informativo da federação democrática dos trabalhadores nas indústrias de calçados do rs

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É claro o momento de grande re- trocesso que o Brasil vive des- de que se iniciou a operação de golpe institucional contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. É evidente que o golpe tem como alvo central os direitos e as conquistas da classe trabalhadora e dos setores explorados e oprimidos de nosso povo; o golpe é contra a soberania nacional para facilitar a pilhagem de nossas ri- quezas naturais, através das privatiza- ções e da entrega do Pré-sal, atacando diretamente a educação e saúde. Prova disso, são os 55 projetos de lei que estão tramitando no Câma- ra e no Senado Federal, que retiram direitos dos trabalhadores e prati- camente rasgam a CLT. (Leia mais na página 2). Neste contexto, nós, os sapateiros damos início ao momento decisivo e tão importante para qualquer categoria: a campanha salarial de 2016. Que tem como objetivo me- lhorar o poder aquisitivo e a qualidade de vida, refletindo no bem estar das nossas famílias. O sucesso para o fechamento de uma boa Convenção Coletiva de Trabalho depende muito da mobilização de todos os trabalhadores e tra- balhadoras da nossa categoria. Sabemos que a campanha salarial não será fácil, mas temos muitos aspectos a nosso favor, como os indicadores de desem- penho do setor do vestuário. De acordo com o Dieese, as condi- ções internas de consumo são favore- cidas pela massa real de rendimentos, condições de crédito, confiança dos consumidores, desempenho do setor, demanda doméstica e o preço das ma- térias primas (principalmente couro) são pontos que usaremos para enfren- tar a resistência da patronal. Alta nas exportações: além disso, as exportações influenciam no sucesso da nossa campanha. Apesar da crise, tão falada pelos empresários para jus- tificar o descaso com os trabalhadores, os calçados de maior valor agregado e o dólar estimulam as exportações do setor no Rio Grande do Sul. As vendas externas gaúchas de cal- çados de todos os tipos, que represen- tam 3,43% do total exportado pelo estado, totalizaram 6.481 mil pares e geraram US$ 96.405 mil no primeiro trimestre de 2016, reconfirmando a posição do RS de maior exportador de calçados do Brasil. A partir do final do ano passa- do, a exportação de calçados pro- duzidos no Estado vem-se recuperando, ao contrário do que acontece no restante do Brasil. Agora é o momento de mostrarmos a nossa união e enfrentar a patronal. E para além de um reajuste salarial, neste ano temos um bem maior que precisamos fazer a defesa. Lutaremos contra o golpe e em defesa da democracia e dos direitos. Informativo especial - Junho de 2016 - Edição II1 Nossos direitos estão ameaçados Agora é a hora da campanha salarial A campanha salarial da Federação Democrática dos Tra- balhadores e Trabalhadoras nas Indústrias de Calçados do Rio Grande do Sul foi apresentada no Seminário da Campanha Salarial Unificada 2016. A atividade ocorreu no dia 03 de junho, na sede da enti- dade, em Sapiranga, região metropolitana de Porto Ale- gre, e contou com a participação de mais de dez sindi- catos de várias regiões do estado do Rio Grande do Sul. (Leia mais na página 3). Foi dada a largada...

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Informativo da Federação Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados do Rio Grande do Sul || edição junho de 2016

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É claro o momento de grande re-trocesso que o Brasil vive des-

de que se iniciou a operação de golpe institucional contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.

É evidente que o golpe tem como alvo central os direitos e as conquistas da classe trabalhadora e dos setores explorados e oprimidos de nosso povo; o golpe é contra a soberania nacional para facilitar a pilhagem de nossas ri-quezas naturais, através das privatiza-ções e da entrega do Pré-sal, atacando diretamente a educação e saúde.

Prova disso, são os 55 projetos de lei que estão tramitando no Câma-ra e no Senado Federal, que retiram direitos dos trabalhadores e prati-camente rasgam a CLT. (Leia mais na página 2).

Neste contexto, nós, os sapateiros damos início ao momento decisivo e tão importante para qualquer categoria: a campanha salarial de 2016. Que tem como objetivo me-lhorar o poder aquisitivo e a qualidade de vida, refletindo no bem estar das nossas famílias. O sucesso para o fechamento de uma boa Convenção Coletiva de Trabalho depende muito da mobilização de todos os trabalhadores e tra-balhadoras da nossa categoria.

Sabemos que a campanha salarial não será fácil, mas temos muitos aspectos a nosso favor, como os indicadores de desem-penho do setor do vestuário. De acordo com o Dieese, as condi-

ções internas de consumo são favore-cidas pela massa real de rendimentos, condições de crédito, confiança dos consumidores, desempenho do setor, demanda doméstica e o preço das ma-térias primas (principalmente couro) são pontos que usaremos para enfren-tar a resistência da patronal.

Alta nas exportações: além disso, as exportações influenciam no sucesso da nossa campanha. Apesar da crise, tão falada pelos empresários para jus-tificar o descaso com os trabalhadores, os calçados de maior valor agregado e o dólar estimulam as exportações do setor no Rio Grande do Sul.

As vendas externas gaúchas de cal-çados de todos os tipos, que represen-tam 3,43% do total exportado pelo estado, totalizaram 6.481 mil pares e geraram US$ 96.405 mil no primeiro trimestre de 2016, reconfirmando a posição do RS de maior exportador de calçados do Brasil.

A partir do final do ano passa-do, a exportação de calçados pro-

duzidos no Estado vem-se recuperando, ao contrário do que acontece no restante do Brasil.

Agora é o momento de mostrarmos a nossa união e enfrentar a patronal. E para além de um reajuste salarial, neste ano temos um bem maior que precisamos fazer a defesa. Lutaremos contra o golpe e em defesa da democracia e dos direitos.

Informativo especial - Junho de 2016 - Edição II1

Nossos direitos estão ameaçadosAgora é a hora da campanha salarial

A campanha salarial da Federação Democrática dos Tra-balhadores e Trabalhadoras nas Indústrias de Calçados do Rio Grande do Sul foi apresentada no Seminário da

Campanha Salarial Unificada 2016.A atividade ocorreu no dia 03 de junho, na sede da enti-dade, em Sapiranga, região metropolitana de Porto Ale-gre, e contou com a participação de mais de dez sindi-

catos de várias regiões do estado do Rio Grande do Sul. (Leia mais na página 3).

Foi dada a largada...

1 - Regulamentação da terceirização sem limite, que precariza as relações de trabalho;

2 - Redução da idade para início da atividade laboral de 16 para 14 anos;

3 - Instituição do Acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta entre

empregado e empregador;

4 - Impedimento do empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho;

5 - Suspensão de contrato de trabalho;

6 - Prevalência do negociado sobre o legislado;

7 - Prevalência das Convenções Coletivas do Trabalho sobre as Instruções Normativas do

Ministério do Trabalho e Emprego;

8 - Livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a partici-

pação do sindicato;

9 - Regulamentação do trabalho intermitente por dia ou hora;

10 - Estabelecimento do Código de Trabalho;

11 - Redução da jornada com redução de salários;

12 - Vedação da ultratividade das convenções ou acordos coletivos;

13 - Criação de consórcio de empregadores urbanos para contratação de trabalhadores;

14 - Regulamentação da EC 81/2014, do trabalho escravo, com supressão da jornada

exaustiva e trabalho degradante das penalida-des previstas no Código Penal;

15 - Estabelecimento do Simples Trabalhista criando outra categoria de trabalhador com

menos direitos;

16 - Extinção da multa de 10% por demissão sem justa causa;

17 - Susta a Norma Regulamenta (NR) 12 sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e

Equipamentos;

18 - Execução trabalhista e aplicação do prin-cípio da desconsideração da personalidade

jurídica;

19 -Deslocamento até o local de trabalho e o seu retorno não integra a jornada de trabalho;

20 - Susta Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho Emprego, que regula

as atividades sob céu aberto;

21 - Susta as Instruções Normativas 114/2014 e 18/2014, do Ministério do Trabalho, que

disciplinam a fiscalização do trabalho tempo-rário;

22 - Estabelecimento da jornada flexível de trabalho;

23 - Estabelecimento do trabalho de curta duração;

24 - Transferência da competência para julgar acidente de trabalho nas autarquias e empre-

sas públicas para a Justiça Federal;

25 - Aplicação do Processo do Trabalho, de forma subsidiária, as regras do Código de

Processo Civil;

26 - Reforma da execução trabalhista;

27 - Substitutivo apresentado na CAPADR estabelece a inexigibilidade do cumprimento simultâneo dos requisitos de “utilização da terra” e de “eficiência na exploracão” para

comprovação da produtividade da proprieda-de rural;

28 - Alteração da Lei 5.889/1973, que estatui normas reguladoras do trabalho rural, e a Lei 10.101/2000, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores no lucro ou resultados da

empresa, visando a sua adequação e moderni-zação;

29 - Alteração da Lei no 1.079/1950, para definir como crime de responsabilidade de go-vernador de Estado a recusa ao cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse;

30 - Alteração da Lei 8.629/1993, para dispor sobre a fixação e o ajuste dos índices e indica-

dores de produtividade;

31 - Regulamentação da compra de terra por estrangeiros;

32 - Alteração da Lei de Biossegurança para liberar os produtores de alimentos de informar ao consumidor sobre a presença transgênicos quando esta se der em porcentagem inferior a

1% da composição total do produto alimentício;

33 - Dispensa do servidor público por insufi-ciência de desempenho;

34 - Instituição de limite de despesa com pessoal;

35 - Criação do Estatuto das Fundações Esta-tais;

36 - Regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores;

37 - Extinção do abono de permanência para o servidor público;

38 - Fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal;

39 - Estabelecimento de que a exploração do pré-sal seja feita sob o regime de concessão;

40 - Estabelecimento de independência do Banco Central;

41 - Privatização de todas as empresas públicas;

42 - Proibição de indicar dirigente sindical para conselheiros dos fundos de pensão públicos;

43 - Estabelecimento do Código de Mineração;

44 - Demarcação de terras indígenas;

45 - Cancelamento da política de Participação Social;

46 - Alteração do Código Penal sobre a ques-tão do aborto, criminalizando ainda mais as

mulheres e profissionais de saúde;

47 - Retirada do texto das políticas públicas do termo “gênero” e instituição do Tratado de San José como balizador das políticas públi-

cas para as mulheres;

48 - Instituição do Estatuto do Nascituro. Seria concretizada a criminalização generali-zada das mulheres, inviabilizando, inclusive,

o aborto previsto no Código Penal;

49 - Instituição do Estatuto da Família – re-trocesso para grupos LGTBs e mulheres: não reconhecimento como família – ficam fora do

alcance de políticas do Estado;

50 - Redução da maioridade penal;

51 - Instituição do Estatuto do desarmamento;

52 - Estabelecimento de normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimen-

tos penais;

53 - Aumento do tempo de internação de ado-lescentes no sistema socioeducativo;

54 - Atribuição à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do exame do méri-to das Propostas de Emenda à Constituição

(PEC), acabando com as comissões especiais;

55 - Alteração da Constituição para que entidades de cunho religioso possam propor Ações de Constitucionalidade perante o STF.

55 projetos de lei que ameaçam os trabalhadoresPara mais informações e para conhecer o texto dos projeto, acesse o site do Diap

A Federação De-mocrática dos traba-lhadores e trabalha-doras nas indústrias de Calçados do Rio Grade do Sul realizou no dia 3 de junho, na cidade de Sairanga, o seminário de planeja-mento da companha salarial 2016/2017. Neste seminário con-tou com a participação de dirigentes sindicais de mais de 10 sindicatos dos trabalhadores nas indústrias de Calçados do Rio Grande do Sul.

Na abertura o presidente da Federação de Calçados refor-ço a importância da companha salarial unificada definida pelo ramo vestuário da CUT. “Nos-sa unidade e luta é fundamental para avançar nas conquistas, pois é para frente que se anda”, afirma João Batista – Presidente da Federação.

ConjunturaEm seguida os participantes debate-

ram a conjuntura política vivida no Brasil, onde o companheiro Claudir – Presidente da CUT no estado do Rio Grande do Sul, dialogou com os participantes do seminá-rio sobre a necessidade dos sindicatos de-senvolver assembleias nas portas de fabri-cas para denunciar o governo temer. “Este é um governo golpistas, e não será reco-nhecido pela CUT, pois o que este governo quer é retirar diretos da classe trabalhado-ra, e isso não vãos aceitar”, afirma Claudir

Com objetivo de identificar e fazer uma análise de conjuntura econômica os parti-cipantes participaram de um debate sobre a situação econômica do Brasil e do setor de Calçados, momento em que o companhei-ro Ricardo Franzoi – Técnico do DIEESE fez uma apresentação econômica e apre-

sentando dados importantes para preparar os dirigentes para negociação coletiva. “É fundamental que os dirigentes tenham co-nhecimento da conjuntura econômica, pois os dados aqui apresentados vão contribuir para mobilizar os trabalhadores como tam-bém para preparar os dirigentes em uma boa argumentação na negociação coleti-va”, diz o Técnico e economista Ricardo Franzoi.

Considerando os possíveis entraves ju-rídicos na campanha salarial, o advogado da Federação, Dr. Nilton fez uma breve re-flexão junto aos participantes sobre os de-safios jurídicos na campanha salarial

Plano de açãoPor fim os dirigentes sindicais partici-

pantes do seminário discutiram e elabora-ram um conjunto de ações para mobiliza-ção, organização e luta dos trabalhadores e trabalhadoras no período da campanha sa-larial. Más em especial ficou definido que será uma campanha salarial na busca de

avança em direitos, como tam-bém uma luta pela democracia e a luta no combate a retirada de direitos, promovidos pelo governo interino Temer.

Nos próximos dias a Fede-ração irá deliberar um calen-dário de ações, junto com os representantes dos sindicatos de trabalhadores nas indús-trias de calçados do Rio Gran-de do Sul.

A Federação Democrática dos Sapateiros do RS segue a orientação da CUT e reafirma sua posição de que o Brasil vive um golpe de Estado em andamento. Um golpe que afas-tou temporariamente a Presidenta, eleita por mais de 54 milhões de votos, sem que ela tenha cometido crime de responsabilida-de. O vice-presidente Michel Temer, um dos articuladores desse golpe, não é e não será reconhecido pela CUT.

O projeto do governo golpista é construir uma ponte para o passado neoliberal, de triste lembrança. Querem colocar o Estado a favor do capital em detrimento dos interes-ses dos/as trabalhadores/as e da maioria da população, como todos os governos neolibe-rais o fizeram.

As ideias enunciadas em documentos como “Uma Ponte para o Futuro” e as primeiras medidas já anunciadas deixam claro a que vieram aqueles que usurparam o poder. Eles querem retirar direitos e arrochar os salá-rios dos trabalhadores. Pretendem diminuir o investimento do Estado em políticas públi-cas, como educação e saúde, prejudicando os setores mais pobres da população. Querem estabelecer a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, acabar com a política de reajuste do salário mínimo e de reajuste das aposentadorias. Pretendem aprovar a tercei-rização ilimitada e estabelecer o negociado sobre o legislado, rasgando os direitos traba-lhistas consolidados na CLT. Querem acabar com o sistema de partilha do Pré-Sal, vender as empresas estatais e promover a privatiza-ção dos serviços públicos. Pretendem reduzir os programas sociais, demitir servidores pú-blicos e congelar seus salários.

Diante dos iminentes ataques do governo golpista aos direitos e interesses da classe trabalhadora e da nação, a CUT considera urgente priorizar a organização dos/as tra-balhadores/as, fortalecendo-os para impedir os retrocessos e fortalecer a resistência que continuaremos a travar.

Nesse sentido, a Federação Democrática dos Sapateiros do RS se engaja nas delibe-rações da Central, com o objetivo fortalecer a nossa organização sindical, elevar o nível de consciência política de nossas bases e intensificar sua disposição de mobilização, passos fundamentais para a construção ins-trumentos mais eficazes de luta para barrar os ataques anunciados pelo governo golpis-ta contra os direitos e conquistas da classe trabalhadora.

NENHUM DIREITO A MENOS! NÃO AO GOVERNO GOLPISTA E ILEGÍTI-MO! FORA TEMER!

João Batista - Presidente

Sapateiros na luta contra o golpe e os ataques aos direitos

CAMPANHA SALARIAL

Unidade, compromisso e luta marcam seminário com lideranças sindicais

No México, a ter-ceirização é chamada de subcontratação e foi aprovada em 2012 no bojo da Nueva Ley Fe-deral del Trabajó. Em uma década, o número de terceirizados explo-diu no país, passando de 8,6% da força de trabalho em 2004 para 16% em 2014.

Por lá, o caso mais simbólico foi o do Bancomer, que criou uma empresa de mão-de-obra em 2006 e para ela transferiu 100% de seus funcionários. Isto é, um banco sem nenhum bancário. Com isso, se viu livre de cumprir os acordos coletivos de trabalho até então negociados e assinados com o Sindicato dos Trabalhado-res de Bancos do México.

Em pouco tempo outros ban-cos mexicanos seguiram o mes-mo caminho, além de megaem-presas comerciais como a rede Walmart. O que levou ao enfra-quecimento dos sindicatos de trabalhadores a ponto de alguns deles desaparecerem, dando lu-gar a “sindicatos” criados pelos patrões e donos das terceiriza-das.

Os setores mais vulneráveis da sociedade foram os mais atin-

gidos pela terceirização, como mulheres, jovens, camponeses e minorias étnicas. Estudos da OIT e da Cepal comprovam que a terceirização não traz nenhum benefício aos trabalhadores, pois visa tão somente a redução do custo do trabalho. Nem mesmo o discurso de que ela promove a geração de empregos é verdadei-ro. As taxas de desemprego no México permaneceram inaltera-das desde a promulgação da lei da subcontratação em 2012.

Claudir ressalta que “não que-remos a mexicanização do tra-balho no Brasil. Lá, depois que terceirizaram tudo, o estado me-xicano é dominado por máfias e os direitos sociais e trabalhistas sumiram”, alerta.

Federação Democrática dos Trabalhadores na Indústria do Calçado do Rio Grande do SulAv. João Correa, 1260/216, centro de Sapiranga/RS - Fone: (51) 3039-3910 e-mail: [email protected]

Eles querem acabar com a previdênciaAudiência pública do Senado debate reforma da previdência e a

retirada de direitos dia 20, em Porto AlegreUma audiência pública sobre a reforma

da previdência será realizada no próxi-mo dia 20, a partir das 14h, no Centro de Eventos Casa do Gaúcho em Porto Alegre. Após a reunião será realizada uma assem-bleia dos trabalhadores gaúchos.

A atividade contará com a participação do senador Paulo Paim e das centrais sin-dicais do Rio Grande do Sul, que decidi-ram unir esforços na luta contra a reforma

da previdência e o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na defesa dos di-reitos sociais e trabalhistas.

O senador afirmou durante o relançamen-to da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, na última terça-feira, dia 31 de maio, no Senado, que atuará de modo “intransigente” para que sejam man-tidos os direitos sociais e previdenciários. “Nossa tarefa não será fácil, pois os ataques

serão enormes”, disse Paim. “Eles querem in-viabilizar a previdência

pública em favor da privada”.“Para as centrais, é inaceitável fazer uma

nova reforma da previdência, com uma ida-de mínima de aposentadoria para homens e mulheres e a desvinculação entre o reajuste do salário mínimo e o aumento dos benefí-cios de aposentados e pensionistas”, salienta o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

As centrais também são contrários à fle-xibilização da CLT.

A atividade é promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Partici-pativa (CDH) do Senado Federal.

O sistema de proteção social brasileiro é o mais abrangente da América Latina, mas corre o risco de uma regressão se a sociedade e o Congresso aceitarem a reforma da Previdência esboçada pelo governo do presidente interino Michel Temer.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou no dia 30 de maio o envio ao Legislativo de uma proposta de emenda constitucional para fixar um teto de gasto para o setor, parte de uma reformulação geral provavelmente no estilo pre-conizado pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacio-nal entre as décadas de 1980 e 1990, de viés privatizante.

Isso aprofunda a desestruturação, iniciada nos anos 1990, do sistema instituído pela Constituição de 1988 e aponta para a reversão de conquistas obtidas na luta contra a ditadura. Há no País 24,5 milhões de aposentados e pensionistas, 8,6 milhões no meio rural, e dois terços rece-bem um salário mínimo por mês.

Segundo o governo, o principal problema das contas pú-blicas é um déficit previdenciário crônico. Um diagnóstico longe do consenso. Consideradas todas as receitas previstas na Constituição, os saldos são positivos e suficientes para fi-nanciar todos os gastos do governo federal com previdência, saúde e assistência social, calcula a economista Denise Gen-til, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nas contas do governo, entretanto, houve um déficit em 2015, precedido por saldos negativos nos anos anteriores.

A discrepância entre os números decorre de uma manipula-ção e segundo os pesquisadores, os números evidenciam que “as contribuições previdenciárias são brutalmente sonegadas pelas empresas no Brasil”.

Desmonte da previdência

“Mexicanização” do trabalhoPLS 030/2014 prevê a terceirização sem

limitese ameaça os trabalhadores