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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS MESTRADO EM TECNOLOGIAS AMBIENTAIS FRANCISCO TENÓRIO DE ALBUQUERQUE DESENVOLVIMENTO DE SENSOR AMPEROMÉTRICO BASEADO EM NANOTUBOS DE CARBONO ATRAVÉS DA ELETRO-OXIDAÇÃO DO ÁCIDO VANÍLICO PARA DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO FUNGICIDA MANCOZEBE Marechal Deodoro 2019

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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS

MESTRADO EM TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

FRANCISCO TENÓRIO DE ALBUQUERQUE

DESENVOLVIMENTO DE SENSOR AMPEROMÉTRICO BASEADO EM

NANOTUBOS DE CARBONO ATRAVÉS DA ELETRO-OXIDAÇÃO DO ÁCIDO

VANÍLICO PARA DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO FUNGICIDA

MANCOZEBE

Marechal Deodoro

2019

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FRANCISCO TENÓRIO DE ALBUQUERQUE

DESENVOLVIMENTO DE SENSOR AMPEROMÉTRICO BASEADO EM

NANOTUBOS DE CARBONO ATRAVÉS DA ELETRO-OXIDAÇÃO DO ÁCIDO

VANÍLICO PARA DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO FUNGICIDA

MANCOZEBE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Programa de Pós-Graduação em

Tecnologias Ambientais (Modalidade

Mestrado Profissional) como requisito para a

obtenção do título de Mestre em Tecnologias

Ambientais.

Orientador: Prof. Dr. Johnnatan Duarte de Freitas

Coorientador: Prof. Dr. Leonardo Vieira da Silva

Marechal Deodoro

2019

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Dedico este trabalho,

Aos meus pais José e Eva “In Memorian” e,

Aos meus filhos Michael e Gabrielle.

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AGRADECIMENTOS

Em Especial agradeço ao Prof. Dr. Leonardo Vieira da Silva, meu coorientador, pela

orientação para a conclusão deste trabalho. Agradeço a paciência e a disposição de prosseguir

com a orientação. Serei eternamente grato pela oportunidade e pelos conhecimentos adquiridos,

esses foram e serão essenciais para meu crescimento profissional. Obrigado “Leo” por não

medir esforços ao compartilhar os seus conhecimentos.

Ao Prof. Dr. Johnnatan Duarte de Freitas, agradecer a boa vontade por aceitar

orientar o trabalho em andamento, ajudando também nas análises e no fornecimento dos

reagentes.

Ao Prof. Dr. Fred Augusto Ribeiro Nogueira, pela sua disponibilidade em ajudar

durante o desenrolar do trabalho, com paciência, política e perseverança para chegar ao final.

Ao Prof. Dr. Antonio Albuquerque de Souza, Coordenador do Curso Técnico de

Química do Campus Ifal Maceió, por disponibilizar o Laboratório de Eletroquímica e os

eletrodos de carbono vítreo, de referência Ag/AgCl e o auxiliar, enfim, por tantas contribuições.

Ao amigo e colega de trabalho Ms. Arthur Barbosa de Lira, pelo incentivo e ajuda

para continuar o trabalho.

Aos colegas de laboratório Diogo e Walker, que foram muito importantes no início do

trabalho, a paciência em ensinar a manusear o potenciostato e na preparação do projeto da

disciplina de seminários II, marcos importantes para continuidade do trabalho. Gratidão imensa

aos dois.

Agradeço a todos aqueles que tive o prazer de compartilhar as bancadas de laboratório

durante este tempo, em especial, Letícia, Carla, Henrique, Nícholas e Sara pela companhia,

troca de informações, amizade sincera, apoio mútuo e pelos bons momentos compartilhados.

Ao aluno do Curso Técnico de Química do Ifal Campus Maceió, Wandeck Emanuel

Cardoso de Omena, pela ajuda nas análises do TGA.

Ao amigo Prof. Dr. Daniel de Magalhães Araujo, agradeço pelas incontáveis ajudas,

em momentos de incompreensão e nas disciplinas de Aquicultura e Seminários I e II, que foram

de extrema importância para conclusão deste trabalho.

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Agradeço aos demais professores do Programa de Pós-graduação em tecnologias

Ambientais do Ifal, que de qualquer forma contribuíram para o meu crescimento como pessoa

e como profissional.

Fica aqui os meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram direta ou

indiretamente na realização deste trabalho, fico eternamente grato. Obrigado.

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“A obrigação que tange a mim, trato de

cumprir sem maiores delongas.”

Dicionário informal

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ALBUQUERQUE, Francisco Tenório de. Desenvolvimento de sensor amperométrico baseado

em nanotubos de carbono através da eletro-oxidação do ácido vanílico para detecção e

quantificação do fungicida mancozebe . 56 f. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado

em Tecnologias Ambientais) – Campus Marechal Deodoro, Instituto Federal de Alagoas,

Marechal Deodoro, 2019.

RESUMO

O mancozebe [MCZ, manganês etileno bis (ditiocarbamato) complexo (polimérico) com sal de

zinco] (MCZ) é um fungicida bastante utilizado na aplicação foliar das culturas de algodão,

arroz, cana-de-açúcar, feijão, fumo, graviola, entre outras. A literatura apresenta diversos

protocolos analíticos que apresentam vários problemas durante o processo de detecção, como

por exemplo, decomposição do analito de interesse, altos tempos de análise, menor

sensibilidade, baixa reprodutibilidade, altos limites de detecção e quantificação. Todavia, os

sensores eletroquímicos têm sido uma alternativa viável para detecção e quantificação de vários

analitos em diferentes matrizes, dentre elas as ambientais, com rapidez, seletividade e

sensibilidade inerentes a estes dispositivos, levando a baixos limites de detecção e quantificação,

além de permitir a portabilidade de dispositivos para análises in loco e in vivo. A proposta do

presente trabalho foi desenvolver um sensor amperométrico para detectar e quantificar o

fungicida mancozebe através de uma plataforma baseada em nanotubos de carbono de paredes

múltiplas (Multi-walled carbon nanotubes, MWCNT) e produto eletrogerado através da eletro-

oxidação do ácido vanílico (AV) levando a formação de mediador redox. Foram realizadas

análises de caracterização utilizando as técnicas de análise termogravimétrica (TGA) onde se

verificou a perda de massa inicialmente em 187 ºC, ocorrendo de forma mais acentuada quando

comparada com a amostra comercial, e a técnica de microscopia eletrônica de varredura (MEV)

que demonstra as alterações na morfologia devido à cobertura pela matriz polimérica de AV.

Também foram realizados estudos com relação a seleção do melhor valor de pH para análise, o

valor de pH 7,0 foi o ideal, levando em consideração solubilidade e corrente faradaica para

detecção e quantificação de mancozebe. Na solução tampão fosfato (pH 7,0) utilizada na

plataforma ECV/MWCNT/p-AV foi possível observar dois picos catódicos nos potenciais -

0,317 V e – 0,808 V e um pico anódico em – 0,017 V. Em relação à quantificação do mancozebe

foi obtida uma curva analítica com limite de quantificação de 148 mol L-1, e obteve-se o

coeficiente de correlação de 0,974 na presença do analito.

Palavras-chave: Agrotóxico; Herbicida; Mancozebe; Revolução Verde.

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ALBUQUERQUE, Francisco Tenório de. Development of a amperometric sensor based on

carbon nanotubes through the electro-oxidation of vanillic acid and quantification of the

mancozeb fungicide. 56 f. 2019. Course Completion Work (Master in Environmental

Technologies) Campus Marechal Deodoro, Federal Institute of Alagoas, Marechal Deodoro,

2019.

ABSTRACT

Mancozeb (MCZ) is a fungicide widely used in the foliar application of cotton, rice, sugar

cane, beans, tobacco, graviola, and others. In the literature there are several analytical protocols

for the determination of analytes in environmental interest samples. However, the literature

shown problems for the detection process, such as decomposition of the analyte of interest,

high analysis times, lower sensitivity, low reproducibility, high limits of detection and

quantification. However, electrochemical sensors have been a viable alternative for the

detection and quantification of several analytes in different matrices, as environment samples

with speed, selectivity and sensitivity inherent to these devices, leading to low limits of

detection and quantification, besides allowing the portability of devices for analysis in loco and

in vivo. The aim of the present work was to develop an amperometric sensor to detect and

quantify the Mancozeb fungicide through a platform based on multi-walled carbon nanotubes

(MWCNT) with a product electrogenerated through electro-oxidation of vanillic acid (AV).

The characterization process involved the analysis termogravimetric (TGA) where the loss of

mass initially occurred at 187º C, occurring in a more pronounced way when compared to the

commercial sample, and the scanning electron microscopy (SEM) technique demonstrates the

alteration in morphology due to the polymer matrix of AV. Studies were also carried out

regarding the selection of the best pH value for analysis, pH 7.0 was ideal, taking into account

solubility and high faradaic current for the detection and quantification of mancozeb. It was

possible to observe two cathodic peaks at the potential -0.317 V and -0.808 V and an anode

peak at -0.017 V. In the (pH 7.0) phosphate solution used in the ECV / MWCNT / p-AV

platform, an analytical curve with a quantification limit of 148 μmol L-1 was obtained, and the

correlation coefficient of 0.974 was obtained in the presence of the analyte.

Key words: Agrotoxic; Herbicide; Mancozeb; Green Revolution.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diagrama e microscopias dos diferentes tipos de NTCs. ........................................ 22

Figura 2 - Nanotubo de carbono funcionalizado após tratamento ácido. ................................. 23

Figura 3 - Estrutura química dos principais ácidos benzóicos. ................................................ 25

Figura 4 - Estrutura química dos principais ácidos cinâmicos. ................................................ 25

Figura 5 - Estrutura Química da Vanilina (A) e foto da Vanilla planifólia (B). ...................... 26

Figura 6 - Derivação dos ácido ferúlico, isoferulico, di-hidroferulico e vanílico do

metabolismo de ácidos cafeiolquínicos. ................................................................................... 27

Figura 7 - Estrutura Química do Ácido Vanílico. .................................................................... 28

Figura 8 -Estrutura molecular do fungicida Mancozebe .......................................................... 30

Figura 9 – Sistema de refluxo para tratamento MWCNT/HNO3. ............................................. 34

Figura 10 - Potenciostato Echo Chemie (Autolab® modelo PGSTAT-30) ............................. 35

Figura 11 - Microscópio Eletrônico de Varredura Shimadzu VEGA3. ................................... 35

Figura 12 – Analisador termo gravimétrico Shimadzu modelo 51 H. ..................................... 36

Figura 13 - Preparo do MWCNT tratado com DMF. ............................................................... 37

Figura 14 - Termogramas dos NTC Sigma e NTC tratado. Velocidade de aquecimento de 10

ºC min-1, fluxo de gás N2 de 50 mL min-1. ............................................................................... 40

Figura 15 - Micrografias de MEV de ECV (A), ECV/MWCNT (B) e ECV/MWCNT/p-

AV(C). ...................................................................................................................................... 40

Figura 16 - Voltamogramas cíclicos na faixa -0,5 a 1,0 V vs. Ag/AgCl ECV/CNT, em

solução de fosfato 0,1 M, pH 5,5 e velocidade de 0,05 V s-1. .................................................. 41

Figura 17 - Voltamogramas cíclicos na faixa de -0,5 a 1,0 V vs. Ag/AgCl para a eletro-

oxidação e ativação do ECV/MWCNT com ácido vanílico a 0,8 mM, em solução tampão

fosfato 0,1 M, pH 5,5 e = 0,05 V s-1 ...................................................................................... 42

Figura 18 - Voltamogramas cíclicos na faixa de -0,5 a + 1,0 V vs. Ag/AgCl para a

polimerização e ativação do ECV com ácido vanílico a 0,8 mM, em solução tampão fosfato

0,1 M, pH 5,5 e = 0,05 V s-1. ................................................................................................. 43

Figura 19 - Mecanismo apresentando a formação dos produtos gerados através da oxidação de

AV em pH 1,0. .......................................................................................................................... 44

Figura 20 - Voltamogramas cíclicos na faixa de 0,6 a -1,2 V vs. Ag/AgCl ECV, ECV/p-AV,

ECV /MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV, em solução tampão fosfato 0,1 M, pH 7,0 na

presença de 200 mol L-1 de MCZ e = 0,005 V s-1. ............................................................. 45

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Figura 21 - Voltamogramas cíclicos na faixa de 0,6 a -1,2 V vs. Ag/AgCl ECV, ECV/p-AV,

ECV /MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV, em solução tampão fosfato 0,1 M, pH 1,0, pH 7,0 e

pH 13,0 na presença de 200 mol L-1 de MCZ e = 0,005 V s-1. ........................................... 46

Figura 22 - Voltamogramas cíclicos de ECV/MWCNT/p-AV nas velocidades de varredura 5

mV s-1 a 21 mV s-1 em solução tampão fosfato 0,1 mol L-1, pH 7,0 na presença de 200 mol

L-1 de MCZ e = 0,005 V s-1. ................................................................................................. 47

Figura 23 - (A) Voltametrias de Pulso diferencial relacionados à redução para diferentes

concentrações de mancozebe em ECV/MWCNT/p-AV, tampão fosfato pH 7,0, = 10 mV s;1;

(B) Curva analítica para determinação na faixa de concentração : 50- 340 mol L-1; (C) Curva

analítica para determinação na faixa de concentração : 138- 340 mol L-1 ............................. 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Efeito de doses de fungicida sobre a Porcentagem de Inibição de Crescimento

Micelial (PIC) de L. theobromae. ............................................................................................. 19

Tabela 2 - Reagentes utilizados e seus respectivos fornecedores ............................................. 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABRASCO Associação Brasileira de Saúde Coletiva

Ag/AgCl Eletrodo de prata cloreto de prata

AV Ácido vanílico

DMF Dimetilformamida

DTC Ditiocarbamato

ECV Eletrodo de Carbono Vítreo

EMATER/AL Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Alagoas

CG Cromatografia gasosa

HOPG Grafite pirolítico altamente ordenado “Highly ordered pyrolytic grafite”.

CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência

I Corrente

MCZ Mancozebe (C4H6N2S4Mn)Zn

MEV Microscópio eletrônico de varredra

EM Espectrometria de massa

MWCNT Nanotubos de carbono de paredes múltiplas “Multi-walled carbon

nanotubes”.

NTC Nanotubos de carbono

N Número de elétrons

PIC Porcentagem de inibição do crescimento micelial

p-AV Produto da eletro-oxidação ácido vanílico

ERO Espécies reativas de oxigênio

SWCNT Nanotubos de carbono de paredes simples “Single-walled carbon

nanotubes.”

TGA Análise termogravimétrica “Thermogravimetric analysis “

UFAL Universidade Federal de Alagoas

Velocidade de varredura de potencial

VC Voltametria Cíclica

VPD Voltametria de Pulso Diferencial

Vs versus

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 20

2.1 Eletroquímica ............................................................................................................. 20

2.2 Sensores ..................................................................................................................... 20

2.3 Nanotubos de Carbono (NTC) ................................................................................... 20

2.4 Fenóis e sua relação com estresse oxidativo .............................................................. 23

2.4.1 Classificação química dos ácidos fenólicos ........................................................... 24

2.4.2 Ácido Vanílico ....................................................................................................... 26

2.5 Polímeros ................................................................................................................... 28

2.6 Fungicidas com foco mancozebe (MCZ) ................................................................... 29

3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 32

3.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 32

3.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 32

4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 33

4.1 Reagentes ................................................................................................................... 33

4.1.1 Tratamento dos nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNT).............. 33

4.2 Equipamentos e materiais .......................................................................................... 34

4.3 Limpeza do eletrodo de carbono vítreo (ECV) .......................................................... 36

4.4 Soluções Padrões ....................................................................................................... 36

4.5 Solução de Mancozebe 1,00 x 10-3 mol L-1 (MCZ) ................................................... 36

4.6 Solução de EDTA 2,50 x 10-2 mol L-1 ....................................................................... 37

4.7 Solução de Ácido Vanílico 10-2 mol L-1 (AV) .......................................................... 37

4.8 Preparação da plataforma ECV/MWCNT ................................................................. 37

4.8.1 Preparação da dispersão de MWCNT.................................................................... 37

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4.8.2 Modificação do eletrodo de carbono vítreo com MWCNT ................................... 38

4.8.3 Modificação do eletrodo de carbono vítreo com MWCNT e AV ......................... 38

4.8.4 Uso do ECV/MWCNT/p-AV na análise de MCZ. ................................................ 38

4.8.5 Construção de curva analítica para determinação e quantificação de mancozebe. 38

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 39

5.1 Caracterização das plataformas nanoestruturadas ..................................................... 39

5.1.1 Caracterização termogravimétrica ......................................................................... 39

5.1.2 Análise morfológica............................................................................................... 40

5.1.3 Análise eletroquímica da plataforma ECV/MWCNT............................................ 41

5.2 Modificação da plataforma ECV/MWCNT com AV ............................................... 41

5.2.1 Mecanismo proposto para a eletro-oxidação de AV .............................................. 43

5.3 Estudo da plataforma com MCZ ................................................................................ 44

5.4 Determinação da curva analítica ................................................................................ 47

6 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 49

7 PERSPECTIVAS ............................................................................................................. 50

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 51

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1 INTRODUÇÃO

A estratégia de justificar a necessidade dos agrotóxicos é exercida por meio da

imposição da racionalidade tecnocrática sobre a opinião pública, e designar os agrotóxicos

como defensivos agrícolas é o artifício retórico mais elementar para dissimular a natureza

nociva desses produtos (CARNEIRO et al., 2015). Esse abrandamento da opinião pública e

aumento da utilização de agrotóxicos pode ter grande impacto ambiental ao planeta, pois há

previsões, até 2050, de um aumento populacional de 9 a 10 bilhões de pequenos agricultores,

e o consequente aumento na produção de alimentos entre 60 - 110% (ROCKSTRÖM et al.,

2017).

O aumento da produção agrícola fez necessário a modernização da agricultura no

Brasil, que começou a partir de 1960, com a chegada de empresas multinacionais para a

produção de maquinários, implementos e insumos agrícolas, e os incentivos do governo através

dos programas de financiamento, e ao início das pesquisas agropecuárias em instituições

públicas e privadas. Mas só no ano de 1970 surgiu a revolução verde, que incluiu fertilizantes,

agrotóxicos, mudas, sementes melhoradas, maquinários e implementos, calendário agrícola, etc

(SILVA et al., 2005).

Com a chegada da “revolução verde” surgiu a necessidade de controlar essas substâncias

em relação a contaminações do solo, da água e do ar com equipamentos modernos. A

Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), alertou no primeiro congresso mundial

de nutrição o World Nutrition Rio 2012 que um terço dos alimentos consumidos cotidianamente

pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. Em 2002, foram disponibilizados para o

agricultor brasileiro 2.011 produtos formulados com registro no Ministério da Agricultura,

dentre eles 655 herbicidas, 556 inseticidas, 259 acaricidas e 58 nematicidas para o controle de

pragas, doenças e ervas daninhas. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu

o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos e em 2010 o mercado nacional movimentou

cerca de U$ 7,3 bilhões e representou 19% do mercado global de agrotóxicos (CASSAL et al.,

2014).

Especificamente sobre a safra 2009/2010 foi destacado o uso de 85 milhões de litros de

agrotóxicos no Rio Grande do Sul, o equivalente a 34 piscinas olímpicas cheias de veneno

agrícola. É como se cada gaúcho, à época, utilizasse 8,3 litros de veneno a cada ano, no período

analisado. O volume per capita gaúcho é bem superior ao nacional, que em 2011, a média do

país foi de 4,5 litros por habitante (CASSAL et al., 2014).

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Mais de 205.000 litros de agrotóxicos foram utilizados só no Estado do Mato Grosso no

ano de 2015 e que no mesmo ano em Alagoas foram utilizados quase 2800 litros na áreas

plantadas no Estado, sendo o cultivo da cana de açúcar responsável por 67% de todo cultivo em

Alagoas (PIGNATI et al., 2017).

O uso indiscriminado de agrotóxicos tem resultado em intoxicações, nos diferentes graus,

de agricultores e de consumidores, tornando-se um problema de saúde pública. Apesar de vários

estudos evidenciarem as graves consequências que estes podem implicar, ainda existem no

Brasil alguns obstáculos que impedem o desenvolvimento de uma agricultura menos agressiva

para as pessoas e para o meio ambiente (PIRES; CALDAS; RECENA, 2005).

Outra problemática é a quantidade de agroquímicos, que são divididos nas seguintes

classes de uso: inseticidas, fungicidas e herbicidas, que alcançam os recursos hídricos variando

significativamente entre regiões e dependem da dosagem, das características químicas do

produto e das condições ambientais durante a aplicação (SILVA, 2014). Uma vez na água,

dependendo das características físico-químicas, seus resíduos podem tanto se ligar ao material

particulado em suspensão, quanto se depositar no sedimento do fundo ou ser absorvido por

organismos, podendo então ser desintoxicados ou acumulados (COPATTI; GARCIA;

BALDISSEROTTO, 2010).

Os ditiocarbamatos (DTCs), compostos organossulfurados descobertos nos anos de

1930, são fungicidas largamente utilizados na agricultura tanto sozinho quanto combinados

com outros (ROSA; MARQUES; PÉREZ, 2011). Eles são usados como fungicidas na produção

agrícola de frutas e vegetais, para tratamento de sementes, solo, foliar e podem ser utilizados

como repelentes de roedores, aditivos na vulcanização da fabricação da borracha, aditivos para

lubrificantes e antioxidantes (MELLO, 2014).

Uma das cinco frutas mais vendidas no Nordeste em forma de polpa, a graviola,

representa um percentual de 12% das comercializações realizadas no ramo. Os tipos mais

cultivados de graviola no Estado de Alagoas são: Morada, Lisa, Blanca e FAO. A do tipo

Morada, foi Introduzida no Estado através da Secretaria de Agricultura e a Universidade Federal

de Alagoas (UFAL) em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Estado de Alagoas (EMATER/AL), que desenvolveram trabalhos de melhoramento da

gravioleira (Anonna muricata L.) ‘Morada’, por meio da seleção de materiais geneticamente

superiores e através de clonagem, recomendada para o plantio no estado desde 1999,

apresentando grande rendimento de polpa dado o tamanho dos frutos geralmente ultrapassar os

10 kg (SANTOS, 2010).

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Segundo Santos (2015) em seu trabalho no Controle alternativo da podridão seca de

caule e raiz da graviola (Anonna muricata L.) causada por Lasiodiplodia theobromae (Pat.)

Griffon & Maubl no estado de Alagoas o efeito do fungicida mancozebe sobre o crescimento

micelial de Lasiodiplodia theobromae L. in vitro apresentou os resultados do efeito do fungicida

sobre o crescimento micelial de Lasiodiplodia theobromae em todas as doses analisadas

diferiram da testemunha, sendo que 1 e 2 g.L-1 do fungicida não apresentaram diferenças

estatísticas entre si, sendo a porcentagem de inibição do crescimento micelial (PIC) de 70,22 e

80,22%, respectivamente. As doses 3 e 4g.L-1, foram as mais eficientes, proporcionando

inibição in vitro de 88,44 e 94,44%, respectivamente ( Tabela 1) (SANTOS, 2015).

Tabela 1 - Efeito de doses de fungicida sobre a Porcentagem de Inibição de Crescimento Micelial

(PIC) de L. theobromae.

Tratamentos PIC (%)

Mancozebe 1 g.L-1

70,22 b

Mancozebe 2 g.L-1 80,22 b

Mancozebe 3 g.L-1 84,44 a

Mancozebe 4 g.L-1 94,44 a

Testemunha 0,000 c

Coeficiente de Variação 16,68

As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey

ao nível de 5% de probabilidade.

Fonte: (SANTOS, 2015)

Diante do exposto fica evidente a necessidade de conhecimennto em realção as técnicas

disponiveis para detecção de fungicidas, além do desenvolvimento de novas metodologias e

sistemas que visem proporcionar melhor detecção e/ou quantiifcação destes. Tradicionalmente,

a detecção de pesticidas era realizada empregando técnicas cromatográficas convencionais,

incluindo cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia gasosa (CG) e

espectrometria de massa (EM). Embora essas técnicas ofereça análise de traços poderosos, com

excelente sensibilidade e alta reprodutibilidade, muitos inconvenientes, tais como

equipamentos sofisticados, preparo de amostras demorado e purificação com etapas tediosas,

obviamente limitando particularmente os casos de emergência no local e aplicação em tempo

real (YAN; LI; SU, 2018).

Todavia, os métodos eletroquímicos têm recebido atenção considerável na determinação

destas substâncias devido à vantagem de resposta rápida, instrumento barato, operação simples,

economia de tempo, alta sensibilidade e seletividade, detecção em tempo real devido a condição

in situ (CORDEIRO, 2017).

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20

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Sensores

Os sensores eletroquímicos são de grande interesse para monitoramento in loco de

poluentes, bem como para abordar outras necessidades ambientais, esses dispositivos

satisfazem muitos dos requisitos para análise ambiental. Eles são inerentemente sensíveis e

seletivos para espécies eletroativas, rápidos, precisos, compactos, portáteis e baratos. Tem a

capacidade de reagir a uma variação física externa transformando em um sinal mensurável, em

seguida numa grandeza possível de medição. O sensor eletroquímico pode detectar potencial,

corrente elétrica e condutividade ou resistividade (FRADEN, 2003; PACHECO et al., 2013;

WANG; ROGERS, 1995).

O uso do carbono vítreo como sensor químico está relacionada as propriedades físicas

interessantes em relação a outros tipos de carbonos (grafites), produzindo artefatos de forma

variadas e exibe menor velocidade de oxidação a temperaturas elevadas sugerindo uma maior

inércia para ataque químico. Esta propriedade, juntamente com o tamanho muito pequeno dos

poros, torna o carbono vítreo um material atraente para a preparação de eletrodos inertes (VAN

DER LINDEN; DIEKER, 1980).

Também são reconhecidos como materiais versáteis e de fácil manuseio. Disponível em

uma variedade de estruturas, o carbono na forma de carbono vítreo, carbono preto, fibras de

carbono, grafite em pó, grafite pirolítico e grafite pirolítico altamente ordenado (HOPG),

desempenhou durante muito tempo um importante papel no desenvolvimento de eletrodos

sólidos, No entanto, a aparência da forma alótropo de nanotubos de carbono (NTC) melhorou

essas propriedades e impulsionou de forma inédita a sua aplicação eletroquímica e

eletroanalítica. Além disso, os NTC se tornaram um tópico de pesquisa devido às suas

excelentes propriedades eletrônicas, mecânicas, térmicas, ópticas, químicas e sua

biocompatibilidade (ALKIRE et al., 2009).

2.2 Eletroquímica

A eletroquímica estuda a inter-relação de fenômenos elétricos e químicos, devido às

mudanças causadas pela passagem de uma corrente elétrica e a produção de energia elétrica por

reações químicas englobando um enorme conjunto de diferentes fenômenos (por exemplo:

corrosão), dispositivos (displays eletrocrômicos, sensores eletroanalíticos, baterias e células de

combustível) e tecnologias (a eletrodeposição de metais e a produção em larga escala de

alumínio e cloro). Os métodos eletroanalíticos que se baseiam em reações de oxirredução,

incluem a titulometria de oxirredução, a potenciometria, a coulometria, a eletrogravimetria e a

voltametria (BARD; FAULKNER., 2002).

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Estes métodos eletroanalíticos fazem uso de propriedades elétricas mensuráveis (corrente

elétrica, diferenças de potencial, acúmulo interfaciais de carga, entre outros) a partir de

fenômenos nos quais uma espécie redox interage física e/ou quimicamente com demais

componentes do meio, ou mesmo com interfaces. Tais interações são observadas quando se

aplicam perturbações controladas ao sistema, como, por exemplo, uma diferença de potencial

entre eletrodos de uma cela eletroquímica. Essas medidas (chamadas de sinais eletroanalíticos)

podem, então, ser relacionadas com algum parâmetro químico intrínseco da espécie (RIBEIRO,

2015).

Os parâmetros eletroquímicos são promissores para a prevenção e reparação de problemas

de poluição ambiental. Entre as principais características das técnicas eletroquímicas estão a

versatilidade, oxidações e reduções diretas ou indiretas, separações de fases, concentrações ou

diluições, funções biocidas, podendo lidar com muitos poluentes: gases, líquidos e sólidos, e

podem tratar de microlitros a milhões de litros, e a eficiência energética - processos

eletroquímicos geralmente têm requisitos de temperatura mais baixos do que os equivalentes

não eletroquímicos. Os potenciais podem ser controlados e eletrodos e células podem ser

projetados para minimizar as perdas de energia devido à má distribuição de corrente, queda de

tensão e reações colaterais (RAJESHWAR; IBANEZ; SWAIN, 1994).

Além disso a capacidade de automação das variáveis elétricas usadas nos processos

eletroquímicos é particularmente adequada para facilitar a aquisição de dados, automação e

controle de processos, compatibilidade ambiental - o principal reagente, o elétron, é um

'reagente limpo' e muitas vezes não há necessidade de adicionar reagentes extras. A alta

seletividade de muitos desses processos pode ser usada para evitar a produção de produtos

secundários indesejados permitindo uma melhor relação custo benefício. O equipamento

necessário e as operações são geralmente simples e, se adequadamente projetadas, também são

baratas (RAJESHWAR; IBANEZ; SWAIN, 1994).

2.3 Nanotubos de Carbono (NTC)

Descoberto em 1991 os NTC são de grande interesse em nanotecnologia, os NTC

possuem uma resistência à tração 100 vezes maior que a do aço, uma condutividade térmica

melhor do que o diamante mais puro e uma condutividade elétrica semelhante a do cobre,

oferecendo uma combinação de características como: pequeno tamanho, alta mobilidade,

grande densidade de corrente, baixa capacitância intrínseca e uma alta frequência de corte.

(MERKOÇI et al., 2005).

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Os NTCs são formados de arranjos hexagonais de carbono que originam pequenos

cilindros e há dois tipos na maioria dos métodos de síntese, que incluem estruturas de parede

única e parede múltipla. Os de parede múltipla (MWCNTs) cuja sigla deriva do inglês Multi-

Walled Carbon Nanotubes (Figura 1B) compreendem várias dezenas de cilindros concêntricos

incomensuráveis destas conchas grafíticas com um espaçamento de camada de 0,3-0,4 nm. Os

MWCNTs tendem a ter diâmetros na faixa de 2 a 100 nm. O MWCNT pode ser considerado

como um sistema de grafite de mesoescala, enquanto o de parede única (SWCNT) do inglês

Single-Walled Carbon Nanotubes é verdadeiramente uma única molécula grande. Os NTCs de

SWCNTs (Figura 1A) são constituídos por uma folha de grafite cilíndrica de diâmetro

nanométrico coberta por extremidades hemisféricas. Outros tipos de NTCs podem ser

sintetizados também como os nanutubos de carbono de paredes duplas e nanotubos de carbono

em formato de cone (cup-stack) (Figura 1C e 1D) ) (HERBST; MACÊDO; ROCCO, 2004).

Figura 1 – Diagrama e microscopias dos diferentes tipos de NTCs.

Fonte: MORAES, 2010.

Os NTCs incorporados em sensores eletroquímicos oferecem vantagens exclusivas,

incluindo propriedades eletrônicas aprimoradas, uma grande relação plano de borda/plano basal

e rápida cinética de eletrodo. Portanto, os sensores baseados em NTC geralmente têm maiores

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sensibilidades, menores limites de detecção e cinética de transferência de elétrons mais rápida

do que os eletrodos de carbono tradicionais (JACOBS; PEAIRS; VENTON, 2010).

Existem vários estudos de modificações de superfície de NTCs para melhorar sua

dispersão e interação. As diferentes metodologias envolvem modificações covalentes e

abordagens não covalentes. Modificações não covalentes apresentam a vantagem de alterar em

menor grau a estrutura dos NTCs, mas a interação entre os NTCs e as moléculas modificadoras

são baseadas em forças fracas como van der Waals e ligações π-π. Entre as diferentes

abordagens para modificação covalente, tratamentos ácidos são os mais relatados na literatura,

geralmente usando ácido nítrico ou uma mistura deste com ácido sulfúrico. Os tratamentos

ácidos introduzem oxigênio nos grupos funcionais na superfície dos NTCs, especialmente

carboxilas, hidroxilas fenólicas e lactonas/lactóis (Figura 2). Os grupos funcionais inseridos,

particularmente os carbóxilos, também são base para funcionalização subsequente, como

amidação, alquilação, esterificação e tiolação (CASTRO et al., 2017).

Figura 2 - Nanotubo de carbono funcionalizado após tratamento ácido.

Fonte: (SILVA, 2017)

2.4 Fenóis e sua relação com estresse oxidativo

Um radical livre é definido como qualquer átomo ou molécula que possua elétrons

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desemparelhados. Eles são geralmente instáveis e muito reativos. Os radicais livres derivados

do oxigênio molecular (O2) são geralmente conhecidos como espécies reativas de oxigênio

(ERO) e representam a classe mais importante de espécies radicais geradas em sistemas vivos.

De fato, apesar da importância do O2 para a vida aeróbica, algumas condições podem ser

tóxicas. Esse fenômeno é chamado “Paradoxo do oxigênio” (FERREIRA; BARROS; ABREU,

2009).

O poder antioxidante natural dos extratos de ervas como alecrim, coentro, sálvia,

tomilho e manjericão têm sido uma fonte de estudos que pode ser atribuído a presença de

compostos fenólicos (ANGELO e JORGE, 2007). Esses compostos são originados do

metabolismo secundário das plantas, sendo essenciais para o seu crescimento e reprodução,

também se formam em condições de estresse como, infecções, ferimentos, radiações UV, dentre

outros (NACZK; SHAHIDI, 2004). Os antioxidantes são classificados de acordo com a

capacidade de apresentar ou não atividade enzimática. Os que apresentam atividade enzimática

são os compostos capazes de bloquear o início da oxidação, ou seja, as enzimas que removem

as espécies reativas do oxigênio e os sem essa atividade são as moléculas que interagem com

as espécies radicalares que são consumidas durante a reação. Nesta classificação, incluem-se

os antioxidantes naturais e sintéticos como os compostos fenólicos. (MOREIRA e MANCINI-

FILHO, 2004)

Os compostos fenólicos apresentam atividade antiviral, antibacteriana, anti-inflamatória

e têm propriedades captadoras de radicais livres, o que confere a atividade antioxidante. Os

radicais livres têm sido considerados como agentes causadores de isquemias cerebral e cardíaca,

doenças de Parkinson, distúrbios gastrointestinais, envelhecimento, entre outros. As células

vivas possuem capacidade limitada para anular a atividade destes radicais livres, mas se acredita

que a ingestão de antioxidantes pode melhorar a proteção das células e, portanto, a sua função

fisiológica. Estes antioxidantes são geralmente obtidos a partir da alimentação e incluem

vitaminas C e E, -caroteno e uma variedade de compostos fenólicos, incluindo ácidos

fenólicos e flavonóides (OLIVEIRA et al., 2012).

2.4.1 Classificação química dos ácidos fenólicos

Os ácidos fenólicos são compostos por um anel benzênico, um grupamento carboxílico

e um ou mais grupamentos de hidroxila e/ou metoxila na molécula, conferindo propriedades

antioxidantes para os vegetais. São divididos em dois grupos, derivados do ácido

hidroxibenzóico e derivados do ácido hidroxicinâmico. Os ácidos hidroxibenzóicos (Figura 3)

incluem os ácidos p-hidroxibenzóico, protocatecuico, vanílico, gálico e siríngico, que têm

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estrutura comum (NACZK; SHAHIDI, 2004)

Figura 3 - Estrutura química dos principais ácidos benzóicos.

COOH

R1R2

R3

R4

Fonte: (RAMALHO; JORGE, 2006) adaptado.

Os ácidos hidroxicinâmicos, (Figura 4) são compostos aromáticos com três carbonos

que formam uma cadeia lateral (C6 –C3), os mais comuns são os ácidos caféico, ferúlico, p-

cumárico e sináptico que, na maioria dos alimentos, se encontram esterificados ao ácido

quínico, ácido tartárico ou carboidratos e derivados. Eles estão presentes em vários alimentos e

bebidas de origem vegetal, como o café, erva mate, maçã, ameixa e outras frutas, crucíferas,

cereais, entre outros e também podem ser encontrados na forma livre em alimentos, como o

tomate e a cerveja (MOURA et al., 2011).

Figura 4 - Estrutura química dos principais ácidos cinâmicos.

R1R2

R3

R4

COOH

R1R2

R3

R4 HOOC

Fonte: (ANGELO; JORGE, 2007) adaptado.

Ácido Cinâmico: R1=R2=R3=R4=H

Ácido o-cumárico: R1=OH; R2=R3=R4= HÁcido m-cumárico: R1=R3=R4=H; R2=OH

Ácido p-cumárico: R1=R2=R4=H; R3=OH

Ácido caféico: R1=R4=H; R2=R3=OH

Ácido ferúlico: R1=R4=H; R2=OCH3

Ácido sinápico: R1=H; R2=R4=OCH3; R3=OH

Ácido Salicílico: R1=OH; R2=R3=R4=H

Ácido Gentísico: R1=R4= OH; R2=R3= HÁcido p-hidroxibenzóico: R1=R2=R4=H; R3=OH

Ácido Protocatequínico: R1=R4=H; R2=R3=OH

Ácido Vanílico: R1=R4=H; R2=OCH3; R3=OH

Ácido Gálico: R1=H; R2= R3=R4=OHÁcido Siríngico: R1=H; R2=R4=OCH3; R3=OH

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2.4.2 Ácido Vanílico

O ácido vanílico (AV) (4-hidroxi-3-metoxibenzóico) é um composto fenólico que pode

ser obtido através da oxidação da vanilina. A vanilina (4-hidroxi-3-metoxibenzaldeído) (Figura

5A) é um dos compostos aromáticos mais apreciados no mundo e um importante flavorizante

para alimentos e bebidas. O aroma de baunilha, ou seja, a vanilina, é obtida da planta Vanilla

planifólia (Figura 5B) na forma de gluco-vanilina, na proporção de 2% em peso. A presença

do composto citado nesta planta e uma das principais formas de obtenção do ácido vanílico

(LIBARDI, 2010).

Figura 5 - Estrutura Química da Vanilina (A) e foto da Vanilla planifólia (B).

A B

Fonte: (A) e (B) Retirado de http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.54

O AV, metabólito encontrado no plasma e urina de humanos após o consumo de

alimentos ricos em ácidos clorogênicos resulta da derivação ácido ferúlico e isoferulico dos

derivados do ácido cafeoilquínico, a ligação éster é clivada e o grupo 3-hidroxi ou 4-hidroxi do

ácido cafeico é o-metilado (Figura 6). A redução do ácido ferúlico resulta em ácido di-

hidroferulico, a partir do qual o ácido vanílico pode ser formado após a β-oxidação (ANDREAS

R. RECHNER, 2001).

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Figura 6 - Derivação dos ácido ferúlico, isoferulico, di-hidroferulico e vanílico do metabolismo

de ácidos cafeiolquínicos.

Fonte: (ANDREAS R. RECHNER, 2001), adaptado

O AV foi utilizado na preparação e uso de eletrodo de carbono vítreo modificado com

MWCNT na qual a eletropolimerização in situ por meio da oxidação do fenol resultou na

formação de novas espécies eletroativas gerando assim, um polímero para determinação

simultânea de ácido ascórbico, ácido úrico e dopamina (SILVA, 2013). O ácido vanílico

destacou-se como um dos diversos compostos fenólicos contidos no óleo fixo dos frutos do

açaizeiro (Euterpe oleracea). As propriedades anti-oxidantes desses compostos fenólicos,

torna-o este óleo uma alternativa promissora para alimentos, suplementos, cosméticos e

medicamentos (FAVACHO, 2009).

Na polimerização do ácido vanílico (Figura 7) utilizando as técnicas de voltametria

cíclica na plataforma nanoestruturada e eficiente à base de nanotubos de carbono de paredes

múltiplas em um sensor analítico (imerso em uma solução de tampão fosfato pH = 5,5 com

ácido vanílico) para determinar simultaneamente ácido ascórbico, dopamina e ácido úrico. A

polimerização do ácido vanílico sobre o nanotubos de carbono de paredes múltiplas depositado

em carbono vítreo como mediador redox, gerou três pares redox baseados no sistema

quinona/hidroquinona (SILVA, 2013). Visto que em trabalhos anteriores essa plataforma

apresentou bons resultados para detecção e quantificação de substâncias de relevância

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biológica, este trabalho propõe a utilização desta plataforma baseada em nanotubos de carbono

e ácido vanílico para quantificação de um defensivo agrícola.

Figura 7 - Estrutura Química do Ácido Vanílico.

Fonte: (SILVA, 2013) adaptado.

2.5 Polímeros

Os polímeros são compostos de origem natural ou sintética e apresentam alta massa

molar devido a repetição de muitas unidades químicas. As substâncias que dão origem aos

polímeros por reação química são chamadas monômeros. Eles podem ser condutores com

propriedades semelhantes às dos metais, que podem ser aplicados em células solares, baterias,

dispositivos eletrônicos, sensores e biossensores. A rápida cinética de difusão desses polímeros

é útil na prevenção da contaminação de superfícies de eletrodos por espécies interferentes e no

desenvolvimento de biossensores. E os polímeros não condutores que são materiais isolantes

que apresentam crescimento autolimitado devido à sua alta resistividade. (FERREIRA et al.,

2011).

A síntese eletroquímica dos polímeros condutores pode ser realizada pelos métodos

potenciodinâmico, potenciostático e galvanostático. Ao eletropolimerizar uma substância ela se

torna parte na reação fazendo com que o polímero apresente novas características e aumente a

condutividade frente aos obtidos quimicamente por causa da disposição planal dos anéis

aromáticos, além das outras vantagens (TKACH; VASYLYOVYCH NECHYPORUK, 2018).

Os polímeros podem ser sintetizados eletroquimicamente por meio de reações anódicas

ou catódicas de seus monômeros, no eletrodo de trabalho utilizando polímeros pré-sintetizados,

em solução ou, no caso de a superfície ser modificada apresentar condutividade elétrica, pode-

se recorrer à eletropolimerização in situ. Neste último caso, o polímero eletrogerado deve ser

condutor ou permeável ao eletrólito de suporte. Sendo, a polimerização anódica o processo

mais usado. Esta consiste em uma oxidação eletroquímica de uma solução do monômero,

O OH

OH

OCH3

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resultando no recobrimento do ânodo pelo polímero sintetizado. Este procedimento requer, em

geral, uma célula de 3 eletrodos: eletrodo de trabalho como ânodo, eletrodo auxiliar e eletrodo

de referência (SOUSA; DALLAN; BERTAZZOLI, 2000).

Os filmes poliméricos têm sido utilizados em eletrodos quimicamente modificados e no

desenvolvimento de sensores para proteger a superfície dos eletrodos de impurezas, bloquear

interferentes, imobilizar biocomponentes, incorporar mediadores e fornecer

biocompatibilidade. A modificação com membranas poliméricas permite a imobilização de

muitas monocamadas da espécie ativa na superfície modificada, ampliando consideravelmente

a resposta eletroquímica. Os polímeros não-condutores são frequentemente usados por sua

característica permesseletiva, que são empregados em biossensores para prevenir interferentes,

impurezas sobre a superfície do eletrodo, imobilizar biocomponentes e mediadores de tal forma

que estes não sejam lixiviados para a solução (PEREIRA; SANTANA; TATSUO, 2002). Os

filmes poliméricos permitem o desenvolvimento de diversas plataformas eletroquímicas

visando a detecção e quantificação de diversas biomoléculas (SILVA, 2018).

A análise de amostras ambientais tem despertado bastante interesse nos últimos anos,

devido a relevância de estudos que evidenciam a necessidade de controle da quantidade de

defensivos agrícolas presentes no meio ambiente e sua correlação com uma série de patologias.

Diante do exposto a necessidade de incorporação de polímeros apresenta como uma excelente

alternativa para avaliação no desenvolvimento de plataformas nanoestruturadas para detecção

e quantificação de defensivos agrícolas, tendo como destaque neste trabalho o fungicida

mancozebe.

2.6 Fungicidas com foco mancozebe (MCZ)

No combate as pragas e doenças que colocaram em risco a produção de alimentos, 1000

anos A.C., os chineses usaram o enxofre como inseticida e como fungicida pelos europeus no

século XVIII, sendo ainda um importante pesticida utilizado no mundo atualmente. A raiz de

Derris elipitica, contendo rotenona, extrato das flores de Chrysanthemun cineariefolum,

contendo piretros e extrato de folhas de tabaco, foram usados como inseticidas no século XVII.

Em 1807, foi usado o sulfato de cobre no combate à cárie do trigo, e em 1882, uma mistura de

sulfato de cobre e hidróxido de cálcio, conhecida como mistura de Bordeaux, foi introduzida

na agricultura para o controle do míldio em videiras (Vitis vinifera) causado pelo

fungo Plasmopara viticola (ECOBICHON, 2001).

Usados no tratamento de sementes no ano de 1913 na Alemanha os primeiros fungicidas

orgânicos sintetizados em laboratório foram os organomercuriais que se mostraram

posteriormente poucos eficientes e de alta toxicidade para organismos não alvo. O uso dos

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organomercuriais foi descontinuado quando outras alternativas foram disponibilizadas

(KLITTICH, 2008).

As investigações da Du Pont Company, em 1931, mostraram alguns dos derivados do

ácido ditiocarbâmico, por apresentarem atividade inseticida e fungicida. Alguns dos derivados

de alquila, incluindo os derivados de metila e etila, pareceram ser os mais promissores. Os

sulfetos de tiuram e os ditiocarbamatos metálicos eram de especial interesse. Investigações mais

extensas, desde então, desenvolveram informações valiosas sobre a eficiência desses produtos

como inseticidas e fungicidas, e mostraram que algumas delas são tóxicas para os ácaros e

altamente tóxicas para o protozoário causador da coccidiose cecal das aves (FLENNER, 1942).

Em 1934 foi emitida a primeira patente dos fungicidas ditiocarbamatos para Tisdale e

Williams, mas eles não foram comercializados até 1940, quando o tirame foi descrito como um

tratamento eficaz de sementes, e 1943, quando o ferbam foi descrito como fungicida foliar. A

tecnologia avançou com a introdução dos (ditiocarbamatos), incluindo nabam, zineb e maneb,

e alcançou o desenvolvimento do mancozebe (MCZ) pela Rohm and Haas em 1961. Pela

primeira vez, os agricultores tinham fungicidas que efetivamente controlavam doenças

devastadoras. como o míldio da batata e manchas foliares causadas por fungos como Venturia,

Alternaria e Septoria. Devido ao seu espectro, esses fungicidas proporcionaram o maior

benefício para os produtores de frutas e vegetais. Os compostos de ditiocarbamato tinham a

vantagem de apresentar baixa toxicidade para mamíferos, plantas e o meio ambiente, e com

seu modo de ação multissítio, eles continuam sendo um componente crítico do manejo de

resistência para novos fungicidas, sendo o mancozebe ainda o fungicida mais vendido no

mundo até hoje (KLITTICH, 2008).

O mancozebe (Figura 8) é um complexo contendo 20% de manganês e 2-5% de zinco. É

um pó amarelo acinzentado e é praticamente insolúvel em água e na maioria dos solventes

orgânicos. É decomposto em altas temperaturas pela umidade e em condições ácidas. Sendo

este bastante utilizado na aplicação foliar das culturas de abacate, abóbora, algodão, arroz,

banana, batata, dentre outros. No estado de Alagoas, a utilização deste fungicida recebe enorme

aplicação nas culturas de graviola (MELLO, 2014).

Figura 8 -Estrutura molecular do fungicida Mancozebe

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Fonte: (SILVA, 2014)

Segundo Alves e Juliatti (2018), em uma pesquisa realizada recentemente no Rio

Grande do Sul, os protetores potencializam também a entrada dos fungicidas sistêmicos nas

plantas quando estão associado na pulverização. A utilização destes fungicidas protetores em

lavouras de soja tem mostrado uma melhora significativa na eficiência dos produtos sistêmicos

no combate a ferrugem asiática. Além de sua ação multissítio, que atua em diversos pontos do

metabolismo do patógeno, a composição de micronutriente como zinco e manganês contidos

no mancozebe, também colabora para elevar o potencial dos produtos curativos. Os protetores

têm como objetivo reduzir a incidência de resistência dos fungos a produtos com o princípio

ativo dos triazóis, estrobilurinas e carboxamidas (ALVES; JULIATTI, 2018).

Diante disso, este trabalho propõe o desenvolvimento e o uso de eletrodos de carbono

vítreo modificados com MWNTC tratado com ácido nítrico e produto gerado da eletro-oxidação

do ácido vanílico, in situ que resulta na formação de novas espécies eletroativas para detectar e

quantificar mancozebe.

.

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32

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Desenvolver um sensor amperométrico baseado em nanotubos de carbono e produto gerado

através da eletro-oxidação do ácido vanílico para detecção e quantificação do fungicida

mancozebe.

3.2 Objetivos específicos

• Realizar funcionalização dos nanotubos de Carbono de paredes múltiplas (MWCNT)

com ácido nítrico (HNO3);

• Caracterizar o MWCNT funcionalizado em meio ácido utilizando as técnicas TGA e

MEV;

• Realizar ensaios com as plataformas ECV e ECV/MWCNT na presença de ácido

vanílico;

• Verificar o comportamento das plataformas de ECV, ECV/p-AV, ECV/MWCNT e

ECV/MWCNT/p-AV na presença de MCZ;

• Estudar o comportamento da plataforma ECV/MWCNT/p-AV em diferentes valores de

pH para detecção de MCZ;

• Estudar o comportamento da plataforma ECV/MWCNT/p-AV em diferentes

velocidades de varredura para detecção de MCZ;

• Obter uma curva analítica para quantificação MCZ utilizando a plataforma

ECV/MWCNT/p-AV.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Reagentes

Os seguintes reagentes de grau analítico foram adquiridos de seus

respectivos fornecedores e utilizados sem tratamento prévio (Tabela 2).

Tabela 2: Reagentes utilizados e seus respectivos fornecedores

Reagentes

Fornecedor

Ácido clorídrico (HCl)

Vetec

Ácido Vanílico (AV) (C8H8O4)

Sigma-Aldrich

Ácido nítrico (HNO3)

Vetec

Acetato de sódio (CH3COONa)

Vetec

EDTA sal dissodico (C10H14N2O8Na2.2H2O)

Vetec

Fosfato de sódio dibásico diidratado (Na2HPO4.2H2O)

Sigma-Aldrich

Fosfato de sódio monobásico monoidratado (NaH2PO4.H2O)

Sigma-Aldrich

Hidróxido de Sódio (NaOH)

Vetec

Mancozebe (MCZ) (C4H6N2S4Mn)Zn

Sigma-Aldrich

Nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNT)

Sigma-Aldrich

Fonte: Autor desta tese, 2019

4.1.1 Tratamento dos nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNT)

Em um balão de fundo redondo de 50 mL foram pesados 50 mg de nanotubos de carbono

de paredes múltiplas (Figura 9). A seguir adicionou-se cautelosamente 20 mL de ácido nítrico

concentrado. Deixou o sistema em aquecimento entre 140-150 ºC sob refluxo durante 6 horas.

Após as 6 horas transferiu-se o meio reacional para um funil de Buchner no qual foi filtrado e

lavado sucessivamente com água deionizada até obter-se uma solução com pH 7,0 (SILVA,

2013).

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34

Figura 9 – Sistema de refluxo para tratamento MWCNT/HNO3.

Fonte: elaborado pelo autor da pesquisa, 2019.

4.2 Equipamentos e materiais

As medidas de volume foram efetuadas com micropipetas Eppendorf (10- 100 μL) ,

(100-1000 μL) e (1000-5000 μL).. A vidraria utilizada no preparo das soluções foi de grau A e

as pesagens foram realizadas em balança analítica Shimadzu modelo AUY220. O pH das

soluções tampão foi medido com Medidor de pH NI PHM (Nova Instrumens) empregando um

eletrodo de vidro combinado. As soluções foram preparadas com água ultrapura retirada do

Equipamento Milli-Q.

Para as medidas eletroquímicas com as técnicas de voltametria cíclica (VC) e

Voltametrias de Pulso diferencial (VPD) foi utilizado um potenciostato da Echo Chemie

(Autolab® modelo PGSTAT-30) (Figura 10) controlado por um microcomputador através dos

Software NOVA 2.1 e o GPES para controle de potencial, aquisição e tratamento de dados,

com uma célula eletroquímica convencional de 03 eletrodos, contendo um eletrodo de

referência de Ag|AgCl (KClsat) comercial (Analion®), um fio de platina em forma de espiral

como eletrodo auxiliar e o eletrodo de carbono vítreo modificado como eletrodo de trabalho.

As medidas para a (VC) foram realizadas usando 5,0 mL de solução tampão fosfato 0,1

M, pH 7,0. A eliminação de oxigênio dissolvido foi feita pelo borbulhamento de um fluxo de

nitrogênio gasoso nas soluções, durante 10 minutos, antes das análises.

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Figura 10 - Potenciostato Echo Chemie (Autolab® modelo PGSTAT-30)

Fonte: http://www.metrohm.com acesso 23/05/2019

As micrografias foram obtidas utilizando um microscópio eletrônico de varredura

(MEV) Shimadzu VEGA3 (Figura 11) com detectores de elétrons secundários (SE) e

retroespalhados (BSE). O eletrodo foi metalizado com ouro a uma corrente de 10 mA por oito

minutos, utilizando um sistema de revestimento (Quorum Technologies LTD, Ashford, modelo

Q150R).

Figura 11 - Microscópio Eletrônico de Varredura Shimadzu VEGA3.

Fonte: http://www.tescan.com acesso 23/05/2019.

As análises de TG foram realizadas em aparelho de termoanálise da marca Shimadzu,

modelo 51 H (Figura 12), com uma taxa de aquecimento de 10 ºC min-1 onde cada amostra

correu em um fluxo de gás nitrogênio de 50 mL min-1 de 25 a 800 ºC.

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Figura 12 – Analisador termo gravimétrico Shimadzu modelo 51 H.

Fonte: http://www.shimadzu.com.br/analitica/produtos/thermal/tga.shtml acesso em

23/05/2019

4.3 Limpeza do eletrodo de carbono vítreo (ECV)

O ECV foi polido com alumina (ø=0,3 µm), lavado com água milli-Q, levado ao

ultrassom por 2-3 min, em etanol, e lavado novamente com água destilada. A limpeza do

eletrodo foi verificada por voltametria cíclica, utilizando uma sonda eletroquímica bem

conhecida, o K3[Fe(CN)6] e K4[Fe(CN)6] 1 mmol L-1, em KCl 0,1 M, um sistema reversível,

em potenciais adequados. Em seguida, o ECV foi lavado com água Milli-Q e secado à

temperatura ambiente.

4.4 Soluções Padrões

A solução tampão fosfato pH 5,00 foi preparada pesando-se 2,58 g de dihidrogênio

fosfato de potássio (KH2PO4) e 0,0858 g de hidrogênio fosfato de sódio (Na2HPO4) em um

balão de 100 mL, o qual foi completado com água deionizada.

A solução tampão fosfato pH 7,00 foi obtida pesando-se 0,471 g de dihidrogênio fosfato

de potássio (KH2PO4) e 0,785 g de hidrogênio fosfato de sódio (Na2HPO4) em um balão de 100

mL, o qual foi completado com água deionizada.

4.5 Solução de Mancozebe 1,00 x 10-3 mol L-1 (MCZ)

A solução de MCZ de 1,00 x 10-3 mol L-1 foi preparada adicionando 0,0010 g do

composto em um eppendorf e solubilizado com 2 mL de solução 2,50x10-2 mol L-1 de EDTA

pH 9,50, uma vez que o mesmo é insolúvel em muitos solventes orgânicos e apresenta baixa

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solubilidade em água. O EDTA complexa os íons manganês e zinco liberando o 1,2-

etilenbisditiocarbamato. A solução foi conservada sob refrigeração e proteção da luz.

4.6 Solução de EDTA 2,50 x 10-2 mol L-1

Para preparar a solução 2,50x10-2 mol L-1 de EDTA, foram pesados aproximadamente

0,9306 g de EDTA (sal dissodico) em um balão volumétrico de 100 mL. Em seguida o EDTA

foi solubilizado com 90,0 mL de água deionizada e o pH foi ajustado para 9,50 com solução

1,00 mol L-1 de NaOH, em seguida o balão foi completado para 100 mL com água deionizada.

4.7 Solução de Ácido Vanílico 10-2 mol L-1 (AV)

A solução de AV de 1,00 x 10-2 mol L-1 foi preparada adicionando aproximadamente

0,0017 g do composto em um eppendorf e solubilizado com 1 mL de tampão fosfato pH 7,0

(40,0 mM). Esta solução foi preparada antes das polimerizações e foi utilizada até quinze dias

e armazenada em temperatura ambiente.

As soluções dos itens 4.5, 4.6 e 4.7 foram preparadas antes das análises e utilizadas no

mesmo dia.

4.8 Preparação da plataforma ECV/MWCNT

4.8.1 Preparação da dispersão de MWCNT

Em um eppendorf, foi pesado 1 mg de MWCNT (obtido do tratamento com ácido

nítrico) e adicionado 1,0 mL de dimetilformamida (DMF). Esta mistura ficou sob agitação no

ultrassom por 2 horas para dispersão, conforme a Figura 13. Esta solução foi preparada antes

das análises e armazenada em temperatura ambiente.

Figura 13 - Preparo do MWCNT tratado com DMF.

Fonte: (CORDEIRO, 2017, adaptado).

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4.8.2 Modificação do eletrodo de carbono vítreo com MWCNT

Uma alíquota de 5,0 µL da solução descrita em 4.8.1 foi adicionada à superfície do

eletrodo (Figura 13), em 5 frações sucessivas de 1,0 µL. Em cada adição, o DMF foi lentamente

evaporado em estufa a 80 °C durante 10 minutos para só então serem adicionadas as próximas

frações.

4.8.3 Modificação do eletrodo de carbono vítreo com MWCNT e AV

Para a geração da espécie eletroativa na plataforma nanoestruturada ECV/MWCNT por

um processo de eletropolimerização, o eletrodo de carbono vítreo modificado com MWCNT

foi imerso em 400 µL de uma solução de ácido vanílico, com concentração de 0,8 mmol.L-1 e

realizadas 20 ciclagens na faixa de - 0,5 a 1,0 V versus Ag/AgCl em 4,6 mL de tampão fosfato

pH = 5,5, em velocidade de 0,050 V s-1.

4.8.4 Uso do ECV/MWCNT/p-AV na análise de MCZ.

O eletrodo modificado ECV/MWNCT/p-AV foi imerso em 4 mL da solução 0,1 mol.L-

1 de tampão fosfato pH 7,0, sob atmosfera de nitrogênio. Em seguida, foi adicionada alíquota

de 1 mL de MCZ de concentração 200 mol.L-1, e o sinal desta foi comparado com o sinal do

branco (ausência do analito). Nestes experimentos, foi selecionada uma faixa de potencial entre

0,6 a -1,2 V vs. Ag/AgCl, a uma velocidade de varredura de 0,005 V s-1.

4.8.5 Construção de curva analítica para determinação e quantificação de mancozebe.

A plataforma nanoestruturada ECV/MWCNT/p-AV, o eletrodo modificado foi imerso

em uma solução tampão fosfato pH 7, para sucessivas adições de alíquotas da solução estoque

de mancozebe para análise em Voltametria de Pulso Diferencial com os seguintes parâmetros:

velocidade de varredura 0,010 V s-1, modulação de amplitude 25 mV, tempo de modulação 0,05

s e intervalo de tempo 0,5 s para construção de curvas analíticas com varreduras em sentido

catódico.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização das plataformas nanoestruturadas

Após a realização do tratamento em meio ácido dos nanotubos de carbono, foi realizada

a caracterização do material utilizando diferentes técnicas. Neste trabalho utilizou as técnicas

de termogravimétrica (TGA) e microscopia eletrônica de varredura (MEV).

5.1.1 Caracterização termogravimétrica

A análise termogravimétrica permite verificar a presença das diferentes formas de

carbono na amostra, através da análise em função da temperatura em que os eventos de perda

de massa ocorrem, bem como verificar a presença de partículas metálicas do catalisador, desta

forma permite caracterizar a pureza dos nanotubos de carbono.

As formas estruturais de carbono podem exibir diferentes comportamentos de oxidação

dependendo de sua posição ao longo da estrutura, devido às suas menores energias de ativação

para oxidação ou devido à presença de um grande número de sítios ativos. A literatura apresenta

valores referentes aos processos de oxidação de nanotubos de carbono em análises

termogravimétricas, uma estrutura bem grafitada começa a oxidar a uma temperatura

relativamente mais alta entre 600 ºC e 700 ºC, dependendo do tipo de nanotubo de carbono,

para o carbono amorfo a temperatura de oxidação varia de 250 a 300°C, de 300 a 350°C para

grafeno, 400 a 450°C para NTCs com defeitos e de 590 a 650°C para MWNTC (MEHL, 2011).

Vale ressaltar que a análise termogravimétrica não pode ser utilizada para identificação

da forma de carbono presente na amostra, pois os nanotubos de carbono de múltiplas

camadas, nanofibras e carbono ativado sofrem oxidação a temperaturas muito próximas.

Na figura 14, pode ser observado que a decomposição da amostra de nanotubos de

paredes múltiplas da Sigma-Aldrich ocorre em 535 ºC. Para o nanotubos de paredes múltiplas

após o tratamento em meio ácido verifica-se que a perda de massa inicia em 187 ºC ocorrendo

de forma mais acentuada quando comparada com a amostra comercial, isto deve-se a formação

de grupos oxigenados, tais como carboxilas e carbonilas oriundas da reação com ácido nítrico

que leva a uma menor energia de ligação facilitando desta forma a perda de massa.

Embora ocorra uma maior perda de massa do MWCNT tratado em relação ao MWCNT

comercial, isto não influência na resposta eletroquímica do sensor, já que a temperatura de

trabalho é a temperatura ambiente.

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40

Figura 14 - Termogramas dos NTC Sigma e NTC tratado. Velocidade de aquecimento de 10 ºC

min-1, fluxo de gás N2 de 50 mL min-1.

0 200 400 600 800 1000

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

NTC

NTC tratado

TG

A (

mg

)

Temp (C)

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

5.1.2 Análise morfológica

Foi realizada a microscopia eletrônica de varredura (MEV) visando caracterizar a

morfologia superficial do ECV, ECV/MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV. A Figura 15 A mostra

a morfologia do carbono vítreo e a Figura 15 B mostra a morfologia típica dos nanotubos, bem

distribuídos por toda matriz na superfície modificada. Por outro lado, após o processo de

modificação da superfície (Figura 15C) com o composto fenólico e MWCNT, é evidente a

alteração na morfologia devido à cobertura pela matriz polimérica de AV, no qual pode-se

visualizar regiões rugosas e irregulares com os nanotubos aprisionados no polímero

eletrogerado, gerando uma grande área superficial (LOPES et al., 2015; SILVA et al., 2016).

Figura 15 - Micrografias de MEV de ECV (A), ECV/MWCNT (B) e ECV/MWCNT/p-AV(C).

Fonte: SILVA et al., 2018; Autor desta dissertação, 2019

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5.1.3 Análise eletroquímica da plataforma ECV/MWCNT

Foi realizado ensaio eletroquímico da plataforma ECV/MWCNT para verificar o seu

comportamento redox, pois a funcionalização em meio ácido leva a formação de grupos

carboxílicos e carbonílicos que formam sítios ativos que permitem a deposição de partículas e

formação de mediadores redox com fenóis através de interação eletrostática ou covalente. Na

Figura 16 pode se verificar a presença dos picos Ia (+0,046 V) e Ic (-0,017 V) relativos aos

grupos provenientes do tratamento ácido em nanotubos de carbono, gerando sítios

energeticamente favoráveis a incorporação de mediadores, como mencionado.

Figura 16 - Voltamogramas cíclicos na faixa -0,5 a 1,0 V vs. Ag/AgCl ECV/CNT, em solução de

fosfato 0,1 M, pH 5,5 e velocidade de 0,05 V s-1.

-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

-20

-10

0

10

20

30

40

I/

E/V vs Ag/AgCl

Ia

Ic

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

5.2 Modificação da plataforma ECV/MWCNT com AV

O produto eletrogerado do ácido vanílico (AV) foi eletrodepositado in situ sobre

ECV/MWCNT, a partir de uma solução 0,8 mmol.L-1 de AV, através de sucessivas varreduras

de potencial com Einicial = -0,5 V e E= 1,0 V vs. Ag/AgCl (20 ciclos, = 0,050 V s-1) (Figura

17), em solução de tampão fosfato pH = 5,5. Assim, no ECV/MWCNT/p-AV obtido foi

possível observar a formação de sistemas quinônicos, a partir da oxidação irreversível da

hidroxila fenólica do AV.

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-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

I/

E/V vs Ag/AgCl

EVCNTC pH 5,5 pol acv

I IIIII

IV

V

VIVII

Figura 17 - Voltamogramas cíclicos na faixa de -0,5 a 1,0 V vs. Ag/AgCl para a eletro-oxidação e

ativação do ECV/MWCNT com ácido vanílico a 0,8 mmol.L-1, em solução tampão fosfato 0,1

mol.L-1, pH 5,5 e = 0,05 V s-1

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

Na primeira varredura do voltamograma da figura 17, um pico anódico irreversível (IV)

é observado, em +0,58 V vs. Ag/AgCl, com consequente aparecimento de três ondas catódicas

(V, VI e VII), em +0,029 V, +0,16 V e +0,27 V vs. Ag/AgCl. Na segunda e subsequentes

varreduras, pode-se observar a formação de três novas ondas anódicas (I, II e III), em +0,056

V, +0,18 V e +0,30 V vs. Ag/AgCl, as ondas reversas das ondas catódicas V, VI e VII que

tiveram suas correntes aumentadas nas varreduras posteriores, constituindo sistemas redox bem

definidos. Os vários pares redox não desaparecem, quando o eletrodo é lavado e transferido

para uma nova solução tampão livre de AV, o que indica a permanência do novo material

eletrogerado na superfície.

No eletrodo de carbono vítreo sem a utilização de nanotubos de carbono, não se observa

a formação das três espécies redox e a oxidação de IV ocorre a + 0,65 V vs. Ag/AgCl (Figura

18), e leva consequente a passivação do eletrodo, fato este característico da oxidação de

compostos fenólicos (SILVA, 2013).

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-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

-4

-2

0

2

4

6

8

10

I/

E/v vs Ag/AgCl

EVC ph 5,5 f poli acv

IV

Figura 18 - Voltamogramas cíclicos na faixa de -0,5 a + 1,0 V vs. Ag/AgCl para a polimerização e

ativação do ECV com ácido vanílico a 0,8 mM, em solução tampão fosfato 0,1 M, pH 5,5 e = 0,05

V s-1.

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

5.2.1 Mecanismo proposto para a eletro-oxidação de AV

Silva (2013) propõe em seu trabalho um mecanismo para a oxidação de AV conforme

Figura 19, que mostra no esquema 1 a oxidação monoeletrônica de AV com saída de 1 próton,

o que leva à formação de radicais fenoxila, no qual a distribuição de carga eletrônica pode ser

representada por quatro formas mesoméricas. Essa etapa relaciona-se, provavelmente, à onda

IV, em +0,58 V vs. Ag/AgCl da Figura 17, e sua irreversibilidade devido às reações químicas

acopladas e geração de espécies mais estáveis nas etapas seguintes, conforme mostrado no

esquema 1(Figura 19).

Já nos sistemas redox I/V, II/VI e III/VII podem ser compreendidos como formados

através da oxidação monoeletrônica dos radicais fenoxila, que levará à formação de

carbocátions que, por sua vez, sofrerão hidrólise, levando à formação de quinonas (como

apresentado nos esquemas 2, 3 e 4 da Figura 19. A reversibilidade dos sistemas redox gerados

(Figura 17) podem ser explicados pela formação de orto- e para-quinonas, um dos mais

importantes exemplos de pares redox em eletroquímica orgânica, por possuírem habilidade

em sofrer reações redox reversíveis. A facilidade de redução pode ser explicada pela formação

de sistemas aromáticos (SILVA, 2013).

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Figura 19 - Mecanismo apresentando a formação dos produtos gerados através da oxidação de

AV em pH 1,0.

Fonte: (SILVA, 2013).

5.3 Estudo da plataforma com MCZ

O comportamento eletroquímico do mancozebe foi investigado por voltametria cíclica

em solução de tampão fosfato pH 7,00, e os resultados obtidos são apresentados na Figura 20,

onde foram utilizados as seguintes plataformas: de ECV, ECV/p-AV, ECV/MWCNT e

ECV/MWCNT/p-AV. É possível observar que nas plataformas ECV e ECV/p-AV ocorre a

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formação de um pico anódico e não se observa pico catódico, entretanto nas demais,

ECV/MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV, ocorre a formação de diferentes picos, sendo dois

catódicos e um anódico. Além disso pode se observar maiores correntes faradaicas associadas

aos processos redox da plataforma ECV/MWCNT/p-AV indicando uma sinergia entre o

nanotubo de carbono e o produto eletrogerado da oxidação de AV, sendo está a melhor

plataforma modificada para aplicação na determinação e quantificação de mancozebe. Na

plataforma ECV/MWCNT/p-AV é observado dois picos catódicos nos potenciais -0,317 V

(pico a) e – 0,808 V (pico b) e um pico anódico em – 0,017 V (pico C). O processo de redução

e oxidação do mancozebe envolve os grupos tióis, sendo apresentando diversos mecanismos na

literatura, sendo uma etapa subsequente do trabalho a elucidação do mecanismo na plataforma

em estudo.

Figura 20 - Voltamogramas cíclicos na faixa de 0,6 a -1,2 V vs. Ag/AgCl ECV, ECV/p-AV, ECV

/MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV, em solução tampão fosfato 0,1 M, pH 7,0 na presença de 200

mol L-1 de MCZ e = 0,005 V s-1.

-1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

-10

-5

0

5

10

15

20

I/

E/V vs Ag/AgCl

ECV pH 7 mcz

ECV poli pH 7 mcz

ECV/NTC pH 7 mcz

ECV/NTC poli pH 7 mcz

ab

c

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

A etapa seguinte foi o estudo da influência do pH no comportamento redox do

mancozebe na plataforma selecionada. Foi possível observar na figura 21 que o pico A se

encontra nos seguintes valores de potencial -0,411 V, - 0,319 V e – 0,284 V para os valores

de pH 1, 7 e 13, respectivamente. Desta forma podemos relacionar que com o aumento no valor

de pH, o potencial de redução é deslocado para valores mais positivos, indicando uma

diminuição de energia para o requerido processo. Entretanto o objetivo do presente trabalho é

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desenvolver uma plataforma para fins analíticos, com o aumento de valor do pH ocorre

diminuição de corrente faradaica, diminuindo a sensibilidade para detecção e quantificação de

mancozebe. Diante dos dados apresentados, o valor de pH 7,0 foi o ideal para o interesse do

trabalho, levando em consideração solubilidade e corrente faradaica para o processo.

Figura 21 - Voltamogramas cíclicos na faixa de 0,6 a -1,2 V vs. Ag/AgCl ECV, ECV/p-AV, ECV

/MWCNT e ECV/MWCNT/p-AV, em solução tampão fosfato 0,1 M, pH 1,0, pH 7,0 e pH 13,0 na

presença de 200 mol L-1 de MCZ e = 0,005 V s-1.

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

Na etapa seguinte foi realizado o estudo da influência da velocidade de varredura no

comportamento redox do mancozebe. O estudo da velocidade de varredura sobre a resposta

voltamétrica do eletrodo de ECV/MWCNT/p-AV foi investigado em uma solução 200 mol L-

1 de Mancozebe em tampão fosfato pH 7,00. Os resultados obtidos variando as velocidades de

varredura de 5 mV s-1 a 21 mV s-1 (Figura 22), mostram que ocorre aumento na intensidade

de corrente e deslocamento dos potenciais de picos catódicos (deslocados para valores mais

negativos) e anódicos (deslocado para valores mais positivos) no aumento da velocidade de

varredura, indicando limitação cinética. Desta forma as análises devem ser realizadas em baixas

velocidades de varredura.

-1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

I/

E/v vs Ag/AgCl

pH 1

pH 7

pH 13

A

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Figura 22 - Voltamogramas cíclicos de ECV/MWCNT/p-AV nas velocidades de varredura 5 mV

s-1 a 21 mV s-1 em solução tampão fosfato 0,1 mol L-1, pH 7,0 na presença de 200 mol L-1 de

MCZ e = 0,005 V s-1.

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

5.4 Determinação da curva analítica

Com o objetivo de obter uma curva analítica para mancozebe, foram utilizadas

diferentes concentrações do analito, em tampão fosfato 0,1 mol L-1 (pH 7,0), na redução,

utilizando a plataforma ECV/MWCNT/p-AV, onde foi considerada a corrente relacionada à

redução do pico A, em diferentes concentrações de mancozebe (Figura 23A). Nessas condições,

o sensor voltamétrico apresentou uma faixa linear de 138 a 340 mol L-1 (Figura 23B). com

coeficiente de correlação de 0,974 para n=5, na presença de mancozebe. O limite de

quantificação encontrados foi 148 mol L-1 (Figura 23C).

-1.4 -1.2 -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

I/

E/V vs Ag/AgCl

5 mV/s

7 mV/s

9 mV/s

11 mV/s

13 mV/s

15 mV/s

17 mV/s

19 mV/s

21 mV/s

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Figura 23 - (A) Voltametrias de Pulso diferencial relacionados à redução para diferentes

concentrações de mancozebe em ECV/MWCNT/p-AV, tampão fosfato pH 7,0, = 10 mV s;1; (B)

Curva analítica para determinação na faixa de concentração : 50- 340 mol L-1; (C) Curva

analítica para determinação na faixa de concentração : 138- 340 mol L-1

Fonte: Autor desta dissertação, 2019.

Conforme observado no voltamograma da figura 23A, o aumento da concentração de

MCZ provoca um aumento na corrente demonstrando que existe uma correlação entre a

concentração do MCZ e a corrente medida pela plataforma de ECV/MWCNT/p-AV indicando

que esta plataforma pode ser utilizada para quantificar o MCZ na faixa estudada.

50 100 150 200 250 300 350

14.5

15.0

15.5

16.0

16.5

17.0

17.5

18.0

18.5

I(A

)[MCZ]/ mol L

-1

(B)

-0.56 -0.49 -0.42 -0.35 -0.28 -0.21 -0.14 -0.07 0.00 0.07

-20

-18

-16

-14

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

I(A

)

E(V) vs Ag/AgCl

Branco

380 mol L-1

(A)

150 200 250 300 350

17.6

17.8

18.0

18.2

18.4

I(A

)

[MCZ]/ mol L-1

r= 0,974

slope= 0,0041

intercept= 17.041

(C)

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6 CONCLUSÕES

O uso de sensores e procedimentos eletroanalíticos vêm contribuindo direta e

indiretamente para melhoria dos dados analíticos obtidos, e consequentemente, para uso em

agrotóxicos. As inúmeras relações, diretas e indiretas, aqui apresentadas demonstram a ampla

gama de informações inter-relacionáveis pelas técnicas eletroanalíticas, definindo o

comportamento redox e relações quantitativas do analito de interesse, mancozebe, na

plataforma desenvolvida.

O presente trabalho teve por objetivo corroborar para um aproveitamento dos recursos

já disponíveis, bem como possibilitar uma maior versatilidade e adequação dos sistemas já

descritos com novas plataformas para detectar e quantificar matrizes ambientais.

Segundo levantamento na literatura esta é a primeira aplicação da plataforma com

compostos fenólicos utilizada para o fungicida com detecção amperométrica para

determinação de Mancozebe.

Para a quantificação do MCZ com ECV/MWCNT/p-AV o mesmo apresentou uma

resposta linear de concentração entre 148 a 340 mol L-1, com coeficiente de correlação de

0,974 para n=5 na presença do analito. O limite de quantificação encontrado foi 148 mol L-

1.

O eletrodo de carbono vítreo, modificado com nanotubos de carbono tratado com

HNO3 através da eletro-oxidação do ácido vinílico utilizando a técnica de voltametria cíclica

para detectar o analito e a técnica de voltametria de pulso diferencial para quantificá-lo,

mostrou-se com satisfatória sensibilidade, obtendo assim bons resultados. Entretanto o

próximo passo será aplicar em amostras e realização de análises em campo.

Diante do exposto, o resultado esperado para este projeto foi o de desenvolver um sensor

amperométrico baseado em nanotubos de carbono e produto gerado através da eletro-oxidação

do ácido vanílico para detecção e quantificação do fungicida mancozebe.

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7 PERSPECTIVAS

• Caracterizar o polímero eletrogerado na plataforma nanoestruturada;

• Realizar estudo de interferentes;

• Quantificar mancozebe em amostras reais;

• Realizar ensaio de recuperação;

• Utilizar a plataforma desenvolvida para detectar e quantificar outros defensivos

agrícolas.

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