informe c3 - ediÇÃo 02

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INFORME C3Edição 02 - Abril/ 2009"Cada um no seu quadrado"Território/Fronteira/Pertencimento/Inclusão x ExclusãoEsta edição trata de diferente noções de territorialidade, de como os indivíduos de diferentes contextos culturais transitam em diferentes territórios, levando a pensar na frase que se tornou popular em alguns lugares – “Cada um no seu quadrado”. E assim surge uma provocação: Qual é o seu(s) quadrado(s)?

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  • www.ferrazdesouza.com

  • Foto: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 02 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 03

  • Capa:Francis Dias

    Foto: Wagner Ferraz

    Local:Porto Alegre

    Informativo FdeS: Porto Alegre/Canoas/So Leopoldo.Distribuio: Gratuita e ilimitada pelo territrio da internet.

    Direo: Wagner FerrazPesquisa e organizao: Processo C3Pesquisadores: Anderson de Souza, Francine Pressi e Wagner FerrazProjeto grfico e execuo: Anderson de Souza e Wagner Ferraz

    Contato: Wagner [email protected]

    Colaborador: Rodrigo Monteirowww.teatropoa.blogspot.com

    Agradecimentos:Pumping Iron Academia - CanoasErticos Vdeos - Porto AlegreO Processo C3 agradece pela confiana e apoio por abrirem suas portas para pesquisa.

    ano 01 - Edio 01 - Abril/2009

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 04

  • Apresentao08

    Ensaio 01 - O corpo como territrio em territrios diferentes12

    Caderno de Campo - DALMAS18

    Entrevista 01 - Nzia Villaa34

    Exposio38

    Crtica Teatral46

    Leituras Indicadas47

    Banco de Dados Terps50

    Ensaio 02 - Um territrio para a Moda52

    Entrevista 02 - Fbio Stahl Nogarotto58

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 06

    Ensaio 03 - Dana - Os dois lados de uma mesma moeda64

    1 Parada do Teatro de Porto Alegre66

    Ensaio 04 - Ser humano: ser corpo em relao70

    O territrio da Moda Gacha74

    Carla Bal - Estilista78

    Alana Beulker - Estilista79

    Parabns Porto Alegre82

    Currculos84

    Processo C385

    O Branco86

    ndice

  • Foto: Wagner Ferraz

    O Informativo FdeS lana sua 2 edio mantendo a idia de dividir os pro-cessos e buscas em pesquisas relacionadas a Corpo, Cultura, Artes e Moda desen-volvidos pelos participantes do Grupo de Pesquisa Processo C3.

    Em poucos dias aps o lanamento da 1 edio recebemos muitos e-mails de parabenizao de interessados em contribuir, colaborar e participar de alguma forma das prximas edies desse informativo. Confesso que o resultado foi surpre-endente e pode ser percebido pelo carinho e disposio de muitos em colaborar com nosso trabalho aps receberem a edio com o assunto na capa A artificializao do Corpo. Isso nos fez pensar em firmar algumas parcerias e nos instigou a partir para campo para pesquisas exploratrias.

    Assim nessa edio, iniciamos um espao chamado Caderno de Campo onde registros escritos e de imagens sobre outros meios onde no costumamos transitar sero apresentados. Temos tambm a primeira participao de Rodrigo Monteiro com sua Critica Teatral e o filsofo portugus Paulo Duarte que colabora-r com seus ensaios escritos sobre Corpo com foco voltado para Corpo e Religio.

    Est segunda edio trata de noes territoriais em diferentes aspectos e contextos, levantando questes sobre limites, barreiras, pertencimento e incluso x excluso. Ento aproveitamos a letra de uma msica que esteve to na moda no ano de 2008 assim como tambm esteve em evidncia uma coreografia que a acompanhava, chamando-se assim a dana e a msica de Dana do quadrado. Registrada e gravada pela carioca Sharon (que prefere no revelar seu sobrenome). Segundo ela aprendeu a dana com alguns estudantes Mineiros, mas ela acabou registrando e divulgando a idia.

    Assim, partimos da ideia de Cada um no seu quadrado (frase repetida mui-tas vezes na msica), que pode ser interpretada de vrias formas, como: Cada um no seu espao, no seu limite, no seu canto, cada um cuide de sua vida, cada um na sua cultura, cada no seu territrio...

    Nossa inteno que o que se segue nessas pginas possa levar a refletir sobre como cada um compreende e v o seu territrio e o territrio dos outros, e como se processa o transito nesses espaos levando-se em considerao os limites que determinam quem pode ou no pertencer a certo meio social e cultural.

    Qual o seu territrio?

    Um abraoWagner Ferraz

    Apresentao

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 08 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 09

  • Observe a imagem ao lado!!!Pontue as fronteiras...

    Pontue os limites...Pontue qual ou quais territrios voc pertence...

    Aponte o seu quadrado.Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 10 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 11

  • O corpo como territrio em territrios diferentes

    O corpo de um ponto de vista scio e cultural pode ser compreendido como o territrio onde vrias possibilida-des de representao social transitam. no corpo e atravs dele que o indivduo se representa para os meios onde vive. GOFFMAN (1985:29) esclarece que quando usa o termo re-presentao o usa para se referir:

    a toda atividade de um indivduo que se passa num perodo caracterizado por sua presena contnua diante de um grupo particular de observadores e que tem sobre estes alguma influncia.

    Com base nisso pode-se pensar que o homem se representa para o outro de acordo com os modelos compor-tamentais que aprendeu e aprende durante sua vida, na bus-ca de falar algo que cause uma determinada impresso, que pode ser relativa, do outro sobre si.

    importante lembrar que o homem vive em socie-dade, mesmo que seja em um grupo restrito com um limitado nmero de pessoas. Dessa forma transitar por meios como escola, universidade, supermercado, padaria, casa dos vi-zinhos, casa de amigos, praa, shopping, o local onde se trabalha e qualquer outro meio se faz necessrio buscar se representar de diferentes formas. Se utilizando de modelos comportamentais com costumes e valores especficos para tentar provocar um jogo social nesses diferentes meios, na tentativa de estabelecer uma relao de pertencimento.

    O corpo como territrio em territrios diferentes

    Ensaio 01Wagner Ferraz

    Este ensaio faz parte de um apesquisa em processo.

    Foto: Wagner FerrazFoto: Anderson de Souza

    Foto: Anderson de Souza

    Foto: Mait de AlencastroProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 12 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 13

  • O outro se torna o motivo pelo qual o indivduo busca se representar de diferentes for-mas. Esse outro e esses territrios aos quais ha-bita produzem imagens de representaes que esclarecem quais os modelos e cdigos aceitos nesses meios. Como diz SKLIAR (2003:22), ... as imagens do outro acabam transformando-nos em refm do outro....

    Assim, o homem torna-se refm de tan-tos outros na tentativa de pertencer a esses di-ferentes territrios habitados por esses outros. Onde se representar dando foco ao outro se faz necessrio para ser reconhecido como ca-pacitado para pertencer a determinado meio po-dendo transitar por ele.

    Ento quanto mais territrios se busca explorar e transitar, mais se busca possibilidade de representao tornando-se cada vez mais re-fm de tantos outros para ter a possibilidade de exercitar o jogo social.

    Muitas vezes as formas de represen-tao influenciam diretamente nas formas de apresentao do corpo. Se uma pessoa de-seja participar do dito universo da moda, mais especificamente do mundo das modelos das consideradas grandes grifes de roupas, com a inteno de se tornar uma dessas modelos, no basta assumir posturas se representando da forma aceita nesses meios. Ser necessrio ter o peso corporal estabelecido como o peso adequado para ser uma modelo, alm de ter a estatura legitimada como adequada.

    O mesmo pode ser observado em ou-tros territrios. No basta buscar modelos repre-sentacionais de fisiculturistas, precisa-se malhar muito em uma academia de musculao, assu-mir costumes e valores, para ser considerado um bodybuilder e ter voz ativa nesse territ-rio. Talvez a busca pela aparncia nesses meios seja um dos elementos da representao.

    O corpo como territrio em diferentes territrios Ser que necessrio tentar se igualar ou se tornar similar para transitar nos espaos dominados por diferentes grupos culturais?

    No caso das pessoas com deficincia talvez os cdigos reconhecidos e validados nes-ses meios no sejam os da aparncia. Pois para se transitar nesse territrio se faz necessrio se tornar uma pessoa com deficincia? Ou ser um profissional que atue em prol dessas pessoas j se faz suficiente para ser aceito por esses gru-pos?

    Na cultura surda os elementos que muitas vezes legitimam que pessoas ouvintes transitem nesse territrio so o uso da LIBRAS (lngua brasileira de sinais) e a preocupao e interesse por conhecer, participar e contribuir com a Cultura Surda.

    AZUA (2001:35) em Habitantes de Babel relata o que seria a lenda de Babel instigando a pensar em relaes com a criao de diferentes territrios e diferentes culturas. O Senhor dis-persa os humanos pela face do mundo, converti-dos em grupos mutuamente inteligveis, e assim os converte em signos com que uns nomeiam os outros.

    O autor complementa com questes que levantam algumas interrogaes:

    Se o destino dos mortais ocupar toda a terra, no devem permanecer unidos em uma nica cidade, nem conveniente que usem uma nica lngua. AZUA (2001:35)

    Teria sido esse acontecimento o primei-ro passo que deu incio a construo de diviso territorial geogrfica, cultural e simblica?

    Os territrios esto firmados, constru-dos, em construo, muitos j desapareceram e talvez muitos ainda devam surgir. Porm im-portante pensar que o corpo um espao para uma infinidade de territrios e de manifestaes territoriais, alem de ser o corpo o ator que transi-ta em diferentes meios socioculturais. Esbarran-do nos limites, rompendo fronteiras, incluindo e excluindo, possibilitando que esses territrios se firmem, se legitimem e se estabeleam em suas particularidades ou semelhanas com outros.

    O corpo constri os territrios e os terri-trios influenciam nas construes de e no cor-po.

    Nota:1 - Pessoa com deficincia Termo apresentado no Estatuto da Pessoa com Deficincia do Senador Pau-lo Paim, Braslia, 2007.

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Wagner Ferraz

    Referncia:

    AZA, Flix de. Sempre em Babel. In: Habitantes de Babel: Polticas e poti-cas da diferena. Trad. Semramis Gorini da Veiga. Belo Horizonte: Autntica, 2001.

    GOFFMAN, Irving. A representao do eu na vida cotidiana. Trad. Maria Clia Santos Raposo. Petrpolis: Vozes, 1985.

    SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvvel) da diferena: E se o outro no esti-vesse a? Trad. Giane Lessa. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2003.

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 15

  • Deficiencias

    Oscar - atleta

    H limites para um corpo transitar em diferentes territrios?

    Imagens pesquisadas em: http://disembedded.wordpress.com/2008/05/16/the-blade-runner-oscar-pistorius-wins-olympics-appeal/ Acessadas em 02/04/2009

    Imagem

    pesquisada em: http://englishform

    arketers.blog.hu/

    Acessada em

    04/04/2009

    Acessada em 02/04/2009Imagem pesquisada em: http://disembedded.wordpress.com/2008/05/16/the-blade-runner-oscar-pistorius-wins-olympics-appeal/

    Imagem

    pesquisada em: http://w

    ww

    .sas.upenn.edu/cwic/

    Acessada em

    : 04/04/2009

    Imagem pesquisada em: http://www.nytimes.com/2007/07/11/sports/othersports/11amputee.html?fta=yAcessada em: 04/04/2009

    Imagem pesquisa-da em: http://blog.sierratradingpost.com/in-outdoors-camping-gear-forest-trails/dou-ble-amputee-sprinter-barred-from-olympics/Acessada em: 04/04/2009

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 16 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 17

  • Caderno de campo

    Fotos: Anderson de Souza e Wagner FerrazProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 18

  • DalmasF

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    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 20

  • Pumping Iron AcademiaCanoas/RS/Brasil

    Imagens e algumas pistas, assim se inicia nosso Caderno de Campo, assim se inicia um novo espao para ns pesquisado-res deste veculo de informao, assim se inicia um novo territrio para que possamos transitar. Aqui pretendemos apresentar um pouco do material que j registramos e ire-mos registrar em nossas pesquisas explora-trias sobre diversos assuntos que serviro de banco de dados para nossos trabalhos.

    13 de maro de 2009, 10 horas da manh, Pumping Iron Academia, eu (Wag-ner Ferraz) e Anderson de Souza, aps al-guns meses de conversa pela internet com o fisiculturista Rafael DALMAS resolvemos encontr-lo para uma entrevista e aproveitar para fazer algumas fotos. DALMAS nos apresentou a Academia onde treina sob a orientao do treinador e amigo Anderson Rodrigues Machado, ambos nos explicaram como se processam os treinos.

    Esse primeiro encontro nos indicou que deveramos voltar na prxima semana para registrar atravs de vdeo e fazer mais algumas fotos. Ento nos programamos e no dia 20 de maro, s 10 horas da manh estvamos novamente na Pumping Iron Aca-demia, mas dessa vez acompanhados de nossa colega, amiga e integrante do Grupo de Pesquisa Processo C3 Francine Pressi.

    Dessa vez conseguimos explorar um pouco mais o campo e todo o material est servindo para gerar novas questes sobre o fisiculturismo. Nossa inteno neste Cader-no de Campo lanar algumas informaes e no descrever tudo o que presenciamos e investigamos, isso ocuparia muito espao deste Informativo. Assim tambm apresenta-remos essas informaes em futuros ensaios escritos que provavelmente sero publicados aqui.

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 23

  • DALMAS- CAMPEO GACHO ESTREIANTES NABBA 2007- 2LUGAR DO OVERAL GACHO ESTREIAN-TES NABBA 2007- 3LUGAR GACHO NABBA 2007- 2LUGAR Mr.PELOTAS IFBB 2008- 1LUGAR COPA ANDRADE FEGAMA 2008- 1LUGAR MELHOR COREOGRAFIA COPA ANDRADE FEGAMA 2008- 2LUGAR OVERAL COPA ANDRADE FEGAMA 2008- 4LUGAR GACHO IFBB 2008- 5LUGAR GACHO NABBA 2008- APRESENTAO ESPECIAL PARA ABER-TURA DE EVENTO PARA ACADEMIA HAUVO CORPORAL 25/10/2008

    Sou competidor na NABBA da Classe 3, que seria de 1,62 cm a 1,75 cm, eu tenho 1,75 cm de altura, o peso no importa. Na IFBB por peso, a no dia da competio a gente se pesa e aps saber o peso se inscreve. Geralmente tenho me inscrito na faixa de 85 kg a 96 kg. DALMAS

    Desde meus 11 ou 12 anos eu j levantava caixa de ferramenta... e faz trs anos que eu estou com-petindo. Nesses trs anos a primeira vez que par-ticipei de uma competio eu j ganhei, e foi isso que me motivou at agora para continuar. DALMAS

    acordar e dormir pensando nisso... DALMAS

    dedicao 24 horas por dia... ANDERSON

  • Chego ficar meio ano sem lamber uma bala!DALMAS

    Em off o perodo antes de acontecer a preparao de dieta e treinamento intenso.

    DALMAS

  • Fase em off, a fase em que o atleta est se prepa-rando tentando aumentar a massa muscular, porm no preocupa tanto com a dieta. A gente procura ganhar a maior quantidade de massa possvel, s que porm fa-zendo treinamento com car-gas mais elevadas pra obter uma hipertrofia mxima do msculo. E tem a fase pos-terior que a fase que a gen-te pega mais densidade no treinamento, uma fase com mais carga e a fase prepara-tria pra competio que a fase pr-contrast. Essa fase a fase que a gente diminui a carga nos equipamentos, diminui a intensidade, entra em dieta, comea a fazer a sesso de poses pra isso ajudar a vascularizao e aumentar a definio mus-cular do atleta. ANDERSON

    DALMAS com o amigo e treinador Anderson

    Dalm

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  • Nzia fala sobre o ncleo de pesquisa ethos - co-municao, comportamento e estratgias corpo-rais e sobre a relao dos estudos relacionados a corpo e moda.

    01 Ferraz - Fale sobre o Ncleo de pesquisa Ethos comunicao, comportamento e estrat-gias corporais.

    Nzia - O ncleo de pesquisa ETHOS Comunicao, Com-portamento e Estratgias Corporais, criado na Escola de Co-municao da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelos professores/pesquisadores Nzia Villaa, Ester Kosovski e Frederico de Ges, se constitui como lugar de reflexo so-bre o imaginrio do corpo e suas estratgias no cenrio con-temporneo espetacularizado pela multiplicao acelerada das imagens e virtualizado pelo avano da tecnocincia.

    O interesse central dos questionamentos pensar as re-demarcaes dos espaos domstico e pblico, os proces-sos de subjetivao, os laos de solidariedade social que se inventam e reconfiguram no cotidiano, atravs de olhar construdo nos limites do campo comunicacional com dis-ciplinas como a tica, a Filosofia, a Esttica, a Psicolo-gia, a Antropologia, a Sociologia e a Comunicao Social.

    As atividades do Ncleo so executadas por pesquisa-dores da UFRJ e de outras universidades e instituies nacionais e estrangeiras, e por pesquisadores visitantes.O ETHOS teve seu ponto de partida no trabalho de ensi-no e pesquisa que vem sendo realizado na ps-gradu-ao (Mestrado e Doutorado) e nos cursos de graduao da Escola de Comunicao da UFRJ (ECO/UFRJ). Sua meta realizar trabalhos de integrao entre estudan-tes de diferentes nveis, uma vez que tambm propicia a alunos e pesquisadores da ps-graduao a oportuni-dade de um exerccio didtico nas turmas de graduao.

    A atual coordenadora, Nizia Villaa, de h muito desenvol-ve trabalho integrado com instituies pblicas e privadas, nacionais e internacionais. No momento, Nizia Villaa se dedica pesquisa e ensino sobre os discursos e repre-sentaes do corpo e a moda, e estratgia do consumo.

    Entrevista 01

    Pblicaes- A edio do corpo: tecnocincia, artes e moda. So Paulo: Estao das Letras, 2007;

    - O novo luxo. So Paulo: Anhembi Morumbi, 2006;

    - Impresso ou eletrnico? um trajeto de leitura. Rio de Janei-ro: Mauad, 2002; - - Plugados na moda. So Paulo: Anhem-bi Morumbi, 2006;

    - Nas fronteiras do contemporneo: territrio, identidade, arte, moda, corpo e mdia. Rio de Janeiro: Mauad/FUJB. Or-ganizao com Fred Ges, 2001;

    - Em pauta: corpo, globalizao e novas tecnologias. Rio de Janeiro: Mauad, 1999;

    - Que corpo esse? novas perspectivas. Rio de Janeiro: Mauad, organizao com Fred Ges e Ester Kosovski, 1999;

    - Em nome do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, co-autor Fred Ges, 1998 (esgotado);

    - Paradoxos do ps-moderno: sujeito & fico. Rio de Ja-neiro: UFRJ, 1996 e trata de tendncias literrias da poca, com anlise de alguns autores como Rubem Fonseca, Joo Gilberto Noll, Chico Buarque etc;

    - Diadorin. Organizao com Beatriz Jaguaribe, 1994;

    - Em colaborao com Ester Kosovski, 1989; Rio de Janeiro, cartografias simblicas. Rio de Janeiro;

    - Vozes do crcere; linguagem cifrada. Rio de Janeiro: Ed. do autor/apoio CNPq;

    - Cemitrio de mitos: uma leitura de Dalton Trevisan. Rio de Janeiro: Achiam, 1984;

    Linhas de pesquisa do Ncleo Ethos:- A Est-tica da Moda e o imaginrio das tribos;- A produo do corpo nas mdias: texto e imagem;- Comunicao e ressemantizao urbana;- Corpo, arte, cultura e tecnologia;- Discurso corporal e suas estratgias: gnero, etnia e faixa etria;- Processos de subjetivao no contemporneo: tendncias narrativas;- Consumo: globalizao e periferia;- Rio de Janeiro: corpo e espaos perifricos;

    Tais estudos articulam-se com as linhas de pesquisa do Pro-grama de Ps-Graduao da ECO/UFRJ, que vem se desen-volvendo em torno da produo das novas subjetividades no campo da Literatura e da Mdia em geral, sobretudo face crise dos fundamentos que orientaram o projeto moderno, redimensionando o lugar da verdade, da tica e da esttica, a partir das transformaes das categorias de espao e tem-po no horizonte dos avanos tecnolgicos.

    As atividades sero, ento pensadas numa viso multi e transdisciplinar, de modo a produzir e divulgar saberes no compartimentados atravs de cursos, seminrios, confern-cias, eventos multimiditicos e publicaes.

    Nzia VillaaPossui graduao pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982) e ps-doutorado em Antropologia Cultural, Paris V - Sorbonne (1985). professora titular da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro. Tem experincia na rea de Comunicao, atuando principalmente nos seguintes temas: epistemologia da comunicao, corpo, moda, antropologia do consumo e artes, no contexto sul americano e global.

    Endereo para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4141738725910147

    Wagner Ferraz

    02 Ferraz - Como tu tem percebido os estudos que se preocupam com a relao corpo e moda no Brasil depois de tu ter participado 4 edio do Colquio de Moda?

    Nzia - Tenho participado da organizao do Colquio de Moda, colaborando com Kathia Castilho que desenvolve trabalho muito srio sobre moda em So Paulo. Ela efeti-vamente soube constelar inmeros grupos de pesquisa na-cionais que se empenharam ativamente na realizao do en-contro. O que me chama a ateno sobretudo a amplitude que a moda vai assumindo como cultura conectando as mais diversas reas do saber. Parece-me importante a expanso deste universo que ao mesmo tempo puro design, est-tica, sem abrir mo da tica com atribuio de importncia inequvoca a questes como sustentabilidade, diversidade e tantas outras preocupadas com um progresso com um mni-mo de poluio e muita responsabilidade. Um outro aspecto que julgo importante , neste contexto, a conscincia dos processos de subjetivao que so propostos pelo universo tecnolgico e toda a transformao do imaginrio urbano e comunicacional. Interatividade, conexo, reinveno, releitu-ra, do pequena idia do desejo de participao de toda uma comunidade que se deseja ludicamente ativa.

    03 Ferraz - O que um jovem pesquisador deve le-var em considerao nas buscas em investigar a relao corpo/moda/cultura?

    Nzia - O jovem pesquisador deve, sobretudo, estar atento ao que muda na cultura contempornea no que se refere a novos comportamentos, sejam eles familiares, profissionais, privados ou pblicos. A ateno deste pesquisador passa pelos veculos impressos e eletrnicos na sua imensa va-riedade, passa pelas ruas e pelas relaes que os espaos oferecem aos transeuntes, aos grupos etc. olhar, arquitetu-ra, cenrios, eventos, movimentos. De tudo isso, o pesquisa-dor vai registrando as recorrncias e fazendo associaes, criando idias que sejam enriquecedoras de um imaginrio comum, tendo aquele clic da moda sem perder o olhar cr-tico.

    Conhea o Ethos: http://www.grupoethos.net./

    Essa entrevista continuar atravs de uma troca de e-mails e consequntimente as perguntas e respostas sero publica-das no site www.ferrazdesouza.com sem data prevista.

    O contedo desta entrevista so de responsabilidade da en-trevistada - Nzia Villaa.

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 34 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 35

  • Foto: Anderson de Souza

  • Filtros de Cor - Interferncia no teto de uma das salas de exposio da Fundao Iber Camargo.

    Artstita: Lucia KochFoto: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 38

  • As margens do Guaiba, mais precisamente na Avenida Pa-dre Cacique, 2000, em Porto Alegre/RS que est localiza-da a fundao Iber Camargo. Instituio criada em 1995 por Maria Coussirat Camargo, esposa de Iber Camargo, artista plstico gacho, que alm de pinturas, gravuras, gua-ches e desenhos, desempenhou importante papel no meio artstico e intelectual brasileiro.

    A Fundao Iber Camargo foi criada com a misso de pre-servar o acervo, promover o estudo e a divulgao da obra de Iber Camargo e estimular a interao de seu pblico com arte, cultura e educao, atravs de programas inter-disciplinares (1).

    importante lembrar que o prprio prdio que sedia a Ins-tituio pode ser considerado uma obra de arte. Projetado pelo arquiteto portugus lvaro Siza, reconhecido interna-cionalmente pelo seu trabalho dentro da arquitetura contem-pornea. Projeto este que recebeu o Leo de Ouro na 8 Bienal de Arquitetura de Veneza (2002) e mrito especial da Trienal de Design de Milo.

    Segundo o site da instituio, Luz, textura, movimento e es-pao so cuidadosamente explorados no projeto, que favo-rece a relao direta entre o espectador e a obra de arte e torna o contato com o trabalho de Iber Camargo ainda mais rico (2).

    Em seu programa de exposies, as mostras e exposies temporrias possuem espao destinado s obras de artistas modernos e contemporneos, sendo o segundo andar do prdio destinado as mostras do Acervo Iber Camargo.E foi em um dia quente (36C) de Maro, que visitei pela pri-meira vez este Museu. Experincia muito inspiradora.

    As exposies que pude apreciar naquele momento foram:Um mundo a perder de vista Guignard (3) que apresen-tava obras em pintura e desenho, do artista moderno Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), que privilegiavam paisa-gens e noites de So Joo realizadas entre os anos 50 e 60. Curadoria de Jos Augusto Ribeiro.

    Lugares desdobrados (4) que reunia trabalhos de trs ar-tistas gachas contemporneas, onde dentro da singulari-dade de cada artista, a questo lugar podia ser repensada e questionada. Elaine Tedesco, com seu Observatrio de Pssaros para ser observado; Karin Lambrech, com pintu-ras (algumas elaboradas com sangue de carneiros), aqua-relas e desenhos que traam relao entre culturas e luga-res e Lcia Koch, com intervenes em janelas, aberturas e entradas de luz com a aplicao de filtros. O trabalho a interferncia da luz, pois propicia, com os filtros de cor que dispe sobre as entradas da claridade, estados alterados de percepo de lugar (5). Curadoria Mnica Zielinsky.

    ExposioAnderson de Souza

    Fundao Iber Camargo

    Um novo espaoUm novo terrirtrioUm novo quadrado

    Iber Camargo Persistncia do Corpo (6) que foi a pri-meira mostra do Acervo, aps a abertura da Fundao Iber Camargo, reunindo desenhos e pinturas, que fo-ram selecionadas pela curadoria com o intuito de propor-cionar aos espectadores uma perspectiva multifocal em seu contato com as obras (...) a curadoria apresenta ao visitante um leque ampliado de possibilidades para que cada um construa sua rede de sentidos. (7) E por opo da curadoria, o foco e a ateno da exposio esto vol-tados para os desenhos, estando ausente a gravura, tc-nica na qual Iber Camargo se tornou referncia nacional. Curadoria Ana Maria Albani de Carvalho e Blanca Brites.

    Estas exposies puderam ser conferidas no pe-rodo de 10 de dezembro a 08 de maro de 2009.Atualmente encontra-se em cartaz a exposio Iber Ca-margo: um ensaio visual (8) que recoloca o artista gacho nos trs andares do prdio, atravs da curadoria da argenti-na Mara Jos Herrera, chefe do departamento de pesquisa e curadoria do Museo Nacional de Bellas Artes, em Bue-nos Aires. Sendo que esta a primeira vez que a Funda-o tem frente de uma mostra um curador internacional.

    A exposio fica em cartaz at 30 de agosto, e composta por 37 pinturas e 62 desenhos aliadas a fotografias do artis-ta, apresentando trs direes em sua obra: o olhar para a natureza, o olhar para o homem e o olhar para as formas.

    Maiores informaes:Telefone:

    55 51 3247-8000

    Endereo:Av. Padre Cacique 2.000

    90810-240 | Porto Alegre RS Brasil

    Horrio de Funcionamento:De tera a domingo,

    das 12h s 19h;Quintas at as 21h.

    http://www.iberecamargo.org.br

    Notas:1 - Folder Fundao Iber Camargo. 2 - http://www.iberecamargo.org.br/content/museu/alvaro.aspAcessado em: 28/03/20093 - Folder Fundao Iber Camargo Exposio Um mundo a perder de vista Guignard/1896-1962 -10 dez 8 maro 2009. 4 - Folder Fundao Iber Camargo Exposio lugares desdobrados -10 dez 8 maro 2009.5 - Idem 4.6 - Folder Fundao Iber Camargo Exposio Iber Camargo Persis-tncia do Corpo -10 dez 8 maro 2009. 7 - Idem 6.8 - http://www.iberecamargo.org.brAcessado em: 28/03/2009

    Fotos: Anderson de Souza

  • Obra: Karin Lambrecht

    Obra: Karin Lambrecht

    Obra: Iber CamargoObra: Elaine Tedesco

    Janela Fundao Iber Camargo

    Corredor Fundao Iber Camargo

    Viso Externa Fundao Iber Camargo

    Obra: Lucia Koch Obra: Lucia Koch

    Fotos: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 42

  • A janela a sada ou o limite?

    Foto: Wagner Ferraz

  • Crtica Teatral Rodrigo Monteiro

    O BairroA fragilidade

    H um personagem que tem uma janela com corti-nas. As duas partes da cortina se encontram no meio da ja-nela. Em uma parte, h botes. Em outra, h as respectivas casas. Esse personagem, quando quer ver o mundo atravs de sua janela, abre a cortina, desabotoando casa por casa. Ento, abre uma parte. Depois, outra. E v.

    Fica mais claro falar sobre o ritual de ir ao teatro, fa-lando sobre ir ao cinema. No possvel ver teatro em casa, mas possvel ver bons filmes na TV 60 polegadas da sala. Mesmo assim, vai-se ao cinema. arrumar-se. Sair. Trans-portar-se. Chegar. Pegar ingresso. Escolher lugar. Sentar e esperar. Casa por casa, o corpo prepara-se para o que vai ver e exige, por isso, algo que lhe agrade tanto na tela, como no palco. A mente repousa. O espectador faz um pacto. E as luzes se acendem.

    O Bairro, cuja direo de Marco Fronchetti, ofe-rece uma viso para quem, pacienciosamente, desabotoa a cortina. Engana-se quem pensa que s se v quando as duas partes da cortina j esto abertas. Desde o primeiro boto, j sabemos que um bom espetculo est por vir: a luz na parede negra de tijolos, a msica ambiente, o cartaz, as fotos, o boca-boca. Ver e visualizar no so to distantes assim.

    * H um personagem que anda carregando uma vara paralela ao cho. Ele pega bem no meio da vara e hbil em mant-la paralela. Quem consegue o feito merecia ga-nhar um milho. Sim, no fcil manter uma vara paralela ao cho. Num suspiro, ela faz um ngulo e, deixando de ser paralela, torna-se perpendicular.

    O que mais me chama a ateno em termos de lin-guagem teatral, de especificidade do teatro a fragilidade que ele oferece ao seu pblico. A fragilidade de um corpo exposto. Um corpo vivo e em movimento num espao e num tempo. E, de alguma forma, dizendo algo a voc. O ator est paralelo ao pblico e, quando hbil, no est perpendicular a ns. Direes que conseguem manter o acordo feito do in-cio ao fim, fazendo que mantenhamos nossa ateno presa no palco sem que duvidemos da encenao, ou que recorra-mos ao ar condicionado, ao ajuste na poltrona ou ao relgio de pulso, mereciam um milho. Com exceo da cena do Absinto em que as repeties tornam evidente um palavrrio sem corpo, o espetculo O Bairro desfila levemente pela tortuosa linha da palavra presa ao corpo de forma sublime. Fruto da literatura de Gonalo Tavares, a teatralidade dessa produo no recusa a literariedade, mas anda em paralelo a ela, tanto quanto a ns.

    * H um personagem que, todos os dias, sai rua com um balo de ar. A diferena entre o ar de dentro e o ar de fora do balo que o primeiro est envolto por uma cor. A cada novo dia, o personagem veste uma parte do nada de uma cor diferente. No sbado, era azul. A arbitrariedade da pala-vra que veste a imagem a cor azul. O teatro bem pode ser outra cor que veste uma parte do nada. A outra parte anda nua nas nossas cabeas a interpretar, a reagir, a receber o que dito pelo grupo de atores vestidos impecavelmente num palco tambm belamente composto. A fragilidade, tema da pea, est na cor. E quando falo em pea, lembro que pea significa parte. O todo do teatro seria, talvez, a unio do que acontece em cena com o que acontece em cada uma das pessoas do pblico. Eu s vejo uma pea. E uma pea que me fala de uma parte de mim.

    * H um personagem que construiu uma ponte. Mas, segundo ele, faltaram dois metros para que o que saiu de um lado chegasse ao outro. Mesmo que, para mim, ponte s ponte quando une dois lados, o que no o caso, assim que ele chama o feito. Se o que escrevo crtica ou comen-trio, se o que se v em cena mais ou menos teatro, se o que fazemos melhor ou pior pra ns, isso s quem sabe quem vive. No se pra para viver quando se vive em para-lelo. Na platia de Fronchetti, eu olho para o paralelo. Olho e vejo outro personagem.

    * H um personagem que carrega terra de um lugar para o outro numa colherinha de ch.

    *Ficha tcnica:Roteiro e direo: Marco Fronchetti:Adaptao livre da obra de Gonalo M. TavaresElenco: Srgio Lulkin, Valria Lima, Marco Srio e Andrei Dorneles:Figurinos: R Cortinhas:Iluminao: AcostaApoio: Casa de Cinema de Porto Alegre

    Ttulo: Fashion NowAutor: Terry Jones & Avril MairEditora: TaschenAno: 2003

    Fashio Now, editado em 2003 pela Taschen, trata-se de um compilado praticamente uma enciclopdia que apresenta ao longo de suas 576 pginas uma seleo com 150 estilistas mais importantes do mundo segun-do a revista I-D. Editado em quatro idiomas, o livro apresenta um breve panorama sobre a vida, obra e tragtoria de cada estilista.

    Leituras Indicadas

    Ttulo: Nas fronteiras do Contemporneo - Territrio, identidade, arte, moda, corpo e mdia.Autor: Nzia Villaa e Fred Gos (Org.)Editora: Mauad: FUJBAno: 2001

    Este livro apresenta 21 artigos falando sobre diferen-tes noes de territrio na contemporaneidade, dividi-do em: 1 - A produo social do espao; 2 - O espao/tempo de comunicao; 3 - Representaes do ima-ginrio nacional; 4 - Corpo, imagem e subjetivao e 5 - Arte por toda parte. Possibilita que interessados de diferentes territrios possam servir-se destes para auxiliar em seus estudos.

    Foto: Fernanda Chemale

    Ttulo: Criatividade e Processos de Criao.Autor: OSTROWER, FaygaEditora: VozesAno: 1987 O livro Criatividade e Processos de Criao tem como tema principal a criatividade, e como enfoque o ser humano criativo. Fayga Ostrower foi uma renomada artista plstica nascida na Polnia, que chegou ao Rio de Ja-neiro na dcada de 1930, naturalizando-se brasileira em 1934. Entre os anos de 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de Composio e Anlise Crtica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer da dcada de 60, lecionou no Spellman College, em Atlanta, EUA; na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posterior-mente, como professora de ps-graduao, em vrias universidades brasileiras. Fayga tambm foi presiden-te da Associao Brasileira de Artes Plsticas entre 1963 e 1966.

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 46 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 47

  • Fotos: Anderson de Souza

  • Banco de Dados Terps

    Wagner Ferraz

    Na edio anterior do Informativo FdeS apresentei um pouco sobre a Terps Teatro de Dana (Porto Alegre/RS) declarando ser esta Cia de suma im-portante na histria da Dana do RS e do Brasil, se destacando com suas obras at os dias atuais. Nesta edio apresento um pouco do material j encontrado sobre a Terps - o espetculo O Banho e mais alguns dados. Este material foi gentilmente cedido por Carlota Albuquerque diretora e coreogrfa da Cia Terp-s.

    Acompanhe mensalmente o material que ser apresentado e m cada edio ou acesse o que j est disponvel no Banco de Dados Terps no site: www.ferrazdesouza.com

    Companhia gacha independente, pioneira em seu estado e uma das primeiras no Brasil a assumir como linguagem cnica a dana teatral. Ao longo de sua traje-tria de 21 anos, acumulou prmios e reconhecimentos, sendo considerada pela crtica especializada do centro do pas uma renovadora da dana brasileira. Em seu ex-tenso currculo apresenta destaques sendo uma das duas companhias a representar o Brasil no Carlton Dance Fes-tival 1990, ao lado das maiores companhia internacionais de dana moderna como Tanztheater Wuppertal de Pina Bausch e Alwin Nicolais, entre outros; em 1993 recebeu da Secretaria de Cultura da Presidncia da Repblica e Instituto Brasileiro de Arte e Cultura o Prmio Estmulo de Teatro e Dana, pelo conjunto de trabalhos realizados de significativa importncia para as artes no pas. Terps re-cebeu convite para representante delegacion cultural ex-tranjera no festival internacional Danza Libre Corrientes, na Argentina; em 1996 foi a nica companhia de dana a representar a cidade no I Porto Alegre em Buenos Aires, a convite da Secretaria Municipal de Cultura e Secretaria de Cultura de la Nacion (Argentina); foi representante brasi-leira no evento O Globo em Movimento, apresentando-se no Rio de Janeiro ao lado da cia. canadense O Vertigo. I Forum social Mundial(2000)I USINA VBRASIl TELECOM DANAS(2001), I,II Circuito Brasil Telecom Dana(2001/02), ProjetoPETROBRAS As artesCnicas Aproximando o Bra-sil-nico reprsentante de dana(Manaus,Bel, So Luiz, Fortaleza 2002, IICIrcuito Brasil Telecom Dana (2003), XI Porto Alegre Em Cena. I arte no Solar.

    Projetos Especiais - Projeto BEgnung - Intercmbio Institut Goethe - Berlim(1999) - Patrocnio Goethe Berlim;

    - 15 Valsas de 15 - Comemorao dos 15 da Terps na Usi-na do Gasmetro - Patrocnio FUMPROARTE;

    - Projeto Petrobras As Artes Cnicas Aproximando O Pas( 2002);

    - Antgona-Direo Luciano Alabarse(2005/2006);

    - Sagrao da Primavera(2007) - intercmbio ULBRA;

    - Protenas - Prmio Klauss Vianna - Intercmbio com o Teatro Escola de Antnio Nbrega (2007)- FUNARTE PE-TROBRAS;

    - Projeto PterPs Pum PbrinpCanPte Pno PmuPseu - Pa-trocinio FUMPROARTE;

    O BANHO (2001)

    Prmio Aorianos de Cenrio, Figurino, Ilumina-o. Prmio IEACEN de Produo de Dana e Prmio FUNARTE de Produo de Dana.

    Fotos: Cludio Etges

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 50 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 51

  • Ensaio 02Anderson de Souza

    Este ensaio faz parte de uma pesquisa em processo.

    Primeira revista L`Officiel de la couture et de la mode. n 01, 1921. Capa. Disponvel em: Acesso em 06 de

    maio 2008.

    Primeira impresso direta em cores sobre papel foto, LOfficiel de la couture et de la mode. n 268, 1944. Capa. Disponvel em: Acesso em 06 de maio 2008.

    A influncia das divas do cinema - LOfficiel de la couture et de la mode n192,1937. Pginas 76-77. Disponvel em: Acesso em 06 de maio 2008.

    A internet, que segundo a definio de COS-TELA (1997, p. 34), trata-se de uma malha de comuni-cao que configurou a formao de um revolucionrio ambiente, praticamente sem fronteiras, onde o som, a imagem e a escrita fundem-se em um processo ele-trnico, apoiados nos computadores que interligados, possibilitam a comunicao em escala mundial, tem contribudo e agilizado para quem busca, necessita e tm acesso as informaes disponveis na rede. Embora ainda existam os casos como de historiado-res, pesquisadores, educadores, estudantes e demais interessados que para fazer uma pesquisa precisam se deslocar a um museu, arquivo ou biblioteca para consultar os acervos, sob o risco de no encontrar a informao desejada, dependendo do tamanho e di-versidade do acervo consultado.

    Um territrio para a modaPatrimnio digital ameaado?

    Considerando que as revistas publicadas e disponibilizadas em formato impresso constituem bens de ordem material, por serem entendidas como um objeto concreto, apresentando em suas pginas informaes culturais e de hbitos de consumo entre outros elementos pertencentes ao universo da moda, isto permite reconhecer estas revistas como bens que constituem um Patrimnio Cultural. Pois segundo ATADES:

    Patrimnio Cultural no mais somente o conjunto de bens imveis representados por monumentos e edifcios. Dizemos hoje que qualquer coisa que atesta a histria de uma determinada sociedade um bem cultural. (1997, p. 13)

    E a revista L`Officiel de la couture et de la Mode vem divulgando a quase um sculo a histria do vesturio das sociedades onde esteve e onde se encontra presente, contribuindo, interferindo e fazen-do parte desta histria. Revelando assim, sua impor-tncia como patrimnio, pois de acordo com CRANE:

    O vesturio, sendo uma das formas mais visveis de consumo, desempenha um papel da maior importn-cia na construo social da identidade. A escolha do vesturio propicia um excelente campo para estudar como as pessoas interpretam determinada forma de cultura para seu prprio uso, forma essa que inclui normas rigorosas sobre a aparncia que se considera apropriada num determinado perodo (o que conhe-cido como moda), bem como uma variedade de al-

    Desta forma, a internet e os sistemas infor-matizados, auxiliando na produo, transmisso e conservao do patrimnio cultural, so responsveis por configurar um novo tipo de patrimnio, o patrim-nio digital. E para melhor ilustrar este assunto, o patri-mnio Jalou, e em especial a revista L`Officiel, sero abordados como objetos de estudo e apresentados no decorrer do texto como exemplo de patrimnio di-gital voltado para a Moda. Por disponibilizar um vasto material de pesquisa onde atravs de informaes histricas se possvel estudar vrias caractersticas da sociedade, como por exemplo, comportamento e hbitos de consumo.

    O PATRIMNIO JALOU

    No site da editora francesa Les Editions Ja-lou (2007) (Edies Jalou), os arquivos da editora es-to disponveis em uma das opes do menu principal e seu contedo corresponde a um acervo virtual de revistas de moda e comportamento, que disponibiliza mais de 250.000 pginas que podem ser consultadas gratuitamente na internet. Revistas publicadas a nvel internacional pela editora, dentre as quais se destaca a L`Officiel de la couture et de la Mode (A Oficial da costura e da Moda), que segundo a prpria editora trata-se da revista feminina de moda mais antiga da Frana, lanada em 1921 e que est no mercado at hoje.

    Atualmente, a internet, tambm conhecida como web , permite que ao digitar qualquer palavra em um site de busca, se obtenha em uma frao de segundos uma infinidade de informaes relacionadas palavra digitada. Essa diversidade de informaes disponveis para quem tem acesso a internet, aliada com a facilidade de ser consultada, tornou a internet uma imensa biblioteca virtual, um novo terreno para a transmisso e preservao da memria.

    DODEBEI comenta a respeito da grande im-portncia e relevncia da Web no que diz respeito pesquisa e produo do conhecimento ao dizer que:

    A web vista como espao mtico da memria social cria um frtil terreno de pesquisas sobre o comporta-mento e as propriedades dos meios de produo do conhecimento, quer sejam eles de natureza histrica, artstica ou tcnica. (DODEBEI, 2006)

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 52 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 53

  • Um territrio para a moda - Patrimnio digital ameaado?

    O uso das cores da bandeira da Frana como manifesto. LOfficiel de la couture et de la mode n234, 1941. Capa. Disponvel em: Acesso em 06 de maio 2008.

    O New Look de Dior (em primeiro plano). LOfficiel de la couture et de la mode n301-302, 1947. Pgina 89. Disponvel em:< http://patrimoine.jalougallery.com/lofficiel-de-la-mode-recherche-13.html

    > Acesso em 06 de maio 2008.

    Modelo de Givenchy, famoso por vestir Audrey Hapburn. LOfficiel de la couture et de la mode n375-376, 1953. Capa. Dispon-vel em: Acesso em 06 de maio 2008.

    Modelo de Saint Laurent para maison Dior. LOfficiel de la couture et de la mode n455-456, 1960. Capa. Disponvel em:< http://patri-moine.jalougallery.com/lofficiel-de-la-mode-numero_455-456-1960-detail-13-509.html > Acesso em 06 de maio 2008.

    Considerando que as revistas publicadas e disponibilizadas em formato impresso constituem bens de ordem material, por serem entendidas como um objeto concreto, apresentando em suas pginas informaes culturais e de hbitos de consumo entre outros elementos pertencentes ao universo da moda, isto permite reconhecer estas revistas como bens que constituem um Patrimnio Cultural. Pois segundo ATADES:

    Patrimnio Cultural no mais somente o conjunto de bens imveis representados por monumentos e edifcios. Dizemos hoje que qualquer coisa que atesta a histria de uma determinada sociedade um bem cultural. (1997, p. 13)

    E a revista L`Officiel de la couture et de la Mode vem divulgando a quase um sculo a histria do vesturio das sociedades onde esteve e onde se encontra presente, contribuindo, interferindo e fazen-do parte desta histria. Revelando assim, sua impor-tncia como patrimnio, pois de acordo com CRANE:

    O vesturio, sendo uma das formas mais visveis de consumo, desempenha um papel da maior importn-cia na construo social da identidade. A escolha do vesturio propicia um excelente campo para estudar como as pessoas interpretam determinada forma de

    de cultura para seu prprio uso, forma essa que inclui normas rigorosas sobre a aparncia que se considera apropriada num determinado perodo (o que conhe-cido como moda), bem como uma variedade de al-ternativas extraordinariamente ricas. Sendo uma das mais evidentes marcas de status social e de gnero til, portanto, para manter ou subverter fronteiras simblicas , o vesturio constitui uma indicao de como as pessoas, em diferentes pocas, vem sua posio nas estruturas sociais e negociam as frontei-ras de status. (2006, p. 21)

    Atravs da Moda, a revista L`Officiel de la couture et de la Mode retratou e vem retratando em suas pginas acontecimentos (como o surgimento da alta-costura e a ecloso da 2 grande Guerra) e algu-mas grandes mudanas ocorridas no mundo, e como estes acontecimentos influenciaram e interferiram no vesturio. Mudanas estas que aconteceram nos campos da cincia, da poltica, das artes e do com-portamento, gerando uma multiplicidade de estilos e tendncias (MOUTINHO, 2000, P.07). Reforando a idia de que a moda um reflexo da sociedade. Tanto que, uma anlise mais detalhada de cada edio da revista, certamente renderia uma vasta pesquisa so-bre a histria da moda de vrios pontos do mundo por transitar em territrio internacional.

    A revista LOfficiel se lanou no mercado ex-terior, fazendo parcerias com editoras locais, possi-bilitando assim sua venda e sua assinatura em pa-ses como ndia, Rssia, Holanda, Ucrnia, Japo, Emirados rabes, Brasil, China, Grcia e Cingapura. Revistas que passam a agregar informaes e carac-tersticas da moda local e global. Sendo, a criao e a disponibilizao de todo seu acervo em ambiente digital mais um importante fato para sua histria, e o mais recente em sua trajetria de conquistas e pionei-rismo.

    Fatos que levam a pensar na necessidade de preservao

    A revista LOfficiel que transpe em suas p-ginas informaes que traduzem a memria coletiva e histrica atravs dos tempos, informaes de inte-resse a nvel global, considerando que a moda possui grande importncia social, fica evidente a necessida-de de sua preservao para as sociedades de modo geral, devido a sua contribuio para a compreenso, manuteno e ampliao da memria. A revista como objeto da Cultura Material, configura-se em um tipo de documento ou fonte capaz de explicar o cotidiano social, e sua importncia se d por estar diretamen-te associado com a cultura e com a sociedade que a produziu. Em cada poca retratada em suas pginas, atravs das roupas se era possvel perceber as ca-ractersticas distintas que variaram e mudaram com o passar do tempo (ATADES, 1997). E tais afirmaes podem efetivar este material em um verdadeiro Patri-mnio Cultural da Humanidade.

    E considerando o fato deste material se en-contrar disponvel em formato digital, sabendo que toda informao registrada e armazenada neste for-mato est suscetvel degradao e obsolescn-cia tecnolgica, se torna de suma importncia buscar solues que possam assegurar sua integridade e acessibilidade. Mas como garantir a preservao des-te patrimnio digital para o futuro, em se tratando de um patrimnio de propriedade privada e estrangeira?

    De acordo com matria publicada pelo Jornal Estado: calcula-se que 44% dos sites na web que existiam em 1998 desapareceram sem deixar vest-gios em apenas um ano . E so informaes como esta que evidenciam a importncia de se desenvolver estratgias sensatas de preservao do patrimnio di-gital.

    Mesmo sabendo da trajetria e solidez das Edies Jalou, por mnima que possa ser a chance do desaparecimento de seu patrimnio da internet, esta possibilidade existe, e no pode ser descartada. E em prol da preservao e salvaguarda do patrimnio di-gital, a UNESCO vem divulgando inmeros tratados, cartas, manifestos e declaraes, com objetivo de res-ponder as perguntas que, por exemplo:

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 54 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 55

  • Um territrio para a moda - Patrimnio digital ameaado?

    Influncia tnica dos hippies. LOfficiel de la couture et de la mode n575, 1970. Capa. Disponvel em: Acesso em 06 de maio 2008.

    Os contrastes e exageros. LOfficiel de la couture et de la mode n659 de 1980. Capa. Disponvel em: Acesso em 06 de maio. 2008

    A internacionalizao. LOfficiel China n 172 de 2007. Capa. Dinponivel em: < http://patrimoine.jalougallery.com/lofficiel-china-numero_172-2007-detail-32-1751.html>. Acesso em 06 de maio 2008.

    Historiadores, Cientistas Sociais e da Cincia da Informao tm se colocado perante a uma questo profundamente necessria na atualidade: como pen-sar a preservao da memria e do patrimnio digital sem que acervos importantes que compem a histria da humanidade possam se perder no espao virtual? Como trabalhar conceitualmente memria, documen-to e patrimnio e suas diferenciaes entre o que produzido e preservado em papel ou eletronicamen-te? Como desenvolver polticas de identificao da-quilo que pode ser considerado patrimnio digital? (CAVALCANTE, 2007)

    Mas mesmo diante dos vrios porns que circundam o assunto patrimnio digital, se pode con-cluir que esta forma de preservao da memria, por mais frgil que possa parecer, fundamental para democratizao da informao. O que torna a atitude da Edies Jalou, um fato exemplar, que deveria ser seguido por todas as editoras de revistas e demais pe-ridicos que se configuram em fontes de informao que possibilitam estudar a cultura das sociedades que as produziram.

    Ainda mais se tratando de materiais que for-neam subsdios para as pesquisas no campo da moda, que uma rea de estudo acadmica que vem crescendo muito desde a dcada de 90. Como Lembra ANDRADE (2006) no Brasil, at pouco tempo atrs, sofria-se com a falta de literatura especifica, o que acabava limitando o desenvolvimento de pesqui-sas nesta rea.

    Atualmente a literatura que aborda assuntos relacionados moda se encontra bem mais diversifi-cada, com surgimento de novos livros e sites direcio-nados para este assunto.

    Porm importante no esquecer que mui-to material pode desaparecer da internet por se tratar de questes particulares que envolvem os respons-veis pela criao e disponibilizao deste material na web. Hoje uma empresa, um grupo de pesquisa, uma instituio voltada para interesses pblicos ou privados podem disponibilizar suas informaes. Mas amanh ser que este material estar disponvel e acessvel para interessados de futuras geraes?

    REFERNCIAS CAVALCANTE, Ldia Eugenia. Patrimnio Digital e Informa-o: Poltica, Cultura e Diversidade. Montreal: EBSI, Pes-quisa de Ps-Doutorado. cole de Bibliothconomie et des Sciences de lInformation, Universit de Montral Cana-d, 2007. Disponvel em: http://www.encontros-bibli.ufsc.br/Edicao_23/cavalcante.pdf>Acesso em 02 de abr. 2008.

    MOUTINHO, Maria Rita; VALENA, Mlova Teixeira. A moda do sculo XX. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2000.

    ANDRADE, Rita. Modelando o Brasil: Polticas do Estilo Na-cional. LASA - Latin American Studies Association San Juan, Porto Rico, 2006. Disponvel em: Acesso em 02 de abr. 2008.

    ATADES, Jzus Marco de; MACHADO, Las Aparecida; SOUZA, Marcos Andr Torres de. Cuidando do Patrimnio Cultural. Goinia: Ed. UCG, 1997.

    COSTELLA, Antnio F., Sociedade da Informao Global, in: KUPSTAS, Mrcia (org.). Comunicao em debate. 2.ed. So Paulo: Ed. Moderna,1997, p.34.

    CRANE, Diana. A Moda e seu papel social: Classe, gnero e identidade das roupas. Traduzido por Cristiana Coimbra. So Paulo: Ed. Senac So Paulo, 2006.

    DODEBEI, Vera. Patrimnio e Memria Digital. Morpheus - Revista Eletrnica em Cincias Humanas. Ano 04. n 08, 2006. Disponvel em: Acesso em 13 de abr. 2008.

    LES EDITIONS JALOU. Patrimoine. L`Officiel. 2007. Dispo-nvel em: Acesso em 02 de abr. 2008.

    A primeira modelo negra. LOfficiel de La Mode n577 de 1970 . Capa. Disponvel em: http://patrimoine.jalougallery.com/lofficiel-de-la-mode-numero_577-1970-detail-13-571.html Acesso em 27 de

    Maro 2009.

    Militarismo Conceitual de YSL. LOfficiel de La Mode n924 de 2008 . Capa. Disponvel em: . Acesso

    em 27 de Maro. 2009

    Notas:1 - teia em ingls, por se referir a redes de cabos e fios que ligam os computadores lembrando uma teia de aranha - CURSO passo a passo de Web Design. Web. In. Mini-Dicionrio Tcnico. Goinia: Ed. Terra, s.d. p.77-78.2 - BARKSDALE, Jim; BERMAN, Rancine. Como preservar o patrimnio digital para o futuro?. Link Estado. So Paulo,04 de jun., 2007 Disponivel em: < http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=11071> Acesso em 04 de abr. 2008Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 56

  • Entrevista 02Wagner Ferraz

    Fbio Stahl NogarottoMsico e Modificado...

    Fbio de Limeira/SP, atua na rea da msica e tambm assumi a arte na pele, o msico e modifica-do fala da sua relao com a msica e com body art.

    Essa entrevista est disponvel no site www.ferrazdesouza.com e acontece atravs de troca de e-mails em diferentes datas.

    1 Parte - 12/01/2009

    01 Ferraz - Fale sobre sua relao com a msica.Fbio - Bom.... eu sou msico h 11 anos mais ou menos, atuando de fato na rea a mais ou menos uns 6 ou 7 anos.... e a cada ano desde o principio eu nunca me contentei com pouco, sempre buscava desafios na area musical, sendo ela dificeis ou nao. H 4 anos atras fui pra So Paulo buscar uma especializao em um dos maiores conservatorios de msica do Brasil chamado Souza Lima onde fiz aula com o professor que eu sempre sonhei em ter aula, que foi Edu Ardanuy - Dr.Sin, que um grande guitarrista. L eu tive contato com pessoas de todo o canto do Brasil, aprendendo e conhecendo diversas culturas que cada um deles trazia para o conservatorio, e com isso, a minha mente abriu e se expandiu completamente... hoje, gosto de todos os esti-los de msicas, toco em uma banda de pop/rock que mes-clam samba-rock, o reggae e pop internacional, ja abrimos shows para muitas bandas e artistas consagrados na m-sica brasileira como O Rappa, Tianastacia, O Ira! Tihuana, CPM22, Paulo Miklos (Tits), temos um DVD de divulgao gravado de forma profisisonal por pessoas competentes na rea,e tenho tambem uma banda cover do Rage Against the Machine,que foi uma banda cover que me desafiou bastante pelo nivel das msicas a serem tocadas iguais.

    Foto: Juliet Welter

    Foto: Juliet Welter

    Foto: Juliet Welter

    Foto: Juliet Welter

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 58

  • 2 Parte - 10/02/2009

    02 Ferraz - Fale sobre o body art na sua vida.Fbio - A Body-Art,entrou em minha vida aproximada-mente h 8 anos,na verdade,desde de muito pequeno eu ja gostava,mas como meus pais,principalmente o meu pai,tem aquela aquela cabea atrasada,de pes-soas que vem tatuagem como coisa pra bandido eu sempre tive receio de fazer algo,at eu criar co-ragem e fiz meus primeiros piercings,e deu no que deu,ele ficou sem olhar na minha cara por quase um ano,eu os tirei pra tentar abaixar a poeira,de nada adiantou,entao,passei a fazer todos os piercings e algumas modificaes que gostava,depois de muuui-tos anos,mesmo sendo contra,ele conhece o filho que tem,e ve que isso nao intefere em nada em meu carater,na minha personalidade,nas minhas respon-sabilidades do dia-a-dia,e encara de uma forma no to radical.

    03 Ferraz - Alm de teu pai, como outras pessoas da tua famlia e amigos reagiram com tua busca pela body-art?

    Fbio - Olha, no comeo foi muuuuito difcil at pela poca em que infelizmente no era muito divulgada essa maravilhosa arte da body-art. Mesmo no sendo ha tanto tempo atrs, e como sou do interior de So Paulo, as coisas se tornam mais difceis ainda... Do pessoal que eu andava que eu curtia um role de vez enquanto, do pessoal da minha banda, eu era o NI-CO ou digamos um dos nicos que tinha alargadores, tatuagens e modificaes... Ento eu ficava um pouco constrangido digamos assim, quando ia, por exem-plo, na casa de alguns de meus amigos, os pais deles arregalaaavam os olhos olhando pra minha orelha, mas como todos que me conhecem sabem da minha pessoal, do carter e da integridade que tenho e pre-servo independente dos meus gostos pessoais. Nada melhor que poucos minutos de conversa para faz-los esquecerem das minhas tatuagens e modificaes...

    Fbio Stahl Nogarotto

    04 Ferraz - Fale sobre tua vida depois das modifi-caes corporais.

    Fbio - Sempre tive uma paixo muito grande por ta-tuagem, piercings e body-arts. Mas meus pais so de famlia conservadoras e tiveram aquela educao r-gida, eles sempre tiveram a mente fechada achando que quem tem tatuagem bandido, meu pai princi-palmente, ficou sem olhar na minha cara por quase um ano por causa dos piercings. E como Deus Pai e no padrasto, a vida mostrou a ele o filho que ele tem, tendo tatuagem e etc. Sou um filho honesto, trabalhador, no uso drogas, e no dou trabalho ne-nhum, apenas gosto da maravilhosa arte da tatuagem e body-arts. J cansei de dar exemplos a ele sobre muitos jovens de hoje em dia, que no tem tatuagem nenhuma, e modificao nenhuma no corpo, e so um bando de vagabundos, drogados, que s no vendem a me pra consumir em drogas porque no podem... Ento hoje ele aceita de uma forma menos radical este gosto pessoal que tenho...

    05 Ferraz - Quais os comentrios que tu mais ouve sobre tuas escolhas em modificar o corpo?

    Fbio - Quando eu ainda tinha meus alargadores, os mais velhos j tiravam sarro perguntando de que tribo de ndio eu era, outros falavam voc vai alargar tuas orelhas at quanto?, no vai parar mesmo com as tatuagens?, ta bom no ta no?. E a minha resposta era apenas sempre um sorriso, tentando mostrar e fa-lar com essas pessoas de uma forma calma e tranqui-la, que o que eu fazia em meu corpo era apenas algo que me fazia me sentir bem, que fazia me amar cada vez mais da forma como eu me sentisse bem e no da forma como a sociedade queria que eu fosse. Por-que hoje em dia, somos escravos da sociedade. Se eu fizer isso ou aquilo, o que as pessoas vo pensar de mim? E essa pergunta rodeia infelizmente a mente de muitas pessoas sendo elas tatuadas, modificadas, gays e etc... O preconceito uma viso de pessoas atrasadas na atualidade em que vivemos. Muitas pes-soas tiram concluses precipitadas demais, antes de conhecer uma pessoa pelo seu interior, pela sua ca-pacidade, e isso uma pena, pois no sabem muitas vezes, que podem estar perdendo uma amizade to valiosa, um profissional to ou mais competente do que uma pessoa normal...

    Mais informaes sobre: http://www.loskrocomilos.com.br/

    Essa entrevista continuar atravs de uma troca de e-mails e consequentemente as perguntas e respos-tas sero publicadas no site www.ferrazdesouza.com sem data prevista.

    O contedo e fotos desta entrevista so de respon-sabilidade do entrevistado - Fbio Stahl Nogarotto - Qualquer uso de imagem que possa ser conside-rado indevido, entrar em contato atravs do e-mail [email protected] que tomaremos as devidas providencias de remover o material ou acrescentar os crditos adequados.

    Fotos do arquivo pessoal de Fbio

    Foto: Juliet Welter Foto: Juliet Welter

    Foto: Juliet Welter

    Fotos do arquivo pessoal de Fbio Fotos do arquivo pessoal de Fbio

    Fotos do arquivo pessoal de Fbio

    Foto: Walter Oikawapara o site: frrrkguys.com

  • Qual

    o seu

    quadrado?

    Fotos: Anderson de Souza e Wagner FerrazProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 62

  • Ensaio 03Francine Pressi

    Este ensaio faz parte de um apesquisa em processo.

    Dana - Os dois lados de uma mesma moeda

    Como se d a relao do territrio da dana in-serido dentro do contexto da Cultura Hip Hop? Pensando nisso, traz-se para anlise, discusses sobre o atual ce-nrio da chamada dana de rua, ou street dance, advinda da Cultura Hip Hop.

    Ao longo do tempo a Cultura Hip Hop como um todo, vem sofrendo algumas modificaes, e dentro deste contexto, prope-se uma reflexo sobre as duas grandes vertentes surgidas a partir destas transformaes, e mais especificamente dentro da dana de rua, que de certa forma, acaba por direcionar os bailarinos a uma ou outra tendncia dentro daquilo que se entende por padro de movimentos.

    Tomo aqui a liberdade de chamar como duas grandes vertentes as modalidades Old School e New School, traduzindo respectivamente, a velha e a nova es-cola da dana de rua, que se mostram to distantes e prximas da mesma realidade.

    As fronteiras entre o velho e o novo Muitos so os bailarinos que encontramos se di-zendo adeptos a dana de rua. Incontveis companhias de dana, academias e outros espaos disponibilizam cada vez mais abertura para este estilo de dana, que se torna atualmente, to popular no Brasil. Porm, ainda pouco se discute sobre a sua relao com o contexto em que est inserida nacional e regionalmente.

    importante que neste estudo tenha-se a ideia de que os termos dana de rua ou street dance so na realidade nomes dados para referirem-se de forma gene-ralizada s danas urbanas originrias do hip hop. Porm vale frisar que na realidade, a street dance um estilo de dana que se divide em dois grandes grupos: Old School e New School.

    Para cada um destes termos, subtende-se que a Old School representaria a velha escola, ou seja, uma espcie de dana de vanguarda, onde haveria determi-nados estilos de dana com tcnica e nomenclatura espe-cficas para cada um destes estilos, surgidos a partir do final da dcada de 1960. Como exemplos, poderiam ser citados tcnicas como o Locking, Popping e B.Boying. J quando se pretende utilizar o termo New School, h uma referncia quelas tcnicas advindas da nova escola, isto , todos os estilos de dana que acabaram surgindo a partir do final da dcada de 1980, como por exemplo, Ragga Jam, House, Hip Hop Freestyle entre outros.

    como se pudssemos de certa forma, estar di-vidindo a dana de rua em duas pocas distintas, a clssi-ca e a contempornea, e dentro destas divises estarem traando diferenas nas linhas de pensamento, no padro de movimentos, no estilo de msicas, na metodologia de ensino, na postura adota frente s questes sociais, liga-

    das ideologia hip hop (geralmente assumida pela velha escola), ou ento na postura que aceita a descaracteri-zao das tcnicas da velha escola para assumir novas influncias do meio e estar se adequando para tornar seu material de trabalho comercializvel na mdia (atitude esta normalmente assumida pela nova escola).

    Mas quais seriam as reais fronteiras entre as di-tas diferentes tcnicas dentro da dana de rua? Qual sua relao com a atual indstria cultural brasileira?

    Partindo destes questionamentos e trazendo o foco para o contexto nacional pode-se dizer que h dife-renas significativas de uma regio para a outra no pas. Como tpicos exemplos, citam-se os Estados do Rio Gran-de do Sul e de So Paulo, onde h um grande contraste quanto s duas vertentes da dana de rua. O Estado de SP mostra-se altamente envolvido principalmente com as tcnicas da velha escola, trazendo sempre muitos bailari-nos interessados em no s praticar como tambm pes-quisar estas prticas corporais, visando a perpetuao das ditas danas originais do hip hop. J o sul do pas se destaca principalmente pelo forte carter competitivo dos grandes festivais de dana e por obter um grande nmero de adeptos s linguagens da nova escola, e que muitas vezes se diferencia por sua linguagem mais comercial, onde esto sempre em busca do dito diferente, o que denota o desejo pela transformao e um modo de es-tar sempre em movimento e em sintonia com tudo o que acontece ao seu redor para acompanhar o ritmo frentico que os cercam.

    Adeso de Estilos

    Diariamente bombardeados com apelos por todos os la-dos atravs da mdia, algo cada vez mais comum, que grupos de jovens adolescentes, queiram se encaixar no mundo atravs da adeso de determinados estilos. Mas afinal, o que estilo? O que ter estilo? Fayga Ostrower traz a ideia de que estilos correspondem a vises de vida, e que estes mudam com o passar do tempo, o que indicaria alteraes nos esquemas de valo-res coletivos. Segundo ela, estilo:

    Abrange a maneira de pensar, de imaginar, de sonhar, de sentir, de se comover, abrange a maneira de agir e reagir, a prpria maneira de o homem vivenciar o consciente e as incurses ao inconsciente. O estilo forma de cultura. [...] Os estilos correspondem a vises de vida. Nelas con-fluem os conhecimentos e as tcnicas disponveis a uma sociedade em dado momento, os costumes, os ideais, as necessidades materiais e espirituais e certas possibilida-des de satisfaz-las material e espiritualmente. (OSTRO-WER, 1987: 102).

    A partir desta citao, seria possvel afirmar que seguir uma ou ambas as tendncias da dana de rua seria es-tar automaticamente assumindo um determinado estilo de vida? Existiria de fato uma nica cultura hip hop, ou estaramos falando em culturaS hip hop, capazes de so-frer certas alteraes dentro do contexto de cada territrio regional?

    A competitividade no fazer artstico

    Querer dar o melhor de si, ganhar os mais im-portantes prmios voltados para rea da dana, ter o seu nome, ou o nome da Cia. que se representa como um dos mais reconhecidos no meio artstico pode certamente ser alguns dos objetivos de muitos artistas.

    Mas o que de fato os mobilizaria a tal corrida pelo sucesso? Seria apenas a vontade de progredir enquanto bailarino, professor ou coregrafo, ou haveria uma esp-cie de antdoto estimulante para isso?

    Para muitos a sensao de intensa competitivi-dade pode vir a ser um grande estimulante para criao de novos trabalhos artsticos, ainda mais na regio do sul do Pas, em que reconhecida nacionalmente por obter grande parte de seus eventos voltados dana, de cunho competitivo. Dentro de um contexto em que o hibridismo de certa forma reina perante a cultura, e faz com que todos transitem de um ponto a outro com grande facilida-de, como possvel para estas pessoas (da nova escola) tentar manter as origens da velha escola? E ao contrrio, como se d esta mesma relao com os adeptos velha escola ou como estes se adaptam s tcnicas da nova escola? Como se d o dilogo entre estas duas escolas?

    A sensao de disputa muitas vezes alimentada pelos festivais competitivos, e no s na rea artstica, mas em todos os setores da cultura j possvel ver esta sensao de uns contra os outros como algo facilitador para o processo de criao.

    S cria quem for capaz de competir nesses termos. A competitividade agressiva considerada como sendo normal, e mais do que isso, como sendo natural; [...] a competitividade agressiva proclamada como indispens-vel, como um incentivo sem o qual jamais se concretizaria qualquer tipo de produtividade nem, consequentemente, a criatividade do homem. (OSTROWER, 1987: 141).

    Criar para competir? At que ponto isto pode de fato fazer com que o artista criador se satisfaa pessoal e profissionalmente? At que ponto competir o tornaria mais criativo? Fayga Ostrower traz a ideia de que certos valo-res, como a criatividade e as criaes do homem, no se-riam vendveis, mas que para a sociedade consumidora de hoje, a menos que sua produo possa ser converti-da em mercadoria, eles so dispensveis (OSTROWER, 1987: 144).

    Seguindo o raciocnio de que s se cria para competir, poderia se questionar a ideia da necessidade de adaptao ao que est sendo ditado pelo momento,

    apenas para entrar no contexto cultural e tornar sua obra um produto vendvel, como algo realmente satisfatrio? Mas satisfatrio para quem e at que ponto?

    Onde estaria o espao para a espontaneidade do criar artstico, dentro de um suposto contexto cultural em que ou voc se adapta ao que ditado, ou esquecido pelo meio? E se h essa abertura, at que ponto ela est realmente interessada em aceitar estas obras?

    Consideraes Finais

    Dentro do contexto aqui abordado, nota-se com certa frequncia que as chamadas velha e nova escolas do hip hop trazem contrastes que ultrapassam a tnue linha entre diferentes perodos de origem. H toda uma questo de prticas corporais que so constantemente in-fluenciadas por questes socioculturais contidas no meio, o fato de os danarinos a partir da escolha de cada ten-dncia aceitarem ou no a ideologia hip hop e a realidade ao qual a cultura hip hop como um todo, acaba por ser ex-posta na mdia, tendo parte de seus trabalhos descarac-terizados para poderem ser melhor comercializados, so temas de frequentes reflexes para aqueles que atuam na rea artstica da dana de rua.

    Quanto insero das duas grandes vertentes da dana de rua no cenrio nacional, possvel afirmar que diferenas sempre existiram, o que perfeitamente aceitvel quando se leva em considerao que cada re-gio sofre diferentes influncias sociais e culturais. Mas at que ponto estas diferenas so aceitas naturalmente por seus adeptos? Haveria talvez certa rivalidade entre estas duas tendncias, na tentativa de validar aquela que melhor representa o estilo e atitude Hip Hop? E neste con-texto ser que a velha, mas no fora de moda, ideologia hip hop permanece viva, ou se perde diante tantos apelos miditicos?

    Nota1 - CulturaS (com a letra S maiscula mesmo) no sentido de haver pos-sibilidades de se encarar o hip hop sob diversas formas, dependendo talvez do contexto cultural em que estejam inseridos os indivduos adep-tos ele.

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    Referncias

    RONSINI,Veneza V. Mayora. Mercadores de sentido: consumo de mdia e identidades juvenis. Porto Alegre: Sulina, 2007.

    OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de cria-o. Petrpolos, Vozes, 1987.

    COSTA, Mauricio Priess da. A Dana do Movimento Hip-Hop e o Movimento da Dana Hip-Hop. Anais - III Frum de Pesquisa Cientfica em Arte - Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2005. Disponvel em: >

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 64 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 65

  • Fotos: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 66

  • 1 Parada do Teatro - Porto Alegre

    Texto: Wagner FerrazFotos: Anderson de Souza

    Em comemorao ao Dia Internacional do Teatro aconteceu a I PARADA DE TEATRO em Porto Alegre/RS, no dia 29 de maro (domingo). A concentrao ocor-reu s 15h, no Largo Zumbi dos Palmares em seguida os participantes caminharam pelo seguinte trajeto: Joo Alfredo, Repblica, Joo Pessoa e Jos Bonifcio at chegar no Parque da Redeno.

    O site do SATED RS trazia na sua divulgao a seguinte frase: A adeso de cada artista e de cada gru-po ou cia de vital importncia para a conquista de obje-tivos comuns. Convoque seu grupo! Divulgue a parada! Vista seu figurino! Vamos comparecer em massa e fazer a maior comemorao artstica de todos os tempos! Jun-tos somos a nossa fora!

    A I Parada do Teatro tambm lanou a campanha Ponha mais teatro no seu cardpio, frase que foi can-tada durante o percurso, pois estava inserida no samba enredo que moveu os participantes composto por Vini-cius Petry.

    Dessa forma os envolvidos da rea do teatro es-tavam na luta para mostrar que o territrio do teatro est aberto para que muitas pessoas transitem por diferentes espaos cnicos pondo mais teatro no cardpio.

    Eu como um profissional da dana fiquei com uma interrogao: Onde est a luta da dana enquanto clas-se para expandir seu territrio?

    Mais fotos podem ser visualizadas no site: www.ferrazdesouza.com

  • Ser humano: ser corpo em relao!

    Uma imagem: o metropolitano em hora de ponta. Pessoas comprimidas umas nas outras, umas conhecem-se entre si, outras so completamente desconhecidas, no entanto todas em relao. Afinal, o ser humano em relao Em si mesmo, de forma especial na sua dimenso corprea. Da tambm a imagem Pessoas que se relacionam atravs da cor-poreidade. No entanto, ao mesmo tempo que esto numa grande proximidade fsica, talvez a maior parte viva numa imensa distncia relacional.

    De facto, numa sociedade a tender para o in-dividualismo, torna-se urgente realar quer a dimen-so da relao quer a da corporeidade. Basta pensar, por exemplo, que nos dias de hoje as depresses es-to a aumentar, muitas provocadas, entre vrios moti-vos, por um lado pela solido, por outro pela busca de corpos perfeitos. Far sentido? No provocar isto a anulao do ser humano? Ou ento, no poderemos estar a cair no perigo de, no futuro, o ser humano se tornar uma simples pea da grande engrenagem so-cial?

    Ser humanoem relao e no seu corpo

    Joseph Gevaert na obra El problema del hombre coloca uma questo que me parece bastan-te pertinente: ser o ser humano um ser (individual) orientado em primeiro lugar para o mundo (no qual tambm existem outros seres humanos), ou ser um ser em comunho com as outras pessoas do mundo? . Conforme a resposta, assim teremos um seguimento da viso do humano bastante distinto. No entanto, inevitvel o relacionamento como condio humana. O ser humano em relao.

    Como base da relao, a pessoa pode colocar(-se) a questo: quem sou?. A pessoa vai assim ao en-contro de si prpria no sentido de aprofundar o rela-cionamento, no de forma egosta mas de forma rea-lista. Muitas vezes, a resposta pode revelar os limites mas feita com seriedade, leva ao desenvolvimento de muitas capacidades. Todo o ser humano limitado, mas por que haveremos de ficar presos ao limite? Por exemplo, o brao tem um comprimento limitado, no entanto a quantidade de movimentos que pode exe-cutar imensa.

    Creio que, devido ao racionalismo excessivo, o ser humano foi obrigado, por um lado, a esquecer a realidade corprea de si mesmo, e, por outro, a tentar explicar o que, mais do que uma explicao, uma vivncia. De facto, a pessoa vive com o todo que . Ao mesmo tempo ama, capta e entende . Evidentemente

    Ensaio 04Paulo Duarte

    Paulo nosso colaborador direto de PortugalEste ensaio faz parte de um apesquisa em processo.

    hoje temos vrias situaes em que a relao com o prprio corpo no , de todo, saudvel. As preocupa-es com o corpo, tentando ser-se quem no se , na imitao de corpos, muitas vezes falsos , levam a do-enas srias como a anorexia, cada vez mais comum na sociedade ocidental.

    No se ter de olhar para o corpo com uma nova viso? A fenomenologia, enquanto cincia do mostrar-se, ou seja, daquilo que se manifesta, um excelente contributo para esta nova viso. Ao tratar do acto do aparecer, a fenomenologia analisa no os fenmenos quantitativos, isto , de contedo, mas os das essncias. O mesmo contedo pode manifestar-se de formas diversas, conforme o espao e o tempo em que se d a manifestao; da ser necessrio ir em busca da essncia, daquilo que se mostra, do que se revela, independentemente da sua modificao, quer no espao quer no tempo .

    Ento, podemos olhar para o corpo com o olhar fenomenolgico, enquanto realidade que se mostra, revela, quer a si mesmo quer ao outro. De facto, o corpo mediador da experincia humana vi-vida: por um lado, possibilita o contacto e o acesso ao conhecimento do mundo; por outro, no se confunde com o mundo, na medida em que se remete continu-amente a algum, possibilitando-lhe a abertura para o mundo e a capacidade de se situar nele . O corpo projecta-se no mundo e para o mundo, no s numa espacialidade como tambm numa temporalidade. Porm, para Merleau-Ponty, o espao e o tempo no so exteriores ao corpo, como uma soma de pontos justapostos ou um tecido de relaes de tal modo que o corpo, mais do que estar no tempo e no espao, ele habita no tempo e no espao . Podemos dizer, ento, que o corpo no est no mundo, mas no mun-do.

    O ser humano na medida em que se liberta do esquema dualista, de que tem um corpo, vai-se aper-cebendo que corpo. A sua presena no encarada como algo que est, mas algum que . A meu ver esse processo de libertao permite pessoa encon-trar-se consigo, com a sua individualidade, como ser nico que . Da perceber que a descoberta do prprio corpo de vital importncia para a relao humana. O corpo fala e, em situaes limite, chega mesmo a gritar, manifestando-se de vrias formas, seja atravs dos gestos ou da maneira de conversar, ou do cumpri-mento diante do outro.

    De facto, o ser humano no encontro mais pro-fundo com o seu eu, apercebe se da vivncia inevit-vel da relao com o outro. Mas quem o outro? O outro pode ser um sujeito ou at uma comunidade.

    A minha relao com a Relao

    Toda a vida actual encontro estabelecido com muitas ramificaes, mais ou menos fortes e simblicas, com maior ou me-nor sentido. O ser humano que se abre relao que . Mesmo que no queira, no pode descartar de si a vivncia com algum ou at com algo. Parar e ques-tionar o que isto da relao que me leva ao infinito do Outro. No um infinito utpico, mas o infinito que me permite descobrir o mundo com um novo olhar.

    Ao longo dos tempos, o ser humano foi so-frendo variaes. Da desvalorizao sobrevalori-zao, do modernismo, ao apogeu nietzscheano. Do nada poder, at ao poder total, para a busca da omnis-cincia e omnipotncia que nunca ter. O limite assim o impede. Mas ser este um limite castrador? De todo que no. O limite no uma anulao do ser humano, simplesmente o limite. No entanto, se for absolutiza-do corre o risco de eliminar, sim, quem o absolutiza.

    Por isso, na vivncia o ser humano tem de encontrar um equilbrio atravs da valorizao. Ser-se quem se Dentro da capacidade e do limite que permitem a relao com o outro, tambm com capa-cidades e limites, podendo inclusivamente ou ser os mesmos, ou equivalentes, ou totalmente diferentes.

    Na actualidade, com tantas possibilidades de desencontro, a pessoa deve chegar individualidade de si prpria, de modo a no ficar nem isolada, nem diluda na sociedade, curiosamente, bastante corpo-ral.

    O culto do corpo, de modo a imitar esta ou aquela pessoa mais conhecida, leva a que se queira tornear muitas vezes a imagem que a prpria pessoa tem de si. A imposio de parmetros que a socieda-de vai colocando obriga a um desfasamento corporal muito grande, por vezes at impossvel de alcanar. Ouvindo por vezes esta afirmao: O meu corpo [como se fosse algo material] no faz parte de mim, fico a pensar como andar o entendimento do que sig-nifica passar por um reconhecimento de quem se .

    Se a pessoa no se reconhece, no se sente e no vive como , poder projectar-se infinitamente at ao outro ? Por outro lado, ao estar literalmente centrada sobre si, no estar a viver uma relao EU-ISSO , em que o ISSO ela prpria? Ao colocar es-tas questes fao-o a pensar na sociedade actual, na qual, cada vez mais, devido competitividade atroz, a pessoa ou se assume como a nica e tenta eliminar quem lhe faa frente, ou ento se vai anulando, per-dendo muitas vezes o sentido para a vida. De facto, cada sujeito nico, no podendo ser comparado en-quanto ser com outro, mas na relao que poder encontrar o equilbrio da reciprocidade.

    O ser humano ao reconhecer-se no implica, de forma essencial, o centrar-se em si. O reconheci-mento de si em profundidade levar a uma vivncia da realidade de que para os demais. O reconhecimento

    o olhar para si, no diante do espelho, mas diante da humanidade. Assim, tambm sou quem sou diante dos outros que me impelem a dar de mim.

    Isto torna-se simples, mas quando eu, en-quanto escrevo estas linhas, paro e penso, na medida que me possvel, em toda a humanidade passada e actual, fico com vontade de integrar quer a filosofia buberiana quer a levinaseana. Se por um lado perce-bo a necessidade da reciprocidade, por outro eu no posso estar espera de receber nada, tenho de dar tudo pelo outro at ao infinito. O limite tambm passa por isto, no se consegue dar tudo a todos e em tudo. No entanto, vou sendo eu prprio na medida em que, quando avano na personalizao do outro, contribuo para uma maior libertao da humanidade na qual me incluo.

    Ora, por isso, mais do que olhar para o corpo pessoal, alargo a viso para o corpo humanidade, em que toda a pessoa deve ser olhada com a total dig-nidade. Pode parecer uma viso demasiado ingnua, afinal no mundo real o respeito pela dignidade est muito aqum do que deveria ser. No entanto, fao a distino entre a dignidade da pessoa e a dignidade dos comportamentos dessa pessoa. Perder a digni-dade pessoal aquele que comete as maiores atroci-dades? No creio. Conseguiremos amar os inimigos, por exemplo? Contudo, os inimigos so pessoas. Na verdade, mais do que ser com e at do que ser para o outro, devo, na medida que me for possvel, ser pelo outro, s assim conseguirei amar aquele que me quer anular.

    Mas conseguir o ser humano chegar a este ponto? Ora, enquanto estiver fechado na viso cen-trada em si, ou na sua cultura, sem viver a dimenso da universalidade, o ser humano nunca conseguir integrar o corpo humanidade total, aceitando todas as pessoas como so, independentemente das suas caractersticas. Reconheo que a vivncia desta rea-lidade pode ser utpica, tendo em conta o limite pre-sente na realidade que a complexidade humana. No entanto, se no limite que encontramos a dificuldade da vivncia desta integrao da humanidade, ser na aceitao do mesmo, juntamente com o reconheci-mento das capacidades, que o ser humano, ao ser corpo em relao, a ultrapassar.

    Concluses

    Ser humano em relao, no seu corpo, com o outro. No fundo reconhecer-se como , aceitando e integrando isso mesmo. Ser quem se diante dos outros com naturalidade, sem que se seja nem desva-lorizado nem sobrevalorizado. Simplesmente ser-se valorizado com os erros e virtudes que caracterizam a pessoa.

    A resposta ao quem sou? passa, em parte, pela vivncia da realidade corporal de si mesmo, limi-tada e com capacidades. Isto permite encarar o limite no como o fim, mas como algo tambm natural do prprio humano. O limite deixa de ser uma preocupa-

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  • o, para ser uma realidade com a qual se pode tirar partido quando integrada, ou seja, aumentar a profun-didade da relao com o Outro que tambm limitado e com capacidades.

    Na sociedade que, em nome da competitivi-dade, se torna cada vez mais individualista, aprofun-dar a vivncia de mim em direco ao outro de uma urgncia extrema. Afinal, se as nossas aces so direccionadas num sentido individualista, esque-cendo que podem afectar aqueles que nos rodeiam, corremos seriamente o risco de perdermos a noo da relao que intrnseca nossa humanidade. A sada de cada um de si em direco ao outro que mais precisa far com que todo o ser humano viva com o respeito e a dignidade que lhes so devidos. Ento, isto permitir que seja possvel encontrar a unidade ou seja, o corpo humanidade na riqueza da di-versidade do prprio ser humano, ser em relao com tudo, com todos.

    Notas:

    1 - GEVAERT, Joseph El problema del hombre. Salamanca: Edi-ciones Sigueme, 1984, p. 31.

    2 - Cf. GEVAERT, Joseph - op. cit., p. 84.

    3 - Hoje em dia a publicidade de moda recorre s novas tecnolo-gias para tornar o corpo perfeito, sem qualquer defeito. O famoso programa photoshop consegue alterar a realidade concreta que se tirou atravs de uma fotografia e torn-la literalmente fictcia.

    4 - Cf. HENRY, Michel Encarnao: Uma Filosofia da Carne. Lis-boa: Crculo de Leitores, 2001, pp. 35/36.

    5 - Cf. COELHO, Maria Joo Corpo, Pessoa e Afectividade: Da fenomenologia Biotica, Dissertao de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 1997, p. 5 Consultado em http://www.criticanare-de.com/tes_afectividade.html [Visto em 2008.Jan.30].

    6 - MERLEAU-PONTY, Maurice - Phnomnologie de la Percep-tion. Paris: Editions Gallimard, 1945, p. 164.

    7 - BUBER, Martin Ich und Du, Edies Centauro, p. 13.

    8 - Por detrs deste outro tenho presente o pensamento de Em-manuel Lvinas (1906-1995) com o seu desenvolvimento de toda a temtica do outro de forma particular, no concreto daquele que cada ser encontra no seu quotidiano. O pensamento levinasiano tem uma dimenso da responsabilidade infinita pelo outro. Seguin-do esta ideia, podemos perceber na ligao eu/outro, em que o eu perde a sua dimenso egosta, para evoluir num total altrusmo em direco ao outro, com rosto.

    9 - Martin Buber, na obra Ich und Du (1923), desenvolve a temtica da relao interpessoal, a partir de duas palavras originrias: o EU-TU e o EU-ISSO, exprimindo, cada uma delas, um tipo de relao. A existente no par EU-TU de dilogo, de encontro que no possui, a relao personalizada por excelncia, sendo mesmo, para Buber, o fundamento de toda a antropologia e toda a filosofia. Percebe-se, ento, que a relao EU-ISSO a relao que despersonaliza, que coisifica o outro, ou seja, que o reduz a um objecto sujeito experimentao.

    Bibliografia

    BUBER, Martin Eu e Tu. Ed. Centauro.

    COELHO, Maria Joo Corpo, Pessoa e Afectividade: Da fenomenologia Biotica, Dissertao de Mestra-do, Universidade Nova de Lisboa, 1997. Consulta-do em http://www.criticanarede.com/tes_afectividade.html [Visto em 2008.Jan.30].

    GEVAERT, Joseph El problema del hombre. Sala-manca: Ediciones Sigueme, 1984.

    HENRY, Michel Encarnao: Uma Filosofia da Car-ne. Lisboa: Crculo de Leitores, 2001.

    MERLEAU-PONTY, Maurice - Phnomnologie de la Perception. Paris: Editions Gallimard, 1945.

    Foto: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 72

  • Fotos: Anderson de SouzaProcesso C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 74

  • O que delimita o territrio da Moda no Rio Grande do Sul? Assim que me estabeleci no RS demorou um pouco at que eu to-masse conhecimento de como se divide e se estabelece o territrio da moda neste estado. Mas logo fui visualizando e descobrindo onde a moda se en-contra. E o que parecia escasso a principio para mim, se revelou diversificado estando a moda presente em vrios cursos de formao na rea legitimando uma parcela deste territrio, como cursos de graduao e ps-graduao, cursos tcnicos, livres...

    Conhecendo melhor o mercado local me deparei com marcas e em-presas que passaram a atender alm do territrio gacho tornando-se re-conhecidas em territrio nacional como o caso da Renner e da Free Surf, sem contar as tantas outras empresas que atuam no segmento de calados e acessrios.

    Alm dos cursos de formao e empresas que atuam na rea, o terri-trio da moda gacha vem sendo complementado com eventos que celebram e promovem a moda no estado e no Brasil como o caso dos j tradicionais eventos, Donna Fashion e Mix Bazaar.

    Dessa forma possvel se ter um breve panorama do fazer a Moda no Estado do Rio Grande do Sul. Porm, pode-se perceber tambm que o espao dominado pela Moda e pelos sujeitos que a fazem neste estado est aberto e receptivo para nomes reconhecidos pelo Brasil e para os novos cria-dores que tm buscado produzir, desenvolver e construir a histria contem-pornea da Moda nesta regio.

    Visitantes e visitados Neste ano de 2009, entre os dias 01 e 05 de abril, o Donna Fashion Iguatemi edio de inverno convidou a 2nd floor (segunda marca da Ellus) que trouxe o universo dos aviadores para a passarela do evento. Mas alm de um convidado de outro estado o evento tambm abriu espao para uma jovem criadora Gacha, Carla Bal, contribuindo com a dinmica no transito de criadores no evento e no RS.

    Na mesma semana outro evento de Moda ocorreu, o Mix Bazaar. Espao onde grandes diferenas estticas (falando-se de vesturio) circulam fazendo pensar a Moda atravs dos visuais considerados por alguns como alternativos, excntricos, corajosos e/ou freak.

    O Mix Bazaar, como em outras edies, possibilitou que uma ou-tra jovem criadora pudesse apresentar seu trabalho na passarela do evento, confirmando que alguns espaos de Moda no estado do RS, tm se preocu-pado e possibilitado que o territrio da Moda por aqui se firma e se estabelea cada vez mais.

    O territrio da Moda Gacha

    Fotos e texto: Anderson de Souza

  • Carla Bal - Porto Alegre/RS/Brasil

    Estilista de sua prpria marca PANCA, aluna da Graduao em Design de Moda no Centro Universitrio do IPA.. Vencedora do con-curso Next Generation promovido.e-mail: [email protected]

    Fotos: Anderson de Souza

    Alana Beulke - Porto Alegre/RS/Brasil

    Estilista de sua prpria marca Intenso Moda, formada pelo Curso de Estilismo no Senai moda e design. Vencedora do bazaar de talentos

    no Mix Bazaar 2008. www.intensomoda.com.br

    e-mail: [email protected]

    Fotos: Anderson de Souza

    Foto do arquivo pessoal de Alana.

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 78 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 79

  • Parabns Porto Alegre!

    237 anos...

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 82

    Fotos: Anderson de Souza e Wagner Ferraz

  • Memorial do RS Casa de Cultura Mrio Quintana Cais do Porto Alto da Av. Borges de Medeiros Rua Uruguay com Rua Sete de Setembro

    Rua Siqueira Campos Praa da Matriz

    Largo Glnio PeresIgreja Nossa Senhora das DoresPraa da MatrizCidade BaixaPr do Sol no Guaba

    Av. Borges de Medeiros Guaba visto da Usina do Gasmetro Cpola da Catedral Metropolitana Tribunal de Justia Guaba visto da Usina do Gasmetro

    Parque Farroupilha - Espelho Dgua Palcio Piratini Viaduto da Av. Borges de Medeiros Viaduto da Av. Borges de Medeiros Igreja Matriz

    Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 82 Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio 02 pg 83

  • Processo C3 - FdeS Ano 01 Edio