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opp Janeiro/Fevereiro/Março de 2013– Ano 06 – Nº38 dos Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição

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Janeiro/Fevereiro/Março de 2013– Ano 06 – Nº38

dos Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição

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FAZENDO MEMÓRIA III

Os anos sessenta foram anos muito ricos de graças. No início dessa década tivemos a grande graça do CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II.

Ele veio chamar os cristãos católicos a uma fervorosa renovação e aos Religiosos a uma volta às Fontes de suas Instituições e Carismas. Teríamos muito a dizer sobre esse período, mas fica para outra ocasião uma vez que aqui trataremos apenas do que se refere aos passos para realização de Federação.

Por essa ocasião o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, um brasileiro o Frei Constantino Koser, da Província Franciscana da Imaculada Conceição, enviou a todos os Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição um extenso questionário para estudo de nossas Constituições Gerais em vista do “Aggiornamento” (atualização). Também nomeou o Frei Gaudioso, OFM, da Província Franciscana de Santa Cruz, como Assistente dos Mosteiros da OIC no Brasil. Simultaneamente, nesse espírito renovador, surgiu o CEFEPAL entre as Ordens e Congregações de espiritualidade franciscana, o qual promoveu muitos encontros com as diversas Ordens.

Nos primeiros dias de janeiro de 1969 realizou-se no Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda o primeiro encontro da OIC no Brasil no qual participaram sessenta e oito monjas de quase todos os mosteiros do Brasil, sob a assistência de Frei Gaudioso,

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OFM; Frei Desidério Kalverkamp, OFM e Frei Hugo Domingos Baggio, OFM da Província Franciscana da Imaculada Conceição, participaram também o Frei Guido, OFM e a psicóloga Dra. Lucy Paixão. Esse encontro teve uma participação muito efetiva das religiosas jovens de então. Que estavam vibrando com a renovação pedida pelo Vaticano II. A primeira de todas as renovações foi que, a partir daí, as Irmãs puderam participar da santa missa vendo o altar e o celebrante, sem a interferência das cortinas na grade. Antes só no momento da Elevação se corriam as cortinas e logo depois se fechavam.

Também surgiram muitos questionamentos que nos levaram a refletir e procurar conhecer melhor as nossas origens, nosso Carisma e Espiritualidade e a história de nossa Ordem.

O melhor de tudo foi que as monjas passaram a ter um rosto conhecido; desde então, as distâncias já não foram mais impedimento para os laços de amizade que se criaram entre nós. Quando chegavam as cartas dos Mosteiros sabíamos de quem se falava. O intercâmbio se tornou maior e a confiança recíproca, tão necessária para nos unirmos em Federação foi-se solidificando. De fato, esse encontro que durou de 1º a 15 de janeiro de 1969, onde os assuntos de interesse geral foram tratados com muito carinho, serviu para lançar as sementes da Federação.

Estiveram presentes nesse encontro representantes de todos os Mosteiros existentes em 1969: Salvador, São Paulo, Macaúbas, Sorocaba, Guaratinguetá, Uberaba, Piracicaba, Caratinga, Taubaté, Cajazeiras, São João del Rei, Ponta Grossa, Bauru e Fortaleza.

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“Quando a cruz está mais pesada é sinal que a ressurreição está perto”!

A todos uma Santa e Feliz Páscoa!

Ir.Maria Auxiliadora do Preciosíssimo Sangue, OICPresidente da Federação Imaculada Conceição dos

Mosteiros da OIC no Brasil.

SOBRE O ANO DA FÉ...

“Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”

(Gl 2,20)

Caras Irmãs, O Papa Bento XVI acaba de nos dar uma grande lição no espírito do “Lava Pés”, mostrando que todas as funções na Igreja, seja Papa seja Abadessa ou qualquer outra que possamos imaginar, sempre são serviços assumidos para a edificação da Igreja, isto é da comunidade de fé que se concretiza na busca da unidade que gera vida. Nada mais justo do que reconhecer sua limitação e que chegou a hora de um outro assumir. Creio que o Papa Bento XVI será lembrado na história principalmente por isso.

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Com muita gratidão queremos continuar a nossa reflexão sobre a importância da fé na nossa vida, sendo ela a base da nossa consagração especial a Deus.

Na audiência do dia 17 de outubro de 2012, o Papa levantou a pergunta fundamental para a nossa vida e consagração:

“A fé é verdadeiramente a força transformadora da nossa vida, na minha vida? Ou então é apenas um dos elementos que fazem parte da existência sem ser aquele determinante, que a abrange totalmente?”

E mais adiante justifica: “Com o ano da fé gostaríamos de percorrer um caminho para fortalecer ou reencontrar a alegria da fé, compreendendo que ela não é algo alheio, separado da vida concreta, mas é a sua alma. A fé num Deus que é amor e que se fez próximo do homem, encarnando e doando-se a si mesmo na cruz para nos salvar e reabrir as portas do céu, indica de modo luminoso que a plenitude do homem consiste unicamente no amor.”

Na mesma audiência insistiu na ideia do “encontro” para dizer que a fé não se resume numa ideia, mas se realiza num encontro com uma Pessoa viva (cfr. a citação da

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carta de São Paulo acima) que nos transforma em profundidade a nós mesmos, revelando-nos a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus. Neste sentido chama a nossa atenção, dizendo:

“O encontro com Cristo renova em nós os relacionamentos humanos, orientando-os no dia a dia para uma maior solidariedade e fraternidade, na lógica do amor. Ter fé no Senhor não é algo que interessa unicamente à nossa inteligência, ao campo do saber intelectual, mas é uma mudança que compromete a vida, a totalidade do nosso ser: sentimento, coração, inteligência, vontade, corporeidade, emoções e relacionamentos humanos. Com a fé muda verdadeiramente tudo em nós e para nós e revela-se com clareza o nosso destino futuro, a verdade da nossa vocação no interior da história, o sentido da vida, o gosto der sermos peregrinos rumo à Pátria celeste.”

Bento XVI toca aqui num assunto muito importante e crucial para os nossos dias. A humanidade de hoje não precisa e não espera uma ideia abstrata, uma ideia a ser anunciada e pregada, mas o que a humanidade de hoje precisa e espera é uma fé vivida e concretizada no dia a

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dia da nossa vida. Os tempos de hoje precisam de homens e mulheres que através de uma vida iluminada e transformada pela fé, uma fé vivida e concretizada, façam Deus “credível” neste mundo. Ou com outras palavras, não basta dizermos que cremos, mas devemos nos tornar credíveis. Somente homens e mulheres que “se deixam tocar por Deus” serão capazes de fazer retornar Deus aos homens.

Na vida de fé, muito nos pode ajudar a imagem do “encontro” com uma pessoa, do qual nasce uma “experiência” concreta e sentida. Caracterizam o “encontro pessoal” e a “experiência viva”: UM DINAMISMO: É um movimento, uma caminhada, um processo. Lembremos apenas a caminhada dos discípulos para Emaús. Jesus Cristo se faz companheiro de viagem e se revela pouco a pouco.

UMA VIVÊNCIA: O encontro com uma pessoa nos leva à convivência com ela, nos introduz na sua intimidade, nos faz experimentar sua amizade. Lembremos o convite de Jesus quando chama os discípulos: “Vinde e vede!”

A SURPRESA:

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A dinâmica da vida e a vivência dum relacionamento nos colocam diariamente diante de novos desafios para os quais devemos buscar respostas. A fé justamente nos quer capacitar para esta missão de cristão. Lembremos a insistência de Jesus: “Quem quiser seguir-me, não deve olhar para trás...”

A FIDELIDADE:A intimidade no relacionamento com uma pessoa faz nascer passo a passo uma fidelidade que persiste mesmo nos momentos de “sentida ausência” da pessoa. Esta “sentida ausência” não termina o relacionamento, antes o fortalece ainda mais na expectativa do reencontro.

A GRATIFICAÇÃO:O relacionamento com o “Deus vivo” nos faz experimentar a paz e a alegria interiores apesar de todos os nossos medos, receios e angústias. A nossa esperança se torna “firme” e a nossa caridade “perfeita”.

Estar acompanhado por quem nos orienta com segurança, convivendo com quem nos dá a certeza de sermos amados, aberto ao novo que nos surpreende a

cada dia da nossa vida, fiel mesmo nos momentos em que o sol parece não mais brilhar, na graça de

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sentirmo-nos amados por um Deus onipotente e misericordioso, eis os meus votos de uma feliz e santa festa da Páscoa para todas as irmãs, companheiras na fé num Deus vivo e em Cristo Ressuscitado.

Frei Estêvão Ottenbreit, OFMAssistente Religioso da Federação Imaculada Conceição

TESTEMUNHO

A Vida Consagrada no Ano da FéSinal vivo da presença de Cristo no mundo

( Porta Fidei, 15)

Ir. Maria del Carmen Mariñas, OIC

A Ressurreição de Jesus é o eixo central de nossa fé e o que atinge o mais profundo de nossa vida para nos impulsionar a sermos testemunhas de Alguém vivo.

Esta experiência me permite avançar no caminho sob sua luz, iluminando minhas obscuridades e reconhecendo seu rosto que primeiramente se manifestou no plano intuitivo e depois gerou tal confiança que é a parte essencial de meu projeto de vida.

Como monja contemplativa quero manifestar que fui encontrada pelo Deus vivo e quero irradiar para o mundo a força de seu amor com um canto de louvor. O Ressuscitado implantou em minha pobre terra um “canto novo” e com

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este gérmen de vida nova, que consiste na melodia da alegria essencial de saber-me incondicionalmente amada por Jesus que me libertou do pecado, sou sinal vivo através de Sua presença em mim; porque seu Espírito, que é fogo, me mantém incandescente, emitindo raios de gozo incontidos por tanto dom recebido. Nesta perspectiva, renovo cada dia, a consciência de como interferiu em minha história pessoal, em cada acontecimento, como vai fazendo de mim uma criatura nova e como, inclusive na obscuridade, nas confusas sombras, encontro o Deus da vida. O dia a dia está marcado pela história de uma relação com Deus que se faz presente em sua Palavra, na Liturgia, na Eucaristia, que é o que nós celebramos glorificando-o. O ritmo regular de louvor nos permite introduzir esse tempo eterno de Deus no tempo da humanidade e receber dele a luz que projetamos além e que nos possibilita o ir reproduzindo características existenciais que nos definem como contemplativas, ou, o que é o mesmo, experimentar a partir de nossa debilidade uma confiança ilimitada em sua Palavra, que ilumina nossa mente e nosso coração; o valor do silêncio, que não é ausência de Deus, senão palavra empenhada com a humanidade que fala caladamente através das coisas, da natureza, dos acontecimentos e das pessoas; através da vida inteira e principalmente em seu Verbo entregue e glorificado.

A vida contemplativa é consciência de estar invadida pela presença do Ressuscitado; é criatividade a partir da pobreza

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de meios, sendo o testemunho e a transparência da beleza de Deus (que sobre mim exerce enorme sedução), o meio para deixar-me “transfigurar” e assim permitir que os dons do Espírito me configurem no Ressuscitado.

Viver servindo a esta humanidade a partir da contemplação não é desinteressar-se da realidade. Ao contrário, Deus quis fazer-se presente nesta realidade e, portanto, esta realidade é transparência de Deus. Como bem apontava o Ir. Alois de Taizé em recente sínodo para a Nova Evangelização, nossos Mosteiros oferecem ao mundo a constante proximidade de Deus através da oração. Não se trata de um desinteresse da realidade, mas um autêntico compromisso com ela.

Se cada mosteiro é um foco de luz e de fé que se irradia para todos que nos vêem e nos conhecem; se nossa vida é capaz de irradiar Deus em nossas palavras e obras, podemos afirmar que a humanidade tem em nós um sinal vivo da presença de Cristo Ressuscitado no meio deles. Assim me sinto e me comprometo com nosso mundo.

Tradução: Ir. Lindinalva de Maria, OICSalvador / Bahia

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MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2013

Crer na caridade suscita caridade «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele»

(1 Jo 4, 16)

Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que

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Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé

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Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes

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teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna

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possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade

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Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).

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Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

Vaticano, 15 de Outubro de 2012

BENEDICTUS PP. XVI

VISITA DO FREI ESTÊVÃO AO MOSTEIRO DE COCHABAMBA / BOLÍVIA

“Como é bom irmãos estarem juntos”!

Foi este o pensamento quando deixei no dia 30.1.2013 o mosteiro das irmãs concepcionistas em Cochabamba, Bolívia. Que tarde maravilhosa! Quando cheguei, a curiosidade das irmãs: “quem é este homem?” Quando parti: a alegria contagiante das irmãs com a esperança de continuar os contatos e a comunicação. Uma tarde de muitas conversas com a comunidade, de um café muito caprichado com quitutes da região, literalmente um concerto de algumas irmãs e enfim a foto obrigatória para registrar este momento de felicidade para todos.

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O que mais me impressionou foi a “fome e sede” das irmãs bolivianas (pude também falar por telefone com a abadessa de La Paz) por mais contato e intercâmbio com as irmãs brasileiras. Querem receber o Boletim da nossa Federação e manifestaram o grande desejo de poder enviar algumas irmãs para integrar o grupo das irmãs concepcionistas que se farão presentes no “espaço Francisco” durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Por causa disso me chamou a abadessa de La Paz por telefone, para ver a possibilidade. Eu me adiantei, dizendo que vemos com bons olhos um intercâmbio maior e principalmente estaremos de braços abertos para acolher algumas irmãs bolivianas durante a jornada no Rio de Janeiro.

Frei Estevão, OFM

P.S. Uma foto mostra Santa Beatriz na fila das santas mulheres da Família Franciscana. Encontrei esta pintura no altar mor da Casa de Retiro dos Frades Menores, onde realizamos o encontro.

Uma outra foto mostra as irmãs dando literalmente um concerto. Nas fotos do grupo (são oito irmãs ao todo, a mais idosa é a abadessa) estão também os “irmãos” cachorros que acompanham as irmãs por onde andam.

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Não me admiraria se participam também do coro. Mucho amables...

Nota da redação: Já está confirmada a presença de 15 irmãs procedentes da Bolívia e Argentina na JMJ.

Conosco, ficarão hospedadas no Mosteiro da Ajuda. Mui gracioso...

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“Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."

Marcos 10,45

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Jesus descreve para seus discípulos qual é seu caminho e seu destino: amar, amar até o final, aceitando que o amor lhe conduza à morte, porque amar é dar, é entregar-se. Por outro lado, escutamos na primeira leitura como se realiza a nossa redenção, não a preço de ouro ou de coisas preciosas, mas sim pelo sangue do Cordeiro que nos amou. E esta tarde celebramos a memória de Mártires recentes da família franciscana nesta terra, com particular atenção às Mártires Concepcionistas.Tudo converge para que centremos a atenção em um aspecto muito importante de nossa vida.

O primeiro Artigo da Regra fundamenta a vida de uma Concepcionista, no desejo de desposar-se com Jesus Cristo nosso Redentor. A tradução moderna não é correta. Deveria dizer: “Ser desposada com Jesus Cristo nosso Redentor” na voz passiva. Porque se trata do trabalho e dádiva do Espírito. Somente Ele pode unir o coração convertendo-o em coração de esposa de Cristo, porque não corresponde a natureza humana, isso de servir, dar a vida, viver do Amor recebido até o ponto de dar-se com coerência e constância. Não é fácil para o homem viver em profundidade e unidade sacrificando outros impulsos, atrativos, solicitações e desejos.

O Espírito trabalha e conduz o aprendizado de amar, amar muito, amar a todos, amar até o final. Essa experiência de um coração unificado, simples, abrasado por Jesus Cristo. É dádiva que se recebe com árduo processo. A Imaculada é um mistério de glória e beleza, porém, não esqueçamos: é um mistério de conflito (lutas), de combate contra o mal. Observei um dia um Claretiano, também ele é filho do Coração Imaculado de Maria. Um dia enviei um cartão com esta representação da Imaculada muito freqüente entre nós: O menino Jesus, nos braços de Maria, ferindo o dragão

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com lança vitoriosa. E ele comentou: Esta Imaculada é um grito de combate. Não imaginava que ela pudesse ser assim representada. Na realidade, na maior parte das vezes a Imaculada não vem representada sem o dragão, o mal, a maldade, a quem vence.

A Imaculada Conceição é combate e nossa participação neste mistério também se torna um combate.

Com a particularidade de que em Maria o Pai realizou sua obra de misericórdia e glória em um mesmo instante. Em nossa vida o faz num grande processo, lento e constante, em que devemos vencer o convite do mal e querer dominar-nos, dentro e fora de nós mesmos, com tentações, limites e provações, que devemos combater incansavelmente.

E também como dor, impotência, morte, como cruz. Sempre foi assim, me chama muito a atenção que a vivência da Concepcionista tenha sido sempre acompanhada da cruz, nas melhores representantes desta vocação.

Santa Beatriz: perseguição, trinta anos de espera e silêncio. O contratempo da morte no momento mais delicado da criação da Ordem.

Madre Ágreda, nas ansiedades de sua responsabilidade de corresponder-se com Felipe IV, de seu doloroso trabalho de escrever, nas incompreensões da Inquisição .

Estas Mártires Concepcionistas, a quem a vida foi tirada com dor.

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A Madre Sorazu, na opinião de Baldomero Jiménez Duque, foi em algumas de suas intuições e experiências superior inclusive a Santa Teresa.

E um dos pontos é este: Santa Teresa atinge o auge do Matrimônio Espiritual de alegria e comunicação com Deus. Madre Sorazu diz: O auge da mística cristã é acompanhar a Jesus Cristo em sua morte. E assim se deu, ela sofreu a morte em meio à gemidos de dores e solidão interior.

O conjunto desta Ordem tem vivido este mistério da cruz com freqüência . Além do mais, se tem sentido o ser chamada a viver a Conceição de Maria e a Paixão de Jesus expressando esta consciência com a multiplicação das representações de Maria e da Paixão na Igreja, Coro, Claustro ...

As Constituições no artigo 88, nos dizem que esta participação na Paixão de Jesus se realiza sobretudo na vida. Também quero lembrar das dificuldades de hoje aplicando ao trabalho, dor, ansiedade e dificuldades na formação própria, comunitária, permanente e inicial.

“Meu cálice bebereis”, é anúncio de Jesus. E isto nos ajuda na Eucaristia, na memória da Paixão, nos exemplos das nossas generosas Irmãs . Vamos nos ajudar uns aos outros.

Frei Javier Unanue, OFM(Encontro Interfederal- Toledo/Espanha- 28/05/2008 )

Traduzido pelo Mosteiro Imaculada Conceição e São José

Piratininga – São Paulo24

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CAMINHANDO COM MARIA XXIV

A presença da Mãe de Deus

A presença de Maria na vida de Jesus foi constante. Ela não apenas gerou o Verbo em seu seio, mas o educou, o viu crescer, o apoiou em sua missão; enfim, exerceu uma presença de mãe solícita e amorosa. Certamente foi a pessoa que mais o soube compreender, porque vivia a mesma consagração ao Pai. A radicalidade de um mesmo sim os unia na obediência ao Projeto da Salvação.

Maria foi aquela presença silenciosa de conforto e consolo para o Filho desde o início de sua vida pública, como nas bodas de Caná onde a contemplamos como uma testemunha viva do poder de Deus. Sua confiança sempre ilimitada, nunca vacilou na fé. Desde o sim de Nazaré, percebemos que sua fé não é vazia, mas operante e concreta, ela acredita firmemente que “para Deus nada é impossível”.

Maria é a primeira discípula de Jesus. Conhece profundamente o Filho que gerou, ensinou e ajudou a crescer em graça e sabedoria. Com toda a simplicidade, assumiu o papel de Mãe e Mestra, para depois, com mais humildade ainda, se fazer serva e discípula daquele que havia ensinado. Assim, Maria se torna também a primeira cristã, pois muito antes de Jesus se revelar como o Cristo, o “ungido” e enviado por Deus para salvar Israel, o Senhor já havia lhe revelado esta verdade na Anunciação.

Portanto, “Maria é referência para os discípulos recém-chamados”. É mestra espiritual, modelo e inspiração de todos aqueles que desejam seguir os passos de Jesus, viver os valores cristãos e testemunhar o amor e a misericórdia de Deus para o mundo.

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“As monjas Concepcionistas vêem em Maria o modelo excelente de fé e caridade e assumem esse ideal de perfeição, procurando crescer sem cessar nas santas virtudes”.Virtude basilar: Prontidão

Ir. Maria Imaculada de Jesus Eucarístico, OICJoinville – SC

NOTÍCIAS DE JATAÍ/GO

No Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição, no dia 10 de fevereiro de 2013, após a missa dominical das 17:00h presidida pelo Pe. Cristiano Faria dos Santos, Chanceler da Diocese e Reitor da Catedral, foi inaugurada a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Muitos fieis se juntaram para este momento de fé e devoção mariana. Este é um espaço privilegiado de encontro e recolhimento, onde na companhia de Maria elevamos a Deus nosso louvor e súplica. Nossa Senhora apareceu a Bernadete no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no sossego e recolhimento que Deus nos fala e nós falamos com Ele. Que esta gruta favoreça o encontro, o sossego e a paz da alma que nos ajudam a nos conservar sempre unidos a Deus.

De 11 de fevereiro a 10 de julho, a bem-aventurada Virgem Imaculada dignou-se transmitir uma missão durante 18 aparições. Durante esses dias será rezado o terço na Gruta, as 18h:15min.

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Nossa Senhora de Lourdes,” alcança-nos de Deus as graças que necessitamos e faze que, amando de coração a Teu Filho e servindo aos pobre e doentes, com alegria, possamos um dia contemplar no céu a beleza do teu rosto. Amém.”1ª aparição - 11 de fevereiro.

2ª aparição - 14 de fevereiro.

4ª aparição - 19 de fevereiro.

5ª aparição - 20 de fevereiro.

6ª aparição - 21 de fevereiro.

7ª aparição - 23 de fevereiro.

8ª aparição - 24 de fevereiro.

9ª aparição - 25 de fevereiro

10ª e 11ª aparições - 27 e 28 de fevereiro.

12ª aparição - 1º de março.

13ª aparição - 2 de março.

14ª aparição - 3 de março.

15ª aparição - 4 de março.

16ª aparição - 25 de março.

17ª aparição - 7 de abril.

18ª aparição - 16 de julho.

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Grande e admirável foi a misericórdia do Senhor em favor desta Obra; por isso, muito profundo deve ser

também o nosso reconhecimento e gratidão.

No dia 25 de Março de 1988, instalou-se na Diocese e cidade de Jataí/GO o Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição, Irmãs vindas do mosteiro de Uberaba/MG. São elas: Ir. Maria Teresa de Jesus Crucificado, Ir. Maria Sílvia de Santa Beatriz, Ir. Benedita Luzia, Ir. Joana Paula e Ir. Ágreda (estas duas egressas). Tendo como endereço, Rua Castro Alves, 1288. Permanecemos neste local 07 anos. Tivemos que nos mudar, por conta da instalação do maquinário de fabricação de Hóstias que exige bastante espaço.

A mudança para a Rua Benjamin Constant, 1073, foi no dia 24 de dezembro de 1995. Esta era um pouco mais ampla. Com o passar do tempo fomos adaptando a casa para as exigências de um mosteiro. Tínhamos em mente, de ali ser o espaço definitivo do nosso mosteiro, mas acreditamos que por Providência Divina, tivemos que mudar. Sugeriram-nos construir um novo mosteiro, mas como? Não dispúnhamos absolutamente de nada. Dinheiro, nem um centavo; terra, nem um palmo; Tudo se confiou e esperou da Divina Providência.

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Através de D. Aloísio Hilário de Pinho, nosso bispo, agora emérito, foi nos oferecido um terreno onde já existia a Capela da Divina Misericórdia para aí construirmos o nosso novo Mosteiro. É um local distante do centro, em um bairro novo e fica no alto, tem uma bela vista da cidade. Em Março de 2001, iniciaram-se as obras da Construção do Mosteiro. Houve períodos que os trabalhos foram consecutivos, mas houve longos períodos que nada se pode fazer pela falta de verba, em que a fé foi posta à prova, com trabalho intenso e preocupações constantes para a nossa querida madre Maria Teresa que solicitamente velava pelo andamento de tudo: aquisição de materiais, pagamentos, angariação de fundos, etc.

A construção tinha de ser financiada exclusivamente pela Providência e esforço heróico das Irmãs. Por isso, urgia pôr mãos à obra. A melhor arma de que sempre nos valemos para vencer esta grande batalha, foi a oração. A este Mosteiro bem se lhe pode chamar o “Mosteiro das mãos postas!” A inauguração do novo prédio foi no dia 25 de Março de 2006, festa da Anunciação do Senhor, mesma data da chegada das irmãs aqui na diocese há exatos 25 anos.

Desejamos que este mosteiro torne-se cada vez mais um oásis espiritual, para os que crêem, possam buscar e encontrar o Senhor. Que seja lugar de irradiação de vida cristã, para os que desejam rezar. Aos que passarem pelo mosteiro possam sentir uma atmosfera de paz, de oração e de alegria. Sintam-se felizes de se unir, por um momento que seja, à oração litúrgica das monjas; oração de louvor e de intercessão. Que o Mosteiro seja também um lugar onde se tenha a ocasião de rever a vida com o olhar da fé.

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Como sempre, só nos resta agradecer a Deus e às pessoas, que foram instrumentos da ação de Deus durante esses anos e esperamos continuar firmes e fiéis a essa missão a nós confiada.

Monjas Concepcionistas Jataí/GO

FEDERAÇÃO IMACULADA CONCEIÇÃO DA OIC NO BRASILCURSO DE FORMAÇÃO – 2013

I ETAPA – 07 a 21 janeiro Agudos / São Paulo

De 07 a 21 de janeiro do corrente ano estivemos reunidas no Seminário Franciscano de Agudos/SP, dando início a uma nova turma do Curso de Formação que a Ordem da Imaculada Conceição oferece para nossas irmãs.

Éramos dezessete irmãs provenientes de nove Mosteiros dos dezoito existentes no Brasil. Como sempre acontece, foram dias de vivência e aprofundamento de nossa vocação contemplativa-concepcionista no desejo de que a cada dia possamos crescer como pessoas consagradas e assim fazer

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crescer também a nossa Ordem e a qualidade de nossa experiência comunitária. A comunidade é cada uma em particular! Precisamos mais e mais tomar consciência disso!

Depois de uma avaliação das outras turmas, o Conselho da Federação e mais a Coordenação do Curso, consideramos a necessidade de mudar um pouco a forma de desenvolver o Curso para atender às necessidades mais prementes de nossas Comunidades. Assim, as reflexões se concentraram em três temas principais: Formação Humana, Liturgia e Espiritualidade da OIC.

O primeiro tema foi desenvolvido pela Sra. Cristina Viana, psicóloga. Ela foi muito feliz nas colocações e respondeu as expectativas das irmãs que elogiaram sua postura realmente comprometida e desejosa de ajudar e acompanhar no processo de conhecimento de si para uma melhor convivência favorecendo uma experiência realmente fraterna em nossas Comunidades. Conscientes de que começa em nós essa mudança, esse crescimento. Foram muito positivas também as dinâmicas.

No segundo bloco de reflexões trabalhamos um pouco a Liturgia introduzida por uma colocação do Fr. Estêvão sobre a visão grega do necessário, o útil e o honesto (digno). A Liturgia não é apenas necessária e útil mas deve ser dignamente celebrada. Sair de um plano meramente rubricista/obrigatório para um plano celebrativo/amoroso. Tomamos a Introdução Geral a Liturgia das Horas e fomos

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alternando reflexão e prática assessoradas sempre pelo Frei Brayan e Frei Leandro, OFM e pela Ir. Plácida, OSB. Frei Estêvão nos acompanhou todo o tempo incentivando, motivando, esclarecendo. Se não podemos fazer mudanças imediatas em determinados aspectos de nossa forma de celebrar a Liturgia em nossas Comunidades, pelo menos, despertou ou reacendeu em nós a beleza de uma Liturgia bem celebrada, o que significa dizer bem preparada, com tempo suficiente par que seja um momento de oração que não conste de mera “obrigação coral” mas de participação e experiência na Oração da Igreja. Um Ofício realmente Divino.

O terceiro tema que seria apresentado pelo Frei Estêvão ficou apenas nas “entrelinhas” da abordagem litúrgica, visto que, por conta de compromissos inadiáveis, o Frei Estêvão não pode permanecer por mais tempo. Assim, ficamos “devendo” a reposição desse tema numa próxima oportunidade. Por conseguinte, concluímos o curso antes da data prevista.

Cremos, porém, que valeu pelas duas semanas intensamente vividas e ricamente aproveitadas naquele espaço maravilhoso de silêncio e contato com a natureza que é o Seminário de Agudos.

Agradecemos muito às Comunidades que enviaram irmãs para participarem; agradecemos aos Frades que nos acolheram como verdadeiros irmãos; agradecemos a Cristina, Ir. Plácida, Fr. Brayan, Frei Leandro e Frei Estêvão

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que deram o melhor de si com sua presença, seu conhecimento e sua dedicação. E agradecemos a cada irmã que participou! Que tenha sido para cada uma um momento forte de experiência de pertença a uma Ordem na partilha do que somos, do que temos e no desejo de melhorar o que somos para uma crescente qualidade do que temos a oferecer.

Iremos fazer uma avaliação dessa Etapa quanto a local, duração, assessoria, etc. e preparar com carinho a próxima. Até lá!!

Com estima e sincero afeto,

Ir. Eleusa e Ir. Lindinalva.OS: Posteriormente enviaremos a todas as Participantes as Crônicas dessas duas semanas, muito bem redigidas pela nossa Ir. Catarina.

SEGUEM AlGUMAS IMAGENS DO ENCONTRO...

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ATENÇÃO!

Não deixe de enviar sua contribuição para o Boletim!

Envie para:

Ir. Magnólia de Maria, OICMosteiro de Nossa Senhora da Conceição

Rua Campinas de Brotas, 737 – Brotas40275-160 Salvador/BAE-mail: [email protected]

Participe do Boletim! Esse espaço pertence a você!

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