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Edição 654 - 23.12.2016 Informativo eletrônico semanal do mandato Com Assembleia sitiada e ocupada pelas forças de segurança do governo Sartori, deputa- dos da base aprovaram projetos que desmontam o Estado, destroem anos de acúmulo de inteligências em diversas áreas, penalizam os servidores públicos, prejudicam toda a socie- dade gaúcha e não resolvem as dificuldades das finanças do RS, pois não atacam proble- mas estruturais, como o combate à sonegação e a revisão dos incentivos fiscais. Ao todo, durante cinco dias de votação que se estenderam até a madrugada desta sexta-feira (23), o governo Sartori conseguiu aprovar 13 dos 14 projetos votados. Mas a oposição aguerrida, juntamente com os servidores, mostrou ao Piratini que o Executivo gaúcho não pode tudo e fez o governo recuar em diversas pautas que desmontavam a CEEE, a Sulgás e a CRM e ata- cavam os sindicalistas. Enquanto isso, do lado de fora, a polícia militar usava bombas de efeitos moral e até um helicóptero para dispersar manifestantes que defendiam seus direitos. O EXTERMÍNIO DO RIO GRANDE

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Edição 654 - 23.12.2016Informativo eletrônico semanal do mandato

Com Assembleia sitiada e ocupada pelas forças de segurança do governo Sartori, deputa-dos da base aprovaram projetos que desmontam o Estado, destroem anos de acúmulo de

inteligências em diversas áreas, penalizam os servidores públicos, prejudicam toda a socie-dade gaúcha e não resolvem as dificuldades das finanças do RS, pois não atacam proble-mas estruturais, como o combate à sonegação e a revisão dos incentivos fiscais. Ao todo,

durante cinco dias de votação que se estenderam até a madrugada desta sexta-feira (23), ogoverno Sartori conseguiu aprovar 13 dos 14 projetos votados. Mas a oposição aguerrida,

juntamente com os servidores, mostrou ao Piratini que o Executivo gaúcho não pode tudo efez o governo recuar em diversas pautas que desmontavam a CEEE, a Sulgás e a CRM e ata-

cavam os sindicalistas. Enquanto isso, do lado de fora, a polícia militar usava bombas deefeitos moral e até um helicóptero para dispersar manifestantes que defendiam seus direitos.

O EXTERMÍNIODO RIO GRANDE

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pacote demonstrou claramente seuobjetivo: não resolver a crise das fi-nanças e estabelecer a austeridadecomo um fim em si mesmo, qual seja,a diminuição do Estado.

A entrega das funções públicas atra-vés da extinção das nossas fundamen-tais fundações e as tentativas deprivatizações das empresas públicaseram seus objetivos centrais. É, por-tanto, um pacote ideológico e não umpacote para resolução dos reais proble-mas das finanças do RS e nem das de-mandas da sociedade. Por isso não tra-tamos os projetos caso-a-caso, mas simna sua totalidade.

DESMONTE DO ESTADO, ATAQUE AOS DIREITOS,MAIS PODER, MAS SEM ENFRENTAR OS PRIVILÉGIOS

ARTIGO

Sofremos um enorme golpe, porquea sociedade foi derrotada ao não sepermitir mais ter instituições públicasreconhecidas de pesquisa, inteligência,criatividade, memória e democratiza-ção da informação. Sartori é um exter-minador do futuro que joga os gaúchosàs trevas e ao obscurantismo.

Conseguimos resistir porque impe-dimos retrocessos nos direitos e con-quistas dos que trabalham no setor pú-blico e por termos evitado a subtraçãodo direito da sociedade decidir sobre oque é seu: o patrimônio público. Conti-nua na Constituição Estadual a neces-sidade de plebiscito para vender esta-tais. Não permitimos mexer nas licen-ças prêmios, acabar com liberação dedirigentes sindicais, confiscar datas depagamento dos salários e atrasar e pe-dalar o 13° salário, retirar benefícios

fiscais dos pequenos, atacar direitosdos servidores da segurança pública, emespecial da Brigada Militar, dentre ou-tros.

Nosso balanço geral é de que valeua resistência. Como o pacote era ideo-lógico, se formou, de um lado, um blo-co nacional desenvolvimentista em sologaúcho, e de esquerda(*); e de outro, adireita com seu papel a serviço dos in-teresses privados e a intolerância con-tra os de baixo e menos favorecidos.

A derrota de Sartori na tentativa delevar o caos aos outros poderes é tam-bém emblemática. Por isso toda a rai-va da grande mídia no tema doduodécimo e as "lágrimas de crocodilo"cínicas no fechamento das fundações enas insensíveis mais de 1200 demissõesàs vésperas do natal.

Logo é fundamental explicar o temado duodécimo. A autonomia dos pode-res é o principal pressuposto do EstadoDemocrático de Direito. E eles, comoos golpistas em Brasília, depois dedesconstruírem a política, os partidose as instituições, queriam tirar tambéma autonomia e a independência dos po-deres. O pacote era só de diminuiçãode repasses, não enfrentava nada dodesequilíbrio, das desigualdades, dasinjustiças e privilégios salariais no in-terior de cada poder, que existe e deveser enfrentado. Mas nós aceitamos aagenda do repasse dos poderes(*) e pro-pusemos uma regra de transição. Ogoverno, sabendo que ia perder nestetema, e também já estava derrotadono seu objetivo principal, que eradesconstitucionalizar os plebiscitos paravenda de Estatais, resolveu não nego-ciar, para imputar a este bloco(*) suasfragilidades e responsabilidades e pordecorrência sua derrota.

Aliás, a soberba e o autoritarismodeste governo que trouxe de volta mé-todos repressivos da ditadura para o RS,fica revelado também neste tema. Nãoconversa, não dialoga e não negocia comninguém e ainda solta o "cassetete de-mocrático", balas de borracha e bom-bas de efeito moral nos trabalhadores.É importante que todos saibam: do or-çamento do poder Executivo, 65% é para

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Por Adão Villaverde1

O

Conseguimos resistir porqueimpedimos retrocessos nos

direitos e conquistas dos quetrabalham no setor público e

por termos evitado asubtração do direito da

sociedade decidir sobre oque é seu: o patrimôniopúblico. Continua na

Constituição Estadual anecessidade de plebiscito

para vender estatais

pessoal. Portanto, Sartori não paga emdia seus servidores porque não quer. Etem o apoio da grande mídia para en-cobrir isto. Olívio e Tarso tinham amesma condição: não atrasaram nuncao salário e não venderam um parafuso.

Só de receitas especiais até 2018,Sartori receberá R$ 24 bi, quando odéficit anual não é mais que R$ 4 bi.Afora os R$ 7 bi/ano da sonegação quenão enfrenta e os R$ 9 bi de renúnciasfiscais que poderiam ser revisadas.

Podem ter certeza, ele busca mate-rializar seus objetivos desde o primei-ro dia de seu governo. Por isto vendeua ideia do caos, cujo ápice se expres-sou no não pagamento em dia dos ser-vidores e agora com o confisco do 13°,que aliás, já tem decisões judiciais paraser pago para algumas categorias, comoo caso dos professores.

Cuidado com a versão única dosartorismo exterminador do futuro, quetem todo o espaço na mídia para seauto-elogiar, enquanto que busca adje-tivos escolhidos a dedo paradesqualificar os opositores, aqueles quedivergem.

E para finalizar, provavelmente digoo óbvio. Pois não poderíamos esperaroutra coisa dos defensores doneoliberalismo conservador e atrasadode Sartori, que não deu certo nem aquicom Britto e outros e, nem em várioslugares do mundo, que não esta atitu-de: estão furiosos porque a mobilizaçãode ruas, mesmo sobre forte repressão,e a aliança democrática, trabalhista ede esquerda impediram que a agendasartoriana se realizasse por completona Assembleia Legislativa gaúcha.

O calendário muda,mas a Luta continua!

(*) PC do B, PDT, PSOL, REDE e PT

1Professor, engenheiro e deputado estadual

(PT-RS)

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

Extinção da AGDI revela que o governoSartori não pensa o desenvolvimento do RS

ara o deputado Adão Villaverde aproposta de extinção da AGDI revela-secomo a expressão maior de um gover-no que, na sua metade final de manda-to, indo para o terceiro ano, segue semapresentar nenhum projeto de desen-volvimento para o RS.

“Para um gestor que não se preocu-pou em aumentar receita, combater asonegação e revisar isenções, mas de-dicou-se à paralisação das funções pú-blicas, aumentou impostos e atrasousalários, culpando o servidor, natural-

mente não importa crescer e se desen-volver”, afirmou o deputado. “O queSartori quer é transformar o RS em umgrande balcão de negócios, sem funçõespúblicas”.

O deputado assinalou, ainda, que aemenda proposta ao PL da extinção doAGDI só existe porque na proposta ori-ginal o executivo estadual esqueceu dadotação de recursos.

“Só Freud explica um esquecimentodesta dimensão”, pontuou o parlamen-tar, destacando que o governo que an-

tecedeu Sartori investiu um enormeaporte em um conjunto de ações de ini-ciativas da política industrial, da áreados semicondutores à energia eólica,passando pelos setores da madeira,moveis e celulose”.

Estagnado e sem visão estratégica,o estado se derrete, a política públicaafunda e o RS se ‘desgauchiza’ desres-peitando até mesmo quem votou e acre-ditou no Sartori.

O PL foi aprovado pela base governistapor 36 votos favoráveis e 17 contrários.

P

1a sessão de votação

Fusão de secretarias, sem extinção deCCs, não é economia, aponta bancada do PT

ouco depois das 3h da madrugadade terça-feira (20), a base governistaaprovou, com 38 favoráveis votos e 14contrários, o PL 247/16, que extinguesecretarias, sem redução de cargos emcomissão. A bancada do PT votou con-tra o projeto, que não traz economiaspara o estado e desmonta a cultura. Abancada do PT apresentou emenda bus-cando preservar a Secretaria da Cultu-

ra mas a proposta não chegou sequer aser apreciada.

Ao debater o projeto, o deputadoAdão Villaverde destacou que a inici-ativa não pode ser vista de forma iso-lada dos demais projetos que extin-guem fundações e estatais que dialo-gam com o conhecimento, a tradição,a cultura, a capacidade histórica doestado, o que vale para a FEE, a CRM,

a Cientec, a TVE, a Fepagro, a FZB, aMetroplan. “Com este projeto, o go-verno quer cultivar uma árvore semraiz”, comparou Villaverde. “Esta pro-posta está articulada com uma visãode desgauchização do Rio Grande,pois o conhecimento que levamos anospara construir no Rio Grande do Sulvai ser extinto ou vendido”, criticouo parlamentar.

P

Na mesma sessão, os parlamentares aprovaram, com 52 votos a favor e nenhum contrário, o PL 274, que altera a Leinº 14.877, que dispõe sobre a cedência de servidores da área de segurança pública.

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

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base de sustentação do governa-dor Sartori aprovou, na madrugada dequarta-feira (21), por 30 a 23 votos, oProjeto de Lei 246/2016, que extingueseis fundações no RS. Com a decisãoda maioria governista, ficam extintasa Fundação Zoobotânica (FZB), a Fun-dação de Ciência e Tecnologia (Cientec),a Fundação de Economia e Estatística(FEE), a Fundação Piratini (TVE/FM Cul-tura), a Fundação de Desenvolvimentoe Recursos Humanos (FDRH), a Funda-ção Estadual de Planejamento Metropo-litano e Regional (Metroplan). A banca-da do PT votou contra o projeto, porentender que as fundações prestam ser-viços relevantes à população gaúcha erepresentam a inteligência e conheci-mento acumulado do Estado ao longode anos de história.

A batalha de argumentos na tribunadurou mais de 12 horas. Enquanto isso,do lado de fora do Legislativo, o dia foide muitas bombas e cenas de violência

Base de Sartori aprova extinção de fundações gaúchas

contra os servidores públicos que se ma-nifestavam na Praça da Matriz. Policiaiscivis, que vieram acompanhar a votaçãodos projetos na ALRS, foram atingidospor balas de borracha e estilhaços por seuscolegas da Brigada Militar.

Com a aprovação do projeto, maisde mil servidores serão demitidos. Todoo patrimônio das fundações será ven-dido, a critério do Executivo, sem qual-quer controle do Legislativo. Além dis-so, o conjunto dos serviços hoje pres-tados pelas fundações passará a serexplorado pela iniciativa privada.

Ao se manifestar na tribuna, o de-putado estadual Adão Villaverde (PT)afirmou que “extinguir as fundações éa rendição do Estado. O governo é umdeserto de políticas e está levando oEstado para uma condição submissa dese desfazer do seu patrimônio e de suainteligência”.

Após a aprovação do PL, Villaverde su-biu na tribuna e pediu um minuto de silên-

cio (veja vídeo em https://goo.gl/CEpWvp)pelo fim das instituições estratégicas Comcontundência, criticou a aprovação do fimdas fundações. “A barbárie venceu a ra-zão, ‘mas eu detestaria estar no lugar dequem nos venceu’”, afirmou citando fra-se do pensador Darcy Ribeiro.

Segundo o parlamentar, “a extinçãodessas fundações estratégicas para oRS macula a história do nosso estado,que sempre foi um estado que investiuem ciência e tecnologia, em inovação,em pesquisa, em defesa do meio ambi-ente, em capacitação de recursos hu-manos, em planejamento e em demo-cratização do acesso à informação”.

“Esse processo que envolve o paco-te do Sartori está levando o RS, de umlado, a um mergulho no obscurantismoe à destruição do Estado. E de outro,instituindo a violência como nos tem-pos da ditadura, como forma decriminalização da política e dos movi-mentos sociais”, asseverou Villaverde.

2a sessão de votação

A

Entre a tarde do dia 20 e a manhã do 21 de dezembro, ocorreu a mais longa sessão plenária registrada na história da CasaLegislativa, com duração de 17 horas e meia. Votou-se o PL 246/16 que terminou com seis fundações, de caráter estruturante enatureza estratégica do estado. Antes, entre os dias 28 e 29 de junho de 2011, quando Adão Villaverde presidia a Assembleia,ocorreu uma sessão que durou 16 horas ininterruptas. Era, até então, a sessão de maior tempo de permanência contínua da Casa.

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

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ra manhã de quarta-feira (21) quando aAssembleia Legislativa aprovou o PL 240/2016, do governo do Estado, que extingue aFundação Instituto Gaúcho de Tradição e Fol-clore (FIGTF) e a Fundação Estadual de Pes-quisa Agropecuária (Fepagro). O mesmo re-cebeu 29 votos favoráveis e 23 contrários.

O PL prevê que as atribuições daFepagro passarão a ser desempenhadaspela Secretaria da Agricultura e as da

Fim da Fepagro e do FIGTF aprofunda desmonte do Estado

2a sessão de votação

E FIGTF pela Secretaria da Cultura. “Aextinção da Fepagro enterra a pesqui-sa agropecuária gaúcha e significa umgrande passo para comprometer o fu-turo do Rio Grande”, afirmou o depu-tado Luiz Fernando Mainardi, líder dabancada do PT, ao declarar voto con-trário ao projeto do governo Sartori quepropõe o fim da fundação.

Ao se manifestar na tribuna, o de-

putado Adão Villaverde criticou a apro-vação do fim das fundações.

“Esse processo que envolve o paco-te do Sartori está levando o RS, de umlado, a um mergulho no obscurantismoe à destruição do Estado. E de outro,instituindo a violência como nos tem-pos da ditadura, como forma decriminalização da política e dos movi-mentos sociais”, asseverou Villaverde.

m sua manifestação no início dasessão plenária de quarta-feira (21), du-rante discussão do PL 244/16, o depu-tado Adão Villaverde (PT) reafirmou ocaráter fortemente ideológico do paco-te de Sartori. “Discutindo no nível daideologia, fica claro que, por trás des-sas medidas de ataque aos servidores,está a concepção neoliberal, atrasadae de defesa do Estado Mínimo”, discor-reu ele.

Villaverde salientou que a Corag éuma instituição que tem poucos servi-

Ideologia neoliberal fundamentapacote coveiro do patrimônio cultural

3a sessão de votação

E dores, dá lucro e possibilita ampliação.“Porque extingui-la então se não for

unicamente por conta de uma visão ge-ral ideológica?” questionou ele, susten-tando que os dois dias de debates naAssembleia Legislativo sem a argumen-tação racional da base do governo paraexplicar as extinções, já evidenciarama primazia ideológica sobre qualquerracionalidade”, acentuou.

Conforme Villaverde, alguns deputa-dos aliados até admitiram que as me-didas não vão resolver os problemas da

crise histórica, mas votam a favor doextermínio do estado. “Portanto, é estaideologia conservadora que informa opacote coveiro do patrimônio culturalgaúcho”. A extinção foi aprovada por28 votos favoráveis e 24 contrários.

Na sequência, dando prosseguimen-to ao desmonte do Estado, a base go-vernista aprovou, com 28 votos favo-ráveis e 25 contrários a extinção daFundação Estadual de Produção e Pes-quisa em Saúde (Fepps).

Nas galerias, os poucos servidores que foram autorizados a entrar na Assembleia Legislativapela presidência, pressionavam os deputados para votar contra a extinção das fundações

Juarez Junior / Ag. ALRS Juarez Junior / Ag. ALRS

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

Oposição faz governo recuar nas PECs que aceleramdesmonte do Estado e que atacam sindicalistas

4a sessão de votação

o quarto dia de votação do pacotedo governador Sartori na ALRS, os par-lamentares que se opõem às medidasimpuseram uma derrota ao governo, fa-zendo a base de Sartori recuar nas PECsque aprofundavam o desmonte do Es-tado atacando a CEEE, a Sulgás e a CRMe os sindicalistas. A oposição tambémrejeitou a PEC do duodécimo, que alte-ra a forma de repasse dos recursos paraa Assembleia Legislativa, o Judiciário,o Ministério Público, o Tribunal de Con-tas e Defensoria.

Na sessão, o projeto de lei comple-mentar 252/2016, que trata do regimepróprio de Previdência Social do Estadodo Rio Grande do Sul e institui o FundoPrevidenciário (Fundoprev), foi aprova-do por 28 votos contra 24. A Bancadado Partido dos Trabalhadores votou con-tra a proposta do governo Sartori.

No decorrer da sessão, o deputadoAdão Villaverde relatou aos manifestan-

tes na Praça da Matriz, que nos quatrodias de votação do pacotaço, a oposiçãotem se dedicado a resistir à pressão dabase aliada do governo Sartori para con-quistar vitorias no plenário, por míni-mas que sejam, mas que podem ser fun-

N

Exagerada intimidação policial poderesultar em desastre, alerta deputado

cupando a tribuna, no início da noi-te de quinta-feira (22), o deputado AdãoVillaverde (PT) pediu para a presidentada Assembleia Legislativa apelar ao co-

mando da BM para refletir sobre os mé-todos de atemorização que as forças ar-madas fazem aos manifestantes da Pra-ça da Matriz. O deputado referiu-se aum policial tripulando um helicópterocom a arma voltada para os trabalha-dores em mobilização na defesa dosdireitos sociais e trabalhistas.

Para Villaverde, é inadmissível tam-bém que os soldados da corporação jo-guem bombas de efeito moral de den-tro das dependências do Parlamento emdireção à praça.

“Esta Casa não pode compactuarcom esta tensão que se reflete nas ga-lerias e no plenário e que vem destanaturalização de um modo intimidatório

que não é o padrão da Casa”, disse ele.O parlamentar relatou que as sessões

diárias, que discutem o pacote deSartori, têm sido entrecortadas pelo somintermitentes de estouros de repetidasbombas na rua. “Todos devemos nos pre-ocupar porque qualquer episódio destetipo pode resultar em um desastre. Coma responsabilidade parlamentar que te-mos, não podemos permitir. A imagemque se passa para fora, com esta situa-ção, é que a Casa do Povo liberou geralpara a BM montar aparato policial aquienquanto o povo está lá fora, impedidode entrar no Parlamento. Só espero queesta intimidação não seja parte do jogopara aprovar o pacote”.

O

damentais para o futuro dos trabalha-dores e para o próprio Rio Grande.

O deputado destacou a importânciada mobilização dos trabalhadores paraimpedir que os parlamentares governis-tas aprovem as PECs entreguistas.

a noite de quarta-feira, dia 21, o CPERS, através de sua assessoria jurídica, conquistou uma liminar, requerida naJustiça, que determina o pagamento imediato e integral do 13º salário da categoria.

A assessoria jurídica do Sindicato tomou todas as medidas cabíveis para que o governo Sartori respeite o direito asseguradopor Lei aos educadores, o de receber o pagamento do 13º aos educadores em dia e de forma integral. Estaremos atentos paraque o efetivo cumprimento da decisão se concretize, sob pena de responsabilização do senhor secretário da Fazenda.

CPERS conquista liminar para pagamento do 13º

N

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“Vamos resistir juntos na Praça e no Plenário”

NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

m manifestação feita no alto do ca-minhão de som, na Praça da Matriz, natarde de terça-feira (20), o deputadoAdão Villaverde destacou a importân-cia da resistência dos manifestantes quese postam diante da AssembleiaLegislativa sob a ameaça dos policiaismilitares das forças armadas do gover-no Sartori.

“Vocês aqui e nós, lá no plenário doParlamento, vamos cerrar fileiras uni-dos na defesa do Rio Grande, contra estaonda de desmonte que Sartori e seusaliados propõem aprofundando o que jáfizeram no governo Britto”, disse o de-putado. “Não vamos nos entregar paraque eles arrochem os salários,precarizem as funções públicas e ven-dam o que restou do nosso patrimônio”.

Villaverde também afirmou que seos policiais militares em serviço na pra-ça não tivessem sonegadas as informa-ções sobre os reais prejuízos que so-frerão com o pacote, “certamente es-tariam do nosso lado, defendendo osinteresses de todos os gaúchos”

Assista ao pronunciamento do deputado, transmitidoao vivo pelo Facebook, em https://goo.gl/J5Ydtf

E

Violência da força de segurançade Sartori é inaceitável

deputado Adão Villaverde (PT) re-pudiou as inaceitáveis agressões dasforças policiais do governo Sartori, queferiram manifestantes, especialmentecom tiros de balas de borracha, bom-bas de efeito moral e arremetida dacavalaria, nas tardes e noites das vo-tações, na Praça da Matriz. “É uma si-tuação de extrema gravidade pois ostrabalhadores protestam por seus direi-tos contra o desmonte do patrimôniode todos nós e não podem ser tratadosde forma criminalizada, sofrendo aten-tados a sua integridade física e mentalcomo ocorreu hoje”.

Villaverde observa que o excesso deviolência policial se reveste de um com-ponente de perplexidade considerandoo passado de resistência democrática

na militância do antigo MDB do atualsecretário estadual de Segurança Públi-ca que ainda por cima admitiu queapoiou e consentiu com a ação militar.

Para o parlamentar, a forte presençaostensiva de um grande contingente depoliciais armados e a cavalo, em tornodo prédio do Palácio Farroupilha e no in-terior do próprio Parlamento, é um com-ponente do tensionamento beligerante.“Os servidores já estão massacradosrecebendo salários parcelados e comatraso, sem certeza do 13º, com contasvencidas e ainda vislumbram a perda doemprego neste final de ano”, argumen-ta ele. “E, além de tudo, são humilha-dos pela presença de tropas impedindoque participem dos debates sobre seufuturo. É lamentável e inaceitável”.

O

Adão Villaverde

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CENAS INACEITÁVEIS

Parlamentositiado e

criminalizaçãodos servidores

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

Sindicato protocola representação no MPT contrademissão de servidores da Fundação Piratini

presidente do Sindicato dos Jorna-listas Profissionais do RS (SINDJORS),Milton Simas, acompanhado de PauloGilberto Alves de Azevedo, servidor daTVE, protocolou uma representação, namanhã de segunda-feira (19), contra ademissão em massa dos servidores da

Fundação Piratini. O documento, formu-lado pelo SINDJORS e pelo Sindicato dosTrabalhadores em Empresas de Rádio eTelevisão do Rio Grande do Sul, salien-ta que os funcionários foram admitidosem concurso e as contratações estãosubmetidas aos princípios gerais daadministração pública.

Além disso, o texto entregue pon-tua que as demissões foram decididase anunciadas de forma unilateral, semsequer levar em conta a necessidade derealizar negociação coletiva, e o siste-ma jurídico brasileiro não tolera a prá-tica da demissão coletiva sem que haja,ao menos, negociação coletiva préviae a adoção de medidas capazes de mi-tigar o seu impacto. “Não há como seadmitir tal conduta. Há claramente um

procedimento soberbo, unilateral,violador da cidadania, da dignidadehumana, da proteção ao emprego e dopapel social da propriedade. Em verda-de, a postura viola gravemente os prin-cípios e direitos fundamentais inscri-tos na Constituição da República”, res-salta a representação.

Também é feita uma análise das des-pesas da Fundação Piratini no contextoestadual. Conforme consulta no siteTransparência RS, o gasto acumuladoentre janeiro e novembro de 2016, rela-tivo à Fundação, é de R$ 23.847.480,26,ou seja, 0,092933% do total do PoderExecutivo. “Em outras palavras, em ter-mos objetivos, sua extinção é insignifi-cante para o equilíbrio das contas doEstado do Rio Grande do Sul”.

O

Douglas Roehrs

Resistência continuada em defesa das funções públicas

Mesmo impedidos de entrar na casa do povo e sob forte ataque das forças de segurança do governoSartori, os servidores públicos permaneceram na Praça da Matriz resistindo ao ataque promovido

pelo Piratini às funções públicas de Estado. Abaixo, algumas imagens da mobilização

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(DES)GOVERNO

O desmonte do Estado começouantes de Sartori assumir

Ninguém poderia imaginar o tamanho do brutal ataque aos trabalhadores do estado e aos serviços públicos im-posto pelo atual pacotaço de Sartori neste triste final de 2016. Mas antes mesmo do primeiro ano da gestão já setinha um completo diagnóstico da destruição que se seguiria. Em 22 de dezembro de 2014, os deputados que o

apoiavam aprovaram por 29 a 14 votos, o PL 282/2014, que dispunha sobre a estrutura administrativa do governo.

1) Extinção de secretarias impor-tantes, como a das mulheres, en-tre outras.

2) Decreto de cortes nas diárias ehoras extras dos policiais.

3) Parcelamento salarial, que co-meçou em julho de 2015 e se temse estendido.

4) Congelamento de concursosdesde o início do governo Sartori.

5) Tarifaço de setembro queaumentoo o Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e Serviços(ICMS) até 2018 penalizando todaa população gaúcha.

6) Sartori ampliou de 85% para95% o limite de saque dos depósi-tos judiciais.

7) Criação da Câmara de Concilia-ção de Precatórios, uma estraté-gia para tentar negociar acordospara reduzir a dívida do Estadocom precatoristas, estimada em R$11,7 bilhões.

8) Previdência complementarCom o regime de previdência com-plementar para os servidores pú-blicos estaduais, quem ingressarno serviço público passa a ter quecontratar previdência comple-mentar se quiser receber acima dolimite do INSS (R$ 4,6 mil).

9) Mudança no IPVA como tentati-va de antecipar os recursos.

10) Receitas futuras autorizandoSartori a antecipar o recebimentode R$ 334 milhões da GeneralMotors (GM).

11) Restrições à incorporação defunções gratificadas.

12) Lei Estadual que criou regraspara a limitação do crescimentoda despesa com pessoal e custeiopara todos os poderes.

13) Redução de RPVs.

14) Extinção da Fundação de Es-porte e Lazer do Rio Grande do Sul(Fundergs).

15) Concessões de rodovias por30 anos.

16) Reformulação da EGR

17) Renegociação da dívida

18) Pedalada na dívida com aUnião e atraso de pagamento afornecedores

19) Transferência do Instituto Na-cional de Colonização e ReformaAgraria (Incra) para a União.

20) Venda da folha do funciona-lismo ao Banrisul

21) Nepotismo com nomeação daesposa de Sartori como Secretá-ria Extraordinária do Gabinete dePolíticas Sociais.

22) Cortes na saúde

23) Corte do socorro aeromédico

24) Lençóis de luxo para o Paláciodas Hortênsias, em Canela.

32) Governador afirma que dese-ja um Banco sem escrúpulos

25) Sartori declara apoio aos atosde violência do governador doParaná que jogou o aparato poli-cial, contra os professores emCuritiba.

26) TVE na mira do alvo desde oinício do governo.

27) Plano sem metas divulgadapelo governo.

28) Sem reajuste para servidores.

29) Apelo ao banco para emprés-timos para servidores.

30) Cortes rurais

31) Caos na segurança

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NÃO AO DESMONTEDO ESTADO

jornalista Frederick Martins, de 30anos escreveu uma carta emocionadapara a deputada Manuela D’Ávila nar-rando a grande tristeza dos servidoresda Fundação Piratini durante o proces-so de votação da extinção da TVE e darádio FM Cultura.

Fred, como é chamado pelos colegas,agradeceu a parlamentar por ter se diri-gido a ele, nas galerias, garantindo-lheque, ao contrário do que gritara, nãohaviam lhe tirado a dignidade.

“A votação aconteceu, e depois dela,vi meus colegas chorando. Me segureiao máximo pra não me emocionar tam-bém. Talvez pela raiva e indignaçãoestarem muito mais fortes, as lágrimasnão vieram. Como queria que viessem.Entretanto, quando vi o deputadoVillaverde fazer um minuto de silênciopela extinção das fundações, e esse si-lêncio ser desrespeitado, principalmen-te, pelo Pedro Pereira, aí não deu prasegurar. Ninguém pode ter a desfaça-tez de bradar no plenário que aqueleminuto de silêncio é uma zombaria de-pois de ter "tirado a minha dignidade",como berrei em alto e bom tom pra eleno plenário.

E falei sobre dignidade, sim, porqueos melhores momentos da minha car-reira de jornalista foram dedicados àTVE. Você sabe tão bem quanto eu oquanto a gente se esforça nessa profis-são, mostra disposição, vontade de fa-zer de tudo um pouco, dá o seu melhore nunca, nunca te retribuem por isso.Nem que seja com um "muito obriga-do". Vai ver, por isso, não faço questãonenhuma de vestir camiseta de empre-sa. Faço meu trabalho bem feito porquestão de princípios pessoais. Nuncainstitucionais.

Mas com a TVE a coisa era muitodiferente. Não era um emprego. Nuncafoi. Era uma realização. Vários momen-tos da minha vida estão ligados à Fun-dação Piratini e fazer parte dessa his-tória sempre foi um sonho, que conse-gui felizmente juntar com meus princí-pios profissionais.

Por causa disso, sempre prezei pelobom trabalho e por dar ao máximo mi-nha contribuição para que a FundaçãoPiratini crescesse.

Chega a ser triste receber a alcunha

Minuto de silêncio em meioàs lágrimas dos servidores

totalmente equivocada de "vagabundo"quando você trabalha mais que a suajornada (e sem receber horas extras,porque você bateu o ponto antes, umavez que o estado não pode pagá-las),faz o que não é da tua alçada, assumemais de uma função no teu trabalho ese estressa uma barbaridade, tudo por-que tu quer ver o produto final com qua-lidade. E com gosto de ter feito aquilo.

Meu grito nas galerias foi levandoem conta tudo isso. Em vez de não re-ceber um "muito obrigado", aconteceualgo pior: minha dedicação foi dispen-sada por troco de pinga. Por acordosparticulares em detrimento de bens co-letivos. Por teatro mal encenado.

Quando gritei que tiraram minhadignidade, foi por causa disso. Porqueela, e de todos os meus colegas que sededicaram tanto quanto eu dentro daFundação, foi roída por ratos que nãose prestaram nem a respeitar a triste-za que tomou conta das galerias, a pon-to de aprovarem o 246 as 4h30 da ma-nhã e emendarem logo depois o 240 daFepagro, mesmo sob apelos seus, dodeputado Enio Bacci e de tantos outrospara que a sessão terminasse, porquenão havia condições de continuar.

Mas não esperei que alguém levas-se em conta meu grito de Indignação.Não esperei que levassem essas pala-vras pra tribuna. Não esperei que, nela,você me achasse nas galerias, apontas-se pra mim e dissesse: "Tu. Tu que dis-se que tiraram tua digni-dade: não te tiraram. Tupode ter perdido momen-taneamente ela aqui.Mas não te tiraram".

Tens razão. Minhadignidade ainda está co-migo. Fragilizada,pisoteada, soqueada.Mas inteira. E íntegra.Diferente de quem votoupela extinção de um lu-gar que amávamos tra-balhar e depois não tevecoragem de encarar amim e a meus colegas,ficando de cabeça baixaou evitando dirigir oolhar quando entrava noplenário para registrar

presença nas solicitações de quórum.Não me importo com o emprego perdi-do. Acho, inclusive, que era o que elesqueriam. Podiam me pedir. Que pegas-sem. Peguem. Eu entregaria, se manti-vessem a Fundação e o emprego dosmeus colegas. Porque, mais do que ocu-pação profissional, me importei demaispor ter perdido algo que, desde a in-fância, cada vez mais fazia parte daminha vida. Porque eu gostava. Achavanobre o trabalho que a Fundação Piratinifazia. É gostoso trabalhar com cultura.É gratificante. Achei que tinham tiradoa Fundação de mim e de meus colegashoje, junto com a nossa dignidade. Masas tuas palavras me mostraram quenão. A nossa dignidade ninguém tira.Assim como a Fundação, que como fa-lei na outra postagem, vai seguir exis-tindo dentro da gente, com o propósitonobre o qual, um dia, ela foi criada”.

O

Sem óculos segurando ocaixote do pacotão, na foto

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A classe trabalhadora não tem tempopara nutrir sentimento de derrota*

ARTIGO

ertas datas ficam gravadas na me-mória do povo brasileiro. Assim comoabril de 1964, agosto de 2016 entrarápara a história, pois foi o ano em quesofremos um segundo golpe patrocina-do pelas elites empresariais, sustenta-do ideologicamente pelo PIG (Partido daMídia Golpista), com o beneplácito doJudiciário e monitorado pelos EUA, prin-cipal interessado na entrega do pré-sale das nossas riquezas e disposto a res-tabelecer a hegemonia no continente.2016 foi o ano da marcha ré em direçãoao atraso, à precarização das políticassociais, ao desemprego, à informalidadee ao temor do que virá pela frente. Fu-turamente, lembraremos desse ano portermos sido impedidos de seguir avan-çando na construção de um país maisigualitário, justo e solidário.

CLAUDIR NESPOLO**

Não temos tempo para nutrir sentimentos de derrota.

Tampouco temos tempopara lamentações. Não su-bestimemos a nossa força eo nosso papel na história. Averdade é que impedimosque a pauta dos golpistas

fosse implementada na suatotalidade e virulência

O ano de 2016 também entrará parahistória como o ano das manifestaçõesde rua, das grandes marchas, das gre-ves e paralisações, das ocupações, dasaulas públicas e da resistência políticae cultural. O ano em que o povo quevive do trabalho do setor público e pri-vado, do campo e da cidade, saiu àsruas ao lado da juventude para dizernenhum direito a menos, nenhuma mu-lher a menos, nenhum negro e negra amenos, nenhum jovem a menos, ne-nhum indígena a menos, nenhum estu-dante a menos, nenhum LGBT a menos.

O ano em que restauramos a resistên-cia, a luta de classes e que contribuí-mos para que a sociedade brasileiracomece a identificar os seus verdadei-ros inimigos.

Com toda essa energia, saudamosprimeiramente a nossa base sindical,que travou o bom combate contra aganância das federações empresariaisdurante as campanhas salariais, queenfrentou o golpe e se destacou na lutacontra a retirada de direitos. Para tan-to, buscamos construir a unidade daclasse trabalhadora, como condição in-dispensável para combatermos o capi-talismo.

Alimentamo-nos da luta empreendi-da pelas mulheres, gigantes noenfrentamento ao golpe e na defesa dademocracia, e nutrimo-nos da esperan-ça e destemor dos estudantes que que-braram a normalidade das escolas, dosinstitutos federais e das universidadespúblicas e privadas com as experiênciasdas ocupações. Celebramos a grandeunidade proporcionada pela Frente Bra-sil Popular, as dezenas de marchas e pro-testos que protagonizamos e nos ensi-naram que unidos somos fortes e pode-mos fazer além do possível e avançar.

Solidarizamo-nos com os milhares dehomens e mulheres que perderam osseus empregos, devido ao desmonte dapolítica industrial à crise econômicaforjada pelos rentistas e endinheirados,como os 3,2 mil demitidos recentemen-te pela Ecovix, no Polo Naval de RioGrande, e os cerca de 1,2 mil funcioná-rios públicos estaduais que chegam aoNatal aviltados pelo governador José IvoSartori (PMDB) e sua base aliada naAssembleia Legislativa, que aprovarama extinção de nove fundações, da Corage da SPH como parte do projeto de es-tado mínimo e entrega do Rio Grandedo Sul para atender aos interesses dasfederações empresariais e da RBS. Nãonos esqueceremos dessa negociata pro-movida por Sartori e dos partidos e de-putados que o apoiam.

Lutamos ombro a ombro com dife-

rentes atores e atrizes sociais contra osretrocessos e o conservadorismo políti-co que o sustenta. É com esse caldo decultura militante e com disposição decontinuar batalhando pela classe traba-lhadora que ingressaremos em 2017.

Não temos tempo para nutrir senti-mentos de derrota. Tampouco temostempo para lamentações. Não subesti-memos a nossa força e o nosso papelna história. A verdade é que impedimosque a pauta dos golpistas fosseimplementada na sua totalidade e viru-lência. Eles não terão a nossa rendição.Não daremos trégua aos golpistas. Paranós, restabelecer a democracia temnome: Diretas Já!

A nossa prioridade nos primeirosmeses de 2017 será impedir a reformada previdência e a reforma trabalhista.O Fórum Social das Resistências, pre-visto para 17 a 21 de janeiro em PortoAlegre, deverá entrar na agenda doslutadores e lutadoras sociais. Será omomento de reencontro de quem acre-dita que um “outro mundo é possível”e de retomada da resistência coletiva eorganizada. Também precisamos orga-nizar um referendo sobre a PEC 55, quecongela gastos com saúde e educaçãopor 20 anos.

Tudo faremos no ano que vem che-gando para realizar uma greve geral vi-toriosa, a fim de derrotar o governo ile-gítimo e golpista de Michel Temer (PMDB)e debelar as reformas que conspiramcontra os trabalhadores e a sociedade.

Vamos nos encontrar em 2017 nasruas e nos locais de trabalho, fortale-cendo a mobilização na base das cate-gorias e contribuindo para aconscientização do povo. A classe traba-lhadora não fugirá das suas responsabi-lidades e de seus compromissos na lutapor um país soberano e democrático comtrabalho decente e justiça social.

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 23 de dezembro de 2016

**Presidente da CUT-RS

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CÂMARA DE VEREADORES

Comassetto aprova Projeto para Porto AlegreZona livre de Agrotóxico e Transgênico

partir de uma iniciativa construídacom entidades e ativistas que lutam emdefesa da agroecologia e alimentaçãosaudável, o mandato do vereador EngºComassetto (PT) aprovou na última quar-ta-feira 21, na Câmara Municipal de Por-to Alegre, proposta que cria o programade fortalecimento da agricultura ecológi-ca e a produção orgânica na capital gaú-cha (projeto de Lei 246/15). A iniciativabusca ainda restringir e informar sobre ouso e comercialização de agrotóxicos eeliminar uso de materiais geneticamen-te modificados (transgênicos).

O Programa de Fortalecimento da

Agroecologia e Produção Orgânica estáorientado pelos princípios do desenvol-vimento sustentável; participação e oprotagonismo social; a preservação e aconservação ecológica com inclusão so-cial; a segurança e a soberania alimen-tar; a equidade socioeconômica, degênero e étnica; a diversidade agríco-la, biológica, territorial, da paisagem ecultural; o reconhecimento da importân-cia dos movimentos de agroecologia, daagricultura familiar e dos povos tradi-cionais para a agrobiodiversidade e se-gurança alimentar.

“O projeto de Lei é mais um instru-mento para o fortalecimento da agri-cultura familiar e que busca a articula-ção de políticas públicas destinadas aapoiar agricultores e pecuaristas fami-liares, pescadores artesanais,aquicultores familiares, extrativistas,ribeirinhos, quilombolas, indígenas eoutros, assim como organizações gover-namentais e não governamentais”, afir-ma o parlamentar.

O texto da matéria define que o pro-grama terá como instrumentos a assis-tência técnica e a extensão rural; a pes-quisa e a sistematização de conheci-mentos populares e tradicionais; a

certificação; os convênios, as parceri-as e os termos de cooperação com en-tidades públicas ou privadas; os fundosmunicipais, o crédito rural, as linhas definanciamento e os subsídios; as com-pras institucionais e os programas pú-blicos; o seguro agrícola; ocooperativismo, o associativismo e aeconomia solidária; entre outros.

Para atingir as finalidades e as dire-trizes apresentadas, a proposta deter-mina a adoção de algumas medidas,como: criar linhas de crédito especial,inclusive com subsídios, para a produ-ção agroecológica e orgânica e a agri-cultura urbana; conceder tratamento tri-butário diferenciado e favorecido paraprodutos, insumos, tecnologias e máqui-nas para a agroecologia e a produçãoorgânica; estabelecer, para o produtoagroecológico e orgânico, critério de pre-ferência nas aquisições institucionais enos programas públicos. O projeto tam-bém estabelece a elaboração de lei paracompras governamentais de produtos daagricultura ecológica e da produção or-gânica, tendo como meta que, no míni-mo, 60% de todas as refeições fornecidaspor instituições públicas municipais se-jam de origem orgânica.

A

No sábado (17), o deputado estadual Adão Villaverde (PT) participoudo 16º Congresso da União das Associações de Moradores de Porto Alegre(Uampa), que ocorreu no auditório do Cpers, na capital gaúcha. No encon-tro, o parlamentar voltou a reafirmar a importância da mobilização popu-lar para impedir retrocessos e ataques aos direitos trabalhistas e às con-quistas sociais, ameaçados pelo ilegítimo e golpista governo Temer.

Uampa refirma defesa de direitos e conquistas

16º CONGRESSO

Representando o mandato do deputado estadual AdãoVillaverde, o assessor comunitário Valdemar de Jesus partici-pou, na quarta-feira (21), da inauguração do Centro EsportivoCultural Transformação, da Rede Marista, no Loteamento San-ta Terezinha, em Porto Alegre. Na quinta-feira (22), Valdemaresteve presente na Plenária do Sindicato dos Vigilantes do Sul,que deliberou sobre a campanha salarial da categoria para 2017.

Mandato presente nas lutas sociais e sindicais

ASSESSORIA COMUNITÁRIA