informe apib número 1
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Boletim informativo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), entidade que representa as organizações regionais indígenas. Notícias sobre as lutas e vivências dos povos Indígenas brasileiros.TRANSCRIPT
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VISITE NOSSO SITE E BLOG
www.apib.org.br
blogapib.blogspot.com
“PELA DEFESA DOS DIREITOS INDÍGENAS”
ARTICULAÇÃO DOS POVOSINDÍGENAS DO BRASIL
INFORMATIVO :: NOVEMBRO :: 2010 :: ANO I :: EDIÇÃO 1
POVOS INDÍGENASSE ORGANIZAM PELA DEFESA DOS SEUS DIREITOS
Conheça a articulação nacional
que luta pelos direitos dos po-
vos indígenas no Brasil. Saiba
sua história, funcionamento,
missão e objetivos principais.
PAG. 2
E as principais demandas, con-
quistas e propostas do movi-
mento indígena para uma nova
política indigenista
PAG. 4
Ainda nesta edição, as organi-
zações regionais que integram
a APIB e a Comissão Nacional
permanente em Brasília.
PAG. 5 E 8
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APIB NA INTERNET E REDES SOCIAIS
Uma das principais preocupa-
ções da Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil tem sido es-
tabelecer canais de comunicação
que permitam a formação de uma
ampla rede para troca de experi-
ências e conhecimento, interligan-
do povos indígenas, organizações
indígenas e indigenistas e a socie-
dade em geral.
Desde o início de suas ativi-
dades a APIB têm investido na
estruturação de seus canais de
comunicação, ciente de que esta
-
ras de ampliar a cooperação entre
aqueles que defendem a causa in-
dígena. E também de combater a
crônica falta de espaço nos gran-
des meios de comunicação, para a
divulgação da realidade e da luta
dos indígenas brasileiros pela pre-
servação de sua vasta riqueza cul-
tura, seu modo de vida e o meio
ambiente.
Além do Informe APIB, nosso
boletim periódico, você também
pode acompanhar nossas ativida-
des e as principais notícias sobre
o movimento indígena pela inter-
net. Basta acessar o Blog da APIB
– blogapib.blogspot.com – ou o si-
te – www.apib.org.br .Também es-
tamos nas principais redes sociais.
- Articulação dos Povos Indígenas
e no twitter
APIB_BR .
Caro leitor,
Há cerca de um ano e meio atrás
se instalava em Brasília o escritório
da Articulação dos Povos Indígenas
do Brasil – APIB. Embora nossa arti-
culação já exista e atue desde 2005,
no início do ano passado começa-
mos a nos estruturar na capital do
país para um trabalho intenso, cons-
tante e incansável na defesa dos
Direitos Indígenas junto às instâncias
de poder do governo, e também na
a articulação e fortalecimento do
movimento indígena em âmbito re-
gional e nacional. Desde então, esti-
vemos unidos aos povos de todas as
regiões do país em suas lutas. Neste
período, conseguimos importantes
conquistas. Sabemos que ainda há
muito o que se fazer, mas estamos
Esta publicação que você tem
em mãos é mais uma ferramenta de
comunicação a serviço dos Povos
Indígenas. O nosso objetivo é levar
a toda sociedade e em especial às
bases nas aldeias, que muitas vezes
e outros meios de comunicação, o
trabalho desenvolvido pela APIB.
Nesta primeira edição buscamos
mostrar exatamente o que é a APIB.
Nas próximas páginas você saberá
como foi criada e como funciona
a articulação, sua missão e objeti-
vos principais. Conhecerá também
as principais conquistas e pers-
pectivas do movimento indígena.
Apresentamos, ainda, as organiza-
ções indígenas regionais e a equipe
responsável pela execução de nosso
plano de ação. A partir do próximo
número traremos, periodicamente,
matérias, artigos e entrevistas sobre
as ações e principais temas relacio-
nadas à questão indígena.
Saudações e boa leitura,
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL - APIB
SRTVS – Centro Empresarial Assis Chateaubriand
Q701, Conj. L, Bl. 01, Sala 723 – 7° Andar
CEP: 70.340-906 – Brasília/DF
Tel: +55 61 3043 5064 / 3043 5073 | Fax: +55 61 3043 5071
Email: [email protected], [email protected]
Assessoria de Comunicação: Gustavo Macedo
Fone: (61) 30435070
Edição, redação, revisão e fotos
Gustavo Macedo ([email protected])
Projeto editorial
Gustavo Macedo
Hugo Rocha
Colaboração
Comissão Nacional Permanente (CNP) e
equipe técnica da APIB
e d i t o r i a l
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ARTICULAÇÃO
POVOS INDÍGENAS
SE ORGANIZAM PELA
DEFESA DE SEUS
DIREITOS
O QUE É A APIB?
A Articulação dos Povos Indí-
genas do Brasil - APIB é uma ins-
tância de aglutinação e referência
nacional do movimento indígena
no Brasil, que nasceu com o pro-
fortalecer a união dos povos
indígenas, a articulação entre
as diferentes regiões e organi-
zações indígenas do país.
-
dígenas, a pauta de reivindica-
ções e demandas e a política
do movimento indígena.
mobilizar os povos e organiza-
ções indígenas do país contra
as ameaças e agressões aos di-
reitos indígenas.
O NASCIMENTO
DA APIB
A criação da Articulação dos
Povos Indígenas do Brasil (APIB)
foi deliberada pelo segundo
Acampamento Terra
-
pal mobilização na-
cional do Movimento
Indígena que reúne,
anualmente desde
2004, na Esplanada
dos Ministérios em
Brasília, represen-
tantes de todos os povos do pa-
ís. Entre os principais objetivos do
encontro estava o debate sobre a
criação de um novo modelo de or-
ganização nacional.
Alguns meses depois, cerca de
quarenta lideranças de povos e or-
ganizações indígenas das diferen-
tes regiões do país, representando
a Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira
(COIAB), a Articulação dos Povos
Indígenas do Nordeste, Minas
a Articulação dos Povos Indígenas
dos Povos Indígenas do Pantanal
e Região (ARPIPAN) se reuniram
em Brasília, de 9 a 11 de novem-
bro de 2005, e decidiram criar a
Articulação dos Povos Indígenas
do Brasil (APIB).
que a APIB seria um mecanismo de
articulação interna do movimento
indígena, com uma estrutura mí-
nima composta por um colegiado
constituído por mais de 40 lide-
ranças de povos e organizações
das diferentes regiões do país;; um
núcleo de articulação permanente,
composto por cinco lideranças re-
presentando essas regiões;; e uma
secretaria operacional, para viabili-
zar os encaminhamentos.
A construção e consolidação da
Articulação dos Povos Indígenas
do Brasil, diferentemente de ou-
tros períodos, estão marcadas
consciência política e étnica, na
compreensão dos problemas, no
conhecimento dos direitos, na ca-
pacidade de formulação das rei-
vindicações e na disposição das
lideranças e organizações indíge-
nas de agir de forma coletiva, pro-
positiva, organizada e estratégica
-
plica a defesa dos direitos indíge-
nas num quadro até hoje adverso,
desde os tempos da dominação
colonial.
É importante ainda registrar
que esse avanço, tem contado
com o apoio de inúmeras entida-
des e organizações
sociais, nacionais e
internacionais, den-
tre as quais desta-
camos, no país, as
indigenistas e socio-
ambientais que com-
põem o Fórum em
Defesa dos Direitos
Indigenista Missionário (CIMI),
Instituto Socioambiental (ISA),
Centro de Trabalho Indigenista
(CTI), Associação Nacional de
MISSÃO
“A principal missão da APIB é a promoção e
defesa dos direitos indígenas, a partir da articulação
e união entre os povos e organizações indígenas das
distintas regiões do país’’.
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Ação Indigenista (ANAI) e Instituto
de Estudos Socioeconômicos
(INESC). As atividades desenvolvi-
das pela articulação são possíveis
graças ao apoio da Embaixada Real
da Noruega através do progra-
ma de apoio aos Povos Indígenas
Bengtson.
OBJETIVOS
Promover mobilizações
e a articulação perma-
nente do Movimento Indígena,
nas diferentes regiões e em ní-
vel nacional.
Promover a Formação de lide-
ranças e das organizações in-
dígenas.
Avaliar e incidir na construção
e implementação de Políticas
-
renciadas voltadas aos povos
indígenas, nas distintas áreas
-
cação, terras, meio ambiente,
legislação, sustentabilidade, di-
reitos humanos e participação
e controle social.
Desenvolver um Programa de
informação e comunicação
sobre a realidade dos direitos
indígenas, junto às bases do
movimento indígena, o Estado
e a opinião pública nacional e
internacional.
Construir e fortalecer alianças
com o movimento indígena
internacional e outros movi-
mentos sociais, bem como par-
cerias com instituições e redes
de solidariedade e apoio às
causas sociais, principalmente
a dos povos indígenas.
-
tucional e organizacional bem
como a manutenção da equipe
política e técnica necessárias
para a implementação do pla-
no de ação da APIB.
PRINCIPAIS DEMANDAS
JUNTO AO GOVERNO
BRASILEIRO
Depois de mais de 20 anos em
que a Constituição Federal reco-
nheceu o caráter multiétnico e
pluricultural do país, portanto, o
direito à diferença e todos os di-
reitos nela consagrados, lamen-
tavelmente, os povos indígenas
continuam sendo vítimas de um
contexto político adverso, marca-
do pelo preconceito, a discrimina-
ção e o racismo de uma sociedade
etnocêntrica.
Setores ou representantes do
latifúndio, do agronegócio, das
mineradoras, das madeireiras, dos
grandes empreendimentos ou dos
próprios governos têm se articula-
do para reverter os direitos cons-
titucionais dos povos indígenas e
tomar por assalto as terras indí-
genas e os recursos naturais ne-
las contidos. Os povos indígenas
continuam sendo tachados não só
de entraves ao chamado desen-
volvimento e progresso do país,
mas como ameaça à integridade
e unidade política e territorial do
Estado brasileiro.
Para transformar esta terrível
realidade, os povos indígenas têm
se organizado e lutado, mesmo à
custa da criminalização, das per-
seguições, ameaças de morte, pri-
sões arbitrárias e assassinatos de
valentes guerreiros. Desta forma, o
movimento indígena reivindica do
Estado Brasileiro o atendimento
1. Aprovação do Novo Estatuto
dos Povos Indígenas, engavetado
há mais de 15 anos no Congresso
Nacional, lei infraconstitucional
que deverá nortear todas as políti-
cas e ações da política indigenista
do Estado.
2
efetivação do Conselho Nacional
de Política Indigenista, instância
deliberativa, normativa e articu-
ladora de todas essas políticas e
ações, atualmente dispersas nos
3. Implementação da Secretaria
Especial de Saúde Indígena e efeti-
-
ceira e administrativa dos Distritos
Sanitários Especiais Indígenas
(DSEI`s), com a participação ple-
na e controle social efetivo dos po-
vos e organizações índigenas nos
distintos âmbitos, local, e nacional,
práticas de corrupção, apadrinha-
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mentos políticos, precariedade ou
ausência de atendimento huma-
nizado nas nossas comunidades.
Que o novo subsistema garanta
também o respeito e valorização
dos conhecimentos e da medicina
tradicional indígena (Pajés, partei-
ras, plantas medicinais) dos nossos
povos e o reconhecimento da ca-
justa dos Agentes Indígenas de
Saúde (AIS) e Agentes Indígenas
de Saneamento (AISAN).
4. Demarcação, proteção e desin-
trusão de todas as terras indígenas,
priorizando com urgência o caso
crítico dos povos indígenas de Mato
processo vil de etnocídio e extermí-
nio a mando de fazendeiros e repre-
sentantes do agronegócio.
5. Não construção de empreendi-
mentos que impactam direta ou
indiretamente as terras indíge-
Rio São Francisco, o Complexo
Hidrelétrico de Belo Monte e as
Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCH`s) no Xingu e na região sul
do país, bem como rodovias, fer-
rovias, portos, hidrovias, torres e
linhas de transmissão e outros em-
preendimentos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC
II) para evitar estragos irreparáveis
à mãe natureza, mas, sobretudo, à
sobrevivência física, cultural e espi-
ritual dos povos que nelas habitam,
assegurando ainda o nosso direito
à consulta livre, prévia e informa-
da, estabelecida pela Convenção
169 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT). É também ne-
cessário que sejam normatizadas
políticas de compensação previs-
tas em casos de empreendimentos
já instalados, garantindo também
a aplicabilidade deste instrumento
e da Constituição Federal e outros
normas que protegem os direitos
indígenas.
6. Fim da criminalização e prisão
arbitrária de lideranças indígenas
que lutam especialmente pelos di-
reitos territoriais de seus povos e
-
der judiciário e polícia federal para
que respeitem as nossas lideranças
enquanto lutadores por seus direi-
tos e não os trate como quaisquer
criminosos, agilizando, em con-
trário a punição dos mandantes e
executores de crimes cometidos
contra os povos e comunidades in-
dígenas.
7. Criação e implementação
Territorial e Ambiental das Terras
Indígenas para que todo o inves-
-
mano e os resultados obtidos do
processo de Consultas aos povos
indígenas não sejam em vão.
8. Adequação da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI) a um
novo patamar da política indige-
nista, que não seja paternalista, as-
sistencialista, tutelar e autoritário,
em respeito ao reconhecimento da
autonomia dos povos indígenas e
conforme suas reais necessidades
e aspirações.
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os indígenas à educação de qua-
lidade, de forma continuada e
permanente, nas aldeias, na terra
indígena ou próxima da mesma,
conforme a necessidade de cada
povo, com condições apropriadas
de infra-estrutura, recursos hu-
manos, equipamentos e materiais,
respeitando o projeto político-
-pedagógico próprio, calendário e
currículo diferenciado, conforme a
tradição e cultura dos povos indí-
genas e de acordo com a resolu-
ção 03 do Conselho Nacional de
Educação (CNE).
Que o MEC crie junto aos
-
sionalizantes, amplie o ensino mé-
graduação para os povos indíge-
nas, assegurando ainda o ensino
-
nhecimentos tradicionais para os
estudantes indígenas, a realização
diferenciado para os professores
indígenas, a valorização, reconhe-
cimento e remuneração justa da
categoria de professores indíge-
nas, o reconhecimento dos títulos
dos estudantes indígenas forma-
dos no exterior, a participação dos
povos e organizações indígenas na
implementação dos territórios et-
noeducacionais e a criação de uma
Secretaria Especial de Educação
Escolar Indígena no âmbito do
MEC.
10. Participação dos povos indí-
genas na discussão e estabeleci-
mento de quaisquer medidas ou
políticas públicas que os afete, tais
como as discussões relacionadas
com iniciativas como os planos de
enfrentamento da mudança cli-
mática, atualmente empreendidas
por setores do governo brasileiro
e organizações não governamen-
tais, sem o envolvimento dos pri-
meiros interessados, nós os povos
indígenas, que milenarmente têm
contribuído na manutenção das
-
ção de mecanismos de redução da
emissão de gases de efeito estufa
e outros serviços ambientais que
até o momento não são reconhe-
cidos e valorizados.
ORGANIZAÇÕES QUE
INTEGRAM A APIB
Atualmente, seis organizações
regionais compõem a APIB. Cada
uma destas organizações é co-
mandada por uma coordenação
composta por dois, três ou qua-
tro lideranças, eleita através de
assembléias, com a participação
de representantes dos povos da
sua área de abrangência. Cada
organização indica um represen-
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tante que participa da Comissão
Nacional Permanente (CNP), res-
ponsável pelas ações em Brasília.
Articulação dos Povos e
Organizações Indígenas do
Nordeste, Minas Gerais e Espírito
Santo - APOINME
Reúne 64 povos indígenas, or-
ganizados em oito microrregiões,
compostas de dois coordenadores,
e dois suplentes. Conta também
com uma coordenação executiva
formada por quatro pessoas, que
trabalham na sede da entidade,
localizada na cidade de Olinda, no
estado de Pernambuco. A coorde-
nação executiva conduz a articula-
ção e é escolhida em Assembléia
-
tro anos. O coordenador geral da
APOINME é o líder indígena Uilton
Tuxá e os outros coordenadores
executivos são Dourado Tapeba,
Renato Tupiniquim e Josiane
Tupiniquim, da coordenação de
mulheres.
Articulação dos Povos Indígenas
do Pantanal e Região ARPIPAN
Representa os Povos Indígenas
Pantanal e regiões próximas. Foi
criada em novembro de 2007
por lideranças indignadas com os
constantes abusos cometidos con-
tra seus povos no estado de Mato
perigo eminente para o meio am-
biente local com a instalação de
mais de 30 usinas de álcool em
seus territórios tradicionais.
Entre os principais problemas
combatidos pela ARPIPAN estão a
desnutrição das crianças e o suicí-
-
mento e a fragmentação territorial
dependência dos povos indígenas
com contratos de trabalhos degra-
dantes, em condições de escravi-
dão nas plantações de cana de
açúcar;; a urbanização de famílias
indígenas e a sua sujeição ao sub-
emprego nos grandes centros e a
carceragem de inúmeros indíge-
nas, muitas vezes por motivos ba-
nais ou forjados e sem assistência
jurídica. A direção da ARPIPAN é
composta pelo coordenador geral
Ramão Vieira de Souza Terena e
pelo vice coordenador Nito Nelson
Articulação dos Povos
Indígenas da Região Sudeste
ARPINSUDESTE
Criada em outubro de 2009,
a ARPINSUDESTE representa os
Povos Indígenas dos estados de
São Paulo e Rio de Janeiro. Seus
objetivos são articular e defender
os interesses e direitos dos povos
indígenas da região Sudeste, pro-
movendo prioritariamente o direito
sustentável, educação diferenciada,
saúde, valorização da identidade,
cultura e organização social pró-
pria de cada povo indígena, além
do respeito ao meio ambiente.
A ARPINSUDESTE atua de for-
ma articulada com os caciques, li-
deranças, associações locais e com
o Conselho Estadual dos Povos
Indígenas de São Paulo (CEPISP).
A organização é dirigida por
uma coordenação executiva com-
posta por um coordenador geral
- Timóteo da Silva Verá Potygua,
-
-
denador político e de relações ins-
titucionais - Mário de Camilo, do
povo Terena e uma coordenadora
de etnodesenvolvimento sustentá-
vel - Avani Florentino de Oliveira,
do povo Fulni-ô.
Articulação dos Povos Indígenas
da Região Sul - ARPINSUL
Criada em 2006, representa
os povos indígenas da região sul.
Tem como objetivo principal pro-
mover e articular os povos indíge-
-
mia destes povos e organizações
nos estados da região, além de
promover estágios, parcerias de
política com as comunidades indí-
genas, organismos de cooperação
nacional e internacional, objetivan-
do a garantia e promoção dos di-
reitos dos povos indígenas.
Pretende também articu-
lar ações e apoio político junto a
instâncias governamentais e da
sociedade civil, para garantir o
respeito aos direitos reconhecidos
na Constituição de 1988 e outras
legislações, bem como a aplicação
de tais instrumentos. A direção da
-
ordenador político Romacil Cretã
-
e o coordenador de projetos de
etnodesenvolvimento Francisco
Manoel Runja.
Grande Assembléia do Povo
Guarani - ATY GUASSÚ
Assembléia é um momento em
que as principais lideranças do
-
cutir temas relacionados à quali-
dade de vida de seu povo. Mais do
que uma reunião para discussão
de políticas públicas, a Assembléia
celebra as manifestações culturais,
o espírito guerreiro, os costumes e
as tradições deste povo. O ponto
principal do encontro é a mobili-
zação da comunidade indígena e
articulação com organizações na-
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cionais e internacionais, na busca
pela garantia de seus direitos, em
especial o direito à terra.
Nos últimos tempos, a Aty
vez ao ano devido a situação críti-
-
cisão do último Acampamento
questões prioritárias para a APIB.
Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia
Brasileira - COIAB
Criada em abril de 1989. É
a maior organização indígena
do Brasil, tem 75 organizações
membros dos nove Estados da
Amazônia Brasileira (Amazonas,
Acre, Amapá, Maranhão, Mato
e Tocantins);; são associações lo-
cais, federações regionais, organi-
zações de mulheres, professores
e estudantes indígenas. A popu-
lação indígena na Amazônia soma
aproximadamente 430 mil pesso-
as, o que representa cerca de 60%
da população indígena do Brasil.
A COIAB foi fundada para ser
o instrumento de luta e de repre-
sentação dos povos indígenas da
seus direitos básicos (terra, saú-
de, educação, economia e inter-
culturalidade). Representa cerca
de 160 diferentes povos indígenas
com características particulares,
que ocupam aproximadamente 110
milhões de hectares no território
amazônico.
A organização está sediada
em Manaus e tem como instân-
cia máxima de deliberação sua
cada quatro anos, reúne lideranças
representativas de 46 regiões dos
Brasileira. O Conselho Deliberativo
e Fiscal da COIAB (CONDEF) é
formado por representantes de
cada uma dessas regiões, que são
referendados na assembéia geral.
A Coordenação é a instância de
execução da COIAB, formada por
um coordenador geral, Marcos
Apurinã;; uma vice-coordenadora,
-
nador secretário, Cleyton Javaé
e um coordenador tesoureiro,
ESTRUTURA, INSTÂNCIAS
POLÍTICAS E TÉCNICAS
Como a APIB funciona e plane-
ja suas atividades
ACAMPAMENTO TERRA LIVRE
(ATL)
-
gena nacional, que reúne todo ano,
na Esplanada dos Ministérios, em
Brasília, mais de mil lideranças de
todas as regiões do país, sob coor-
denação dos dirigentes das orga-
nizações indígenas regionais que
compõem APIB.
de realidades e experiências distin-
demandas e reivindicações, e a
deliberação sobre os eixos pro-
gramáticos e ações prioritárias da
APIB.
Após sete edições, o acampa-
mento obteve como saldo maior,
o fortalecimento da articulação do
movimento indígena em nível na-
cional. Esta valiosa contribuição
impulsionou lutas conjuntas, que
A criação da Comissão Na-
cional de Política Indigenista
(CNPI);;
O processo de consultas para
um Novo Estatuto dos Povos
Indígenas e para uma Política
A aprovação e início da imple-
mentação Projeto Catalisando a
contribuição das Terras Indíge-
nas para a conservação dos
-
A elaboração de um Projeto de
Nacional de Política Indigenista;;
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A criação da Secretaria Espe-
cial de Saúde Indígena;;
FÓRUM NACIONAL DE
LIDERANÇAS INDÍGENAS
È instância máxima de deci-
são da APIB. O Fórum Nacional
formado por aproximadamente
40 líderes, indicados pelas organi-
zações indígenas regionais, que se
reúnem duas vezes por ano, com o
de ação da APIB e viabilizar as de-
liberações e encaminhamentos do
PLANO DE AÇÃO
O Plano de ação consiste numa
série de ações que buscam efetivar
a missão, os objetivos estratégicos
e as demandas centrais da organi-
Mobilização Indígena Nacional
Mobilizações e ações indígenas
em nível local e regional;;
Seminários temáticos e cursos
de formação e capacitação de
lideranças e organizações indí-
genas;;
Reuniões do Fórum Nacional
Ações de intercâmbio e solida-
riedade entre as regiões;;
Reuniões do Fórum em Defesa
dos Direitos Indígenas (FDDI);;
Participação de iniciativas de
articulação e mobilização do
movimento indígena interna-
cional, principalmente latino-
americano;;
Participação de eventos in-
ternacionais promovidos no
âmbito da Organização das
Nações Unidas (ONU), tais co-
mo o Fórum Permanente sobre
questões indígenas;;
Ampliação e fortalecimento das
alianças com outros segmentos
e movimentos sociais;;
Articulações e monitoramento
das ações dos poderes do es-
Judiciário);;
Participação de instâncias go-
vernamentais e não gover-
namentais que discutem os
direitos indígenas.
Difusão de informações sobre
as demandas, lutas e situação
dos direitos indígenas.
COMISSÃO NACIONAL
PERMANENTE (CNP) E
EQUIPE DE APOIO
A execução do plano de ação
é de responsabilidade de uma
Comissão Nacional Permanente
(CNP), estruturada e estabelecida
de 2009. A CNP é constituída por
representantes indicados pelas or-
ganizações indígenas regionais.
A Comissão Nacional Perma-
nente conta com uma equipe de
apoio composta, por um Secretário
Administrativo, um auxiliar admi-
técnico e um assessor de comuni-
Comissão Nacional Permanente e equipe de apoio: Em pé, da esquerda para a direita - Damião Braz
(Irajá Pataxó), Mauro de Barros Terena, Francisco Avelino Batista (Chico Apurinã) e Marcelo Moura.
Sentados, da esquerda para a direita – Rosanne Mattos Kaingang, Gustavo Macedo e Paulino Montejo.
cação. As demandas e a necessi-
pautam a composição deste qua-
dro de apoiadores.
Atualmente, fazem Parte da
Francisco Avelino Batista
(Chico Apurinã)
representante da COIAB
Rosanne Mattos Kaingang
Mauro de Barros Terena
representante da ARPIPAN
Damião Braz (Irajá Pataxó)
representante da APOINME
Paulino Montejo
Marcelo Moura
secretário administrativo
Gustavo Macêdo
assessor de comunicação
Muthai Mattos