informativo conse nÚmero 02 ano 01 marÇo de 2014...reajuste das passagens é de-safio nas grandes...

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1 ANO 01 NÚMERO 02 MARÇO DE 2014 Transporte público em foco Consetrans pede audiência pública para discutir a Política Nacional de Mobilidade Urbana no País CONSE TRANS Conselho Nacional de Secretários de Transportes INFORMATIVO 2014 será marcado por cor- redores PAG.02 Como gerenciar as multidões no transporte público Reajuste das passagens é de- safio nas grandes cidades PAG.03 Na cidade do automóvel, ôni- bus é gratuito PAG.04 O Consetrans aprovou proposta apresentada pelo Secretário de Estado de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos de Goiás, João Balestra do Carmo Filho e pelo Secretário de Estado de Transportes do Distrito Federal, José Walter Vas- quez Filho, que sugere a realização de audiência pública para debater a Política Nacional de Mobilidade Urba- na no País. A proposta é destinada à Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados e à Co- missão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal com o objetivo de colocar em pauta a necessidade de subsídios para gestão do transporte urbano, bem como, o seu financia- mento, em especial, no que concerne à política tarifária e benefícios diretos para usuários. Para os membros do Conselho é preciso ser considerado o mode- lo hoje existente que sofre com a necessidade de maior comprometi- mento do Governo Federal com in- vestimentos no transporte público - da aquisição de frota à manuten- ção, por exemplo - e desoneração para melhoria do cenário. “Os indicativos de que o Progra- ma de Aceleração do Crescimento (PAC 3) será focado no transporte metropolitano confirma a urgên- cia e a nacionalidade dos debates no Congresso. A discussão deve ter um caráter amplo no que se refere a uma maior participação do Governo Federal na manuten- ção, operacionalização e aperfei- çoamento de todo o sistema e não só na construção de redes para o transporte. Exemplos como a Fran- ça e a Alemanha sinalizam um ser- viço de qualidade por custo aces- sível para a população. São países pautados na contribuição coletiva que, por sua vez, mudou a mobi- lidade urbana local: a participa- ção do agente público, do privado e, em menor escala, da sociedade civil. O desafio é organizar a so- ciedade para junto com os entes federativos - municípios, estados e União - mudar também os rumos da mobilidade no País.”, explica o Presidente do Consetrans, deputa- do Julio Lopes (PP/RJ). O Conselho deverá priorizar, nes- te início, o transporte coletivo de alta capacidade por entender que investimentos na ampliação, recu- peração e integração de diferentes modais como metrô, trens, barcas, ônibus, BRTs e VLTs são fundamen- tais para melhoria da mobilidade urbana nas cidades, bem como, para ampliar a eficiência e acesso ao sistema, rapidez, segurança e conforto nos deslocamentos para os milhões de usuários que depen- dem diariamente de transporte pú- blico em todo o País. Da esq.: Bruno Mineiro (Secretário do Amapá), Hilário Ferreira Filho (Secretário do Maranhão), José Walter Vasquez Filho (Secretário do Distrito Federal), Julio Lopes (Secretário do Rio de Janeiro – Presidente do CONSETRANS), Saulo de Castro Abreu Filho (Secretário de São Paulo), Valdir Uliana (Subsecretário do Espírito Santo) , João Balestra do Carmo Filho (Secretário de Goiás) e Silviane Ienichaki (secretária do CONSETRANS)

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Page 1: INFORMATIVO CONSE NÚMERO 02 ANO 01 MARÇO DE 2014...Reajuste das passagens é de-safio nas grandes cidades PAG.03 Na cidade do automóvel, ôni-bus é gratuito PAG.04 O Consetrans

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ANO 01 NÚMERO 02

MARÇO DE 2014

Transporte público em focoConsetrans pede audiência pública para discutir a Política Nacional de

Mobilidade Urbana no País

CONSETRANSConselho Nacional de Secretários de Transportes

INFORMATIVO

2014 será marcado por cor-redores

PAG.02

Como gerenciar as multidões no transporte público

Reajuste das passagens é de-safio nas grandes cidades

PAG.03

Na cidade do automóvel, ôni-bus é gratuito

PAG.04

OConsetrans aprovou proposta apresentada pelo Secretário

de Estado de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos de Goiás, João Balestra do Carmo Filho e pelo Secretário de Estado de Transportes do Distrito Federal, José Walter Vas-quez Filho, que sugere a realização de audiência pública para debater a Política Nacional de Mobilidade Urba-na no País. A proposta é destinada à Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados e à Co-missão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal com o objetivo de colocar em pauta a necessidade de subsídios para gestão do transporte urbano, bem como, o seu financia-mento, em especial, no que concerne à política tarifária e benefícios diretos para usuários.

Para os membros do Conselho é preciso ser considerado o mode-lo hoje existente que sofre com a necessidade de maior comprometi-mento do Governo Federal com in-vestimentos no transporte público - da aquisição de frota à manuten-ção, por exemplo - e desoneração para melhoria do cenário.

“Os indicativos de que o Progra-ma de Aceleração do Crescimento (PAC 3) será focado no transporte metropolitano confirma a urgên-cia e a nacionalidade dos debates no Congresso. A discussão deve ter um caráter amplo no que se refere a uma maior participação do Governo Federal na manuten-ção, operacionalização e aperfei-çoamento de todo o sistema e não só na construção de redes para o transporte. Exemplos como a Fran-ça e a Alemanha sinalizam um ser-viço de qualidade por custo aces-sível para a população. São países pautados na contribuição coletiva que, por sua vez, mudou a mobi-lidade urbana local: a participa-ção do agente público, do privado e, em menor escala, da sociedade civil. O desafio é organizar a so-ciedade para junto com os entes federativos - municípios, estados e União - mudar também os rumos da mobilidade no País.”, explica o Presidente do Consetrans, deputa-do Julio Lopes (PP/RJ).

O Conselho deverá priorizar, nes-te início, o transporte coletivo de

alta capacidade por entender que investimentos na ampliação, recu-peração e integração de diferentes modais como metrô, trens, barcas, ônibus, BRTs e VLTs são fundamen-tais para melhoria da mobilidade urbana nas cidades, bem como, para ampliar a eficiência e acesso ao sistema, rapidez, segurança e conforto nos deslocamentos para os milhões de usuários que depen-dem diariamente de transporte pú-blico em todo o País.

Da esq.: Bruno Mineiro (Secretário do Amapá), Hilário Ferreira Filho (Secretário do Maranhão), José Walter Vasquez Filho (Secretário do Distrito Federal), Julio Lopes (Secretário do Rio de Janeiro – Presidente do CONSETRANS), Saulo de Castro Abreu Filho (Secretário de São Paulo), Valdir Uliana (Subsecretário do Espírito Santo) , João Balestra do Carmo Filho (Secretário de Goiás) e Silviane Ienichaki (secretária do CONSETRANS)

Page 2: INFORMATIVO CONSE NÚMERO 02 ANO 01 MARÇO DE 2014...Reajuste das passagens é de-safio nas grandes cidades PAG.03 Na cidade do automóvel, ôni-bus é gratuito PAG.04 O Consetrans

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O ano dos transportes

Dois fatos no começo de 2014 com-provam que este será o ano dos

transportes no País. Em sua primeira aparição no Fórum Econômico Mun-dial em Davos (Suíça), a presiden-te Dilma Rousseff foi categórica em seu discurso para apontar o principal problema do país atualmente: mobi-lidade urbana. Indubitavelmente, o assunto estará em evidência nas pró-ximas eleições de outubro. O outro ponto é a Copa do Mun-do de Futebol. Tirando o esporte, a maior discussão sobre o evento é em relação ao seu legado. E, neste mo-

EDITORIAL

mento, automaticamente grande par-te da população pensa em transporte público, mais que na rede hoteleira, no número de turistas, na exposição brasileira no exterior, na qualificação da mão de obra local ou no incentivo ao esporte para as novas gerações. O legado que todos querem é nos trans-portes. Esses dois exemplos ilustram o que já é sabido desde que parte da po-pulação foi às ruas em meados do ano passado: o transporte público de qualidade é algo tão primordial atual-mente como educação e saúde com

excelência. Indicador direto de qua-lidade de vida, a urgência faz com que não seja mais permitido solu-ções passageiras ou propostas mira-bolantes. O momento é de ação e o Consetrans não poderá se esquivar de seu objetivo.

As maiores metrópoles do Brasil aproveitam o ano de 2014 para

avançar na construção de uma rede de transportes sobre rodas com alto desempenho. São Paulo e Rio estão ampliando de maneira vigorosa seus corredores de ônibus e sistemas de BRTs, o Bus Rapid Transit, solução que se espalha por todo o país e que começou com o caso de sucesso do Transmilenium, na Colômbia. Mas o ano não será marcado ape-nas por ônibus. São Paulo, Porto Alegre e Rio, entre outras, deverão avançar fortemente em projetos so-bre trilhos, notadamente os VLTs e os metrôs. O transporte marítimo, que já é forte na região metropoli-tana do Rio, tende a crescer ainda mais com as novas barcas que fa-rão a ligação com Niterói, e as obras portuárias que complicam proviso-riamente o trânsito da região central da capital fluminense. Mas, por outro lado, formas até então alternativas começam a fazer parte do cotidiano de um número grande de pessoas: as ciclovias. Até

2014 será marcado por corredoresVLTs e BRTs estão entre as redes que recebem cada vez mais

investimentos no País

Julio Lopes Presidente

então renegadas ao esporte e ao la-zer, as bicicletas, cada vez mais, são uma opção segura, econômica e eco-lógica ao transporte diário. As redes de ciclovias e ciclofaixas avançam o

tornam realidade algo que, para al-guns, era utopia há poucos anos. Há muito o que fazer, mas os primeiros passos na direção correta estão sen-do dados.

Chegam ao Mato Grosso os trilhos que compõem a via permanente do VLT que vai ligar a cidade de Várzea

Grande à capital Cuiabá. O projeto contará ainda com 40 veículos que serão entregues até maio de 2014.

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Crescimento populacional e turismo redesenham o plano de transporte público nas cidades

Transporte de multidões: o X da questão

O país já conta com mais de 202 milhões de habitantes e a con-

tagem não para: a cada 18 segun-dos, uma nova pessoa é somada à população. Os dados do IBGE podem mostrar este crescimento em tempo real, não apenas para o país como no corte estadual, na página http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html .

Isso gera um novo tipo de desafio para o transporte: não basta trans-porta todos, temos que transportar

um número cada vez maior. E, com a evolução da sociedade, um grupo cada vez maior e mais concentrado. A vinda do Papa Francisco ao Brasil em julho mostrou a nova grandeza enfrentada por autoridades, usuários e empresas. Somente em sua missa final, em Copacabana (RJ), compa-receram 3 milhões de pessoas, um terço a mais que a frequência do fa-moso réveillon na mesma praia.

Os grandes eventos esportivos do país, a Copa, e do Rio em particular,

as Olimpíadas de 2016, serão desa-fios ainda maiores. Os eventos em série que chegam a São Paulo, de shows de rock à Fórmula 1, da bienal do livro à parada gay, se agigantam a cada ano. E o crescimento da ren-da faz com que multidões de magni-tudes cada vez maiores tenham de ser transportadas ao mesmo tempo em capitais de outros estados e até mesmo médias e pequenas cidades do interior. Qualquer feriado prolon-gado gera congestionamentos disse-minados pelo país que antes eram vistos apenas nas maiores metrópo-les brasileiras. O novo poder de com-pra faz com que ocorram verdadeiras migrações em aeroportos em datas nacionais.

Entender e solucionar esta deman-da é algo mais complexo que resol-ver, por exemplo, o transporte diário de milhões de pessoas nas grandes cidades. Muitas vezes fora de suas rotinas, estas multidões necessitam de uma fluidez do trânsito que, se já é rara nas grandes cidades, tende a ser caótico em momentos de pico. Uma nova visão do setor e um forte trabalho de planejamento, inteligên-cia e controle é a porta para solucio-nar esta nova realidade.

Reajuste de passagens é um desafioConsetrans coloca em pauta prioridade nas discussões sobre reajustes

Um dos maiores desafios dos municípios atualmen-te no transporte de massa é a equação para corri-

gir os preços das passagens no País. Mesmo após um ano marcado pelos reajustes nos combustíveis, na alta do dólar, troca de frota, entre outros fatores, a população se mostra resistente a qualquer diálogo sobre acréscimo no valor das viagens. Com isso, as manifestações se tor-naram frequentes no País, algumas delas com desfechos violentos protagonizados por forças de segurança ou por grupos de vândalos - conhecidos como blacks blocks.

Alguns caminhos começam a ser trilhados com certa cau-tela. Um levantamento realizado pela Consetrans mostrou que muitas cidades optaram por rever as planilhas das em-presas e conseguiram anular a alta de custos com redu-ções de investimentos ou de impostos. Outras, optaram por ampliar os subsídios ao setor. Há ainda quem estude o me-lhor momento para corrigir a defasagem. A discussão pro-mete se estender e o tema entrou no programa de pautas para discussão pelo Conselho para este primeiro semestre de 2014.

NOTÍCIAS

Gestão das multidões precisa ser considerada no transporte

público nas cidades

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NOTAS

Na nova capital do automóvel, ônibus é gratuito

Porto Real, pequena cidade de 17 mil habitantes no Sul Fluminense,

é cada vez mais conhecida como a nova capital do automóvel, pois sua região atrai novos fabricantes, como a Peugeot-Citroën, a Nissan, a VW e, agora, a Jaguar Land Rover. Pois nes-ta cidade, que está no centro deste dinamismo industrial, as passagens de ônibus são gratuitas desde 2012, ou seja, antes dos protestos em prol do chamado passe livre. Isso só é possível graças ao peque-no tamanho do município e à forte arrecadação que a cidade tem re-cebido. No total, o serviço consome menos de 1,5% do orçamento muni-cipal. Antes dessa inovação, o preço da passagem já era subsidiado e cus-tava apenas R$ 0,50. Quem vive na cidade aprova a iniciativa e empre-sas que se instalam em sua área até

Expediente

Projeto e coordenação: Amplifica ComunicaçãoDiagramação: Laca Internet & MultimídiaJornalista responsável: Bel DuarteRevisão: Vanessa Duarte Fotos: DivulgaçãoImpressão: Positiva Gráfica e EditoraTiragem: 1.000CONSETRANS – Conselho Nacional de Se-cretários de TransportesLOCAL/ SEDE: Ministério dos TransportesEndereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco R, Edifício Anexo, 3º Andar, Sala 319A – Ala LesteCEP: 70044-900Brasília - DFTelefones: (61) 2029-7249 / 3223-4830Fax: (61) 3225-3718E-mail: [email protected]

Aeroportos totalmente privados avançam

Além dos aeroportos da Infrae-ro e dos privatizados, o Brasil

está prestes a viver uma nova era no transporte aéreo: a inauguração de aeroportos totalmente privados, construídos e geridos integralmente pelas empresas, sem sequer contar com a sociedade com a estatal fede-ral do setor, como ocorre no modelo de concessão. Há três projetos mais avançados, todos em São Paulo: o Aerovale, em Caçapava, que deve inaugurar no fim de maio após investimentos de R$ 250 milhões, que poderão supe-rar R$ 1 bilhão, e que terá capaci-dade para até 150 voos diários de jatos e aviões da aviação geral. O segundo, da JHSF, começa a entrar na fase de obras em março e, aliado

A facilidade para a compra de au-tomóveis tem levado a conges-

tionamentos cada vez maiores nas grandes e médias cidades do país. Assim, segundo especialistas, come-ça a surgir fenômenos inusitados. Há quem diga, por exemplo, que ir de Niterói ao Rio de Janeiro já demore mais pela Ponte Rio-Niterói que na época em que a travessia de carros só podia ser feita por balsas. Outros dizem que uma viagem de carro en-tre a região do Ipiranga e a Sé, na capital paulista, demora mais, atu-almente, que nos tempos das char-retes. Isso reforça a tese de que o momento é do transporte público e explica, em parte, o forte desconten-tamento da população com o setor.

Excesso de automóveis piora a vida nos grandes

centrosa um grande projeto de incorpora-ção, poderá ser realidade, também para jatinhos, em 2015. O terceiro projeto, ainda com dificuldades re-gulatórias, poderá surgir em Palhe-reiros, no sul da capital paulista, como opção da aviação executiva a Congonhas, Guarulhos e Campo de Marte, cada vez mais restritos a estes aviões. Ainda há um quar-to projeto, ainda mais audacioso, de um mega-aeroporto nas cerca-nias de São Paulo, para encarar a concorrência da aviação civil, com capacidade para 45 milhões de pas-sageiros, o que faria dele o maior terminal do país. Juntos, estes pro-jetos devem atrair investimentos de R$ 8 bilhões, em uma mostra de como o setor aéreo anda aquecido.

aproveitam o benefício para dispen-sar o serviço de transporte exclusivo de passageiros.

Chegam a Porto Real, mais 8 novos ônibus com

transporte gratuito