instituto de pesquisas jardim botânico do rio de janeiro...

55
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação Trabalho de Conclusão Levantamento fitossociológico da Floresta Nacional de Negreiros, PE, como subsídio à elaboração do Plano de Manejo Diego Meireles Monteiro Rio de Janeiro 2014

Upload: others

Post on 02-Nov-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional emBiodiversidade em Unidades de Conservação

Trabalho de Conclusão

Levantamento fitossociológico da Floresta Nacional deNegreiros, PE, como subsídio à elaboração do Plano de

Manejo

Diego Meireles Monteiro

Rio de Janeiro2014

Page 2: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional emBiodiversidade em Unidades de Conservação

Levantamento fitossociológico da Floresta Nacional deNegreiros, PE, como subsídio à elaboração do Plano de

Manejo

Diego Meireles Monteiro

Rio de Janeiro2014

1

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa deMestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades deConservação da Escola Nacional de Botânica Tropical,Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro,como parte dos requisitos necessários à obtenção do títulode Mestre em Biodiversidade em Unidades deConservação.

Orientador: Bruno Coutinho Kurtz

Page 3: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Levantamento fitossociológico da Floresta Nacional deNegreiros, PE, como subsídio à elaboração do Plano de

Manejo

Diego Meireles Monteiro

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa de MestradoProfissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação da EscolaNacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Riode Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título deMestre em Biodiversidade em Unidades de Conservação.

Aprovado por:

___________________________________________Prof. Dr. Bruno Coutinho Kurtz (Orientador)

___________________________________________Profª Drª Solange de Vasconcellos Albuquerque Pessoa

___________________________________________Prof. Dr. Massimo Giuseppe Bovini

Em 25/04/ 2014

Rio de Janeiro2014

2

Page 4: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

3

Page 5: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

AGRADECIMENTOS

A Deus, por nunca me faltar.

A minha mãe, que é em quem me espelho sempre nas minhas ações.

Ao meu irmão pela amizade e apoio sempre.

As minhas sobrinhas por deixarem sempre o ambiente mais agradável.

A minha esposa que sempre esteve junto em todos os momentos e sem ela eu não chegaria

a lugar algum.

Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e a Escola

Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro pela oportunidade.

A todos os professores.

Aos colegas Anderson Lima e Carlos Leite pela ajuda na coleta dos dados.

Aos colegas da UFRPE Tarcísio e Anderson pela grande ajuda na análise dos dados.

Aos colegas de turma pelo companheirismo de sempre.

Em especial ao meu Orientador Professor Dr. Bruno Coutinho Kurtz, que além da

orientação e companheirismo nunca deixou de depositar confiança em mim.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho.

4

Page 6: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Resumo

Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga tem recebido pouca atenção em termos de

conservação e é um dos menos protegidos e pouco conhecidos florísticamente. Buscando

ampliar informações sobre as diferentes fisionomias atuais deste bioma, em especial

aquelas presentes na Floresta Nacional de Negreiros – PE, foram realizados levantamentos

fitossociológicos do componente arbustivo-arbóreo em duas áreas distintas, uma

conservada e outra antropizada, utilizando o método de parcelas múltiplas, com parcelas de

50 x 4 m. O levantamento florístico identificou 26 espécies compreendidas em 25 gêneros

e 13 famílias botânicas. As principais espécies, considerando o valor de importância, para a

área conservada foram Poincianella pyramidalis (catingueira), Croton blanchetianus

(marmeleiro) e Croton conduplicatus (quebra-faca). Já para a área antropizada foram

Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira), Aspidosperma pyrifolium (pereiro) e Commiphora

leptophloeos (amburana de cambão). Em uma análise de agrupamento com base na

florística entre áreas de Caatinga de PE, foram formados grupos entre as áreas mais

próximas geograficamente. Os resultados servirão de subsídio para a elaboração do plano

de manejo da unidade.

Palavras-chave: Caatinga, Unidade de Conservação, Floresta Nacional de Negreiros,fitossociologia

5

Page 7: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Abstract

Among the Brazilian biomes, the Caatinga has received little attention in terms of

conservation and is one of the least protected and poorly known floristically. Aiming to

expand current information about the different physiognomies of this biome, particularly

those present in the Negreiros National Forest – PE, phytosociological surveys of the

woody component were conducted. The studies were conducted in two distinct areas, one

conserved and another anthropic, using the method of multiple plots, with plots of 50 x 4

m. The floristic survey showed 26 species comprising 25 genera and 13 botanical families.

The main species for the conserved area, according to the value of importance, were

Poincianella pyramidalis (catingueira), Croton blanchetianus (marmeleiro) and Croton

conduplicatus (quebra-faca). As for the disturbed area were Cnidoscolus phyllacanthus

(faveleira), Aspidosperma pyrifolium (pereiro) and Commiphora leptophloeos (amburana

de cambão). In a cluster analysis based on floristic between Caatinga areas of the state of

Pernambuco, the groups were formed according to geographic proximity. The results will

serve as background information for the preparation of the management plan of the

conservation unit.

Key-words: Caatinga, protected areas, Negreiros National Forest, phytosociology

6

Page 8: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Sumário

Página Agradecimentos...................................................................................................................

.

iv

Resumo................................................................................................................................

.

v

Abstract................................................................................................................................ vi1. Introdução........................................................................................................................ 12. Material e Métodos.......................................................................................................... 52.1 Caracterização da área de estudo................................................................................... 52.2. Levantamento fitossociológico..................................................................................... 72.3 Similaridade com outras áreas de Caatinga................................................................... 1

03. Resultados e Discussão.................................................................................................... 1

23.1 Suficiência amostral....................................................................................................... 1

23.2 Composição

florística.....................................................................................................1

33.3 Estrutura vertical............................................................................................................ 1

63.4 Estruturafitossociológica...............................................................................................

1

83.5 Diversidade e Equabilidade........................................................................................... 2

13.6 Similaridade com outras áreas de Caatinga................................................................... 2

24. Conclusões....................................................................................................................... 2

65. Referências Bibliográficas.............................................................................................. 27

7

Page 9: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

1. Introdução

2.

3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa (IBGE, 2012). Destes, a

Caatinga é o quarto maior bioma, após a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica (Aguiar

et al., 2002; IBGE, 2004). A Caatinga ocupa 844.453 km², sendo também o terceiro maior

ecossistema brasileiro e representando 70% da região Nordeste e 11% do território

nacional (IBGE, 2004). A Caatinga pode ser considerada o único bioma exclusivamente

brasileiro, composto por um mosaico de florestas secas e vegetação arbustiva (savana-

estépica), com enclaves de florestas úmidas montanas e de cerrado (Castelletti et al., 2003;

Tabarelli & Silva, 2003).

4. Politicamente, o bioma Caatinga coincide com grande parte da região

Nordeste do país, composta pelos estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,

Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, e pequena parte da região Sudeste:

porção Norte do Estado de Minas Gerais. Compreende também a maior parte das áreas

suscetíveis à desertificação do país, sendo os desmatamentos, principalmente para fins

energéticos e agrícolas, os maiores responsáveis pela alteração do bioma (IBGE, 2004;

MMA, 2007; Hauff, 2010).

5. O bioma Caatinga possui fisionomia e composição florística bastante

heterogêneas, sendo dividido em diferentes ecorregiões (Velloso et al., 2002). A

heterogeneidade da flora e da fisionomia da cobertura vegetal da Caatinga decorre de dois

gradientes de umidade: um no sentido Norte - Sul, que se manifesta em uma diminuição

das precipitações e outro Leste - Oeste, que se expressa com um aumento do efeito da

continentalidade (Guedes et al., 2012).

6. Em escala local, variações topográficas contribuem para a diversidade dos

ambientes existentes, como áreas inclinadas e áreas inundáveis com rios que são na

minoria dos casos perenes (Figueirêdo et al., 2000; Araújo et al., 2005); solos desde rasos,

compactos, erodidos com pouca infiltração a profundos, arenosos e muitas vezes

representados por afloramentos de rochas cristalinas e pressão antrópica variada, que

colaboram para as variações de fisionomia e de diversidade de espécies desta vegetação

(Rizzini, 1979; Andrade-Lima, 1981; Sampaio, 1995). Na área ocupada por este bioma há

alta temperatura, com as variações diárias mais importantes do que as anuais (Bucher,

1982). O clima é semiárido ou árido, com chuvas intermitentes torrenciais e com períodos

de 6 a 9 meses de seca (Sampaio, 1995). A precipitação anual é de 750 mm sobre a maior

1

Page 10: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

parte da Caatinga, podendo chegar a 500 mm em sua porção central (Bucher, 1982). Os

solos, com raras exceções, são pouco desenvolvidos, mineralmente ricos, pedregosos e

pouco espessos e com fraca capacidade de retenção da água, fator limitante a produção

primária nessa região (Alves et al., 2009).

7. Com relação aos aspectos florísticos e fisionômicos do bioma Caatinga, os

mesmos podem ser apresentados, em geral, como florestas de porte baixo, compreendendo

principalmente árvores e arbustos que geralmente apresentam espinhos e microfilia, com

presença de plantas suculentas e um estrato herbáceo efêmero, presente somente durante a

curta estação chuvosa (Guedes et al., 2012). Algumas famílias, como Fabaceae,

Euphorbiaceae, Bignoniaceae e Cactaceae, são muito importantes por representarem a

maior parte da diversidade. Dentre estas, Fabaceae é a mais diversa, com 293 espécies (em

77 gêneros), das quais 144 são endêmicas. Muitos táxons de Fabaceae, como os

pertencentes aos gêneros Mimosa, Acacia, Caesalpinia e Senna, contribuem para a

formação dos estratos arbóreos e arbustivos que compõem a paisagem característica das

caatingas (Araújo et al., 2002; Araújo & Ferraz, 2003; Feitoza, 2004; Pessoa et al., 2004;

Araújo et al., 2005; Silva, 2005; Queiroz, 2006; Reis, 2006).

8. O bioma Caatinga tem sido geralmente descrito, de forma errônea, como

pobre, abrigando poucas espécies endêmicas. Contudo, estudos recentes mostram que a

região possui um considerável número de espécies típicas, além de descrições de novas

espécies de fauna e flora endêmicas, indicando um conhecimento zoológico e botânico

ainda precário deste ecossistema (Castelletti et al., 2003). Do ponto de vista vegetacional, é

bastante diversificado por incluir outros ambientes associados. Somente na vegetação de

Caatinga são reconhecidas 12 tipologias diferentes, as quais despertam atenção especial

pelos exemplos fascinantes de adaptação aos habitats semiáridos (Melo & Andrade, 2007).

Isto implica dizer que a relação com os fatores abióticos pode explicar, em parte, a grande

diversidade de fisionomias aliadas à composição florística, com muitas das espécies

vegetais endêmicas no bioma (Melo & Andrade, 2007). Já o entendimento da composição

florística e estrutura fitossociológica é fundamental para o desenvolvimento de estudos

adicionais sobre a dinâmica de suas florestas (Araújo, 2007).

9. Em termos de conservação, a Caatinga, dentre os biomas brasileiros, tem

recebido pouca atenção e está entre os menos protegidos e mal conhecidos floristicamente

(Giulietti et al., 2002). Assim, estudos dos remanescentes vegetacionais que ainda

apresentam boas condições de conservação são fundamentais ao planejamento de uso e

exploração sustentada (Pereira et al., 2002). Segundo Leal et al. (2005), as principais

2

Page 11: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

ameaças à conservação da caatinga devem-se ao fato de que aproximadamente 15% da

população brasileira têm suas atividades inseridas integralmente nesse ecossistema, sendo

esta uma população rural extremamente pobre e que pratica atividades como corte de

madeira para lenha, caça de animais, queima de áreas para agricultura e contínuos

desmatamentos para criação de pastagens para bovinos e caprinos, intensificando o

processo de desertificação. Também relaciona-se com a retirada da mata ciliar, levando ao

assoreamento dos rios, e com à utilização de técnicas de irrigação que aceleram ainda mais

o desgaste do solo e a desertificação.

10. Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2011) sugerem que o bioma

Caatinga mantém aproximadamente 62,69% de sua vegetação nativa. Contudo, os

remanescentes estão distribuídos em fragmentos de tamanhos diversos (Castelletti et al.,

2003), sendo o seu estado de conservação continuamente ameaçado pelo avanço da

fronteira agrícola e produção predatória de carvão, que geram desmatamentos e queimadas

desordenadas. Essas ações causam perdas da diversidade florística e faunística, processos

de erosão, desertificação e declínio da fertilidade do solo e qualidade da água (Drumond et

al., 2000). Como consequência, esta depredação leva a que várias espécies do bioma

estejam nas listas oficiais de espécies ameaçadas, com 47 espécies de flora (MMA, 2008) e

58 espécies da fauna, sendo 19 de aves, 12 de invertebrados aquáticos, sete de

invertebrados terrestres, nove de mamíferos e 11 de peixes (MMA, 2003).

11. Apesar de sua importância biológica e das ameaças à sua integridade,

somente 8,4% do bioma estão protegidos em Unidades de Conservação (UCs) federais e

estaduais, sejam elas de proteção integral, que ocupam apenas 1,4% do território, ou de uso

sustentável (Hauff, 2010; Guedes et al., 2012). As UCs, encontradas no bioma Caatinga,

são enquadradas como aquelas em que é permitido somente o uso indireto dos recursos:

Estação Ecológica (ESEC), Reserva Biológica (REBIO), Parque Nacional (PARNA) e

Monumento Natural (MONA); e aquelas em que se objetiva compatibilizar a conservação

da natureza com o uso sustentável de seus recursos naturais, sendo compostas pelas

seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse

Ecológico (ARIE), Floresta Nacional (FLONA) e Reserva Particular do Patrimônio

Natural (RPPN) (SNUC, 2003).

12. Com relação à recente expansão das UCs federais, em 2009 foi criado o

Monumento Natural do Rio São Francisco, com 27 mil hectares, englobando os estados de

Alagoas, Bahia e Sergipe, e, em 2010, o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí,

foi ampliado em 300 mil hectares, passando a 823.435,7 hectares. Por fim, em 2012, foi

3

Page 12: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

criado o Parque Nacional da Furna Feia, que corresponde aos municípios de Baraúna e

Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, com 8.494 ha (MMA, 2013). De acordo com

o MMA, com a criação destas novas unidades, a área protegida por unidades de

conservação federais no bioma aumentou para cerca de 7,5%. Ainda assim, o bioma

continua como um dos menos protegidos do país.

13. No entanto, algumas ações paralelas estão gerando bons resultados como

as parcerias desenvolvidas entre os estados e o MMA, desde 2009, trabalhando para criar

unidades de conservação estaduais. Partindo de iniciativas estaduais, pode-se destacar os

primeiros frutos dessa parceria, como a recente criação do Parque Estadual da Mata da

Pimenteira, em Serra Talhada-PE, e da Estação Ecológica Serra da Canoa, em Floresta-PE,

com cerca de 8 mil hectares. Além disso, houve a destinação de recursos estaduais para

criação de unidades no Ceará, na região de Santa Quitéria e Canindé (MMA, 2013).

14. Para a implementação de uma unidade de conservação, um dos principais

elementos de gestão é o plano de manejo, podendo ser definido, de acordo com Mourão

(2010), como um documento técnico baseado nos objetivos gerais de uma unidade de

conservação, que estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e

o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à

gestão da unidade. Segundo Dourojeanni (2002), para a execução de um plano de manejo,

são necessários documentos práticos que informem a experiência local, como atitudes e

comportamento da população na região, imagens e mapas. O plano de manejo deve

estabelecer diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, visando à proteção de

seus recursos naturais e culturais; destacar a representatividade da unidade de conservação

no SNUC, frente aos atributos de valorização dos seus recursos como: biomas, convenções

e certificações internacionais; estabelecer normas específicas, regulamentando a ocupação

e o uso dos recursos da unidade de conservação, zona de amortecimento e dos corredores

ecológicos; e reconhecer a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural

das populações tradicionais e seus sistemas de organização e de representação social

(ICMBio, 2012). Com relação aos problemas enfrentados pelos gestores, Scardua (2007)

cita que eles realmente proveem da ausência de informações válidas, devido à falta de

recursos humanos e financeiros.

15. Tendo em vista a necessidade de informações sobre a composição e

estrutura da vegetação, o presente estudo tem como objetivo o levantamento

fitossociológico do componente arbustivo-arbóreo da Floresta Nacional de Negreiros – PE,

ampliando as informações sobre a composição e estrutura das diferentes fisionomias

4

Page 13: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

presentes na unidade, para junto com outros estudos servir como subsídio para a

elaboração do plano manejo da unidade de conservação.

16.

17. Material e Métodos

18.

18.1 Caracterização da área de estudo

19.

20. O estudo foi conduzido na Floresta Nacional de Negreiros – Flona

Negreiros (Fig. 1), que é gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio. Situada no semiárido pernambucano, nos municípios de Serrita

e Parnamirim, foi criada pelo Decreto S/N, de 11 de outubro de 2007. A unidade possui

uma superfície de aproximadamente 3.000 hectares, sendo sua área totalmente inserida

dentro do bioma Caatinga (Brasil, 2007).

21.

22.

23.

24.

25.

26.

27.

28.

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

36.

37.

38. Figura 1. Localização da Floresta Nacional de Negreiros - PE. Fonte: MMA (2013).

39.

40.

5

Page 14: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

41. A área possui duas fisionomias distintas: a caatinga arbóreo-arbustiva, onde

aparentemente não houve recentemente uso direto dos recursos florestais (Fig. 2); e

uma formação arbustiva, antropizada (Fig. 3), onde eram realizadas diversas

atividades agrícolas, que cessaram devido à inviabilidade econômica. Nos últimos

20 anos, a área vem passando por um processo de regeneração natural. A vegetação

original da área é caracterizada como savana-estépica, que segundo o IBGE é um

subgrupo formado por micro e/ou nanofanerófitos, com média de 5 m, raramente

ultrapassando os 7 m de altura, mais ou menos densa, apresentando árvores com

troncos grossos e esgalhamento bastante ramificado, em geral providas de espinhos

e/ou acúleos, com decidualidade total na época desfavorável (IBGE, 2012).

42. O município de Serrita encontra-se na mesorregião do Sertão Pernambucano

– microrregião Salgueiro (IBGE, 2014), que segundo a classificação de Koppen

possui clima do tipo BSh, ou seja, semiárido, com estação seca bem definida e

chuvas concentradas nos meses de dezembro à março e com precipitação média de

600 mm/ano (Fechine & Galvíncio, 2008). Segundo CPRM (2005), as chuvas

podem se estender até o mês de maio em alguns anos. O município possui uma

temperatura média anual de 25ºC.

43.

44.

45. Figura 2. Visão geral da área conservada na Floresta Nacional de Negreiros – PE, a

partir do seu limite. Foto: Bruno Kurtz.

6

Page 15: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

46.

47. Figura 3. Visão geral da área antropizada na Floresta Nacional de Negreiros – PE,

mostrando a estrada usada como referência para a distribuição das parcelas. Fonte:

Google Earth Pro (2013).

48.

49.

49.1 Levantamento fitossociológico

50.

51. No levantamento da vegetação utilizou-se o método de parcelas (Mueller-

Dombois & Ellenberg, 1974), com um total de 15 parcelas de 50 m x 4 m. Foram alocadas

10 parcelas na fitofisionomia arbóreo-arbustiva (área conservada) e cinco parcelas na

fitofisionomia arbustiva (área antropizada) (Fig. 4). Estas fitofisionomias foram

discriminadas a partir da análise de imagens do Google Earth. A distribuição das parcelas

na fitofisionomia arbóreo-arbustiva teve como referência um curso d’água central

intermitente. O mesmo foi dividido em cotas de 100 metros. Em seguida, foram sorteados

7

Page 16: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

a cota e o lado (esquerdo ou direito) e, a partir desse ponto, foi respeitada uma distância de

30 metros da margem do curso d’água, para então serem alocadas as parcelas no sentido

leste – oeste com auxílio de bússola. Para a fitofisionomia arbustiva, seguiu-se a mesma

metodologia, mudando-se apenas o ponto de referência, neste caso uma estrada central. O

inventário abrangeu todas as plantas lenhosas vivas (excluindo-se lianas) com diâmetro ao

nível do solo ≥ 3 cm e altura igual ou superior a 1 m, as quais foram identificadas e

medidas suas alturas e diâmetros (Santana & Souto, 2006). Os indivíduos mortos ainda em

pé foram também incluídos e analisados à parte.

52.

53.

54.

55. Figura 4. Vista geral da localização das parcelas na Floresta Nacional de Negreiros- PE. Área conservada (A); Área antropizada (B). Fonte: Google Earth Pro (2013).56.

57.

8

A

B

Page 17: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

58. Para as plantas que apresentavam troncos muito perfilhados na base (Fig. 5),

condição extremamente comum na Caatinga, apenas os ramos que se enquadravam no

critério de inclusão foram medidos. Quando possível, a medida foi tomada abaixo dos

perfilhos.

59. Figura 5. Plantas apresentando perfilhamento a partir da base na Floresta Nacional

de Negreiros - PE. Fotos: Bruno Kurtz.

9

Page 18: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

60. A identificação botânica foi realizada inicialmente no campo, sendo

coletado material botânico fértil (flores e/ou frutos) e/ou estéril para a confirmação por

parte de especialistas e posterior formação de uma coleção de referência, que será

incorporada ao herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB),

com a distribuição de duplicadas ao herbário da Universidade Federal do Vale do São

Francisco - UNIVASF. Os nomes específicos basearam-se na Lista de Espécies da Flora do

Brasil (2014). Os nomes populares foram fornecidos por Anderson Lima e Carlos Leite,

moradores da região.

61. Para avaliação da estratificação vertical foram construídos histogramas de

altura para as duas áreas levantadas. Foram usadas classes de 1 m, sendo o limite superior

de cada classe incluído na mesma.

62. Para cada espécie, foram calculados os valores relativos de densidade,

frequência e dominância e os valores de cobertura e importância, conforme

Mueller-Dombois & Ellenberg (1974). Foi calculado o índice de diversidade de

Shannon (H’), de acordo com Coelho (2000), e a equabilidade (J), segundo Martins

& Santos (1999). Estes parâmetros foram comparados com os de outras áreas,

protegidas ou não, do bioma Caatinga. Todos os cálculos foram realizados por meio

do software MATA-NATIVA 2 (Cientec, 2006).

10

Page 19: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

63. Para determinar a suficiência amostral foram elaboradas curvas de

acumulação de espécies (Colwell & Coddington, 1994). Foram também usados

estimadores de riqueza de espécies (Magurran, 2013), calculados no programa

EstimateS (Colwell, 2013).

64.

65.

66. 2.3. Similaridade com outras áreas de Caatinga

67.

68. Foi realizada uma análise de agrupamento incluindo as duas áreas do

presente trabalho e outras quatro áreas de Caatinga em Pernambuco (Tab. 1). Todas as

espécies presentes nestas áreas foram incluídas numa matriz de presença e ausência, sendo

todos os nomes atualizados de acordo com a Lista de Espécies da Flora do Brasil (2014)

Como medida de similaridade foi usado o coeficiente de Jaccard (Magurran, 1988) e para a

construção do dendrograma, a média aritmética (UPGMA, Sneath & Sokal, 1973). De

acordo com Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), valores de Jaccard 0,25 indicam

similaridade entre as unidades comparadas. Os cálculos foram realizados pelo programa

Fitopac 2 (Shepherd, 2009).

69.

11

A

Page 20: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

70.

71.

72.

73.

74. Tabela1. Áreas de Caatinga no estado Pernambuco selecionadas para análise de agrupamento. CI= critério de inclusão.

11

Page 21: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

75. Referência

76. L

o

c

a

l

77. C

ó

di

go

78. Clima

79. Alti

dud

e

(m)

80. Pre

cipi

taçã

o

(m

m)

81. P

a

r

c

e

l

a

82. (

m

)

83. CI

84. Presente estudo, Área

A – conservada

85. S

e

r

r

it

a

86. F

N

A

87. Bshw

88. Semiá

rido

89. 419 90. 600

91. 5

0

x

4

92. DAS >3cm

93. Presente estudo, Área

B – antropizada

94. S

e

r

r

it

a

95. F

N

B

96. Bshw

97. Semiá

rido

98. 419 99. 600

100.5

0

x

4

101.DAS >3cm

102.Souza & Rodal

(2010)

103.F

l

o

r

e

s

104.F

L

1

105.Bshw

106.Semiá

rido

107.316 108.511

109.5

0

0

x

1

110.NI

12

Page 22: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

137.

13

Page 23: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

138. Resultados e discussão

139.

139.1 Suficiência amostral

140.

141. A curva do coletor para a área conservada (Fig. 6A) indica que o número de

espécies amostradas mostrou uma tendência de aumento inicial seguida por uma

diminuição à medida que o número de parcelas na amostragem aumentou. Pode ser

observado que a partir da oitava parcela houve a inclusão de apenas uma espécie, com isso

resultando em uma estabilização da curva.

142.

143.

144.

145.

146.

147.

148.

149.

150.

151.

152.

153.

154.

155.

156.

157.

158.

159.

160.

161.

162.

163. Figura 6. Curvas de acumulação deespécies arbustivo-arbóreas (curvas do coletor) em relação às áreas amostradas naFloresta Nacional de Negreiros - PE. A - área conservada; B - área antropizada.

12

A

B

Page 24: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

164. Para a área antropizada (Fig. 6B), apesar do número de parcelas ter sido

bem menor que o da área conservada, foi observada a mesma tendência de estabilização da

curva a partir da penúltima parcela (parcela 4). Esse fato sugere ter sido adequada a

escolha da quantidade de parcelas amostrais para caracterizar as principais populações de

espécies arbustivo-arbóreas da área de estudo.

165. De acordo com Santana & Souto (2006), a tendência à estabilização pode

ser considerada suficiente para indicar o número mínimo de parcelas a ser utilizado. Os

mesmo autores, citando Muniz et al. (1994), confirmaram que ao aumentar a área amostral

a curva não poderia alcançar limites devido ao possível surgimento de espécies novas,

mesmo que em número reduzido.

166. As estimativas do número de espécies para a área conservada (21 espécies

amostradas) variaram de 22 (estimador Chao1) a 28 (estimador Jackknife2). Para a área

antropizada (15 espécies amostradas), as estimativas variaram de 17 (Chao2) a 20

(Jackknife2).

167.

168.

168.1 Composição florística

169.

170. Na área total foram amostrados 438 indivíduos vivos, pertencentes a

26 espécies, 25 gêneros e 13 famílias (Tab. 2; Fig. 7). Na área conservada foram

amostrados 320 indivíduos de 21 espécies, 19 gêneros e 10 famílias; enquanto para

a área antropizada, 118 indivíduos de 15 espécies, 15 gêneros e nove famílias.

171. Dentre as famílias identificadas, duas se mostraram mais

expressivas, ou seja, com maior número de espécies levantadas: Fabaceae (nove

espécies) e Euphorbiaceae (seis espécies). Nos levantamentos florísticos realizados

em áreas de Caatinga essas famílias são sempre as mais representativas (Drumond

et al., 2002; Amorim et al., 2005; Andrade et al., 2005; Silva, 2005; Santana &

Souto, 2006; Araújo, 2007; Fabricante & Andrade, 2007; Lacerda et al., 2007;

Rodal et al., 2008; Silva, et al., 2009), constituindo um padrão para a região do

semiárido (Guedes et al., 2012).

172. Outro demonstrativo de aparente constância para as regiões de

Caatinga é o número reduzido de espécies arbustivo-arbóreas. Outros trabalhos, que

também utilizaram critério de inclusão similar, encontraram riqueza semelhante,

13

Page 25: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

Número de espécies

0 2 4 6 8 10

Fam

ílias

Fabaceae

Euphorbiaceae

Anacardiaceae

Apocynaceae

Bignoniaceae

Burseraceae

Cannabaceae

Cactaceae

Caparaceae

Cariaceae

Malvaceae

Melastomataceae

Verbenaceae

como os desenvolvidos por Fabricante & Andrade (2007): 22; Barbosa et al.

(2012): 36; e Guedes et al. (2012): 21.

173. Na área conservada foram amostrados 345 indivíduos mortos ainda

em pé, sendo estes pertencentes às espécies pioneiras Senegalia polyphylla (DC.)

Britton & Rose (espinheiro), com 203 indivíduos mortos, Croton blanchetianus

Baill. (marmeleiro), com 133, Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke (espinheiro

branco), com seis, e Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz (catingueira),

com três. Esse alto valor pode estar associado ao processo de progressão para

estágios sucessionais, comum em florestas tropicais e aqui observado em uma área

de Caatinga, onde, segundo Werneck & Francheschinelli (2004), as espécies

pioneiras tendem a apresentar maior mortalidade em relação ao recrutamento.

174. Como a alta mortalidade foi observada somente na área conservada, não se

pode associar este fato ao antropismo, mas possivelmente ao período de seca prolongada

verificado atualmente na região. Resultados semelhantes foram apresentados por

Albuquerque (1999) ao estudar a dinâmica da Caatinga submetida a diferentes intensidades

de uso por bovinos, onde a mortalidade das espécies arbustivas se deu mais em

consequência da seca prolongada ocorrida no período do estudo, do que pela intensidade

de uso.

14

Page 26: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

176. Figura 7. Número de espéciesarbustivo-arbóreas das famílias botânicas amostradas na Floresta Nacional deNegreiros – PE.

177. Tabela 2. Relação das espéciesarbustivo-arbóreas encontradas nas duas fitofisionomias avaliadas da FlorestaNacional de Negreiros – PE, ordenadas por família. Área A – Conservada; Área B –antropizada.

178.Família / Espécie179.Nome

vulgar

180.Hábito

181.Áre

182.Ár

183.Anacardiaceae184.

185. 186.187. 188.

189.Myracrodruon urundeuva Allemao190.aroeir

a

191.Árvore

192.x

193.

194. 195. 196.197. 198.

199.Apocynaceae200.

201. 202.203. 204.

205.Aspidosperma pyrifolium Mart.206.

207.pereiro

208.Árvore

209.x

210.x

211.Bignoniaceae212.

213. 214.215. 216.

217.Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. DC) Mattos

218.paud’arco

219.Árvore

220. 221.x

222. 223. 224.225. 226.

227.Burseraceae228.

229. 230.231. 232.

233.Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett

234.

235.amburana decambã

o

236.Árvore

237.x

238.x

239.Cannabaceae 240. 241.242. 243.

244. 245. 246.247. 248.

249.Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg 250.esporão degalo

251.Arbus

252.x

253.x

15

Page 27: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

to

254. 255. 256.257. 258.

259.Cactaceae260.

261. 262.263. 264.

265.Cereus jamacaru DC.266.

267.mandacaru

268.Arbusto

269.x

270.

271.Caparaceae272.

273. 274.275. 276.

277.Cynopalla hastata (Jacq.) J.Presl.278.

279.feijãobravo

280.Árvore

281.x

282.

283.Caricaceae 284. 285.286. 287.

288. 289. 290.291. 292.

293.Jacaratia corumbensis O. Kuntze294.mamã

ozinho

295.Arbusto

296.x

297.

298. 299. 300.301. 302.

303.Euphorbiaceae304.

305. 306.307. 308.

309.Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm

310.faveleira

311.Árvore

312.x

313.x

314.Croton blanchetianus Baill.315.marm

eleiro

316.Arbusto

317.x

318.x

319.Croton conduplicatus Kunth320.quebr

a faca

321.Arbusto

322.x

323.

324.Jatropha gossypiifolia L. 325.pinhão roxo

326.Arbu

327.x

328.

16

Page 28: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

sto

329.Manihot dichotoma Ule330.maniç

oba

331.Árvore

332.x

333.

334.Sapium glandulosum (L.) Morong335.

336.burraleiteir

a

337.Árvore

338. 339.x

340.Fabaceae341.

342. 343.344. 345.

346.Amburana cearensis (Allemão) A. C. Sm.347.ambur

ana decheiro

348.Árvore

349.x

350.x

351.Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

352.angico

branco

353.Árvore

354.x

355.

356.Bauhinia cheilantha (Bong.) D. Dietr.357.moror

ó

358.Árvore

359.x

360.

361.Dalbergia cearensis Ducke362.violet

o

363.Árvore

364. 365.x

366.Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.367.jurem

apreta

368.Árvore

369.x

370.x

371.Mimosa artemisiana Hering & Paula372.angic

opreto

373.Árvore

374.x

375.

376.Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke

377.espinheiro

branco

378.Árvore

379.x

380.x

381.Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz 382.cating 383.Á 384. 385.

17

Page 29: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

ueira

rvore

x x

386.Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose387.espinh

eiro

388.Árvore

389.x

390.

391. 392. 393.394. 395.

396.Malvaceae397.

398. 399.400. 401.

402.Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss.& Cambess.) A. Robyns

403.imbiruçu

404.Árvore

405. 406.x

407. 408. 409.410. 411.

412.Melastomataceae 413. 414.415. 416.

417. 418. 419.420. 421.

422.Henriettea succosa (Aubl.) DC.423.carras

copreto

424.Arbusto

425.x

426.x

427. 428. 429.430. 431.

432.Verbenaceae 433. 434.435. 436.

437. 438. 439.440. 441.

442.Lippia alba (Mill.) N. E. Br.443.alecri

m

444.Arbusto

445. 446.x

447.

448.

448.1 Estrutura Vertical

449.

450. Com relação à distribuição vertical dos indivíduos dentro da área

conservada (Fig. 8A), foi observado que 71,25% dos mesmos estão agrupados nas classes

de altura entre 3,1 e 5 m. As maiores alturas estimadas foram de 8 m, para Mimosa

18

Page 30: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

artemisiana (angico-preto) e 8,5 m, para Myracrodruon urundeuva (aroeira). As classes de

altura para esses indivíduos incluíram 1,25 e 0,31% dos indivíduos vivos amostrados,

respectivamente. A menor altura estimada foi de 2 m para Croton conduplicatus (quebra-

faca), Bauhinia cheilantha (mororó) e Anadenanthera columbrina (angico branco), ficando

esses indivíduos na primeira classe de altura, que representa 14,06% dos indivíduos vivos

amostrados.

451. Para a área antropizada (Fig. 8B) a maior parte dos indivíduos amostrados

foi agrupada nas classes centrais de altura (3,1 a 5 m), correspondendo a 61,02%. As

plantas com as maiores alturas foram Commiphora leptophloeos (amburana de cambão),

Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira) e Mimosa tenuiflora (jurema-preta), com alturas

entre 6 e 6,5 m. Amorim et al. (2005) constataram poucas plantas acima de 8 m de altura

em área de Caatinga no Rio Grande do Norte. Pereira Júnior et al. (2012) indicaram que os

indivíduos se centralizaram na classe média de altura, de 4 a 6 m, em um dossel

caracterizado por B. cheilantha e Croton rhamnifolioides (caatinga branca).

452. Analisando a distribuição por classes de altura, pode-se verificar que a

maior parte dos indivíduos posicionou-se nas classes de altura mais centrais,

comportamento esperado conforme tendência observada em diversos trabalhos realizados

em Caatinga (Amorim et al., 2005; Guedes et al., 2012; Pereira Júnior et al., 2012).

453.

454.

455.

456.

457.

458.

459.

460.

461.

462.

463.

464.

465.

19

Classes de altura

1 2 3 4 5 6 7

Núm

ero

de in

diví

duos

0

20

40

60

80

100

120

140

Classes de altura

1 2 3 4 5 6

Núm

ero

de in

diví

duos

0

10

20

30

40

A

B

2,0-3,0 3,1-4,0 4,1-5,0 5,1-6,0 6,1-7,0 7,1-8,0 ≥8,1Classe de altura (m)

1,0-2,0 2,1-3,0 3,1-4,0 4,1-5,0 5,1-6,0 ≥6,1Classe de altura (m)

Page 31: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

466.

467.

468.

469.

470.

471.

472.

473.

474.

475.

476.

477.

478.479.480. Figura 8. Distribuição em classes de

altura (m) dos indivíduos amostrados nas áreas A: conservada e B: antropizada naFloresta Nacional de Negreiros – PE.

481.

20

Page 32: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

482. 3.4 Estrutura fitossociológica

483.

484. Dentre as espécies levantadas as que mais se destacaram para a área

conservada foram Poincianella pyramidalis (catingueira), apresentando valor de

importância de 22,57%, seguida por Croton blanchetianus (marmeleiro), com

21,13%, e Croton conduplicatus (quebra-faca), com 11,05% (Tab. 3). Essas

espécies juntas representaram 54,75% do valor de importância e 71,87% do número

de indivíduos vivos amostrados. A grande preponderância numérica dessas espécies

indica uma estrutura oligárquica para a comunidade estudada.

485. A espécie que está melhor estabelecida na área, P. pyramidalis, é

uma espécie endêmica do Brasil encontrada comumente em áreas de Caatinga

(Lewis, 2014). A exploração não sustentável de sua madeira para a produção de

lenha e de carvão vegetal constitui uma das ações antrópicas responsáveis pelo

desmatamento da vegetação nativa (Silva et al., 2009).

486. Foi observado que as três espécies com maior valor de importância

encontradas na área antropizada diferem daquelas encontradas na área conservada.

As espécies Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira), Aspidosperma pyrifolium

(pereiro) e Commiphora leptophloeos (amburana de cambão) foram as que mais se

destacaram na área antropizada (Tab. 4). A preponderância numérica das duas

primeiras indica estrutura de codominância para a área. C. phyllacanthus é

encontrada em todos os estados do nordeste brasileiro, alcançando até o norte de

Minas Gerais, principalmente nas regiões do Sertão e Caatinga (Lorenzi, 1998). De

acordo com Cavalcanti (2011), C. phyllacanthus, é uma espécie exclusiva do

Brasil, que vegeta na Caatinga e no Sertão de solo seco, pedregoso, sem húmus,

sem cobertura protetora, exposto à forte irradiação e calor médio de 25C,

características essas encontradas na área em estudo. Esta espécie é um dos

principais elementos em áreas degradadas, sendo uma das primeiras espécies a se

estabelecer em áreas recém-degradadas e uma das primeiras a desaparecer quando

estas são regeneradas (Vieira et al., 2007).

487. C. phyllacanthus e A. pyrifolium apresentaram altos valores de densidade,

frequência e dominância relativas, quando comparadas com as demais espécies

amostradas. Contudo, a terceira espécie mais representativa, C. leptophloeos, mesmo com

poucos indivíduos amostrados, apresentou alto valor de importância em virtude da sua alta

dominância relativa, motivo pelo qual está entre as três espécies mais importantes na área.

21

Page 33: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

488. C. blanchetianus foi a espécie que apresentou destaque em ambas as

áreas. A planta é comum no bioma Caatinga, sendo suas flores um importante

recurso apícola, assim como sua madeira fornece opções variadas de uso, além de

ser considerada uma espécie pioneira e indicadora de áreas em recuperação

(Santana & Souto, 2006).

489.

490.

491. Tabela 3. Valores dosparâmetros fitossociológicos para as espécies amostradas na Floresta Nacionalde Negreiros (em ordem decrescente do valor de importância). Áreaconservada.

22

Page 34: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

492. Espécies

493.

N

494.

DR

495.

FR

496.

DoR

497.

VI

(

%

)

498. Poincianella

pyramidalis

499.

63

500.

19,6

9

501.

12,3

3

502.

35,7

503.

22,5

7

504. Croton

blanchetianus

505.

123

506.

38,4

4

507.

13,7

508.

11,2

5

509.

21,1

3

510. Croton

conduplicatus

511.

44

512.

13,7

5

513.

9,59

514.

9,8

515.

11,0

5516. Piptadenia

stipulacea

517.

24

518.

7,5

519.

9,59

520.

4,83

521.

7,31

522. Myracrodruon

urundeuva

523.

6

524.

1,88

525.

8,22

526.

11,1

5

527.

7,08528. Senegalia

polyphylla

529.

17

530.

5,31

531.

2,74

532.

5,77

533.

4,61534. Mimosa

tenuiflora

535.

4

536.

1,25

537.

2,74

538.

8,81

539.

4,27540. Cynopalla

hastata

541.

8

542.

2,5

543.

6,85

544.

1,17

545.

3,51546. Celtis

iguanaea

547.

5

548.

1,56

549.

4,11

550.

3,17

551.

2,95552. Manihot

dichotoma

553.

5

554.

1,56

555.

5,48

556.

0,93

557.

2,66558. Cnidoscolus

phyllacanthus

559.

4

560.

1,25

561.

4,11

562.

0,82

563.

2,06564. Commiphora

leptophloeos

565.

2

566.

0,63

567.

2,74

568.

2,46

569.

1,94570. Bauhinia

cheilantha

571.

3

572.

0,94

573.

4,11

574.

0,26

575.

1,77576. Mimosa

artemisiana

577.

2

578.

0,63

579.

2,74

580.

1,28

581.

1,55582. Anadenanther

a colubrina

583.

2

584.

0,63

585.

2,74

586.

0,11

587.

1,16588. Amburana

cearensis

589.

1

590.

0,31

591.

1,37

592.

1,38

593.

1,02594. Cereus

jamacaru

595.

2

596.

0,63

597.

1,37

598.

0,66

599.

0,88

23

Page 35: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

624. N = número de indivíduos; DR = densidade relativa (%); FR = frequência relativa(%); DoR = dominância relativa (%) e VI = valor de importância (%).

625.

626.

24

Page 36: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

627. Tabela 4. Valores dosparâmetros fitossociológicos para as espécies amostradas na Floresta Nacionalde Negreiros (em ordem decrescente do valor de importância). Áreaantropizada.

25

Page 37: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

628. Espécies

629.

N

630.

DR

631.

FR

632.

DoR

633.

VI

(

%

)

634. Cnidoscolus

phyllacanthus

635.

43

636.

36,4

4

637.

13,8

9

638.

23

639.

24,4

4

640. Aspidosperma

pyrifolium

641.

25

642.

21,1

9

643.

11,1

1

644.

16,0

3

645.

16,1

1

646. Commiphora

leptophloeos

647.

4

648.

3,39

649.

11,1

1

650.

25,4

2

651.

13,3

1

652. Croton

blanchetianus

653.

10

654.

8,47

655.

11,1

1

656.

2,43

657.

7,34658. Mimosa

tenuiflora

659.

3

660.

2,54

661.

5,56

662.

9,31

663.

5,8664. Amburana

cearensis

665.

5

666.

4,24

667.

5,56

668.

7,4

669.

5,73670. Poincianella

pyramidalis

671.

7

672.

5,93

673.

8,33

674.

2,42

675.

5,56676. Sapium

glandulosum

677.

7

678.

5,93

679.

5,56

680.

4

681.

5,16682. Piptadenia

stipulacea

683.

4

684.

3,39

685.

8,33

686.

1,15

687.

4,29

688. Celtis iguanaea

689.

4

690.

3,39

691.

5,56

692.

1,5

693.

3,48694. Handroanthus

impetiginosus

695.

2

696.

1,69

697.

2,78

698.

4,19

699.

2,89700. Pseudobombax

marginatum

701.

1

702.

0,85

703.

2,78

704.

2,43

705.

2,02706. Dalbergia

cearensis

707.

1

708.

0,85

709.

2,78

710.

0,42

711.

1,35712. Henriettea

succosa

713.

1

714.

0,85

715.

2,78

716.

0,18

717.

1,27

718. Lippia gracillis

719.

1

720.

0,85

721.

2,78

722.

0,12

723.

1,25724. N = número de indivíduos; DR = densidade relativa (%); FR = frequência relativa(%); DoR = dominância relativa (%) e VI = valor de importância (%).

725.

26

Page 38: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

726.

727. O valor verificado de área basal para o estrato arbustivo-arbóreo da

área conservada foi de 10,07 m2.ha-1 e para área antropizada, de 9,91 m2.ha-1. Estes

valores são bem inferiores aos encontrados por Rodal et al. (2008; 34,29 m2.ha-1),

Pereira Júnior et al. (2012; 28,77 m2.ha-1) e Santana & Souto (2006; 17,50 m2.ha-1),

estudando áreas de Caatinga. Porém os valores obtidos no presente trabalho se

aproximaram dos estimados por Guedes et al. (2012; 9,21 m2.ha-1), Araújo (2007;

11,57 m2.ha-1) e Silva (2005; 9,93 m2.ha-1). Essa amplitude de valores de área basal

para diferentes áreas de Caatinga pode estar relacionada com a disponibilidade de

recursos do ambiente ou também pelo manejo das áreas (Alcoforado-Filho et al.,

2003).

728. Na área conservada, os indivíduos mortos ainda em pé somaram 4

m2.ha-1 de área basal.

729.

27

Page 39: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

3.5 Diversidade e Equabilidade

730.

731. Dentre os índices de diversidade, o de Shannon (H’) é o mais utilizado em

estudos da vegetação brasileira e, por isso, seus valores geralmente são os mais discutidos.

No presente estudo os valores de H’ foram de 1,99 e 2,04 nats.ind -1, respectivamente, para

as áreas conservada e antropizada (Tab. 5). Em uma área com vegetação de transição

ecológica entre os municípios de Areia e Remígio (PB), Pereira et al. (2002) encontraram

valor de 2,99 nats.ind-1. Já Guedes (2012), estudando um remanescente de Caatinga

arbustivo-arbórea na Reserva Legal da Fazenda Tamanduá (PB), encontrou valor um pouco

menor, 2,54 nats.ind-1, mas ainda relativamente mais alto que os demais apresentados na

Tab. 5. Quanto maior for a riqueza e a uniformidade na distribuição dos indivíduos das

espécies, maior será o valor de H’ (Santana & Souto, 2006).

732. Os valores obtidos para equabilidade (J) foram de 0,65 para a área

conservada e 0,75 para a área antropizada (Tab. 5). O valor para a área conservada foi

semelhante ao observado por Fabricante & Andrade (2007), de 0,63, em uma área que está

em constante exploração pelo homem no Seridó Paraíbano.

733. A equabilidade representa a abundância relativa de indivíduos entre as

espécies amostradas, porém espécies com a mesma abundância nem sempre têm a mesma

importância em uma comunidade vegetal devido às diferentes distribuições apresentadas

(Vieira, 1987). Comparando-se o trabalho de Guedes et al. (2012) e a área conservada do

presente estudo, que apresentaram equabilidade respectivamente de 0,82 e 0,65, o número

de espécies foi o mesmo (21). Já a área antropizada (J’ = 0,75) e a área estudada por

Pereira et al. (2002) (J’ = 0,74), apresentaram equabilidades muito próximas, mas número

de espécies muito distinto (15 e 54, respectivamente).

734. De um modo geral, os valores de riqueza, H’ e J’ foram relativamente

próximos entre as áreas comparadas, o que é o padrão para áreas de Caatinga. A diferença

com relação a outras formações vegetais, que demonstram índices mais altos para as

mesmas variáveis, tem esse fato atribuído às condições climáticas e pedológicas das

regiões de Caatinga (Oliveira et al., 2009; Marangon et al., 2013).

735. Embora a área conservada tenha apresentado um maior número de espécies

quando comparada à área antropizada (21 vs. 15), sua diversidade e equabilidade foram

menores. Isto reflete a forte estrutura oligárquica apresentada pela área conservada.

736. Entretanto, a comparação de diferentes áreas de caatinga por meio de

índices de diversidade deve ser feita de modo cauteloso, já que os índices sofrem forte

28

Page 40: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

influência dos fatores bióticos e abióticos e critérios de inclusão, além do nível e tempo de

antropismo (Santana & Souto, 2006). Segundo Marangon et al. (2007), a variação nos

valores dos índices de diversidade deve-se principalmente às diferenças nos estádios de

sucessão, somadas às discrepâncias das metodologias de amostragem.

737.

738. Tabela 5. Número de espécies (S) eíndices de diversidade de Shannon (H’) e equabilidade (J’) encontrados no presenteestudo e em outros ambientes de Caatinga.739.

Estudo740.

Local741.S

742.H’

743.J

744.Pereira et al. (2002)

745.Paraíba

746.5

747.2,

748.0

749.Santana & Souto (2006)

750.Rio Grande do

Norte

751.2

752.2,

753.0

754.Fabricante & Andrade (2007)

755.Paraíba

756.2

757.1,

758.0

759.Guedes et al. (2012)

760.Paraíba

761.2

762.2,

763.0

764.Barbosa et al. (2012)

765.Pernambuco

766.3

767.2,

768.0

769.Presente estudo Área A

(conservada)

770.Pernambuco

771.2

772.1,

773.0

774.Presente estudo Área B

(antropizada)

775.Pernambuco

776.1

777.2,

778.0

779.

780.

3.6 Similaridade com outras áreas de Caatinga

781.

782. A análise de similaridade florística entre áreas de Caatinga em

Pernambuco é apresentada na Tab. 6. Dentre os valores obtidos com a análise pelo

índice de Jaccard as áreas antropizada e conservada do presente estudo (FN1 e

FN2) apresentaram 42% de similaridade, seguidas pelas áreas localizadas no

município de Floresta (FL1 e FL2), com 34%. Isto já era esperado uma vez que as

áreas estão inseridas na mesma região. A área de Caatinga inserida no município de

Mirandiba (Pinheiro & Alves, 2007) foi a que apresentou maior similaridade com

29

Page 41: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

relação ao grupo formado pelas áreas do presente estudo, em média 25,5% (Fig. 9).

A área de estudo em Mirandiba se apresenta como uma área antropizada que se

encontra em processo de recuperação que já leva 15 anos, de acordo com dados

apresentados pelos autores.

783. A área estudada por Alcoforado-Filho et al. (2003) no município de

Caruaru (CRR) apresentou baixa similaridade com relação as áreas comparadas,

chegando a apresentar 6,67% de similaridade com a área FL1 e 7,69% com FN2.

Os autores ainda indicaram em uma análise de agrupamento que a área de Caatinga

de Caruaru uniu-se ao grupo formado por áreas dos municípios de Custódia,

Floresta e Serra Talhada num nível relativamente baixo de similaridade (ca. 18%).

784. O dendrograma demonstrou a composição de dois grupos e uma área

isolada (Fig. 9). O primeiro grupo foi composto pelas áreas conservada e

antropizada (FN1 e FN2, respectivamente) da Flona de Negreiros e a área

localizada em Mirandiba (MIR). Outro grupo foi formado pelas áreas de Caatinga

que se localizam no município de Floresta (FL1 e FL2). A área em Caruaru (CRR)

não se agrupou a nenhum dos dois outros grupos formados, caracterizando a

peculiaridade da área em relação às demais em questão.

785. Os resultados obtidos indicaram, de modo geral, uma clara relação

entre composição florística e localização geográfica (Fig. 10), condicionada à

atuação de fatores como diferentes períodos chuvosos e tipos de solo, entre outros.

786. O município de Floresta está inserido na região fisiográfica do Sertão do

estado de Pernambuco. Contudo, o estado apresenta uma divisão geográfica chamada de

mesorregiões, estando os municípios de Serrita e Mirandiba, cujas áreas formaram o

primeiro grupo, localizados na mesorregião do Sertão Pernambucano – microrregião

Salgueiro (Alto Sertão) (Fig. 10). Já Floresta está localizado na mesorregião São Francisco

– microrregião Itaparica (IBGE, 2014), que é a parte mais seca dessa mesorregião, ainda

com o clima do semiárido. Porém a vegetação de Caatinga sofre forte influencia da

proximidade com o rio Pajeú, como apresentado por Souza & Rodal (2010) na área FL1 e

por Ferraz et al. (2006) na área FL2.

787. Nascimento et al. (2003) afirmam que as matas ciliares localizadas no

semiárido foram os primeiros locais com a cobertura vegetal alterada devido a inclusão do

cultivo agrícola. Essa informação também pode contribuir para a diferenciação das áreas

FL1 e FL2 com relação às demais.

30

Page 42: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

788. Já a área estudada por Alcoforado-Filho et al. (2003) em Caruaru (CRR),

que se localiza na Mesorregião do Agreste Central, foi utilizada devido ao bioma Caatinga

se estender até o agreste (IBGE, 2014). Por este motivo, a área apresenta-se isolada no

dendrograma.

789.

31

Page 43: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

790. Tabela 6. Matriz de similaridade florística (Jaccard, %) entre as áreas deCaatinga em Pernambuco. FN1 (Flona Negreiros, Serrita - área conservada); FN2(Flona Negreiros, Serrita – área antropizada); MIR (Mirandiba); CRR (Caruaru);FL1 e FL2 (Floresta 1 e 2).791. 792.

FN1793.

FN2794.

FL1795.

MIR796.

CRR797.F

798.FN1

799.-

800. 801. 802. 803. 804.

805.FN2

806.42,31

807.-

808. 809. 810. 811.

812.FL1

813.9,76

814.11,76

815.-

816. 817. 818.

819.MIR

820.26,67

821.24

822.8,33

823.-

824. 825.

826.CRR

827.16,67

828.7,69

829.6,67

830.18,75

831.-

832.

833.FL2

834.22,73

835.17,5

836.34,15

837.14,29

838.15,87

839.-

840.

841.

842.

843.

844.

845.

846.

847.

848.

849.

850.

851.

852.853.854.855.856.857.858.859. Figura 9. Dendrograma da análise de agrupamento (Jaccard; UPGMA) entre

áreas de Caatinga em Pernambuco. FN1 (Flona Negreiros, Serrita - áreaconservada); FN2 (Flona Negreiros, Serrita – área antropizada); MIR (Mirandiba);CRR (Caruaru); FL1 e FL2 (Floresta 1 e 2).

860.

32

Page 44: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

861.862.863.864.865.866.867.868.869.870.871.872.873.874.875.876.877.878.879.880.881.882.883.884.885.886.887.888.889.890.891.892.893.

894.

895. Figura 10. Mesorregiões do estado

de Pernambuco. Fonte: Apac, 2014. Áreas em destaque representam os municipios

selecionados para os estudos de similaridade. Área 1: Serrita; área 2: Mirandiba;

área 3: Floresta; área 4: Caruaru.

896.

33

12

4

3

Page 45: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

4 Conclusões

897.

898. O presente estudo buscou caracterizar e comparar a composição florística e

a estrutura fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo das duas fitofisionomias da

Floresta Nacional de Negreiros. As áreas foram caracterizadas principalmente pelas

famílias Fabaceae e Euphorbiaceae.

899. As espécies que mais se destacaram na área conservada foram Poincianella

pyramidalis, Croton blanchetianus e Croton conduplicatus. Na área antropizada foram

Commiphora leptopholoeos, Cnidoscolus phyllacanthus e Mimosa tenuiflora. Em ambas as

áreas, C. blanchetianus se mostrou representativa, estando entre as quatro espécies com

maior valor de importância em cada uma.

900. Os resultados obtidos para altura média do dossel, riqueza, diversidade e

equabilidade apontam que as áreas estudadas estão dentro do padrão de valores esperados

para Caatinga.

901. A similaridade florística entre as áreas de Caatinga comparadas com as do

presente estudo demonstrou critérios de diferenciação relacionados à localização

geográfica de cada área.

902. Como a fase inicial da elaboração do plano de manejo de uma unidade de

conservação é a caracterização biológica da mesma, o conhecimento florístico e

fitossociológico obtido nesse estudo é de fundamental importância para a gestão da

unidade, pois subsidiará ações de manejo especificas para as áreas estudadas.

903.

904.

34

Page 46: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

905. 5. Referências Bibliográficas

906.

907. Aguiar, J.; Lacher T. & Silva, J.M.C. 2002. The Caatinga. In: Gil, P.R. (ed.)

Wilderness – Earth’s Last Wild Places. CEMEX, Cidade do México. Pp. 174-181.

908.

909. Albuquerque, S.G. 1999. Caatinga vegetation dynamics under various grazing

intensities by steers in the Semi-Arid Northeast, Brazil. Journal of Range

Management 52: 241-248.

910.

911. Alcoforado-Filho, F.G.; Sampaio, E.V.S.B. & Rodal, M.J.N. 2003. Florística e

fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em

Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica 17: 287-303.

912.

913. Alves, J.J.A.; Araújo, M.A. & Nascimento, S.S. 2009. Degradação da

caatinga: uma investigação ecogeográfica. Caatinga 22: 126-135.

914.

915. Amorim, I.L.; Sampaio, E.V.S.B. & Araújo, E.L. 2005. Flora e estrutura da

vegetação arbustivo-arbórea de uma área de caatinga do Seridó, RN, Brasil. Acta

Botanica Brasilica 19: 615-623.

916.

917. Andrade, J.R.; Santos, J.M.F.F.; Lima, E.N.; Lopes, C.G.R.; Silva, K.A. & Araújo,

E.L. 2007. Estudo populacional de Panicum trichoides Swart. (Poaceae) em uma

área de caatinga em Caruaru, Pernambuco. Revista Brasileira de Biociências 5: 858-

860.

918.

919. Andrade, L.A.; Pereira, I.M.; Leite, U.T. & Barbosa, M.R. 2005. Análise da

cobertura de duas fitofisionomias de caatinga, com diferentes históricos de uso, no

município de São João do Cariri, Estado da Paraíba. Cerne 11: 253-262.

920.

921. Andrade-Lima, D. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica 4:

149-153.

922.

35

Page 47: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

923. Apac – Agência Pernambucana de Águas e Clima. 2014. Meteorologia. Disponível

em <http://www.apac.pe.gov.br/meteorologia/quantis.php>. Acesso 10 Fev 2014.

924.

925. Araújo, E.L. 2005. Estresses abióticos e bióticos como forças modeladoras da

dinâmica de populações vegetais da caatinga. In: Nogueira, R.J.M.C.; Araújo, E.L.;

Willadino L.G. & Cavalcanti, U.M.T. (eds.). Estresses ambientais: danos e benefícios

em plantas. MXM Gráfica e Editora, Recife. Pp. 50-64.

926.

927. Araújo, E.L. & Ferraz, E.M.N. 2003. Processos ecológicos mantenedores da

diversidade vegetal na caatinga: estado atual do conhecimento. In: Claudino Sales, V.

(ed.) Ecossistemas brasileiros: manejo e conservação. Expressão Gráfica, Fortaleza.

Pp. 115-128.

928.

929. Araújo, E.L.; Silva, S.I. & Ferraz, E.M.N. 2002. Herbáceas da caatinga de

Pernambuco. In: Silva, J.M. & Tabarelli, M. (eds.). Diagnóstico da Biodiversidade

do Estado de Pernambuco. SECTMA, Recife. Pp. 183-206.

930.

931. Araújo, L.V.C. 2007. Composição florística, fitossociologia e influência dos solos na

estrutura da vegetação em uma área de caatinga no semi-árido paraibano. Tese de

Doutorado, Universidade Federal da Paraíba, Areia. 111p.

932.

933. Barbosa, M.D; Marangon, L.C.; Feliciano, A.L.P; Freire, F.J. & Duarte, G.M.T.

2012. Florística e fitossociologia de espécies arbóreas e arbustivas em áreas de

Caatinga em Arcoverde, PE, Brasil. Revista Árvore 36: 851-858.

934.

935. Brasil. 2007. Decreto s/n de 11 de outubro de 2007. Cria a Floresta Nacional de

Negreiros, no Município de Serrita, Estado de Pernambuco, com os limites que

específica, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do

Brasil, Brasília.

936.

937. Bucher, E.H. 1982. Chaco and Caatinga – South American arid savannas, woodlands

and thickets. In: B.J. Huntey & Walther, B.H. (eds.) Ecology of tropical savannas.

Ecological Studies, vol. 42. Pp. 48-79.

938.

36

Page 48: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

939. Castelletti, C.H.M.; Silva, J.M.C.; Tabarelli, M. & Santos, A.M.M. 2003. Quanto

ainda resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. In: Silva, J.M.; Tabarelli, M.;

Fonseca, M.T. & Lins, L.V. (eds.) Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações

prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente/Universidade Federal

de Pernambuco, Brasília. Pp. 91-100.

940.

941. Cavalcanti, M.T. 2011. Utilização de sementes da faveleira (Cnidosculus

phyllacanthus (Mart) Pax at K. Hoffm.) em produtos alimentícios. Campina Grande-

PB. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande.

130p.

942.

943. CIENTEC. 2006. Software Mata Nativa 2: Sistema para Análise Fitossociológica,

Elaboração de Inventários e Planos de Manejo de Florestas Nativas. CIENTEC,

Viçosa.

944.

945. Coelho, R.M.P. 2000. Fundamentos em ecologia. Artes Médicas Sul, Porto Alegre.

247p.

946.

947. Colwell, R.K. 2013. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared

species from samples. Version 9. Persistent URL <purl.oclc.org/estimates>.

948.

949. Colwell, R.K. & Coddington, J.A. 1994. Estimating terrestrial biodiversity through

extrapolation. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. B345:

101-118.

950.

951. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. 2005. Projeto Cadastro de Fontes de

Abastecimento por água Subterrânea. Diagnóstico do Município de Serrita, estado de

Pernambuco. CPRM/PRODEEM, Recife. 11p.

952.

953. Dourojeanni, M.J. 2002. Vontade política para estabelecer e manejar parques. In:

Terborgh, J.; Van Schaik, C.; Davenport, L. & Rao, M. (eds.). Tornando os parques

eficientes: estratégias para a conservação da natureza nos trópicos. UFPR, Fundação

O Boticário de Proteção à Natureza, Curitiba. Pp. 347-362.

954.

37

Page 49: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

955. Drumond, M.A.; Kiill, L.H.P.; Lima, P.C.F.; Oliveira, M.C.; Oliveira, V.R.;

Albuquerque, S.G.; Nascimento, C.E.S. & Cavalcanti, J. 2000. Estratégia para o uso

sustentável da biodiversidade da caatinga. Petrolina. Disponível em

<http://www.bidivesitas.org.br/caatinga/ relatório/uso_sustentável>. Acesso 17 Out

2013.

956.

957. Drumond, M.A.; Kill, L.H.P. & Nascimento, C.E.S. 2002. Inventário e sociabilidade

de espécies arbóreas e arbustivas da Caatinga na região de Petrolina, PE. Brasil

Florestal 74: 37-43.

958.

959. Fabricante, J.R. & Andrade, L.A. 2007. Análise estrutural de um remanescente de

Caatinga no Seridó paraibano. Oecologia Brasiliensis 11: 341-349.

960.

961. Fechine, J.A.L. & Galvíncio, J.D. 2008. Análise das precipitações mensais da bacia

hidrográfica do rio Brígida no semi-árido pernambucano, usando o método de Wards.

Boletim Goiano de Geografia 28: 75-80.

962.

963. Feitoza, M.O.M. 2004. Diversidade e caracterização fitossociológica do componente

herbáceo em áreas de caatinga no Nordeste do Brasil. Dissertação de Mestrado.

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 83p.

964.

965. Ferraz, J.S.F.; Albuquerque, U.P. & Meunier, I.M.J. 2006. Valor de uso e estrutura da

vegetação lenhosa às margens do riacho do Navio, Floresta, PE, Brasil. Acta

Botanica Brasilica 20: 125-134.

966.

967. Figueirêdo, L.S.; Rodal, M.J.N. & Melo, A.L. 2000. Florística e fitossociologia de

uma área de vegetação arbustiva caducifólia no município de Buíque - Pernambuco.

Naturalia 26: 46-53.

968.

969. Giulietti, A.M.; Harley, R.M.; Queiroz, L.P. Bocage, A.L. & Figueiredo, M.A. 2002.

Espécies endêmicas da caatinga. In: Sampaio, E.V.S.B.; Giulietti, A.M.; Virginio, J.

& Gamarra-Rojas, C.F. (eds.). Vegetação e flora da caatinga. APNE/CNIP, Recife.

Pp. 103-118.

970.

38

Page 50: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

971. GOOGLE EARTH PRO. 2013. Google earth and maps enterprise. Disponível em

<https://geoauth.google.com/gev0/free_trial.html>. Acesso 20 Mai 2013.

972.

973. Guedes, R.S.; Zanela, F.C.V.; Costa Júnior, J.E.V.; Santana, G.M. & Silva, J. A.

2012. Caracterização florístico-fitossociológico do componente lenhoso de um trecho

de Caatinga no semiárido paraibano. Revista Caatinga 25: 99-108.

974.

975. Hauff, S.N. 2010. Representatividade do sistema de nacional de unidades de

conservação da caatinga. Disponível em

<http://www.mma.gov.br/estruturas/203/_arquivos/representativconservcaat_shauff_r

evisojoo_03_produto_final_203.pdf>. Acesso 17 Out 2013.

976.

977. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2004. Mapa de Biomas do

Brasil, primeira aproximação. IBGE, Rio de Janeiro. Disponível em

<www.ibge.gov.br>. Acesso 17 Out 2013.

978.

979. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Manual Técnico da

Vegetação Brasileira. 2ed. IBGE, Rio de Janeiro. 271p.

980.

981. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2014. Cidades. Disponível em

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindo w.htm>. Acesso 10 Fev 2014.

982.

983. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Proteção da Biodiversidade. 2012. Unidades de

Conservação nos Biomas Brasileiros. Disponível em

<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-

brasileiros.html>. Acesso 17 Mai 2012.

984.

985. Lacerda, A.V.; Barbosa, F.M. & Barbosa, M.R.V. 2007. Estudo do componente

arbustivo-arbóreo de matas ciliares na bacia do rio taperoá, semi-árido paraibano:

uma perspectiva para a sustentabilidade dos recursos naturais. Oecologia Brasiliensis

11: 331-340.

986.

39

Page 51: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

987. Leal, I.R.; Silva, S.M.C.; Tabarelli, M. & Lacker Júnior, T.E. 2005. Mudando o curso

da conservação da biodiversidade na caatinga do Nordeste do Brasil.

Megadiversidade 1: 139-146.

988.

989. Lewis, G.P. 2014. Poincianella In Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim

Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em

<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB109819>. Acesso 7 Mar 2014.

990.

991. Lista de Espécies da Flora do Brasil. 2014. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso 2 Mar 2014.

992.

993. Lorenzi, H. 1998. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas

arbóreas nativas do Brasil, vol. 2. 2ed. Editora Plantarum, Nova Odessa. 352p.

994.

995. Magurran, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton

University Press, Princeton. 179p.

996.

997. Magurran, A.E. 2013. Medindo a diversidade biológica. Tradução de Dana M.

Vianna. Ed. da UFPR, Curitiba. 261p.

998.

999. Marangon, G.P.; Ferreira, R.L.C.; Silva, J.A.A.; Souza e Lira, D.F. & Loureiro, G.H.

2013. Estrutura e padrão espacial da vegetação em uma área de Caatinga. Revista

Floresta 43: 83-92.

1000.

1001.Marangon, L.C.; Soares, J.J.; Feliciano, A.L.P. & Brandão, C.F.L.S. 2007. Estrutura

fitossociológica e classificação sucessional do componente arbóreo de um fragmento

de floresta estacional semidecidual, no município de Viçosa, Minas Gerais. Cerne 13:

208-221.

1002.

1003.Martins, F.R. & Santos, F.A.M. 1999. Técnicas usuais de estimativa da

biodiversidade. Holos 1: 236-267.

1004.

40

Page 52: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

1005.Melo, J.I.M. & Andrade, W.M. 2007. Boraginaceae s.l. A. Juss. em uma área de

Caatinga da ESEC Raso da Catarina, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 369-

378.

1006.

1007.MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2003. Instrução Normativa nº 3, de

26/05/2003.

1008.

1009.MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2007. Mapa da cobertura vegetal dos biomas

brasileiros. MMA, Brasília. 17p.

1010.

1011. MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2008. Instrução Normativa nº 06, de

23/09/2008.

1012.

1013.MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2011. Bioma Caatinga. Disponível em

<http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga>. Acesso 17 Out 2013.

1014.

1015.MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2013. Unidades de Conservação. Disponível

em <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?

ido=conteudo.monta&idEstrutura=119&idConteudo=9677&idMenu=11809>.

Acesso 17 Out 2013.

1016.

1017.Mourão, E.S. 2010. Pesquisas científicas e gestão nas unidades de conservação

federais do Amazonas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Amazonas,

Manaus. 145p.

1018.

1019.Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation

ecology. John Wiley & Sons, New York. 547p.

1020.

1021.Muniz, F.H.; Cesar, O. & Monteiro, R. 1994. Fitossociologia da vegetacao arborea da

Reserva Florestal do Sacavem, São Luis, Maranhão (Brasil). Acta Amazonica 24:

219-236.

1022.

1023.Nascimento, C.E.S.; Rodal, M.J.N. & Cavalcanti, A.C. 2003. Phytosociology of the

remaining xerophytic woodland associated to an environmental gradient at banks of

41

Page 53: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

the São Francisco river - Petrolina, Pernambuco, Brazil. Revista Brasileira de

Botânica 26: 271- 287.

1024.

1025.Oliveira, P.T.B.; Trovão, D.M.B.M.; Carvalho, E.C.D.; Souza, B.C. & Ferreira,

L.M.R. 2009. Florística e fitossociologia de quatro remanescentes vegetacionais em

área de serra no cariri paraibano. Revista Caatinga 22: 169-178.

1026.

1027.Pereira, I.M.; Andrade, L.A.; Barbosa, M.R.V. & Sampaio, E.V.S.B. 2002.

Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de

um remanescente florestal no agreste paraibano. Acta Botanica Brasilica 16: 357-

369.

1028.

1029.Pereira Júnior, L.R., Andrade, A.P & Araújo, K.D. 2012. Composição florística e

fitossociológica de um fragmento de Caatinga em Monteiro, PB. Holos 28: 73-87.

1030.

1031.Pessoa, M.; Rodal, M.J.N.; Lins e Silva, A.N. & Costa, K.C.C. 2004. Levantamento

da flora herbácea em um trecho de caatinga RPPN Maurício Dantas,

Betânia/Floresta, Pernambuco. Revista Nordestina de Biologia 18: 27-53.

1032.

1033.Pinheiro, K. & Alves, M. 2007. Espécies arbóreas de uma área de Caatinga no sertão

Pernambucano, Brasil: dados preliminares. Revista Brasileira de Biociência 5: 426-

428.

1034.

1035.Queiroz, L.P. 2006. Flowering plants of the Brazilian semi-arid. In: Queiroz, L.P.;

Rapini, A. & Giulietti, A.M. (eds.). Towards greater knowledge of the Brazilian

semi-arid biodiversity. Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasília. Pp. 49-53.

1036.

1037.Reis, A.M.S.; Araújo, E.L.; Ferraz, E.M.N. & Moura, A.N. 2006. Inter-annual in the

floristc and population struture of an herbaceous community of “caatinga” vegetation

in Pernambuco, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 29: 497-508.

1038.

1039.Rizzini, C.T. 1979. Tratado de fitogeografia do Brasil. Aspectos sociológicos e

florísticos. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo. 420p.

1040.

42

Page 54: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

1041.Rodal, M.J.N.; Martins, F.R. & Sampaio, E.V.S.B. 2008. Levantamento quantitativo

das plantas lenhosas em trechos de vegetação de caatinga em Pernambuco. Revista

Caatinga 21: 192-205.

1042.

1043.Sampaio, E.V.S.B. 1995. Overview of the Brazilian caatinga. In: Bullock, S.H.;

Mooney, H.A. & Medina, E. (eds.). Seasonally dry tropical forests. Cambridge

University Press, Cambridge. Pp. 35-63.

1044.

1045.Santana, J.A.S. & Souto, J.S. 2006. Diversidade e estrutura fitossociológica da

caatinga na Estação Ecológica do Seridó-RN. Revista de Biologia e Ciências da

Terra 6: 232-242.

1046.

1047.Scardua, F.P. 2007. Práticas brasileiras na elaboração de planos de manejo.

Conservação In: Orth, D. & Debetir, E. (eds.). Unidades de conservação: gestão e

conflitos. Insular, Florianopólis. Pp. 89-110.

1048.1049. Shepherd, G. J. 2009. Fitopac versão 2.1. Universidade Estadual de

Campinas, Campinas.1050.

1051.

1052.Silva, J.A. 2005. Fitossociologia e relações alométricas em caatinga nos estados da

Paraíba e Rio Grande do Norte. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Viçosa,

Viçosa. 81p.

1053.

1054. Silva, L.B.; Santos, F.A.R.; Gasson, P. & Cutler, D. 2009. Anatomia e densidade

básica da madeira de Caesalpinia pyramidalis Tul. (Fabaceae), espécie endêmica da

Caatinga do Nordeste do Brasil. Acta Botânica Brasílica 23: 436-445.

1055.

1056.Sneath, P.H.A. & Sokal, R.R. 1973. Numerical taxonomy: the principles and practice

of numerical classification. W. H. Freeman, San Francisco. 573p.

1057.

1058.SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. 2003.

MMA/SBF, Brasília, 52p.

1059.

43

Page 55: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro ...ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/108/mod_data... · 3. O território brasileiro apresenta seis diferentes biomas continentais:

1060.Souza, J.A.N & Rodal, M.J.N. 2010. Levantamento florístico em trecho de vegetação

ripária de Caatinga no rio Pajeú, Floresta/Pernambuco-Brasil. Revista Caatinga 26:

54-62.

1061.

1062.Tabarelli, M. & Silva, J.M.C. 2003. Áreas e ações prioritárias para a conservação da

biodiversidade da caatinga. In: Leal, I.R.; Tabarelli, M. & Silva, J.M.C. (eds.).

Ecologia e conservação da caatinga. Editora Universitária, Recife. Pp. 237-273.

1063.

1064.Velloso, A.L.; Sampaio, E.V.S.B. & Pareyn, F.G.C. 2002. Ecorregiões propostas para

o bioma Caatinga. Associação Plantas do Nordeste, Instituto de Conservação

Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil, Recife. 75p.

1065.

1066. Vieira, G. 1987. Análise estrutural da regeneração natural após diferentes níveis de

exploração em uma floresta tropical úmida. INPA, Manaus. 164p.

1067.

1068.Vieira, R.M.; Fabricante, J.R.; Andrade, L.A.; Oliveira, L.S.B. 2007. Cnidoscolus

phyllacanthus (Mart.) Pax & K. Hoffm. (Euphorbiaceae) como indicadora ambiental

de áreas core no Semi-Árido Nordestino. Anais do VIII Congresso de Ecologia do

Brasil. Caxambu – MG. Pp. 1-2.

1069.

1070. Werneck, M.S. & Franceschinelli, E.V. 2004. Dynamics of a dry forest fragment

after the exclusion of human disturbance in southeastern Brazil. Plant Ecology 174:

337-346.

44