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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Sonia Satie Takayanagui Avaliação da aplicação da biorremediação em solo contaminado por PCB São Paulo 2013

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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Sonia Satie Takayanagui

Avaliação da aplicação da biorremediação em solo contaminado por PCB

São Paulo 2013

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Sonia Satie Takayanagui

Avaliação da aplicação da biorremediação em solo contaminado por PCB

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo – IPT, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Tecnologia Ambiental.

Data da aprovação ____/____/____

______________________________

Profa. Dra. Maria Filomena de Andrade

Rodrigues (Orientadora)

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

do Estado de São Paulo

Membros da Banca Examinadora:

Profa. Dra. Maria Filomena de Andrade Rodrigues (Orientadora) IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Prof. Dr. Nestor Kenji Yoshikawa (Membro) IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Prof. Dr. Claudio Benedito Baptista Leite (Membro) UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

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Sonia Satie Takayanagui

Avaliação da aplicação da biorremediação em solo contaminado por

PCB

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo – IPT, para obtenção

do título de Mestre em Tecnologia

Ambiental

Área de Concentração: Gestão Ambiental

Orientadora: Profa. Dra. Maria Filomena

de Andrade Rodrigues

São Paulo

Setembro/2013

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Ficha Catalográfica

Elaborada pelo Departamento de Acervo e Informação Tecnológica – DAIT

do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT

T136a Takayanagui, Sonia Satie

Avaliação da aplicação da biorremediação em solo contaminado por PCB. / Sonia Satie Takayanagui. São Paulo, 2013. 63p.

Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Gestão Ambiental.

Orientador: Profa. Dra. Maria Filomena de Andrade Rodrigues

1. Biorremediação 2. Solo contaminado 3. Contaminação por bifenila policlorada 4. Remediação do solo 5. Remediação ambiental 6. Tese I. Rodrigues, Maria Filomena de Andrade, orient. II. IPT. Coordenadoria de Ensino Tecnológico III. Título 13-73 CDU 628.4(043)

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Profa. Dra. Maria Filomena de Andrade Rodrigues, pela

oportunidade, paciência e competência na orientação.

Aos membros da banca Prof. Dr. Claudio Benedito Baptista Leite e Prof. Dr.

Nestor Kenji Yoshikawa pelas valiosas sugestões e comentários .

À minha família e amigos pela compreensão, carinho e a todos que direta ou

indiretamente colaboraram para o término desta dissertação.

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RESUMO

A contaminação de poluentes orgânicos persistentes (POPs) é um sério

problema ambiental a nível mundial, afetando o ecossistema e a saúde humana.

Entre os doze POPs existentes, está a bifenila policlorada (PCB), uma classe de

hidrocarbonetos clorados, utilizada desde 1930 em diversos setores industriais,

resultando na disseminação para áreas distantes. No Brasil, as pesquisas para

remediação de PCBs são incipientes, o que gera um quadro preocupante diante de

um poluente altamente tóxico e perigoso. Há diversas tecnologias para a destruição

de PCBs, porém é premente a realização de pesquisas para desenvolver tecnologias

menos nocivas ao meio ambiente e mais sustentável, como a biorremediação. Neste

trabalho foi avaliada a possível aplicação desta tecnologia de solos contaminados

por PCBs, com discussão dos aspectos técnico, econômico e ambiental. Verificou-se

que a biorremediação possui vantagem principalmente ambiental, porém ainda é

considerada uma tecnologia complexa e não há estudos concretos que comprovem

a vantagem econômica, há apenas estimativas. A tecnologia da biorremediação é

considerada promissora para remediação ambiental de solos poluídos por PCBs,

entretanto é preciso a realização de mais pesquisas para sua implantação em escala

de campo e uma análise quantitativa do benefício econômico.

Palavras Chaves: biodegradação; bifenila policlorada; remediação ambiental;

organoclorado, área contaminada

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ABSTRACT

Assessing the application of the bioremediation in contaminated soil by PCB

Contamination of persistent organic pollutants (POPs) is a worldwide serious

environmental problem affecting the ecosystem and human health. Among the twelve

existing POPs it is the polychlorinated biphenyl (PCB), a chlorinated hydrocarbons

class has been used since 1930 in various industrial sectors and it were spread to

distant areas. In Brazil, researches for remediation of PCBs are incipient, which

generates a worrying situation in the face a highly toxic and dangerous polluting.

There are several technologies for the destruction of PCBs, however it is urgent the

running of researches to develop technologies less harmful to the environment and

more sustainable such as bioremediation. In this work was evaluated possible

application of this technology for soils contaminated with PCBs, with discussion of the

technical, economic and environmental aspects. It was found that bioremediation has

mainly environmental advantage, however it is still considered a complex technology

and there is no concrete studies proving economic advantage, there are only

estimates. Bioremediation technology is considered promising for environmental

remediation of soils polluted by PCBs, however more researches are needed for its

implementation on field scale and a quantitative analysis of the economic benefit.

Keywords: biodegradation; polychlorinated biphenyl; environmental remediation;

organochlorine; contaminated area

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Lista de ilustrações

Figura 1 Fórmula estrutural de PCB 17

Figura 2 Estimativa do acúmulo global de PCBs 19

Figura 3 Possível rota da disseminação da molécula de PCB pelo mundo

23

Figura 4 Fluxograma das etapas do gerenciamento de áreas contaminadas

26

Figura 5 Via potencial de descloração anaeróbica de um congênere altamente clorado

28

Figura 6 Degradação de PCBs: sequência de um processo anaeróbico e aeróbico por bactérias

30

Gráfico 1 Evolução das áreas contaminadas no Estado de São Paulo

19

Gráfico 2 Distribuição por região a apartir dos dados de dezembro de 2012

22

Gráfico 3 Pesquisas sobre biorremediação em solo contaminado

com PCBs realizadas no mundo

39

Quadro 1 Áreas contaminadas por atividade 21

Quadro 2 Custos de diferentes tratamentos de remediação 44

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Lista de tabelas

Tabela 1 Organopoluentes transformados ou mineralizados pelos fungos

31

Tabela 2 Tecnologias utilizadas na remediação de solos contaminados com PCB

34

Tabela 3 Pesquisas com biorremediação em solos contaminados por PCBs

37

Tabela 4 Mercado do setor ambiental global 42

Tabela 5 Comparativo de custos para tratamento de áreas contaminadas com PCBs

43

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Lista de Abreviaturas e Siglas

ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

COBEI Comitê Brasileiro para a Indústria Elétrica

EPA Environmental Protection Agency

EUA Estados Unidos da América

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

MMA Ministério do Meio Ambiente

NIP Plano Nacional de Implementação

OGM Organismos Geneticamente Modificados

PCB Bifenila policlorada

POP Poluente Orgânico Persistente

SURF Sustainable Remediation Forum

UNEP United Nations Environment Programme

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 OBJETIVO 15

3 MÉTODOLOGIA 16

3.1 Procedimentos metodológicos 13

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17

4.1 Origem e características das PCBs 17

4.2 O efeito nocivo das PCBs no meio ambiente e na saúde humana 23

4.3 Remediação ambiental das PCBs 25

4.4 Biorremediação de PCBs 28

4.4.1 Vantagens e desvantagens da biorremediação 32

5 RESULTADOS 34

5.1 Tecnologias de remediação 34

5.2 Custos das tecnologias 41

5.3 Sustentabilidade na remediação ambiental 44

6 DISCUSSÃO 46

6.1 Tomada de decisão na aplicação da tecnologia 46

6.2 Biorremediação no Brasil 47

6.3 Desempenho da biorremediação 47

6.4 Atributos e falhas da biorremediação 50

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 53

REFERÊNCIAS 55

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1 INTRODUÇÃO

Há muitos anos o solo foi considerado o principal destino final de diversas

substâncias nocivas, principalmente oriundas de atividades industriais, o que

acarretou impactos ambientais muitas vezes irreparáveis. A partir da década de 70,

o conceito de proteção dos solos se estabeleceu no âmbito das políticas ambientais,

sendo dada a devida importância, uma vez que a presença de áreas contaminadas

limita os possíveis usos do solo, como o desenvolvimento urbano e a atividade

agrícola, além de desvalorizar empreendimentos imobiliários (CETESB, 2001). A

contaminação do solo é uma grande preocupação ambiental pelo fato de afetar todo

o ecossistema, alterando a qualidade do solo, de águas superficiais e subterrâneas,

ar e prejudicando a fauna e flora, além da saúde humana.

A classe de poluentes químicos considerados críticos são os chamados

poluentes orgânicos persistentes (POPs), que trazem drásticas ameaças aos seres

vivos e meio ambiente, devido às suas propriedades tóxicas (CETESB, 2011). O

acúmulo de POPs é um sério problema ambiental mundial, dos quais são

substâncias químicas de alta persistência e toxicidade, passíveis de serem

transportados a longas distâncias (ar, água e solo), e se acumulam em tecidos

gordurosos dos seres vivos (UNEP, 2004). Diante deste quadro preocupante foi

realizada a Convenção de Estocolmo, cujo objetivo principal é a eliminação total dos

POPs. Ela entrou em vigor em 2004, após 50 países a ratificarem, e atualmente 164

países a integram (MMA, 2009).

Para cumprir com o objetivo da Convenção foram traçadas ações como:

obrigação dos países integrantes de adotarem medidas de controle relacionadas a

todas as etapas do ciclo de vida; promoção de melhores tecnologias, prevenção de

desenvolvimento de novos POPs, identificação de áreas contaminadas por POPs e

promoção de sua reabilitação; elaboração de Planos Nacionais de Implementação

(NIP) da Convenção, identificando prioridades, prazos e estratégias de cumprimento

das obrigações constantes da Convenção (UNEP, 2004).

O Brasil aprovou o texto da Convenção por meio do Decreto Legislativo nº

204 em 2004, e promulgou o texto da Convenção no ano seguinte, via Decreto nº

5.472, porém o Brasil já havia reconhecido os riscos dos POPs anteriormente a esta

Convenção, com legislação sobre POPs a partir de 1976 (MMA, 2009).

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Entre os doze POPs existentes, está a bifenila policlorada (PCB), uma classe

de hidrocarbonetos clorados, que tem sido utilizada desde 1930 em uma variedade

de setores industriais em diversos países e sendo alastradas para locais distantes

das áreas em que foram produzidas (UNEP, 2004).

Países integrantes da Convenção são obrigados a eliminar o uso de PCBs em

equipamentos (capacitadores e transformadores elétricos) até 2025 e atingir uma

gestão adequada das PCBs até 2028 (UNEP, 2004). Há uma exceção para o uso

destes equipamentos com PCBs desde que: haja esforços determinados para

identificar, rotular e remover esses equipamentos; promovam medidas para reduzir a

exposição e o risco; usem PCBs apenas em equipamentos intactos e à prova de

vazamentos, e apenas em áreas onde o risco de liberação para o ambiente possa

ser minimizado e rapidamente remediado; proíbam o uso em áreas de produção ou

processamento de alimentos e rações; quando tais equipamentos são utilizados em

áreas povoadas como escolas, hospitais etc., todas as medidas razoáveis devem ser

tomadas para inspecionar regularmente os vazamentos nos equipamentos e

proteger contra falhas elétricas que possam resultar em incêndio; equipamentos de

PCBs não sejam exportados ou importados, exceto para o propósito de

gerenciamento ambientalmente adequado de resíduos; e líquidos com mais de

0,005% de PCBs não devem ser recuperados para reutilização em outro

equipamento (MMA, 2010). Cada país integrante da Convenção que utiliza uma

exceção, deve também tomar decisões gerais para a proteção da saúde humana e

do meio ambiente (UNEP, 2004).

Transformadores e capacitadores para fornecimento elétrico têm sido

produzidos no Brasil desde 1940, entretanto as PCBs nunca foram produzidas no

Brasil e seu uso e comércio foram proibidos pelo ato administrativo interministerial

em 1981(MMA, 2010). O Comitê Brasileiro para a Indústria Elétrica (COBEI) estimou

que entre 1945 a 1981 foram importadas 21.000 toneladas de fluidos de

transformadores de PCBs e 5.000 toneladas de fluidos de capacitadores de PCBs

(MMA, 2009).

Notam-se uma série de exigências rígidas especificamente para PCBs, uma

vez que este poluente é altamente tóxico, além do alastramento em muitos países

de forma inadequada, poluindo ar, águas e solos necessitando de remediação

premente.

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Grande parte das PCBs foi alojada em solos e sedimentos próximos de locais

onde foram produzidos ou aplicados (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007), e devido as

propriedades destes poluentes foram fortemente adsorvidos nesses sistemas

(CETESB, 1991). Antigamente era habitual realizar o armazenamento em aterro

sanitário, lixão e sistema de combustão como destino final para as PCBs

(RAHUMAN et al, 2000).

A lei estadual do Estado de são Paulo n°13.577/09 foi criada especificamente

para áreas contaminadas, a qual autuará aquele que causou a contaminação ou o

proprietário de áreas contaminadas, obrigando a realização da remediação de solos

contaminados (SÃO PAULO, 2009). Há diversos processos para o tratamento de

solos contaminados que abrangem métodos térmicos, físicos, químicos e biológicos

e vão possibilitar novamente o uso destas áreas.

Países desenvolvidos são os principais detentores de tecnologias que

possibilitam a destruição de PCBs, comparados com os países em desenvolvimento,

porém não há um consenso da melhor tecnologia a ser utilizada para este fim

(RAHUMAN et al, 2000). Grande parte das tecnologias, principalmente os que se

utilizam de métodos térmicos e químicos, para remediar as áreas contaminadas por

PCBs são agressivas, resultando em perda de fertilidade do solo ou na liberação de

poluentes tóxicos, além de serem onerosas (ROSS, 2004; RAHUMAN et al, 2000).

Atualmente busca-se não apenas o cumprimento da obrigatoriedade da

legislação para remediar solos contaminados, mas também o emprego de

tecnologias mais limpas e mais sustentáveis. Com relação aos critérios social,

ambiental, técnico e econômico, a biorremediação supera outras tecnologias

(VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007), esta possui um grande potencial degradador de

PCBs, entretanto é necessário mais pesquisas e investimentos nessa área.

No Brasil, as pesquisas relacionadas com biorremediação de PCBs ainda são

incipientes, o que gera um quadro preocupante diante de um poluente altamente

tóxico e perigoso para a saúde humana e para o meio ambiente. Neste trabalho será

avaliada a aplicação da tecnologia de biorremediação em solos contaminados por

PCBs nos aspectos técnicos, econômicos e ambiental.

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2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é discutir a aplicação da tecnologia de

biorremediação em solos contaminados por PCBs, como uma tecnologia que

apresenta um grande potencial de biodegradação para compostos organoclorados.

Para atender este objetivo realizou-se um levantamento do panorama das

pesquisas realizadas com o tratamento de solos contaminados por PCBs, com

relação aos seguintes itens:

a) avaliação das tecnologias utilizadas no tratamento de solos contaminados por

PCBs;

b) comparação de custos entre as tecnologias existentes;

c) confrontação da sustentabilidade entre as tecnologias existentes;

d) discussão com ênfase na aplicação da biorremediação sob os aspectos técnico,

econômico e ambiental em solos contaminados por PCBs;

e) definição de premissas para o uso da tecnologia de biorremediação no tratamento

de solos contaminados com PCB.

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3 METODOLOGIA

O estudo em questão se baseou em uma pesquisa exploratória a partir da

leitura de trabalhos específicos acerca do assunto.

3.1 Procedimentos metodológicos

Para se atingir os objetivos propostos os seguintes procedimentos foram

adotados:

a) Revisão bibliográfica com pesquisa em publicações, normas, livros

relacionados com pesquisa de tecnologias para remediação ambiental;

b) Avaliação teórica das tecnologias de remediação aplicadas à

descontaminação de solos contaminados com PCBs;

c) Correlação e análise de trabalhos com dados dos custos e impactos

ambientais causados pelas tecnologias utilizadas.

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Origem e características das PCBs

As bifenilas policloradas, são compostos organoclorados sintéticos não

naturais formados por dois anéis benzênicos ligados por uma ligação carbono-

carbono simples (Figura 1).

Figura 1- Fórmula estrutural de PCB

Fonte: Wiegel e Wu (2000).

Eram produzidas comercialmente por cloração catalítica de bifenilas

produzindo uma mistura complexa de isômeros múltiplos com diferentes graus de

cloração, originando até 209 produtos diferentes chamados de congêneres

(UNEP,1999). A cloração ocorre na presença de catalisadores, onde átomos de

hidrogênio são substituídos por átomos de cloro, sendo que o número e a posição

dos átomos de cloro na molécula determinam suas propriedades físicas, químicas e

toxicológicas (BREIVIK et al, 2002).

Os EUA foi os grandes produtores de PCB no mundo, onde a empresa

Monsanto Chemical produziu entre 1929 a 1975, com o nome de Aroclor (CETESB,

1991). O Aroclor é identificado por 4 números, sendo que os dois primeiros números

indicam o número de átomos de carbono e os outros dois últimos números indicam a

porcentagem do cloro na mistura. Quanto maior a porcentagem de cloro maior o

número de átomos de cloro na molécula (BORJA et al, 2005; CETESB, 1991).

Outros grandes produtores denominaram o PCB como Kaneclor (Japão), Fenclor

(Itália), Pyralene (França) e Clophen (Alemanha) (CETESB, 1991).

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O sucesso tecnológico e a diversidade de usos das PCB foram conferidos

pelas suas notáveis propriedades químicas e físicas, pois são quimicamente pouco

reativos, não inflamáveis, termicamente estáveis e têm alta resistência elétrica

(GREENPEACE, 1998). Foram amplamente empregados como fluido dielétrico em

transformadores e capacitores, fluidos hidráulicos, retardadores de fogo e isolantes

térmicos. Também foram usados na composição de graxas e óleos lubrificantes,

tintas, tintas de impressão e pesticidas (POLICARPO, 2008).

As PCBs são moléculas orgânicas de difícil degradação denominadas

recalcitrantes, que foram sintetizadas por tecnologias industriais modernas. São

estranhas ao ambiente natural e chamadas de xenobióticas, sendo nocivas e/ou

mutagênicas aos organismos vivos (GAYLARD et al, 2005).

Preocupados com o impacto de PCBs no meio ambiente e sua persistência, a

fabricação, uso e importação de PCBs foram proibidos na Suécia em 1970 e pelo

Japão em 1972. Nos EUA a fabricação, processamento e distribuição de PCBs

foram proibidos sob o Ato de Controle de Substâncias Tóxicas em 1976 (BORJA et

al, 2005).

Estes poluentes foram incluídos entre os 10 poluentes com maior potencial de

biotoxicidade no mundo e compõem a lista de 12 poluentes prioritários do Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o qual visa à redução e/ou eliminação de

poluentes orgânicos persistentes de elevada toxicidade (UNEP, 1999). Eles

encontram-se disseminados globalmente (Figura 2) devido as suas características:

hidrofóbicas, lipofílicas, semivoláteis, quimicamente inertes e pouco biodegradáveis,

têm grande propensão à persistência generalizada na natureza (UNEP, 2010), ou

seja, são bioacumulados na cadeia trófica.

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Figura 2 - Estimativa do acúmulo global de PCBs

Fonte: Breivik et al (2002).

Desde 2002 a CETESB realiza estudos de áreas contaminadas no Estado de

São Paulo, atualizando os registros no cadastro de áreas contaminadas (Gráfico 1),

baseados em levantamento de dados existentes, de investigação utilizando-se

fotografias aéreas e de recebimento e atendimento de denúncias ou reclamações

(CETESB, 2012; 2001).

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Gráfico 1 – Evolução das áreas contaminadas no Estado de São Paulo

Fonte: CETESB (2012).

O crescimento de áreas contaminadas conhecidas deve-se ao aumento da

fiscalização e de licenciamentos dos postos de gasolina, das atividades industriais,

comerciais, de tratamento e disposição de resíduos e do atendimento a acidentes

(CETESB, 2012).

No mesmo estudo foi verificado que a principal atividade poluidora são os

postos de combustíveis, devido ao atendimento da resolução CONAMA n°273 de

2000 (Quadro 1).

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Quadro 1 – Áreas contaminadas por atividade

Fonte: CETESB (2012). Legenda: RMSP- Região metropilitana de São Paulo (excluindo capital).

A PCB está entre os dez principais grupos de contaminantes encontradas nas

áreas contaminadas (Gráfico 2), sendo constatada em cinquenta áreas estudadas.

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Gráfico 2 – Principais grupos de contaminantes constatados em dezembro de 2012

Fonte: CETESB (2012).

A comercialização de PCB no Brasil foi proibida pela portaria interministerial

19, de 1981, sendo que a mesma permite o seu uso em equipamentos que já estão

em funcionamento, até que sejam desativados ou substituídos (RESOLUÇÃO

CONAMA,1981). No Estado de São Paulo, a Lei Estadual n° 12.288 prevê a

eliminação de todos os equipamentos contendo PCB até o ano de 2020 (SÃO

PAULO, 2006).

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4.2 O efeito nocivo das PCBs no meio ambiente e na saúde humana

As PCBs são persistentes no meio ambiente e podem ser encontradas no ar,

água, solo e nos alimentos (BORJA et al, 2005), possibilitando que estes poluentes

viajem por longas distâncias e se depositam em áreas longe de onde foram

liberados, sendo conhecidos como poluentes globais (Figura 3) (ATSDR, 2000). A

combustão de resíduos urbanos, incineração de resíduos perigosos e resíduos

hospitalares contribuem para as emissões de PCBs no ar (BORJA et al, 2005), além

de depósitos de PCBs, aterros de resíduos perigosos, lançamentos acidentais como

vazamentos e derramamentos de PCBs que colaboram na poluição do solo e água

(EPA, 1996).

Figura 3 – Possível rota da disseminação da molécula de PCB pelo mundo

Fonte: Mozeto (2001)

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De acordo com a quantidade do número de átomos de cloro na molécula de

PCB há uma alocação para uma determinada distância. Bifenilas com 0-1 átomos de

cloro permanecem na atmosfera; aquelas com 1-4 cloros migram gradualmente para

latitudes polares; 4-8 cloros permanecem em latitudes médias e de 8-9 cloros

permanecem próximo da fonte de contaminação (ATSDR, 2000). Na contaminação

dos solos por PCBs há uma forte fixação ao solo e permanecem por muitos anos,

pois não se decompõem facilmente (BORJA et al, 2005), principalmente congêneres

altamente clorados contendo de 7-10 átomos de cloros (ATSDR, 2000).

O uso abusivo e de forma inadequada das PCBs provocou graves acidentes

ambientais, afetando também a saúde humana em diversos países (SILVA, 2008).

As três principais rotas de exposição são ingestão, inalação e contato dérmico,

sendo a ingestão a via mais comum de exposição de PCB em seres humanos

(JOHNSON et al, 2005).

Estudos tanto em animais quanto em seres humanos mostram que PCBs são

cancerígenos, atingindo principalmente o fígado (BORJA et al, 2005; EPA, 1996).

Em animais as PCBs possuem propriedades anti-estrógeno, que afetam a deposição

de cálcio no desenvolvimento do ovo e prejudicando também a capacidade da

reprodução masculina de aves e outras espécies de animais (BORJA et al, 2005).

Estudos da ATCDR (2000) apontam os diversos efeitos hepáticos, endócrinos,

dérmicos, oculares, imunológicos, neurológicos e reprodutivos que as PCBs causam

na saúde humana.

Dentro do organismo humano as moléculas de PCBs são transportados pelo

sistema sanguíneo para o fígado, músculos e tecidos adiposos, onde são

acumulados (BORJA et al, 2005). A exposição a concentrações altas de PCBs pode

acarretar efeitos crônicos como a cloracne (lesão na pele), danos no fígado, perda

de peso, danos no sistema nervoso central, provocando dores de cabeça, tonturas,

depressão, nervosismo ou fadiga (EPA, 1996).

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4.3 Remediação ambiental das PCBs

A implementação de projetos de remediação ambiental teve início no final da

década de 70, após inúmeros casos de áreas contaminadas em estado emergencial

conhecidos como “Love Canal” nos EUA, “Lekkerkerk” na Holanda e “Ville la Salle”

no Canadá (BEAULIEU, 1998).

A remediação de uma área contaminada requer um planejamento adequado

ao tipo do contaminante e local, para otimização de recursos técnicos e

econômicos, é utilizada uma metodologia de gerenciamento de áreas contaminadas,

constituída por etapas sequenciais (Figura 4), elaborada pela CETESB (2001).

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Figura 4 – Fluxograma das etapas do gerenciamento de áreas contaminadas

Fonte: CETESB (2001)

O responsável pela remediação deve garantir e comprovar a efetividade

contínua de todos os controles institucionais ou de engenharia especificados para o

local e o processo desta remediação será considerado finalizado quando o

monitoramento indicar a obtenção dos objetivos finais de acordo com o órgão

ambiental (CETESB, 2001).

Com a alta demanda de projetos de remediação, foram investidas

pesadamente na engenharia para tecnologias que realizassem uma limpeza rápida e

quase imediata, assim surgiram métodos para escavação de solos, incineração e

outras tecnologias térmicas (ELLIS; HADLEY, 2009). Entretanto, cada vez mais há a

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conscientização das questões ambientais, comprometendo-se com o

desenvolvimento sustentável, proteção da saúde humana e do meio ambiente. A

partir de grandes acidentes provocados pelo homem no uso abusivo dos recursos

naturais, a remediação ambiental tornou-se fundamental para a recomposição do

uso futuro do solo. Ela é relativamente recente no Brasil, e compreende um conjunto

de ações objetivando a descontaminação do meio ambiente.

A escolha da tecnologia de remediação depende de diversos aspectos, como

as características do meio contaminado, dos contaminantes, objetivos da

remediação, localização da área, tempo e recursos disponíveis (CETESB, 2001).

De forma geral, existem dois principais métodos de destruição de PCBs, os

térmicos e os métodos químicos, porém ainda não há uma tecnologia ideal para a

eliminação das PCBs (RAHUMAN et al, 2000).

Outra alternativa de degradação de PCBs é a utilização do método biológico

por meio da biorremediação, que utiliza o sistema metabólico de microrganismos

(bactérias ou fungos) degradando poluentes de áreas contaminadas (GAYLARDE et

al, 2005). O que torna o procedimento de biorremediação muito complexo, pois

depende de três fatores importantes para sua eficácia: físico, químico e biológico. Os

principais fatores físicos são: natureza física da matriz onde o composto é

encontrado (solo, água, sedimento), temperatura e luz; os fatores químicos são:

composição química da matriz ambiental, pH, umidade, teor de oxigênio dissolvido, o

potencial redox do meio e a composição e estrutura química do poluente; os fatores

biológicos depende da presença da população de microrganismos capazes de

metabolizar a molécula original e seus produtos de degradação (VERECHIA, 2008).

A biorremediação é considerada uma das técnicas mais promissoras para

remediação de ambientes contaminados, tais como águas superficiais, subterrâneas

e solos, além de resíduos e efluentes indústrias em aterro ou áreas de contenção.

Dada esta grande importância do potencial biotecnológico da biorremediação e custo

baixo, há investimentos promissores para o desenvolvimento de pesquisas nesta

área (GAYLARDE et al, 2005; HAZEN, 1997).

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4.4. Biorremediação de PCBs

O processo de biorremediação é muito antigo, podendo ser encontrados os

primeiros vestígios deste processo 6000 a.C. (HAZEN, 1997). Os primeiros estudos

foram realizados com biorremediação de petróleo, os trabalhos mais atuais estão

focados para solventes, PAHs, PCBs e metais (EPA, 2010).

A biorremediação dos solos pode ocorrer sob duas condições: anaeróbica

(ausência de oxigênio), no qual ocorre biodegradação parcial do poluente, e

aeróbica (presença de oxigênio), quando ocorre a mineralização (quebra total) do

poluente (SHARMA, 2012).

A transformação anaeróbica de compostos orgânicos clorados é realizada por

meio da desalogenação redutiva (MORRIS et al, 1992). Na Figura 5 há um exemplo

de como pode ocorrer a quebra parcial de um congênere de PCB altamente clorado,

por meio de reações de descloração redutiva.

Figura 5 – Via potencial de descloração anaeróbico de um congênere altamente clorado

Fonte: Borja et al (2005, tradução nossa).

O processo de desalogenação redutiva reduz o grau de cloração e este

composto desclorado se torna mais acessível para realizar reações oxidativas pelas

bactérias aeróbicas (KUIPERS et al, 1999; BORJA et al, 2005; FRITSCHE;

HOFRICHTER, 2005) (Figura 6). Estas bactérias crescem mais rápido do que as

anaeróbicas e elas obtêm maiores taxa de degradação por meio da mineralização do

composto (BORJA et al, 2005).

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Na desalogenação redutiva o composto orgânico halogenado serve como

aceptor elétrico (MORRIS et al, 1992), o halogênio substituinte é substituído com

hidrogênio (QUENSEN III et al, 1990). Aceptores elétricos são fatores limitantes para

o metabolismo em condições anaeróbicas, desta maneira microrganismos que

utilizam aceptores elétricos finais possuem uma vantagem seletiva (BROWN et al,

1987). A disponibilidade de aceptores de elétron afetam na remoção de átomos de

cloro, pois competem com os compostos halogenados que podem resultar na

redução do potencial de desalogenação (MORRIS et al,1992).

A primeira evidência de descloração de PCB em meio anaeróbico foi

demonstrado no trabalho de Brown et al, 1987. Mais estudos detalhados envolvendo

o processo de descloração redutiva podem ser consultados em Wiegel e Wu, 2000;

Holliger et al, 1998; Bedard e Quensen III, 1995; Mohn e Tiedje, 1992.

Sob condições aeróbicas ocorre uma rápida e completa degradação dos

poluentes (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005). O processo de degradação do PCB

resulta na liberação de CO2, cloro e água, que envolve a remoção de anel bifenila,

seguido por clivagem e oxidação do composto (BORJA et al, 2005).

Como mostrado na Figura 6, pode ocorrer diferentes reações de

desalogenação aeróbica, sendo a descloração oxigenolítica, uma reação rara e

catalisada por mono e dioxigenases. Durante esta reação o halogênio é substituído

por um átomo de oxigênio (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005).

A bifenila e o monoclorobifenila podem servir como substratos de

crescimento, enquanto congêneres de PCBs com mais de um átomo de cloro é

realizada pelo processo de co-metabolismo (KOMANCOVA et al, 2003).

O cometabolismo é a transformação de uma substância sem um benefício

nutricional na presença de um substrato de crescimento, um fenômeno comum em

microrganismos (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005). No cometabolismo, é

necessário uma segunda substância como fonte de carbono e energia para os

microrganismos, mas o poluente alvo é transformado ao mesmo tempo. (BORJA et

al, 2005).

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Figura 6- Degradação de PCBs: sequência de um processo anaeróbico e aeróbico

por bactérias

Fonte: Fritsche e Hofrichter (2005, tradução nossa)

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Culturas capazes de co-metabolizar PCBs são geralmente incapazes de

crescer em substratos, isto sugere que um único organismo não é responsável pela

degradação de múltiplas bifenilas cloradas (BORJA et al, 2005). Uma única espécie

de bactéria não possui capacidade enzimática para degradar todos os compostos

orgânicos, ao contrário da mistura contendo uma comunidade microbiana

(consórcio) que possui um potencial biodegradativo maior, devido a informação

genética de mais de um micro-organismo, no qual degrada uma mistura complexa

de compostos orgânicos (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005).

Além das bactérias, os fungos também contribuem para a degradação de

POPs. Na Tabela 1, é possível verificar que fungos podem transformar ou

mineralizar uma grande variedade de organopoluentes. Muitos estudos sobre

basidiomicetos ligninolíticos vêm sendo realizados para aplicação nas tecnologias de

biorremediação, porém a desvantagem encontrada é o pequeno potencial

competitivo no solo (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005).

Tabela 1- Organopoluentes transformados ou mineralizados pelos fungos

Fungos Organopoluentes

Bjerkandera adusta Benzo(a)pireno, outros PAHs, TNT, corantes

Nematoloma frowardii Benzo(a)pireno, outros PAHs, TNT, DCP, PCP, AsO

Phanerochaete chrysosporium Benzo(a)pireno, outros PAHs, BTX, DNT, TNT, DDT, DCP, PCP, PCBs, DCA, corantes, poliestirenos, KCN, sulfetos aromáticos

Phanerochaete sórdida PAHs, policlorados DBDs e DBFs

Phlebia radiata TNT, corantes

Pleurotus ostreatus Benzo(a)pireno, outros PAHs, dibenzotiofeno, TNT

Stropharia rugosoannulata DCP, PCP, TNT

Trametes versicolor Benzo(a)pireno, outros PAHs, DCA, DCP, PCP, corantes

Fonte: Fritsche e Hofrichter (2005, tradução nossa)

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4.4.1 Vantagens e desvantagens da biorremediação

Estudos realizados em laboratório possibilitou a apresentação de certas

vantagens e desvantagens da biorremediação, segundo KUMAR et al (2011);

GAYLARDE et al (2005) e VIDALI (2001).

Vantagens da biorremediação:

- É um processo natural, os resíduos do tratamento são menos nocivos ao meio

ambiente e saúde humana, isto torna uma tecnologia com maior aceitação pública.

- Teoricamente, a biorremediação é útil para a destruição completa de diversos

contaminantes.

- Pode ser realizada in situ, e desta forma sem causar uma interrupção das

atividades no local, eliminando a necessidade de transportar quantidades de

resíduos para outro local, e com isso riscos potenciais para a saúde humana e para

o meio ambiente durante o transporte.

- É uma alternativa ecologicamente mais adequada, apresentando uma maior

aceitação da sociedade.

Desvantagens da biorremediação:

- A biorremediação é limitada para compostos biodegradáveis. Apenas alguns

compostos são suscetíveis de degradação rápida e completa.

- Em alguns casos os produtos da biodegradação podem ser mais persistentes ou

tóxicos do que os originais.

- Para que a biorremediação seja eficiente os fatores ambientais do local devem ser

ideais, como a presença da população microbiana capazes metabolicamente,

condições ambientais de crescimento e níveis adequados de nutrientes e

contaminantes.

- O processo de biorremediação pode demorar mais do que o esperado, pois para se

alcançar níveis aceitáveis, é preciso que o meio esteja em condições ideais.

- Há uma dificuldade de extrapolar a partir de estudo em escala piloto para

operações em escala de campo.

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A partir dessas vantagens e desvantagens da biorremediação observa-se que

apesar do grande potencial do uso de microrganismos para a biodegradação de

PCB no meio ambiente, o processo de biorremediação em escala de campo deste

componente ainda é muito escasso e complexo. Desta maneira é necessária a

realização de pesquisas para uma melhoria e desenvolvimento desta tecnologia para

aplicações futuras.

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5 RESULTADOS

5.1 Tecnologias de remediação para as PCBs

Diferentes tecnologias têm sido pesquisadas e testadas para remediação de

solos contaminados com PCBs. Dentre estas tecnologias há tratamentos físicos,

térmicos, químicos e biológicos, cuja aplicações dependem de propriedades físicas e

químicas do solo e da concentração do poluente.

As tecnologias aplicáveis para a remediação de solos contaminados por PCB

estão descritas na Tabela 2 abaixo:

Tabela 2 - Tecnologias utilizadas na remediação de solos contaminados com PCB

Tecnologia Descrição Local

Incineração Há escavação do solo e posteriormente transportado para o incinerador (temperaturas de 870°C – 1200°C), gases residuais são tratados pelos equipamentos de controle de poluição do ar. Pode atingir uma eficiência de destruição de até 99,999% de PCBs

Ex situ

Dessorção térmica Consiste na separação física dos contaminantes voláteis e semivoláteis com o uso de temperaturas elevadas (entre 150 a 540°C) o suficiente para volatilizar os contaminantes. Os gases são tratados no sistema de tratamento de gás.

Ex situ

In situ

Desalogenação química Ocorre reações químicas que removem átomos de halogênio (átomos de CL para PCBs) dos contaminantes

Ex situ

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Extração de solvente Não há destruição dos resíduos, mas uma separação física do contaminante do solo, há uso de um produto químico orgânico como solvente que concentra o contaminante. Posteriormente são inseridos no separador, com alteração da pressão e temperatura. O solvente é reciclado e os contaminantes são removidos do separador.

Ex situ

Lavagem de solo Preparação do solo, lavagem, separação do solo e água, tratamento de vapor quando necessário. A separação do contaminante do solo ocorre com o uso de tensoativos, posteriormente o solo é enxaguado com água limpa.

Ex situ

Solidificação/Estabilização Tem a finalidade de reduzir a mobilidade da PCB, com a adição de um aglutinante, fazendo com que encapsule os contaminantes em material sólido.

Ex situ

In situ

Vitrificação Utiliza calor (pirólise ou oxidação) para derreter o solo contaminado, é formado um produto vítreo quando esfria.

In situ

Biorremediação Biodegradação dos compostos orgânicos por microrganismos, que englobam bactérias, fungos e plantas.

Ex situ e in situ

Fonte: Elaborado pelo autor com dados de EPA (1993) e RAHUMAN et al (2000)

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Para remediação de solos contaminados com alta concentração de

compostos organoclorados, segundo Navia et al, 2002 a opção é a aplicação de

processos térmicos como a incineração, devido a sua grande eficiência na

degradação do PCB, porém há a combustão incompleta que pode acarretar na

formação de furanos e dioxinas, cuja toxicidade é maior do que a PCB (EPA, 1993).

Para solos moderadamente contaminados com compostos organoclorados,

também segundo Navia et al, 2002 a tecnologia mais utilizada é a dessorção

térmica. Já para solos com baixo nível de toxicidade do composto organoclorado, a

biorremediação seria a melhor opção (NAVIA et al, 2002), sendo a tecnologia

bioventing a mais utilizada in situ (STEHMEIER et al, 1999), principalmente em solos

contaminados com hidrocarbonetos clorados (VOGEL, 1996).

Geralmente há características específicas do solo que determinam como deve

ser aplicada determinada tecnologia, seja in situ ou ex situ. Para solos com teores de

matéria orgânica < 5% as tecnologias in situ são aplicáveis, para teores de matéria

orgânica > 5%, são aplicáveis tecnologias ex situ (OKX; STEIN, 2000a). Os

processos in situ são aplicados em solos com baixa contaminação e permeáveis, já

para solos altamente contaminados, geralmente, são aplicados processos ex situ

(BEZAMA et al, 2004). Processos ex situ requer menos tempo de tratamento

comparados com os processos in situ, porém há um aumento do custo devido a

realização de escavação do solo (SINGH et al, 2009).

De acordo com os autores Sharma (2012) e Vidali (2001) há os seguintes

métodos para a biorremediação in situ:

- Bioventing: aplicação de oxigênio e nutrientes necessários para a

biodegradação, enquanto ocorre a minimização da volatilização e liberação de

contaminantes para a atmosfera.

- Bioaumentação: introdução de cepas microbianas naturais ou geneticamente

modificadas em locais contaminados.

- Fitorremediação: emprego de plantas e microrganismos associados que

realizam a degradação do poluente no local.

Para ex situ há os seguintes métodos:

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- Biorreator: possui um vaso de contenção e um aparelho utilizado para criar

uma condição de mistura de três fases (sólido, líquido e gás) para aumentar a taxa

de biorremediação de solos.

- Landfarming: técnica simples em que o solo contaminado é escavado e

espalhado em um canteiro e periodicamente lavrados até que os poluentes sejam

degradados.

- Compostagem: processo nos quais resíduos orgânicos são degradados por

microrganismos em temperaturas elevadas (55°C a 65°C). O aumento da

temperatura resulta do calor produzido pelos microrganismos durante a degradação

da matéria orgânica dos resíduos.

- Biopilhas: envolve escavação e construção de pilhas de compostagem

aeradas, há estimulação da atividade microbiana fornecendo nutrientes, água e

oxigênio.

Não há nenhum estudo que aplicou a biorremediação efetivamente em

campo, porém há diversos trabalhos descrevendo a potencialidade de degradação

de PCBs em laboratório. Na Tabela 3 está descrita as pesquisas realizadas por

diversos países com biorremediação de solos contaminados por PCBs.

Tabela 3 – Pesquisas com biorremediação em solos contaminados por PCBs

País Ano Metodologia Microrganismo Produto

pesquisado % de

biodegradação

Caract. da

degradação Ref.

EUA 1988 CG (DCE)

Acinetobacter sp. cepa P6 ,

Arthrobacter sp. cepa B1B

Aroclor 1254

17% (cepa P6) e 8%

(cepa B1B) A

Kohler et al, 1988

EUA 1995 CG (DCE) Phanerochaete

chrysosporium

(fungo)

Aroclor 1242, 1254

e 1260

60,9%(1° Aroclor), 30,5%

(2°Aroclor) e 17,6%

(3°Aroclor)

A Yadav et al, 1995

Alemanha 1996 CG (EM) Alcaligenes sp.

JB1 (biosurfactante)

Aroclor 1242,

mistura de PCB

24% (mistura de PCB 2B)

A Commandeur et al, 1996

EUA 1996 CG (DCE)

Evidência

Aroclor 1242,

1254 e 1260

20% a 28% (3°Aroclor)

AN Bedard e May,1996

Alemanha 1997 CG Peudomonas

cepacia Aroclor 1242

acima de 100%

moléculas com 3CLs

A Fiebig et al, 1997

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Região do Ártico (Canadá)

1997 CG (EM) Microrganismos

do solo Aroclor 1221

35% a 67% AN Mohn et al, 1997

EUA 1998 CG (DCE)

Pseudomonas putida

e Ralstonia eutropha

Aroclor 1242 e 1248

18% e 75%, respectivamente

A Layton et al, 1998

EUA 1999 CG (DCE)

Comamonas testosteroni e Rhodococcus

erythreus

congêneres de PCB

70% a 85% A Maltseva

et al, 1999

EUA 1999 CG (DCE)

Primers que aceleram

degradação - 26-BB

Aroclor 1260

18% a 26% A Wu et al,

1999

EUA 1999 CG (DCE)

Compostos aromáticos como

primers para degradar PCB

Aroclor 1260

>10% A Deweerd e Bedard,

1999

França 2005 CG (DCE) Reatores PCB 35% a 45% A e AN

Patureau

e Trably,

2005

EUA 2006 CG (DCE) Burkholderia

xenovorans cepa

LB400

Aroclor 1242

32% AN Rodrigues et al, 2006

Reública Tcheca

2006 CG (DCE) Burkholderia

xenovorans LB400

análogos de Aroclor

1260 40% a 59% A

Leigh et al, 2006

EUA 2006 CG (EM)

Thauera-like

Betaproteobacteria,

Geobacterlike

Deltaproteobacteria,

Pseudomona,

Clostridiales,

Bacteroidetes,

Dehalococcoides

Aroclor

1260 76% AN

Bedard et

al, 2006

Croácia 2007 CG (EM) Rhodococcus erythropolis

PCB 50 e Aroclor 1248

56 a 60 % A Petric et al, 2007

Canadá 2007 CG (EM) Hydrogenophaga

sp. IA3-A Aroclor 1232

A 5°C de 34% a 100% A 30°C de

18% a 100%

A Lambo e

Patel, 2007

Nigéria 2008 CG (DCE)

Espécies de Enterobacter, Ralstonia e

Pseudomonas

Ascarel e Aroclor 1221

51% a 71%, respectivamente

A e AN Adebusoye et al,

2007

Itália 2009 CG (DCE)

P.chrysogenum, S.apiospermum, P. digitatum e F.

solani

Aroclor 1260

24% a 72% A Tigini et al, 2009

Alemanha 2010 CG (DCE) Cepas de

Bacillus Mistura de

PCB Acima de

91% A

Abdughafurovich et al, 2010

China 2011 CG (DCE)

Chloroflexi sp. PCB 31,4% a 78,4%

AN Tu et al,

2011

Fonte: Elaborado pelo autor Legenda: A= aeróbica AN=anaeróbica DCE= detector por captura de elétrons DIC = detector de ionização de chama EM= espectrometria de massa

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CG= cromatografia gasosa

De acordo com a Tabela 3, foi elaborado um gráfico circular (Gráfico 3), sendo

liderados principalmente por países desenvolvidos.

Gráfico 3 – Pesquisas sobre biorremediação em solo contaminado com PCBs realizadas no mundo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os EUA foram os grandes produtores de PCB no mundo, no qual a empresa

Monsanto Chemical produziu entre 1929 a 1975 com o nome de Aroclor (CETESB,

1991). Estes foram identificados por quatro números, sendo que os dois primeiros

números indicam o número de átomos de carbono do anel bifenila e os outros dois

números indicam a porcentagem em peso do cloro, quanto maior a porcentagem do

cloro maior o número de átomos de cloro na molécula (CETESB, 1991), por

exemplo, Aroclor 1254 contém 12 átomos de carbono e possui 54% de cloro

(ATSDR, 2000).

A necessidade de desenvolverem técnicas mais sustentáveis e menos

onerosas para remediação de áreas contaminadas por PCBs é premente neste país,

uma vez que iniciaram suas atividades industriais precocemente e assim tem maior

probabilidade de áreas contaminadas. Outros países como Alemanha, Inglaterra,

França, Japão e Itália, que também foram os grandes produtores de PCBs no mundo

no passado (CETESB, 1991) enfrentam a mesma situação que os EUA.

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As PCBs voláteis e solúveis são transportadas mais facilmente, e com o

auxílio de fenômenos naturais como corredeiras, erosão, precipitação e ventos,

fizeram com que estes poluentes fossem encontrados onde jamais foram produzidos

ou utilizados (CETESB, 1991), isto explica os resultados obtidos na região do Ártico.

De forma geral, os microrganismos envolvidos foram diversificados, não

houve uma predominância de um determinado microrganismo e/ou gênero. Estudos

feitos com degradadores de PCBs isolados também possuem uma variedade de

micro-organismos dos gêneros Pseudomonas, Alcaligenes, Achrobacter,

Burkholderia, Comamonas, Ralstonia, Sphingomonas, Acinetobacter, Rhodococcus,

Corynebacterium e Bacillus (FURUKAWA, 2006).

Um dos trabalhos realizados em campo foi de La Belle e Hadley (1994) foi

utilizado solo contaminado com um fluido (mistura de 26,5% de bifenil e 73,5% de

éter difenil) em uma estação de geração de energia solar. Neste trabalho foi

realizado teste com adição de bactérias e com bactérias nativas, em que as taxas

para degradação do bifenil foi maior do que do éter difenil. A taxa de degradação

chegou a cerca de 75 a 80%, tanto em solo com adição e sem adição de bactéria,

sendo que com adição de bactéria houve preferência pela bifenil e o solo sem adição

de bactéria teve degradação de ambos os compostos.

Segundo Gabriel (1991) para se ter uma base para tomada de decisão e

minimizar tempo e dinheiro, deve-se seguir uma sequência de etapas a seguir:

1- Compreensão dos seguintes fatores do local a ser remediado:

a) Natureza, distribuição e concentração dos contaminantes

b) Condições do local como clima, características do solo, microbiologia do

solo;

c) Questões regulatórias federais que irão reger as atividades do local

d) Seguir metas da remediação estabelecidas;

e-) Conhecimento do potencial químico e vias bioquímicas, para avaliar o

risco e/ou identificação de produtos de degradação problemáticos.

2- Além da consulta da base de dados, acessar também dados externos para

consulta de remediações anteriores.

3- Verificar a possiblidade de integração da biorremediação com outras

tecnologias de remediação.

4- Uma vez assumido a biorremediação como uma tecnologia viável, deve-se

planejar e conduzir estudos em escala de bancada e piloto. Desta forma,

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serão adquiridos informações de base para dar prosseguimento ao

processo de remediação, como fatores limitantes, nutrientes necessários e

bioaumento microbiano do local. Os estudo em escala piloto permitirá uma

simulação do processo de biorremediação.

5- Se os resultados da etapa 4 concluir que a biorrremediação é eficaz e

economicamente viável, será executado em escala de campo. Deve-se

preparar um plano de contingência em caso de falha ou erro do sistema.

A tendência mundial é o fomento de tecnologias inovadoras e sustentáveis,

com geração de menos impactos ambientais, com grande aceitação do público e

com menores custos.

5.2 Custos das tecnologias

A problemática de solos contaminados se tornou uma importante questão

ambiental global. Em todos os continentes há um crescimento do mercado

ambiental, impulsionados pelos impactos ambientais crescentes associados com o

crescimento econômico.

No estudo feito por Singh et al (2009) mostrou que o mercado internacional do

setor do meio ambiente movimenta em torno de US$30 – 35 bilhões de dólares por

ano, incluindo serviços de tratamento de água, resíduos e remediação, sendo que as

tecnologias de biorremediação têm investimentos de US$1,5 bilhões por ano, e a

demanda por esta tecnologia vem crescendo rapidamente. Na Tabela 4 a seguir

mostra o estudo do mercado ambiental mundial, com os valores que movimentam o

mercado ambiental ao ano, as áreas contaminadas estimadas e investimentos na

área ambiental para os próximos anos.

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Tabela 4 - Mercado do setor ambiental global

Local Mercado ambiental Estimativa de áreas

contaminadas

Investimento para

setor ambiental

EUA US$12 bilhões 500.000 US$100 bilhões

Canadá US$ 20 bilhões 30.000 US$3,5 bilhões

Europa

Ocidental

US$227 bilhões 600.000 US$68 bilhões

Austrália e

Nova Zelândia

US$13 bilhões - -

Japão US$113 bilhões 500.000 US$3 bilhões

Sudeste

asiático

US$27 bilhões - -

América latina US$15 bilhões - -

África sub-

saariana - -

US$80-100 bilhões

Fonte: Elaborado pelo autor com dados de Singh et al (2009).

Diante dos dados apresentados observa-se que os investimentos para

pesquisas na remediação ambiental é crucial e premente no mundo inteiro. Sua

importância se deve não apenas a atender a legislação ambiental mas também

garantir a preservação do meio ambiente e qualidade de vida na sociedade. Para

tanto é necessário traçar um bom planejamento na tomada de decisão da escolha de

uma tecnologia adequada, principalmente visando os custos da implantação da

tecnologia.

Um dos únicos trabalhos a descrever os custos de todas as tecnologias

utilizadas para remedição em solo contaminado com PCBs foi de EPA (1993).

Porém o custo da tecnologia de biorremediação não foi apresentado devido a dados

limitados. Já no trabalho de EPA (2000) baseado em estudos de caso, foi constatada

a realização de apenas um estudo de caso in situ por biorremediação. Foi observado

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também que em projetos onde PCB não era detectado o custo da remediação era

menos oneroso.

Os dados não tiveram uma verificação independente e não servem como

previsão de custo de futuras aplicações, pois depende de fatores específicos do

local.

Segue abaixo Tabela 5 das tecnologias utilizadas para remediação de solos

contaminados com PCB e seus respectivos custos.

Tabela 5 - Comparativo de custos para tratamento de áreas contaminadas com PCBs

Tecnologia Local Custo

(USD/tonelada) Referência

Incineração Ex situ 280-1000/ton

EPA, 1993

Dessorção térmica Ex situ 90-380/ton

Desalogenação química Ex situ 225-580/ton

Extração de solvente Ex situ 110-540/ton

Lavagem de solo Ex situ 60-230/ton

Solidificação Ex situ 50/310/ton

Vitrificação In situ 100-1000/ton

Biorremediação Ex situ 78,40/ton

EPA, 2000

Dessorção térmica Ex situ 162-548/ton

Fonte: Elaborado pelo autor.

No trabalho de Juwarkar et al (2010) foi demonstrado um resumo de custos

dos tratamentos biológicos, químicos, físicos, solidificação e térmicos, como segue

no Quadro 2 :

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Quadro 2 – Custos de diferentes tratamentos de remediação

Tratamento Custo estimado (USD/tonelada)

Biológico 7-255

Químico 18-900

Físico 30-255

Solidificação/estabilização 25-256

Térmico 45-1125

Fonte: Adaptado pelo autor com dados de Juwarkar et al (2010).

Nos trabalhos de Sharma (2012), Singh et al (2009), também sugeriram que a

biorremediação possui baixo custo, porém ainda não houve nenhuma comprovação

quantitativa deste fato.

Não é preciso apenas dar importância na necessidade de melhorar na

eficiência do uso de recursos financeiros, mas também minimizar os impactos

ambientais, redução de efeito estufa e gerar energia limpa.

5.3 Sustentabilidade na remediação ambiental

A expansão de indústrias de diversos setores no século XX resultou na

geração de uma gama de produtos químicos no mundo, obtendo uma estimativa

de18 milhões de espécies moleculares de compostos orgânicos artificiais ou naturais

presentes na biosfera, dos quais 40 mil são predominantes em nossas vidas diárias

(HOU et al, 2003).

O principal desafio para tomada de decisão em projetos de remediação de

grandes áreas contaminadas é encontrar soluções sustentáveis (KIKER et al, 2005),

com o principal foco na ações mitigatórias para reduzir o risco para a saúde humana,

ao meio ambiente e fauna (SINGH et al, 2009). Há diversas ferramentas que

auxiliam na tomada de decisão, como o sistema de apoio a decisão (SAD) e análise

de decisão multicritério (MCDA), mostrados nos trabalhos de Agostini et al (2009) e

Kiker et al (2005). Porém as autoridades ambientais buscam cada vez mais métodos

como a avaliação de ciclo de vida para determinar estratégias de gestão para locais

contaminados (LEMMING et al, 2012).

A indústria de remediação tem voltado a atenção para a incorporação de

princípios e práticas da sustentabilidade em suas atividades (WARNER;HADLEY,

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2012). A definição de remediação sustentável é a implementação de projetos de

remediação na busca do equilíbrio entre as variáveis econômica, social e ambiental

(SURF, 2013).

Segundo Favara et al (2011) há duas técnicas para avaliar a sustentabilidade

das tecnologias de remediação: estudo do ciclo de vida e pegada ecológica, que

auxiliam na identificação de pontos fracos e fortes para que fomente melhorias na

tecnologia. Estas ferramentas são importantes para o processo da tomada de

decisão e podem ajudar na identificação de diferentes combinações de tecnologias

de remediação, materiais, tempo e uso de energia que poderia produzir resultados

mais sustentáveis.

A avaliação é um método padronizado pela ISO e amplamente aceita para

identificar e quantificar impactos em todo o ciclo de vida de produtos e também de

serviços como a implementação de projetos de remediação (FISHER, 2012).

No trabalho de Busset et al (2012) foi comparado a avaliação do ciclo de vida

da incineração e biorremediação em solo contaminado com PCB, como forma de

avaliar os impactos causados por estas tecnologias. Verificou-se que a incineração

gerou mais impactos do que a biorremediação, principalmente em relação a fatores

como redução de recursos abióticos e aquecimento global.

Muitos trabalhos sugerem que incineradores alcançaram eficiência mais baixa

do que tecnologias não-combustíveis. Além de muitos incineradores queimarem

POPs e formarem novos poluentes tóxicos no meio ambiente, contaminando o ar,

solo, vegetação, fauna e seres humanos (GREENPEACE, 1998). Podem ser

gerados também resíduos que muitas vezes somam uma quantia maior do que dos

produtos tratados.

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6 DISCUSSÃO

6.1 Tomada de decisão na aplicação da tecnologia

A escolha da tecnologia para remediação deve considerar os fatores

ambientais, sociais e econômicos envolvidos para sua implantação. Conforme

mencionado anteriormente há diversas ferramentas que auxiliam na tomada de

decisão. As árvores de decisão estatísticas também são ferramentas úteis para

remediação de solos contaminados, nestes modelos estatísticos permitem uma

projeção de custos de forma mais detalhada (OKX; STEIN, 2000b). Porém a

abordagem na tomada de decisão das autoridades ambientais buscam cada vez

mais contextos de desenvolvimento sustentável como o método da avaliação de

ciclo de vida para determinar estratégias de gestão para locais contaminados

(LEMMING et al, 2012). A melhor metodologia para tomada de decisão foi a

chamada REC, no qual considera os índices de risco humano, ambiental e custos

simultaneamente, otimizando a tecnologia adequada do projeto em questão

(DRUNEN et al, 2005).

A maioria das tecnologias para remediação de solos contaminados por PCBs

apresentam métodos nocivos ao meio ambiente, à população e possuem elevados

custos. A incineração, por exemplo, como é realizada ex situ possui uma

possibilidade maior de contaminar outras áreas, sendo dissipadas pelo ar ou pelo

solo devido a execução de escavação do solo e transporte de um local para outro, o

que torna o processo oneroso. Além do impacto pelo consumo de energia, que

encarece ainda mais o processo, sendo o principal impacto ambiental (LEMMING, et

al, 2013), este consumo é mais intenso nas fases de instalação e operação dos

equipamentos necessários para a montagem deste procedimento (FISHER, 2012).

Destarte a popularidade da biorremediação está aumentando pelo fato desta

tecnologia consumir menos energia e utilizar poucos recursos, sendo menos

onerosa e mais sustentável (BECKER; SEAGREN, 2010), este fato reflete nas várias

pesquisas em biorremediação realizadas em diversos países.

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6.2 Biorremediação no Brasil

No Brasil há muitos trabalhos relacionados com a molécula de PCB em

pesquisas envolvendo outras áreas, algumas pesquisas por exemplo foram

realizadas com alimentos contaminados por este poluente, ou estão relacionados

com outros métodos para remediação de PCBs. No trabalho de Bogusz Junior

(2004) foi relatada a contaminação de carnes por diferentes congêneres de PCBs na

região do Rio Grande do Sul, já no trabalho de Santos (2005) foram analisados

queijos contaminados por PCBs na cidade de Santa Maria. Para avaliar o nível de

contaminação nas áreas ribeirinhas o autor Penteado (2000) analisou peixes como

bioindicadores do rio Paraíba do Sul contaminados por PCBs. No trabalho de

Kowalski (2008) foi feito um estudo sobre a contaminação do leite materno com

PCBs. Já na pesquisa de Silva (2008) foram feitas comparações de métodos Soxhlet

e por fluído supercrítico com madeira e solo contaminado por PCB, já no trabalho de

Policarpo (2008) foi apresentado o tratamento de solos contaminados por PCBs

utilizando oxidação química através do reagente de Fenton.

Existem poucos trabalhos realizados com biorremediação em solos

contaminados por PCB. Verechia (2008) realizou pesquisas nesta área no Instituto

de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), como também pelo

Ministério do Meio Ambiente com parceria da CETESB para estudos do NIP (MMA,

2009).

6.3 Desempenho da biorremediação

A maioria dos estudos de biorremediação foi realizada em laboratório como

mostrado na Tabela 3, do qual colaboram na estimativa de custos e duração do

tratamento, identificando os fatores limitantes e uma forma de mitigar estes fatores

em campo (BALBA et al, 1998).

Para cada país a metodologia para a análise de PCB variou, pois depende do

custo e manutenção dos equipamentos que cada laboratório poderá arcar

(MOTLADIILE, 2011). Para estas análises são comumente utilizadas cromatografia

gasosa com detector de espectrometria de massa ou detector de captura de elétrons

(SILVA, 2008). Estudo de Pavoni (1990) comparou as análises com PCBs com

cromatografia gasosa com espectrometria de massa e detector de captura de

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elétrons. No primeiro método há uma maior vantagem pela alta seletividade, com

grande eficiência para diferenciar diferentes graus de cloração. Este procedimento

se torna obrigatório em amostras limitadas que necessitam de medições precisas. Já

na cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons são mais fáceis de

executar e são menos onerosos, indicados para um grande número de amostras.

Em Botswana também foi feito um estudo para desenvolvimento e validação

da metodologia com cromatografia gasosa para aplicar nas pesquisas feitas com

PCBs durante o projeto da NIP no país (MOTLADIILE, 2011). No Brasil dos poucos

trabalhos com análises de moléculas de PCBs, já utilizam a cromatografia gasosa

com grande eficiência (SILVA, 2008; RODRIGUEZ, 2006).

Algumas pesquisas constantes na Tabela 3 apresentaram baixa porcentagem

de biodegradação de PCBs, visto que a eficiência da biodegradação de um poluente

depende das características e propriedades do solo, tais como a estrutura do

componente, presença de espécies exóticas substituintes e da sua posição na

molécula, a solubilidade do composto e concentração do poluente, solubilidade em

água dos compostos, temperatura, pH, presença de substâncias tóxicas ou

inibidoras e substratos competidores, disponibilidade de elétrons aceptores e

interações entre microrganismos (BORJA et al, 2005), além da disponibilidade de

fonte de nitrogênio e fósforo (FRITSCHE; HOFRICHTER, 2005). O efeito da

temperatura na descloração redutiva tem um efeito significativo no crescimento de

microrganismos e na atividade catalítica das enzimas (WIEGEL; WU, 2000), como

pode ser visto no trabalho de Lambo e Patel (2007). A eficiência da biodegradação

também pode ser afetada negativamente pela toxicidade e metabólitos derivados

dos poluentes (PARNELL et al, 2006; BLASCO et al, 1997; ERB et al, 1997). O grau

de cloração dos congêneres é o principal fator que influencia o potencial de

degradação dos compostos de PCB (BORJA et al, 2005).

A baixa degradação de PCBs em muitos casos se deve pela formação de

metabólitos de PCB altamente tóxicos, que impedem a degradação completa

(PIEPER, 2005) ou onde há altas concentrações de PCB, no qual pode provocar

liquefação e degradação da membrana celular e consequente morte celular

(OHTSUBO et al, 2004). Os fatores ambientais variáveis do local, como tipo,

profundidade e microrganismos do solo, pH, temperatura, disponibilidade de

oxigênio, potencial redox, conteúdo da mistura e biodisponibilidade de substrato

(BALBA et al, 1998), substratos primários, nutrientes, biodisponibilidade do

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contaminante (BECKER;SEAGREN, 2010) são os grandes empecilhos para a

degradação dos poluentes.

Para acelerar a biodegradação de PCBs em solos contaminados por longo

período, é necessário criar condições adequadas para ativar a microbiota

degradadora de PCBs, seja pela inoculação de microrganismos nativos obtidos no

enriquecimento de cultura ou cepas geneticamente modificadas (VASILYEVA;

STRIJAKOVA, 2007). Este fato reflete na maioria das pesquisas, os quais utilizam

organismos geneticamente modificados (OGMs). O uso de consórcio de bactérias

também aumenta na taxa de degradação, uma vez que ocorre ataque metabólico do

composto orgânico por um conjunto de bactérias (BORJA et al, 2005). A solubilidade

e a biodisponibilidade de PCBs em solos e sedimentos podem aumentar com o

auxílio de biosurfactantes (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007), podendo aumentar as

taxas de degradação.

A maioria dos estudos foram realizados com bactérias aeróbicas, isto se deve

a um interesse maior por estas bactérias, uma vez que sob condições aeróbicas

ocorre a mineralização completa das PCBs (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007), ao

contrário, quando estão sob condições anaeróbicas, há apenas uma degradação

parcial, porém auxiliam na formação de compostos menos tóxicos para o meio

ambiente (WIEGEL; WU, 2000) e reduzem o potencial carcinogênico, toxicidade e

exposição (ABRAMOWICZ, 1995). Apesar da biorremediação aeróbica ter

resultados mais eficientes, há grandes dificuldades para manter a biodisponibilidade

do PCB e de se manter concentrações de oxigênio suficientes para os organismos

aeróbicos (MIKSZEWSKI, 2004). Em condições aeróbicas, congêneres pouco

clorados são mais eficazmente biodegradados e parcialmente volatilizados,

enquanto os mais clorados são mais adsorvidos e são menos móveis (VASILYEVA;

STRIJAKOVA, 2007). A maioria dos congêneres de PCBs são degradados por co-

metabolismo e a descloração redutiva de PCBs em ambiente natural é geralmente

baixo (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007).

Sob condições anaeróbicas, para acelerar a descloração redutiva não é

suficiente apenas a bioaumentação, é necessária a inserção de grânulos (densos

consórcios microbianos) anaeróbicos juntamente com fontes de carbono para que

haja um resultado eficiente, como descrito nos trabalhos de Natarajan et al (1998,

1997, 1996).

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No projeto de Mikszewski (2004) se testou a biodegradação aeróbica e

anaeróbica, sem resultados positivos, devido a fatores como tempo de experimento,

limitação biodisponibilidade do PCB, ausência de bioestimulação dos

microrganismos do local.

Apesar dos resultados com OGMs serem positivos, o seu uso na

biorremediação ainda não são considerados a solução completa, visto que é

necessário e premente mais investimentos nessas pesquisas para o conhecimento

mais apurado sobre os impactos ambientais, a sobrevivência, reprodução, interação

com outros organismos no ambiente (GAYLARDE et al, 2005), pois não se tem

nenhum conhecimento a cerca dos seus efeitos sobre o meio ambiente. Outro

empecilho é a restrinção legislativa da aplicação de OGMs em muitos países

desenvolvidos, como nos EUA, que possuem apenas uma cepa e um gene

bioluminescente aprovados para uso na biorremediação (ANG et al, 2005).

Um dos únicos estudos em ambiente natural foi feito por Yadav et al (1995),

com a descoberta do fungo Phanerochaete chrysosporium na degradação de

Aroclor 1242, 1254 e 1260. Estudos escassos de microrganismos em ambiente

natural se devem à baixa acessibilidade de PCB para a microbiota, resultante de sua

baixa solubilidade e alta hidrofobicidade além da lentidão de transferência de

moléculas de PCB em ambiente natural (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007).

No estudo de Kohler et al (1988) foi relatado que bactérias em crescimento no

meio contaminado por PCBs realizam uma degradação mais eficiente e mais alta,

isto devido aos genes responsáveis pela síntese de enzimas degradadoras de PCB,

em que geralmente se expressam durante o crescimento da célula na presença de

PCB (VASILYEVA; STRIJAKOVA, 2007). Isto se deve à bifenila, que serve como um

indutor das enzimas degradadoras de muitos microrganismos (BORJA et al, 2005),

como pode ser observado no trabalho de Focht e Brunner (1985).

6.4 Atributos e falhas da biorremediação

Com os avanços dos estudos do NIP do Brasil e pesquisas que estão sendo

realizadas no IPT (LINHARES et al, 2013), é esperado o aprofundamento nas

pesquisas de biorremediação, um vez que há um grande potencial desta tecnologia

e o Brasil apresenta uma vasta diversidade microbiana. Também serão necessárias

adequações na legislação brasileira para o uso da biotecnologia em solos

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contaminados por PCBs. Com isto poderemos desenvolver tecnologias patenteadas

baseadas em microrganismos degradadores de PCBs inéditos e a possível

transferência destas tecnologias para outros países.

Muitos estudos comprovaram a grande potencialidade de microrganismos

degradadores de PCBs, amenizando a toxicidade e tornando-os menos prejudiciais

ao meio ambiente, porém devemos considerar que grande parte destas pesquisas

foram realizadas em laboratório sob condições ideais. Já sob condições naturais os

resultados são baixos, devido a diversos fatores ambientais, físicos, químicos e

biológicos. É necessário realizar pesquisas para descobrir como é feita a

sincronização das interações dos mecanismos envolvidos durante a biorremediação.

A remediação biológica, por exemplo, só é possível de ser aplicada se a

concentração do contaminante ficar abaixo do nível de toxicidade (para micro-

organismo) de 200 mg/kg de peso seco (NAVIA et al, 2002).

No trabalho de La Belle e Hadley (1994), na realidade houve uma construção

de uma pequena área como teste. Não houve a pesquisa detalhada em aspectos

como monitoramento e impactos ambientais. Os autores apenas comprovaram uma

degradação dos poluentes.

Apesar dos trabalhos de biorremediação apresentarem custos estimados

baixos, ainda não foi realizado um estudo que comprove os custos efetivos em um

cenário real. Na análise de estudos de caso foi mostrado que estratégias mais

baratas nem sempre possuem custos mais baixos e maior eficácia (OKX; STEIN,

2000b). As tecnologias inovadoras potencialmente possuem maiores custos do que

as tradicionais, porém estes compensam os benefícios a longo prazo (ELLIS;

HADLEY, 2009).

A sustentabilidade é uma grande aliada da biorremediação, uma vez que há

uma grande aceitação da sociedade e por apresentar baixos impactos ao meio

ambiente e à população. Com a finalidade de fomentar conceitos sustentáveis para

processos de remediação foi criada uma organização chamada SURF(Sustainable

Remediation Forum) nos EUA (ELLIS;HADLEY, 2009). Em outros países

desenvolvidos há organizações sem fins lucrativos que possuem a mesma finalidade

do SURF, incentivando e promovendo práticas sustentáveis para as tecnologias de

remediação. Apesar de nenhum país possuir uma legislação específica sobre a

implementação de tecnologias sustentáveis, há planos de ação que estimulam esta

prática. Estudos do SURF mostraram que há uma tendência de que as tecnologias

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tradicionais serão substituídas por tecnologias sustentáveis ao longo de dez anos e

os conceitos sustentáveis serão desenvolvidos em projetos de remediação.

Para tanto, é necessário realizar uma avaliação ambiental mais completa e

ampla, considerando os seguintes impactos ambientais: energia gasta durante o

tratamento (transporte e uso de máquinas); utilização dos recursos naturais (água,

combustíveis fósseis); uso do solo (in situ ou ex situ); emissão de poluição e

exposição humana (poluentes tóxicos emitidos durante o tratamento, barulho

decorrente pelas ações do processo de remediação) (SUER et al, 2009), desta

forma será possível identificar quais tecnologias devem ser evitadas ou pontos a

serem melhorados.

As cinco principais causas da falha de um projeto de remediação são: 1

tecnologia complexa, o que torna difícil estimar os custos em projetos de longo-

prazo; 2 custo ambíguo, os custos dos projetos de remediação muitas vezes são

planejados apenas a curto prazo e nem sempre possuem dados suficientes para

realizar um orçamento adequado. É preciso um estudo mais rigoroso para estimar os

custos; 3 projeto mal gerenciado, quando não há um detalhamento do objetivo do

projeto; 4 deficiência de gerenciamento do projeto, quando há falta de mão-de-obra

especializada; processo político e credibilidade, a legislação e a confiabilidade de

determinado órgão ou empresa que irá gerenciar o projeto pode afetar a processo de

remediação; 5 histórico organizacional, quando um quadro de funcionários se

mantém ao longo do projeto a eficiência se consolida (GREENBERG et al, 2007). A

tecnologia da biorremediação já apresenta pelo menos duas dessas causas,

tecnologia complexa e custos ambíguos. Seria necessário estudos mais apurados

em relação a aplicação em um cenário real e os custos para a implantação desta

tecnologia ainda não são conhecidos.

Há pesquisas para que a biorremediação seja uma tecnologia consolidada no

mercado de remediação, feito por Beck et al (1997). Neste trabalho criou-se um

sistema integrado com quatro unidades operacionais: (1) lavagem do solo com

surfactante; (2) biodegradação aeróbica de PCBs; (3) separação líquido-sólido e (4)

descloração anaeróbica de PCBs. O resultado desta pesquisa mostrou que a

combinação das quatro unidades operacionais é mais eficaz do que uma unidade

sozinha.

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7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A seleção da tecnologia para remediação da área contaminada sempre foi

baseada apenas na resolução de impactos ambientais por cumprimento da

legislação, porém as atuais preocupações vão além desses objetivos. Neste trabalho

apontou-se que a escolha por determinada tecnologia deve considerar a

sustentabilidade, e neste requisito a implementação de estratégias de

biorremediação superou outras tecnologias, aumentando um interesse pela sua

aplicação. Porém, esta não pode ser vista como uma tecnologia única de

remediação de um determinado local, uma vez que a integração de tecnologias é

mais eficiente, especialmente para remediações de POPs. Recomenda-se, portanto

que a sua implantação seja em combinação com outras tecnologias. As pesquisas

futuras tendem a se concentrar na aplicação de combinações das tecnologias

existentes para potencializar o efeito de remediação, considerando os fatores

econômicos e ambientais em um contexto de desenvolvimento sustentável.

Uma ferramenta útil e de grande valia para tomada de decisão dentro deste

cenário é a avaliação do ciclo de vida, que avalia e estima os impactos ambientais

das tecnologias. Desta forma será possível o incentivo do uso de estratégias que

intensificam os benefícios ambientais da remediação.

Apesar da remediação de solos contaminados por PCBs serem feitos por

métodos onerosos, principalmente por incineração e dessorção térmica, o uso ainda

é recomendado devido à sua eficácia. O foco principal de uma remediação é a

eliminação do poluente, e métodos mais tradicionais acabam sendo a opção, uma

vez que o tempo é levado em consideração. Neste aspecto a biorremediação possui

desvantagens a frente as outras tecnologias, por ser uma tecnologia complexa e

lenta. Estas características dificultam a concretização desta tecnologia, uma vez que

podem apresentar falhas e consequentemente o possível fracasso do projeto de

remediação.

Neste trabalho verificou-se uma lacuna entre o potencial de biodegradação da

tecnologia de biorremediação de PCBs em solos contaminados e a otimização de

sua implementação. Sugerem-se pesquisas focadas em desenvolver principalmente

a sincronização da função de degradação dos microrganismos com os fatores

ambientais do solo em escala de campo e comprovação da vantagem econômica da

biorremediação. Em tal estudo quantitativo, a ser desenvolvido, deverão ser

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incluídos valores de mão-de-obra qualificada, equipamentos que serão utilizados,

quantidades de nutrientes necessários e infraestrutura para a implantação desta

tecnologia.

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REFERÊNCIAS

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