InsIghtInformativo do Centro de Educação a Distância da Universidade Federal de Uberlândia

Ano 01 - Número 01 - Março de 2013

EdItorIal

A ideia de Educação a Distância (EaD) é muito mais antiga do que muitos imaginam. No Brasil, desde o final do século XIX, quando a troca de informações entre pessoas distantes se dava essencialmente por meio dos correios, profissionais ligados à educação já sentiam a necessidade de atender e alcançar públicos para além dos limites de tempo e espaço.A EaD começou assim, por correspondência, e desde seu início teve o viés escolar como um de seus principais alicerces, porém só no ano de 1996 ela é efetivamente reconhecida pela lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em todas as modalidades e níveis de ensino. Foi também na década de 1990 que a UFU iniciou suas primeiras manobras para a incorporação da educação a distância em suas atividades acadêmicas. Em 2005, com a criação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), houve uma ampliação significativa no número de cursos oferecidos nesta modalidade. Por sua vez, a UFU, no ano seguinte e acordando com a nova tendência, inicia o lançamento de cursos de graduação, especialização, extensão e aperfeiçoamento, apoiados pelo Centro de Educação a Distância (CEaD/UFU), setor administrativo consolidado na instituição no ano de 2009.Para informar seu público sobre essas atividades e demais questões referentes à educação a distância, constrói-se agora uma equipe de comunicação do CEaD. O Insight faz parte desse projeto e pretende ser um informativo capaz de alcançar a comunidade da UFU que está presente ou distante, assim como os cursos a distância têm alcançado. A primeira edição apresenta a história da EaD na UFU e como o CEaD se configurou nesse contexto. Traz também uma entrevista com a Pró-Reitora da Universidade Aberta de Portugal, atuante em projetos de EaD no país, além de uma matéria sobre o curso de Formação de Professores Autores e Tutores. Aproveitamos ainda para divulgar o programa de web rádio Insight. Boa leitura!

Melina Paixão

Coordenação de Jornalismo: Marcelo Marques

Reportagem: Melina Paixão e Andrêssa dos Santos

Redação e Fotografia: Melina Paixão

Diagramação: Antônio Mourão e Melina Paixão

Diretoria: Maria Teresa Menezes Freitas

ExpEdIEntEInsight é o BOLETIM INFORMATIVO DIGITAL do Centro de

Educação a Distância da Universidade Federal de Uberlândia

(CEaD/UFU).

E-mail: ceadinforma@reito.ufu.br

Telefone: (34) 3239-4123

Insight 02

Ano 01 - Número 01 Março de 2013

Fonte: www.cead.ufu.br

Melina Paixão

Maria Teresa acompanhou todo o processo de implementação da EaD na UFU

Para além dos limites de tempo e espaço

Ensino a distância da UFU é um mecanismo de democratização do ingresso à universidade

Melina Paixão

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que reconheceu de fato a educação a distância em todas as modalidades de ensino, foi sancionada em 1996. Desde antes de sua aprovação, a comunidade acadêmica da UFU se mostrou interessada pelo assunto e, na década de 1990, começava a se debruçar sobre a incorporação da educação a distância na universidade. A partir de 1999, quando se estruturou a UniRede, uma associação destinada a discutir a democratização do ensino superior e que busca a formalização da educação a distância como mecanismo para alcançar esse objetivo, a UFU intensificou sua participação, apresentando experiências com pesquisas, tecnologias, ambientes e materiais pedagógicos.Essa e outras iniciativas foram essenciais para que, em 2006 a educação superior a distância fosse devidamente reconhecida pelo governo, resultando na criação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC). Uma das funções do sistema, que agrega e articula diversas universidades, é democratizar o acesso à educação de qualidade no país. Dentro dessa perspectiva, segundo a diretora do CEaD da UFU, professora Maria Teresa Freitas, “a nossa universidade sempre esteve a frente”, pois elaborando sua política de EaD em 2004, foi uma das instituições públicas que já em 2006 “ofereceu um curso piloto e logo teve seu credenciamento na EaD”.

Neste momento, foi criada a resolução do então chamado Núcleo de Educação a Distância da UFU, que, a princípio, funcionava em uma sala de professores. “Aos poucos, nós fomos aumentando a oferta de cursos, as demandas internas e externas aumentaram, conseguimos um espaço maior e recebemos vagas para professores e técnicos geradas pela UAB”, relata Maria Teresa. De acordo com a professora, a resolução saiu do papel em 2009, com a gestão anterior da UFU, que também investiu em um espaço mais propício para as atividades do CEaD.

Atualmente, a UFU tem nove cursos em andamento e cinco já foram concluídos. Para o ano de 2013, está prevista oferta de 4113 vagas para 11 cursos diferentes. Maria Teresa acredita que a procura se dá “em função do mundo de hoje, pois cada vez mais as pessoas têm mais atividades e menos tempo para desenvolvê-las num período fixo. Elas precisam de uma liberdade de tempo e espaço e o curso a distância oferece isso”. Ainda há muitas expectativas de expansão, porém, de acordo com a diretora, é preciso ter cautela no oferecimento de novos cursos, porque “além das exigências detectadas na modalidade presencial, há outros personagens envolvidos, elaboração de materiais didáticos, visitas aos polos, o que aumenta a complexidade do processo”.

Conheça o programa de web rádio

INSIGHT e confira mais informações!

Acesse: www.cead.ufu.br

acontEcE no cEad

Insight 03

Ano 01 - Número 01 Março de 2013

acontEcE no cEad

Encontro reúne tutores

Melina Paixão

Cursos de Extensão visam preparar profissionais para atuarem na EaD

Encerramento do Curso de Formação de Tutores e Professores traz reflexões sobre o ensino e aprendizagem a distância

Garantir educação a distância de qualidade é uma exigência do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e também o objetivo do CEaD/UFU. Sendo assim, em vista, são ofertados os cursos de extensão“Formação de Professores Autores para EaD” e “Formação de Tutores para EaD”, que tiveram a última edição conluída em dezembro de 2012. Diva Souza Silva, que passou a compartilhar a coordenação do curso com a professora Marisa Pinheiro Mourão, que há mais de dois anos está a frente da formação de professores e tutores, explica que a formação é uma obrigatoriedade exigida pela UAB e que acontece de acordo com a demanda interna da UFU. “Os professores são indicados pelas coordenações e para os tutores, o curso de formação é uma etapa do processo seletivo para contratação”. Segundo a professora, o curso é a distância e deve capacitar os profissionais para lidar com as particularidades da EaD.Ana Cristina Spannenberg é docente da graduação em Comunicação Social: Jornalismo da UFU e considerou o curso de Formação de Professores uma oportunidade de compreender melhor as particularidades da educação a distância e derrubar uma resistência que ela mantinha sobre a modalidade. “Trabalhar como professor em EaD é muito mais complexo do que eu imaginava. O curso foi muito importante para desconstruir o preconceito que eu tinha e para me fornecer os elementos técnicos necessários, já que agora eu comecei a atuar como professora autora”, afirma.

Já o professor do Instituto de Ciências Sociais da UFU, Pedro Barbosa, fez o curso de Formação de Tutores e o avalia como uma experiência para agregar conhecimento: “O curso é muito dinâmico e realmente ajuda na capacitação do tutor, principalmente por causa da metodologia utilizada”. Para a diretora do CEaD, professora Maria Teresa Freitas, a participação dos professores e tutores é o que garante o sucesso de um curso a distância, pois “o ambiente virtual por si só é estático. A interação acontece em função das pessoas envolvidas. A relação dos alunos com o material disponibilizado depende do incentivo e da proposta de trabalho do professor com seus tutores, que estão ali para auxiliá-los”. Segundo a diretora há um cuidado grande na seleção e formação de tutores e professores para que essa interação ocorra de fato. O curso oferecido a distância contribui para que os profissionais “possam conhecer a modalidade e sentir as dificuldades que o aluno poderá sentir”.

Fonte: www.cead.ufu.br

Diva (esq.) e Marisa (dir.) coordenam a formação de professores e tutores

Insight 04

Ano 01 - Número 01 Março de 2013

a dIstâncIa

Educação a Distância na Universidade Aberta de Portugal

Marcelo Marques | Melina Paixão

Vice-reitora da Universidade Aberta de Portugal, Carla Padrel Oliveira é professora na instituição desde 1995, doutora em Engenharia Química e coordena projetos na área da Educação a Distância. A professora nos conta, em visita à UFU, as experiências em Portugal.

Insight Informa: Qual o grau de expansão da Universidade Aberta de Portugal hoje? Quantos cursos são oferecidos?

Carla Oliveira: Neste momento temos um portfólio de 12 cursos de graduação nas mais diversas áreas: educação, ciências do ambiente, informática, matemática, literaturas. Temos 18 cursos de mestrado e cinco de doutorado. Em termos de alunos, nesse momento temos cerca de nove mil estudantes, espalhados pelos cinco continentes, o que é uma coisa que nos orgulha muito.

InS: Qual é o perfil do aluno ingressante na Universidade Aberta de Portugal?

C.O.: Há dez anos, a idade média do nosso aluno era 41, 42 anos. Neste momento a idade média é de 38 anos, ou seja, a idade média do estudante está diminuindo, e nós atribuímos isso à introdução e ao uso das novas tecnologias, que obviamente vai chamar pessoas cada vez mais novas. Se bem que a Universidade Aberta tem uma limitação de idade no ingresso, apenas pessoas com mais de 21 anos podem ingressar. Entra na Universidade Aberta normalmente quem, ou já tentou um curso numa universidade e não acabou, por motivos profissionais, não teve oportunidade e agora vai acabar o seu curso; quem já está no mercado de trabalho e não tem possibilidade de se deslocar presencialmente a uma universidade.

Fonte: http://www.uab.pt

Carla Padrel acredita nas potencialidades da EaD e tem expectativas de parcerias com o CEaD-UFU.

InS: Tivemos uma reunião aqui no CEaD-UFU na qual delineamos algumas estratégias de parceria entre a Universidade Aberta de Portugal e a Universidade Aberta Brasileira, em especial o CEaD-UFU. O que vem por aí?

C.O.: Foi uma reunião muito produtiva e estou muito satisfeita e otimista, porque acho que apesar de trabalharmos com modelos diferentes, é com ensino a distância, e é da diversidade que nasce a riqueza. Se conseguirmos juntar esforços e avançar com projetos, acho que todos temos a ganhar, em particular os estudantes. Vamos fazer com que alunos de todo o mundo consigam ter o contato com as realidades portuguesas e brasileiras, que são necessariamente diferentes, e é essa diferença que enriquece a aprendizagem.

“A educação a distância é, sem dúvida, uma forma de apostar. É uma metodologia difícil, que exige muito disciplina, força de vontade, mas vale à pena. Tudo o que é tido com esforço é melhor. Tenho certeza que a educação a distância vai fazer

parte do futuro dos nossos países”.

Fonte: www.univ-ab.pt/