informe apib número 1

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1 INFORME APIB NOVEMBRO 2010 VISITE NOSSO SITE E BLOG www.apib.org.br blogapib.blogspot.com “PELA DEFESA DOS DIREITOS INDÍGENAS” ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL INFORMATIVO :: NOVEMBRO :: 2010 :: ANO I :: EDIÇÃO 1 POVOS INDÍGENAS SE ORGANIZAM PELA DEFESA DOS SEUS DIREITOS Conheça a articulação nacional que luta pelos direitos dos po vos indígenas no Brasil. Saiba sua história, funcionamento, missão e objetivos principais. PAG. 2 E as principais demandas, con quistas e propostas do movi mento indígena para uma nova política indigenista PAG. 4 Ainda nesta edição, as organi zações regionais que integram a APIB e a Comissão Nacional permanente em Brasília. PAG. 5 E 8

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Boletim informativo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), entidade que representa as organizações regionais indígenas. Notícias sobre as lutas e vivências dos povos Indígenas brasileiros.

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VISITE NOSSO SITE E BLOG

www.apib.org.br

blogapib.blogspot.com

“PELA DEFESA DOS DIREITOS INDÍGENAS”

ARTICULAÇÃO DOS POVOSINDÍGENAS DO BRASIL

INFORMATIVO :: NOVEMBRO :: 2010 :: ANO I :: EDIÇÃO 1

POVOS INDÍGENASSE ORGANIZAM PELA DEFESA DOS SEUS DIREITOS

Conheça a articulação nacional

que luta pelos direitos dos po-­

vos indígenas no Brasil. Saiba

sua história, funcionamento,

missão e objetivos principais.

PAG. 2

E as principais demandas, con-­

quistas e propostas do movi-­

mento indígena para uma nova

política indigenista

PAG. 4

Ainda nesta edição, as organi-­

zações regionais que integram

a APIB e a Comissão Nacional

permanente em Brasília.

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APIB NA INTERNET E REDES SOCIAIS

Uma das principais preocupa-­

ções da Articulação dos Povos

Indígenas do Brasil tem sido es-­

tabelecer canais de comunicação

que permitam a formação de uma

ampla rede para troca de experi-­

ências e conhecimento, interligan-­

do povos indígenas, organizações

indígenas e indigenistas e a socie-­

dade em geral.

Desde o início de suas ativi-­

dades a APIB têm investido na

estruturação de seus canais de

comunicação, ciente de que esta

ras de ampliar a cooperação entre

aqueles que defendem a causa in-­

dígena. E também de combater a

crônica falta de espaço nos gran-­

des meios de comunicação, para a

divulgação da realidade e da luta

dos indígenas brasileiros pela pre-­

servação de sua vasta riqueza cul-­

tura, seu modo de vida e o meio

ambiente.

Além do Informe APIB, nosso

boletim periódico, você também

pode acompanhar nossas ativida-­

des e as principais notícias sobre

o movimento indígena pela inter-­

net. Basta acessar o Blog da APIB

– blogapib.blogspot.com – ou o si-­

te – www.apib.org.br .Também es-­

tamos nas principais redes sociais.

-­ Articulação dos Povos Indígenas

e no twitter

APIB_BR .

Caro leitor,

Há cerca de um ano e meio atrás

se instalava em Brasília o escritório

da Articulação dos Povos Indígenas

do Brasil – APIB. Embora nossa arti-­

culação já exista e atue desde 2005,

no início do ano passado começa-­

mos a nos estruturar na capital do

país para um trabalho intenso, cons-­

tante e incansável na defesa dos

Direitos Indígenas junto às instâncias

de poder do governo, e também na

a articulação e fortalecimento do

movimento indígena em âmbito re-­

gional e nacional. Desde então, esti-­

vemos unidos aos povos de todas as

regiões do país em suas lutas. Neste

período, conseguimos importantes

conquistas. Sabemos que ainda há

muito o que se fazer, mas estamos

Esta publicação que você tem

em mãos é mais uma ferramenta de

comunicação a serviço dos Povos

Indígenas. O nosso objetivo é levar

a toda sociedade e em especial às

bases nas aldeias, que muitas vezes

e outros meios de comunicação, o

trabalho desenvolvido pela APIB.

Nesta primeira edição buscamos

mostrar exatamente o que é a APIB.

Nas próximas páginas você saberá

como foi criada e como funciona

a articulação, sua missão e objeti-­

vos principais. Conhecerá também

as principais conquistas e pers-­

pectivas do movimento indígena.

Apresentamos, ainda, as organiza-­

ções indígenas regionais e a equipe

responsável pela execução de nosso

plano de ação. A partir do próximo

número traremos, periodicamente,

matérias, artigos e entrevistas sobre

as ações e principais temas relacio-­

nadas à questão indígena.

Saudações e boa leitura,

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil

ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL - APIB

SRTVS – Centro Empresarial Assis Chateaubriand

Q701, Conj. L, Bl. 01, Sala 723 – 7° Andar

CEP: 70.340-906 – Brasília/DF

Tel: +55 61 3043 5064 / 3043 5073 | Fax: +55 61 3043 5071

Email: [email protected], [email protected]

Assessoria de Comunicação: Gustavo Macedo

Fone: (61) 30435070

Edição, redação, revisão e fotos

Gustavo Macedo ([email protected])

Projeto editorial

Gustavo Macedo

Hugo Rocha

Colaboração

Comissão Nacional Permanente (CNP) e

equipe técnica da APIB

e d i t o r i a l

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ARTICULAÇÃO

POVOS INDÍGENAS

SE ORGANIZAM PELA

DEFESA DE SEUS

DIREITOS

O QUE É A APIB?

A Articulação dos Povos Indí-­

genas do Brasil -­ APIB é uma ins-­

tância de aglutinação e referência

nacional do movimento indígena

no Brasil, que nasceu com o pro-­

fortalecer a união dos povos

indígenas, a articulação entre

as diferentes regiões e organi-­

zações indígenas do país.

dígenas, a pauta de reivindica-­

ções e demandas e a política

do movimento indígena.

mobilizar os povos e organiza-­

ções indígenas do país contra

as ameaças e agressões aos di-­

reitos indígenas.

O NASCIMENTO

DA APIB

A criação da Articulação dos

Povos Indígenas do Brasil (APIB)

foi deliberada pelo segundo

Acampamento Terra

pal mobilização na-­

cional do Movimento

Indígena que reúne,

anualmente desde

2004, na Esplanada

dos Ministérios em

Brasília, represen-­

tantes de todos os povos do pa-­

ís. Entre os principais objetivos do

encontro estava o debate sobre a

criação de um novo modelo de or-­

ganização nacional.

Alguns meses depois, cerca de

quarenta lideranças de povos e or-­

ganizações indígenas das diferen-­

tes regiões do país, representando

a Coordenação das Organizações

Indígenas da Amazônia Brasileira

(COIAB), a Articulação dos Povos

Indígenas do Nordeste, Minas

a Articulação dos Povos Indígenas

dos Povos Indígenas do Pantanal

e Região (ARPIPAN) se reuniram

em Brasília, de 9 a 11 de novem-­

bro de 2005, e decidiram criar a

Articulação dos Povos Indígenas

do Brasil (APIB).

que a APIB seria um mecanismo de

articulação interna do movimento

indígena, com uma estrutura mí-­

nima composta por um colegiado

constituído por mais de 40 lide-­

ranças de povos e organizações

das diferentes regiões do país;; um

núcleo de articulação permanente,

composto por cinco lideranças re-­

presentando essas regiões;; e uma

secretaria operacional, para viabili-­

zar os encaminhamentos.

A construção e consolidação da

Articulação dos Povos Indígenas

do Brasil, diferentemente de ou-­

tros períodos, estão marcadas

consciência política e étnica, na

compreensão dos problemas, no

conhecimento dos direitos, na ca-­

pacidade de formulação das rei-­

vindicações e na disposição das

lideranças e organizações indíge-­

nas de agir de forma coletiva, pro-­

positiva, organizada e estratégica

plica a defesa dos direitos indíge-­

nas num quadro até hoje adverso,

desde os tempos da dominação

colonial.

É importante ainda registrar

que esse avanço, tem contado

com o apoio de inúmeras entida-­

des e organizações

sociais, nacionais e

internacionais, den-­

tre as quais desta-­

camos, no país, as

indigenistas e socio-­

ambientais que com-­

põem o Fórum em

Defesa dos Direitos

Indigenista Missionário (CIMI),

Instituto Socioambiental (ISA),

Centro de Trabalho Indigenista

(CTI), Associação Nacional de

MISSÃO

“A principal missão da APIB é a promoção e

defesa dos direitos indígenas, a partir da articulação

e união entre os povos e organizações indígenas das

distintas regiões do país’’.

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Ação Indigenista (ANAI) e Instituto

de Estudos Socioeconômicos

(INESC). As atividades desenvolvi-­

das pela articulação são possíveis

graças ao apoio da Embaixada Real

da Noruega através do progra-­

ma de apoio aos Povos Indígenas

Bengtson.

OBJETIVOS

Promover mobilizações

e a articulação perma-­

nente do Movimento Indígena,

nas diferentes regiões e em ní-­

vel nacional.

Promover a Formação de lide-­

ranças e das organizações in-­

dígenas.

Avaliar e incidir na construção

e implementação de Políticas

renciadas voltadas aos povos

indígenas, nas distintas áreas

cação, terras, meio ambiente,

legislação, sustentabilidade, di-­

reitos humanos e participação

e controle social.

Desenvolver um Programa de

informação e comunicação

sobre a realidade dos direitos

indígenas, junto às bases do

movimento indígena, o Estado

e a opinião pública nacional e

internacional.

Construir e fortalecer alianças

com o movimento indígena

internacional e outros movi-­

mentos sociais, bem como par-­

cerias com instituições e redes

de solidariedade e apoio às

causas sociais, principalmente

a dos povos indígenas.

tucional e organizacional bem

como a manutenção da equipe

política e técnica necessárias

para a implementação do pla-­

no de ação da APIB.

PRINCIPAIS DEMANDAS

JUNTO AO GOVERNO

BRASILEIRO

Depois de mais de 20 anos em

que a Constituição Federal reco-­

nheceu o caráter multiétnico e

pluricultural do país, portanto, o

direito à diferença e todos os di-­

reitos nela consagrados, lamen-­

tavelmente, os povos indígenas

continuam sendo vítimas de um

contexto político adverso, marca-­

do pelo preconceito, a discrimina-­

ção e o racismo de uma sociedade

etnocêntrica.

Setores ou representantes do

latifúndio, do agronegócio, das

mineradoras, das madeireiras, dos

grandes empreendimentos ou dos

próprios governos têm se articula-­

do para reverter os direitos cons-­

titucionais dos povos indígenas e

tomar por assalto as terras indí-­

genas e os recursos naturais ne-­

las contidos. Os povos indígenas

continuam sendo tachados não só

de entraves ao chamado desen-­

volvimento e progresso do país,

mas como ameaça à integridade

e unidade política e territorial do

Estado brasileiro.

Para transformar esta terrível

realidade, os povos indígenas têm

se organizado e lutado, mesmo à

custa da criminalização, das per-­

seguições, ameaças de morte, pri-­

sões arbitrárias e assassinatos de

valentes guerreiros. Desta forma, o

movimento indígena reivindica do

Estado Brasileiro o atendimento

1. Aprovação do Novo Estatuto

dos Povos Indígenas, engavetado

há mais de 15 anos no Congresso

Nacional, lei infraconstitucional

que deverá nortear todas as políti-­

cas e ações da política indigenista

do Estado.

2

efetivação do Conselho Nacional

de Política Indigenista, instância

deliberativa, normativa e articu-­

ladora de todas essas políticas e

ações, atualmente dispersas nos

3. Implementação da Secretaria

Especial de Saúde Indígena e efeti-­

ceira e administrativa dos Distritos

Sanitários Especiais Indígenas

(DSEI`s), com a participação ple-­

na e controle social efetivo dos po-­

vos e organizações índigenas nos

distintos âmbitos, local, e nacional,

práticas de corrupção, apadrinha-­

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mentos políticos, precariedade ou

ausência de atendimento huma-­

nizado nas nossas comunidades.

Que o novo subsistema garanta

também o respeito e valorização

dos conhecimentos e da medicina

tradicional indígena (Pajés, partei-­

ras, plantas medicinais) dos nossos

povos e o reconhecimento da ca-­

justa dos Agentes Indígenas de

Saúde (AIS) e Agentes Indígenas

de Saneamento (AISAN).

4. Demarcação, proteção e desin-­

trusão de todas as terras indígenas,

priorizando com urgência o caso

crítico dos povos indígenas de Mato

processo vil de etnocídio e extermí-­

nio a mando de fazendeiros e repre-­

sentantes do agronegócio.

5. Não construção de empreendi-­

mentos que impactam direta ou

indiretamente as terras indíge-­

Rio São Francisco, o Complexo

Hidrelétrico de Belo Monte e as

Pequenas Centrais Hidrelétricas

(PCH`s) no Xingu e na região sul

do país, bem como rodovias, fer-­

rovias, portos, hidrovias, torres e

linhas de transmissão e outros em-­

preendimentos do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC

II) para evitar estragos irreparáveis

à mãe natureza, mas, sobretudo, à

sobrevivência física, cultural e espi-­

ritual dos povos que nelas habitam,

assegurando ainda o nosso direito

à consulta livre, prévia e informa-­

da, estabelecida pela Convenção

169 da Organização Internacional

do Trabalho (OIT). É também ne-­

cessário que sejam normatizadas

políticas de compensação previs-­

tas em casos de empreendimentos

já instalados, garantindo também

a aplicabilidade deste instrumento

e da Constituição Federal e outros

normas que protegem os direitos

indígenas.

6. Fim da criminalização e prisão

arbitrária de lideranças indígenas

que lutam especialmente pelos di-­

reitos territoriais de seus povos e

der judiciário e polícia federal para

que respeitem as nossas lideranças

enquanto lutadores por seus direi-­

tos e não os trate como quaisquer

criminosos, agilizando, em con-­

trário a punição dos mandantes e

executores de crimes cometidos

contra os povos e comunidades in-­

dígenas.

7. Criação e implementação

Territorial e Ambiental das Terras

Indígenas para que todo o inves-­

mano e os resultados obtidos do

processo de Consultas aos povos

indígenas não sejam em vão.

8. Adequação da Fundação

Nacional do Índio (FUNAI) a um

novo patamar da política indige-­

nista, que não seja paternalista, as-­

sistencialista, tutelar e autoritário,

em respeito ao reconhecimento da

autonomia dos povos indígenas e

conforme suas reais necessidades

e aspirações.

9

os indígenas à educação de qua-­

lidade, de forma continuada e

permanente, nas aldeias, na terra

indígena ou próxima da mesma,

conforme a necessidade de cada

povo, com condições apropriadas

de infra-­estrutura, recursos hu-­

manos, equipamentos e materiais,

respeitando o projeto político-­

-­pedagógico próprio, calendário e

currículo diferenciado, conforme a

tradição e cultura dos povos indí-­

genas e de acordo com a resolu-­

ção 03 do Conselho Nacional de

Educação (CNE).

Que o MEC crie junto aos

sionalizantes, amplie o ensino mé-­

graduação para os povos indíge-­

nas, assegurando ainda o ensino

nhecimentos tradicionais para os

estudantes indígenas, a realização

diferenciado para os professores

indígenas, a valorização, reconhe-­

cimento e remuneração justa da

categoria de professores indíge-­

nas, o reconhecimento dos títulos

dos estudantes indígenas forma-­

dos no exterior, a participação dos

povos e organizações indígenas na

implementação dos territórios et-­

noeducacionais e a criação de uma

Secretaria Especial de Educação

Escolar Indígena no âmbito do

MEC.

10. Participação dos povos indí-­

genas na discussão e estabeleci-­

mento de quaisquer medidas ou

políticas públicas que os afete, tais

como as discussões relacionadas

com iniciativas como os planos de

enfrentamento da mudança cli-­

mática, atualmente empreendidas

por setores do governo brasileiro

e organizações não governamen-­

tais, sem o envolvimento dos pri-­

meiros interessados, nós os povos

indígenas, que milenarmente têm

contribuído na manutenção das

ção de mecanismos de redução da

emissão de gases de efeito estufa

e outros serviços ambientais que

até o momento não são reconhe-­

cidos e valorizados.

ORGANIZAÇÕES QUE

INTEGRAM A APIB

Atualmente, seis organizações

regionais compõem a APIB. Cada

uma destas organizações é co-­

mandada por uma coordenação

composta por dois, três ou qua-­

tro lideranças, eleita através de

assembléias, com a participação

de representantes dos povos da

sua área de abrangência. Cada

organização indica um represen-­

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tante que participa da Comissão

Nacional Permanente (CNP), res-­

ponsável pelas ações em Brasília.

Articulação dos Povos e

Organizações Indígenas do

Nordeste, Minas Gerais e Espírito

Santo -­ APOINME

Reúne 64 povos indígenas, or-­

ganizados em oito microrregiões,

compostas de dois coordenadores,

e dois suplentes. Conta também

com uma coordenação executiva

formada por quatro pessoas, que

trabalham na sede da entidade,

localizada na cidade de Olinda, no

estado de Pernambuco. A coorde-­

nação executiva conduz a articula-­

ção e é escolhida em Assembléia

tro anos. O coordenador geral da

APOINME é o líder indígena Uilton

Tuxá e os outros coordenadores

executivos são Dourado Tapeba,

Renato Tupiniquim e Josiane

Tupiniquim, da coordenação de

mulheres.

Articulação dos Povos Indígenas

do Pantanal e Região ARPIPAN

Representa os Povos Indígenas

Pantanal e regiões próximas. Foi

criada em novembro de 2007

por lideranças indignadas com os

constantes abusos cometidos con-­

tra seus povos no estado de Mato

perigo eminente para o meio am-­

biente local com a instalação de

mais de 30 usinas de álcool em

seus territórios tradicionais.

Entre os principais problemas

combatidos pela ARPIPAN estão a

desnutrição das crianças e o suicí-­

mento e a fragmentação territorial

dependência dos povos indígenas

com contratos de trabalhos degra-­

dantes, em condições de escravi-­

dão nas plantações de cana de

açúcar;; a urbanização de famílias

indígenas e a sua sujeição ao sub-­

emprego nos grandes centros e a

carceragem de inúmeros indíge-­

nas, muitas vezes por motivos ba-­

nais ou forjados e sem assistência

jurídica. A direção da ARPIPAN é

composta pelo coordenador geral

Ramão Vieira de Souza Terena e

pelo vice coordenador Nito Nelson

Articulação dos Povos

Indígenas da Região Sudeste

ARPINSUDESTE

Criada em outubro de 2009,

a ARPINSUDESTE representa os

Povos Indígenas dos estados de

São Paulo e Rio de Janeiro. Seus

objetivos são articular e defender

os interesses e direitos dos povos

indígenas da região Sudeste, pro-­

movendo prioritariamente o direito

sustentável, educação diferenciada,

saúde, valorização da identidade,

cultura e organização social pró-­

pria de cada povo indígena, além

do respeito ao meio ambiente.

A ARPINSUDESTE atua de for-­

ma articulada com os caciques, li-­

deranças, associações locais e com

o Conselho Estadual dos Povos

Indígenas de São Paulo (CEPISP).

A organização é dirigida por

uma coordenação executiva com-­

posta por um coordenador geral

-­ Timóteo da Silva Verá Potygua,

denador político e de relações ins-­

titucionais -­ Mário de Camilo, do

povo Terena e uma coordenadora

de etnodesenvolvimento sustentá-­

vel -­ Avani Florentino de Oliveira,

do povo Fulni-­ô.

Articulação dos Povos Indígenas

da Região Sul -­ ARPINSUL

Criada em 2006, representa

os povos indígenas da região sul.

Tem como objetivo principal pro-­

mover e articular os povos indíge-­

mia destes povos e organizações

nos estados da região, além de

promover estágios, parcerias de

política com as comunidades indí-­

genas, organismos de cooperação

nacional e internacional, objetivan-­

do a garantia e promoção dos di-­

reitos dos povos indígenas.

Pretende também articu-­

lar ações e apoio político junto a

instâncias governamentais e da

sociedade civil, para garantir o

respeito aos direitos reconhecidos

na Constituição de 1988 e outras

legislações, bem como a aplicação

de tais instrumentos. A direção da

ordenador político Romacil Cretã

e o coordenador de projetos de

etnodesenvolvimento Francisco

Manoel Runja.

Grande Assembléia do Povo

Guarani -­ ATY GUASSÚ

Assembléia é um momento em

que as principais lideranças do

cutir temas relacionados à quali-­

dade de vida de seu povo. Mais do

que uma reunião para discussão

de políticas públicas, a Assembléia

celebra as manifestações culturais,

o espírito guerreiro, os costumes e

as tradições deste povo. O ponto

principal do encontro é a mobili-­

zação da comunidade indígena e

articulação com organizações na-­

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cionais e internacionais, na busca

pela garantia de seus direitos, em

especial o direito à terra.

Nos últimos tempos, a Aty

vez ao ano devido a situação críti-­

cisão do último Acampamento

questões prioritárias para a APIB.

Coordenação das Organizações

Indígenas da Amazônia

Brasileira -­ COIAB

Criada em abril de 1989. É

a maior organização indígena

do Brasil, tem 75 organizações

membros dos nove Estados da

Amazônia Brasileira (Amazonas,

Acre, Amapá, Maranhão, Mato

e Tocantins);; são associações lo-­

cais, federações regionais, organi-­

zações de mulheres, professores

e estudantes indígenas. A popu-­

lação indígena na Amazônia soma

aproximadamente 430 mil pesso-­

as, o que representa cerca de 60%

da população indígena do Brasil.

A COIAB foi fundada para ser

o instrumento de luta e de repre-­

sentação dos povos indígenas da

seus direitos básicos (terra, saú-­

de, educação, economia e inter-­

culturalidade). Representa cerca

de 160 diferentes povos indígenas

com características particulares,

que ocupam aproximadamente 110

milhões de hectares no território

amazônico.

A organização está sediada

em Manaus e tem como instân-­

cia máxima de deliberação sua

cada quatro anos, reúne lideranças

representativas de 46 regiões dos

Brasileira. O Conselho Deliberativo

e Fiscal da COIAB (CONDEF) é

formado por representantes de

cada uma dessas regiões, que são

referendados na assembéia geral.

A Coordenação é a instância de

execução da COIAB, formada por

um coordenador geral, Marcos

Apurinã;; uma vice-­coordenadora,

nador secretário, Cleyton Javaé

e um coordenador tesoureiro,

ESTRUTURA, INSTÂNCIAS

POLÍTICAS E TÉCNICAS

Como a APIB funciona e plane-­

ja suas atividades

ACAMPAMENTO TERRA LIVRE

(ATL)

gena nacional, que reúne todo ano,

na Esplanada dos Ministérios, em

Brasília, mais de mil lideranças de

todas as regiões do país, sob coor-­

denação dos dirigentes das orga-­

nizações indígenas regionais que

compõem APIB.

de realidades e experiências distin-­

demandas e reivindicações, e a

deliberação sobre os eixos pro-­

gramáticos e ações prioritárias da

APIB.

Após sete edições, o acampa-­

mento obteve como saldo maior,

o fortalecimento da articulação do

movimento indígena em nível na-­

cional. Esta valiosa contribuição

impulsionou lutas conjuntas, que

A criação da Comissão Na-­

cional de Política Indigenista

(CNPI);;

O processo de consultas para

um Novo Estatuto dos Povos

Indígenas e para uma Política

A aprovação e início da imple-­

mentação Projeto Catalisando a

contribuição das Terras Indíge-­

nas para a conservação dos

A elaboração de um Projeto de

Nacional de Política Indigenista;;

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A criação da Secretaria Espe-­

cial de Saúde Indígena;;

FÓRUM NACIONAL DE

LIDERANÇAS INDÍGENAS

È instância máxima de deci-­

são da APIB. O Fórum Nacional

formado por aproximadamente

40 líderes, indicados pelas organi-­

zações indígenas regionais, que se

reúnem duas vezes por ano, com o

de ação da APIB e viabilizar as de-­

liberações e encaminhamentos do

PLANO DE AÇÃO

O Plano de ação consiste numa

série de ações que buscam efetivar

a missão, os objetivos estratégicos

e as demandas centrais da organi-­

Mobilização Indígena Nacional

Mobilizações e ações indígenas

em nível local e regional;;

Seminários temáticos e cursos

de formação e capacitação de

lideranças e organizações indí-­

genas;;

Reuniões do Fórum Nacional

Ações de intercâmbio e solida-­

riedade entre as regiões;;

Reuniões do Fórum em Defesa

dos Direitos Indígenas (FDDI);;

Participação de iniciativas de

articulação e mobilização do

movimento indígena interna-­

cional, principalmente latino-­

americano;;

Participação de eventos in-­

ternacionais promovidos no

âmbito da Organização das

Nações Unidas (ONU), tais co-­

mo o Fórum Permanente sobre

questões indígenas;;

Ampliação e fortalecimento das

alianças com outros segmentos

e movimentos sociais;;

Articulações e monitoramento

das ações dos poderes do es-­

Judiciário);;

Participação de instâncias go-­

vernamentais e não gover-­

namentais que discutem os

direitos indígenas.

Difusão de informações sobre

as demandas, lutas e situação

dos direitos indígenas.

COMISSÃO NACIONAL

PERMANENTE (CNP) E

EQUIPE DE APOIO

A execução do plano de ação

é de responsabilidade de uma

Comissão Nacional Permanente

(CNP), estruturada e estabelecida

de 2009. A CNP é constituída por

representantes indicados pelas or-­

ganizações indígenas regionais.

A Comissão Nacional Perma-­

nente conta com uma equipe de

apoio composta, por um Secretário

Administrativo, um auxiliar admi-­

técnico e um assessor de comuni-­

Comissão Nacional Permanente e equipe de apoio: Em pé, da esquerda para a direita -­ Damião Braz

(Irajá Pataxó), Mauro de Barros Terena, Francisco Avelino Batista (Chico Apurinã) e Marcelo Moura.

Sentados, da esquerda para a direita – Rosanne Mattos Kaingang, Gustavo Macedo e Paulino Montejo.

cação. As demandas e a necessi-­

pautam a composição deste qua-­

dro de apoiadores.

Atualmente, fazem Parte da

Francisco Avelino Batista

(Chico Apurinã)

representante da COIAB

Rosanne Mattos Kaingang

Mauro de Barros Terena

representante da ARPIPAN

Damião Braz (Irajá Pataxó)

representante da APOINME

Paulino Montejo

Marcelo Moura

secretário administrativo

Gustavo Macêdo

assessor de comunicação

Muthai Mattos