informativo assoceasa - 1ª edição/setembro 2011

12
Uma história no abastecimento de Campinas Reviva quase 60 anos de peculiaridades e conquistas do setor de hortifrutis da Ceasa Ano 1 | Setembro de 2011 | Edição 1 Informativo ASSOCEASA Colaboradores do abastecimento da Cidade na década de 60 Entenda o processo de busca pela regulamentação da sacaria de 25 kg BATATAS EMDEC restringe a circulação de veículos de carga em Campinas CAMINHÕES Saiba mais sobre o segundo fruto mais consumido no Brasil BANANAS

Upload: notus-comunicacao

Post on 22-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Informativo Assoceasa distribuído nas dependências da Ceasa-Campinas. Produzido pela Nótus Comunicação Empresarial.

TRANSCRIPT

Page 1: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

Uma história no abastecimento

de CampinasReviva quase 60 anos

de peculiaridades e conquistas do setor

de hortifrutis da Ceasa

Ano 1 | Setembro de 2011 | Edição 1

InformativoAno 1 | Setembro de 2011 | Edição 1

ASSOCEASA

Colaboradores do abastecimento da Cidade na década de 60

Entenda o processo de busca pela regulamentação da sacaria de 25 kg

Entenda o processo Entenda o processo

BATATASEMDEC restringe a circulação de veículos de carga em Campinas

EMDEC restringe EMDEC restringe

CAMINHÕESSaiba mais sobreo segundo fruto mais consumido no Brasil

Saiba mais sobreSaiba mais sobre

BANANAS

Page 2: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011
Page 3: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

3O conhecimento é, talvez, um dos maiores bens que o ser huma-

no pode adquirir nos dias atuais. E, isso só é possível por meio da

informação que chega de forma rápida e atualizada pelos meios de

comunicação. Portanto, era premente que os permissionários e usu-

ários da Ceasa-Campinas tivessem um informativo com as notícias,

os fatos e as histórias de interesse da comunidade. É com muita ale-

gria que a Assoceasa inicia a publicação do nosso Informativo com

matérias destinadas a orientar e informar o permissionário.

Nesta primeira edição, alertamos sobre a nova restrição de circula-

ção de caminhões de carga em Campinas - assunto que afeta direta-

mente as empresas de logística, o abastecimento e os clientes.

Outro tema a ser debatido são as mudanças de hábitos, muitas

vezes históricas em nosso setor, como é o caso da nova proposta

para a diminuição do peso máximo das embalagens de batatas

para 25 kg.

Além disso, conheça dados e curiosidades da história da Ceasa-

Campinas, com relatos de permissionários que trilharam suas vidas

junto à comunidade. Afi nal, no presente, muitas vezes nos depara-

mos com difi culdades, e é no passado que percebemos a supera-

ção, trabalho, persistência e fé que nos fazem crer em um futuro de

esperança para as novas gerações. Nesta edição, quem divide suas

lembranças conosco é o Zé Mineiro.

E já que tratamos de hortifruti, nada mais importante do que mos-

trar as qualidades e benefícios das frutas, dos legumes e das verdu-

ras com os quais lidamos diariamente. Para esta edição, saiba mais

sobre o segundo fruto mais consumido no Brasil: a banana.

Desejamos a todos uma boa leitura!

NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTE

Esta revista é uma publicação da Assoceasa

PresidenteMarco Antonio Adami

Produção e EdiçãoAna Luiza Panazzolo (MTB: 64.887)

Marcela Pastor (MTB: 64.896)

Colaboração EspecialZé Mineiro

DesignerRenato Pastor

DiagramaçãoJoão Colosalle

ImpressãoGráfica Silvamarts

Tiragem2.000 exemplares

CEASA - Centrais de Abastecimento de Campinas S.A.

Rodovia Dom Pedro I, km 140,5 Pista Norte, Campinas (SP)

CEP: 13082-902 Telefone: (19) 3746-1000

www.ceasacampinas.com.br

Entre em contato com a redação pelo e-mail

[email protected]

8 ESPECIALSob o olhar de Zé Mineiro, relembre a história do mercado de abastecimento de Campinas

5 SACARIA DE 25KGEn� dades de abastecimento buscam a regulamentação do peso máximo das embalagens de batata

EDITORIAL

8 REGULAMENTAÇÃOA par� r de novembro, a EMDEC autuará caminhões que transitarem em áreas restritas de Campinas4É MÊS DE...Conheça as peculiaridades da banana, a fruta que ajuda a prevenir depressão, insônia e hipertensão6

Page 4: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

Regulamentação restringe caminhões de carga em CampinasEMDEC promove sinalização nas ruas e rodovias para conscientizar os caminhoneiros que circulam pela Cidade

Estima-se que cer-ca de 20 mil veículos de carga circulem em Campinas diariamente, o que dificulta a mobili-dade urbana da Cidade. Visando este cenário e em busca de soluções para melhorias no trá-fego, a Empresa Mu-nicipal de Desenvol-vimento de Campinas (EMDEC) criou uma re-gulamentação que res-tringe a circulação de caminhões em algumas regiões locais.

Os veículos acima de 14m ficam proibidos de rodar na área interna do Anel Rodo-viário (Dom Pedro I, Anhanguera, via de acesso Alberto Panzan, Ban-deirantes, Santos Dumont e José Roberto Magalhães Teixeira), de se-gunda à sexta-feira, das 6h às 20h e, aos sábados, das 6h às 14h.

A restrição também deve ser se-guida na área interna da Cidade, que abrange o Anel Rebouças, onde só podem circular veículos de carga com no máximo 6,3m de comprimento. Nas avenidas da região estão permi-tidos veículos de menor porte, defi-nidos pelo código de trânsito como Veículo Urbano de Carga (VUC).

Outra região que entrará na res-trição é o distrito de Nova Apare-cida, onde, segundo o secretário de Transportes e presidente da EM-DEC, Sérgio Torrecillas, há várias casas com rachaduras por conta da circulação de caminhões no local.

A regulamentação será fiscalizada a partir do dia 1° de novembro e os veículos de carga que não obedece-

Entre 6h e 20h, veículos de carga maiores de 6,3 metros não circulam nas vias abaixo

Doutor Abelardo Pompeu do AmaralDoutor Pedro Salomão José KassabPrefeito José Roberto Magalhães TeixeiraPlínio Pereira NevesDoutor Ângelo SimõesMonte CasteloAyrton Senna da SilvaPrincesa d’OesteJosé de Souza CamposJúlio Prestes

Dona Luísa de GusmãoAcesso à Avenida Doutor Heitor PenteadoDoutor Heitor PenteadoPadre Almeida GarretDoutor Theodureto de Almeida CamargoLuís SmânioAndrade NevesDoutor Alberto SarmentoJoaquim VilacBarão de Monte Alegre

MER

CA

DO

4 Informativo Assoceasa | nº 1 | Setembro de 2011

rem à restrição serão multados no va-lor de R$ 85,13, além de serem puni-dos com quatro pontos na carteira de motorista, o que corresponde à infra-ção média na Legislação de Trânsito.

Durante os meses de setembro e outubro, a EMDEC trabalhará para conscientizar os caminhoneiros por meio da distribuição de panfletos e de ações educativas realizadas nos postos de gasolina, nos semáforos e nos veículos de comunicação. Além disso, placas de sinalização estão sendo instaladas nos principais pon-tos das rodovias e da área interna da Cidade. “Nosso intuito não é mul-tar, mas sim retirar os caminhões – principalmente no horário de pico

– das áreas indicadas e, com isso, melhorar a mobilidade, reduzindo o congestionamento em 25%”, afir-ma Torrecillas.

Para o gerente de vendas da Co-mercial Sambaíba de Viaturas, Mar-cos César Trepador, a procura por caminhões com menos de 6,3m deve crescer. “Como em todas as grandes cidades, a tendência será utilizar veículos de transporte de pequeno porte que possam agilizar o fluxo das entregas, sem compro-meter o trânsito. Como alternativa para os comerciantes que necessi-tam de transporte de carga no seu dia-a-dia, oferecemos os modelos: o Tradicional 710 e o Accelo 915C, com comprimentos de carroceria de 4,2m e 4,5m, respectivamente”, indica.

A redação entrou em contato com cerca de oito caminhoneiros, porém nenhum deles tinha conhecimento do assunto.

Autuação começa no dia 1° de novembro

Page 5: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

5Setembro de 2011 | nº 1 | Informativo Assoceasa 5M

ER

CA

DO

Assoceasa, CEAGESP e 14 entidades de abastecimento se unem em busca da regulamentação da Lei Federal que determina o peso máximo das sacarias de batata

A batata é um dos únicos produtos alimentí-cios embalados com alta pesagem. Porém, de acordo com estudos, o peso máximo para o transporte manual de cargas deve ser de 23 a 25 kg. Com isso, a Assoceasa (Ceasa-Cam-pinas), a CEAGESP e mais 14 entidades de abastecimento nacionais uniram-se em busca da regulamentação legislativa do peso máximo das embala-gens de batata para 25 kg.

Atualmente, a CLT (Consoli-dação das Leis do Trabalho) e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento permi-tem até 60 kg para o carregamento manual, já o Ministério do Trabalho admite um peso máximo de 50 kg. Entretanto, a NR-17, Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (M. T.E.), estabelece até 25 kg para a embalagem de batata. Ou seja, a utilização do menor peso não é ilegal, apenas é neces-sário que haja a sua regulamentação para que se concretize um padrão entre os produtores, fornecedores e comerciantes e para que haja condições de fiscalização.

Uma pesquisa realizada por estudantes de Engenharia Agronômica da USP (Universidade de São Paulo) no Entreposto Terminal de São Paulo revelou que 75% dos atacadistas, 80% dos compradores e 67% dos carregadores são favoráveis à adoção de sacos de 25 kg.

O advogado José Antônio Cremasco explica que para a regulamentação é necessária a for-mulação de uma nova lei ou uma solicitação de alteração por meio de um órgão competente. No caso da busca pela mudança no peso máxi-mo das embalagens de batatas, está planejado o encaminhamento de um documento com a solicitação ao MAPA (Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento), porém ainda não há previsão de prazo para tal fim.

Com a diminuição do peso das embalagens de batatas, o coordenador interino do Mercado Hor� granjeiro da Ceasa-Campinas, Márcio de Lima, indica as principais mudanças e bene� cios aos profi ssionais envolvidos.

> Qualidade. “Será desnecessária a reembalagem do produto pelo comerciante, evitando perdas e danos ao alimento”

> Preservação da saúde do trabalhador, decorrente de um menor esforço e maior agilidade nas operações

> Aumento de mão de obra e facilidade de mecanização da carga e descarga. “O comerciante poderá gerar mais empregos e o produto será melhor acomodado nos veículos de transporte”

> Alterna� va aos pequenos consumidores. “Eles terão melhores preços no mercado, devido ao aumento de concorrência, e isso não mudará o comércio ao grande consumidor”

> Profi ssionais rurais. “Apesar de esta mudança ocasionar um aumento de R$ 0,02 por kg de batata, este valor pode ser rever� do pelo produtor com maiores lucros. Além disso, ele terá uma garan� a de comercialização mais justa, com planejamento em safras futuras”

Efeitos

De 50 para 25

Funcionário da Ceasa carrega saco de batata com 25 kg

Page 6: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

É M

ÊS

DE

...6 Informativo Assoceasa | nº 1 | Setembro de 2011

Banana!Originária da Ásia, a banana ganhou o paladar dos brasileiros e é uma das frutas mais consumidas no País. Pode ser banana-da-terra, nanica, prata, ouro ou maçã, estima-se que o pro-duto seja o quarto mais popular do mundo, ficando atrás apenas do mi-lho, do arroz e do trigo. Hoje, o Brasil é o segundo no ranking de produtores da fruta, sendo a Índia a campeã, com 23% da produção mundial.

Fonte das vitaminas B e C e, prin-cipalmente de potássio, a fruta pode ajudar a prevenir doenças como de-pressão, insônia e hipertensão. A banana verde, por ser rica em fibras, auxilia na prevenção do intestino desregulado, a reduzir o colesterol, o diabetes e a obesidade. “Ela pode ser ingerida todos os dias, seja crua, frita, assada, em vitaminas ou em receitas. Além disso, a banana é especialmen-te indicada para atletas e pessoas que necessitam de uma grande quan-tidade de energia em seu cotidiano”, indica a nutricionista clínica e espor-tiva, Dra. Heloiza Muniz.

Mercado e produçãoProprietário da Donato Comércio de Frutas, na Centrais de Abasteci-mento de Campinas (Ceasa), Donato Franca Bandiera Júnior trabalha há 25 anos no mercado de bananas, dando continuidade ao negócio ini-ciado por seu pai há cerca de seis décadas. “A produção de banana acontece o ano todo, porém com pe-ríodos de oscilação. É uma fruta que tem aumento e diminuição de safra, mas não entressafra”, indica.

Orivaldo Dan também segue o negócio de sua família como pro-prietário da Dan Agrocomercial, na

O segundo fruto mais consumido no Brasil é rico em potássio e vitaminas B e C. Ele pode ser consumido todos os dias e ajuda a prevenir depressão, insônia e hipertensão

Ceasa-Campinas. Desde 1973, ele trabalha com bananas, não só na comercialização do produto, mas também em sua produção e cultivo no Vale do Ribeira – sul do Estado de São Paulo. “O plantio da banana é feito por intermédio de mudas. É uma planta que possui a peculiari-dade de se ‘autorrenovar’, pois ela mesma produz o cacho e se solta da terra”, explica.

Recentemente, uma enchente atin-giu o Vale do Ribeira, principal re-gião de cultivo de banana do esta-do de São Paulo, ocasionando uma diminuição na produção da fruta. “As cheias neste local são habituais e a recuperação é rápida”, analisa Bandiera. Já Dan destaca que, como

decorrência da força da enchente, a perda no plantio de bananas foi grande. “Os danos foram extensos. Calcula-se que tenham sido de 20 a 30% de toda a área plantada”.

O transporte é outro processo no mercado das bananas que requer cui-dados. Por ser uma fruta que amadu-rece rápido e que amassa facilmente, é preciso ter cautela no seu armazena-mento. Além disso, em consequência de seu forte odor, ela deve ser guarda-da separada de outros produtos.

Na Ceasa-Campinas, o preço mé-dio da banana nanica – a mais con-sumida no Estado de São Paulo – é de R$1,00 o quilo, sendo procurada, principalmente, por supermercados e varejistas de diversas regiões.

Hora da receitaAprenda a fazer a biomassa de banana verde, uma combinação sem

sabor, rica em amido resistente e que pode ser adicionada a diversas

preparações para elevar a quantidade de fibras do organismo.

1. Lave as bananas verdes com casca, utilizando esponja com água e

sabão, e enxague bem;

2. Em uma panela de pressão com água fervente (para criar choque

térmico), cozinhe as bananas com casca por 20 minutos;

3. Desligue o fogo após os primeiros oito minutos e deixe que a

pressão cozinhe as bananas;

4. Espere o vapor escapar naturalmente;

5. Ao término do cozimento, mantenha as bananas na água quente

da panela;

6. Tire aos poucos a casca da polpa e passe imediatamente no pro-

cessador, até que obtenha uma pasta espessa;

7. Se não for utilizar imediatamente, guarde a polpa em saco plástico.

Ela pode ser conservada por três a quatro meses no congelador e ser

reprocessada antes do uso.

Aprenda a fazer a biomassa de banana verde, uma combinação sem

sabor, rica em amido resistente e que pode ser adicionada a diversas

preparações para elevar a quantidade de fibras do organismo.

. Lave as bananas verdes com casca, utilizando esponja com água e

sabão, e enxague bem;

. Em uma panela de pressão com água fervente (para criar choque

térmico), cozinhe as bananas com casca por 20 minutos;

. Desligue o fogo após os primeiros oito minutos e deixe que a

pressão cozinhe as bananas;

. Espere o vapor escapar naturalmente;

. Ao término do cozimento, mantenha as bananas na água quente

da panela;

. Tire aos poucos a casca da polpa e passe imediatamente no pro-

cessador, até que obtenha uma pasta espessa;

. Se não for utilizar imediatamente, guarde a polpa em saco plástico.

Ela pode ser conservada por três a quatro meses no congelador e ser

reprocessada antes do uso.

Bom apetite!

Page 7: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011
Page 8: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

CO

LH

EIT

AS

DE U

MA

HIS

RIA

8 Informativo Assoceasa | nº 1 | Setembro de 2011

O abastecimento antes e depois da CeasaReviva quase 60 anos de história do mercado de hortifrutis de Campinas com lembranças de Zé Mineiro e relatos de Waldemar Casado e Alberto Jorge da Silva

Nas décadas de 50 e 60, Cam-pinas se destacava, dentre as demais cidades da região,

por seu mercado promissor de hor-tifrutis. Na época, o setor ainda caminhava com passos modestos, porém firmes em busca de seu crescimento e expansão. Com sede no ainda existente Mercadão Muni-cipal, o Centro de Abastecimento de Campinas registrava cenas de um cotidiano de trabalho, onde fa-mílias construíam suas vidas com suor, alegria e união.

Dentre elas, está a de José Antô-nio Fernandes da Silva, conhecido por todos como Zé Mineiro, que prolonga sua história junto ao mer-cado de hortifrutis da Cidade há três gerações. Tudo começou quan-do seu pai, já falecido, iniciou o ne-gócio da família no “Mercadão Ve-lho” de Campinas. Antonio Mineiro – como era chamado pelos conhe-cidos, amigos e fregueses –, ele foi o principal responsável pelo início da comercialização das sacarias de

batata, alho e cebola no cotidiano de seu filho e netos.

No Mercadão Municipal, o cami-nhão Studebaker da família, com os anos, perdeu sua função locomoto-ra e fixou-se como depósito para os produtos comercializados. Do solo nasciam brotos de feijão que logo se misturavam à borracha dos pneus traseiros do veículo. Enquan-to isso, a distribuição dos hortifru-tis pelos bairros da Cidade era feita em carroças e caminhonetes.

A ‘batalha’ começava cedo. Em companhia da lua, os trabalhado-res do abastecimento de Campinas chegavam ao Mercadão ainda de madrugada e expunham seus pro-dutos ao ar livre. Apesar de algu-mas empresas serem representadas por armazéns, a maioria delas uti-lizava-se do chão da calçada como apoio aos alimentos comercializa-dos. Tal feito obtinha, porém, um inimigo: a chuva. Com a força da água das fortes enxurradas, o cór-rego da Avenida Orozimbo Maia

enchia-se de alimentos provindos do Centro de Abastecimento.

Ainda na década de 60, outra família iniciava seus negócios no Mercadão. Os pais de Alberto Jor-ge da Silva, atual proprietário do Restaurante Duberto (o mais antigo da Ceasa), instituíram o estabele-cimento em um prédio em frente às mercadorias. “Eu ajudava meu pai dia e noite. Construí minha ado-lescência lá, juntamente com o Zé Mineiro, que conheço desde os 15 anos”, conta Alberto.

Page 9: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

9C

OLH

EITA

S DE U

MA

HIST

ÓR

IASetembro de 2011 | nº 1 | Informativo Assoceasa

“Além do Alberto, que nos serve há mais de 50 anos, outras perso-nagens contribuíram para o cres-cimento do mercado de abasteci-mento de Campinas, dentre elas o Milton Bertazzo, o Sr. Mario e a Dona Kimi da Marvyama Ono, o Botinha Rei do Abacaxi, o Jura, o Gilberto Japonês, o Sr. Augusto, o Sr. Bandeira e o Waldemar Casa-do”, relembra Zé Mineiro.

Waldemar Casado, por sua vez, trabalha no Mercadão com bata-ta, cebola e alho desde os tempos de feira, quando tinha 18 anos de idade. “Naquela época todo mundo era carregador. Se a polícia pegasse alguém, a pessoa falava que traba-lhava na Ceasa e nós confirmáva-mos. Era tudo meio perigoso. Mas, tenho muitas saudades. O nosso negócio não tinha nome. Éramos eu e meu pai. Após o falecimento dele continuei por uma década com o box, mas como meus filhos não seguiram o ramo, acabei vendendo. Hoje, sou funcionário da Rossi Hor-tifruti”, declara Waldemar.

Além dos profissionais que tra-balharam em prol do crescimento do abastecimento, personagens

marcaram a história do setor com risadas e singularidades. “Lembro-me da Maria Fuzil, do Mané Fala Ó, da Gilda e do Beixola. Porém, entre os corredores do Mercadão também circulavam figuras que aterrorizam a população, como o temido Flexinha, que foi o primeiro garoto marginal de Campinas e que era considerado o Robin Hood da Cidade, pois ajuda-va as outras crianças sem recursos com os produtos que roubava”, lem-bra Zé Mineiro.

Em meados da década de 60, o Cen-tro de Abastecimento de Campinas ganhou novas instalações no Jardim do Lago e tornou-se CEAB (Central de Abastecimento). Em 1975, deu-se início a Ceasa-Campinas (primeira ci-dade do Brasil, sem ser Capital, a re-ceber uma Central de Abastecimento com recursos Federais). “Na entrega das chaves, um sentimento era co-mum entre os usuários: o medo de não corresponder aos investimentos feitos. Porém, com o tempo, come-çamos a investir na construção de novos pavilhões e um ano depois, em 1976, criamos a Assoceasa, na qual tenho orgulho de estar na diretoria até hoje, pois ela sempre será impor-tante para o crescimento da Ceasa-Campinas”, declara Zé Mineiro.

Hoje, o trabalho diário continua e as conquistas acompanham o suor dos profissionais que doam o seu tempo e a sua vida ao mercado de abasteci-mento da Cidade. Atualmente, a Cea-sa-Campinas é regida pela Prefeitura Municipal, que em 12 de dezembro de 1989 conseguiu a Administração do Governo Federal, e conta com cer-ca de 600 atacadistas de hortifrutis e recebe 15 mil pessoas por dia.

Da esquerda para a direita: Sr. Augusto, Sr. Antônio Mineiro (pai de Zé Mineiro), Zé Mineiro aos 12 anos, Waldemar Casado, Vadinho (irmão de Zé Mineiro), Sr. Rafael (pai de Waldemar Casado), Moacir (irmão de Zé Mineiro) e Sr. Raul. Na foto ao lado, Zé Mineiro hoje, proprietário da Cemil. na Ceasa-Campinas.

Page 10: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011

FLA

SH10

Adeus, Diva

No dia 5 de agosto, Edvaldo Bertoldi, mais conhecido como Diva, imortalizou seu sorriso e sua bondade na memória de seus amigos e familiares. “Que o céu tenha se alegrado por recebê-lo! Para nós, que ficamos na Terra, resta lembrar o grande homem que tanto ajudou o abastecimento e o ISA.” (usuários da Ceasa-Campinas).

Parabéns, Benassi!

Em agosto de 2011, a Benassi completou 25 anos de profissionalismo e experiência no mercado de abastecimento da Ceasa-Campinas. Além de atender hipermercados, redes hoteleiras e cozinhas industriais da região, a empresa fornece produtos para o interior paulista e para o sul de Minas Gerais. Confira na edição de outubro do Informativo Assoceasa, uma matéria especial sobre a história dos 25 anos da Benassi.

Ceasa recebe produtores da Nova Zelândia

No dia 24 de agosto, 12 produtores rurais e pecuaristas da Nova Zelândia visitaram a Ceasa-Campinas, a fim de conhecer o mercado de hortifrutigranjeiros e de distribuição de alimentos brasileiros, assim como promover contatos com os profissionais da região. O País foi o quarto visitado pelo grupo na América Latina, após o Chile, a Argentina e o Uruguai.

Informativo Assoceasa | nº 1 | Setembro de 2011

O dia a dia na Ceasa

NOTAS

Page 11: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011
Page 12: Informativo Assoceasa - 1ª Edição/Setembro 2011