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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DIVISÃO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE INFORME DE SITUAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL e PROPOSTA PARA A CERTIFICAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS POR T T r r i i a a t t o o m m a a i i n n f f e e s s t t a a n n s s RIO GRANDE DO SUL 2005

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

DIVISÃO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

IINNFFOORRMMEE DDEE SSIITTUUAAÇÇÃÃOO NNOO EESSTTAADDOO DDOO RRIIOO GGRRAANNDDEE DDOO SSUULL ee PPRROOPPOOSSTTAA

PPAARRAA AA CCEERRTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDAA IINNTTEERRRRUUPPÇÇÃÃOO DDAA TTRRAANNSSMMIISSSSÃÃOO DDAA

DDOOEENNÇÇAA DDEE CCHHAAGGAASS PPOORR TTrriiaattoommaa iinnffeessttaannss

RIO GRANDE DO SUL 2005

INICIATIVA DOS PAÍSES DO CONE SUL PARA A ELIMINAÇÃO DE Triatoma infestans

INFORME DE SITUAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL e PROPOSTA PARA A CERTIFICAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO POR Triatoma infestans 1. INTRODUÇÃO/ANTECEDENTES (1975/1992)

O estado do Rio Grande do Sul está situado no extremo meridional do país.

É um dos três estados da região sul do Brasil, com uma área de 282 184 Km².

Limita-se com o estado de Santa Catarina ao norte, com a Argentina ao noroeste,

com o Uruguai ao sul e ao este com o Oceano Atlântico. Está constituído por 496

municípios.

A doença de Chagas é conhecida no estado desde o início do século 20.

Passou a ser objeto de estudo a partir dos primeiros registros de triatomíneos

feitos por Arthur Neiva, entre 1911 e 1914. Foram então identificados Triatoma

infestans e Triatoma rubrovaria. No caso de T.rubrovaria foi essa a primeira

referencia sobre seu achado no país 7. Nesta ocasião Arthur Neiva fundou na

cidade de Pelotas um instituto de estudos sanitários associado ao Instituto

Oswaldo Cruz. Ainda que não sejam conhecidos registros sobre triatomíneos,

anteriores a esse período, tudo indica que T. infestans desde há muito estava já

disperso por extensas áreas rurais do estado do Rio Grande do Sul.

Em 1918 foi comprovada por Adolfo Lutz a infecção natural por

Trypanosoma cruzi em exemplares de T. infestans coletados no estado.7 O

primeiro caso de doença de Chagas (agudo) foi conhecido e reportado apenas em

1939, por equipe uruguaia coordenada por R Tálice 10.

Na década de 40 outros pesquisadores, como César Pinto, descreveram um

grande número de casos agudos no interior do Rio Grande do Sul, comprovando

a existência de transmissão vetorial ativa relacionada a T. infestans,

“extremamente abundante em residências rurais” 7.

A partir de meados dos anos 50 ações de controle do vetor foram

desenvolvidas em caráter mais ou menos regular, e mais ou menos extensas,

mas sem a necessária continuidade no tempo e a indispensável contigüidade

espacial. Essas atividades, exercidas de forma descontínua, em função de um

limitado e desigual aporte de recursos a cada ano, se limitavam a intervenções

aleatórias ou obedecendo a demandas pontuais. Os resultados, em função

3

disso, foram muito pouco conseqüentes.

No ano de 1975, com recursos excedentes da “Campanha de Erradicação

da Malária”, as ações de controle da doença de Chagas no país foram

redimensionadas; e, só então, na prática, estruturadas na forma de um

programa de alcance nacional. No Rio Grande do Sul isso não representou, de

inicio, nenhum substancial acréscimo de recursos, desde que a transmissão de

malária, limitada ao litoral norte, estava há mais tempo controlada no estado.

Ainda assim, a normalização metodológica, a regularização do suprimento

de recursos e a racionalização das atividades, permitiram ampliar em muito a

cobertura da área até então supostamente endêmica. De um total de 328

municípios em que se dividia política e administrativamente o estado, em ao

menos 216 deles havia informação, de diferentes fontes, sobre a presença de

triatomíneos.

A região sul do estado, era reconhecida como aquela com os maiores

índices de infestação domiciliar pelo vetor e de onde eram provenientes em sua

maioria os casos de doença aguda, como também de formas crônicas 1,2,4. Daí

haver-se tomado a decisão de iniciar as operações a partir daí.

Também a partir de 1975 foram realizados dois extensos inquéritos em

âmbito nacional: entomológico domiciliar e de soroprevalência da infecção

chagásica na população rural.

O Rio Grande do Sul foi o estado com as mais altas taxas de

soroprevalência no país (8,8%) (Figura 1) 5 e aquele onde a principio Triatoma

infestans era a única espécie domiciliada, o que significa dizer que a “área

endêmica”, equivalia a área de dispersão da espécie 9.

A distribuição da seroprevalencia para a doença de Chagas por município

se apresenta em mapa com a divisão municipal do Rio Grande do Sul em 1980.

Os intervalos de classe foram definidos tomando por base a taxa média para a

população rural do estado (Figura 2).

Uma particularidade da doença de Chagas no estado é a de que há uma

certa desproporção entre os níveis de infecção e os casos de doença clinicamente

manifesta. Seria de se esperar um número bastante maior de “casos clínicos”.

Isso determinou a crença, freqüentemente aceita, de que a doença de Chagas

não representava problema de saúde pública no Rio Grande do Sul. Com isso, a

4

Inquérito Sorológico Nacional. Distribuição das Taxas Soroprevalência da Infecção Chagásica por Estado. 1975/80.

8,848,83

7,4

5,97

5,44

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

RS MG GO SE BA PI PR PB MT PE AL MS AC AM RN RJ SC CE PA RO ES RR MA AP

Modificado de CAMARGO M. E., SILVA G. R., CASTILHO E. A., SILVEIRA A. C., 1984.

Figura 1

5

Inquérito Sorológico Nacional. Distribuição das Taxas Soroprevalência da Infecção Chagásica por município do estado do Rio Grande do Sul. 1975/80.

SOROPREVALENCIA

Figura 2

* com captura da espécie em qualquer (ou quaisquer) dos cinco anos imediatamente precedentes

6

7

Municípios da área de risco para Triatoma infestans* no estado do Rio Grande do Sul. 1992.

Figura 3

8

demonstração da “existência” da doença custou muito empenho de parte de

clínicos e de epidemiologistas interessados no tema 4. Merecem especial destaque

os trabalhos desenvolvidos por BARUFFA e cols 1,2. A “benignidade” da infecção

está respaldada pelo pequeno número de óbitos atribuídos à doença de Chagas

no estado, em relação aos registros existentes para o país. Em média, nas duas

últimas décadas, tem sido entre quatro a cinco mil os óbitos assinalados no

Brasil, enquanto no Rio Grande do Sul a média anual é de não mais do que

cinqüenta óbitos, o equivalente a aproximadamente 1% do total. Apesar de toda

a sub-enumeração que possa haver, não é razoável pensar que no estado ela

seja tão maior que possa explicar uma tão modesta participação na mortalidade

por doença de Chagas no país.

2. O PLANO DE ELIMINAÇÃO DE Triatoma infestans (1992/2004)

O plano de eliminação do T. infestans (PETI), como parte da Iniciativa dos

Países do Cone Sul, foi iniciado no estado do Rio Grande do Sul no ano de 1992.

A área de atuação do PETI foi definida a partir de levantamento

retrospectivo, identificando municípios e localidades com história de infestação

por T. infestans nos cinco (5) anos precedentes a 1992. Além das localidades

positivas para T. infestans, considerou-se desde inicio a necessidade de inclusão

de todas as localidades a elas limítrofes.

Assim delimitada a área, identificou-se 109 municípios que deveriam ser

intervidos obedecendo as normativas e tendo como metas aquelas estabelecidas

para a “Iniciativa INCOSUL/Chagas” (figura 3). Nesses municípios existiam

então, ao todo, 6.706 localidades e 450.109 unidades domiciliares (UDs).

Evidentemente que a dispersão e infestação não incluíam todas as localidades e

UDs existentes.

2.1. Indicadores de desempenho

Basicamente há que considerar aqueles requisitos básicos, já

mencionados, de contiguidade e extensão geográfica, e de continuidade das

ações; que, traduzidos em indicadores objetivos e mensuráveis, seriam a

cobertura alcançada a cada ano em função das metas físicas estabelecidas, e a

regularidade das operações em cada um dos municípios.

Desde quando inauguradas as ações do PETI vem se cumprindo, em

caráter rotineiro, ciclos semestrais de pesquisa (vigilância “ativa” por pessoal

institucional) e de tratamento químico domiciliar; ademais de se contar com a

9

notificação da presença do vetor pela população através dos “Postos de

Informação para Triatomíneos” (PITs).

As atividades, mesmo que rotineiras, até o ano de 1994 não vinham

alcançando as metas pretendidas. Ainda assim é de se reiterar o fato de que ao

exame dos dados constantes da Tabela 1 deve-se levar em conta que

localidades e UDs da área de risco não deveriam cobertas (uma vez seguida

estritamente a metodologia consensuada pelos países da “Ïniciativa”) pelo fato

de serem negativas.

No ano de 1995 foram realizados dois ciclos integrais de borrifação das

UDs dos “municípios de risco”, o que representou um primeiro ajuste nas

operações. Daí o pequeno número de unidades pesquisadas e o grande número

de unidades tratadas naquele ano (71.942).

Outros ajustes metodológicos se sucederam.

A partir do ano de 2001 passou-se a categorizar os municípios em

função da maior ou menor “permanência do vetor” nos cinco anos precedentes,

em municípios com:

i) infestação persistente, aqueles com a captura regular,

em três ou mais anos sucessivos no período considerado;

ii) infestação recorrente, nos quais se detectou o vetor em

dois daqueles cinco anos;

iii) infestação esporádica, com o achado do vetor em apenas

um dos cinco anos anteriores. 8

As intervenções foram adequadas à estratificação feita, a partir de uma

nova programação pactuada com os municípios, conferindo prioridade àqueles

com infestação persistente. O número de municípios segundo as categorias

criadas, a partir de 2001 tem sido variável, respeitando a dinamicidade própria

da distribuição do vetor, grandemente influenciada pelas limitações das técnicas

de detecção; por movimentos da população humana; e, eventuais mudanças

ambientais. O conhecimento episódico de infestação através dos PITs, já implica

na incorporação do município correspondente à área de risco, na categoria “com

infestação esporádica” . A distribuição inicial se mostra no mapa a seguir

(Figura 4 ).

Uma observação que interessa fazer é de que a área de risco,

inicialmente identificada como tal, foi sendo, a cada nova programação anual,

revista com base naqueles mesmo critérios que serviram a sua delimitação no

ano de 1992. Ou seja, com a exclusão de municípios em que se comprovou a

ausência do vetor por cinco anos sucessivos de operação. Por outro lado, lado,

foram incluídos municípios em que se conheceu, por informação de PITs, a

existência de qualquer exemplar do vetor, independentemente do número de

espécimenes, estadio ou colonização. Com isso se explica o número variável

10

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans

ALCANCE DAS AÇÕES DE CONTROLE (PESQUISA E TRATAMENTO QUÍMICO DOMICILIAR) (1)

N. MUNICÍPIOS

N. LOCALIDADES

N.UDs (2) ANO

ÁREA DE RISCO (3)

PESQUISA TRATAMENTO ÁREA DE RISCO (4)

PESQUISA TRATAMENTO ÁREA DE RISCO

(4) PESQUISA TRATAMENTO

1992

109 67 57 6 706 1 456 1 067 450 109 80 175 36 441

1993

87 67 21 5 043 1 849 555 352 230 99 839 7 251

1994

90 49 38 4 786 1 533 423 342 985 84 905 20 020

1995

78 62 61 3 837 92 984 275 281 3 958 71 942

1996

92 74 67 4 145 1 649 431 291 266 53 088 19 987

1997

48 49 44 2 370 1 135 214 165 131 50 587 6 582

1998

61 58 44 2 904 428 243 191 640 16 864 5 777

1999

63 61 39 3 032 675 125 202 986 31 028 4 324

2000

55 54 29 2 555 777 109 176 671 36 067 3 728

2001

41 35 19 2 244 325 119 178 149 15 687 2 207

2002

33 32 27 1 718 358 146 131 460 13 277 3 890

2003

31 31 26 1 643 745 126 126 437 33 571 1 190

2004

25 25 19 1 055 407 60 86 783 19 989 416

AV-RS 1 ( fev/05)

(1) desde quando inauguradas as atividades da “Iniciativa INCOSUL/Chagas” (2) unidades domiciliares (3) área comprovada ou presumivelmente com T. infestans (correspondente às metas físicas para intervenção nos planos operativos anuais)

(4) existentes nos municípios de risco (inclui localidades e UDs negativas

Tabela 1

11

Mapa 1

Figura 4

Categorização dos municípios do estado do Rio Grande do Sul, segundo o grau de persistência da infestação por Triatoma infestans, 2000.

12

de ano para ano, de municípios compondo a área de risco. Vale enfatizar que

exclusão não significou, e não significa, “abandono” das atividades, uma vez que

esses municípios seguiram e seguem sendo monitorados por PITs, e com o

acompanhamento e apoio institucional a eles, bem como pela investigação às

notificações deles derivadas.

A cobertura alcançada pelos PITs no estado é excepcionalmente alta. Não

se limita a municípios ou localidades historicamente infestadas por T. infestans.

São 315 municípios atendidos, com 2.113 postos instalados (Figura 5 e Anexo 1).

2.2. Indicadores entomológicos

Considerando fundamentalmente infestação, colonização domiciliar e o

número absoluto de exemplares capturados (vigilância entomológica transversal

por pesquisa direta) ou coletados (vigilância vertical pela notificação por PITs) há

que observar (Tabelas 2 e 3 e Figuras 6 e 7):

1. uma redução consistente e progressiva nas taxas de infestação

domiciliar a partir do ano de 1995, quando se fez borrifações

integrais nos municípios então infestados, abarcando

localidades e unidades domicilares consideradas negativas para

o vetor — isso pode ser entendido pela limitada sensibilidade

da pesquisa entomológica; ou seja, pela eventual “negativação”,

antes daquele ano, de unidades de fato positivas;

2. redução também equivalente na série apresentada (1992 a

2004) do número de UDs com T. infestans e do número de

exemplares capturados;

3. focalização da infestação a alguns poucos municípios e

localidades, concentrados na região noroeste do estado;

4. que dados especialmente significativos são os de colonização

intradomiciliar nos anos posteriores a 1996, com uma queda

ainda mais marcada desde 1999;

5. também com respeito à colonização observa-se que, apesar da

detecção em alguns anos da série (1997, 1998 e 2003) de um

número maior (ainda que pouco importante) de casas com

colônias de T. infestans, elas foram sempre de pequeno

tamanho, se considerado o número de espécimenes em relação

ao número de UDs positivas — o que pode significar que a

densidade populacional não foi em nenhum momento suficiente

13

Municípios com Postos de Informação de Triatomíneos (PIT) instalados, no estado do Rio Grande do Sul. 2004.

Figura 5

14

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans HISTORIA RECENTE DA INFESTAÇÃO POR T. infestans* (1)

N. MUNICÍPIOS

N. UDs (2)

I.I. (3)

N. exemplares de T. infestans

capturados ANO

PESQUISADOS

c/ T. infestans

PESQUISADAS

c/ T.infestans

1992

67 25 80 175 1 177 1,47 2.054

1993

67 41 99 839 719 0,72 1.327

1994

49 34 84 905 336 0,40 785

1995

62 40 3958 167 4,22 720

1996

74 50 53 088 154 0,29 639

1997

49 45 50 587 117 0,23 409

1998

58 27 16 864 44 0,26 101

1999

61 21 31 028 60 0,19 158

2000

54 23 36 067 54 0,15 115

2001

35 14 15 687 34 0,22 68

2002

32 16 13 277 31 0,23 77

2003

31 13 33 571 35 0,10 132

2004

25 12 19 989 15 0,08 109

AV-RS 2 (jan/05) (1) desde quando inauguradas as atividades da “Iniciativa INCOSUL/Chagas”

(2) unidades domiciliares (3) índice de infestação domiciliar (para UD)

Tabela 2

15

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans COLONIZAÇÃO INTRADOMICILIAR POR T. infestans (1)

N. UDs (2) ANO

PESQUISADAS

c/ T.infestans

c/ colônias

intradomiciliares de T. infestans

1992 80 175 1.177 931

1993 99 839 719 695

1994 84 905 336 493

1995 3958 167 260

1996 53 088 154 5

1997 50 587 117 36

1998 16 864 44 14

1999 31 028 60 2

2000 36 067 54 8

2001 15 687 34 4

2002 13 277 31 9

2003 33 571 35 12

2004 19 989 15 0

AV- RS 3 (jan/05) (1) desde quando inauguradas as atividades da “Iniciativa INCOSUL/Chagas”

(2) unidades domiciliares

Tabela 3

16

Figura 6

Área de dispersão de Triatoma infestans no estado do Rio Grande do Sul, 1992.

17

Área de dispersão de Triatoma infestans no estado do Rio Grande do Sul, 2004.

Figura 7

18

ara que houvesse risco real de transmissão, e o que se

deveu muito provavelment6e as repetidas intervenções de

controle, não permitindo a reposição das populações do

vetor.

Um outro indicador entomológico, de interesse secundário quando se

tem como meta a eliminação do vetor, mas que tem importância relativa

quando se trata da interrupção da transmissão, é a infecção no vetor. Os

poucos exemplares capturados mostram taxas ainda altas (Tabela 4), o que é

explicável pela grande suscetibilidade de T. infestans à infecção por T. cruzi e a

existência, que persiste, de muitas possíveis fontes de infecção. Vale lembrar

que o Rio Grande do Sul foi o estado do país com a mais alta taxa de

soroprevalencia na população rural quando do inquérito sorológico nacional,

realizado entre 1975 e 1980.

2.3. Indicadores de soroprevalência

Os indicadores entomológicos podem fazer presumir a interrupção da

transmissão, que apenas se pode confirmar de forma definitiva através de

estudos sorológicos na população humana, em grupos etários jovens.

O parâmetro inicial de que se dispõe para uma medida de impacto do

controle vetorial é o “Inquérito Nacional (1975/80)” que, como já assinalado,

revelou elevada proporção de soro-positivos para o Rio Grande do Sul, tendo

alcançado em alguns municípios cifras extremamente altas, como para

Pinheiro Machado, com 54,9%; Santana da Boa Vista, 43 %; ou Canguçu,

39,5%.

Uma limitação que se tem é o fato de que para aquele inquérito não são

conhecidas as taxas de soroprevalencia por grupo de idade. Ainda assim

certamente é indicativo do peso representado pela doença, a partir do

conhecimento da população chagásica naquele momento existente e das

potenciais fontes de infecção, que poderiam sustentar a transmissão

endêmica.

Por facilidades operacionais, e em obediência às normas para o

seguimento de resultados do controle vetorial, em municípios em que os

indicadores entomológicos indicassem uma possível interrupção da

transmissão pela ausência do vetor há cinco ou mais anos, se incorporou à

rotina de trabalho inquéritos na população escolar de 7 a 14 anos. No caso do

estado do Rio Grande do Sul esses estudos se realizaram entre 1994 e 1996. A

soroprevalencia foi então em média de 0,37 %.

19

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans Número de triatomíneos capturados por espécie e ano , segundo local de captura, estadio e índice de infecção por Trypanosoma tipo cruzi. 1996/2004.

Intra Domicílio (ID)

Peri Domicílio (PD) Espécie/

Ano Ninfa Total ID Ninfa Total PD

Total Infecção

T.infestans 1996 5 19 28 71 90 4,49 1997 36 102 129 307 409 3,73 1998 14 36 34 65 101 11,34 1999 2 23 58 135 158 2,55 2000 8 34 39 81 115 6,06 2001 4 21 16 47 68 0 2002 9 33 11 44 77 1,33 2003 12 14 52 118 132 6,11 2004 0 12 45 97 109 0

T. rubrovaria

1996 81 1 284 26 63 1 347 0,71 1997 106 1 567 75 139 1 706 1,09 1998 75 1 265 32 60 1 325 2,4 1999 30 984 15 21 1 005 1,1 2000 54 1 047 6 35 1 082 1,08 2001 46 834 17 53 887 0,36 2002 49 699 22 32 732 0 2003 51 830 58 91 921 0,67 2004 43 864 64 126 990 0,23

P. megistus

1996 2 126 1 5 131 14,29 1997 12 212 11 27 239 19,46 1998 5 180 0 15 195 18,23 1999 0 75 0 4 79 11,27 2000 0 61 0 3 64 11,86 2001 0 63 4 8 71 9,38 2002 1 29 1 4 33 12,9 2003 1 69 11 19 88 10,64 2004 8 101 9 22 123 7,69

AV-RS 7 ( fev/05)

Tabela 4

20

Também no caso particular do Rio Grande do Sul, a partir do ano de 2002,

na região nordeste do estado (aquela considerada de maior risco), se passou a

fazer rotineiramente provas sorológicas na população residente em domicílios

com captura de Triatoma infestans, independentemente de estadio ou local de

captura.

Os resultados tem sido altamente significativos do ponto de vista da

demonstração da interrupção da transmissão. Nos anos de 2002 e 2003 foram

colhidas e processadas por duas técnicas sorológicas convencionais ( elisa e

imunofluorescência indireta) 155 amostras. A distribuição por grupo de idade

foi de 8 em menores de 7 anos; 14 entre 8 e 14 anos; e 131 em maiores de 15

anos. Foram 12 os soros reagentes, todos na população >15 anos.

Em escala nacional, está em execução desde o ano de 2001 (com

conclusão prevista para 2005) inquérito de soroprevalência por amostragem

no grupo etário de 0 a 5 anos. A amostra , independente por estado, é de tipo

probabilístico em dois grandes conglomerados, por municípios e localidades.

No Rio Grande do Sul foram selecionados para amostra 188 municípios. Os

resultados ( Tabela 5 e Anexo 2 ) mostraram casos reativos em 10 desses

municípios com 13 amostras de sangue positivas para um total de 4 574

examinadas.

Complementarmente, no final de 2004 foram coletadas mais 313

amostras em 13 municípios, classificados como persistentemente infestados e

não incluídos na amostra do inquérito nacional. Destas 313 crianças somente

uma foi reativa, com apenas três meses de idade (Tabela 6). Nova tomada de

sangue e exame se fará quando complete seis meses. O caso está então ainda

pendente de confirmação, uma vez ser provável que tenha havido apenas

transferencia de anti-corpos maternos, desde que se comprovou ser a mãe

soro-positiva.

Todos os casos soro-reagentes (14 no total} foram investigados e

tratados. Demonstrou-se infecção materna em todos eles, assim como a

inexistência do vetor nos domicílios de onde provinham ( tabela 7).

3. PROPOSTA PARA CERTIFICAÇÃO DO CORTE DA TRANSMISSÃO POR

Triatoma infestans

Ainda que hajam focos residuais de Triatoma infestans em alguns

poucos municípios, sempre em muito baixa densidade, há suficiente

informacão e

21

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL:

COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans

INQUÉRITO DE SOROPREVALENCIA EM MENORES DE 5 ANOS DE IDADE. AMOSTRAS REAGENTES POR MUNICIPIO. 2004.

Área de risco 2004 MUNICÍPIO

N. de amostras sororeagentes SIM NÃO

Soroprevalência inquérito inicial

(população geral) Alecrim 1 X 1,2

Erval Sêco 1 X 3,4

Giruá 2 X 6,1

Humaitá 1 X 7,3

Inhacorá 1 X ...

Paraíso do Sul 1 X ...

Santa Maria 1 X 15,1

São Sepé 3 X 33,9

Santiago 1 X 0,7

Vale do Sol 1 X ...

TOTAL 13

AV-RS 5 (fev/04) ... sem informação (municípios emancipados, inexistentes como unidade política quando do inquérito inicial 1975/80)

Tabela 5

22

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans

INQUÉRITO DE SOROPREVALENCIA COMPLEMENTAR PARA ÁREA DE RISCO EM MENORES DE 5 ANOS DE IDADE. AMOSTRAS EXAMINADAS E REAGENTES.2004.

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial

(população geral) Alegria* 36 1 ...

Ajuricaba* 30 0 2,1

Cândido Godói* 17 0 3,9

Catuipe* 14 0 10,3

Crissiumal 14 0 1,3

Horizontina* 18 0 1,3

Independência* 109 0 22,2

Nova Candelária 6 0 ...

Porto Lucena* 3 0 2,2

Porto Mauá* 17 0 ...

Salvador das Missões* 9 0 ...

Santo Cristo* 31 0 1,4

Três de Maio* 9 0 3,1

Total 313 1 8,8

*municípios da área de risco em 2004 AV-RS 6 (fev/04) ... sem informação (municípios emancipados, inexistentes como unidade política quando do inquérito inicial 1975/80)

Tabela 6

23

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans INVESTIGAÇÃO DOS CASOS SORO-REAGENTES

CONFIRMAÇÃO

SOROLOGIA MATERNA

PRESENÇA DE TRIATOMÍNEOS NO

DOMICILIO MUNICÍPIO DE ORIGEM

IDENTIFICAÇÃO IDADE

(em anos) +

-

+

-

SIM NÃO

1 Alegria J. A .E. 03 meses ... +

2 Alecrim K E. 04 + + X

3 Erval Seco A L 04 + + X

4 Giruá E T 04 + + X

5 Giruá H T 01 + + X

6 Humaitá D H C 05 + + X

7 Inhacorá S M 01 + + X

8 Paraíso do Sul M dos S 01 + + X

9 Santa Maria E S 05 + + X

10 Santiago W L H 05 + + X

11 Vale do Sol J R 05 + + X

12 São Sepé A 01 + + X

13 São Sepé A R N 04 + + X

14 São Sepé V R N 03 + + X

AV-RS 7 (jan/05) ... sem informação ( pendente de confirmação, a ser feita aos seis meses de idade)

Tabela 7

24

evidencias para que se considere interrompida a transmissão vetorial pela

espécie no estado do Rio Grande do Sul..

Tomando os indicadores entomológicos de uso corrente é de se

destacar que:

1. a infestação é focal e predominantemente peri-domiciliar,;

2. a densidade populacional dos vetores no interior dos domicílios é muito

baixa e insuficiente para manter um risco continuado de transmissão;

3. a colonização intra-domiciliar é evento raro.

Quando se examinam os dados em conjunto e se calculam relações

como o número de capturas em função das pesquisas entomológicas

domiciliares, ou a proporção de exemplares da espécie em relação ao total de

capturas fica ainda mais evidente a improbabilidade de transmissão.

As populações do vetor são insuficientes para sustentar a transmissão.

A transmissão caso ocorra, mesmo que isso seja absolutamente improvável,

será acidental . O fato de que não se haja identificado um único caso com

sorologia positiva, em domicílios infestados em que se capturou T. infestans

nos anos de 2002 e 2003, funda essa afirmação.

Por outro lado, os dados de soroprevalencia em menores de 5 anos de

idade, recentemente colhidos como parte da amostra do inquérito nacional e

acrescidos da investigação feita nos municípios considerados de maior risco,

são confirmatórios do corte da transmissão vetorial por T. infestans no estado

do Rio Grande do Sul.

4. PROPOSTA PARA A SUSTENTABILIDADE DOS NÍVEIS DE CONTROLE

ALCANÇADOS e ELIMINAÇÃO DO VETOR

Entendendo que a interrupção da transmissão por T. infestans não

representa o controle definitivo da doença de Chagas, e assumindo a

factibilidade de sua eliminação, desde que é vetor alóctone e estritamente

domiciliado, pensa-se como atividades futuras:

1 manter e mesmo ampliar a já extensa rede de Postos de Informação de

Triatomíneos pela população, apurando a qualidade da notificação e de sua

relação com os serviços locais de saúde, garantindo resposta oportuna;

2 ampliar a base de operação,

i) capacitando e integrando os Agentes Comunitários de Saúde e de

Saúde da Família (PACS/PSF) à vigilância entomológica;

ii) implantando laboratórios para classificação taxonômica e exame

parasitológico de triatomíneos nas Coordenadorias Regionais de Saúde;

25

3 integrar tanto quanto possível a vigilância epidemiológica da doença de Chagas

ao “Sistema Nacional de Vigilância de Doenças”;

4 regularizar e aperfeiçoar a notificação de casos (o conhecimento e a

investigação de casos agudos suspeitos passa a ter especial importância);

5 incorporar novas variáveis de risco àquelas que hoje servem para a

estratificação e priorização das áreas de atuação, tais como fatores de risco

ambientais, migração populacional e a prevalência da infecção humana;

6 implementar o trabalho de melhoria habitacional em focos residuais de

infestação, seguindo o modelo até aqui desenvolvido, com melhorias

localizadas no ambiente domiciliar, que considera a casa, os anexos e o

entorno peridomiciliar.

Com referencia à melhoria habitacional, e suas peculiaridades no estado do

Rio Grande do Sul, importa mencionar que, à medida em que foi sendo

controlada a dispersão de Triatoma infestans, com diminuição importante da

quantidade de espécimes capturados, evidenciou-se a necessidade de avaliar as

condições que favoreciam a persistência residual da infestação na região

noroeste.

Identificaram-se características regionais que favoreciam essa situação: as

atividades econômicas da comunidade envolvem o estabelecimento de elementos

peridomiciliares diversos e com alta complexidade (galinheiros, pocilgas, galpões

para armazenamento para madeira e utensílios). Desde que o controle químico é

sabidamente menos eficaz no ambiente peridomiciliar, pela rápida inativação dos

inseticidas, optou-se por promover reparos físicos dirigdos ou específicos, e o

manejo espacial dos anexos. Essa conduta representou uma revisão dos

critérios nacionais de priorização do Programa de Melhorias Habitacionais, que

foram adaptados a essas singularidades regionais. 3

A manutenção das ações de vigilância entomológica é condição

absolutamente indispensável para preservar o nível de controle alcançado para a

transmissão vetorial. Além da possibilidade de reintrodução de Triatoma infestans

em áreas onde está já eliminado o vetor, e da possibilidade de que se reponham as

condições para que se restabeleça a transmissão (a partir do crescimento das

populações residuais que ainda persistem , mesmo que de forma focalizada) há

que atentar para a existência de espécies nativas potencialmente vetoras da

doença de Chagas no estado do Rio Grande do Sul.

26

Exemplares de Triatoma infestans e Triatoma rubrovaria capturados no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 1975/2003.

132

68

34316

5823

20

1795

1

10

100

1000

10000

100000

75

77

79

81

83

85

87

89

91

93

95

97

99

2001

2003

T.infestans T.rubrovaria

Figura 8

27

Na ausência do vetor antes domiciliado (T. infestans) a tendência é de que

outras espécies possam ocupar o vazio resultante de sua eliminação. Isso vem

sendo aqui observado de forma muito evidente, com a domiciliação de Triatoma

rubrovaria (Tabela 4 e Figura 8). Já em 1959 DI PRIMIO chamava atenção para

sua captura “nas imediaçoes das casas rurais” 6. Mas sua detecção, colonizando a

habitação é acontecimento recente. As baixas taxas de infecção por T.cruzi podem

limitar sua atuação com vetor. Diferentemente de Panstrongylus megistus que, ao

contrário, é capturado com muito menor freqüência mas com níveis importantes

de infecção. Assim, mesmo com a esperada eliminação de T. infestans há

necessidade de que se siga exercendo uma estrita vigilância entomológica.

O controle da transmissão natural, pelo vetor, implica atenção sobre outros

mecanismos de transmissão. Um tema ao qual se pretende conferir importância

nessa etapa do controle, e que emerge do inquérito de soroprevalencia que se

acaba de realizar, é a transmissão congênita. A prevenção evidentemente não é

possível, ou a prevenção primária. No entanto, pensa-se poder sistematizar de

algum modo a detecção dos casos e seu tratamento.

Porto Alegre, fevereiro de 2005

Documento elaborado pela equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da

SES/RS, com a assessoria do Dr. Antônio Carlos Silveira

28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BARUFFA, G. Forma aguda da doiença de Chagas na zona sul do Rio Grande do Sul. Rev. Goiana Med. 23: 23-40. 1977.

2. BARUFFA G., ALCANTARA A F. Inquérito Sorológico e entomológico da

infecção pelo T. cruzi na região sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Ann. Soc. Bel. Med. Trop. 65(1): 171-179. 1975.

3. BEDIN C. & WILHELMS, T. A singularidade da melhoria habitacional para o

controle da doença de Chagas na região noroeste do Rio Grande do Sul. Boletim da Saúde.15(1):107- 115, 2001

4. BRANDT T.C., LARANJA F.S., BUSTAMENTE F.M., LEITE-MELLO, A. Dados

sorológicos e eletrocardiográficos obtidos em populações rurasi não selecionads de zonas endêmicas de doença de Chagas no estado do Rio Grande do Sul. Rev Bras Malariol D. Trop. 9: 141-148, 1957.

5. CAMARGO, M.E.; SILVA, G.R.; CASTILHO, E.A. & SILVEIRA, A.C. Inquérito

sorológico de prevalência da infecção chagásica no Brasil, 1975-1980. Rev. Inst.Med.Trop.São Paulo 26:192-204, 1984.

6. DI PRIMIO R. Doença de Chagas e regionalismo gaúcho. Porto Alegre: Ed.

Livraria do Globo, 1959. 149 pp.

7. PINTO, C. Tripanosomiasis cruzi (doença de Carlos Chagas) no Rio Grande do Sul. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 37 (4): 443-538, 1942.

8. Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. Plano Operativo do

Programa de Controle da Doença de Chagas RS. Mimeo. 397 pp. 2004. 9. SILVEIRA A.C., FEITOSA V.R., BORGES R. Distribuição de triatomíneos

domiciliados no período 1975/83. Brasil. Rev. Bras. Malariol. D.Trop. 36: 15-312, 1984.

10. TALICE, R.V. Sobre el primer caso de enfermedad de Chagas comprobado en el

estado del Rio Grande del Sur (Brasil). Arch. Urug. Med. Cir. y Esp., 14:558-566. 1939.

29

ANEXO 1

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans ALCANCE DAS AÇÕES DE VIGILANCIA ENTOMOLÓGICA VERTICAL (através de PITs)*. 2004.

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Aceguá 7

Agudo 10

Ajuricaba 6 1 4

Alecrim 10

Alegrete 32

Alegria 9

Almirante Tamandaré do S 2

Alto Alegre 2

Alvorada 1

Amaral Ferrador 11

Arambaré 3

Araricá 1

Arroio do Padre 4

Arroio dos Ratos 9

Arroio do Tigre 7

Arroio Grande 10

Arvorezinha 6

Augusto Pestana 8

Bagé 10

Barão 4

Barão do Triunfo 10

Barra do Guarita 4

Barra do Quaraí 4

30

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Barra do Ribeiro 4

Barra Funda 3

Bento Gonçalves 1

Boa Vista das Missões 3

Boa Vista do Buricá 5

Boa Vista do Cadeado 2

Boa Vista do Incra 3

Bom Jesus 1

Bom Progresso 5

Bom Retiro do Sul 6

Bossoroca 9

Bozano 4

Braga 5

Brochier 5

Butiá 9

Caçapava do Sul 14

Cacequi 14

Cachoeira do Sul 18

Cachoeirinha 1

Caibaté 5

Camaquã 15

Camargo 2

Cambará do Sul 4

Campina das Missões 8

Campo Bom 1

Campo Novo 7

Campos Borges 2

Candelária 15

Cândido Godói 5 1 1

Candiota 5

Canela 1

31

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Canguçu 30

Canoas 1

Capão do Cipó 3

Capão do Leão 6

Capivari do Sul 3

Capela de Santana 4

Carazinho 4

Carlos Barbosa 1

Catuípe 5

Caxias do Sul 4

Cerrito 14

Cerro Branco 4

Cerro Grande 3

Cerro Grande do Sul 5

Cerro Largo 6

Chapada 8

Charqueadas 4

Chiapetta 6

Chuvisca 3

Colorado 6

Condor 6

Constantina 5

Coqueiros do Sul 2

Coronel Barros 5

Coronel Bicaco 9

Coxilha 2

Crissiumal 12 1 1

Cristal 7

Cruz Alta 6

Cruzeiro do Sul 6

David Canabarro 2

32

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Derrubadas 7

Dezesseis de Novembro 5

Dilermando de Aguiar 5

Dois Irmãos 1

Dois Irmãos das Missões 4

Dom Feliciano 10

Dom Pedrito 16

Dona Francisca 4

Doutor Maurício Cardoso 11 1 22

Eldorado do Sul 5

Encruzilhada do Sul 21

Engenho Velho 3

Entre-Ijuís 7

Herval 9

Erval Seco 4

Esperança do Sul 3

Espumoso 4

Estrela Velha 4

Eugênio de Castro 9

Fagundes Varela 1

Farroupilha 1

Faxinal do Soturno 6

Fazenda Vilanova 3

Feliz 1

Formigueiro 9

Fortaleza dos Valos 10

Frederico Westphalen 7

Garruchos 8

General Câmara 8

Giruá 14

Glorinha 1

33

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Gramado 1

Gramado dos Loureiros 3

Gramado Xavier 11

Gravataí 2

Guaíba 4

Guarani das Missões 7

Harmonia 4

Herveiras 5

Horizontina 12

Hulha Negra 7

Humaitá 8

Ibarama 5

Ibirapuitã 2

Ibirubá 12

Ijuí 12

Imbé 1

Independência 10

Inhacorá 3

Itaara 4

Itacurubi 8

Itapuca 4

Itaqui 9

Ivorá 4

Ivoti 1

Jaboticaba 4

Jacuizinho 2

Jaguarão 11

Jaguari 17

Jaquirana 1

Jari 8

Jóia 14

34

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Júlio de Castilhos 9

Lagoa Bonita do Sul 2

Lagoão 2

Lagoa dos Três Cantos 2

Lajeado 2

Lajeado do Bugre 3

Lavras do Sul 15

Liberato Salzano 6

Maçambara 8

Manoel Viana 9

Maratá 6

Marau 4

Mariana Pimentel 4

Mata 6

Mato Leitão 4

Mato Queimado 4

Maximiliano de Almeida 2

Minas do Leão 5

Miraguaí 5

Montauri 2

Montenegro 14

Mormaço 2

Morro Redondo 8

Não-Me-Toque 4

Nicolau Vergueiro 2

Nonoai 5

Nova Alvorada 2

Nova Araçá 1

Nova Bassano 2

Nova Boa Vista 3

Nova Candelária 5

35

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Nova Esperança do Sul 7

Nova Hartz 1

Nova Palma 6

Nova Prata 1

Nova Ramada 9

Novo Cabrais 3

Novo Hamburgo 10

Novo Machado 11

Novo Xingu 3

Novo Barreiro 3

Palmeira das Missões 9

Panambi 7

Pantano Grande 10

Paraíso do Sul 7

Pareci Novo 4

Passa Sete 4

Passo do Sobrado 8

Passo Fundo 4

Paverama 6

Pedras Altas 7

Pedro Osório 3

Pejuçara 4

Pelotas 18

Picada Café 1

Pinhal Grande 6

Pinheiro Machado 14

Pirapó 4

Piratini 21

Pontão 2

Porto Alegre 1

Porto Lucena 11

36

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Porto Mauá 6

Porto Vera Cruz 5

Porto Xavier 10

Quaraí 16

Quevedos 6

Quinze de Novembro 6

Redentora 9

Restinga Seca 13

Rio Grande 4

Rio Pardo 18

Rodeio Bonito 5

Rolador 5

Ronda Alta 4

Rondinha 4

Roque Gonzales 8

Rosário do Sul 23

Sagrada Família 3

Saldanha Marinho 4

Salto do Jacuí 4

Salvador das Missões 3

Salvador do Sul 3

Sananduva 2

Santa Bárbara do Sul 5 1 1

Santa Cecília do Sul 2

Santa Cruz do Sul 17

Santa Maria 14

Santa Maria do Herval 1

Santa Margarida do Sul 5

Santana da Boa Vista 14

Santana do Livramento 38

Santa Rosa 10

37

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Santiago 12

Santo Ângelo 19

Santo Antônio do Palma 2

Santo Antônio das Missõe 12

Santo Augusto 11 1 4

Santo Cristo 12 2 3

São Borja 19

São Domingos do Sul 2

São Gabriel 23

São Jerônimo 16

São João do Polêsine 3

São José das Missões 4

São José do Hortêncio 1

São José do Inhacorá 5

São Lourenço do Sul 19

São Luiz Gonzaga 13

São Marcos 1

São Martinho 9

São Martinho da Serra 7

São Miguel das Missões 10

São Nicolau 6

São Paulo das Missões 8

São Pedro das Missões 3

São Pedro do Butiá 4

São Pedro do Sul 12

São Sepé 15

São Valério do Sul 5

São Vicente do Sul 8

Sapiranga 2

Sapucaia do Sul 2

Sarandi 5

38

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Sede Nova 6

Segredo 5

Selbach 6

Senador Salgado Filho 4

Sentinela do Sul 7

Sertão 2

Sertão Santana 4

Sete de Setembro 3

Silveira Martins 6

Sinimbu 14

Sobradinho 3

Soledade 2

Tabaí 4

Tapes 3

Taquari 9

Tenente Portela 8

Terra de Areia 1

Tio Hugo 2

Tiradentes do Sul 8

Toropi 5

Três Coroas 7

Três de Maio 11 1 1

Três Palmeiras 3

Três Passos 6

Trindade do Sul 3

Tucunduva 12

Tupanciretã 10

Tupandi 2

Tuparendi 11

Turuçu 3

Ubiretama 4

39

MUNICÍPIO N.PITs instalados N.PITs produtivos

(com notificação de T. infestans) N. exemplares de

T. infestans notificados Unistalda 5

Uruguaiana 30

Vale Verde 8

Vale do Sol 11

Venâncio Aires 29

Vera Cruz 13

Viamão 1

Victor Graeff 2

Vila Maria 2

Vila Nova do Sul 6

Vista Gaúcha 3

Vitória das Missões 7

Xangri-lá 1

Total 2 113 9 37

AV-RS ANEX 1 (fev/04) * PIT: Posto de Informação de Triatomíneos

40

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: COMPROVAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO VETORIAL POR Triatoma infestans INQUÉRITO DE SOROPREVALENCIA EM MENORES DE 5 ANOS DE IDADE. 2003/2004.

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Agudo* 77 0 9,6

Alecrim 48 1 1,2

Alpestre 48 0 0,2

Alto Feliz 1 0 ...

Ametista do Sul 35 0 ...

Anta Gorda 18 0 0,0

Araricá 23 0 ...

Arroio do Meio 6 0 2,0

Arroio dos Ratos 7 0 31,6

Arvorezinha 25 0 0,0

Bagé 22 0 12,6

Barão 8 0 ...

Barra do Guarita 4 0 ...

Barra do Ribeiro 17 0 9,9

Barracão 3 0 0,0

Benjamin Constant do Sul 144 0 ...

Boa Vista do Buricá* 7 0 0,0

Bom Jesus 4 0 0,2

Bom Retiro do Sul 3 0 4,4

Bossoroca 47 0 19,6

Butiá 16 0 20,8

Cacequi 55 0 28,2

Cacique Doble 11 0 0,0

Caiçara 50 0 0,9

Cambará do Sul 4 0 0,2

ANEXO 2

41

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Campina das Missões 28 0 3,9

Campo Novo 46 0 4,9

Candelária 55 0 8,1

Canela 14 0 0,0

Canoas 0 0 2,9

Capela de Santana 10 0 ...

Capivari do Sul 2 0 ...

Carlos Barbosa 12 0 8,7

Casca 6 0 0,0

Caxias do Sul 46 0 0,5

Cerrito 29 0 ...

Cerro Grande do Sul 33 0 ...

Chapada 32 0 0,0

Chiapeta* 37 0 17,2

Chuvisca 32 0 ...

Colinas 5 0 ...

Condor 11 0 4,1

Coronel Barros 8 0 ...

Cotiporã 5 0 ...

Cristal 18 0 ...

Cruz Alta 50 0 6,5

Derrubadas 26 0 ...

Dilermando de Aguiar 7 0 ...

Dois Lajeados 3 0 ...

Dom Pedrito 30 0 11,5

Doutor Maurício Cardoso 9 0 ...

Eldorado do Sul 8 0 ...

Engenho Velho 21 0 ...

Entre-Ijuís 56 0 ...

Ernestina 14 0 ...

Erval Seco 10 1 3,4

42

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Espumoso 17 0 2,1

Estância Velha 9 0 13,8

Estrela Velha 28 0 ...

Fagundes Varela 2 0 ...

Faxinalzinho 12 0 ...

Feliz 11 0 0,0

Fontoura Xavier 20 0 0,0

Fortaleza dos Valos 7 0 ...

Garruchos 13 0 ...

General Câmara 12 0 10,1

Giruá* 34 2 6,1

Gramado 12 0 0,0

Gravataí 43 0 8,0

Guaíba 0 0 14,9

Harmonia 25 0 ...

Herveiras 9 0 ...

Humaitá* 14 1 7,3

Ibiaçá 11 0 0,0

Ibirubá 44 0 11,3

Ijuí* 62 0 7,0

Imigrante 4 0 ...

Inhacorá 9 1 ...

Iraí 5 0 2,8

Itacurubi 25 0 ...

Itatiba do Sul 9 0 0,0

Ivoti 9 0 0,0

Jaguarão 10 0 3,9

Jaquirana 4 0 ...

Júlio de Castilhos 87 0 23,3

Lagoa dos Três Cantos 4 0 ...

Lagoão 45 0 ...

43

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Lajeado do Bugre 4 0 ...

Lindolfo Collor 1 0 ...

Maçambara 23 0 ...

Manoel Viana 4 0 ...

Maratá 9 0 ...

Mariana Pimentel 24 0 ...

Marques de Souza 7 0 ...

Mato Leitão 16 0 ...

Minas do Leão 7 0 ...

Monte Alegre dos Campos 8 0 ...

Montenegro 59 0 6,3

Morro Redondo 29 0 ...

Mostardas 23 0 0,3

Muliterno 0 0 ...

Nicolau Vergueiro 13 0 ...

Nova Araçá 5 0 2,7

Nova Boa Vista 8 0 ...

Nova Esperança do Sul 12 0 ...

Nova Pádua 0 0 ...

Nova Prata 6 0 1,7

Nova Roma do Sul 1 0 ...

Novo Cabrais 45 0 ...

Novo Machado* 8 0 ...

Paim Filho 7 0 0,0

Palmeira das Missões 26 0 1,7

Pantano Grande 38 0 ...

Paraíso do Sul 34 1 ...

Passa Sete 89 0 ...

Passo Fundo 17 0 0,8

Pejuçara 4 0 12,8

Picada Café 15 0 ...

44

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Pinheirinho do Vale 45 0 ...

Pirapó 9 0 ...

Poço das Antas 9 0 ...

Ponte Preta 18 0 ...

Porto Lucena* 21 0 2,2

Porto Vera Cruz 24 0 ...

Presidente Lucena 7 0 ...

Protásio Alves 4 0 ...

Quevedos 9 0 ...

Redentora 50 0 9,3

Rio dos Índios 6 0 ...

Rio Pardo 124 0 18,4

Rodeio Bonito 20 0 0,3

Ronda Alta 13 0 1

Rosário do Sul 75 0 39,3

Saldanha Marinho 3 0 ...

Salvador do Sul 3 0 0,0

Santa Bárbara do Sul 17 0 2,9

Santa Maria 183 1 15,1

Santa Rosa* 58 0 7,8

Santana da Boa Vista 16 0 43,0

Santiago 102 1 0,7

Santo Antônio das Missões 28 0 13,5

Santo Antônio do Planalto 6 0 ...

Santo Expedito do Sul 8 0 ...

São Domingos do Sul 3 0 ...

São Gabriel 195 0 43,4

São João da Urtiga 5 0 ...

São José das Missões 6 0 ...

São José do Hortêncio 2 0 ...

São José do Ouro 5 0 0,4

45

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

São Leopoldo 0 0 2,4

São Marcos 8 0 6,0

São Martinho da Serra 21 0 ...

São Paulo das Missões 21 0 0,0

São Pedro do Butiá 7 0 ...

São Sepé 210 3 33,9

São Valentim do Sul 1 0 ...

São Vicente do Sul 30 0 31,5

Sapucaia do Sul 10 0 16,1

Sede Nova 8 0 ...

Selbach 21 0 0,0

Serafina Corrêa 4 0 0,0

Sertão 29 0 36,3

Severiano de Almeida 32 0 0,0

Sinimbu 59 0 ...

Tabaí 10 0 ...

Tapera 5 0 7,4

Taquari 35 0 5,3

Tavares 10 0 ...

Teutônia 9 0 ...

Toropi 5 0 ...

Travesseiro 13 0 ...

Três Cachoeiras 9 0 ...

Três Forquilhas 30 0 ...

Três Passos 31 0 0,2

Tucunduva* 3 0 0,9

Tupanci do Sul 3 0 ...

Tuparendi 11 0 3,0

Ubiretama* 13 0 ...

Uruguaiana 96 0 8,8

Vale do Sol 117 1 ...

46

MUNICÍPIO N. de amostras

examinadas N. de amostras sororeagentes

Soroprevalência inquérito inicial (população geral)

Vanini 0 ...

Vera Cruz 72 0 20,8

Viadutos 16 0 0,3

Vicente Dutra 29 0 2

Vila Lângaro 9 0 ...

Vila Nova do Sul 6 0 ...

Vista Gaúcha 17 0 ...

Xangri-lá 6 0 ...

TOTAL 4 574 13 8,8

*município parte da área de risco em 2004 AV-RS ANEX 2 (FEV/05) ... sem informação (municípios emancipados, inexistentes como unidade política quando do inquérito inicial 1975/80)