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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal Dissertação Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos Luciano Adnauer Stingelin Araquari, 2019

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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE

Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação

Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal

Dissertação

Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em condições

de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos

Luciano Adnauer Stingelin

Araquari, 2019

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Luciano Adnauer Stingelin

Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em

condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Produção e Sanidade Animal do

Instituto Federal Catarinense, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências

(área de concentração: Produção e Sanidade

Animal).

Orientadora: Elizabeth Schwegler

Coorientadores: Vanessa Peripolli

Ivan Bianchi

Araquari, 2019

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do ICMC/USP, cedido ao IFC e

adaptado pela CTI - Araquari e pelas bibliotecas do Campus de Araquari e Concórdia.

S854sStingelin, Luciano Adnauer Suplementação com aditivo nutricional para vacas emlactação no pós-parto em condições de estresse calóricosobre os parâmetros metabólicos e produtivos / LucianoAdnauer Stingelin; orientadora Elizabeth Schwegler;coorientadora Vanessa Peripolli. -- Araquari, SC,2019. 47 p.

Dissertação (mestrado) - Instituto FederalCatarinense, campus Araquari, Programa de Pós-graduaçãoem Produção e Sanidade Animal, Araquari, SC, 2019.

Inclui referências.

1. estresse térmico. 2. ambiente. 3. bovinoculturaleiteira. 4. homeostase. 5. metabolismo. I.Schwegler, Elizabeth, II. Peripolli, Vanessa. III.Instituto Federal Catarinense. Programa de Pós-graduação em Produção e Sanidade Animal. IV. Título.

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Luciano Adnauer Stingelin

Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em

condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos

Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em

Ciências, Curso de Pós-Graduação Produção e Sanidade Animal, Pró-reitora de Pesquisa, Pós-

Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense.

Data da Defesa: 30/07/2019

Banca examinadora:

Prof. Dr. Elizabeth Schwegler (Orientadora)

Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Augusto Schneider

Doutor em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Carlos Eduardo Nogueira Martins

Doutor em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria

Prof. Dra. Fabiana Moreira

Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas

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Dedicatória:

Dedico este trabalho a Deus e aos meus pais que foram figuras essenciais na minha

vida e de meu irmão, nos guiando e mostrando o caminho correto e digno.

Em especial a você minha mãe, Berenice Ana Stingelin, “In Memorian”, que esteve

sempre ao meu lado, me dando amor e carinho e me acolhendo nos momentos difíceis.

Sinto saudades, mas sei que está ao lado de Deus acolhendo toda a família.

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Agradecimentos

À minha mãe “In Memorian” e ao meu pai pelo amor, carinho, educação e

direcionamento em minha vida.

À minha esposa Lucimara, meus filhos Rafaela e Gabriel, que, com amor, apoio e

carinho contribuíram para esta fase de minha vida sempre me confortando nos momentos

de dificuldade. Meus sonhos são dedicados a vocês.

Ao colega William Dick que me incentivou a fazer o Mestrado.

À Professora Elizabeth Schwegler pela orientação e dedicação durante todo o período

do Mestrado.

À equipe que participou de todo o experimento, pela dedicação, trabalho, foco e

incentivo. Agradeço em Especial aos alunos, Maila Palmeira, Bruno, Giovanne, e as

professoras Vanessa Peripolli e Fabiana Moreira.

Ao Neppa por fornecer toda a estrutura disponível para o andamento do projeto.

Ao grupo CCPA (Janzé, França) por contribuir no desenvolvimento do projeto.

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Resumo

STINGELIN, Luciano Adnauer. Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos. 2019. 47 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Curso de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal, Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2019. Considerando as características climáticas do Brasil, algumas regiões apresentam-se predominantemente quentes o ano todo, sendo o efeito do estresse calórico expressivo na bovinocultura de leite, podendo levar a perdas econômicas significativas, com reflexos sobre o bem-estar dos animais. Desta forma, observa-se a necessidade de princípios ativos naturais que amenizem o estresse calórico, atenuando assim o efeito deste na produção e saúde do animal. A partir do exposto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito do aditivo nutricional (Axion thermoplus®) em vacas leiteiras sob condições de estresse calórico no pós-parto, e seus efeitos sobre a produção e a qualidade do leite, e os perfis metabólico mineral, hepático e imune. Foram selecionadas 18 vacas em lactação da raça Holandês (8 multíparas e 10 primíparas), escore de condição corporal médio (ECC) de 3,14 ± 0,05, peso vivo de 624,55 ± 18,61 kg, com dias em lactação (DEL) médio inicial de 90 ±10,11. Os animais foram categorizados em grupo controle (GC, n=9) e grupo tratamento (GT, n=9), respeitando nos grupos a ordem de parto, o DEL, a produção de leite e a contagem de células somáticas iniciais (CCS). Os animais passaram por período de adaptação nutricional de 15 dias. O GT recebeu a dieta basal suplementada com 50 gramas do produto, uma vez ao dia, individualmente, enquanto o grupo controle recebeu somente a dieta total. As coletas de dados de parâmetros metabólicos e produtivos foram avaliados nos dias -14, 1, 16, 30 e 44, sendo a coleta de leite, sangue e escore de condição corporal (ECC) realizada uma vez ao dia e frequência cardíaca, respiratória e temperatura retal duas vezes ao dia. Dos marcadores metabólicos sanguíneos, foram avaliadas as concentrações de séricas de albumina, cálcio, magnésio, glicose e gama glutamil transferase (GGT). No leite o percentual de gordura, proteína, lactose e sólidos totais. A produção leiteira foi mensurada diariamente. Valores de umidade e temperatura ambiental foram coletados a cada 30 minutos, das 5:30 as 17:00h, para poder calcular o índice de temperatura e umidade (ITU). As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software SAS (versão 9.3, SAS Institute Inc., Cary, NC, USA). O ITU variou entre 62,22 a 79,47. Quando o ITU foi superior a 72 os animais do GT foram capazes de manter a produção de leite (-0,0577), entretanto, os animais do GC apresentaram maior chance de reduzir (-0,2301) a produção de leite quando o ITU foi superior a 72. Houve interação entre grupo e categoria sobre a produção de leite (P= 0,0078), CCS (P=0,03) e ECC (0,0419), sendo que as multíparas do grupo GT apresentaram maior produção (32,57 ± 0,34 kg por dia) e menor CCS (34.110 ± 6.940 células por ml). O ECC foi menor nas multíparas nos dois grupos. Nos marcadores metabólicos, foram observadas interações entre grupo e categoria na albumina (P<0,01) e GGT (0,0273), onde as multíparas do GT tiveram maiores concentrações de albumina (2,50 ± 0,07 g/dl), e na enzima GGT apenas as primíparas do GC

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apresentaram maiores atividades da enzima (17,50 ± 2,69 U/L). O aditivo nutricional Axion Thermoplus® foi eficiente em manter a maior produção de leite e menor CCS em vacas leiteiras multíparas da raça holandês sob condições de estresse calórico. Não foi observada redução do ECC, e nem alterações inflamatórias e hepáticas, comprovando a ação imunomoduladora do produto, e eficiência em minimizar os efeitos deletérios do estresse calórico. Palavras-chave: estresse térmico; ambiente; bovinocultura leiteira; homeostase; metabolismo

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Abstract

STINGELIN, Luciano Adnauer. Supplementation with nutritional additive for postpartum lactating cows under conditions of caloric stress on metabolic and productive parameters. 2019. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Curso de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal, Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2019. Considering the climatic characteristics of Brazil, predominantly hot, leading to significant effect in caloric stress on dairy cattle and economic losses, reflecting in the welfare of the animals. Therefore, it is observed the need of natural active principles that alleviate the caloric stress, attenuating the effect on the production and health of the animal. From the above, the objective of the study was to evaluate the effect of the nutritional additive (Axion thermoplus®) in dairy cows under conditions of heat stress in the postpartum, and its effects on milk production and quality, metabolic, mineral, hepatic and imune profile. In this study, 18 lactating dairy cows were selected (8 multiparous and 10 primiparous), with mean body condition score (BCS) of 3.14 ± 0.05, 624.55 ± 18.61 kg live weight and lactation days of 90 ± 10.11. Animals were categorized in the control group (CG, n = 9) and treatment group (TG, n = 9), respecting between groups order of calving, days in lactation, milk production and initial somatic cell count (SCC). The animals underwent a nutritional adaptation period of 15 days. The GT received the basal diet supplemented with 50 grams of the product, once a day, individually, while the control group received only the total diet. Data collection of metabolic and productive parameters were evaluated on days -14, 1, 16, 30 and 44, being the collection of milk, blood and body condition score (BCS) performed once a day and heart rate, respiratory and rectal temperature twice daily. Blood concentrations of serum albumin, calcium, magnesium, glucose and gamma glutamyl transferase (GGT) were evaluated from blood metabolic markers. In milk, the percentage of fat, protein, lactose and total solids. Milk production was measured daily. Humidity and ambient temperature values were collected every 30 minutes, from 5:30 am to 5:00 pm, in order to calculate the temperature and humidity index (THI). Statistical analyzes were performed using SAS software (version 9.3, SAS Institute Inc., Cary, NC, USA). The UTI ranged from 62.22 to 79.47. When THI was higher than 72 the TG animals were able to maintain milk production (-0.0577), however, CG animals had a greater chance of reducing (-0.2301) milk production in the same THI. There was interaction between group and category on milk production (P = 0.0078), SCC (P = 0.03) and BCS (0.0419), and the multiparous cows of the TG presented higher production (32.57 ± 0.34 kg per day) and lower SCC (34,110 ± 6,940 cells per ml). BCS was lower in multiparous cows in both groups. In the metabolic markers, interactions between group and category were observed in albumin (P <0.01) and GGT (0.0273), where TG multiparous had higher concentrations of albumin (2.50 ± 0.07 g / dl), and in the GGT values only the CG of primiparous presented higher enzyme activities (17.50 ± 2.69 U / L). The nutritional additive Axion Thermoplus® was effective in maintaining higher milk yield and lower SCC in multiparous Holstein dairy cows under conditions of caloric stress. No reduction in BCS were observed, nor inflammatory and hepatic alterations, demonstrating the immunomodulatory

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principle of the product, and its efficiency in minimizing the deleterious effects of caloric stress.

Keywords: dairy cattle, environment, heat stress, homeostasis, metabolism.

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Lista de Figuras

Figura 1 Valores médios da temperatura do ar (°C), da umidade relativa do ar

(%) e do índice de temperatura e umidade (ITU) dos dias de coletas do

experimento por hora.

29

Figura 2 Valores médios da temperatura do ar (°C), da umidade relativa do ar

(%), índice de temperatura e umidade (ITU) e produção de leite de

todos os animais nos dias das coletas.

30

Figura 3 Odds ratio e regressão logística da produção de leite para o ITU maior

que 72 para o grupo controle (a) e para o grupo tratamento (b).

32

Figura 4 Dois primeiros autovetores da variação dos parâmetros metabólicos e

produtivos de vacas em lactação no pós-parto em condições de

estresse calórico suplementadas com aditivo nutricional

37

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Ingredientes e composição química da dieta total misturada utilizada

durante o período experimental

25

Tabela 2 Efeito da interação grupo e categoria sobre a produção, contagem de

células somáticas (CCS) e escore de condição corporal (ECC) de vacas

leiteiras em condições de estresse calórico.

31

Tabela 3

Efeito da interação grupo e categoria sobre a concentração de albumina

e atividade da gama glutamil transferase (GGT) de vacas leiteiras em

condições de estresse calórico.

33

Tabela 4 Efeito do grupo, da categoria e da coleta sobre a composição do leite das

vacas leiteira em condições de estresse calórico.

34

Tabela 5 Efeito do grupo, da categoria e da coleta sobre a frequência cardíaca da

manhã e tarde, frequência respiratória manhã e tarde, temperatura retal

manhã e tarde, e concentrações sanguíneas de glicose, magnésio e cálcio

das vacas leiteira em condições de estresse calórico.

35

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Lista de Abreviaturas e Siglas

IMS Ingestão de Matéria Seca

THI

TR

AGNES

ECC

DEL

GC

GT

CCS

GGT

ITU

U/L

g/dl

DTM

UR

TA

FC

PROC FACTOR

PROCLOGISTIC

P

M

EPM

FCM

FRM

TRM

FCT

FRT

Índice de Temperatura e Umidade

Temperatura Retal

Ácidos Graxos Não Esterificados

Escore de condição corporal

Dias em Lactação

Grupo controle

Grupo tratamento

Contagem de células somáticas

Gama Glutamil Transferase

Índice de temperatura e umidade

Unidade por litro

Grama por decilitro

Dieta total misturada

Umidade relativa de forma decimal

Temperatura ambiente

Frequência cardiáca

Análise de fatores

Análise de regressão logística

Primípara

Multípara

Erro padrão da média

Frequência cardíaca da manhã

Frequência respiratória da manhã

Temperatura retal da manhã

Frequência cardíaca da tarde

Frequência respiratória da tarde

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TRT

Prod leite

GLIC

ITUm

ALB

LAC

Mg

URE

SOL

PROT

GORD

Ca

ITUmédio

ITUt

TEPm

TEPt

Temperatura retal da tarde

Produção de leite

Glicose

Índice de temperatura e umidade da manhã

Albumina

Lactose

Magnésio

Ureia

Sólidos totais

Proteína

Gordura

Cálcio

Índice de temperatura e umidade médio do dia

Índice de temperatura e umidade da tarde

Temperatura retal do animal de manhã

Temperatura retal da tarde

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Lista de Símbolos

< Menor

> Maior

°C

%

®

°

Grau Celsius

Percentual

Marca registrada

Grau

Minuto

Segundo

< Menor

> Maior

°C Grau Celsius

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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E ESTADO DA ARTE ......................................................... 177

2 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 22

2.1 Geral ..................................................................................................................................... 22

2.2 Específicos ............................................................................................................................ 22

3 Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto em

condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos ................................ 23

3.1 Introdução ............................................................................................................................ 23

3.2 Material e Métodos .............................................................................................................. 24

3.3 Resultados ............................................................................................................................ 28

3.4 Discussão .............................................................................................................................. 37

3.5 Conclusão ............................................................................................................................. 39

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 40

5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 41

6 ANEXOS ........................................................................................................................................ 47

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17

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E ESTADO DA ARTE 1

2

A bovinocultura leiteira é essencial ao agronegócio, tendo importância no 3

cenário produtivo e econômico mundial, crescendo nas últimas três décadas em mais 4

de 50% na produção mundial, obtendo a marca de 769 milhões de toneladas de leite 5

em 2013 (FAO, 2016). A produção leiteira abrange aproximadamente 150 milhões de 6

lares mundialmente, permitindo o desenvolvimento de pequenos produtores e da 7

agricultura familiar (FAO, 2016). 8

No cenário brasileiro, a produção leiteira é expressiva, sendo o leite um dos seis 9

produtos mais importantes da agropecuária brasileira, essencial no suprimento de 10

alimentos e na geração de emprego e renda para a população (EMBRAPA, 2016). Em 11

2014, a produção leiteira chegou a marca de 35,17 bilhões de litros, caracterizando a 12

região Sul como maior produtora do país, representando 34,7% do total nacional 13

(IBGE, 2016). Já no ano de 2019 houve a maior captação de leite cru feita pelos 14

estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária para um primeiro 15

trimestre desde 1997, chegando a 6,20 bilhões de litros, equivalente a um aumento de 16

3,0% em relação ao 1° trimestre de 2018 (IBGE, 2019). 17

Considerando as características climáticas do Brasil, país tropical com 18

temperaturas médias do ar entre 20° C e 32ºC em boa parte do ano, alcançando 19

temperaturas de 35°C a 38°C, observa-se efeito negativo na atividade leiteira devido as 20

altas temperaturas para bovinos especializados em produção de leite (REZENDE et al., 21

2016). Nos Estados Unidos estima-se que, as perdas anuais na pecuária decorrentes do 22

estresse térmico sejam em torno de US$ 1,69 a 2,36 bilhões, dos quais US$900 milhões 23

são prejuízos específicos da bovinocultura leiteira, devido a perdas produtivas e 24

reprodutivas (ST-PIERRE et al., 2003). 25

As respostas fisiológicas de animais a temperatura ambiental são estudadas 26

como forma de caracterizar situações de estresse térmico causado por tensões 27

exercidas pelo meio (POLSKY et al., 2017). Dentre os diversos componentes capazes de 28

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18

interferir na resposta produtiva individual do animal, fatores como temperatura 29

ambiente, umidade, radiação solar e velocidade do vento destacam-se com grande 30

influência na produção pecuária (HULME, 2005). 31

A produção de calor em animais homeotérmicos é oriunda primariamente da 32

conversão da energia química estocada nos alimentos ou nas reservas corporais. 33

Quando a soma da quantidade de calor advinda do ambiente com aquela produzida 34

pelo metabolismo é igual às perdas, se obtém a condição de equilíbrio térmico ou 35

homeostase (ESMAY, 1969). Sob condições de elevadas temperaturas e níveis de 36

umidade, a homeostase pode não ser obtida e então o animal passa a armazenar 37

energia térmica nos tecidos, elevando a temperatura corporal, ocasionando o estresse 38

calórico (MCLEAN, 1963; FINCH, 1985). 39

Vacas em situação de estresse calórico possuem redução da ingestão de 40

matéria seca, ocasionando a redução da disponibilidade de nutrientes para produção 41

de leite (WEST, 2003; RHOADS et al., 2009). A produção leiteira pode reduzir em até 42

53% e o consumo de matéria seca declinar em 48% (GARNER et al., 2017), sendo essas 43

reduções proporcionais entre si. Além disso, vacas expostas em ambientes de alta 44

temperatura e constantes raios solares, podem apresentar alterações na composição 45

do leite com 49% a menos de gordura, se comparadas com animais adequadamente 46

ambientados (GARNER et al., 2017). 47

Durante o período seco, o estresse térmico é capaz de alterar a resposta imune, 48

evidenciada pelo decréscimo da proliferação linfocitária e produção diminuída de 49

anticorpos a antígenos não-específicos. Pode-se observar efeitos residuais negativos 50

na próxima lactação, como produção de leite diminuída, pela redução da proliferação 51

de células mamárias durante o período pré-parto (TAO et al., 2011; FABRIS et al., 52

2017). 53

Além disso, de acordo com De RENSIS & SCARAMUZZI (2003), a taxa de 54

concepção do rebanho decai em 20 a 30% durante o verão. Os animais apresentam 55

redução da intensidade de expressão do estro devido ao comprometimento da 56

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19

produção hormonal decorrente da baixa ingestão de matéria seca (IMS) e o alto 57

estresse oxidativo para manutenção metabólica (WESTWOOD et al., 2002). As perdas 58

produtivas e reprodutivas mediante o estresse térmico poderão ser exacerbadas em 59

períodos metabólicos críticos, como o pós-parto recente. Nesse período o balanço 60

energético negativo é agravado devido as condições ambientais desfavoráveis, 61

ocasionando alta liberação de corpos cetônicos, depressão do sistema imune e 62

aumento de marcadores inflamatórios como as proteínas de fase aguda (BACCARI, 63

2001). 64

Em animais desafiados e expostos a estresse calórico, há variação no 65

metabolismo da glicose. A concentração de lactose associada a disponibilidade de 66

glicose secretada pelo fígado, na quebra da homeostase, será utilizada 67

preferencialmente para processos distintos a secreção de leite, como manutenção do 68

metabolismo basal (KASSUBE et al., 2017). Por consequência ocorre a liberação de 69

corpos cetônicos e outros componentes como ácidos graxos não esterificados (AGNES) 70

que são indicadores de lipólise. A mobilização lipídica ocorre devido à alta demanda 71

energética no período de transição nas vacas. Os lipídios corpóreos são transformados 72

em ácidos graxos não esterificados, que são parcialmente utilizados pelos tecidos e a 73

maior parte metabolizada por hepatócitos. A partir disso podem ser transformadas em 74

cetonas, sendo utilizadas em certa extensão como fonte de energia pelo coração, 75

cérebro, fígado e tecido mamário, constituindo-se de um bom indicador de balanço 76

energético negativo (ABDELLI et al., 2017). 77

O intenso processo de oxidação de AGNES no fígado resulta em estresse 78

oxidativo durante o período de transição (TURK et al., 2013). A albumina, outra 79

proteína de fase aguda negativa, funciona como um importante indicador de 80

morbidade e mortalidade, sendo regulada pelas reações de inflamação (DON & 81

KAYSEN, 2004). 82

Além disso, outros marcadores metabólicos que podem ser utilizados são os 83

minerais plasmáticos. A diminuição da concentração de cálcio sanguíneo pode levar a 84

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20

redução de reservas celulares desse mineral, prejudicando diretamente a resposta 85

imune e contribuindo para supressão imune (KIMURA et al., 2006). Vacas 86

hipocalcêmicas possuem uma proporção reduzida de neutrófilos com atividade 87

fagocitária e ligação de células mononucleares com antígeno prejudicada, predispondo 88

a manifestação de doenças, como mastite e metrite (KIMURA et al. 2006; MARTINEZ et 89

al. 2012). Ao se referir a minerais, o magnésio quando em nível sérico baixo, está 90

relacionado a menor incidência de patologias no peri-parto e pós-parto, como 91

distocias, retenção de placenta e endometrite. Com isso a mensuração desse mineral 92

durante o período de transição pode ser útil para predição da saúde da vaca (JEONG et 93

al., 2018). 94

Em relação as condições ambientais de estresse térmico, sua descrição deve-se 95

através do índice de temperatura-umidade (ITU). O ITU foi introduzido pela primeira 96

vez por THOM (1959) para descrever o efeito da temperatura ambiente em humanos. 97

Neste índice, são incorporados os efeitos da temperatura ambiente com a umidade 98

relativa do ar, e atualmente vários índices foram adaptados para descrever as 99

condições ambientais que favorecem o estresse térmico na bovinocultura leiteira (DE 100

RENSIS et al., 2015). 101

Os resultados do ITU dividem-se em categorias, onde os pontos de corte 102

determinantes para a definição de condições de estresse, variam de acordo com 103

diferentes autores e condições ambientais. ARMSTRONG (1994) determinou o ITU 104

inferior a 71 como uma zona de conforto térmico, 72 a 79 como estresse térmico 105

moderado, 80 a 90 como zona de estresse e acima de 90 como estresse calórico 106

severo. DE RENSIS et al. (2015), ao avaliarem as respostas clínicas, produtivas e 107

reprodutivos de vacas leiteiras, utilizaram o ITU inferior a 68 como zona de conforto 108

térmico. Entre o ITU de 68 a 74, foram observados leves sinais de desconforto, como 109

constante movimentação e aumento da ingestão de água, definindo assim uma zona 110

de estresse moderado. E o ITU acima 75 como estresse calórico severo, podendo 111

causar reduções drásticas no desempenho produtivo e reprodutivo. Os mesmos 112

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21

pontos de corte foram utilizados por BRANDÃO et al. (2016), mantendo-se até o hoje o 113

THI < 68 como indicativo de conforto térmico. O valor do THI é um dos principais 114

pontos determinantes para as decisões de gerenciamento relacionadas ao estresse 115

térmico, já que dados de temperatura ambiente e umidade relativa do ar podem ser 116

facilmente obtidos (POLSKY et al., 2017). 117

Em ruminantes, as estratégias relatadas de resposta fisiológica para minimizar 118

o estresse térmico incluem aumento da frequência respiratória e cardíaca, sudorese, 119

redução da ingestão de matéria seca (IMS), aumento do tempo de permanência e 120

procura de sombra e diminuição da movimentação (DE RENSIS & SCARAMUZZI, 2003; 121

WEST, 2003; SCHÜTZ et al., 2008). 122

Considerando os altos impactos do estresse calórico e a alta seletividade do 123

mercado a fármacos que não deixem resíduos no leite, observa-se a crescente 124

necessidade de produtos e aditivos que reestabeleçam a fisiologia do animal, assim 125

como sua produtividade e qualidade do leite. Dentre esses aditivos, encontram-se os 126

fitoterápicos. Esses produtos já foram descritos como potenciais imuno estimuladores 127

e amenizadores do estresse térmico. Os aditivos fitoterápicos adicionados na dieta de 128

vacas leiteiras são capazes de aumentar a produção e melhorar a qualidade do leite, 129

aumentando os sólidos totais, e os teores de gordura e proteína (WU et al., 2005). 130

HASHEMZADEH-CIGARI et al. 2014, demonstraram a redução do número de 131

células somáticas no leite, ao suplementar vacas leiteiras com um aditivo nutricional 132

fitoterápico, denotando a capacidade imunomoduladora do produto. Entretanto, 133

LEIVA et al. (2017) ao suplementarem vacas com aditivo natural, observaram 134

temperaturas vaginais mais baixas e maior IMS do que os animais do grupo controle, 135

sem o aditivo, sugerindo a capacidade de atenuação da temperatura corporal em 136

resposta ao uso do incremento alimentar. Além disso, no grupo controle foi observada 137

maior quantidade de contagem de células somáticas, corroborando com os dados de 138

HASHEMZADEH-CIGARI et al. (2014). 139

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22

Diante desse contexto, onde o impacto abrange o bem-estar animal, a 140

produtividade e a economia advinda da indústria leiteira, visualizou-se a grande 141

necessidade da utilização de formas de amenizar os efeitos deletérios do estresse 142

calórico. A partir do exposto, pressupõe-se que o aditivo fitoterápico (Axion 143

thermoplus®) pode reduzir as perdas na produção leiteira, na qualidade do leite e 144

mantém o equilíbrio mineral e hepático do animal. 145

146

2 OBJETIVOS 147

2.1 Geral 148

Avaliar o efeito do aditivo nutricional (Axion Thermoplus®) em vacas leiteiras 149

sob condições de estresse calórico no pós-parto, e seus efeitos sobre a produção e a 150

qualidade do leite e nos marcadores metabólicos. 151

152

2.2 Específicos 153

Avaliar o efeito do aditivo nutricional na produção leiteira, nos teores de 154

gordura, proteína, lactose e sólidos totais do leite e a contagem de células 155

somáticas; 156

Verificar o efeito do aditivo nutricional sobre os marcadores metabólicos: gama 157

glutamil transferase (GGT), albumina, magnésio, glicose, cálcio; 158

Verificar se o aditivo nutricional mantém a temperatura corporal, a frequência 159

respiratória e a cardíaca dentro dos limites de conforto térmico em vacas 160

leiteiras sob estresse calórico no pós-parto. 161

162

Suplementação com aditivo nutricional para vacas em lactação no pós-parto 163

em condições de estresse calórico sobre os parâmetros metabólicos e produtivos 164

165

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23

Stingelin, L.A.¹,2; Schell, C. E. S.3; Palmeira, M.4; Araújo, G. M. 4; Casas, B. D. 4; Moreira, 166

F.1, 4; Peripolli, V.1,4; Schwegler, E.1, 4* 167

168

¹ Curso de Mestrado Profissional em Produção e Sanidade Animal (PPGPSA), Instituto Federal 169

Catarinense, Campus Araquari, SC, Brasil 170

2CCPA Brasil 171

3 Veterinário Autônomo 172

4 Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Produção Animal (NEPPA), Instituto Federal 173

Catarinense, Campus Araquari, SC, Brasil; 174

*Autor para correspondência: [email protected] 175

176

2.3 Introdução 177

Altas temperaturas ambientais combinadas com a umidade relativa do ar 178

elevada levam ao desenvolvimento de estresse calórico em vacas leiteiras, acarretando 179

em perdas produtivas com impacto na produção leiteira e reprodução das espécies 180

bovinas (GAAFAR et al., 2013; WEST, 2013). Em um ambiente tropical ou subtropical, o 181

estresse calórico pode ocorrer nos períodos quentes do dia em que os animais não 182

mantêm efetivamente o equilíbrio térmico, resultando em aumento dos níveis de 183

cortisol circulante, mudanças comportamentais, redução na ingestão e digestão de 184

alimentos (CORRÊA et al., 2013). 185

Considerando as caraterísticas subtropicais do Brasil, onde o verão é 186

caracterizado por sua extensa duração com elevadas temperaturas e altos níveis de 187

umidade, o estresse calórico é pronunciado (SCHÜLLER et al., 2014). O pós-parto 188

recente incrementa os efeitos deletérios das altas temperaturas no metabolismo da 189

vaca, sendo o balanço energético negativo agravado, com redução de até 53% na 190

produção leiteira e o consumo de matéria seca declinar em 48%, com composição do 191

leite também afetada, apresentando 49% a menos de gordura, se comparadas a 192

animais adequadamente ambientados (GARNER et al., 2017). 193

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24

Em desafio metabólico alguns marcadores sanguíneos podem ser utilizados 194

para predição de saúde animal. Vacas hipocalcêmicas apresentam supressão imune e 195

maior incidência de doenças (KIMURA et al., 2006; MARTINEZ et al., 2012) e vacas com 196

níveis de magnésio abaixo do valor de referência (8-12mg/dl) possuem maior 197

incidência de patologias no peri-parto e pós-parto (JEONG et al., 2018), sendo bons 198

indicadores de saúde. Já a albumina é uma proteína de fase aguda negativa, 199

relacionada a processos inflamatórios (DON & KAYSEN, 2004). 200

Tendo em vista as consequências do estresse calórico na produtividade leiteira, 201

o uso de suplementos e aditivos alimentares que reestabeleçam a fisiologia do animal, 202

assim como sua produtividade e qualidade do leite tem sido estudados (LEIVA et al., 203

2017). Dentre esses aditivos, os fitoterápicos, são responsáveis por aumentar a 204

performance leiteira (CHAN et al., 2018), e possuem papel preventivo na mastite 205

através do efeito imunomodulador que proporcionam (WANG et al., 2017) 206

Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do aditivo nutricional 207

Axion Thermoplus® em vacas leiteiras no pós-parto em condições de estresse calórico 208

sobre a produção e qualidade do leite e os perfis metabólico mineral e hepático. 209

210

2.4 Material e Métodos 211

O experimento foi realizado na fazenda Alto Horizonte no município de 212

Xanxerê-SC (26° 52' 37" S, 52° 24' 15" W), de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019. 213

Os procedimentos de cuidados com animais durante todo o estudo seguiram os 214

protocolos aprovados pelo Comitê de Ética em Uso Animal (CEUA) do Instituto Federal 215

Catarinense, sob o número 234/2017. 216

217

Animais e dieta 218

Foram selecionadas 18 vacas em lactação da raça Holandês (8 multíparas e 10 219

primíparas), escore de condição corporal médio (ECC) de 3,14 ± 0,05, peso vivo de 220

624,55 ± 18,61 kg, com dias em lactação (DEL) médio inicial de 90 ±10,11. Os animais 221

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25

foram categorizados em grupo controle (GC, n=9) e grupo tratamento (GT, n=9), 222

respeitando nos grupos a ordem de parto, o DEL, a produção de leite e a contagem de 223

células somáticas iniciais (CCS). 224

Durante o período experimental (dia -14 a 44), as vacas foram mantidas em 225

sistema free-stall, com livre acesso a água. A dieta total (DTM, Tabela 1) foi fornecida 226

aos animais três vezes ao dia (8:30, 13:30 e 17:30 h). Os galpões possuíam sistema de 227

climatização, caracterizado por aspersão e ventilação. As vacas foram ordenhadas duas 228

vezes ao dia, em um sistema de ordenha espinha de peixe (5:30 e 17:00). Do dia -14 ao 229

44, os animais do GT receberam 50 g do aditivo nutricional (Axion thermoplus®, 230

composição básica: Sulfato de sódio, Carbonato de Cálcio, Óxido de Zinco, Aditivo 231

aromatizante, Extratos vegetais de sementes de uva, Vitamina B1 e Farelo de Trigo por 232

top-feeding, junto com a DTM fornecida no período da manhã. 233

234

Tabela 1. Ingredientes e composição química da dieta total misturada utilizada durante 235

o período experimental: 236

Item Composição (%)

Ingredientes

Silagem de milho 68,76

Feno Tifton 4,12

Milho moagem 04 mm 10,03

Farelo de Soja 46% 8,66

Casca de soja 2,74

Caroço de algodão 4,07

Núcleo mineral* 1,08

Bicarbonato de sódio 0,54

Composição química (% MS)

Fibra em detergente neutro 41,03

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26

Amido 16,96

ELI Mcal/kg 1,513

ELg Mcal/kg 1,018

ELm Mcal/kg 1,623

Proteína bruta 15,44

* 22% Ca, 9,5% Cl, 6% Na, 5% P, 4% Mg, 3,3% S, 0,00136% Co, 0,72% K, 0, 288% Zn, 237

0,238% Mn, 0,068% Cu, 0,0672% Fe, 0,065% F, 0,004% I, 0,002% Se, 0,012% de 238

Vitamina B8, 170.000 UI/kg de Vitamina A, 68.000 UI/kg de Vitamina D3, 1.100 UI/kg 239

de Vitamina E. 240

241

Amostragem 242

As coletas de sangue, leite, temperatura ambiente, umidade relativa do ar, 243

frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura retal dos animais foram 244

realizadas nos dias -14 (início da suplementação), 1 (após adaptação), 16, 30 e 44. 245

246

Parâmetros de temperatura. A temperatura retal dos animais foi mensurada 247

com termômetro digital (Solidor®), no período da manhã (8:50 ± 0,002) e da tarde 248

(14:53 ± 0,001 h). A temperatura do ambiente e a umidade relativa do ar foram 249

mensuradas através de termohigrômetro digital posicionados dentro das instalações 250

onde os animais estavam e em local fixo, as leituras eram realizadas a cada 30 minutos 251

nos dias das coletas, das 5:30 às 17:00 h e foram utilizadas para estimar o índice de 252

temperatura e umidade (ITU) de acordo com a equação previamente descrita por 253

Thom (1959) ITU = 0,8 x TA + UR (TA – 14,4) + 46,4, onde TA: temperatura ambiente 254

(°C) e UR: umidade relativa na forma decimal. 255

256

Parâmetros produtivos da vaca: Os animais foram monitorados durante todo o 257

período experimental para incidência de morbidade e mortalidade, e caso 258

apresentassem alguma enfermidade, foram excluídos do experimento. As vacas foram 259

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27

pesadas no dia -14, e o ECC mensurado de acordo com Wildman et al. (1982), pelo 260

mesmo avaliador, em todas as coletas. As amostras de leite foram analisadas para 261

contagem de células somáticas (CCS) por citometria de fluxo (Somacount 300, Bentley 262

Instruments Inc.), concentração de gordura, lactose, proteína e sólidos totais por 263

espectrofotometria infravermelha (Bentley 20000, Bentley Instruments Inc., Chaska, 264

MN, USA). A produção individual de leite foi mensurada diariamente do dia -14 ao 44, 265

por um sistema de coleta de dados automatizado (software Smartdairy Herdmetrix®). 266

267

Parâmetros fisiológicos e metabólicos: a frequência cardíaca (FC), a frequência 268

respiratória (FR) e a temperatura retal (TR) de cada animal foram aferidas as 8:50 ± 269

0,002 e às 14:53 ± 0,001 h nos dias das coletas. As amostras de sangue foram 270

realizadas nos dias das coletas, após a alimentação da manhã (8:30h) por punção do 271

complexo arteriovenoso coccígeo e armazenadas em tubos de coleta de sangue 272

comerciais tipo Vacutainer® (10 mL) e em tubos contendo EDTA e fluoreto de potássio, 273

para análise de glicose. Os tubos foram centrifugados a 1800 g para obtenção do soro, 274

e armazenados a -20°C em tubos tipo eppendorf® para posteriores análises. 275

As amostras foram analisadas para concentração sérica de glicose, albumina, 276

cálcio, magnésio, gama glutamil transferase (GGT) por métodos colorimétricos, com 277

kits comerciais (Labtest Diagnostica, Lagoa Santa, SP, Brasil) em analisador bioquímico 278

semi-automático (TEKNA, T-3000). 279

280

Estatística: Os efeitos do aditivo nutricional sobre a produção e composição do 281

leite, bem como, sobre os dos parâmetros fisiológicos e sanguíneos foram analisados 282

pelo procedimento MIXED (PROC MIXED) e as médias comparadas pelo teste Tukey ao 283

nível de 5% de probabilidade. Os dias em lactação foram incluídos como covariável no 284

modelo e os dias de coleta foram considerados como medida repetida no tempo. A 285

estrutura de covariância foi testada para cada variável e a com o menor AICC e BICC foi 286

considerada a mais adequada. A análise de fatores (PROC FACTOR) foi realizada para 287

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28

tentar entender as fontes de variação nos dados. A análise de regressão logística 288

(PROC LOGISTIC) e cálculo do odds ratio foram realizados para identificar se o aditivo 289

nutricional seria capaz de manter a produção de leite quando o ITU >72. As análises 290

estatísticas foram realizadas com o auxílio do software SAS (versão 9.3, SAS Institute 291

Inc., Cary, NC, USA). 292

293

2.5 Resultados 294

Os dados da temperatura do ar (°C) e da umidade relativa do ar (%) foram 295

coletados a cada intervalo de 30 minutos nos dias das coletas e utilizados para estimar 296

o índice de temperatura e umidade (ITU) (Figura 1 e Figura 2). A temperatura do ar 297

variou entre 17,2 e 30°C, a umidade relativa do ar variou entre 37,5 e 99%. O ITU 298

variou entre 62,22 e 79,47. 299

300

301

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29

Figura 1: Valores médios da temperatura do ar (°C), da umidade relativa do ar (%) e do 314

índice de temperatura e umidade (ITU) dos dias de coletas do experimento por hora. A 315

linha vermelha representa o ITU = 72. 316

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30

Figura 2: Valores da temperatura do ar (°C), da umidade relativa do ar (%), índice de 329

temperatura e umidade (ITU) e média da produção de leite de todos os animais nos 330

dias das coletas. 331

332

333

334

335

Houve interação entre grupo e categoria sobre a produção de leite (P= 0,0078), 336

CCS (P=0,03) e ECC (0,0419) (tabela 2), sendo que as multíparas do grupo GT 337

apresentaram maior produção (32,57 ± 0,34 kg por dia) e menor CCS (34.110 ± 6.940), 338

e ainda, as multíparas do GC tiveram menor ECC (2,37 ± 0,1508). Quando o ITU foi 339

superior a 72 os animais do GT foram capazes de manter a produção de leite (-0,0577), 340

entretanto, os animais do GC apresentaram maior chance de reduzir (-0,2301) a 341

produção de leite quando o ITU foi superior a 72 (Figura 3). 342

343

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31

Tabela 2: Efeito da interação grupo e categoria sobre a produção, contagem de células 346

somáticas (CCS) e escore de condição corporal (ECC) de vacas leiteiras em condições de 347

estresse calórico. 348

GT GC

Produção de leite (kg)

Multíparas 32,57 ± 0,34 aA 30,50 ± 0,36 bA

Primíparas 28,72 ± 0,30 aB 28,40 ± 0,30 aB

Valor P categoria*grupo 0,0078

CCS (x1000/ml)

Multíparas 34,11 ± 6,94 aA 665,50 ± 214,41 bA

Primíparas 311,84 ± 106,92 aA 57,30 ± 10,14 aA

Valor P categoria*grupo 0,03

ECC

Multíparas 2,65 ± 0,1326 aB 2,37 ± 0,1508 bB

Primíparas 3,033 ± 0,1341 aA 3,092 ± 0,1286 aA

Valor P categoria*grupo 0,0419

GT: grupo tratamento, GC: grupo controle 349

*Letras minúsculas na mesma linha que diferem entre si, possuem diferença 350

estatística. 351

*Letras maiúsculas nas colunas que diferem entre si, possuem diferença estatística. 352

353

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32

Figura 3: Odds ratio e regressão logística da produção de leite para o ITU maior que 72 360

para o grupo controle (a) e para o grupo tratamento (b). 361

a)

b)

362

363

Houve interação entre a categoria e o grupo na concentração de albumina 364

(P<0,001) e atividade da GGT (0,0273). A albumina apresentou maiores concentrações 365

nas multíparas do GT (2,50 ± 0,07 g/dl), e na GGT a maior atividade foi observada nas 366

primíparas do GC (17,50 ± 2,69 U/L) (tabela 3). 367

368

369

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33

Tabela 3: Efeito da interação grupo e categoria sobre a concentração de albumina e 370

atividade da gama glutamil transferase (GGT) de vacas leiteiras em condições de 371

estresse calórico. 372

GT GC

Albumina g/dl

Multíparas 2,50 ± 0,07 aA 2,08 ± 0,07 bA

Primíparas 2,42 ± 0,60 aA 2,65 ± 0,06 bB

Valor P categoria*grupo <0,001

GGT U/L

Multíparas 12,79 ± 2,77 aA 8,15 ± 3,14 aB

Primíparas 14,73 ± 2,80 aA 17,50 ± 2,69 aA

Valor P categoria*grupo 0,0273

GT: grupo tratamento, GC: grupo controle. 373

*Letras minúsculas na mesma linha que diferem entre si, possuem diferença 374

estatística. 375

*Letras maiúsculas nas colunas que diferem entre si, possuem diferença estatística. 376

377

Os demais marcadores do leite (gordura, proteína, lactose e sólidos totais) que 378

não houveram interação entre os grupos e categorias (P>0,05) estão demonstrados na 379

tabela 4. Nos parâmetros clínicos avaliados de frequência cardíaca, a frequência 380

respiratória e a temperatura retal avaliadas nos períodos da manhã e da tarde, e nos 381

marcadores sanguíneos de glicose, magnésio e cálcio que não teve interação entre 382

grupo e categoria estão na tabela 5 (P>0,05). 383

384

385

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34

Tabela 4: Efeito do grupo, da categoria e da coleta sobre a composição do leite das vacas leiteira em condições de estresse 386

calórico. 387

P= primípara; M= multípara; EPM= erro padrão da média 388

389

Variável Grupo Categoria Coleta EPM Valores de P

GT GC P M -14 1 16 30 44 grupo categoria coleta Cat*grupo

Gordura% 2,96 2,92 2,83b 3,05a 3,15a 2,97a 2,97a 2,17b 3,43a 0,0679 0,6675 0,0383 <0001 0,8371

Proteína% 3,09 3,03 3,08 3,07 3,08 3,08 3,08 3,10 3,04 0,0229 0,4871 0,7172 0,9331 0,2960

Lactose% 4,55b 4,75a 4,86a 4,44b 4,69 4,67 4,67 4,61 4,61 0,0433 0,0105 <,0001 0,9503 0,3891

Sólidos% totais

11,58 11,67 11,71 11,53 11,85a 11,67a 11,67a 10,88b 12,02a 0,0751 0,4772 0,1742 <,0001 0,8669

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35

Tabela 5: Efeito do grupo, da categoria e da coleta sobre a frequência cardíaca da manhã e tarde, frequência respiratória manhã 390

e tarde, temperatura retal manhã e tarde, e concentrações sanguíneas de glicose, magnésio e cálcio das vacas leiteira em 391

condições de estresse calórico. 392

393

P= primípara; M= multípara; EPM= erro padrão da média; FCM= frequência cardíaca da manhã; FRM= frequência respiratória da 394

manhã; TRM= temperatura retal da manhã; FCT= frequência cardíaca da tarde; FRT= frequência respiratória da tarde; TRT= 395

temperatura retal da tarde. 396

Variável Grupo Categoria Coleta EPM Valores de P

GT GC P M -14 1 16 30 44 grupo categoria coleta Cat*grupo

FCM 86,11 87,59 90,02a 83,68b 89,925a 88,703ab 87,092ab 86,092

ab 82,443b 0,8774 0,3600 0,0002 0,0516 0,6574

FRM 51,94 53,82 50,26a 55,50b 39,513c 50,680b 57,902ab 57,069ab 59,2434a 1,229 0,3269 0,0075 <0,001 0,8035

TRM (°C) 38,975 38,953 39,076a 38,85b 38,559b 38,887b 38,754b 38,976b 39,643a 0,0628 0,8315 0,0278 <0,001 0,1847

FCT 118,79 121,03 122,24a 117,58b 125,98a 123,82ab 119,08abc 113,14c 117,53bc 1,0558 0,2261 0,0132 0,0002 0,0602

FRT 52,875 55,152 50,560b 57,467a 40,439c 52,050b 61,106a 56,994ab 59,478ab 1,2761 0,2459 0,0007 <0,001 0,4264

TRT (°C) 38,95 38,92 38,87 38,99 38,60b 38,95ab 39,05ab 38,88ab 39,16a 0,0587 0,7568 0,2878 0,0281 0,9709

Glicose (mg/dl)

47,63 48,50 50,02a 46,11b . 40,51c 45,92b 46,55b 59,28a 1,0960 0,5522 0,0088 <,0001 0,0975

Magnésio (mg/dl)

2,39 2,40 2,57a 2,22b 2,40 2,33 2,51 2,39 2,35 0,0330 0,7884 <,0001 0,2399 0,1198

Cálcio (mg/dl)

8,97 9,20 9,26a 8,91b 8,86b 9,50a 8,99b 8,86b 9,21ab 00562 0,0143 0,0002 <,0001 0,1953

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397

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37

Os dois primeiros autovetores explicaram 29,33% da variação dos parâmetros 398

metabólicos e produtivos de vacas em lactação no pós-parto em condições de estresse 399

calórico suplementadas com aditivo nutricional. O primeiro autovetor (15,29%) 400

mostrou que a produção leite diminuiu com o aumento do ITU da manhã, da 401

temperatura retal da manhã, da frequência respiratória da manhã, do ECC, da glicose e 402

da albumina. O segundo autovetor (14,04%) mostrou que a produção de leite também 403

dimimuiu, com o aumento no percentual de gordura, de sólidos totais e de proteínas 404

de leite. 405

406

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408

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421

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38

Figura 4: Dois primeiros autovetores da variação dos parâmetros metabólicos e 424

produtivos de vacas em lactação no pós-parto em condições de estresse calórico 425

suplementadas com aditivo nutricional 426

427

428

Prodleite= produção de leite; glic=glicose; ITUm= índice de temperatura e umidade da 429

manhã; alb= albumina; ECC= escore de condição corporal; LAC= lactose; Mg= 430

magnésio; SOL= sólidos totais; PROT= proteína, GORD= gordura; CCS= contagem de 431

células somáticas; Ca= cálcio; ITUmédio= índice de temperatura e umidade média do 432

dia; ITUt= índice de temperatura e umidade da tarde; TepM= temperatura retal do 433

animal de manhã; TepT= temperatura retal da tarde; FRM= frequência respiratória da 434

manhã; FRT= frequência respiratória da tarde. 435

436

3.4 Discussão 437

De acordo com os valores de ITU observados nos dias de coleta, os animais 438

estavam em estresse calórico, na maior parte do tempo com ITU acima de 72. Esse 439

resultado era esperado devido à localização e época do ano em que o experimento foi 440

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39

conduzido. Estudos já demonstraram que as perdas em produção leiteira ocorrem 441

com ITU médio diário acima de 68, com redução de 2,2 kg de leite por dia 442

(ZIMBELMAN et al., 2009), concordando com o presente estudo, em que as multíparas 443

do GT apresentaram acréscimo de 2,07 kg de leite na produção diária, sem reduzir o 444

percentual de gordura. A maior produção encontrada diferiu de estudos que utilizaram 445

aditivos imunomoduladores similares, que não observaram acréscimos na produção 446

leiteira (HALL et al., 2014, LEIVA et al., 2017), reforçando a afirmativa de WANG et al., 447

(2017), que os aditivos fitoterápicos incluídos na dieta de vacas leiteiras são capazes de 448

aumentar a produção e melhorar a qualidade do leite. A produtividade das primíparas 449

não diferiu entre grupos, já que animais dessa paridade possuem menor eficiência na 450

produção leiteira (NASROLLAHI et al., 2017), devido à maior demanda de energia para 451

crescimento (NADERI et al., 2016). Pelos resultados encontrados infere-se que vacas 452

primíparas foram mais influenciadas pelo estresse calórico, devido aos maiores valores 453

de FC e temperatura retal, parâmetros com impacto negativo na produção de leite 454

(SPIERS et al., 2004). 455

A manutenção da produção leiteira estimada em ITU>72 no GT indica a 456

influência do aditivo no estresse calórico, já que como demonstrado em estudos 457

anteriores, vacas em estresse calórico podem reduzir em até 0,2 kg de leite por 458

unidade de ITU ultrapassada (RAVAGNOLO et al., 2000), o que não ocorreu nesse 459

grupo. A maior produção não afetou a temperatura dos animais, considerando que 460

quanto maior a produção leiteira, mais acentuado é o calor metabólico produzido 461

(WEST, 2003), não alterou a composição do leite e não alterou o ECC, indicando a 462

eficiência do aditivo na mantença da temperatura corporal e do gasto energético. 463

Estudos similares demonstraram diminuição da temperatura retal de animais 464

suplementados com aditivos semelhantes, porém não influenciaram a produção 465

leiteira (HALL et al., 2014). 466

A menor CCS nas multíparas do GT pode ter ocorrido devido ao efeito 467

imunomodulador do aditivo. HASHEMZADEH-CIGARI et al., (2014) e LEIVA et al., 468

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(2017), demonstraram redução da CCS, ao suplementarem vacas leiteiras com um 469

aditivo nutricional fitoterápico, evidenciando os benefícios imune dos aditivos. As 470

proteínas séricas podem ser utilizadas como marcadores de status imune em vacas 471

leiteiras (PICCININI et al., 2004). A albumina é uma proteína inflamatória de fase aguda 472

negativa, portanto, diminuída em períodos de estresse. O processo inflamatório ativa a 473

resposta de fase aguda, alterando a função hepática na tentativa de manter a 474

homeostase (CRAY et al., 2009). Os eventos inflamatórios da lactação recente são 475

associados a condições fisiológicas estressantes e aumento do metabolismo hepático 476

pelos nutrientes necessários a mantença da síntese do leite (TREVISI et al., 2015). Com 477

isso o fígado sintetiza e libera proteínas no sangue, que podem ser utilizadas como 478

biomarcadores da função hepática (FERRÉ et al., 2002; BERTONI et al., 2008). A maior 479

concentração de albumina no GT para a categoria multípara, sugere que esses animais 480

estavam sobre estado inflamatório menos pronunciado, indicando a eficiência do 481

aditivo. 482

A mantença dos níveis de GGT em ambos os grupos indicam que o aditivo não 483

teve efeito negativo no metabolismo hepático, caracterizando utilização segura sem 484

toxicidade nos níveis recomendados (BOBE et al., 2004). Além do fato que a maior 485

produção no GT, não afetou a saúde hepática, devido ao maior metabolismo nesse 486

grupo. 487

488

2.6 Conclusão 489

O aditivo nutricional Axion Thermoplus® foi eficiente em manter a maior 490

produção de leite e menor CCS em vacas leiteiras multíparas da raça holandês sob 491

condições de estresse calórico. Não foi observada redução do ECC, e nem alterações 492

inflamatórias e hepáticas, comprovando a ação do produto em minimizar os efeitos 493

deletérios do estresse calórico. 494

495

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41

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 496

Considera-se relevante os estudos na área de estresse calórico e alternativas 497

para minimizar seus efeitos, devido as características do clima brasileiro e os prejuízos 498

econômicos que ocasionam na bovinocultura leiteira, além dos efeitos deletérios no 499

bem-estar animal. Assim, a utilização de princípios ativos naturais, tal como o 500

suplemento estudado, é de importante aplicabilidade, já que não originam resíduos 501

medicamentosos no leite, sendo sustentáveis a produção leiteira. 502

O resultado econômico do Axion Thermoplus® é positivo devido ao seu custo de 503

diário de fornecimento por animal de US$ 0,22 comparado ao aumento de produção 504

de leite de 2,07 litros/dia com um valor aproximado pago ao produtor de US$ 0,39 por 505

litro. 506

A utilização do aditivo nutricional estudado em vacas leiteiras desafiadas pelo 507

estresse calórico, teve efeitos benéficos na produtividade e saúde da glândula 508

mamária, sugerindo-se utilização como forma de acréscimo na produtividade e 509

melhora da sanidade do rebanho, através do seu potencial imunomodulador, podendo 510

ser uma alternativa a ser considerada em novos estudos. 511

512

513

514

515

516

517

518

519

520

521

522

523

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