instalações prediais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROJETO DE GRADUAÇÃO ESTUDO SOBRE ELABORAÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL PREDIAL. RENATO BERTOLDI SIMÕES VITÓRIA - ES Agosto/2008

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Page 1: instalações prediais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROJETO DE GRADUAÇÃO

ESTUDO SOBRE ELABORAÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL PREDIAL.

RENATO BERTOLDI SIMÕES

VITÓRIA - ES Agosto/2008

Page 2: instalações prediais

RENATO BERTOLDI SIMÕES

ESTUDO SOBRE ELABORAÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL PREDIAL.

Parte manuscrita do Projeto de Graduação do aluno Renato Bertoldi Simões, apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

VITÓRIA – ES Agosto/2008

Page 3: instalações prediais

RENATO BERTOLDI SIMÕES

ESTUDO SOBRE ELABORAÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL PREDIAL.

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Wilson Correia Pinto de Aragão Filho. Orientador

Prof. Getúlio Vargas Loureiro Examinador

Prof. Carlos Caiado Barbosa Zago Examinador

Vitória - ES, Agosto de 2008.

Page 4: instalações prediais

i

DEDICATÓRIA

Ao meu pai, Alcemy do Bom Jesus Simões, e a

minha mãe, Anacir Maria Bertoldi Simões, que se não

fosse por eles, eu não teria conseguido terminar esse

curso de Engenharia Elétrica. Meus familiares e a todos

os meus amigos da Engenharia que dividimos as alegrias

e tristezas, em especial a Jelbener Vinícios dos Santos

Azeredo, Johnny Sperandio, Thiago Negrelli e Thiago

Zambom.

Page 5: instalações prediais

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu força para terminar esse difícil

curso.

Agradeço aos meus pais, Alcemy do Bom Jesus Simões e a Anacir Maria

Bertoldi Simões, pelo apoio e compreensão em todos esses anos de estudos.

Agradeço a Mauro Sergio Suaid Santos e Fernanda Juni Santos, pela

oportunidade de aprendizado e de crescimento na Powertech Engenharia, onde

aprendi muito sobre projeto, que me ajudou a terminar este trabalho.

A Prof. Wilson Correia Pinto de Aragão Filho, pela orientação.

A todas as pessoas que contribuíram para que esse trabalho fosse

realizado.

Page 6: instalações prediais

iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama de Receita de Projetos .............................................................. 7

Figura 2– Lista de Circuitos dos apartamentos tipo .................................................. 13

Figura 3- Lista de Circuitos do condomínio ............................................................... 15

Figura 4 – Circuito Equivalente de uma falta de impedância desprezível ................. 37

Figura 5 – Esquema TN-S ......................................................................................... 38

Figura 6 – Esquema TN-C......................................................................................... 38

Figura 7– Vista Frontal do QM 1 ............................................................................... 52

Figura 8 – Vista Frontal do QM 2 .............................................................................. 53

Figura 9 – Lista de Material das Vistas Frontais ........................................................ 53

Figura 10 – Detalhe das Barras ................................................................................. 54

Figura 11 – Vista Interna do QM1 ............................................................................. 55

Figura 12 – Vista Interna do QM2 ............................................................................. 55

Figura 13 – Lista de Material das Vistas Internas ...................................................... 56

Figura 14 – Vista Frontal do QGBT ........................................................................... 56

Figura 15 – Vista Interna do QGBT ........................................................................... 57

Figura 16 – Identificação dos Materiais ..................................................................... 58

Figura 17 – Vista Frontal MS ..................................................................................... 58

Figura 18 – Exemplo de Planta Baixa de Subestação .............................................. 59

Figura 19 – Detalhes Construtivos da Janela da Subestação ................................... 60

Figura 20– Detalhe 2 ................................................................................................. 60

Figura 21 – Desenho 31 da NOR-TEC-01 ................................................................ 61

Figura 22 – Desenho 32 da NOR-TEC-01 ................................................................ 62

Figura 23 – Desenho 29 da NOR-TEC-01 ................................................................ 63

Figura 24 – Desenho 12 da NOR-TEC-01 ................................................................ 66

Figura 25– Lista de Material do Desenho 12 da NOR-TEC-01 ................................. 67

Figura 26 – Blocos terminais ..................................................................................... 71

Figura 27 – Exemplo de uma Caixa de Distribuição no andar ................................... 73

Figura 28 – Poço de Elevação .................................................................................. 75

Figura 29 – Tubulação Convencional ........................................................................ 76

Figura 30 – Bloco terminal fixado diretamente à prancha de madeira ...................... 79

Figura 31 – Bloco terminal suportado por canaleta ................................................... 79

Page 7: instalações prediais

iv

Figura 32 – Detalhe de Bloco Terminal ..................................................................... 80

Figura 33– Caixa de Distribuição .............................................................................. 81

Figura 34 – Anéis Guia .............................................................................................. 81

Figura 35 – Foto Caixa de Distribuição ..................................................................... 82

Figura 36 – Foto Bloco Terminal dentro da Caixa de Distribuição ............................ 82

Figura 37– Exemplo de Distribuidor Geral (DG) ........................................................ 83

Figura 38 – Representação da Terminação dos cabos no caso a. ........................... 84

Figura 39 - Representação da Terminação dos cabos no caso b. ............................ 85

Figura 40 - Representação da Terminação dos cabos no caso c. ............................ 85

Figura 41 – Sistema Geral......................................................................................... 89

Figura 42 – Exemplo de organização com o cabeamento estruturado ..................... 91

Figura 43 – Sistema de automação integrado ........................................................... 92

Figura 44 – Cabo RG-6 ............................................................................................. 93

Figura 45 – Desenho Cabo RG-6 .............................................................................. 93

Figura 46 – Cabo Par-Trançado Categoria 5 ............................................................ 94

Figura 47– Esquema Demonstrativo do Cabeamento Estruturado ........................... 94

Figura 48 – Patch Painel em um painel de distribuição ............................................. 95

Figura 49 – Painel de distribuição ............................................................................. 95

Figura 50 – Ambiente com controle de luminosidade ................................................ 96

Figura 51 - Simples acionador de lâmpada ao cair do sol, com controle automático

e manual ................................................................................................................... 97

Figura 52 – Esquemático de um dimer ...................................................................... 98

Figura 53 – Exemplo de Sensor de Umidade do Solo. ............................................ 100

Figura 54 – Ilustração do Sensor de Umidade no terreno. ...................................... 100

Figura 55– Diagrama de Entradas e Saídas em um Sistema Integrado ................. 102

Figura 56 – Módulo de Controle .............................................................................. 103

Figura 57 – Diagrama da instalação dos componentes .......................................... 104

Figura 58- Instalação Centralizada .......................................................................... 105

Figura 59 – Instalação Descentralizada .................................................................. 105

Figura 60 – Lista de Circuitos de um Quadro no Excel. .......................................... 108

Figura 61 - Dimensionamento de disjuntores e alimentadores pelo Excel .............. 109

Page 8: instalações prediais

v

LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Categorias de Fornecimento. [NOR-TEC-01] ............................................ 3

Quadro 2– Restrições para as Categorias de Fornecimento ...................................... 4

Quadro 3- Receita de Projetos .................................................................................... 6

Quadro 4- Previsão de número de pontos e de carga para iluminação. [NBR-5410] .. 8

Quadro 5– Previsão de número de pontos e de carga para tomadas. [NBR-5410] .... 9

Quadro 6 – Exigências para a Divisão da Instalação [NBR-5410] ............................ 10

Quadro 7– Quadro de cargas dos apartamentos ...................................................... 14

Quadro 8– Quadro de cargas do condomínio. .......................................................... 16

Quadro 9 – Quadro de Cargas Total da Instalação ................................................... 17

Quadro 10– Demanda Aplicada nos Quadros de Medidores .................................... 18

Quadro 11– Demanda Aplicada no Medidor de Serviço. .......................................... 21

Quadro 12– Categoria de Fornecimento das Unidades Consumidoras .................... 22

Quadro 13 - Caixas para medidores e disjuntores .................................................... 24

Quadro 14- Esquema de distribuição ........................................................................ 29

Quadro 15 – Tempos de seccionamento máximos ................................................... 38

Quadro 16– Temperaturas características dos condutores ....................................... 43

Quadro 17– Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação ..... 44

Quadro 18– Quadro de Carga do QM1 ..................................................................... 48

Quadro 19– Dimensionamento dos apartamentos e do QM1 ................................... 48

Quadro 20 - Quadro de Carga do QM2 ..................................................................... 49

Quadro 21– Dimensionamento dos apartamentos e do QM2 ................................... 49

Quadro 22 - Quadro de Carga do Condomínio ......................................................... 50

Quadro 23– Dimensionamento condomínio .............................................................. 50

Quadro 24– Tabela 8 da NOR-TEC-01 (ELOS FUSÍVEIS PRIMÁRIOS) .................. 64

Quadro 25 - Tabela 9 da NOR-TEC-01 (Dimensionamento de Postes) .................... 68

Quadro 26 – Quantificação de Pontos Telefônicos ................................................... 74

Quadro 27 – Raios mínimos de Curvatura do cabo CI .............................................. 85

Quadro 28 - Relação cabo (mm2) e corrente (A) .................................................... 108

Quadro 29 - Cálculo da parcela de demanda de um apartamento em função da área

útil. ........................................................................................................................... 112

Page 9: instalações prediais

vi

Quadro 30 - Diversificação em função da quantidade de apartamentos ................. 113

Quadro 31 - Determinação da potência em função da quantidade de motores ...... 114

Quadro 32 - Competência das pessoas .................................................................. 115

Quadro 33 – Resistência Elétrica do corpo humano ............................................... 116

Quadro 34 – Contato das pessoas com o potencial da terra .................................. 116

Quadro 35 – Situações 1, 2 e 3 ............................................................................... 117

Page 10: instalações prediais

vii

GLOSSÁRIO

CATV – Canal Aberto de TV.

CI – Cabo telefônico para instalações internas. São constituídos por condutores de

cobre estanhado, isolados em PVC. São indicados para uso interno em centrais

telefônicas e demais edificações.

CCI – Cabo telefônico para uso interno. São indicados para uso interno em centrais

telefônicas e demais edificações.

CODI - Comitê de Distribuição de Energia Elétrica.

CFTV – Canal Fechado de TV.

CT-APL – Cabo Telefônico com isolamento termoplástico sólido indicado

preferencialmente para instalações subterrâneas em dutos. Usados

preferencialmente redes telefônicas com cabo secundário e distribuição de

assinantes.

CTP-APL-G - Cabo Telefônico com isolamento termoplástico expandido usados

preferencialmente em redes telefônicas externas analógicas e/ ou digitais.

DG – Distribuidor Geral do projeto Telefônico.

DPS – Dispositivo de Proteção contra Surto.

DR – Dispositivo de proteção a corrente Diferencial-Residual.

ESCELSA – Concessionária de Energia do Espírito Santo – Espírito Santo Centrais

Elétricas S.A.

FDG – Cabos de cobre para instalações telefônicas.

QDL – Quadro de Luz.

QFLS – Quadro de força e Luz de Serviço.

QGBT – Quadro Geral de Baixa Tensão.

QL EMERGÊNCIA - Quadro de Luz de Emergência.

QLE – Quadro de Luz dos elevadores.

QLS – Quadro de Luz de Serviço.

QM – Quadro de Medidores.

MS – Medidor de Serviço.

NOR-TEC-01 – Norma Técnica da ESCELSA – Fornecimento de Energia Elétrica em

Tensões Secundária e Primária 15 Kv.

Page 11: instalações prediais

viii

PELV (do ingles “Protected extra-low voltage”) – Sistema de extrabaixa tensão que

não é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalente,

todos os requisitos de um SELV.

SELV ( do inglês “Separated extra-low voltage”) – Sistema de extrabaixa tensão que

é eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a

ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico.

SPDA - Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

UC – Unidade Consumidora.

Page 12: instalações prediais

ix

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... I AGRADECIMENTOS ................................................................................................ II LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ III LISTA DE QUADROS .............................................................................................. V

GLOSSÁRIO .......................................................................................................... VII SUMÁRIO ................................................................................................................ IX

RESUMO .................................................................................................................... I 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2

1.1. Motivação ............................................................................................. 2

1.2. Definição dos projetos .......................................................................... 2

1.3. Definição das Unidades Consumidoras ................................................ 3

2. RECEITA DE PROJETOS .................................................................................... 5

3. SEQÜÊNCIA DE PROJETOS .............................................................................. 8

3.1. Engenharia Básica ................................................................................ 8

3.1.1. Cálculo de Carga e Divisão de Circuitos nas Instalações. .................... 8

3.1.2. Demanda da Instalação ...................................................................... 16

3.1.3. Categoria de cada Unidade Consumidora .......................................... 22

3.1.4. Câmara de transformação, Barramento Geral e dos medidores ........ 22

3.2. Planta Baixa das Instalações Elétricas internas das unidades

consumidoras ...................................................................................................... 26

3.2.1. Princípios fundamentais ...................................................................... 26

3.2.2. Características gerais ......................................................................... 29

3.2.3. Segurança da instalação elétrica das unidades consumidoras .......... 33

3.2.4. Projeto da instalação elétrica dos apartamentos ................................ 40

3.2.5. Projeto da instalação elétrica do condomínio ..................................... 41

3.3. Trifilares dos quadros de distribuição ................................................. 41

3.3.1. Proteção contra sobrecorrentes .......................................................... 41

3.3.2. Proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas. ...... 43

3.3.3. Proteção contra quedas e faltas de tensão ......................................... 45

3.3.4. Proteção adicional contra choques elétricos ....................................... 46

3.4. Quadro de Carga da instalação .......................................................... 47

Page 13: instalações prediais

x

3.5. Unifilar Geral da instalação ................................................................. 50

3.6. Planta Baixa da Alimentação das Unidades Consumidoras ............... 51

3.6.1. Planta de alimentadores dos quadros dos apartamentos. .................. 51

3.6.2. Planta de alimentadores dos quadros do condomínio e a malha de

terra da instalação............................................................................................... 51

3.7. Esquema Vertical da instalação elétrica. ............................................ 51

3.8. Planta de situação do edifício. ............................................................ 51

3.9. Vista de Medidores ............................................................................. 52

3.10. Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) e Medidor de Serviço (MS). 56

3.11. Projeto da Subestação. ....................................................................... 59

4. O PEDIDO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA À ESCELSA ....... 68

5. PROJETO TELEFÔNICO ................................................................................... 70

5.1. Seqüência Básica para elaboração de projetos de redes telefônicas

em edifícios ......................................................................................................... 71

5.2. Projeto da Rede de Cabos Secundários ............................................. 73

5.3. Projeto da Rede de Cabos Primários .................................................. 74

5.4. Cabos de Entrada ............................................................................... 78

5.5. Blocos Terminais ................................................................................ 78

5.6. Disposição dos cabos e blocos terminais ........................................... 80

5.7. Comprimentos dos Cabos da Rede Interna ........................................ 84

5.8. Distribuição dos cabos da rede interna ............................................... 86

5.9. Desenho do projeto ............................................................................. 86

6. ESTUDO SOBRE PROJETO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ..................... 88

6.1. Introdução ........................................................................................... 88

6.2. Projeto de Cabeamento Estruturado ................................................... 90

6.3. Algumas Aplicações ............................................................................ 96

6.4. Sistema de Integração ...................................................................... 102

7. TECNOLOGIA DE APOIO AO PROJETISTA .................................................. 106

7.1. Software para desenho ..................................................................... 106

7.2. Software para projetos ...................................................................... 107

7.3. Utilização do Excel para a Elaboração de Cálculos .......................... 107

CONCLUSÕES ..................................................................................................... 110

APÊNDICE A ........................................................................................................ 112

Page 14: instalações prediais

xi

APÊNDICE B ........................................................................................................ 115

APÊNDICE C ........................................................................................................ 118

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 120

Page 15: instalações prediais

i

RESUMO

Este trabalho visa a desenvolver um estudo sobre elaboração de um

projeto de instalações elétricas em edifícios residenciais. Este foi organizado

de maneira a seguir a ordem de execução real utilizada na Powertech

Engenharia para um projeto elétrico, procurando explicar cada uma de suas

etapas, e deixando sempre claro a importância da segurança no projeto.

Depois, foram estudados alguns critérios que devem ser observados

na elaboração de projetos de redes telefônicas em edifícios, com o objetivo de

dar ao leitor algumas noções básicas.

E por fim, foi feito um estudo sobre Automação Residencial com o

objetivo de mostrar ao leitor algumas tecnologias e a importância desse ramo

para um futuro bem próximo.

Este trabalho não visa a transformar o leitor em um projetista pronto

para trabalhar, mas ajudá-lo na sua preparação inicial.

Page 16: instalações prediais

2

1. INTRODUÇÃO

1.1. Motivação

Para se fazer um projeto elétrico não é suficiente ter o título de

Engenheiro Eletricista, mas sim ter experiência e confiança adquiridas com

anos de trabalho e com a supervisão de alguém mais experiente. Não basta

ter os conhecimentos técnicos adquiridos na faculdade, mas é necessário

também o conhecimento de normas regulamentadoras e ter a experiência

para encontrar sempre a melhor solução possível.

Este trabalho visa a ajudar quem está iniciando sua carreira como

Engenheiro Projetista. Ele fornecerá as informações principais que são

necessárias para se concluir um projeto elétrico residencial, e mostrará um

fluxograma com todos os passos a serem seguidos.

Este trabalho se propõe também a sugerir propostas de planilhas que

possam ser usadas durante a elaboração do projeto com intuito de facilitar os

cálculos necessários.

1.2. Definição dos projetos

Na elaboração de um projeto elétrico completo, precisa-se fornecer

informações para tudo que for relacionado à elétrica, e isso inclui além das

instalações elétricas, também o projeto telefônico, o projeto de cabeamento

estruturado, o projeto de automação e o projeto do Sistema de Proteção

contra Descargas Atmosféricas (SPDA).

Os projetos em geral são feitos em folhas A1 ou A0, e entregues aos

clientes em várias folhas diferentes com as plantas de cada pavimento, os

cálculos necessários, os trifilares, o esquema vertical da construção, as vistas

dos medidores e do Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT), e quando

houver, o projeto da subestação.

Page 17: instalações prediais

3

Com tantas informações, é preciso organização e uma seqüência

padronizada de projetos. Pelo menos no início, quando se estiver fazendo os

primeiros projetos, é importante seguir fielmente a receita de projetos. Só

começar um passo, quando tiver terminado completamente o anterior. Dessa

forma o projetista não correrá o risco de ficar perdido durante a execução do

seu trabalho. Essa seqüência foi criada por pessoas com muita experiência

nessa área.

1.3. Definição das Unidades Consumidoras

Quadro 1– Categorias de Fornecimento. [NOR-TEC-01] Categoria de

fornecimento Carga Ligação Fornecimento a:

I Uma unidade consumidora com carga total

instalada até 9.000W

Monofá-

sica 2 fios

II Uma unidade consumidora com carga total

instalada superior a 9.000W e até 15.000W bifásica 3 fios

III Uma unidade consumidora com carga total

instalada superior a 15.000W e até 75.000W trifásica 4 fios

IV

Uma unidade consumidora com carga total

instalada superior a 75kW e demanda máxima

até 2.500kW

trifásica Através de

Subestação Particular

V

Instalação com mais de uma unidade

consumidora com carga total instalada:

Residencial: até 600 kW

Comercial: até 250 kW

trifásica

Direta da Rede de

Distribuição

Secundária

VI

Instalação com mais de uma unidade

consumidora com carga máxima maior que o

indicado na categoria V.

trifásica Através de Câmara de

transformação

VII Instalação com mais de uma unidade

consumidora com carga Superior a 750 kW trifásica

Através de Câmara de

transformação

Fonte: NOR-TEC-01

A Norma Técnica da ESCELSA sobre “Fornecimento de Energia

Elétrica em Tensões Secundária e Primária 15kV” (NOR-TEC-01) em seu

Page 18: instalações prediais

4

capítulo 5 classifica as instalações consumidoras em 7 categorias, que estão

mostradas no quadro 1.

Cada categoria possui algumas restrições que são mostradas no

quadro 2. Quadro 2– Restrições para as Categorias de Fornecimento

Categoria de

fornecimento Restrições

I

Não conste:

a) motor monofásico, 120V, com potência superior a 2CV;

b) máquina de solda a transformador de 120V, com potência superior a 2kVA;

c) aparelho que necessite de duas ou três fases.

II

Não conste:

a) motor monofásico, 120V, com potência superior a 2CV;

b) motor monofásico, 220V, com potência superior a 3CV;

c) máquina de solda a transformador, classe de 120V, com potência superior a 2kVA

ou 220V, com potência superior a 8kVA;

d) aparelho que necessite de três fases.

III

Não conste:

a) motor trifásico, com potência superior a 40CV;

b) motor monofásico, 120V, com potência superior a 2CV;

c) motor monofásico, 220V, com potência superior a 4CV;

d) máquina de solda a transformador, 220V, a duas fases ou 220V, a três fases,

ligação V.v invertida, com potência superior a 15kVA;

e) máquina de solda a transformador, 220V, a três fases, com retificação em fonte

trifásica, com potência superior a 40kVA;

f) máquina de solda, grupo motor-gerador, com potência superior a 40CV.

IV Unidades Consumidoras com carga menor que 75kW, desde que possuam qualquer

dos equipamentos vetados na Categoria III.

V

Área Máxima:

Residencial: 7.000m2

Comercial: 3.000m2

Em edificações residenciais e comerciais a demanda máxima calculada não deverá

ultrapassar 230 kW;

A carga total instalada em qualquer unidade consumidora não poderá ser superior a

75 kW;

Nenhuma unidade consumidora poderá conter os equipamentos vetados na categoria

III.

Page 19: instalações prediais

5

Categoria de

fornecimento Restrições

VI

1) a carga total instalada em qualquer unidade consumidora não poderá ser superior

a 75 kW;

2) nenhuma unidade consumidora poderá conter os equipamentos vetados na

categoria III

VII

- área bruta total construída superior a 10.000m2

- carga total instalada superior a 75kW, em qualquer unidade consumidora, ou da qual

conste qualquer dos equipamentos vetados na categoria III.

Necessita prévia consulta

Fonte: NOR-TEC-01

2. RECEITA DE PROJETOS

Na execução de um projeto predial residencial devem-se seguir alguns

passos importantes. Esses passos serão definidos em uma receita de

projetos, demonstrada no Quadro 3.

Como pode-se verificar essa receita está dividida em Fases e Etapas.

As Fases estão divididas em Cálculos Iniciais, Planta Baixa das Instalações

Internas das Unidades Consumidoras (Planta Baixa 1), Cálculos, Planta Baixa

da Alimentação das Unidades Consumidoras (Planta Baixa 2) e

Detalhamento.

Na Primeira Fase, chamada cálculos iniciais, será feita a engenharia

básica do projeto. Antes de começar realmente um projeto, é necessária uma

análise básica de engenharia onde definem-se todas as suas características.

Essa parte é muito importante para o sucesso do projeto, pois se for

descoberto um erro de cálculo numa fase mais adiante, isso poderá ocasionar

um retrabalho enorme para o projetista, que geralmente, precisará voltar ao

início do projeto para acertar tudo relacionado ao erro. Portanto, uma

engenharia básica bem feita pode prevenir vários inconvenientes no futuro.

Depois de concluída a primeira Fase, pode-se seguir para a segunda

Fase, chamada de Planta Baixa das Instalações Internas das Unidades

Page 20: instalações prediais

6

Consumidoras. Nessa Fase é projetada toda a instalação elétrica dos

apartamentos e do condomínio (e se houver, das salas, dos escritórios e das

lojas). Em cada Unidade Consumidora, será primeiro definida a posição dos

pontos de tomada, de iluminação e do quadro de distribuição. Depois

definem-se o percurso dos eletrodutos e a identificação dos condutores. Quadro 3- Receita de Projetos

Fases Etapas

LCU

LOS

INIC

IAIS

1 Fazer Engenharia Básica

P

LAN

TA

BAIX

A 1 2 Fazer a instalação elétrica do pavimento-tipo dos apartamentos

3 Fazer a instalação elétrica dos pavimentos relacionados ao condomínio.

LCU

LOS 4 Fazer os trifilares de todos os quadros de distribuição

5 Fazer o quadro de carga de toda instalação, mostrando a carga instalada e o

cálculo de demanda

6 Fazer o unifilar geral da instalação

PLA

NTA

BAIX

A 2 7 Fazer a planta de alimentadores dos quadros dos apartamentos.

8 Fazer a planta de alimentadores dos quadros do condomínio.

DE

TALH

AM

ENTO

9 Fazer o esquema vertical da instalação elétrica.

10 Fazer a vista de medidores

11 Fazer a vista dos Quadros Gerais de Baixa Tensão (QGBTs)

12 Fazer a planta da Subestação, suas vistas e seus detalhes.

Fonte: Powertech Engenharia

Na terceira Fase (Cálculos), com as informações de todas as unidades

consumidoras, pode-se dimensionar todos os quadros de distribuição. Então

Page 21: instalações prediais

7

desenham-se todos os seus trifilares, mostrando a listagem dos circuitos e

suas cargas, os disjuntores, os Disjuntores Diferencial-Residual (DRs), os

Dispositivos de Proteção contra Surto (DPSs), e todo o tipo de proteção

necessária. Depois dos trifilares, desenha-se o quadro de cargas e o unifilar

geral.

Na Fase de plantas baixas da alimentação das unidades

consumidoras, será mostrada a parte de alimentadores. Nessas plantas há

todo o percurso dos alimentadores que vêm da ESCELSA e vão a cada

Unidade Consumidora.

No Detalhamento (quinta Fase) desenham-se o esquema vertical, a

vista de medidores, a vista do QGBT e o projeto da subestação.

Todas essas Fases e suas etapas serão explicadas mais

detalhadamente nos próximos itens.

Figura 1 – Diagrama de Receita de Projetos

Page 22: instalações prediais

8

3. SEQÜÊNCIA DE PROJETOS

3.1. Engenharia Básica

Na Engenharia Básica será feita uma análise crítica do projeto arquitetônico,

começando com um estudo sobre as Unidades Consumidoras, calculando a carga

total do sistema e sua demanda.

Depois definem-se a potência do transformador a ser usado, a localização

da câmara de transformação e suas dimensões, a localização do QGBT e a dos

medidores.

3.1.1. Cálculo de Carga e Divisão de Circuitos nas Instalações.

Para calcular a carga total da instalação, necessita-se estudar cada unidade

consumidora e somar suas cargas, individualmente. Isso deverá ser baseado no

item 9.5 da ABNT NBR 5410, que contém prescrições específicas a locais utilizados

como habitação, com diretrizes para a realização da previsão de carga e a divisão

da instalação.

No geral, a demanda de carga a ser considerada para um equipamento de

utilização é a potência aparente nominal por ele absorvida (VA), dada pelo fabricante

ou calculada a partir da tensão nominal, da corrente nominal e do fator de potência.

No caso em que for dada a potência nominal fornecida pelo equipamento (potência

de saída), e não a absorvida, deve ser considerado o seu rendimento. Quadro 4- Previsão de número de pontos e de carga para iluminação. [NBR-5410]

Área do cômodo

ou dependência Potência Nº de pontos

Até 6m2 carga mínima de 100VA Em cada cômodo ou dependência deve ser

previsto pelo menos um ponto de luz fixo no

teto, comandado por interruptor Acima de 6m2

Acrescentar 60VA para cada

aumento de 4 m2 inteiros

Fonte: NBR-5410

• Previsão de número de pontos e de carga para tomadas: O número de pontos de

tomada deve ser determinado em função da destinação do local e dos

equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, e a potência a ser atribuída a

Page 23: instalações prediais

9

cada ponto de tomada é função dos equipamentos que ele poderá vir a

alimentar, observando-se no mínimo os critérios mostrados no quadro 5. Quadro 5– Previsão de número de pontos e de carga para tomadas. [NBR-5410]

Local/ função Nº de Pontos Potência

Em banheiros

deve ser previsto pelo menos

um ponto de tomada, próximo

ao lavatório

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

Em cozinhas, copas, copas-

cozinhas, áreas de serviço,

cozinha-área de serviço,

lavanderias e locais análogos

deve ser previsto no mínimo

um ponto de tomada para

cada 3,5 m, ou fração, de

perímetro

no mínimo 600VA por ponto de

tomada, até três pontos, e 100VA

por ponto para os excedentes. (**)

Em áreas de serviço, salas de

manutenção e salas de

equipamentos, tais como casas

de máquinas, salas de

bombas, barriletes e locais

análogos

deve ser previsto no mínimo

um ponto de tomada de uso

geral

circuitos terminais respectivos

deve ser atribuída uma potência

de, no mínimo, 1000 VA

para uso especifico

Os pontos de tomada de uso

especifico devem ser

localizados no máximo a 1,5 m

do ponto previsto para a

localização do equipamento a

ser alimentado

deve ser a ele atribuída uma

potência igual à potência nominal

do equipamento a ser alimentado

ou à soma das potências

nominais dos equipamentos a

serem alimentados

Em varandas deve ser previsto pelo menos

um ponto de tomada

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

Em salas e dormitórios

deve ser previsto pelo menos

um ponto de tomada para

cada 5 m, ou fração de

perímetro.

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

demais cômodos e

dependências de habitação

devem ser previstos pelo

menos um ponto de tomada,

se a área do cômodo ou

dependência for igual ou

inferior a 2,25 m2

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

devem ser previstos pelo

menos um ponto de tomada,

se a área do cômodo ou

dependência for superior a

2,25 m2 e igual ou inferior a 6

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

Page 24: instalações prediais

10

Local/ função Nº de Pontos Potência

m2

Um ponto de tomada para

cada 5 m, ou fração, de

perímetro, se a área do

cômodo ou dependência for

superior a 6 m2

no mínimo 100VA por ponto de

tomada.

Fonte: NBR-5410

Para a divisão da instalação:

A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários,

devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de

realimentação inadvertida por meio de outro circuito. A divisão da instalação em

circuitos deve ser de modo a atender, entre outras, às exigências mostradas no

quadro 6. Quadro 6 – Exigências para a Divisão da Instalação [NBR-5410]

Exigências Exemplo

Segurança evitando que a falha em um circuito prive de

alimentação toda uma área.

Conservação de energia possibilitando que cargas de iluminação e/ou de

climatização sejam acionadas na justa medida

das necessidades.

Funcionais viabilizando a criação de diferentes ambientes,

como os necessários em recintos de lazer, etc

Manutenção facilitando ou possibilitando ações de inspeção e

de reparo.

Fonte: NBR-5410

Devem ser previstos circuitos distintos para partes da instalação que

requeiram controle específico, de tal forma que estes circuitos não sejam afetados

pelas falhas de outros (por exemplo, circuitos de supervisão predial).

Na divisão da instalação devem ser consideradas também as necessidades

futuras. As ampliações previsíveis devem se refletir não só na potência de

alimentação, mas também na taxa de ocupação dos condutos e dos quadros de

distribuição.

Page 25: instalações prediais

11

Os pontos de tomada de cozinha, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,

lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente

destinados à alimentação de tomadas desses locais.

Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos

equipamentos de utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos

circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada,

admitindo exceção a essa regra, desde que não sejam os pontos de tomada

considerados no parágrafo anterior e que as seguintes condições sejam

simultaneamente atendidas:

o A corrente de projeto do circuito comum (iluminação mais tomadas) não

deve ser superior a 16A.

o Os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por

um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

o Os pontos de tomadas, não sejam alimentados, em sua totalidade, por um

só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

As cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior

equilíbrio possível.

Quando a instalação comportar mais de uma alimentação (rede pública,

geração local, etc.), a distribuição associada especificamente a cada uma delas deve

ser disposta separadamente e de forma claramente diferenciada das demais. Em

particular, não se admite que componentes vinculados especificamente a uma

determinada alimentação compartilhem, com elementos de outra alimentação,

quadros de distribuição e linhas, incluindo as caixas dessas linhas, salvo as

seguintes exceções:

o Circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros;

o Conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o

intercâmbio das fontes de alimentação;

o Linhas abertas e nas quais os condutos de uma e de outra alimentação

sejam adequadamente identificados.

Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou

virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10A deve

constituir um circuito independente. (Por exemplo: Secadora de roupa que possui

carga de 2000W em um circuito monofásico, e portanto corrente de 15,75A.)

Page 26: instalações prediais

12

3.1.1.1. Carga dos Apartamentos

Será analisada cada unidade residencial da edificação, fazendo a previsão

da sua carga. Pode-se então já definir quais serão os circuitos a serem utilizados em

cada apartamento e suas respectivas cargas.

Existem algumas definições importantes a serem decididas antes de

relacionar os circuitos e suas cargas, e saber do cliente algumas características do

projeto.

No apartamento haverá:

• Chuveiro Elétrico?

• Máquina de lavar louça?

• Secadora de roupa?

• Ar condicionado SPLIT ou de janela?

As respostas a essas perguntam influenciarão significativamente na carga e

na elaboração do projeto.

Determinando os circuitos e suas respectivas cargas, obtém-se a carga total

de cada apartamento de acordo com a figura 2.

Page 27: instalações prediais

13

Figura 2– Lista de Circuitos dos apartamentos tipo

Com a separação dos circuitos e a previsão de carga feita para cada

apartamento deve-se somar a carga para saber toda a carga instalada referente aos

apartamentos.

Assim, poderá ser feito o quadro 7 (Quadro de cargas dos apartamentos).

Page 28: instalações prediais

14

Quadro 7– Quadro de cargas dos apartamentos

Portanto, nesse exemplo, o número total de apartamentos é igual a vinte,

sendo dois apartamentos por andar, num total de dez andares. Os medidores

desses apartamentos foram separados em dois grupos (Quadro de medidores 1 e o

Quadro de medidores 2). O dimensionamento dos Quadros de medidores será

melhor explicado no item 3.9 (Vista de Medidores).

3.1.1.2. Carga do Condomínio

Estudando a arquitetura do condomínio, e com as diretrizes dadas no item

3.1, pode-se estimar a carga do condomínio e fazer a sua divisão em circuitos. A

figura 3 com uma lista de circuitos e cargas serve como exemplo.

Page 29: instalações prediais

15

Figura 3- Lista de Circuitos do condomínio

Com essa listagem de circuitos, se define a carga total do condomínio, que

pode ser separada de acordo com a finalidade, como mostrado no Quadro 8.

O Medidor de serviço atenderá toda a carga referente ao condomínio,

alimentando primeiramente o QLFS (“Quadro de Luz e Força de Serviço”), onde

existirá um disjuntor para cada um dos itens especificados no Quadro de Cargas

acima (Elevador 1, Elevador 2, B. Recalque, QLS1,...). Os quadros QLS1 E QLS2

(“Quadro de Luz de Serviço 1 e 2”) possuem os circuitos de iluminação e tomadas

mostrados na Figura 3. Esses circuitos foram divididos nesses dois quadros (QLS1 e

QLS2) de forma a facilitar a distribuição de circuitos no edifício. O QLE é o Quadro

Page 30: instalações prediais

16

de Luz dos Elevadores, e o QL Emergência é o quadro que carrega as baterias que

alimentam o circuito de iluminação de emergência do condomínio.

Quadro 8– Quadro de cargas do condomínio.

Com essa carga do condomínio junto com a carga total calculada para os

apartamentos, obtém-se a carga instalada total do prédio que será mostrada no

próximo item.

3.1.1.3. Carga Total da Instalação

O Quadro 9 mostra a carga total da instalação, somando-se a carga total dos

apartamentos e a carga do condomínio.

3.1.2. Demanda da Instalação

Apesar da carga total da instalação ter dado 766.122 W (851.246,67VA,

considerando o fator de potência de projeto igual a 0,9), não serão necessários um

ou mais transformadores para atender a essa carga. Deve-se aplicar a demanda nas

cargas dessas unidades consumidoras, para encontrar a verdadeira carga (menor

que a total da instalação) que será usada simultaneamente pelos consumidores.

Para calcular a demanda de edifícios residenciais de uso coletivo, aplica-se

um critério desenvolvido pelo CODI (Comitê de Distribuição de Energia Elétrica) na

Recomendação Técnica de Distribuição - RTD-CODI-06.01 (Ver Apêndice A). O

Page 31: instalações prediais

17

critério é baseado em dados de medições e de pesquisas realizadas em edifícios

residenciais variados, de diferentes cidades do país e é composto de duas partes

distintas: uma referente à demanda dos apartamentos e outra à demanda do

condomínio. A demanda dos apartamentos é calculada com base no total de sua

área útil, e a demanda do condomínio nas cargas efetivamente instaladas. De

acordo com estudos, a demanda total deve ficar entre 25 a 30% da carga total

instalada. Quadro 9 – Quadro de Cargas Total da Instalação

O cálculo da demanda total do edifício constitui-se das seguintes etapas:

- Determinação da demanda dos apartamentos.

- Determinação da demanda do condomínio.

Page 32: instalações prediais

18

- Determinação da demanda total do edifício através da soma da demanda dos

apartamentos e da demanda do condomínio.

3.1.2.1. Demanda dos Apartamentos

Pelo critério do CODI, a demanda dos apartamentos deve ser determinada

em função da área útil e da quantidade de apartamentos do edifício. No método

proposto, já está considerada a instalação de cargas específicas, tais como

chuveiros elétricos, saunas, aparelhos de ar condicionado, aquecedores e outras.

O critério permite o cálculo da demanda dos apartamentos para unidades

com área útil a partir de 20 m2. Além disso, para apartamentos com área útil de 20 a

42 m2, deverá ser adotado o valor de 1,0 kVA por apartamento, conforme pode ser

observado na Quadro 27 do Apêndice A.

Para obter o Fator de multiplicação em função da quantidade de

apartamentos, deve-se usar a Quadro 28 do Apêndice A, que é aplicável a edifícios

com até 300 apartamentos.

Para calcular a demanda dos apartamentos deve-se multiplicar os dois

valores encontrados nos Quadros 27 e 28 do Apêndice A. Aplica-se a demanda

somente sobre os Quadro de Medidores (1 e 2) e não sobre o apartamento

individualmente. Obtém-se o quadro 10. Quadro 10– Demanda Aplicada nos Quadros de Medidores

Para uma carga total instalada de 363.000 W por QM (403.333 VA, fp=0,9),

o valor da demanda de 45.790 VA calculada ficou muito pequeno (11,35%), portanto

esse valor foi multiplicado, a critério do projetista, por um fator igual a 2,48 para

chegar na demanda aplicada de 113.559,2 VA (28,15%) da carga total instalada nos

Page 33: instalações prediais

19

apartamentos. Lembrar que o ideal para edifícios residenciais é que a demanda

fique entre 25 a 30% da carga total instalada.

Para uma carga total instalada aplicada nos QMs 1 e 2 (806.666VA, fp=0,9),

o valor da demanda de 82.840 VA calculada ficou muito pequeno (10,27%), portanto

esse valor também foi multiplicado, a critério do projetista, por um fator igual a 2,45

para chegar na demanda aplicada de 202.958 VA (25,16%).

3.1.2.2. Demanda do condomínio

A demanda do condomínio deve ser determinada considerando-se,

individualmente, as seguintes cargas:

- Iluminação;

- Tomadas;

- Motores de elevadores e bombas d'água;

- Outras cargas, tais como aparelhos de ar condicionado, sauna, aquecedores e

equipamentos para piscina.

Será usado como exemplo o condomínio especificado anteriormente pelas

Figura 3 (Lista de Circuitos) e Quadro 8 (Quadro de Carga), para calcular a

demanda.

a) Cargas de iluminação.

Cálculo da parcela de demanda referente às cargas de iluminação:

a - Devem ser aplicados os seguintes percentuais à carga total instalada em kW:

- 100% para os primeiros 10 kW

- 25% para o que exceder a 10 kW

b - Ao valor encontrado em kW, deve ser aplicado o fator de potência específico

considerado no projeto.

Exemplo: Consultando a Quadro 8, observa-se que carga total de Iluminação do

condomínio é igual a 16.400 W, portanto aplica-se 100% para 10 kW e 25% para os

6,4 kW restantes (= 11.600W). Desse valor dividimos pelo fator de potência, que

nesse projeto foi considerado de 0,90 ( 11.600/0,90 = 12.888,89). Demanda da

iluminação igual a 12.888,89 VA.

Page 34: instalações prediais

20

b) Cargas de tomadas.

Cálculo da parcela de demanda referente às cargas de tomadas:

a - Deve ser aplicado o percentual de 20% à carga total instalada em kW.

b - Ao valor encontrado em kW, deve ser aplicado o fator de potência específico

considerado no projeto.

Exemplo: Consultando o Quadro 8, observa-se que a carga em tomadas no

condomínio foi de igual a 19.200W, portanto a demanda é igual a 20% desse valor

dividido por 0,90 (o fator de potência considerado no projeto). Demanda igual a

4.266,67 W.

c) Elevadores e bombas d’água.

Cálculo da parcela de demanda referente a elevadores e bombas d'água:

Deve ser aplicada a Quadro 29 do Apêndice A, separadamente, para os grupos de

motores de elevadores e de bombas d'água, adotando-se o fator de diversidade 1,0

para estes grupos.

Exemplo: De acordo com a lista de circuito do condomínio, tem-se 9.327 W de carga

de motores para elevadores e bombas d’água, sendo constituída de:

- 2 Elevadores de 5.595 W (7,5HP) – Quadro 29 – Demanda de 12.980 VA

- 1 Bomba de recalque de 3.732 W (5HP) – Quadro 29 – Demanda de 6.020 VA

Demanda de acordo com o Quadro 29: 12.980 + 6.020 + 980 = 19.980 VA

d) Outras cargas do condomínio.

Cálculo das parcelas de demanda referentes a outras cargas do condomínio:

a - Cargas motrizes

Deve ser aplicada a Quadro 29 do Apêndice A para cada tipo de carga, adotando-se

o fator de diversidade 1,0 a cada grupo destas cargas.

b - Cargas não motrizes

Estas cargas deverão ser analisadas em particular, aplicando-se às mesmas, fator

de demanda em função das suas características de utilização definidas no projeto.

Sobre a demanda calculada para estas cargas, deverá ser considerado o fator de

Page 35: instalações prediais

21

diversidade 1,0. Para estas cargas, deve ser adotado o fator de potência específico,

previsto no projeto.

Exemplo:

- Cargas motrizes - 2 motores para portões de garagem 600 W (1/3HP) – Quadro 29

– Demanda de 980 VA.

- Cargas não motrizes – Sauna elétrica com carga de 9.000 W. A essa carga será

aplicada demanda total e um fator de potência igual a um. Demanda 9.000VA.

Portanto a demanda do condomínio é de 46.136 VA (Ver Quadro 11).

Demanda total da instalação = Demanda total dos apartamentos + Demanda do

condomínio

Demanda total da instalação = 82.840 + 46.136 = 128.976 VA.

A esse valor pode-se ainda aplicar algum fator de multiplicação, a critério do

projetista.

Demanda aplicada total = 128.976 x 2,0 = 257.952 VA

Recomenda-se, para essa instalação, um transformador de 300kVA.

Quadro 11– Demanda Aplicada no Medidor de Serviço.

Page 36: instalações prediais

22

3.1.3. Categoria de cada Unidade Consumidora

Com a lista de circuitos e suas respectivas cargas de todas as unidades

consumidoras já definidas, e conseqüentemente de toda a instalação, define-se em

que categoria se encontra cada unidade consumidora desta edificação.

Consultando o item 5 da Norma da Escelsa (“NOR-TEC-01”), verifica-se que

todas as unidades consumidoras deste prédio estão na categoria III, visto que elas

possuem carga entre 15.000 e 75.000 W, e não possuem nenhuma das

características de restrição. E, consultando esse mesmo item, verifica-se que a

edificação como um todo, está na categoria VII, pois ela possui uma carga total

instalada de 766.122 W, maior que os 750kW limitantes da categoria VI.

Quadro 12– Categoria de Fornecimento das Unidades Consumidoras

Unidade Consumidora Carga Instalada (W) Categoria de Fornecimento

Apartamento Tipo1 36.300 III

Apartamento Tipo2 36.300 III

Condomínio 60.122 III

A instalação geral 766.122 VII

3.1.4. Câmara de transformação, Barramento Geral e dos medidores

Estudando o projeto arquitetônico deve ser escolhida a melhor localização

para: subestação, barramento geral e medidores. Geralmente, no projeto

arquitetônico já está definida a sua localização, porém é dever do projetista

eletricista ratificar essa localização ou sugerir modificações, caso a pré-definida pelo

arquiteto não atenda algum item das normas vigentes.

3.1.4.1. Câmara de transformação

O fornecimento de energia elétrica às instalações das Categorias VI e VII

deverá ser feito por meio de câmara de transformação ou cabina. No capítulo 10 da

Norma da ESCELSA (“NOR-TEC-01”) há as diretrizes para se projetar uma câmara

de transformação ou cabina. Nesse momento será mostrado apenas sobre a escolha

da localização e das suas dimensões:

Page 37: instalações prediais

23

a) Localização

De acordo com a NOR-TEC-01, sempre que o compartimento for parte

integrante da edificação, deverá ser construída câmara de transformação, localizada

no térreo, de preferência na parte frontal da edificação. A escolha da melhor

localização será em função das facilidades de acesso, ventilação e outros fatores de

projeto.

A ESCELSA responsabilizar-se-á pelo fornecimento do cabo classe 15kV

desde que a câmara diste até 10 metros medidos a partir da caixa de inspeção no

passeio. O trecho que exceder a 10 metros será de responsabilidade do interessado/

incorporador.

Sempre que o compartimento for isolado da edificação deverá ser construída

cabina que deverá ser localizada no recuo da edificação, no máximo a 6m da via

pública de construção normal sobre o solo, não devendo ser utilizada em locais

passíveis de inundação. Se o limite da edificação, onde está localizada a cabina,

estiver a mais de 6 metros da via pública, deverá ser construída uma caixa de

passagem, com dimensões de 80 x 80 x 100 cm, até 6m da via pública.

A câmara de transformação ou cabina deverá permitir fácil acesso a partir da

via pública, para os funcionários da ESCELSA ou pessoas autorizadas e para

circular equipamentos com dimensões mínimas de 1,20m x 1,80m x 2,00 e 2.500 Kgf

de peso, a qualquer hora do dia ou da noite, em que isto se torne necessário.

Qualquer localização diferente da prevista deverá ser motivo de prévia

consulta à ESCELSA.

b) Dimensões

De acordo com a NOR-TEC-01, a câmara de transformação ou cabina

deverá ser dimensionada de acordo com o(s) equipamento(s) a ser(em) instalado(s),

de modo a oferecer facilidade de operação e circulação, bem como as necessárias

condições mínimas de segurança. Deverá obedecer às seguintes dimensões

mínimas, livres de obstáculos, tais como, colunas, vigas, rebaixos, etc:

- câmara de transformação ou cabina com transformador único de até 300kVA,

dimensões mínimas: 3,00m x 3,90m x 2,80m (pé direito)

- câmara de transformação ou cabina com dois transformadores de até 300kVA,

dimensões mínimas: 6,60m x 3,90m x 2,80m (pé direito)

Page 38: instalações prediais

24

- para as edificações da categoria VII (carga instalada superior a 750kW ou área

superior a 10.000m2), as dimensões mínimas serão estabelecidas em função das

características técnicas de cada edificação, mediante prévia consulta à ESCELSA

(antes do início da construção).

3.1.4.2. Localização do Barramento Geral

O barramento geral em tensão secundária (QGBT) não deverá distar mais

de 2,5 metros, medidos a partir do perímetro da câmara de transformação. A

ESCELSA responsabilizar-se-á pelo fornecimento e instalação dos condutores em

tensão secundária. O trecho que exceder a 2,5 metros será de responsabilidade do

interessado / incorporador.

3.1.4.3. Localização dos medidores.

Nesse item será definida a localização dos Quadros de Medições (conjunto

de caixas destinadas à instalação de equipamentos de medição em condomínios

horizontal ou vertical, com barramento) e a localização do Medidor de Serviço

(Equipamento destinado a medição das cargas de uso comum da edificação e

também dos equipamentos de combate a incêndio, quando houver).

Primeiramente define-se o tamanho dos medidores e conseqüentemente o

tamanho dos quadros de medidores.

No desenho Nº1 da NOR-TEC-01, a ESCELSA define as dimensões

mínimas das caixas para medidores de kWh, kVArh, TC e disjuntores.

Quadro 13 - Caixas para medidores e disjuntores

Caixas Restrições Dimensões mínimas internas (mm)

Largura Altura Profundidade

Medidor Monofásico Até 9.000 W 270 170 140

Disjuntor Monofásico Até 9.000 W 95 170 100

Medidor Polifásico

Até 41.000 W 370 245 180

41.001 até 57.000 W 500 260 180

57.001 até 75.000 W 660 440 200

Page 39: instalações prediais

25

Disjuntor Polifásico Até 100 A 125 185 100

Maior que 100 até 200 A 670 345 200 Fonte: NOR-TEC-01

Depois de definido o tamanho dos medidores, define-se o tamanho dos

quadros de medidores (QMs), de acordo com a arquitetura do projeto e a quantidade

de medidores de apartamentos.

De acordo com o capítulo 9 da NOR-TEC-01, a localização da medição

depende da categoria de fornecimento da instalação elétrica.

A medição deverá ser instalada na divisa da propriedade com a via pública

com a caixa do medidor voltada para a via pública, podendo ser instalada em muro,

poste ou na parede externa do prédio, nos casos das categorias serem I, II e III, ou

para o fornecimento às instalações da categoria V, nos seguintes casos:

a) Edificações verticais com carga total instalada até 75kW, em um quadro único de

medições, respeitadas as seguintes limitações: máximo de 3 pavimentos e até 6

medidores e demanda diversificada máxima de 60kW.

b) Edificações horizontais com carga instalada até 180 kW, em um quadro único de

medições, respeitadas as seguintes limitações: máximo de 16 unidades

monofásicas ou 12 polifásicas e demanda máxima diversificada igual a 118,80

kW.

Para as unidades consumidoras da categoria IV, a NOR-TEC-01 apresenta

vários padrões mostrando detalhes da medição de energia elétrica, cujos medidores,

transformadores de corrente e de potencial e seus condutores serão previstos e

instalados pela ESCELSA, por ocasião da ligação da subestação.

Nas unidades consumidoras das categorias V, VI e VII, as caixas para

instalação dos medidores deverão ser instaladas no interior da propriedade

particular, em local de fácil e permanente acesso, dotado de boa iluminação natural

ou artificial, não devendo ser instaladas em locais tais como:

• Escadarias e rampas;

• Dependências sanitárias;

• Proximidades de máquinas, bombas, tanques e reservatórios;

• Locais sujeitos a gases corrosivos, inundações, poeira, trepidação excessiva ou

abalroamento de veículos;

Page 40: instalações prediais

26

Em prédios de até 4 pavimentos ou sem elevador, os quadros de medições

deverão estar localizados no pavimento térreo, ou no 1º mezanino, respeitadas as

disposições do parágrafo anterior.

Em prédios com até dois quadros de medições, estes deverão situar-se junto

ao barramento geral.

Em prédios com mais de 4 pavimentos com elevador e com mais de 24

(vinte e quatro) medições, será permitida a instalação de quadros de medições,

distribuídos em diferentes pavimentos, desde que cada quadro tenha um mínimo de

06 (seis) medições.

A queda de tensão nos condutores onde circula energia não medida, a partir

do ponto de entrega de energia, calculada para uma carga igual ao limite superior da

faixa da respectiva categoria, deverá ser, no máximo, 1% ( um porcento).

Quando um quadro contiver 7 (sete) ou mais medidores, a caixa de

derivação geral deverá conter barramento.

O disjuntor deverá ser instalado em caixa específica junto à caixa do

medidor.

3.1.4.4. Localização da prumada elétrica.

Geralmente o projeto arquitetônico já define um espaço para a subida dos

cabos alimentadores dos apartamentos e de cargas dos condomínios, porém, o

projetista eletricista deverá dimensionar e definir o espaço necessário para suportar

os cabos dimensionados previamente, e caso seja necessário, solicitar uma

mudança no projeto arquitetônico.

3.2. Planta Baixa das Instalações Elétricas internas das unidades consumidoras

3.2.1. Princípios fundamentais

Durante a elaboração de um projeto elétrico, existem alguns princípios

fundamentais que precisam ser respeitados. Esses princípios orientam os objetivos e

Page 41: instalações prediais

27

as prescrições da Norma ABNT NBR 5410, e estão relacionados nos itens 4.1.1 a

4.1.15 da Norma.

Esses princípios são:

a) As pessoas e os animais devem ser protegidos contra choques elétricos, seja o

risco associado a contato acidental com parte viva perigosa, seja a falhas que

possam colocar uma massa acidentalmente sob tensão.

b) A instalação elétrica deve ser concebida e construída de maneira a excluir

qualquer risco de incêndio de materiais inflamáveis, devido a temperaturas

elevadas ou arcos elétricos. Além disso, em serviço normal, não deve haver

riscos de queimaduras para as pessoas e os animais.

c) As pessoas, os animais e os bens devem ser protegidos contra os efeitos

negativos de temperaturas ou solicitações eletromecânicas excessivas

resultantes de sobrecorrentes a que os condutores vivos possam se submetidos.

d) Condutores que não os condutores vivos e outras partes destinadas a escoar

correntes de falta devem poder suportar essas correntes sem atingir

temperaturas excessivas.

e) As pessoas, os animais e os bens devem ser protegidos contra as

conseqüências prejudiciais de ocorrências que possam resultar em

sobretensões, como faltas entre partes vivas de circuitos sob diferentes tensões,

fenômenos atmosféricos e manobras.

f) Equipamentos destinados a funcionar em situações de emergência, como

incêndios, devem ter seu funcionamento assegurado a tempo e pelo tempo

julgado necessário.

g) Sempre que forem previstas situações de perigo em que se faça necessário

desernergizar um circuito, devem ser providos dispositivos de desligamento de

emergência, facilmente identificáveis e rapidamente manobráveis.

h) A alimentação da instalação elétrica, de seus circuitos e de seus equipamentos

deve poder ser seccionada para fins de manutenção, verificação, localização de

defeitos e reparos.

i) A instalação elétrica deve ser concebida e construída livre de qualquer influência

mútua prejudicial entre instalações elétricas e não elétricas.

j) Os componentes da instalação elétrica devem ser dispostos de modo a permitir

espaço suficiente tanto para a instalação inicial quanto para a substituição

Page 42: instalações prediais

28

posterior de partes, bem como acessibilidade para fins de operação, verificação,

manutenção e reparos.

k) Na seleção dos componentes, devem ser levados em consideração os efeitos

danosos ou indesejados que o componente possa apresentar, em serviço normal

(incluindo operações de manobra), sobre outros componentes ou na rede de

alimentação. Entre as características e fenômenos suscetíveis de gerar

perturbações ou comprometer o desempenho satisfatório da instalação podem

ser citados:

o O fator de potência;

o As correntes iniciais ou de energização;

o O desequilíbrio de fases;

o As harmônicas.

l) Toda instalação elétrica requer uma cuidadosa execução por pessoas

qualificadas, de forma a assegurar, entre outros objetivos, que:

o As características dos componentes da instalação não sejam comprometidas

durante sua montagem;

o Os componentes da instalação, e os condutores em particular, fiquem

adequadamente identificados;

o Nas conexões, o contato seja seguro e confiável;

o Os componentes sejam instalados preservando-se as condições de

resfriamento previstas;

o Os componentes da instalação suscetíveis de produzir temperaturas elevadas

ou arcos elétricos fiquem dispostos ou abrigados de modo a eliminar o risco

de ignição de materiais inflamáveis; e

o As partes externas de componentes sujeitas a atingir temperaturas capazes

de lesionar pessoas fiquem dispostas ou abrigadas de modo a garantir que as

pessoas não corram risco de contatos acidentais com essas partes.

m) As instalações elétricas devem ser inspecionadas e ensaiadas antes de sua

entrada em funcionamento, bem como após cada reforma, com vista a assegurar

que elas foram executadas de acordo com a NBR 5410.

n) O projeto, a execução, a verificação e a manutenção das instalações elétricas

devem ser confiados somente a pessoas qualificadas a conceber e executar os

trabalhos em conformidade com a NBR 5410.

Page 43: instalações prediais

29

3.2.2. Características gerais

De acordo com a NBR 5410, na concepção de uma instalação elétrica

devem ser determinadas as seguintes características:

a) Utilização prevista e demanda;

b) Esquema de distribuição;

c) Alimentações disponíveis;

d) Necessidade de serviços de segurança e de fontes apropriadas;

e) Exigências quanto à divisão da instalação;

f) Influências externas às quais a instalação for submetida;

g) Riscos de incompatibilidade e de interferências

h) Requisitos de manutenção.

A utilização prevista e a demanda (item a), assim como a divisão da

instalação (item e), já foram definidas no item da engenharia básica. Os requisitos de

manutenção (item h) também não serão mencionados, pois não é o propósito deste

trabalho. Agora serão definidos os itens restantes das características gerais.

3.2.2.1. Esquema de distribuição

O esquema de distribuição pode ser classificado de acordo com os critérios

do quadro 14. Quadro 14- Esquema de distribuição

Esquema de

condutores vivos

Corrente alternada

• Monofásico a dois condutores;

• Monofásico a três condutores;

• Bifásico a três condutores;

• Trifásico a três condutores;

• Trifásico a quatro condutores;

Corrente contínua • Dois condutores;

• Três condutores.

Esquema de

aterramento

Esquema TN

• Esquema TN-S,

• Esquema TN-C-S,

• Esquema TN-C,

Esquema TT

Esquema IT

Fonte: NBR-5410

Page 44: instalações prediais

30

O esquema TN possui um ponto de alimentação diretamente aterrado,

sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São

considerados três variante de esquema TN, de acordo com a disposição do condutor

neutro e do condutor de proteção:

• Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos;

• Esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de proteção são

combinadas em um único condutor;

• Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em

um único condutor, na totalidade do esquema.

O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado,

estando as massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente

distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentação.

No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da

alimentação é aterrado através de impedância. As massas da instalação são

aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:

• Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se

existente; e

• Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há

eletrodo de aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento

das massas é independente do eletrodo de aterramento da alimentação.

3.2.2.1.1. Esquema de distribuição nos edifícios residenciais.

O esquema de aterramento utilizado na ESCELSA é o esquema TN-C,

porém a partir do ponto de entrega, ele será convertido em um esquema TN-S,

portanto a edificação será um esquema TN-C-S.

Page 45: instalações prediais

31

3.2.2.2. Alimentações

De acordo com a NBR 5410 devem ser determinadas as seguintes

características das fontes de suprimento de energia com as quais a instalação for

provida:

a) Natureza da corrente e da freqüência;

b) Valor da tensão nominal;

c) Valor da corrente de curto-circuito presumida no ponto de suprimento;

d) Possibilidade de atendimento dos requisitos da instalação, incluindo a demanda

de potência.

Essas características devem ser obtidas junto à empresa distribuidora de

energia elétrica, no que se refere ao suprimento via rede pública de distribuição, e

devem ser determinadas, quando se tratar de fonte própria.

O fornecimento de energia elétrica às unidades consumidoras, localizadas

em municípios atendidos pela Espírito Santo Centrais Elétricas S.A – ESCELSA,

será feito em corrente alternada na freqüência de 60 hertz, em sistema com neutro

aterrado, nas seguintes tensões padronizadas:

a) Tensões secundárias

• 220/127Volts em sistemas trifásicos, com neutro aterrado;

• 127 Volts em sistemas monofásicos, com neutro aterrado.

Excepcionalmente nas localidades de Alegre, Rive, Guaçui e Celina, as

tensões poderão ser, além das acima citadas, 380/220 Volts, em sistemas trifásicos

e 220 Volts em sistemas monofásicos (fase-neutro), ambas com neutro aterrado.

b) Tensões primárias

As tensões de fornecimento primárias nominais (média tensão) poderão

variar entre 11.400 e 13.800 Volts entre fases.

3.2.2.3. Serviços de segurança

Quando for imposta a necessidade de serviços de segurança, as fontes de

alimentação para tais serviços devem possuir capacidade, confiabilidade e

disponibilidade adequadas ao funcionamento especificado.

Page 46: instalações prediais

32

3.2.2.4. Influências externas

Na concepção e na execução das instalações elétricas devem ser

consideradas a classificação e a codificação das influências externas estabelecidas

na NBR 5410.

Cada condição de influência externa é designada por um código que

compreende sempre um grupo de duas letras maiúsculas e um número, como

descrito a seguir:

a) A primeira letra indica a categoria geral da influência externa:

• A = meio ambiente;

• B = utilização;

• C = construção das edificações;

b) A segunda letra indica a natureza da influência externa;

c) O número indica a classe de cada influência externa.

Para exemplos, verificar Quadros 30, 31 e 32 no Apêndice B.

3.2.2.5. Compatibilidade

Devem ser tomadas medidas apropriadas quando quaisquer características

dos componentes da instalação forem suscetíveis de produzir efeitos prejudiciais em

outros componentes, em outros serviços ou ao bom funcionamento da fonte de

alimentação. Essas características dizem respeito, por exemplo, a:

• Sobretensões transitórias;

• Variações rápidas de potência;

• Correntes de partida;

• Correntes harmônicas;

• Componentes contínuas;

• Oscilações de alta freqüência;

• Correntes de fuga.

Page 47: instalações prediais

33

Todos os componentes da instalação elétrica devem atender às exigências

de compatibilidade eletromagnética e ser conforme o que as normas aplicáveis

prescrevem, neste particular. Isso não dispensa, porém, a observância de medidas a

reduzir os efeitos das sobretensões induzidas e das perturbações eletromagnéticas

em geral.

3.2.3. Segurança da instalação elétrica das unidades consumidoras

Ao se projetar a instalação elétrica interna das unidades consumidoras,

deve-se tomar medidas de proteção para garantir segurança. No capítulo 5 da NBR

5410, são descritas todas as informações necessárias para essas medidas. Essa

Norma define todos os tipos de proteção necessária e as medidas a serem tomadas.

As proteções são:

a) Proteção contra choques elétricos.

b) Proteção contra efeitos térmicos.

c) Proteção contra sobrecorrentes.

d) Proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas.

e) Proteção contra quedas e faltas de tensão.

3.2.3.1. Considerações da NBR 5410

3.2.3.1.1. Proteção contra choques elétricos

O princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques

especificadas na NBR 5410 pode ser assim resumido:

• Partes vivas perigosas não devem ser acessíveis; e

• Massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em

condições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as tornem

acidentalmente vivas.

Deste modo, a proteção contra choques elétricos compreende, em caráter

geral, dois tipos de proteção:

Page 48: instalações prediais

34

• Proteção básica

• Proteção supletiva

Os conceitos de “proteção básica” e de “proteção supletiva” correspondem,

respectivamente, aos conceitos de “proteção contra contatos diretos” e de “proteção

contra contatos indiretos”.

A regra geral da proteção contra choques elétricos é que o principio

enunciado anteriormente seja assegurado, no mínimo, pelo provimento conjunto de

proteção básica e de proteção supletiva, mediante combinação de meios

independentes ou mediante aplicação de uma medida capaz de prover ambas as

proteções, simultaneamente.

As medidas de proteção contra choques elétricos são apresentadas a seguir:

a. Equipontencialização e seccionamento automático da alimentação;

b. Isolação dupla ou reforçada;

c. Uso de separação elétrica individual;

d. Uso de extrabaixa tensão: SELV (“Separated extra-low voltage”) e PELV

(“Protected extra-low voltage”).

Diferentes medidas de proteção contra choques elétricos podem ser

aplicadas e coexistir numa mesma instalação.

A medida de caráter geral a ser utilizada na proteção contra choques

elétricos é a equipotencialização e seccionamento automático da alimentação, e por

isso focaremos nosso trabalho nelas. As outras medidas de proteção contra choques

elétricos descritas na NBR 5410 são admitidas ou mesmo exigidas em situações

mais pontuais, para compensar dificuldades no provimento da medida de caráter

geral ou para compensar sua insuficiência em locais ou situações em que os riscos

de choque elétrico são maiores ou suas conseqüências mais perigosas.

a. Equipontencialização e seccionamento automático da alimentação

A equipotencialização é um procedimento que consiste na interligação de

elementos especificados, visando obter a eqüipotencialidade necessária para os fins

desejados. Por extensão, a própria rede de elementos interligados resultante.

Page 49: instalações prediais

35

Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de

proteção, e todas aquelas situadas numa mesma edificação ou simultaneamente

acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem

prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de

proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. Massas

protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro das regras da

proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar vinculadas a

um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de eqüipotencializações

adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de

compatibilidade eletromagnética.

Todo o circuito deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão,

sendo que um condutor de proteção pode ser comum a dois ou mais circuitos, desde

que esteja instalado no mesmo conduto que os respectivos condutores de fase e

sua seção seja dimensionada conforme as seguintes opções:

Calculada para a mais severa corrente de falta presumida e o mais longo tempo

de atuação do dispositivo de seccionamento automático verificados nesses

circuitos;

• Selecionada com base na maior seção de condutor de fase desses circuitos.

Admite-se que os seguintes elementos sejam excluídos das

equipotencializações:

• Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas fixados à edificação que

estiverem fora da zona de alcance normal;

• Postes de concreto armado em que a armadura não é acessível;

• Massas que, por suas reduzidas dimensões ou por sua disposição, não possam

ser agarradas ou estabelecer contato significativo com parte do corpo humano,

desde que a ligação a um condutor de proteção seja difícil ou pouco confiável.

A proteção básica nessa medida de proteção deve ser assegurada por

isolação das partes vivas e/ou pelo uso de barreiras ou invólucros. E a proteção

supletiva deve ser assegurada, conjuntamente, por equipotencialização e pelo

seccionamento automático da alimentação.

Page 50: instalações prediais

36

O princípio do seccionamento automático é que um dispositivo deve

seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele

protegido sempre que uma falta (entre parte viva e massa ou entre parte viva e

condutor de proteção) no circuito ou equipamento der origem a uma tensão de

contato superior ao valor pertinente da tensão de contato limite UL.

No esquema TN, que é o geralmente usado, devem ser obedecidas as

prescrições descritas a seguir:

• A equipotencialização via condutores de proteção deve ser única e geral,

envolvendo todas as massas da instalação, e deve ser interligada com o ponto

da alimentação aterrado, geralmente o neutro;

• Recomenda-se o aterramento dos condutores de proteção em tantos pontos

quanto possível. Em construções de porte, tais como edifícios de grande altura, a

realização de equipotencializações locais, entre condutores de proteção e

elementos condutivos da edificação, cumpre o papel de aterramento múltiplo do

condutor de proteção;

• As características do dispositivo de proteção e a impedância do circuito devem

ser tais que, ocorrendo em qualquer ponto uma falta de impedância desprezível

entre um condutor de fase e o condutor de proteção ou uma massa, o

seccionamento automático se efetue em um tempo no máximo igual ao

especificado na Quadro 15. Considera-se a prescrição atendida se a seguinte

condição for satisfeita:

Zs . Ia ≤ Uo

Onde :

Zs é a impedância, em ohms, do percurso da corrente de falta,

composto da fonte, do condutor vivo, até o ponto de ocorrência da falta, e do

condutor de proteção (do ponto de ocorrência da falta até a fonte);

Ia é a corrente, em ampères, que assegura a atuação do

dispositivo de proteção num tempo no máximo igual ao especificado na Quadro 15.

Uo é a tensão nominal, em volts, entre fase e neutro, valor eficaz

em corrente alternada.

Page 51: instalações prediais

37

Figura 4 – Circuito Equivalente de uma falta de impedância desprezível

• No esquema TN, no seccionamento automático visando à proteção contra

choques elétricos, podem ser usados os seguintes dispositivos de proteção:

o Dispositivos de proteção a sobrecorrente;

o Dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (dispositivos DR),

observado o que estabelece a alínea seguinte

• Não se admite, na variante TN-C do esquema TN, que a função de

seccionamento automático, visando à proteção contra choques elétricos, seja

atribuída aos dispositivos DR. Isso porque, o DR funciona, verificando o soma

vetorial das correntes que passam por ele. Conforme podemos ver na figura 5, no

esquema TN-S, passa pelo DR trifásico as correntes das fases e do neutro. A

corrente do terra não passa pelo dispositivo DR. Se a soma vetorial que passa

por ele for igual a zero, não há corrente de fuga. Se ocorrer uma falta de um

circuito na massa da carga, e mesmo uma pequena corrente de fuga aparecer no

condutor Terra, essa diferença será percebida pelo dispositivo DR que irá atuar e

seccionará o circuito. Na variante TN-C, o condutor Neutro e o Terra, passariam

pelo dispositivo DR, no mesmo condutor, portanto, mesmo que ocorresse uma

falta, e aparecesse uma corrente de fuga it, o dispositivo não conseguiria

percebê-la, conforme podemos ver na figura 6.

Page 52: instalações prediais

38

Figura 5 – Esquema TN-S

Figura 6 – Esquema TN-C

Quadro 15 – Tempos de seccionamento máximos

no esquema TN. Uo (V) Tempo de seccionamento (s)

Situação 1 Situação 2

115, 120, 127 0,8 0,35

220 0,4 0,2

254 0,4 0,2

277 0,4 0,2

400 0,2 0,05

Notas:

1 Uo é a tensão nominal entre fase e neutro, valor eficaz em corrente alternada

2 As situações 1 e 2 estão definidas no Apêndice B deste trabalho

Fonte: NBR-5410

Page 53: instalações prediais

39

3.2.3.1.2. Proteção contra efeitos térmicos

As pessoas, bem como os equipamentos e materiais fixos adjacentes a

componentes da instalação elétrica, devem ser protegidos contra os efeitos térmicos

prejudiciais que possam ser produzidos por esses componentes, tais como:

a. Risco de queimaduras;

b. Combustão ou degradação dos materiais;

c. Comprometimento da segurança de funcionamento dos componentes instalados.

Os componentes da instalação não devem representar perigo de incêndio

para os materiais adjacentes. Devem ser observadas, além das prescrições da NBR

5410, as respectivas instruções dos fabricantes.

Os componentes fixos cujas superfícies externas possam atingir

temperaturas suscetíveis de provocar incêndio nos materiais adjacentes devem ser:

a. Montados sobre ou envolvidos por materiais que suportem tais temperaturas e

seja de baixa condutividade térmica; ou

b. Separados dos elementos construtivos da edificação por materiais que suportem

tais temperaturas e sejam de baixa condutividade térmica; ou

c. Montados de modo a guardar afastamento suficiente de qualquer material cuja

integridade possa ser prejudicada por tais temperaturas e garantir uma segura

dissipação de calor, aliado à utilização de materiais de baixa condutividade

térmica.

Quando um componente da instalação, fixo ou estacionário, for suscetível de

produzir, em operação normal, arcos ou centelhamento, ele deve ser:

a. Totalmente envolvido por material resistente a arcos; ou

b. Separado, por materiais resistentes a arcos, de elementos construtivos da

edificação sobre os quais os arcos possam ter efeitos térmicos prejudiciais; ou

c. Montado a uma distância suficiente dos elementos construtivos sobre os quais os

arcos possam ter efeitos térmicos prejudiciais, de modo a permitir a segura

extinção do arco.

Os materiais resistentes a arcos mencionados devem ser incombustíveis,

apresentar baixa condutividade térmica e possuir espessura capaz de assegurar

estabilidade mecânica.

Page 54: instalações prediais

40

Os componentes fixos que apresentem efeito de concentração de calor

devem estar suficientemente afastados de qualquer objeto fixo ou elemento

construtivo, de modo a não submetê-lo, em condições normais, a uma temperatura

perigosa.

Componentes da instalação que contenham líquidos inflamáveis em volume

significativo devem ser objeto de precauções para evitar que, em caso de incêndio, o

líquido inflamado, a fumaça e gases tóxicos se propaguem para outras partes da

edificação. Tais precauções podem ser, por exemplo:

a. Construção de um fosso de drenagem, para coletar vazamentos do liquido e

assegurar a extinção das chamas, em caso de incêndio;

b. Instalação dos componentes numa câmara resistente ao fogo, ventilada apenas

por atmosfera externa, e previsão de soleira, ou outros meios, para evitar que o

liquido inflamado se propague para outras partes da edificação.

Os materiais de invólucros aplicados a componentes da instalação durante a

execução da obra devem suportar a maior temperatura que o componente possa vir

a atingir. Só se admitem invólucros de material combustível se forem tomadas

medidas preventivas contra o risco de ignição, tais como revestimento com material

incombustível, ou de difícil combustão, e baixa condutividade térmica.

3.2.4. Projeto da instalação elétrica dos apartamentos

Para a elaboração do projeto elétrico dos apartamentos, pode-se seguir a

seguinte seqüência:

1. Definir posições de pontos de luz e respectivos interruptores.

2. Definir posições de tomadas de energia.

3. Definir posição do quadro do apartamento.

4. Definir comandos de iluminação dos interruptores.

5. Definir caminho dos eletrodutos e quais fios passarão em cada eletroduto.

6. Colocar Simbologia.

7. Desenhar detalhes construtivos necessários.

8. Desenhar carimbo e margens.

Page 55: instalações prediais

41

3.2.5. Projeto da instalação elétrica do condomínio

Depois que os apartamentos já estiverem todos prontos, deve-se dar início

ao projeto do condomínio. A seqüência é a mesma da feita para os apartamentos:

1. Definir posições de pontos de luz e respectivos interruptores.

2. Definir posições de pontos de luz de emergência.

3. Definir posições de tomadas de energia.

4. Definir posição do(s) quadro(s) do condomínio.

5. Definir comandos de iluminação dos interruptores.

6. Definir caminho dos eletrodutos e quais fios passarão em cada eletroduto.

7. Colocar Simbologia.

8. Desenhar detalhes construtivos necessários.

9. Desenhar carimbo e margens.

3.3. Trifilares dos quadros de distribuição

Depois de já ter preparado as plantas baixas, com os pontos de carga, os

eletrodutos, os circuitos definidos, os fios já passados, e todos os quadros

localizados, deve-se fazer os trifilares dos quadros.

Nos trifilares será dimensionada a proteção supletiva (contra “contatos

indiretos”), pois a proteção básica é feita por isolação das partes vivas.

Por meio das características de cada circuito, será dimensionado o

dispositivo que irá fazer o seccionamento automático da alimentação.

3.3.1. Proteção contra sobrecorrentes

Todo circuito terminal deve ser protegido contra sobrecorrentes por

dispositivo que assegura o seccionamento simultâneo de todos os condutores de

fase. Isso significa que o dispositivo de proteção deve ser multipolar, quando o

circuito for constituído de mais de uma fase. Dispositivos unipolares montados lado a

lado, apenas com suas alavancas de manobra acopladas, não são considerados

dispositivos multipolares, portanto não deverão ser usados.

Page 56: instalações prediais

42

Os condutores vivos devem se protegidos, por um ou mais dispositivos de

seccionamento automático contra sobrecargas e contra curtos-circuitos.

Esses dispositivos destinam-se a interromper sobrecorrentes antes que elas

se tornem perigosas, devido aos seus efeitos térmicos e mecânicos, ou resultem em

uma elevação de temperatura prejudicial à isolação, às conexões, às terminações e

à circunvizinhança dos condutores.

A detecção de sobrecorrentes deve ser prevista em todos os condutores de

fase e deve provocar o seccionamento do condutor em que a sobrecorrente for

detectada, não precisando, necessariamente, provocar o seccionamento dos outros

condutores vivos.

No caso de projetos prediais residenciais em que o condutor neutro será

sempre da mesma seção dos condutores de fase, não é necessário prever detecção

de sobrecorrente no condutor neutro, nem dispositivo de seccionamento nesse

condutor.

Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas fique assegurada,

as características de atuação do dispositivo destinado a provê-la devem ser tais que:

a. IB ≤ In ≤ IZ; e

b. I2 ≤ 1,45 IZ

Onde:

IB é a corrente de projeto do circuito;

Iz é a capacidade de condução de corrente dos condutores, nas

condições previstas para sua instalação;

In é a corrente nominal do dispositivo de proteção nas condições

previstas para sua instalação;

I2 é a corrente convencional de atuação, para disjuntores, ou corrente

convencional de fusão, para fusíveis, isso se for possível assumir que a temperatura

limite de sobrecarga dos condutores (ver Quadro 16) não venha a ser mantida por

um tempo superior a 100h durante 12 meses consecutivos, ou por 500h ao longo da

vida útil do condutor. Quando isso não ocorrer, a condição da alínea b) deve ser

substituída por: I2 ≤ IZ .

Esses dispositivos de proteção contra sobrecargas devem ser localizados

em todos os pontos onde uma mudança (por exemplo, de seção, de natureza, de

Page 57: instalações prediais

43

maneira de instalar ou de constituição) resulte em redução do valor da capacidade

de condução de corrente dos condutores.

Quadro 16– Temperaturas características dos condutores

Tipo de isolação

Temperatura

máxima para serviço

contínuo

(condutor)

°C

Temperatura limite

de sobrecarga

(condutor)

°C

Temperatura limite

de curto-circuito

(condutor)

°C

Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm2 70 100 160

Policloreto de vinila (PVC) maior que

300 mm2 70 100 140

Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250

Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Fonte: NBR-5410 Para se fazer a proteção contra curto-circuito, as correntes de curto-circuito

presumidas devem ser determinadas em todos os pontos da instalação julgados

necessários. Essa determinação pode ser efetuada por cálculo ou por medição.

E assim como para os dispositivos de proteção contra sobrecarga, devem

ser providos dispositivos que assegurem proteção contra curtos-circuitos em todos

os pontos onde uma mudança (por exemplo, redução de seção) resulte em alteração

do valor da capacidade de condução de corrente dos condutores, admitindo-se

exceções caso a parte da linha compreendida entre a redução de seção ou outra

mudança e a localização cogitada para o dispositivo atender a uma das duas

condições seguintes:

a. Não exceder 3 metros de comprimento, for realizada de modo a reduzir ao

mínimo o risco de um curto-circuito e não estiver situada nas proximidades de

materiais combustíveis;

b. Estiver protegida contra curtos-circuitos por um dispositivo de proteção localizado

a montante.

3.3.2. Proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas.

Os circuitos deverão ser protegidos contra sobretensões e perturbações

eletromagnéticas. Determinadas ocorrências podem fazer com que os circuitos fase-

Page 58: instalações prediais

44

neutro sejam submetidos a sobretensões que podem atingir o valor da tensão entre

fases. Essas ocorrências são:

a. Perda do condutor neutro em esquemas TN e TT, em sistemas trifásicos com

neutro, bifásicos com neutro e monofásicos a três condutores;

b. Falta à terra envolvendo qualquer dos condutores de fase em um esquema IT.

No caso b, os componentes da instalação elétrica devem ser selecionados

de forma a que sua tensão nominal de isolamento seja pelo menos igual ao valor da

tensão nominal entre fases da instalação. No caso a, deve-se adotar idêntica

providência quando tais sobretensões, associadas à probabilidade de ocorrência,

constituírem um risco inaceitável.

Deve ser provida proteção contra sobretensões transitórias, por meio de

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs) ou por outros meios que garantam

uma atenuação das sobretensões no mínimo equivalente aos DPSs, e quando a

instalação for alimentada por linha total ou parcialmente aérea, ou incluir ela própria

linha, e se situar em região sob condições de influências externas AQ2 (mais de 25

dias de trovoadas por ano).

Quadro 17– Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação

Tensão nominal da instalação

(V)

Tensão de impulso suportável requerida (kV)

Categoria de produto

Sistemas

trifásicos

Sistemas

monofásicos

com neutro

Produto a

ser utilizado

na entrada

da instalação

Produto a ser

utilizado em

circuitos de

distribuição e

circuitos

terminais

Equipamentos

de utilização

Produtos

especialmente

protegidos

Categoria de suportabilidade a impulsos

IV III II I

120/208

127/220

115-230

120-240

127-254

4 2,5 1,5 0,8

220/380,

230/400,

277/480

- 6 4 2,5 1,5

400/690 - 8 6 4 2,5

Fonte: NBR-5410

Page 59: instalações prediais

45

Os componentes da instalação devem ser selecionados de modo que o valor

nominal de sua tensão de impulso suportável não seja inferior àqueles indicados no

Quadro 17.

As blindagens, armações, coberturas e capas metálicas das linhas externas,

bem como os condutos de tais linhas, quando metálicos, devem ser incluídos na

eqüipotencialização principal.

Em toda edificação alimentada por linha elétrica em esquema TN-C, o

condutor PEN deve ser separado, a partir do ponto de entrada da linha na

edificação, ou a partir do quadro de distribuição principal, em condutores distintos

para as funções de neutro e de condutor de proteção. A alimentação elétrica, até aí

TN-C, passa então a um esquema TN-S (globalmente, o esquema é TN-C-S).

3.3.3. Proteção contra quedas e faltas de tensão

Devem ser tomadas precauções para evitar que uma queda de tensão ou

uma falta total de tensão, associada ou não ao posterior restabelecimento desta

tensão, venha a causar perigo para as pessoas ou danos a uma parte da instalação,

a equipamentos de utilização ou aos bens em geral. O uso de dispositivos de

proteção contra quedas e faltas de tensão pode não ser necessário se os danos a

que a instalação e os equipamentos estão sujeitos, nesse particular, representarem

um risco aceitável e desde que não haja perigo para pessoas.

Para proteção contra quedas e faltas de tensão podem ser usados, por

exemplo:

a. Relés ou disparadores de subtensão atuando sobre contatores ou disjuntores;

b. Contatores providos de contato auxiliar de auto-alimentação

A atuação dos dispositivos de proteção contra quedas e faltas de tensão

pode ser temporizada, se o equipamento protegido puder admitir, sem

inconvenientes, uma falta ou queda de tensão de curta duração.

Se forem utilizados contatores, a temporização na abertura ou no

fechamento não deve, em nenhuma circunstância, impedir o seccionamento

instantâneo imposto pela atuação de outros dispositivos de comando e proteção.

Quando o religamento de um dispositivo de proteção for suscetível de

causar uma situação de perigo, esse religamento não deve ser automático.

Page 60: instalações prediais

46

3.3.4. Proteção adicional contra choques elétricos

O uso de dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual com

corrente diferencial-residual nominal I∆n igual ou inferior a 30 mA é reconhecido

como proteção adicional contra choques elétricos. A proteção adicional provida pelo

uso de dispositivo diferencial-residual de alta sensibilidade visa casos como os de

falha de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do usuário.

A utilização de tais dispositivos não é reconhecida como constituindo em si

uma medida de proteção completa e não dispensa, em absoluto, o emprego de uma

das medidas de proteção estabelecidas anteriormente.

Qualquer que seja o esquema de aterramento, devem ser objeto de proteção

adicional por dispositivos a corrente diferencial-residual com corrente diferencial

residual nominal I∆n igual ou inferior a 30 mA:

a. Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo

banheira ou chuveiro;

b. Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à

edificação;

c. Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a

alimentar equipamentos no exterior;

d. Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados

em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais

dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;

e. Os circuitos que, em edificações não residenciais, sirvam a pontos de tomada

situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens

e, no geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.

No que se refere a tomadas de corrente, a exigência de proteção adicional

por DR de alta sensibilidade se aplica às tomadas com corrente nominal de até 32A.

Admite-se a exclusão, na alínea d, dos pontos que alimentem aparelhos de

iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,5m.

A proteção dos circuitos pode ser realizada individualmente, por ponto de

utilização ou por circuito ou por grupo de circuitos.

Page 61: instalações prediais

47

3.4. Quadro de Carga da instalação

No quadro de carga é onde se pode ter uma visão geral de todo o projeto.

As informações mais importantes estão nesse quadro. Aqui, deverá ser apresentada

a planilha de cargas agrupadas por circuitos alimentadores dos quadros de medição

e por circuitos alimentadores gerais, bem como suas demandas, proteções,

eletrodutos, condutores e equilíbrio de fases.

Na engenharia básica, define-se a carga de cada unidade consumidora, a

carga total e a demanda geral do sistema. Define-se também os quadros de

medidores (QMs).

Usando o exemplo utilizado na engenharia básica, tem-se o seguinte quadro

18, 20 e 22 com as cargas de todos os consumidores agrupados por QMs e pelo

Medidor de Serviço. É mostrado também nestes quadros, a demanda desses QMs e

do Medidor de Serviço. O dimensionamento dos cabos alimentadores, dos

eletrodutos e da proteção de seus circuitos é feito baseado na carga total, para os

apartamentos, e baseado na demanda calculada, para os QMs.

Com os quadros 18, 20 e 21, dimensiona-se os equipamentos, condutores,

dispositivos e materiais das instalações elétricas. Para os apartamentos, será usada

a carga instalada, e para o quadro de medidores, será usada a demanda calculada.

Portanto:

Apartamentos tipos:

Carga = 36.300 W (Trifásico)

Corrente = 95,27 A

Disjuntor = 100 A

Condutores fase e neutro – Cabos de cobre 4#35 mm2 PVC 70°.

Condutores de aterramento – Cobre nu 16 mm2.

Eletroduto – 60 mm (2 pol)

Quadro de medidores:

Demanda: 113.559,2 VA

Corrente: 298,06 A

Disjuntor = 300 A

Condutores fase e neutro - Cabos de cobre 4#185 mm2 PVC 70°.

Page 62: instalações prediais

48

Condutores de aterramento - Cobre nu 25 mm2.

Uma parte do percurso em Eletroduto de 110 mm (4 pol). Outra parte será em

eletrocalha 30x10cm lacrada. Para maiores detalhes ver o projeto exemplo. Quadro 18– Quadro de Carga do QM1

Quadro 19– Dimensionamento dos apartamentos e do QM1

Page 63: instalações prediais

49

Quadro 20 - Quadro de Carga do QM2

Quadro 21– Dimensionamento dos apartamentos e do QM2

Page 64: instalações prediais

50

Quadro 22 - Quadro de Carga do Condomínio

Quadro 23– Dimensionamento condomínio

3.5. Unifilar Geral da instalação

Depois que estiverem os trifilares e o quadro de carga do edifício prontos,

pode-se desenhar o unifilar geral. O unifilar geral mostra as informações, desde a

entrada de energia da ESCELSA, até os cabos chegando aos medidores das

unidades consumidoras e os cabos de saídas desses medidores para os quadros

nos apartamentos. No unifilar geral serão mostradas as informações dos cabos

Page 65: instalações prediais

51

durante todo o percurso descrito, mostrando os valores das proteções

dimensionadas, o transformador a ser usado. A carga das unidades consumidoras.

3.6. Planta Baixa da Alimentação das Unidades Consumidoras

3.6.1. Planta de alimentadores dos quadros dos apartamentos.

Para fazer a alimentação dos quadros dos apartamentos, desenha-se na

planta do tipo o caminho que o eletroduto com os fios irá percorrer até chegar ao

quadro.

3.6.2. Planta de alimentadores dos quadros do condomínio e a malha de terra da instalação.

Para fazer a alimentação dos quadros dos condomínios, usa-se o quadro de

cargas para nos servir de guia. No quadro de cargas há todas as informações

necessárias para o entendimento do projeto. Quais os quadros existentes, o cabo de

alimentação desse quadro e o eletroduto que leva essa alimentação. Então,

primeiramente, devem-se localizar na planta todos os quadros e em seguida

interligar os quadros com a seqüência que melhor atende ao projeto.

3.7. Esquema Vertical da instalação elétrica.

O esquema vertical representa toda a instalação elétrica do edifício. Ela

serve para facilitar para quem for executar o projeto localizar todos os quadros dos

apartamentos e do condomínio, localizar a posição dos QMs, QGBT, subestação e

sua seqüência de ligação

3.8. Planta de situação do edifício.

A planta de situação do edifício mostra a localização deste na cidade. A sua

presença no projeto é requisitada pela ESCELSA.

Page 66: instalações prediais

52

3.9. Vista de Medidores

A vista de medidores será feita baseada na forma já pré-definida na engenharia

básica, e posta no quadro de carga.

Será feita uma vista frontal, mostrando a forma como o quadro de medidores

será instalado na parede, o seu tamanho, a posição dos medidores dos

apartamentos com a identificação de cada unidade consumidora (número do

apartamento), a identificação dos eletrodutos que saem dos medidores, o eletroduto

de alimentação de todo o barramento.

A caixa do barramento será em chapa metálica de aço galvanizado de 1,9 mm

de espessura. A sua tampa deverá ter no máximo 1,30m. Acima deste valor a caixa

deverá ter duas ou mais tampas de mesmo tamanho. Essa tampa deverá ter punhos

para facilitar a sua retirada.

Na caixa também se deve colocar dispositivos de lacre e de segurança para

garantir a inviolabilidade do barramento e para garantir a proteção à vida.

Figura 7– Vista Frontal do QM 1

Page 67: instalações prediais

53

Figura 8 – Vista Frontal do QM 2

Figura 9 – Lista de Material das Vistas Frontais

Page 68: instalações prediais

54

Será mostrada também uma vista interna do barramento, detalhando a posição

das barras de cobre, a chegada do cabo alimentador nessas barras e o detalhe de

conexão desses cabos nas barras.

Figura 10 – Detalhe das Barras

O tamanho das barras de cobre será de acordo com o número de medidores. Os

furos de conexão dos cabos à barra de cobre deverão ter uma distância mínima de

10 cm entre si e entre os isoladores, e serão usados para cada dois medidores. Para

cabos de alimentadores até 35 mm2 a barra deverá ter furo de 1/4”. Para cabos

superiores a 35 mm2 a barra deverá ter furo de 3/8”. No exemplo usado, há um

quadro de medidores com 10 medidores, cujos cabos de alimentação são de 35

mm2, portanto será preciso de uma barra com 5 furos de 1/4” cada. E como tem-se

um cabo de 185 mm2 de alimentação do QM, precisa-se de um furo de 3/8” nessa

barra para a conexão desse cabo.

A vista interna do QM irá mostrar a disposição da barra de cobre e a localização

das entradas dos cabos de alimentação.

Page 69: instalações prediais

55

Figura 11 – Vista Interna do QM1

Figura 12 – Vista Interna do QM2

Page 70: instalações prediais

56

Figura 13 – Lista de Material das Vistas Internas

3.10. Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) e Medidor de Serviço (MS).

Figura 14 – Vista Frontal do QGBT

O QGBT é a entrada principal de energia de um edifício. Ele é o primeiro quadro

depois da Subestação. A partir desse quadro que saíra todas as outras alimentações

do edifício, e seguirá para os medidores das suas Unidades consumidoras

(Apartamentos + Condomínio). Deverão ser mostrados os detalhes construtivos

Page 71: instalações prediais

57

desse quadro, por meio de vistas frontal e interna. Para o Medidor de Serviço, serão

mostrado os detalhes construtivos, usando-se a sua vista frontal.

Figura 15 – Vista Interna do QGBT

Page 72: instalações prediais

58

Figura 16 – Identificação dos Materiais

Figura 17 – Vista Frontal MS

Page 73: instalações prediais

59

A lista de material do Medidor de Serviço está especificada juntamente com a

lista do QGBT na figura 16.

3.11. Projeto da Subestação.

Na fase de Engenharia Básica foi definida a localização e o tamanho da câmara

de transformação do edifício. A NOR-TEC-01 possui desenhos que definem a

configuração interna da câmara. Para câmara onde será instalado um único

transformador de até 300 kVA pode-se usar a configuração do desenho 27 desta

Norma, que está representada na figura 18.

Figura 18 – Exemplo de Planta Baixa de Subestação

A câmara de transformação deverá ser provida de uma porta exterior, com duas

folhas abrindo para fora, com dimensões mínimas 2,00 x 0,90m por folha e possuir

dispositivo para fechamento à cadeado, devendo a chave ficar em poder da

ESCELSA, quando nela estiverem instalados equipamentos de sua propriedade.

Sua construção será de modo a resistir a fogo interno durante um mínimo de 3

horas, sendo para tal constituída de chapas duplas e alma de amianto.

Page 74: instalações prediais

60

A câmara de transformação deverá ter pelo menos duas aberturas para

claridade e circulação de ar e sua instalação deve obedecer aos critérios abaixo

indicados:

a) as aberturas para entrada e saída de ar deverão ter uma área livre de no mínimo

0,07m2 por m3 de volume da câmara de transformação e possuir grade de

proteção com malha mínima de 30mm e veneziana do tipo chicana, no caso das

aberturas estarem ao alcance de pessoas;

Figura 19 – Detalhes Construtivos da Janela da Subestação

Figura 20– Detalhe 2

b) as aberturas destinadas à entrada e saída de ar deverão se localizadas

preferencialmente com acesso direto para o ar livre. Quando não tiver acesso

Page 75: instalações prediais

61

direto ao ar livre torna-se necessária a instalação de dutos de ventilação de modo

a obter ventilação natural e adequada, inclusive com ventiladores comandados

por relé térmico, se necessário;

c) no caso de câmara de transformação, será permitida a abertura para o interior da

edificação desde que seja área de garagem ou outra área ampla. Neste caso, as

aberturas deverão ter abafadores com fechamento automático em caso de fogo

no seu interior.

O Piso da câmara de transformação deverá ser de concreto armado com

espessura mínima de 0,20m, de tal maneira a resistir ao peso dos equipamentos a

serem instalados. Deverá ser construído dreno para coleta de óleo do transformador

em caso de troca ou vazamento de acordo com os desenhos básicos de 31 e 32 da

NOR-TEC-01, evitando-se a sua passagem para outros recintos da edificação.

Figura 21 – Desenho 31 da NOR-TEC-01

Page 76: instalações prediais

62

Figura 22 – Desenho 32 da NOR-TEC-01

O sistema de confinamento do óleo do trafo mais comumente usado é o do

desenho 32.

Deverá ser construída, na parte inferior interna da porta, uma soleira de 102mm

de concreto, com a finalidade de não se permitir o vazamento de óleo para área

externa da câmara de transformação.

As paredes externas e o teto deverão ser construídos em concreto armado com

espessura mínima de 20cm, de forma a suportar pressões de ate 6kPA, para

qualquer potência de transformador até o limite previsto por esta Norma, permitindo-

se para as paredes internas, o uso de tijolos maciços na espessura de 15cm.

A câmara de transformação não deverá ser construída junto aos pilares de

edificação. Caso isto não possa ser evitado, o mesmo deverá ser recalculado.

Deverá ser prevista iluminação artificial, a prova de explosão, alimentada com

energia medida com comando externo próximo à porta da câmara de transformação.

Os pontos de luz deverão ser colocados a uma distância mínima de 1,5m das partes

Page 77: instalações prediais

63

energizadas, preferencialmente na parede lateral, de livre acesso da câmara de

transformação ou cabina.

A instalação deverá ser dotada de uma caixa de derivação situada na calçada,

no limite de propriedade do consumidor com a via pública, que deverá ter dimensões

mínimas de 0,80m x 0,80m x 0,80m, e poderá ser construída de alvenaria com

tampa de concreto armado ou ferro antiderrapante, devendo ser apropriada para

perfeita drenagem. Essa caixa deverá ser ligada à câmara de transformação através

de dois eletrodutos de PVC rígido ou de aço galvanizado com diâmetro interno de

102mm e espessura de parede de 5mm (mínimo).

Figura 23 – Desenho 29 da NOR-TEC-01

Page 78: instalações prediais

64

Ponto de entrega: Ponto de conexão do sistema elétrico da ESCELSA com as

instalações elétricas da unidade consumidora, caracterizando-se como o limite de

responsabilidade de fornecimento.

Ramal de ligação: Conjunto de condutores elétricos e acessórios instalados

entre o ponto de derivação da rede de distribuição da ESCELSA e o ponto de

entrega. Nos casos de prédios de múltiplas unidades, em que a transformação

pertença à concessionária e esteja localizada no interior do imóvel, o ponto de

entrega situar-se-á na entrada do barramento geral (QGBT).

O ramal de ligação poderá ser aéreo ou subterrâneo (no caso de câmara de

transformação). Ele precisa partir de um poste de rede de distribuição aérea da

ESCELSA, não deve cortar terreno de terceiros, entrar, preferencialmente, pela

frente principal da edificação, e respeitar as posturas municipais e demais órgãos,

especialmente quando atravessar vias públicas, ferrovias e rodovias. Quadro 24– Tabela 8 da NOR-TEC-01 (ELOS FUSÍVEIS PRIMÁRIOS)

Fonte: NOR-TEC-01

No caso de edifícios que possuem câmara de transformação, o ramal de ligação

deverá ser subterrâneo e seguir as seguintes prescrições:

a) ser de cabo próprio para instalação subterrânea, com isolamento para 15kV;

b) é obrigatório o emprego de quatro cabos unipolares, onde um deles, será

reserva;

Page 79: instalações prediais

65

c) no tubo de aço galvanizado de descida do ramal de ligação, deverá ser

identificado o nome do edifício e a numeração do mesmo com tinta esmalte

preta.

d) Ter o invólucro metálico do cabo e as muflas terminais ligadas à malha de terra;

e) Dispor de uma caixa de passagem no limite da propriedade com a via pública

e/ou em curvas acentuadas do cabo, com dimensões mínimas de 0,80 x 0,80 x

0,80m, com tampa de aço e/ou concreto armado dispensando nos casos em que

o poste de derivação da ESCELSA estiver frontal e do mesmo lado da rua em

relação à edificação, e não havendo curvas acentuadas;

f) Não fazer curvas de raio inferior a 10 vezes o diâmetro do cabo, salvo indicação

contrária do fabricante;

g) Ser instalado dentro dos dutos de aço galvanizado, de diâmetro externo mínimo

de 107mm, a uma profundidade mínima de 0,60m. A sua instalação em kanaflex

ou PVC rígido será possível desde que o mesmo seja envelopado por uma

camada de concreto de espessura mínima de 10cm, devendo ser inspecionados

pela ESCELSA antes de serem cobertos;

h) Dentro desses dutos deverá passar o condutor neutro que será de cabo de cobre

nu, seção mínima 25mm2;

i) Dispor de pára-raios, instalados pela ESCELSA, na estrutura de derivação de

ramal;

j) Derivar da rede através de três chaves fusíveis, de classe 15kV, sendo os elos

fusíveis dimensionados pala tabela 8 da NOR-TEC-01 (Quadro 24), ou três

chaves seccionadoras unipolares, quando não houver coordenação do fusível

com a proteção da ESCELSA;

k) Não serão permitidas emendas nos condutores do ramal subterrâneo, salvo

quando em manutenção, nos casos devidamente autorizados pela ESCELSA. A

conexão deve ser feita com luva de compressão e emenda com material

apropriado, devendo a mesma ser feita somente em caixa de passagem.

Page 80: instalações prediais

66

Figura 24 – Desenho 12 da NOR-TEC-01

Os postes para sustentação dos ramais de ligação poderão ser de aço

galvanizado, concreto ou madeira, e os pontaletes de aço galvanizado ou concreto.

Os postes ou pontaletes deverão ter alturas suficientes para permitir que o condutor

mais baixo, apresente os afastamentos mínimos em relação ao solo.

Page 81: instalações prediais

67

Lista de Material

Item Descrição Un Quant.

1 Pára-raios para sistema aterrado tensão nominal 12 kV pç 3

2 Chave fusível 15kV pç 3

3 Condutor de cobre nu 25mm2 m v

4 Haste de terra comprimento mínimo 2000mm pç 2

5 Fio de cobre nu bitola mínima de 16mm m v

6 Condutor de cobre nu 35mm2 m v

7 Mufla unipolar ou terminais adequados com isolamento 15kV e com dispositivo para fixação em cruzeta

pç 4

8 Cruzeta de madeira de 2,40m e ferragens para fixação pç 2

9 Condutor unipolar subterrâneo com isolamento 15kV. m v

10 Tubo de aço galvanizado φ externo mínimo 107mm m 6

11 Arame de aço galvanizado m v

12 Curva de aço galvanizado de 90° pç 1

13 Placa de identificação pç 1

Figura 25– Lista de Material do Desenho 12 da NOR-TEC-01

As especificações para os postes e pontaletes são mostradas na tabela 9 da

NOR-TEC-01 (Quadro 25).

Para instalações em Tensão Primária de 15 kV, os cabos subterrâneos para

15kV serão unipolares próprios para instalação em locais não abrigados e sujeitos a

umidade. Não é permitida a instalação de cabos com isolamento de papel

impregnado. A identificação dos cabos de 15 kV deverá ser feita pelos números 1, 2,

3 e 4, gravados em placa de alumínio (30 x 20 mm), em baixo relevo ou tinta de

esmalte preta, presas aos respectivos cabos nas suas extremidades, junto as muflas

internas e externas. A fixação da placa deverá ser feita com arame galvanizado nº

12 BWG.

Page 82: instalações prediais

68

Quadro 25 - Tabela 9 da NOR-TEC-01 (Dimensionamento de Postes)

Fonte: NOR-TEC-01

4. O PEDIDO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA À ESCELSA

O pedido de fornecimento de energia elétrica a ESCELSA deverá ser feito

seguindo as suas exigências, descrita no item 6 da NOR-TEC-01, que varia de

acordo com a classificação da unidade consumidora (definida no item 5 da NOR-

TEC-01) a ser atendida.

O interessado deverá fornecer à ESCELSA todos os elementos necessários ao

estudo das condições de fornecimento, inclusive os destinados a propiciar sua

correta classificação como consumidor.

Em resposta ao pedido de fornecimento, a ESCELSA informará sobre a eventual

necessidade de:

Page 83: instalações prediais

69

a) execução de serviços nas redes e/ou instalação interna do equipamento de

transformação pela ESCELSA ou pelo interessado, conforme a carga e a tensão de

fornecimento;

b) recolhimento das contribuições a que for obrigado o interessado, na forma da

legislação específica;

c) contrato específico de fornecimento de energia

Para o fornecimento às instalações da categoria VI, deverão ser encaminhados

através de carta conforme Apêndice C da NOR-TEC-01, para análise e elaboração

do projeto da câmara de transformação pela ESCELSA, os seguintes elementos:

a) Plantas de arquitetura, com indicação de locais propostos à instalação de

equipamentos da ESCELSA (medidores, câmaras de transformação, etc);

b) Planta de situação do edifício, em escala, do ponto de entrega e da câmara de

transformação, endereço completo e ponto de referência;

c) Área bruta total da edificação;

d) Projeto civil e elétrico da câmara de transformação;

e) Relação de carga instalada (pontos de luz, tomadas, aparelhos, motores, etc...)

por unidade consumidora;

f) Planilha de cargas agrupadas por circuito alimentadores dos quadros de medição

e por circuitos alimentadores gerais, bem como suas demandas, proteções,

eletrodutos, condutores e equilíbrio de fases;

g) Diagrama unifilar da instalação, em corte, desde o ponto de entrega até as

medições, com as respectivas saídas de alimentação, indicando as proteções, as

bitolas dos condutores e eletrodutos, destacando os quadros de medidores da

ESCELSA;

h) Planta baixa indicando a localização dos quadros de medição de energia, assim

como o detalhamento dos mesmos;

i) Localização e detalhamento da malha de terra;

j) Anotação de responsabilidade técnica.

Após a conclusão das instalações das categorias V, VI e VII, os interessados

deverão efetuar seus pedidos de ligação individuais.

Page 84: instalações prediais

70

O projeto elétrico com os elementos solicitados para análise pela ESCELSA

deverá ser apresentado em 2 (duas) vias, devidamente encadernadas, sendo as

pranchas de formato mínimo A-2. O memorial descritivo, quando necessário, deverá

ser apresentado em papel ofício.

Pelo projeto elétrico exemplo, anexado neste trabalho, deve-se entregar as

seguintes plantas à ESCELSA:

• Planta 05 – Trifilares

• Planta 06 – Quadro de Cargas

• Planta 07 – Unifilar Geral

• Planta 08 – Alimentadores

• Planta 09 – Alimentadores

• Planta 10 – Esquema Vertical

• Planta 11 – Vista de Medidores

• Planta 12 – Vista do QGBT e MS

• Planta 13 – Subestação

• Planta 14 – Entrada de MT

As plantas acima citadas possuem todas as informações pedidas pela ESCELSA

nos itens anteriormente mencionados.

Não deverá ser apresentado junto aos elementos solicitados, projeto das

instalações internas da edificação (após a medição).

Quando o projeto for liberado para a ligação, uma via será entregue ao

projetista/ incorporador/ interessado, anexada à orientação de como o cliente deve

proceder com relação à solicitação de fornecimento de entrada, a outra via ficará de

posse da ESCELSA. Caso o projeto esteja em desacordo com a NOR-TEC-01 as

duas vias serão entregue ao projetista/ incorporador/ interessado para que sejam

feitas as correções necessárias.

5. PROJETO TELEFÔNICO

As redes telefônicas em edifícios constituem-se em complementos ou

extensões da rede externa e, como tal, devem merecer um tratamento semelhante

Page 85: instalações prediais

71

ao que normalmente é dispensado àquela rede no que diz respeito a seu

dimensionamento e seu projeto.

Sendo assim, a Telebrás desenvolveu uma documento com o objetivo de

estabelecer os critérios que devem ser observados na elaboração de projetos de

redes telefônicas em edifícios, e esse documento faz parte de um sistema de prática

da TELEBRÁS. Essa é a prática de número 235-510-600.

5.1. Seqüência Básica para elaboração de projetos de redes telefônicas em edifícios

As redes telefônicas em edifícios, independentemente da finalidade a que se

destina a edificação, são divididas em três partes:

a) Cabos de Entrada – cabos que interligam a rede externa aos Distribuidores

Gerais dos edifícios;

b) Cabos Primários ou Cabos da Prumada – cabos que se estendem desde o

Distribuidor Geral até a última caixa de distribuição da prumada de um edifício;

c) Cabos Secundários ou Cabos de Distribuição – cabos que interligam duas caixas

de distribuição ou que interligam uma caixa de distribuição a uma caixa de saída.

Os projetos de redes telefônicas em edifícios têm por finalidade dimensionar

essas três partes que compõem a rede interna, bem como determinar a quantidade

necessária de blocos terminais internos, de modo a prover um sistema de

comunicação adequado ao porte e finalidade do prédio.

Figura 26 – Blocos terminais

Page 86: instalações prediais

72

Um projeto de rede telefônica interna é elaborado mediante a seguinte

seqüência básica de atividades, qualquer que seja o tipo de edifício para o qual a

rede está sendo projetada:

a) Projeto da Rede de Cabos Secundários;

b) Projeto da Rede de Cabos Primários;

c) Projeto dos Cabos de Entrada;

d) Determinação da Quantidade de Blocos Terminais Necessários nas Caixas da

Rede Interna;

e) Determinação dos Comprimentos dos Cabos da Rede Interna;

f) Distribuição dos Cabos da Rede Interna;

g) Elaboração da Tabela de Materiais;

h) Desenho do Projeto.

O projeto de uma rede telefônica em edifícios deve resultar, portanto, num

desenho específico, contendo o esquema da rede em corte vertical, as capacidades,

distribuições e comprimentos dos cabos, as quantidades de blocos terminais que

devem ser instaladas em cada caixa, os detalhes da disposição dos blocos na caixa

de distribuição geral, a tabela de materiais relativa ao projeto elaborado, além de

outros elementos retirados do projeto de tubulação do edifício, como o esquema

dessas tubulações, as dimensões e características das mesmas e outros detalhes

que possam interessar ao executor da rede interna.

O projeto de uma rede telefônica em edifícios está intimamente relacionado

com a tubulação telefônica prevista ou construída para o prédio. Assim, ao se

elaborar um projeto de rede interna deve-se dispor de um desenho da tubulação

telefônica do edifício que contenha, pelo menos, os seguintes elementos:

a) Números de Pontos Telefônicos do Edifício;

b) Dimensões das Caixas da Rede Interna;

c) Diâmetros e Comprimentos das Tubulações

d) Localização das Caixas de Saída;

e) Características da Tubulação de Entrada.

Page 87: instalações prediais

73

5.2. Projeto da Rede de Cabos Secundários

O primeiro passo para elaboração do projeto da rede de cabos secundários

de um edifício é determinar a carga de cada caixa de distribuição em todos os

andares. A carga de cada caixa de distribuição é a soma de todos os pontos

telefônicos atendidos por ela.

A carga assim determinada deve ser corrigida para se obter o número ideal

de Pares Terminados (PT) necessários para atender a carga prevista. O número

ideal de pares terminados não representa, necessariamente, o número real de pares

que efetivamente serão terminados na caixa. O número efetivo de pares terminados

depende das capacidades dos cabos que serão utilizados enquanto que o número

ideal de pares terminados é um artifício de projeto que tem por finalidade,

justamente, determinar a capacidade dos cabos que serão utilizados.

Figura 27 – Exemplo de uma Caixa de Distribuição no andar

A caixa acima possui dois blocos terminais (BLI - 10) e um cabo CI50-20,

que significa um cabo de capacidade de 20 pares terminados de condutores, sendo

estes com 0,50 mm de diâmetro.

O tamanho da caixa e o número de blocos terminais dependerão da carga

prevista para ser atendida no andar.

Page 88: instalações prediais

74

Para um prédio que possua dois apartamentos de três quartos por andar,

este precisará de dois pontos telefônicos para cada apartamento (Ver Quadro 26

abaixo), ou seja, quatro pares por andar. Dessa forma, a Caixa de Distribuição no

andar poderá conter um bloco terminal (BLI-10 – que possui a capacidade de 10

pares), com a chegada de um cabo CI50-10.

Caso o prédio tenha oito apartamentos de dois quartos por andar, será

necessário na caixa de distribuição do andar pelo menos 8 pares terminados.

A quantidade de pares terminados por apartamento pode ser obtido pelo

Quadro 26. Quadro 26 – Quantificação de Pontos Telefônicos

Fonte: Manual de procedimentos de Rede Interna de Telecomunicações da CTBC

(Companhia de Telecomunicações do Brasil Central)

Em função do número ideal de pares terminados devem ser

determinadas as capacidades dos cabos CCI necessários para interligar as caixas

de distribuição às caixas de saída, escolhendo-se cabos de capacidades

adequadas. Ou seja: a soma das capacidades dos cabos escolhidos deve ser igual

ou superior ao número ideal de pares terminados determinados.

5.3. Projeto da Rede de Cabos Primários

5.3.1. Edifícios com Poço de Elevação

Nos edifícios com poços de elevação, cada andar deve ser atendido

diretamente por um cabo de capacidade adequada que parte do Distribuidor Geral

do edifício e termina naquela caixa de distribuição. Esses cabos devem ser

dimensionados em função do número de pares terminados em cada caixa de

distribuição ligada à prumada.

Esse tipo de configuração de rede de cabos primários permite o uso de

cabos de baixa capacidade e proporciona mais flexibilidade às modificações futuras

que possam ser necessárias.

Page 89: instalações prediais

75

Os cabos que atendem aos andares não devem, sempre que possível,

terminar diretamente nos cubículos dos andares. Os prédios que possuem poço de

elevação, em geral comportam várias caixas de distribuição por andar, sendo então

preferível instalar os blocos terminais nessas caixas ao invés de instalá-los nos

cubículos. Estes devem ser deixados apenas para a passagem e emenda dos

cabos.

Figura 28 – Poço de Elevação

Em edifícios com poço de elevação, portanto, são os seguintes os passos

necessários à elaboração do projeto da rede de cabos primários:

Page 90: instalações prediais

76

a) Determina-se a Carga nas caixas de distribuição de cada andar e determina-se o

número ideal de pares terminados necessários para atendê-la;

b) Determina-se a configuração da rede da prumada dentro do poço de elevação,

respeitando-se os critérios estabelecidos para este fim.

c) Determina-se a capacidade de cada cabo previsto em função do número ideal de

pares terminados em cada andar ou em cada caixa de distribuição ligada à

prumada.

5.3.2. Edifícios com Tubulação Convencional

Figura 29 – Tubulação Convencional

Page 91: instalações prediais

77

Os cabos da rede da prumada em edifícios com tubulação convencional

devem ser dispostos em configurações semelhantes àquelas descritas para prédios

com poços de elevação. Neste caso, no entanto, a configuração usual é aquela em

que três andares contíguos são atendidos de um mesmo ponto.

Em edifícios com tubulação convencional com único cabo ramificando-se

pelos andares, o primeiro passo do projeto é calcular o número acumulado ideal de

pares terminados nas caixas de distribuição que atendem a mais de um andar.

Em função deste número, determina-se a capacidade de cada trecho da

rede da prumada entre duas emendas, ou seja, entre duas caixas de distribuição

que atendem a mais de um andar. A determinação da capacidade desses trechos de

cabos deve ser iniciada pela caixa da prumada mais distante do Distribuidor Geral

do edifício.

Cada trecho de cabo que chega numa determinada caixa de distribuição que

atende a mais de um andar, a partir do Distribuidor Geral, tem capacidade igual ou

superior ao número acumulado ideal de pares terminados naquela caixa, mais a

somatória dos números acumulados ideais de pares terminados das caixas do

mesmo tipo imediatamente superiores.

Em edifícios com tubulação convencional, portanto, é a seguinte a seqüência

de atividades para elaboração do projeto de rede de cabos primários:

a) Determina-se a Carga nas caixas de distribuição em cada andar e determina-se o

número ideal de pares terminados necessários para atendê-la;

b) Determina-se o número acumulado ideal de pares terminados nas caixas de

distribuição que atendem a mais de um andar;

c) Determina-se a capacidade de cada cabo ou de cada trecho de cabo previsto em

função do número acumulado ideal de pares terminados em cada caixa de

distribuição que atende a mais de um andar e da configuração da rede da

prumada.

Qualquer que seja a configuração adotada para a rede da prumada em

qualquer tipo de edifício o cabo a ser utilizado é o do tipo CI com condutores com

0,50mm de diâmetro.

Page 92: instalações prediais

78

5.4. Cabos de Entrada

Os cabos de entrada de um edifício são os cabos que estendem da caixa de

distribuição geral do prédio até a caixa subterrânea ou o poste mais próximo. Os

cabos a serem utilizados nessa parte da rede podem ser dos tipos CT, CT-APL ou

CTP-APL. Em alguns casos podem também ser utilizados cabos tipo CTP-APL-G.

A capacidade do cabo de entrada deve ser determinada em função da

quantidade ideal de pares terminados no Distribuidor Geral do edifício do lado da

rede interna. A capacidade do cabo de entrada pode ser menor que a soma das

capacidades dos cabos que constituem a rede da prumada.

5.5. Blocos Terminais

5.5.1. Caixas de Distribuição

Nas caixas de distribuição, a quantidade necessária de blocos terminais é

obtida dividindo-se o número de pares efetivamente terminados na caixa por dez.

Como cada bloco terminal tem capacidade para a terminação de dez pares, deve-se

arredondar o numerador da divisão para o valor superior mais próximo, inteiro e

múltiplo de dez.

Portanto, se em um edifício, houver um andar com uma caixa de distribuição

atendendo dezesseis linhas telefônicas, serão necessários dois blocos terminais

nessa caixa. Dessa forma, como cada bloco terminal possui a capacidade de dez

pares terminados, a caixa de distribuição poderá atender até vinte pares. Como

serão necessários dezesseis pares, haverá quatro pares reservas.

Nas caixas de distribuição da prumada em qualquer configuração da rede, o

número de pares efetivamente terminados será sempre múltiplo de dez, de vez que

os cabos CI são sempre fabricados em capacidades múltiplas daquele número. Nas

caixas de distribuição não pertencentes à prumada, quando são utilizados cabos

CCI, o número de pares efetivamente terminados pode não ser múltiplo de dez.

Os blocos terminais são suportados por canaletas ou fixados diretamente,

através de parafusos, à prancha de madeira existente no fundo da caixa. Cada

canaleta pode suportar até cinco blocos e as canaletas devem ser obrigatoriamente

utilizadas quando a quantidade a ser instalada de blocos terminais for igual ou

Page 93: instalações prediais

79

superior a dois. O número de canaletas é determinado dividindo-se o número de

blocos terminais por cinco e arredondando-se o quociente desta divisão para o

número inteiro superior mais próximo. Assim, se forem instalados oito blocos

terminais numa caixa de distribuição, o número de canaletas será igual a dois.

Figura 30 – Bloco terminal fixado diretamente à prancha de madeira

Figura 31 – Bloco terminal suportado por canaleta

Page 94: instalações prediais

80

Figura 32 – Detalhe de Bloco Terminal

5.5.2. Caixas de Distribuição Geral

As caixas de Distribuição Geral são divididas no meio por uma linha

horizontal imaginária. Na parte superior dessa linha são instalados os blocos

terminais correspondentes ao lado da rede interna.

A quantidade necessária de blocos terminais do lado da rede interna é

calculada dividindo-se a capacidade dos cabos tipo CI que saem da caixa de

distribuição geral por dez. O quociente desta divisão será sempre um múltiplo inteiro

de dez.

A quantidade necessária de canaletas deve ser determinada separadamente

para o lado da rede interna e para o lado da rede externa. Assim, se do lado da rede

interna forem instalados, por exemplo, 32 blocos terminais, serão necessárias 7

canaletas neste lado; se no lado da rede externa forem instalados 20 blocos, serão

necessárias 4 canaletas. A quantidade total de canaletas será, portanto, a soma

dessas duas quantidades obtidas em separado, ou seja, 11.

5.6. Disposição dos cabos e blocos terminais

5.6.1. Caixas de Distribuição

Nas caixas de distribuição, a quantidade de blocos terminais normalmente

não ultrapassa a cinco. Quantidades maiores podem ser encontradas, mas, em tais

Page 95: instalações prediais

81

casos, a disposição dos cabos e blocos pode ser determinada por analogia com as

caixas que contenham quantidades menores de blocos.

Os blocos devem ser dispostos em seqüência, iniciando-se a ocupação de

cima para baixo. Os blocos devem ser dispostos com maior comprimento na

horizontal.

Figura 33– Caixa de Distribuição

Figura 34 – Anéis Guia

Ao lado de cada fileira de blocos e a 4 centímetros destas, devem ser

instalados anéis de guia com rosca soberba que servem para orientar a passagem

dos cabos CCI. Devem ser previstos três anéis por canaleta sendo que os anéis

devem ficar na direção da linha central horizontal da canaleta.

Os cabos CI que contornam as caixas de distribuição ou terminam na

mesma, devem ser fixados através de suportes para cabo.

Page 96: instalações prediais

82

Figura 35 – Foto Caixa de Distribuição

Figura 36 – Foto Bloco Terminal dentro da Caixa de Distribuição

5.6.2. Caixas de Distribuição Geral

Nas caixas de distribuição geral os blocos terminais devem ser instalados a

partir da linha imaginária que divide a caixa ao meio. Esta disposição é válida tanto

para os blocos da rede interna como para os blocos da rede externa.

Page 97: instalações prediais

83

Figura 37– Exemplo de Distribuidor Geral (DG)

No lado da rede externa os blocos devem ser instalados de baixo para cima

e da esquerda para a direita, a partir da linha horizontal e imaginária e a 5

centímetros desta. No lado da rede interna, os blocos devem ser instalados de cima

para baixo e da esquerda para a direita, a partir da linha horizontal imaginária e a 5

centímetros desta.

Entre os dois conjuntos de blocos, sobre a linha horizontal imaginária,

devem ser colocados anéis de guia com rosca soberba para servirem de guia para a

passagem de fios tipo FDG.

Os blocos terminais devem ser instalados com seu maior comprimento na

horizontal. Ao lado de cada fileira de blocos e a 4 centímetros destas devem ser

instalados anéis de guia com rosca soberba.

Os cabos da rede interna que saem da caixa de distribuição geral e os cabos

da rede externa que entram na caixa devem ser fixados através de suportes para

cabo de tamanho adequado.

Page 98: instalações prediais

84

5.7. Comprimentos dos Cabos da Rede Interna

Nas caixas de distribuição, a emenda dos cabos CI deve ficar, sempre que

possível, encostada na parede da caixa e no lado esquerdo da mesma, quando esta

é olhada de frente. No entanto, dependendo da tubulação e do tipo de emenda a ser

executada, o lado escolhido pode ser o outro, desde que ofereça melhores

condições para a execução da emenda e para melhor aproveitamento do cabo e do

espaço interno da caixa.

O pedaço de cabo que vai desde a emenda até os blocos terminais deve ter

um comprimento tal que permita que o mesmo percorra toda a extensão ocupada

pelos blocos, deixando-se um comprimento de cabo suficiente para a execução das

formas de terminação.

O comprimento total do cabo necessário à execução da forma deve ser igual

ao comprimento total dos blocos instalados mais 40 centímetros. O cabo deve estar

na posição definitiva da forma. A forma inicia-se logo após a curvatura do cabo e a

10 centímetros da fileira mais próxima de blocos terminais.

Na terminação dos cabos nas caixas de distribuição podem ocorrer os

seguintes casos:

a) O cabo tem alguns pares terminados na caixa de distribuição e continua a subir

com a mesma capacidade

Neste caso, deve ser prevista uma alça de folga para facilitar a retirada dos

pares terminados. Esta alça deve ter um comprimento igual à altura da caixa e deve

ficar do lado esquerdo da mesma.

Figura 38 – Representação da Terminação dos cabos no caso a.

b) O cabo tem alguns pares terminados na caixa e muda de capacidade.

Page 99: instalações prediais

85

Neste caso, deve ser prevista uma emenda completa. O comprimento do

cabo é definido determinando-se, no lado esquerdo da caixa, o local da emenda, de

modo que os cabos a serem emendados se cruzem neste ponto.

Figura 39 - Representação da Terminação dos cabos no caso b.

c) O cabo termina na caixa.

Neste caso, deve ser previsto um comprimento de cabo suficiente para que

ele dê a volta na caixa, comprimento esse igual a pelo menos três vezes a altura da

caixa.

Figura 40 - Representação da Terminação dos cabos no caso c.

Todos os cabos que entram na caixa de distribuição geral, quer do lado da

rede externa, quer do lado da rede interna, terminam nela. Portanto, cada cabo que

entra nesta caixa deve ser previsto com um comprimento igual a pelo menos três

vezes a altura da caixa. Quadro 27 – Raios mínimos de Curvatura do cabo CI

Número de Pares do cabo Raio de curvatura (mm)

10 70

20 91

30 105

50 130

100 172

200 238 Fonte: Prática Telebrás 01012

Page 100: instalações prediais

86

Os cabos da rede interna (cabo CI) devem obedecer aos raios mínimos de

curvatura apontados no Quadro 27. Dessa forma, ao se determinar o comprimento

dos cabos da rede interna, esses raios mínimos de curvatura devem ser

considerados.

5.8. Distribuição dos cabos da rede interna

Chama-se “distribuição” a designação de camadas (ou seja, grupos de

pares) de um cabo para atender permanentemente às previsões de demanda de

serviços em pontos definidos de uma rede de cabos telefônicos. No caso de uma

rede de cabos internos em edifícios, a distribuição consiste em designar os grupos

de pares que serão ligados aos blocos terminais a serem instalados nas caixas de

distribuição.

A determinação da distribuição dos cabos é feita partindo-se da última caixa

de distribuição ou cubículo será designada a contagem de pares mais baixa. A

contagem irá crescendo à medida que as caixas de distribuição se aproximam da

caixa de distribuição geral.

Depois de distribuídos os pares na rede da prumada, esses mesmos pares

devem ser distribuídos nos blocos terminais de dez pares instalados nas caixas de

distribuição, designando-se contagens contínuas. Assim, o cabo de contagem 1-20

será distribuído em dois blocos terminais, ocupando o primeiro a distribuição 1-10 e

o segundo, a distribuição 11-20.

5.9. Desenho do projeto

Todo e qualquer projeto de rede telefônica interna deve conter os elementos

necessários ao completo entendimento dos serviços a serem executados.

Todos os desenhos devem possuir, no canto inferior direito, uma legenda,

cujos campos devem ser preenchidos com os seguintes elementos, de modo a

identificar perfeitamente o edifício e o responsável pelo projeto da rede telefônica

interna:

a) Construtor: nome ou razão social do responsável pela construção do edifício;

Page 101: instalações prediais

87

b) Edifício e Endereço: nome e endereço completo do edifício para o qual foi

projetada a rede interna;

c) Escala: escala do desenho do projeto;

d) Responsável pelo projeto: nome, número de registro do CREA ou no DENTEL,

data (dia, mês e ano) e assinatura do responsável pelo projeto da rede interna;

e) Título: identificação do desenho (planta de localização, planta da rede

secundaria, planta da rede primaria, etc.);

f) Desenho: número do desenho.

O desenho do projeto deve conter um desenho esquemático detalhado do

distribuidor geral do edifício, mostrando a disposição dos blocos do lado da rede

interna e do lado da rede externa.

Um desenho completo de projeto de rede interna deve conter, pelo menos,

os seguintes elementos:

a) Corte vertical do edifício, mostrando em forma esquemática os andares, a

tubulação telefônica do prédio com todas as suas dimensões e o esquema da

rede telefônica, ao lado desta tubulação;

b) O esquema da rede telefônica, mostrando a configuração da rede, a posição da

emendas, as capacidades, diâmetros e distribuições dos cabos da rede interna,

os comprimentos desses cabos e a quantidade e localização dos blocos

terminais internos;

c) Planta baixa do andar tipo mostrando o trajeto e distribuição da rede secundária;

d) O detalhe do distribuidor geral do edifício, mostrando a disposição dos blocos do

lado da rede interna e do lado da rede externa;

e) A tabela de materiais relativa ao projeto;

f) A legenda padronizada devidamente preenchida;

g) Outros detalhes que se façam necessários para o completo entendimento do

serviço a ser executado.

Page 102: instalações prediais

88

6. ESTUDO SOBRE PROJETO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

6.1. Introdução

A automação residencial é um sistema capaz de melhorar o estilo de vida

aumentando o conforto, segurança e eficiência de uma residência. Engloba

iluminação, entretenimento, segurança, telecomunicações, temperatura ambiente,

controle de utilidades e de equipamentos diversos com a possibilidade de ser

centralizado em um único sistema de controle.

Primeiramente foi a automação industrial, ligada ao controle e à supervisão

das linhas de produção, depois a de edifícios comerciais mais voltada às áreas

patrimonial e institucional. Agora a automação residencial, um mercado emergente

que já é realidade em todo o Brasil, chega com soluções interessantes e

diferenciadas voltadas aos serviços para o usuário.

Trata-se de novas tecnologias que procuram oferecer conforto, praticidade,

produtividade, economia, eficiência e rentabilidade, com valorização da imagem do

empreendimento e de seus usuários.

Com a automação residencial o que se objetiva é a integração de

tecnologias de acesso à informação e entretenimento, com otimização dos negócios,

da Internet, da segurança, além de total integração da rede de dados, voz, imagem e

multimídia. Isso é obtido através de um projeto único que envolve infra-estrutura,

dispositivos e software de controle.

As soluções tradicionais utilizam sistemas autônomos, que não se

comunicam entre si. Desta forma, os benefícios da integração não estão sendo

levados aos usuários.

Quais são os sistemas residenciais modernos que se deve incluir num

projeto integrado? A seguir os principais:

- áudio, vídeo, som ambiente, tv por assinatura.

- segurança (alarmes, monitoramento, CFTV).

- controle de iluminação.

- telefonia.

Page 103: instalações prediais

89

- redes de dados e informática.

- ar condicionado e aquecimento.

- persianas e cortinas automáticas.

- eletrodomésticos inteligentes.

- utilidades (irrigar, bombas, aspiração central, gás).

- gerenciamento de energia.

Figura 41 – Sistema Geral

As casas do futuro terão vários computadores, scanners, fax, impressoras e

telefones interligados (intranet) e compartilhados através de conexão em banda

larga (Internet) com o mundo exterior. Além destes fatores, o uso da residência

como complemento do escritório e o aumento do número de profissionais que

trabalham em casa criaram uma demanda de serviços de telecomunicações de

maior capacidade.

Page 104: instalações prediais

90

6.2. Projeto de Cabeamento Estruturado

Com o crescimento do uso das redes locais de computadores e a agregação

de novos serviços e mídias como voz, dados, teleconferência, internet e multimídia,

surgiu a necessidade de se estabelecer critérios para ordenar e estruturar o

cabeamento.

No final dos anos 80, as companhias dos setores de telecomunicações e

informática estavam preocupadas com a falta de padronização para os sistemas de

cabos de telecomunicações.

Em 1991, a associação EIA/TIA (Eletronic Industries Association /

Telecommunications Industry Association) propôs a primeira versão de uma norma

de padronização de fios e cabos para telecomunicações em prédios comerciais,

denominada de EIA/TIA-568 cujo objetivo básico era:

a) Implementar um padrão genérico de cabeamento de telecomunicações a ser

seguido por fornecedores diferentes;

b) Estruturar um sistema de cabeamento intra e inter-predial, com produtos de

fornecedores distintos;

c) Estabelecer critérios técnicos de desempenho para sistemas distintos de

cabeamento tradicional, baseado em aplicações;

Assim, os prédios possuíam cabeamento para voz, dados, sistemas de

controle, eletricidade, segurança, cada qual com uma padronização proprietária.

Eram fios e cabos por toda parte, cabo coaxial, par trançado, cabo blindado.

Neste cenário, alguns problemas surgiram para desestimular essa forma de

cabeamento não estruturado:

a) Mudança rápida de tecnologia: Microcomputadores mais velozes, serviços

integrados de voz e dados, redes locais de alta velocidade;

b) Infra-estrutura de telefonia privada inadequada para novas tecnologias;

c) Rápida saturação de dutos, canaletas e outros suportes de cabeamento;

d) Inflexibilidade para mudanças;

e) Cabeamento não reaproveitável com novas tecnologias;

f) Suporte técnico dependente de fabricantes;

g) Aumento de custo.

Page 105: instalações prediais

91

Figura 42 – Exemplo de organização com o cabeamento estruturado

A demanda futura para o mercado SoHo (Small Office/Home Office) traz a

necessidade de se dispor de uma infra-estrutura de cabeamento capaz de suportar

todas as aplicações. Decorrente da necessidade de padronização na distribuição

dos dados e largura de banda nas comunicações, deve-se levar em consideração a

instalação de cabeamento estruturado que permite a utilização de uma mídia

unificada, mais bem arrumada e elaborada para o transporte de sinais de TV,

telefonia, Internet e compartilhamento de dados e recursos em geral.

Page 106: instalações prediais

92

Figura 43 – Sistema de automação integrado

Há muito tempo os sistemas de cabeamento estruturado é a infra-estrutura

padrão de comunicações para edifícios de escritórios. Além de aumentar

sensivelmente a confiabilidade e performance da instalação, o cabeamento

estruturado ainda torna simples e fáceis as adições, upgrades e mudanças. Uma

casa pré-cabeada, capaz de acomodar tecnologias presentes e futuras é sinônimo

de prevenção à obsolescência técnica e prematura do seu investimento.

Todos os serviços de telecomunicações de entrada (telefonia, internet, TV

cabo/satélite, CATV, CFTV) podem ser centralizados em um gabinete e a partir

deste ponto os cabos são lançados diretamente às tomadas de serviços, espalhadas

pela residência/escritório.

Estes sistemas de cabeamento compreendem cabos de alta velocidade e

painéis de distribuição. O conjunto de cabos consiste normalmente em dois pares de

Coaxiais RG6 e dois pares de cabos Par-Trançado categoria 5, unidos num único

cabo para maior facilidade de instalação.

O cabo RG-6 é um dos mais comuns tipos de cabos coaxiais utilizados para

fins comerciais e domésticos. O termo RG-6 é um rótulo genérico que pode ser

Page 107: instalações prediais

93

usada para descrever todo um conjunto de desenhos de cabos. RG significa Radio

Guide e é um termo utilizado no envio de sinais de Rádio Freqüência (RF) através

de cabos coaxiais.

Figura 44 – Cabo RG-6

Figura 45 – Desenho Cabo RG-6

O cabo categoria 5 trata-se de um cabo de fios de pares trançados sem

blindagem 22 ou 24 AWG com uma impedância de 100 ohms. Testado para uma

largura de banda de 100 MHz, esse cabo é capaz de transportar um sinal de dados

a 100 megabits por segundo sob determinadas condições. O cabo da Categoria 5 é

um meio de alta qualidade cada vez mais usado em aplicações voltadas para a

transmissão de imagens e dados em grandes velocidades.

Page 108: instalações prediais

94

Figura 46 – Cabo Par-Trançado Categoria 5

Figura 47– Esquema Demonstrativo do Cabeamento Estruturado

Os cabos RG-6 e Categoria 5 são ideais para as condições atuais; pois,

cabos telefônicos Categoria 5 transportam dados 10 vezes mais rápido que os cabos

de cobre comuns. Os cabos RG-6 oferecem uma boa largura de banda para

transportar sinais de TV de alta definição. Porém velocidade e capacidade são

apenas parte da equação. A distribuição de som, vídeo e dados para múltiplos

Page 109: instalações prediais

95

computadores, TV's, caixas acústicas e telefones são importantes elementos dos

sistemas de cabeamento estruturado. Esta é a tarefa dos painéis de distribuição.

Figura 48 – Patch Painel em um painel de distribuição

Figura 49 – Painel de distribuição

Page 110: instalações prediais

96

6.3. Algumas Aplicações

6.3.1. Sistemas para controle de iluminação

Muitas tecnologias vêm se desenvolvendo dentro do vasto leque de opções

que compreende a automação residencial. Algumas já se tornaram mandatórias em

todos os tipos de ambientes, como os sistemas para controle de iluminação,

presentes em casas, apartamentos e escritórios, além de grandes empresas,

teatros, hotéis e hospitais. Seu papel fundamental é proporcionar mais conforto,

economia e segurança.

Figura 50 – Ambiente com controle de luminosidade

A forma mais simples de se controlar lâmpadas é através de um interruptor.

Ao apertá-lo, o usuário fecha um contato que permite ou impede a passagem de

corrente, fornecendo potência total à carga.

Page 111: instalações prediais

97

Figura 51 - Simples acionador de lâmpada ao cair do sol, com controle automático e manual

Sofisticando um pouco mais, podemos controlar lâmpadas com dimmers

(atenuadores), que possibilitam diminuir a quantidade de potência da carga através

de limitadores de tensão elétrica. Os dimmers antigos não passavam de reostatos

ligados em série com a lâmpada. Eram grandes, pouco eficientes e não eram

confiáveis, já que podiam superaquecer e causar incêndios.

Com os avanços da eletrônica, foi possível desenvolver dimmers com

semicondutores, que funcionam como interruptores de alta velocidade, ligando e

desligando 120 vezes por segundo. Eles são menores e mais eficientes que

dimmers de reostato, cabendo facilmente em uma caixa de parede padrão 4x2. As

maiores vantagens obtidas com o uso de dimmers com semicondutores são o

aumento da vida útil da lâmpada e a economia de energia elétrica resultantes da

atenuação da potência. Os dimmers atuais conseguem reduzir a intensidade

luminosa de lâmpadas de naturezas diferentes, como incandescentes, dicróicas

(com transformadores) e até fluorescentes, de uma forma segura e prática, podendo

substituir interruptores sem qualquer necessidade de obra ou instalação especial.

Page 112: instalações prediais

98

Figura 52 – Esquemático de um dimer

O controle de iluminação apresenta benefícios estéticos imediatos: as cenas

de iluminação são amplamente usadas em salas de reuniões e convenções, museus

e casas de espetáculo. Utilizando este artifício é possível, com o toque de um único

botão, ajustar os níveis de todas as luminárias de acordo com o evento. Desta

forma, os detalhes corretos são iluminados adequadamente e o efeito desejado é

atingido.

De olho no crescente mercado de pequeno porte, os fabricantes de sistemas

para controle de cenas de iluminação vêm lançando produtos modulares e de menor

custo, permitindo assim que residências, escritórios, consultórios, restaurantes e

lojas também possam se beneficiar com as cenas. Na sala de uma casa, por

exemplo, são necessárias cenas diferentes para cada tipo de ocupação. Uma cena

específica para o jantar deve acender o circuito de lâmpadas sobre a mesa e

atenuar os circuitos das cortinas. Já em uma festa, quadros e lavabos ficam acesos

enquanto os corredores são apagados. Se quiser assistir TV, a iluminação indireta é

atenuada, as demais são desligadas.

O usuário tem fácil acesso às funções do seu sistema através de controles

variados. As interfaces são amigáveis e adequadas para a finalidade principal do

sistema, trazendo economia e segurança principalmente em sistemas de

gerenciamento predial e acionamento mediante ocupação.

6.3.2. Sistema inteligente para irrigação de jardins

As vantagens desse sistema são inúmeras. O uso racional e econômico da

água; tempo livre para outras atividades de lazer e a valorização da sua

propriedade. A irrigação é feita de maneira uniforme e pulverizada ("spray"), bem

Page 113: instalações prediais

99

diferente dos jatos d'água das mangueiras, que acabam estragando as plantas e

flores mais delicadas.

A irrigação pode ser programada para ser executada várias vezes num dia,

devendo-se escolher os horários mais adequados para cada tipo de planta ou

localização no jardim. Irrigar durante a noite tem a vantagem da menor evaporação e

maior absorção da água. Além disso, o sistema pode ser programado para funcionar

diariamente ou a cada 2, 3 ou 5 dias, dependendo da estação do ano.

Projeta-se a irrigação em diversos setores, para que se possa fornecer as

quantidades adequadas de água. Assim, o dimensionamento do sistema leva em

consideração a área a ser irrigada (se está em local ensolarado ou com sombra),

tipos de plantas e aspersores, vazão total necessária e o clima local determinado

pelo índice de evapo-transpiração. Esse índice mede a água perdida por evaporação

no solo e por sua superfície e pela transpiração, que é a água efetivamente utilizada

pela planta.

E se chover? O sistema tem um sensor de umidade no solo, que irá

bloquear o comando elétrico de acionamento da bomba e válvulas, caso não haja a

necessidade de irrigação.

O controlador, o cérebro do sistema, é a peça que completa a irrigação

automática. Com ele é possível programar os horários de irrigação, ligando e

desligando os diversos setores em tempos determinados em uma simples operação.

Deve-se prever também um circuito de energia elétrica para alimentação da

bomba, válvulas e controlador, e a conexão com o sistema de automação

residencial, se existir.

O custo da instalação varia conforme o tamanho e formato do jardim, tipos

de aspersores utilizados e tipos de plantas. Quanto mais regular e ampla for a área,

mais barato será o metro quadrado de implantação.

O período de instalação de um sistema gira em torno de uma semana e o

seu custo de manutenção é muito baixo.

Page 114: instalações prediais

100

Figura 53 – Exemplo de Sensor de Umidade do Solo.

Figura 54 – Ilustração do Sensor de Umidade no terreno.

6.3.3. Reconhecimento de Voz

A possibilidade de utilizar sistemas de reconhecimento de voz na automação

residencial tem aumentado substancialmente a cada dia, decorrente do

barateamento dos custos dos recursos de informática e do aumento significativo do

poder de processamento dos computadores, que é essencial para uma boa

performance do sistema.

Muitos produtos já foram lançados no mercado, principalmente para

utilização por pessoas com deficiência física, crianças e idosos. Estes produtos

baseiam-se em ditados e precisam de um pré-treinamento do usuário para que o

sistema reconheça o seu padrão de voz, o problema é que sistema necessita de

microfones o mais perto possível para garantir melhor qualidade no reconhecimento

Page 115: instalações prediais

101

e os ruídos, ecos e falta de nitidez atrapalham consideravelmente o reconhecimento

da fala.

Para que um sistema de reconhecimento de voz seja implantado, é preciso

analisar os seguintes itens:

• O reconhecimento dos comandos de voz deve ser confiável;

• Deve operar eficientemente mesmo com o barulho normal de um ambiente;

• O sistema deve operar totalmente livre do uso das mãos. Não deve ser

necessário que o usuário porte qualquer tipo adicional de hardware, seja um

controle remoto sem fio, telefone ou microfone;

• Deve operar usando microfones ativos distribuídos pela casa, que captam todo

som ambiente incluindo os comandos de voz que devem ser reconhecidos e

interpretados;

• O sistema de reconhecimento de voz deve ser um opcional nos sistemas

automatizados, ou seja, para os usuários impossibilitados de falar deverá haver

os comandos normais através de interruptores, sensores, controle remoto e

painéis de controle;

• Deve se integrar a múltiplos controladores para permitir uma abordagem de

sistema aberto;

• Deve permitir a possibilidade de um feedback sonoro opcional para que seja

confirmado para o usuário o recebimento do comando de automação.

6.3.4. Sistema de Alarme Vazamentos de Gás, Fumaça e Incêndio

Consistem em dispositivos para alertar e resolver imprevistos, dispondo de

sensores para detecção de fumaça e incêndio, que podem emitir sinais sonoros de

alerta e até acionar esguichos de emergência; ou, sensor de vazamento de gás,

uma vez que o sensor capte a vazão, um dispositivo automaticamente fecha a saída

de gás, corta a energia elétrica da casa e ainda levanta as cortinas para a

ventilação.

Page 116: instalações prediais

102

6.3.5. Cortinas Automatizadas

A motorização de cortinas e persianas proporciona uma grande

conveniência, principalmente quando integrada aos controles domésticos de

iluminação e aos sistemas de entretenimento (Home Theaters). Como principais

características, podemos citar a utilização de controles remotos sem fio (IR) e a

possibilidade de instalar sensores de chuva e de sol que acionam o fechamento e

abertura das persianas. Ainda podemos citar nas persianas, a opção para blackout.

6.4. Sistema de Integração

Um projeto de automação residencial deve integrar todos os subsistemas em

um só sistema. Para isso, algumas empresas no ramo de instalações elétricas

desenvolveram equipamentos que facilitam a vida dos projetistas. A Schneider

Eletric, por exemplo, possui uma linha de produtos específica para automação

residencial (linha IHC – Intelligent Home Control).

Figura 55– Diagrama de Entradas e Saídas em um Sistema Integrado

Page 117: instalações prediais

103

Para ser instalado o IHC necessita de um projeto específico de infra-

estrutura (tubulações e fiação) e mão de obra treinada. Quem realiza o projeto, a

programação e a instalação do IHC é o integrador de sistemas residenciais. O

integrador é um profissional especializado que trabalha em conjunto com o arquiteto

e que, está presente desde a concepção do projeto até o fim da instalação.

A linha de produtos da IHC consiste em vários módulos que permitem a

integração de vários sistemas. Desses módulos o principal é o módulo de controle.

Este é o cérebro do sistema, controlando os dispositivos de uma casa/ apartamento,

e é programado a partir de um computador, via software.

Figura 56 – Módulo de Controle

Entre os outros módulos estão os de entrada e saída. Há módulos de

entrada 24V que recebe sinais de pulsadores, sensores, detectores, etc. As

informações recebidas por ele são transmitida ao módulo de controle. Os módulos

de saída se dividem em saída 24 V e 230 V. Os de 24 V se destinam a ativar LEDs

de confirmação nos pulsadores para confirmar estado de carga de calefação, luzes

de outro ambiente, etc. Os módulos de saída 230 V controlam até 8 cargas de 230

V, como iluminação, motores, sirenes, etc.

Há também um Módulo Modem, que é um modem telefônico para tons e

pulsos com comunicação bidirecional e protegido por senha. Serve para transmitir

alarmes para um telefone pré-determinado. Com ele é possível consultar estados ou

fazer o controle forçado do IHC.

Page 118: instalações prediais

104

Há outros módulos, mas os principais são esses para que se possa entender

o sistema. Na figura 57 abaixo é mostrado um diagrama de instalação dos

componentes do sistema IHC. Na figura, pode-se observar que um sensor de

presença, o pulsador e o detector de gás estão ligados ao IHC Input 24, que é o

módulo de entrada 24 V. Por meio desse módulos os sensores, pulsadores e

detectores podem se comunicar com a central. Quando uma das entradas é

acionada, o módulo de entrada comunica a central. Esta, por sua vez, está

programada para ligar determinada saída neste momento. O comando que sai a

central chega ao módulo de saída, que ativa o equipamento de saída.

Figura 57 – Diagrama da instalação dos componentes

Outro fato importante a destacar, é que a instalação do sistema IHC pode

ser centralizada ou descentralizada.

A centralizada concentra todos os módulos do sistema em um só quadro da

casa. A ligação dos equipamentos de saídas e os sensores distribuídos pela casa

são ligados todos aos módulos dentro desse quadro.

Page 119: instalações prediais

105

Figura 58- Instalação Centralizada

Já a descentralizada possui módulos espalhados pela casa de acordo com o

seu local de utilização. Há um quadro principal com o módulo de controle, porém os

módulos de entradas e saídas ficam espalhados pela casa.

Figura 59 – Instalação Descentralizada

Page 120: instalações prediais

106

7. TECNOLOGIA DE APOIO AO PROJETISTA

7.1. Software para desenho

Há cerca de vinte anos a elaboração de projetos era feita exclusivamente

nas pranchetas. Os projetos eram desenhados a mão, e era um processo muito

trabalhoso. Não havia a tecnologia que é disponível hoje, e que facilita tanto a vida

do projetista.

A ferramenta principal de um projetista são os programas de desenhos

auxiliados por computador (CAD – Computer Aided Design). No mercado brasileiro,

existem cerca de uma dezena de programas de CAD, mas atualmente predomina o

AutoCAD e suas versões especializadas, seguido pelo Microstation. Eis os

endereços na Internet em que se pode obter mais informações sobre eles:

• Programa AutoCAD, da Autodesk: http://www.autodesk.com

• Programa MicroStation, da Bentley: http://www.bentley.com/products/

O AutoCAD é a ferramenta principal da maioria dos escritórios de projetos,

seja de projeto elétrico, arquitetônico, estrutural, hidráulico, etc. O AutoCAD

substituiu a antiga prancheta. Isso facilitou muito o trabalho do projetista quando, por

exemplo, precisava fazer alguma revisão no desenho. No computador, ele pode abrir

o arquivo e fazer as alterações desejadas. No caso da velha prancheta ele precisaria

começar o desenho do zero. Portanto, o AutoCAD além de facilitar, ele agiliza o

trabalho.

O AutoCAD é uma ferramenta muito poderosa de desenho. Provavelmente,

nem mesmo os projetistas mais experientes conhecem todas as disponibilidades de

comando que o AutoCAD oferece. O AutoCAD permite além dos seus recursos mais

comuns de desenho, permite também que o usuário utilize do Visual Basic, que é

uma linguagem programação produzida pela empresa Microsoft, que permite a

criação de macros, e está integrado em todos os produtos da família de produtos

Microsoft Office, e também em outros produtos de terceiros.

As Macros são rotinas que executam automaticamente num documento,

como por exemplo, abrir um arquivo, selecionar um campo, fazer um cálculo, etc.,

dependendo de como a pessoa programou essa macro.

Page 121: instalações prediais

107

No AutoCAD, podem-se criar rotinas para desenhos e cálculos. Evitando o

trabalho repetitivo de algumas ações.

Quem quiser pesquisar sobre a criação de rotinas no AutoCAD, usando

VBA, pode ler o livro do professor Luís Alberto Gómez, “VBA para AutoCAD” da

editora Visual Books. Primeiramente ele explica os fundamentos básicos da

programação em VBA, seus elementos e a integração do VBA e o AutoCAD. Depois

demonstra uma aplicação a ser usada na engenharia elétrica como a determinação

de cargas elétricas.

7.2. Software para projetos

Há também no mercado programas que se disponibilizam a fazer

praticamente um projeto completo no AutoCAD. Na área da elétrica, os dois

principais são o CADDPROJ da HIGHLIGHT Computação Gráfica, e o lumine.v4 da

AltoQi.

São programas que se propõem a auxiliar no lançamento de pontos, na

definição de circuitos, no lançamento dos condutos e da fiação e fazem a lista de

material.

7.3. Utilização do Excel para a Elaboração de Cálculos

Durante a elaboração de um projeto, há muitos cálculos e é necessário

constantemente consultar tabelas de normas e catálogos de produtos.

Por exemplo, no dimensionamento de um quadro de distribuição de uma

unidade consumidora, ao se separar os circuitos e definir suas cargas, precisamos

calcular a sua corrente, para determinar qual disjuntor e o cabo a serem usados em

cada circuito.

Com a ajuda do Excel, podem-se organizar esses circuitos em uma tabela

com colunas para o número do circuito, a descrição do circuito, a carga e o número

de fases. Com essas informações podem-se criar fórmulas para o cálculo da

corrente do circuito.

Page 122: instalações prediais

108

Figura 60 – Lista de Circuitos de um Quadro no Excel.

No mesmo arquivo, colocam-se em forma de tabela algumas informações de

normas e catálogos, formando, assim, uma base de dados para que o programa

possa buscá-las. Quadro 28 - Relação cabo (mm2) e corrente (A)

Fonte: NOR-TEC-01

Page 123: instalações prediais

109

Por exemplo, coloca-se em uma tabela a capacidade dos disjuntores usados

de acordo com o catálogo dos fabricantes. Colocam-se também em forma de tabela

os cabos definidos em norma e suas respectivas capacidades de condução de

corrente.

Figura 61 - Dimensionamento de disjuntores e alimentadores pelo Excel

Page 124: instalações prediais

110

CONCLUSÕES

Este trabalho visou principalmente o estudo da elaboração de um projeto da

instalação elétrica de um edifício residencial. No capítulo 2, foi passada uma receita

de projetos com os passos principais a serem seguidos no desenvolvimento de um

projeto. Foi vista a importância para um projetista iniciante de seguir fielmente esta

seqüência descrita.

No capítulo 3, a seqüência foi descrita passo a passo, procurando dar uma

visão clara de cada processo. Neste capítulo pode-se ver a importância de se fazer

inicialmente uma boa engenharia básica, calculando cargas, demandas e definindo

os circuitos e alguns aspectos importantes antes de se iniciar o projeto. Assim,

evitam-se retrabalhos no futuro. Neste capítulo, foram estudados os princípios

fundamentais e as características gerais de uma instalação elétrica. Foi vista a

importância da segurança e determinada as formas de proteções que se tem em

uma instalação.

No capítulo 4, foi descrito, baseado na NOR-TEC-01, um procedimento para

a preparação de um pedido a Escelsa para o fornecimento de energia elétrica de um

edifício. No Apêndice C, há o modelo de carta que deve ser encaminhada para a

Escelsa com as informações requisitadas.

No capítulo 5, foi mostrada uma seqüência básica de passos para a

elaboração de um projeto telefônico de acordo com a prática da Telebrás. Foram

vistos os pontos mais importantes neste tipo de projeto, como o dimensionamento

dos cabos secundários, primários e os de entrada, a definição dos quadros de

distribuição e a quantidade e a disposição dos blocos terminais nestes quadros.

Foi feita uma introdução a automação residencial no capítulo 6. Para

descrever sobre esse assunto, foi necessária pesquisas basicamente na internet

através de sites como da AURESIDE (Associação Brasileira de Automação

Residencial). Através desse site foi possível estudar artigos sobre a área, que

contribuíram para o desenvolvimento deste capítulo. Foi destinado um subitem neste

capítulo para falar sobre cabeamento estruturado, visto a importância deste para um

projeto de automação e a integração de vários sistemas. Um outro subitem foi

destinado para falar sobre a linha IHC (Intelligent Home Control), que é um conjunto

de produtos da Prime – Schneider destinado para se fazer um sistema integrado em

Page 125: instalações prediais

111

residências. Foram faladas também neste capítulo algumas aplicações mais usadas

na automação residencial.

No capítulo 7, comentou-se da importância do Auto-Cad para o

desenvolvimento de um projeto, e sobre a existência de softwares no mercado que

se propõem a facilitar o trabalho de um projetista em vários aspectos, tanto como

desenhos quanto cálculos. Foi falado também sobre a possibilidade de se utilizar o

Excel como ferramenta de cálculos.

Fica como sugestão para trabalhos futuros o desenvolvimento de uma

pesquisa mais aprofundada para o projeto telefônico ou o de automação, visto que

são duas áreas muito ricas em assunto, e o presente trabalho se limitou dar apenas

uma introdução nesses assuntos.

Page 126: instalações prediais

112

APÊNDICE A

Quadro 29 - Cálculo da parcela de demanda de um apartamento em função da área útil.

Fonte: CODI

Page 127: instalações prediais

113

Quadro 30 - Diversificação em função da quantidade de apartamentos

Fonte: CODI

Page 128: instalações prediais

114

Quadro 31 - Determinação da potência (kVA) em função da quantidade de motores a) Motores Trifásicos

b) Motores monofásicos

Fonte: CODI

Page 129: instalações prediais

115

APÊNDICE B

Influências externas determinantes

No quadro da proteção contra choques elétricos, as seguintes condições de

influências externas são determinantes:

BA = Competência das pessoas.

BB = Resistência elétrica do corpo humano.

BC = Contato das pessoas com o potencial da terra.

Quadro 32 - Competência das pessoas Código Classificação Características Aplicações e exemplos

BA1 Comuns Pessoas inadvertida -

BA2 Crianças Crianças em locais a elas destinados 1) Creches, escolas

BA3 Incapacitadas

Pessoas que não dispõem de completa

capacidade física ou intelectual (idosos,

doentes)

Casas de repouso, unidades

de saúde

BA4 Advertidas

Pessoas suficientemente informadas ou

supervisonadas por pessoas qualificadas, de tal

forma que lhes permite evitar os perigos da

eletricidade (pessoal de manutenção e/ou

operação)

Locais de serviço elétrico

BA5 Qualificadas

Pessoas com conhecimento técnico ou

experiência tal que lhes permite evitar os

perigos da eletricidade (engenheiro e técnicos)

Locais de serviço elétrico

fechados

1) Esta classificação não se aplica necessariamente a locais de habitação.

Fonte: NBR-5410

Page 130: instalações prediais

116

Quadro 33 – Resistência Elétrica do corpo humano Código Classificação Características Aplicações e exemplos

BB1 Alta Condições secas Circunstâncias nas quais a pele está seca

(nenhuma umidade, inclusive suor)

BB2 Normal Condições úmidas

Passagem da corrente elétrica de um mão à

outra ou de uma mão a um pé, com pele

úmida de suor, sendo a superfície de

contato significativa

BB3 Baixa Condições molhadas

Passagem da corrente elétrica entre as duas

mãos e os dois pés, estando as pessoas com

os pés molhados ao ponto de se poder

desprezar a resistência da pele e dos pés

BB4 Muito Baixa Condições imersas Pessoas imersas na água, por exemplo em

banheiras ou piscinas

Fonte: NBR-5410

Quadro 34 – Contato das pessoas com o potencial da terra Código Classificação Características Aplicações e exemplos

BC1 Nulo Locais não-condutivos Locais cujo piso e paredes sejam isolantes e

que não possuam nenhum elemento condutivo

BC2 Raro

Em condições habituais, as pessoas

não estão em contato com

elementos condutivos ou postadas

sobre superfícies condutivas

Locais cujo piso e paredes sejam isolantes,

com elementos condutivos em pequena

quantidade ou de pequenas dimensões e de tal

forma a probabilidade de contato possa ser

desprezada

BC3 Freqüente

Pessoas em contato com elementos

condutivos ou postadas sobre

superfícies condutivas

Locais cujo piso e paredes sejam condutivos

ou que possuam elementos condutivos em

quantidade ou de dimensões consideráveis

BC4 Contínuo

Pessoas em contato permanente

com paredes metálicas e com

pequena possibilidade de poder

interromper o contato

Locais como cladeiras ou vasos metálicos,

cujas dimensões sejam tais que as pessoas que

neles penetrem estejam continamente em

contato com as paredes. A redução da

liberdade de movimentos das pessoas pode,

por um lado, impedi-las de romper

voluntariamente o contato e por outro

aumentar os riscos de contato involuntário.

Fonte: NBR-5410

Page 131: instalações prediais

117

Situações 1, 2 e 3 Definem-se, em função das influências externas BB (Quadro 31) e BC (Quadro 32),

as situações 1, 2 e 3 caracterizadas no Quadro 33. Para uma combinação de

influências externas BB e BC, a situação a ser considerada é a mais severa ditada

por qualquer das influências externas (BB ou BC) isoladamente.

Quadro 35 – Situações 1, 2 e 3

Condição de influência externa Situação

BB1, BB2 Situação 1

BC1, BC2, BC3 Situação 1

BB3 Situação 2

BC4 Situação 2

BB4 Situação 3

Notas

1 Alguns exemplos de situação 2:

- áreas externas (jardins, feiras, etc);

- canteiro de obras;

- estabelecimentos agropecuários;

- áreas de acampamento e de estacionamento de veículos especiais e reboques

- dependência interiores molhadas em uso normal.

2 Um exemplo da situação 3, que corresponde aos casos de corpo imerso, é o interior de banheiras e piscinas.

Fonte: NBR-5410

Page 132: instalações prediais

118

APÊNDICE C

MODELO DE CARTA DE PRÉVIA CONSULTA DE PROJETOS (CATEGORIA IV – CARGAS CONFORME ITEM 6.5 E CATEGORIA VII – CONFORME

ITEM 5.7) DATA

À Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.

ASSUNTO: Prévia Consulta de Projeto Elétrico para definição de Atendimento

Prezados Senhores, .........(NOME DA FIRMA).............com sede em ...................através de seu Eng.º abaixo assinado e caracterizado responsável pela execução do projeto elétrico das instalações elétricas do edifício no local abaixo mencionado, vem, por meio, desta, encaminhar a V.S.as. as informações abaixo relacionadas: 1. LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL Rua/Avenida ( ) Bairro ( ) Localidade ( ) Município ( ) 2. QUANTIDADE DE UNIDADES CONSUMIDORAS (os dados deverão ser fornecidos por unidades consumidoras típicas) no de condomínios ( ) no de apartamentos ( ) no de lojas ( ) no de salas ( ) no de escritórios ( ) Outros (especificar) ( ) 3. ÁREA DE OCUPAÇÃO DAS UNIDADES CONSUMIDORAS Condomínios ( )m2

Apartamentos ( )m2

Lojas ( )m2 Salas ( )m2 Escritórios ( )m2

Outros (especificar) ( )m2 4. ÁREA BRUTA TOTAL DA EDIFICAÇÃO ( )m2

5. RELAÇÃO ESTIMATIVA DAS CARGAS

Page 133: instalações prediais

119

5.1 - Carga Total a ser instalada

Especificação Quant. Potência por unidade . Pot.total Iluminação e Tomadas ( ) ( ) ( ) Ar Condicionado ( ) ( ) ( ) Aquecedor/Chuv.Elétrico ( ) ( ) ( ) Motores Elétricos ( ) ( ) ( ) Outros (especificar) ( ) ( ) ( ) 5.2 - Em anexo apresentamos: 5.2.1 - Plantas de arquitetura dos pisos do edifício, que tenham locais destinados à instalações de equipamentos da ESCELSA (medidores, câmara de transformação, etc). 5.2.2 - Planta de situação do edifício e da câmara de transformação. 5.2.3 - Endereço para correspondência e telefone para contato. 5.2.4 - Início da obra ___/___/___

Término da obra ___/___/___

Atenciosamente,

Page 134: instalações prediais

120

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ABNT NBR 5410, 2004. Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Associação

Brasileira de Normas Técnicas

[2] ABNT NBR 5419, 2001. Proteção de Estruturas contra descargas atmosféricas.

Associação Brasileira de Normas Técnicas

[3] NOR-TEC-01, 2007. Fornecimento de Energia Elétrica em Tensões Secundária

e Primária 15kV. Escelsa - Concessionária de Energia do Espírito Santo –

Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.

[4] Desmistificando a Domótica.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

[5] Por dentro da Casa inteligente.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

[6] Proteja sua casa com tecnologia.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

[7] A busca pelo foco do mercado.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

[8] Casa “inteligente” precisa ter um cérebro.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

Page 135: instalações prediais

121

[9] Edifícios Inteligentes: Inovação por Demanda.

Disponível em http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=all.asp

[Capturado em maio de 2008]

[10] Norma Regulamentadora Nº10, 2004 – Segurança em Instalações e serviços

em Eletricidade.

[11] Automação residencial – Linha IHC.

Disponível em http://www.schneider-electric.com.br/prime/

[Capturado em Junho de 2008]

[12] Temas Técnicos de Automação Residencial. Site AURESIDE – Associação

Brasileira de Automação Residencial.

Disponível em http://www.aureside.org.br/default.asp

[Capturado em Maio de 2008]

[13] Manual de práticas CTBC (até 5 pontos telefônicos). “Manual 5 pontos.pdf”

Disponível em http://www.ufsm.br/desp/geomar/instalacao/index.htm

[Capturado em Abril de 2008]

[13] Práticas TELEBRAS - Procedimento de Projeto de Tubulações Telefônicas em

Edifícios – “Telebras_01015.pdf”

Disponível em http://www.ufsm.br/desp/geomar/instalacao/index.htm

[Capturado em Abril de 2008]

[13] Práticas TELEBRAS - Procedimento de Projeto de Tubulação Telefônica em

unidades – “Telebras_01014.pdf”

Disponível em http://www.ufsm.br/desp/geomar/instalacao/index.htm

[Capturado em Abril de 2008]

Page 136: instalações prediais

122

[14] Práticas TELEBRAS - Projetos de Redes telefônicas em Edifícios –

“Telebras_01012.pdf”

Disponível em http://www.ufsm.br/desp/geomar/instalacao/index.htm

[Capturado em Abril de 2008]