NSTITUTO CONTA BRASIL - Unir-se um bom comeo, manter a unio um progresso, e trabalhar em conjunto a vitria. Henry Ford

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ORALIDADE, GESTUALIDADE E MUSICALIDADE- Resgate histrico/cultural do contador Nosso primeiro contato com um texto feito, em geral, oralmente. pela voz de algum da famlia, em geral a me ou o pai, contando contos de fada, trechos da Bblia, histrias onde a gente o personagem principal, narrativas de quando eles eram crianas e as famosas histrias de assombrao. Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou noite, antes de dormir, so

verdadeiras viagens onde o passaporte uma voz amada... E podemos rir, sorrir, gargalhar, chorar, gritar e nos envolver com as situaes vividas pelos personagens nesta linguagem que pode ser entendida por todos: a linguagem oral. A narrao oral serve de instrumento de cultura, socializao, aperfeioamento do carter, informao, educao, recreao. Proporciona conforto e consolo em termos emocionais, trabalha a

afetividade, respeito e amor ao prximo. Enfim, um poderoso instrumento de trabalho nas mos do educador infantil, basta que ele se proponha a facilitar este reencontro com essa literatura oral, ora to esquecida em favor das facilidades tecnolgicas. ( muito mais fcil e cmodo ligar o vdeo e colocar uma fita do que contar uma historia).

Contar com o corao o principal segredo da narrativa bem sucedida, alm disso, h algumas

consideraes acerca das caractersticas do contador:

Personalidade Deve ser alegre, criativo, observador, intuitivo, dedutivo, ter imaginao frtil, espontaneidade e acima de tudo ser simples.

Caractersticas

Deve possuir capacidade de sintetizar ou ampliar, de acordo com a faixa etria, a expectativa dos ouvintes. Observar o ambiente (reao dos ouvintes) para dar o fecho na histria, domnio do assunto a que se refere. Impor silencio ao auditrio ao iniciar a narrativa.

Requisito

Deve gostar de contar histrias, ter condio para tal, ter habilidade de envolver os ouvintes e emocionar-se com a prpria narrativa, ter o hbito de ler e saber enriquecer (florear) fatos corriqueiros, saber expressar e viver a histria narrada. A inspirao fundamental. Dar vida aos

personagens, caracterizando-os bem.

Criatividade De uma poesia, de um fato ocorrido, da imaginao ou de uma observao pode-se criar uma histria ou reinventar uma j conhecida. Saber mudar algum fato da histria de acordo com a necessidade tambm importante para o contador.

Ao apresentar uma histria a determinado pblico, o contador deve estar atento para algumas posturas importantes na narrao. Eis algumas:

Narrar com naturalidade

Narrar com naturalidade significa faz-lo sem afetao, com a segurana de quem estudou e conhece o texto, com sobriedade nos gestos e equilbrio na expresso corporal, consciente de que no est num palco representando, sem se agitar e se movimentar demais para no distrair os ouvintes.

Saber usar a voz A voz o mais importante dos instrumentos para um contador de histrias, porque atravs dela

que as emoes se transmitem. O narrador tem que exprimir-se numa voz definida, pois ele aquele que diz , por isso precisa saber bem o que ir dizer. Precisa ter dvidas, certezas, conhecimentos, estudo e talento no uso da voz. Talento de seduo. Se fazer ouvir no to fcil assim, ainda mais

quando atendemos a um pblico sem idade. Estratgias como: sussurrar quando o personagem fala baixinho, levantar a voz quando acontece uma confuso no enredo, falar mansinho quando a situao calma, adocicar a voz quando a situao envolver crianas, flores, seres delicados; tornando-se grave se o personagem grande ou violento.

Possuir clareza

A clareza pressupe uma boa dico e o uso de uma linguagem correta. Cuidado com as concordncias, plural e singular, erros gramaticais. Deve-se evitar os tiques ou cacoetes to comuns: certo, ento, a, entenderam? n? sabe? etc.

Valer-se das pausas

importante criar intervalos na narrativa, para que assim o ouvinte tenha tempo de fazer sua imaginao funcionar, construir o cenrio na mente visualizar os rostos, as roupas, o ambiente... Tem que existir um ritmo na narrativa, os intervalos no devem dar espao para o bocejo, e isso poder acontecer se tivermos tiques repetindo os n, ento, e da. Como nos orienta a experincia de uma grande contadora de histrias, Clo Busatto em seu livro Contar e Encantar: Parar sim, porque o silncio na narrativa imprescindvel, mas o silncio tratado aqui no um silncio vazio, mas antes pleno de significados. H algo sendo dito por trs deste calar e que pode ser lido nos olhos, no corpo inteiro do narrador. 8

Evitar descries longas As descries literrias, alm de interessarem apenas s crianas maiores, so para serem lidas e

no narradas. As crianas gostam mais de ouvir as conversas, as aes, os acontecimentos. As repeties de frases e expresses so muito bem vindas pelas crianas, pudemos observar isso nas apresentaes do grupo Contadores de Histrias quando eles j aguardavam a repetio do movimento da nuvem Marli: Pra l, pra c..., Pra l, pra c...

Saber comear e saber terminar O cuidado em acomodar as crianas deve ser a primeira preocupao. A melhor arrumao

sent-las em semicirculo, de modo que todas possam ver quem est narrando e o material que ele ir utilizar. Para acalmar a agitao natural das crianas podemos cantar uma musica acompanhada de gestos, palmas, ou outros movimentos. A prtica ir mostrar o melhor modo de arrumar as crianas. Isso depender muito de cada lugar e de cada momento, como tambm da idade das crianas. A maneira que o narrador ir se portar individual, sentar-se ou ficar de p opcional, mas ele no poder se esquecer que ao ficar de p ficar mais exposto. As palavras mgicas, segundo Fanny Abramovich ainda so Era uma vez.... Quanto ao final da histria, bom marc-lo de forma especial, podendo ser utilizadas reflexes tradicionais como: E foram felizes para sempre....

COMO CONTAR HISTRIAS

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O processo de estmulo e incentivo para se contar uma histria so inmeros, mas sua eficcia depende de como o contador os utilizar. No h "frmulas mgicas" que substituam o entusiasmo do contador. Quem aspira ser um bom contador de histrias, deve desenvolver alguns passos importantes em seus preparativos: 1) a histria a ser contada e apresentada deve estar bem memorizada. Por isso, imprescindvel ler a histria vrias vezes e estar bem familiarizado com cada pargrafo do livro, para no perder "o fio da meada" e ficar procurando algum tpico durante a apresentao; 2) destacar e sublinhar os tpicos mais importantes, interessantes e significativos, para que na apresentao recebam a devida valorizao; 3) procurar vivenciar a histria. Envolver-se com ela, fazer parte dela e sentir a emoo dos personagens e ao apresent-la atrair os ouvintes para a magia da histria; 4) ao apresentar a histria, falar com naturalidade e dar destaque aos tpicos mais importantes com gestos e variaes de voz, de acordo com cada personagem e cada nova situao. No entanto, preciso cuidar para no exagerar nos gestos ou nas entonaes de voz; 5) oferecer espao aos ouvintes que querem interferir na histria e participar dela. Quem se sente tocado em seu imaginrio sente necessidade de participar ativamente no desenrolar da histria. O importante que nessa hora no haja pressa, contando ou lendo tudo de uma s vez. preciso respeitar as pausas, perguntas e comentrios naturais que a histria possa despertar, tanto em quem l quanto em quem ouve. o tempo dos porqus; 6) toda histria e toda dramatizao devem ser apresentadas com entusiasmo e paixo. Sempre devem transparecer a alegria e o prazer que elas provocam. Sem esses componentes, os ouvintes no so atingidos e logo perdem o interesse pelo que est sendo apresentado. Segundo Abramovich (1993), "o ouvir histrias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer dum texto!" A criana, ao ouvir histrias, vive todas essas emoes. Afinal, escutar histrias o incio, o ponto-chave para tornar-se um leitor, um inventor, um criador. Extrado de http://desenvolvendoprojetos.pbwiki.com/grupo%208