informativo sbc-02_out-nov-dez_2011

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sbc informativo Novo portal da Sociedade ganha interatividade online Luiz Carlos Milazzo Entrevista O prazer de velejar em harmonia com a prática da cirurgia da coluna Mens Sana CFM fixa novos parâmetros para a publicidade médica Atuação Epidemiologia e fatores de risco para infecções cirúrgicas Resenha Cresce o número de candidatos a novos sócios Capacitação Profissional 02 SBC Sociedade Brasileira de Coluna OUT-NOV-DEZ 2011

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Informativo Sociedade Brasileira de Coluna nº 2 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2011

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sbcinformativo

Novo portal da Sociedadeganha interatividade online

Luiz Carlos MilazzoEntrevista

O prazer de velejar em harmonia com a prática da cirurgia da coluna

Mens Sana

CFM fixa novos parâmetros para a publicidade médica

Atuação

Epidemiologia e fatores de risco para infecções cirúrgicas

Resenha

Cresce o número de candidatos a novos sócios

Capacitação Profissional

02

SBCSociedade Brasileira de Coluna

OUT-NOV-DEZ2011

02 03

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

VANTAGENS: BENEFÍCIOS:

UltraLOW-PROFILES Y S T E M

USO ADULTOe PEDIÁTRICO

04 05

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

A tarefa de cada um

SBC 2011 – O que alcançamos

e até onde pretendemos ir? Ou

até onde fomos e o que ainda

pretendemos alcançar?

Somos ao todo 754 médicos, entre

ortopedistas e neurocirurgiões em 23

Estados.

Procuramos empreender uma gestão

racional, participativa e coesa, voltada ao

aprimoramento dos canais de comunicação

entre a diretoria e o associado, penso que

caminhamos nesse sentido.

Porém muito há para ser feito.

A Revista Coluna, agora indexada,

precisa tornar-se ainda mais forte

e profissionalizada (contando com

artigos de relevância em ciência básica

e clínica); sabemos o quanto é difícil

realizar ensaios clínicos e experimentais

fora de um grande centro médico e tendo

que manter a prática clínica e cirúrgica

diária.

Precisamos criar uma comissão de

campanhas socioeducativas focada na

difusão da prevenção de lesões graves e

incapacitantes entre a população. Com

divulgação, em especial, nos meios de

comunicação, a SBC estará cumprindo

o seu papel na busca da promoção da

saúde e qualidade de vida de norte a sul

do País; é o reconhecimento público da

nossa atuação na sociedade.

A atualização científica deve ser uma

constante e fortalecida na medida em

que proporcione, por meio de fóruns de

debates, palestras, aulas disponibilizadas

online, o aperfeiçoamento dos  associados.

Nos congressos, existe a necessidade

de inserção de uma maior quantidade

de temas livres, de tal forma que se

prestigiem os investigadores jovens a

produzir material científico de qualidade

a ponto de nos projetarmos no cenário

internacional e nos fazermos notar pelo

que somos, uma grande Sociedade.

As regionais precisam estar mais bem

estruturadas e criar facilidades para a

realização de reuniões científicas de bom

nível e a um menor custo, entendendo

que é necessário para cada presidente

destinar algum tempo de sua atividade

pessoal para que as entidades funcionem.

Ao que se refere a SBC fora do Brasil,

o que almejamos? Estamos cada vez mais

presentes nos eventos, como congressistas

e como palestrantes. Estamos próximos

do Spinewwek, que acontecerá em

Amsterdam e onde teremos uma

participação na sessão BSS (Brazilian

Spine Society), apresentando temas

livres e participando nas sessões do SRS,

AOSPINE e SILACO.

Acreditamos que esta seja a via para

a consolidação do reconhecimento

internacional dos nossos valores.

Enfim, como dito, muito há para ser

feito. Sem o empenho de seus membros,

nossos objetivos não serão alcançados.

Viver a SBC é repensá-la. E essa tarefa

cabe a cada um e a todos nós.

Luis Eduardo Munhoz da Rocha

Presidente da Sociedade

Brasileira de Coluna

presidentep a l a v r a d o

“Meu olhar se dirige ao Pacífico, rumo ao Arquipélago

de Galápagos com seus vulcões imersos em um mar

transparente na direção de um cenário exótico formado

por uma fauna milenar e uma flora repleta de cactos.

É neste lugar que resgatamos parte da história de

Charles Darwin, que descreveu a Ilha de Santa Cruz como

uma espécie de elo perdido. Para minha surpresa, o

clima apresentou três temperaturas diferentes em cerca

de 40 quilômetros, fenômeno que acontece na linha

do Equador.

Denominadas de “islas encantadas del Ecuador”,

Galápagos tem uma tradição de 500 anos desde a sua

descoberta. É assim chamado devido às tartarugas gigantes

que habitam as ilhas. Elas podem ser observadas na praia,

com a desenvoltura dos seus 100 anos.

O arquipélago é formado por 13 ilhas, que mantêm a

diversidade de espécies num cenário onde a natureza,

além de exuberante, é livre e viva. Os pelicanos voando

em bandos e muito próximos dos visitantes, a presença de

piqueros (pássaros) de patas azuis e o mar transparente

mostram a grandiosidade de Galápagos, um lugar onde a

realidade dá espaço para o imaginário.”

Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail [email protected], colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.

Sérgio Zylbersztejn, de Porto Alegre, visitou o Arquipélago

de Galápagos, no Equador, em abril de 2010.

Expediente

Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha              Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro                 1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi 2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg                1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante       2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna   

Colaboram nesta edição: Dr. Aldemar Roberto Mieres Rios, Eduardo Gil, Ricardo Giusti e Sérgio Zylbersztejn          

Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439e-mail: [email protected] Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomese-mail: [email protected]: Dr. Sérgio Zylbersztejn e-mail: [email protected] final e editoração: Luciano Maciel Periodicidade: Trimestral Impressão: Edelbra Gráfica

Representante de Publicidade: Binotto ComunicaçãoTelefone: (51) 3209.2041Fax: (51) 3209.2048Celular: (51) 9116.2224e-mail: [email protected]

Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.

Endereço:

Sociedade Brasileira de Coluna – SBCAlameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 – São Paulo -SPTelefax: (11) 3088.6615Endereço eletrônico: [email protected] www.coluna.com.brSecretária: Ana Maria

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: [email protected]

SBCSociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

seu olhar

06 07

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

Mudanças como desafios

Estamos no segundo número do

novo Informativo. E a proposta de

amadurecimento da nossa mídia escrita

veio acompanhada de um posicionamento

da diretoria em valorizar a informação

na SBC.

Olhando para trás, constatamos que,

conforme afirmou o filósofo Heráclito, a

única coisa certa é a mudança.

Seguindo esse pensamento grego, nossa

reflexão indica que os nossos colegas

estavam, sim, preparados para usufruírem

do Informativo com conteúdo ampliado e

design moderno.

As colaborações ainda são poucas,

porém com o tempo elas virão dos

colegas de todas as regiões do Brasil.

Artigos, resenhas científicas, imagens para

alimentar a seção ‘Seu Olhar’ e sugestões

de pautas são bem-vindos.

Nesta edição, estamos em sintonia com

uma posição madura de nossas lideranças

no cenário médico, ao trazer para o debate a

questão da mídia na medicina, sob a ótica da

Resolução CFM nº 1.974/2011, que entrará

em vigor em 14 de fevereiro de 2012.

Outra reportagem de grande interesse

mostra as novidades do novo portal da SBC.

No ambiente da rede, no endereço eletrônico

www.coluna.com.br, é possível enviar casos

clínicos, discutir exames, consultar dados,

conversar por chat, por microfone e até

mesmo fazer videoconferência ponto a

ponto entre os associados em todo o País.

É a ciência da informação a serviço de uma

comunicação ágil, veloz, globalizada e de

acesso livre, criada para facilitar o dia a dia

dos nossos associados.

O ex-presidente, Luiz Carlos Milazzo, é o

entrevistado do coeditor, Eduardo Gil, que

dá continuidade à série de depoimentos

exclusivos dos nomes que fazem a história

da Sociedade. Para lembrar, o Congresso de

Goiânia, dirigido pelo dr. Milazzo, ainda está

em nossas mentes tanto pelos convidados

como também pelas palestras, que foram

criativas e transformadoras no nosso trabalho.

Os meses de setembro e outubro foram

marcados pelas ações positivas do

movimento médico com a mobilização

que protestou contra as operadoras de

planos de saúde, que mantêm postura

abusiva e antiética na relação com a

categoria. Aqui, cabe o registro de destacar

a participação ativa das nossas Regionais.

Outra paralisação, desta vez, por melhores

condições de operacionalidade do SUS,

visando à obtenção de novas ações para

o atendimento universal da população,

também foi vitoriosa pelo movimento

médico em nível nacional, liderado pelas

nossas entidades de classe.

Sergio Zylbersztejn

Editor

“Você deve ser a mudança

que deseja ver no

mundo

”Mahatma Gandhi

opinião

nestae d i ç ã o

Velejar em embarcações oceânicas é fonte de energia e de equilíbrio para um cirurgião da Bahia

Ex-presidente Luiz Carlos Milazzo declara que a Sociedade vive um momento especial e dá um recado para os jovens médicos.

Mens Sana

Entrevista

/12

/14

NovosSócios/18Compromisso maior da Sociedade é a qualificação do seu quadro associativo

Informação/08Tudo o que o associado precisa saber sobre as facilidades e a interatividade online que estão disponíveis no novo portal da SBC

Atuação/10Resolução do CFM traz novas orientações para publicidade médica e relacionamento com a sociedade

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

0908

No ar desde maio, o novo portal da SBC

traz um espaço virtual com conteúdo

atualizado que oferece diversas

possibilidades de interatividade. Além de

apresentar um design moderno, o site é dinâmico

e ágil. Agora é possível enviar casos, discutir

exames, consultar dados, conversar por chat, por

microfone e, até mesmo, fazer videoconferência

ponto a ponto entre os associados em todo o

País.

O objetivo é que o cirurgião da coluna utilize

essas ferramentas no seu dia a dia de onde quer

que esteja, inclusive com acesso pelo smartphone e

tablets, transformando o portal em uma comunidade

online por meio de uma navegação direta, em que

praticamente todas as áreas do site são acessíveis

com apenas um clique.

Desenvolvido pela empresa webtvinterativa,

o portal utiliza a Plataforma Interativa, que

Confira as funcionalidades existentes do novo portal

www.coluna.com.br , seguindo as orientações do consultor

de Tecnologia da Informação(TI), Ricardo Giusti.

Para navegar no site e usufruir de todos os recursos

disponíveis, tais como ver vídeos e assistir à SBCTV,

Giusti explica que o ideal é que o associado tenha acesso,

de seu computador, à banda larga a partir de 1 mega (por

cabo ou sistemas 3G).

Consultório: permite acesso a vários escores específicos

para a coluna (Oswestry, Back Pain Index, Vernon & Mior

Cervical Spine Score, entre outros).

Casos Clínicos: o associado poderá enviar um caso clínico

para publicação no site e ter acesso a casos publicados por

outros colegas; acompanhar e participar de discussão sobre

os mesmos.

Centro Cirúrgico: três salas — lombar, deformidades e

procedimentos minimamente invasivos — onde o médico

encontra vídeos de técnicas cirúrgicas dentro dos temas de

interesse.

Aulas: dezenas de aulas disponíveis em vídeo para pronta

visualização, por streeming, direto no site.

Mesas-Redondas: várias discussões com a participação de

renomados especialistas sobre temas relevantes da cirurgia

da coluna.

Temas Livres: área onde se encontram muitos trabalhos

sobre cirurgia da coluna.

Pôsteres: área disponível para que os associados da coluna

enviem para o portal os seus pôsteres, para compartilhar

seus estudos e pesquisas com os demais membros da

Sociedade.

Biblioteca: módulo destinado à SBC para disponibilizar

aos associados acesso a livros no formato eletrônico e

links para o site das publicações Spine e para o The Spine

Journal.

MBE (Medicina Baseada em Evidência): temas ligados à

coluna (Revisões Sistemáticas da Cochrane) e os links para

diversas fontes primárias e secundárias de MBE (Embase,

Medline, LILACS, Clinical Evidence, Cochrane Library, etc.)

também são disponibilizados aos associados.

Novo portal da Sociedade traz conteúdo online 

Portal da SBC por inteiro: Teses e dissertações: lincado ao Banco de Teses da Capes

(Ministério da Educação), permite que se saiba mais sobre

dissertações e teses dos associados da SBC.

Cursos e congressos: vídeos de cursos e congressos da SBC que

tenham conteúdo, como aulas, mesas-redondas e temas livres.

Livraria: área destinada, no futuro, à parceria com livrarias

médicas que tenham a oferecer preços especiais para

associados da SBC.

Cadastro: permite ao associado manter seus dados atualizados

diretamente no site.

Secretaria: atendimento virtual — o associado poderá ter acesso

a informações institucionais ou sobre a promoção de eventos

realizados ou com o apoio da SBC —, além de fazer pagamentos

de inscrições em cursos e congressos.

Meeting Point: três salas virtuais de bate-papo onde os associados

podem conversar por chat dentro do site.

Exposição: a EXPO 365 dá acesso a uma área de exposição com

estandes virtuais para as indústrias farmacêutica, instrumental e

de implantes mostrarem seus produtos.

SBCTV 24 horas no ar: 8 canais — coluna, deformidades, lombar,

minimamente invasiva, cervical, complicações, trauma e tumor.

Assim como na TV aberta ou a cabo, o associado seleciona o canal

e vê qual conteúdo está passando, podendo ver a programação

no ar e quais os próximos conteúdos listados na grade de

programação e seus horários.

Videochat: com a interatividade do portal, o associado pode

contar com a ferramenta de Videochat, possibilitando que,

diretamente de seu computador (com webcam) e microfone,

participe e interaja com outros colegas membros da SBC de

qualquer cidade do Brasil.

No portal, foram criadas cinco salas temáticas de Videochat

(coluna geral, deformidades, minimamente invasiva, second

opinion, trauma).

A sala Reunião de Diretoria, por exemplo, tem acesso restrito por

senha (diretores da SBC), enquanto que nas salas de Videochat os

associados devem clicar em “Iniciar minha Cam & Mic” e permitir

que sejam ativadas. A partir desse momento, o internauta pode

enviar seu vídeo e som e ver vídeos dos demais participantes da

sala. Ele poderá, ainda, trocar mensagem de texto, enviar arquivos

(imagens, RX, RM, TC, entre outras), arquivos Word e Excel, exibir

um vídeo no You Tube ou adicionar um vídeo no You Tube.

informação

disponibiliza, para os membros da Sociedade, em vários módulos dentro

do site, o ícone vermelho “i” de interatividade. Assim ele pode ver em

tempo real quem está no site ou naquele módulo e iniciar uma conversa

por chat com um ou vários colegas.

Segundo o diretor e consultor de TI da webtvinterativa, Ricardo

Giusti, o site conta com diversas ferramentas e módulos desenvolvidos

para abordar todos os aspectos da coluna que sejam de interesse do

especialista associado à SBC.

“São duas áreas de conteúdo, sendo uma aberta e outra de acesso

restrito aos sócios. Na área aberta, estão informações sobre a Sociedade,

eventos, galeria de fotos e notícias”, ressalta.

O portal disponibiliza uma ferramenta de RSS ligada a essas notícias

que permite receber em tempo real por smartphone as notícias lançadas

no portal.

Outra novidade é que o Informativo da SBC pode ser lido

diretamente no site em flash, bem interativo.

Já na área restrita, o acesso do associado é feito com login e

senha. Nessa seção, ele tem disponíveis 18 módulos específicos de

informações.

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

1110

Em fevereiro entrará em vigor a Resolução 1.974/11 do

Conselho Federal de Medicina (CFM), que fixou novas

regras e critérios para a publicidade médica no país, após

180 dias da sua publicação no Diário Oficial da União, em 19 de

agosto de 2011.

De acordo com as novas recomendações, o médico não poderá

mais expor o paciente em peças publicitárias, mesmo com a

concordância dele. O uso de celebridades será restrito, bem como

as imagens que vinculem o uso de serviços de saúde ao sucesso

pessoal ou profissional.

Em programas de entrevistas ou mesmo em reportagens, os

médicos não poderão anunciar serviços, dar telefones, endereços ou

ter participação que tenha como fundo conquistar novos clientes.

Os comentários devem ser esclarecedores e educativos, evitando o

sensacionalismo.

Conforme a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos do

CFM (Codame), embora sem força de lei, a resolução apresenta

parâmetros para anúncios e relacionamento com a mídia e a

Sociedade, que representam um grande avanço ao trazer para o dia

O Conselheiro Corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre, esclarece

para os associados da SBC a importância da Resolução 1.974 como

instrumento de valorização profissional e destaca que o médico deve estar

atento ao que preconiza o Código de Ética Médica no sentido de construir

uma relação sólida e baseada em confiança com seu paciente. “Isso evita

conflitos e é benéfico para a saúde do paciente”, sentenciou o conselheiro. 

Informativo - Quais são as infrações mais comuns cometidas pelos médicos

divulgadas na mídia?

José Fernando Maia Vinagre - As denúncias mais comuns envolvem o artigo

1º do Código de Ética Médica vigente (artigo 29 no Código que esteve em

vigor até 2010), que trata de negligência, imprudência e imperícia. Nem

sempre as denúncias se tornam processos ético-profissionais; elas podem ser

arquivadas na fase inicial de apuração, ou seja, na fase de sindicância. O que

leva ao arquivamento é o fato de a denúncia não caracterizar uma infração ao

Código. Quando há indícios de infração, a sindicância se transforma em um

processo ético-profissional, que tem seu trâmite regido pelo Código de Processo

Ético-Profissional. Em caso de punição, as penalidades são aquelas previstas

na lei 3.268, de 1957: de advertência confidencial a cassação do exercício

profissional.

Como é feita a fiscalização pelo CFM? 

José Fernando Maia Vinagre - O trabalho de fiscalização é descentralizado:

são os Conselhos Regionais de Medicina que o realizam. Os CRMs têm em sua

estrutura um departamento responsável pela fiscalização. Este departamento

é coordenado por um conselheiro. Praticamente todos os Conselhos possuem

médicos fiscais contratados por concurso. A previsão orçamentária anual do

CFM destina verbas para cada Conselho Regional para uso exclusivo em ações

de fiscalização. Grande parte das fiscalizações é feita por demanda do próprio

Conselho; eventualmente, situações emergenciais e de conhecimento público

também requerem fiscalizações.

De quem parte a maior parte das denúncias nas diferentes mídias?

José Fernando Maia Vinagre - Os veículos de comunicação fazem apurações

jornalísticas independentes; quando dessas apurações surge alguma denúncia,

os Conselhos Regionais de Medicina atuam. Não temos levantamentos sobre

a característica dos veículos, mas certamente as mídias que mais apresentam

denúncias são os jornais impressos e as TVs. Todas as demandas apresentadas

pela mídia são apuradas pelos Conselhos de Medicina.

CFM fixa novas regras para publicidade médica

atuação

a dia aspectos tratados apenas como conceitos.

Os novos critérios foram apresentados depois

de um ano e quatro meses de discussões com o

objetivo de aperfeiçoar as regras – editadas pela

primeira vez em 2003 – para a publicidade de

serviços médicos em todo o País.

A nova resolução exige também que o médico

indique em local claro seu CRM em cartões

ou mesmo anúncios em revistas. Segundo o

Conselho, isso facilitará ao paciente pesquisar sua

situação (se está ativo ou cassado) e se realmente

o número anunciado pertence ao profissional.

O profissional responsável pelas instituições

deve ter a função destacada em locais visíveis.

A medida vale para diretores de clínicas privadas

e públicas.

Para o CFM, a preocupação é estimular um

comportamento transparente, ético, educativo e

não sensacionalista entre os profissionais.

Publicidade

O primeiro artigo da resolução define

anúncio, publicidade ou propaganda

como “a comunicação ao público, por

qualquer meio de divulgação, de atividade

profissional de iniciativa, participação

ou anuência do médico”. Os atestados,

avisos, declarações, boletins, fichas,

formulários e receituários estão inseridos

nessa norma.

Outra questão importante é a que trata

sobre o relacionamento com a imprensa.

De acordo com a resolução, o médico

pode conceder entrevistas ou colaborar

com a mídia apenas para oferecer

esclarecimentos à sociedade.

Essas colaborações não podem ser

usadas para autopromoção, aferição de

lucro ou para angariar clientela. Exemplo:

é vedado permitir nessas oportunidades

a divulgação de endereço ou telefone de

consultório.

Nas entrevistas para a imprensa,

o médico deve ter uma postura

de esclarecimento, que exclua o

sensacionalismo, a autopromoção, a

concorrência desleal, a sugestão de que

trabalha com técnicas exclusivas e a defesa

de interpretações ou procedimentos que

não tenham respaldo comprovado.

Em relação ao uso da internet, redes

sociais, essas vias de informação também

não devem ser usadas para angariar

clientela, de modo que divulgar endereço

ou telefone por meio desses instrumentos

também não é uma atitude permitida

pela resolução.

Médicos devem cumprir Código de Ética

Mais informações: http://www.cfm.org.br ou pelo e-mail – [email protected]

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Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

1312

Bahia. Ano: 1974. Foi quando Roberto Nadier Barbosa se

lançou ao mar. Porém, como ele conta, “a minha vida

marítima não começou com um veleiro, e sim, com uma

lancha de 19 pés”.

No ano seguinte o velejador e cirurgião ortopedista de coluna

conheceu o casal Luís e Nelma Villar, proprietários do saveiro

de madeira Maré Mansa, embarcação em que começou a ver e a

sentir o prazer de navegar a vela. “Fomos companhia constante

nas velejadas de fim de semana em Salvador. Pouco tempo depois,

vendi a lancha e comprei um pequeno saveiro de madeira com vela

de pena, passando eu e a Conchita, na época, namorada, a velejar

com amigos”, destaca.

O pequeno veleiro recebeu o nome de Rebocado por conta de

um motor bastante temperamental. “Sempre que faltava vento

voltávamos para o porto rebocados por outra embarcação”, disse

o ortopedista.

O primeiro veleiro de fibra, um Cabras Mar 24 pés, foi adquirido

em 1989, mas Nadier velejou apenas seis meses com o barco.

“Decidimos vender um apartamento e comprar um Brasília 32 pés, o

‘Virtual’, que, na época, era tido como iate e com o qual os nossos

filhos Milena e Roberto tiveram oportunidade de curtir a natureza,

conhecer lugares inesquecíveis dentro da Baía de Todos os Santos e

sentir o prazer de velejar.”

Na opinão de Nadier, os sonhos dos velejadores são virtuais, e para

não fugir à regra, ele comprou o terceiro veleiro de fibra, um Bruce

Farr 38 pés, o “Pagé”, possibilitando que as velejadas ultrapassassem

Velejadas

“As velejadas foram e são muitas. Em média dois finais de

semana por mês, na sua grande maioria dentro da ‘nossa’ Baía

de Todos os Santos. Dentre as mais longas, muitas à Baía de

Camamu, algumas a Angra dos Reis e nove a Salvador-Noronha.

Em 1998, no intuito de conhecer outras paisagens e

costumes de outras civilizações, juntamo-nos a alguns amigos,

tripulantes do ‘News’, e fomos velejar no Caribe. Foram duas

aventuras: na primeira vez, alugamos um veleiro Benetou

45 pés e percorremos as ilhas do Caribe americano e inglês

durante dez dias maravilhosos.

Dez anos depois, com a mesma tripulação, alugamos um

multicasco (Catamarã) de 43 pés e saímos velejando pelo Caribe

francês, também por dez dias, por lugares inesquecíveis.”

De bem com a vida em alto-mar

as fronteiras da Baía de Todos os Santos.

“Em 1994, no ‘Pagé’, realizamos um dos maiores

feitos na vela oceânica baiana, com uma tripulação

maravilhosa, conseguimos o primeiro lugar na Regata

Internacional Recife-Fernando de Noronha. Vale

ressaltar que a minha primeira ida a Fernando de

Noronha, em 1986, foi no veleiro ‘Luar de Prata’.”

Um novo sonho em 1995: o “News” (North, East,

West e South), de 40 pés. Segundo o ortopedista,

esse barco lhe deu enormes alegrias e vários títulos,

até então não conquistados; Campeão Baiano, Fita

Azul (primeiro barco a cruzar a raia de chegada),

vários primeiros lugares, além da felicidade de ter

a companhia dos seus filhos a bordo na Regata

Internacional Recife-Fernando de Noronha.

mens sana

Perigo à vista

“Desfrutamos do prazer de velejar no ‘News’

durante 17 anos. É que com a redução da nossa

tripulação (os filhos já não eram companhia

constante), veio a vontade de voltarmos para a

classe Cruzeiro”, explica o atual Comodoro do

Aratu Iate Clube, Roberto Nadier, que optou

por um projeto mais novo, com mais conforto,

um veleiro de fibra, modelo Delta 36, o “Pagé”,

em memória ao Farr 38, e o quarto veleiro do

ortopedista.

“Velejar, para mim, não é só preciso, é

indispensável. Além do esporte, da atividade

física, do convívio social e da diversão, eu classifico

o prazer como motivação maior para velejar.”

Nadier se considera realista, mas o fascínio

que exerce a magia de poder ajustar (trimar) as

velas em busca do melhor aproveitamento do

vento (combustível principal) “é um sentimento

indescritível e envolvente. São momentos únicos

em que a minha integração com a natureza me

isola do todo a minha volta, e relaxar é uma

consequência inevitável”, completa.

Entre as várias situações vividas mar adentro,

Roberto Nadier ressalta uma regata a bordo do

“Pagé” (Farr 38), com tripulação de dez homens.

“Uma rajada de vento com velocidade em torno

de 40 nós, equivalente 80 km por hora, provocou,

na linguagem do velejador, um Nok Dawn.” Ele

explica que nessa situação o vento empurra mastro

e velas para um lado sinalizando uma emborcada,

porém a quilha ou espadela, que fica abaixo da

linha d´água, faz com que o veleiro volte a sua

posição. “O mastro do barco, juntamente com

as velas, ficou dentro da água, estava chegando

quase ao meio do veleiro”, finalizou.

014 015

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

1514

Jogo rápido

Time do coração: Goiás Esporte Clube

Uma dica para ser um bom médico: Atualizar sempre e bom senso

Uma frase que marcou: “... seja pronto para ouvir, tardio para falar...” (Tiago 1:19)

A maior virtude de alguém: Autenticidade

O pior defeito de alguém: Falsidade

O que o emociona: O nascimento de um neto

Um passatempo: Criação de canários

Um lugar para viajar: Itália

Prato preferido: Picanha assada

Um filme: Doze Homens e uma Sentença

Música inesquecível: Amigos para Sempre (Friends For Life, Jose Carreras)

Qual o lugar para viver sem ser Goiânia? Curitiba

O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do Céu: “Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor”

SBC é agregadora e promissora

entrevista

Informativo – Qual a importância de o Comitê de Coluna da SBOT

ter se tornado Sociedade Brasileira de Coluna?

Luiz Carlos Milazzo – A mudança deu maior autonomia nas decisões,

ou seja, faculdade de se governar com o foco centrado nos interesses

e necessidades específicas daqueles que praticam a patologia da

Coluna Vertebral.

Informativo – Como o senhor observa a evolução da cirurgia da

coluna daquela época até a atualidade?

Milazzo - Os princípios basicamente são os mesmos; todavia a

evolução tecnológica tem nos proporcionado recursos que oferecem

maior segurança nas ações dos cirurgiões e melhores resultados nas

estabilizações e correções das deformidades, com menos sofrimento

e maior conforto para os pacientes.

Informativo - Quais as realizações da sua gestão que ficaram

marcadas na história da nossa Sociedade?

Milazzo - Creio que foram a estruturação do Comitê de Coluna e o

II Congresso Brasileiro da SBC realizado em Goiânia. O evento teve

uma frequência surpreendente para uma Sociedade ainda incipiente.

Na ocasião, visitamos pessoalmente todos os principais núcleos

que praticavam a ortopedia de coluna, para a elaboração de uma

programação que unificasse os interesses científicos e “políticos”

dos diferentes grupos que iniciavam uma convivência nacional global.

Nascido em Juiz de Fora e criado em

Goiânia, Luiz Carlos Milazzo presidiu

a SBC de 1989 a 1990. Professor

aposentado na cadeira de Ortopedia e Traumatologia

da Universidade Federal de Goiás, sua formação

em patologia da Coluna Vertebral foi no Centro de

Escoliose do Pavilhão Fernandinho Simonsen, da

Santa Casa de São Paulo, em 1978, sob orientação

do Prof. Waldemar Carvalho Pinto.

Com treinamento no Serviço de Patologia da

Coluna Vertebral no Minnesota Spinal Center,

atuou no “Riversite Medical Center” e “Gillette

Childrens Hospital” em St. Paul, chefiado pelo

Prof. Robert Winter.

Fundador e chefe da Residência Médica em

Ortopedia e Traumatologia do IOG de 1990 a 2003,

o ortopedista foi vice-presidente da SBOT e esteve

à frente da SBOT Regional Goiás por quatro gestões.

Membro da Academia Goiana de Medicina, o Prof.

Milazzo é o segundo entrevistado da série que

registra a história da nossa Sociedade, no olhar dos

seus ex-presidentes.

Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral

Data: 25 e 26 de novembroLocal: Hotel JP - Ribeirão PretoPalestrantes convidados do exterior: Keito Ito (Holanda), Jean Charles Le Huec (França) e Emre Acaroglu (Turquia)Temas principais: Deformidade, Degeneração do Disco Vertebral, Doenças Degenerativas da Coluna Vertebral, Biodinâmicas da Coluna VertebralInformações: www.fmrp.usp.br/ral/coluna www.coluna.com.brRealização: Serviço de Coluna do Departamento de Biodinâmica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor FMRP-USP em conjunto com a Sociedade Brasileira de ColunaCoordenador: Helton Delfino

Seminário AOSpine: Trauma da Coluna Vertebral

Data: 2 e 3 de dezembroLocal: Porto AlegreTemas: Trauma cervical alto, Trauma toracolombar, Trauma sacralPalestrantes convidados: Alexandre Sadao Iutaka (São Paulo), Albert Brasil (Porto Alegre)Informações: (41) 3016.4491 [email protected] – Sônia Budziak

nov/11

dez/11

agendaInformativo - Como o senhor avalia o momento

atual da SBC?

Milazzo – É fantástico, agregador e promissor.

A presença dos neurocirurgiões ampliou

significativamente os debates propiciando uma

visão mais eficaz no binômio mecânico-funcional da

coluna vertebral.

Informativo - Que mensagem é importante para

o jovem cirurgião de coluna que ingressa na SBC?

Milazzo - Dominar a tecnologia moderna sem esquecer

os “sentimentos” humanos que tornam os pacientes

“à imagem e semelhança de Deus.”

016

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

1716

Condrossarcoma de coluna vertebral

Paciente, sexo feminino, profissão do lar.

Idade: 23 anos

História: a paciente informa dor a 12 meses

do tipo lombociatalgia progressiva e aumento

de volume na região. No exame físico, observou-se

lesão com aderência a planos profundos.

Resumo do Caso: Paciente portadora

de osteocondromatose múltipla familiar

e malignização de lesão na coluna lombo sacro.

Tratamento: cirúrgico por ressecção com margens

livres oncológicas mais fixação e boa evolução clínica.

O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Aldemar Roberto Mieres Rios, do Departamento de Ortopedia e Traumatologia – Coluna, da Santa Casa de Porto Alegre (RS).

Radiografia em ântero posterior

Radiografia em Perfil pré-operatória

Tomografia computadorizada corte axial

Histologia evidenciando condrossarcoma da peça operatória

Participe enviando sua resposta, acessando www.coluna.com.br

Um problema grave na cirurgia de coluna vertebral

é o surgimento de infecção no pós-operatório

imediato. Essa taxa ocorre entre 1% a 12%.

A média está relacionada com diversos fatores, tais como:

tipo de cirurgia, a duração do procedimento, presença de

comorbidades, estado nutricional, entre outros.

O certo é que o uso de antibiótico profilático diminui de

maneira significativa a infecção. Como regra, em geral

observa-se no sítio infectado a presença de eritema seguido de

drenagem. O exame de laboratório mais sensível é a dosagem

de Proteína C reativa.

Na presença da infecção, devemos realizar um desbridamento

amplo acompanhando de volumosa irrigação. Quando na presença

de implantes e ou enxerto ósseo, eles podem ser mantidos no local;

para, no mínimo, não se perder a estabilidade da lesão.

Epidemiologia e fatores de risco para infecções cirúrgicas, dados relevantes:

Cirurgia de hérnia de disco aberta apresenta

< 1% de infecção no pós-operatório.

Microdisectomia: estudos mostram alguma

evidência em que > o risco de infecção.

Descompressão de estenose de canal, a taxa

de infecção varia entre 1,5% a 2%.

No sítio doador de enxerto, a infecção pode chegar até 20%.

Na artrodese de coluna lombar, a taxa de infecção

situa-se entre 3% a 6%.

Outros fatores que predispõem à infecção

em cirurgia de coluna são:

• Pré-hospitalização

• Hipertensão arterial sistêmica

• Tempo prolongado de cirurgia > 3 horas

Pós-operatório imediato em infecções na coluna vertebral

fórumi n t e r a t i v o

Obs.: o uso de RM com gadolínio pode detectar, de modo

precoce, uma discite. Porém, sempre que, durante o

procedimento, o disco for autuado este exame também

estará alterado.

Antibiótico profilático:

A cirurgia de coluna pode ser dividida em três tipos:

• Limpa sem risco de infecção entre 1 a 5%

• Limpa com contaminação

• Contaminada

Obs.: O antibiótico de escolha é a Cefazolina

iniciada na indução anestésica.

Trabalhos mais recentes usam Lincomicina; outros,

Gentamicina, mais Vancomicina na indução anestésica

e utilizam Estreptomicina na irrigação salina

do campo operatório.

Obs.: tempo de uso de antibiótico profilático 24 horas.

Conclusão:

Cada cirurgião tem o seu grau de suspeição de uma

infecção no pós-operatório de cirurgia de coluna.

Fatores de risco, como má nutrição, por exemplo,

devem ser detectados antes de marcar a cirurgia.

Limitar o tempo operatório e lesão de partes moles.

Antibiótico de escolha, Cefalosporina de primeira

geração.

Pós-operatório, incentivar o paciente a caminhar.

Na presença de infecção, deve-se desbridar de modo

amplo e solicitar cultura com antibiograma do material

recolhido da lesão.

Resenha comentada do artigo: Postoperative Wound Infections of the Spine John M. Beiner,

M.D., Jonathan Grauer, M.D., Brian K. Kwon, M.D., Alexander R. Vaccaro, M.D. Neurosurg

Focus. 2003;15(3) © 2003 

Efeitos de má nutrição:

< proteínas relacionam-se com uma má cicatrização

da ferida operatória e > imunossupressão

Rotina dosar: Albumina (>3.5g/dl)

Prealbumina (< de modo rápido na desnutrição)

Linfócitos (>2.000células/mm3)

Obs.: quando necessária dupla abordagem,

realizar em um único tempo para diminuir o tempo

de hospitalização e a incidência de infecção.

Diagnóstico:

Sempre que o paciente sentir desconforto na ferida operatória

no pós-operatório imediato, deve-se pensar em infecção.

Em torno de 15 dias, é a média de tempo para surgir uma

infecção. Cerca de 93% dos pacientes apresentam uma

drenagem na ferida operatória. Quase sempre sem febre.

Atenção para o laboratório:

VSG: aumentada, em geral > 71.5 mm/h.

Obs.: O pico ocorre no quinto dia pós-operatório e pode

manter-se elevado por 21 a 42 dias durante o pós-operatório.

PCR: > até o 3º pós-operatório é normalizado

entre o quinto e o 14º dia.

Atenção: Esses índices são sensíveis, porém não específicos.

Diagnóstico por imagem: radiografia, tomografia

computadorizada e ressonância magnética são de limitado

valor no diagnóstico de infecção no pós-operatório de cirurgia

na coluna com implantes metálicos.

Obs.: tomografia e ressonância magnética podem ajudar a

diferenciar entre hematoma, material purulento e tecido de

granulação. A dificuldade diz respeito aos implantes no local

que se está examinando.

resenhac i e n t í f i c a

Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011

18

Com 53 candidatos inscritos, a edição 2011 do exame

para ingresso à Sociedade ocorrerá no dia 24 de novembro,

em Ribeirão Preto, durante o Curso de Técnicas Modernas e

Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral.

A tarefa de gerenciar o processo de entrada de

novos sócios (ortopedias e neurocirurgiões) e também

o regramento e credenciamento de novos serviços

formadores de especialistas em patologias e cirurgias

da coluna vertebral é da Comissão de Capacitação

Profissional, presidida pelo Dr. Edson Pudles.

Médicos formados antes de 1997, com título de

especialista (SBOT ou SBN), são admitidos com a

apresentação de documentação, conforme edital.

Uma carta de apresentação de três associados e a

comprovação de participação em, no mínimo, dois

Congressos Brasileiros da SBC são algumas das exigências

para o ingresso nessa categoria de novos sócios. Segundo

Pudles, médicos formados após 1997 só podem entrar

na SBC por meio de um exame, que inclui a realização de

prova oral, prova escrita, apresentação de currículo e de um

trabalho científico.

Para o ingresso de neurocirurgiões, a Comissão exige a

residência em Serviço de Neurocirurgia oficial e reconhecido

pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, além do título

de Membro titular daquela Sociedade.

O candidato ortopedista precisa ter o seu título de

Especialista fornecido pela SBOT e ter frequentado o estágio

em cirurgia da coluna, de pelo menos um ano de duração, em

um dos Serviços Credenciados pela SBC.

“Acreditamos que com esse grau de exigências temos um

candidato com conhecimento suficiente para engrandecer

a nossa SBC. Desse modo, não nos tornamos, simplesmente,

um aglomerado de médicos com interesses associativos muitas

vezes difusos”, completa o cirurgião.

Cresce o número de candidatos que desejam ingressar na Sociedade

Qualidade

A cada ano o exame de inclusão vem se

aperfeiçoando, salienta Pudles, que acredita que o

trabalho da comissão vem cumprindo o seu papel,

sem causar ônus às finanças da Sociedade. “O uso da

estrutura oferecida em Ribeirão Preto, a custo zero,

pelo Dr. Helton Defino é de suma importância para o

êxito do exame”, destaca.

Outro apoio imprescindível é a participação de

examinadores convidados, que sempre auxiliam na

realização da prova oral.

O primeiro exame nos moldes atuais foi

realizado em 2007, no Congresso Brasileiro

da SBC, em Porto de Galinhas. Nas edições

seguintes, a prova foi realizada anualmente em

Ribeirão Preto, com um incremento de 10% a mais

de candidatos a cada ano. 

A prova escrita é composta de 50 questões de

múltipla escolha com 4 opções, e a prova oral é

composta de 10 casos clínicos com 6 minutos de

duração para cada um desses casos. Inicialmente,

são apresentados a história do paciente e exames

relevantes para o caso, e, na sequência, outros exames

para confirmação do diagnóstico e da conduta a ser

tomada na patologia em questão.

Edson Pudles acredita que a prova oral e a

prova escrita selecionam os candidatos com

conhecimentos suficientes para poderem exercer

a especialidade.  “Teremos 54 examinadores

convidados, e a prova oral será realizada em dois

turnos de 1 hora. Na verdade, a prova é o resultado de

um trabalho coletivo em prol da qualidade científica

do quadro social da SBC”, enfatiza Pudles.

capacitaçãop r o f i s s i o n a l

Ensino médico em cirurgia da Coluna• Por dentro dos Serviços Credenciados da SBC

Reportagem especial mostra a formação do cirurgião ortopedista e do neurocirurgião de coluna no Brasil

Ciência:

Entrevista exclusiva com o Professor Robert Winter, um ícone da cirurgia de coluna

próxima edição

Serviço de Coluna Vertebral do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP

Divu

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Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

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