informativo feop - 10ª edição

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Os projetos na área museológica e seu histórico de evolução nas cidades de Ouro Preto e Mariana recebem a cooperação da Fundação Educativa Ouro Preto. A FEOP está inserida nas atividades do Departamento de Museologia e presente desde os primeiros anos de montagem e implantação do Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A gestão de ações na área for- talece uma vocação típica e que está em franca expansão nessas cidades históricas. A organização, salvaguarda e catalogação do rico acervo da Es- cola de Minas permitiram, na década de 90, a implantação do MCT a partir do então Museu de Mineralogia. Garantiram-se os primeiros 10 anos de abertura ao público graças ao apoio da iniciativa privada e ao gerenciamento da FEOP. Esse trabalho constituiu as bases para a expansão do Museu anos mais tarde e o crescimento do ensino, pesquisa e extensão que culminou com a criação do Departamento de Museologia da UFOP e, em agosto de 2008, com a graduação em Museologia, pioneira em Minas Gerais e a primeira do Brasil no turno noturno. Hoje, essa expertise tem sido decisiva ao desenvolvimento e estruturação de programas e projetos socioeducativos e am- bientais de professores de diversos departamentos e setores da Universidade, os quais contam com o amplo envolvimento da comunidade. Entre eles está o Programa Integrado de Extensão para o Ensino e a Divulgação da Ciência - Pro-Ciência – que foi criado 2004 e reúne todos os projetos de divulgação científica desenvolvidos no Museu, além de cursos e oficinas ministra- dos para a comunidade e escolas de região. No âmbito dessas atividades insere-se outros projetos, como o “Museu Educa”, “Astronomia na Comunidade” , “Farmácia Educa” (que é desen- volvido no Museu da Farmácia da UFOP), “Taxidermia, Ciên- cia e Preservação”. Outro programa de extensão desenvolvido pelo Departamento de Museologia é o “Ecomuseu da Serra de Ouro Preto”. Com os recursos da FAPEMIG, a Fundação gerencia a con- tratação de produtos e serviços para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFOP, que realiza ações de divulgação científica. Em março deste ano, essa ação rendeu ao chefe do Departamento de Museologia e coordenador do MCT, profes- sor Gilson Antônio Nunes, a Comenda Ambiental Estância Hidromineral de São Lourenço, conferida pelo governo de Minas. “Somos eternamente gratos à FEOP pelo trabalho que viabilizou o funcionamento do MCT e suas ações junto à comu- nidade. Atualmente, grande parte das atividades de ensino, pes- quisa e extensão da UFOP nessa área são viabilizadas através da contratação e pagamentos de produtos e serviços com a gestão dos recursos da FAPEMIG pela FEOP, como em relação aos projetos ‘Astronomia em Atividades – Planetário Itinerante’ e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, destaca o profes- sor Gilson. Ele complementa que, “por ser uma área em franca expansão em Ouro Preto e Mariana, a museologia continuará encontrando na FEOP o caminho para seu desenvolvimento pleno, na medida em que a Fundação se credenciou a gerenciar projetos de peso nas áreas museológicas e artístico-culturais”. Na pesquisa, o Departamento de Museologia conta com uma ampla cooperação internacional para o levantamento de fontes, relação de acervos do MCT, elaboração de descritores de cada modelo e equipamento e registro fotográfico visando contribuir para a elaboração do esaurus de Instrumentos Científicos em Língua Portuguesa. Outras ações também buscam o diálogo entre a comunidade, a museologia e a história, a exemplo do projeto “Ouro Preto – Cidade Museal: Problemas, Propostas, Potencialidades” e o projeto de organização e exposição de documentos dos séculos XVIII e XIX de uma fazenda do sul de Minas Gerais. Ouro Preto e Mariana possuem atualmente dez- esseis instituições museológicas e possibilidades concretas para a implantação de dois novos museus. Na esteira dessa expansão encontra-se em processo de estruturação o curso de especiali- zação em “Museologia Social” da UFOP. ABRIL 10/2012 - www.feop.com.br F E P 0 Fortalecimento da área de muse- ologia na UFOP Desenvolvimento de projetos forma as bases para a expansão de uma atividade crucial para Ouro Preto e Mariana Novo Núcleo de Caracterização Molecular impulsiona atividades do PROAMB Pesquisa investiga aspectos históricos de Mariana com base em ex-diretoras escolares Pg. 3 NUGEO/UFOP leva à comunidade seus estudos acerca de riscos geotécnicos Seminário internacional em Ouro Preto enfatiza a importância da ciência e tecnologia para a prevenção de desastres urbanos durante as chuvas intensas Pg. 4 Pg. 6 Pg. 5 PRÓ-CIÊNCIA

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INFORMATIVO FEOP - 10ª EDIÇÃO

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Page 1: INFORMATIVO FEOP - 10ª edição

Os projetos na área museológica e seu histórico de evolução nas cidades de Ouro Preto e Mariana recebem a cooperação da Fundação Educativa Ouro Preto. A FEOP está inserida nas atividades do Departamento de Museologia e presente desde os primeiros anos de montagem e implantação do Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A gestão de ações na área for-talece uma vocação típica e que está em franca expansão nessas cidades históricas.

A organização, salvaguarda e catalogação do rico acervo da Es-cola de Minas permitiram, na década de 90, a implantação do MCT a partir do então Museu de Mineralogia. Garantiram-se os primeiros 10 anos de abertura ao público graças ao apoio da iniciativa privada e ao gerenciamento da FEOP. Esse trabalho constituiu as bases para a expansão do Museu anos mais tarde e o crescimento do ensino, pesquisa e extensão que culminou com a criação do Departamento de Museologia da UFOP e, em agosto de 2008, com a graduação em Museologia, pioneira em Minas Gerais e a primeira do Brasil no turno noturno.

Hoje, essa expertise tem sido decisiva ao desenvolvimento e estruturação de programas e projetos socioeducativos e am-bientais de professores de diversos departamentos e setores da Universidade, os quais contam com o amplo envolvimento da comunidade. Entre eles está o Programa Integrado de Extensão para o Ensino e a Divulgação da Ciência - Pro-Ciência – que foi criado 2004 e reúne todos os projetos de divulgação científica desenvolvidos no Museu, além de cursos e oficinas ministra-dos para a comunidade e escolas de região. No âmbito dessas atividades insere-se outros projetos, como o “Museu Educa”, “Astronomia na Comunidade” , “Farmácia Educa” (que é desen-volvido no Museu da Farmácia da UFOP), “Taxidermia, Ciên-cia e Preservação”. Outro programa de extensão desenvolvido pelo Departamento de Museologia é o “Ecomuseu da Serra de Ouro Preto”.

Com os recursos da FAPEMIG, a Fundação gerencia a con-tratação de produtos e serviços para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFOP, que realiza ações de divulgação científica. Em março deste ano, essa ação rendeu ao chefe do Departamento de Museologia e coordenador do MCT, profes-sor Gilson Antônio Nunes, a Comenda Ambiental Estância Hidromineral de São Lourenço, conferida pelo governo de Minas. “Somos eternamente gratos à FEOP pelo trabalho que viabilizou o funcionamento do MCT e suas ações junto à comu-nidade. Atualmente, grande parte das atividades de ensino, pes-quisa e extensão da UFOP nessa área são viabilizadas através da contratação e pagamentos de produtos e serviços com a gestão dos recursos da FAPEMIG pela FEOP, como em relação aos projetos ‘Astronomia em Atividades – Planetário Itinerante’ e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, destaca o profes-sor Gilson. Ele complementa que, “por ser uma área em franca expansão em Ouro Preto e Mariana, a museologia continuará encontrando na FEOP o caminho para seu desenvolvimento pleno, na medida em que a Fundação se credenciou a gerenciar projetos de peso nas áreas museológicas e artístico-culturais”.

Na pesquisa, o Departamento de Museologia conta com uma ampla cooperação internacional para o levantamento de fontes, relação de acervos do MCT, elaboração de descritores de cada modelo e equipamento e registro fotográfico visando contribuir para a elaboração do Thesaurus de Instrumentos Científicos em Língua Portuguesa. Outras ações também buscam o diálogo entre a comunidade, a museologia e a história, a exemplo do projeto “Ouro Preto – Cidade Museal: Problemas, Propostas, Potencialidades” e o projeto de organização e exposição de documentos dos séculos XVIII e XIX de uma fazenda do sul de Minas Gerais. Ouro Preto e Mariana possuem atualmente dez-esseis instituições museológicas e possibilidades concretas para a implantação de dois novos museus. Na esteira dessa expansão encontra-se em processo de estruturação o curso de especiali-

zação em “Museologia Social” da UFOP.

ABRIL 10/2012 - www.feop.com.br

FE

P0

Fortalecimento da área de muse-ologia na UFOPDesenvolvimento de projetos forma as bases para a expansão de uma atividade crucial para Ouro Preto e Mariana

Novo Núcleo de Caracterização Molecular impulsiona atividades do PROAMB

Pesquisa investiga aspectos históricos de Mariana com base em ex-diretoras escolares

Pg. 3

NUGEO/UFOP leva à comunidade seus estudos acerca de riscos geotécnicos

Seminário internacional em Ouro Preto enfatiza a importância da ciência e tecnologia para a prevenção de desastres urbanos durante as chuvas intensas Pg. 4

Pg. 6

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Page 2: INFORMATIVO FEOP - 10ª edição

Os membros do Centro Co-laborador em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE) promoveram juntamente com a Prefeitura de Ouro Preto, no dia ultimo dia 20 de março, o I Encontro de Agricultura Fa-miliar. O evento foi realizado no Centro Social da Família Ouro Pretana (CESFO) com o objetivo de orientar os produ-tores rurais sobre a produção e comercialização de alimentos destinados a escolas municipais e estaduais da região. Os partic-ipantes acompanharam palestras proferidas pelos nutricionistas do CECANE e represent-antes da Receita Federal, INSS e do município.

O CECANE existe desde 2008, implantado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na Escola de Nutrição (ENUT) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O projeto visa dar suporte a escolas públicas dos estados de Minas Gerais e Es-pírito Santo através da política de incentivo à agricultura familiar e à merenda escolar de

qualidade. O FNDE estipula que 30% da verba destinada à merenda escolar sejam provenientes da agricultura praticada pe-los pequenos agricultores regionais.

De acordo com informações da Secre-taria de Agropecuária de Ouro Preto, o encontro reuniu mais de 90 pessoas, sen-do 50% do público presente formado por produtores. Eles receberam instruções a respeito dos modos de produção, reco-mendações para o fornecimento as esco-las e como podem aderir ao programa,

a exemplo do produtor rural Pedro Ber-nardo de Souza, de Santo Antônio do Salto - distrito de Ouro Preto - que foi ao evento com esse propósito. “Trabalho a vida inteira como pequeno agricultor e estou aqui para aprender sobre como aproveitar essa oportunidade de aumen-tar meu orçamento”, completa o ouro-pretano.

A FEOP é gestora dos recursos destina-dos ao CECANE, estando à frente das questões referentes à contratação de profissionais, obtenção de equipamentos, custeio de viagens, dentre outras ativi-dades. A nutricionista Luciana Marques, participante do projeto, destaca que a Fundação também gerencia toda a parte burocrática e financeira dos eventos re-alizados para a conscientização da comu-nidade, uma vez que o CECANE trata de assuntos socioeconômicos.

O Centro Colaborador ainda conta com envolvimento de 15 profissionais, entre nutricionistas, monitores, bolsistas e en-genheiro agrônomo e coordenação do professor Élido Bonomo.

Informativo FEOP

Expediente

Informativo FEOPAbril/2012 - edição 10Publicação bimestralFundação Educativa Ouro PretoRua Benedito Valadares, 241Bairro Pilar – Ouro Preto, MG(31) 3559-3450

Conselho CuradorJoão Luiz Martins – ReitorRogélio Brandão - Presidente FeopLuiz Fernando Loureiro - Pró-Reitor de Planejamento e Des.Armando Maia Wood - Pró-Reitor de ExtensãoWilliam Augusto Menezes - Diretor ICHSGuiomar de Grammont M. A. Souza - Diretora IFACAntonio Claret Soares Sabioni - Diretor ICEBJosé Artur dos Santos Ferreira - Diretor ICSASérgio Evangelista Silva - Diretor ICEAJosé Geraldo Arantes Azevedo Brito - Diretor Escola de MinasMarta de Lana - Diretora Escola de FarmáciaMarcelo Eustáquio Silva - Diretor Escola de NutriçãoLuiza de Marillac dos Reis – Presidente ASSUFOPCarlos Frederico Cavalcanti - Pró-Reitor de Projetos EspeciaisJaime Antonio Sardi Diretor - CEADTuian Cerqueira - DCE

Produção: Fundação Educativa Ouro Preto- FEOPJornalista responsável: Eduardo Maia – MTB/MG13035Projeto gráfico: Núcleo Gestão da Informação (NGI/FEOP)Diagramação: Rayana Almeida e Flávio FagundesImpressão: Gráfica FormatoTiragem: 1800 exemplares

CECANE incentiva produtores rurais de Ouro Preto

Palavra do PresidentePrezados usuários do sistema FEOP,Gostaria de iniciar minhas considerações, agra-decendo aos usuários do sistema FEOP por dois fatos que considero relevantes. Em primeiro lugar, pelo expressivo aumento de projetos FAPEMIG para os quais a FEOP foi indicada como gestora, muitos deles de professores/pes-quisadores que pela primeira vez trabalham com a instituição. Interpretamos isso como uma forma de confiança e reafirmo nosso compro-misso em fortalecer cada vez mais a FEOP para fazê-la, progressivamente, uma Fundação de Apoio de excelência. Por outro lado, temos rece-bido de forma espontânea muitas manifestações positivas por parte dos nossos usuários, recon-hecendo a qualidade dos serviços prestados pela instituição. Para ambas as situações, a respon-sabilidade deve ser atribuída à nossa equipe de colaboradores sobre a qual posso lhes testemun-har uma dedicação exemplar na modernização e consolidação da FEOP.

Outro exemplo de comprometimento pode ser aferido nesse Informativo. Nossa equipe de comu-nicação tem conseguido conferir ao nosso veículo um caráter plural e abrangente, oferecendo aos leitores a oportunidade de conhecer detalhes so-bre diferentes projetos em todas as áreas do con-hecimento que a UFOP, com o auxílio da FEOP, vem executando. Com isso, não somente infor-mamos, mas também procuramos demonstrar o crescimento da UFOP também na área da pes-quisa e da extensão.

Temos também colhido bons resultados na área jurídico-institucional: há tempos mantemos to-das as nossas certidões negativas em dia, o que impede a ocorrência de problemas na liberação de recursos. Não há nenhuma ação trabalhista contra a FEOP em andamento; todas as ações antigas foram encerradas com resultados muito favoráveis à instituição. Por isso, e de maneira es-pecial, nossos agradecimentos à nossa equipe da Assessoria Jurídica, agora contando com a Drª Edineia Pereira Lopes e a Drª Carolina Rosado, atualmente auxiliadas pelos estagiários Breno Domingues e Lucas Valle, ambos alunos do cur-so de Direito da UFOP.

Cumpre destacar também o trabalho do Núcleo de Prestação de Contas que sob a liderança de Luciano Bento tem feito um enorme esforço para manter em dia todos os projetos, e ainda recuper-ando um grande passivo existente. Pela primeira vez, desde que assumimos a FEOP, nosso Núcleo Financeiro-contábil concluiu de forma autônoma o balanço referente ao ano anterior, em meados do mês de abril! Ao grupo liderado por Luzia De-lunardo o nosso reconhecimento.

Nosso projeto de construção de uma sede própria da FEOP continua sendo nossa meta prioritária, e esperamos ter boas notícias muito em breve. Para nós, a construção de uma sede física da FEOP no ou próximo ao Campus do Morro do Cruzeiro será um marco fundamental para a consolidação da instituição. Boa leitura a todos.

Luciana Marques - Nutricionista do Proj. CECANE

Prof. Rogelio Brandão Presidente da FEOP

2 Informativo FEOP

UFOP implanta Núcleo de Caracterização Molecular de Micro-organismos

FEOP também apoia o NCMM

Núcleo visa aprofundar conhecimentos acerca da microbiologia de tratamento biológico de resíduos e de ambientes contaminados

Projeto aprovado no 2º semestre de 2011 pelo edital “Grupo Emer-gentes” da FAPEMIG garantiu a implantação do Núcleo de Caracteri-zação Molecular de Microorganismos (NCMM), contribuindo com os estudos acerca da dinâmica dos microorganismos aplicados a estu-dos ambientais, dentro da UFOP. Esse núcleo possui linhas de pesqui-sas relacionadas ao tratamento biológico convencional de resíduos e efluentes industriais e àquelas relacionadas à caracterização microbi-ológica de água e sedimentos. Os projetos executados oferecerão uma análise mais apurada sobre esses sistemas, utilizando ferramentas de biologia molecular para monitoramento e identificação dos principais micro-organismos envolvidos na remoção de contaminantes orgânic-os e inorgânicos e presentes em ambientes contaminados.

O NCMM é integrado por pesquisadores do Departamento de Ciên-

cias Biológicas (DECBI), Departamento de Química (DEQUI), Es-cola de Farmácia e Departamento de Engenharia Ambiental com atuação no programa de pós-graduação em Engenharia Ambiental (PROAMB), além de pesquisadores do Departamento de Bioproces-sos da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) – campus Alto Paraopeba. O coordenador do PROAMB, professor Sérgio Aquino, ressalta os ganhos qualitativos em termos ambientais, so-mada à estruturação do Laboratório de Biologia e Tecnologia de Mi-croorganismos (LBTM). “O NCMM oferecerá o aparato necessário para uma melhor caracterização dos microorganismos que atuam na degradação biológica.”, diz Sérgio, destacando que a proposta for-talecerá ainda mais as atividades de mestrandos e doutorandos da UFOP que desenvolvem projetos com foco em tecnologias ambien-tais

Como fundação de apoio à pesquisa, a FEOP está à frente da gestão dos recursos financeiros destinados ao NCMM. Entre as ações executa-das estão a aquisição de equipamentos e materiais para o recém-criado núcleo e a importação de aparelhos que requerem técnicas mais avan-çadas de caracterização e identificação microbiana. “São equipamentos específicos para o projeto, como os envolvidos na realização da técnica de Hibridização Fluorescente in situ (FISH) acoplada a análises por Mi-croscopia de Fluorescência, cuja função é quantificar os microorganis-mos funcionais que atuam nos processos biológicos”, explica a profes-sora do DECBI, Silvana de Queiroz Silva, pesquisadora com atuação no NCMM.

Para isso, a Fundação coloca à disposição dos pesquisadores o seu Nú-cleo de Suprimentos, uma vez que a qualidade e eficiência dos prces-sos de compra são essenciais ao sucesso das atividades. Além disso, essa gestão exclusiva exonera os pesquisadores de obrigações. “As pesquisas que são e serão desenvolvidos pelo NCMM dependem, em parte, da qualidade oferecida na aquisição de materiais e equipamen-tos de ponta. Sem esse tipo de parceria com a FEOP, com certeza es-sas questões seriam para nós mais morosas e burocráticas”, completa Silvana. A FEOP também oferece um sistema online de solicitação de compras – o sistema Conveniar. Ele que foi implantado em dezembro de 2010 pela Fundação visando imprimir mais eficiência e agilidade no âmbito dos projetos sob sua gestão.

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Atenção usuários do CONVENIAR. Esse sistema disponibilizado aos usuários da FEOP foi atualizado para uma versão mais mod-erna e avançada, trazendo outras novidades e funcionalidades. Dentre elas, a possibilidade de anexar arquivos em todos os tipos de pedidos, o cadastro e controle detalhado do Plano de Trabalho e o novo método para controle de saldo dos convênios. O ob-jetivo é aumentar ainda mais a eficiência no relacionamento entre os usuários e a Fundação através de procedimentos efica-zes na gestão dos convênios. Mais informações, dúvidas e instruções estão no Boletim Conveniar, disponível em www.feop.com.br

Page 3: INFORMATIVO FEOP - 10ª edição

5 Informativo FEOP

Os grandes desafios de se transformar as tragédias urbanas em grandes opor-tunidades de propor soluções e implantar a cultura da prevenção foram premissas do Seminário Internacional “Chuvas e Desastres Urbanos”, que se realizou em Ouro Preto, nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Artes e Convenções. O evento reuniu gestores municipais e estaduais, defesa civil, comitês de bacias hidrográficas, órgãos de fiscalização, além da comunidade acadêmica e especialistas. Ouro Preto foi um dos 234 municípios mineiros na lista dos mais prejudicados pelas chuvas dos meses de dezembro e de janeiro deste ano.

Abordaram-se com profundidade as enchentes e escorregamentos de terra, as estratégias geotécnicas de proteção de encostas, replanejamento urbano, a formação de recursos urbanos e as soluções científica e tecnológica. Além disso, as palestras destacaram a importância de ações integradas entre or-ganismos institucionais, academia e sociedade, no sentido de socializar e di-fundir o saber como ferramenta de cidadania e conscientização.

Presente ao Seminário, a diretora geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Cleide Pedrosa, disse que as discussões foram primordiais

para refletir sobre a organização e sistematização do conhecimento. “O Semi-nário chega para organizar todo o conhecimento e as ações de prevenção, já que o setor produtivo, a universidade e a sociedade devem caminhar juntas no combate às causas e aos efeitos maléficos da chuvas à população”, avalia.

O reitor da UFOP professor João Luiz Martins (foto ao lado) destacou as ações em desenvolvimento na Universidade que visam à proposição de soluções adequadas. “A partir de suas pesquisas, projetos de extensão e capacidade instalada, a Universidade busca atender a sociedade e proteger as pessoas. O momento é oportuno para transformarmos o conhecimento acadêmico, a ciência e a tecnologia em ações que antecipem os riscos e protejam a popu-lação”, considerou. O Seminário Internacional “Chuvas e Desastres Urbanos” foi uma promoção da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Secretar-ia de Estado de Ciência e Tecnologia (SECTES), Centro Internacional de Ed-ucação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (UNESCO-HIDROEX).

Pesquisadores com a atuação nos departamentos de Engenharia Civil, Ambiental, Minas e Ciências Biológicas e História da UFOP finalizaram, em 2012, o projeto “Mineração de Ouro no Século XVIII em Ouro Preto e Mariana: Divulgação e Conscientização do Acervo”. A proposta permitiu criar um elo entre o conhecimento acadêmico e as comunidades que resi-dem nos locais onde outrora ocorreu intensa extração de ouro. Os trabalhos contaram com coleta de informações cartográficas, mapeamento, levantamentos geotécnicos, realização de imagens, além de palestras junto às comunidades com vistas à preservação dos resquícios históricos e arqueológicos, bem como à utilização sustentável dos sítios.

A proposta nasceu durante a oficina “Minas e Trilhas”, do Fes-tival de Inverno de 2009. Con-tou com as fases de levantamen-to do acervo remanescente de cada comunidade; elaboração de roteiros para visitação e aulas de campo e, avaliação, prelimi-nar, da estabilidade das galerias subterrâneas, uma vez que mui-tas dessas minas encontram-se sob conjuntos habitacionais.

Ao final dos levantamentos, os pesquisadores compartilharam os resultados e relatórios

com a comunidade, por meio da realização de debates e dis-cussões para a preservação do acervo e sua utilização como alternativa turística, atividade didática e fonte de pesquisa. “O objetivo foi inserir esses espaços ‘não consagrados’ no conjunto histórico das cidades, já que o conhecimento, a educação pat-rimonial e conscientização da população são questões essen-ciais à valorização e preservação dos remanescentes da mineração na região de Ouro Preto e Mariana”, destaca o coordenador do projeto, professor do Frederico Sobreira.

O projeto foi aprovado pelo Edital “Extensão com Interface em Pesquisa” da FAPEMIG, tendo a FEOP como gestora. Contou também com a participação dos professores André Castanheira e Hernani Mota de Lima, além do engenheiro civil Eduardo Evangelista Fer-reira e do biólogo Thiago Nogueira Locon. Para Eduardo Evangelista, entre os resulta-dos avaliaram-se com precisão as condições atuais das minas, através do mapeamento e análise de estabilidade, o que lançou as bases para ações futuras de vistoria permanente.

“O mapeamento e análise de estabilidade visou à segurança dos moradores e visitantes das minas, além de orientá-los acerca dos procedimentos necessários a serem adotados. As atividades evidenciaram a necessidade e urgência de um monitoramento constante dessas áreas”, enfatiza. Mapearam-se as áreas mineradas do conjunto da Serra de Ouro Preto, nos bairros Veloso, Passa Dez, Morro da Queimada, Lajes, Piedade e Alto da Cruz. Em Mariana, os trabalhos abrangeram as localidades do Morro de Santo Antônio (Passagem de Mariana) e Morro Santana (Gogô).

Ciência e tecnologia como alicerces de uma cultura de prevençãoSeminário internacional realizado em Ouro Preto lança luz sobre o conhecimento como ferramenta para a resolução de problenas causados durante o período chuvoso

Projeto resgata a história da mineração Levantamento e mapeamento de áreas mineradas contribuem para a preservação da história da mineração, atuando na sustentabilidade de comunidades de Ouro Preto e Mariana

Pioneira no ensino da geologia no Brasil, a UFOP busca estar atenta aos novos desafios tecnológicos da sociedade com base na expertise geotéc-nica, principalmente com a implantação do NUGEO – Núcleo de Geo-tecnia da Escola de Minas. Em 2011, pesquisadores com atuação na área finalizaram a chamada “Carta de Riscos Geoténicos da Área Urbana de Ouro Preto”. Ela tem sido apresentada amplamente à comunidade pelo professor do Departamento de Engenharia Civil (DECIV) e do NUGEO, Romero César Gomes (foto ao lado). Os estudos apontam a relevância de se investir na formação de recursos humanos e numa engenharia compro-metida com os problemas urbanos como elementos determinantes para a implantação de uma cultura de prevenção.

A Carta Geotécnica é um instrumento básico para a implementação de quaisquer políticas de planejamento urbano e possui diferentes bases de engenharia e monitoramento na sua elaboração. O estudo começou em 2001, fruto do “Projeto Imagem”, que compreendeu etapas compostas por inventário e avaliação sistêmica dos escorregamentos de massa ocorridos, caracterização do meio físico, monitoramento da área, previsão de novos eventos extremos e a minimização dos riscos. A carta ainda propõe a im-plantação de uma série de ações e recomendações em sintonia com as declividades acentuadas e a geologia singular de Ouro Preto.

O município figura hoje entre os mais propensos a escorregamentos de encostas no Brasil, segundo estudo do próprio Ministério das Cidades, evidenciando a necessidade e urgência de uma intervenção imediata nas áreas mais suscetíveis e vulneráveis. “O atual cenário requer levantamen-tos geológicos e geotécnicos mais sistemáticos, instrumentações técnicas e soluções em engenharia”, avalia o professor Romero César. Nos últimos escorregamentos de terra, pesquisadores e alunos dos Departamentos de Geologia e Engenharia Civil da UFOP mobilizaram-se em torno da elaboração de laudos geotécnicos e geológicos acerca de 15 áreas mais afetadas na cidade. “As soluções técnicas perpassam pelo investimento em mão-de-obra qualificada, formação social e pesquisas na área”, considera Romero.

Pesquisas atestam a necessidade de se investir na formação de recursos humanos e na gestão eficaz e técnica de problemas recorrentes

NUGEO apresenta estudos avançados no con-texto dos riscos geotécnicos

Encontra-se em discussão na UFOP a proposta para a implantação do cur-so de graduação em Engenharia Urbana. O objetivo é reunir numa mesma grade os preceitos da engenharia civil e da geologia com foco no espaço ur-bano e na cidadania. Outra proposição em andamento em parceria com o município de Ouro Preto é a criação do Instituto Geotécnico de Ouro Preto (IGEO). Uma autarquia formada por professores, alunos de graduação e pós-graduação e voluntários, que buscará aprofundar os estudos em anda-mento, implantar plenamente a Carta Geotécnica e investir na formação de recursos humanos. “Para uma cultura de prevenção, é essencial a quebra de paradigmas, por isso, ao propor a efetividade dessas ações, a Universidade atua como indutora de mudanças e de soluções para problemas recorrentes da comunidade”, finaliza Romero. A Carta Geotécnica, o IGEO a proposta do curso de Engenharia Urbana foram apresentados durante o Seminário Internacional “Chuvas e Desastres Urbanos”, em Ouro Preto.

Page 4: INFORMATIVO FEOP - 10ª edição

6Informativo FEOP

Realizado a fim de compreender a cultura do século XX sob o prisma de duas ex-diretoras da Escola Estadual Dom Benevides, de Mariana, o projeto “Damas de Ferro: as diretoras do Grupo Escolar Dom Benevides” é orientado pelas professoras Rosana Areal e Juliana Hamdan, do Departamento de Educação (DEEDU) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Abigail Dias, que atuou como diretora de 1946 a 1956 e Darci Dias, na direção de 1967 a 1975, destacaram-se pela participação duradoura no cargo, apesar das épocas diferentes nas quais atuaram. O estudo analisa as implicações relacio-nadas ao poder que elas possuíam dentro e fora da escola, suas “leituras” sobre a legislação e as normas educacionais vigentes, uma vez que as diretoras ocupavam um cargo de confiança das forças políticas locais.

Iniciado no 1ª semestre de 2012, o projeto é decorrente de pesquisas realizadas na UFOP desde 2006 sobre a mesma instituição, com base em documentos oficiais, como correspondências de autoridades e secretarias do governo e veículos de imprensa locais datados da mesma época. “A proposta é construir um cenário tanto da escola quanto da cidade”, explica a professora Rosana Areal. O grupo escolar foi fundado em 1909, nas primeiras décadas da República, pela reforma de ensino João Pinheiro. Inaugurou-se então a escola dividida em séries que, em 1974, tornou-se a Escola Estadual Dom Benevides.

O projeto é financiado agora pela FAPEMIG. A Fundação Educativa Ouro Preto (FEOP) é re-sponsável pelo gerenciamento desse aporte, colaborando com a aquisição de notebooks, câmeras fotográficas, impressoras e pagamento de bolsas de iniciação científica. A professora Rosana Areal, que trabalhou com a FEOP em eventos passados, diz-se ansiosa com o trabalho a ser realizado.

“Tive a oportunidade de fazer um convênio com a Fundação há alguns anos para a organização do SIMPOED (Simpósio de Formação e Profissão Docente). Fiquei muito bem surpreendida pela reestruturação e pela apresentação em termos de estrutura”, diz. O projeto que conta com partici-pação de duas professoras participantes do Grupo Pesquisa em História da Educação da UFOP, também tem a participação das alunas Janaína Maria de Souza (5° período Pedagogia), Karla Karoline Pereira (4° período História), Leryanne Cristtiny Monteiro de Oliveira (3° período Letras) e Wanessa Costa Rodrigues (2º. período Pedagogia).

DEEDU inicia projeto sobre diretoras da Es-cola Estadual “Dom Benevides”

O Centro de Referência de Incubação em Empresas e Projetos de Ouro Preto (INCULTEC) contará com a FEOP na administração dos recursos financeiros aprovados recentemente pelo edital 13/2011 da FAPMEIG para o projeto “A Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade do Incultec como Instrumento de Fomento e Apoio aos Pro-cessos de Transferência Tecnológica e Geração de Empreendimentos Ino-vadores na Região de Ouro Preto”. A Fundação auxiliará a incubadora da UFOP na contratação de profissional na área de gestão, na aquisição de materiais permanentes, como computadores e impressoras, além atuar conjuntamente no aprimoramento dos processos internos e métodos de gestão, trazendo, assim, mais experiência e recursos para a cidade.

O INCULTEC é coordenado pelo professor Jorge Luiz Humberto, e ger-enciado por Luiz Henrique Ponciano e Naiara Pacheco Ayres. Cabe à Fundação a gestão financeira e administrativa pertinente às demais ativi-dades da Incubadora, capacitando as ações executadas por meio do pa-gamento de bolsas de gestão tecnológica e dos consultores, o custeio das viagens técnicas, a organização de eventos, a compra de equipamentos e material de consumo, etc.

Novo projeto do INCULTEC tem gestão da FEOP

O desenvolvimento de pesquisas na Universidade na área de nanotecnologia possibilitou a aprovação de projeto de pes-quisa coordenado pela professora da Escola de Farmácia, Vanessa Mosqueira, que foi contemplado pelo edital Univer-sal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). A proposta pretende melhorar a terapia an-titumor por meio do estudo de como as nanocápsulas que contém partículas de medicação se distribuem pelo organismo. Os resultados podem oferecer uma alternativa para o tratamento do câncer que seja mais tolerada pelos pacientes e que aumente os índices de cura. A verba recebida do CNPq será utilizada na compra de material de consumo da pesquisa, como reagentes e equipa-mentos de pequeno porte. O estudo conta também com a participação do professor Ricardo Alves Mesquita, da Faculdade de Odon-tologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da doutoranda Carina Silva de Paula, do Programa de Pós-graduação em Nanotecnologia Farmacêutica e da doutoranda Líliam Teixeira Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas da UFOP.