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CULTURA Vem aí a 8ª Bienal da UNE, o maior festival estudantil da América Latina. Será em Recife e Olinda no verão de 2013. Vai ficar de fora? INFORMATIVO OFICIAL DA UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES - JUNHO 2012 - WWW.UNE.ORG.BR PELO BRASIL Veja como foi a jornada histórica dos estudantes com a Caravana UNE Brasil+10 que percorreu todo o território nacional PARTICULARES UNE organiza protestos em diversas universidades privadas contra o resjuste abusivo das mensalidades e o desrespeito aos estudantes

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CULTURAVem aí a 8ª Bienal da UNE,

o maior festival estudantil da América Latina. Será em Recife e Olinda no

verão de 2013. Vai ficar de fora?

I N F O R M AT I V O O F I C I A L D A U N I Ã O N A C I O N A L D O S E S T U D A N T E S - J U N H O 2 0 1 2 - W W W. U N E . O R G . B R

PELO BRASILVeja como foi a jornada histórica dos estudantes com a Caravana UNE Brasil+10 que percorreu todo o território nacional

PARTICULARESUNE organiza protestos em diversas universidades privadas contra o resjuste abusivo das mensalidades e o desrespeito aos estudantes

2 | NOSSA VOZ

editOriAl

Brasil, junho de 2012. Vin-te anos após o mundo se reunir aqui para discutir o futuro, o nosso país é novamente protagonista nesse momento de re-

e acessível para todos. e entendemos também a grande relevância da educa-ção para a preservação do meio ambien-te e a cultura de práticas mais sustentá-veis. essa é a grande justificativa para a nossa reivindicação máxima nos últimos anos: 10% do PiB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

A UNe completa seus 75 anos, no próximo mês de agosto, sabendo da sua responsabilidade com essa pauta. Orgulhando-se de ter participado cen-tralmente nos principais episódios da vida nacional desde o século passado, a entidade espera, agora, mudar o Bra-sil a partir de um novo projeto para as instituições de ensino, que contemple mais democracia, mais assistência es-tudantil, garantias salariais para pro-fessores e outros funcionários, respeito à diversidade, ampliação ainda maior do acesso e garantia da qualidade.

dentro de dez anos celebraremos os 200 anos da independência oficial do país e sabemos que, até lá, o Brasil continuará em foco mundialmente. O movimento estudantil precisa de muita unidade e muita maturidade para par-ticipar na definição dos rumos desse novo Brasil, de forma a deixar para os outros países um exemplo de democra-cia socialmente justa, inclusão, respei-to ao meio ambiente e aos cidadãos.

Para lutar por tudo isso, a UNe continua sendo a nossa voz. Ainda so-mos nós. Vamos vencer!

Universidade mobilizada para virar a página!

flexão e planejamento para o planeta, com os encontros da rio+20 e da Cú-pula dos Povos. Os olhos voltados para cá encontram um país de mudanças que, apesar dos avanços sociais, am-bientais, educacionais e nas suas po-líticas de juventude nos últimos anos, apresenta uma vergonhosa realidade social, com injustiças de todos os ti-pos, um sistema de educação danifica-do e insuficiente, políticas econômicas ainda ortodoxas e pouco sensíveis ao desenvolvimento humano.

O papel que a União Nacional dos estudantes e o movimento estudantil têm a desempenhar nesse momento é decisivo para que o Brasil consiga, de fato, virar a página. A grande mobiliza-ção e efervescência nas universidades do país refletida na importantíssima greve dos professores das federais ou na Caravana Brasil+10, que a UNe realizou em instituições públicas e particulares de todas as regiões bra-sileiras, representam talvez o mais ur-gente debate nacional no momento, o debate sobre a educação.

em tempos de rio+20 e tantos pen-samentos mundiais sobre a sustenta-bilidade, sabemos que nenhuma nação se sustenta sem educação de qualidade

Daniel Iliescu

ABC dO MOViMeNtO eStUdANtil

OCLAE - Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de EstudantesÉ a maior entidade dos estudantes na América latina. todas as entidades nacionais dos países latino-america-nos são filiadas a ela. Sua sede fica em Cuba, onde a UNe mantém um representante para levar as lutas e bandeiras dos estudantes brasileiros.

UNE - União Nacional dos EstudantesÉ a entidade máxima de represen-tação dos estudantes universitários e um dos mais antigos movimentos sociais brasileiros, com 75 anos de vida. Congrega todos os CAs, dAs, dCes e todas as Uniões estaduais de estudantes do País.

UEE - União Estadual dos Estudantesrepresenta os estudantes univer-sitários do estado e é diretamente ligada à UNe.

Executivas de cursoPopularizadas pelos grandes encon-tros que realizam e a participação nos eventos de pesquisa, são as entidades que organizam nacionalmente os es-tudantes de determinada área/curso.

DCE - Diretório Central dos EstudantesÉ a entidade que reúne todos os alunos de todos os cursos de uma universidade para representar seus interesses, suas ideias, solucionar problemas e reivindicar os direitos dos estudantes.

CA - Centro AcadêmicoÉ a entidade que reúne os alunos de um determinado curso ou um de-partamento da universidade, para representar seus interesses.

DA – Diretório AcadêmicoÉ o mesmo que Centro Acadêmico. A única diferença é que em alguns casos o dA representa o conjunto de cursos de uma determinada facul-dade. exemplo: dA de Comunicação representa os cursos de Jornalismo, Publicidade, relações Públicas e outros relacionados.

CUCA - Circuito Universitário de Cultura e ArteNúcleo de produção, debate e ex-perimentação cultural que compõe a rede nacional de cultura da UNe, aliada ao projeto das Bienais.

3NOSSA VOZ |

GreVe NAS FederAiS

Omês de maio de 2012 ficou marcado pelo espírito de luta de estudantes, pro-fessores e funcionários da universidade pública bra-sileira, mobilizados em fa-

Todos Unidos por Uma nova Universidade!

vas mensalidades cobradas pelas uni-versidades privadas. desde a deflagra-ção da paralisação nacional por tempo indeterminado, anunciada no dia 17, mais de quarenta e nove das cinquenta e nove instituições federais suspende-ram suas atividades, enquanto trinta delas declararam greve estudantil.

Para o presidente da UNe, daniel iliescu, este é um momento de extrema importância para a educação no país. ‘’O movimento estudantil está forte-mente mobilizado, em defesa de um projeto mais claro para as universida-des federais. A UNe apoia totalmente a greve dos professores, e, além disso, realiza um esforço para dar nitidez às suas próprias pautas, fazendo com que sua voz também seja ouvida’’, declarou.

Nesse cenário, os estudantes reivin-dicam a triplicação das verbas destina-das à assistência estudantil, a contra-tação de mais professores e servidores técnicos administrativos para cada insti-tuição, a implantação de um plano para conclusão das obras de infraestrutura que estão paradas nas universidades, a paridade nas eleições da reitoria, e a exi-

gência de 10% do PiB e 50% dos royalties do Pré-sal a ser investidos em educação.

Já os docentes reivindicam a imple-mentação do novo plano de carreira e melhores condições de trabalho a fim de cessar a contradição da expansão do en-sino superior que ocorre sem recursos suficientes. tal reivindicação tem o apoio dos estudantes, visando assegurar a qualidade da educação em todo país.

Segundo o presidente da União es-tadual dos estudantes de Minas Gerais (Uee –MG), rafael leal, a grande ade-são dos estudantes ocorreu também devido aos cortes realizados na edu-cação. ‘’O governo pratica uma política macroeconômica que utiliza o PiB para pagamento da dívida pública em detri-mento a educação. Portanto, as para-lisações propiciam o debate da ques-tão educacional potencializando a luta que há anos vem sendo realizada pela UNe, por uma universidade pública e de qualidade’’, contou.

em Minas Gerais, estado com maior número de instituições federais do país, apenas uma universidade não participou da greve.

vor da educação do país. A greve dos do-centes, apoiada pela UNe e pelo conjunto do movimento estudantil, assim como o indicativo de greve dos servidores, é um dos principais reflexos dessa agitação.

Mais do que isso: em nota a UNe afirma que “Neste momento de acir-ramento das lutas na universidade, na qual os estudantes têm empreendido um constante processo de mobilizações, enxergamos no movimento conjunto da comunidade acadêmica a possibilidade de vitórias para os estudantes, para toda a universidade e para todo o Brasil”.

Para além do importantíssimo deba-te sobre o plano de carreira na docên-cia, o que está em jogo é o novo projeto para o ensino superior que se deseja para o Brasil. As mobilizações tam-bém acontecem em meio à votação de um novo Plano Nacional de educação (PNe) e à luta pela redução das abusi-

UNE apoia movimento dos docen-tes, convoca mobilizações, reforça as bandeiras dos estudantes e de-fende a reforma universitária em todo o território nacional

UNE EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

A UNe estabeleceu um Comando Nacio-nal de lutas estudantis, para fortalecer as mobilizações nas universidades. Participar deste movimento para transformar esta re-alidade é somar forças para a real mudança desse cenário, a começar pela universidade, garantindo mais mentes e projetos a serviço do desenvolvimento do país.

+ FINANCIAmENtOAprovação de um PNe democrático que garanta investimentos de 10% do PiB para a educação e destinação de 50% dos royalties e do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

+ INFrAEstrUtUrAPlano emergencial para conclusão das obras de infraestrutura do reUNi.

+ AssIstêNCIA EstUDANtILAmpliação imediata dos investimentos em assis-tência estudantil para 1,5 bilhão de reais.

+ DEmOCrACIAGestão democrática com paridade nas eleições para reitoria e órgãos de decisão da universidade.

+ CONtrAtAçõEsContratação de sete mil novos professores e ser-vidores técnico-administrativos.

+ rEstAUrANtEs UNIvErsItárIOs E mOrADIAs EstUDANtIsAmpliação dos restaurantes universitários e mo-radias estudantis e construção onde não existam.

+ vALOrIzAçãO DOs prOFEssOrEs E sErvIDOrEs téCNICOs-ADmINIs-trAtIvOsreajuste salarial e reestruturação do plano de cargos e carreiras.

+ rEFOrmA UNIvErsItárIAAprovação de uma reforma Universitária que democratize e valorize o papel do ensino, da pesquisa e da extensão.

UNe BrASil + 10

4 | NOSSA VOZ

Onde você estará dentro de dez anos? Qual será a realidade do seu país e da sua população? Como será a universidade e a escola pública? Quais se-

Foram 52 cidades, 73 universidades, mais de 20 mil estudantes e muitas ideias para o Brasil que queremos daqui a 10 anos

brasileiros, levando debates e atividades culturais para mais de 20 mil estudan-tes. Como ideia principal, a Caravana propôs pensar o Brasil em uma década, no ano de 2022, quando comemora-se 200 anos da independência oficial.

Segundo a vice-presidente da UNe, Clarrisa da Cunha, foi um momento im-portante de afirmação das diferenças e necessidades da juventude brasileira. “A Caravana da UNe, além de sintonizar as bandeiras gerais pela educação de qualidade e pelo desenvolvimento na-cional, possibilitou o fortalecimento na-cional das lutas de mulheres, negros, indígenas, do debate sobre a diversida-de sexual e outros temas indispensá-veis para desenhar a universidade que queremos daqui a 10 anos”, afirma.

em cada visita, foram realizados os Aulões Brasil + 10 - grandes encontros nos quais especialistas como Marcio Pochmann, luiz Gonzaga Belluzzo e enio Candotti ministraram aulas em

rão as oportunidades para as juventu-des de norte a sul? Motivada por essas questões e pela vontade de fortalecer as lutas estudantis de todo o país, a União Nacional dos estudantes reali-zou, neste primeiro semestre de 2012, mais uma edição das suas ousadas ca-ravanas estudantis, que desde os anos 60 circulam por todas as regiões do território nacional a fim de alinhar os olhares e esperanças dos jovens em re-lação ao futuro do país.

A Caravana “UNe Brasil+10”, que foi também replicada na iniciativa local de algumas Uniões estaduais dos estudan-tes (Uee’s), ocorreu durante os meses de março, abril e maio. Ao todo, foram contempladas 52 cidades de 16 estados

Caravana perCorre o paÍs, reCiClando a HisTÓria, os sonHos e os proJeTos da JUvenTUde

universidades federais sobre temas diversos - blitz estudantis, lutas por pautas específicas de cada universi-dade e encontros de estudantes prou-nistas nas particulares, quando bene-ficiados do programa debateram seus avanços e carências.

O debate em torno da cultura tam-bém permeou as atividades das cara-vanas, seja com encontros do CUCA, para pensar formas de fortalecer as conexões culturais no país, seja com shows e cortejos, sempre valorizando a arte local de cada região.

“O CUCA representa uma bandeira de luta pelo respeito à diversidade cul-tural do país. Nessa caravana, a UNe traz temas que mostram não somente a história de luta dos brasileiros, mas também quais são os elementos que unificam e caracterizam a nossa iden-tidade cultural, visando o desenvolvi-mento”, explicou a coordenadora da caravana, Virgínia Barros.

lUiZ GONZAGA BellUZZO e MárCiO POChMANN NO AUlãO+10 reAliZAdO NA FACUldAde de eCONOMiA dA USP

5NOSSA VOZ |

eNNiO CANdOtti, ex-PreSideNte dA SBPC – UFAM/MANAUS“É importante sentar e discutir o Brasil daqui a 10 anos, pensar um projeto de renovação e reforma do país, que é absolutamente necessá-rio. Precisamos pensar em desen-volvimento com sustentabilidade”

lúCiO FláViO PiNtO, JOrNAliStA, UFPA, BelÉM“E temos no Brasil uma tradição repressiva de valorização do co-nhecimento e da inteligência. Nos-so problema é histórico e cultural”

heleNA NAder, PreSideNte SBPC – UFPr/CUritiBA“Investimento é educação, ciência e tecnologia. O resto é gasto. Todo estu-dante brasileiro precisa abraçar essa causa. Saiam às ruas pela educação!”

FátiMA BeZerrA, dePUtAdA FederAl, UFrN/NAtAl“Estou com a UNE na luta pelos 10%. Temos que pressionar mesmo para que avancemos ainda mais e mudemos a cara do país com mais recursos para a educação. Por isso, vamos também defender os 50% do fundo social do Pré-sal”

Fred ZerO QUAtrO, dO MUNdO liVre S/A – UFPe/reCiFe“Penso um Brasil onde cada cida-dão vai ter mais autonomia e pensar por si próprio, e não pela mídia, por meios de comunicação, que são pro-priedades privadas. Penso também ao mesmo tempo essa noção de con-sumo sustentável e coletividade”

SÉrGiO GABrielli, ex-PreSideNte dA PetrO-BrAS – UFBA/SAlVAdOr“A manutenção do crescimento envolve recursos de investimento na educação. Quanto mais aces-so à informação e mais acesso à educação formal, mais as pessoas terão capacidade de utilizar das oportunidades. Dar oportunidade ao máximo às pessoas é avançar estruturalmente na mudança da sociedade e o que nós vivemos nos últimos dez anos – o PROUNI foi uma revolução nas universidades”

lUiZ GONZAGA BellUZZO, eCONOMiStA – FeA-USP/SãO PAUlO “Temos que elevar o nível de com-preensão do povo em relação a sua realidade. A verdadeira luta pela de-mocracia passa pela luta da demo-cratização da comunicação”

MárCiO POChMANN, PreSideNte iPeA – FeA-USP/SãO PAUlO“Não queremos que o Brasil tenha uma trajetória de vôo de galinha. Para a próxima década os desafios são mais complexos. Temos de co-locar em primeiro lugar o enfren-tamento dos bancos”

Frases

debaTedores

MANAUS: PúBliCO ASSiSte AO AUlãO+10 COM O ex-PreSideNte dA SBPC, eNNiO CANdOtti, NA UFAM

SAlVAdOr: O ex-PreSideNte dA PetrOBráS, SÉrGiO GABrielli, FAlA NO AUlãO+10 eM SAlVAdOr, NA UFBA

CeArá: PúBliCO lOtA e retOMA A CONChA ACúStiCA dA UFC NA AtiVidAde CUltUrAl dA CArAVANA dA UNe

6 | NOSSA VOZ

CAMPANhA

Quem é estudante de univer-sidade particular no Brasil, muitas vezes, encontra de-safios inimagináveis para concluir seus estudos. Além

Universidade privadas: mais QUalidade, menos mensalidades! respeiTo aos esTUdanTes brasileiros!mobilizações da UNE, UEEs e outras entidades aumenta em todo o Brasil para barrar a ganân-cia e cara de pau dos empresários do ensino superior privado

de trabalhar duro, conseguir emprés-timos e passar um grande perrengue para manter-se na sala de aula, volta e meia lidam com a ganância criminosa e a cara de pau de alguns empresários do setor, donos de instituições de norte a sul. Mensalidades abusivas, demissões para aumentar os lucros, cortes na qualidade de ensino são apenas algu-mas das situações que ocorrem por aí.

entretanto, ao contrário do que acontece com um pastel de feira ou um vestido da daslu, a educação é um di-reito básico, garantido pela Constitui-ção Federal, e não pode ser negociada como qualquer mercadoria.

em 2012, as entidades estudantis tem se mobilizado cada vez mais para tentar alterar esse cenário. em Minas Gerais, os estudantes da Pontifícia Uni-versidade Católica (PUC) se uniram con-tra o aumento sem justificativa de 9,8% no valor das mensalidades. Uma série de atos marcaram as mobilizações que exigiam explicações da reitoria e mais diálogos com os universitários.

No rio de Janeiro, a falta de diá-logo, os aumentos abusivos de 25% e demissões na Gama Filho e na Uni-verCidade levaram a UNe e a Uee-rJ a ocuparem o prédio do grupo Galileo educacional, mantenedora que adqui-riu recentemente as duas instituições. “Precisamos nos unir e lutar, não va-mos engolir quaisquer imposição”, defende o presidente da Uee-rJ, igor Mayworm.

Na capital paulista a situação não é

diferente. eleito pela Uee-SP como “ins-tituição de ensino inimiga da educação”, o Grupo Anhanguera entrou na “mira” dos estudantes após realizar uma série de demissões de professores em mas-sa, visando o lucro e aplicando um golpe fortíssimo na qualidade de ensino.

Já a Universidade São Marcos foi descredenciada pelo Ministério da educação que alega inúmeras irre-gularidades que comprometem o funcionamento da instituição. Sob in-tervenção judicial e em processo de readequação às normas, a instituição não mantém dialogo com os estudan-tes, que também reclamam das trans-ferências realizadas sem consulta.

Na Universidade Nove de Julho (UNiNOVe) são os aumentos abusi-vos que vêm motivando os estudantes a uma série de apitaços com o apoio da UNe e da Uee-SP. Mesmo agredido em um dos atos, o presidente da Uee-SP, Alexandre Silva, garante que as mobilizações continuarão. “Um aviso aos tubarões de ensino: as entidades estudantis não se intimidarão. Pelo contrário, intensificaremos a luta”.

A UNe está mobilizada, dentro das universidades, nas ruas e nas redes sociais, para exigir que os donos das instituições privadas garantam a qua-lidade mínima e o exercício do direito à educação.

“diante dessa realidade é necessá-rio que os estudantes brasileiros forta-leçam a luta. Além disso, é necessário colocar o pé no acelerador na regula-mentação do setor privado na educa-ção, pois só com uma legislação rígida podemos construir uma educação de qualidade para todos os estudantes”, afirma a diretora da UNe, luiza lafetá.

OrGANiZe A SUA tUrMA!FOrMe UM dA e PArtiCi-Pe dO SeU dCe!

Outra forma de fazer frente aos abu-sos é construir um diretório ou Cen-tro Acadêmico (dA ou CA) quando não existirem. Grande parte das ins-tituições proíbe, criminaliza ou inibe a construção de entidades estudan-tis. Porém, o direito de organização dos estudantes está previsto por lei.

deNUNCie OS ABUSOS!eNtre eM CONtAtO COM A OUVidOriA dA UNe

Como todo cidadão, o aluno deve co-nhecer as leis de seu interesse e os me-canismos para reivindicar seus direitos.

Por isso, a UNe criou a Ouvidoria do estudante, oferecendo, gratuita-mente, assessoria jurídica, orienta-ção e esclarecimentos sobre ques-tões de matrícula e mensalidades, meia-entrada, atuação das entidades estudantis, bolsas, financiamento, taxas irregulares, reconhecimento do curso pelo MeC, sanções pedagó-gicas, entre outros temas.

Para entrar em contato, envie uma mensagem para [email protected]

7NOSSA VOZ |

FUtUrO dA edUCAçãO

O futuro educação brasilei-ra tornou-se, nos últimos anos, a principal e mais unificada pauta do movi-mento estudantil, em todas

precisam ser incorporados, como a questão do financiamento e a garantia dos 10%. Por parte da UNe, estamos extremamente preocupados com a de-mora na aprovação e com a proposta insuficiente do governo de apenas 7 ou 7,5% do PiB para a educação”, afirma. Atualmente, o poder público investe cerca de 5% do PiB no setor.

desde que o projeto foi enviado pelo MeC para o Congresso Nacional, as entidades estudantis e os movimentos educacionais lotaram os plenários da comissão especial de educação na Câ-mara, em Brasília, para fazer pressão e acompanhar de perto o processo, no en-tanto, a votação foi adiada muitas vezes.

O Plano Nacional de educação con-tém 20 metas para o desenvolvimento de diversos aspectos do ensino brasi-leiro. Além do debate central sobre o financiamento, também está em jogo a universalização do acesso ao ensino fundamental e médio; ampliar o acesso ao ensino infantil; oferecer a educação integral em 50% das escolas brasilei-ras; erradicar o analfabetismo; melho-rar a remuneração e qualificação dos professores e ampliar o acesso e quali-dade ao ensino superior brasileiro.

plano naCional de edUCação: pressão máxima pelos 10%!projeto está em tramitação no Congresso Nacional há vários meses; movimento estudantil se diz extremamente preocupado com o atraso para a aprovação

as suas vertentes. A reivindicação que mais ganhou peso, durante esse tem-po, foi a aprovação do Plano Nacional de educação brasileiro (PNe) com ga-rantia dos 10% do PiB investidos no ensino público. O PNe foi desenvolvido pelo governo federal a partir da última Conferência Nacional de educação, que reuniu estudantes, professores, funcionários, ONGs, sindicatos e re-presentantes do poder público para definirem as principais carências e desafios do setor. trata-se de um pla-nejamento educacional para o país nos próximos 10 anos.

No entanto, de acordo com o presi-dente da UNe, daniel iliescu, para que o projeto de fato mude a cara da edu-cação brasileira é preciso pressão po-pular e garantia da aprovação adequa-da do Plano no Congresso Nacional. “Já se passaram muitos meses desde que o PNe foi apresentado no legis-lativo, já ocorreram diversas revisões no texto mas, infelizmente, não surgi-ram ainda os principais avanços que

hiStÓriCO dA lUtA

Na Jornada de lutas da UNe em março de 2011, a defesa dos 10% do PiB e 50% dos royalties e Fundo Social do Pre-sal para a educação já era a principal reivindicação dos estudantes de norte a sul. esse aca-bou sendo também o tema do Con-gresso da entidade, no mês de julho em Goiânia, e da sua jornada de lu-tas em agosto, por todos os esta-dos, culminando com uma enorme manifestação de 10 mil estudantes em Brasília com a presença da líder chilena Camila Vallejo. No mês de dezembro, a UNe aumentou a pres-são com o acampamento #Ocupe-Brasília, instalando-se no gramado da esplanada dos ministérios para tentar garantir a aprovação do PNe com os 10% do PiB e 50% dos royal-ties e Fundo Social do Pre-sal para o setor. A jornada de lutas em mar-ço de 2012 não recuou nessa luta e, ao que tudo indica, os estudantes continuarão mobilizados até que o objetivo seja alcançado.

8ª BieNAl dA UNe

8 | NOSSA VOZ

Ao alcançar 14 anos de in-vestigação, experimenta-ção, comunhão de ideias, propostas estéticas e po-líticas para a cultura bra-

sileira, a Bienal da UNe tornou-se um dos mais tradicionais encontros da ju-ventude pós redemocratização do país. Considerada o maior festival estudan-til da América latina, a Bienal terá sua oitava edição em janeiro de 2013 nas cidades de recife e Olinda. Apesar de ainda faltarem seis meses para o re-encontro de jovens de todo país e do exterior, as preparações já estão es-quentando pela diretoria de cultura da UNe e pelo Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA).

Segundo um dos coordenadores do CUCA, rafael Buda, a equipe do even-to já será montada em agosto e no decorrer do segundo semestre serão realizadas uma série de pré-Bienais nos estados, como forma de organizar

reCiFe e olinda reCeberão, em Janeiro de 2013, a oiTava edição do maior FesTival esTUdanTil da amériCa laTina

os estudantes e artistas em torno do tema da Bienal, e permitir que orga-nizem suas caravanas. Além disso, ele ressalta a importância do evento para o conjunto do movimento estudantil.

“hoje temos muitos Centros Aca-dêmicos nos cursos de artes nas uni-versidades públicas e privadas e todos estão dispostos a construir uma nova universidade, com politicas públicas para a cultura. Nesse sentido, a Bienal consegue organizar esse movimento artístico universitário e potencializar, a partir dela, uma serie de reflexões e ações que podem ajudar o movimento estudantil a arejar suas ideias, pen-sando um país mais justo e soberano”, declara o coordenador.

Já a diretora de cultura da UNe, Maria das Neves, ressalta o simbolis-mo de realizar novamente uma Bienal no nordeste e, pela segunda vez, em Pernambuco. em 2003, o evento acon-teceu no recife.

Já esquentam as preparações para essa que promete ser a maior das Bienais; com o tema “A volta da Asa Branca”, o festival irá homenagear Luiz Gonzaga e prestigiar o nordeste e o espírito de seu povo

“O tema será ‘A Volta da Asa Bran-ca’, permitindo uma reflexão a partir dessa música de luiz Gonzaga, cujo centenário é comemorado em 2012. depois de 10 anos, a UNe volta a Per-nambuco para proporcionar aos estu-dantes brasileiros mais um encontro com a cultura popular e a história do nosso povo. Falaremos do sertão de luiz Gonzaga que, como tantos mi-grantes nordestinos, saiu de suas ter-ras para construir o Brasil e, através do forró, espalhou pelo país sua ale-grias, tristezas e, sobretudo, sua espe-rança. Será uma Bienal emocionante”, anima-se a diretora.

enquanto as inscrições não são abertas e as caravanas montadas, vale a pena matar a saudade das outras Bienais e acompanhar todas as no-vidades nas redes sociais do evento. Assista a vídeos, veja fotos e conheça outros participantes do festival. Co-necte-se!

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