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1 Informativo da Província

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1Informativo da Província

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2 Informativo da Província

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3Informativo da Província

Sumário.2. Palavra do Editor

4. História e Espiritualidade RedentoristaA linguagem Devocional de Santo Afonso de Ligório a Maria – Ana Alice MattieloCidadania Religiosa e Social – Pe. Sebastião dos Reis dos Santos, C.Ss.R.

8. Planejamento e FormaçãoVocação: Um Serviço Missionário – Pe. Ronival B. dos Reis, C.Ss.R.

11. Perfis e ExperiênciasMissão do Irmão Redentorista – Ir. Pedro Magalhães Gomes, C.Ss.R.

13. Nossa História RecuperadaOs Afrescos da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo SocorroAinda sobre a Animação Missionária – Dito SergioA Revolução de 1932 e o “Batalhão Padroeira do Brasil” – Tatiana Bettoni

21. Pelas Províncias e Vice-ProvínciasUma História de 120 Anos de AmorRetratos da Província Redentorista do Rio de Janeiro

27. Notícias e InformaçõesPe. José Pereira e os Ovos – José Carlos CriadoAs Mudanças do Missionário – Pe. Werner A. Anderer, C.Ss.R.Rede Católica de Rádio completou 20 AnosA12.com, quatro anos de evangelização pela internet!

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4 Informativo da Província

1. Palavra do Editor

Estamos começando um novo ano. Já estamos vivendo o seu primeiro mês. E, há 240 edições, o Informativo Provincial é a sua companhia. Ele nasceu simples, ainda no tempo em que os textos eram datilografados e, em seguida, mimeografados. Muitos artigos chegavam até os editores escritos à mão, e tínhamos algumas letras que eram um verdadeiro primor. Tempo das aulas de caligrafi a, e da perfeição da escrita, com palavras quase desenhadas.

Mas, assim como no início de um novo período de governo, as esperanças se renovam acompanhadas de muitas expectativas, incertezas e inseguranças por conta das transferências, nem sempre apreciadas, mas a maior parte delas necessárias, porque provocam desinstalações e recomeços.

Agradecemos a Deus o ano e o quadriênio que passou, com tudo aquilo que nos trouxe. Foi o primeiro quadriênio na organização da congregação. O bem nos fez crescer. O sofrimento nos fez amadurecer ainda mais para a vida.

Queremos colocar este ano novo, e este novo quadriênio nas mãos de Deus. Temos tantos projetos para serem realizados.

Só com a graça de Deus poderemos levá- -los adiante.

Neste começo de ano as esperanças são reacesas: Este ano e este quadriênio podem e serão melhores. Esta é, afi nal, a marcha da história.

Desejamos a você, querido leitor, toda a paz que vem de Deus.

Esteja conosco a cada bimestre deste ano novo que começa, sempre que chegar às suas mãos uma nova edição; seja nosso parceiro na leitura, nas críticas e sugestões para que possamos melhorar cada vez mais. Queremos ser parte da sua comunidade, de sua vida e de seu trabalho pastoral.

Que 2015 seja um ano de fraternidade, de paz e de vivência renovada do nosso sentido de Igreja (pela nossa participação nos acontecimentos eclesiais e congregacionais). Esteja sempre disposto a crescer, a subir sempre, sem pisar nos pequenos e fracos.

Feliz ano novo a você, nosso leitor de todas as horas, seja na versão escrita, como na versão on-line.

Como sempre, trazemos bons conteúdos nesta primeira edição do Informativo Provincial 2015.

Portanto, bom proveito e boa leitura.

Pe. Inácio Medeiros, C.Ss.R.Redator

[email protected]

Tempo de renovara esperança

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5Informativo da Província

Expediente.Capa.

INFORMATIVO DA PROVÍNCIAÓrgão da Província Redentorista de São Paulo Edição N. 240, Janeiro e Fevereiro de 2015

Superior ProvincialPe. Rogério Gomes, C.Ss.R.

Coordenador EditorialPe. José Uilson Inácio Soares Junior, C.Ss.R.

EditorPe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

RevisãoCristina NunesLuana Galvão

Design e DiagramaçãoHenrique BaltazarPamela Prudente

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6 Informativo da Província6 Informativo da Província666 Informativo da ProvínciaInformativo da ProvínciaInformativo da Província

2. História e Espiritualidade Redentorista

A Linguagem Devocionalde Santo Afonso de Ligório a Maria

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fons

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Livr

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diçã

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Quem teve a oportunidade de ler a obra certamente percebeu com que alegria e seriedade ela foi escrita.

Quando lembramos, no Evangelho de São Lucas (5,45), que a boca fala daquilo de que o coração está cheio, é de se admirar quão cheio de amor por Maria está o coração do nosso Santo Afonso. Nada do que foi dito peca pela falta ou excesso; o que vemos é a abundante fonte de vida que só deseja uma coisa: comunicar o amor.

Porém, o que parece à primeira vista uma tarefa fácil, permanece e continuará permanecendo um esforço árduo e angustiante. Inúmeras foram as descobertas na literatura e inúmeros foram os seus saltos linguísticos – desde uma apreciação puramente estética ao um conteúdo ético-religioso do amor.

Livr

o G

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Mar

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7Informativo da Província

Quando nós, por outro lado, adentramo-nos no âmbito do cristianismo, deparamo-nos com uma encruzilhada, porque o cristianismo, com a sua cruz fi ncada no coração do mundo, instaura uma nova qualidade incomunicável, outrora pela linguagem que herdamos de Homero e de toda as categorias de existência trágico-cômicas do mundo grego.

Um estudo de Erich Auerbach, na obra mimesis, mostra com grande nitidez como a linguagem refl ete a percepção da realidade, ao comparar duas civilizações paralelas como a Grécia antiga e o judaísmo. Segundo o autor, na linguagem homérica o elemento de tensão é quase nulo senão débil; o estilo homérico só conhece o primeiro plano, “só um presente uniformemente iluminado, uniformemente objetivo”.

Com a entrada do cristianismo, a tensão da linguagem bíblica torna-se absoluta por carregar o paradoxo do Deus-homem. Incomunicável pela linguagem direta, Santo Afonso consegue comunicá-lo através do amor de Maria, que sustenta sozinha o paradoxo da cruz, ou como bem ressalta o Santo nas palavras do Eclesiástico (24,8) conferidas a ela: “Eu sozinha rodeei o giro do céu”.

Não é por acaso que Santo Afonso encerra cada subcapítulo com um Exemplo e Oração, pois são elementos da linguagem devocional. Se muitos estudiosos enfatizaram tanto o fato de que Santo Afonso não cometeu nenhum deslize teológico e doutrinal ao afi rmar a mediação de Nossa Senhora, então, deve-se, igualmente, enfatizar a sua insistência nos relatos históricos que testemunharam o amor de Maria, não como um apêndice à prova teológica, mas como uma nova camada da consciência humana, a saber, da presença contínua de Maria que se comunica no mundo através da devoção.

Conforme as inúmeras referências simbólicas que Santo Afonso ressalta em Maria, tais como: “viu-a São João vestida de sol”; “Maria é aquela arca feliz”; “Minha é a fortaleza, por mim reinam os reis” (Pr 8,15); “Teu pescoço é como a torre de Davi, defesa dos valentes” (Ct 4,4); “Pelo que graciosamente Inocêncio III lhe chama ‘lua de noite, aurora de manhã, sol de dia”’; “Ele me

põe a coberto no esconderijo do seu tabernáculo”, analisaremos de que modo o conteúdo simbólico dessas passagens expressa, não o que Maria representa como mera alegoria, mas o que ela é em poder e signifi cação.

A diferença qualitativa entre a linguagem simbólica na cosmovisão mitológica grega e na cosmovisão cristã consiste no fato de que o símbolo mitológico se comunica e se esclarece pela via da exterioridade, pois o seu sentido universal já está presente desde toda a eternidade no indivíduo (como conhecemos através da teoria da reminiscência socrático-platônica). Enquanto que no Cristianismo a linguagem se esclarece e se comunica na interioridade: “no esconderijo do seu tabernáculo”, onde ninguém é capaz de fazer com que o próximo compreenda aquilo que cada um deva compreender a partir de si mesmo, isto é, da sua relação particular com o universal. Nesse caso, o universal não será mais compreendido como um conceito abstrato e impessoal do pensamento humano, mas tão concreto e pessoal que ele mesmo se torna uma pessoa, nascida de uma mulher, cujo consentimento para o mistério da encarnação é o caminho bem-aventurado da relação entre Deus e criatura.

A linguagem simbólica em ambas as cosmovisões (mitológica e cristã) é a unidade entre dois elementos em oposição: (universal-particular, infi nitude-fi nitude, eternidade-temporalidade). Ou seja, em ambas as tradições a realidade está permeada de contradições. Por isso, ainda a propósito da devoção de Santo Afonso a Maria, analisaremos, no próximo texto a partir dos elementos simbólicos do retorno de Ulisses e do mito de Ícaro (mitologia), a diferença entre a linearidade do pensamento universal, que propõe resolver o confl ito na fi gura simbólica do herói trágico, e a intensifi cação apaixonada deste confl ito, a partir dos elementos simbólicos ressaltados em Maria. Nela, pela via da interioridade, tais elementos são capazes de comunicarem ao indivíduo a nova possibilidade de salvação (cosmovisão cristã).

Ana Alice MattieloAssociada da Academia Marial de Aparecida (SP)

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8 Informativo da Província

CidadaniaReligiosa e Social

Há tempo se diz e se afirma em todos os seguimentos sociais, sobretudo na área civil, que o Brasil é um país laico pela pluralidade de culturas, costumes, religiões, principalmente, pelo cultivo do sincretismo religioso que norteia a nossa realidade social, econômica e política. Objetivando e olhando nosso povo com as suas tradições e crenças, até parece uma contradição afirmar que o Brasil é um país laico – devido a sua tradição religiosa e a sua história – chamado, por todos e pelo mundo, como o país mais católico de todas as Américas.

Mas, é a partir dessa afirmação que a nossa reflexão atinge o seu foco, numa perspectiva humana, sociológica, antropológica e religiosa. Ao fazermos

Para vivermos a nossa cidadania, é preciso viver e consolidar a harmonia social e religiosa, para que a nossa ação neste mundo seja a verdadeira cidadania que brota do coração do Pai, autor e princípio das conquistas humanas. Toda e qualquer ação humana tem o seu fundamento na liberdade de cada pessoa, agregando valores culturais, r e l i g i o s o s , intelectuais e antropológicos ,

A VERDADEIRA CIDADANIA

tendo como paradigma o ambiente social e familiar.

A cidadania enquanto fonte vem do coração do Pai como projeto de relacionamento humano, de felicidade e realização pessoal, mas passa pelo processo da vivência familiar; lugar da educação e formação dos valores inerentes ao crescimento e amadurecimento do ser humano, em nível físico e psicológico. Urge no mundo atual resgatar aqueles valores humanos e cristãos cultivados no lar como referência de uma integração sadia no mundo e na sociedade.

Quando não se tem uma família bem constituída, o indivíduo sente-se sozinho e acuado por uma sociedade que o trata como coisa e objeto de consumo, produto do meio ambiente, gerador do individualismo e da exclusão social. Os resultados da ausência da família neste projeto de formação no indivíduo são perceptíveis e notórios: quando olhamos para a sociedade, defrontamo-nos com um mundo cheio de mazelas e vícios humanos, cujo fim é trágico e doloroso.

A violência de hoje, que envolve todas as classes sociais, tem a sua

explicação na família e na sociedade pela má formação dos indivíduos

e, em grande parte, fruto do descaso de pais e governos que não fazem absolutamente nada para resolver ou

minimizar a situação.

parte deste mundo, desta história, a partir das necessidades da nossa realidade, somos chamados e convocados por Deus por meio dos sucessivos apelos vindos de várias partes do nosso planeta e das pessoas, com o mesmo refrão: o clamor pela vida e pela dignidade do ser humano.

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É nesta perspectiva que afirmamos que a cidadania enquanto concretização começa dentro de casa, no seio familiar, na convivência harmônica da família; a sua casa é o seu endereço de cidadania. Dentro da família, no ambiente doméstico, é o lugar privilegiado para se fazer a experiência da solidariedade, dos valores humanos, valores sociais, lugar onde iniciamos nosso aprendizado para nossa vida futura, nosso ideal, nossa vocação, onde aprimoramos a nossa personalidade de gente e de filho de Deus. Dentro da sua realidade social e religiosa, a família deve buscar mecanismos de respostas às dificuldades e desafios que a vida moderna lhes impõe, conhecendo e vivendo neste mundo alienado e alienante da nossa história.

O processo de secularização da vida social moderna, conhecendo os mais variados métodos de persuasão e indução, faz o uso da modernidade tecnológica para criar nas pessoas e nas famílias este desejo de ser e querer mais, sem passar pela pedagogia da cidadania que compreende valores humanos, sociais e religiosos. Se o governo afirma que o Brasil é um país laico, de fato ele o é pela indução e exigência das autoridades civis, as quais querem estabelecer entre as religiões, esta política da boa vizinhança, visando ao futuro bem próximo das suas pretensões e aspirações aliado a outros desejos; esta postura civil caracteriza e demonstra um objetivo, um fim bem definido e articulado por aqueles que conduzem a política do nosso Brasil.

CONSTRuINDO CIDADANIA

Não se olha a cidadania social e religiosa como união de valores, união de lideranças, união de crédulos, união de civilidade, união de culturas etc.; para refletir os problemas e temas comuns da nossa realidade e, juntos, buscarmos ações concretas que visem ao bem comum do povo e da sociedade.

Ao longo da história dos nossos governos civis e militares, considerando também os governos militares de 1964 a 1985, não se nota nenhum esforço dessas pessoas para uma política de cidadania social, principalmente no período ditatorial, no qual não se contemplava nem se cogitava a configuração de uma cidadania nos moldes atuais. Hoje é inegável o valor da pessoa humana e a sua participação na vida social, política e religiosa, agregando valores dessas instituições para o conjunto da sociedade, na busca de caminhos que possam responder às necessidades do nosso tempo, formando a cidadania democrática e solidária.

Não visando a interesses políticos, é preciso que a cidadania social e religiosa encontrem objetivos comuns, nos quais se possam concretizar a justiça e a paz; com a globalização da solidariedade e da partilha, em contraposição desse individualismo exacerbado e egoísta que se faz presente em nossa realidade histórica.

Embora aqui se deva refletir sobre aquela velha máxima “ninguém dá o que não tem” contextualizando o histórico familiar; se o pai de família não recebeu valores humanos, cristãos e culturais da sua origem familiar nem da sociedade, como poderá oferecer aos seus filhos?

Pe. Sebastião dos Reis dos Santos, C.Ss.R.Araraquara, SP

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“Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20,21b). “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade” (Mc 16,15).

Deus nos chama sempre. Vocação é um chamado de Deus e uma resposta da pessoa humana. E esse chamado é feito a partir do amor e no amor do Pai, que não só nos chama à vida, mas também à Fé; este chamado é a vocação cristã.

Esta vocação cristã é uma caminhada que iniciamos no Batismo e que perdura a vida toda. Ali nos tornamos discípulos-missionários de Cristo (EG 120), ou seja, seus ouvintes atentos e seus seguidores, mas não apenas seguidores, porém continuadores. Este sinal de nossa filiação divina é também um convite do Pai para abraçarmos o seu projeto de vida, projeto esse que deve ser concretizado em nossa vida pessoal e também realizado na sociedade.

Assim, enraizados em Deus e enxertados em Cristo, como seus seguidores (discípulos), tornamo-nos também seus missionários (continuadores), pois “assim como o Pai me

3. Planejamento e Formação

Vocação Um serviço missionário

enviou, eu também envio vocês” para que

“vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia

para toda a humanidade”. Os que aceitam o convite de Jesus

para entrar em seu grupo formam comunidade e procuram viver como aprenderam do Mestre. Reúnem-se para a escuta da Palavra de Deus, para a fração do pão (comunhão eucarística), para o serviço fraterno, para o socorro dos pobres, doentes e desamparados. Ou seja, cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo da evangelização (EG 120).

Os Apóstolos formam a primeira comunidade de Jesus, juntamente com outros seguidores, homens e mulheres que, desde pentecostes, compreendem e assumem o chamado de Jesus como um serviço do anúncio e realização do projeto de Jesus. Abraçam, portanto, uma vocação missionária (chamados-enviados), num compromisso de testemunhar o que viram e

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ouviram: “o que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados” (Mt 10,27b).

Nessa comunidade, animada pelo Espírito de Jesus, surgem diferentes serviços, também chamados ministérios: um é o serviço da Palavra, outro da Eucaristia, outro do socorro aos enfermos, outro da ajuda aos pobres, outro de instrução aos novos que ingressam na comunidade etc. Cada um com sua função, uns ajudando os outros, e todos juntos formando a comunidade. Jesus mesmo disse que veio para servir e para nos reunir numa família de irmãos e irmãs que têm a Deus por Pai.

Aos poucos vamos percebendo que o chamado de Deus tem como resposta o servir, ou o colocar-se a serviço Dele e de seu projeto, num anúncio-testemunho constante da Boa Notícia que Ele nos revelou em Jesus. Não é à toa que São Francisco nos diz: “Anunciar o Evangelho sempre; se necessário, usar palavras”. Aliás, São Francisco foi um apaixonado da comunidade. Deixou suas riquezas para abraçar uma vida simples, com outros irmãos, servindo os leprosos, anunciando a paz, pregando o Evangelho e orando com grande fervor. Seu exemplo contagiou e contagia muita gente, até hoje. De fato, a vida dele foi um serviço missionário de “restauração” para toda a Igreja.

•Colocar-se à disposição dosirmãos, principalmente dos doentes, pobres e marginalizados.

•Testemunharenãosepreocuparem falar aos outros.

•AnunciaroEvangelhoatodasascriaturas, pois todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor que, sem olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força e dá sentido à nossa vida (EG 121).

•Denunciar todo sistema queescraviza.

•TerasmesmasatitudesdeJesusCristo.

•Terocoraçãoabertoparatodosque se achegarem. Rezar com o coração e não somente com a boca.

•Não ter medo de dizer o sim,como nossa mãe Maria o fez.

•Ser fiel ao projeto que nos éproposto pelo Pai.

•É deste modo que podemosresponder ao chamado de Deus (vocação) com a disponibilidade e o compromisso em trabalhar pela implementação do Projeto de Vida anunciado, revelado e realizado entre nós por Jesus, o Missionário do Pai.

SER MISSIONáRIO é:

Romaria Redentorista - Missa de encerramento do Ano VocacionalFoto: Thiago Leon

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Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R.

Pe. Luís Rodrigues Batista, C.Ss.R.

Fotos - Romaria Redentorista, novembro de 2014

E “Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe. Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino” (EG 285).

Que Maria, a discípula-missionária do Pai, “a verdadeira mãe que caminha, luta conosco e aproxima-nos, incessantemente, do amor de Deus” (EG 286), ajude-nos a viver nossa vocação cristã como um serviço missionário na realização do Projeto de Amor de Deus, pois ela é “um modelo eclesial para a evangelização” (EG 288), “a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno”, diz-nos o Papa Francisco na Evangelii Gaudium (EG 286).

Ó Maria, ajude-nos a fazer de nossa vida uma resposta de amor e serviço missionário aos chamados que Deus nos faz. Amém.

Pe. Ronival B. dos Reis, C.Ss.R.Araraquara, SP

Momento no Centro de Eventos

“Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe. Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino” (EG 285).

Momento no Centro de Eventos

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13Informativo da Província 13Informativo da Província

Perfis e Experiências 4.

São Geraldo Majela foi um homem profundamente presente e sensível aos problemas de seu povo. Sua saúde frágil não o impediu de exercer a caridade fraterna e testemunhar, com a própria vida, o efeito do amor que sentia por Jesus Cristo, expressamente no seu zelo pelo Santíssimo Sacramento, também traduzido no cuidado para com os pobres e doentes.

Sua obediência às regras e aos superiores, em quem via a vontade de Deus, não limitou a sua ação em favor dos empobrecidos, pelos quais não media sacrifícios. Dotado

Missãodo Irmão Redentorista

de uma mística que, às vezes, o deixava extasiado, o Santo Irmão uniu contemplação e ação, fazendo de sua vida uma constante doação. A caridade exercida por Geraldo era carregada de profetismo, já que questionava e desinstalava a sua própria comunidade.

Hoje, o irmão religioso continua presente na Congregação Redentorista, tendo como inspiração a fi gura de Geraldo Majela, e enfrenta novos desafi os, que não são menores que os do tempo do jovem santo. Em um mundo cada vez mais competitivo e secularizado, onde se busca o sucesso pessoal,

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14 Informativo da Província

o irmão redentorista é chamado a ser um testemunho de simplicidade e fraternidade.

Inserido nas mais variadas realidades da vida eclesial e social, é chamado a exercer a profecia da esperança e da perseverança. Para dar uma resposta de forma consciente e efetiva à nova realidade, precisa estar sempre aberto ao crescimento, buscando se reciclar intelectual e espiritualmente, cultivando a vida de oração e resgatando o sentido de sua escolha vocacional.

Sua missão, além do cuidado com a comunidade redentorista, inserido nas pastorais, movimentos, obras sociais, atividades missionárias e meios de comunicação, é expressar a sua fé, vivendo a profissão religiosa de forma fiel e criativa, testemunhando o amor fraterno e a alegria de ser cristão.

Ir. Pedro Magalhães Gomes, C.Ss.R.Rio de Janeiro

Encontro dos Irmãos Redentoristas do Brasil - Trindade/2014

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15Informativo da Província

Nossa História Recuperada 5.

Os Afrescosda Igreja de Nossa Senhora

do Perpétuo Socorro

Jardim Paulistano – São Paulo

A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, abriga uma das obras mais belas e expressivas da arte contemporânea de São Paulo (SP): um misterioso afresco encomendado pela comunidade Redentorista que revela faces conhecidas da sociedade da época ao lado de padres, bispos e santos.

Concebido em função da devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como medianeira e fonte inesgotável de auxílio e socorro, o afresco foi inaugurado em 13 de setembro de 1964. A obra é de autoria do famoso pintor romeno-franco-brasileiro chamado Samson Flexor e levou seis anos para ser finalizada.

O conjunto das pinturas murais da igreja mede cerca de 300 metros quadrados e contém 196 personagens, divididos em blocos. À esquerda, a Igreja Militante é composta por um grande número de fiéis, devotos ilustres da comunidade paulistana e até mesmo um autorretrato do pintor.

Pela lateral direita, os santos formam a Igreja Triunfante; próximo ao altar, em ambos os lados, observa-se a cena do milagre da santa, ocorrido nas Filipinas; a Igreja Padecente, cujos olhares fixos e esperançosos se dirigem para a abside do presbitério; e finalmente o altar-mor, em cuja cúpula reina a Nossa Senhora, ladeada pelos quatro evangelistas.

15Informativo da Província

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16 Informativo da Província

Afresco

Pain

el

Visite a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro:

16 Informativo da Província

As pinturas “consistem numa extensa exposição de personagens que se orientam em direção ao grande centro, representado pela figura maior de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, determinados e dirigidos graças ao dinamismo das formas e linhas diagonais. Descobrem-se, portanto, não apenas as figuras humanas, mas os traços que as constroem”, de acordo com a professora e pesquisadora da USP Teresa Cristófani Barreto, no artigo “Retratar, retratar-se, ser retratado”.

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Rua Honório Líbero, 100 / em frente à praça Desembargador Manoel Gomes de OliveiraJardim Paulistano – Oeste(11) 3083-0033

Fotos interior da igreja

17Informativo da Província

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18 Informativo da Província

Muito feliz a iniciativa do Fr. Reinaldo Benjamim, em resgatar a história da “Animação Missionária”, trabalho pastoral desenvolvido no Alfonsianum, nos anos 80 do século passado. A título de colaboração, na medida em que a memória permite, quero passar algumas informações que poderão ajudar a compor a história dessa belíssima e tão importante iniciativa apostólica, que muito nos ensinou no desabrochar de nossa juventude como religiosos consagrados.

Importante lembrar que mais detalhes estão escritos no “Livro das Crônicas” e poderão ser visualizados no álbum fotográfi co. Foi uma época marcada por uma jovialidade destemida e repleta de paixão pelo carisma missionário itinerante, provocando a realização de variadas e faustivas peripécias missionárias pelas várias cidades onde passamos.

Em 1985, quando cheguei ao Alfonsianum, lá já estava o Silvio Siqueira que também era um grande defensor do trabalho missionário. Naquele ano, recebemos do Salles a tarefa de coordenar a Animação de Guararema (Diocese de Mogi das Cruzes) que deveria ser realizada ao longo daquele ano. Foi um trabalho cheio

de muito êxito e que nos trouxe uma grande surpresa mais tarde.

Lembro que, sabendo da realização do trabalho naquela cidade, o bispo (Dom Emílio) designou um padre para acompanhar o nosso trabalho. Ele procurava se inteirar de tudo que ali estava se passando. A preparação das comunidades nos bairros, o período da formação das lideranças, a organização dos grupos de círculo-bíblico, a presença do grupo missionário na cidade, o trabalho de perseverança no “pós-animação”... Tudo foi acompanhado pelo “olheiro” da Diocese. Guararema foi nossa porta de entrada posterior na Diocese de Mogi. Logo em seguida foi-nos oferecido o Bairro de Braz Cubas, em Mogi das Cruzes (1987) e Biritiba-Mirim (1988). Cidades-dormitório de São Paulo. Gente simples, muitas indústrias, pobreza, pluralidade religiosa, povo sem atendimento, paróquias muito grandes em busca de melhor estruturação e um grupo de líderes locais cheios de boa vontade. Aquela realidade despertou em nós a refl exão no sentido de pensar a “Animação” como uma possibilidade de trabalho itinerante voltado para a realidade dos “grandes centros urbanos”. Não queríamos repetir o modelo

Um resgate histórico, 33 anos depois do seu nascimento como iniciativa pastoral

Ainda sobre aAnimação Missionária

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19Informativo da Província

das Santas Missões, mas colaborar para que novas pistas pudessem surgir e iluminar nossa atuação missionária.

Queríamos encontrar um caminho para tentar atingir os centros urbanos porque, já naquele tempo, significavam vários desafios a serem enfrentados para a realização deste modelo pastoral itinerante tão precioso para nossa Província. Biritiba-Mirim e Braz Cubas foram um sucesso! O segredo foi não ter pressa! Ficar mais tempo com a comunidade, conhecer seus problemas, suas dificuldades e necessidades. Localizar as lideranças existentes. Conhecer o Plano Pastoral da diocese e da Paróquia. Muita conversa com o pároco. Recrutar outras pessoas (de boa vontade) para atuarem na Paróquia, formar as pequenas comunidades nos bairros. Depois partimos para a formação desses leigos, cheios de ardor missionário que, com muita fé, responderam ao convite para o trabalho de animação na Paróquia. Organizamos os bairros em setores e teve início a novena de preparação para a grande semana. Eram as pequenas comunidades formando a grande comunidade paroquial, sinal da Igreja viva do “Povo de Deus”. Depois veio a fase intensa com a presença do grupo missionário distribuído pelas várias comunidades da Paróquia. E, na terceira fase, continuamos por mais tempo focando na formação das lideranças.

Em 1986 chegam o Roni e o Anchieta que, unindo-se à coordenação, muito ajudaram na reflexão e coordenação dos trabalhos que se realizaram na sequência. Nesse ano veio Passa Quatro, em Minas Gerais, o que dispensa falar muita coisa. Foi um sucesso! Mais uma vez se confirmou a fórmula de dar mais tempo para a formação dos leigos; disponibilizar mais tempo para acompanhar a organização da paróquia.

Em 1987 estivemos em Santo Anastácio-SP e outro desafio se nos apresentou: ali tínhamos, à nossa disposição, uma rádio que foi muito bem utilizada. Nesse ano já contávamos com a empolgação do Pereira que tinha acabado de chegar ao Alfonsianum.

Em Santo Anastácio, no dizer popular: “nadamos de braçada”.

No final de 1986, por ocasião da ordenação do Luis Carlos, da Província de Campo Grande, fomos convidados para coordenar e organizar a Animação Missionária no Bairro de Atuba, em Colombo, cidade satélite de Curitiba-PR. Lá estivemos juntamente com os estudantes de teologia do Paraná e alguns padres que atuavam na formação e no santuário do Perpétuo Socorro. De novo estávamos em meio à população de um grande centro-urbano, cidade dormitório, operários, gente simples vinda do interior do estado, mas cheios de muita fé e vontade de vencer na vida.

Ainda no final de 1986, aconteceu a Animação Missionária em Pouso Alto-MG, que também foi um sucesso.

Em julho de 1988 foi a vez do Bairro Vila Lavínia, também em Mogi das Cruzes-SP, uma realidade difícil, bairro dormitório, formado por pessoas de diversas regiões do Brasil. Mas que também foi um sucesso devido ao gastar tempo em estar junto com o povo e ao fazer uma caminhada mais extensa na preparação da liderança.

No final de 1988 veio Cordeirópolis-SP e início de 1989 Albertina-MG. Tudo muito bem feito, repleto de vários “causos” e belíssimos resultados pastorais!

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20 Informativo da Província

Em julho de 1989, aconteceu o trabalho de Animação em Engenheiro Coelho-SP, e em dezembro do mesmo ano, em Artur Nogueira-SP. Ambas da Diocese de Limeira. O trabalho também foi um sucesso devido ao tempo desprendido na formação, acompanhamento e organização das lideranças locais, bem como as conversas com o pároco na busca de caminhos para melhor colaborarmos com a organização pastoral da paróquia.

Gostaria também de destacar alguns nomes que foram importantes para a construção desse projeto apostólico itinerante. Nosso superior, Pe. Domingos Sávio, que sempre nos apoiava e acompanhava em todas as iniciativas. Lembro-me dos Pes. Figueiredo, Libardi e Lauro. Eles sempre nos defendiam diante de algumas críticas que surgiram entre os mais velhos; inclusive, emprestavam- -nos os equipamentos de som sempre que solicitados. Lembrando que nós só terminamos de equipar a aparelhagem do Alfonsianum em 1988. Tínhamos 15 “boquinhas”, 04 conjuntos para som externo e interno, caixas de som, faixas, e tudo mais! Foi uma vitória!

Um destaque ao Pe. Lauro que, sendo do Conselho Missionário, em 1987, no primeiro Encontro Missionário Intercongregacional, que se realizou em Vacaria-RS, fez questão de levar dois

representantes do trabalho de Animação Missionária realizado por nós. Lá estivemos o Roni e eu.

Outro nome que precisa constar na evocação dessa história é o do Pe. Pacheco. Em todos os trabalhos, lá estava o “Pachequinho”. Era chamado carinhosamente de “mestre Pacheco”, porque lá no meio da massa, com o povão, ele muito nos orientava e ensinava sobre lidar com o som, consertos, técnica de oratória, a ter paciência com os costumes do povo, saber escutar os que vinham desabafar e, sobretudo, acolher com caridade!

Também foram vários trabalhos de apoio por ocasião de Semana Santa, novenas de natal, tríduos e festas em que retornávamos aos lugares por onde tínhamos realizado a Animação. Era sempre uma feliz oportunidade para voltar a fazer contato com os párocos e as lideranças dos lugares missionados. Foi um tempo muito bonito e profícuo!

Bem, até aqui procurei passar um pouco daquilo que ainda me lembro, mas se quiser outros detalhes é só procurar no arquivo do Alfonsianum ou acionar a memória prodigiosa do Roni.

A Animação foi um tempo que nos oportunizou conjugar a experiência da “prática” com a “reflexão” sobre o sentido, valor e possibilidades do trabalho missionário itinerante como opção animadora na vida cristã das paróquias. Naquela época, empolgava-nos pensar em descobrir um rumo diferente para atualizar o trabalho das Missões. Basta lembrar o contexto social e eclesiológico daquele tempo, em que o fazer teológico se dava a partir da opção preferencial pelos irmãos mais pobres e abandonados, e o grande desafio era pensar uma pastoral, em nível de itinerância, que pudesse acudir as necessidades da grande massa da população que vivia nas periferias dos grandes centros urbanos.

Penso que a “Animação” tenha também essa característica de provocação para se pensar a busca de novas possibilidades, a

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O mundo continua a clamar “por amor, caridade e justiça”, como disse o Papa Francisco.

fim de incrementar o trabalho missionário itinerante. Ela favorece a oportunidade de experimentar, na prática, outras “receitas” e nos lança para a reflexão sobre a busca de outras estratégias de ação. Na história das Santas Missões da Província de São Paulo, muitas experimentações foram feitas ao longo do tempo até se chegar ao modelo que hoje conhecemos.

Então, caros estudantes, não tenham medo de refletir, discutir, inventar, ousar, testar e experimentar. O mundo moderno nos interpela! Grandes desafios estão sendo colocados pelo processo da secularização diante da missão evangelizadora da Igreja para este século! O mundo continua a clamar “por amor, caridade e justiça”, como disse o Papa Francisco. Qual poderá ser a nossa resposta tendo no coração esse lindo carisma missionário deixado por Santo Afonso?

Dito SergioJaguariúna, SP

Com fé, longe se vai sonhando demais!

Afinal, o carisma redentorista nasceu da sensibilidade do olhar de um jovem que, constatando a necessidade de um povo humilde e abandonado, não teve receio de ousar!

Grande abraço

A Revolução de 1932e o “Batalhão Padroeira do Brasil”

Uma frente de combate chamada “Linha Nossa Senhora Aparecida” ou “Batalhão Padroeira do Brasil” soa estranho para quem pouco sabe sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. Durante os três meses de conflito, Nossa Senhora esteve nas trincheiras, presente nos corações dos leigos e religiosos que lutaram pela democratização do país. E eis que a Terra da Padroeira passou por um dos maiores dilemas de sua história: retirar ou não a Imagem Milagrosa de seu Santuário para mantê-la em segurança?

O nome da linha de combate foi uma homenagem à Padroeira do Brasil feita pelo Estado Maior do Exército Constitucionalista. A data cívica mais importante para o Estado de São Paulo não envolveu oficialmente a Igreja Católica, mas também não impediu a

atuação de religiosos que concordavam com a proposta revolucionária de apoiar o Movimento que exigia uma nova Constituição para o Brasil e a manutenção do respeito político pelo Estado de São Paulo.

A centralização do poder na chamada “Era Vargas” (1930 a 1945) desencadeou o conflito armado que deixou saldo superior a mil mortes e envolveu diversas cidades do Vale do Paraíba, incluindo Aparecida. Por ser um importante ponto estratégico para a Frente Norte do conflito, a Terra da Padroeira foi bombardeada por meio de ataques aéreos, o que motivou a ação de padres que tomaram nitidamente posição favorável à Revolução, o principal deles padre Antão Jorge, vigário e reitor do Santuário Nacional.

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Por Tatiana Bettoni – JornalistaPortal A12.com

“Tirar a Imagem é arrancar-lhes a principal esperança. Que será depois se nossos soldados ficarem desesperados de sua vitória, por verem retirada a Padroeira, como se nossa causa já estivesse perdida?”

Líder nato, padre Antão colaborou com o regimento do corpo expedicionário de aparecidenses prontos para o combate. Dedicado ao bem do povo, convicto de que era a melhor posição para o povo brasileiro e paulista, o Missionário Redentorista organizou com os vicentinos um hospital militar na atual escola Chagas Pereira, chamado Hospital da Revolução para o atendimento de feridos. Disse ele, em carta ao arcebispo Dom Duarte Azevedo: “a menor entre as cidades paulistas não quer ser a última a contribuir para o triunfo do ideal pelo qual São Paulo está se batendo”. E assim concluía a mensagem: “A Padroeira do Brasil nos dê quanto antes a paz após a Vitória do Ideal Constitucionalista”.

Ao mesmo tempo em que seminaristas deixavam o Seminário Santo Afonso, partindo em trens lotados para a capital paulista, padre Antão acolhia intensamente jovens padres brasileiros, que se assumiram capelães militares, entre eles padre Antônio Pinto de Andrade C.Ss.R., que esteve nas frentes de batalha em cidades como São José do Barreiro e Silveiras; além do padre Pires, conferencista e escritor, e padre Alves, que também estiveram nos campos de batalha.

Em setembro, diante da necessidade de “esconder” a Imagem de Aparecida em um abrigo subterrâneo, o arcebispo mostrou preocupação com o moral dos combatentes, que beijavam a Imagem

sempre ao retornarem à luta. “Tirar a Imagem é arrancar-lhes a principal esperança. Que será depois se nossos soldados ficarem desesperados de sua vitória, por verem retirada a Padroeira, como se nossa causa já estivesse perdida?”, questionou. Em 25 de setembro, a Imagem foi levada para São Paulo, com o desejo escrito por padre Antão: “Esperamos que a poderosa Padroeira do Brasil alcance brevemente o fim destes dias de provação”.

O conflito encerrou e a milagrosa imagem da Virgem de Aparecida foi trazida de volta para Casa pelo próprio padre Antão, em 6 de outubro daquele ano, de onde continua abençoando e protegendo seus amados filhos.

Fontes:01. Cordeiro, José. Aparecida:

devoção mariana e a imagem da Padroeira do Brasil / José Cordeiro, João Rangel e Denílson Luís – São Paulo: Ed. do Autor, 2008.

02. Pe. João Pereira Gomes, C.Ss.R. Cadernos Redentoristas – 9 (Padre Antão Jorge)

03. Colaborou: Pe. Victor Hugo Lapenta – Coordenador da Comissão de Bens Culturais e Históricos da Arquidiocese de Aparecida

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Pelas Províncias e Vice-Províncias 6.

Uma História de120 Anos de Amor

“Cristianizar a Romaria do (então) Barro Preto.” Foi com esse objetivo que o bispo de Goiás, Dom Eduardo Duarte da Silva, por volta de 1891, viajou até a Alemanha, para solicitar auxílio aos missionários da Congregação do Santíssimo Redentor. Essa história de amor, dedicação e trabalho dos

Os missiOnáriOs rEdEntOristAs EstãO Em GOiás dEsdE 1894, quAndO fixArAm rEsidênciA Em cAmpininhA dAs flOrEs, hOjE cAmpinAs, bAirrO dE

GOiâniA, cApitAl dO EstAdO.

Confrades - 2014

Santas Missões - Goiás

Assembleia Provincial de São Paulo

Província Redentorista de Goiás

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missionários redentoristas em Goiás, começou em 12 de dezembro de 1894, quando fixaram residência em Campininha das Flores, hoje Campinas, bairro de Goiânia, capital de Goiás. Foi em 29 de Maio de 1895 que aconteceu a entrada oficial dos missionários redentoristas em Barro Preto, mas só em 1924 os religiosos passaram a ter residência fixa na cidade, que nessa época já era conhecida como Trindade. A presença dos padres e irmãos que vieram da Alemanha, bem como o espírito de Santo Afonso de Ligório, fundador da congregação, aos poucos transformaram a fisionomia das Romarias, iniciando um processo de educação na fé dos fiéis, criando novas comunidades, auxiliando na organização eclesial da diocese, instituindo novas paróquias e atendendo, sem medir esforços, a todo o povo de Deus, sem se importar com a distância.

Dom Eduardo Duarte da Silva assumiu a pastoral da Diocese de Goyaz em 1891. Conheceu a realidade do povo do sertão e, com especial atenção, preocupou-se com a pastoral da Romaria do Barro Preto, que reunia muita gente no primeiro final de semana de julho e que não recebia a devida assistência por parte da Igreja. O bispo foi à Europa em busca de uma congregação religiosa para atender a romaria, realizar as santas missões na região sul da diocese e cuidar da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campininhas de Goiás, hoje Goiânia. Visitou diversos superiores de congregações religiosas, entre eles o então Superior-Geral dos Redentoristas, Pe. Matias Raus, mas não obteve resposta positiva. Dom Eduardo já estava bastante desanimado. Segundo Mons. Francisco Ignácio de Souza, que acompanhou a viagem do bispo, naquela noite o Pe. Matias teve um sonho com o fundador de sua congregação, Santo Afonso Maria de Ligório. No dia seguinte, procurou por Dom Eduardo e recomendou que fosse a Baviera, na Alemanha, e lá conversasse com o Superior Provincial, Pe. Antônio Shopf, que iria enviar o grupo de missionários para Goiás.

Dom Eduardo foi à Alemanha e conseguiu um grupo de missionários para Goiás. Mas logo tomou conhecimento que metade daquele grupo deveria ficar

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Pe. Pieroni, Pe. Agostinho Poster e Pe. Maurílio Fernandes com os primeiros alunos

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25Informativo da Província

em São Paulo, para cuidar das romarias de Nossa Senhora Aparecida.

Foram 16 dias de viagem. A chegada ao Rio de Janeiro aconteceu em 21 de outubro de 1894. Os que viriam para Goiás partiram do Rio em 5 de novembro. Seguiram de trem para Uberaba, na companhia de Dom Eduardo, em uma viagem de dois dias. Dali, partiram a cavalo, em 17 de novembro, rumo a Campininhas de Goiás, em uma viagem de 480 quilômetros, que durou 26 dias.

A saga terminou às 13 horas do dia 12 de dezembro de 1894. Chovia copiosamente. Completamente encharcados, chegaram, finalmente, ao seu destino. Foram recepcionados pelo vigário, Pe. Inácio de Souza. Diante da Igreja Matriz da Senhora da Conceição, repletos de gratidão a Deus e à Virgem Maria, entoaram o te deum. Terminou a viagem: era o começo da missão redentorista no Brasil Central.

Matriz - Campininhas

1944: há 70 anos, no dia 26 de abril, foi fundado o Seminário Redentorista São José, na Campininha das Flores, hoje Setor São José em Goiânia.

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26 Informativo da Província

Retratos da Província Redentorista do Rio de Janeiro

O dia 29 de junho de 1951 amanheceu friorento e úmido em Juiz de Fora. À comunidade Redentorista de nossa Senhora da Glória, reunida no Oratório do Convento para a meditação matinal, o vice-Provincial Padre Lucas Veeger, C.Ss.R., leu o Decreto,

emanado do Governo-Geral da Congregação Redentorista e assinado pelo Reitor-Mor, Padre Leonardo Buijs, C.Ss.R., que erigia em Província autônoma, até então, vice-Província Holândico-Brasileira do Rio de Janeiro. Cópias deste Decreto foram igualmente lidas em todas as unidades deste grupo Redentorista. Estava, assim, ereta mais uma Província na Congregação.

ELEVAçãO CANôNICA

Igreja da Glória - Juiz de Fora

Assembleia 2013

Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Campos

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Este foi, tão somente, um ato jurídico- -canônico criando uma nova entidade que, na verdade, já existia e atuava por 58 anos no Brasil, mormente nos estados de: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Tudo começou quando nossos pioneiros, Pe. Mathias Tulkens e Francisco Lohmeijer, desembarcaram do navio “Ceará”, no porto da cidade do Rio de Janeiro, ao anoitecer do dia 2 de julho do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1893.

A gesta dos pioneiros, em busca do primeiro “arranchamento”, terminou no dia 26 de abril de 1894 com a instalação do Reitor da Comunidade Redentorista de Nossa Senhora Assumpta in Coelis: Padre Geraldo Schrauwen, C.Ss.R. Achava-se, assim, instituída com 5 Padres e 3 Irmãos-Leigos, a Primeira “Missão Holândico-Brasileira”, ligada à Província-Mãe de Amsterdam, na Holanda.

Cresceu e se fortaleceu a tal ponto que, aos Superiores, pareceu bem erigi-la em vice-Província. Isso aconteceu por um Decreto do Reitor-Mor da Congregação, Padre Mathias Raus, C.Ss.R., assinado em Roma no dia 10 de fevereiro de 1903 (o texto original está em francês). E, assim, permaneceu por 48 anos.

A pregação das “Santas Missões Populares” foi a ocupação principal e primordial desses Redentoristas. Até a década de 1960, cada Comunidade tinha uma “Equipe Missionária” composta de 3 padres. Constante era também a pregação de Retiros Espirituais e Desobrigas. Aumentando o efetivo pessoal e alargando o espaço, organizaram as Paróquias e Santuários que criaram consoante o modelo pastoral da época: associações e cura d’almas. O atendimento de confissões tornou-se uma característica desses Redentoristas, “Homens do Confessionário”. Em Belo Horizonte, na década de 1910 foram os Párocos de toda a cidade. É que eles vieram, para o Brasil, como missionários e não como turistas.

O quE PRECEDEu?

O quE FAzIAM?

ONDE?

Para seus “acampamentos” de apoio logístico escolheram locais estratégicos ao longo das estradas de ferro. Destarte surgiram os Conventos. Em Juiz de Fora, a Comunidade Nossa Senhora da Glória em 21-01-1894, (posteriormente, a Casa-Mãe da Província). Na capital mineira a 26-01-1900 a Paróquia e Comunidade de São José-Centro. Seguiu-se a Comunidade de Santo Afonso, na cidade do Rio de Janeiro, bairro Tijuca, iniciada a 25-03-1903. Em Curvelo, a Comunidade do Santuário de São Geraldo teve início no dia 18 de setembro de 1906. Em 15 de novembro de 1923 começou a fundação de Congonhas com o encargo do Santuário do Senhor Bom Jesus e a Paróquia de nossa Senhora da Conceição. Ali se estabeleceram: o Juvenato São Clemente Maria e o Juniorato Santo Afonso (este no dia 03-1952). A Comunidade do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Vitral do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Campos

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28 Informativo da Província

quANTOS ERAM?

DE quE VIVIAM?

CRISE

Na época da elevação, a Província contava com mais de 60 Sacerdotes, uns 20 Fratres-Estudantes, 5 Noviços, uns 30 Irmãos-Leigos, mais de 100 Juvenistas que representam os “Vocacionados” de hoje.

Após o Concílio Vaticano II, a Província experimentou uma “crise vocacional” muito forte, e isto afetou toda a sua vivência e atividade. Mas, mercê de Deus, pouco a pouco está se recompondo em novos moldes, pois ama o que faz e tem consciência do que

De espórtulas e doações dos fiéis. Desde o início e com a licença expressa do Arcebispo de Mariana Dom Silvério Gomes Pimenta, os missionários pediam, durante as “Santas Missões” ajuda para a formação de novos missionários. Dispunham, além disso, de um sítio em Congonhas (a “Chacrinha”), outro em Floresta e que muito ajudaram na manutenção do Juvenato, Juniorato e Estudantado.

em Campos dos Goytacazes, RJ, teve início no dia 25-01-1923. Em 16 de janeiro de 1945 teve início o Seminário Maior Redentorista de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Floresta, bairro de Juiz de Fora. No dia 7 de agosto de 1948 começou a Comunidade de São Sebastião, no Vale do Aço, com a Paróquia de Coronel Fabriciano. Mais recentemente, foi fundada a Comunidade da Sagrada Família em Cariacica, na grande Vitória, ES.

Algumas Fundações foram abandonadas como: Teresópolis, Campanha, Mimoso do Sul, Santa Rita do Sapucaí, Três Corações, Três Pontas, Congonhas, o Noviciado em Correia de Almeida e Aracruz. Também a vice-Província de Lima, que fora agregada à Província do Rio de Janeiro no dia 28 de agosto de 1955, posteriormente, passou à Província de Madri, Espanha.

é. Hoje a Província até ajuda algumas vice-Províncias do Brasil, no setor Formação.

Nossa mui querida Província Redentorista do Rio de Janeiro, com fidelidade e amor ao seu carisma, sobreviverá, mesmo através de trancos e barrancos! Essa é a nossa firme confiança. E que o Santíssimo Redentor e a Virgem do Perpétuo Socorro nos amparem, sustentem-nos e nos aponte o rumo nesta caminhada!

Dom Helvécio e Pe. José Gonçalves - Cel. Fabriciano.

Assembleia - 2013

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29Informativo da Província

Notícias e Informações 7.

Pe. José Pereirae os Ovos

Fazenda do Potim, Guaratinguetá/SP, 1969, ano em que fiz o noviciado, similar à vida monástica, em preparação à formação de padre missionário redentorista, tendo o Pe. Amador Leardini como mestre. No horário, todo cronometrado, era prevista meia hora de cochilo (sesta), após o almoço. Como eu não conseguia cumprir essa atividade e não parava de ficar admirando a rica vida ornitológica ao redor do prédio, especialmente acompanhando desde a construção de ninhos até a saída dos filhotes, comecei a colecionar ovos das aves locais.

A vida era tão abundante que, quase todo dia, encontrava no chão, ao lado do prédio, pintado de branco, algum pássaro desmaiado ou morto por bater na parede, talvez pensando que era um espaço vazio. Tsiu, coleirinha, bigodinho, rolinha, galinha-dágua, beija-flor, canário-da-terra , entre tantos. Se estava vivo, corria para a cozinha, pegava um pouco de água com açúcar e pingava no bico. Quase

sempre funcionava e ficava todo alegre quando saía voando.

Durante o horário da sesta, saía para andar pelo pomar e mata vizinha. Quando um ninho começava a ser construído, ficava acompanhando até aparecer o primeiro ovo para a coleção. Com uma agulha, furava ambos os polos e ficava assoprando até sair todo o conteúdo. Colocava em uma caixinha e anotava a data e o nome popular da ave. Assim, montei uma pequena coleção de ovos, nada científica, apenas resultado de um hobby sem maiores pretensões.

No início do ano seguinte, após o final do noviciado, já com os votos temporários de três anos quando do recebimento da batina redentorista, com o título de Frater (Fr.) antes do nome, recebemos a visita do Pe. José Pereira Neto, que se mostrou curioso com minha coleção. Dias depois, recebo uma correspondência dele. Eram algumas folhas originais de uma revista francesa, Plaisir de

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30 Informativo da Província

Um grande abraçoJosé Carlos Criado

France, de maio de 1948, acompanhadas de um bilhete escrito pelo Pe. Pereira dizendo: “Au Fr. José Carlos Criado, ne pas “galopin” mais “collectionneur” de oeufs”. No artigo da revista, o autor apresentava a foto de uma coleção de ovos, explicando, no início do texto, a diferença entre “galopin” e “collectionner”. Bela forma discreta de chamar minha atenção pelo que havia feito.

Na época não entendi bem sua intenção, mas achei interessante a ilustração da revista com ovos de pássaros dispostos de forma a desenhar um lagarto, em uma placa de espuma de nylon. Fui à carpintaria, montei uma caixa, com tampa deslisante de vidro e coloquei no fundo uma placa de espuma, tentando copiar o modelo da revista. Com um ferro aquecido, abri pequenos buracos na espuma para encaixar os ovos, formando a figura de um lagarto.

Nesse mesmo ano, nossa classe começou com os estudos de Filosofia no IRES – Instituto Redentorista de Estudos Superiores – em um prédio enorme construído no quilômetro 20 da Raposo Tavares, São Paulo. Lugar também exuberante de vida ornitológica devido sua localização em meio à mata. Muitos pintassilgos, principalmente, mas nunca consegui encontrar seus ninhos e, assim, parei de colecionar ovos. Lugar que hoje se transformou em penitenciária feminina em meio a um novo bairro, quase sem mata, sem aves. Aos poucos elas estão desaparecendo e, em breve, somente poderão ser conhecidas através de livros, fotos, e.... coleções.

Quase 45 anos depois, a pequena coleção ainda está comigo. Afinal, o Pe. Pereira recomendou que fosse um colecionador (ne pas “galopin” mais “collectionneur”), permitindo a outros a oportunidade de apreciar algo interessante. Seguem as fotos.

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31Informativo da Província

As Mudanças do Missionário

O relógio marca 14h30 na Secretaria das Missões da missionária irmã Teresa Mendonça. Uma a uma chegam as conduções para levar os missionários para as comunidades, onde irá começar a terceira fase das Missões. Junto com o missionário vão: a mala ou sacola pessoal, os aparelhos de som, os livros: Fé e Vida e Perseverando na Missão, e quase sempre o necessário para as missas: cálice, âmbula, vinho e hóstias.

A condução da comunidade de Santa Teresinha, do Bairro Morro, a primeira das quatro comunidades, chega para levar o Pe.Werner. Após cumprimentar o motorista e, carregado o carro, lá vai estrada afora. São 10 quilômetros. A hospedagem vai ser na casa do senhor João Soares de Camargo e de dona Silvina Alves dos Anjos Camargo.

“Bem-vindo, padre, sinta-se em casa! O seu quarto é este!...”

Durante cinco dias de Missão o missionário fica hospedado naquela casa. O casal teve 10 filhos: 3 homens e 7 mulheres, todos já casados. Um mora parede e meia com a casa dos pais.

Terminada a Missão ali, começa a segunda. Tudo se repete desde a secretaria da irmã até chegada à comunidade Nossa Senhora Rainha da Paz, no Bairro Barreiro. A hospedagem vai ser na casa do senhor André Walter Machado, viúvo de Eloísa Machado, mulher de muita fé que até a morte organizou, animou todas as pessoas a tal ponto que a

comunidade lhe deve muito. Eloísa faleceu de câncer de mama deixando marido e 7 filhos.

A terceira mudança do missionário é agora para a comunidade Santa Catarina no Bairro Correias. Da secretaria da irmã missionária na cidade até o bairro são 10 quilômetros novamente. A hospedagem do missionário fica a 4 quilômetros da igrejinha, local da missão, na casa do senhor Darci José de Oliveira e de dona Ana Rosa Gomes de Oliveira. O casal com 3 filhas: Kátia, Karina e Keila, administra a fazenda 3 Lagoas, criando gado de corte e cultivando laranjais.

A quarta família que ficou feliz em poder hospedar o missionário foi a do casal Sílvio José Sperandio e Maria Odete Machado Sperandio, que vivem sozinhos com quartos vazios, pois os três filhos, um homem e duas mulheres, já casaram e têm casa própria, confirmando a frase popular: “Quem casa quer casa!”

Lembrando o passado, que se repete todos os anos, como foi na cidade de Alfenas MG e Carangola MG, em maio e agosto de 2014, quando o missionário completou 37 anos de Missões Populares, assim terminou a 532a., e também a ciranda de hospedagens. Mas, feliz de poder estar mais uma vez junto do povo na evangelização, pode até cantar: “Vai, vai, missionário do senhor, vai trabalhar na messe com ardor. cristo também chegou para anunciar. não tenhas medo de evangelizar!”

Em 20 diAs, Além dE sAir dA suA cOmunidAdE rEliGiOsA E VOltAr A ElA,ElE mudOu dE cAsA quAtrO VEzEs nAs missõEs dA pAróquiA sãO

frAnciscO dE Assis, nA cidAdE dE cApElA dO AltO sp

Pe.Werner Antônio Anderer, C.Ss.R.Araraquara, SP

Comunidade Valerianos - Monte Belo MG

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32 Informativo da Província

Rede Católica de Rádiocompletou 20 Anos

Em 1994, a comunicação católica no Brasil inovou e lançou a Rede Católica de Rádio (RCR). Os mais distantes territórios passaram a receber uma comunicação cristã de qualidade e o Evangelho passou a ser mais disseminado país afora. É um grande feito que completa 20 anos no ar.

Durante duas décadas o mundo transformou-se muito. A Igreja, a comunicação e a sociedade passaram por rápidas transformações.

De início, havia o pensamento de que a RCR tinha um conceito somente de rede geradora via satélite, mas agora é mais além. É um projeto maior que distribui conteúdos, possibilita pequenas rádios integrar uma grande rede e aumentar a sua qualidade e capacidade e, também, dá a possibilidade de transmissão via internet, de forma prática, rápida e acessível. O Portal da RCR se tornou um grande portal católico e integrador de conteúdo, pois é uma fonte de informação para outras emissoras, possibilitando às rádios que eram desconhecidas passarem a ser notadas e a fazer parte de um corpo produtor, ou seja, além das bases geradoras as emissoras menores também começam a produzir conteúdo e compartilhar. A RCR também é um sucesso com aplicativos para Android e iOS. É uma rede católica mais digitalizada.

Nos últimos anos, a RCR também trabalha na realização de projetos conjuntos

de cobertura nacional e internacional. São sete grandes bases geradoras de rádio que produzem e distribuem conteúdos e programas colocando em comum o ideal evangelizador: Rede Aparecida em (SP), Rede Canção Nova (SP), Rede Milícia Sat (SP), Rede Pai Eterno (GO), Rede Sul de Rádio (RS); Rede Scalabriniana (RS), Rede Evangelizar É Preciso (PR). O resultado dessas parcerias é a produção e distribuição de conteúdo jornalístico cristão de qualidade para mais de 200 rádios em todo o Brasil. Uma programação direcionada à família, respeitando a vida e os princípios da dignidade humana, composta por temas atuais, debates, notícias de repercussão nacional e internacional.

O conteúdo é transmitido através dos programas como: jornal brasil hoje; plantão rcr; rcr em debate; igreja no rádio; consagração a nossa senhora, palavra da cnbb, entre outros, a partir das diferentes regiões do Brasil.

Segundo dados do IBOPE, das audiências das emissoras de São Paulo, de abril, maio e junho de 2014, a Base Geradora da RCR, Rádio Imaculada Conceição, está em 7º lugar na Grande São Paulo. A Rede Católica de Rádio apresenta-se como uma alternativa de comunicação diante de um cenário unilateral, realizado pela mídia secular, no qual os conteúdos católicos deixam de existir nas pautas. É uma proposta de comunicação

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Eduardo Gois22 de setembro de 2014

católica que quer ser um diferencial para os ouvintes em todas as áreas, seja política, religiosa, cultural.

Cumpre sua missão de fortalecer a Igreja no Brasil por meio da comunhão entre emissoras que trabalham de forma colaborativa, utilizando da força criativa do rádio, garantindo o apoio às pessoas em sua fé e mantendo viva a mensagem do Evangelho com a sua inspiração motivadora de fraternidade, justiça e de paz.

A RCR também se preocupa com a fidelidade aos valores do Evangelho; respeito à vida e à dignidade humana; postura ética nas práticas religiosas; contribuição com a educação, cultura e cidadania; espírito de solidariedade, comunhão e partilha; inovação tecnológica; responsabilidade socioambiental.

Apesar de todos os bons resultados, a RCR tem desafios. Na avaliação do presidente da RCR, Frei João Carlos Romanini, a RCR precisa reinventar-se constantemente. “Hoje já está na segunda geração e conta com os desafios de uma cultura cada vez mais massiva e individual e uma comunicação segmentada. Creio que devemos descobrir estes meandros contemporâneos para melhor desempenhar os objetivos da RCR”, explica.

Para o futuro os desafios são praticar trabalhos regionalizados, integrar cada

vez mais conteúdos, prezar pela sustentabilidade do rádio e a migração do AM para o FM. São os grandes desafios da RCR.

Atualmente, a principal parceira da RCR é a Associação Católica de Comunicação Signis que contempla como associados emissoras de rádio, televisão, impressos, cinema e internet numa cadeia de comunicação católica promotora da cultura de paz. A RCR é parceira dos projetos da Signis, seja no âmbito nacional, seja latino- -americano e faz dos projetos da Signis uma linha de trabalho.

“A SIGNIS Brasil é nova e está se estruturando. Vejo que a RCR tem muito a colaborar com essa estruturação, tanto do ponto de vista organizacional quanto financeiro. Tomando o exemplo da RCR, a SIGNIS Brasil poderá colaborar para a formação de uma Rede Católica de Televisão e uma Rede Católica de Impressos”, opina o 2º vice-presidente padre William Betônio, da Rede Aparecida de Comunicação.

Diretoria 2013: Pe. Willian Betonio, Frei João Romanini e Angela Morais

RCR - Assembleia 2013

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34 Informativo da Província34 Informativo da Província

A12.com, quatro anosde evangelização pela internet!

Falam os leitores! Darcysio Fritsch – Toledo, PR

O mais bonito em um trabalho evangelizador é a ousadia do missionário. A Igreja nasceu assim, graças à coragem de homens e mulheres que colocaram sua fé acima de tudo e que ousaram proclamar a mais bonita de todas as verdades: jesus cristo, filho de deus, está vivo e participa de nossa vida!

Entendo o mundo da comunicação como um caminho de ousadia evangelizadora. A Igreja acredita no potencial desses instrumentos de comunicação como amplifi cadores da missão de proclamar o Evangelho aos homens e mulheres no mundo de hoje. E entre tantos caminhos, como revistas, jornais, rádio, televisão, púlpitos, músicas e artes plásticas, a Igreja se envolve profi ssionalmente com o moderno mundo da internet. A comunicação virtual, por meio da rede mundial de computadores, é a grande novidade do século e tem transformado o modo como as novas gerações compreendem o mundo. Estar na internet é hoje imperativo de existência, e cada vez mais os critérios de exclusão social passam também pelo acesso, ou não, ao mundo da internet.

O portal A12.com, que completou seus quatro anos de existência, é uma iniciativa

missionária que acompanha o movimento cultural e social de um mundo em mudanças. Acreditamos que o moderno processo de evangelização precisa passar pelo mundo da internet e que o conteúdo da fé deve ser transmitido em uma nova linguagem, acessível, alegre, atraente, interativa, vibrante, leve... E tudo isso sem perder o referencial maior de nossa fé, Cristo Jesus e sua capacidade de preencher inteiramente a vida do ser humano com sentido e felicidade. Basta um clique e um mundo repleto de fé, amor, caridade, esperança e paz, estará diante de seus olhos.

Parabéns ao portal A12.com, aos seus diretores e colaboradores diretos e indiretos, jornalistas, designers, programadores, editores, colunistas... Cada um dos que tecem as teias de sonho e que formam essa rede evangelizadora merecem ser cumprimentados nesses quatros anos de trabalho a favor da vida e do Evangelho!

Acesse www.A12.com e sinta Jesus e sua mãe Maria muito mais perto de você!

Por e-mail, assim nos escreveu o Darcysio: “como devo a deus e ao seminário santo Afonso muito, muito, muito, quase tudo, vivo sempre ligado a tudo o que se refere aos queridos padres redentoristas. Estive nas mãos destes bons padres de 1952 a 1959 e não há dia em que, em espírito, não me ligue, de alguma forma, e me reporte a esse inesquecível e grato tempo com os padres redentoristas. Em doses apropriadas, bebi durante 8 anos as preciosas e piedosas informações sobre as heroicas lutas dos padres redentoristas, desde a sua vinda da Alemanha até as grandiosas missões pregadas, enquanto estudava no seminário.

recebi o informativo hoje e ainda não o li todo. mas, tudo o que já li dá-me grande saudade, muita saudade. boa parte das casas e comunidades citadas, em são paulo e rio Grande do sul, conheci pessoalmente ou ouvi delas falar frequentemente. Outras, vejo, surgiram depois do “meu tempo”. Obrigado, pe. inácio, por esse avivamento. para mim tudo está como era então, embora saiba que nada mais é como era e muitas outras realidades e transformações advieram depois. Obrigado pelo “O missionário se cansa quando não caminha”. Obrigado sempre por tudo, senhor deus e padres redentoristas!”

Pe. Evaldo César de SouzaDiretor A12.com

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