informativo - n°6 - ano3 - julho de 2015

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Publicação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, nº 6, ano 3, julho 2015

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Publicação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, nº 6, ano 3, julho 2015

O informativo UFRB apresenta a edição comemorativa aos 10 dez anos da instituição. Nesta edição, o periódico faz um panorama histórico da UFRB em sua primeira década, focando as conquistas no ensino, pesquisa, extensão e inclusão social. Aborda a evolução da oferta de vagas na instituição e apresenta a consolidação dos programas de permanência e inclusão social. Também destaca os projetos de extensão desenvolvidos pela universidade.

Boa leitura!Equipe Assessoria de Comunicação

Editorial

ÍndiceA participação social nos 10 anos da UFRB

10 anos da Federal do Recôncavo

Qualidade acadêmica com foco regional

Do acesso a excelência acadêmica

Extensão que ultrapassa fronteiras

0406101214

ExpedienteReitor: Silvio Luiz SogliaAssessoria de ComunicaçãoJornalista Responsável: Fernanda Braga (MTb 2243/BA) Textos: Fernanda Caldas, Larissa Molina, Thacio Machado e Renato Luz. Fotos: Renata Machado, Larissa Molina,Thacio Machado e ar-quivo ASCOM. Projeto Gráfico: Renata Machado End: Rua Rui Barbosa, nº 710, Centro - Cruz das Almas - BahiaCEP: 44.380-000. Tel: (75) 3621-4015. E-mail: [email protected]

PET 03

ufrb.edu @ufrb ufrb@ufrb_eduufrb.edu.br

de gestão se coloca como imperativo não apenas para a eficiência e eficácia. Mais que fazer as coisas certas e da melhor maneira, precisamos de efetividade no sentido de conseguir transformações so-ciais, de modo participativo, no tempo certo e que sejam para além de mensu-ráveis, sustentáveis. Precisamos efetivar instrumentos de participação com distri-buição de poder, não apenas nos proces-sos de planejamento e tomada de deci-são, mas de implementação das ações. Do contrário, teremos rituais vazios e espaços esvaziados.

Cabe ressaltar que se a participação direta na gestão universitária é um pré--requisito para a democracia enquanto processo de aprendizagem e não apenas como “jogo”, a condição indispensável para a democracia é o republicanismo, enquanto forma de gerir e fazer política na universidade que tenha como prima-zia o bem comum, a virtude cívica ou “o interesse bem compreendido”. Ser buro-craticamente eficiente e democratica-mente republicano na UFRB quer dizer que se vivam associações livres em tor-

no de interesses comuns cuja finalidade seja a UNIVERSIDADE. Isso dá trabalho! Requer o temporal engajamento das co-munidades acadêmica e local na condi-ção de pensar e analisar os problemas públicos, as demandas, a formação e o papel da UFRB no desenvolvimento das pessoas e territórios no Recôncavo da Bahia. Requer também lidar com a ambi-valência das demandas por participação por um lado, com as mais diversas formas de intolerância e (des)engajamento, por outro. Não basta clamar ou escutar sem o comprometimento do fazer acontecer! Isso resvala inclusive no tempo presen-te, no engajamento e participação efeti-va na revisão da nossa estatuinte, nossa certidão de nascimento que se transfor-ma em carteira de identidade.

Que nestes dez anos de reflexão e ação, Aion, o Deus Tempo ou Iroko, transformem as “velhas formas do viver” e, ensinai-nos na UFRB, “o que nós ainda não sabemos”!

Edgilson Tavares de Araújo Professor Adjunto do CAHL/UFRB

Coordenador do Colegiado de Gestão PúblicaDoutor em Serviço Social

A participação social nos 10 anos da UFRB: entre Chronos, Kairós e Aion

Na mitologia grega a relação entre os sujeitos e o tempo foram demarcadas pela qualidade do que é vivido e perce-bido, por meio das divindades Chronos, Kairós e Aion.

Graças a Kairós que a UFRB foi cria-da, no tempo de expandir e interiorizar o ensino superior. Este é o tempo que gera a vida, que é mais subjetivo, qua-lificável, jovial, veloz, mutável, ousado e que agarra as oportunidades. Agora, passados dez anos, vivemos muito mais o Chronos que consome a vida de modo calculável e cronometrável, emergindo a necessidade ética de avaliar o quanto este pôde ultrapassar Kairós e/ou forti-ficar Aion. Este último, o “não tempo”, o imensurável, que alcança o eterno e, que, por isso, exige a humildade. Tal avaliação pode ser feita mais pela inten-sidade da vivência institucional de modo prazeroso e rápido, que necessariamen-te pela irredutível presença cronológica.

É fato que a “menina” ou “jovem” UFRB nasceu agindo como gente grande

na “janela de oportunidades” do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestru-turação e Expansão das Universidades Federais), buscando incluir, valorizar a diversidade, deselitizar, dar outros tons na interiorização e expansão do ensino superior público. Criou estrutu-ras organizacionais diferenciadas, numa tentativa de menor hierarquia e maior distribuição de poder. Buscou inovar em cursos e percursos formativos desejando a interdisciplinaridade, multicampia e ampliação do acesso e permanência.

O tempo do Reuni foi consumido pelo Chronos evidenciando conquistas e alguns desafios que requerem a humilda-de de Aion, para que não sejamos des-truidores da própria criação.

Diante da nossa virtuosa expansão é tempo não apenas de colher, mas de semear uma gestão pública universitá-ria com uma boa qualidade burocrática, mas acima de tudo democrática. Temos, assim, um campo fluído de conflitos no qual a participação direta nos processos

“É tempo não apenas de

colher, mas de semear

uma gestão pública

universitária com

uma boa qualidade”

04 Opinião Opinião 05

06 Capa

10 anos de história. Esta é a marca que a Universidade Federal do Recônca-vo da Bahia (UFRB) alcança no dia 29 de julho de 2015. Criada a partir da Lei Nº 11.151, a primeira universidade federal do interior da Bahia já nasceu grande: com cinco centros de ensino em quatro cidades do Estado. Um resultado da am-pla mobilização da sociedade baiana e em especial da população do Recôncavo.

Os números da evolução da UFRB surpreendem. Sua trajetória é marca-da por conquistas no Ensino, na Pesqui-sa, na Extensão e, principalmente, vem ganhando destaque no cenário nacio-nal pela sua política de Inclusão Social, sendo a primeira universidade do país a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afir-mativas. Foi o sucesso do programa de

inclusão da UFRB, que teve início já no primeiro ano da universidade, que levou o ex-reitor Paulo Gabriel Soledade Nacif a assumir em 2015 a Secretaria de Alfa-betização, Educação Continuada, Diver-sidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação (MEC).

“Não tenho dúvidas que hoje, to-dos, mesmo aqueles que se colocaram sistematicamente contrários a qualquer expansão, consideram que os campi e centros da UFRB, com suas conquistas e desafios, constituem-se em patrimônios inestimáveis para o Recôncavo e para o Brasil”, disse Nacif, em sua mensagem de despedida, após ter ocupado o cargo de reitor pro tempore e ter sido eleito reitor por duas vezes consecutivas desde a criação da universidade.

Universidade da expansão

Segundo dados do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), a UFRB cres-ceu mais de 200% em área construída em dez anos de existência. A instituição conta hoje com sete centros de ensino em seis ci-dades do Recôncavo, onde circulam mais de 10.800 estudantes, dos quais mais de 90% são da Bahia. Só neste ano, foram ofertadas mais 2.340 vagas na graduação, com reserva especial para estudantes surdos, indígenas aldeados e remanescentes de comunidades quilombolas.

Para a estudante de Psicologia e in-tegrante da gestão do Coletivo Central de Estudantes (CCE), Alanie Ramos, os discentes dispõem de um sentimento de pertencimento. “Uma característica for-te da UFRB é o seu compromisso com a comunidade do Recôncavo. Nossos pro-cessos de aproximação com a lógica aca-dêmica se dão em imersão na cultura e nas referências do lugar, isso é a prova do respeito da instituição pela comuni-dade do entorno. Eu me orgulho profun-damente de fazer parte dessa história. A UFRB é sem dúvidas a minha segunda casa”, conta.

A universidade já conta com 16 con-vênios internacionais e mais de 130 gru-pos de pesquisa, sendo premiada pela inserção de egressos do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) na pós-graduação. Foi a primeira institui-ção de ensino superior da Bahia a ganhar em 2013 o Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica e Tecnológica, cate-goria Mérito Institucional, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e mantém pelo 4º ano consecutivo a nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), pontuação que a coloca entre as melhores do Brasil.

10 anos da Federal do Recôncavo UFRB comemora conquistas no Ensino, Pesquisa,

Extensão e Inclusão Social

Capa 07

Dívida histórica

Segundo a pró-reitora de Graduação, professora Luciana Alaíde, com esta tra-jetória de conquistas e preparada para novos desafios, a UFRB tem cumprido seu objetivo de garantir educação pública, inclusiva e de qualidade aos moradores do Recôncavo e à sociedade brasileira. “Considero que a UFRB foi uma conquista para o interior da Bahia e hoje representa o maior investimento federal no Recônca-vo, com impacto importante no fomento da economia, cultura, educação”, afirma.

O técnico-administrativo, ex-militan-te do movimento estudantil e membro da seção local do sindicato de sua catego-ria, Elielson Aquino, também destaca o impacto da UFRB na interiorização do en-sino superior. “Nestes 10 anos da UFRB, aqueles que tiveram oportunidade de acompanhar seu crescimento, reconhe-cem que ela representa a possibilidade de mais acesso ao ensino superior para

a população do interior de nosso Estado, que tanto sofreu com a falta de institui-ções deste tipo”, disse.

Consolidação

Sobre os desafios para os próximos 10 anos, o novo reitor da UFRB Silvio So-glia cita pelo menos três: continuar ga-rantindo um padrão de qualidade aca-dêmica compatível com as exigências da contemporaneidade e com a dinâmica do conhecimento, de modo que as ino-vações pedagógicas sejam aprofundadas; ampliar o acesso de cidadãos do interior da Bahia, em especial, da região do Re-côncavo e do Vale do Jiquiricá ao ensino superior e, por fim, vincular-se profun-damente à sociedade civil organizada, a fim de produzir conhecimento capaz de contribuir para a solução de problemas locais, regionais e nacionais urgentes e a interferir efetivamente na superação de distintas modalidades de exclusão.

“Não tenho dúvidas que hoje,

todos, mesmo aqueles que

se colocaram sistematicamente

contrários a qualquer expansão,

consideram que os campi e centros da

UFRB, com suas conquistas

e desafios, constituem-se

em patrimônios inestimáveis para

o Recôncavo e para o Brasil”

08 Capa

Construída em modelo multicampi, a UFRB iniciou suas atividades ofertando 620 vagas entre 15 cursos de graduação e um curso de pós-graduação. Após sua primeira década de existência, a ins-tituição já oferece mais de 2 mil vagas em 50 cursos de graduação e 22 de pós--graduação, sendo 2 programas de pós--graduação com doutorado, 7 mestrados acadêmicos, 5 mestrados profissionais, 7 especializações e uma residência clínica.

Desmembrada da Universidade Fe-deral da Bahia (UFBA), a UFRB herdou os cursos de Zootecnia, Engenharia Flores-tal, Engenharia de Pesca e Agronomia. Já no ano de sua fundação, em 2005, fo-ram criados os cursos de Ciências Bioló-gicas, Engenharia Sanitária e Ambiental, Física, Matemática, Pedagogia, Comuni-cação, História, Museologia, Psicologia, Nutrição e Enfermagem. Desde então, toda oferta tem como principal objetivo explorar o potencial socioambiental de cada espaço do Recôncavo, bem como servir de polo integrador.

A instituição conta hoje com mais de 10 mil estudantes, sendo cerca de 50% deles oriundos da região do Recôn-cavo. Para a coordenadora de Políticas e Planejamento da Pró-Reitoria de Gra-duação (PROGRAD), Janete dos Santos, o Recôncavo sofreu durante anos com a ausência de uma instituição federal de

educação superior para a formação de seus cidadãos. “A única alternativa era seguir para a capital ou sair do Estado. A criação da UFRB veio para resgatar a condição social do Recôncavo e dos fi-lhos dessa região”, disse.

O crescimento da instituição tam-bém priorizou a qualidade no ensino. Atualmente, a UFRB conta com 95% dos professores com qualificação de mestra-do e doutorado. Segundo a coordena-dora da PROGRAD, a qualidade da ins-tituição pode ser medida pela inserção dos discentes egressos no mercado de trabalho e em cursos de pós-graduação. Ela acrescenta: “também pode ser usa-da como parâmetro de qualidade a par-ticipação da UFRB em projetos de gra-duação como o Programa de Educação Tutorial (PET), o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PiBid), entre outros”.

Para Rafael Mota, doutorando em Ciências Agrárias pela UFRB, a Univer-sidade oferece boa estrutura, docentes qualificados e propicia desenvolvimento regional. “Sou formado em Agronomia, fiz mestrado em Microbiologia Agrícola e estou doutorando pela UFRB. Escolhi permanecer na instituição pela possibi-lidade de crescimento pessoal, intelec-tual e científico oferecido pela UFRB aos moradores do Recôncavo”, revela.

Cursos de graduação e pós-graduação da UFRB apostam no potencial do Recôncavo

Qualidade acadêmica com foco regional

Cursos da UFRB

“Escolhi permanecer na instituição pela

possibilidade de crescimento

pessoal, intelectual e científico

oferecido pela UFRB aos moradores do

Recôncavo”

CAHL

• Artes Visuais• Ciências Sociais• Cinema e Audiovisual• Comunicação Social• Licenciatura em História• Museologia• Serviço Social• Tecnologia em Gestão Pública

Pós graduação• História da África, da Cultura

Afro-brasileira e Africana• Mestrado em Ciências Sociais:

Cultura, Desigualdades e De-senvolvimento

• Mestrado Profissional em Histó-ria da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas

CETENS

• BI: Bacharelado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade

• Licenciatura em Educação do Campo com Habilitações em Matemática e Ciências Naturais

CCAAB

• Agronomia • Biologia- Bacharelado • Biologia - Licenciatura• Engenharia Florestal• Engenharia de Pesca• Medicina Veterinária• Tecnologia em Agroecologia• Tecnologia em Gestão de Coo-

perativas • Zootecnia

Pós graduação• Programa de Pós-Graduação

Lato-Sensu em Sociedade, Ino-vação e Tecnologia Social

Mestrado Acadêmico:• Ciência Animal• Ciências Agrárias

• Engenharia Agrícola• Microbiologia Agrícola• Recursos Genéticos Vegetais• Solos e Qualidade de Ecossiste-

mas Mestrado Profissional:• Defesa Agropecuária• Gestão de Políticas Públicas e

Segurança Social Doutorado Acadêmico:• Ciências Agrárias• Engenharia Agrícola

CCS

• Bacharelado Interdisciplinar em Saúde

• Enfermagem• Nutrição• Psicologia• Medicina

Pós graduação

• Residência em Nutrição Clínica com Ênfase em Pediatria e em Terapia Intensiva

CETEC

• Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas

• Bacharelado em Matemática• Engenharia Civil• Engenharia de Computação• Engenharia Mecânica• Engenharia Sanitária e Ambien-

tal• Licenciatura em Matemática

EaD

Pós graduação• Mestrado Profissional em Mate-

mática

CECULT

• Bacharelado interdisciplinar em cultura, linguagens e tecnolo-gias apliçcadas – BICULT

• Tecnologias do Espetáculo ( Ce-nografia, Figurino, Iluminação e Caracterização)

Música Popular BrasileiraProdução MusicalDesign DigitalPolítica e Gestão Cultural

CFP

• Física • Química • Matemática• Pedagogia • Filosofia• Letras• Educação Física

Pós graduação:• Mestrado Profissional em Educa-

ção do Campo

10 Capa

Associada às políticas de acesso por meio da reserva de vagas e à excelên-cia nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, a trajetória da UFRB revela também a atenção às políticas de per-manência e inclusão voltadas aos estu-dantes de graduação

Entre as principais, destaca-se o Programa de Permanência Qualificada (PPQ), que através da concessão de auxí-lios mensais para alimentação, desloca-mento, moradia, creche e projetos ins-titucionais, busca assegurar e qualificar a formação acadêmica dos discentes. Os auxílios referem-se a vagas nas residên-cias universitárias, refeições no restau-rante universitário e apoios financeiros.

Somente no ano de 2014 foram con-cedidos 2.131 auxílios entre todas as mo-dalidades do PPQ. No início do progra-

ma, em 2006, quando existiam apenas o auxilio alimentação e o auxílio moradia, foram 147. Acompanhando as demandas e crescimento da instituição, foi criada em 2007 a modalidade de apoio à parti-cipação em projetos institucionais e, em 2010, o auxílio deslocamento e o auxilio creche.

A UFRB também disponibiliza outros auxílios como medicamentos, aparelho corretivo e apoio para apresentação de trabalhos em eventos. A partir de 2013, além destes, passaram a ser concedidos auxílios pelo programa Bolsa Permanên-cia do MEC. No geral, entre 2006 e 2014, foi contabilizado o total de 8.438 au-xílios. E este número deve aumentar a partir dos novos auxílios do ano de 2015, ainda em andamento.

Reafirmando o compromisso da

Do acesso a excelência acadêmicaAuxílios promovem a permanência e inclusão de estudantes na UFRB

“Sem esse apoio, eu teria dificuldades na minha formação, mas agora me sinto incluída, participando e acompanhando melhor as aulas”

UFRB com as políticas de permanência e de sua importância para formação aca-dêmica, foi anunciado também o reajus-te dos valores das bolsas, que tem início neste mês de julho. O último ocorreu em 2012. “Vimos a necessidade de atua-lizar esses valores para qualificar a pos-sibilidade de permanência e para que os alunos pudessem realmente cumprir as atividades acadêmicas”, diz o pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Estu-dantis, professor Fabrício Andrade.

Apoio a inclusão

Para garantir a permanência de es-tudantes com deficiência ou necessida-des educativas especiais se destacam as ações de apoio do Núcleo de Políticas de Inclusão (NUPI), ligado a Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD). Atualmente, o NUPI acompanha oito discentes. Desde sua criação, em 2011, o núcleo forneceu suporte para outros 12, principalmente na aquisição de equipamentos de auxílio e na seleção de bolsistas que atuam na adaptação de material didático para es-tudantes com deficiência visual.

De acordo com Aline Matos, chefe do NUPI, as ações favorecem o acesso e a autonomia na realização das ativida-des acadêmicas: “diminuindo as barrei-ras que os impedem de estar incluídos no

ensino superior e favorecendo que estes estudantes participem mais ativamente da vida na universidade”, comenta.

Uma das estudantes atendidas é Ariana Lima, 8º semestre do curso de Medicina Veterinária, que possui baixa visão. O NUPI disponibilizou para a aluna alguns recursos que auxiliam na aprendi-zagem, como televisores instalados nos laboratórios para ampliar a imagem de microscópios e um celular com o aplica-tivo Scanner Leitor Portátil, que conver-te fotos de textos em áudios. “Sem esse apoio, eu teria dificuldades na minha formação, mas agora me sinto incluída, participando e acompanhando melhor as aulas”, diz. A estudante também é bol-sista do PPQ.

A UFRB ainda conta ainda com 11 servidores que são Tradutores e Intér-pretes de Libras (TILS): seis deles atuam no Centro de Formação de Professores (CFP), desenvolvendo atividades acadê-micas com estudantes e professores sur-dos, e cinco estão vinculados ao NUPI. Todos participam da tradução e inter-pretação de aulas, eventos acadêmicos, reuniões, seleções, notícias, dentre ou-tras ações. Além disso, o núcleo também promove eventos sobre educação inclu-siva, cursos de formação e orientações didáticas para servidores docentes e técnicos.

12 Inclusão Inclusão 13

O intercâmbio de conhecimento en-tre a sociedade e a universidade é um dos principais focos da Extensão na UFRB. As regiões do Recôncavo, Nordeste e Sul da Bahia são os palcos de atuação dos projetos e programas extensionistas de-senvolvidos pela universidade, em áreas como direitos humanos e justiça, traba-lho, saúde e educação, cultura e arte, tecnologia e produção, meio ambiente e comunicação.

Em dez anos de UFRB, o pró-reitor de Extensão, Jean Adriano Barros, desta-ca a institucionalização de políticas ex-tensionistas como um importante feito da universidade. “Hoje, a nossa comuni-dade já entende o que é extensão, não tem mais aquela percepção de algo as-sistencialista voltado às comunidades do entorno”. De acordo com ele, a universi-dade já tem entendido a extensão como uma mão de via dupla: “colaboramos com a comunidade, mas a comunidade colabora muito com a UFRB”, aponta.

“É de fundamental importância a aproximação entre universidade e co-

munidade, uma vez que permite a troca de saberes e de experiências”, ressalta a gestora de Extensão do Centro de Ci-ências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB) e membro da equipe da Incuba-dora de Empreendimentos Solidários (IN-CUBA), professora Tatiana Pacheco. Para ela, as ações de extensão contribuem para a formação profissional e social do discente. “Este aprendizado vai além dos saberes acadêmicos e ainda hoje é escasso na atual forma do sistema edu-cacional”.

O crescimento em relação à atua-ção da Pró-Reitoria de Extensão (PRO-EXT) da UFRB pode ser medido em nú-meros. Em 2011, quando a PROEXT deu início as suas atividades, eram cerca de 60 mil pessoas atingidas pelos projetos e programas que envolvem estudantes, professores e técnico-administrativos. Hoje, são cerca de 100 mil pessoas de di-versas comunidades da Bahia, de acordo com dados disponíveis na universidade. Para atingir esse público, 188 projetos estão em execução.

Extensão que ultrapassa fronteirasProjetos da UFRB unem mundo acadêmico com o saber popular

Interação com a comunidade

Entre os projetos, o Bom Carrocei-ro atinge 40 famílias da cidade de Cruz das Almas, pessoas que têm como prin-cipal fonte de renda o serviço prestado na condução de Carroças. O desenvolvi-mento de ações que buscam a valoriza-ção dos carroceiros do município, utili-zando metodologias participativas para inclusão da categoria no mercado for-mal, é o principal objetivo do projeto.

George William, bolsista do progra-ma em 2014, explica que a capacitação dos Carroceiros é baseada em princípios do associativismo, estimulando ativida-des agropecuárias e promovendo a de-fesa dos seus interesses junto aos órgãos municipais e empresas locais. “A aproxi-mação da equipe executora do projeto e o envolvimento dos estudantes da UFRB com esses trabalhadores abriu chance para novos diálogos e a oportunidade de convidá-los para palestras e cursos rela-cionadas à participação de maneira as-sociativa”, declara William.

Prática multidisciplinar

A comunhão de diferentes áreas também é marcante nos projetos de ex-tensão da UFRB. O projeto Equoterapia,

ao abordar a inserção do cavalo em ati-vidades terapêuticas e educacionais com seres humanos, traz um forte caráter multi e interdisciplinar, de acordo com a coordenadora e professora Ana Paula Peixoto.

“A proposta do trabalho é de atender inicialmente pessoas com deficiências da Associação Pestalozzi de Cruz das Almas, com ênfase para pessoas com Síndrome de Down e, a médio e longo prazo, com a consolidação do serviço, atender tam-bém pessoas com outras deficiências, alterações motoras e/ou psíquicas, a exemplo de sequelas de acidente vascu-lar cerebral, ou com processos depressi-vos”, explica Ana Paula. Em sua opinião, o projeto traz um novo e promissor cam-po para estágios e pesquisas no campo da fisioterapia, psicologia, educação física e veterinária e profissionais equestres.

Vista como uma prática acadêmi-ca científica interdisciplinar, política e de inclusão social, a extensão interliga atividades de ensino, pesquisa e ações afirmativas. Todos os campi da UFRB possuem Núcleos de Gestão de Exten-são. Qualquer membro da comunidade acadêmica pode propor ações extensio-nistas. As informações sobre os projetos de extensão da UFRB encontram-se no site da Pró-Reitoria de Extensão.

“É de fundamental importância a aproximação entre universidade e comunidade, uma vez que permite a troca de saberes e de experiências”

14 Extensão Extensão 15