F.; MORAES, T.; MENDES-GIANNINI, M.J.S. Candida/Candida biofilms. First description of dual-species Candida albicans/C. rugosa biofilm. Fungalbiology, v.120, p.530-537, 2016. MATUDA, T. G. Análise térmica da massa de pão francês durante os processos de congelamento e descongelamento: otimização do uso de aditivos. 142p. Dissertação (Mestre em Engenharia) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. MEILGAARD, M., Civille, G.V., & Carr, B.T. (2006). Sensory evaluation techniques, 4.ed. p.281. Boca Raton: CRC Press. MESTRY, A.P.; MUJUMDAR, A.S.; THORAT, B.N. Optimization of spray drying of an innovative functional food: Fermented mixed juice of carrot and watermelon. Drying Technology, v.29, n.10, p.1121–1131, 2011. MINIM, V.P.R. Análise Sensorial - Estudos com Consumidores. 3.ed Viçosa: UFV, 2013. MIYAZAWA, T.M. Compostos voláteis da uvaia (Eugenia pyriformis cambess). 2009. 109 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2009. MOREIRA, R.M.; MARTINS, M.L.; JÚNIOR, B.R.C.L.; MARTINS, E.M.F.; RAMOS, A.M.; CRISTIANINI, M.; CAMPOS, A.N.R.; STRINGHETA, P.C.; SILVA, V.R.O.; CANUTO, J.W.; OLIVEIRA, D.C.; PEREIRA, D.C.S. Development of a juçara and Ubá mango juice mixture with added Lactobacillus rhamnosus GG processed by high pressure. Food Science and Technology, v.7, p.259-268, 2017. MUTLU, C.; TONTUL, S. A.; ERBAŞ, M. Production of a minimally processed jelly candy for children using honey instead of sugar. LWT - Food Science and Technology, v. 93, p. 499-505, 2018. NILE, S.H.; PARK, S.W. Edible berries: Review on bioactive components and their effect on human health. Nutrition, v. 30, p. 134-144, 2014. NISHIHORA, R.K. Propriedades de filmes de gelatina reticulados por via enzimática e física. 96f. 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. NOVELLO, A. A. Extração de antocianinas dos frutos do açai da Mata Atlântica (Euterpe edulis Martius) e sua atuação nas atividades antioxidante e

Page 61: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

46

antiaterogênica em camundongos ApoE. 2011. 80f. Dissertação (Mestrado em Ciências de Nutrição)- Universidade Federal de Viçosa-MG, 98p, 2011 . NYANGALE, E. P.; FARMER, S.; KELLER, D.; CHERNOFF, D.; GIBSON, G. R. Effect of prebiotics on the fecal microbiota of elderly volunteers after dietary supplementation of Bacillus coagulans GBI-30, 6086. Anaerobe, v. 30, p. 75-81, 2014. OLIVEIRA, A.P.D.S.; JACQUES, G.F.; NERY, V.V.C.; ABRANTES, S.D.M.P. Consumo de corantes artificiais em balas e chicletes por crianças de seis a nove anos. Revista Analytica, v.8, p.79-85, 2010. OLIVEIRA, C.F. Aplicação de diferentes tecnologias na extração de pectina presente na casca do maracujá. 2015. 175 f. Tese (Doutorado em Engenharia em Fenômeno de Transporte e Operações Unitárias) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. OLIVEIRA, G. A. Modelagem e análise de um processo de cozimento de balas mastigáveis. 2006. 69 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos)– Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Erechim, 2006. OSTROWSKA-LIGĘZA, E.; MARZEC, A.; GÓRSKA, A., WIRKOWSKA-WOJDYŁA, M., BRYŚ, J., REJCH, A., & CZARKOWSKA, K. A. Comparative study of thermal and textural properties of milk, white and dark chocolates. Thermochimica acta, v. 671, p. 60-69, 2019. PANGHAL, A.; JANGHU, S.; VIRKAR, K.; GAT, Y.; KUMAR, V.; CHHIKARA, N. Potencial non-dairy probiotic products-A healthy approach. Food Bioscience, v.21, p.80-89, 2018. PEREIRA, A.F.C. Potenciais alimentos funcionais com base em extratos de vinho de uva ou de videira. 2014. 63 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. PERICHE, A.; HEREDIA, A.; ESCRICHE, I.; ANDRÉS, A.; CASTELLÓ, M. L. Optical, mechanical and sensory properties of based-isomaltulose gummy confections. Food Bioscience. v.7, p.37-44, 2014. PERRICONE, M.; BEVILACQUA, A.; ALTIERI, C.; SINIGAGLIA, M.; CORBO, M.R. Challenges for the production of probiotic fruit juices. Beverages, v.1, n.2, p.95-103, 2015. PORTAL BRASIL. Indústrias brasileiras fazem abate religioso de carnes para garantir mercados estrangeiros. 2011. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2011/01/industrias-brasileiras-fazem-abate-religioso-de-carnes-para-garantir-mercados-estrangeiros>. Acesso em: 25 de agosto de 2018.

Page 62: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

47

QUEIROZ, G. C.; REGO, R. A.; JARDIM, D. C. P. (Ed.). Brasil Bakery & Confectionery Trends 2020. São Paulo: ITAL, 2014. 324 p. RAMOS, K. K. Aproveitamento de subprodutos do processamento de frutas nativas da mata atlântica em confeitos. 2017. 227f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017. RIBEIRO, L.O.; MENDES, M. F.; PEREIRA, C. D. S. S. Avaliação da composição centesimal, mineral e teor de antocianinas da polpa de juçaí (Euterpe edulis Martius). Revista Eletrônica TECCEN, v. 4, n. 3, p. 05-16, 2011. RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P.; MARTENSEN, A. C.; PONZONI, F. J.; HIROTA, M. M. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological conservation, v. 142, p.1141-1153, 2009. RIGUEIRA, D. M. G., DA ROCHA, P. L. B., MARIANO-NETO, E. Forest cover, extinction thresholds and time lags in woody plants (Myrtaceae) in the Brazilian Atlantic Forest: resources for conservation. Biodiversity and Conservation, v. 22, p.3141-3163, 2013. ROCHA, C.T.D. Composição fenólica e capacidade antioxidante de juçara (Euterpe edulis) cultivada nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. 2017. 100 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2017. RONDA, F.; QUILEZ, J.; PANDO, V.; ROOS, Y. H. Fermentationtime and fiber on recrystallization of starch components and staling of bread from frozen part-baked bread. Journal of food engineering, v.131, p. 116-123, 2014. ROSS, C. F. Sensory science at the human-machine interface. Trends in Food Science & Technology, v. 20, n. 2, p. 63–72, 2009. ROTILI, M.C.C.; COUTRO, S.; CELANT, V.M.; VORPAGEL, J.A.; BARP, F.K.; SALIBE, A.B.; BRAGA, G.C. Composição, atividade antioxidante e qualidade do maracujá-amarelo durante armazenamento. Semina: Ciências Agrárias, v. 34, n.1, p. 227-240, 2013. ROVINA, K.; PRABAKARAN, P.P.; SIDDIQUEE, S.; SHAARANI, S.M. Methods for the analysis of Sunset Yellow FCF (E110) in food and beverage products - a review. Trends in Analytical Chemistry, v.85, p.47–56, 2016. SALMERÓN, I.; THOMAS, K.; PANDIELLA, S.S. Effect of potentially probiotic lactic acid bactéria on the physicochemical composition and acceptance of fermented cereal beverages. Journal of Functional Foods, v.15, p.106–115, 2015. SANTANA, A.A.; CANO-HIGUITA, D.M.; OLIVEIRA, R.A.; TELIS, V.R.N. Influence of different combinations of wall materials on the microencapsulation of jussara pulp (Euterpe edulis) by spray drying. Food Chemistry, v.212, p.1–9, 2016.

Page 63: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

48

SANTOS, Milla Gabriela dos. Desenvolvimento e caracterização de microcápsulas de xilitol e mentol por coacervação complexa e sua aplicação em gomas de mascar. 2014. 214f. Tese (Doutorado em Ciências). Universidade de São Paulo, São Paulo. 213p. 2014. SCHULZ, M.; BORGES, G.S.C.; GONZAGA, L.V.; COSTA, A.C.O.; FETT, R. Juçara fruit (Euterpe edulis Mart.): Sustainable exploitation of a source of bioactive compounds. Food Research International, v.89, p.14-26, 2016. SERNA-COCK, L.; VELÁSQUEZ, M.; AYALA, A.A. Efecto de la ultrafiltración sobre las propiedades reológicas de gelatina comestible de origen bovino. Información tecnológica, v.21, n.6, p.91-102, 2010. SESSLER, T.; WEISS, J.; VODOVOTZ, Y. Influence of pH and soy protein isolate addition on the physicochemical properties of functional grape pectin confections. Food Hydrocolloids, v.32, n.2, p.294-302, 2013. SETLOW, P. Germination of spores of Bacillus species: what we know and do not know. Journal of Bacteriology, v.196, p.1297-1305, 2014. SILVA, L.B. Efeito do uso de polióis e açaí (Euterpe oleracea Mart.) nas características físico-químicas, sensoriais e tecnológicas de balas mastigáveis. 2017. 181 f. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017. SILVA, N., JUNQUEIRA, V. C. A. SILVEIRA, N. F. A., TANIWAKI, M. H., GOMES, R. A. R., OKAZAKI, M. O. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. 5. ed. São Paulo: Blucher, p. 560, 2017 SILVA, R.S.G.; BANDEIRA, S.F.; PETRY, F.C.; PINTO, L.A.A. Extração de gelatina a partir das peles de cabeças de carpa comum. Ciência Rural, v.41, n.5, p. 904-909, 2011. SOARES, M. B.; MARTINEZ, R. C.; PEREIRA, E. P.; BALTHAZAR, C. F.; CRUZ, A. G.; RANADHEERA, C. S.; SANT'ANA, A. S. The resistance of Bacillus, Bifidobacterium, and Lactobacillus strains with claimed probiotic properties in different food matrices exposed to simulated gastrointestinal tract conditions. Food Research International, v. 125, p. 108542, 2019. SOUZA, F.S.Z.; ANDRADE, L.S.; LIMA, L.C.S.; ALVES, M.A.R.; SRUR, A.U.O.S. Desenvolvimento de bala de açaí adicionada de cafeína. Acta Tecnológica, v.11, n.2, 2016. SOUZA, R.C.P.; SANTOS, D.C.; NEVES, L.T.B.C.; CHAGAS, E.A. Tecnologia de bioprocesso para produção de alimentos funcionais. Revista Agroambiente On-line, Boa Vista, v.7, n.3, p.366- 372, 2013.

Page 64: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

49

SPANEMBERG, F.E.M. Planejamento de experimentos com mistura no estudo da vida útil de balas duras. 2010. 120 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa Bárbara D’oeste, 2010. STONE, H.; BLEIBAUM, R.N.; THOMAS, H.A. Sensory evaluation practices, 4. ed. New York: Academic Press, 2012. 438p. TAKATSUI, F. Sistema CIE Lab: análise computacional de fotografias. 2011. 101f. Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas)–Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2011. TEIXEIRA, L. V. Análise sensorial na indústria de alimentos. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 64, n. 366, p. 12-21, 2009. TOIVIAINEN, A.; JALASVUORI, H.; LAHTI, E.; GURSOY, U.; SALMINEN, S.; FONTANA, M.; SÖDERLING, E. Impact of orally administered lozenges with Lactobacillus rhamnosus GG and Bifidobacterium animalis subsp. lactis BB-12 on the number of salivary Streptococci mutans, amount of plaque, gingival inflammation and the oral microbiome in healthy adults. Clinical oral investigations, v.19, n.1, p.77-83, 2015. TOSIN, P.B.; CARNEIRO, J.N.; SCHTSPAR, A.P.B.; BOGARIN, G.M.; SOUZA, A.L. Bala de gelatina enriquecida com cálcio e vitamina D para suplementação em indivíduos autistas. Anais do EVINCI-UniBrasil, v.3, n.1, p.267-267, 2017. UNOKI, M.T.; SILVA, L. L.D.; SILVA, A.R.Z. Estabilidade físico-químico de balas moles enriquecidas com frutooligossacarídeo para farmácia magistral. Cadernos da Escola de Saúde, v.2, n.10, p.153-163, 2017. URIOT, O.; GALIA, W.; AWUSSI, A. A., PERRIN, C.; DENIS, S.; CHALANCON, S., ALRIC, M. Use of the dynamic gastro-intestinal model TIM to explore the survival of the yogurt bacterium Streptococcus thermophilus and the metabolic activities induced in the simulated human gut. Food microbiology, v. 53, p. 18-29, 2016. VERGARA, L. P.; CHIM, J.F.; RODRIGUES, R.S.; FRANZON, R.C. Estudo das características físico-químicas em balas mastigáveis, convencionais e de reduzido valor calórico formuladas com polpa de araçá vermelho. In: XXV Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2016, Gramado. Anais... Gramado: XXV Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2016. VIDAL, L.; JAEGER, S.R.; ANTÚNEZ, L.; GIMÉNEZ, A.; ARES, G. Product spaces derived from projective mapping and CATA questions: Influence of replicated assessments and increased number of study participants. Journal of sensory studies, v.31, n.5, p.373-381, 2016. VUOLO, M.M. Farinha da casca de maracujá amarelo (Passiflora Edulis): efeito no estresse oxidativo da obesidade e na proliferação de células tumorais.

Page 65: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO … · 2020-03-12 · Ficha Catalográfica elaborada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste

50

2016. 115 f. Tese (Doutorado em Engenharia de alimentos) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016. WITZLER, J.J.P.; PINTO, R.A.; VALDEZ, G.F.; CASTRO, A.D.; CAVALLINI, D.C.U. Development of a potential probiotic lozenge containing Enterococcus faecium CRL 183. LWT - Food Science and Technology, v.77, p.193-199, 2017. WIJERATNAM, S. W. Pineapple. In: CABALLERO, B.; FINGLAS, P. M.; TOLDRÁ, F. (Eds.). Encyclopedia of Food and Health, p. 380-384, 2016. WORLD HEALTH ORGANIZATION: Noncommunicable Diseases (NCD) Country Profiles, 2014. Disponível em https://www.who.int/nmh/publications/ncd-profiles-2014/en/. Acesso em: 29/10/2019. ZAID, A.A. Study the effect of probiotic bacteria isolated from foods on pathogens. Biomedical Research, v. 29, n. 12, p. 2509-2515, 2018. ZERAIK, M. L.; PEREIRA, C. A. M.; ZUIN, V. G.; YARIWAKE, J.H. Maracujá: um alimento funcional? Revista Brasileira de farmacognosia, v.20, n.3, p.459-471, 2010.