instalações hidraulicas com medição indivudualizada em predios

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE TECNOLOGIA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS COMMEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA EM EDIFÍCIOSRESIDENCIAIS

    TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

    Thaís Botezeli Foletto

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    PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS COM

    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA EM EDIFÍCIOS

    RESIDENCIAIS

    por

    Thaís Botezeli Foletto

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da

    Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para aobtenção do grau de Engenheiro(a) Civil

    Orientador (a): Prof. Dr. Eloíza Cauduro Dias de PaivaCo-orientador (a): MSc. Nadia Bernardi Bonumá 

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    Universidade Federal de Santa MariaCentro de Tecnologia

    Curso de Engenharia Civil

    A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

    aprova o Trabalho de Conclusão do Curso

    PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS COM MEDIÇÃOINDIVIDUALIZADA EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

    elaborado porThaís Botezeli Foletto

    como requisito parcial para obtenção do grau de

    Engenheiro(a) Civil 

    Comissão Examinadora

    Prof. Dr. Eloíza Cauduro Dias de Paiva (UFSM) (Presidente/Orientadora) 

    MSc. Nadia Bernardi Bonumá

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    AGRADECIMENTOS

    À minha família, mãe, irmã, madrinha e avó, por serem minha fortaleza, sempre me

    apoiando nos momentos mais difíceis de minha vida e também me incentivando ao estudo e a

     busca do sucesso profissional.

    Ao meu pai (in memorian), pelo estímulo durante a realização do curso e pelos sonhos

     planejados.

    Ao meu avô Herone (in memorian), por compartilhar seus conhecimentos e o gosto

     pela construção civil.

    Ao Felipe, pelo companheirismo, compreensão e carinho.

    Aos colegas de faculdade e amigos, pelos felizes momentos de confraternizaçãocompartilhados.

    À Nadia e à Prof. Eloíza, pela orientação no trabalho realizado.

    Aos professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa

    Maria, pelos ensinamentos passados e dedicação aos alunos.

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    RESUMO

    Trabalho de Conclusão de Curso

    Curso de Engenharia Civil

    Universidade Federal de Santa Maria

    PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS COM MEDIÇÃO

    INDIVIDUALIZADA EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAISAUTORA: THAÍS BOTEZELI FOLETTO

    ORIENTADORA: PROF.DR. ELOÍZA CAUDURO DIAS DE PAIVA

    CO-ORIENTADORA: MESTRE NADIA BERNARDI BONUMÁ

    A medição individualizada de água é fundamental para a justiça na cobrança peloconsumo, induz a redução no desperdício de água e contribui para conservação das reservas

    hídricas do planeta. A utilização de um hidrômetro por unidade habitacional, em edifícios

    residenciais, introduz mudanças no sistema convencional de instalações hidráulicas e, então,

    surgem questões técnicas a serem resolvidas. Este trabalho apresenta uma revisão

     bibliográfica dos estudos feitos sobre o tema e analisa a importância da hidrometraçãoindividual para os diversos setores da sociedade e as mudanças necessárias para que o sistema

    se consolide. Através da elaboração de um projeto de instalações hidráulicas com medição

    individual de um edifício residencial com 13 pavimentos, são abordados aspectos técnicos de

    traçado e dimensionamento da rede, para então serem analisadas soluções aos entraves

    encontrados durante o estudo.

    Palavras-chave: medição individualizada de água; consumo; instalações hidráulicas

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    ABSTRACT

    WATER SUBMETERING PROJECT IN RESIDENTIAL BUILDINGS

    Water submetering is not only essential for a fair billing system, but it also reduces

    waste of water and helps water conservation in our planet. The application of one meter for

    each unit in residential buildings requires changes in the traditional plumbing system. For this

    reason, there are technical issues that need to be solved. This study presents a review of

    recent literature pertaining the subject and analyses the importance of individual meters for

    the several society sectors as well as the necessary changes to consolidate the system. The

    research presents the development and technical analysis of a hydraulic project of a residential

     building, consisted of 13 floors, and approaches the methods to calculate the plumbing

    system. It also includes a discussion about the solving options for the project difficulties.

    Keywords: water submetering; consumption; plumbing system

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    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 7

    2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................8

    2.1 Conceito e vantagens da medição individualizada de água........................................... 8

    2.2 Hidrômetros…………………………………………………………………………….. 13

    2.2.1 Classificação e funcionamento……………...……………………………………...…. 13 2.2.2 Localização…………………………………………………………………………..... 16

    2.2.3 Recomendações para o dimensionamento……………………………………….......... 17

    2.3 Concepção do Projeto de Instalações de Água Fria…………………………….......... 18

    2.4 Esquemas básicos das instalações de Água Fria…………………………………....... 19

    2.5 Sistemas de cobrança da conta de água com medição individualizada………...…... 212.6 Medição individualizada de água quente………………………………………...…… 22

    2.6.1 Sistemas de aquecimento de água………………………………………………...…… 23

    2.6.2 Aquecimento de água com medição individualizada………………………………...... 25

    3 MÉTODOS E TÉCNICAS………………………………………………………………..30

    3.1 Características do empreendimento……………………………………………………303.2 Projeto de instalações hidráulicas……………………………………………………...30

    3.2.1 Traçado das tubulações…………………………………………………………………31

    3.2.2 Dimensionamento da tubulação………………………………………………………...31

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    1 INTRODUÇÃO

    Atualmente, a cobrança de água da maioria dos usuários residentes em edifícios é feita

     por critérios de rateio adotados pelo condomínio, e não pelo consumo real de cada

    apartamento. A exemplo da conta de luz e gás, em que cada morador paga apenas pelo que

    consome, se faz necessária a adoção de hidrômetros individuais nas instalações hidráulicas, a

    fim de se efetuar uma cobrança justa pelo consumo.

    “O sistema de medição individual de água consiste na instalação de um hidrômetro

     para cada unidade habitacional, de modo que seja possível medir o consumo com a finalidade

    de emitir contas individuais” (Coelho, Maynard,1999, p.17).

    A setorização do consumo de água incentiva o combate ao desperdício, gerando

    economia ao usuário e contribuindo para a conservação das reservas hídricas. Além disso, traz

    vantagens para construtores e às concessionárias.

    O presente trabalho trata de um estudo sobre a medição individualizada de água em

    edifícios residenciais, analisando as vantagens e desvantagens do sistema para os diversos

    setores da sociedade e meio ambiente. Também, são abordados os aspectos técnicos das

    instalações através da elaboração de um projeto de instalações hidráulicas de água fria e água

    quente um edifício residencial com 13 pavimentos.

    Este estudo visa colaborar para o inventário de informações técnicas sobre a medição

    individualizada, acrescentando considerações relevantes ao dimensionamento do sistema e

    oferecendo soluções para dificuldades encontradas, de forma a proporcionar aos projetistas

    fonte de consulta para trabalhos futuros.

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    2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1 Conceito e vantagens da medição individualizada de água

    Para Coelho, Maynard (1999), a medição individualizada se constitui em umhidrômetro para cada unidade habitacional instalado no ramal de entrada do apartamento.

    Ainda assim, não se dispensa o hidrômetro na entrada geral do edifício. Assim, pode-se medir

    o consumo de cada apartamento, e a diferença entre o consumo indicado no hidrômetro geral

    e soma dos consumos dos hidrômetros individuais é o gasto do condomínio, que deverá ser

    dividido entre os condôminos.Várias vantagens que a medição individual traz para a sociedade são listadas por pelos

    autores. Para o consumidor, que passa a pagar apenas pelo que consome, uma redução no

    consumo incidirá diretamente em uma redução no custo na sua conta de água. Assim, o

    usuário sente-se motivado a rever seus hábitos em relação ao consumo de água, evitando o

    desperdício. A redução do consumo pode chegar até 30% , e a conta de água, em algunscasos, pode diminuir em 50%. Além disso, no caso de inadimplência, é cortado somente o

    ramal de alimentação da unidade habitacional devedora, não prejudicando os demais

    moradores do edifício. Ainda, o sistema de instalação individual de água permite localizar

    vazamentos com maior facilidade e ainda concertá-los sem interferir nos apartamentos

    vizinhos. Para as concessionárias, há redução do índice de inadimplência e redução doconsumo. Para as construtoras, os hidrômetros individuais tornam-se um atrativo para os

    consumidores.

    Conforme estudo de caso feito por Coelho (2002), através de uma amostragem feita na

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    Yamada et al (2001) apresentam estudo que analisa os impactos da medição individual

    em edifícios residenciais multifamiliares, através da comparação do consumo de água em um

    conjunto habitacional composto por diversos blocos de edifícios padronizados e idênticos

    entre si, porém com sistemas de medição do consumo de água diferentes. Este conjunto

    habitacional é o CECAP, localizado no município de Guarulhos, estado de São Paulo, sendo

    composto por quase 40% dos blocos de edifícios (30 blocos) com medição coletiva, e outros

    60% (48 blocos), com medição individualizada. Os autores avaliaram o comportamento de

    ocupação entre os blocos com medição individualizada e coletiva, que se manteve próximo e

    uniforme em ambos os casos, possibilitando a comparação dos consumos entre os sistemas.

    Verificou-se uma redução de 17% do consumo nos blocos com medição individual em relação

    aos blocos com medição coletiva. Também foram levantados dados referentes às mais

    diversas formas e hábitos de utilização de água, os quais representam as principais

    características, no âmbito cultural da população, no comportamento dos hábitos de consumo

    de água, tanto em procedimentos inadequados dos usuários, que propiciam maior desperdício

    de água, como nas ações e tarefas diárias comuns de utilização da água, e foi claramente

    verificado a menor conscientização e preocupação da população que reside em blocos com

    medição coletiva, se comparados com àquela com medição individualizada, em ações de

    economia e racionalização do uso da água. O estudo realizou uma pesquisa de satisfação e

    constatou que apesar da grande maioria das habitações com medição individualizada estar

    satisfeita com este sistema de medição, 30% das unidades estão insatisfeitas com o método

     por motivos da conta de água apresentar-se muito elevada, encontrando-se acima das

    expectativas previstas pelos usuários. Os autores justificam a insatisfação pelo elevado índicede consumo médio mensal por habitação (17,6 m3/mês/habitação), proporcionado pelo tipo de

    sistema de fornecimento de água (sistema direto) e elevada pressão da rede pública, além de

    não ser descartada a hipótese de ocorrência de erros de leitura.

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    A pesquisa analisou o sistema de cobrança do consumo de água em 13 cidades norte-

    americanas, abrangendo 7.942 propriedades. Foram comparados estatisticamente os três

    sistemas de cobrança com o sistema tradicional, no qual o consumo é medido de forma global

    e cobrado junto com o aluguel. Constatou-se que com a submedição há uma redução no

    consumo de 15.3% e que não há decréscimo significativo no consumo com a utilização dos

     programas de rateio. Quanto ao sistema híbrido, o tamanho da amostra não foi suficiente para

    quantificar a redução do consumo, entretanto os autores revelam que a análise dos dados

    obtidos sugere um decréscimo, mas menor que na submedição. Para possibilitar a comparação

    de propriedades com características diferentes, foram aplicados fatores de correção aos dados

    obtidos, relacionados com o ano de construção (antes de 1995, em 1995 ou depois), número

    médio de quartos por unidade, presença de áreas de lazer, presença de torres de refrigeração,

    se a propriedade é alugada ou própria, entre outros.

    Borges, Shitate (1994) afirmam que no sistema de medição individual há diminuição

    do desperdício, redução da conta de água e redução das reclamações dos condôminos sobre

    gastos excessivos com água, uma vez que ninguém deseja pagar por consumos supostamente

    realizados pelos outros. Do ponto de vista da concessionária e dos serviços autônomos, a

    redução do consumo provoca um retardo na necessidade de novos investimentos em

    ampliações de sistemas. Do ponto de vista das incorporadoras, o sistema representará, pelo

    menos em uma fase inicial, um grande elemento diferenciador entre os edifícios. Também, os

    autores dizem que o hidrômetro irá operar em faixas de vazões metrologicamente mais

    favoráveis, visto que medirá os consumos diretamente, sem influência prejudicial da torneira-

    de-bóia de caixa d’água, que tende a elevar os erros à favor dos usuários.Os autores citam várias desvantagens da medição individual, como:

    - problemas de pressão, especialmente nos andares mais elevados, uma vez que o

    hidrômetro pode apresentar perda de carga de até 10 m.c.a. haverá necessidade de se ter

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    Concessionária/Serviços Autônomos pra prevenir eventuais acusações de invasão de

     propriedade ou desrespeito à privacidade dos condôminos.

    - possíveis entraves jurídicos com relação à assunção parcial e/ou global dos sistemas

    hidráulicos internos dos edifícios.

    - custo muito elevado dos hidrômetros e da manutenção, colocando em dúvida a

    viabilidade econômica desse novo sistema.

    Borges, Shintate (1994) se propõem a realizar a elaboração de ábacos para criar

    dispositivos de rateio utilizando-se hidrometração única, através de modelos teóricos,

    experiências em laboratório e testes em campo.

    Dantas (2003), analisou os custos de implementação do sistema de medição

    individualizada em três edifícios, na cidade de Itajaúba, MG. Para um edifício de um conjunto

    habitacional, com padrão popular, composto de térreo mais quatro pavimentos, o custo da

    implementação da medição individualizada, com hidrômetros analógicos, por apartamento, é

    37,1% superior ao custo do sistema com medição coletiva. Com o uso de medidores

    analógicos com saída de pulso, o custo por unidade habitacional 69,5% superior e com uso de

    hidrômetros eletrônicos, o custo é 85,6% superior ao da medição global. Também foi

    realizado um levantamento do consumo nos três edifícios, sendo que um deles possuía

    medição individual. Para o cálculo do consumo por apartamento nos edifícios com medição

    global, foi considerado o consumo médio per capita resultante da medição no hidrômetro

     principal. Verificou-se que vários dos apartamentos analisados apresentaram consumo inferior

    ao valor mínimo estabelecido pela concessionária. O autor considera viável a implementação

    da medição individualizada, apesar dos investimentos serem superiores, em muitos casos, àeconomia advinda de sua implementação, principalmente considerando-se a estrutura tarifária

    adotada pela maioria das concessionárias de água do Brasil, com um valor fixo para o

    consumo mínimo. Para o autor, o sistema de medição individualizada com leitura remota, é

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    inclusão dos custos de sistemas de conservação de água, no primeiro caso, obteve-se uma

    queda de 0,49% na taxa de retorno e no segundo, uma queda de 1,55%. O autor faz uma

     previsão de 24% de redução no consumo de água no caso 01, e 49,45% no caso 02, baseado

     parcialmente em valores da literatura e parcialmente na sua percepção pessoal. Esses valores

     propiciam uma diminuição de 29,4% no valor da conta de água do condomínio no primeiro

    caso e 59,5% no segundo. Ainda a taxa condominial reduziu 4,3% e 8,6%, para os casos 01 e

    02, respectivamente. Conforme o autor, os custos dos sistemas de conservação de água do

    empreendimento podem ser repassados aos proprietários. Para o caso 01, haveria um

    incremento nas parcelas do financiamento do apartamento, de 60 e 120 meses, de um valor

    igual ou menor à economia mensal na conta de água gerada ao proprietário. No caso 02,

    obtiveram-se valores de incremento superiores à diminuição da conta de água, podendo ser

    repassados 87% do custo da implementação do sistema sem acarretar prejuízos ao

     proprietário. Os custos também podem ser absorvidos pelo incorporador, face à possibilidade

    do aumento da velocidade de venda dos apartamentos, devido ao diferencial competitivo que

    a adoção do sistema de conservação traz ao empreendimento. Para a recuperação da taxa de

    retorno inicial, no caso 01, seria necessário a venda de um apartamento a mais a cada 5 meses,

    e no caso 02, 2 apartamentos a mais a cada 3 meses.Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2005), a redução do desperdício de

    água colabora para a conservação das reservas hídricas, preservando um bem essencial ao

    ecossistema do planeta e também ao desenvolvimento e crescimento de uma sociedade

    civilizada, como pode ser observado na citação a seguir:

    A água se constitui, atualmente, no fator limitante para o desenvolvimento agrícola,urbano e industrial, tendo em vista que a disponibilidade per capita vem sendoreduzida rapidamente, face ao aumento gradativo da demanda para seus múltiplosusos e a contínua poluição dos mananciais ainda disponíveis.

    A escassez de água não pode mais ser considerada como atributo exclusivo deregiões áridas e semi áridas Muitas áreas com recursos hídricos abundantes mas

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    Alguns dos benefícios do uso eficiente da água são levantados por Tamaki (2003),

    como:

    - Disponibilidade de água para um maior número de usuários, utilizando-se a mesma

    estrutura de produção e distribuição já existentes;

    - Redução dos custos associados ao abastecimento de água pra os usuários;

    - Redução dos custos de fornecimento de água por parte das concessionárias – menor

    utilização de insumos, menor necessidade de ampliação dos sistemas existentes;

    - Redução do impacto das estiagens sobre o abastecimento público;

    - Redução da quantidade de esgoto gerado.

    Tendo em vista a necessidade de medidas que incentivem a utilização correta da água

    e a justiça na cobrança do consumo, várias cidades e estados brasileiros já estabelecem a

    obrigatoriedade da instalação do novo sistema, como:

     Campinas: Lei Complementar nº 13, de 4 de maio de 2006

     Curitiba: Lei Ordinária nº 10.785, de 18 de setembro de 2003

     Goiânia: Lei Ordinária nº 8.435, de 10 de maio de 2006

     Guarulhos: Lei Ordinária nº 4.650, de 27 de setembro de 1994

     

    Distrito Federal: Lei Ordinária nº 3.557, de 18 de janeiro de 2005 

     Mato Grosso do Sul: Lei Ordinária nº 3.493, de 13 de fevereiro de 2008

     Minas Gerais: Lei Ordinária nº 17.506, de 29 de maio de 2008

     Pernambuco: Lei Ordinária nº 12.609, de 22 de junho de 2004

     Porto Alegre: Lei Ordinária nº 10.506, de 5 de agosto de 2008

     

    Ribeirão Preto: Lei Ordinária nº 10.489, de 24 de agosto de 2005 Santo André: Lei Ordinária nº 8.967, de 3 de setembro de 2007

    Coelho, Maynard (1999) citam outros países que já possuem medição individualizada

    de água, como por exemplo, Alemanha, Portugal, França, Colômbia e Peru.

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    na maioria hidrômetros mecânicos nas instalações, pois a adoção desse tipo de medidor para a

    micromedição se torna mais eficaz, devido às suas capacidades de integração das funções de

    medição, totalização e armazenamento de dados em dimensões reduzidas; facilidade de

    emprego, robustez dos medidores face às diversas condições de exposição e de uso;

    simplicidade de manutenção; e custos reduzidos quando comparado aos demais medidores.

    O autor explica que os hidrômetros mecânicos são classificados em volumétricos ou

    velocimétricos. Os medidores volumétricos funcionam através da revolução de um pistão

    rotativo ou de um disco, permitindo a passagem de um volume fixo de água a cada

    movimentação. Possuem grande eficiência de medição em vazões extremamente baixas e

    ampla faixa de medição, mas são suscetíveis a travamentos dos mecanismos quando a água

    não se apresenta isenta de sólidos em suspensão e são de custo mais elevado que os

    velocimétricos. Nos hidrômetros velocimétricos, a medição do volume de água é realizada

     pela contagem do número de revoluções de uma turbina, através de uma relação entre a

    revolução da turbina e o volume escoado correspondente. No Brasil, os hidrômetros mais

    utilizados são os velocimétricos. Ainda, o autor subdivide os medidores velocimétricos em

    três grandes grupos em função da forma da incidência do jato sobre a turbina: monojato,

    multijato e Woltmann.  No tipo monojato (Figura 01 a), Tamaki (2003) esclarece que há a incidência de um

    único jato na direção perpendicular em relação ao eixo da turbina e no plano da mesma. É um

    equipamento que tem como câmara de medição a própria carcaça, possibilitando a adoção de

    um mecanismo mais simples, leve e compacto. Em virtude da simplicidade e leveza, o

    hidrômetro monojato apresenta maior sensibilidade para menores vazões e menor custo defabricação, além de tolerar água com maior quantidade de sólidos em suspensão. De acordo

    com Coelho, Maynard (1999), esse modelo de medidor, têm preço 20% menor que os

    multijatos, por possuir menos componentes, menor tamanho e peso. Além disso, a

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    Tamaki (2003) diz que no hidrômetro tipo Woltmann (Figura 01 c), a direção do fluxo

    de água sobre a turbina é axial, dispensando a utilização de câmara de medição, pois a água

    não passa através de orifícios ou fendas para incidir tangencialmente as pás da turbina (como

    nos hidrômetros monojato e multijato), mas aproveitando-se de praticamente toda a seção

    transversal. As principais características desse medidor são: a baixa perda de carga,

    funcionamento equilibrado e durabilidade quando submetido a regimes de vazões elevadas

     por longos períodos. É mais utilizado em ligações de grande porte, como indústrias, e também

    é usado na macromedição.

    Figura 01: hidrômetros (a) unijato, (b) multijato e (c) Woltmann. Fonte: Lao Indústria. 

    O autor também mostra que os hidrômetros ainda podem ser classificados nas classes

    A, B e C, em ordem crescente de exigência metrológica. Os medidores são caracterizados por

    suas vazões máxima (Qmáx), de transição (Qt) e mínima (Qmín). A partir da Qmín o erro

     permitido é de +-5% e a partir de Qt é de +-2%. Os fabricantes fornecem a curva de erros e

    a  b c

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    metrológica C. No entanto, esse modelo é afetado diretamente pela qualidade da água que

     passa em seu interior, podendo haver a formação de uma crosta sobre o mostrador. Os autores

    revelam que a prática nacional mostra que os hidrômetros de relojoaria seca são mais

    adequados às características da água distribuída pelas concessionárias do país.

    A Wellspring International Inc., dos Estados Unidos, comercializa medidores  Aqura

     Z-meter  (Figura 02), de tamanho reduzido, para serem utilizados diretamente em cada ponto

    de consumo. A leitura é feita por um sistema sem fio baseado na tecnologia de radio e

    transmitida diariamente para uma central, para a emissão de contas individuais. Os medidores

    funcionam com baterias substituíveis, com duração de cinco anos. Possuem um sensor Sika

     Flow Sensor , com faixa de medição de 1,9 l/min a 30 l/min, podendo detectar vazamentos

    com vazões de até 0,76 l/min. O hidrômetro possui perda de carga máxima de 10,55 m.c.a,

    operando com a vazão máxima. O sensor funciona com uma luva e um condutor, que suportaum componente giratório.

    Figura 02: medidor Aqura Z-meter. Fonte: Wellspring International Inc. 

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    fibra de vidro, de vidro em acrílico com moldura de alumínio, em chapa de aço galvanizado,

    em plástico especial, em PVC ou em madeira.

    Para Mayer et al (2004), os hidrômetros também podem ser localizados em cada ponto

    de consumo, com leitura remota.

    2.2.3 Recomendações para o dimensionamento

    Para o dimensionamento do hidrômetro principal, Coelho, Maynard (1999)

    consideram que o esquema predominantemente é o da alimentação da rede de distribuição de

    água por uma caixa d’água inferior dotada de bóia. Nesse sistema, nos momentos em que acaixa d’água está quase cheia as vazões de alimentação são pequenas. Por este motivo o

    hidrômetro instalado no ramal predial deve ter amplo campo de medição. Os autores dizem

    que na prática, verificou-se ser conveniente a utilização de hidrômetros de Classe Metrológica

    C.

    Para os hidrômetros individuais, os autores recomendam que o hidrômetro deva serdimensionamento numa bitola tal que não provoque uma perda de carga exagerada que limite

    o consumo nos pontos de utilização da instalação predial de água. Ainda, outro aspecto a

    considerar é que o "campo de medição" do hidrômetro cubra o campo de vazões com o qual

    vai trabalhar o ramal de alimentação no qual está instalado o aparelho. Na prática os

    medidores a instalar nos apartamentos terão capacidade (Qmáx) entre 3 e 5 m³/h.Tamaki (2003) faz algumas considerações:

    - deve-se garantir um trecho reto de tubulação a montante e a jusante do medidor, a

    fim de que não haja distorção do perfil de velocidade do escoamento ou turbilhonamento. O

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    mudar a classe do medidor, como por exemplo, classe B na posição horizontal e classe A na

     posição vertical.

    - deve-se observar a perda de carga que o medidor provoca no sistema, que é

    significativa. Muitas vezes, nos pavimentos superiores, como em apartamentos de cobertura,

    em que a disponibilidade de pressão é baixa, pode-se optar por hidrômetros de diâmetros

    maiores, que resultam em perda de carga menor para uma mesma vazão. Hidrômetros de

    diâmetros maiores possuem menor sensibilidade para baixas vazões, sendo necessário

    especificar uma classe metrólogica melhor, a fim de corrigir o problema.

    Rech (1999) sugere utilizar os medidores para o ramal predial, dentro de faixas de

    vazões compreendidas entre a vazão superior de trabalho (Qst) e a vazão inferior de trabalho

    (Qit). Segundo o autor, a vazão superior de trabalho é a que limita superiormente a faixa de

    trabalho e corresponde metade da vazão nominal. Através de experiências práticas, o autorcomprovou que acima dessa vazão, ocorrem altos desgastes no hidrômetro. A vazão inferior

    de trabalho limita inferiormente a faixa ideal de trabalho do medidor e corresponde a 1,2

    vezes a vazão de transição, de forma a evitar perdas por submedição.

    2.3 Concepção do Projeto de Instalações de Água Fria

    Conforme Coelho, Maynard (1999), para o projeto de instalações de água fria, deve-se

    atender a NBR 5626 – Instalações Prediais de Água Fria, garantir o fornecimento de água

    contínua e com pressão suficiente nos pontos de utilização e preservar a potabilidade da água.

    Os autores fazem algumas recomendações quanto à concepção do projeto:

    -as instalações hidráulicas dos edifícios e conjunto residenciais deverão ser executadas

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    - as tubulações em todos os seus trechos e os hidrômetros deverão ser dimensionados

    de forma a não prejudicar o abastecimento de água das unidades, quando da simultaneidade

    de utilização de vários pontos de consumo;

    - nas instalações prediais de água fria, destinadas à medição individualizada de

    apartamento, é vedada a utilização de dispositivos de limpeza tipo válvula de descarga, pois

    estas necessitam de uma vazão instantânea superior a compatível com os hidrômetros

    adequados a esse tipo de usuário.

    Segundo Ilha (2008), para que o usuário final tenha o seu consumo de água medido

    adequadamente, existem várias etapas a serem cumpridas, da concepção do sistema de

    medição até a fase de operação e manutenção, envolvendo projetistas do sistema hidráulico

     predial; concessionária de água e esgoto; empresas prestadoras de serviços de medição,

    execução e manutenção; fornecedores de materiais e componentes; e o usuário final. A autoraafirma que entre os aspectos determinantes da eficiência de um sistema de medição estão o

    adequado encaminhamento das tubulações e o posicionamento dos demais componentes.

    Algumas exigências devem ser atendidas na fase de projeto e execução, tais como a garantia

    de acesso para a operação, manutenção e funcionamento adequado dos aparelhos, além da

    estimativa das vazões de projeto para o dimensionamento e demais componentes, aespecificação dos hidrômetros e do sistema de aquisição de dados.

    2.4 Esquemas básicos das instalações de água fria

    Coelho, Maynard (1999) sugerem os seguintes modelos principais de instalações:

    -Alimentação direta a caixa inferior e distribuição feita por reservatório superior único,

    -Alimentação feita diretamente à caixa elevada com distribuição feita por único

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    -Alimentação feita direta a reservatório inferior, com bombeamento reservatórios

    individuais superiores, hidrômetros instalados nos pavimentos típicos.

    Para Mayer et al (2004), há três diferentes esquemas de instalação para medição

    individualizada:

    -Ponto único de entrada de submedição: refere-se ao sistema no qual a entrada de água

    do apartamento é feita por um único ponto, necessitando de um hidrômetro na instalação de

    água fria. Este o é o tipo mais simples e mais comum de submedição e ideal para as novasconstruções;

    - Ponto duplo de entrada de submedição: refere-se ao sistema no qual a entrada de

    água no aparamento é feita por duas entradas, uma para a água quente e uma para a água fria,

    necessitando de dois hidrômetros;

    - Submedição no ponto de consumo: refere-se o sistema no qual pequenos medidoressão instalados nos pontos de consumo. Cada apartamento pode ser equipado de 5 a 20 (ou

    mais) medidores. A leitura dos medidores é feita via telemetria por rádio, centralizada em um

    computador. Normalmente, esse sistema é mais utilizado em prédios antigos.

    Conforme Dantas (2003), o posicionamento dos hidrômetros determina a forma da

    distribuição da água no edifício. Caso sejam posicionados nos pavimentos tipo, o sistema pode constituir-se de uma única coluna (de onde partem um ramal horizontal para cada

    unidade autônoma), ou de várias colunas (uma para cada apartamento). Os hidrômetros

    também podem ser localizados na cobertura ou no térreo. Nesses casos, há a necessidade de

    uma coluna para cada unidade habitacional. A instalação dos medidores nos pavimentos

    inferiores facilita a leitura, caso esta seja manual, mas os custos das colunas ascendentes sãoconsideráveis. Os medidores também podem ser posicionados em um pavimento

    intermediário, com várias ou somente uma coluna de distribuição. Nesse sistema, há uma

    melhor distribuição das pressões atuantes nos hidrômetros, bem como uma melhor divisão

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     períodos de pico compatíveis com as atividades realizadas; tempo de utilização dos aparelhos

    sanitários e tempo entre usos e vazões dos aparelhos sanitários. A autora explica que no

    sistema com medição individual, o regime de uso dos aparelhos considerado pelo método

    tradicional, em geral, não ocorre em edifícios residenciais, uma vez que considera o mesmo

     período de pico para a utilização de todos os aparelhos dos apartamentos. Esse

    comportamento é verificado em sistemas convencionais, com uma coluna de distribuição para

    cada ambiente sanitário, onde a utilização dos aparelhos ocorre praticamente em um mesmo período. No caso da hidrometração individual, os trechos da tubulação de água, onde são

    instalados os hidrômetros, atendem diferentes tipos de ambientes sanitários, tais como

    cozinhas, banheiros, áreas de serviços e cujos picos de consumo não coincidem. Para a

     pesquisa, foram simulados dois casos, no caso 01 varia-se a população das unidades e no caso

    02, o tempo de banho. Foram estimadas as vazões de projeto em três seções do sistema predial de água: a seção 01 no topo da coluna de distribuição, a seção 02 no ramal de

    alimentação dos medidores, e a seção 03 no ramal de distribuição de cada apartamento. No

    caso 01, na seção 01 para a população de 6 pessoas, obteve-se o valor da vazão maior que no

    método recomendado pela NBR 5626, já, para a população de três pessoas o valor encontrado

    foi menor que o da norma. Nas seções 2 e 3, os valores das vazões obtidas foram menores queos da norma. No caso 02, na seção 01, a maioria dos valores resultou maior que o da NBR

    5626. Nas seções 2 e 3, as vazões foram menores que as obtidas pela norma.

    2.5 Sistemas de cobrança da conta de água com medição individualizada

    Para Coelho, Maynard (1999), existem duas formas de cobrança do fornecimento de

    água e coleta de esgotos: utilizando-se os hidrômetros individuais apenas para o rateio do

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    De acordo com DMAE (Departamento Municipal de água e Esgotos), de Porto Alegre,

    a aquisição, instalação e manutenção dos respectivos medidores, bem como o rateio e a

    cobrança dos consumos de inteira responsabilidade do condomínio, cabendo ao DMAE a

    leitura, emissão e entrega de uma única conta relativa ao consumo de água do ramal predial

    cadastrado no sistema comercial do Departamento.

    Segundo a empresa Aguacontrol, que atua na cidade Porto Alegre, RS, apartamentos

    ou casas de um condomínio podem ser equipados com medidores de água e/ou gás pelaempresa. Então, esta se encarrega de fazer as medições periódicas destes equipamentos e

     presta contas do consumo de água e/ou gás à Administradora, que recebe o relatório

    discriminado com os diferentes consumos e valores a cobrar. A administradora envia, junto ao

    'DOC' mensal de cada unidade, o valor gasto por cada apartamento ou casa. Ela recebe o valor

    de cada condômino e paga o consumo total do prédio para a concessionária. A taxa de serviçocobrada pela empresa é similar ao valor cobrado pelos bancos para emissão de um boleto

     bancário.

    Mayer et al (2004) afirmam que, nos Estados Unidos, as companhias administradoras

    das contas de água são empresas privadas que trabalham com os donos das propriedades e

    síndicos para mandar contas individuais do consumo de água, como também de outrosrecursos como eletricidade, gás e coleta de lixo. Tipicamente, o dono da propriedade contrata

    o serviço de cobrança por um período determinado, sendo que esse contrato pode incluir as

    instalações dos submedidores. Em alguns casos, a concessionária de água manda a conta do

    consumo, medido através do hidrômetro principal, diretamente para a empresa terceirizada, e

    esta efetua o pagamento através da cobrança feita aos usuários dos hidrômetros individuais.Contudo, é mais comum que a conta continue sendo mandada ao síndico pela concessionária,

     para então repassar a informação à empresa de cobrança. A empresa manda contas individuais

    aos moradores e estes pagam ao síndico, que, então, paga a conta total à concessionária. Essas

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    2.6.1 Sistemas de aquecimento de água 

    Para Ilha et al (1994), os sistemas prediais de água quente podem ser classificados em

    individual, central privado e central coletivo. O sistema individual consiste na alimentação de

    um único ponto de utilização, sem necessidade de uma rede de água quente. O sistema central

     privado consiste, basicamente, de um equipamento responsável pelo aquecimento da água euma rede de tubulações que distribuem a água aquecida a pontos de utilização que pertencem

    a uma mesma unidade habitacional. O sistema central coletivo é constituído por equipamento

    gerador de água quente e uma rede de tubulações que conduzem a água aquecida até os

     pontos de utilização pertinentes de uma unidade.

    Conforme Ilha et al (1994), os aquecedores a gás ou eletricidade podem serinstantâneos (de passagem) ou de acumulação. Nos aquecedores instantâneos, a água vai

    sendo aquecida à medida que passa pela fonte de aquecimento, sem requerer reservação. Nos

    aquecedores de acumulação, há reservação do volume de água a ser aquecido.

    De acordo com a empresa Soletrol, o aquecimento solar se constitui de um

    reservatório térmico, coletores solares e rede de distribuição. As placas coletoras sãoresponsáveis pela absorção da radiação solar. O calor do sol, captado pelas placas, é

    transferido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. O reservatório

    térmico, também conhecido por boiler, é um recipiente para armazenamento da água

    aquecida. São cilindros de cobre, inox ou polipropileno, isolados termicamente com

     poliuretano expandido. Desta forma, a água é conservada aquecida para consumo posterior. Acaixa de água fria alimenta o reservatório térmico do aquecedor solar, mantendo-o sempre

    cheio. Em sistemas convencionais, a água circula entre os coletores e o reservatório térmico

    através de um sistema natural chamado termossifão. Nesse sistema, a água dos coletores fica

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    Brasil e no mundo. No que se refere à obrigatoriedade da instalação de aquecedores solares

    em edificações, a organização aponta as seguintes leis já aprovadas:

    Leis Municipais:

    - São Paulo/SP - Lei nº  14459, de 2007  - Dispõe sobre a instalação de sistema de

    aquecimento de água por energia solar nas novas edificações do Município de São Paulo.

    - Peruíbe/SP - Lei nº  2883, de 2007  - Dispõe sobre a instalação de sistema de

    aquecimento solar de água em edificações públicas ou privadas e dá outras providências.

    - Juiz de Fora/MG - Lei nº 31, de 2006 - Dispõe sobre a implantação e instalação de

    aquecedores solares e/ou gás natural nas residências, hospitais, escolas e creches.

    - Ribeirão Pires/SP  - Lei nº 5183, de 2008  – Dispõe sobre incentivos para a

    utilização do sistema de aquecimento de água por meio do aproveitamento da energia solar,

    obrigatoriedade deste sistema nas edificações de uso residencial e não residencial do

    município, e dá outras providências.

    Leis Estaduais:

    - São Paulo - Lei nº 326, de 2007  - Dispõe sobre a instalação de sistema de

    aquecimento de água por energia solar em edificações de natureza pública, no âmbito do

    Estado de São Paulo.

    - Rio de Janeiro - Lei nº 5184, de 2008  - Dispõe sobre a instalação de aquecimento

    solar de água em prédios públicos no Estado do Rio de Janeiro.

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    de água quente (art. 7º) para unidades residenciais com 4 banheiros ou mais. O estudo

    concentrou-se em edifícios residenciais de múltiplos andares, sendo adotadas condiçõesgeométricas ótimas para a implantação do sistema, ou seja, placas solares sempre orientadas

     para o Norte Geográfico, sem sombras provocadas por outros edifícios ou obstáculos, e

    inclinadas de 33º em relação à horizontal (inclinação ideal para a cidade de São Paulo). A

    viabilidade é discutida calculando-se a área de placas coletoras necessária para cada morador

    e a disponibilidade de áreas para colocação dessas placas na cobertura dos edifícios. Além dasáreas dos coletores, foi incluída a área necessária ao distanciamento requerido para que cada

    fileira de placas não faça sombra significativa sobre suas vizinhas.

    O autor concluiu que somente é viável a adoção de aquecimento solar em edifícios

    com o máximo de 19 a 25 pavimentos, mesmo que toda a cobertura seja utilizada para a

    colocação das placas coletoras. Atualmente a altura mais usada nos edifícios em São Paulo é ade 27 pavimentos de modo a não serem necessários a segunda escada e o elevador de

    segurança (pressurizado). Assim, a exigência de aquecimento solar impõe limites de

     pavimentos superpostos mais restritivos, e será um fator complicador na viabilização de

    empreendimentos. Ainda, é ressaltado que a adoção de apartamentos de cobertura com

    solarium e piscina agrava ainda mais a situação e a alternativa da complementação das placascolocando-as nas fachadas é tecnicamente inviável.

    2.6.2 Aquecimento de água com medição individualizada

    Ilha et al (1994) afirmam que o procedimento corrente de rateio mensal na conta de

    água entre os condôminos nos edifícios residenciais é injusto, por não ser proporcional ao

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     No sistema central privado, os autores esclarecem que o principal problema técnico é a

     baixa pressão disponível no último pavimento, tendo em vista a grande perda de cargaintroduzida pelo hidrômetro. Além disso, em edifícios muito altos deverão ser instaladas

    estações de redução de pressão em tantas quanto forem as colunas descendentes, que

    ultrapassem o limite de pressão preestabelecido. As alternativas de medição individualizada

    de água quente para o sistema central privado:

    - medição através de hidrômetros distribuídos nos pavimentos, com uma ou váriascolunas;

    - medição através de hidrômetros concentrados em barrilete superior;

    - medição através de hidrômetros concentrados em barrilete inferior;

    - medição através de hidrômetros concentrados em mais de um barrilete;

    Para Ilha et al (1994), no sistema central coletivo, a geração/reservação coletiva deágua quente e a introdução de um sistema de recirculação trazem complicações adicionais no

    que se refere à consecução de medição individualizada de consumo. Em edifícios pequenos,

    cuja distribuição de água quente possa ocorrer através de apenas uma coluna, com ramais

    internos em cada unidade residencial, a individualização não implica em maiores dificuldades.

    As alternativas de medição, passíveis de implantação resultam dependentes da modalidade dedistribuição de água quente (ascendente, descendente ou mista), podendo-se estabelecer

    semelhanças com aquelas relativas ao sistema central privado.

    Com relação ao aquecimento solar, Ceotto (2008) examina as alternativas de

    armazenamento e distribuição de água aquecida para os apartamentos de edifícios de

    múltiplos andares.Para o autor, o aquecimento central (Figura 03 a) é a alternativa de maior eficiência na

    retenção do calor obtido do sol. Toda a água aquecida durante o dia é armazenada num grande

    reservatório termicamente protegido, para ser depois distribuída diretamente aos chuveiros,

    27

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    quente para cada apartamento, proporcional ao consumo da água fria, pois não introduz

    grandes erros no rateio dos custos e simplifica sobremaneira o investimento e a instalação dosistema.

    Em um sistema misto de aquecimento central e aquecedor individual (Figura 03 b), a

    temperatura da água quente seria “corrigida” por aquecedores individuais de passagem na

    entrada de cada apartamento, em função da temperatura da água que estivesse sendo recebida

    naquele momento. No entanto a pouca sensibilidade de ajuste dos aquecedores de passagemna correção da temperatura de entrada pode fazer o sistema ficar inseguro, se a necessidade de

    complementação de calor for muito pequena, ao receber a água quente numa temperatura

    muito próxima à de saída do aquecedor.  Outra desvantagem desse sistema é que seu uso é

    limitado em apartamentos grandes, pelo longo tempo de espera de água quente, nas longas

    tubulações entre o aquecedor e os pontos de consumo. Os problemas de medição do consumoda água quente são facilitados por meio da medição da água quente no único ramal de entrada

     para o aquecedor.

    Adotando-se um sistema misto de aquecimento central e aquecimento por acumulação

    individual (Figura 03 c), em vez de se utilizar aquecedor de passagem, usa-se aquecedor de

    acumulação. Embora essa solução resolva a segurança da operação do sistema ao aumentar ainércia térmica do ramal, a perda de calor resultante de um menor volume local de

    armazenamento tende a ser muito mais alta que a dos anteriores. Por outro lado, essa solução

     permite a adoção de uma rede de recirculação horizontal de forma a minimizar o tempo de

    espera por água quente em apartamentos maiores, muito embora essa rede local provoque

    ainda mais perdas térmicas e a necessidade do gasto de energia elétrica com bomba derecirculação. Nessa alternativa, a medição individual da água quente é também facilitada.

    Em qualquer dos sistemas citados, é necessária uma rede de recirculação central

    vertical no edifício, com a utilização de uma bomba e também a pressurização da rede de

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    (a)(b)

    (c)

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    Assim, há um circuito primário, fechado, composto dos coletores solares e do reservatório

    térmico, onde água circula apenas como elemento trocador de calor. O circuito secundário,composto do reservatório de água fria, do reservatório térmico e da rede de distribuição de

    água quente interna dos apartamentos, é responsável pelo abastecimento do consumo nos

     pontos de utilização. Dessa forma, o consumo de água é medido com apenas um hidrômetro,

     pois a alimentação do boiler é feita por uma ramificação do ramal de entrada de água fria do

    apartamento.

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    3 MÉTODOS E TÉCNICAS

    A seguir, será explicitada a elaboração de um projeto instalações hidráulicas de

    medição individualizada de água em um edifício residencial, abordando as características do

    empreendimento, conceitos e equações utilizados para dimensionamento do sistema.

    3.1 Características do empreendimento

    O empreendimento em questão trata-se de um edifício residencial multifamiliar, comtérreo, segundo pavimento, 11 pavimentos tipo, casa de máquinas e reservatório superior. O

     prédio será estruturado em concreto armado com paredes de vedação. O térreo contem

    estacionamento, hall, apartamento do zelador, um salão de festas, reservatório inferior,

    vestiários masculinos e femininos e banheiros, resultando em 989,70m². O segundo

     pavimento, de 374,77m², possui estacionamento descoberto, sauna, piscinas, outro salão defestas, sala de musculação , depósitos e banheiros. Os pavimentos tipo possuem 4

    apartamentos de 57m², compostos de uma suíte, um dormitório, banheiro da suíte, banheiro

    social, sala estar/jantar, cozinha e lavanderia. A casa de máquinas tem 47,56m² e o pavimento

    dos reservatórios superiores possui 35,21m². O edifício possui uma altura total de 40,20 m.

     No Anexo A consta a planta baixa do pavimento tipo e o corte do prédio.

    3.2 Projeto de instalações hidráulicas

    31

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    Primeiramente, foi realizado um projeto de instalações hidráulicas para os

    apartamentos com aquecimento de água individual, através de chuveiros elétricos. Em umasegunda opção, foi escolhido o sistema central privado, com a utilização de aquecedores de

     passagem na lavanderia dos apartamentos.

    A tubulação indicada no projeto foi de PVC rígido soldável para a tubulação de água

    fria e de CPVC para a de água quente.

    3.2.1 Traçado das tubulações

    Primeiramente, é necessário estabelecer a localização dos hidrômetros. Neste caso,optou-se por utilizar os hidrômetros nos pavimentos tipo, localizados no hall comum dos

    apartamentos.  A partir desse conceito, foram traçadas duas colunas que partem do

    reservatório superior, AF-1 e AF-2. Da coluna AF-1, partem 2 ramais horizontais para atender

    os apartamentos de final 03 e 04. Da coluna AF-2, partem 2 ramais horizontais para atender

    os apartamentos de final 01 e 02. Dos ramais horizontais, descem ramificações verticais porshafts, para atender os pontos de utilização. Nesses ramais verticais, localizam-se os registros

    de gaveta de cada ambiente.

    O aquecedor de passagem é alimentado por um ramal horizontal que parte da

    tubulação de entrada de água fria do apartamento, logo após o hidrômetro. Então, a água

    quente é distribuída aos demais pontos de consumo. Foi colocado apenas um registro degaveta, na saída do aquecedor.

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    ∑=  P C Q   (1)

    Onde: Q é vazão estimada em litros por segundo

    C é coeficiente de descarga

    ∑P é somatório dos pesos das peças de utilização

    Para o cálculo da perda de carga, utilizou-se a equação de Fair-Whipple-Hsiao,

    também recomendada pela NBR-5626, para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de

    cobre):

    75,4

    75,16.10.69,8

    q

     J   =   (2)

    Onde: J é a perda de carga unitária, em quilopascals por metro;

    Q é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo;

    d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros.

    Deverá ser garantida a pressão mínima nos pontos de utilização, e também restringir a

     pressão máxima de 40 m.c.a.

    Para o cálculo da perda de carga no trecho, deve-se considerar a perda de carga ao

    longo da tubulação e a perda de carga localizada, transformada em comprimento equivalente,

    conforme a NBR-5626.

    A perda de carga estimada, causada pelo hidrômetro, como recomenda a NBR-5626.

     pode ser calculada pela equação abaixo:

    33

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    A perda de carga no hidrômetro também pode ser obtida pela curva de perda de carga

    fornecida pelo fabricante.A velocidade da água na tubulação não deve ultrapassar 3m/s, conforme a NBR-5626,

    ou conforme Coelho, Maynard (1999), não deve ser superior ao valor dado pela fórmula a

    seguir nem a 2,5 m/s, nos edifícios, hospitais, residências, prédios de apartamentos, hotéis,

    escritórios e outros, onde o ruído possa perturbar o repouso ou o desenvolvimento das

    atividades previstas.

     DV  14=   (4)

    Onde:

    V é a velocidade, em metros por segundo,D é o diâmetro, em mílimetros

    3.2.3 Dimensionamento dos hidrômetros

    Para os hidrômetros, foi escolhido o tipo multijato com relojoaria seca, conforme

    sugestão de Coelho, Maynard (1999). Para o dimensionamento dos medidores, foram

    analisados quatro critérios:

    - a faixa de vazão do ramal de alimentação deve estar contida no campo de medição dohidrômetro, como sugerem Coelho, Maynard (1999);

    - a faixa de vazões do ramal deve estar compreendida entre a vazão nominal e vazão

    mínima (Qmín), conforme sugestão de Tamaki (2003).

    34

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    4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

    A seguir são apresentados discussões sobre a bibliografia estudada no que se refere à

    importância de medição individualizada, resultados obtidos do dimensionamento e soluções

    técnicas.

    4.1 A importância da medição individualizada

    Através da revisão bibliográfica, podemos analisar vários estudos comparativos entre

    o sistema de medição individualizada e o global, analisando a economia de água, os custos de

    implantação e o retorno do sistema à sociedade e ao meio ambiente.

    É unanimidade entre os autores pesquisados a importância da medição individual no

    que se refere à justiça que esta traz aos usuários. De fato, no sistema convencional, alguns

    moradores pagam pelo desperdício de outros, uma vez que o consumo é dividido igualmente,

    ou por critérios de rateio que também não revelam o consumo real dos apartamentos. A

    injustiça do sistema global é ratificada por pesquisa de Coelho (2002), que revela grande

    variação na ocupação dos apartamentos em estudo. Dessa forma, os condôminos não se

    sentem motivados a diminuir o desperdício de água, resultado confirmado em estudo de

    Yamada et al (2001).

    A redução do consumo com a implantação do sistema é considerável. Valores entre

    15% e 30% são encontrados na bibliografia estudada. Essa economia revela-se diretamente

    em diminuição da conta de água para os condôminos.

    A t i bi t t bé ã lt d l t di i i ã d

    35

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    A maioria da legislação municipal e estadual do Brasil obriga a medição individual de

    água em prédios novos, e para os prédios existentes, a adoção é facultativa. Àsconcessionárias, é atribuída apenas a responsabilidade de realizar a leitura do hidrômetro

     principal, sendo emitida apenas uma fatura para o edifício, ou seja, mantém-se o sistema

    atual. A aquisição dos medidores individuais, a leitura e manutenção dos mesmos e a tarifação

    individual ficam a cargo do condomínio. Assim, há a necessidade de um responsável pela

    leitura dos hidrômetros individuais (no caso de leitura manual) e pela cobrança do consumode cada apartamento. Essas tarefas podem ser realizadas pelo síndico ou então podem

    delegadas a uma administradora contratada. Isso gera um mercado de empresas especializadas

    em medição individualizada de água, que realizam o projeto e execução das instalações

    hidráulicas do sistema, fazem a leitura manual ou remota dos medidores e emitem contas

    individuais, para posterior pagamento à concessionária. O custo desse sistema de cobrançatambém é arcado pelos usuários.

    A hidrometração individual pode constituir-se em um elemento de marketing para uso

    das incorporadoras. No entanto, com a gereneralização da utilização do sistema, este não será

    mais um diferencial, mas um requisito fundamental em todas as novas construções. Dessa

    forma, apesar de Menezes (2006) afirmar que os custos podem ser incorporados pelasconstrutoras, é provável que sejam repassados aos compradores.

    Assim, os usuários serão os responsáveis pelos custos da implantação, manutenção e

    operação do sistema de medição individual de água e cobrança, tanto em prédios existentes

    como nas novas edificações. Ainda, apesar da possibilidade do corte do ramal dos

    apartamentos inadimplentes, o não envolvimento da concessionária na questão pode gerarentraves jurídicos para os síndicos ou administradoras.

    O governo beneficia-se do sistema de hidrometração individual, pois há redução da

    necessidade de ampliação do sistema de abastecimento público de água e esgoto, uma vez que

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     primeiros. Logo, percebe-se que para habitações populares e de padrão médio, pode não haver

    retorno do investimento, considerando a adoção de um valor mínimo para o consumo.Ainda, se o tipo de tarifação adotado pela concessionária for diferenciado por faixas de

    consumo aplicadas ao consumo médio por economia, um apartamento que consome mais

    água que outros aumentará o consumo médio por unidade, aumentando a tarifação por metro

    cúbico. Logo, mesmo que cada unidade habitacional esteja pagando apenas por seu consumo,

    o preço do metro cúbico será o mesmo para todos, independente do consumo individual dosapartamentos.

    Para o sucesso da medição individualizada, é essencial que haja uma mudança no

    modelo tarifário adotado pelas concessionárias. Devem ser emitidas contas individuais, de

    forma que o pagamento seja feito diretamente à concessionária, assim os condôminos terão a

    taxa do metro cúbico correspondente a sua faixa de consumo real. Além disso, os cortes porinadimplência ficarão a cargo da concessionária, que possui autoridade jurídica para tal ato.

    Também, deve-se eliminar o estabelecimento de um valor mínimo para o consumo. Ainda, a

    análise dos consumos individuais pela concessionária pode identificar eventuais furtos e

    vazamentos.

    Há de se considerar a questão da segurança. Dependendo da localização doshidrômetros, mesmo que em áreas comuns, o leiturista da concessionária terá de entrar no

    edifício se a leitura for manual. Por isso, o funcionário deve estar devidamente identificado, e

    de preferência atender sempre aos mesmos bairros, a fim de facilitar a identificação por

     porteiros, zeladores e síndicos.

    Quanto ao sistema de aquecimento utilizado, assim como Ilha et al (1994) afirma, éfundamental que além da medição do consumo de água quente por unidade, também seja feita

    a medição individual da energia utilizada para o aquecimento. As justificativas são as mesmas

    da hidrometração individual de água fria: justiça na cobrança do consumo e incentivo ao

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     No projeto em estudo, não foram utilizados hidrômetros para medir o consumo das

    áreas comuns. Este valor será calculado pela diferença entre as indicações do hidrômetro principal e da soma dos hidrômetros individuais, para então ser dividido entre os condôminos.

     No entanto, seria interessante a utilização de hidrômetros também atendendo às áreas comuns:

    se houver diferença entre leitura do hidrômetro principal e a soma dos hidrômetros individuais

    e das áreas comuns, é necessário realizar uma manutenção corretiva nos medidores. Embora

    haja um custo adicional de medidores extras, é mais fácil identificar problemas defuncionamento.

    Foram utilizadas bacias sanitárias com caixa acoplada, conforme Coelho, Maynard

    (1999) recomendam.

    Para o traçado da tubulação, procurou-se obter o menor número possível de peças

    especiais, a fim de diminuir a perda de carga. A divisão da distribuição em duas colunas deabastecimento, AF-1 e AF-2, visa o mesmo motivo: diminuir o número de singularidades e a

    distância dos hidrômetros aos apartamentos.

    A opção de aquecimento por chuveiro tem custo inicial menor e projeto de instalações

    mais simples. No aquecimento por aquecedor de passagem, utilizou-se a alimentação do

    aquecedor por uma ramificação da tubulação horizontal de água fria do apartamento.Poderiam ser feitas colunas exclusivas para a alimentação dos aquecedores, no entanto isso

    acarretaria aumento nos custos das instalações, devido à necessidade de mais um hidrômetro

     por apartamento.

    A alternativa do sistema misto de aquecimento solar e aquecedor de passagem a gás

    também é viável tecnicamente, embora Ceotto (1998) afirme que os aquecedores instantâneosa gás são pouco sensíveis quando a diferença da temperatura de entrada e de saída do

    aquecedor é pequena. A utilização de aquecedores de acumulação á gás requer bastante

    espaço e seria justificada apenas em apartamentos de grandes dimensões, com grande

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    Também, as tubulações não podem prejudicar a estética dos apartamentos. Os ramais

    horizontais podem ser posicionados no teto, escondidos por sancas de gesso, ou pelorebaixamento total do teto do ambiente com gesso. Há também a possibilidade de localizá-los

    no piso, embutidos no contrapiso. No entanto, essa opção dificulta a manutenção e pode

    interferir nas tubulações de telefone e televisão a cabo, que geralmente localizam-se no

    mesmo espaço, obrigando a aumentar a espessura do contrapiso. Se for escolhido esse

     posicionamento, a prática recomenda a colocação de jornais em torno dos tubos, para permitirsua movimentação.

    Seja por questões estéticas ou estruturais, os desvios necessários na tubulação

    aumentam a perda de carga localizada. Além disso, as colunas de distribuição possuem uma

    distância maior dos pontos de utilização, quando comparado ao sistema de medição global, o

    que aumenta a perda de carga distribuída. No sistema tradicional, que utiliza uma prumada para cada ambiente sanitário, comum a todos os apartamentos, os aparelhos de consumo ficam

     próximos às colunas, diminuindo a tubulação horizontal e mudanças de direção no traçado.

     Nos apartamentos de cobertura, muitas vezes, a pressão mínima do chuveiro, de 1

    m.c.a, não é alcançada. Então, há três opções para solucionar o problema:

    - se há liberdade arquitetônica, levantar o reservatório superior, a fim de aumentar a pressão estática disponível;

    - aumentar o diâmetro da tubulação, de forma a diminuir o atrito com as paredes do

    tubo, e substituir joelhos por curvas, aumentando a pressão dinâmica disponível;

    - utilizar pressurizadores localizados nos chuveiros elétricos, que possibilitam um

    aumento da pressão diretamente no ponto de utilização,- utilizar pressurizadores instalados na alimentação de água fria do aquecedor de

     passagem, para aumentar a pressão da rede de água quente.

    O cálculo da pressão dinâmica disponível no aquecedor do último pavimento mostra

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    chuveiro elétrico. Também constam o cálculo da pressão no ponto mais desfavorável, e os

    trechos considerados.

    Figura 05: (a) pressurizador, (b) esquema de instalação. Fonte:Texius Ltda.

    Também no Anexo B encontram-se a planta baixa das instalações dos pavimentos

    tipo, com a opção aquecimento central individual, por aquecedor de passagem e o cálculo da

     pressão disponível no aquecedor no último pavimento.

    As vazões de projeto consideradas neste trabalho formam estimadas de acordo com a

     NBR 5626. No entanto, conforme modelo probabilístico utilizado por Oliveira (2007), asvazões nas colunas de distribuição e os hidrômetros poderiam estar subdimensionados e as

    vazões dos ramais de distribuição de cada apartamento as vazões poderiam estar

    superdimensionadas.

    (a) (b)

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    recomenda locar o regime de vazões entre a vazão mínima e a nominal, possuindo exigência

    intermediária aos dois primeiros.Utilizando as características dos hidrômetros apresentados na Tabela 01, seguindo

    Coelho, Maynard (1999), os hidrômetros individuais adotados devem ser de vazão nominal

    (Qn) de 1,5 m³/h. Utilizando as recomendações de Tamaki (2003) o hidrômetro mais

    apropriado seria o de vazão nominal (Qn) de 2,5 m³/h. Conforme considerações de Rech

    (1999), seria necessário escolher o hidrômetro de vazão nominal de 5 m³/h, , classe C.

    Tabela 01 – Características dos hidrômetros analisados

    Tabela adaptada de Rech (1999)

    Analisando a perda de carga, os hidrômetros de ¾”, de vazões nominais de 1,5m³/h e

    2 ³/h d d 6 40 2 30 i úl i

    Classe Diâmetros

    disponíveis

    Qmáx

    (m³/h)

    Qn

    (m³/h)

    Qt

    (m³/h)

    Qmín

    (m³/h)

    Qst

    (m³/h)

    Qit

    (m³/h)3,000 1,500 0,1500 0,040 0,750 0,180A ½” e ¾”

    5,000 2,500 0,250 0,100 1,250 0,300

    7,000 3,500 0,350 0,140 1,750 0,420A 1”

    10,000 5,000 0,500 0,200 2,500 0,600

    7,000 3,500 0,280 0,070 1,750 0,336B 1”10,000 5,000 0,400 0,100 2,500 0,48

    7,000 3,500 0,0525 0,035 1,750 0,063C 1”

    10,000 5,000 0,0750 0,050 2,500 0,090

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    Os modelos de hidrômetros mais comuns para esse campo de aplicação são os

    velocimétricos e os volumétricos. Os velocimétricos têm maior disponibilidade no mercado, podendo ser unijato ou multijato. A escolha do tipo multijato no projeto em estudo está

    compatível com as recomendações de Tamaki (2003) e Coelho, Maynard (1999).

    Conforme recomendação de Tamaki (2003), foi deixado um trecho retilíneo com

    comprimento de 10 vezes o diâmetro nominal do hidrômetro, a montante e a jusante. Para

    medidores de diâmetros maiores, como o de 1”, o comprimento da tubulação somado ao dohidrômetro pode ser considerável, talvez necessitando de mudanças no projeto arquitetônico

     para a localização dos shafts com espaço suficiente.

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    Para o dimensionamento dos medidores, deve-se analisar primeiramente a perda de

    carga, pois esta é o fator limitante para o correto funcionamento dos aparelhos de utilização.Estabelecidos os diâmetros e vazões nominais mínimas dos medidores para atender a esse

    requisito, o projetista deverá escolher entre os critérios de dimensionamento propostos,

    aliando custo e benefício e verificando os modelos dos medidores disponíveis no mercado da

    região do empreendimento.

    Enfim, através do dimensionamento feito neste projeto, verifica-se que o principalfator complicador é a pressão mínima necessária nos chuveiros, principalmente nos

     pavimentos superiores, devido à perda de carga nos hidrômetros e ao aumento de peças

    especiais (joelhos e tês). No entanto, há soluções tecnicamente viáveis para o problema,

    apresentadas neste trabalho.

    Como sugestão para trabalhos futuros, é interessante a determinação das vazões de projeto deste trabalho com o método probabilístico utilizado por Oliveira (2007), a fim de

    comparar os resultados e constatar se haveria perdas por submedição e se as colunas de

    distribuição atenderiam a todos os apartamentos satisfatoriamente.

    Quanto à medição individualizada de água quente, o sistema de aquecimento

    individual, com chuveiro elétrico, e o sistema central individual, com aquecedor instantâneo agás, são de simples execução e dimensionamento. No entanto, nos pavimentos superiores, a

     baixa disponibilidade de pressão exige a utilização de pressurizadores para os aquecedores de

     passagem, elevando o custo de implantação e operação do sistema.

    O aquecimento solar, certamente é o que traz mais benefícios ao meio ambiente, pois

    utiliza uma energia limpa, sem custo. No entanto, deve-se adequar o sistema à medição

    individualizada de água, pois o fato de não haver gasto com energia pode induzir a uma

    elevação do consumo. Além disso, o sistema não é auto-suficiente, sendo necessário um

    sistema de aquecimento complementar, aumentando os custos das instalações.

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    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    AGUACONTROL ENEGENHARIA E COMÉRCIO LTDA. Individualização de Consumo,medição individualizada de água e gás. Porto Alegre, RS. Disponível em:. Acesso em 15 out. 2008.

    BORGES, R.P; SHINTATE, L. Hidrometração individual em condomínios verticalizados:uma solução aparente e questionável. In: XXIV CONGRESSO INTERAMERICANO DEENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 1994, Buenos Aires, Argentina.Anais.

    CEOTTO, L.H. Aquecimento solar: é possível obedecer à lei? - Parte 1. Notícias daConstrução, São Paulo, ed. 65, março de 2008. Disponível em:

    . Acesso em 14 nov. 2008.

    CEOTTO, L.H. Aquecimento solar: é possível obedecer à lei? - Parte 2. Notícias daConstrução, São Paulo, ed. 66, abril de 2008. Disponível em:. Acesso em 14 nov. 2008.

    COELHO, A.C.; MAYNARD, J.C.B. Medição individualizada de água em apartamentos. Recife: Ed. Comunicarte, 1999.

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    CURITIBA (PR). Lei Ordinária n. 10.785, de 18 de setembro de 2003. Cria no Municipio deCuritiba o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações – PURAE.

    Câmara Municipal de Curitiba, Curitiba, PR, 18 set. 2003. Disponível em:. Acesso em 15 set. 2008.

    DANTAS, T.C. Análise dos custos de implementação do sistema de mediçãoindividualizada em edifícios residenciais multifamiliares. 2003. 107 f. Dissertação(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.

    Disponível em: . Acesso em 5set. 2008

    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS. Prefeitura de Porto Alegre.Porto Alegre, RS. Disponível em: . Acesso em 5out. 2008.

    DISTRITO FEDERAL (BR). Lei Ordinária nº 3.557, de 18 de janeiro de 2005. Dispõe sobrea individualização de instalação de hidrômetro nas edificações verticais residenciais e nas deuso misto e nos condomínios residenciais do Distrito Federal, e dá outras providências.Câmara Legislativa do Distrito Federal, Brasília, DF, 18 jan. 2005. Disponível em:. Acesso em 16 set. 2008.

     

    GOIÂNIA (GO). Lei Ordinária n. 8.435, de 10 de maio de 2006. Institui a obrigatoriedade dainstalação de hidrômetros em cada uma das unidades habitacionais de prédios deapartamentos. Câmara Municipal de Goiânia, Goiânia, GO, 10 de maio de 2006. Disponívelem < http://www.camaragyn.go.gov.br/leis.aspx>. Acesso em Acesso em 15 set. 2008.

    GUARULHOS (SP). Lei Ordinária n. 4.650, de 27 de setembro de 1994. Dispõe sobre ainstalação de medidores e submedidores em edifícios multifamiliares dotados de apartamentoscom área útil de até 100 m². Câmara Municipal de Guarulhos, Guarulhos, SP, 27 set. 1994.Disponível em:. Acesso em 15 set.

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    LAO INDÚSTRIA. Hidrômetros, medidores de gás, soluções em medição, central demedição. São Paulo, 2004. Disponível em < http://www.laosp.com.br/empresa.asp>. Acesso

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    MATO GROSSO DO SUL (BR). Lei Ordinária n. 3.493, de 13 de fevereiro de 2008. Tornaobrigatória a instalação de hidrômetros individuais nas unidades domiciliares ou de consumoque especifica. Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso doSul, BR, 13 fev. 2008. Disponível em:

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    MAYER, P. et al. National Submetering and Allocation Billing Program Study. 2004.Disponível em . Acesso em5 set. 2008.

    MENEZES, A.V. Estudo do impacto da inclusão de sistemas de conservação de água naqualidade do investimento para edifícios residenciais na cidade de São Paulo. 2006. 79 f.Monografia (MBA em Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos na Construção Civil,com ênfase em Real Estate) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,2006. Disponível em:. Acesso em5 set. 2008.

    MINAS GERAIS (BR). Lei Ordinária n. 17.506, de 29 de maio de 2008. Dispõe sobre amedição individualizada do consumo de água nas edificações prediais verticais. MinasGerais Diário de Executivo, Minas Gerais, BR, 30 de maio 2008. Disponível em:. Acesso em 13 set. 2008.

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    PORTO ALEGRE (RS). Lei Municipal n. 10.506, de 5 de agosto de 2008. Institui o Programade Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas. Prefeitura Municipal de

    Porto Alegre, Porto Alegre, RS, 5 ago. 2008. Disponível em:. Acesso em 15 set. 2008.RECH, A.L. Um método simples para (re)dimensionar hidrômetros. São Paulo,[1999].Disponível em: . Acesso em 17 set. 2008

    RIBEIRÃO PRETO (SP). Lei Ordinária n. 10.489, de 24 de agosto de 2005. Dispõe sobre ainstalação de hidrômetros em condomínios. Câmara Municipal de Ribeiro Preto, SantoAndré, SP, 24 ago. 2005. Disponível em: . Acesso em 16 set. 2008.

    SANTO ANDRÉ (SP). Lei Complementar n. 8.967, de 3 de setembro de 2007. Dispõe sobre a

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    SOLETROL AQUECEDORES SOLARES. Sistema Individualizado para medição deaquecimento solar. São Paulo. Disponível em: .Acesso em 16 out. 2008.

    TAMAKI, H.O. A medição setorizada como instrumento de gestão da demanda de águaem sistemas predias – estudo de caso: programa de uso racional da água da universidade deSão Paulo. 2003. 107 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia com área de concentração em

    Engenharia de Construção Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, SãoPaulo, 2003.

    TEXIUS LTDA. Pressurizador TPGF. Porto Alegre, RS. Disponível em:

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    ANEXO A – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO E CORTE DOEDIFÍCIO

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    ANEXO B – RESULTADOS DO PROJETO

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    Tabela 02 – Cálculo da pressão disponível no chuveiro (ponto mais desfavorável) do apartamento 1003

    Comprimento (m)  Pressões (m.c.a.) Trecho 

    Vazão 

    (l/s) 

    Ø 

    (mm) 

    Veloc. 

    (m/s)  Tubo  Equiv.  Total 

    (m/m) 

    Perda 

    (m.c.a) 

    Altura 

    (m) 

    Desnível 

    (m)  Disp.  Jusante 

    1-2 4.14 53 1.85 3.85 2.80 6.65 0.0653 0.43 53.40 3.85 3.85 3.42

    2-3 2.88 44 1.90 0.96 7.60 8.56 0.0870 0.35 49.55 0.00 3.42 3.07

    3-4 2.88 44 1.90 0.00 1.20 1.20 0.0870 0.10 49.55 0.00 3.07 2.96

    4-5 2.88 44 1.90 1.55 1.20 2.75 0.0870 0.24 49.55 1.55 4.51 4.27

    5-6 2.80 44 1.84 0.40 2.30 2.70 0.0830 0.22 48.00 0.40 4.67 4.45

    6-7 0.66 28 1.09 0.40 7.30 7.70 0.0590 0.07 47.60 0.00 4.45 4.38

    7-8 0.66 28 1.09 - - - 0.0590 0.58 47.60 0.00 4.38 3.80

    8-9 0.66 28 1.09 1.80 1.50 3.30 0.0590 0.19 47.60 -1.80 2.00 1.80

    9-10 0.66 28 1.09 0.41 1.50 1.91 0.0590 0.11 49.40 0.00 1.80 1.69

    10-11 0.66 28 1.09 1.43 1.50 2.93 0.0590 0.17 49.40 0.00 1.69 1.52

    11-12 0.66 28 1.09 0.79 0.60 1.39 0.0590 0.08 49.40 0.00 1.52 1.43

    12-13 0.66 28 1.09 0.26 0.60 0.86 0.0590 0.05 49.40 0.00 1.43 1.3813-14 0.66 28 1.09 1.63 0.60 2.23 0.0590 0.13 49.40 0.00 1.38 1.25

    14-15 0.35 28 0.58 0.61 0.90 1.51 0.0197 0.03 49.40 0.00 1.25 1.22

    15-16 0.35 28 0.58 2.36 0.60 2.96 0.0197 0.06 49.40 0.00 1.22 1.16

    16-17 0.25 22 0.68 0.40 3.10 3.50 0.0357 0.05 49.40 0.40 1.56 1.52

    17-18 0.25 22 0.68 0.14 0.50 0.64 0.0357 0.02 49.00 0.00 1.52 1.49

    18-19 0.25 22 0.68 0.40 0.50 0.90 0.0357 0.03 49.00 0.40 1.89 1.86

    19-20 0.25 22 0.68 1.40 0.20 1.60 0.0357 0.06 48.60 1.40 3.26 3.20

    20-21 0.10 22 0.27 0.27 2.40 2.67 0.0071 0.02 47.20 0.00 3.20 3.19

    21-22 0.10 22 0.27 0.70 0.50 1.20 0.0071 0.01 47.20 -0.70 2.49 2.48

    22-23 0.10 22 0.27 1.00 11.30 12.30 0.0071 0.09 47.90 -1.00 1.48 1.39

    23-24 0.10 22 0.27 0.00 1.50 1.50 0.0071 0.01 48.90 0.00 1.39 1.38

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    Tabela 03 – Resumo dos resultados da pressão disponível no chuveiro do banheiro social do apartamento 1003

    Pressões (m.c.a.) 

    Estática 

    inicial 

    Perda de 

    carga 

    Dinâmica 

    disponível 

    Mínima 

    necessária 

    4.50 3.12 1.38 1.00

    Situação: Pressão suficiente

    Tabela 04 – Valores de perda de carga localizada considerados para as peças especiais

    L equivalente (m) 

    Material  Grupo  Item  Quant  Unitária  Total 

    PVC Tomadas dágua- saídas curtas 2" 1 2.80 2.80

    PVC Te 90 soldável c/ redução lateral 60 mm- 50mm 1 7.60 7.60

    PVC Curva 90 soldável 50 mm 2 1.20 2.40

    PVC Te de redução 90 soldável 50 mm - 32 mm 1 2.30 2.30

    PVC Te de redução 90 soldável 50 mm - 32 mm 1 7.30 7.30

    Hidrômetro 1"-10 m³/h 1 - 0.58

    PVC Joelho 90 soldável 32 mm 3 1.50 4.50

    PVC Curva 90 soldável 32 mm 4 0.60 2.40

    PVC Te de redução 90 soldável 32 mm - 25 mm 1 0.90 0.90

    PVC Te de redução 90 soldável 32 mm - 25 mm 1 3.10 3.10

    PVC Curva 90 soldável 25 mm 3 0.50 1.50

    PVC Registro de gaveta c/canopla cromada c/PVC soldável 3/4" 1 0.20 0.20

    PVC Te 90 soldável 25 mm 1 2.40 2.40

    PVC Registro de Pressão com PVC soldável 25 mm - 3/4" 1 11.30 11.30

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    Tabela 05 – Cálculo da pressão disponível no aquecedor do apartamento 1003

    Comprimento (m)  Pressões (m.c.a.) Trecho 

    Vazão 

    (l/s) 

    Ø 

    (mm) 

    Veloc. 

    (m/s)  Tubo  Equiv.  Total 

    (m/m) 

    Perda 

    (m.c.a) 

    Altura 

    (m) 

    Desnível 

    (m)  Disp.  Jusante 

    1-2 4.14 53 1.85 3.85 2.80 6.65 0.0655 0.44 53.40 3.85 3.85 3.41

    2-3 2.89 44 1.90 0.96 7.60 8.56 0.0875 0.35 49.55 0.00 3.41 3.06

    3-4 2.89 44 1.90 0.00 1.20 1.20 0.0875 0.11 49.55 0.00 3.06 2.96

    4-5 2.89 44 1.90 1.55 1.20 2.75 0.0875 0.24 49.55 1.55 4.51 4.27

    5-6 2.81 44 1.85 0.40 2.30 2.70 0.0835 0.23 48.00 0.40 4.67 4.44

    6-7 0.70 28 1.16 0.40 7.30 7.70 0.0653 0.08 47.60 0.00 4.44 4.36

    7-8 0.70 28 1.16 - - - 0.0653 0.64 47.60 0.00 4.36 3.72

    8-9 0.70 28 1.16 1.80 1.50 3.30 0.0653 0.22 47.60 -1.80 1.92 1.71

    9-10 0.70 28 1.16 0.41 1.50 1.91 0.0653 0.12 49.40 0.00 1.71 1.58

    10-11 0.70 28 1.16 1.43 1.50 2.93 0.0653 0.19 49.40 0.00 1.58 1.39

    11-12 0.70 28 1.16 0.79 0.60 1.39 0.0653 0.09 49.40 0.00 1.39 1.30

    12-13 0.70 28 1.16 0.26 0.60 0.86 0.0653 0.06 49.40 0.00 1.30 1.24

    13-14 0.43 28 0.72 1.09 0.90 1.99 0.0281 0.06 49.40 0.00 1.24 1.19

    14-15 0.43 28 0.72 0.16 1.50 1.66 0.0281 0.05 49.40 0.00 1.19 1.14

    15-16 0.43 28 0.72 0.30 1.50 1.80 0.0281 0.05 49.40 0.30 1.44 1.39

    16-17 0.43 28 0.72 0.05 1.50 1.55 0.0281 0.04 49.10 0.00 1.39 1.35

    17-18 0.43 28 0.72 1.10 1.50 2.60 0.0281 0.07 49.10 1.10 2.45 2.37

    18-19 0.43 28 0.72 0.08 1.50 1.58 0.0281 0.04 48.00 0.00 2.37 2.33

    19-20 0.43 10 5.54 0.00 0.00 0.00 0.0000 0.00 48.00 0.00 2.33 2.33

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    Tabela 06– Resumo dos resultados da pressão disponível no aquecedor do apartamento 1003

    Pressões (m.c.a.) 

    Estática 

    inicial 

    Perda de 

    carga 

    Dinâmica 

    disponível 

    Mínima 

    necessária 

    5.40 3.07 2.33 4.00

    Situação: Pressão insuficiente

    Tabela 07 – Valores de perda de carga localizada considerados para as peças especiais

    L equivalente (m) 

    Material  Grupo  Item  Quant.  Unitária  Total 

    PVC Tomadas dágua- saídas curtas 2" 1 2.80 2.80

    PVC Te 90 soldável c/ redução lateral 60 mm- 50mm 1 7.60 7.60PVC Curva 90 soldável 50 mm 2 1.20 2.40

    PVC Te de redução 90 soldável 50 mm - 32 mm 1 2.30 2.30

    PVC Te de redução 90 soldável 50 mm - 32 mm 1 7.30 7.30

    Hidrômetro 1"-5 m³/h 1 - 0.64

    PVC Joelho 90 soldável 32 mm 8 1.50 12.00

    PVC Curva 90 soldável 32 mm 2 0.60 1.20

    PVC Te 90 soldável 32 mm 1 0.90 0.90